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Dbora Dutra
Uma Arquitetura de Biblioteca Digital de Aulas
Baseada no Padro IEEE LOM
Florianpolis SC
2003
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM CINCIA DA
COMPUTAO
Dbora Dutra UMA ARQUITETURA DE BIBLIOTECA DIGITAL DE
AULAS BASEADA NO PADRO IEEE LOM
Dissertao submetida Universidade Federal de Santa Catarina como parte dos requisitos para a obteno do grau de Mestre em Cincia da Computao
Prof. Roberto Willrich, Dr
Florianpolis, novembro de 2003
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UMA ARQUITETURA DE BIBLIOTECA DIGITAL DE AULAS BASEADA NO PADRO IEEE LOM
Dbora Dutra
Esta Dissertao foi julgada adequada para a obteno do ttulo de Mestre em Cincia da Computao rea de Sistemas de Computao e aprovada em sua forma final pelo Programa de Ps-Graduao em Cincia da Computao.
________________________________ Prof. Dr. Raul Sidnei Wazlawick
Coordenador do Curso
Banca Examinadora
________________________________ Prof. Dr. Roberto Willrich (Orientador)
________________________________ Prof. Dr. Mario Dantas
________________________________ Prof. Dr. Rosvelter Joo Coelho da Costa
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minha filhinha, Fernanda,
que enche os meus olhos e aquece o meu corao.
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Agradecimentos
Em especial ao meu orientador, Prof. Roberto Willrich,
pela generosidade, ateno e presteza com que conduziu a
orientao deste trabalho. Deixo aqui registrado todo o meu
respeito e admirao por sua dedicao aos alunos.
minha famlia e minha madrinha
Adilis, obrigada pelo incentivo.
s minhas amigas Elisa e Letcia por
estarem sempre presentes.
Aos meus colegas da Universidade Estadual do Rio
Grande do Sul - UERGS e da Universidade Regional
Integrada do Alto Uruguai e das Misses - URI,
e direo dessas instituies.
Verinha do Curso de Ps-graduao em Cincia da
Computao (CPGCC) da Universidade Federal de Santa
Catarina - UFSC.
E a todas as demais pessoas que, de diversas formas,
me incentivaram.
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SUMRIO
CAPTULO 1 INTRODUO .................................................................................. 1
1.1 Justificativa ......................................................................................................... 2
1.2 Objetivos.............................................................................................................. 2
1.3 Estrutura da Dissertao ................................................................................... 3
CAPTULO 2 EDUCAO A DISTNCIA (EAD)................................................ 5
2.1 A Evoluo da EAD............................................................................................ 5
2.2 Caractersticas e Definio de EAD.................................................................. 7
2.3 Modalidades de Comunicao para Distribuio de Contedo ................... 10 2.3.1 Modalidade de comunicao assncrona .................................................... 10 2.3.2 Modalidade de comunicao sncrona........................................................ 10
2.4 Meios de Distribuio de Contedo ................................................................ 10 2.4.1 Impressos .................................................................................................... 11 2.4.2 udio .......................................................................................................... 11 2.4.3 Vdeo .......................................................................................................... 11 2.4.4 Dados .......................................................................................................... 13
2.5 Modelos de EAD ............................................................................................... 15 2.5.1 A sala de aula virtual .................................................................................. 16 2.5.2 As mdias educativas .................................................................................. 16 2.5.3 A Internet educacional................................................................................ 16 2.5.4 A rede colaborativa..................................................................................... 17 2.5.5 O sistema de suporte integral ..................................................................... 18
2.6 Concluso .......................................................................................................... 18
CAPTULO 3 MODELOS DE METADADOS ...................................................... 20
3.1 Padro IEEE 1484.12.1 (Learning Objects Metadata - LOM) ................... 21 3.1.1 Categorias e Atributos do LOM ................................................................. 22
3.2 O Padro Dublin Core (DC)............................................................................ 23 3.2.1 Metadados Dublin Core.............................................................................. 24
3.3 RDF (Resource Description Framework) ...................................................... 27 3.3.1 Componentes do RDF ................................................................................ 27
3.4 MPEG-7............................................................................................................. 31
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3.4.1 Esquemas de Descrio Multimdia (MDS)............................................... 33 3.4.2 Caractersticas de udio e de vdeo e os seus descritores ........................... 37
3.5 Concluso .......................................................................................................... 38
CAPTULO 4 BIBLIOTECAS DIGITAIS ............................................................. 40
4.1 Definio Conceitual de Biblioteca Digital..................................................... 41
4.2 Biblioteca Polimdia, Eletrnica, Digital e Virtual ........................................ 43 4.2.1 Biblioteca Polimdia ................................................................................... 44 4.2.2 Biblioteca Eletrnica .................................................................................. 44 4.2.3 Biblioteca Digital........................................................................................ 44 4.2.4 Biblioteca Virtual ....................................................................................... 45
4.3 Requisitos de uma Biblioteca Digital .............................................................. 45
4.4 Vantagens e Benefcios de uma Biblioteca Digital......................................... 46
4.5 A Natureza dos Dados da Biblioteca Digital .................................................. 47
4.6 Formas de Pesquisa em Bibliotecas Digitais .................................................. 48 4.6.1 Busca de Dados .......................................................................................... 49 4.6.2 Navegao .................................................................................................. 49
4.7 Arquitetura Bsica de uma Biblioteca Digital ............................................... 50
4.8 Concluso .......................................................................................................... 51
CAPTULO 5 BIBLIOTECA DIGITAL DE AULAS ........................................... 52
5.1 Viso Geral da Arquitetura da Biblioteca Digital de Aulas ......................... 52
5.2 Mdulo de Edio ............................................................................................. 55
5.3 Interfaces ........................................................................................................... 57 5.3.1 Interface de Indexao de Disciplinas ........................................................ 57 5.3.2 Interface de Indexao de Aulas................................................................. 58 5.3.3 Interface de Busca ...................................................................................... 59 5.3.4 Interface de Navegao .............................................................................. 60 5.3.5 Interface de Recuperao............................................................................ 60 5.3.6 Interface de Administrao......................................................................... 60
5.4 Servidor Web .................................................................................................... 61
5.5 Gerenciador da Biblioteca (GB)...................................................................... 61
5.6 Repositrio de Metadados ............................................................................... 62
5.7 Servidores de Vdeo.......................................................................................... 62
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5.8 Definio dos metadados associados s disciplinas ....................................... 63 5.8.1 Categoria Genrica ..................................................................................... 63 5.8.2 Categoria Ciclo de Vida ............................................................................. 64 5.8.3 Categoria Captulo...................................................................................... 64 5.8.4 Categoria Seo .......................................................................................... 64 5.8.5 Categoria Subseo .................................................................................... 65
5.9 Definio dos metadados associados s aulas ................................................ 66 5.9.1 Categoria Geral........................................................................................... 67 5.9.2 Categoria Ciclo de Vida ............................................................................. 67 5.9.3 Categoria Tcnica....................................................................................... 68 5.9.4 Categoria Educacional................................................................................ 68 5.9.5 Categoria Direitos....................................................................................... 69 5.9.6 Categoria Relao....................................................................................... 69 5.9.7 Categoria Decomposio Temporal (baseada no MPEG-7)....................... 70
5.10 Reutilizao de material................................................................................... 71
5.11 Exemplo Ilustrativo .......................................................................................... 72 5.11.1 Indexao da Disciplina ............................................................................. 72 5.11.2 Indexao da Aula ...................................................................................... 76 5.11.3 Representao das interfaces da BDAulas ................................................. 79
5.12 Concluso .......................................................................................................... 83
CAPTULO 6 CONCLUSO................................................................................... 85
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ....................................................................... 88
ANEXO 1....................................................................................................................... 94
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TABELAS
Tabela 2-1 - Evoluo da EAD (Chaves, 1999) ............................................................... 6
Tabela 2-2 - Geraes da Educao a Distncia (Loyolla, 2000) .................................... 7
Tabela 2-3 - Tipo de mdia, vantagens e desvantagens (MOTA, 2003)......................... 14
Tabela 3-1 - Conjunto de Elementos Dublin Core ......................................................... 25
Tabela 3-2 - Elementos e qualificadores do conjunto DC.............................................. 26
Tabela 3-3 - Representao usando tripla para sentena RDF ....................................... 30
Tabela 3-4 - Caractersticas de udio e de vdeo e seus descritores ............................... 37
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FIGURAS
Figura 3-1 - Representao usando grafo para sentena RDF........................................ 30
Figura 3-2 - Uso de grafo para sentenas RDF com dois predicados............................. 30
Figura 3-3 - Sentena escrita em sintaxe RDF/XML ..................................................... 30
Figura 3-4- Documento XML completo......................................................................... 31
Figura 3-5 - Resumo do Esquema de Descrio Multimdia, (MPEG-7, 2003) ............ 33
Figura 3-6 - Descrio resumida das caractersticas de um vdeo.................................. 35
Figura 3-7- Trecho de descrio MPEG-7 usando VideoSegment ................................ 35
Figura 4-1 - Arquitetura genrica de uma Biblioteca Digital (BAX, 1997)................... 51
Figura 5-1 - Arquitetura da Biblioteca Digital de Aulas (BDAulas).............................. 54
Figura 5-2 - Representao do processo de fragmentao do vdeo .............................. 56
Figura 5-3 - Processo de recuperao das Aulas (vdeos didticos)............................... 59
Figura 5-4 - Decomposio temporal de um vdeo ........................................................ 70
Figura 5-5 - Informaes para indexar a Disciplina ....................................................... 73
Figura 5-6 - Exemplo 1 do conjunto de interfaces para indexar a disciplina. ................ 74
Figura 5-7 - Exemplo 2 do conjunto de interfaces para indexar a disciplina. ................ 75
Figura 5-8 - Exemplo 3 do conjunto de interfaces para indexar a disciplina. ................ 76
Figura 5-9 - Informaes para indexar a Aula................................................................ 76
Figura 5-10 - Exemplo de interface para indexar a Aula ............................................... 78
Figura 5-11 - Proposta para pgina inicial da BDAulas................................................. 79
Figura 5-12 - Autenticao do usurio ........................................................................... 80
Figura 5-13 - Opes de consulta ................................................................................... 80
Figura 5-14 - Resultado de Busca (Aulas) ..................................................................... 81
Figura 5-15 - Navegao pelo acervo (Disciplinas) ....................................................... 81
Figura 5-16 Acesso s aulas atravs de disciplina....................................................... 82
Figura 5-17 Acesso Aula (vdeo).............................................................................. 82
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Resumo
Vrias instituies de ensino j incluem a Educao a Distncia (EAD) como
mais uma modalidade de ensino e utilizam a videoconferncia como recurso de apoio
no processo de ensino-aprendizagem. A videoconferncia permite a gravao das aulas
difundidas atravs dela e, esse fato, traz consigo uma enorme riqueza de possibilidades,
a partir da recuperao dessa informao. Uma Biblioteca Digital um recurso que
pode suprir a necessidade de armazenamento de vdeos digitais, com contedo didtico,
produzidos a partir de aulas ministradas via videoconferncia. Esta dissertao prope
uma arquitetura para uma Biblioteca Digital de Aula chamada de BDAulas cujos
objetivos so a recuperao e a reutilizao do material produzido nas aulas de
videoconferncia, na forma de vdeos digitais. O estudo realizado nesta pesquisa
procurou: identificar os componentes essenciais para o desenvolvimento de uma
biblioteca digital de vdeos; apresentar uma arquitetura para a sua implementao; e
definir um conjunto de metadados baseados no padro IEEE LOM (Learning Objects
Metadata) que atendessem aos requisitos de indexao, de armazenamento e de
recuperao dos vdeos (aulas) dessa biblioteca.
Palavras-Chave: Educao a Distncia, Biblioteca Digital, Vdeos, IEEE LOM.
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Abstract
Several teaching institutions have already included the Education at Distance
(EAD) as another teaching modality and use the videoconference as a support resource
in the process of teaching-learning. The videoconference allows recording the classes
diffused through it and that fact carries a wide richness of possibilities from the
recovery of that information. A Digital Library is a resource which can fill the need of
digital videos storing, with didactic content, produced from the classes given through
videoconference. This paper proposes an architecture for a Digital Library of Class so-
called BDAulas whose aims are the recovery and the reuse of the material produced at
the videoconference classes, in the form of digital videos. The intentions of this research
were: identifying the essential components for the development of a digital library of
videos; presenting an architecture for its implementation, and defining a whole of
metadata based on the IEEE LOM (Learning Objects Metadata) pattern which met
the requirements of indexation, storing and recovering of the videos (classes) of that
library.
Key words: Education at Distance, Digital Library, Videos, IEEE LOM.
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CAPTULO 1 INTRODUO
A Educao a Distncia (EAD) vem se consolidando e adquirindo
credibilidade na medida em que as instituies passam a conhecer suas caractersticas e
peculiaridades. A caracterstica bsica da educao a distncia o estabelecimento de
uma comunicao de dupla via, visto que professor e aluno no se encontram juntos na
mesma sala, requisitando assim, meios que possibilitem a comunicao entre ambos
(SOARES, 1996). Isso pressupe um processo educativo sistemtico e organizado, que
exige no somente a dupla-via de comunicao, como tambm a instaurao de um
processo continuado de auto-avaliao.
GARCIA (1994) destaca as seguintes caractersticas como inerentes
Educao a Distncia: separao professor-aluno; utilizao de meios tcnicos;
organizao de apoio-tutoria; aprendizagem independente e flexvel; comunicao
bidirecional; enfoque tecnolgico; comunicao massiva; procedimentos
industrializados.
O notvel avano das cincias da educao e as transformaes tecnolgicas
colocaram disposio da educao um verdadeiro arsenal de recursos tecnolgicos,
possibilitando a diminuio das distncias, atravs de condies para comunicao mais
rpida e segura disponveis em rede. As tecnologias Web, o correio eletrnico, as listas
de discusso, as salas de bate-papo, a videoconferncia e a transmisso em tempo real e
o vdeo sob demanda so exemplos destas tecnologias.
Outro tipo de recurso tecnolgico o conceito de biblioteca digital. Uma
biblioteca digital permite classificar, buscar e navegar por uma grande quantidade de
informao. Ela pode integrar a informao digital de diferentes meios, atravs de
ferramentas interativas, intuitivas e automticas Esta integrao que a biblioteca digital
possibilita faz dela uma importante ferramenta como fonte de conhecimento e tambm
como suporte aprendizagem.
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1.1 Justificativa
Vrias instituies oferecem cursos distncia, onde o professor ministra a
aula usando recursos de videoconferncia, para um ou mais grupos de alunos que
encontram-se em outra localidade. Entretanto, a sua instantaneidade (positiva e
interativa) abre espao para a necessidade de se poder recuperar a informao difundida
atravs dela. Em geral, estas aulas no so armazenadas para uso posterior. Nesta
situao, os alunos faltantes s aulas no podem assisti-las posteriormente, e tambm,
este material no pode ser utilizado em qualquer outro momento.
O armazenamento das aulas contribui de forma substancial para manter a
flexibilidade da EAD - como modalidade de ensino - com relao ao tempo, estilo e
ritmo de aprendizagem permitindo a recuperao da informao na ocasio desejada.
Para o armazenamento de forma estruturada e para permitir um acesso eficiente
s informaes, os cursos a distncias deveriam utilizar bibliotecas digitais mantendo
todo o material produzido. Esse material se transformaria, ento, em um acervo
permanente, passvel de recuperao e disponvel para reuso a qualquer tempo e lugar.
1.2 Objetivos
Esta dissertao prope uma arquitetura de Biblioteca Digital de Aula,
chamada de BDAulas, que um recurso para armazenamento de vdeos digitais com
contedo didtico. A proposta de uma arquitetura para esta biblioteca tem como
objetivo contribuir para a recuperao e reuso do material produzido (as aulas na forma
de vdeos digitais), mantendo a flexibilidade da educao a distncia.
O estudo realizado nesta pesquisa visa identificar os componentes essenciais
para o desenvolvimento da biblioteca proposta, apresentando uma arquitetura para
implementao e definindo metadados que atendam aos requisitos de armazenamento e
de recuperao das aulas (vdeos) dessa biblioteca, tratadas como objetos educacionais.
Estes metadados so baseados no padro IEEE LOM (Learning Objects Metadata)
(IEEE/LTSC, 2002) e MPEG-7 (MPEG-7, 2003).
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3
A BDAulas visa armazenar tanto informaes sobre disciplinas quanto os
vdeos que compem as aulas ministradas. Na BDAulas, uma determinada disciplina
composta por vrias aulas. Essas aulas seriam gravadas, digitalizadas, e seus tpicos,
separados de acordo com seu contedo programtico, formariam um conjunto de vdeos
que seriam disponibilizados na biblioteca.
Uma vez que estas aulas estejam disponveis, o aluno pode, por exemplo,
recuperar uma aula que no pde assistir, revisar o contedo, pesquisar sobre o tema
apresentado e tambm recuperar conceitos (permitindo a fixao do contedo que ele
considere importante). O reuso tambm se torna possvel. O professor pode reutilizar
grande parte do material produzido e, dessa maneira, atualizar, complementar, ou
mesmo substituir um tpico, passa a ser um processo mais fcil, j que em uma nova
produo ele pode manusear apenas o tpico em questo. Outro ponto relacionado ao
reuso a possibilidade de uma aula (vdeo) fazer parte de outras aplicaes, criadas,
inclusive, por outros autores.
Os objetivos especficos deste trabalho so os seguintes:
Definir os componentes que faro parte da arquitetura e as suas relaes;
Definir um conjunto de metadados que permita a indexao e recuperao
das aulas, atendendo s funcionalidades previstas para a BDAulas;
Propor uma abordagem de indexao, em se tratando de vdeo, que permita
acessar a um determinado item do vdeo em particular;
Propor a forma de relacionamento entre os objetos da biblioteca;
1.3 Estrutura da Dissertao
O captulo dois da dissertao traz uma viso sobre Educao a Distncia,
apresentando a evoluo, caractersticas, vantagens, meios de distribuio de contedo e
modelos de EAD, com o intuito de apresent-la de forma geral. No capitulo trs so
apresentados alguns padres de metadados, buscando a identificao de um padro que
atenda aos objetivos da biblioteca proposta nessa dissertao. Em seguida, o captulo
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quatro apresenta um estudo sobre bibliotecas digitais, desde conceituao, etapas de
desenvolvimento, tipos de dados, at a apresentao de uma arquitetura genrica,
contextualizando o papel da biblioteca digital na EAD e procurando conhecer e firmar
os conceitos importantes no processo de construo e de implantao de uma biblioteca
digital. Na seqncia, o captulo cinco apresenta a arquitetura proposta para a Biblioteca
Digital de Aulas (BDAulas). Finalmente, o captulo seis aborda as concluses do
trabalho.
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CAPTULO 2 EDUCAO A DISTNCIA (EAD)
A Educao a Distncia (EAD) mostra-se como uma das alternativas ao ensino
convencional ao possibilitar a auto-aprendizagem, com a mediao de recursos
didticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de
informao, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios
de comunicao" (LDB, 1998).
A utilizao de tecnologias de comunicao e de informao incorporadas
Educao a Distncia tem influenciado de forma significativa essa modalidade de
educao ampliando as suas possibilidades e o seu alcance, quer seja no acesso a cursos
de formao e cursos de qualificao, ou como um meio no processo de formao
continuada.
Este captulo destina-se a apresentar a Educao a Distncia de uma maneira
abrangente desde a sua conceituao e caracterizao, passando pela sua evoluo e
dando um panorama geral sobre as ferramentas que as tecnologias de informao e
comunicao colocam a disposio desta modalidade de ensino.
2.1 A Evoluo da EAD
O processo de desenvolvimento da Educao a Distncia, desde a poca de seu
surgimento, vem fazendo uso das mais variadas ferramentas pedaggicas possveis,
considerando fatores como: as caractersticas da escola e dos professores; o tipo de
curso ministrado; a distribuio geogrfica entre escola e alunos e, principalmente, a
tecnologia disponvel e a relao custo/benefcio para o uso da mesma. (S, 2000).
O afastamento fsico geogrfico e/ou temporal entre professores e
alunos, no processo educativo da EAD, pressupe que o processo de comunicao que
induz aprendizagem faa uso de um conjunto de recursos tecnolgicos que suplantam
a apresentao verbal. Esses meios incluem os materiais impressos, os produtos de
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udio e de vdeo, as transmisses radiofnicas e televisivas, alm de uma ampla
quantidade de recursos que a informtica e as telecomunicaes podem oferecer, e nas
quais se destaca a Internet.
Cada um desses meios material impresso, rdio, televiso e, mais
recentemente, o computador como meio de comunicao deu uma nova dinmica
educao a distncia e introduziu novos elementos modalidade. A evoluo da
educao a distncia relacionada aos diferentes tipos de mdias apresentada, de forma
reduzida, na Tabela 2.1.
Tabela 2-1 - Evoluo da EAD (Chaves, 1999)
Tecnologia poca Relao mdia e EAD
Imprensa Sculo
XV
Teve grande relevncia na difuso do ensino a distncia, podendo ser
considerada a tecnologia mais importante para tal antes do
aparecimento de modernas tecnologias. Sua importncia se deu
principalmente pelo maior poder de reproduo dos textos em relao
s cartas, sendo ento o primeiro modo de ensino a distncia em
massa.
Rdio Anos 20
Atravs do rdio foi possvel que as informaes (em udio) fossem
levadas localidades remotas, podendo, assim, transmitir a parte
sonora de uma sala de aula.
Televiso Anos 40
Possibilitou a transmisso de sons e imagens, o que permite o
acrscimo visual de informaes para o ensino a distncia. Dessa
forma, passou a ser possvel transmitir remotamente os componentes
audiovisuais de uma sala de aula.
Computador
+
Telecomu-
nicaes
Anos 90
Permitem o envio de texto, imagens e sons para qualquer parte do
planeta. Alm disso, possibilita que as informaes fiquem
disponveis por tempo indeterminado, permitindo, assim, que uma
pessoa tenha acesso informao no momento que desejar. Ou seja,
possvel um acesso no linear, assncrono ou sncrono, e interativo
das informaes. Dessa forma, o computador, juntamente com os
avanos tecnolgicos das telecomunicaes, ampliou as
possibilidades da educao a distncia.
Para LOYOLLA (2000), a evoluo da Educao a Distncia pode ser dividida
em trs fases cronolgicas, ou geraes, considerando a tecnologia de transmisso de
informao adotada (Tabela 2.2).
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Tabela 2-2 - Geraes da Educao a Distncia (Loyolla, 2000)
Gerao Perodo Descrio
Gerao Textual At a dcada de
1960
Baseou-se no auto-aprendizado com suporte apenas
em textos impressos (estudo por correspondncia).
Gerao Analgica Entre as dcadas de
1960 e de 1980
Baseou-se no auto-aprendizado com suporte em textos
impressos complementados com recursos tecnolgicos
de multimdia, tais como gravaes de vdeo e udio
(surgem as primeiras Universidades Abertas).
Gerao Digital Atual Baseia-se no auto-aprendizado com suporte em
recursos tecnolgicos (Internet). E pode ser
caracterizada pelos seguintes fatores:
- A eficincia e o baixo custo dos modernos sistemas
de telecomunicao digital e via satlite;
- A alta interatividade e o baixo custo dos modernos
computadores pessoais;
- A amplitude e o custo acessvel das redes
computacionais locais e remotas, tais como as
Intranets e a Internet.
A expanso das redes de computadores e o desenvolvimento da infra-estrutura
de comunicao possibilitaram o uso de outras tecnologias para a realizao de
educao a distncia, aumentando a acesso dos alunos informao e aumentando
tambm a sua autonomia na busca por essas informaes. Esses fatores propiciam a
preservao do ritmo e do estilo de aprendizagem de cada aluno.
2.2 Caractersticas e Definio de EAD
A EAD introduziu novos elementos interessantes ao processo pedaggico. So
eles (MATTOS, 2001):
a inverso no controle do tempo do professor, que muitas vezes controla o
ritmo e a durao dos perodos de reflexo e debate, para o aluno, que passa
a determinar seu prprio ritmo e os momentos em que deseja aprender
sistematicamente.
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incremento da responsabilidade do aluno: no possvel desenvolver EAD
sem que o aluno se perceba responsvel pelo prprio aprendizado.
Enquanto no ensino dito presencial esta responsabilidade pode ficar
mascarada por uma atuao mais dominadora do professor, na educao a
distncia isto simplesmente mais difcil: no h um professor, o tempo
todo, exigindo atitude do aluno.
desenvolvimento de novas modalidades de comunicao entre as pessoas.
Quando ocorre distncia, os contatos assumem cdigos e discursos
diferentes daqueles presenciais, enfeixando todo um universo de
possibilidades.
A distncia, que possibilita o contato, ainda que no fsico, com pessoas
separadas em milhares de quilmetros, trocando idias e realizando
projetos.
A variao que o aluno experimenta no espao, no tempo e at nas roupas.
A aprendizagem ocorre em diversos lugares e nos mais diferentes horrios.
Em CARNEIRO (2003), so apresentados uma srie de aspectos que
caracterizam a educao a distncia, segundo vrios autores (GARCIA ARETIO, 2001;
NUNES, 1991; PETERS, 2000), so eles:
separao espacial (geogrfica) e temporal (possibilidades de encontros no
simultneos) entre professor e aluno, que impede o contato face a face,
condio essencial do ensino presencial;
acoplamento a artefatos tecnolgicos de comunicao, como materiais
impressos, udio, vdeo, troca de mensagens (por telefone, fax, correio,
correio eletrnico, videoconferncia, etc.) que eliminam ou reduzem
significativamente os obstculos geogrficos, econmicos, familiares e
outros que possam dificultar o acesso do aluno educao;
aprendizagem independente e flexvel: os sistemas de EAD no se prendem
acumulao de conhecimentos, mas sim capacidade do estudante em
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aprender a aprender e aprender a fazer, porm de forma flexvel, forjando
sua autonomia em relao ao espao, tempo, estilo, ritmo e mtodo de
aprendizagem, ao permitir a tomada de conscincia de suas prprias
capacidades e possibilidades para sua auto-formao;
previso de um novo modelo de comunicao, onde os estudantes
beneficiam-se de um dilogo e da possibilidade de sair da posio de mero
ouvinte receptor para assumir o papel de questionador e debatedor;
influncia da organizao educacional (planejamento e sistematizao),
necessria para apoio ao estudante;
comunicao massiva graas aos modernos meios de comunicao e s
tecnologias da informao, eliminando as fronteiras espao-temporais e
permitindo o aproveitamento das mensagens educativas por grande nmero
de estudantes dispersos geograficamente;
procedimentos industriais: o nvel de industrializao (aplicao de
procedimentos para a racionalizao do processo, a diviso do trabalho e a
produo em massa) tem uma relao direta com o nmero de estudantes a
serem atendidos, j que a EAD exige sempre um maior grau de planejamento
que o ensino presencial;
participao em coletivos de aprendizagem: os participantes no trabalham
mais sozinhos, mas apiam-se uns aos outros, construindo verdadeiras
comunidades de aprendizagem;
intensificao do dilogo professor/alunos e alunos/alunos.
Atravs da reunio desses aspectos, GARCIA ARETIO (2001) define
Educao a Distncia como um sistema tecnolgico de comunicao bidirecional
(multidirecional) que pode ser massivo, baseado na ao sistemtica e conjunta de
recursos didticos e com o apoio de uma organizao e tutoria que, separados
fisicamente dos estudantes, propiciam a eles uma aprendizagem independente
(cooperativa).
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2.3 Modalidades de Comunicao para Distribuio de Contedo
Os sistemas de distribuio de contedo da Educao a Distncia (EAD)
podem ser classificados em duas modalidades de comunicao: assncrona e sncrona.
2.3.1 Modalidade de comunicao assncrona
Um processo de comunicao assncrono quando a mensagem emitida
recebida e respondida em momento diferente daquele na qual foi emitida. Essa
modalidade no requer a participao simultnea das pessoas envolvidas no processo,
permitindo que o aluno tenha seu prprio ritmo de aprendizagem e que ele obtenha os
contedos de acordo com a sua programao. As formas de comunicao assncrona
incluem as listas de discusso, correio eletrnico, CD-ROM, rdio, tape de udio,
apresentao de vdeos, cursos por correspondncia e cursos via Web.
As vantagens da distribuio assncrona incluem a escolha do estudante quanto
ao lugar e ao tempo. Isso permite o acesso a informaes, tais como: exerccios, textos,
debates, no momento que lhe seja mais eficaz e conveniente. Alm disso, possibilita o
acesso educao de alunos que, por vrios motivos, no poderiam participar de um
curso presencial. Em contrapartida, uma desvantagem que deve ser considerada o uso
excessivo da linguagem escrita.
2.3.2 Modalidade de comunicao sncrona
A comunicao sncrona aquela na qual as mensagens emitidas so
imediatamente recebidas e respondidas. A EAD sncrona requer a participao
simultnea de todos os envolvidos alunos e professores, e tem como vantagem o fato
de a interao ser realizada em tempo real. Ela pode ser realizada, por exemplo, atravs
de TV interativa, de teleconferncia, de videoconferncia e dos bate-papos da Internet.
2.4 Meios de Distribuio de Contedo
As tecnologias disponveis para distribuio de material para Educao a
Distncia so classificadas em quatro grupos: impressos, udio, vdeo e dados.
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2.4.1 Impressos
O impresso considerado um elemento fundamental dos programas de EAD e
inclui livros-texto, guias de estudo, manuais de instruo, ementa do curso e estudos de
caso. Ele apresenta vrias vantagens, entre elas, a facilidade de uso (o material pode ser
usado a qualquer momento e a qualquer hora sem a necessidade de recursos
complementares); a transparncia de contedo (o meio no compete com o contedo no
que diz respeito a manter a ateno do estudante); o controle do material feito pelo
estudante (ele pode focar nas reas que exigem maior ateno); a facilidade em ser
editado e revisado; o custo (tanto para produo quanto para duplicao); o foco do
autor do material no contedo principal e no nas exigncias tcnicas do sistema de
distribuio.
Mas, assim como apresenta vantagens, esse sistema tambm possui limitaes:
viso restrita da realidade (mesmo utilizando ilustraes ou seqncias de fotos
impossvel mostrar adequadamente o movimento); passividade e auto-direo (para que
um curso baseado em impressos tenha sucesso necessrio que o estudante trabalhe sua
motivao e que o projeto de ensino desse curso busque estimul-lo); pouco feedback e
interao; e, finalmente, a dependncia da habilidade do estudante para a leitura.
2.4.2 udio
As ferramentas de udio so to utilizadas por programas de EAD, quanto os
impressos. Contudo, em vez de ler o contedo, o estudante o escuta. As ferramentas de
udio incluem o rdio, as fitas e os CDs de udio, udio sob demanda (udios
previamente gravados e armazenados em um servidor) e so classificadas como
passivas. Incluem ainda as tecnologias interativas do telefone e da audioconferncia
(conferncia que usa apenas udio).
2.4.3 Vdeo
No grupo das ferramentas de vdeo esto inseridas imagens estticas, tais
como: slides, filmes, fitas de vdeo, DVD e TV; e as imagens em tempo real em
combinao com a audioconferncia a chamada videoconferncia. Este grupo inclui,
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tambm, o vdeo sob demanda (vdeos previamente gravados e armazenados em um
servidor).
Os sistemas de videoconferncia possibilitam a comunicao entre grupos de
pessoas independentemente de suas localizaes geogrficas, atravs de udio e vdeo
simultaneamente. Esses sistemas permitem, muitas vezes, que se trabalhe de forma
cooperativa, e se compartilhe informaes e materiais de trabalho sem a necessidade de
locomoo geogrfica.
Tendo como objetivo prover uma nova forma de comunicao entre pessoas
dispersas geograficamente e ocupadas o suficiente para no poderem realizar encontros
pessoais freqentemente, ela adequada especialmente para grupos de trabalho que
encontram dificuldades para realizarem encontros pessoais.
A videoconferncia possibilita, alm das mdias de udio e vdeo envolvidas, a
utilizao de ferramentas de compartilhamento. Essas ferramentas permitem aos
participantes compartilhar, por exemplo, imagens ou documentos. O compartilhamento
acontece atravs da visualizao e tambm pela possibilidade de alterao, pelos
integrantes da sesso em tempo real, dessas imagens ou documentos. (RNP, 2003)
Os sistemas de videoconferncia so muito teis para o ensino a distncia, ao
se ministrar aulas e palestras para escolas em locais remotos. No meio educacional,
escolas, bibliotecas e universidades procuram fazer uso da videoconferncia como uma
ferramenta de apoio em seus projetos de ensino e aprendizagem a distncia. O
compartilhamento de recursos com comunidades distantes; a realizao de experincias
virtuais, quando as reais no so possveis; a possibilidade de trazer aos alunos as
opinies de importantes especialistas atravs de palestras; a aplicao de atividades
conjuntas, como debates e exerccios em grupo, e a perspectiva de trazer uma variedade
de formas novas de aprendizagem, com diversas mdias, so apenas algumas das
vantagens trazidas pelo uso da videoconferncia na educao a distncia
(LEOPOLDINO e MOREIRA, 2001).
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2.4.4 Dados
Uma vez que os computadores enviam e recebem informao na forma digital,
o termo dados utilizado nesta ampla categoria de ferramentas. As aplicaes de
computador utilizadas na educao a distncia e treinamento digital so variadas e
incluem (LIMA, 1999):
Instruo assistida por computador (CAI) - o computador usado como
uma mquina de apresentao de lies individuais. O aluno usa o
computador como uma ferramenta de apoio;
instruo gerenciada por computador (IGC) - o computador usado para
organizar a instruo e registar os progressos do alunos. A educao em si
no necessita ser distribuda por computador (normalmente a IAC
combinada com a IGC);
educao mediada por computador (EDMC) - ao computador esto
associadas aplicaes que permitem a difuso da instruo, como o correio
eletrnico, fax, videoconferncia digital e o uso de aplicaes WWW
(Word Wide Web). Neste grupo, salienta-se a educao /instruo baseada
na Internet (WBE ou IBW).
Ambientes para educao baseada na WEB
Uma das maiores evolues que ocorreram na educao a distncia foi a
possibilidade de utilizao da Internet como ferramenta para facilitar e difundir o ensino
e a aprendizagem. A educao baseada na Web utiliza-se da Internet para difundir
contedos com recursos didticos previamente organizados, bem como para criar
interatividade entre alunos e orientadores. Possibilitando, assim, a construo de
conhecimentos bastante amplos, disponibilizando contedos, para alunos em qualquer
parte do mundo, de maneira muito mais rpida do que os mtodos tradicionais de
ensino.
Atualmente existe uma grande quantidade de tecnologias para Educao
Baseada na Web compostas por um conjunto de ferramentas, ou componentes, para
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desenvolver cursos interativos. Essas tecnologias criam ambientes onde os professores e
alunos interagem, recebem e enviam informaes, assistem s aulas, e ampliam seu
conhecimento. Existem diversos ferramentas para EAD na Web, como Topclass
(TOPCLASS, 2003), Virtual-U (Virtual-U, 2003), WebCT (WEBCT, 2001), Aulanet
(Lucena, 1999), Eureka (EBERSPCHER, 1999) e TelEduc (TELEDUC, 2002).
A Tabela 2.3 apresenta uma sntese com alguns meios de distribuio, suas
vantagens e desvantagens.
Tabela 2-3 - Tipo de mdia, vantagens e desvantagens (MOTA, 2003)
Meio Vantagens Desvantagens
Material impresso Baixo custo, portvel, bom nvel de conforto, disponvel para leitura.
Sem interatividade, nvel sensorial limitado, requer interpretao.
E-mail de voz Baixo custo, facilidade de uso, alguma interao.
Limitao tecnolgica no tamanho, sem efeitos visuais, pode ter custos adicionais.
Fita cassete Baixssimo custo, facilmente acessvel, facilmente duplicvel. Sem interao, sem efeitos visuais.
Audioconferncia Baixo custo, facilmente acessvel. Sem interao, sem efeitos visuais.
E-mail Baixssimo custo, flexvel, permite interatividade e convenincia.
Requer o uso de computador, incompatibilidade entre programas de e-mail.
Bate-papo online Interao em tempo real, feedback instantneo.
Requer programa de bate-papo similar, precisa ser agendado, requer o uso de computador.
Pginas Web Pode incorporar multimdia, acesso mundial, interatividade.
Requer o uso de computador, requer acesso WEB de boa qualidade /velocidade.
Fitas de vdeo
Baixo custo, facilmente acessvel, facilmente duplicvel, elementos audiovisuais incorporados.
Complexidade de gravao, sem interatividade, requer o uso de videocassete e TV/Projetor.
Teleconferncia por Satlite
Altssimo nvel de realismo, pode ser interativa.
Alto custo dos equipamentos, precisa ser agendada, usualmente one-way.
Videoconferncia por rdio (microondas)
Altssimo nvel de realismo, pode ser interativa, relativamente barato.
Precisa ser agendada, cobertura limitada.
TV a cabo/ Broadcast
Fcil de usar, facilmente acessvel, pode ser gravado para uso futuro.
Alto custo de produo, requer equipamento especial, sem interao.
O tipo de tecnologia usada tem um papel importante, mas no deve ser o foco
de um programa de educao a distncia. Neste tipo de programa necessrio focalizar
os resultados pretendidos e obtidos por aqueles que aspiram adquirir novas
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competncias. Toda a ateno deve ser concentrada em razo dos contedos e das
restries impostas pelo fato de no haver um contato presencial entre o aluno e o
professor. Este fator leva muitas vezes adoo de solues mistas, ou seja, de solues
integradas e especficas para cada caso. Abaixo so listados alguns exemplos:
uso de meios impressos para fornecer o contedo na forma de manuais,
textos de apoio e planificaes;
uso de udio interativo ou videoconferncia para suprir a falta de contato
fsico (tambm pode ser utilizado como meio de apresentar convidados e
oradores a uma platia a um custo reduzido em relao a quanto poderia
custar uma conferncia ou seminrio);
uso do vdeo poder servir como meio de divulgao de palestras, aulas ou
documentrios orientados, previamente gravados;
a conferncia por computador, quer utilizando correio eletrnico por listas
de distribuio, quer ainda utilizando servios de dilogo e de conferncia
(tais como os servidores de IRC), poder ser o meio utilizado na troca de
mensagens, divulgao da evoluo, das experincias e das dificuldades
sentidas, permitindo, tambm, a interao entre alunos e entre aluno(s) e
professor(es). Se houver largura de banda poder ser tambm utilizada
para a realizao de videoconferncia.
2.5 Modelos de EAD
NETO (2002) classifica as formas mais difundidas de EAD como modelos, a
partir da proposta do professor Gilbert Paquette (1998). Os modelos propostos so
cinco, e so apresentados sob a perspectiva do grau de interatividade entre os agentes e
das mdias utilizadas. So eles: a sala de aula virtual, as mdias educacionais, a Internet
educativa, a rede colaborativa e o sistema de suporte integral.
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2.5.1 A sala de aula virtual
A sala de aula virtual a forma tomada pela escola sem paredes. Os alunos e o
professor esto separados espacialmente, porm no temporalmente. A forma de
comunicao sncrona, com utilizao de recursos tecnolgicos voltados
principalmente para a transmisso de imagem e som do local onde se encontra o
professor para os locais onde se encontram os alunos (videoconferncia). Os recursos
que podem ser tambm utilizados pelo professor so recursos multimdia, tais como
scanner, cmera documental, videocassete, computador com software de apresentao e
outros.
Essa riqueza de estmulos no gera, necessariamente, aulas mais participativas
ou mais interao entre professores e alunos. Em primeiro lugar porque mdias, como a
televiso, no so em si meios que incentivem e permitam a interatividade. No entanto,
mesmo com a utilizao de meios potencialmente mais interativos, como a
videoconferncia, as trocas comunicativas podem permanecer restritas, dependendo
muito da conduo da aula pelo professor.
2.5.2 As mdias educativas
Proveniente dos tempos dos cursos por correspondncia o mais conhecido
modelo de educao a distncia. Alunos e professores esto separados no tempo e no
espao. As formas assncronas constituem o padro comunicativo central desse modelo.
Por meio de um suporte fsico, a aula chega at o aluno - seja uma carta, uma apostila,
uma fita de udio ou de vdeo, um CD-ROM, ou outro qualquer outro meio.
A interatividade limitada ao que o prprio material permite. O contato
humano, quando ofertado, normalmente realizado por intermdio de outras mdias,
como carta, telefone direto, linhas 0-800, fax, e-mail. CD-ROMs, disquetes,
videocassetes e textos impressos so as mdias mais empregadas neste modelo.
2.5.3 A Internet educacional
A Internet educacional uma forma cada vez mais difundida de educao a
distncia. Modelo baseado na estao de trabalho do aluno, ligada grande rede, ele
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engloba a oferta de cursos pela Internet, de diversos nveis e sobre os mais variados
assuntos. O aluno constri o seu currculo, matriculando-se nos cursos on-line aos quais
tiver acesso, pesquisando, navegando, aprendendo na medida do seu esforo e
dedicao.
Tutoria ou orientao distncia ofertada em certas ocasies, geralmente de
forma assncrona. O aluno consulta listas de FAQs, e comunica-se com o tutor e/ou
colegas usando geralmente o correio eletrnico. Como benefcios maiores desse
modelo, podemos relacionar:
distribuio fcil, rpida, abrangente, comparativamente barata;
linguagem multimiditica, com mltiplos estmulos (havendo largura de
banda disponvel);
possibilidade de graus maiores de interao do que nas mdias educativas
clssicas;
acesso ampliado informao.
2.5.4 A rede colaborativa
Este modelo busca formas mais interativas e cooperadas, nas quais alunos e
professores estejam engajados em tarefas comuns, mesmo que separados no espao e,
em muitos casos, tambm temporalmente. A aprendizagem colaborativa a base sobre a
qual so propostas as tarefas, desafios e problemas a superar. Um ambiente interativo
fornece as ferramentas e recursos necessrios para que alunos e professores colaborem,
somem foras e realizem as aes propostas.
Os recursos so as redes locais ou a prpria Internet, que servem de meio para
as trocas comunicativas entre os agentes da aprendizagem. Textos, imagens e materiais
multimdia podem ser utilizados como suporte para os contedos, mas o modelo
privilegia mais a interao e a colaborao do que o auto-ensino centrado em cursos
prontos.
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Ambientes como WebCT (WEBCT, 2001), Blackboard (BLACKBOARD,
2003), AulaNet (AULANET, 2003) e Eureka (EUREKA, 2003) so exemplos de
recursos desse modelo, desde que os professores no utilizem esses recursos para
mandar recados para seus alunos (mural digital), para "passar" tarefas e para receber
trabalhos pela rede (escaninho eletrnico). A interao, colaborao e cooperao que o
modelo permite devem ser exploradas.
2.5.5 O sistema de suporte integral
Proposto pela TlUniversit de Qubec (PAQUETTE, 1998), este modelo
leva ao limite a idia de que o responsvel pela aprendizagem o prprio aluno, e que,
para que ele possa obter os melhores resultados de que capaz, deve contar com um
sistema de apoio integral e permanente.
A equipe de professores, tutores e instrutores devem observar o procedimento e
as atividades executadas pelos alunos, e cabe a eles a tarefas de trazer informaes,
indicar caminhos, oferecer apoio, motivar indivduos e grupos, incentivar a colaborao
e a participao, sempre visando o melhor rendimento possvel na medida das
capacidades e das condies de cada aluno, assim como da interao do, e entre o,
grupo. Alm disso, os alunos devem ter acesso a todos os recursos e suporte de que
necessitam, quando for o momento certo (just-in-time), da maneira mais adequada
maneira e ritmo de aprendizagem e aos interesses de cada um (just-for-me) e do grupo
(just-for-all). instituio cabe conceber e disponibilizar a estrutura de suporte integral
de modo a atender estas trs necessidades.
2.6 Concluso
NUNES (1994) coloca a educao a distncia como um recurso de incalculvel
importncia - um modo apropriado para atender a grandes contingentes de alunos de
forma mais efetiva que outras modalidades, e sem riscos de reduzir a qualidade dos
servios oferecidos em decorrncia da ampliao da clientela atendida.
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Ao educador compete selecionar as solues colocadas ao seu dispor pelas
muitas tecnologias, de forma a completar as necessidades dos alunos de uma forma
eficaz e economicamente vivel. Todos os programas de educao a distncia devero
ser cuidadosamente planejados e orientados para a compreenso e satisfao das
necessidades do aluno. S ento que a tecnologia deve ser selecionada. sabido que a
educao a distncia no obra do acaso: fruto de uma evoluo de trabalho dedicado,
do esforo de indivduos e organizaes que, ao longo dos anos, foram refinando os
processos utilizados (LIMA, 1999).
O objetivo desta dissertao propor uma arquitetura de Biblioteca Digital de
Aulas (coleo de vdeos didticos), com o intuito de reunir informaes que possam
fazer parte da construo do conhecimento e que permitir a recuperao e a
reusabilidade do material digitalizado e armazenado, podendo contribuir, dessa maneira,
para manter a flexibilidade da EAD. Um dos requisitos importantes desta arquitetura a
definio de metadados associados aos vdeos e disciplinas. No prximo captulo sero
apresentados alguns padres de metadados.
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CAPTULO 3 MODELOS DE METADADOS
Metadados so definidos como informaes sobre informao, so dados que
descrevem dados mais complexos (W3C, 1998). Um registro de metadado consiste em
um conjunto de atributos, ou elementos, necessrio para descrever o recurso em
questo.
Embora o conceito de metadado anteceda a Internet e a Web, mundialmente o
interesse por padres de metadados e suas aplicaes explodiram com o aumento de
publicaes eletrnicas e de bibliotecas digitais, e com a concomitante "sobrecarga de
informaes", resultando em uma vasta quantidade de dados digitais no diferenciados,
disponvel on-line (DCMI, 2001).
O uso de padres para definir e catalogar metadados torna a busca por esses
recursos mais precisa, a sua administrao mais simples e o seu compartilhamento mais
eficiente, sendo um meio que pode ajudar a resolver as dificuldades que envolvem a
pesquisa, o gerenciamento e a reusabilidade desses objetos. Esse conjunto de benefcios
motivou o surgimento de vrios padres de metadados, alguns direcionados a um
domnio especfico do conhecimento e outros pretendendo ter uma forma neutra, sem
descrever uma rea de aplicao particular. So exemplos de padres de metadados o
Dublin Core (DCMI, 2003), RFC (W3C, 1999), LOM (IEEE/LTSC, 2002) e MPEG-7
(MPEG-7, 2003).
No contexto de bibliotecas digitais, a aplicabilidade de padres de metadados
tem sido til na catalogao dos objetos e tem se mostrado eficiente na elaborao e
obteno dos resultados de uma consulta e, principalmente, garantindo a
interoperabilidade entre bibliotecas digitais.
O objetivo deste captulo apresentar alguns padres de metadados com o
propsito de conhecer suas caractersticas principais e de maior relevncia.
Possibilitando, desta forma, a escolha do padro que mais se adequar aos requisitos
definidos para a biblioteca digital de aula, a quem se dirige esta pesquisa.
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3.1 Padro IEEE 1484.12.1 (Learning Objects Metadata - LOM)
Desenvolvido pelo IEEE LTSC Working Group (IEEE/LTSC, 2002), o
esquema LOM uma das abordagens de metadados mais promissora atualmente para
descrever recursos educacionais. Para este padro, um objeto educacional definido
como qualquer entidade-digital ou no digital que pode ser usado para aprender, educar
ou treinar.
Os metadados que descrevem estes objetos so definidos em termos de
propriedades e valores. Cada objeto possui um conjunto de propriedades a ele
relacionadas, como: ttulo, data de criao, etc. Uma instncia especfica deste objeto
possui valores para cada propriedade.
A fim de padronizar as propriedades que descrevem cada objeto educacional,
promovendo desta forma um amplo intercmbio dos mesmos, as especificaes definem
esquemas (schemes). Os esquemas so estruturas hierrquicas que determinam quais so
as propriedades associadas a um objeto educacional, especificando, para cada uma, o
seu tipo, domnio e obrigatoriedade. O padro do IEEE montado sobre um esquema
bastante genrico, denominado esquema bsico, cujo princpio reunir os principais
elementos comuns entre os objetos educacionais.
O esquema LOM tem vrias caractersticas: 1) permite a diversidade lingstica
dos objetos educacionais e das instncias de metadados que os descrevem; 2) separao
do modelo semntico e suas ligaes; 3) descrio consistente assegurada pelos
vocabulrios indicados de alguns elementos do metadado; 4) mecanismo de extenso
adaptvel para localizao (SHEN, 2002).
O padro no define como um sistema tecnolgico de aprendizagem representa
ou usa os metadados para um objeto educacional. Por exemplo, no diz que a
representao desses metadados deve ser feita em XML ou em qualquer outra
linguagem.
A finalidade deste padro facilitar a busca, a avaliao, a aquisio e o uso de
objetos educacionais, por alunos, instrutores ou processos de software automatizados.
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22
Outro objetivo facilitar o compartilhamento, a troca e a reusabilidade dos objetos
educacionais.
3.1.1 Categorias e Atributos do LOM
A norma especifica 9 (nove) categorias, que agrupam vrios atributos, para a
descrio de um objeto educacional. Cada uma delas relativamente independente e
caracteriza o recurso atravs de um aspecto distinto. Uma estrutura de metadados pode
no conter todos os atributos e estar em conformidade com a norma, j que a utilizao
de atributos opcional (IEEE/LTSC, 2002). As categorias que fazem parte do esquema
bsico LOMv1.0 so apresentadas a seguir .
Geral - agrupa a informao geral que descreve o objeto educacional como
um todo. Os metadados desta categoria so os seguintes: Identifier, Title,
Catalog Entry, Catalog, Entry, Language, Description, Keywords, Coverage,
Structure, e Aggregation level.
Ciclo de vida - agrupa as caractersticas relacionadas histria e ao estado
corrente deste objeto educacional e como este objeto foi afetado durante sua
evoluo. Os metadados desta categoria so: Version, Status, Contribute,
Role, Entity, Date.
Meta-metadado - agrupa informaes sobre a prpria instncia do metadado
(em lugar do objeto educacional que a instncia do metadado descreve).
Seus metadados so: Identifier, Catalog, Catalog, Entry, Contribute, Role,
EntitytDate, Metadata Squema, Language.
Tcnica - agrupa as exigncias e caractersticas tcnicas do objeto
educacional. Os metadados desta categoria so os seguintes: Format, Size,
Location, Requirements, Type, Name, Minimum Version, Maximum
version, Instalattion Remarks, Other Plataform requirements, Duration.
Educacional - agrupa as caractersticas educacionais e pedaggicas do objeto
educacional. O conjunto de seus metadados formado por: Interactivity
Type, Learning Resource Type, Interactivity level, Semantic density,
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Intended End User Role, Context, Typical Age Range, Difficulty, Typical
Learning Time, Description, Language.
Direitos - agrupa os direitos de propriedade intelectual e condies de uso
para o objeto educacional. Os metadados desta categoria so: Cost, Copyright
and others restrictions, Description.
Relao - agrupa caractersticas que definem a relao entre o objeto
educacional e outros objetos educacionais correlacionados. Seus metadados
so: Kind, Resource, Identifier, Description, Catalog Entry.
Anotao - prov comentrios do uso educacional do objeto educacional e
prov informao de quando e por quem foram criados os comentrios. Os
metadados desta categoria so: Person, Description, Date.
Classificao - descreve este objeto educacional em relao a um sistema
particular de classificao. O conjunto de seus metadados formado por:
Purpose, Taxon Path, Source, Taxon, Id, Entry, Description, Keywords.
3.2 O Padro Dublin Core (DC)
A Dublin Core Metadata Initiative (DCMI, 2003) uma organizao dedicada
a promover a adoo comum de padres de metadado interoperveis e promover o
desenvolvimento de vocabulrios especializados de metadados para descrever recursos
que possibilitem sistemas de descoberta de recurso mais inteligentes.
O padro de metadados Dublin Core pode ser definido como sendo um
conjunto de elementos de metadados planejado para facilitar a descrio de recursos
eletrnicos. a catalogao do dado ou descrio do recurso eletrnico. Originalmente
concebido para descrio de autoria de recursos da Web, chamou a ateno de
comunidades de descrio de recurso formais, como museus, bibliotecas, agncias de
governo e organizaes comerciais. O padro Dublin Core inclui quinze elementos, cuja
semntica foi estabelecida por consenso por um grupo internacional multidisciplinar.
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24
A expectativa a de que autores sem conhecimento de catalogao sejam
capazes de usar o Dublin Core para descrio de recursos eletrnicos, tornando suas
colees mais visveis por agentes de busca e sistemas de recuperao. desta
necessidade de padronizar os metadados descritivos que o Dublin Core trata.
As principais caractersticas do padro Dublin Core so:
Simplicidade: o conjunto de elementos simples de ser entendido, podendo
ser usado tanto por leigos quanto por especialistas em descrio de
recursos.
Interoperabilidade semntica: os elementos podem ser utilizados para
descrever recursos de diversas reas de conhecimento. Tal facilidade
permite que sejam realizadas pesquisas sem se importar com especificidade
dos diversos campos de conhecimento.
Consenso internacional: o padro Dublin Core vem sido utilizado em
projetos em cerca de 20 pases.
Facilidade de extenso: Dublin Core foi desenvolvido tendo em vista
facilitar comunidades de diversas reas do conhecimento estender seu
conjunto bsico de metadados.
Muitos mtodos diferentes podem ser usados para registrar ou transferir
Metadados Dublin Core. Mtodos comuns incluem HTML, XML, RDF e bancos de
dados relacionais.
3.2.1 Metadados Dublin Core
Os 15 elementos que compe o conjunto DC usados para descrever um
recurso, e suas respectivas descries, podem ser vistos na Tabela 3.1.
Todos os elementos relacionados so opcionais ao descrever um recurso. Alm
disso, no h restrio ao nmero de vezes que cada elemento pode ser utilizado ao
descrever um recurso, nem quanto ao tamanho do valor de cada elemento.
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25
Tabela 3-1 - Conjunto de Elementos Dublin Core
Elemento Descrio Ttulo Um ttulo dado ao recurso Criador Uma entidade principal responsvel pela elaborao do contedo do recurso Assunto Assunto referente ao contedo do recurso Descrio Uma descrio sobre o contedo do recurso Editor A instituio responsvel pela difuso do recurso Contribuinte Uma entidade responsvel pela contribuio ao contedo do recurso Data Data associada com um evento no ciclo de vida do recurso Tipo A natureza ou gnero do contedo do recurso Formato Manifestao fsica ou digital do recurso Identificao Identificao no ambgua do recurso dentro de um determinado contexto Fonte Uma referncia para um outro recurso o qual o presente recurso derivado Idioma Idioma do contedo intelectual do recurso Relao Uma referncia a um outro recurso relacionado Cobertura A extenso ou cobertura espao temporal do contedo do recurso Direitos Informaes sobre os direitos do recurso e seu uso
O Dublin Core dividido em duas classes de termos: os elementos (nomes) e
os qualificadores (adjetivos), que so associados na descrio de um recurso. A Tabela
3.2 apresenta os elementos Dublin Core relacionados aos seus qualificadores, esquemas
de refinamento e de codificao.
Os elementos bsicos Dublin Core so organizados em trs categorias:
contedo, propriedade intelectual e instanciao (DCMI, 2001). J os qualificadores so
organizados em duas classes: elementos de refinamento e esquemas de codificao. Os
elementos de refinamento so responsveis pelo detalhamento do significado, enquanto
os esquemas de codificao adicionam valores interpretao de cada elemento.
O padro Dublin Core possui um grupo de trabalho chamado DCMI Education
Working Group (DCMES, 2002) que tem como objetivos a discusso e o
desenvolvimento de propostas para o uso de metadados Dublin Core na descrio de
recursos educacionais. O escopo do trabalho inclui recursos educacionais aplicvel para
vrias comunidades educacionais. Este grupo tem trabalhado no desenvolvimento de
qualificadores para o DCMES, no domnio de elementos especficos, em qualificadores
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de elemento e qualificadores de valor para descrever materiais educacionais com o
propsito de melhorar o descobrimento de recursos.
Tabela 3-2 - Elementos e qualificadores do conjunto DC
Qualificadores Elementos Elementos de
Refinamento Elementos de Codificao
Espacial
DCMI Point ISSO 3166 DCMI Box TGN
Contexto
Temporal DCMI Period, W3C-DFT Tabela de Contedos - Descrio Resumo -
Tipo - DCMI Type Vocabulary
Relao
Is Version Of Has Version Is Replaced By Replaces Is Required By Requires Is Part Of Has Part Is Referenced By References Is Format Of Has Format
URI
Origem - -
Assunto - LCSH, MeSH DDC, LCC,UDC
Contedo
Ttulo Alternativo - Contribuio - - Criao - - Publicao - -
Propriedade Intelectual
Direitos - -
Data
Created Valid Available Issued Modified
DCMI Period W3C-DTF
Extenso - Formato Mdio IMT Identificao - URI
Instanciao
Linguagem - ISO 639-2, RFC 1766
-
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3.3 RDF (Resource Description Framework)
O RDF foi criado pela World Wide Web Consortium (W3C, 1999) para definir
uma padronizao de representao e de uso de metadados na Web. O propsito
fornecer meios para possibilitar a interoperabilidade entre aplicaes na Web,
permitindo que a troca de informao seja entendida diretamente pelas mquinas. uma
infra-estrutura que possibilita a codificao, troca e reuso de metadados estruturados.
O RDF pode ser utilizado em vrios tipos de aplicaes, como mquinas de
busca, bibliotecas digitais, aplicaes cujo objetivo seja compartilhar e fazer
intercmbio de bases de conhecimento, aplicaes ligadas ao comrcio eletrnico. Ele
define um mecanismo para descrever recursos na Web de uma forma neutra, sem
descrever uma rea de aplicao particular ou de um domnio de conhecimento
(W3C/RDF, 1999). Mas prov a habilidade para que estas comunidades definam
elementos de metadados conforme as suas necessidades.
O padro XML - eXtended Meta Language (XML, 2003) usado como
sintaxe para a codificao do RDF. A sintaxe de XML fornece independncia do
fabricante, extensibilidade ao usurio, validao, legibilidade humana, e a habilidade
para representar estruturas complexas. O formato XML foi idealizado para representar
informaes associadas como pares, onde temos, sob uma viso simplificada, uma
estrutura baseada em termo e valor. Por exemplo, um autor (termo) possui um nome
(valor) (MOULTIS e KIRK, 2000). J o RDF representa as informaes em forma de
triplas, formadas por termo; valor (metadados); e documento ao qual se refere (HJELM,
2001).
3.3.1 Componentes do RDF
So trs os componentes do RDF: o modelo de dados; a sintaxe para
intercmbio de metadados; e o esquema.
Modelos de Dados
O modelo de dados RDF composto por trs tipos de objetos: recursos,
propriedades e declaraes. Um recurso o que ser descrito por uma sentena RDF.
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Todo recurso identificado por um URI (Uniform Resource Identifier, incluindo a o
Uniform Resource Locator URL). Uma propriedade qualquer caracterstica
utilizada para descrever um recurso. Uma declarao formada por um recurso, uma
propriedade e um valor para a propriedade daquele recurso. Esses trs elementos so
descritos com mais detalhes a seguir.
Recursos: pode ser uma pgina da Web, um website inteiro ou parte deste.
Pode ser tambm um objeto no acessvel via Web, como um livro, uma
revista ou um CD. Recursos so sempre especificados por URIs.
Propriedades: so aspectos, caractersticas, atributos ou relaes especficas
usadas para descrever um recurso. Cada propriedade possui um significado
especfico que permite definir os valores permitidos, os tipos de recursos que
ela descreve e seus relacionamentos com outras propriedades.
Declaraes (triplas): uma declarao um recurso especfico com uma
propriedade definida mais o valor desta propriedade. Podemos dizer que uma
declarao um recurso, mais as propriedades desse recurso e mais o valor
dessas propriedades. Essas trs partes individuais so chamadas
respectivamente de sujeito, predicado e objeto. Uma tripla possui a seguinte
forma: < sujeito, predicado, objeto >
O significado de uma tripla pode ser resumido como o recurso (sujeito) possui
a propriedade (predicado) com este valor (objeto). Um valor ou objeto pode ser tanto
um outro recurso quanto um tipo primitivo definido por XML. Por exemplo, a tripla
teria o significado: Joo Silva o criador da pgina http://www.instituicao.edu.br/~jsilva.
importante observar que um recurso pode ter mais de um valor para uma
dada propriedade. Por exemplo, suponha que o indivduo X e o indivduo Y tenham
construdo a pgina http://pagina.com.br/. A existncia de duas triplas em um
documento RDF, como mostra o exemplo, aceitvel:
e .
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29
Sintaxe para Intercmbio de Metadados
O modelo de dados RDF fornece uma estrutura conceitual e abstrata para
definir metadados. No entanto, para a criao e intercmbio de metadados uma sintaxe
concreta necessria.
Para evitar confuses entre independentes e, possivelmente, definies
conflitantes do mesmo termo, o RDF usa a facilidade de namespace XML (W3C/RDF,
1999). Namespaces so simplesmente um modo para amarrar um uso especfico de uma
palavra dentro de um contexto, para o esquema onde a definio pretendida ser
encontrada.
Um namespace uma coleo de nomes, identificadas por uma referncia URI,
que so usadas em documentos XML como, por exemplo, tipos de elementos e nomes
de atributos. Namespaces XML tambm so utilizados para associar cada propriedade
ao esquema que a define. Em RDF, cada predicado usado em uma declarao deve ser
identificado com exatamente um namespace ou schema.
Existem duas sintaxes XML para codificar uma instncia do modelo de dados:
a sintaxe de serializao e a sintaxe abreviada. A sintaxe de serializao mostra
claramente a estrutura de um modelo RDF, e a sintaxe abreviada fornece uma forma
mais compacta de representar o modelo de dados. Espera-se que os interpretadores RDF
implementem ambas as sintaxes e os autores de metadados estejam livres para utiliz-
las e combin-las.
Os tipos de representaes das sentenas RDF so trs: grafo, triplas e
representao XML.
O modelo de dados baseado em grafos consiste de ns e arcos, onde os ns
correspondem a objetos ou recursos e os arcos a propriedades desses objetos. Nesta
representao um grafo direcionado vai do nodo sujeito para o nodo objeto e o arco tem
o nome da propriedade. Um recurso representado graficamente por uma elipse,
enquanto um terminal representado por um retngulo.
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Para exemplificar usaremos as sentenas - Joo Silva o criador da pgina
http://www.instituicao.edu.br/~jsilva.; e indivduo X e o indivduo Y so criadores da
pgina http://pagina.com.br/, ilustradas nas Figuras 3.1 e 3.2.
Figura 3-1 - Representao usando grafo para sentena RDF
Figura 3-2 - Uso de grafo para sentenas RDF com dois predicados
Uma tripla pode ser representada conforme mostra a Tabela 3.3.
Tabela 3-3 - Representao usando tripla para sentena RDF
Sujeito (Recurso) Predicado (Propriedade) Objeto
http://www.instituicao.edu.br/~jsilva Criador Joo Silva
Nas Figuras 3.3 e 3.4 so apresentadas as representaes do exemplo usando a
sintaxe RDF/XML e usando a sintaxe de um documento XML completo.
Figura 3-3 - Sentena escrita em sintaxe RDF/XML
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Figura 3-4- Documento XML completo
Esquema RDF
O modelo de dados RDF define um modelo simples para descrever inter-
relacionamentos entre recursos em termos de propriedades e valores, mas no fornece
mecanismos para definir as propriedades (por exemplo, ttulo, autor, tamanho, cor, etc.),
para definir os relacionamentos entre as propriedades e recursos, e nem para definir os
tipos de recursos sendo descritos (por exemplo: livros, pginas Web, pessoas, etc.). Esse
o papel do Esquema RDF (W3C, 2001).
Esquemas RDF podem ser comparados a Definies de Tipo de Documento
XML (DTDs) e Esquemas XML. Diferente de um DTD ou Esquema XML, que
fornecem restries sobre a estrutura de um documento XML, um Esquema RDF
fornece informao sobre a interpretao das sentenas em um modelo de dados RDF
(IZEKI, 2001). Em RDF um domnio de conhecimento definido via um Esquema RDF
(W3C/RDF, 1999). Portanto, em um esquema RDF que definida a semntica e as
caractersticas de uma propriedade. Uma aplicao que crie metadados em RDF, e
outra, que utilize estes metadados, deve utilizar o mesmo esquema para um
funcionamento adequado.
3.4 MPEG-7
O MPEG-7 (MPEG-7, 2001) um padro que descreve caractersticas de
contedo multimdia. Ele prov um conjunto rico de elementos para descrio de
objetos audiovisuais (AV). Este padro no visa atender uma aplicao especifica, mas
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sim suportar diferentes escopos de aplicaes. A meta do MPEG-7 permitir
interoperabilidade na busca, indexao, filtragem e acesso de contedo audiovisual,
atravs da interoperabilidade nos recursos e aplicaes que manipulam esse contedo.
A descrio de objetos audiovisuais do MPEG-7 est baseada em:
Catlogo - por exemplo, ttulo, criador, direitos;
Semntica - informao sobre objetos e eventos (por exemplo - quem, o
que, quando, onde);
Estrutura - caractersticas de contedo e influncias de dados AV em
representao de dados AV definida em MPEG-1, 2 e 4 (por exemplo, o
histograma de cor - medida da quantia de cor associada com uma imagem
ou, o timbre de um instrumento gravado) (MPEG-7, 2001).
O MPEG-7 oferece um conjunto de ferramentas para descrio de contedo
audiovisual conhecido como Description Tools isto , metadados, sua estrutura e
seus relacionamentos. Estas ferramentas para descrio so definidas pelo padro na
forma de descritores (Descriptors) e esquemas de descrio (Description Schemes -
DS). Elas servem para criar descries, que compreendem um conjunto de instncias
para esquemas de descrio e seus descritores correspondentes.
As ferramentas de descrio so a forma bsica para aplicaes e permitem o
acesso eficaz e eficiente aos recursos multimdia (busca, filtragem e navegao). O
MPEG-7 permite granularidade em suas descries, oferecendo a possibilidade de
diferentes nveis para discriminao da informao.
O padro MPEG-7 pode ser subdivido nas seguintes partes:
MPEG-7 Systems (parte 1) - formato binrio para codificao das
descries MPEG -7 e da arquitetura final.
MPEG-7 Description Definition Language (parte 2) - linguagem para
sintaxe dos elementos MPEG-7.
MPEG-7 Visual (parte 3) - Description Tools apenas para descries
visuais.
MPEG-7 udio (parte 4) - Description Tools apenas para descries de
udio.
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MPEG-7 Multimedia Description Schemes (MDS) (parte 5) - Description
Tools para descries multimdia e caractersticas genricas.
MPEG-7 Reference Software (parte 6) - o software que implementa
algumas partes relevantes do padro j em situao normativa.
MPEG-7 Conformance (parte 7) - guidelines e procedimentos para teste de
conformidade com o MPEG 7.
MPEG-7 Extraction and use of descriptions material informativo
(Technical Report) sobre a extrao e utilizao de alguns Description
Tools. (ISO/IEC, 2002)
3.4.1 Esquemas de Descrio Multimdia (MDS)
As ferramentas para descrio - Ds e DSs, que compem o Esquemas de
Descrio Multimdia (MDS), so estruturadas principalmente com base na
funcionalidade que elas provem. Um resumo dessa estrutura mostrado na Figura 3.5
e, logo aps, seus principais componentes so apresentados.
Figura 3-5 - Resumo do Esquema de Descrio Multimdia, (MPEG-7, 2003)
Principais componentes do MDS
a) Gerenciamento do Contedo o recurso utilizado para descrever o
gerenciamento do contedo audiovisual. Esta informao geralmente no percebida na
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apresentao do contedo, mas importante para grande maioria das aplicaes. So
informaes como:
Criao e Produo: contm informaes que descrevem a criao e
produo do contedo. Este item inclui caractersticas como: ttulo, criador,
classificao, e propsito da criao.
Uso: contm informao relacionada ao uso do contedo; caractersticas
tpicas envolvem direitos dos proprietrios, direito de acesso, publicao, e
informao financeira. Estas informaes podem estar sujeitas a mudanas
durante a vida do contedo de AV.
Mdia: contm a descrio do tipo de mdia de armazenamento; inclui
caractersticas como o formato de armazenamento, a codificao do contedo
de AV, e elementos para a identificao das mdias. possvel descrever
vrios exemplos de mdia de armazenamento para o mesmo contedo de AV.
b) Descrio do Contedo descreve as informaes que podem ser
percebidas no contedo. Esta descrio pode ser feita sob o ponto de vista estrutural e
conceitual.
Aspectos estruturais: contm a descrio do contedo AV do ponto de vista
de sua estrutura. A descrio baseada em segmentos (Segment DS) que
representam componentes fsicos, de espao, de tempo ou espao-temporais
de cada particionamento do contedo AV. Ele pode descrever a estrutura do
contedo audiovisual atravs de uma decomposio hierrquica, resultando
em uma rvore de segmentos. Alm disso, o SegmentRelation DS descreve
relaes adicionais entre segmentos e permite a criao de grficos. O
Segmento DS forma o tipo bsico de diferentes segmentos especializados,
como segmentos de udio, segmentos de vdeo, segmentos audiovisuais,
regies de movimento e regies imveis. Como resultado um segmento pode
ter propriedades temporais e/ou espaciais. Por exemplo, o AudioSegment DS
descreve um intervalo temporal em uma seqncia de udio. O
VideoSegment DS descreve um conjunto de frames de vdeo (Figuras 3.6 e
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35
3.7). O AudioVisualSegment descreve uma combinao de informao de
udio e vdeo como um vdeo com udio sincronizado. O StillRegion DS
descreve uma regio de uma imagem ou de um frame em um vdeo.
Finalmente, o MovingRegion DS descreve uma regio de movimento em
uma seqncia de vdeo.
Figura 3-6 - Descrio resumida das caractersticas de um vdeo
Figura 3-7- Trecho de descrio MPEG-7 usando VideoSegment
Aspectos conceituais: contm uma descrio do contedo de AV do ponto
de vista de suas noes conceituais. Nessa abordagem a nfase no
descrever o segmento, e sim os eventos, objetos, narraes, conceitos e
abstraes relacionados ao contedo. Para tanto, so utilizados rvores ou
grafos, onde os ns representam os conceitos da aplicao. (MPEG-7, 2001)
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c) Elementos Bsicos - Considerados os blocos de construo dos esquemas de
descrio. O MPEG-7 prov um conjunto de ferramentas para composio dos
esquemas que ajudam na formatao, empacotamento e anotao desses esquemas. Os
elementos bsicos so as ferramentas para o esquema, tipos de dados bsicos,
localizao de links e mdias e ferramentas bsicas. Os esquemas podem ser descritos
como unidades estruturadas, onde os nveis superiores indicam o elemento raiz e, em
seguida, as descries das caractersticas especficas (como tipo de mdia ou uma
funo relacionada ao gerenciamento). Contudo, esquemas tambm podem ser descritos
atravs de outros esquemas e, nesse caso, no apresentarem uma descrio semntica
MPEG-7 completa. Os tipos de dados bsicos provem um conjunto de tipos de dados
estendidos e estruturas matemticas utilizadas nas DSs.
d) Acesso e Navegao Os recursos utilizados para facilitar a navegao e o
acesso so: sumrios, vises e variaes. Os sumrios fornecem uma viso semntica
resumida do contedo AV, e podem ser acessados/navegados de forma seqencial e
hierrquica. As vises descrevem os sinais do contedo AV em funo do domnio de
freqncia e de espao, no intuito de permitir multiresoluo e retorno progressivo. As
variaes definem as relaes entre os diferentes programas que manipulam contedo
AV.
e) Organizao do Contedo A organizao do contedo dada em funo
de dois DSs: um DS para colees e outro para o modelo. O DS de colees inclui
ferramentas para descrever as colees de material AV, as descries das colees deste
contedo, conceitos semnticos das colees, colees compostas (contedo, descries
e conceitos) e a organizao estrutural dessas colees (relaes). O modelo DS envolve
modelos parametrizados, ou seja, DSs de modelos probabilsticos e analticos.
f) Interao com o Usurio Estes DSs descrevem as preferncias dos usurios
para consumir o contedo AV, envolvendo a descrio de diferentes perfis para
consumo do contedo em diferentes modelos de navegao. A interao com o usurio
tambm deve descrever um histrico da interao (usage history), onde o DSs descreve
as aes executadas pelo usurio no sistema multimdia (TAVARES, 2002).
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3.4.2 Caractersticas de udio e de vdeo e os seus descritores
As caractersticas de udio e de vdeo que podem ser associadas com
multimdias e classes de segmento esto listadas na Tabela 3.4. Associado a cada uma
dessas caractersticas est uma opo de descritor, tambm ilustrado nesta tabela.
Detalhes precisos da estrutura e semntica destes descritores podem ser obtidos em:
ISO/IEC 15938-3 MPEG-7 Visual, ISO/IEC 15938-4 MPEG-7 Audio, (HUNTER,
2002).
Tabela 3-4 - Caractersticas de udio e de vdeo e seus descritores
Tipo Caractersticas Descritor DominantColor ScalableColor ColorLayout ColorStructure
Color
GoFGoPColor (extension of ColorStructure) HomogeneousTexture TextureBrowsing Texture EdgeHistogram RegionShape ContourShape Shape Shape3D CameraMotion MotionTrajectory ParametricMotion
Video
Motion
MotionActivity Silence Silence
InstrumentTimbre HarmonicInstrumentTimbre Timbre PercussiveInstrumentTimbre Phoneme Articulation Speech Language MelodicContour MusicalStructure Rhythm
Audio
SoundEffects Reverberation, Pitch, Contour, Noise
Resumindo, os diferentes DSs MPEG-7 habilitam descries de contedo
multimdias que cobrem um variado universo de informaes. So elas: informao que
descreve a criao e o processo de produo do contedo (diretor, ttulo, caracterstica
de tamanho do filme); informaes relacionadas ao uso do contedo (direitos autorais);
informao de armazenamento do contedo da mdia (formato de armazenamento,
codificao); informao estrutural sobre componentes de espaciais, temporais ou
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espao-temporais do contedo (corte de cena, segmentao em regies); informao
sobre caractersticas de baixo nvel no contedo (cores, texturas, timbres, descrio de
melodia); informao conceitual, semntica da realidade capturada pelo contedo
(objetos e eventos, interaes entre objetos); informao sobre como pesquisar o
contedo de um modo eficiente (resumos, vises, variaes, sub-faixas de espao e de
freqncia); informao de organizao sobre colees de objetos e modelos que
permitem caracterizar contedo de multimdias com base em probabilidades, estatsticas
e exemplos e informao sobre a interao do usurio com o contedo (preferncias de
usurio, histria de uso).
3.5 Concluso
A criao de um nico padro de metadados que aborde todas as reas do
conhecimento humano no uma tarefa fcil. Isso fica evidenciado principalmente
devido a fatores, tais como: a amplitude da Web e os mais variados tipos de aplicaes
baseadas na Web (um padro nico seria composto por um nmero elevado de
elementos descritores referentes aos diversos domnios do conhecimento); mediante a
variedade de descritores, a catalogao se tornaria exaustiva e exigiria um conhecimento
cada vez mais especfico.
Alguns esquemas de metadados podem conter basicamente uma lista de
elementos descritores (autor, ttulo, assunto, data, etc.); e outros so compostos por
estruturas desenvolvidas para conter objetos descritos em diferentes formatos e prover
interoperabilidade. A preocupao dos padres em garantir interoperabilidade e
extensibilidade fica evidenciada quando se verifica que a maioria deles no possui uma
linguagem nativa.
Uma abordagem hbrida, de dois ou mais padres de metadados, que atenda as
necessidades de determinado projeto pode ser uma alternativa para aplicaes que no
encontrem em um nico padro os requisitos que considere necessrio.
Para o caso especfico de uma arquitetura para a Biblioteca Digital de Aulas -
BDAulas (definida como uma biblioteca digital de vdeos didticos) para quem esta
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pesquisa direcionada, a inteno de um padro que alm descrever as caractersticas
gerais do objeto, o caracterize tambm como objeto educacional, e permita a sua
reusabilidade em outras aplicaes que mantenham esta inteno. Os metadados devem,
tambm, atender a peculiaridades importantes da mdia vdeo, como, por exemplo, o
acesso a um segmento especfico, sem a necessidade o vdeo na ntegra.
No prximo captulo apresentada uma reviso sobre biblioteca digital,
compreendendo, entre outras informaes, conceito, caractersticas e requisitos.
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CAPTULO 4 BIBLIOTECAS DIGITAIS
A Educao a Distncia possibilita um processo educacional independente de
tempo e/ou lugar, e apresenta-se como alternativa aos modelos de ensino-aprendizagem
tradicionais. A formao de grupos de estudo impulsiona o aspecto colaborativo que
promove, atravs da troca de conhecimentos, a valorizao das interaes entre alunos,
e entre alunos e professores.
No entanto, para que o modelo educacional seja completo necessria a
disponibilizao de material instrucional complementar. O meio eletrnico permite a
criao de um espao inigualvel para o armazenamento e disponibilizao de
informao, e as bibliotecas digitais se apresentam como elementos essenciais desse
processo.
Em uma biblioteca dig