Uma breve história da química 2012

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                     Professora Thaiza Montine Uma breve História da Química Alquimia,uma mistura de ciência,arte e magia,que floresceu durante a Idade Média,tendo uma dupla preocupação: a busca do “Elixir da Longa Vida”  ,que garantiria a imortalidade e a cura das doenças do corpo;e a descoberta de um método para a transformação de metais comuns em ouro (Transmutação ), que ocorreria na presença de um agente conhecido como “Pedra Filosofal”.[1] Os laboratórios eram antros negros e sinistros, cheios de odores nauseabundos. As prateleiras e mesas estavam sempre cheias de frascos de formas e cores bizarras, em torno, espalhavam-se em desordem, papéis cobertos de sinais cabalísticos. Um dos seus sonhos era a transformação de qualquer metal em ouro. Acreditavam que todos os metais eram, na realidade, ouro, o “metal perfeito”, em estado de impureza. Esforçavam-se, por isso, para encontrar um fermento misterioso que tivesse a propriedade de transformá-los em ouro. Chamavam a esse fermento sólido, a “Pedra Filosofal”.[2] A procura pelo ouro não era motivada por razões econômicas, mas sim porque ele, com sua resistência a corrosão, representava a perfeição divina. Contudo, muitos charlatões se aproveitaram de encenações simulando a transmutação para enriquecer a custa da boa-fé de alguns (ingênuos) adeptos da Alquimia.[1] Outro sonho dos alquimistas era a fabricação do “Elixir da Longa Vida”. Este elixir curaria todas as doenças e conservaria a juventude.[2] Na China, as especulações dos alquimistas conduziram ao domínio de muitas técnicas de metalurgia e à descoberta da pólvora. Os chineses foram os inventores dos fogos de artifício e os primeiros a usar a pólvora em combate, no século X. [1] Esses objetivos nunca foram alcançados pelos alquimistas, mas permitiram o desenvolvimento de vários aparelhos e técnicas laboratoriais importantes.[3] Muitos progressos no conhecimento das substâncias provenientes de minerais e vegetais foram obtidos no Ocidente e no Oriente.[1] Desenvolveram processos importantes para a produção de metais, de papiros, de sabões e de muitas substâncias, como o ácido nítrico (chamado na época de aqua  fortis ), o ácido sulfúrico (oleum  vitriolum ), o hidróxido de sódio e o hidróxido de potássio.[4] No século XVI , o suíço Theophrastus Bombastus Paracelsus propôs que a Alquimia deveria se preocupar principalmente com o aspecto médico em suas investigações.(Isso ficou conhecido como Iatroquímica ). Segundo ele, os processos vitais podiam ser interpretados e modificados com o uso de substâncias químicas. Sua contribuição no diagnóstico e no tratamento de algumas doenças foi digna de nota. Os últimos anos do século XVI e o transcorrer do XVII firmaram os alicerces da Química como Ciência, com a publicação do livro Alchemia  , do alemão Andreas Libavius. Nos séculos XVIII e XIX , os trabalhos de Lavoisier, Berzelius, Gay-Lussac, Dalton, Wöhler, Avogadro, Berthelot, Kekulé e tantos outros deram origem à chamada Química Clássica  . No século XX , com o grande avanço tecnológico, presenciou-se uma vertiginosa evolução do conhecimento químico. Modernas técnicas de investigação foram desenvolvidas, utilizando conceitos de Química, Física, Matemática, Computação e Eletrônica.[1] A Química tornou-se, então, uma Ciência, que acompanhou todas as etapas da evolução da cultura humana, mas ainda hoje é considerada por muitos como um produto de magia.[3] RENASCIMENTO Finda-se o período Medieval e, com ele, a hegemonia da Igreja Católica que começa, a partir desse momento, a ser questionada.Trata-se de um momento em que os direitos das nações e dos cidadãos se sobrepuseram à tradição universal da autoridade religiosa.Para que ocorressem tais mudanças na forma como o homem via o mundo e via a si próprio, passamos por um período conhecido por Renascença , o momento dessa grande transição.  Iniciou-se na Itália por volta do século XIV e buscava novas perspectivas da Antigüidade Clássica, sendo inspiração para os artistas e desafiando o misticismo e o ascetismo medievais. O maior pensador da época foi o holandês Erasmo de Roterdam (1467-1536), que via no Humanismo uma maneira de combater a ignorância monástica, o abuso da Igreja, as solicitações em dinheiro e em trabalho dos religiosos e o baixo nível da moralidade pública e privada. A Renascença assistiu não somente à redescoberta da Antigüidade, mas também à descoberta de novos mundos geográficos(já no século XV): Descoberta da América Viagens às Américas e às Índias Grandes contribuições ao período : 1) Nicolau Maquiavel(1469-1527): “O Príncipe” R eformadores que organizaram igrejas ligadas às comunidades locais: 2) Martinho Lutero(1483-1546):Reforma Protestante 3) John Wyclif (na Inglaterra) 4) João Calvino (na Suíça) 5) Huldrych Zwinglio (na Suíça)

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Para meus alunos do CEJA, do CPMG-AS e do Educ.Sol Nascente.

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                     Professora Thaiza Montine

Uma breve História da Química

Alquimia,uma mistura  de ciência,arte e magia,que  floresceu durante a  Idade Média,tendo uma dupla preocupação: a busca do “Elixir da Longa Vida” ,que garantiria a imortalidade e a cura das doenças do corpo;e a descoberta de um método para a transformação de metais comuns em ouro (Transmutação), que ocorreria na presença de um agente conhecido como “Pedra Filosofal”.[1]

Os   laboratórios   eram   antros   negros   e   sinistros,   cheios   de   odores   nauseabundos.   As prateleiras e mesas estavam sempre cheias de frascos de formas e cores bizarras, em torno, espalhavam­se em desordem, papéis cobertos de sinais cabalísticos.

Um dos seus sonhos era a transformação de qualquer metal em ouro. Acreditavam que todos os metais eram, na realidade, ouro, o “metal perfeito”, em estado de impureza. Esforçavam­se, por isso, para encontrar um fermento misterioso que tivesse a propriedade de transformá­los em ouro. Chamavam a esse fermento sólido, a “Pedra Filosofal”.[2]A  procura  pelo  ouro  não era  motivada  por   razões econômicas,  mas sim porque  ele,  com sua   resistência  a  corrosão, representava a perfeição divina. Contudo, muitos charlatões se aproveitaram de encenações simulando a transmutação para enriquecer a custa da boa­fé de alguns (ingênuos) adeptos da Alquimia.[1]

Outro sonho dos alquimistas era a  fabricação do “Elixir  da Longa Vida”.  Este elixir  curaria   todas as doenças e conservaria a juventude.[2]

Na China, as especulações dos alquimistas conduziram ao domínio de muitas técnicas de metalurgia e à descoberta da pólvora. Os chineses foram os inventores dos fogos de artifício e os primeiros a usar a pólvora em combate, no século X.[1]

Esses objetivos nunca foram alcançados pelos alquimistas, mas permitiram o desenvolvimento de vários aparelhos e técnicas   laboratoriais   importantes.[3]   Muitos   progressos   no   conhecimento   das   substâncias   provenientes   de   minerais   e vegetais foram obtidos no Ocidente e no Oriente.[1] Desenvolveram processos importantes para a produção de metais, de papiros, de sabões e de muitas substâncias, como o ácido nítrico (chamado na época de  aqua  fortis), o ácido sulfúrico (oleum vitriolum), o hidróxido de sódio e o hidróxido de potássio.[4]

No   século   XVI   ,   o   suíço   Theophrastus   Bombastus   Paracelsus   propôs   que   a   Alquimia   deveria   se   preocupar principalmente com o aspecto médico em suas investigações.(Isso ficou conhecido como  Iatroquímica). Segundo ele, os processos vitais podiam ser interpretados e modificados com o uso de substâncias químicas. Sua contribuição no diagnóstico e no tratamento de algumas doenças foi digna de nota.

Os últimos anos do século XVI e o transcorrer do XVII  firmaram os alicerces da Química como Ciência, com a publicação do livro Alchemia , do alemão Andreas Libavius. Nos séculos XVIII e XIX , os trabalhos de Lavoisier, Berzelius, Gay­Lussac, Dalton, Wöhler, Avogadro, Berthelot, Kekulé e tantos outros deram origem à chamada Química Clássica  . No século XX , com o grande avanço tecnológico, presenciou­se uma vertiginosa evolução do conhecimento químico. Modernas técnicas   de   investigação   foram   desenvolvidas,   utilizando   conceitos   de   Química,   Física,   Matemática,   Computação   e Eletrônica.[1]

A Química tornou­se, então, uma Ciência, que acompanhou todas as etapas da evolução da cultura humana, mas ainda hoje é considerada por muitos como um produto de magia.[3]

RENASCIMENTO

Finda­se o período Medieval e, com ele, a hegemonia da Igreja Católica que começa, a partir desse momento, a ser questionada.Trata­se de um momento em que os direitos das nações e dos cidadãos se sobrepuseram à tradição universal da autoridade  religiosa.Para que ocorressem tais mudanças na  forma como o homem via  o mundo e via  a si  próprio, passamos por um período conhecido por Renascença, o momento dessa grande transição.  Iniciou­se na Itália por volta do século XIV e buscava novas perspectivas da Antigüidade Clássica, sendo inspiração para os artistas e desafiando o misticismo e o ascetismo medievais. O maior pensador da época foi o holandês Erasmo de Roterdam (1467­1536), que via no Humanismo uma maneira de combater a ignorância monástica, o abuso da Igreja, as solicitações em dinheiro e em trabalho dos religiosos e o baixo nível da moralidade pública e privada. 

A Renascença assistiu não somente à redescoberta da Antigüidade, mas também à descoberta de novos mundos geográficos(já no século XV):

• Descoberta da América• Viagens às Américas e às Índias

Grandes contribuições ao período:1) Nicolau Maquiavel(1469­1527): “O Príncipe”

R eformadores que organizaram igrejas ligadas às comunidades locais:2) Martinho Lutero(1483­1546):Reforma Protestante3) John Wyclif (na Inglaterra)4) João Calvino (na Suíça)5) Huldrych Zwinglio (na Suíça)

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Além   de   buscar   a   restauração   da   disciplina   na   Igreja   e   uma   volta   ao   cristianismo   primitivo,   os   reformadores desejavam diminuir  o controle exercido pela  Igreja e assegurar,  assim,  liberdade de pensamento.  Isto  foi extremamente decisivo para que se estabelecessem novas posturas ante a Ciência, facilitando o surgimento de novas mentalidades.

É claro que nem todos os reformadores foram assim tão bonzinhos e inocentes como se pinta; dentre eles houveram muitos fanáticos, que por conseqüência tornaram­se piores que qualquer inquisidor dos tribunais eclesiásticos, o que veio criar  uma conseqüente reação do papado, desencadeando a Contra­Reforma, revivendo a  Inquisição, para  investigar  a heresia, a feitiçaria, a magia e a Alquimia.

O DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO NA RENASCENÇA

• Química   

Teve uma enorme influência da Alquimia,principalmente com Paracelso que, além de alquimista, era médico renomado.Outro nome importante foi o do médico e químico alemão Andréas Libavius, que escreveu Alquimia, considerado o mais bonito livro de química do séculoXVII.

Nesse   período,   mesmo   fortemente   marcados   pelo   hermetismo   (transmutação),   a   Alquimia   prestou   significativa colaboração   nas   técnicas   de   metalurgia   e   de   mineração,   os   primeiros   ramos   da   química   a   contribuir   para   os aperfeiçoamentos tecnológicos.

• Física   

Não teve um desenvolvimento significativo nesse período;destaca­se os estudos de magnetismo por Simon Stevin, e de mecânica por William Gilbert e alguns trabalhos de óptica.

• Ciências Médicas   

Ganharam impulso com o surgimento das Universidades e com o início da experimentação na anatomia. Maior destaque se dá ao belga André Vesálio.

• Astronomia   

Nesse ramo, destaca­se Nicolau de Cusa (Nikolaus Krebs) com a proposição de que a Terra não seria o único lugar no universo em que havia vida.

• Arte   

Na Renascença,  merece  destaque  o artista  e  sábio  Leonardo  da  Vinci   (1452­1519).  Da  Vinci   foi  um homem de saber enciclopédico, exímio conhecedor de anatomia, geologia, botânica, hidráulica, óptica, matemática, arquitetura, engenharia, fortificações militares e filosofia.

Sabe­se que os objetos do pensamento humano são: a filosofia, as artes, a religião e os conhecimentos científicos. De   todos,  somente a  Ciência,  por  suas características,  se universalizou.  Não se  tem uma arte  universal,  uma religião universal, uma filosofia universal, mas se tem uma ciência universal. Foi assim no Renascimento, com o concurso dos povos árabes, que começou o desenvolvimento da Ciência e que chegou até os nossos dias.

IMPEDIMENTOS PARA O AVANÇO CIENTÍFICO

Torna­se necessário avançar!! Já não bastava mais apenas o conhecimento herdado da Antigüidade Clássica.Porém, havia impedimentos e dificuldades para que a Ciência progredisse. Dentre eles podemos destacar:

• A mitificação da Ciência Grega   

Os livros de Aristóteles tinham sido comentados por Tomás de Aquino e logo foram adotados pela Igreja, tornando a Ciência grega  intocável.  Dessa  forma,  a  primeira  dificuldade  foi   superar  esta  mitificação,  ou seja,  admitir  que a  Ciência  grega continuava com equívocos que deviam ser reparados. Roger Bacon, monge franciscano e um dos precursores da Ciência experimental no século XIII, chegou a dizer que a Ciência grega estava toda errada, o que certamente era um exagero.

• Restrições Religiosas   

O patrocínio das Ciências pela Igreja exigia que todo conhecimento científico estivesse de acordo com a interpretação dada pelos doutores da época às Sagradas Escrituras,fazendo com que  todos que não concordassem fossem considerados hereges. O surgimento do protestantismo mudou um pouco essa situação, na medida em que os protestantes achavam que a Ciência ajudava a compreender melhor a obra de Deus.

• Superstições e Magias   

Quando a Ciência nasceu ela trazia em si todo um revestimento de magia. Foi preciso que a mente humana se afastasse das superstições herdadas da Idade Média e passasse à observação dos fenômenos, à sua catalogação, análise e conclusão através de um modo racional de pensar. Inicialmente com grande dificuldade, devido à falta de uma metodologia, até que se chegou ao Método Científico, que foi a pedra de toque para que a Ciência vencesse todas essas dificuldades e, enfim, desabrochasse.

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A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA DO SÉCULO XVII

Para romper com todos os impedimentos ao avanço científico, foi preciso que homens corajosos superassem tais dificuldades e realizassem a conhecida Revolução Científica, período que iniciou­se no século XV e estendeu­se até o século XVII.

Sabe­se que a Ciência  em  todos os  tempos  foi  construída por milhares de  trabalhadores anônimos. Credita­se grande  parte  das  descobertas  desse  período   (séculoXVII)  à   tríade Copérnico­Galileu­Newton,  mas  ao   lado  desse   três gigantes, vamos encontrar muitos nomes que deixaram o anonimato para se incorporar a essa tarefa de construção do saber científico.

Giordano Bruno,  que chegou a pagar com a própria vida sua ousadia;  Thyco Brahe  e  Johannes Kepler  que prepararam as ratificações decisivas de Galileu e de Newton. 

A  partir   daí,  a  Ciência  se  desenvolve  de  modo  exponencial.   Inicialmente  Galileu  e  Newton  estabeleceram os princípios da Física e da Matemática; Kepler e Copérnico da Astronomia; Lavoisier e Dalton da Química; e na Eletricidade, Faraday, Hertz e Ampère.

“Em lugar da revelação através da palavra de Deus, entra a revelação através da obra de Deus, a qual só  pode ser  corretamente entendida e interpretada se for estudada com os novíssimos métodos objetivos.”                                 Cassirer

Francis Bacon é considerado um dos criadores do método científico moderno e da Ciência experimental.

“Para se conhecer a natureza é preciso observar os fatos, classificá­los e determinar suas causas.”                             Bacon

A ciência newtoniana é  uma ciência prática: uma de suas fontes é  o saber dos artesãos da Idade Média e dos construtores de máquinas.

“Se vi mais longe do que os outros homens, foi porque me coloquei sobre os ombros de gigantes.”                            Newton

Mais recentemente temos Einstein, Otto Hahn e Enrico Fermi, que estabeleceram a Ciência Moderna, com a qual contamos hoje.

“...temos chamado de fé ao exercício de crer no que não podemos demonstrar...”                                             Albert Einstein

INQUISIÇÃO E BRUXARIA

“A época do Renascimento foi uma das épocas menos dotadas de espírito crítico que o mundo conheceu. Trata­se da  época da mais profunda e grotesca superstição, da época em que a crença na magia e na feitiçaria se expandiu de modo  prodigioso, infinitamente mais que na Idade Média.”                                                                                                         Koyrè

A Inquisição tinha como função primordial  inquirir ou  investigar toda e qualquer opinião ou doutrina contrária ao ensinamento oficial da Igreja, e nasceu da necessidade de combater os hereges, que se multiplicavam na Europa ocidental a partir do século XIII. Inicialmente confinada a tribunais ordinários, a Inquisição tornou­se, em 1231, por delegação papal, especialidade dos dominicanos, que tinham independência quase total na repressão das heresias.

A bruxaria  e  a demonologia  apareceram, paradoxalmente,  no mesmo momento em que a Revolução Científica transformava a maneira de a humanidade pensar, migrando de uma concepção geocêntrica para a heliocêntrica, deixando também, com isso, de ser antropocêntrica.

Na Europa, no período que vai  de 1550 a 1650, há  uma verdadeira “epidemia de bruxaria”,   justamente quando explode a Ciência Moderna. Assim como o Cristianismo não venceu o Paganismo, e muito dele incorporou, a Ciência não derrotou a magia.

Para lutar contra o mau da bruxaria tanto a Igreja Católica quanto a protestante organizaram uma verdadeira cruzada de “caça as bruxas”.

Era uma época em que a crença nos maleficium, danos provocados por meios ocultos, eram fatos corriqueiros. Os supostos atos de malefício despertavam a raiva do povo. Naqueles dias, nem a Igreja nem as autoridades seculares perdiam tempo perseguindo bruxas. Embora muitos malefícios violassem a lei civil ou eclesiástica, havia bem poucos processos por tais ofensas antes do século XIV. Na verdade circulavam rumores de que os próprios clérigos estivessem envolvidos com a feitiçaria,  ou ao menos com as práticas ocultas mais  elevadas,  conhecidas como rituais  mágicos;  e  já  que os clérigos figuravam entre os poucos com capacidade para ler os antigos livros de magia, tais suspeitas eram compreensíveis.

A atitude dos europeus em relação à  bruxaria começava a mudar e haveria um tempo em que qualquer bispo católico, no lugar de deter­se para salvar suspeitos de bruxaria, provavelmente estaria enviando centenas deles para a morte. A partir do século XIV, o continente testemunharia um frenesi de ódio e uma homicida caça as bruxas que ceifaria a vida de milhares   de   inocentes   durante   aproximadamente   trezentos   anos.   Alastrando­se   como   fogo,   a   fúria   se   desencadearia primeiramente  num  lugar,   depois   em  outro,   até   incendiar  a   vida  civilizada   –  França,   Itália,  Alemanha,   Países  Baixos, Espanha, Inglaterra, Escócia, Áustria, Noruega, Finlândia e Suécia, e, por breve período, saltaria o Atlântico, inflamando até o Novo Mundo.

Quando a caça as bruxas invadia uma cidade, seus horrores marcavam quase todos os aspectos da vida do lugar. Ninguém estaria a salvo!  Em inúmeros  tribunais civis e nas temidas cortes da  Inquisição, a acusação era sinônimo de condenação, e a condenação, uma sentença de morte. Flageladas e mutiladas pelos torturadores, a carne dilacerada e os 

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ossos quebrados, as infelizes vítimas confessavam coisas que hoje parecem uma mistura absurda de acusações sérias e tolas. Os que tivessem sorte seriam decapitados ou mortos de maneira relativamente mais humanas antes que seus corpos fossem reduzidos a cinzas em fornos. Mas os mais azarados eram queimados vivos – em fogueiras de madeira verde para que a agonia se prolongasse – caso cometessem transgressões que despertassem irritação ainda maior, como, por exemplo, renegar a própria confissão.

Quando   a   carnificina   atingiu   o   auge   nos   domínios   germânicos,   em  meados   de   1600,   povoados   inteiros   eram dizimados de uma só vez.

A Igreja foi a principal responsável pelas mudanças nas atitudes das pessoas e na política oficial que resultaram na grande caçada as bruxas. Depois da queda do Império Romano, a Igreja era a única instituição com força suficiente para manter algum tipo de ordem e universalidade cultural  na Europa ocidental.  Mesmo quando o poder de Roma declinou, missionários   cristãos,   como   são  Patrocínio  e   são   Bento  viajaram  pelo   império  e  além de  seus   limites,  propagando  o Evangelho tanto para os colonizadores como para os assim chamados bárbaros. Os missionários fundaram monastérios nos quais dedicados estudiosos podiam se retirar da turbulência mundana para manter acesa a frágil chama do conhecimento. Na própria Roma, o papado realmente se fortaleceu na medida em que se esvanecia a autoridade secular. Assim quando os germanos conquistadores  marcharam sob  o  arco   imperial  Trajano,  muitos  de  seus   líderes   já  haviam se  convertido  ao Cristianismo.

Com o passar do tempo, a influência da Igreja tornou­se mais abrangente. No entanto, muitos dos que se declaravam cristãos no norte da Europa ainda se mantinham fiéis a certas crenças pagãs de seus antepassados. Até as práticas mais comuns, tais como: usar amuletos, ler horóscopos e dizer encantamentos para curar enfermos, deviam ser execradas como aberrações demoníacas.  Portanto,  parecia natural  que os  indesejáveis curandeiros,  videntes e feiticeiros,  bem como os alquimistas, fossem condenados como participantes das demoníacas hostes do diabo.

Por mais irônico que pareça, durante muitos séculos o que mais atormentou a Igreja não foram às bruxas, mas sim um outro inimigo. Ainda pior que o paganismo, do ponto de vista dos sacerdotes, era a heresia – variações na doutrina ou lapsos na crença desautorizados pela Igreja, que podiam originar cismas. Desde o início do cristianismo, diversos tipos de rebeldes eclesiásticos indispunham­se com a hierarquia central, rompendo com ela para formar suas próprias seitas. Esses grupos dissidentes deram início a novas seitas na Turquia e na Armênia e, na tentativa de eliminá­las, a Igreja imputava­lhe um número fantástico de acusações, tais como adorações ao demônio, incesto, infanticídio e canibalismo.

Multiplicaram­se as prisões...Todos que reclamassem da perseguição às bruxas não tardavam a incluir­se entre os prisioneiros.   Os   inquisidores   declaravam   que   apenas   as   bruxas   se   opunham   às   fogueiras   e,   portanto,   todos   que   as contestassem também seriam queimados.   Na medida em que a Igreja católica acelerava sua campanha para libertar o mundo das feiticeiras, seu principal inimigo   terreno   transformou­se   em  seu   aliado.   No  século   XVI   a   Reforma   protestante   consumara   aquilo   que   todas  as dissidências   anteriores   não   haviam   conseguido:   dividir   o   movimento   cristão   da   Europa   ocidental   em   dois   campos antagônicos. Mas Martinho Lutero, cujos ataques contra a corrupção da Igreja haviam provocado a cisão, não discordava das autoridades da Igreja romana com relação à feitiçaria: considerava as bruxas tão perigosas quanto acreditavam os católicos. João Calvino, seu companheiro protestante, também não revelava tolerância maior para com as bruxas: como Lutero, via nelas apenas o perigo. Nas outras partes da Europa, a perseguição às bruxas continuava a se inflamar, alastrando­se por todos os lugares. Em 1579, o Concílio da Igreja de Melun declarava: 

“Todos os charlatães, adivinhos e outros que pratiquem necromancia, piromancia, quiromancia e hidromancia serão  condenados à morte.”

Todo   o   horror   dos   julgamentos   por   bruxaria   e   suas   desastrosas   conseqüências   na   economia   da   Europa inevitavelmente   levaram  a  uma   reação  por  parte   daqueles   que   tinham coragem suficiente   para  opinar:   na   Alemanha, Friederich von Spee(século XVII), Johan Weyer(1563); na Itália, Samuel de Cassini(1505); na Espanha, Alonso Salazar de Frias(1611); na França, Gabriel Naudè(1625);na Holanda, Balthasar Bekker(1691) e, na Inglaterra, Robert Calef(1700).

A essa altura, a obsessão pelas bruxas já começava a fenecer na Europa. Comerciantes e governantes viam­na como um problema para a economia. Os intelectuais percebiam que tudo aquilo era irracional e inconsistente, contrário à nova  mentalidade científica que começava a despontar e que seria mais tarde conhecida como Iluminismo.

Mesmo que a Igreja e o Estado tivessem abdicado da perseguição, o medo e o ódio cuidadosamente alimentados por essas instituições durante séculos a fio não foram imediatamente erradicados. Muito tempo após os últimos tribunais, relatos de ataques contra supostos  feiticeiros,  surgiam ocasionalmente nas regiões  rurais da Europa, onde perduravam velhas crenças.

Talvez episódios turbulentos, alguns ocorridos recentemente, em pleno século XX, sejam apenas o estremecer de uma força que já  pereceu, como se fossem os espasmos musculares involuntários que continuam após a morte de um animal. Isto certamente é uma opção preferível a outra possibilidade que essa analogia sugere: que o monstro caçador de bruxas não está morto, mas apenas se agitando enquanto dorme.

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REFERÊNCIAS:

[1] PERUZZO,Tito Miragaia.CANTO,Eduardo Leite.Química na abordagem do cotidiano.vol.01.Editora                Moderna. 1ªedição. São Paulo. SP. 1994.[2] Enciclopédia Delta Universal .vol.01.[3] MÓL,Gerson de Souza.SANTOS,Wildson Luiz Pereira.Química na Sociedade.vol01 módulo01. Editora               UnB.Brasília. DF. 1998.[4] USBERCO,João.SALVADOR,Edgard.Química. volume único. 1ªedição.Editora Saraiva. São Paulo. SP.                1997.[5] Mistérios do Desconhecido – Segredos dos Alquimistas. Editores de Time – Life Livros. Abril Livros.             Rio de Janeiro. RJ. 1996.[6] Monografia de Especialização da Professora Thaiza Montine em Ensino de Química pela UEG.

☺SUGESTÕES:Filmes: “O Violino Vermelho”.              “O Perfume – a história de um assassino”.               “Cruzada”

Livro: “O Perfume – a história de um assassino”Autor: Patrick SüskindEditora: Record

QUESTÕES

1) O que é Alquimia? 2) Quais eram os objetivos almejados pelos Alquimistas?3) É certo que esses objetivos não foram alcançados [ao menos não se tem conhecimento], mas diante de algumas falhas, pode­se dizer que os Alquimistas foram “tropeçando” em muitas descobertas. Cite algumas delas.4) Quais eram os sete metais conhecidos na época, e a quais astros eram associados?5) O que tem de especial em um violino  stradivarius  que o torna tão mais requisitado entre os músicos que um violino comum?6) De acordo com o filme assistido, o que o conhecido “violino vermelho” tinha que o tornava “enfeitiçado” ? Quais as técnicas químicas utilizadas para aperfeiçoar seu som?

“Se vi mais longe do que os outros homens, foi porque me coloquei sobre os ombros de gigantes.”

        Newton

                         BOM TRABALHO !!!