Uma Análise da Evolução do Emprego Formal na Atividade ... · exceção do Oriente Médio, os...

17
1 Uma Análise da Evolução do Emprego Formal na Atividade Canavieira, Cafeicultura e Citricultura no Estado de São Paulo Autoria: Renato Moraes Chamma, Alceu Salles Camargo Júnior, Rudinei Toneto Júnior A busca por fontes alternativas de energia renovável provocou grande expansão da produção de cana-de-açúcar, sobretudo no estado de São Paulo, com conseqüências econômicas, sociais e ambientais. A limitação de área gera a substituição de uma cultura por outra, o que também delineia alterações na composição de mão-de-obra utilizada no campo. A discussão sobre limitação de áreas e substituição de culturas, sobretudo sob possibilidades de melhores rentabilidades associadas ao cultivo da cana-de-açúcar, altera cenários que envolvem sobretudo a mão-de-obra e os níveis de emprego formal nos diversos municípios paulistas (Veiga Filho, 2003; Neves, Lopes, Trombin, Amaro, Neves & Jank, 2007; Fredo, Otani, Baptistella & Vicente, 2008; Fredo, Vicente, Baptistella & Veiga, 2008; Camargo, Caser, Camargo, Olivetti, Sachs & Torquato, 2008). O objetivo deste estudo é o de analisar os padrões de evolução por que passou o emprego formal no cultivo da cana, café e citros nos municípios paulistas, típicas culturas tradicionais do estado de São Paulo, no período de 1997 até 2006, de forma a responder ao questionamento de se estaria havendo uma realocação de empregos entre estas três culturas, ou melhor, se a cana estaria atraindo mão-de-obra proveniente da cafeicultura ou da citricultura. Empregando análise de clusters (Hair, Tatham, Black & Anderson, 2005) e também estratificações de resultados em tabelas, o estudo busca identificar os níveis de empregos dos municípios paulistas e agrupá-los conforme padrões em relação ao emprego formal no cultivo de cana-de-açúcar, café e citros ao longo do período de 1997 a 2006, com algumas análises para citros realizadas entre 1998 e 2005. Os dados de emprego formal foram obtidos da Relação Anual de Informações Sociais [RAIS] do Ministério do Trabalho e Emprego [MTE]. Os principais resultados mostram que o número de empregos formais no cultivo de cana-de-açúcar teve incremento de 10,85%. No tocante ao emprego formal na atividade citrícola, o incremento no número de empregos formais alcançou um aumento expressivo de 181,8% entre 1998 e 2005, quando houve 218 empregadores com crescimento e 119 municípios com redução no montante de empregos. Os maiores volumes de emprego estão na região do cinturão citrícola, tradicional região produtora do estado de São Paulo. A cafeicultura percebeu um aumento de 132% nos empregos formais entre 1997 e 2006, destacando-se municípios das regiões de Franca, Ribeirão Preto e Campinas, principalmente aqueles junto à divisa com o estado de Minas Gerais. Os grandes empregadores situam-se nos arredores de Garça e entre Pedregulho e Espírito Santo do Pinhal, os quais passaram por elevado incremento no número de empregos entre 1997 e 2006. Os resultados deste trabalho apontam para uma dinâmica inversa em termos de empregos formais na atividade canavieira e na citricultura paulistas. Os níveis de empregos formais na citricultura apresentam reduções nas regiões norte e oeste do estado de São Paulo, em grande parte nas mesmas regiões e municípios em que a atividade canavieira apresentou aumentos no número de empregos formais.

Transcript of Uma Análise da Evolução do Emprego Formal na Atividade ... · exceção do Oriente Médio, os...

Page 1: Uma Análise da Evolução do Emprego Formal na Atividade ... · exceção do Oriente Médio, os Estados Unidos (14,2%), o Oriente Médio (8,4%) e a Europa Oriental (8,3). Seis grupos

1

Uma Análise da Evolução do Emprego Formal na Atividade Canavieira, Cafeicultura e Citricultura no Estado de São Paulo

Autoria: Renato Moraes Chamma, Alceu Salles Camargo Júnior, Rudinei Toneto Júnior

A busca por fontes alternativas de energia renovável provocou grande expansão da produção de cana-de-açúcar, sobretudo no estado de São Paulo, com conseqüências econômicas, sociais e ambientais. A limitação de área gera a substituição de uma cultura por outra, o que também delineia alterações na composição de mão-de-obra utilizada no campo. A discussão sobre limitação de áreas e substituição de culturas, sobretudo sob possibilidades de melhores rentabilidades associadas ao cultivo da cana-de-açúcar, altera cenários que envolvem sobretudo a mão-de-obra e os níveis de emprego formal nos diversos municípios paulistas (Veiga Filho, 2003; Neves, Lopes, Trombin, Amaro, Neves & Jank, 2007; Fredo, Otani, Baptistella & Vicente, 2008; Fredo, Vicente, Baptistella & Veiga, 2008; Camargo, Caser, Camargo, Olivetti, Sachs & Torquato, 2008). O objetivo deste estudo é o de analisar os padrões de evolução por que passou o emprego formal no cultivo da cana, café e citros nos municípios paulistas, típicas culturas tradicionais do estado de São Paulo, no período de 1997 até 2006, de forma a responder ao questionamento de se estaria havendo uma realocação de empregos entre estas três culturas, ou melhor, se a cana estaria atraindo mão-de-obra proveniente da cafeicultura ou da citricultura. Empregando análise de clusters (Hair, Tatham, Black & Anderson, 2005) e também estratificações de resultados em tabelas, o estudo busca identificar os níveis de empregos dos municípios paulistas e agrupá-los conforme padrões em relação ao emprego formal no cultivo de cana-de-açúcar, café e citros ao longo do período de 1997 a 2006, com algumas análises para citros realizadas entre 1998 e 2005. Os dados de emprego formal foram obtidos da Relação Anual de Informações Sociais [RAIS] do Ministério do Trabalho e Emprego [MTE]. Os principais resultados mostram que o número de empregos formais no cultivo de cana-de-açúcar teve incremento de 10,85%. No tocante ao emprego formal na atividade citrícola, o incremento no número de empregos formais alcançou um aumento expressivo de 181,8% entre 1998 e 2005, quando houve 218 empregadores com crescimento e 119 municípios com redução no montante de empregos. Os maiores volumes de emprego estão na região do cinturão citrícola, tradicional região produtora do estado de São Paulo. A cafeicultura percebeu um aumento de 132% nos empregos formais entre 1997 e 2006, destacando-se municípios das regiões de Franca, Ribeirão Preto e Campinas, principalmente aqueles junto à divisa com o estado de Minas Gerais. Os grandes empregadores situam-se nos arredores de Garça e entre Pedregulho e Espírito Santo do Pinhal, os quais passaram por elevado incremento no número de empregos entre 1997 e 2006. Os resultados deste trabalho apontam para uma dinâmica inversa em termos de empregos formais na atividade canavieira e na citricultura paulistas. Os níveis de empregos formais na citricultura apresentam reduções nas regiões norte e oeste do estado de São Paulo, em grande parte nas mesmas regiões e municípios em que a atividade canavieira apresentou aumentos no número de empregos formais.

Page 2: Uma Análise da Evolução do Emprego Formal na Atividade ... · exceção do Oriente Médio, os Estados Unidos (14,2%), o Oriente Médio (8,4%) e a Europa Oriental (8,3). Seis grupos

2

1 Introdução A cana-de-açúcar desempenha papel de destaque no cenário mundial e nacional pela sua

importância na geração de alimentos e como fonte de energia, como fonte de matéria-prima para álcool anidro na mistura à gasolina e para abastecer a crescente frota de veículos flex, movida à álcool hidratado, que se tornou uma alternativa ecologicamente mais correta e que não gera mais temores do desabastecimento como ocorreu no passado.

Também assumiu grande relevância na co-geração de energia elétrica pelo excedente comercializado pelas usinas, pois embora o Brasil seja um país de grande potencial hidrelétrico, a ausência de chuvas em determinadas épocas impacta no potencial de geração de energia, o que influencia a opção da colheita sem queimadas. O aumento da produção canavieira, principalmente no Estado de São Paulo – maior produtor de álcool do país – tem se caracterizado pela expansão da área cultivada e por suscitar discussões sobre sua mecanização e eventual redução de áreas destinadas a outras atividades agropecuárias.

Segundo Veiga Filho (2003), o processo de substituição de lavouras por outras, no estado de São Paulo, resultou da própria limitação de área disponível, com o esgotamento da fronteira agrícola. Segundo Neves et al. (2007, p. 47) a cana-de-açúcar já avança sobre regiões produtoras de laranja a expansão da cana-de-açúcar de forma gradativa. Camargo et al. (2008) apontam que dentre as culturas que cederam área para a cana, entre 2001 e 2006, estão a laranja e o café. A atividade canavieira, a cafeicultura e a citricultura são atividades historicamente responsáveis pelo desenvolvimento econômico do estado de São Paulo e representavam juntas 41% do total de empregos formais em 2004 em São Paulo (Fredo, Vicente et al., 2008).

Neste contexto, este trabalho busca levantar um mapeamento das condições atuais bem como da evolução dos níveis de emprego formal nos cultivos de cana, café e citros no estado de São Paulo entre 1997 e 2006 para responder à questão de se a atividade canavieira estaria absorvendo mão-de-obra da cafeicultura ou da citricultura. Análises de clusters (Hair et al., 2005) identificaram padrões regionais com diferentes níveis de empregos formais nas três atividades agrícolas pesquisadas. Os dados de emprego formal foram obtidos da RAIS.

Os principais resultados deste trabalho mostram que, no período estudado, o número de empregos formais no cultivo de cana-de-açúcar teve incremento de 10,85%, de 181,8% na citricultura (entre 1998 e 2005) e de 132% na cafeicultura. As regiões com os maiores crescimentos de empregos na atividade canavieira estão no centro oeste e noroeste do estado, com destaque para a região de Araçatuba, enquanto que municípios das regiões de Bauru e também de Botucatu apresentaram os maiores incrementos de empregos formais na citricultura, nos arredores do conhecido cinturão citrícola, com foco em Araraquara.

Municípios das regiões de Franca, Ribeirão Preto e Campinas, principalmente aqueles junto à divisa com o estado de Minas Gerais destacam-se com altos incrementos nos níveis de empregos formais na cafeicultura. Os grandes empregadores situam-se nos arredores de Garça e entre Pedregulho e Espírito Santo do Pinhal, os quais passaram por elevado incremento no número de empregos entre 1997 e 2006. Baixa quantidade de vínculos empregatícios no cultivo de café abrange a maior parte do território paulista e se destaca a ausência de empregos em 2006 em diversas partes onde havia produção de café em 1997, como o noroeste e região central do estado, regiões de Marília, Presidente Prudente e Piracicaba, dentre outros. Neste sentido, o trabalho pode apresentar uma contribuição importante para novos estudos que se interessem por aprofundar as relações e impactos de sustentabilidades econômica, social e ambiental nas cadeias considerando esta nova dinâmica de expansão da atividade canavieira e de substituição da citricultura em determinadas regiões do estado de São Paulo.

O texto está dividido em cinco seções. A segunda apresenta uma revisão bibliográfica sobre o agronegócio além de discussões sobre as atividades canavieiras, de café e citros. A

Page 3: Uma Análise da Evolução do Emprego Formal na Atividade ... · exceção do Oriente Médio, os Estados Unidos (14,2%), o Oriente Médio (8,4%) e a Europa Oriental (8,3). Seis grupos

3

terceira seção traz o método da pesquisa enquanto a quarta apresenta e discute os resultados. A quinta seção fecha o artigo com as conclusões e sugestões para pesquisas futuras. 2 Revisão Bibliográfica

Esta seção traz discussões acerca da importância do Agronegócio no Brasil e também uma análise sobre as atividades canavieira, da cafeicultura e também da citricultura, com destaque para o emprego formal, objeto de estudo desta pesquisa.

2.1 O Agronegócio no Brasil

Na década de 1990, o crescimento das exportações do Agronegócio brasileiro cresceu apenas 59%, mas no curto período de 2000 a 2006 o crescimento foi de 140%, conforme dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento [MAPA] (2007). Em 2006, as exportações do Agronegócio brasileiro totalizaram 49,4 bilhões de dólares, sendo as principais regiões importadoras a União Européia (31,4%), os países da Ásia (16,0%), com exceção do Oriente Médio, os Estados Unidos (14,2%), o Oriente Médio (8,4%) e a Europa Oriental (8,3). Seis grupos de produtos representavam cerca de 82% das exportações nacionais em 2006, correspondendo ao complexo soja, carnes, produtos florestais, complexo sucroalcooleiro, couros/produtos de couro/peleteria e café.

Em 2007, o Produto Interno Bruto (PIB) do Agronegócio no Brasil chegou a R$ 642,63 bilhões, com elevação de 25% sobre o ano anterior e que representou 25,11% do PIB, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada [CEPEA] (2008).

A atividade canavieira, para a produção de açúcar e álcóol, tem um momento particular de grande importância com a criação do Proálcool, o qual foi fruto de um longo processo de pesquisas e políticas, associados às conjunturas nacionais e internacionais, com objetivo de gerar energia a partir de biomassa e englobava financiamentos com taxas de juros reais negativas para produtores e destilarias, garantia de mercado com a obrigatoriedade de adição do álcool anidro à gasolina e do uso álcool hidratado e ainda garantia de preços competitivos e vantajosos para as indústrias (Vian, 2003). Porém, a redução do preço do petróleo em meados da década de 80 e o desinteresse em manter a política de preços para álcool pelo governo levaram à desarticulação do programa (Rosillo-Calle, Bajay & Rothman, 2005, pp. 151-152).

A adequação das destilarias para sobreviverem às crises, o aumento da pressão pela adoção de práticas de sustentabilidade, inclusive co-geração de energia elétrica, como as fontes alternativas e renováveis de combustíveis, para atender tanto à demanda nacional como também a provável demanda externa, contribuíram para a retomada da produção de álcool ano final da década de 90. Estes fatores associados ainda a uma tendência de aumento no preço do barril de petróleo pressionaram a busca por outras fontes mais limpas e mais baratas de energia como o álcool brasileiro.

De 2000 a 2006, a expansão da área de cana-de-açúcar no estado de São Paulo cresceu à taxa média anual de 4,83%, sendo que no ano agrícola 2005/2006 a expansão alcançou 9,39% (Fronzaglia, 2007). Enquanto o valor da produção agrícola da cultura de cana-de-açúcar aumentou cerca de 69% no período de 1997-2005, o valor das demais produções agropecuárias cresceu 39% no mesmo período (Gonçalves, 2006).

2.2 O Emprego no Agronegócio Dados do Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE] (2006) indicam que em relação a 1996, houve um aumento no número de estabelecimentos agropecuários no Brasil em 2006, mas uma redução no número de pessoas ocupadas em quase 10% em uma década, conforme Tabela 1.

Page 4: Uma Análise da Evolução do Emprego Formal na Atividade ... · exceção do Oriente Médio, os Estados Unidos (14,2%), o Oriente Médio (8,4%) e a Europa Oriental (8,3). Seis grupos

4

Tabela 1: Número de Estabelecimentos Agropecuários e Pessoal Ocupado no Brasil. Número de estabelecimentos agropecuários (Unidade) Pessoal ocupado em estabelecimentos agropecuários

(Pessoas) 1996 2006 1996 2006

4.859.864 5.204.130 17.930.853 16.414.728 Nota. Fonte: autores, elaborado a partir do IBGE (2006).

Fato semelhante ocorreu no estado de São Paulo, com um aumento de 6,14% no número de estabelecimentos agropecuários e uma redução de 4,58% no número de pessoas ocupadas no campo, no decênio 1996-2006. De um total de 620 municípios contabilizados no levantamento, 413 apresentaram redução de pessoal ocupado e 207 tiveram aumento (IBGE, 2006), observado na Tabela 2. Tabela 2: Número de Estabelecimentos Agropecuários e Pessoal Ocupado no Estado de São Paulo. Número de estabelecimentos agropecuários

(Unidade) Pessoal ocupado em estabelecimentos agropecuários (Pessoas)

1996 2006 1996 2006 218.016 231.043 914.947 873.065

Nota. Fonte: autores, elaborado a partir do IBGE (2006). Em 2004 o setor agropecuário foi responsável por 342,58 mil postos de trabalhos no

estado de São Paulo, com concentração do volume de postos de trabalhos em cerca de 10 grupos. Apenas cana-de-açúcar, frutas cítricas e cultivo de café representaram 41,10% dos empregos formais no ano de 2004 no estado de São Paulo, enquanto em 1995 representavam 36,00 % (Fredo, Vicente et al., 2008), conforme apresentado na Tabela 3. Tabela 3: Participação Percentual em Postos de Trabalho Formais das Principais Atividades Agropecuárias no Estado de São Paulo de 1995 a 2004. Atividades Agropecuárias Participação % em: 1995 2004 Cultivo de cana-de-açúcar 25,0 19,8 Cultivo de frutas cítricas 7,9 17,1 Atividades e serviços relacionados com a agricultura 13,6 14,8 Criação de bovinos 6,2 11,7 Produção mista: lavoura e pecuária 24,4 7,6 Criação de aves 5,6 5,7 Cultivo de café 3,1 4,2 Outras 14,3 19,0 Nota. Fonte: Fredo, Vicente et al. (2008).

A partir do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados [CAGED], do Ministério do Trabalho e Emprego [MTE] (2006) foi possível verificar que houve aumento em torno de 13.800 novos trabalhadores na agropecuária paulista em 2006, sendo o estado com maior montante de admissões, de desligamentos e que mesmo assim é o estado com o maior saldo de empregos: 296.270. No período de 2005/2006, a agropecuária paulista apresentou um incremento de 21.000 empregados.

Na década de 1990, os salários bem como as condições de trabalho melhoraram bastante na atividade canavieira para o estado de São Paulo, mas menor numero de empregos, devido à maior eficiência dos cortadores e da mecanização, conforme estudo de Macedo (2005) a partir da RAIS e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio [PNAD] do IBGE. No inicio de 1990 eram 380 mil pessoas empregadas pelo setor canavieiro, sendo 60% não especializados, isto é, plantio, colheita de cana e outros trabalhos industriais (Macedo, 2005, p. 205). Macedo (2007, p.205) também apontou que o grau de mecanização variava bastante de região para região no estado de São Paulo: na região de Ribeirão Preto estimava-se que a

Page 5: Uma Análise da Evolução do Emprego Formal na Atividade ... · exceção do Oriente Médio, os Estados Unidos (14,2%), o Oriente Médio (8,4%) e a Europa Oriental (8,3). Seis grupos

5

mecanização tivesse atingido em torno de 60% da colheita, mas na região de Piracicaba este número está em torno de 20%.

Segundo Basaldi (2007) a cana-de-açúcar é uma das atividades da agricultura brasileira com alto grau de formalidade do emprego e que em 2004 teve 93,0% e 93,4% de empregados com carteira assinada e com contribuição previdenciária, respectivamente. Fredo, Otani et al. (2008) observaram significante aumento na formalidade das atividades canavieiras e cafeeiras, com a manutenção dos níveis de empregos formais no cultivo de laranja entre os anos de 2005 e 2006, conforme Tabela 4.

Tabela 4: Número de Postos de Trabalho Formais por Atividades Agropecuárias no Estado de São Paulo nos anos 2005/06. Atividades Econômicas 2005 2006 Variação (%) Cultivo de cana-de-açúcar 75.995 96.384 26,8 Cultivo de laranja 52.149 52.586 0,8 Cultivo de café 14.513 19.216 32,4 Nota. Fonte: Fredo, Otani et al. (2008). 3 Método e Procedimentos da Pesquisa

O estudo busca identificar regiões com diferentes padrões de emprego formal no cultivo de cana-de-açúcar, café e citros no estado de São Paulo, ao longo do período de 1997 a 2006, com algumas análises para citros realizadas entre 1998 e 2005.

A particularidade na apuração dos dados da citricultura ocorreu pela mudança da classe citros na Classificação Nacional das Atividades Econômicas [CNAE], quando da migração do enquadramento 1.0 para 2.0 em 2006, quando houve o desmembramento da classe que tratava de todos os citros (código da classe 01.31-7) nas classes cultivo de laranja (código da classe 01.31-8) e cultivo de frutas de lavoura permanente, que além de citros passou a abranger outras frutas não cítricas e limitando, assim, a análise até 2005. As análises consideram os anos de 1998 a 2005, de tal forma a manter a proporcionalidade da média de quatro anos na mensuração da evolução de empregos formais: 1998-2001 e 2002-2005.

Os dados sobre o emprego formal foram obtidos da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) para cada um dos municípios paulistas. Depois de obtermos as taxas de variações entre os períodos 1997-2001 e 2002-2006, estas taxas foram tabuladas em intervalos de variações estratificados de 100% em 100%, passando por aqueles sem variação, os quais foram plotados em mapas, através do aplicativo MAPresso.

Para análise da situação mais recentes dos municípios, foi empregada a análise de clusters (Hair et al., 2005) que classifica municípios em regiões com distintos níveis de concentração de emprego formal possibilitando, assim, a identificação e descrição de padrões de emprego formal nas tradicionais atividades do agronegócio paulista. Esta pesquisa é, pois, caracterizada como de natureza quantitativa e descritiva (Kerlinger, 1979; Babbie, 1998; Davis, Eisenhardt, & Bingham, 2007).

A análise de cluster permite a simplificação dos dados, em que as observações “ ... podem ser vistas como membros de um agrupamento e definidas por suas características gerais” (Hair et al., 2005, p. 389). A finalidade da análise de cluster, segundo Hair et al. (2005) é a de obter grupos distintos entre si, mas que, cada qual contenha elementos bastante similares com baixa dispersão interna. A finalidade de criar os grupos é de poder compará-los entre si e estruturar os dados para agrupar as observações mais parecidas.

O emprego de análise de clusters não-hierárquica do tipo k-means possibilitou a aglutinação de municípios com características similares em k grupos, isto é, formar grupos com os maiores volumes de empregos formais, outros grupos de municípios com quantidades intermediárias até grupos com menores quantidades ou mesmo ausência de empregos formais.

Page 6: Uma Análise da Evolução do Emprego Formal na Atividade ... · exceção do Oriente Médio, os Estados Unidos (14,2%), o Oriente Médio (8,4%) e a Europa Oriental (8,3). Seis grupos

6

Contudo, a pesquisa buscou sempre uma solução com poucos clusters (de 3 a 6) e que apresentasse uma boa distinção em relação aos valores dos centróides, decisão esta auxiliada pelo teste de Análise de Variância (Hair et al., 2005). Para isto, utilizamos o software SPSS® (Statistical Package for Social Sciences), cujos resultados de clusters permitiram a criação de mapas com grupos a partir de suas similaridades de empregos formais, através do uso do software MAPresso.

Dados sobre os níveis de produção, a partir do IBGE, para as três atividades agrícolas estudadas também foram tabulados para fins de comparações com o emprego formal. 4 Análise e Discussão dos Resultados. Esta seção apresenta e analisa os resultados encontrados com os mapeamentos dos empregos formais nas atividades canavieira, cafeicultura e citricultura no estado de São Paulo. 4.1 Emprego formal no Cultivo da Cana-de-Açúcar no Estado de São Paulo

Os dados sobre emprego na cana-de-açúcar, obtidos a partir da RAIS, permitiram uma análise dinâmica desta variável para o estado de São Paulo, no período de 1997 a 2006, com queda do emprego formal até meados da primeira década de 2000, situação que mudou a partir de grande expansão desta variável em 2005 e 2006, que encerrou a década com aumento de 10,85%, conforme a Tabela 5. Comparativamente, a produção de cana-de-açúcar apresentou uma recuperação do montante colhido já em 2001, ano que marcou o início de expansões e que certamente contribuiu para elevação no número de empregos formais. Tabela 5: Evolução do número de emprego formal e da produção de cana-de-açúcar para o Estado de São Paulo (emprego em milhares, produção em milhões de toneladas).

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Emprego 223,01 209,49 202,88 181,50 199,26 193,10 180,68 190,96 220,51 247,21 Produção 194,02 199,79 197,14 189,04 198,93 212,70 227,98 239,52 254,81 269,13

Nota. Fonte: elaborado pelos autores a partir do MTE (2007) e IBGE (2007a). Para se investigar a variação do emprego formal na atividade canavieira foram criados

grupos para realizar comparações desta variável ao longo dos qüinqüênios 1997-2001 e 2002-2006, com o detalhamento da quantidade de municípios em classes de 100 em 100% de variação, conforme a Tabela 6. Tais dados foram utilizados no mapa da Figura 1. Tabela 6: Quantidade de Municípios e a Variação do Emprego Formal na Cana-de-Açúcar no Estado de São Paulo, no período de 1997-2001 a 2002-2006.

Variação do número de empregos formais (em %)

Número de municípios

Número de Empregos formais médios de

1997–2001

Número de Empregos formais médios de

2002-2006

Variação média entre os períodos

(em %) Acima de 200,00 77 80,51 433,37 438,29 De 100,01 a 200,00 30 271,57 632,87 133,04 De 0,01 a 100,00 91 617,11 869,20 40,85 Zero 1 5,00 5,00 0,00 De -100 a -0,01 133 998,67 536,78 -46,25 Indeterminada: 313 - Novos produtores 90 0 45,19 - - Demais municípios 223 0 0 - Nota. Fonte: elaborado pelos autores a partir do MTE (2007).

O grupo de municípios com a menor média de empregos, de 80,51 empregos no primeiro qüinqüênio, sofreu a maior variação (de 438,29%) diminuindo a heterogeneidade em todo o estado em termos de empregos médios na cultura da cana-de-açúcar. Mesmo com este incremento, resultante do agrupamento de 77 municípios, tal grupo ocupou apenas a quarta

Page 7: Uma Análise da Evolução do Emprego Formal na Atividade ... · exceção do Oriente Médio, os Estados Unidos (14,2%), o Oriente Médio (8,4%) e a Europa Oriental (8,3). Seis grupos

7

posição quanto ao número de empregos formais médio no segundo período, o que demonstra o elevado número de empregos formais na atividade canavieira nos demais grupos.

Nas regiões de São José do Rio Preto, Araçatuba, Andradina, Tupã e Presidente Prudente e em algumas áreas do leste do estado podem ser observados, pela Figura 1, inúmeros municípios com elevado e médio crescimento no número de empregos formais, além daqueles com variação indeterminada – este último constituído por municípios que passaram a ter empregos formais somente no último qüinqüênio. Os principais municípios com variação percentual elevada no número de emprego formal, considerando-se a média de 2002 a 2006 sobre a média de 1997 a 2001, foram José Bonifácio, Iacanga, Boracéia, Tapiratiba e Santa Rita do Passa Quatro.

Apenas 30 municípios apresentaram crescimento considerado médio, cuja variação de 133,04% os levou a uma média de 632,87 empregos formais e que correspondeu a segunda maior média de empregos de 2002-2007, conforme a Tabela 6.

Cerca de 14% dos municípios constituíram um grupo com baixo crescimento, com variação média de 40,85% mas suficiente para torná-lo o grupo com maior média no período de 2002 a 2006, (com uma média de 869,20 empregos formais). 133 municípios apresentaram decréscimo médio em torno de 46%, deixando de compor o maior grupo empregador e se tornaram o terceiro grupo em valor médio de empregos formais no período 2002-2006 (536,78 empregos formais), conforme a Tabela 6.

Contudo, há uma grande quantidade de municípios (quase a metade do estado) com variação indeterminada, dada pela ausência de valores médios tanto nos períodos de 1997-2001 quanto no período 2002-2006, principalmente em uma faixa paralela ao litoral, estendendo-se das regiões de Sorocaba e Registro até a região de São José dos Campos.

Legenda para variação do emprego formal: Grau de variação: Variação (em %) ou identificação do grupo:

Elevada Acima de 200,00

Média De 100,01 a 200,00

Baixa De 0,01 a 100,00

Nula Igual a 0

Redução De -100 a -0,01

Indeterminada: novos municípios Média zero apenas no primeiro qüinqüênio

Indeterminada: demais municípios Média zero nos dois períodos Figura 1. Mapa dos Municípios em função das Variações no Emprego Formal na Cana-de-Açúcar para o Estado de São Paulo no período de 1997-2001 para 2002-2006. Fonte: elaborado pelos autores a partir do MTE (2007).

Page 8: Uma Análise da Evolução do Emprego Formal na Atividade ... · exceção do Oriente Médio, os Estados Unidos (14,2%), o Oriente Médio (8,4%) e a Europa Oriental (8,3). Seis grupos

8

A Figura 2 apresenta a situação dos municípios em 2006, com quatro grupos gerados pela análise de clusters: o primeiro grupo - “A” – contém municípios que apresentam uma quantidade bastante elevada de empregos formais na atividade canavieira. Os municípios do cluster B apresentam um nível considerado elevado em relação aos outros grupos. Os clusters C e D contêm municípios com níveis intermediários e baixos, respectivamente, de empregos formais, sendo que o cluster D foi dividido em D1 e D2, respectivamente, baixo nível e nenhuma atividade canavieira para uma melhor apresentação dos resultados.

Legenda para emprego formal: Grupo: Número de empregos formais: Classificação do emprego:

A 8.286 a 9.545 Muito elevada

B 4.106 a 6.919 Elevada

C 1.154 a 3.517 Intermediária

D1 1 a 1.088 Baixa

D2 Igual a 0 Nula

Figura 2. Mapa dos grupos de Municípios em função do Número de Empregos Formais na Cana-de-Açúcar no Estado de São Paulo no ano de 2006. Fonte: elaborado pelos autores a partir do MTE (2007).

A Tabela 7 apresenta os municípios do cluster A (Pontal, Paraguaçu Paulista, Orindiúva e Lençóis Paulista) e a maioria dos municípios do cluster B (no ano de 2006). A Tabela 7 apresenta também os dez municípios com maiores níveis de empregos em 1997. Tanto em 1997 quanto em 2006, somente estes dez municípios compreendem cerca de 30% da produção paulista. Estes municípios, dos clusters A e B, estão nos arredores das regiões do cluster C (nível intermediário de empregos formais) que compreendem as tradicionais regiões de Ribeirão Preto, São Joaquim da Barra, Barretos, Araçatuba, Assis e Jaú.

Page 9: Uma Análise da Evolução do Emprego Formal na Atividade ... · exceção do Oriente Médio, os Estados Unidos (14,2%), o Oriente Médio (8,4%) e a Europa Oriental (8,3). Seis grupos

9

Tabela 7: Municípios com maior número de empregos formais na cana-de-açúcar, no estado de São Paulo, em 2006 e 1997.

Município Número de empregos formais em 2006 Município Número de empregos

formais em 1997 Pontal 9.545 Ariranha 8.586 Paraguaçu Paulista 9.348 Catanduva 8.545 Orindiúva 8.536 Sertãozinho 7.633 Lençóis Paulista 8.286 Lençóis Paulista 7.067 Novo Horizonte 6.919 Araras 7.055 Santa Cruz das Palmeiras 6.561 Guariba 6.241 Santa Adélia 6.476 Guaíra 6.090 Catiguá 5.244 Macatuba 6.045 Guaíra 5.240 Chavantes 5.370 Promissão 5.232 Jaú 5.241 Total 71.387 Total 67.873

Nota. Fonte: elaborado pelos autores a partir do MTE (2007). 4.2 Emprego Formal no Cultivo de Café no Estado de São Paulo

O emprego formal na atividade cafeeira foi caracterizado por oscilações de alta e baixa até 2002, quando praticamente houve crescimento em todos os anos, até 2006, mesmo com a sazonalidade na produção de café, refletida na Tabela 8. A bianualidade da cultura se reflete num ciclo com um ano de alta produção seguido por outro de baixa. Contudo, observamos, pela Tabela 8, que foi expressivo o aumento da formalidade nesta cultura, principalmente a partir de 2002. Tabela 8: Evolução do Número de Emprego Formal e da Produção de Café no Estado de São Paulo (emprego em milhares e produção em milhares de toneladas).

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Emprego 24,68 28,71 26,02 30,72 25,38 30,97 34,07 42,18 40,61 57,42 Produção 171,05 246,39 212,50 217,79 178,00 280,31 170,22 258,37 201,13 259,82 Nota. Fonte: elaborado pelos autores a partir do MTE (2007) e IBGE (2007b).

Para se acompanhar a evolução do emprego formal na cafeicultura paulista, foram criados grupos que permitissem comparações da variação no emprego percebida ao longo dos qüinqüênios 1997-2001 e 2002-2006, que constam da Tabela 9 e mapeados na Figura 3.

Tabela 9: Quantidade de Municípios e a Variação do Emprego Formal no Café no Estado de São Paulo, no período de 1997-2001 a 2002-2006.

Variação do número de empregos formais (em %)

Número de municípios

Número de Empregos formais médios de

1997–2001

Número de Empregos formais médios de

2002-2006

Variação média entre os períodos

(em %) Acima de 200,00 52 26 128 396,85 De 100,01 a 200,00 23 194 449 131,87 De 0,01 a 100,00 78 190 262 37,63 Zero 7 1 1 0,00 De -100 a -0,01 109 59 27 -53,81 Indeterminada: 376 - Novos municípios 60 0 11 - - Demais municípios 316 0 0 - Nota. Fonte: elaborado pelos autores a partir do do MTE (2007).

Page 10: Uma Análise da Evolução do Emprego Formal na Atividade ... · exceção do Oriente Médio, os Estados Unidos (14,2%), o Oriente Médio (8,4%) e a Europa Oriental (8,3). Seis grupos

10

Pela Tabela 9, observamos que os 23 municípios com maior número de empregos formais em 1997 apresentam um grande aumento (de 131,87%) que acabou por distingui-los do resto do estado em número de empregos formais em 2006. Outro grupo com 52 municípios, com nível relativamente baixo de empregos formais em 1997, apresentou um elevado incremento (de quase 400%) no qüinqüênio 2002-006. Estes dois grupos, com os maiores crescimentos em emprego formal na cafeicultura, compreendem municípios nas regiões tradicionais no cultivo de café como Ribeirão Preto, Franca, São João da Boa Vista e Limeira, além de alguns municípios nas regiões de Campina, Jundiaí, Ourinhos e também Lins, conforme podemos observar pela Figura 3.

Outro grupo tradicional em empregos na cafeicultura, com 78 municípios, com nível bastante alto de empregos formais em 1997, apresentou um incremento modesto (de apenas 37,63%), chegando ao período de 2002-2006 com uma média de 262 empregos formais. Este grupo compreende municípios nas regiões tradicionais de Ribeirão Preto, Franca, São João da Boa Vista, Botucatu e nas regiões de Marília, Adamantina e Araçatuba, conforme a Figura 3.

Legenda para variação do emprego formal: Grau de variação: Variação (em %) ou identificação do grupo:

Elevada Acima de 200,00

Média De 100,01 a 200,00

Baixa De 0,01 a 100,00

Nula Igual a 0

Redução De -100 a -0,01

Indeterminada: novos municípios Média zero apenas no primeiro qüinqüênio

Indeterminada: demais municípios Média zero nos dois períodos

Figura 3. Mapa dos municípios em função das variações no emprego formal no café, para o estado de São Paulo, no período de 1997-2001 para 2002-2006. Fonte: elaborado pelos autores a partir do MTE (2007).

Outros 109 municípios apresentaram redução nos níveis de empregos formais. Este grupo, que já apresentava uma modesta participação em 1997, chega ao no segundo qüinqüênio com o pior desempenho, se desconsiderássemos os grupos de municípios considerados novos na cafeicultura e também o grupo de 316 municípios sem qualquer participação na atividade de cultivo do café. Os municípios que apresentaram redução nos níveis de emprego formal estão nas regiões de Bauru, Lins, Catanduva, São Carlos, Tupã e Votuporanga, conforme a Figura 3. Grande parte dos municípios que não apresentam qualquer atividade cafeicultora estendendo-se numa faixa paralela a todo litoral paulista, além

Page 11: Uma Análise da Evolução do Emprego Formal na Atividade ... · exceção do Oriente Médio, os Estados Unidos (14,2%), o Oriente Médio (8,4%) e a Europa Oriental (8,3). Seis grupos

11

de principalmente nas regiões de Presidente Prudente, Tupã, Andradina e Barretos, conforme observamos pela Figura 3.

A Figura 4 apresenta o mapa com a nova configuração no número de empregos formais na atividade cafeeira no ano de 2006, depois de uma análise de clusters. Os municípios de Garça e Pedregulho se destacam no cluster A, de mais elevados níveis de empregos formais na cafeicultura, seguidos pelo segundo cluster (B) com os municípios de Franca, Altinópolis, São Sebastião da Grama e Espírito Santo do Pinhal que apresentam altos números de vínculos empregatícios. O grupo C, com níveis intermediários, compreende municípios na região de Franca e São João da Boa Vista, próximos à divisa com o estado de Minas Gerais.Os municípios do cluster D1, considerados de níveis baixos em relação ao emprego formal na cafeicultura, também estão nas regiões de Franca, Ribeirão Preto e São João da Boa Vista, Campinas, além de numa extensa área no centro-oeste do estado, como nas regiões de Botucatu, Bauru, Avaré, Ourinhos, Marília, Lins, Tupã, Adamantina e Dracena, conforme observamos pela Figura 4. Os municípios sem qualquer atividade cafeicultora estão numa faixa paralela a todo litoral paulista e também nas regiões de Presidente Prudente, Tupã, Andradina e Barretos, conforme observamos pela Figura 4.

Legenda para emprego formal: Grupo: Número de empregos formais: Classificação do emprego:

A 4.845 a 5.596 Muito elevada

B 2.945 a 4.188 Elevada

C 737 a 2.111 Intermediária

D1 1 a 580 Baixa

D2 Igual a 0 Nula

Figura 4. Mapa dos grupos de municípios em função do número de empregos formais no café, no estado de São Paulo, no ano de 2006. Fonte: elaborado pelos autores a partir do MTE (2007).

A Tabela 10 nos apresenta todos os municípios dos clusters A e B e a maioria daqueles do cluster C e são responsáveis por cerca de 55% do total do número de empregos formais na cafeicultura no estado de São Paulo, tanto em 1997 quanto m 2006.

Page 12: Uma Análise da Evolução do Emprego Formal na Atividade ... · exceção do Oriente Médio, os Estados Unidos (14,2%), o Oriente Médio (8,4%) e a Europa Oriental (8,3). Seis grupos

12

Tabela 10: Municípios com o Maior Número de Empregos Formais no Cultivo de Café no Estado de São Paulo, em 2006 e 1997.

Município Número de Empregos em 2006 Município Número de

Empregos em 1997 Pedregulho 5.596 Santa Rita do Passa Quatro 3.378 Garça 4.845 Garça 2.528 Franca 4.188 Pedregulho 1.464 Espírito Santo do Pinhal 3.800 Altinópolis 1.067 Altinópolis 3.506 Franca 1.043 São Sebastião da Grama 2.945 São Sebastião da Grama 874 Caconde 2.111 Gália 862 Restinga 1.832 Vera Cruz 776 Cajuru 1.422 Arandu 769 Cristais Paulista 1.388 Mococa 685 Total 31.633 Total 13.446

Nota. Fonte: elaborado pelos autores a partir do MTE (2007). 4.3 Emprego Formal no Cultivo de Citros no Estado de São Paulo

A Tabela 11 apresenta um crescimento persistente nos níveis de emprego formal na citricultura no estado de São Paulo durante o período estudado (1998-2005) dada a estabilidade nos níveis de produção, apesar de um pequeno efeito dos ciclos bianuais. Tabela 11: Evolução do Número de Emprego Formal e Produção de Citros no Estado de São Paulo (emprego em milhares, produção em milhões de toneladas)

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Emprego 43,47 58,08 72,46 84,58 93,43 115,11 121,91 122,59 Produção 14,75 16,69 15,44 14,92 16,16 14,79 16,11 15,74

Nota. Fonte: elaborado pelos autores a partir do MTE (2007) e IBGE (2007b). Para uma melhor análise da evolução do emprego formal na citricultura paulista foram

criados grupos que permitissem comparações das variações ao longo dos qüinqüênios 1998-2001 e 2002-2005, com os diversos intervalos de variação do emprego formal, constantes na Tabela 12 e sua representação gráfica no mapa do estado de São Paulo, na Figura 5.

A maior variação média (447,16%) foi relativa a 62 municípios com um número médio que chegou a 409,20 empregos formais em 2002-2005, que apresentava uma média modesta de empregos no primeiro quadriênio (de 74,79 empregos formais). Um segundo grupo que apresentou também taxas relativamente altas de crescimento nos níveis de emprego (de 151,11%) entre os dois quadriênios estudados, acaba por apresentar a maior média de empregos formais entre 2002 e 2005 (510,24 vínculos formais), conforme a Tabela 12. Pela Figura 5, podemos observar que os municípios destes dois grupos estão situados principalmente nas regiões de Itapeva, Botucatu, Bauru, Jaú, Limeira, São Carlos, Araraquara, São José do Rio Preto e Votuporanga, conforme a Tabela 12 e a Figura 5.

O grupo de 111 municípios, com maior número de empregos formais no primeiro quadriênio, apresentou um crescimento modesto (45,46%) e transformando-se no segundo grupo com o maior número de vínculos empregatícios no segundo quadriênio. Este grupo compreende municípios principalmente na região centro-leste do estado, como as de São João da Boa Vista, São Carlos, Araraquara, Jaú, Catanduva, Marília, Lins e Barretos, conforme a Tabela 12 e a Figura 5.

Por outro lado, um grupo com 119 municípios, com modesta participação nos empregos formais já no primeiro quadriênio, chegou ao segundo quadriênio numa situação ainda pior, devido a uma redução, ainda que pequena (21,29%) no número de vínculos empregatícios. Municípios neste grupo são encontrados principalmente nas regiões de São

Page 13: Uma Análise da Evolução do Emprego Formal na Atividade ... · exceção do Oriente Médio, os Estados Unidos (14,2%), o Oriente Médio (8,4%) e a Europa Oriental (8,3). Seis grupos

13

José do Rio Preto, Barretos, Araçatuba, Andradina, Presidente Prudente, Registro, Itapetininga e Campinas, conforme observamos pela Tabela 12 e pela Figura 5. Tabela 12: Quantidade de municípios e a variação do emprego formal no citrus no estado de São Paulo, no período de 1998-2001 a 2002-2005.

Variação do número de empregos formais (em %)

Número de municípios

Número de empregos formais médios de

1998–2001

Número de empregos formais médios de

2002-2005

Variação média entre os períodos

(em %) Acima de 200,00 62 74,79 409,20 447,16 De 100,01 a 200,00 45 203,19 510,24 151,11 De 0,01 a 100,00 111 327,39 476,21 45,46 Zero 7 1,29 1,29 - De -100 a -0,01 119 121,99 96,01 -21,29 Indeterminada: 301 - Novos municípios 50 0 12,68 - - Demais municípios 251 0 0 - Nota. Fonte: elaborado pelos autores a partir do MTE (2007).

Dos 251 municípios que não apresentam qualquer atividade na citricultura, grande parte encontra-se numa faixa paralela à toda extensão da fronteira do estado de São Paulo com o estado do Paraná, conforme a Figura 5, além de municípios em grande parte do Vale do Paraíba, conforme a Tabela 12 e a Figura 5.

Legenda para variação do emprego formal: Grau de variação: Variação (em %) ou identificação do grupo:

Elevada Acima de 200,00

Alta De 100,01 a 200,00

Intermediária De 0,01 a 100,00

Nula Igual a 0

Redução De -100 a -0,01

Indeterminada: novos municípios Média zero apenas no primeiro qüinqüênio

Indeterminada: demais municípios Média zero nos dois períodos

Figura 5. Mapa dos Municípios em função das Variações no Emprego Formal na Citricultura para o Estado de São Paulo, no período de 1998-2001 para 2002-2005. Fonte: elaborado pelos autores a partir do MTE (2007).

Page 14: Uma Análise da Evolução do Emprego Formal na Atividade ... · exceção do Oriente Médio, os Estados Unidos (14,2%), o Oriente Médio (8,4%) e a Europa Oriental (8,3). Seis grupos

14

A Figura 6 nos apresenta o mapa com a configuração dos municípios paulistas, quanto

ao número de empregos formais na atividade citrícola no ano de 2005, depois de uma análise de clusters. Os grupos A e B apresentam municípios com vínculos empregatícios muito distintos dos outros e são considerados, respectivamente, muito elevados e elevados. Ainda, os poucos municípios do grupo C apresentam níveis de empregos formais considerados intermediários. Por fim, a grande maioria dos municípios restantes apresentaram baixos números de empregos formais ou nenhum.

A Tabela 13 apresenta todos os municípios dos clusters A e B e a maioria daqueles do grupo C, os quais podemos observar também na Figura 6. Podemos observar, pela Tabela 13, que o grupo dos dez maiores produtores citrícolas do estado de São Paulo concentraram sua produção de 45% em 1998 para algo em torno de 52% em 2005.

Legenda para emprego formal: Grupo: Número de empregos formais: Classificação do emprego:

A Igual a 14.835 Muito elevada

B 6.443 a 10.012 Elevada

C 2.274 a 5.742 Intermediária

D1 1 a 1.865 Baixa

D2 Igual a 0 Nula

Figura 6. Mapa dos grupos de municípios em função do número de empregos formais na citricultura, no estado de São Paulo, no ano de 2005. Fonte: elaborado pelos autores a partir do MTE (2007).

A maior parte do municípios paulistas apresentam níveis relativamente baixos de empregos formais na citricultura em 2005, conforme a Figura 6, e abrangendo quase todos os municípios da região centro-leste do estado, nos arredores do tradicional cinturão citrícola, com foco em Araraquara e também numa extensa área nas regiões norte e noroeste do estado em regiões como Barretos, São José do Rio Preto, Votuporanga, Fernandópolis, Araçatuba e Jales, conforme podemos observar pela Figura 6.

Page 15: Uma Análise da Evolução do Emprego Formal na Atividade ... · exceção do Oriente Médio, os Estados Unidos (14,2%), o Oriente Médio (8,4%) e a Europa Oriental (8,3). Seis grupos

15

Tabela 13: Municípios com o maior número de empregos formais no cultivo de citrus, no estado de São Paulo, em 2005 e 1998.

Município Número de Empregos em 2005 Município Número de Empregos

em 1998 Bebedouro 14.835 Mogi Guaçu 4.627 Monte Azul Paulista 10.012 Itapetininga 3.802 Araraquara 7.587 Araraquara 3.526 Itápolis 6.443 Itápolis 1.683 Botucatu 5.742 Boa Esperança do Sul 1.573 Matão 4.450 Barretos 1.168 Itapetininga 4.348 Bebedouro 950 Colômbia 4.140 Casa Branca 853 Mogi Guaçu 3.287 Descalvado 751 Ibitinga 3.026 Analândia 746 Total 63.870 Total 19.679

Nota. Fonte: elaborado pelos autores a partir do MTE (2007). 5 Conclusões

Esta pesquisa obtém o mapeamento da evolução do emprego formal nas atividades de cultivo da cana-de-açúcar, café e citros, principais atividades do agronegócio no estado de São Paulo. O estudo é realizado a partir dos dados obtidos da RAIS para cada um dos municípios paulistas com relação aos níveis de emprego formal de cana, café e citros para os anos de 1997 até 2006, com algumas análises de 1998 a 2005 para a citricultura. O objetivo do trabalho é decorrente da discussão bastante atual sobre a nova dinâmica e expansão da atividade canavieira e seus impactos econômicos e sociais sobre as outras atividades do agronegócio, principalmente a cafeicultura e a citricultura.

Dentre os principais resultados, o estudo aponta um incremento de 10,85% na quantidade de vínculos empregatícios formais de 1997 a 2006 na atividade canavieira, acompanhando o incremento da produção, que alcançou 269,13 milhões de toneladas em 2006, fruto de um crescimento de 38,71% sobre 1997. A maior parte dos municípios (198) apresentou aumento no número de empregos formais na atividade canavieira e ainda 90 outros novos municípios empregadores entre 2002 a 2006 que se traduz numa expansão rumo ao oeste do estado, principalmente em municípios próximos a São José do Rio Preto, Barretos, Araçatuba, Tupã e Presidente Prudente.

A análise da atividade cafeeira mostrou que, de 1997 a 2006, os níveis de produção aumentaram cerca de 51,90%, enquanto a formalidade dos vínculos empregatícios aumentou cerca de 133%. Tradicionais regiões empregadoras como Fartura, Garça e a região leste de São Paulo, fronteiriça com Minas Gerais, destacaram-se pelo elevado incremento ao se considerar a média dos valores de 2002 a 2006 em relação à média de 1997 a 2001. Vários municípios da região de Botucatu tiveram predomínio de baixo crescimento no mesmo período e municípios próximos a São Carlos, Araraquara, Bauru, Marília e Assis apresentaram redução no número de empregos formais.

A grande evolução do emprego formal pode ser compreendida pela expansão em 153 municípios, aos quais se somam 60 novos empregadores, apesar da redução em 109 municípios principalmente nas regiões do centro-oeste do estado de São Paulo. Mesmo com este aumento nos números do emprego formal, os dez municípios com maiores vínculos empregatícios na cafeicultura mantiveram sua concentração percentual de cerca de 55% no total de empregos formais no estado de São Paulo.

Os resultados mostram um grande aumento do número de vínculos empregatícios formais na citricultura paulista entre os anos de 1998 e 2005, alcançando a cifra de 180%, sem aumento expressivo nos níveis de produção (6,8%), o que demonstra um processo de

Page 16: Uma Análise da Evolução do Emprego Formal na Atividade ... · exceção do Oriente Médio, os Estados Unidos (14,2%), o Oriente Médio (8,4%) e a Europa Oriental (8,3). Seis grupos

16

tendência à formalização dos vínculos empregatícios. Há também uma grande concentração na citricultura paulista, onde os dez municípios mais empregadores em 2005 respondem por cerca de 52% do total dos vínculos formais no estado de São Paulo. Por outro lado, nossos resultados mostram haver uma redução nos níveis de empregos formais na citricultura nas regiões norte e oeste paulistas, em grande parte nos mesmos municípios onde houve aumento do emprego formal na atividade canavieira.

Desta forma, os resultados deste trabalho mostram haver uma dinâmica inversa de empregos formais entre as atividades canavieira e na citricultura no período de 1997 a 2006. Neste sentido, o trabalho pode apresentar uma contribuição importante para novos estudos que se interessem por aprofundar as relações e impactos de sustentabilidades econômica, social e ambiental nas cadeias considerando esta nova dinâmica de expansão da atividade canavieira e de substituição da citricultura em determinadas regiões do estado de São Paulo.

Por outro lado, a eventual redução no número de empregos formais ou crescimento bastante modesto nas tradicionais regiões de Ribeirão Preto, Piracicaba, Botucatu e Campinas podem estar relacionadas ao crescente processo de mecanização da atividade canavieira que vem ocorrendo principalmente nestas regiões. Desta forma, pesquisas futuras poderiam estudar as relações entre a mecanização das atividades, principalmente na canavieira e a dinâmica de alocação de empregos formais no estado de São Paulo.

Ainda, novas pesquisas poderiam estudar a dinâmica e os principais fatores que determinam a troca de culturas ou mesmo o convívio de várias atividades do agronegócio num mesmo município de forma a melhor compreender a evolução das atividades agropecuárias, suas produtividades e alocação de empregos formais no estado de São Paulo. Referências Babbie, E. (1998) The Practice of Social Research. Wadsworth Publishing Company: Thomson Publishing. 8th. Ed. Basaldi, O. V.. (2001). Mudanças no Meio Rural e Desafios para o Desenvolvimento Sustentável. São Paulo em Perspectiva, v. 15, 1. Recuperado em 06 Dezembro, 2009, de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392001000100017&lng= en&nrm=iso Camargo, A. M. M. P., Caser, D. V.; Camargo, F. P., Olivetti, M. P. A., Sachs, R. C. C., & Torquato, S. A.. (2008). Dinâmica e tendência da expansão da cana-de-açúcar sobre as demais atividades agropecuárias, Estado de São Paulo, 2001-2006. Informações Econômicas, 38(3). Recuperado em 20 Dezembro, 2009, de ftp://ftp.sp.gov.br/ftpiea/publicacoes/ tec4-0308.pdf Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada. (2008). PIB do Agronegócio. Piracicaba. Recuperado em 28 Dezembro, 2009, de http://www.cepea.esalq.usp.br/ Davis, J.P., Eisenhardt, K. M., & Bingham, C. B. (2007) Developing Theory through Simulation Methods. Academy of Management Review, v. 32, n. 2, p. 480-499. Fredo, C. E., Otani, M. N., Baptistella, C. S. L., & Vicente, M. C. M. (2008). Recorde na Geração de Empregos Formais no Setor Agropecuário Paulista em 2006. Análises e Indicadores do Agronegócio, 3(2). Recuperado em 20 Novembro, 2009, de http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9194 Fredo, C. A., Vicente, M. C. M., Baptistella C. S. L., & Veiga J. E. R. (2008). Índice de Mecanização na Colheita da Cana-de-Açúcar no Estado de São Paulo e nas Regiões Produtoras Paulistas, junho - 2007. Análises e Indicadores do Agronegócio, 3(3). Recuperado em 30 Abril, 2008, de http://www.iea.sp.gov.br/OUT/verTexto.php?codTexto=9240

Page 17: Uma Análise da Evolução do Emprego Formal na Atividade ... · exceção do Oriente Médio, os Estados Unidos (14,2%), o Oriente Médio (8,4%) e a Europa Oriental (8,3). Seis grupos

17

Fronzaglia, T. (2007). Cana-de-açúcar: Expansão Alarmante. Análises e Indicadores do Agronegócio. Instituto de Economia Agrícola, 1(3). Recuperado em 9 Dezembro, 2009, de http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=8905 Gonçalves, J. S. (2006). Na Agropecuária A Crise Já Faz Parte Do Show. Análises e Indicadores do Agronegócio, 1(5). Recuperado em 07 Junho, 2009, de http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=5954 Hair, J. F. Jr., Anderson, R.E., Tatham, R.L., & Black, W.C. (2005). Análise Multivariada de Dados. 5 ed. Porto Alegre: Bookman. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2006). Indicadores sobre Desenvolvimento Sustentável no Brasil – IBGE. Recuperado em 30 Abril, 2009, de http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/pesquisas/ca/default.asp Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2007a). Tabela 1612 - Quantidade produzida, valor da produção, área plantada e área colhida da lavoura temporária. Recuperado em 20 Novembro 2008, de http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl.asp?c=1612&z=t&o=11. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2007b). Tabela 1613 - Quantidade produzida, valor da produção, área plantada e área colhida da lavoura permanente. Recuperado em 20 Novembro 2008, de http http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl.asp?c=1613&z=t&o=11 Kerlinger, F. N. (1979) Metodologia da Pesquisa em Ciências Sociais. Editora da Universidade

de São Paulo. São Paulo. 1979. Macedo, I. C. (Org.). (2005). A Energia da Cana-de-Açúcar: Doze estudos sobre a agroindústria da cana-de-açúcar no Brasil e a sustentabilidade. São Paulo: Única. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. (2007). Intercâmbio Comercial do Agronegócio: Trinta Principais Parceiros. Recuperado em 30 Março, 2009, de http://www.agricultura.gov.br/images/MAPA/livro_agro.pdf Ministério do Trabalho e Emprego. (2006). Evolução do Emprego do CAGED ECC. 2006. Recuperado em 10 Novembro, 2008, de http://estatistica.caged.gov.br/ Ministério do Trabalho e Emprego. (2007). Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). [CD-ROM]. Brasília. Neves, M F., Lopes, F. F., Trombin, V. G., Amaro, A. A., Neves, E. M., & JANK, M. S.. (2007). Caminhos para a Citricultura: Uma agenda para Manter a Liderança Mundial. São Paulo: Atlas. Rosillo-Calle, F., Bajay, S V., & Rothman H. (Org.). (2005). Uso da Biomassa para Produção de Energia na Indústria Brasileira. Campinas: Unicamp. Veiga Filho, A. A.. (2003). Análise Conjuntural. Instituto de Economia Agrícola. abr. 2003. Recuperado em 1 Junho, 2009, de http://www.iea.sp.gov.br/OUT/verTexto.php?codTexto=724 Vian, C. E. F. (2003). Agroindústria Canavieira: Estratégias Competitivas e Modernização. Campinas: Átomo.