Uma dor que não espera

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MARA LUIZA GONÇALVES FREITAS* Em tempos da 15ª Conferên- cia das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (CIP-15), realizada em dezembro de 2009, na cidade de Copenhague (Dina- marca), é preciso discutir a maze- la que conduz ao desequilíbrio ambiental: a fome. Para quem tem fome, no seu estado crônico, não há razões muito fortes e consistentes para respeitar o meio ambiente e nem tampouco se preocupar com o aquecimento global. A dor da fome não espera e mata, fren- te aos anseios de longa data de nações de todo o mundo, que buscam medidas para reduzir gases e o efeito estufa na atmos- fera, no médio prazo. Todo dia, 1,020 bilhão de seres humanos, ou seja, um sexto da humanidade, dorme com fome, conforme dados do ano passado da Organização das Nações Uni- das para Agricultura e Alimenta- ção (FAO). Deste total, 53 milhões de pessoas vivem na América La- tina e Caribe, sendo que o Índice Global de Fome elaborado pela FAO (dados de 2009) aponta o Bra- sil com 5% da sua população nes- sa condição. São números que crescem numa velocidade muito mais rápida do que a elevação da temperatura do planeta. A questão ambiental é uma pauta relevante e que depende de um esforço coletivo dos gover- nos, porque se a temperatura do planeta aumentar demais, a raça humana, assim como todo o res- to, estará comprometida. Contu- do, é preciso compreender que na dinâmica das relações internacio- nais, o que importa é a sobrevi- vência do Estado, portanto, no curtíssimo prazo, a questão do meio ambiente não passará de um foro diplomático, que de- manda articulação institucional e muito esforço de negociação pa- ra a construção de um consenso. A cúpula de Copenhague (COP-15) falhou, infelizmente, si- nal de que as costuras em prol da mitigação do efeito estufa po- dem demorar tanto quanto as negociações da Rodada de Doha ou ainda, poderão não sair do pa- pel. O Brasil, desde que sediou a ECO-92 , já vem cumprindo o seu dever de casa na área ambiental: temos uma das melhores legisla- ções do mundo nesse campo e, de forma gradativa, ampliamos o cumprimento da Agenda 21. Nesse sentido, pode-se dizer que o país tem condições, no curtíssi- mo prazo, de zelar pelo atendi- mento das necessidades básicas de seus cidadãos, cumprindo o disposto na Constituição Federal. Os 5% da população brasileira que dormem com fome diaria- mente representam 9,195 mi- lhões de cidadãos, que não têm acesso a um prato de comida, ao menos, por dia. Isso é desespera- dor, considerando-se que o Brasil detém a maior capacidade de pro- dução de alimentos no mundo. Enquanto essa vergonhosa mazela fizer parte do nosso coti- diano, o meio ambiente estará em xeque, porque a sustentabili- dade ambiental não se faz sem le- var em conta o bem-estar huma- no. Sustentabilidade, de acordo com Organização das Nações Uni- das (ONU) é um conceito sistêmi- co que reúne as vertentes econô- mica, social, ambiental, cultural e político-institucional. Logo, se uma delas estiver fragilizada, o conceito inexiste, na prática. A fo- me é uma decorrência da fragili- dade das vertentes econômica e social e que gera na sua retaguar- da a prostituição, especialmente a infantil, o tráfico de drogas, de ar- mas, de seres humanos e de ani- mais, a depredação ambiental e conflitos armados. Quem não tem acesso a ali- mentos, todos os dias, não tem dignidade, nem, tampouco, “cabe- ça” para imaginar se as calotas po- lares da Antártica vão derreter, se preocupar com quantas espécies de pinguins serão extintas ou quantos países vão desaparecer por causa da elevação do nível do mar. Quem tem fome, todo dia, ca- minha em doses homeopáticas para os braços da morte. Este é um retrato triste que o Brasil precisava parar de pintar na sua história coti- diana, porque compromete qual- quer ideal de desenvolvimento no médio e longo prazos. Acabar com a fome em nosso território é fun- damental para o crescimento do país e para o maior comprometi- mento da nossa nação com as questões do meio ambiente. É uma condição sine qua non. É preciso, finalizando, ponde- rarmos sobre um modelo de de- senvolvimento que privilegie a li- berdade e que garanta o atendi- mento real dos dispositivos cons- titucionais, entre eles, e, sobretu- do, o acesso cotidiano à alimen- tos. Dizendo um não em caráter sumário a fome, o país poderia respirar a real liberdade propor- cionada pela sustentabilidade, que faz de cada homem, mulher e criança, seres mais dignos e felizes. Quem está saciado, tem energia para o trabalho e para a geração de riquezas e prosperidade. Provaría- mos da real democracia, já que to- dos os cidadãos do país poderiam ser realmente chamados de cida- dãos. Esta deveria ser a ambição do Estado Brasileiro a partir da no- va década que chega. *Coordenadora e professora do curso de Administração da AJES – Faculdades de Ciências Contábeis e Administração do Vale do Juruena (MT) AGRO PECUÁRIO ESTADO DE MINAS S E G U N D A - F E I R A , 2 5 D E J A N E I R O D E 2 0 1 0 2 AGRO PECUÁRIO ESTADO DE MINAS S E G U N D A - F E I R A , 2 5 D E J A N E I R O D E 2 0 1 0 7 A vida dos jovens no campo e as condições da agricultura familiar no Brasil são temas centrais da publicação Juventu- de e Políticas Sociais no Brasil, lançada semana passada, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O proje- to do livro faz parte de uma série de análises já feitas pela instituição so- bre a inserção dos jo- vens nas políticas sociais brasileiras e que foram aprofundadas. Logo na introdução, os pesquisa- dores apresentam uma avaliação geral sobre a questão, recuperam os conceitos de juventude que têm servido como referência para a atua- ção de governo e pro- põem a identificação das principais questões que afetam a juventude brasileira. No primeiro capítulo, eles analisam os avanços e as dificul- dades da recente Políti- ca Nacional de Juventu- de, implementada no Brasil a partir de 2004. Os capítulos seguintes mostram análises sobre as ações voltadas para a juventude que o gover- no federal executa em diversas áreas da educa- ção, trabalho, saúde, as- sistência social e cultu- ra à segurança pública. A publicação foi organi- zada pelos pesquisado- res Jorge Abrahão de Castro, diretor de Estu- dos e Políticas Sociais do Ipea, Luseni Maria de Aquino e Carla Coelho de Andrade. Informações pelo site www.ipea.gov.br BIBLIOTECA DO CAMPO Políticas sociais e a juventude ARTIGO AGRO OPORTUNIDADES SEMENTES MADEIRA TRATADA BALANÇAS PARA GADO AGENDA LEILÃO DE CARNEIROS O 1º Leilão Virtual de Reprodutores Dorper Campo Verde RHO será realizado hoje, a partir de 21h, com a oferta de 80 carneiros das raças Dorper e White Dorper, selecionados para produção de carne de alta qualidade nas empresas Dorper Campo Verde, de Jarinu, no interior de São Paulo, e RHO Agropec, de Sarapuí, também no interior paulista. A expectativa dos promotores é desenvolver mercado para a venda de carneiros melhoradores, assim como já acontece com touros de produção, na bovinocultura. Os interessados em dar lances devem se cadastrar na MBA Leilões, pelo telefone (11) 2112- 5900. O leilão será transmitido pelo canal Terraviva. Mais informações na Dorper Campo Verde, pelo telefone (11) 2626- 9491, e na RHO Agropec – (15) 3276-1121 - ou pelos sites www.dorpercampoverde.com.br e www.rhoagro.com.br. ANIMAIS SILVESTRES A Ponto Terra Organização Não Governamental, promove de sexta-feira a domingo, em Belo Horizonte, o curso Criação de Animais Silvestres, que vai abordar todos os aspectos da criação de pacas, cutias, queixadas, catetos, capivaras, araras e papagaios , emas e perdizes, entre outras espécies. A programação inclui a preparação de instalações, divulgação da legislação, condições de reprodução, nutrição, doenças, mercado e a parte financeira do criatório. Haverá aulas práticas. O curso é aberto a todos os interessados. Informações e inscrições pelos telefones (31) 3275-3929 e 84798949 e pelo site [email protected]. CARNEIRO HIDRÁULICO Aprendizado e aperfeiçoamento da técnica de instalação de carneiro hidráulico serão os temas do curso que a Fazenda Recanto promoverá sábado. Serão abordados tecnologia moderna, cálculo de rendimento, opções para instalação de caixas d’água, escolha ideal do número de carneiros e procedimentos necessários. Informações pelo telefone (31) 96692114. MESAS DE MINAS Como se forma a cultura gastronômica brasileira, a vinda da família real, a descoberta do ouro, a tropa e os tropeiros, o surgimento das cidades e da cozinha mineira. As mulheres na história do estado, os ranchos e as atividades agropecuárias. As mesas mineiras: os três cafés, o almoço, o jantar, os temperos e as ervas. Apostilas e cadernos de receitas. (31) 3441-2626, com Júnia Freire. COMO FAZER DOMINANDO A CULTURA DO BRÓCOLIS O brócolis é a denominação popular da couve-brócolos, cuja espécie é Brassica olerácea, planta da família das brássicas, a mesma da couve-flor, couve-folha, agrião e repolho. A principal parte comestível da planta é a inflorescência (estrutura da flor) que pode ser lateral (tipo ramoso) ou central (tipo cabeça), como a couve-flor. CLIMA Como é uma planta originária do sul da Europa, a couve-brócolos exige temperaturas mais amenas, em torno de 20 graus centígrados para seu perfeito desenvolvimento. ESCOLHA DAS CULTIVARES Há cultivares do período outono-inverno, para condições de temperaturas mais amenas, e cultivares para primavera-verão para situações climáticas um pouco mais quentes, por isso é importante verificar a época de cultivo indicada nas embalagens das sementes, antes da compra. DEFINIÇÃO DO TERRENO O solo deve ser, de preferência, argilo- arenoso, não sujeito a encharcamento. É necessário analisar o solo, para verificação de sua fertilidade e se há necessidade de correção. PRODUÇÃO DE MUDAS Sementes O sucesso na produção de mudas de boa qualidade está no uso de uma boa semente, adquirida de firmas idôneas. Substrato para plantio O método de semeadura em recipientes, tem sido o mais frequente. Para a produção das mudas, podem ser usados copinhos de jornal, sacos plásticos ou bandejas de isopor. Nas bandejas de isopor, o melhor é usar substrato já pronto e adquirido para essa finalidade. Ele pode, também, ser preparado com húmus ou terra vegetal (terriço), adicionada de vermiculita ou casca de arroz carbonizada. A mistura para outros recipientes deve ser composta de três partes de terra, uma parte de esterco de curral curtido e 5 quilos do adubo superfosfato simples para cada 200 litros da mistura. Semeio Semeia-se uma semente por recipiente. A sementeira deve ser coberta com sombrite ou capim seco até o início da germinação, que ocorre entre cinco e sete dias, dependendo da temperatura, ou no caso de bandejas: deixá- las empilhadas até o início da germinação quando estas serão desempilhadas. As irrigações devem ser constantes, para manter a sementeira sempre úmida, mas sem excessos. Diariamente, deve-se observar se há ocorrência de pragas ou doenças na sementeira e fazer o controle devido. Plantio As mudas são levadas para o local definitivo no campo quando tiverem quatro a seis folhas definitivas. Isso ocorre 20 a 25 dias após o semeio. Espaçamento Depende da cultivar escolhida, mas como regra geral poderá ser de 1,00 a entre linhas e 0,40 a 0,50m entre plantas. Adubação Deverá ser feita de acordo com a análise de solo e a recomendação será conforme o tipo de cultivo, seja orgânico ou convencional. TRATOS CULTURAIS Irrigações A couve-brócolos é bastante exigente em água, mas não tolera terrenos encharcados. Para definir a freqüência da irrigação, deve- se levar em consideração o tipo de solo, a temperatura, a incidência de chuvas, de forma a manter o terreno úmido, no entanto, sem encharcá-lo. Pode ser feita por aspersão, infiltração ou gotejamento. Capinas A cultura deve ser mantida sempre livre de ervas daninhas. O uso de enxada próximo à planta deve ser feito com cuidado para evitar ferimentos no caule ou raiz, que possibilitam a penetração de microrganismos causadores de doenças. Colheita O ponto de colheita ocorre quando a cabeça central ou as ramificações laterais apresentarem os botões florais bem desenvolvidos, com coloração verde-escura, porém antes de as flores abrirem, o que acontece dois a três meses depois do semeio. No tipo ramoso, são colhidas as inflorescências e agrupadas em maços e no tipo cabeça, é retirada toda a inflorescência de uma só vez. Fonte: Georgeton Silveira, coordenador técnico estadual de olericultura da Emater- MG. (31) 3349-8148 JAIR AMARAL/EM/D.A PRESS - 11/6/04 Uma dor que não espera Quem não tem acesso a alimentos, todos os dias. não tem dignidade, nem, tampouco, “cabeça” para imaginar se as calotas polares da Antártica vão derreter, se preocupar com quantas espécies de pinguins serão extintas ou quantos países vão desaparecer por causa da elevação do nível do mar. Quem tem fome, todo dia, caminha em doses homeopáticas para os braços da morte MOHAMED DAHIR/AFP - 27/6/09 REPRODUÇÃO

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MARA LUIZA GONÇALVES FREITAS*

Em tempos da 15ª Conferên-cia das Nações Unidas sobre asMudanças Climáticas (CIP-15),realizada em dezembro de 2009,na cidade de Copenhague (Dina-marca), é preciso discutir a maze-la que conduz ao desequilíbrioambiental: a fome.

Para quem tem fome, no seuestado crônico, não há razõesmuito fortes e consistentes pararespeitar o meio ambiente enem tampouco se preocuparcom o aquecimento global. A dorda fome não espera e mata, fren-te aos anseios de longa data denações de todo o mundo, quebuscam medidas para reduzirgases e o efeito estufa na atmos-fera, no médio prazo.

Todo dia, 1,020 bilhão de sereshumanos, ou seja, um sexto dahumanidade, dorme com fome,conforme dados do ano passadoda Organização das Nações Uni-das para Agricultura e Alimenta-ção (FAO). Deste total, 53 milhõesde pessoas vivem na América La-tina e Caribe, sendo que o ÍndiceGlobal de Fome elaborado pelaFAO (dados de 2009) aponta o Bra-sil com 5% da sua população nes-sa condição. São números quecrescem numa velocidade muitomais rápida do que a elevação datemperatura do planeta.

A questão ambiental é umapauta relevante e que depende deum esforço coletivo dos gover-nos, porque se a temperatura doplaneta aumentar demais, a raçahumana, assim como todo o res-to, estará comprometida. Contu-do, é preciso compreender que nadinâmica das relações internacio-

nais, o que importa é a sobrevi-vência do Estado, portanto, nocurtíssimo prazo, a questão domeio ambiente não passará deum foro diplomático, que de-manda articulação institucional emuito esforço de negociação pa-ra a construção de um consenso.

A cúpula de Copenhague(COP-15) falhou, infelizmente, si-nal de que as costuras em prol damitigação do efeito estufa po-dem demorar tanto quanto asnegociações da Rodada de Dohaou ainda, poderão não sair do pa-pel. O Brasil, desde que sediou a

ECO-92 , já vem cumprindo o seudever de casa na área ambiental:temos uma das melhores legisla-ções do mundo nesse campo e,de forma gradativa, ampliamoso cumprimento da Agenda 21.Nesse sentido, pode-se dizer queo país tem condições, no curtíssi-mo prazo, de zelar pelo atendi-mento das necessidades básicasde seus cidadãos, cumprindo odisposto na Constituição Federal.

Os 5% da população brasileiraque dormem com fome diaria-mente representam 9,195 mi-lhões de cidadãos, que não têmacesso a um prato de comida, aomenos, por dia. Isso é desespera-dor, considerando-se que o Brasildetém a maior capacidade de pro-dução de alimentos no mundo.

Enquanto essa vergonhosamazela fizer parte do nosso coti-diano, o meio ambiente estaráem xeque, porque a sustentabili-dade ambiental não se faz sem le-var em conta o bem-estar huma-no. Sustentabilidade, de acordocom Organização das Nações Uni-das (ONU) é um conceito sistêmi-co que reúne as vertentes econô-

mica, social, ambiental, cultural epolítico-institucional. Logo, seuma delas estiver fragilizada, oconceito inexiste, na prática. A fo-me é uma decorrência da fragili-dade das vertentes econômica esocial e que gera na sua retaguar-da a prostituição, especialmente ainfantil, o tráfico de drogas, de ar-mas, de seres humanos e de ani-mais, a depredação ambiental econflitos armados.

Quem não tem acesso a ali-mentos, todos os dias, não temdignidade,nem,tampouco,“cabe-ça” para imaginar se as calotas po-lares da Antártica vão derreter, sepreocupar com quantas espéciesde pinguins serão extintas ouquantos países vão desaparecerpor causa da elevação do nível domar.Quemtemfome,tododia,ca-minha em doses homeopáticasparaosbraçosdamorte.EsteéumretratotristequeoBrasilprecisavaparardepintarnasuahistóriacoti-diana, porque compromete qual-queridealdedesenvolvimentonomédioelongoprazos.Acabarcoma fome em nosso território é fun-damental para o crescimento dopaís e para o maior comprometi-mento da nossa nação com asquestões do meio ambiente. Éuma condição sine qua non.

É preciso, finalizando, ponde-rarmos sobre um modelo de de-senvolvimento que privilegie a li-berdade e que garanta o atendi-mento real dos dispositivos cons-titucionais, entre eles, e, sobretu-do, o acesso cotidiano à alimen-tos. Dizendo um não em carátersumário a fome, o país poderiarespirar a real liberdade propor-cionada pela sustentabilidade,que faz de cada homem, mulher ecriança,seresmaisdignosefelizes.Quem está saciado, tem energiaparaotrabalhoeparaageraçãoderiquezaseprosperidade.Provaría-mos da real democracia, já que to-dos os cidadãos do país poderiamser realmente chamados de cida-dãos. Esta deveria ser a ambiçãodoEstadoBrasileiroapartirdano-va década que chega.

*Coordenadora e professora do curso

de Administração da AJES – Faculdades

de Ciências Contábeis e Administração

do Vale do Juruena (MT)

A G R O P E C U Á R I O

E S T A D O D E M I N A S ● S E G U N D A - F E I R A , 2 5 D E J A N E I R O D E 2 0 1 0

2 A G R O P E C U Á R I O

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A vida dos jovens nocampo e as condições daagricultura familiar noBrasil são temas centraisda publicação Juventu-de e Políticas Sociais noBrasil, lançada semanapassada, pelo Institutode Pesquisa EconômicaAplicada (Ipea). O proje-to do livro faz parte deuma série de análises jáfeitas pela instituição so-bre a inserção dos jo-vens nas políticas sociaisbrasileiras e que foramaprofundadas. Logo naintrodução, os pesquisa-dores apresentam umaavaliação geral sobre aquestão, recuperam osconceitos de juventudeque têm servido comoreferência para a atua-ção de governo e pro-põem a identificaçãodas principais questõesque afetam a juventudebrasileira. No primeirocapítulo, eles analisamos avanços e as dificul-dades da recente Políti-ca Nacional de Juventu-de, implementada noBrasil a partir de 2004.Os capítulos seguintesmostram análises sobreas ações voltadas para ajuventude que o gover-no federal executa emdiversas áreas da educa-ção, trabalho, saúde, as-sistência social e cultu-ra à segurança pública.A publicação foi organi-zada pelos pesquisado-res Jorge Abrahão deCastro, diretor de Estu-dos e Políticas Sociaisdo Ipea, Luseni Maria deAquino e Carla Coelhode Andrade.

Informações pelo site

www.ipea.gov.br

BIBLIOTECADO CAMPO

Políticas sociaise a juventude

AARRTTIIGGOO

A G R O O P O R T U N I D A D E S

SEMENTES

MADEIRA TRATADA

BALANÇASPARA GADO

AGENDA

LEILÃO DE CARNEIROSO 1º Leilão Virtual deReprodutores Dorper CampoVerde RHO será realizado hoje, apartir de 21h, com a oferta de 80carneiros das raças Dorper eWhite Dorper, selecionados paraprodução de carne de altaqualidade nas empresas DorperCampo Verde, de Jarinu, nointerior de São Paulo, e RHOAgropec, de Sarapuí, também nointerior paulista. A expectativados promotores é desenvolvermercado para a venda decarneiros melhoradores, assimcomo já acontece com touros deprodução, na bovinocultura. Osinteressados em dar lancesdevem se cadastrar na MBALeilões, pelo telefone (11) 2112-5900. O leilão será transmitidopelo canal Terraviva. Maisinformações na Dorper CampoVerde, pelo telefone (11) 2626-9491, e na RHO Agropec – (15)3276-1121 - ou pelos siteswww.dorpercampoverde.com.bre www.rhoagro.com.br.

ANIMAIS SILVESTRESA Ponto Terra Organização NãoGovernamental, promove desexta-feira a domingo, em BeloHorizonte, o curso Criação deAnimais Silvestres, que vaiabordar todos os aspectos dacriação de pacas, cutias,queixadas, catetos, capivaras,araras e papagaios , emas eperdizes, entre outras espécies.A programação inclui apreparação de instalações,divulgação da legislação,condições de reprodução,nutrição, doenças, mercado e aparte financeira do criatório.Haverá aulas práticas. O curso éaberto a todos os interessados.Informações e inscrições pelostelefones (31) 3275-3929 e84798949 e pelo [email protected].

CARNEIRO HIDRÁULICOAprendizado e aperfeiçoamentoda técnica de instalação decarneiro hidráulico serão ostemas do curso que a FazendaRecanto promoverá sábado.Serão abordados tecnologiamoderna, cálculo de rendimento,opções para instalação de caixasd’água, escolha ideal do númerode carneiros e procedimentosnecessários. Informações pelotelefone (31) 96692114.

MESAS DE MINASComo se forma a culturagastronômica brasileira, a vindada família real, a descoberta doouro, a tropa e os tropeiros, osurgimento das cidades e dacozinha mineira. As mulheres nahistória do estado, os ranchos eas atividades agropecuárias. Asmesas mineiras: os três cafés, oalmoço, o jantar, os temperos eas ervas. Apostilas e cadernos dereceitas. (31) 3441-2626, comJúnia Freire.

COMO FAZERDOMINANDO A CULTURA DO BRÓCOLIS

■ O brócolis é a denominação popular dacouve-brócolos, cuja espécie é Brassicaolerácea, planta da família das brássicas,a mesma da couve-flor, couve-folha,agrião e repolho. A principal partecomestível da planta é a inflorescência(estrutura da flor) que pode ser lateral(tipo ramoso) ou central (tipo cabeça),como a couve-flor.

CLIMAComo é uma planta originária do sul daEuropa, a couve-brócolos exigetemperaturas mais amenas, em tornode 20 graus centígrados para seuperfeito desenvolvimento.

ESCOLHA DAS CULTIVARESHá cultivares do período outono-inverno,para condições de temperaturas maisamenas, e cultivares para primavera-verãopara situações climáticas um pouco maisquentes, por isso é importante verificar aépoca de cultivo indicada nas embalagensdas sementes, antes da compra.

DEFINIÇÃO DO TERRENOO solo deve ser, de preferência, argilo-arenoso, não sujeito a encharcamento. Énecessário analisar o solo, paraverificação de sua fertilidade e se hánecessidade de correção.

PRODUÇÃO DE MUDASSementesO sucesso na produção de mudas de boaqualidade está no uso de uma boasemente, adquirida de firmas idôneas.

Substrato para plantioO método de semeadura em recipientes,tem sido o mais frequente. Para a produçãodas mudas, podem ser usados copinhos dejornal, sacos plásticos ou bandejas de isopor.Nas bandejas de isopor, o melhor é usarsubstrato já pronto e adquirido para essafinalidade. Ele pode, também, ser preparadocom húmus ou terra vegetal (terriço),adicionada de vermiculita ou casca de arrozcarbonizada. A mistura para outrosrecipientes deve ser composta de três partesde terra, uma parte de esterco de curralcurtido e 5 quilos do adubo superfosfatosimples para cada 200 litros da mistura.

SemeioSemeia-se uma semente por recipiente. Asementeira deve ser coberta com sombrite oucapim seco até o início da germinação, queocorre entre cinco e sete dias, dependendo datemperatura, ou no caso de bandejas: deixá-las empilhadas até o início da germinaçãoquando estas serão desempilhadas. Asirrigações devem ser constantes, para mantera sementeira sempre úmida, mas semexcessos. Diariamente, deve-se observar sehá ocorrência de pragas ou doenças nasementeira e fazer o controle devido.

PlantioAs mudas são levadas para o localdefinitivo no campo quando tiveremquatro a seis folhas definitivas. Isso ocorre20 a 25 dias após o semeio.

EspaçamentoDepende da cultivar escolhida, mas comoregra geral poderá ser de 1,00 a entrelinhas e 0,40 a 0,50m entre plantas.

AdubaçãoDeverá ser feita de acordo com a análise desolo e a recomendação será conforme o tipode cultivo, seja orgânico ou convencional.

TRATOS CULTURAIS

IrrigaçõesA couve-brócolos é bastante exigente emágua, mas não tolera terrenos encharcados.Para definir a freqüência da irrigação, deve-se levar em consideração o tipo de solo, atemperatura, a incidência de chuvas, deforma a manter o terreno úmido, noentanto, sem encharcá-lo. Pode ser feita

por aspersão, infiltração ou gotejamento.

CapinasA cultura deve ser mantida sempre livrede ervas daninhas. O uso de enxadapróximo à planta deve ser feito comcuidado para evitar ferimentos no cauleou raiz, que possibilitam a penetração demicrorganismos causadores de doenças.

ColheitaO ponto de colheita ocorre quando a cabeçacentral ou as ramificações lateraisapresentarem os botões florais bemdesenvolvidos, com coloração verde-escura,porém antes de as flores abrirem, o queacontece dois a três meses depois do semeio.No tipo ramoso, são colhidas as inflorescênciase agrupadas em maços e no tipo cabeça, éretirada toda a inflorescência de uma só vez.

Fonte: Georgeton Silveira, coordenador

técnico estadual de olericultura da Emater-

MG. (31) 3349-8148

JAIR AMARAL/EM/D.A PRESS - 11/6/04

Uma dor que não espera

Quem não tem acesso a alimentos, todos osdias. não tem dignidade, nem, tampouco,

“cabeça” para imaginar se as calotas polares daAntártica vão derreter, se preocupar com

quantas espécies de pinguins serão extintas ouquantos países vão desaparecer por causa daelevação do nível do mar. Quem tem fome,todo dia, caminha em doses homeopáticas

para os braços da morte

MOHAMED DAHIR/AFP - 27/6/09

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