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1 UMA JANELA PARA O INFINITO 1) - INTRODUÇÃO "Se não se explicar tudo muito depressa a humanidade não acreditará em nada mais". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Conclusão, p. 276). Antes de adentrarmos no assunto específico de que trata este artigo, o perispírito, o corpo semi-material que envolve o corpo físico e que igualmente reveste o espírito, matriz da matéria orgânica, corpo sutil que serve de ponte entre a matéria condensada e o espírito imortal, façamos breves comentários acerca de sua evolução ao longo da escalada humana, para que, ao término, entendendo a finalidade, funcionamento e a dinâmica do psicossoma, possamos compreender que tudo é Espírito e "o princípio das coisas está nos segredos de Deus". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Pergunta 49). Remontando nossa trajetória, volvamos aos tempos idos, onde a matéria rudimentar iniciava o seu processo de ascensão. O Princípio Divino vertido na matéria densa protagonizou a jornada de evolução após ter invertido negativamente sua polaridade positiva, contraindo-se e desencadeando o processo de queda ou de involução: "É licito considerar-se espírito e matéria como estados diversos de uma essência imutável, chegando-se dessa forma a estabelecer a unidade substancial do Universo. Dentro, porém, desse monismo físico-psíquico, perfeitamente conciliável com a doutrina dualista, faz-se preciso considerar a matéria como o estado negativo e o espírito como o estado positivo dessa substância". (Emmanuel, Emmanuel, Capítulo XXXIII, p. 170). "O espírito não é inimigo, oposto, à matéria: é a continuação da matéria". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XI, p. 124). "O trajeto de ida ou descida, que forma a queda, significa um processo de curvatura do estado cinético que constitui o espírito, no estado cinético que constitui a matéria". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XII, p. 150). "Não se trata, com efeito, entre matéria e espírito, de substâncias diferentes, mas apenas de formas diferentes da mesma substância. Elas são contíguas e conjuntas e, portanto não se pode reconstruir o espírito senão retransformando a própria substância, do seu estado de matéria em seu estado de espírito". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XVIII, p. 234).

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UMA JANELA PARA O INFINITO

1) - INTRODUÇÃO

"Se não se explicar tudo muito depressa a humanidad e não acreditará em nada mais".

(Pietro Ubaldi, O Sistema, Conclusão, p. 276).

Antes de adentrarmos no assunto específico de que trata este artigo, o perispírito, o corpo semi-material que envolve o corpo físico e que igualmente reveste o espírito, matriz da matéria orgânica, corpo sutil que serve de ponte entre a matéria condensada e o espírito imortal, façamos breves comentários acerca de sua evolução ao longo da escalada humana, para que, ao término, entendendo a finalidade, funcionamento e a dinâmica do psicossoma, possamos compreender que tudo é Espírito e "o princípio das coisas está nos segredos de Deus". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Pergunta 49).

Remontando nossa trajetória, volvamos aos tempos idos, onde a matéria rudimentar iniciava o seu processo de ascensão. O Princípio Divino vertido na matéria densa protagonizou a jornada de evolução após ter invertido negativamente sua polaridade positiva, contraindo-se e desencadeando o processo de queda ou de involução:

"É licito considerar-se espírito e matéria como estados diversos de uma essência imutável, chegando-se dessa forma a estabelecer a unidade substancial do Universo. Dentro, porém, desse monismo físico-psíquico, perfeitamente conciliável com a doutrina dualista, faz-se preciso considerar a matéria como o estado negativo e o espírito como o estado positivo dessa substância". (Emmanuel, Emmanuel, Capítulo XXXIII, p. 170).

"O espírito não é inimigo, oposto, à matéria: é a continuação da matéria". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XI, p. 124).

"O trajeto de ida ou descida, que forma a queda, significa um processo de curvatura do estado cinético que constitui o espírito, no estado cinético que constitui a matéria". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XII, p. 150).

"Não se trata, com efeito, entre matéria e espírito, de substâncias diferentes, mas apenas de formas diferentes da mesma substância. Elas são contíguas e conjuntas e, portanto não se pode reconstruir o espírito senão retransformando a própria substância, do seu estado de matéria em seu estado de espírito". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XVIII, p. 234).

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1.1) - DO ÁTOMO AO ARCANJO

MONISMO FÍSICO-PSÍQUICO. ESPÍRITO E MATÉRIA, estado s diversos de uma essência imutável. Eis o princípio da descida consciencial, magistralmente relatado por Pietro Ubaldi em sua inigualável obra, contudo, revelado desde os mais antigos contos mitológicos e orientais, nas parábolas das diversas religiões, bem como na resposta cristalina à pergunta 540 de O Livro dos Espíritos que desvendando os mistérios da evolução, ensina: "É assim que tudo serve, que tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo que também começou por ser átomo".

O QUE O ARCANJO ESTAVA FAZENDO DENTRO DO ÁTOMO? A pergunta é pertinente, porque a evolução desenvolve o menos a partir do mais, que no menos existe em potencialidade ou em latência. O menos não é capaz de desenvolver o mais por soma ou agregação, mas por desenvolvimento do que nele já existe em germe, à semelhança da semente e da árvore. Se o arcanjo estava no átomo nos primórdios da evolução é porque algo aconteceu antes disso! E esta é uma das preocupações ou conjecturas de alguns cientistas, que questionam e buscam respostas ao que teria antecedido ao Big Bang , que representa, no estágio atual do nosso conhecimento científico, a gênese da matéria, do espaço, do tempo e do nosso universo:

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"Mas a pergunta permanece. Quando postulamos um instante finito de criação, é sempre possível perguntar: o que existia antes da criação, antes do big-bang?" (Dr. Amit Goswami, A Janela Visionária, Capítulo Cinco, p.23). (Itálicos do autor).

“O mais é apenas a explosão de um mundo fechado em si mesmo, mas que já continha tudo em potencial”. (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo 29, p. 90).

"Colocada por Deus no caminho da vida, como o discípulo que termina os estudos básicos, a alma nem sempre sabe agir em correlação com os bens recebidos do Criador, caindo pelo orgulho e pela vaidade, pela ambição ou pelo egoísmo, quebrando a harmonia divina pela primeira vez e penetrando em experiências penosas, a fim de restabelecer o equilíbrio de sua existência". (Emmanuel, O Consolador, Pergunta 248). (Os grifos são nossos).

"Disso resulta que se pode existir de dois modos, ou seja, a vida pode assumir duas formas. A primeira é a do Sistema . Podemos representá-la como a de um organismo são, com funcionamento sempre perfeito, sem mutações. A segunda é a do Anti-Sistema . Podemos imaginá-la como a de um organismo doente de transformismo, para o qual o existir só é possível à custa de um tornar-se contínuo, que o modifica sem tréguas, para o qual tudo deve sempre nascer, desenvolver-se e morrer". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XII, p. 137). (Os grifos são nossos).

"Os filhos de Deus só podiam ser livres e conscientes, aceitando permanecer na ordem só por livre adesão". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo III, p. 39).

"Todavia, a liberdade é tal, que contém a possibilidade do arbítrio e do abuso, o que significa poder quebrar a unidade orgânica do Sistema". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo III, p. 40).

1.2) - A PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO

Jesus, o Augusto enviado de Deus, ciente da nossa pobreza moral, procurando traduzir a nossa condição espiritual, contou-nos uma parábola (Lucas, 15:11 a 32), que nos remetia a um reino distante onde um Pai amoroso e bom, vê partir um filho amado, imaturo e impulsivo, para uma terra longínqua, onde, vivendo dissolutamente, dissipa todos os bens que havia herdado. Padecendo extremas necessidades, chega a desejar o alimento dos porcos. Caindo em si, após tanto sofrer, levanta-se e resolve voltar à morada paterna. Ainda quando estava longe viu-o seu Pai, que o recebe com alegria e íntima compaixão. O filho diz: "Pai, pequei contra o céu e perante ti e já não sou digno de ser chamado teu filho" e o Pai misericordioso e magnânimo entre tantas palavras amorosas e doces ressalta: "Este meu filho estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado".

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A parábola do Filho Pródigo é a nossa própria história em sua faceta de involução ou queda, e de ascensão ou evolução:

"Filhos pródigos, abandonai vosso exílio voluntário ; voltai vossos passos para a morada paterna: o pai vos estende os braços e mantém-se sempre pronto para festejar vosso retorno à família". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Comentários de Lammenais, Pergunta 1009). (Os grifos são nossos).

"Nosso pai é justo e bom. Todos somos filhos pródigos; voltemos à casa paterna". (J. B. Roustaing, Os Quatro Evangelhos, Tomo Primeiro, Item 14, p. 168).

"Não foi uma queda em sentido espacia l, mas foi demolição de valores, inversão de qualidades, descida de dimensões, ou seja, contração de tudo isto, através de uma progressiva inversão de valores positivos originários, até que se tivessem todos transformado no sentido negativo". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo III, p. 44). (Os grifos são nossos).

1.3) - ANTES DO ÁTOMO

Antes do átomo, movimentamo-nos equivocadamente, em relação à mobilidade ordenada, em perfeita obediência à disciplina da Lei, existente no Sistema, contraindo a nossa consciência até a densificação em estado de matéria, originando o Anti-Sistema, morrendo para a verdadeira vida:

"A substância da vida é expressa pela consciência de existir. A substância da morte é dada pela perda dessa consciência". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XVI, p. 211).

"Que é, com efeito, o culpado? É aquele que por um desvio, por um falso movimento da alma , se distancia do objetivo da criação, (...)." (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Comentários de Paulo, Apóstolo, Pergunta 1009). (Os grifos são nossos).

"Que é o castigo? A conseqüência natural, derivada desse falso movimento ; uma certa soma de dores necessária a desgostá-lo da sua deformidade, pela experimentação do sofrimento. (...). O castigo só tem por fim a reabilitação, a redenção ". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Comentários de Paulo, Apóstolo, Pergunta 1009). (Os grifos são nossos).

"Então, a única coisa que podia mudar com a revolta era a forma do movimento , ou seja, uma direção diferente que a criatura livre quis dar àquele impulso originário, ao menos até onde foi possível no âmbito de seu domínio. Eis então que o movimento geral ordenado do Sistema, que antes da revolta só se dava na dimensão infinito, congelou-se na parte doente da desordem, encarcerando-se em dimensões cada vez mais fechadas sobre si mesmas pela involução,

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contraindo-se cada vez mais até às nossas dimensões espaciais". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XII, p. 141). (Os grifos são nossos).

"O movimento , portanto, é o denominador comum de todos os fenômenos. Os próprios fenômenos, como tais, são um movimento, desde que são constituídos por um transformismo. Isto teve início com a revolta, já que nesse momento teve início o movimento da involução , que depois continuaria com o de evolução. Explica-se dessa maneira, como tenha nascido - e qual o impulso que originou - o transformismo fenomênico, este que é o modo de existir em nosso universo". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XII, p. 136). (Os grifos são nossos).

"A essência da queda não é, portanto, um ato de punição , mas o afastamento de Deus, desejado pela criatura, que tem fatal necessidade de subir novamente a Ele, se quiser reencontrar a vida". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo X, p. 137).

"O afastamento da Lei é o que se chama: erro, a reação da Lei ao erro é o que se chama: dor". (Pietro Ubaldi, Queda e Salvação, Introdução, p. 31).

"A medida da dor é estabelecida pela medida do erro". (Pietro Ubaldi, Queda e Salvação, Capítulo 06, p. 141).

"A dor existe como método de ensino e educação na escola dos primitivos". (Pietro Ubaldi, Queda e Salvação, Capítulo 06, p. 133).

"É verdade que com a revolta nasceu a desordem, mas sem sair da ordem, nasceu o caos, mas sempre controlado por Deus, nasceu o mal, mas só como sombra do bem". (Pietro Ubaldi, Queda e Salvação, Introdução, p. 24).

1.4) - APÓS O ÁTOMO

Após o átomo, lançamo-nos em processo de expansão, secundado pela vibração divina, até nos situarmos a meio caminho, na fase hominal, onde por decisão interior e livre, nos levantaremos e corrigindo trajetórias, buscaremos, mais cedo ou mais tarde, a senda do Reino Divino onde certamente nos alegraremos e regozijaremos na unidade do Espírito: "Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade". (João,17:23).

"Então, o átomo se quebra e a evolução, que é caminho de regresso, torna a levar à distensão cinética o movimento que se curva sobre si mesmo. Assim as trajetórias fechadas no átomo abrem-se para a saída dos elétrons, que se lançam livres no espaço, gerando um novo modo de ser da substância: a energia.

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Podemos, dessa forma, compreender o significado profundo do fenômeno da radioatividade: ele representa o primeiro passo no caminho do regresso , com a passagem da fase matéria à fase energia. Representa o primeiro arranco da distensão cinética para libertar o movimento das formas fechadas das trajetórias do átomo. Representa o primeiro golpe da destruição das construções do Anti-Sistema (átomo, matéria), para a reconstrução do Sistema destruído com a revolta. Entramos na fase energia, da qual, mais tarde, se passará à do espírito". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XII, p. 149). (Os grifos são nossos).

"O conceito de evolução implica o de expansão e crescimento, o que implica a idéia de um ponto de partida do "menos", isto é, no negativo, que tende a atingir um ponto de chegada no "mais", ou seja, no positivo". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XVI, p. 201).

"Os Espíritos que alcançaram o grau supremo de perfeição, depois de passarem pelo mal , têm menos mérito que os outros, aos olhos de Deus? - Deus contempla os transviados de igual maneira, e os ama com o mesmo coração. São chamados maus, porque sucumbiram; (...)". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Pergunta 126). (Os grifos são nossos).

1.5) - INDIVIDUALIDADE E TOTALIDADE

Somos imagem, semelhança do Pai, fomos gerados tal qual miríades de luz divina, imortais, sábios em cada uma das funções que empreendíamos no sistema divino, relativamente perfeitos, livres para escolher: a Individualidade , gerando o egocentrismo egóico, o mal, o caminho longo , que nos afasta do Pai, involução e evolução, ciclo de contração e posterior expansão da consciência, com a reconquista do que estava em estado de germe, ou a Totalidade , a entrega à vontade divina, o egocentrismo altruísta, o bem absoluto desde o princípio, o caminho curto , que nos integra imediatamente a perfeição infinita:

"A sabedoria de Deus está na liberdade que ele deixa a cada um de escolher, porque cada um tem o mérito de suas obras". (Allan Kardec, O Livros dos Espíritos, Trecho da Resposta à Pergunta 123).

"E, se Deus é perfeito, donde nasceu e como se justifica entre nós a imperfeição, o erro, o mal, a dor, etc.? Como podem as trevas ter nascido da luz, da vida a morte, e tantas negações do existir, quando a suprema qualidade de Deus é afirmação?" (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo V, p. 67).

"Oh! Digo-vos em verdade, cessai, cessai de colocar em paralelo, na sua eternidade, o Bem , essência do Criador, com o Mal , essência da criatura; (...)". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Comentários de Paulo, Apóstolo, Pergunta 1009). (Os grifos são nossos).

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"No estado de perfeição dos espíritos que aderiram à Lei, só há uma liberdade possível: a da absoluta adesão à Lei, que é a vontade divina, adesão livre e espontânea, querida e consciente. Por este motivo, os espíritos rebeldes deveriam ter obedecido e, como desobedeceram, caíram". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo X, p. 133).

"Jesus disse-lhes: A minha vontade é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra". (João, 4:34).

"Assim, também a queda teria sido progressiva, por sucessão de filiações, que não derivam de Deus e depois dos elementos puros do Sistema, mas derivam dos espíritos rebeldes. A propagação desse impulso invertido, ao invés de gerar, como na criação dos círculos de ordem, no seio do Sistema, gerou por filiação invertida os círculos da desordem, no seio do Anti-Sistema". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XIX, p. 251).

"O mal não pode ter sido criado por Deus, porque se assim tivesse acontecido teria que ser tal como a substância Dele, isto é eterno e indestrutível". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XII, p. 158).

"Das mãos de um Deus perfeito não pode sair uma obra imperfeita, cheia de erros, males e dores, como é nossa atual criação". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo VI, p. 75).

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"Uma vez que há Espíritos que, desde o princípio, seguem o caminho do bem absoluto e outros, o do mal absoluto, deve haver, sem dúvida, degraus entre esses dois extremos? - Sim, certamente, e é a grande maioria dos Espíritos". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Pergunta 124). (Os grifos são nossos).

"Os Espíritos que seguiram o caminho do mal poderão alcançar o mesmo grau de superioridade que os outros? - Sim; porém, as eternidades serão para eles mais longas ". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Pergunta 125). (Os grifos são nossos).

O Espírito pode ser visto constituído de dois grandes princípios complementares: a Individualidade e a Totalidade . A totalidade pode também ser descrita como o Todo-Uno-Deus. Simbolicamente Eva e Adão. Na queda ou involução, não houve degenerência, mas tão somente escolha e movimento. Ao escolher a individualidade, o ser deixa de se alimentar da totalidade, contraindo a consciência, criando o ego, uma distorção da consciência real, passando a alimentar-se daquilo que é externo, a matéria, o tempo e o espaço, a relatividade. Simbolicamente a Serpente e a Maçã. O ser transforma-se num verdadeiro ovóide, a diferença em relação à primeira queda e que dependendo do impulso de afastamento ou revolta, a consciência em contração, ultrapassa a barreira da monoidéia e vai às antípodas, ao não ser, onde tudo fica em estado de germe, nada se perde, a totalidade, a divindade, pemanecem nas entranhas do ser, no inconsciente, aguardando momento de escolha propícia, para o desenvolvimento: "Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá". (Efésios, 5:14). "Eu disse: sois Deuses". (João, 10:14). Na redução da vibração do Espírito, surge a energia, na contração máxima, a matéria:

"(...) o desmoronamento tenha consistido numa contração individual de cada elemento. (...) por retrocesso íntimo de cada um, mediante contração". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XX, p. 265). (Os grifos são nossos).

"Chama-se a este processo involução . Podemos assim explicar-nos como nasceu a matéria e porque o nosso universo assumiu uma forma material. E também é só assim que podemos explicar como, chegado ao fundo do caminho da descida involutiva, tenha podido nascer e desenvolver-se aquele processo inverso, em que estamos situados e que se chama evolução ". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo III, p. 43). (Os grifos são nossos).

"De tal forma que energia e matéria poderiam ser consideradas como estados de progressiva corrupção ou decadência do estado perfeito de espírito, e este seria então o sentido que deveríamos dar à palavra queda ". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XX, p. 268). (Os grifos são nossos).

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1.6) - PONTO DE CHEGADA E PONTO DE PARTIDA

Entre os extremos: os espíritos, que não caíram, permanecendo no sistema ou paraíso divino, fora do espaço-tempo, pois desde o princípio seguiram o caminho do bem absoluto e os que por impulsos, contrário a totalidade, chegaram à contração máxima, a matéria em estado mais denso, manifestando-se na dimensão tempo e espaço. Existem degraus quase infinitos, propiciando a criação e desenvolvimento de diferentes mundos, aparelhados para a transformação paulatina da consciência: "Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar". (João, 14:2). Essas moradas vão desde múltiplos universos, mundos fluídicos, espirituais e físicos até as moradas íntimas ou níveis conscienciais.

As consciências que sofreram maior densificação ao acordarem depois do processo de evolução determinística: na fase mineral, vegetal e animal, desenvolvem na fase humana, o livre arbítrio, tornando-se co-criadores em plano menor, mas já encontram o universo, os mundos, as colônias espirituais, em pleno desenvolvimento, mundos nascentes, em franco progresso e em fase de extinção, tal qual acontece conosco. Isso se deve ao fato de que, como a queda dimensional ocorreu devido a impulsos íntimos, baseado na individualidade, cada ser foi até o limite consciencial máximo, onde os estímulos de contração se esgotaram, dando inicio ao movimento contrário, à expansão ou à evolução. Daí os infinitos níveis conscienciais e os diversos mundos. Do espaço ao átomo, ao anjo, cada ser, de degrau em degrau, volta do exílio voluntário à casa paterna, ao absoluto, servindo, construindo e co-criando a partir do patamar onde houve o despertar, aparelhando, preparando "lugares" para os que ficaram a retaguarda e sendo beneficiado pelos que seguem a sua frente. Uma grande caravana, interligada por uma hierarquia entrelaçada, em movimentos sincrônicos, com interações locais e não locais, em processos contínuos e descontínuos:

"Por uma lei de inércia, que é verdadeira também no campo moral, pela qual uma massa, como uma idéia, continua a avançar na direção em que foi lançada, enquanto não encontrar uma força que a desvie ou um atrito que a freie, (...)". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo X, p. 121).

"E tanto mais assim acontece, porque revolta significa resistência e, portanto, atrito, que é o que desgasta o elemento rebelde, esgotando-lhe o impulso individual ". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XII, p. 149). (Os grifos são nossos).

"Então, nem todos os seres teriam decaído até o estado de matéria, mas podem tê-lo feito até círculos ou planos de existência mais altos, menos involuídos". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XIX, p. 253).

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"Desse modo, o trajeto evolutivo que cada ser tem de percorrer para reentrar no Sistema não é igual para todos, mas é proporcional para cada um deles à profundidade alcançada com a própria queda". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XIX, p. 253).

"Ficai sabendo que teu mundo não existe de toda a eternidade e que, muito antes que ele existisse, já havia Espíritos que tinham atingido o grau supremo". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Resposta à Pergunta 130).

"Pai aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a minha glória que me deste; porque tu me hás amado ANTES DA CRIAÇÃO DO MUNDO". (João,17:24).

"Tudo se encadeia na Natureza por laços que não podeis ainda compreender, e as coisas, as mais díspares na aparência, têm pontos de contato que o homem não chegará jamais a compreender no seu estado atual". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Trechos da Resposta a Pergunta 604).

"Os Espíritos são iguais ou existe entre eles uma hierarquia? - São de diferentes ordens, segundo o grau de perfeição ao qual chegaram ". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Pergunta 96). (Os grifos são nossos).

Seguindo os raciocínios que estamos desenvolvendo, considerando os patamares da viagem evolutiva, poderíamos dizer chegaram ou partiram :

"Os anjos hão percorrido todos os graus da escala? - "Percorrem todos os graus, mas do modo que havemos dito: uns, aceitando sem murmurar suas missões, chegaram depressa ; outros, gastaram mais ou menos tempo para chegar à perfeição". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Resposta à Pergunta 129).

"Todavia, o princípio soberano de unidade absorve as variações, crendo nós que, sem perdermos a consciência individual no transcurso dos milênios, chegaremos a reunir-nos no grande princípio da unidade, que é a perfeição". (Emmanuel, Emmanuel, Capítulo XXXIII, p. 171).

"A Lei dirigindo-os todos por um mesmo princípio, leva-os para a unidade". (Pietro Ubaldi, Queda e Salvação, Capítulo 05, p. 123).

A ascensão é também questão de foro íntimo, inalienável, movimento de retorno, escolha, livre arbítrio:

"Os Espíritos são bons ou maus por natureza, ou são eles mesmos que se melhoram? - São os próprios Espíritos que se melhoram e,

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melhorando-se, passam de uma ordem inferior para uma ordem superior". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Pergunta 114).

1.7) - AS OUTRAS QUEDAS

Se depende de cada um se melhorar, a dualidade interior, que todos nós sentimos, o confronto permanente entre as tendências perversas do pólo negativo oriundas da essência da criatura e do bem, manifestação essencial do Criador, pode nos levar a novos equívocos, a quebra da harmonia divina pela segunda, terceira, quarta, quinta ou mais vezes, provocando quedas conciensciais variadas, durante o longo período em que a evolução se desenrola, quedas psicológicas, reencarnatórias, espirituais, planetárias e fenômenos de maior monta, como a segunda queda ou a queda do homem, que ocorre logo após a passagem, da essência espiritual, da forma animal para a forma humana, quando o ser alcança novamente o livre arbítrio, e que pode, a partir daí, evoluir, com a assistência dos espíritos prepostos, em linha reta moral, pelos mundos fluídicos ou colônias espirituais, mas devido o retorno do impulso de revolta ou de egocentrismo egoísta, causador da queda primordial, cai em encarnações e reencarnações provacionais, proporcionais ao engano cometido, fragmentando a vida, em dois pólos, a vida encarnada e a existência além túmulo, tal qual acontece conosco:

"Desde o início de sua formação, goza o Espírito da plenitude de suas faculdades? - Não, pois que para o Espírito, como para o homem, também há infância. Em sua origem, a vida do Espírito é apenas instintiva. Ele mal tem consciência de si mesmo e de seus atos. A inteligência só pouco a pouco se desenvolve". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Pergunta 189).

"Chegado deste modo à condição de Espírito formado, de Espírito pronto para ser humanizado se vier a falir, o Espírito se encontra num estado de inocência completa, tendo abandonado, com os seus últimos invólucros animais, os instintos oriundos das exigências da animalidade.

A estátua acabou de receber as formas. Sob a direção e a vigilância dos Espíritos prepostos, o Espírito formado se cobre dos fluidos que lhe comporão o invólucro a que chamais - perispírito, corpo fluídico que se torna, para ele, o instrumento e o meio ou de realizar um progresso constante e firme, desde o ponto de partida daquele estado até que haja atingido a perfeição moral, que o põe ao abrigo de todas as quedas; ou de cair, caso em que o perispírito lhe será também instrumento de progresso, de reerguimento, mediante encarnações e reencarnações sucessivas, expiatórias a princípio e por fim gloriosas, até que atinja a perfeição moral". (J. B. Roustaing, Os Quatro Evangelhos, Tomo Primeiro, Item 56, p. 295). (Itálicos do autor).

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"Entretanto, que me diz dessas quedas? Verificam-se apenas na Terra? Somente os encarnados são suscetíveis de precipitação no despenhadeiro?

(...). Em qualquer lugar , o espírito pode precipitar-se nas furnas do mal, salientando-se, porém, que nas esferas superiores as defesas são mais fortes, imprimindo-se, conseqüentemente, mais intensidade de culpa na falta cometida". (André Luiz, Nosso Lar, Capítulo 44, p.244). (Os grifos são nossos).

"A terra é um plano de vida e de evolução como outro qualquer, e, nas esferas mais variadas, a alma pode cair , em sua rota evolutiva (...)". (Emmanuel, O Consolador, Pergunta 249). (Os grifos são nossos).

"Dividido no meio desse dualismo, o homem escolhe o seu caminho, obedecendo a este ou aquele impulso, segundo as suas preferências". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XIV, p. 177).

"Considere as criaturas como itinerantes da vida. Alguns poucos seguem resolutos, visando ao objetivo essencial da jornada. São os espíritos nobilíssimos, que descobriram a essência divina em si mesmos, marchando para o alvo sublime, sem vacilações. A maioria no entanto estaciona. Temos então a multidão de almas que demoram séculos e séculos, recapitulando experiências. Os primeiros seguem por linhas retas . Os segundos caminham descrevendo grandes curvas ". (André Luiz, Nosso Lar, Capítulo 44, p.244). (Os grifos são nossos).

1.8) - A LEI DE EVOLUÇÃO

A lei de evolução deve ter mecanismos que não permitam à consciência, dominado pela ignorância, revolta, orgulho, ambição, vaidade ou egoísmo, após experenciar a primeira e a segunda queda, retornar aos estágios iniciais da subida evolutiva, porque caso contrário, o processo se tornaria infindo, dado a natureza inferior do homem. A primeira queda, imediata e rápida, como uma desintegração atômica, uma explosão, depende totalmente do impulso interior inicial, ela é toda baseada na individualidade, no livre arbítrio pleno.

Pode ser pobremente comparada, em termos de rapidez, para que tenhamos uma idéia do fenômeno a nível psicológico, a visão panorâmica, que ocorre, segundo os espíritos e diversos pesquisadores terrenos, em frações diminutas de tempo, onde o desencarnado revê todos os quadros mentais, palavras e ações que estruturaram a sua vida. Em segundos, uma existência terrena longa, que se desenvolveu lentamente, passa rapidamente, em detalhes precisos, aos olhos espirituais daquele que se despede da vida física. Nessa rapidez, comparativamente, ou em tempo muito menor, ou quase isso, podemos dizer, que ocorre a primeira queda:

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"Quaisquer que sejam as dúvidas que se levantam contra esta teoria, é um fato que ela não pode ser repelida por aqueles que seguem a doutrina do Cristo. Este, no Evangelho de Lucas, (capítulo 10:18), diz: "Vi Satanás, como um raio, cair do céu". De fato, a queda foi fulminante, rapidíssima, como ocorre quando rui um edifício. Subir de novo é que é cansativo e lento, como acontece na construção". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo X, p. 118).

"O fenômeno da queda não pode medir-se com o nosso tempo. Foi também um desmoronamento de dimensões e o tempo foi apenas uma das dimensões atravessadas na queda, tanto como, no oposto da evolução, esta é a dimensão que desaparece, após ter sido atravessada a fase de energia, de que é própria. (...). Os estágios da subida foram certamente atravessados na descida, porque se eles ligam o Sistema ao Anti-Sistema na direção de ida, devem também ligar o Anti-Sistema ao Sistema na direção de regresso. Foram atravessados, não na forma lenta em que vivemos, mas certamente em sua substância, porque a ponte de passagem entre os dois pólos, de ida ou de volta, só pode ser uma. Não na forma lenta, em que o ser viveria mais tarde, porque se tratava de uma fulminante desintegração atômica, em cadeia, em que não há como despertar, aprender, reconstruir. O processo lento atual de experimentação e assimilação não tinha razão de existir. A queda foi como uma explosão em que a unidade se pulverizou". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XV, p. 195).

"De tudo isto se compreende que a evolução é tanto mais lenta e penosa quanto mais se está em baixo, e que é tanto mais rápida e feliz quando mais se chegou ao alto". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Conclusão, p. 296).

As quedas que ocorrem nos planos de vida e evolução, nos domínios da matéria, são mais lentas, devido à própria existência da matéria, e não rompem os limites das dimensões já conquistadas. Caso ultrapassasse esses limites o Espírito que animou o corpo de um homem poderia voltar a encarnar num animal. O máximo, que o desequilíbrio pode engendrar, é a destruição da rica vida mental do ser, levando-o a ovoidização, por monodeísmo torturante, e a conseqüente perda do perispírito, entendido como sinônimo de corpo astral, porém a barreira hominal não é quebrada, os estágios evolutivos conquistados não se perdem, não ocorre retrogradação, não há recuo:

"Podem os Espíritos degenerar? - Não; à medida que avançam , compreendem o que os distanciava da perfeição. Concluindo uma prova, o Espírito fica com a ciência que daí lhe veio e não a esquece. Pode permanecer estacionário, mas não retrograda". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Pergunta 118). (Os grifos são nossos).

"O Espírito que animou o corpo de um homem poderia encarnar em num animal? - Isso seria retrogradar e o espírito não

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retrograda. O rio não remonta à sua fonte ". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Pergunta 612). (Os grifos são nossos).

Notem que os Espíritos Reveladores usam as expressões: À MEDIDA QUE AVANÇAM, que em seu conjunto significa EVOLUÇÃO, ou seja, não se referem, ao exílio voluntário, caracterizado pela contraparte do ciclo evolutivo, a involução ou a queda consciencial, mencionada pelo Cristo divino, mas tão somente ao período de ascensão, retorno ou subida. As duas respostas conjugadas, nos mostram que as dimensões conquistadas, não se perdem, a consciência ao se contrair novamente, consegue ir apenas até a ovoidização ou se revestir de corpos físicos mais densos ou primitivos, como nos casos das quedas planetárias, mas não voltar aos estágios primordiais com a densificação nas formas: mineral, vegetal ou animal. E nem poderia ser de outra maneira, porque somente na fase humana é que o livre arbítrio retorna parcialmente, todos os outros períodos são determinísticos, a ação de quebra de harmonia só pode lesar o ser que a gerou e não interferir na LEI: "o rio não remonta à sua fonte". Mesmo em relação a primeira queda não há recuo ou retrocesso, como já ressaltamos, mas somente contração, permanecendo em germes todas as potencialidades do ser:

"Assim a queda foi um desmoronamento de dimensões, em planos de vida inferiores, involuídos, nos quais todos os dons de Deus se contraíram em um estado potencial, de latência, do qual só o sacrifício de ascensão do ser poderá retirá-los, despertando-o para a atualidade". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo X, p. 137).

"A criação é verdadeiramente progressiva , mas no sentido de reconstrução de um edifício desmoronado, do qual se estão juntando as partes desagregadas e retificando os planos afundados". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo X, p. 142). (Os grifos são nossos).

"É necessário compreender que a criatura é livre, mas dentro de limites, livre para alterar-se a si mesma, mas não a ordem universal". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo X, p. 134).

"É assim que o princípio da queda se conservou presente em todo ser decaído". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo X, p. 118). (Os grifos são nossos).

"A revolta foi um desvio da posição correta. Esse foi o primeiro erro e o maior, que gerou todo o processo de queda. Mas veremos agora que, ao longo do caminho da evolução, o ser pode voltar a realizar o seu impulso de desobediência , com afastamento da Lei, gerando semelhantes, mas pequeninas quedas, porém, com relativa recuperação". (Pietro Ubaldi, Queda e Salvação, Capítulo 03, p. 72). (Os grifos são nossos).

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"Em cada ato nosso, através da escolha que soubermos fazer, amadurece o nosso ser e avança a grande marcha da evolução. Em virtude dos atos e da liberdade do ser, opera-se o resgate e a salvação, ou a sua involução". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo X, p. 120).

1.9) - A REENCARNAÇÃO

Se a encarnação faz parte do processo natural da evolução, oferecendo ao ser a possibilidade de desenvolver e readquirir as faculdades, que neles estão latentes, a reencarnação já é fruto da segunda queda ou a queda do homem, quando o espírito perde a oportunidade de seguir a sua evolução em planos fluídicos, em linha reta, caindo em mundos diversos, mais sutis ou grosseiros, como os mundos primitivos e de expiação e provas, descrevendo à partir daí, conforme o emprego do seu livre arbítrio, longas e demoradas curvas, permanecendo por séculos, nas mesmas provas e comportamentos condicionados, estacionado, até ser, pela lei da evolução coletiva, exilado em um novo planeta, ocorrendo então a terceira grande queda, a queda planetária, reiniciando em nova morada, em regime de dor, isolamento e saudades, a jornada de volta a Casa Paterna:

"Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos? - Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação: para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Trecho da Resposta a Pergunta 132). (Itálicos do autor).

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"Qual o estado da alma na sua primeira encarnação? - O da infância na vida corporal. A inteligência então apenas desabrocha: a alma se ensaia para a vida". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Pergunta 190).

"A encarnação é uma necessidade até ao momento em que, alcançado um certo ponto de desenvolvimento intelectual, o espírito está apto a receber o precioso dom, mas tão perigoso, do livre arbítrio". (J. B. Roustaing, Os Quatro Evangelhos, Tomo Primeiro, Item 59, p. 322). (Itálicos do autor).

"(...) quando o livre arbítrio atinge um desenvolvimento completo, os Espíritos fazem dele bom ou mau uso, uns logo no início da vida espiritual consciente, outros em pontos mais ou menos adiantado da carreira". (J. B. Roustaing, Os Quatro Evangelhos, Tomo Primeiro, Item 57, p. 309). (Itálicos do autor).

"A encarnação humana, em princípio, é apenas conseqüente à primeira falta, àquela que deu causa à queda. A reencarnação é a pena da reincidência, da recaída, pois que todas as vossas existências são solidárias entre si". (J. B. Roustaing, Os Quatro Evangelhos, Tomo Primeiro, Item 59, p. 324). (Itálicos do autor).

"Como pode a alma, que não alcançou a perfeição durante a vida corpórea, acabar de depurar-se? - Sofrendo a prova de uma

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nova existência". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Pergunta 166). (Os grifos são nossos).

"A provação é uma luta que ensina ao discípulo rebelde e preguiçoso a estrada do trabalho e da edificação". (Emmanuel, O Consolador, Trecho da Resposta a Pergunta 246). (Os grifos são nossos).

"Qual o fim objetivado com a reencarnação? - Expiação , melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isto, onde a justiça ". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Pergunta 167). (Os grifos são nossos).

"A expiação é uma pena imposta ao malfeitor que comete um crime". (Emmanuel, O Consolador, Trecho da Resposta a Pergunta 246). (Os grifos são nossos).

"Os Espíritos podem conservar-se estacionários, mas não retrogradam. Em caso de estacionamento, a punição deles consiste em não avançarem, em recomeçarem, no meio conveniente à sua natureza, as existências mal empregadas". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Resposta à Pergunta 178-a). (Os grifos são nossos).

"(...), uma vez preparados a ser humanizados, eles caem, na encarnação humana, conforme o grau de culpabilidade e nas condições apropriadas às exigências da expiação e do progresso ou em terras primitivas, ou em mundos já habitados por espíritos que faliram anteriormente". (J. B. Roustaing, Os Quatro Evangelhos, Tomo Primeiro, Item 57, p. 309). (Itálicos do autor).

Quando caem em processos de humanização, terão os espíritos de evoluírem em dois planos de vida: físico e extra-físico, não sendo mais possível a vida permanente nos mundos fluídicos ou mais sutis, e isso se deve às leis de causa e efeito. Os erros cometidos em cada plano, só poderão ser resgatados no plano onde as ações foram materializadas ou cometidas, daí a reencarnação ser definida como provação e expiação, destinadas aos seres rebeldes, preguiçosos e ou malfeitores:

"Não se seria mais feliz permanecendo na condição de Espírito? - Não, não; estacionar-se-ia e o que se quer é caminhar para Deus". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Pergunta 175-a).

"Imagine que cada um de nós, renascendo no planeta, somos portadores de um fato sujo, para lavar no tanque da vida humana. Essa roupa imunda é o corpo causal , tecido por nossas mãos, nas experiências anteriores". (André Luiz, Nosso Lar,Capítulo 12, p.70). (Os grifos são nossos).

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O impulso inicial da revolta, matriz interior, capaz de gerar a primeira e a segunda queda, continua existindo no movimento do ser, na sua estrutura mais íntima, podendo eclodir no plano espiritual, na reencarnação ou vir a afastá-lo do planeta, onde reiniciou o desenvolvendo de seus esforços evolutivos:

"Quais os que têm de recomeçar a mesma existência? Os que faliram em suas missões ou em suas provas". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Pergunta 178-b).

"(..), se não progredistes, podereis ir para outro mundo que não valha mais do que a Terra e que talvez até seja pior do que ela". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Resposta à Pergunta 174).

Diante de toda essas explicações, concluímos:

"Sem a queda, não se justifica a reencarnação, e quem nega a primeira teoria deve negar também a segunda, já que não possui elementos para justificá-la. Se a maior explicação da razão primeira da reencarnação está na teoria da queda, não é possível admitir logicamente que se possa crer na reencarnação sem aceitar a teoria da queda que a condiciona". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XVII, p. 227).

"Se admitimos a reencarnação, temos que abandonar o conceito de criação unicamente progressiva e aceitar a teoria da queda. Se aceitamos a criação apenas progressiva, é necessário abandonar o conceito de reencarnação. Isto porque, segundo o princípio de criação progressiva, que se desenvolve apenas no sentido evolucionista, sem o precedente semiciclo involucionista, o criado deveria mover-se em uma única direção , devendo no sistema ser desconhecido, jamais aparecendo, o princípio do ciclo. Se este princípio surge em um caso particular, num universo que sabemos construído num tipo único de sistema, depois repetido em todos os níveis e dimensões, isto significa que o referido princípio do ciclo está também no caso geral do tipo-base do sistema". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo X, p. 143). (Os grifos são nossos).

"Em nosso universo, é absurdo um fenômeno unilateral, desequilibrado, por falta do seu complemento compensador; um fenômeno que avance em uma só direção, isto é, apenas um semiciclo, um semicircuito, significa um semifenômeno". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo X, p. 142).

"O ponto de partida da criação progressiva seria um estado em que Deus se autodestruiu nas Suas qualidades primaciais, estabelecendo a própria negação na inconsciência, na dor e no mal, para iniciar num penoso sacrifício de ascensão, cotidianamente imposto à criatura, certamente inocente de tudo isto". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo X, p. 140).

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"Sabemos que o transformismo é filho da queda, pois em Deus não há mutação nem evolução, mas tudo simplesmente é. Tudo, pois, no universo, deve completar-se no seu semiciclo e com ele volver ao ponto de partida, ainda que com pequeno deslocamento, que constitui a evolução. Todos os fenômenos caminham em duas fases inversas e complementares, sem o que, no transformismo, não pode haver fenômeno". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo X, p. 142). (Itálico do autor).

"A própria teoria da reencarnação, simplificando contínuas inversões entre vida e morte, entre erros e expiações, prova-nos o princípio fundamental do ciclo completo, composto de dois semiciclos: queda e ressurreição. Há absoluta incompatibilidade entre a teoria da criação progressiva e a teoria da reencarnação". ( Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo X, p. 142).

"Não se esqueça, André, de que a reencarnação significa recomeço nos processos de evolução e retificação. Lembre-se de que os organismos mais perfeitos da Casa Planetária procedem inicialmente da ameba. Ora, recomeço significa "recapitulação" ou "volta ao princípio"". (André Luiz, Missionários da Luz, Capítulo 13, p.234).

1.10) - AS PROVAS

Quedas psicológicas, reencarnatórias, espirituais, planetárias, a queda do homem, a primeira grande queda, a evolução, a ovoidização, a contração e expansão da consciência nos processos reencarnatórios etc., exprimem uma Lei, e não somente constituem fenômenos isolados. Não seria possível falar em ciclo evolutivo, sem a sua contraparte, a involução, em matéria e espírito sem entender que o dualismo é apenas aparente, porque ambos refletem a mesma e única substância. Sem a Teoria da Queda, tudo se reduz a fatos desconexos, sem uma explicação real:

"Só dessa forma são coordenados todos os fenômenos do universo num único telefinalismo; compreende-se por que nasçam os planetas e a vida sobre eles, e se descobre o fio espiritual que liga todas as formas da vida num único caminho ascensional dirigido para Deus. Sem este conceito da queda do Sistema, que nos mostra que agora vivemos num Anti-Sistema, que não pode ser atribuído a Deus, tudo permanece desconexo e incompreensível". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo III, p. 43).

"Do ponto de vista da criatura não teria sido injusto e maldoso (duas qualidades que Deus não pode ter) condená-la ao sacrifício da ascensão sem que ao menos fosse justificado o seu erro inicial?

Às mentalidades que se rebelam à idéia de uma reação da Lei pela queda na dor, em virtude do erro de origem, perguntamos se

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não se revoltariam mais ainda contra o conceito de um Deus que haja querido uma criação imperfeita e progressiva , impondo ao ser inocente o tremendo esforço de construir a sua felicidade através da dor, por um preço tão duro, quando sabemos que o princípio de Deus, ao criar, é o Amor, isto é, doação por ato de bondade". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo X, p. 124). (Os grifos são nossos).

Quando olhamos para a vida, sem a Teoria da Reencarnação, inúmeros acontecimentos ficam sem sentido, a justiça divina torna-se movediça e inexplicável, e a maioria das questões pessoais e coletivas têm de ser envolvidas pelos véus dos mistérios e dos dogmas. Porém, quando equacionamos os diferentes problemas da existência, sob o enfoque reencarnacionista, tudo se ajusta, fica coerente e racional. O mesmo se dá com a Teoria da Queda. Como explicar, o nosso universo, o nosso mundo, a existência do mal, a infelicidade, a destruição, a luta pela vida desde os primórdios da evolução, sem a visão que tudo isso, tenha nascido dos impulsos da criatura e não de uma criação divina imperfeita e progressiva? Sem a Teoria da Queda, nada se explica, incluindo as últimas descobertas da física relativista e quântica:

"Talvez, especulam os cientistas, a Gênese ocorra repetidamente num oceano atemporal de Nirvana . Neste novo quadro, talvez seja possível comparar o nosso universo como uma bolha flutuando num "oceano" muito maior, com novas bolhas formando-se o tempo todo. Segundo esta teoria, os universos como bolhas, que se formam na água fervendo, estão em contínua criação, flutuando numa arena muito maior, o Nirvana do hiperespaço em onze dimensões. Um número crescente de físicos sugere que nosso universo surgiu mesmo de repente , de um faiscante cataclisma, o Big Bang, mas ele também coexiste num oceano eterno de outros universos. Se estivermos certos, big bang estão acontecendo enquanto você lê esta frase". (Michio Kaku, Mundos Paralelos,Capítulo Um, p.21).

Esse universo fora do espaço tempo, o Nirvana do hiperespaço atemporal, que a ciência começa a postular é o Sistema, revelado nas obras de Pietro Ubaldi. O Big Bang, que surge de repente, é o resultado final, do movimento ilusório, escolhido conscientemente pelo ser. Os vários Big Bang, são os gritos finais do fenômeno da queda, o espírito congelando-se em energia e esta se congelando em matéria, que continua ocorrendo, devido à natureza do impulso individual, sua extensão, profundidade e permanência e a relatividade do tempo, próprio para cada consciência em contração:

"A única teoria que concilia e resolve tudo é a da queda. Se a eliminarmos, acaba-se em um mar de contradições e nada se resolve (...). O leitor que deseja eliminar a teoria da queda, procure outra que igualmente resolva tudo sem dúvidas. Parece-nos lógico que tenhamos preferência pela teoria que tudo resolve, deixando de lado as que não resolvem: teoria que aceitamos por

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força dos fatos e não por influência de uma escola ou religião". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo X, p.125 ).

"Talvez uma das maiores provas da verdade da teoria da queda seja dada justamente pelas objeções feitas à teoria e pela atitude da psicologia humana a discuti-la. A maior parte das dificuldades consiste em procurar os defeitos da obra de Deus, para acusá-lo como culpado dos danos atuais; ou seja, consiste em fazer de si o centro do universo, para julgar, desse centro, tudo em função de si mesmo e da própria vantagem ou prejuízo". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XIV, p. 173).

Transformar-se no centro do universo, corrigindo a obra divina, é um dos mais comuns reflexos dos impulsos egocêntricos egoístas, responsável por todas as quedas, e que psicologicamente subsiste em vários atos humanos, observáveis no dia a dia da nossa vida em sociedade, impulsos que vão do suicídio a destruições coletivas, como a guerra, da violência à hipertrofia do eu:

"Estivesse eu presente no momento da criação, teria dado algumas sugestões úteis para uma organização melhor do universo". Afonso, o Sábio (Citação do livro de Michio Kaku, Mundos Paralelos, Capítulo Dois, p.36).

"Dane-se o sistema solar. Má iluminação; planetas distantes demais; infestado de cometas; invenção medíocre; eu teria feito [um universo] melhor". Lord Jeffrey (Citação do livro de Michio Kaku, Mundos Paralelos, Capítulo Dois, p.36).

"Não seria bastante este fato para provar que o homem ainda se está movendo em plena psicologia da revolta, tão vivo está ainda nele o princípio que determinou a queda ?" (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XIII, p. 164). (Os grifos são nossos).

"A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda". (Provérbios, 16:18).

2) - EM BUSCA DE UM CONCEITO

"Deus é, pois, a meta para a qual se dirige a evolu ção universal, em marcha".

(Pietro Ubaldi, Ascese Mística, Capítulo XIII, p.77 ).

Paulo de Tarso na Primeira Epístola aos Coríntios, 15:44, comenta: "Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo animal, há também corpo espiritual", contudo, buscando delinear conceito prático, faz-se necessário compreender que o termo PERISPÍRITO fora utilizado por Allan Kardec, emérito codificador da Doutrina Espírita, que assim o denominou

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juntando dois radicais lingüísticos a saber: do grego Peri, que equivale a em torno de e do latim Spiritus, alma ou espírito.

Didaticamente, Léon Denis observa: "Chamamos Espírito à alma revestida do seu corpo fluídico. A alma é o centro de vida do perispírito, como este é o centro de vida do organismo físico. Ela que sente, pensa e quer; o corpo físico constitui, com o corpo fluídico, o duplo organismo por cujo intermédio ela atua no mundo da matéria". (Léon Denis, Cristianismo e Espiritismo, Cap. X, p.219).

Noutra obra, o mesmo autor, continua a esclarecer:

"A alma, desprendida do corpo material e revestida do seu invólucro sutil, constitui o Espírito, ser fluídico, de forma humana, liberto das necessidades terrestres, invisível e impalpável em seu estado normal." (Léon Denis, Depois da Morte, Cap. XXIX, p. 199).

Antônio J. Freire, em seu livro "Da Alma Humana" esclarece:

"O perispírito indevidamente denominado, por vezes, corpo etérico, e geralmente designado por corpo astral, é constituído por camadas concêntricas de matéria hiperfísica, sucessivamente menos condensadas e mais quintessensiadas, policromas, de volume e diâmetro variáveis, servindo de traço de união - mediador plástico - entre o corpo físico e o espírito, mantendo entre estes dois elementos simplesmente relações de contigüidade, recolhendo sensações e transmitindo ordens, sugeridas pelos corpos superiores espirituais, por intermédio de vibrações fluídicas, de que o corpo físico é apenas um instrumento secundário e passivo, só necessário em nossas etapas terrestres, através dos ciclos das reencarnações evolutivas e cármicas".(Antônio J. Freire, Da Alma Humana, Cap. II, p.39).

Finalmente, ANDRÉ LUIZ, conceitua o perispírito:

"(...) formação sutil, urdida em recursos dinâmicos, extremamente porosa e plástica, em cuja tessitura as células, noutra faixa vibratória, à face do sistema de permuta visceralmente renovado, se distribuem mais ou menos à feição das partículas colóides, com a respectiva carga elétrica, comportando-se no espaço segundo a sua condição específica, e apresentando estados morfológicos conforme o campo mental a que se ajusta". (André Luiz, Evolução Em Dois Mundos, Cap. II, p.28).

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Contudo, em que momento de nossa existência imortal passamos a envergar esta preciosa túnica espiritual? Se o perispírito é um envoltório semi-material, certamente ainda é matéria, em outro campo de densidade, mas matéria, assim sendo, nasceu o perispírito no processo de involução ou queda ou surgiu somente nas etapas evolutivas do ser? Seria o perispírito dádiva relativa à espécie humana ou seria reconquista milenar do esforço de todas as espécies diante da evolução a que foram submetidas?

Em indagações mais profundas conjectura-se qual a finalidade deste corpo intermediário entre espírito e matéria? Em que parte do corpo físico jaz conectado? Sendo fluido, como se prende à matéria? E, finalmente, remontando aos porquês de toda a humanidade, questiona-se: como surgiu e até quando existirá o perispírito?

Todas essas perguntas que inquietam a nossa mente mostram a imensa porta aberta diante de cada um que pretenda estudar o perispírito, especialmente porque cremos que tal assunto é vital aos estudiosos da alma humana, posto que no rastro da compreensão do corpo sutil que nos envolve, encontramos respostas para o dinamismo da vida e a nossa história de afastamento e retorno à Casa Paterna.

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3) - A ORIGEM DO PERISPÍRITO

"A verdade, em nosso universo, para os decaídos, só pode ser relativa e progressiva".

(Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XIX, p. 110).

A verdade absoluta, que tanto procuramos é patrimônio apenas do Sistema ou Paraíso Divino. No mundo onde vivemos, no universo relativo do qual ainda fazemos parte, as verdades são progressivas, e não existe nada que possamos fazer, para ampliar a nossa tão sonhada segurança. Quantas e quantas vezes não transformamos, conceitos incompletos, iniciais ou transitórios, em dogmas, em verdades fundamentais, nos fixando em pontos de vistas inamovíveis, esquecendo que a ciência, a filosofia, a religião e a arte, devem estar em constante mutação. À medida que avançamos, novos horizontes são conquistados, e as verdades de ontem devem ser ampliadas, sob pena de se tornarem obsoletas. Achar o fio condutor que una às revelações passadas, às do presente e às do futuro, deixando-se aberto, para novas visões, é tarefa de fundamental importância, que não deve ser adiada. Tarefa pessoal, permanente, e que não podemos delegar ao próximo ou a qualquer autoridade, por mais respeitável que essa autoridade possa ser:

"A verdade não nos chega pela autoridade. Ela precisa ser descoberta a cada momento". (J. Krishnamurti, Sobre A Verdade, p. 50).

"Você precisa ter a mente capaz de investigar, de examinar, de duvidar, de questionar - capaz de não ter medo. O medo pode fazer do falso o verdadeiro e do verdadeiro o falso". (J. Krishnamurti, Sobre A Verdade, p. 135).

"Vivemos num mundo de verdades relativas que podem parecer contraditórias, enquanto são complementares. Assim espírito e matéria são aspectos diferentes do mesmo princípio, olhados de pontos de vista distintos. Trata-se de visões parciais que basta reunir numa visão global mais vasta, para que desapareça nela a contradição". (Pietro Ubaldi, Reflexões da Obra de Pietro Ubaldi, Palavras de Sua Voz, Coordenação de José Amaral, p. 218).

"A verdade é como a luz: é preciso que nos habituemos a ela pouco a pouco, pois de outra maneira nos ofuscaria. Jamais houve um tempo em que Deus permitisse ao homem receber comunicações tão completas e tão instrutivas como as que hoje lhe são dadas". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Trecho da Resposta à Pergunta 628). (Os grifos são nossos).

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"Disse-vos isso por parábolas; chega, porém, a hora em que vos não falareis mais por parábola, mas abertamente vos falarei acerca do Pai". (João, 16:25).

"Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade". (João, 17:17).

"Sai do Pai e vim ao mundo; outra vez, deixo o mundo e vou para o Pai". (João, 16:28).

"Quem é de Deus escuta as palavras de Deus; por isso, vós não as escutais, porque não sois de Deus". (João, 8:47).

3.1) - DEUS TRANSCENDENTE E DEUS IMANENTE

Conquanto tenhamos relegado a Casa Paterna, transformando-nos em sombra da própria luz, não fomos abandonados, pois o bondoso Pai transcendente desceu conosco na queda vibracional em sua expressão imanente, comandando o soerguimento da nossa individualidade, transfigurando paulatinamente o ser fragmentado e invertido, por processos cíclicos, evolutivos, de esforços contínuos, para fazer ressurgir a luz perfeita e integral da consciência interior e unitiva:

"O ser rebelde não se tornou outro ser pela queda. Ele é sempre o mesmo de quando morava no S. A diferença está somente no fato de que agora ele perdeu as qualidades que ali possuía, mas que continuam igualmente presentes, embora como carências, como vazio que no lugar delas ficou, isto é, na sua posição de negatividade". (Pietro Ubaldi, Queda e Salvação, Capítulo 09, p. 200). (S - Sistema ). (Os grifos são nossos).

"Deus não inflige punições, mas quando a criatura O nega e repele, Ele respeita a liberdade que lhe deu e, assim, pela própria vontade, a criatura se afasta de Deus, como se Ele se tivesse retraído. Ora, uma vez que Deus é vida, a maior punição é esse afastamento, porque significa privação de vida". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo X, p. 136).

"Em todo esse processo não nos esqueçamos de que Deus, que estava em todas as Suas criaturas, não cessou de existir nelas, mesmo na profundeza de sua decadência. Apenas Ele é mais ou menos latente nelas, está mais ou menos imerso no seu íntimo, e tanto mais distanciado de sua consciência ativa, quanto mais baixo elas se encontram, isto é, involuídas, mergulhadas e pressas em uma forma de matéria". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo VI, p. 66).

"No dualismo que derivou da queda, a Divindade, mesmo permanecendo una, se transformou momentaneamente num novo aspecto. Resta agora o aspecto de Deus transcendente, ao qual se subordinou a parte incorrupta do Sistema, onde permaneceram os

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espíritos obedientes, na ordem da Lei; e temos aquele outro aspecto novo, de Deus imanente, que acompanhou o Sistema em sua queda, permanecendo, portanto, presente também no Anti-Sistema, isto é, em nosso universo, como poder saneador de todos os seus males e que dirige o caminho evolutivo ". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo III, p. 45). (Os grifos são nossos).

"É necessário compreender essa descida do Deus transcendente na imanência em seguida ao desmoronamento do sistema. Quando este, por culpa da criatura, se cindiu em dois, Deus não quis abandonar o sistema invertido, conservando-se presente nele (imanência), para poder realizar assim a sua salvação, em um trabalho constante de reconstrução (criação contínua), pelo processo que denominamos de evolução". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo VIII, p. 83).

O Deus absoluto, Senhor amorável de toda a criação, passa a apresentar, momentaneamente, com a queda ou involução, dois aspectos complementares: a transcedência e a imanência. Pelo aspecto transcendente manifesta o seu poder e cuidado com os filhos que permaneceram no universo divino, fora do espaço-tempo, e com o atributo imanente, vela, orienta, atrai, chama, acorda e transforma os filhos rebeldes que contraíram a consciência, em diversas dimensões, possibilitando o surgimento dos universos materiais, do tempo e do espaço:

"No próprio fundo da descida involutiva, onde o impulso da revolta atinge a sua plena realização, o impulso do S [Sistema], isto é, a presença ativa de Deus, manifesta-se igualmente em todo o seu poder". (Pietro Ubaldi, Queda e Salvação, Capítulo 09, p. 201). (A palavra entre colchetes é nossas).

"Deus se ocupa com todos os seres que criou, por mais pequeninos que sejam. Nada, para a sua bondade, é destituído de valor". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Comentários a Pergunta 963).

"O Senhor, ponto individual e central no infinito, em torno do qual gravitam todos os mundos, todos os universos, espalha por sobre todos o seu calor, a sua luz, mas bem poucos gozam da faculdade de lhes ver os raios luminosos". (J. B. Roustaing, Os Quatro Evangelhos, Tomo Primeiro, Item 38, p. 217).

"Os Espíritos vêem a Deus? - Somente os Espíritos superiores o vêem e compreendem; os Espíritos inferiores o sentem e advinham". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Pergunta 244).

"Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus". (Mateus, 5:8).

"E compreende-se que tremenda realização sensorial é para o espírito o alcançar o plano da unificação. Eis como se pode dizer:

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Deus está em mim, vibrando na minha sensação". (Pietro Ubaldi, Ascese Mística, Capítulo VIII, p. 171).

"Se fôssemos capazes de compreender que somos criaturas de Deus, isto é, filhos do Pai Supremo, que o universo é construído para a nossa vida, primeira necessidade, e que esta é por conseqüência sumamente protegida por nosso Criador, que nos ama, não haveria razão para tantas e inúteis aflições". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo IX, p. 99).

"Mas não estou só, porque o Pai está comigo". (João, 16:32).

"A Beata Ângela di Foligno ouviu Cristo dizer-lhe: "Eu sou mais íntimo de tua alma do que ela de ti mesma". Os místicos cristãos, experimentados em semelhantes indagações, dizem que: "Deus é a nossa superessência", isto é, algo de tão íntimo e profundo a ponto de parecer a nossa própria sublimação". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo XV, p. 185).

3.2) - AS CONSCIÊNCIAS

A presença de Deus como força diretiva da evolução, inicialmente determinística e, após compartilhada, devido ao retorno parcial do livre arbítrio, não se dá por forças externas, por sinais exteriores, mas ocorre na intimidade do ser:

"Essas forças não são exteriores e não operam por constrangimento de fora para dentro, mas são interiores ao ser, representando impulsos que fazem parte da sua natureza, funcionando como instintos seus que ele não pode apagar, anseios indeléveis, um convite tão enérgico e persuasivo que a ele ninguém sabe fugir". (Pietro Ubaldi, Queda e Salvação, Capítulo 09, p. 203).

"Onde está escrita a lei de Deus? - Na consciência". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Pergunta 621).

"Visto que o Homem traz em sua consciência a lei de Deus, que necessidade havia de lhe ser ela revelada? - Ele a esquecera e desprezara. Quis então Deus lhe fosse lembrada". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Pergunta 621-a).

A queda ou contração da consciência ou processo de introversão, provocada pelo impulso da quebra da harmonia sistêmica é que leva o ser ao esquecimento e ao desprezo da Lei Divina, mas esta Lei, que por ser de Deus é infinita, está na intimidade de cada individualidade, uma marca fundamental, um impulso irresistível, um convite permanente, um instinto inexorável. Graças a esta Lei que vive e se expressa nas dimensões abismais da nossa personalidade é que torna-se possível o telefinalismo da evolução: da matéria ao espírito, do átomo ao arcanjo. O menos só é capaz de transformar-se no mais, porque em todas as dimensões, do maior ao mais ínfimo de todos os

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seres, a Lei de Deus, que contém e expressa todas as infinitas possibilidades, vive, atua, dirige e atrai:

"(...), mas existe uma Lei, invisível para vós, todavia mais forte que a rocha, mais poderosa que o furacão, que caminha inexorável movimentando tudo, animando tudo, essa Lei é Deus. Ela está dentro de vós, vossa vida é uma exteriorização dela e derramará sobre vós alegria ou dor, de acordo com a justiça, como o merecer". (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo 01, p. 14).

"Guia mais seguro do que a própria consciência não lhe podia Deus haver dado". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Trechos da Resposta à Pergunta 964).

"Deus tem suas leis a regerem todas as vossas ações, se as violais, vossa é a culpa". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Comentários a Pergunta 876).

"Mas as leis de Deus são imutáveis porque perfeitas; o que é perfeito não pode ser alterado nem corrigido". (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo 03, p. 19).

Esta consciência, porém, onde está a herança infinito do Pai em nós, não é, de forma alguma, a consciência de superfície, este Eu exterior, filho da matéria, o ego personal, que com ela morre. O que chamamos ordinariamente de consciência, não passa de uma rede densa de condicionamentos, um campo egóico de culpas e acusações, de tradições e preconceitos, uma estância psíquica que parece estar acima do Ego, uma voz que o julga, mas que na maioria das vezes representa apenas o Superego das conceituações Freudianas. A verdadeira consciência, onde está escrita a Lei de Deus, é interior, profunda, misericordiosa, amorosa, transformadora, verdadeira, intuitiva e que em nós, ainda, infelizmente, vive adormecida, em estado de latência:

"É também verdade que freqüentemente o que denominamos de voz de consciência pode ser um puro juízo pessoal". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo XVIII, p. 229).

"Pode chamar-se consciência latente uma consciência mais profunda que a normal, onde se encontram as causas de muitos fenômenos inexplicáveis para vós". (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo 04, p. 20).

"Esse Eu exterior, essa consciência clara, expande-se no contínuo evolver da vida, aprofundando-se para aquela consciência latente, que tende a vir à tona e a revelar-se. Os dois pólos do ser - consciência exterior clara e consciência interior latente - tendem a fundir-se. A consciência clara experimenta, assimila, imerge na latente os produtos assimilados através do movimento da vida - destilação de valores, automatismos, que constituirão os instintos do

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futuro. Assim expande-se a personalidade com essas incessantes trocas e se realiza o grande objetivo da vida. Quando a consciência latente tiver se tornado clara e o Eu tiver pleno conhecimento de si mesmo, o homem terá vencido a morte". (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo 02, p. 17).

"Mas hoje não estais conscientes dessa profundidade, não sois sensíveis a esse nível e, não tendo em vós mesmos nenhuma sensação, a negais". (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo 04, p. 21).

Como a consciência exterior, por processo evolutivo, vai se expandindo e aprofundando-se em direção a consciência latente, os pensamentos mais elevados e as sensações mais sutis, inicialmente, não são perceptíveis, e os conteúdos mentais se assemelham, até alcançar um plano maior de desenvolvimento e o ser redescobrir as suas enormes potencialidades adormecidas:

"A consciência é um pensamento íntimo , que pertence ao homem, como todos os outros pensamentos". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Resposta à Pergunta 835). (Os grifos são nossos).

"Quem consegue ser consciente também na consciência latente, encontra seu Eu eterno e, na vasta complexidade das vicissitudes humanas, pode reencontrar o fio condutor ao longo do qual, logicamente, segundo uma lei de justiça e de equilíbrio, desenvolve-se o próprio destino. Então, vive sua vida maior na eternidade e com isso vence a morte. Ele se comunica livremente, mesmo na Terra, por um processo de sintonia que implica afinidade com as correntes de pensamento , que existem além das dimensões do espaço e do tempo ". (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo 04, p. 22). (Os grifos são nossos).

"O universo infinito palpita de vida que, ao reconquistar sua consciência, retorna a Deus". (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo 04, p. 22). (Os grifos são nossos).

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"Gravitar para a unidade divina, eis o fim da Humanidade". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Comentários de Paulo, Apóstolo, Pergunta 1009).

"Ambos, pois, se fizeram assim obedientes à lei de amor e de união de todos os seres, lei divina, de que resultará a unidade, objetivo e finalidade do Espírito". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Trecho da resposta a Pergunta 665). (Os grifos são nossos).

Este Eu Eterno, ou Self, ou o Eu Quântico expressa Deus em nós. Dessa estância de unidade, que transcende o tempo e o espaço, é que parte os impulsos que colapsam as ondas de possibilidades quânticas, que filtradas pelo Ego, criam o universo que observamos. A dualidade, a divisão sujeito e objeto, o eu e o outro, o interior e o exterior, as sensações de que estamos separados, não são reais, são ilusórias e nascem dessa consciência de superfície, não volumétrica, resultante das nossas necessidades imediatas:

"Vossa consciência humana é o órgão exterior através do qual vossa verdadeira alma eterna e profunda se põe em contato com a realidade exterior do mundo da matéria". (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo 04, p. 22). (Os grifos são nossos).

"(...) a sensação de personalidade, como individuação separada, tal como costuma ser compreendida, pertence apenas aos planos inferiores, e desaparece nos superiores, com a evolução". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XVI, p. 215).

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A Consciência Externa ou Ego é fruto da queda, movimento livre da criatura, que inverte por impulsos individuais a positividade do ser original ou verdadeiro, formado pela Individualidade ou Self e a Totalidade ou Deus. Nos Filhos Pródigos, a Consciência Latente encontra-se sepultada ou adormecida. No processo evolutivo o Ego forma as nossas diferentes personalidades reencarnatórias, aqui representadas pelos números P1, P2, P3, P4 ........ PN. Pouco a pouco pelo movimento de contração e expansão o Ego vai sendo absorvido pela consciência latente até que o Espírito volte a manifestar-se em seu estado de plena pureza. A Evolução poderia ser resumida como a busca do Espírito, nos plantios personais, no plano físico e extra-físico, até que o Ego matriz de todo o egoísmo e consequentemente de todos os desvios e vícios, desapareça totalmente:

Homem! Célula ainda escravizada Nos turbilhões das lutas cognitivas, Egressa do arsenal de forças vivas Que chamamos – estática do Nada.

Sob transformações consecutivas, Vem dessa Origem indeterminada,

Onde se oculta a luz indecifrada Dos princípios das luzes coletivas.

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Vem através do Todo de elementos, Em sucessivos aperfeiçoamentos, Objetivando a Personalidade,

Até achar à Perfeição profunda E indivisível, pura, e se confunda, No transcendentalismo da Unidade.

(Augusto dos Anjos – Parnaso de Além Túmulo)

3.3) - A FRAGMENTAÇÃO

Os universos espirituais, os fluídicos e físicos, a totalidade dos seres, podem ser comparadas a uma sinfonia. A sinfonia da unidade, regida pelo Maestro Divino. Cada individualidade pode ser comparada as notas musicais, únicas e infinitas, sem cópias, que comporia a partitura de todas as possibilidades. Na sinfonia as notas musicais ou individualidades estão a serviço da totalidade, elas existem, na profundidade, mas não são a razão de ser da sinfonia, mas sim o tema, a melodia, o conjunto harmônico... O que aconteceu na queda, foi que algumas notas, por impulsos interiores, se deram relevância, além e em detrimento da totalidade, da unidade, criando um som de uma nota só, egocêntrico, dissonante, perdendo o contato com a sinfonia, invertendo vibrações, até emudecer na matéria mais densa. A sinfonia e a verdadeira nota ficaram latentes, não houve perdas, e o movimento mínimo que permaneceu ao esgotar o impulso de separatividade, mesmo na mais profunda descida, impulsionados pelo verdadeiro Eu, agora latente, inconsciente, deu início ao ciclo de retorno ou evolução:

"Em outros termos, no Sistema corrompido em Anti-Sistema, através desses seres que o constituem, sem terem por isso perdido as suas qualidades originárias de espíritos filhos de Deus, continua a estar presente a divindade , que continua a salvar o Anti-Sistema da destruição completa.Trata-se de uma presença viva e operante. Eis onde se encontra o remédio para o auto-tratamento. É essa presença de Deus que representa e torna possível a salvação". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XV, p. 45). (Os grifos são nossos).

"Podemos assim imaginar o Sistema. Nele, todos os seres sentem, pensam e existem em perfeito uníssono, formando uma união como se fora somente um ser. É assim o Sistema". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo III, p.191).

"Quando estás numa assembléia, és parte integrante dela; mas, não obstante, conservas sempre a tua individualidade". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Trechos da Resposta à Pergunta 151).

"Podemos imaginar o nosso universo atual como um Todo-uno que, qual um espelho, se tenha fragmentado em miríades de partículas.

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Cada uma destas, embora em fragmento com respeito ao todo, conserva-lhe em particular as qualidades, de modo a poder nos traduzir e mostrar a natureza do Todo, não obstante o fragmento tenha perdido a unidade global com a fragmentação". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo II, p. 33).

"Assim, pois, qualquer seja a posição em que o ser se encontre, quer de involuído, quer de evoluído, da pedra ao santo, uma impulsão existe sempre, que atua constantemente no sentido de sua evolução". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo VI, p. 65). (Os grifos são nossos).

3.4) - A SALVAÇÃO

O termo salvação tantas vezes destacado, por inúmeras religiões e filosofias, ganha diante da Teoria da Queda um grande e real sentido. Não significa tão somente a salvação de uma vida ou um trecho do existir, mas a conquista plena do ser, uma impulsão divina permanente, do átomo ao arcanjo, do espaço ao anjo, do tempo ao seu final ou a eternidade. Salvação que abrange todo o trajeto evolutivo. É a condição de nos transformar, novamente, em Filhos de Deus, saindo da fragmentação e reencontrando a unidade, voltando a plenitude da criação, fazendo da vontade do Criador, a nossa ideal vontade. É uma obra pessoal e intransferível. Jesus, com a sua bondade e humildade, não nos salva, com esse ou aquele sacrifício, mas sim, por cuidar de nós, permanentemente, por nos indicar, exemplificando, o roteiro definitivo, o caminho, a ponte segura, que nos faculta a passagem do Anti-Sistema ao Sistema:

"Jesus desceu para pregar dando de tudo exemplo, para oferecer e deixar aos homens um tipo, um modelo que eles imitassem e em cujas pegadas caminhassem para atingir a perfeição". (J. B. Roustaing, Os Quatro Evangelhos, Tomo Primeiro, Item 54, p. 274).

"Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará e lhes SERVIRÁ DE GUIA para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda lágrima". (Apocalipse, 7:17).

"O Evangelho tem um sentido biológico, representa o caminho que a evolução deve seguir na humanidade, tem um valor universal, porque dá uma direção ao desenvolvimento da vida". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XV, p. 192).

"Pois na cidade de Davi, vos nasceu hoje o SALVADOR, que é Cristo, o Senhor". (Lucas 2:11).

"Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o PODER DE SEREM FEITOS FILHOS DE DEUS: aos que crêem no seu nome". (João 1:12).

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"Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é O PODER DE DEUS PARA SALVAÇÃO de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego". (Romanos, 1:16).

"Mas quem perseverar ATÉ O FIM, esse será salvo". (Marcos, 13:13).

"Tudo isto evidencia a necessidade de aceitar a teoria do desmoronamento. Só ela pode explicar o dualismo da árvore do bem e do mal, o pecado original - continuação da revolta dos anjos e queda conseqüente, pecado cometido por Caim contra Abel, primeira personificação da cisão e da luta. Só assim podemos compreender Cristo e a Sua obra de redenção, destinada a sanar este dualismo, compreender a inversão operada pelo Evangelho, que é uma retificação dos valores". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo X, p. 116).(Os grifos são nossos).

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Quando o Cristo amado nos consola ao dizer: "Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tendes bom ânimo; eu venci o mundo". (João, 16:33). O mundo que o Mestre venceu, não significa tão somente, o planeta Terra e seus desatinos, a crucificação e as inúmeras dores de sua missão, quando entre nós, mas o Anti-Sistema em sua totalidade psíquica, daí ser as suas palavras e exemplos a unidade que busca sanar o dualismo existente, em cada ser decaído. O cálice, ("Meu Pai, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade", (Mateus, 26:42)), que o Senhor pede para ser afastado, nos momentos cruciais do Getsêmani, não é de forma alguma as aflições das etapas infamante da crucificação a que seria submetido, mas essa luta psíquica, titânica, entre as forças destruidoras do Anti-Sistema e as do Sistema que Ele representava, e que naquele momento crucial, se evidenciavam francas, diretas, avassaladoras:"Então, lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui e vigiai comigo". (João, 26:38). O Evangelho tem sentido biológico, traçando roteiros, para essa luta, em várias dimensões do existir, até o seu dramático desfeicho, para aqueles que necessariamente deverão perseverar até o fim. É o poder de Deus para a salvação do Anti-Sistema. A vida, os ensinos e exemplos de Jesus, representam o modelo a ser observado e praticado visando a essa salvação. Modelo inigualável que tem de ser seguido até o fim, não o fim de uma reencarnação ou do processo de transformação planetária, mas o fim do Anti-Sistema, o fim do dualismo intrínseco, o fim do mal, da ignorância, o fim do tempo e do espaço, o retorno à eternidade e à felicidade. E por falar em eternidade, devemos entendê-la não como frequentemente interpretamos, como a noção de um tempo longo, que nunca acaba, mas deve ser entendida como a ausência do tempo e conseqüentemente do espaço:

"A eternidade é alguma coisa qualitativamente diversa do tempo, situada nos antípodas. Ela não é o prolongamento de um tempo que, embora avançado, sempre está sujeito à duração. É um tempo imóvel, que não anda e jamais passa. É um não tempo." (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo V, p. 56).

"A medida originária, incorrupta do ser não é o tempo, mas a eternidade; não é o finito, mas o infinito; não é o relativo, mas o absoluto; é assim para cada qualidade humana, da qual só restaram ruínas". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo VIII, p. 84).

"Ser condenado a viver a vida eterna na fragmentada em uma infinidade de pequenos ciclos, com a morte ao fim de cada um, é realmente a dor merecida para quem tentou despedaçar o Todo, negando a Deus e, por isso, a próprio vida maior". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo VI, p. 63).

"E, que é o tempo, senão produto do desmoronamento, um fracionamento do Uno, o imóvel em fuga no transformismo? A eternidade, unidade indivisa, com a queda se faz tempo, como o espaço, fração de infinito. O tempo existe somente como medida do transformismo (involução-evolução), cessando quando este termina.

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A fração cindida reconstitui-se em unidade no eterno, o finito no infinito. A eternidade, despedaçada no tempo, se refaz no uno imóvel, íntegro, indiviso, e nela a corrida do transformismo, lançado em busca da perfeição, se detém diante da perfeição atingida. então o tempo volta a ser imóvel, sem mais transformismo, e se faz eternidade". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo V, p. 56).

"Eis por que entre mal, dor e eternidade nada pode haver em comum, porque entre os dois primeiros e o último existe uma inversão de posição que os mantém inexoravelmente separados, situando-os nos antípodas em dois sistemas opostos". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo V, p. 57).

"E eis que estou convosco TODOS OS DIAS, até à CONSUMAÇÃO dos séculos". (Mateus, 28:20).

3.5) - AS DUAS ORIGENS DO SER

Toda revelação é progressiva, e o conhecimento em qualquer área é fruto dos séculos, labor coletivo, ascensão, soma. Demora-se muitas vezes milênios, para que um novo passo possa ser dado e aquilo que nos parecia ser suficiente e definitivo em certo momento histórico, nos surge insuficiente ou sem profundidade em outro período:

"Para desfazer certas miragens e destruir outras tantas ilusões psicológicas é necessário ao homem a dolorosa elaboração de milênios". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo III, p. 40).

Quando o conceito de evolução descortinou horizontes novos ao homem, fazendo-o duvidar das teses criacionista simplistas, nos maravilhamos com a nova teoria, e com o auxilio das revelações do Mundo Maior, foi-nos possível inferir, que a Teoria da Evolução era muito mais abrangente, envolvendo todos os períodos ascensionais, ligando por um fio contínuo e misterioso todos os seres, os orgânicos e os inorgânicos, os chamados vivos e os ditos "não vivos", o átomo e o arcanjo.

O Universo deixou de ser uma criação pronta e instantânea de Deus, para tornar-se um gigantesco processo evolutivo, onde todos os seres, em marcha, são co-criadores, servindo e aprendendo, fazendo parte de uma rede infinita em processo de transformação. Mas, com o tempo, novas perguntas, começaram a surgir nos horizontes das nossas mentes. Quando e onde, o ser iniciou a sua jornada? Se Deus é supremo amor, a ordem absoluta, a felicidade infinda, porque a vida que sentimos e vemos é a negação de todos esses atributos? Se Deus é Espírito, porque, como e onde surgiu a matéria? Como explicar a evolução? Porque evoluímos? Porque a evolução inicia-se no caos, passando pelo mal e pela dor? Onde a Justiça? Onde o Amor Divino? A evolução é o aparecimento do novo, ou uma reconquista de estados precedente? Se Deus é a perfeição absoluta, sem nunca ter evoluído para atingir este estado, porque os seus filhos criado, devem fazê-lo, e mais, passando pela ignorância, luta, sofrimento e pelo contato com o mal? De onde

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nasce o anseio de felicidade, existente em todas as almas? Como se pode desejar, o que não se viveu ou não se conhece? Porque o regime de luta se destaca, desde os menores seres ao homem? Por que essa luta? Porque sofrem os animais? E quantas e quantas outras perguntas, em sequência, poderiam ser feitas, e que não são esclarecidas a contento pela teoria da criação, seguindo-se uma evolução progressiva em dois planos de vida. Com a teoria evolutiva progressiva apenas, inúmeras lacunas surgem e várias perguntas não são respondidas, amesquinhando a justiça e o amor divino, somente a teoria da queda, pode abranger todos os campos e esclarecer essas e outras dúvidas:

"Se Deus não pode ter criado - sendo Ele o todo - senão tirando tudo de Sua substância, e se esta só podia ser perfeita, nada de imperfeito podia ter saído de Suas mãos, e muito menos criaturas imperfeitas. É pois absurda uma criação imperfeita para que depois se aperfeiçoasse, ou uma criação de espíritos imperfeitos aos quais depois fosse imposta, contra a possibilidade de qualquer livre escolha deles, a angustiante fadiga de conquistar a perfeição com a evolução". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XIII, p. 157).

"Neste caso, somente com a teoria da revolta e da queda podemos encontrar uma explicação lógica de tudo, porque dessa forma Deus não é o motor imediato e a causa direta do atual estado de coisas, mas entre Seu operar perfeito e as conseqüências imperfeitas, se haveria interposto o fato novo da revolta, que teria sido a causa dessa imperfeição que não pode ser de maneira nenhuma atribuída a Deus". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XIII, p. 158).

"Esta opinião nos é confirmada, quando observamos que a evolução representa um processo de reconstrução, muito mais do que um processo de criação. Mais do que uma formação do nada, a evolução representa um trabalho de reconstituição, de reintegração do que fora destruído. Não é uma criação nova mas um despertar". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XIII, p. 160).

"Nada disso pode explicar-se senão como lembrança de um paraíso perdido, para o qual torna a impeli-nos uma infinita nostalgia, que vive a cada momento, em nosso insaciável anseio de felicidade". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XV, p. 185).

"Com a revolta o ser saiu desse estado feliz que no S é natural, espontâneo, fundamental, e caiu na carência dele, guardando no instinto a saudade insaciável do seu estado de origem". (Pietro Ubaldi, Queda e Salvação, Capítulo 4, p. 106). (S - Sistema).

"A queda produziu essa posição das individuações em estado de antagonismo contrastante, que é o estado da animalidade e da humanidade atual, explicando-nos, dessa forma, porque em nosso mundo ainda esteja em vigor a lei da luta pela vida e da seleção do mais forte. A biologia comprova a presença dessa lei, mas só a

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teoria da queda nos explica a sua causa primeira e as reações profundas". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XV, p. 187).

"A feroz lei da luta pela seleção, dominante no mundo animal e vegetal, a que não se furta também o homem, não passa de uma conseqüência da posição periférica". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo VI, p. 64). (Os grifos são nossos).

Essa feroz luta, só se materializou, no nosso mundo, sendo um dos apanágios do mundo natural, porque o ser abandonou o Paraíso Divino, ou o Sistema, realizando uma dolorosa jornada, um trajeto de transformação para o negativo, de contração da consciência, até a total inconsciência, ao não ser:

"Nesse trajeto, a luz se vai ofuscando até se tornar treva completa, o conhecimento até se tornar ignorância , a liberdade do espírito até se tornar escravidão na matéria , a felicidade até se tornar em dor , a vida transformar-se toda em morte, o bem em mal , a ordem do organismo do Sistema até sua completa inversão no polo oposto do ser no fundo da descida, no completo caos do Anti-Sistema". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo III, p. 44). (Os grifos são nossos).

Observemos detalhadamente as expressões de significados contrários do texto acima: Luz e Treva, Conhecimento e Ignorância, Liberdade e Escravidão, Felicidade e Dor, Vida e Morte, Bem e Mal, Ordem e Caos. Conforme o enfoque que dermos a parte positiva ou a parte negativa, poderemos falar da origem do ser, e dos universos, de forma diametralmente oposta. Se nos referirmos a criação à partir do inicio da evolução as expressões que necessariamente iremos empregar serão: Trevas , Ignorância , Escravidão , Dor , Morte , Mal e Caos , porque representam a síntese final do processo de queda, contração ou involução e consequentemente o reinício, o ponto de partida do ciclo inverso, a evolução ou expansão. Porém se procurarmos explicar a origem do ser à partir da verdadeira criação, do universo sistemico ou paraíso divino, as palavras que irão definir os conceitos serão: Luz , Conhecimento , Liberdade , Felicidade , Vida , Bem e Ordem . Estudemos passo a passo, os dois processos, as duas criações, a criação espiritual e a criação material:

3.5.1) - NO PRINCÍPIO

"No princípio, criou Deus os céus e a terra ". (Gênesis, 1:1).

Se substituirmos as palavras os céus por Sistema ou Universos Divinos e a terra por Anti-Sistema ou Universos Materiais, teremos configurado a síntese, dos dois grandes princípios que regem os múltiplos universos: a criação primária, original e que a tudo sobrevive e a criação secundária, relativa, em transformação, resultante da queda:

"Há portanto dois universos : o verdadeiro, de natureza espiritual, perfeito, e uma contrafacção sua, imperfeita, o material, em evolução

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para a perfeição". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo VII, p. 68). (Os grifos são nossos).

"E dizia-lhes: Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois desse mundo, eu não sou deste mundo". (João, 8:23).

"Além do infinito astronômico existe o maior infinito espiritual". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo II, p. 33).

"Qual dos dois, o mundo espírita ou o mundo corpóreo, é o principal, na ordem das coisas? - O mundo espírita, que preexiste e sobrevive a tudo". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Pergunta 85).

"O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno , preexistente e sobrevivente a tudo". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Introdução, Item VI. (Os grifos são nossos).

O mundo espírita, que a tudo sobrevive, não é o mundo dos espíritos desencarnados, das colônias espirituais, que por mais elevadas, ainda pertencem aos mundos materiais, ao binômio tempo-espaço, mas os universos formados de puro pensamento, o Sistema, a morada dos Arcanjos ou Espíritos puros, que não têm mais nenhum contato com a matéria, seja ela qual for. É o universo sem tempo, consequentemente sem espaço, que são dimensões dos universos relativos. É o Universo eterno, primitivo, normal, infinito, absoluto que preexiste ao Anti-Sistema e sobrevive a todos os processos atinentes a evolução:

"Pode-se conhecer o espírito sem a matéria e a matéria sem o espírito? - Pode-se, sem dúvida, pelo pensamento". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Pergunta 26).

"Primeira classe. Classe única - Os Espíritos que a compõem percorreram todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria . Tendo alcançado a soma de perfeição de que é suscetível a criatura, não têm mais que sofrer provas, nem expiações. Não estando mais sujeitos à reencarnação em corpos perecíveis, realizam a vida eterna no seio de Deus". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Item 100, p.94).

"O que fica sendo o Espírito depois da sua última encarnação? - Espírito bem-aventurado; puro Espírito". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Pergunta 170).

"Não são errantes, porém, os Espíritos puros, os que chegaram à perfeição. Esses se encontram no seu estado definitivo". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Trecho da Resposta à Pergunta 226).

"Os seres que chamamos anjos, arcanjos, serafins, formam uma categoria especial, de natureza diferente da dos outros Espíritos? - Não; são Espíritos puros: estão no mais alto grau da escala e

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reúnem em si todas as perfeições". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Pergunta 128).

"Os Espíritos vivem fora do tempo como o compreendemos. A duração, para eles, deixa, por assim dizer, de existir". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Trecho dos Comentários de Kardec à Pergunta 240).

3.5.2) - AS TREVAS

"E havia trevas sobre a face do abismo ". (Gênesis, 1:2). Trevas e abismo: o Anti-Sistema a contrafacção do Sistema.

"A descida é gradual e se prolonga até atingir a profundidade do abismo , representada pela completa inversão de valores, ponto em que o Sistema, com todas as suas qualidade, resulta completamente invertido no Anti-Sistema, com as qualidades opostas". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo III, p. 44). (Os grifos são nossos).

"O Anti-Sistema permaneceu no Sistema, diferente dele por estar constituído por elementos de natureza diferente, e portanto bem longe substancialmente e na impossibilidade de misturar-se com ele". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XX, p. 259). (Os grifos são nossos).

"E além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá, passar para cá". (Lucas, 16:26). (Os grifos são nossos).

"Nós, como tudo o que existe, estamos em Deus, porque nada pode existir fora de Deus, nada lhe pode ser acrescentado nem tirado". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo II, p. 34).

A queda não foi espacial, o espaço foi uma das dimensões criadas no processo de contração da consciência, a queda foi interior, dimensional, onde a substância única foi se transformando de Espírito em Energia e desta, em sua fase final, em Matéria, e a matéria desde as suas formas sutis até a que conhecemos como tal. Então, o ser rebelde, não saiu do ponto A e se deslocou para o ponto B, mas ocorreu, numa linguagem mais próxima de nós, uma desorganização do pensamento, uma quebra de sintonia com o Todo, uma perda de conhecimento e visão de totalidade. Permanecemos no todo, estamos cercados pelo Sistema divino por todos os lados, mas não somos capazes de ver e ouvir. O Espírito foi se revestindo de matéria e energia, ou transformando-se em energia e matéria, perdendo qualidades, capacidades ou faculdades até concentrar-se totalmente em si mesmo perdendo o contato com o oceano divino, sem se aperceber que ainda vive, respira e se movimenta neste oceano:

"O ser, com a revolta, arrancou os próprios olhos e não vê mais. Não adianta se a Lei lhe mostra, porque ele se tornou cego. Para que ele

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a veja, é necessário reconstruir os seus olhos, e isto não pode ser feito senão por ele mesmo, com o seu esforço e sacrifício". (Pietro Ubaldi, Queda e Salvação, Capítulo 12, p. 263).

"É verdade que estamos situados no Anti-Sistema, no qual ruiu a ordem do pensamento perfeito. Mas aquele pensamento ali permaneceu latente, desorganizado, mas não destruído, e está à espera de ser reconstruído com o nosso esforço, à medida que o nosso amadurecimento evolutivo puder permiti-lo". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo V, p. 71).

"O véu se levanta a seus olhos, à medida que ele se depura; mas, para compreender certas coisas, são-lhe precisas faculdades que ainda não possui". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Comentários a Pergunta 18).

"Será dado um dia ao homem compreender o mistério da Divindade? - Quando não mais tiver o espírito obscurecido pela matéria. Quando, pela sua perfeição, se houver aproximado de Deus, ele o verá e comprenderá". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Pergunta 11).

"Em outras palavras, poder-se-ia dizer que o universo é inteiramente feito dessa primordial Substância conceptual que é o pensamento de Deus, e qual um infinito oceano vibrante, em cujo seio, porém, cada individualidade do ser não vibra da mesma forma, sendo mais ou menos desperta e partícipe, como estado de consciência dessa vibração. Em tudo o que existe, há a possibilidade de poder atingir toda a vibração do pensamento de Deus, mas tal vibração não existe em atividade, ela está latente, adormecida, à espera de gradual despertar. É a este despertar que se denomina evolução". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo XIX, p. 225).

3.5.3) - A LUZ

"E disse Deus: Haja luz. E houve luz ". (Gênesis, 1:3). Luz: a criação dos Espíritos antes da queda ou do sistema, o verdadeiro universo:

"Como criou Deus o Universo? - Para me servir de uma expressão corrente, direi: pela sua Vontade. Nada caracteriza melhor essa vontade onipotente do que estas belas palavras da Gênese- "Deus disse: Faça-se a luz e a luz foi feita"". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Pergunta 38).

"Além disso, mister é ter presente, que quando falamos de criação, não se trata ainda da criação de nosso universo que conhecemos, mas de uma originária criação, da qual derivou depois a atual. Essa era de puros espíritos perfeitos, bem diferente em toda sua

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qualidade, daquela em que nos achamos atualmente situados". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo II, p. 38).

"O Absoluto divino só existe no infinito. Sua manifestação (existir - manifestar-se) não pode ter tido um início. Em sua essência totalitária, ele não age no tempo, a não ser no sentido de um átimo de seu eterno devenir, no sentido de uma particular descida Sua no relativo, e neste sentido devem ser entendidas e são compreensíveis as Escrituras". (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo 63, p. 202). (Itálicos do autor).

"Dever-se-á daí concluir que a Bíblia é um erro? Não; a conclusão a tirar-se é que os homens se equivocaram ao interpretá-la". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Trechos do Item 59).

"Nas galáxias, em que da energia nasce a matéria, está o mais profundo inferno do ser, que atingiu o máximo da descida involutiva, e que daí começa o estafante caminho da subida para Deus". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo VII, p. 90).

Não devemos considerar os versículos do Gênesis, como acontecimentos sequenciais. Os textos Mosaicos foram escritos, sem pontuações, separações ou qualquer versículo, os versículos vieram à posteriore. Assim fica fácil de entender, que os escritos não definem uma cronologia ou sequência exata, mas acontecimentos, que ora, segundo as comparações e interpretações que estamos desenvolvendo, se referem ao Sistema, ora ao Anti-Sistema. Luz, pode ser entendida como vida, existir, pensamento, no caso dos Espíritos do Sistema, como luz pura, vida verdadeira ou pensamento puro, daí a interpretação de que as expressões do versículo em foco, traduzem a criação do Sistema ou dos Espíritos parcialmente ou relativamente perfeitos, antes do falso movimento que resultou na queda criando as diferentes dimensões:

"Podemos imaginar-nos o estado antes da criação como um incêndio, com luz e calor, igual em todos os seus pontos; e após a criação, como o mesmo incêndio organicamente dividido em muitas centelhas". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo VI, p. 78).

"Pensamento é sempre luz. Uma mente poderosamente intelectualizada, que pensa em ondas de alta freqüência vibratória, produz radiações que podem, por exemplo, ser verdes ou azuis; mas o verde pode ser encantador ou tétrico, e o azul pode ser tenebroso ou sublime". (Áureo, Universo e Vida, Capítulo V, Item 6, p. 78).

"Por isso, o Mestre Inesquecível nos deixou a poderosa advertência daquelas palavras graves: "Se a luz que há em ti são trevas, quão grandes serão tais trevas!" E também por isso Ele nos disse, no seu emulador e sublimal carinho: "Brilhe a vossa luz"". (Áureo, Universo e Vida, Capítulo V, Item 6, p. 78).

"Nele, estava a vida e a vida era a LUZ dos homens." (João, 1:4).

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"A LUZ veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz". (João, 3:19).

"Deus é LUZ, e não há nele treva nenhuma". (I João, 1:5).

Para quem se situa no Anti-Sistema, no relativo, a questão da origem, da causa, do início faz sentido e se reveste de importância capital. Daí nos referirmos à criação divina, de forma antropomórfica, da mesma forma que nos referimos aos acontecimentos rotineiros da nossa existência. Mas em Deus, no Sistema, não se pode falar em início, em criação, em origem, estas perguntas ou questionamentos e as tentativas de respostas, não fazem sentido ou não podem ser transferidos ao mundo absoluto, que não se expressa na dimensão tempo, espaço ou matéria, mas sim na não dimensão, na eternidade, no infinito, no Espírito. O amor, que é a maior essência do absoluto, jamais será causal, temporal, o Pai não agiu, nos criando, a partir de um determinado momento ou em razão deste ou daquele motivo, o amor é doação plena, é atrativo, é sincrônico, é unitário. Em Deus não pode ter havido um início ou uma criação. O Deus que criou, cria e criará, não é de forma alguma a realidade do absoluto, mas a manifestação do Deus imanente na condução e direção do fenômeno evolutivo que vai, passo a passo, transformando matéria em energia e energia em espírito, átomo em consciência, consciência em homem, homem em anjo e anjo em arcanjo. O universo é criado e recriado a cada momento.

Das galáxias ao universo único e verdadeiro, de puro pensamento, expresso em uma ordem plena, as ações divinas, podem ser vistas ou avaliadas através de uma dimensão temporal, facilitando a nossa compreensão, um processo didático, mas não podemos transferir esses conceitos e formas ao reino ou universo divino. As perguntas quanto à origem e a criação dos Espíritos soam como alguns questionamentos que hoje são dirigidos aos cientistas, quanto ao inusitado de certas leis naturais, e que suscita interrogações e busca de causas e porquês, que não existem, e que alguns físicos quânticos respondem com outra pergunta, muito semelhante aos Koans orientais : "O número 5, é solteiro ou casado?". A pergunta está fora de seu contexto, não é procedente e muito menos coerente. O mesmo se dá quando falamos em criação, origem e tempo em relação a Deus:

"O homem concebe tudo á sua imagem e semelhança, porque não pode pensar senão com o seu cérebro e a sua forma mental, que é filha do plano físico onde ele se encontra". (Pietro Ubaldi, Queda e Salvação, Capítulo 4, p. 104).

"Temos de recorrer a essas representações antropormóficas para tornar inteligível o processo". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo XIX, p. 235).

"Deus é o Absoluto e como tal não pode ter contrários nem pontos externos: nenhuma das características do relativo. Suas manifestações não podem ter princípio nem fim. No relativo podeis colocar uma fase de evolução, mas não o eterno devenir da

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Substância; no finito podeis colocar-vos a vós mesmos e os fenômenos de vosso concebível, mas não da Divindade e suas manifestações. Podeis chamar de criação a um período do devenir e só então falar de princípio e de fim. Neste sentido falam as revelações". (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo 63, p. 202). (Itálicos do autor).

"Certamente, compreendeis que o absoluto só pode ser infinito em todas as direções; só pode haver limites em vosso relativo; se tivéssemos que pôr limites ao absoluto, esses limites não estariam no absoluto, mas apenas traçados pela insuficiência de vosso órgão de julgamento: a razão; que o universo não só se estenderá infinito em todas as direções possíveis, espaciais, temporais e conceptuais, mas que, em determinado ponto, ele desaparecerá de vossa visão insuficiente e se desvanecerá, para vós, no inconcebível". (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo 22, p.65).

3.5.4) - LUZ E TREVAS

"E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a Luz e as Trevas ". (Gênesis, 1:4).

"Então partiu-se em dois o Sistema: em Sistema e Anti-Sistema, e daí se originou o dualismo. Mas veremos que agora que, ao invés de dizer que o Sistema se dividiu - o que implica a idéia de que se estragou - é mais exato dizer que o Sistema permaneceu perfeitamente íntegro como era, de estrutura inviolável, e que o Anti-Sistema foi o produto da expulsão que ele se fez dos elementos rebeldes". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo VII, p. 89).

"O homem está suspenso entre dois centros de atração, o do Sistema e o do Anti-Sistema, um que o ajuda a subir em direção evolutiva e o outro que o tenta para fazê-lo descer em direção involutiva". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XIV, p. 177).

"Este dualismo é o binário, guia e canaliza o movimento, sobre o qual avança a grande marcha do transformismo evolutivo; tanto que, sob esse aspecto, concebe-se uma cosmologia dualista. O monismo é dualista em seu íntimo devenir". (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo 39, p. 116).

"Cada adjetivo, cada coisa possui seu contrário; cada modo de ser oscila entre duas qualidades opostas. Cada unidade é uma balança entre esses dois extremos e equilibra-se neste seu íntimo princípio de contradição". (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo 39, p. 117).

"O caminho da evolução não é tranquilo, mas se realiza no choque entre essas duas forças contrárias". (Pietro Ubaldi, Queda e Salvação, Capítulo 7, p. 150).

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"Porque, noutro tempo, éreis trevas, mas, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz". (Efésios,5:8).

Os espíritos são criados da mesma substância divina - Imagem e Semelhança. Relativamente perfeitos - A LUZ ERA BOA - se comparados à perfeição absoluta do Pai - "E Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom senão um, que é Deus". (Mc 10:18). Luz e Trevas, Sistema e Anti-sistema. O Anti-sistema é uma bolha quântica em expansão, contida pelo Sistema:

"É assim que cada um deles não podia ser onisciente, porque a parte pode ter um conhecimento perfeito, nos limites do próprio ser, sem poder alcançar o conhecimento do Todo. É óbvio, pois, que para seres perfeitos, mas limitados em face de Deus. Que, como é lógico, devia ser mais do que eles, pudesse existir uma zona que o seu conhecimento não podia atingir. Essa zona do ignoto foi o campo da queda ". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo X, p. 127). (Os grifos são nossos).

"Foi assim, pois, que para os espíritos puros existiu uma zona situada além do seu conhecimento, zona reservada a Deus, na qual eles não deveriam, nem poderiam entrar, sem formar um estado de anarquia, que teria atentado contra o próprio sistema. Era essa uma zona em que deveria somente acreditar, obedecendo. Ela possuía, desta forma, a função de propiciar como que um exame, um consentimento pedido e feito por Amor, livremente, uma argüição com o qual o Criador interrogava a criatura, para que ela declarasse a sua aceitação: sem coação, permutando Amor com Amor. Eis a zona em que podia nascer e nasceu o erro.

Alguns espíritos responderam com obediência, aceitando por Amor e por fé, permanecendo fiéis a Deus, em Sua ordem. Outros, todavia, sempre livres, desejaram ultrapassar o limite prefixado, entraram usurpando poderes, no domínio proibido, reservado somente a Deus. Eles quiseram usar a liberdade, poderio e sabedoria recebidos de Deus, para dilatar ainda o princípio do "eu sou", que Deus havia colocado com base dos seres, à Sua imagem e semelhança". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo X, p. 128). (Os grifos são nossos).

"Num Sistema assim, um conceito de liberdade-capricho, feita de arbítrio que possa mover-se loucamente, não pode existir. Tal como as células em nosso corpo também no sistema, cada criatura era livre, mas dentro das margens da disciplina que rege o todo. Livre, mas sempre em função do todo". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo IX, p. 109).

"Depende dos Espíritos o progredirem mais ou menos rapidamente para a perfeição? - Certamente. Eles a alcançaram mais ou menos rápido, conforme o desejo que têm de alcançá-la e a submissão que testemunham à vontade de Deus . Uma criança dócil não se

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instrui mais depressa do que outra recalcitrante?" (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Pergunta 117). (Os grifos são nossos).

"O que expulsou e isolou os espíritos rebeldes não foi um afastamento espacial, mas foi o seu comportamento". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XX, p. 259).

"Por conseguinte, não podendo os elementos rebeldes existir além e fora do infinito todo, nem podendo pensar-se numa saída deles, temos de imaginar a queda numa forma que se tenha realizado ainda que todos tenham permanecido dentro de todo o sistema". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XX, p. 258).

"Dessa forma eles se isolaram num funcionamento próprio antagônico ao do todo" (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XX, p. 258).

"E a luz resplandece nas trevas, e as TREVAS, não o compreenderam". (João, 1:5).

A zona do ignoto, o oceano imenso de conhecimento, que separava o Criador da Criatura, foi o campo da queda, porque a criatura quis expandir, conscientemente, a própria individualidade, esquecendo-se dos avisos e chamamentos divinos, negando-se ao convite amoroso de aceitação e submissão, utilizando-se do livre arbítrio primordial, para invadir o campo de pensamento que estava bem além dela, que pertencia a vivência da totalidade em regime sistêmico, no qual o egocentrismo, que é a base do ser ou da individualidade, deveria assumir a forma ou movimento altruísta, para que ela alcançasse pela renúncia e obediência a plenitude do "eu sou". No entanto, ao fazer o movimento imbuído do expansionismo individualista, cria o egocentrismo egoísta, gerando o orgulho, que leva à inconsciência, à incredulidade, ao erro, ao mal, à morte ou à contração da consciência:

"E formou o SENHOR DEUS um jardim no Éden, na banda do oriente, e pôs ali o homem que tinha formado". (Gênesis, 2:7).

"Com a criação, Deus já situara a criatura no Sistema. Mas, em respeito ao Seu próprio princípio de liberdade Ele esperou a confirmação da criatura, que iria corroborar e fixar com um ato próprio de livre vontade, a sua posição, a fim de que ela tornasse definitiva". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XIV, p. 171).

"Competia, agora, à criatura, equilibrar o impulso egocêntrico do "eu sou" com o impulso altruísta do Amor". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XIV, p. 171).

"A criatura deveria, pois, necessariamente encontrar-se ante a encruzilhada da escolha". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo VI, p. 45).

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"A estrutura do edifício de conceitos e forças do Sistema, a natureza do Criador e da criatura, os fins a atingir além da prova, tudo isto conduzia à necessidade de que a criatura devesse encontrar-se só e livre na encruzilhada da escolha". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo VI, p. 45).

"E tomou o SENHOR DEUS o homem e o pôs no jardim do Éden para lavrar e guardar". (Gênesis, 2:15).

"O Sistema era um organismo, e, para mantê-lo em seu estado orgânico, era indispensável essa força íntima, profunda, que era fruto de plena convicção e aceitação, poder de coesão que só o Amor pode dar e jamais poderia ser a imposição coagida". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XIV, p. 170).

"E ordenou o SENHOR DEUS ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás". (Gênesis, 2:16).

"O ato de obediência da criatura era o único passaporte que lhe dava o direito de entrar como participante do Sistema". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XIV, p. 171).

"Eles conheciam esse seu dever, viam que a disciplina era necessária para o bom funcionamento do todo, conheciam a lei que ordenava obediência e sabiam que essa Lei exprimia o pensamento e a vontade de Deus". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo VII, p. 87).

"Deus é centro, não para sujeitar, mas para atrair, não para absorver, mas para irradiar, não para tomar, mas para dar". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo III, p. 38).

“"Por Amor te peço, pois que és meu filho, que me retribuas o Amor com que te gerei."

Após essas palavras, por um instante ficou suspensa a respiração do universo, enquanto as falanges dos espíritos criados oscilavam em cósmicas ondulações. O ser olha e pensa. Ele sente o poder que lhe vem do Pai, uma imensidade que o torna semelhante a Deus. É livre, como um "eu sou" autônomo, senhor do seu sistema, das suas forças e equilíbrios interiores. A sua própria estrutura, permeada de divina grandeza, impele-o a repetir em sentido autônomo, separatista, o egocentrismo que ele continha do "Eu Sou" máximo: Deus.

Mas, do outro lado há uma força oposta, anti-egocêntrica, tendente a neutralizar a primeira: o Amor. Ele se manifesta como silenciosa atração, que se impõe por bondade. Quem compreendeu esse

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apelo, verdadeiramente compreendeu Deus". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo VII, p. 47).

"A escolha foi por eles feita, e o universo, abalado até aos fundamentos que estão no espírito, estremeceu e parte dele desmoronou, involvendo na matéria". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo IV, p. 50).

"Conseqüentemente a parte que ficou fiel ao princípio orgânico, permaneceu na ordem e a parte que aderiu ao princípio oposto precipitou-se na desordem. Nesses seres o egocentrismo crescera até superar o limite pré-estabelecido, precipitando-os assim na imperfeição e na ignorância, nas quais foi possível o erro e a queda". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XIV, p. 172).

"Como caíste do céu, ó Lúcifer, como foste cindido e abatido até a Terra? E no entanto dizias em teu coração: Tornar-me-ei semelhante ao Altíssimo". (Isaías, 14:12).

"Então, disse o SENHOR DEUS: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal". (Gênesis, 3:22).

"A causa de tamanho mal foi o desequilíbrio e o exagero do egocentrismo, o fato de que ele prevaleceu sobre o Amor e assim o destruiu; e, com esta destruição, privou o Sistema de toda a sua força coesiva e unificadora. É natural, então, que este se tenha automaticamente desagregado, porque o egocentrismo egoísta só pode separar e destruir qualquer organização". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XIV, p. 172).

Os Espíritos que caíram ficam conhecendo diretamente o mal porque ao concentrarem-se em si mesmos, reforçam a própria autonomia, isolando-se, juntos com os seus iguais, dentro do Sistema de onde nunca saíram. Destacam-se da ordem, por perderem o contato com o bem, o amor e o conhecimento, oriundos do TUDO-UNO-DEUS. O mal é apenas a carência, ou o vazio do bem, do amor, UMA CRIAÇÃO TEMPORÁRIA DA CRIATURA, nascida da ausência do bem, da negação do princípio da totalidade:

"O pecado da revolta foi, com efeito, um pecado de orgulho, de exagero e superestimação do eu, um pecado de egoísmo. Nisto consiste a revolta". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XIV, p. 172).

"É evidente que tudo isto não pode ser obra de Deus, pois Ele não pode errar, e sim obra de uma criatura, que podia e livremente quis errar". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo X, p. 140).

"A morte é um estado de obscurecimento de consciência que o ser possuía no estado de Sistema". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XVII, p. 220).

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"Foi por isso que, apesar de seu desejo de criar um sistema próprio - ainda que em posição invertida, seguindo seu impulso de afastamento - os elementos rebeldes tiveram de continuar a gravitar para Deus, pois só em função Dele é possível a existência tanto dos obedientes como dos rebeldes". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XII, p. 139).

"E, havendo LANÇADO FORA o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden e uma espada inflamada que andava ao redor, para GUARDAR O CAMINHO DA ÁVORE DA VIDA". (Gênesis, 3:24).

"Expulsar, não quer dizer expulsar do todo que o Sistema abarca, o que seria absurdo, pois nada pode existir além do todo. Expulsar, quer dizer colocar para fora da ordem, fora da parte que, no todo do Sistema, permaneceu ordenada na Lei". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XII, p. 138).

"Quando o ser desmorona na matéria, ele perde a consciência e todas as demais faculdades. Então a Lei o substitui completamente em tudo e ele fica totalmente sujeito ao determinismo escravo a que também está sujeito a matéria. Evolvendo, o ser desperta sua consciência, o que significa reencontrar a Lei, compreendê-la e perceber cada vez mais o prejuízo e o absurdo de revoltar-se contra ela. Isto também significa começar a colaborar, reentrando assim pouco a pouco na ordem, o que quer dizer assumir cada vez mais funções diretivas de operário da Lei e de instrumento de Deus". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo IX, p. 110).

"Assim, o sistema termina sempre na perfeição desejada. A primeira dada por um conhecimento intuitivo, sem a prova da dor; a segunda por um conhecimento experimental através do longo e estafante caminho da evolução. A primeira permanece intacta, imune a corrupção; a segunda, degenerando-se para depois curar-se. Não importa se o caminho é mais ou menos longo. Esta outra estrada conduz igualmente à meta". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo VII, p. 75).

3.5.5) - IMAGEM E SEMELHANÇA

"E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, confo rme a nossa semelhança ". (Gênesis, 1:26).

"A verdadeira criação foi única, a dos espíritos puros, isto é, a que Deus realizou em Seu seio, distinguindo-se interiormente em muitos "eu sou", feitos à Sua imagem e semelhança. O nosso universo físico não foi uma criação, foi um desmoronamento da criação". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo X, p. 121).

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"A primeira criação dos puros espíritos gerou então as criaturas estritamente individualizadas por suas características pessoais, como Deus. Só assim torna-se possível admitir nelas tantas qualidades que temos de reconhecer como necessidade lógica, que nos obriga a admitir também a da individuação. Essas qualidades eram: liberdade, conhecimento, posição hierárquica bem definida, função individual no estado orgânico do Sistema etc.

Desse modo, todos os elementos, tanto do Sistema quanto depois, já decaídos no Anti-Sistema, permaneceram sempre individuados". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XV, p. 187).

"É a consciência de si mesmo que constitui o atributo principal do Espírito". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Trecho da Resposta à Pergunta 600).

Somos da mesma substância da divindade, mas não temos a mesma potência, não somos idênticos, conseqüentemente não possuímos o mesmo saber. Onde não há conhecimento existe a possibilidade do erro, desde que o ser, deixe os limites da individualidade, ultrapassar o da totalidade:

"A revolta padeceu de um erro fundamental de estratégia: o de haver confundido semelhança com identidade. Deus, na Sua bondade para com a criatura e por amá-la, fizera-a semelhante a Ele, mas não idêntica, isto é, da mesma natureza, mas não da mesma potência". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo VII, p. 75).

"Vou para o Pai, porque o Pai é MAIOR DO QUE EU". (João, 14:28).

"O erro dos rebeldes estava justamente inserido em sua natureza egocêntrica de "eu sou", como uma conseqüência sua, direta, pois consistiu em sua dilatação exagerada, a ponto de iludir-se, acreditando que semelhança pudesse vir a ser identidade". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo VII, p. 75).

"Efetivamente a ela nada faltava como qualidade, faltava um pouco somente como quantidade, foi essa quantidade que o orgulho admitiu que pudesse criar por meio da potência do próprio "eu sou", retirando-a desse "eu" já tão divinamente poderoso. Enganou-se porém". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo VII, p. 75).

"O dom da liberdade, concedido por Deus à criatura, para que ela se Lhe assemelhasse, era completo. Ela poderia aceitá-lo, grata, como poderia ter dito: "Não! Não aceito". A revolta foi o primeiro passo no sentido desta recusa, visto que a tentativa de existência autônoma era, mantendo-se negativa, uma primeira tentativa de não-ser". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo VII, p. 72).

"Dando ao Espírito a liberdade de escolha, deixa-lhe toda a responsabilidade dos seus atos e das suas conseqüências; nada lhe

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estorva o futuro; o caminho do bem está à sua frente, como o do mal. Mas se sucumbir, ainda lhe resta uma consolação, a de que nem tudo acabou para ele, pois Deus, na sua bondade, permite-lhe recomeçar o que foi mal feito". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Trecho da Resposta à Pergunta 258-a).

"Então, muitos "Deuses" menores, feitos de substância divina, livremente decidiram tornar-se "Deuses" maiores, iguais a Deus. (...). Mas não foi assim para todos os seres. A balança em que foram colocados os dois impulsos, para uma outra multidão de espíritos se inclinou, ao invés, para o lado Amor, oposto ao da rebelião por orgulho". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo IV, p. 50).

"O orgulho é que gera a incredulidade". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Trecho da Resposta à Pergunta 09).

"Este sistema rebelde é formado de muitos "eu sou" menores, que, ao invés de coordenarem-se hierarquicamente no sistema de Deus, quiseram isolar-se, formando uma hierarquia oposta de centros autônomos". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo VII, p. 73).

"E houve batalha no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão; e batalhavam o dragão e os seus anjos. Mas não prevaleceram; nem mais o seu lugar SE ACHOU NOS CÉUS". (Apocalipse, 12:7 e 8).

Uma pergunta natural, para quem se situa no relativo, é a de quantos espíritos caíram, após o movimento de escolha ilusória, sofrendo a contração da consciência, originando as numerosas dimensões do Anti-Sistema. O número de Espíritos, naturalmente, será incomensurável, mas não infinito:

"O conceito de infinito é completamente diferente do de indefinido, inumerável, incomensurável, por maior que seja, jamais poderá esgotar o infinito, que só poderá sentir qualquer subtração, quando dele se subtrai outro infinito". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XV, p. 198).

"Mas quem quisesse ter uma idéia do número que poderia medir a quantidade dos elementos constitutivos do Anti-Sist ema, por exemplo, no plano representado pela matéria , experimente contar o número dos elementos que compõem os átomos existentes em todo o universo.

Como se vê, se não encontramos o infinito, porque nos achamos no Anti-Sistema, encontramos sempre uma quantidade incomensurável, o que, praticamente, equivale ao infinito". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XV, p. 198). (Os grifos são nossos).

"E a sua cauda levou após si A TERÇA PARTE das estrelas do céu e lançou-as sobre a terra". (Apocalipse, 12:5).

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No meio cientifico da atualidade existem duas teorias, que complementam e ratificam a Teoria da Queda. A primeira é a do Big Bang, que mostra o início do universo, a partir de uma singularidade, há mais ou menos 13,5 bilhões de anos, iniciando por um minúsculo ponto, do tamanho de um bilionésimo do próton. E a segunda, é a do Big Crush, quando o universo vai perdendo paulatinamente a velocidade de expansão atual, num cenário onde a força da gravidade predomina até ocorrer uma nova singularidade e tudo ser reduzido a um ponto um bilhão de vezes menor que o proton. Se a matéria é energia congelada, e a energia por sua vez pode ser vista como espírito congelado, entende-se que por contração das consciências o universo material surja e por expansão, pelas vias da evolução, o universo material desapareça. Não nos esqueçamos porém que existem sistemas de universos e que este processo ocorre em ciclos infinitos de formação, desenvolvimento, evolução e retorno ao plano ou paraíso de unidade e plenitude:

"Cada universo tem uma medida de unidade própria, que consiste em sua dimensão.Como se passa, por evolução, de uma fase para outra, como vimos na transmutação das formas da substância, em que os universos aparecem e desaparecem, assim por evolução, passa-se de uma dimensão a outra e as unidades de medida do relativo aparecem e desaparecem". (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo 35, p. 105). (Itálicos do autor).

"Assim como involução havia significado expulsão, assim evolução significa reabsorção; dois movimentos compensados, inversos e complementares, que se equilibram. Assim a energia é prisão do espírito, tal qual a matéria é energia congelada. Se o primeiro movimento vai na direção do aprisionamento, o segundo segue na direção da liberdade. Por isso a matéria deve ser reabsorvida pela energia e esta pelo espírito. No fim tudo termina em Deus, que fora o ponto de partida. Deus é sempre o centro de tudo. E tudo se reduz a um movimento que partindo de Deus, volta a Deus. O ponto "alfa "coincide com o ponto "ômega"". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo VIII, p. 97).

"Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo poderoso". (Apocalipse, 1:8).

3.5.6) - MACHO E FÊMEA

"E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou ". (Gênesis, 1:27).

Macho - princípio masculino: a Totalidade. Fêmea - princípio feminino: a Individualidade. Concebendo as palavras do Gênesis, nesse enfoque, fica fácil visualizar que a individualidade foi um princípio derivado da totalidade, tal qual os símbolos Adão e Eva. Eva se origina da costela de Adão, ou seja, dos princípios oriunda da totalidade. Tanto é verdade que a individualidade é o princípio que nos dá a consciência de ser, existir, poder dizer "Eu Sou". E não deve ser por outra razão que no Gênesis ainda encontramos:

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"E chamou Adão o nome de sua mulher Eva, porquanto e la era a mãe de todos os viventes ". (Gênesis, 3:20).

A maioria das figuras bíblicas, notadamente no Gênesis, são personificações de forças ou fenômenos, que foram tomadas como realidade, em sua significação literal. São figuras emblemáticas. As revelações feitas pelos Espíritos, em todas as épocas da humanidade, para que fossem também úteis ao futuro, tiveram de se revestir de símbolos, comparações e serem expressas na forma de histórias ou parábolas:

"Não será esse o significado profundo que se oculta na simbólica narração da Bíblia, de Adão e Eva tentados pela serpente, que já era anjo rebelde e decaído, a fim de comerem o fruto proibido, e depois expulsos por sua desobediência do paraíso terrestre?

Os seres rebeldes enganaram-se quanto ao resultado de sua revolta, mas eles bem sabiam que isto era uma revolta contra a ordem. Seu erro e culpa foi de querer substituir à ordem, chefiada por Deus, outra ordem chefiada ao invés pela criatura. O movimento assume exatamente a forma de inversão". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo VII, p. 88).

"É o que se contém na grande figura emblemática da queda do homem e do pecado original: uns cederam à tentação, outros resistiram". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Trechos da Resposta à Pergunta 122).

O uso de figuras, emblemas, símbolos, comparações, nas várias etapas da revelação, dadas em todas as épocas, pelos prepostos do Cristo, se deve as limitações da nossa linguagem humana e a impossibilidade ou dificuldade de expressar algo, que vai bem além dos horizontes do nosso entendimento. Recorrem, portanto, a imagens mentais, para expressar a realidade, ou fenômenos, fora dos limites evolutivos, onde ainda nos situamos:

"Depois, os próprios Espíritos esclarecidos podem exprimir-se em termos diferentes, cujo valor, entretanto, é, substancialmente, o mesmo, sobretudo quando se trata de coisas que a vossa linguagem se mostra impotente para traduzir com clareza. Recorrem então a figuras, a comparações, que tomais como realidade". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Trechos da Resposta à Pergunta 143).

"Estais sempre inclinados a tomar as palavras na sua significação literal." (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Trechos da Resposta à Pergunta 54).

"Muitíssimo incompleta é a vossa linguagem, para exprimir o que está fora de vós. Teve-se então que recorrer a comparações e tomastes como realidade as imagens e figuras que serviram para essas comparações. À medida, porém, que o homem se instrui, melhor vai compreendendo o que a sua linguagem não pode

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exprimir". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Resposta à Pergunta 966).

"Nunca poderemos deixar de esclarecer e avisar que aqui não podemos oferecer a realidade do fenômeno em sua substância, mas apenas imagens mentais humanas dessa realidade, que nos escapa em sua essência. É mister, pois, aceitá-las tal como são, e não entendê-las como expressão definitiva, que esgote a realidade". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XIX, p. 247).

"De onde procede a doutrina do fogo eterno? - Imagem, como tantas outras, tomada como realidade". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Resposta à Pergunta 974).

3.5.7) - O EGOCENTRISMO

"Vós tendes por pai ao diabo e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele foi homicida DESDE O PRINCÍPIO e não se firmou na verdade; porque NÃO HÁ VERDADE NELE; quando ele profere mentira, FALA DO QUE LHE É PRÓPRIO, porque é mentiroso e pai da mentira". (João, 8:44).

"Os seres que chamamos demônios são os involuídos, com instintos bestiais, e não é preciso ir buscá-los muito longe, porque o nosso mundo está cheio deles . Os que negam a existência do inferno, basta que olhem em redor para tocá-lo com as mãos. Os demônios - não importa o lugar em que se encontrem - são os seres inferiores; e os anjos são os superiores". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XIV, p. 177). (Os grifos são nossos).

O egocentrismo que dá origem a individualidade, pode ser integrado e desenvolvido em duas direções: altruísmo ou egoísmo. Quando o ser, escolhe o altruísmo, ele se direciona para a totalidade, integrando a sua individualidade à unidade, permanecendo no Sistema, firmando-se na verdade. Caso contrário, ocorre a queda, pela hipertrofia do eu, por escolha egocêntrica egoísta, por isso, que desde o princípio, podemos ser denominados filhos do "Diabo" ou da mentira ou da ilusão ou do engano. Do orgulho nascem todos os outros vícios, a negatividade ou deformidades inerentes a queda. O orgulho neutraliza, inverte ou "mata", todas as qualidades que herdamos de Deus-Pai. Os espíritos que sofreram a contração da consciência são "homicidas" porque mataram ou transformaram em estado de latência todas as virtudes divinas. É por essa razão, que somente quando extirpá-lo da nossa intimidade, ou melhor, invertê-lo, em ações altruístas, é que retornaremos ao Sistema, atingindo a perfeição:

"Meus filhos, na máxima: Fora da Caridade não há salvação, estão contidos os destinos do homem sobre a Terra e no céu ". ( Paulo, Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo XV, p.202). (Itálicos do original). (Os grifos são nossos).

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"O amor é a lei de atração para os seres vivos e organizados. A atração é a lei de amor para a matéria inorgânica". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Trechos da Resposta à Pergunta 888-a).

"O egoísmo poderia então denominar-se egocentrismo involuído, fechado e limitado em si mesmo, enquanto o altruísmo seria o egocentrismo evoluído, aberto e expandido no Todo". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo III, p. 37).

"Não foi a queda, pois, que criou os egocentrismos: criou apenas o egoísmo, que os afastou, uns dos outros, como inimigos. A queda quis substituir ao egocentrismo unitário de Deus , em torno do qual se haviam coordenado todos os outros egocentrismos em Sistema, uma pulverização de egocentrismos separados, cada um tornando-se centro de si mesmo". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XV, p. 188). (Os grifos são nossos).

"Dentre os vícios, qual o que se pode considerar radical? - Temo-lo dito muitas vezes: o egoísmo. Daí deriva todo mal . Estudai todos os vícios e vereis que do fundo de todos há egoísmo. Por mais que lhes deis combate não chegareis extirpá-los, enquanto não atacardes o mal pela raiz, enquanto não houverdes destruído a causa. Tendam, pois, todos os esforços para esse efeito, porquanto aí é que está a verdadeira chaga da sociedade. Quem quiser, desde esta vida, ir aproximando-se da perfeição moral , deve expurgar o seu coração de todo sentimento de egoísmo, visto ser o egoísmo incompatível com a justiça, o amor e a caridade. Ele neutraliza todas as outras qualidades ". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Resposta à Pergunta 913). (Os grifos são nossos).

"O egoísmo é portanto o alvo para o qual todos os verdadeiros crentes devem dirigir suas armas, suas forças e sua coragem. Digo coragem, porque esta é a qualidade mais necessária para vencer-se a si mesmo do que para vencer aos outros". (Emmanuel, Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo XI, p.151).

3.5.8) - A PRIMEIRA CRIAÇÃO

A primeira criação é, como já ficou claro, a criação verdadeira ou a origem espiritual do ser. É a criação fora do espaço e do tempo, imaterial, perfeita, orgânica, sistêmica, amorosa, realizada na ordem e na liberdade absoluta:

"As criaturas saídas das mãos de Deus só podiam ser espíritos e perfeitos, porque saíram das mãos de Deus e porque eram espíritos. O estado de perfeição só pode existir no estado espiritual". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XIII, p. 157).

"O Sistema assumiu a estrutura orgânica sobretudo porque a criação de tantos seres diferentes se baseava no princípio do Amor, que foi a força que continuou a cimentá-los, o impulso que devia mantê-

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los unidos em sistema, o único possível num regime de absoluta liberdade . Por isso não podia ser eliminada a priori no Sistema uma possibilidade de revolta, justamente porque a vida do organismo não podia basear-se senão sobre uma livre aceitação. Não podia ser impedida a revolta violando a liberdade dos espíritos com o reduzi-los à escravidão, mas apenas pela força do princípio do Amor, que deveria funcionar neles em direção a Deus com a mes ma plenitude com que aquele princípio havia funcionado de Deus para com eles . Princípio de Amor, ao qual unicamente vinha de modo livre confiada a tarefa de frear e disciplinar o impulso oposto separatista do egocentrismo individual, a cujo predomínio foi devida a revolta. Porque foi uma rebelião contra o princípio fundamental da criação, foi grande essa culpa e conduziu a consequências tão dura". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XIII, p. 161). (Os grifos são nossos).

"Sem o livre-arbítrio, o homem seria máquina". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Trechos da Resposta à Pergunta 843).

"Jamais o priva do seu livre-arbítrio: se deste faz ele mau uso, sofre as conseqüências". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Trechos da Resposta à Pergunta 1006).

O princípio do amor e conseqüentemente da liberdade rege toda a criação, tanto no Sistema como no Anti-Sistema. O livre arbítrio é patrimônio sagrado e inviolável da criatura. Todo processo deve funcionar em impulsos de livre e consciente aceitação, em qualquer nível. A permanência no Sistema ou o retorno do ser, oriundo das mais diferentes dimensões do Anti-Sistema, é dado em regime de livre escolha. Viver significa escolher, até que a harmonia e a reconquista do amor na unidade, nos faça escolher sempre o bem e a Lei divina: "Porque eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou". (João, 6:38). Nos primórdios da criação, quando o espírito rebelde, optou pela individualidade, negando a totalidade, ele se afastou vibratoriamente do Criador e de toda a criação, se isolando e densificando a vibração que lhe era própria, criando assim com os seus iguais, os estados conscienciais dissonantes e as diversas dimensões espirituais, energéticas e materiais onde passaram a viver:

"Deus, por ser Amor, não pode querer a criatura forçadamente prisioneira do Seu Amor. Ele limita-se a atraí-la. Eis uma nova característica do Sistema, que não pode admitir da parte da criatura, senão uma correspondência de caráter espontâneo, sem qual não há amor". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo IV, p. 46).

"Com a criação dos espíritos, formaram-se, na substância homogênea, muitos núcleos de pensamento , constituídos de vibrações, cada uma de seu tipo. Disso nasceu o novo estado diferenciado, formado pelas individuações dos vários "eu" . Ora, muitos deles pensaram conforme a Lei, assim permanecendo, porque constituídos de pura vibração de pensamento, em seu seio.

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A Lei representava o pensamento de Deus que tudo dirigia e regia, e permaneceram na ordem do Sistema os espíritos que continuaram a existir em uníssono com esse pensamento. Mas outros espíritos, ao invés, pensaram contra a Lei. E porque constituídos de pensamento, eles se acharam assim fora dela. Desse modo, caíram fora da ordem, na desordem, os espíritos que não quiseram viver sintonizados harmonicamente com o pensamento de Deus, representado pela Lei. Dessa forma eles se isolaram num funcionamento próprio antagônico ao do todo". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XX, p. 258). (Os grifos são nossos).

"E escondeu-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim". (Gênesis, 3:8).

Para retornar o espírito necessita readquirir pelos próprios esforços o conhecimento e o amor a Deus e ao próximo, daí serem estes requisitos os primeiros e o maior de todos os mandamentos para o seres decaídos. Mandamentos que ressumem todas as leis e profetas:

"No suor do teu rosto, comerás o teu pão". (Gênesis, 3:19).

"O pão nosso de cada dia dá-nos hoje". (Mateus, 6:11).

"Eu sou o pão vivo que desceu do céu, se alguém comer desse pão, viverá para sempre". (João, 6:51).

"Destruíste o esplêndido edifício. Contudo, continuarás a ser meu filho. Reconstruirás, porém, tudo com o teu esforço". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo IV, p. 49).

"E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu CORAÇÃO, e de toda a tua ALMA, e de todas as tuas FORÇAS, e de todo o teu ENTENDIMENTO e ao próximo como a TI MESMO". (Lucas, 10:27).

"E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás, pois ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. NÃO HÁ OUTRO MANDAMENTO MAIOR DO QUE ESTE". (Marcos, 12:29 a 31).

"Porque, em a Natureza, tudo é amor: o egoísmo é que o mata". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Trechos dos Comentários à Pergunta 980).

"Em que consiste a felicidade dos bons Espíritos? (...) o amor que os une lhes é fonte de suprema felicidade. (...). Somente os puros

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Espíritos gozam, é exato, da felicidade suprema, (...). (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Trechos da Resposta à Pergunta 967).

"Daí vem que ela não pode gozar de felicidade perfeita, senão quando esteja completamente pura". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Trechos da Resposta à Pergunta 979).

"Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus". (Mateus, 5:48).

"Eu sou o Deus Todo poderoso, anda em minha presença e sê perfeito". (Gênesis, 17:1).

"O grande modelo é Deus, que todos os seres, inclusive o homem, devem seguir". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo III, p. 36).

"Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas". (Mateus, 7:12).

3.5.9) - A SEGUNDA CRIAÇÃO

"E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra e sop rou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi fei ta alma vivente ". (Gênesis, 3:20).

"Isto prova que a vida é uma fusão de dois mundos, pois enquanto é matéria é, ao mesmo tempo, fecundação desta, por obra de um princípio dinâmico superior, a energia. O corpo feito de barro, recebeu a alma do céu, o sopro divino". (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo 58, p. 181).

"No composto humano, achamos os elementos que vão do mineral ao espírito, porque ele está percorrendo em subida a estrada da evolução que nos transforma um no outro". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XVIII, p. 233).

"Porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão". (Lucas, 3:8).

Aqui temos a descrição da segunda criação, o homem surgindo do átomo, do pó da terra, a partir da evolução, no momento de transformação da matéria inorgânica em matéria orgânica: e soprou nos seus narizes o fôlego da vida (a energia vital, o fluído vital e a alma ou espírito). Os Espíritos Reveladores, ao responderem a questão 115 de "O Livro dos Espíritos", partem deste mesmo trecho do Gênesis, do início da evolução, para definir a origem dos Espíritos. Não se referem à primeira Criação, antes do ciclo de queda ou involução, que originou o ciclo de evolução. O nosso universo ou os sistemas de universos energéticos e materiais existentes, não representam a verdadeira criação divina, são, antes de tudo, o resultado da contrafacção do estado de puro

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pensamento para as diferentes manifestações vibracionais em dimensões que vão do + infinito ao - infinito:

"A contemplação desta visão leva-nos a uma conclusão estranha: que o nosso universo, esse que a ciência estuda e que aceitamos como base de pesquisa para o conhecimento, não representa a criação nem o verdadeiro estado do ser, mas apenas um estado patológico transitório, de que, só indiretamente, podemos reconstruir no estado perfeito e definitivo". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo IV, p. 52).

"O universo que a ciência estuda é exatamente este invertido, em que o Uno está pulverizado na infinita multiplicidade fenomênica do relativo". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo VIII, p. 84).

"Nosso universo é uma clínica onde se curam os enfermos da doença de rebeldia". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XIII, p. 160).

"Dos Espíritos, uns terão sido criados bons e outros maus? - Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é sem saber . A cada um deu determinada missão, com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à perfeição , pelo conhecimento da verdade, para aproximá-los de si. Nesta perfeição é que eles encontram a pura e eterna felicidade. Passando pelas provas que Deus lhes impõe é que os Espíritos adquirem conhecimento . Uns aceitam submissos essas provas e chegam mais depressa à meta que lhes foi assinada." (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Resposta à Pergunta 115).

"Quando se vos falou do Espírito no estado de infância, no estado, por conseguinte, de ignorância; quando se vos disse que o Espírito era criado simples e ignorante, tratava-se, está bem visto, da fase de preparação do Espírito para entrar na humanidade. Fora inconsequente, então, dar esclarecimentos sobre a origem do Espírito. Notai que ela foi deixada na obscuridade. Ainda hoje seria cedo para desenvolver esse ponto". (J. B. Roustaing, Os Quatro Evangelhos, Tomo Primeiro, Item 56, p. 295).

"Como se vê, trata-se de coisa bem diferente da criação de espíritos simples e ignorantes. Kardec não entrou no problema porque não seria aceito nem compreendido. Mas, tendo que apresentar de qualquer forma um ponto de partida, escolheu um, no percurso de todo o processo, que está mais próximo a nós, tal como fez a Bíblia, que parte da segunda criação material, efeito da queda. E não podia fazer de outra maneira, pois estava falando a criaturas que ignoravam muitos conceitos que só são admitidos hoje. Assim também Kardec e os espíritos não podiam falar uma linguagem que teria sido incompreensível para aquela época, porque para as mentes de então era absolutamente uma equivalência entre matéria

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e energia e uma evolução físico-dinâmico-espiritual". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo X, p. 120). (Os grifos são nossos).

Os Espíritos Reveladores, naquele momento histórico da Codificação Kardequiana, ainda não podiam referir-se diretamente aos acontecimentos, que teria ocorrido antes do processo evolutivo, porque naquela época, o tempo e o espaço, ainda eram considerados absolutos. Não haviam nascido as concepções revolucionárias da Teoria da Relatividade Restrita e da Teoria da Relatividade Geral e muito menos as formulações intrigantes da Física Quântica. A Teoria da Evolução dava os seus primeiros passos. As conexões entre matéria e espírito, e energia e matéria estavam muito longe de serem expressas como nos dias que correm.

Seria inconsequente, como bem disse Roustaing, tecer comentários, a respeito do tema de forma inequívoca, era cedo demais, Kardec, como comenta Ubaldi, não seria compreendido e muito menos aceito. A criação da matéria, a origem dos Espíritos, a Criação Divina e seus aspectos, entre outros temas ou questões, foram deixados na obscuridade aguardando o porvir:

"A matéria existe desde toda a eternidade, como Deus, ou foi criada por ele em dado momento? - "Só Deus o sabe. (...)". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Pergunta 21).

"O princípio das coisas está nos segredos de Deus. (...)". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Trechos da Resposta a Pergunta 49).

"Quando, porém, ao modo por que nos criou e em que momento o fez, nada sabemos". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Trechos da Resposta a Pergunta 78).

"Mas, repito ainda uma vez, a origem deles é mistério". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Trechos da Resposta à Pergunta 81).

"De resto, bem o sabeis, há coisas que não é dado ao homem penetrar, e esta, por enquanto , é uma delas". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Trechos da Resposta à Pergunta 72-a). (Os grifos são nossos).

A primeira obra de Pietro Ubaldi, após a recepção das primeiras Grandes Mensagens, é denominada de A Grande Síntese, porque Sua Voz traça uma síntese orgânica entre a Ciência, a Filosofia, a Religião e a Arte, dando início às revelações, que paulatinamente, ao longo de outros vinte e três volumes, detalham o percurso completo do ser em suas etapas evolutivas e involutivas, adentrando as questões últimas, da origem do Espírito. Ela só foi possível, porque a revolução da Física já havia iniciado, a Psicologia, graças aos trabalhos do genial Freud e de vários dos seus antecessores, colaboradores e opositores, já vinha demonstrando os labirintos e complexidade do psiquismo do Homem e a Biologia, juntamente com tantos outros campos do saber humano, ganhavam novas interpretações e teorias, só então foi possível avançar, mas mesmo assim, determinados pontos e a compreensão verdadeira

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de vários fundamentos e princípios só surgirão com o avançar das décadas e dos séculos:

"Em cada época de transição só lhe é dito e dado aquilo que ele [O Homem] pode suportar".(J. B. Roustaing, Os Quatro Evangelhos, Tomo Primeiro, Item 14, p. 152) (A expressão entre chaves é complemento nosso).

"Não ensinais às crianças o que ensinais aos adultos e não dais ao recém-nascido um alimento que ele não possa digerir. Cada coisa tem seu tempo. Eles ensinaram muitas coisas que os homens não compreenderam ou adulteraram, mas que podem compreender agora". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Trechos da Resposta à Pergunta 801).

"(...). O homem as compreende melhor à proporção que se eleva acima da matéria". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Trecho da Resposta à Pergunta 12).

"Nós, Espíritos, só podemos responder de acordo com o grau de adiantamento em que vos achais. Quer dizer que não devemos revelar estas coisas a todos, porque nem todos estão em estado de comprendê-las e semelhante revelação os pertubaria". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Resposta à Pergunta 182). (Itálicos do autor).

"(...) a cada época se deve falar a linguagem conveniente, para ser-se compreendido e sobretudo escutado". (J. B. Roustaing, Os Quatro Evangelhos, Tomo Primeiro, Item 22, p. 172).

"Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora". (João, 16:12).

O ponto de partida do Texto Kardequiano foi a Simplicidade e a Ignorância, isto é sem saber , porque este estado, é uma das conseqüências da contração da consciência, quando a verdade e as potencialidades divinas se tornam latentes, assumindo a forma de sementes, a serem desenvolvidas no percurso evolutivo:

"A evolução dá-nos um sentido de expansão, de superação de limites, de emersão do baixo para o alto, de libertação da prisão. O fenômeno da involução apresenta-se-nos com as características opostas. Aparece-nos ela com um processo de contração, e a evolução, ao contrário, como de expansão. Isso nos leva a pensar que na estrutura do espírito, no estado puro em que fora criado, já que tudo tinha sido previsto, deveriam existir as posições, através das quais se teriam podido operar aquelas transformações, que constituem o processo involutivo e evolutivo.

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Em outros termos, na estrutura dos espíritos criados devia existir, no estado latente ou embrional como de semente, as posições que depois aparecem no período evolutivo, ou seja, energia e matéria. Sem esta pré-existência, não se sabe donde possa haver derivado esse modelo, mais tarde seguido, na queda e na nova subida; pré-existência, no entanto, puramente potencial, como possibilidade pronta a tornar-se ato logo que uma revolta tivesse dado, para isso, um primeiro impulso, tal como ocorre com a centelha, que acende uma dinamite já pronta, mas que pode permanecer indefinidamente inerte, se a centelha não acende". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XX, p. 263).

"O seu conhecimento é o conhecimento invertido do Anti-Sistema, porque nele permaneceu o conhecimento, mas no negativo, ou seja, como ciência das aparências, isto é, como ciência da ilusão proporcionada pela percepção sensória do mundo exterior, percepção que a ciência começa a descobrir que corresponde muito pouco à realidade. Assim, entre a escravidão aos instintos e a miragem de um mundo relativo, o homem se debate para reconquistar, por meio de erros e dores, a liberdade e o conhecimento". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XVI, p. 209).

3.5.10) - A IGNORÂNCIA

"Mas Deus não criou seres eternamente voltados ao mal. Criou-os apenas simples e ignorantes, e todos devem progredir num tempo mais ou menos longo, de acordo com a própria vontade. Esta pode ser mais ou menos retardada, assim como há crianças mais ou menos precoces, mas cedo ou tarde ela se manifesta por uma irresistível necessidade que o Espírito sente em sair da sua inferioridade e ser feliz". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Trecho a Resposta à Pergunta 1.006). (Os grifos são nossos).

"Devemos reconhecer que, no todo, não falta o conhecimento. Só a nós ele falta, e falta menos aos mais evoluídos, e falta mais ao menos evoluídos do que nós. A ignorância é fruto da queda , fruto que se anula com a subida, e nós estamos justamente realizando esse trabalho de anulação da ignorância". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo V, p. 71). (Os grifos são nossos).

Tanto a ignorância é fruto da queda, que nas respostas às perguntas 115 e 1006 de O Livro dos Espíritos, os Espíritos Reveladores, destacam sempre o "devem progredir" e o "chegar progressivamente à perfeição" ou seja, etapas pertinentes ao processo evolutivo ou de expansão da consciência, confirmando o estado de potencialidades latente na questão 598:

"A alma dos animais conserva após a morte sua individualidade e a consciência de si mesma? - Sua individualidade sim, mas não a consciência de si mesma. A vida inteligente permanece em

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estado latente ". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Pergunta 598). (Os grifos são nossos).

Como já havíamos asseverado, no campo psíquico, o menos só é capaz de gerar o mais, se o mais já existir em sua intimidade como potencialidade ou estado latente. A ignorância é apenas o reflexo da contração da consciência, que levou o conhecimento da verdade e a totalidade ao estado de inconsciência ou de germe:

"Com a queda, portanto, o conhecimento passou das mãos da criatura, que antes era colaboradora consciente da Lei, às mãos da Lei, à qual a criatura, que não mais pode possuir funções livres diretivas porque se revoltou e decaiu na ignorância , deve agora obedecer cegamente. É lógico que, quanto mais a criatura se aprofundar no Anti-Sistema, mais ela ficará submergida na ignorância, e mais virá a perder sua liberdade, que não é uma qualidade que se possa conceder aos inconscientes, que não podem fazer bom uso dela". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XVI, p. 207). (Os grifos são nossos).

"Nos planos mais baixos, não apenas tudo é determinismo, mas também, para o elemento, tudo permanece em estado de inconsciência". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XVI, p. 209). (Os grifos são nossos).

"No fundo da natureza humana está a tragédia da queda, em razão da qual a alma, centelha divina, desceu para a ilusão da matéria e dos sentidos, num corpo vulnerável a tudo e num ambiente ingrato, em que a conquista do progresso lhe custa esforço permanente; com a mente acanhada que aos poucos terá de buscar o conhecimento que antes possuía do pensamento de Deu s". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo V, p. 51). (Os grifos são nossos).

"Multiplicarei grandemente a tua dor e a tua CONCEI ÇÃO; com dor terás filhos". (Gênesis, 3:16).

"A Lei permaneceu intacta e a dor tornou-se o sinal da alma rebelde a recordar-lhe a sua grande tragédia, (...)". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo V, p. 52).

A contração da consciência, devido ao falso movimento da criatura, que resultou na queda e na criação das infinitas dimensões, onde o nosso universo, ocupa região de maior densidade, explica porque a dor é patrimônio a ser superado por todas as criaturas. O impulso de revolta e de egocentrismo egoísta foi todo individualizado, a profundidade da queda, significando as dimensões conscienciais atravessadas, está diretamente relacionada com a potência do impulso primordial de afastamento da totalidade, que a livre e consciente escolha do espírito promoveu:

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"E sonhou: e eis era posta na terra uma escada cujo o topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela". (Gênesis, 28:12).

A escada de Jacó é um dos melhores símbolos de representação da força centrífuga de afastamento consciencial dos filhos rebeldes. Cada degrau, significa dimensões atravessadas, de forma que, conforme o impulso, o ser poderá ir do + infinito ao - infinito. O esgotamento do impulso, devido à resistência das forças contrárias, todas podendo ser resumidas no amor oriundo da totalidade, irá situar o ser em um desses infinitos degraus, onde, a partir daí, a jornada evolutiva terá início. Uns necessitaram dar pequenos passos para retornar ao seio do Criador, outros terão de fazer uma longa jornada, iniciando o retorno a partir da total inconsciência, viajando do espaço ao átomo, do átomo ao mineral, do mineral ao vegetal, do vegetal ao animal e do animal ao homem, do homem ao anjo e deste ao arcanjo. Cada dimensão vencida, nascida da conceição ou afloramento das potencialidades latentes, uma grande dor marca a alma, uma nova dimensão consciencial surge, como verdadeiros filhos do esforço de ascensão evolutiva, alargando os horizontes de percepção do ser. A inconsciência vai paulatinamente transformando-se em consciência até que o acordar pleno nos faça novamente filhos diletos do Pai. A dor evolução é o tributo que todos pagaremos, sendo tanto maior, quanto maior for o aprofundamento na descida involutiva. A partir da fase hominal, com o retorno do livre arbítrio, à dor evolução soma-se a dor provocada pelos erros de escolha, na vida física e extra-física, gerando ciclos intermináveis de quedas e reinício, até que errando e tornando a errar para acertar com maior proveito, a personalidade, de tanto freqüentar o duro e sofrido banco da escola da dor, avança rumo ao infinito onde volta a fazer morada:

"Se a dor faz a evolução, a evolução anula progressivamente a dor". (Pietro Ubaldi, Palavra de Sua Voz, Reflexões da Obra de Pietro Ubaldi, Coordenação de José Amaral, p.68).

"O importante mesmo é que há um caminho de libertação da dor: o da evolução. E quando chega a dor, se soubermos usá-la, atingiremos a libertação da própria dor". (Pietro Ubaldi, A Lei de Deus, Capítulo VIII, p.70).

"Lembra-te de que a dor não é eterna, porém uma prova que dura até que se esgote a causa que a gerou". (Pietro Ubaldi, Palavra de Sua Voz, Reflexões da Obra de Pietro Ubaldi, Coordenação de José Amaral. p.68).

"A dor é a grande mestra da vida, mas não basta sofrer - é preciso sofrer utilmente". (Pietro Ubaldi, Palavra de Sua Voz, Reflexões da Obra de Pietro Ubaldi, Coordenação de José Amaral. p.66).

"O ser é livre, mas o universo é um concerto musical onde qualquer dissonância produz sofrimento". (Pietro Ubaldi, A Lei de Deus, Capítulo I, p.21).

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"A dor é a nota dominante nos mundos inferiores". (Pietro Ubaldi, Palavra de Sua Voz, Reflexões da Obra de Pietro Ubaldi, Coordenação de José Amaral. p.147).

"Sem dor não se evolui, não se reconstrói, não se reconquista o paraíso perdido". (Pietro Ubaldi, Palavra de Sua Voz, Reflexões da Obra de Pietro Ubaldi, Coordenação de José Amaral. p.68).

"Todos sabem, através da própria experiência, que a dor é o ponto fundamental de nossa vida. É verdade, no entanto, que cada um, no fundo de sua alma, alimenta um sonho de felicidade". (Pietro Ubaldi, A Lei de Deus, Capítulo V, p.45).

"Nada disso pode explicar-se senão como lembrança de um paraíso perdido, para o qual torna a impelir-nos uma infinita nostalgia, que vive a cada momento, em nosso insaciável anseio de felicidade". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XV, p. 185).

"A Lei não quer o sofrimento, mas somos nós que o produzimos, violando a sua ordem". (Pietro Ubaldi, A Lei de Deus, Capítulo XVIII, p.143).

"Se muitas almas permanecem caídas. Deus lhes renova, diariamente, a oportunidade de reerguimento". (Emmanuel,Vinha de Luz, Lição 120).

"Cada luta vencida contra a inferioridade da própria natureza é um degrau escalado: significa crescer em estatura por ter atingido uma posição mais elevada; é um empecilho removido para nos erguermos, ganhando cada vez mais altura". (Pietro Ubaldi, A Lei de Deus, Capítulo VI, p.58).

3.5.12) - A MORTE

"Mas, do fruto da árvore que está no meio do jardim , disse Deus: Não comerás dele, nem nele tocareis, para que não morrais". (Gênesis, 3:3).

"No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressã o de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir". (Romanos, 5:14).

"Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gr atuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senho r". (Romanos, 6:23).

"Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a mi nha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eter na e não

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entrará em condenação, mas passou da morte para a v ida". (João, 5:24.)

"Na Terra, o princípio do "eu sou" (vida) mesclou-se ao do "eu não sou" (morte)". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo IX, p. 106).

"Isso, porque Deus é amor e vida, não havendo, para quem se afasta Dele, senão ódio e morte". (Pietro Ubaldi, A Lei de Deus, Capítulo XIII p.111).

Assim como a dor é o tributo da evolução, a morte é o salário do pecado ou da queda, que reina desde Adão, ou seja, dos primórdios da criação, mas a vida que é dom gratuito de Deus, pode ser plenamente reconquistada, nos ensinos e exemplos de Cristo Jesus, nosso Mestre e Senhor:

"Este é o caminho marcado para todos: nascer, viver, morrer, renascer, tornar a viver e morrer outra vez levados para um lado ou outro do dualismo da existência, experimentando, evoluindo, reconstruindo-se, a si mesmos, até aprender toda a lição da Lei e reintegrar-se em espírito no seio de Deus". (Pietro Ubaldi, A Lei de Deus, Capítulo XIII, p.109).

3.5.13) - O MAL

"Segundo eu tenho visto, os que lavram iniquidade e semeiam o mal segam isso mesmo". (Jó, 4:8).

"Uma bem triste cadeia de males pesa sobre o mundo. Este fato é indiscutível". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo X, p. 110).

"Como se pode distinguir o bem do mal? O bem é tudo o que está de acordo com a lei de Deus e o mal é tudo o que dela se afasta. Assim, fazer o bem é se conformar à lei de Deus; fazer o mal é infringir essa lei". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Pergunta 630).

"Quando se teve a coragem de praticar o mal, é preciso ter-se a de lhe sofrer as consequências". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Trechos da Resposta à Pergunta 948).

As inúmeras quedas da alma, gerando a ignorância das leis da vida, são o fundamento de todo mal existente. O orgulho é o sentimento motriz, que desencadeia os mais diversos desequilíbrios originando a destruição. Diante da Lei Divina só podemos operar em dois campos diametralmente opostos; ou somos Construtores ou Destruidores.

Logicamente que, devido às nossas experiências reencarnatórias, poderemos ser construtores em um campo e destruidores em outros, mas seremos utilizados pela Lei, nos vários setores da vida coletiva, segundo as nossas inclinações e desejos. Se formos destruidores, o magnetismo que tudo rege,

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nos atrairá a situações e fatos, onde teremos a liberdade de agir em sentido destrutivo, quer em relação a pessoas ou a coletividade. A ação, será realizada nos limites estabelecidos pela Lei e recairá não de forma aleatória ou por acaso, mas por regime automático de atração, sobre aqueles que necessitem passar por experiências dolorosas, onde os nossos desejos e escolhas nos impulsionarão a agir. Geraremos escândalos e sofreremos em futuro próximo ou distante ação similar - "Ai do mundo, por causa dos escândalos. Porque é mister que venham escândalos, mais ai daquele homem por quem o escândalo vem!" (Mateus, 18:7). O mundo é binário, dual, e o nosso livre arbítrio é respeitado em qualquer instância. Se desejamos matar, roubar, destruir, a Lei nos permitirá, mas muitas vezes, não em relação a quem predestinamos a ação, mas sobre pessoas, que não esperávamos, como ocorre por exemplo, nos acidentes e balas perdidas. A vontade de agir, a inscrição dos nossos nomes no livro da vida como destruidores, é apanágio do livre arbítrio, mas a destinação e o resultado final são totalmente dirigidos pela Lei. Em todos os casos, o mal será utilizado para o bem e por ele será dirigido, mas aqueles que lavram iniquidade e semeiam o mal, precisaram entender que segarão isso mesmo e terão de ter a coragem para sofrerem, em época oportuna, as conseqüências. A Lei possui mil e um mecanismos para a correção dos destinos das criaturas sem necessitar da intervenção da nossa vontade e ação, mas quando acalentamos pensamentos destruidores, que com o tempo precipitam-se em atos, a Lei determinará o campo onde ele será semeado. O mal é uma dissonância, corrigido e aproveitado pela harmonia da sinfonia divina.

"A vida é um vaso que podemos encher com o que quisermos". (Pietro Ubaldi, A Lei de Deus, Capítulo III, p.31).

"A nossa vida e o nosso destino não se desenrolam ao acaso, mas são dirigidas por Deus. Então, se os acontecimentos podem, até certo ponto, ser o efeito de nossa vontade, em grande parte exprimem também a vontade de Deus". (Pietro Ubaldi, A Lei de Deus, Capítulo IV, p.39).

"Através de uma técnica sutil de vibrações, tudo fica gravado nas correntes dinâmicas que fazem parte da Lei, justa e imparcial". (Pietro Ubaldi, A Lei de Deus, Capítulo VIII, p.71).

"Essa Lei está em todos os lugares e em todos os tempos, dirigindo a vida em todos os seus níveis". (Pietro Ubaldi, A Lei de Deus, Capítulo VI, p.59).

"Tudo é devido à Lei, cuja presença nunca nos cansaremos de salientar. Presença da Lei quer dizer presença da vontade viva e ativa de Deus". (Pietro Ubaldi, A Lei de Deus, Capítulo X, p.87).

"Olhando o fenômeno em seu conjunto, vemos que há duas fontes eminentes de vibração e impulsos dinâmicos: a da vontade do nosso eu e a da vontade de Deus. As emanações desses dois sistemas de forças encontram-se e reagem um em relação ao outro. A Lei,

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representando a vontade de Deus, é mais poderosa. A Lei é feita de ordem e harmonia, e a cada dissonância ela reage em proporção (como faria um maestro com sua orquestra) para que tudo volte à posição correta, logo que o homem tenha ultrapassado os limites predeterminados". (Pietro Ubaldi, A Lei de Deus, Capítulo XI, p.93. (Grifos do autor).

"Construtores e destruidores, apesar de o fazerem de forma oposta, colaboram dentro da mesma Lei, para realizar a mesma construção". (Pietro Ubaldi, A Lei de Deus, Capítulo IV, p.43.

"De tudo isso, segue-se que não pode surgir um ataque contra nós se não tivermos merecido. O homem que o executa, seja quem for, é uma causa secundária". (Pietro Ubaldi, A Lei de Deus, Capítulo XX, p.165).

3.5.14) - O CAOS

"Terra escuríssima, com a mesma escuridão, terra da sombra da morte e sem ordem alguma, e onde a luz é como es curidão". (Jó, 10:22).

"Alguma vez perguntamos a nós mesmos por que o estado primordial do universo é o caos? E, pela evolução, esse caos é o ponto de partida de um longo caminho que avança para a ordem. Somente com a teoria do desmoronamento tudo isto se torna compreensível". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo X, p. 114).

"É por isso que temos de reconhecer que até a queda devia se desenrolar segundo uma Lei, como de fato vemos, representando dessa forma uma desordem ordenada e uma imperfeição perfeita; uma imperfeição tão bem regulada, que nos dá uma das maiores provas da perfeição". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XX, p. 261).

"O trajeto é lógico e completo: na ordem, um impulso errado gera a desordem; impõe-se então a evolução como processo de reordenação de elementos que haviam caído na desordem. A revolta não tem o poder nem de criar nem de destruir. No Anti-Sistema permaneceu tudo, apenas está tudo fora do lugar. Em nosso mundo há matéria prima para qualquer construção; em nosso espírito jazem latentes as idéias para qualquer descoberta e para civilizar as relações sociais até à felicidade, segundo a Lei de Deus". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XIII, p. 160).

"A criatura foi criada feliz, com a condição de obedecer à Lei. Saindo da Lei, ela saiu da felicidade para entrar n a infelicidade . Reentrando agora, de novo, na Lei, a criatura sairá da infelicidade para reentrar na felicidade. Assim a vida, que começa reorganizando os elementos em formas simétricas (cristais), depois em vegetais e

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animais (organismos), em unidades coletivas segundo planos construtivos cada vez mais complexos, realiza ao evoluir o grande trabalho de reorganização da ordem, que fora levado ao caos pela revolta". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XIII, p. 160). (Os grifos são nossos).

No princípio era a ordem e a vida se expressava em forma de pensamento puro, em regime sistêmico de relação, onde cada criatura desempenhava uma função única. O limite da obra divina havia sido o campo do Livre Arbítrio de cada individualidade. Da perfeição relativa, o ser caminharia, por escolha consciente, para submeter a individualidade à totalidade, completando-se, fazendo o caminho curto, que o levaria à perfeição sideral, relacionado-se, a partir daí, com Deus e o próximo, em regime de comunhão amorosa, criando e recriando, em plenitude, a cada momento, o Universo Espiritual, o Paraíso Divino, onde viveria eternamente, em regime de felicidade gloriosa. De Deus, do Todo, se alimentaria, e ao mesmo tempo, doaria a todos a força do próprio amor. A imagem e semelhança com o Pai era-lhe patrimônio genético, a sensação de poder e expansão do Eu era-lhe descomunal. O ser antes de completar-se, deveria decidir. Uma decisão definitiva, primordial. Sabia de antemão, por advertência divina, da importância de sua escolha, e a sua imensa responsabilidade. Não conhecia os efeitos. Não havia modelos ulteriores, para servir-lhe de exemplo. No infinito, a medida da eternidade era o agora: "Tu és meu Filho; Eu HOJE te gerei". (SL, 2:7). A decisão era coletiva, no momento, pois não existia o tempo, o espaço, a memória, a matéria. A obra divina se completaria imediatamente ou teria de aguardar "seis outros dias" até que, após uma jornada de ida e de volta, todos os filhos se reunissem

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novamente, em uníssono, em harmonia indescritível. Este seria o "sétimo dia", o último dia coletivo da jornada de retorno, onde o Senhor descansaria na alma de cada filho, porque todas as resistências se haveriam vencidas -"E, havendo Deus acabado no dia sétimo a sua obra, que tinha feito, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito". (Gênesis, 2:2). O ser tomará a decisão só, sem nenhuma pressão do Criador, que a deixou absolutamente livre, recolhendo-se em humildade e em silêncio absoluto. O ser ondula em movimentos, entre duas forças, o egocentrismo, próprios da individualidade e o amor, atributo que advém da totalidade. Para escolher o amor, terá de frear o impulso natural de expansão egocêntrica. Para escolher somente a individualidade terá de sobrepor o egocentrismo ao amor.Todos os filhos, concomitantemente, estão diante da mesma encruzilhada da escolha, na zona do ignoto, na dimensão do desconhecido. Uma reação em cadeia irá se iniciar. O movimento se completa, a escolha é realizada. Uma infinidade de criaturas escolhe a totalidade e se plenifica no amor, permanecendo no regaço paterno, fazendo da vontade do Criador a própria vontade - "Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua Lei está dentro do meu coração". (SL, 40;08). Uma quantidade incomensurável de espíritos fazem o movimento contrário - "Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo". (Isaías, 14:14). O universo de puro pensamento se rompe em dois, o universo da totalidade e da ordem e o universo da individualidade e do caos. Sistema e Anti-Sistema. Luz e Trevas. Os seres que se moveram centrados no egocentrismo, sentem como primeira manifestação interior o abandono de Deus, porque passam a alimentar-se somente de si mesmos: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (SL, 22:1). Não havia o abandono do Pai, não ocorreu a saída de seu seio, mas apenas a cegueira do filho, que havia surgido por livre escolha. A expulsão fora vibracional. O ser revolta-se, e em impulsos diversificados quanto a força de afastamento, cada individualidade percorre em caminho próprio, um maior ou menor percurso interior. Inúmeros descem ao Abismo infinito - "E, contudo, levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo". (Isaías, 14:15). Do ponto de puro pensamento, em altíssima velocidade de contração da própria vibração, chega ao estado de energia e no prolongamento da descida na matéria - "Sobre o teu ventre andarás e pó comerás todos os dias da tua vida". (Gênesis, 3:14). A onda original, de puro pensamento, tranforma-se em vibrações eletromagnéticas, aprisionadas nos limites da velocidade da luz, presas nos vórtices do átomo, retidas pelas dimensões espaciais. O arcanjo desmorona-se e fragmenta-se no não ser e habita a prisão atômica. O átomo passa a ser o inferno da criatura - "Na verdade, a luz dos ímpios se apagará". (Jó, 18:5). No âmago do ser, Deus se faz, a criatura não mais o ouve, mas a sua imanência se pronuncia através da atração amorosa. Surge o caminho evolutivo, preparado em todos os detalhes por Deus-Pai - "Teu é o dia e tua é a noite; preparaste a luz e o sol". (SL, 74:16). O Senhor procura os filhos em todos os universos, como dracmas perdidos, como ovelhas desgarradas, como filhos pródigos - "Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende". (Lucas, 15:10). De dor em dor o filho acorda e ascende, até que descobre o Pai em si mesmo e entrega-lhe o próprio espírito: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito". (Lucas, 23;46). O retorno é individual e ao mesmo, graças à lei de amor, coletivo - "Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo". (João, 17:24). No "sétimo dia", tudo se

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consuma. No último dia da obra divina, em banquete de luz e em alegria infinita, o Senhor magnânimo vê os seus filhos novamente reunidos - "Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão e sandálias nos pés, e trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos e alegremo-nos". (Lucas, 15:22,23). Abençoa este dia - "E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou". (Gênesis, 2:2). Devolve a cada um dos filhos, o poder que cada um possuía, antes que os universos transitórios, que surgiram graças à queda, existissem - "E, agora, glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que TINHA contigo antes que o MUNDO EXISTISSE". (João, 17:5) . O tempo e o espaço como dimensões são superados -"Em verdade te digo que HOJE estarás comigo no PARAÍSO". (Lucas, 23:43). E a percepção, e a sensação do amor divino sempre presentes se atesta: "Porque tu me hás amado antes da CRIAÇÃO DO MUNDO". (João, 17:24). O Anti- Sistema desaparece e o Sistema ou Paraíso divino passa a ser a morada definitiva e eterna de todos os seres: "E a cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem aluminado, e o cordeiro é a sua lâmpada". (Apocalipse, 21:23).

"A lei natural é a lei de Deus; é a única necessária à felicidade do homem; ele lhe indica o que deve fazer ou não fazer e ele só se torna infeliz porque dela se afasta ". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Reposta à Pergunta 614). (Os grifos são nossos).

"Eis a posição do homem diante de Deus. Ela é o que é e ninguém pode mudá-la. O ser é livre e pode escolher. Há muita dor, mas existe a escada para subir, muito auxílio de Amor, muita felicidade no alto. Há igualmente a escada para descer, que nos dá uma ilusão de evasão e que, ao contrário, agrava a dor até à infinita dor da anulação". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo XX, p. 240).

"Uma vez reconstituída a ordem antes destruída, desaparecerá o mal, a dor, a imperfeição, a matéria, o dualismo e todas as qualidades deste mundo decaído". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XIII, p. 160).

"Vós vos moveis no infinito. A vida é uma viagem e nela só possuís vossas obras. A cada hora se morre, a cada hora se renasce, mas sempre como filhos de vós mesmos. A evolução, pulsando segundo o ritmo do tempo, não pode parar. Vedes através de falsa perspectiva psíquica. É preciso conceber não as coisas, mas a trajetória de seu transformismo; não os fenômenos, mas os períodos fenomênicos; tendes de colocar-vos dinamicamente na fluidez do movimento, realizar-vos neste mundo de coisas transitórias, como seres indestrutíveis, num tempo que só pode levar a uma continuação, lançados para um futuro eterno, que vos abre as portas da evolução". (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo: Despedida, p. 354). (Itálicos do autor).

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3.6) - AS DUAS ORIGENS DO PERISPÍRITO

"E fez o SENHOR Deus a Adão e a sua mulher TÚNICAS DE PELE e os vestiu". (Gênesis, 3:21).

"O desmoronamento do universo é, pois, a queda do espírito na matéria, ou seja, a formação desse invólucro que aprisiona o espírito rebelde". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo VI, p. 67). (Os grifos são nossos).

"Que definição podeis dar à matéria? - A matéria é o laço que prende o Espírito; é o instrumento de que este se serve e sobre o qual, ao mesmo tempo, exerce sua ação". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Pergunta 22a). (Os grifos são nossos).

A primeira vista podemos imaginar que o perispírito se desenvolve a partir do processo evolutivo. A seqüência de soma, entendida como desenvolvimento dos germes pré-existentes e transformação, iria das vibrações atômicas no mineral, que se expande e é acrescida das emanações do duplo etérico ou corpo vital no vegetal, que se adiciona às vibrações do corpo astral ou emocional no animal e que são enriquecidas pelas irradiações do corpo mental e do corpo causal no homem. Na jornada evolutiva a personalidade no caminho de santificação vai perdendo os organismos mais grosseiros e desdobrando

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outros envoltórios, cada vez mais sutis, até atingir as dimensões arcangélicas ou do espírito puro:

"Sob a influência atrativa dos fluidos em geral, os do perispírito variam incessantemente, acompanhando a marcha progressiva do Espírito cujo envoltório formam, até que o mesmo Espírito tenha atingido a perfeição (...). De acordo com as suas tendências e com o grau do seu progresso, o Espírito assimila constantemente os fluidos que mais em relação estejam com a sua inteligência e com as suas necessidades espirituais. (...) Assim, os corpos fluídicos constituídos pelos perispíritos apresentam maior ou menor fluidez, são mais ou menos densos, conforme a elevação do espírito encerrado nessa matéria. Dizemos "matéria" porque, efetivamente, para o Espírito, o perispírito é matéria". (Roustaing, Os Quatro Evangelhos, Item 56, p.298). (Itálicos do autor).

"A queda foi no estado de matéria, e o ser deve ressurgir dela, carregando-a consigo como seu corpo ". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo IX, p. 100). (Os grifos são nossos).

A evolução na verdade desdobra o que previamente já existe. O perispírito não surge ou é criado no processo evolutivo, mas é formado na descida involutiva ou na contração primária da consciência. A evolução apenas desenvolve ou recria as potencialidades ou germens contidos no campo psíquico do ser. A energia e a matéria são resultados da contração da consciência. A substância é uma só. No monismo universal, espírito, energia e matéria são estados de uma mesma substância, indestrutível e eterna. À medida que ocorre a contração ou descida interior involutiva, surgem as dimensões conscienciais, onde o pensamento puro sofre pequenas variações vibracionais, mas à medida que o afastamento da fonte divina torna-se maior, a energia e os seus mundos ganham forma, os denominados mundos fluídicos, que se interagem, na seqüência da descida involutiva, com os mundos ou dimensões materiais. A transmutação da consciência de sua forma primordial pura até a sua anulação no não ser, mantendo todas as suas potencialidades em estado de germe, é o fator causal do surgimento das dimensões, mundos, envoltórios e formas. O perispírito como resultado de todas essas dimensões, reflete como conjunto de corpos, em estados diversos de vibrações as dimensões atravessadas e a extensão da contração consciencial. Quanto maior a descida, maior a densidade perispiritual, de forma que, à medida que o espírito vai saindo de sua letargia vibracional, causada pela queda, ocorre a expansão paulatina do seu envoltório energético ou material. Do plasma espacial ou da partícula atômica que tudo absorveu na queda, o ser ao esgotar seus impulsos de revolta e afastamento do Centro Divino, inicia a grande viagem de volta reconquistando passo a passo todas as suas características, agrupando cada fragmento, desenvolvendo por expansão o seu potencial. A criatura ao subir a grande escada evolutiva, vai abandonando, em cada degrau ou etapa conquistada em definitivo, as cascas energético-materiais que a envolvem. Evoluindo, vai carregando consigo os seus corpos, mas à medida que se eleva, vai também perdendo os seus envoltórios grosseiros e assimilando constantemente novos fluidos ou desenvolvendo os tecidos sutis de sua

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constituição, adquiridos rapidamente na descida involutiva e desdobrados lentamente na subida evolutiva, até que a forma consciencial pura é reconquistada e todas as dimensões, formas e envoltórios são superados ou transubstanciados em consciência:

"Esse novo estado cinético irregular inseriu-se no originário, regular, retilíneo no particular de cada elemento; e inseriu-se precisamente como um desvio lateral dele. Daí nasceu o que chamamos "vibração". Eis aí como ocorreu a primeira gênese do estado vibratório, que é o que constitui o fundamento íntimo do mundo fenomênico, o dinamismo que gerou e que rege a forma, ilusão do mundo exterior, que é tudo o que nossos sentidos captam". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XII, p. 142).

"Com a vibração, nasceu a onda, com suas qualidades de frequência vibratória e de comprimento. E o tipo de vibração, princípio, é mais próximo da linha reta, isto é freqüência máxima e comprimento de onda ou amplitude de oscilação mínimo. Esta é a que se poderá chamar de onda espiritual, do pensamento. Mas, uma vez iniciado o processo de degradação, ele continua impelindo o ser a existir em formas de vida cada vez mais involuídas, menos psíquico-espirituais e mais materiais. Descemos, assim, até a vida animal e vegetal. A este ponto, a degradação do espírito desce abaixo das mais elementares formas de vida e entra, mudando ainda mais, no mundo dinâmico, como energia, na forma de eletricidade, da qual, depois, no processo evolutivo inverso sabemos que renasceu a vida. Neste ponto da descida a onda, que se tornou mais longa tendo-se tornado a freqüência menor, até fechar-se nas trajetórias obrigatórias do átomo, fenômeno para o qual se passa, como por um congelamento cinético, da fase energia, para a fase matéria". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XII, p. 143).

"Com a queda, assistimos a uma curvatura progressiva do estado cinético da substância, livre e aberto na origem, até ao ponto em que ele se aprisiona no Sistema cinético fechado do átomo. Neste ponto chegamos ao fundo da queda, no reino da matéria e do máximo divisionismo, onde dominam no caos as individuações atômicas isoladas, no triunfo pleno do princípio separatista da revolta". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XII, p. 143).

"Iniciada a descida involutiva, o ser irá ficando cada vez mais aprisionado na forma , ou seja, a liberdade retilínea do movimento do sistema se irá cada vez mais amarrando no determinismo da matéria, até ao ponto de curvar completamente aquele movimento retilíneo nas trajetórias fechadas do átomo. Neste ponto, a involução, efeito da revolta, levou o ser do estado espiritual ao material e o impulso que gerou a queda alcançou os seus efeitos". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XII, p. 143). (Os grifos são nossos).

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"A desordem do caos substituiu-se à ordem originária porque, ao invés de cada elemento existir em função do centro Deus, estando todos os elementos de acordo na disciplina da Lei, cada elemento, com a revolta, passou a existir apenas em função de si mesmo ". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XII, p. 144). (Os grifos são nossos).

"Dessa maneira, a revolta diferenciou um novo estado cinético que, ecoando o infinito no Anti-Sistema, permitiu se modelasse uma ilimitada série de aparências , que para nós, como todos os que estão situados no Anti-Sistema, constituem a realidade objetiva".(Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XII, p. 142). (Os grifos são nossos).

"A antiga nobreza de origem pode estar recoberta de todas as imperfeições e de todas as culpas, mas permanece indestrutível, porque é divina". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo VI, p. 67).

"Dessa forma a lei não é mais patente neste ponto. Ela sobrevive apenas em estado latente, como íntimo impulso de evolução, isto é, como impulso subterrâneo que impele para a volta à ordem de origem". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XII, p. 144). (Os grifos são nossos).

"Chegados à periferia do Anti-Sistema, o desmoronamento está completo, a ordem do Sistema naufragou totalmente no caos do Anti-Sistema. Neste ponto os efeitos da revolta estão terminados e esgotou-se o impulso centrífugo do emborcamento". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo VIII, p. 95).

"Então pode compreender-se melhor de que modo esteja pré-estabelecido o objetivo, quando se admitir que se trata de reconstrução dum organismo pré-existente, que foi destruído, e que agora se procura apenas reconstruir como ele já estava construído antes que fosse construído. Eis-nos pois na teoria da queda e no conceito de involução e evolução. Temos, desse modo, que admitir, ao lado do telefinalismo que estabelece a meta, a presença de um impulso interior que a conhece por antecedência e que se esforça por atingi-la". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XI, p. 125).

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"E o homem tem que realizar em si mesmo, através da evolução, o esforço de transformar a matéria, para levá-la novamente ao espírito". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo VIII, p. 101).

O desmoronamento de valores, que a queda significa, não tem para todos os seres a mesma proporção e profundidade, como por várias vezes ressaltamos. Alguns seres sofreram ligeiras contrações conscienciais, outros contrações maiores e ainda outros se lançaram nos abismos infernais da matéria rudimentar - "E foi e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos a apascentar porcos". (Lucas, 15:15). Em cada dimensão, onde o impulso individual de afastamento se esgotou, a criatura inicia o processo evolutivo, cooperando e co-criando em seu plano de ação e transformação, direcionada pela vibração divina ou pela presença interior do Deus imanente - "Levantar-me-ei, e irei ter com meu Pai". (Lucas, 15:18). Os que caíram em degraus superiores, partindo das diretrizes Paternais e cuidados dos que lhe são mais adiantados, desenvolvem e preparam aquele patamar, mundo ou universo, para os que, por processo evolutivo, vão ascendendo àquela dimensão, além de assistir aos Espíritos que se situam à retaguarda. Por essa razão que os anjos sobem e descem a escada de Jacó. Algumas consciências caíram, desde o princípio, na dimensão Angelical, outros na de Bons Espíritos, outros na de Espíritos Superiores, vários na dimensão hominal e outros tantos nas formas animais e nas existências primárias dos vegetais e minerais além das dimensões atômicas. Do - infinito ao + infinito o ser retorna do ponto, onde o impulso pessoal de involução se inverte no de evolução. Poderíamos comparar o processo a uma grande caravana em

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deslocamento ou como estações onde os passageiros do comboio evolutivo em movimento, param e seguem viagem. Enquanto teríamos vários chegando a uma estação, após longa e distante viagem, onde inúmeras estações foram superadas, outros partem daquela estação, se deslocando para o futuro, sem ter vivido os trechos ou as conexões anteriores. Assim, teríamos os Anjos que iniciaram a jornada partindo dos mundos seráficos, e Anjos que chegaram a estes planos, oriundos de mundos inferiores, após exaustivos esforços evolutivos. O mesmo se daria para todas as posições da Escala Espírita, desenvolvida por Kardec, incluindo as formas de existências nos reinos animais, vegetais, minerais, atômicas, etc.. É por essa razão que os Espíritos, que sofreram maiores densificações, encontram, ao acordarem do sono ilusório da involução, universos e mundos incomensuráveis, materializados, em funcionamento e preparados para o crescimento e desenvolvimento dos seres que o venham habitar - "Pois vou preparar-vos lugar". (João, 14:2). E como por várias vezes, também já foi dito, que o impulso de afastamento é totalmente individualizado, se desdobrando em tempo próprio, para cada ser, poderemos compreender, porque a multiplicidade das diferentes formas de vida e suas manifestações. Enquanto os pioneiros da evolução já retornaram aos páramos arcangélicos, outros estão a meio caminho e muitos ainda se situam nos primeiros degraus da escada a ser superada no tempo. Dessa forma, o Homem é cercado por seres que ainda estão em descida involutiva, pelos que dormem na formas espaciais, atômicas, minerais, vegetais, etc. e recebe assistência dos seres que caminham à frente:

"O instinto fundamental do ser é criar, eco longínquo do primeiro impulso que Deus imprimiu a todos os seres e por eles repetido, revoluteando continuamente no mesmo ciclo e esquema fundamental do universo". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo IX, p.111).

"Por isso, o amor não é apenas alegre, mas é também genético, criador, em todos os planos ; e tanto mais, até, quando mais se sobe do físico ao espiritual". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XVIII, p.237). (Os grifos são nossos).

"Assim tudo que existe, inclusive os homens, escalona-se por degraus ao longo da escada evolutiva, representando a reconstrução dos vários planos do sistema desmoronado. A escala que conhecemos vai da matéria ao super-homem. E tudo está a caminho". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo XV, p.194).

"A luta entre corpo e alma é, para o homem, a luta evolutiva da sua libertação. Mais abaixo ainda existem seres prisioneiros de formas bem mais densas, em que a escravidão é cada vez mais pronunciada. Mais em baixo se encontram os animais, depois as plantas, depois as pedras. O homem está a meio caminho . Outras criaturas, das quais os santos nos dão uma idéia, encontram-se mais acima". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo VI, p.70). (Os grifos são nossos).

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"Há entre a alma dos animais e a do homem distância equivalente à que medeia entre a alma do homem e Deus". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Trechos da resposta à perg. 597-a).

"No átomo, pois, a substância acha-se na posição de máxima descida involutiva. O átomo, com o seu sistema apertado em torno do núcleo, reduzido às dimensões submicroscópicas, tão punctiforme que nele está quase destruída a dimensão espacial, representa o triunfo máximo do egocentrismo separatista do "eu" rebelde, que chegou a colocar o seu "eu" como substituto de Deus, transformando-se em sistema próprio, fora do sistema Dele". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XII, p.146).

"De tudo isso se deduz que a evolução pode não ter partido para todos do plano da matéria, mas também de planos mais altos, como por exemplo, do vegetal, do animal, do homem, e planos ainda superiores, a que todos esses seres deverão chegar um dia. A meta final é para todos a mesma: o Sistema". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XIX, p.255).

O perispírito vai se formando na descida involutiva, no momento que cada quantum de consciência se transmuta em inconscincia. À medida que a consciência vai se contraindo, N quanta de inconsciência vai se transubstanciando em energia e esta congelando-se em matéria. Os invólucros que revestem o ser são manifestações do fenômeno involutivo, indicando as dimensões atravessadas, sendo tanto mais densos, quanto maior for o impulso de afastamento ou de revolta da criatura. Pode-se ir de diminutos campos de inconsciência no Anjo, aos inúmeros corpos dimensionais no Homem, chegando aos campos magnéticos nas partículas atômicas. De sorte que os seres possuem diferentes características perispirituais, dependendo do patamar de descida involutiva e dos esforços evolutivo de expansão e ascensão. Como já foi dito, quanto maior o número das camadas ou envoltórios, mais densos serão os perispíritos e quanto mais sutis, menor terá sido a queda ou involução ou mais amplas já foram as conquistas evolutivas, até que todas as formas, matérias, energias e inconsciências sejam superadas definitivamente:

"Agora pode-se compreender que, tendo a involução consistido na formação de invólucros, cada vez mais densos, em torno à centelha do espírito, em que permaneceu sepultado - a evolução, contrariamente, consiste na progressiva destruição desses invólucros, que se tornam cada vez mais tênues, até a completa libertação". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo XI, p.155).

"É a fase de regresso da matéria que, por meio da ação, da luta, da dor, reencontra o espírito e volta à idéia pura, despojando-se, pouco a pouco, de todas as cascas da forma". (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo 08, p.32).

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"O "eu" eterno, com o desmoronamento do sistema, não foi destruído, mas apenas envolvido no princípio oposto em que se invertem todas as qualidades de origem. A evolução é um processo de maceração que consome os casulos, é uma chama lenta em que se evola a sua materialidade, facultando a evasão da sua prisão. Eis o que entendemos por espiritualização". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo XI, p.155).

"Assim, o desmoronamento do ser consiste na inversão do estado cinético, ou vibratório, ou consciência e conhecimento, máximo no centro - Deus, em um estado oposto, de inércia ou inconsciência ou cegueira. Na periferia embotam-se as qualidades dinamizantes e vivificantes, máximas no Centro. Não foi a matéria definida como energia congelada? A energia é também pensamento congelado". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo XI, p.155).

"Ao descer, tudo tende a morrer na inconsciência, que é propriedade do Anti-Sistema. Subindo, tudo tende a reviver na consciência, propriedade do Sistema". (Pietro Ubaldi, O Sistema, Capítulo XVI, p.211).

No fenômeno de contração da consciência, que é um fenômeno interior e não espacial, os universos, ou mundo ou dimensões vão surgindo à medida que o ser se afasta ou se isola vibratoriamente do Sistema. Didaticamente, apenas para facilitar a nossa compreensão, poderíamos dizer que junto ao Sistema estariam os universos, mundos ou dimensões Crísticas ou Arcangélicas , ponto final do processo evolutivo moral - "Saí do Pai e vim ao mundo; outra vez, deixo o mundo e vou para o Pai". (João, 16:28). Na descida, com a contração mínima da consciência, surgem os universos ou mundos ou dimensões Angélicas ou de Beatitude - "Feito tanto mais excelente do que os anjos, quando herdou mais excelente nome do que eles". (Hebreus, 1:4). Na sequência já na esfera do dinamismo energético as dimensões, mundos, universos ou campos Supracausais , Supramentais e Supraemocionais . Na continuidade do desmoronamento as dimensões, mundos, universos ou campos energéticos materiais Causais , Mentais e Astrais ou Emocionais e finalmente na imersão completa na matéria mais densa, os universos, mundos, dimensões ou campos Etéricos e Físicos . Caminhando no prosseguimento do impulso de total inconsciência surgirão as dimensões e campos magnéticos microscópicas e punctiformes do átomo e das sub-partículas atômicas, quando todas as outras dimensões passam a existir em estado de germe ou latência a serem readquiridas e desenvolvidas na escola evolutiva. O perispírito representa o conjunto dessas dimensões na forma de corpos, envoltórios, campos e níveis conscienciais assim caracterizados a partir do processo evolutivo:

1)- Do Átomo ao Mineral o ser estará envolvido pelo campo magnético ou vibracional das sub-partículas atômicas, vivenciando o movimento e a atração, e terá no Duplo Etérico a principal meta a ser alcançada;

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2)- No Vegetal o Duplo Etérico será uma realidade, moldando o início das sensações e o Corpo Astral ou Emocional representará a próxima conquista;

3)- No Animal o Físico e o Duplo Etérico representam o passado conquistado e o Corpo Emocional ou Astral estará em pleno desenvolvimento, reafirmando sensações, instintos e emoções, sendo que o Corpo Mental se pronuncia em manifestações preliminares na forma de pensamentos descontínuos, na estruturação de ideias-relâmpagos ou de ideias-fragmentos;

4)- No Homem o Duplo Etérico e o Corpo Físico são realidades reencarnatórias, sendo que o Corpo Astral ou Emocional será o veículo das sensações sensoriais e sentimentais e o Corpo Mental estará em pleno desenvolvimento expressando-se em fluxos de pensamentos contínuos, tendo a razão e a inteligência, como principais atributos. O Corpo Causal velará pelos recursos da memória atual e permitirá os primeiros passos na percepção do passado reencarnatório;

5)- No Super-Homem, seja o filósofo, o poeta, o pensador ou gênio, além dos aspectos descritos anteriormente, o Corpo Supramental é reconquistado e a superconsciência passa a se expressar permitindo os insight e as visões intuitivas e integradoras, maiores ou menores, dependendo do estágio evolutivo conquistado. No santo, o maior dos representantes desse estágio o Corpo Supraemocional, campo de forças representativas do amor genuíno, estará em plena manifestação e o corpo Supracausal, em abertura inicial, permitirá ao ser, a visão do conjunto da própria história reencarnatória pregressa e remota, além das quedas do passado longínquo e as percepções das questões da origem espiritual e dos reinos divinos;

6)- Na continuidade dos esforços evolutivos, o ser, já iluminado, como Espírito Superior, tal qual quando ocorre no desencarne terreno, quando abandonamos os corpos físicos e etéricos, perderá o corpo emocional ou astral, conquistando as dimensões mentais, as supramentais e as supra-emocionais em definitivo, revelando em plenitude o amor divino em sua interioridade, e graças as superação das dimensões causais e supracausais será senhor da própria história e romperá as barreiras do tempo e do espaço;

7)- Quando toda a influência da matéria for vencida, no abandono de todos os corpos ou envoltórios energéticos o Espírito estará muito próximo da união definitiva com Deus-Pai, faltando romper determinados véus de inconsciência para superar as dimensões Angélicas ou de Beatitude e adentrar as esferas Crísticas ou Búdicas ou Arcangélicas, despojando-se de todas as impurezas materiais e reconquistando a própria consciência em definitivo, passando a realizar a vida eterna no seio de Deus. É o estado definitivo do Espírito puro onde a felicidade faz morada eterna.

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A descrição acima caracterizada em etapas é apenas elemento facilitador para a nossa compreensão porque vários desses campos, corpos ou dimensões perispirituais são desenvolvidos conjuntamente em processos ainda indescritíveis, mas de holo-conquista, em cada estágio evolutivo que o ser vai ascendendo, vivenciando e superando:

"Também a vida é um ciclo, com a sua fase evolutiva e involutiva, é o inexorável retorno ao ponto de partida". (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo 26, p. 74).

"Compreendendo-se, porém, que o princípio divino aportou na Terra, emanado da esfera Espiritual, trazendo em seu mecanismo o arquétipo a que se destina , qual a bolota de carvalho encerrando em si a árvore veneranda que será de futuro, (...)". (André Luiz, Evolução Em Dois Mundos, Capítulo III, Primeira Parte, p. 35). (Os grifos são nossos).

"O princípio contém, em embrião, todas as formas possíveis, e o desenho que inclui todas as linhas do edifício, mesmo antes que surja a primeira pedra para manifestá-lo". (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo 29, p. 87).

"O veículo do espírito, além do sepulcro, no plano extrafísico ou quando reconstituído no berço, é a soma de experiências infinitamente repetidas , avançando vagarosamente da obscuridade para a luz". (André Luiz, Evolução Em Dois Mundos, Capítulo IV, Primeira Parte, p. 40). (Os grifos são nossos).

"Todos os órgãos do corpo espiritual e, consequentemente, do corpo físico foram, portanto, construídos com lentidão , atendendo-se à necessidade do campo mental em seu condicionamento e exteriorização no meio terrestre". (André Luiz, Evolução Em Dois Mundos, Capítulo IV, Primeira Parte, p. 40). (Os grifos são nossos).

"Desse modo, em qualquer estudo acerca do corpo espiritual, não podemos esquecer a função preponderante do automatismo e da herança na formação da individualidade responsável, para compreendermos a inexeqüibilidade de qualquer separação entre Fisiologia e a Psicologia, porquanto ao longo da atração no mineral, da sensação no vegetal e do instinto no animal, vemos a crisálida de consciência construindo as suas faculdades de organização, sensibilidade e inteligência, transformando gradativamente, toda a atividade nervosa em vida psíquica". (André Luiz, Evolução Em Dois Mundos, Capítulo IV, Primeira Parte, p. 40).

"Sob a orientação das Inteligências Superiores, congregam-se os átomos em colméias imensas, e, sob a pressão, espiritualmente dirigida, de ondas eletromagnéticas, são controladas reduzidas as áreas espaciais intra-atômicas, sem perda de movimento, para que se transforme na massa nuclear adensada, de que se esculpe os

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planetas, em cujo seio as mônadas celestes encontrarão adequado berço ao desenvolvimento". (André Luiz, Evolução Em Dois Mundos, Capítulo I, Primeira Parte, p. 23).

"À crisálida de consciência, que reside no cristal a rolar na corrente do rio, aí se acha em processo libertatório; as árvores que por vezes se aprumam centenas de anos, a suportar os golpes do Inverno e acalentadas pelas carícias da Primavera, estão conquistando a memória; a fêmea do tigre, lambendo os filhinhos recém-natos, aprende os rudimentos do amor; o símio, guinchando, organiza a faculdade da palavra. (...). Somos criação do Autor Divino, e devemos aperfeiçoar-nos integralmente". (André Luiz, No Mundo Maior, Capítulo 3, p. 52).

"Pela compreensão progressiva entre as criaturas, por intermédio da palavra que assegura o ponto de intercâmbio, fundamenta-se no cérebro o pensamento contínuo e, por semelhante maravilha da alma, as idéias-relâmpagos ou as idéias-fragmentos da crisálida de consciência, no reino animal, se transformam em conceitos e inquirições, traduzindo desejos e idéias de alentada substância íntima". (André Luiz, Evolução Em Dois Mundos, Capítulo X, Primeira Parte, p. 76). (Grifos do autor).

"Com a Supervisão Celeste, o princípio inteligente gastou, desde o vírus e as bactérias das primeiras horas do protoplasma na Terra, mais ou menos quinze milhões de séculos, a fim de que pudesse, como ser pensante, embora em fase embrionária da razão, lançar as suas primeiras emissões de pensamento contínuo para os Espaços Cósmicos". (André Luiz, Evolução Em Dois Mundos, Capítulo VI, Primeira Parte, p. 53). (Os grifos são nossos).

"Assim também com o espírito. Quanto mais evoluído, sábio e moralizado, mais complexa e poderosa a sua estrutura orgânica perispiritual, capaz de viver e agir em domínios cada vez mais amplos de tempo e espaço". (Áureo, Universo e Vida, Capítulo V, Item 16, p. 95).

"(...) a marcha do princípio inteligente para o reino humano e que a viagem da consciência humana para o reino angélico simbolizam a expansão multimilenar da criatura de Deus que, por força da Lei Divina, deve merecer, com o trabalho de si mesma, a auréola da imortalidade em pleno Céu". (André Luiz, Evolução Em Dois Mundos, Capítulo IV, Primeira Parte, p. 41).

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4) - A CIÊNCIA E O ESPÍRITO

"Pode o homem receber, fora das investigações da Ci ência, comunicações de uma ordem mais elevada sobre aquilo que escapa ao testemunho dos sentidos?

- Sim, se Deus o julgar útil, pode revelar-lhe aqui lo que a Ciência não consegue aprender". (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Pergunta 20).

Infelizmente, devido ao materialismo reinante, ainda não temos uma teoria científica que abranja com autoridade a Consciência, o Espírito, o Homem e os seus corpos, a aura, as dimensões extrafísicas ou espirituais. A ciência é hoje o mais importante campo de pesquisa e de desenvolvimento humano. Anteriormente predominou a filosofia, após a religião e a arte e hoje é o cientista o referencial da sociedade, a opinião mais abalizada, o lastro que autoriza ou faz cair em descrédito esta ou aquela teoria, afirmação ou experimento. Antes, na cultura ocidental, os filósofos, por muitos séculos, regeram o leme do conhecimento, após, os teólogos, depois a visão e os desafios dos artistas, mas na atualidade, quando atingimos estágios importantes de amadurecimento e evolução coletiva, a ciência desponta como a ferramenta com maior propriedade para esclarecer e desvendar os mistérios da vida e do universo. No futuro, acreditamos que unindo filosofia, ciência, arte e religião em uma síntese orgânica e tendo a consciência como instrumento de

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pesquisa, pelas vias da intuição, uma nova era despontará com perspectivas inimagináveis. Até lá temos de nos contentar com interpretações filosóficas das descobertas científicas, com visões teóricas incompletas, que tentam unir as revelações oriundas do mais alto, as intuições de médiuns, pensadores e ativistas com as novas descobertas científicas, preparando de alguma forma o futuro e auxiliando mesmo com colocações muitas vezes inexatas, dualistas, dúbias, eivadas de uma espécie de materialismo espiritual, com formulações em conflito, ora sustentada pelos princípios causais da física clássica, ora pelos postulados sincrônicos da física quântica, mas que, mesmo assim, desenvolvem idéias integradoras, propiciando novas visões, do fato cada vez mais claro, da existência inequívoca do Espírito, e das dimensões extrafísica onde ele se insere. Aliás, quanto à exatidão e ao absolutismo que muitos atribuem às teorias científicas, assinala o filósofo Karl Popper, que nenhuma teoria jamais poderia ser conclusivamente comprovada como verdadeira e mesmo que ela venha a sobreviver a variados experimentos sempre restará a possibilidade de experimentos futuros vir a demonstrar suas falhas, a certeza máxima, segundo Popper, seria provar a falsidade e erro dessa ou daquela teoria, mas jamais a sua absoluta exatidão. Nos dias atuais o impasse se tornou ainda maior, porque o universo teórico dos físicos ultrapassou em muito a capacidade de experimentação em laboratórios, e mesmo as teorias, como as atinentes à física quântica já abordam, a possível interferência da mente do pesquisador no ato de observar ou comprovar e que muitos atributos ou leis da natureza jamais poderão ser “vistos” ou “medidos”. A nossa observação afeta os objetos quânticos. As explicações materialistas, o absolutismo de alguns cientistas que refutam veementemente a existência do Espírito e as suas dimensões, afirmando que tudo no homem, até a consciência, é simples produto químico do cérebro humano, já não se sustenta, dado o volume de fatos que os desaprovam. Como diria o biólogo Thomas Henry Hurley, conhecido como o buldogue de Darwin: “Muitas belas teorias acabaram sendo refutadas por fatos feios”. O que não falta, nos dias que correm, são "fatos feios" que demonstram, inegavelmente, que a consciência é o fundamento de todas as coisas e seres, contrariando as “belas” teorias que tentam reduzir o homem a uma tábua rasa de estímulos. A validade universal da metafísica materialista, apesar dos condicionamentos, preconceitos e inércia vai sendo varrida por novos fatos e teorias que vem integrando paradigmas onde a aura, os campos morfogenéticos, os chakras, as energias sutis e as várias dimensões da consciência ganham destaque. Tudo é consciência, tudo é Espírito:

“Há corpos celestes e há corpos terrestres". (I Coríntios, 15:40).

"Quanto mais se sobe tanto mais se ganha em vastidão, em abstração, e mais se perde em segurança experimental. Quanto mais se desce na realidade concreta, tanto mais se restringe o campo das nossas conclusões". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo XVIII, p.220).

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4.1) - OS CORPOS

O Corpo perispiritual ou espiritual ou psicossoma pode ser definido como sinônimo de corpo astral ou como o conjunto dos corpos, excetuando-se o corpo físico e duplo etéreo. O perispírito nesta conceituação seria um mediador entre o Espírito e o corpo físico, não homogêneo, mas heterogêneo, formado de densidades ou campos energéticos ou vibracionais ou camadas sutis ascensionais (do Físico para o Espírito) ou descendentes (do Espírito para o Físico), numa espécie regular de graduação vibratória, denominados de corpos por várias escolas espiritualistas. Os corpos seriam unidades representativas de mundos conscienciais, vestes ou instrumento de manifestação do Espírito, nas várias dimensões, as quais, por evolução, a personalidade humana vai ascendendo rumo ao reino da unidade, experenciando “o si mesmo”, mergulhando no oceano infinito de vibrações, realizando o caminho de retorno do “Filho Pródigo”, cumprindo o seu desiderato que é a jornada rumo à totalidade:

"Além dos horizontes que o nosso olhar pode abranger, outros mundos e outras humanidades evolvem no rumo da perfeição!...

Todos somos irmãos, filhos de um só Pai, que nos aguarda sempre, de braços abertos, para a suprema felicidade no eterno bem!..." (Emmanuel, Roteiro, Lição 40, p.169).

4.2) – O EGO

A consciência individual seria condensações locais, inclusas no espaço-tempo, mergulhada no relativo, deste grande princípio de unidade ou Consciência Cósmica e o Ego que forma as nossas diferentes personalidades, nos diversos processos reencarnatórios, uma distorção da verdadeira consciência, um falso movimento, uma deformidade, um desmoronamento, uma negação, uma queda operada pelo ser em razão de sua liberdade infinita:

"Não possuindo a criatura poder de criar, era incapaz de gerar outros modelos; sendo efeito e não causa, ela não podia ser causa de efeitos novos. Tudo o que ela podia fazer era alterar o que existia. Se o S (Sistema) era tudo o que havia, o que podia surgir era somente a sua negação ". (Pietro Ubaldi, Queda e Salvação, Capítulo 04, p. 88). (Os grifos são nossos). (A palavra entre parênteses é complemento nosso).

4.3) – O DUALISMO

O dualismo mente e corpo, espírito e matéria, energias sutis e físicas, dimensões diversas em paralelismo e interação, sempre foi a grande objeção científica para a defesa do primado da matéria e seus correlatos, energia e campos de força. Afirmam que não é possível a relação de objetos duais separados, e se a mente for a antítese da matéria, o que faria a intermediação

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entre ambos? Alguns tentam responder mencionando a possível existência de mediadores, como as energias sutis não físicas, oriundas dos diferentes mundos conscienciais, mas o princípio da conservação da energia, um dos mais seguros fundamentos da física, parece evidenciar a não existência dessas energias ou outros mundos dimensionais, porque não sobra ou passa qualquer “quantidade” de energia, nos mais variados fenômenos estudados pela ciência, a energia total do mundo físico nunca se altera. Para fugirem do dualismo concebem a consciência, a mente, apenas como cérebro, um epifenômeno da matéria. A matéria seria assim a realidade única. Se partirmos do pressuposto que as substâncias diversas não se comunicam ou que necessitariam de mediadores por serem substâncias que nada tem em comum, fica praticamente impossível unificar os vários conceitos e experiências em uma cosmovisão integradora. Os cientistas mais conservadores fogem da discussão de temas que tentam integrar a consciência ao estudo da física. Segundo eles a física deve se ater ao estudo dos fenômenos naturais reais. Acham questionável qualquer idéia, explicação ou paralelismo entre a física, principalmente a física quântica e a espiritualidade, chamando de “imposturas teóricas” qualquer tentativa nesse sentido. Alegam que a mecânica quântica lida apenas com o comportamento de partículas subatômicas e que o físico não tem de se importar com questões filosóficas, julgam tudo como ficção e asseguram que quando os seres humanos desejam são capazes de ver paralelismo em qualquer coisa mesmo que sejam evidentemente dessemelhantes:

"No entanto, embora o físico médio não se incomode com questões filosóficas, os maiores entre eles se incomodavam. Einstein, Heisenberg e Bohr passavam longas horas em acaloradas discussões, lutando até altas horas com o significado da medida, o problema da consciência e o significado da probabilidade em seu trabalho”. (Michio Kaku, Hiperespaço, p. 342).

A existência do átomo, até recentemente, também já foi tida como uma ficção útil sem nenhuma base concreta na realidade, por muitos físicos. O próprio Einstein tentou provar que os buracos negros eram impossíveis de existirem na realidade cósmica, apesar de tais conceitos, terem se originado do desenvolvimento das equações matemáticas da Teoria da Relatividade. Hoje se sabe que provavelmente mais de 300 milhões de buracos negros devem existir em todo céu noturno e o átomo é uma realidade onde as “nuvens” de elétrons dançam ao redor do núcleo, manifestando-se ora como onda, ora como partícula. O que não podemos perder de vista é que as teorias científicas são apenas criações livres da mente humana. As teorias são sempre aproximações e não a descrição real e última da realidade. À medida que avançamos, novas teorias surgem solapando, muitas vezes, o senso comum e os pilares dos conceitos antigos. Nenhuma teoria é sagrada!

4.4) – UNIVERSOS PARALELOS

Os teóricos das supercordas e a teoria das membranas estão investigando a possibilidade da existência de um espaço-tempo com mais de 10 ou 12 dimensões, mas essas dimensões talvez sejam microscópicas bem menores do que um núcleo atômico. De qualquer forma, abre as janelas da nossa

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compreensão para a visão multidimensional, visão que é enriquecida com a teoria dos Universos Paralelos do físico Andrei Linde, que concebe um quadro onde universos podem “germinar” outros universos, que existiriam em muitos estados. Universos que poderiam existir em paralelismo com ligações entre eles, onde a ponte Einstein-Rosen ou os “Warm Hole” (buracos de minhoca) viria a funcionar como uma passagem ou portal dimensional entre dois universos ou ligando regiões distintas de um mesmo universo. Assim, existiria não o universo, mas universos múltiplos, “multiverso” ou “megaverso”:

"De acordo com esta teoria, um pequeno pedaço do universo pode de repente inflar e "germinar", fazendo brotar um universo "filho" ou universo "bebê", que por sua vez pode desabrochar em outro universo bebê, com este processo de germinação continuando para sempre.(...). Neste cenário, os big bangs vêm acontecendo continuamente. Se verdadeiro, podemos estar vivendo num mar desses universos, como uma bolha flutuando num oceano de outras bolhas. De fato, uma palavra melhor do que "universo" seria "multiverso" ou "megaverso"". (Michio Kaku ,Mundos Paralelos, Capítulo Um, p. 30).

"Vosso universo físico move-se todo em velocidade vertiginosa, em relação a outros longínquos universos semelhantes, a fim de fazer parte, com eles, de sistemas ainda maiores”. (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo 33, p. 99).

"Se vosso universo é finito como vórtice sideral, o sistema de universos e o sistema de sistemas de universos é infinito”. (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo 35, p. 104).

"Enquanto se discute ser ou não aberto ou fechado o Universo conhecido, em contínua expansão ou em permanente criação de matéria nos espaços intergalático, o astrônomo soviético Ambartsumian, em nossa opinião bem mais próximo da realidade, traz à discussão a idéia de que o Universo em que vivemos, realmente curvo e fechado, como entendeu Einstein, é apenas uma metagaláxia, além da qual muitas outras ostentam, no Infinito, diferentes características de espaço-tempo”. (Áureo, Universo e Vida, Capítulo I, p.17).

Se o universo for realmente fechado, a soma total da energia do universo deve ser exatamente zero, preservando o princípio de conservação da energia em sua totalidade e abrindo brechas para fugirmos do dualismo mente e corpo, espírito e matéria e nos firmamos na concepção de ser a consciência, o espírito e não a matéria o fundamento de todas as coisas. Tudo é consciência, tudo é espírito, a essência é uma só:

"Em seus múltiplos estados a matéria é força coagulada, dentro de extensas faixas dinâmicas, guardando a entidade mental de tipos diversos, em seu longo roteiro evolutivo.

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Corpos sólidos, líquidos, gasosos, fluídicos densos e radiantes, energias sutis, raios de variadas espécies e poderes ocultos tecem a rede em que a nossa consciência se desenvolve, na expansão para a imortalidade gloriosa". (Emmanuel, Roteiro, Lição 05, p.25).

Não haveria a necessidade de formularmos teorias da possível existência de energias sutis, não físicas ou imateriais, como mediadoras do dualismo mente e corpo, bastaríamos entendermos o espírito, a energia e a matéria como estados vibracionais diferentes da mesma e única substância e mesmo assim esta substância não seria “coisa”, mas centro-movimento de potências variadas, verdadeiros vórtices ou condensações ou campos de diferentes densidades:

"A substância fundamental, material de construção do edifício das coisas, é um puro campo eletro-magnético, desaparecendo toda idéia de substrato material”. (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo XII, p.162).

"As partículas subnucleares são apenas ondulações no mar turbulento do espaço”. (Bob Toben e Fred Alan Wolf, Espaço-Tempo e Além, p.52).

"Eis, pois, um espaço–substância que não é vazio nem inerte, mas por sua natureza é genético da matéria, isto é, possui as qualidades aptas à formação, no seio, das condensações ou concentrações de substância que se denominam matéria.” (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo XII, p.162).

"Disto se segue a fascinante possibilidade de que tudo que vemos à nossa volta, das árvores e montanhas, às próprias estrelas, nada mais sejam que vibrações no hiperespaço”. (Michio Kaku, Hiperespaço, p.10). (Itálicos do autor).

"Podemos, assim, logicamente chegar ao conceito de espaço-substância, derivando-o do conceito de energia-substância, e este do de pensamento substância". (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo XII, p.163).

A matéria pode ser definida como luz ou energia congelada, ou luz (energia) capturada gravitacionalmente, e a ciência através da famosa equação E = MC² já mostrou que ambas estão relacionadas. Da mesma forma, quem sabe a energia poderá no futuro, ser concebida como pensamento, ou “espírito” congelado, e por sua vez o Espírito como a unidade, o todo, O TODO UNO DEUS congelado, à espera do despertar evolutivo:

"Desperta, ó homem, no espírito, porque neste, em teu âmago, está o infinito”. (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo XI, p.156).

A teoria das cordas e a teoria M são estruturadas na idéia de que a variedade de partículas subatômicas que compõem o universo sejam diferentes notas de

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cordas minúsculas, que vibram em diferentes freqüências e ressonâncias. Os átomos seriam formados por interações entre padrões vibratórios. Segundo essa teoria, se pudéssemos adentrar a intimidade de um elétron veríamos não uma partícula pontual, mas uma minúscula corda vibrando:

"O próprio universo, composto de incontáveis cordas vibráteis, seria então comparável a uma sinfonia”. (Michio Kaku, Hiperespaço, p.173).

As partículas assim concebidas poderiam se manifestar em diferentes “estados vibracionais", como campos de energia oscilante, migrando de um universo para outro, de uma região dimensional de um mesmo universo para outro através de saltos quânticos multidimensionais e tudo se organizando e movendo-se simultaneamente e em sincronicidade. Todos os corpos seriam compostos de partículas correlacionadas em freqüências mais sutis ou mais densas, expressando, no entanto, a mesma e única substância. O universo ou universos estariam subdivididos em inúmeras dimensões onde a matéria seria encontrada em estados diversos:

"Mas a matéria existe em estados que ignorais. Pode ser, por exemplo, tão etérea e sutil, que nenhuma impressão vos cause aos sentidos. Contudo, é sempre matéria. Para vós, porém, não o seria”. (O Livro dos Espíritos, Trechos dos Comentários à perg. 22).

O primado da consciência, que tudo rege, se manifestaria por conexões locais e estruturais como descreveremos os corpos grosseiros e sutis e por conexões não-locais que estabelecem estados e comunicações instantâneas, sem a ajuda de sinais. A consciência em si é universal, unitária, total,: “Que também eles sejam um em nós” (João, 17:21), expressando ondas de possibilidades infinitas e manifestando-se pelas vias da individualidade, filtrada pela lente do ego, nas mais diferente dimensões, onde a mente, o cérebro, o corpo físico e os corpos sutis são apenas veículos temporários da grande epopéia do espírito, possibilidades da consciência unitária, que é, em síntese, a mediadora de todas as interações, o fundamento de todos os seres, universos e mundos. Somos viajores em busca da estação da totalidade e Deus-Pai é o Senhor de todas as possibilidades, permitindo-nos traçar o nosso próprio caminho, infinitamente livres em qualquer possível direção:

"Concluímos agora com esta grave afirmação levando até às últimas conseqüências os motivos acima assinalados: as diferentes almas individualizadas são fragmentos do Espírito e constituem cada individualização decaída em toda forma existente”. (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo XIX, p. 236).

4.5) – O RELATIVO E O ABSOLUTO

Vivemos em um universo material mergulhado num oceano consciencial atemporal, incomensurável, não físico, que se revela na intimidade de todas as coisas, existente antes e além do espaço-tempo:

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"Acho impressionante que a Física moderna postule a idéia de um universo em que não haja tempo e espaço, sem o qual muito da mesma Física não faria quase nenhum sentido nem teria ligação com a realidade da forma como nós a percebemos”. (Fred Alan Wolf, Viagem no Tempo, Capítulo I, p.24).

Do relativo onde tudo se expressa em matéria e energia inclusive o pensamento e o que denominamos de fluido magnético, fluido vital etc., buscamos por processo evolutivo, em um vir a ser constante, num transformismo contínuo, a eternidade, a perfeição, o absoluto, o imaterial, o Espírito, a Consciência Unitária, o Todo, o Nirvana, o Sistema, o Paraíso Divino, Deus:

"O espírito adormecido deve despertar para chegar até Deus”. (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo I, p.29).

"(...): desperta e sentirás que Deus está a teu lado, está dentro de ti, é a tua vida, a vida de tudo”. (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo X, p.181).

"Como alicerce vivo de todas as realizações nos planos físico e extrafísico, encontramos o pensamento por agente essencial. Entretanto, ele ainda é matéria , - a matéria mental, em que as leis de formação das cargas magnéticas ou dos sistemas atômicos prevalecem sob novo sentido, compondo o maravilhoso mar de energia sutil em que todos nos achamos submersos e no qual surpreendemos elementos que transcendem o sistema periódico dos elementos químicos conhecidos no mundo”. (André Luiz, Mecanismos da Mediunidade, Capítulo IV, p.45). (Os grifos são nossos).

"Quando vossa consciência tiver encontrado meios para agir, mais profundamente, na estrutura íntima da matéria, vereis multiplicar-se o número das espécies químicas (...)”. (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo 16, p.47).

"(...) ao poder do fluido magnético, que constitui por si só emanação controlada de força mental sob a alavanca da vontade(...)”. (André Luiz, Evolução em Dois Mundos, Capítulo XV, Segunda Parte, p.201).

O universo ou o conjunto de universos seria um todo de forças dinâmicas expressando as Vibrações do Criador, uma cadeia de vidas, no dizer de Emmanuel, que se entrosam na Grande Vida:

"Nos fundamentos da Criação vibra o pensamento imensurável do Criador e sobre esse plasma divino vibra o pensamento mensurável da criatura a constituir-se no vasto oceano de força mental em que os poderes do Espírito se manifestam”. (André Luiz, Mecanismos da Mediunidade, Capítulo IV, p.44).

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Este Todo se expressa em multifárias dimensões, em processos vibracionais de influência recíproca, onde ninguém pode evitar o movimento de permuta incessante, no palco da vida, estuante e presente em inúmeros universos e mundos, que por sua vez são estruturados, apesar da sua imensa diversidade, em um esquema único que se repete ao infinito:

"(...) o universo é um Todo que, ainda quando pulverizado em infinitas formas ou expressões de um mesmo princípio central único, permanece organicamente compacto, porque ele é constituído segundo um esquema único , consoante em idêntico modelo que se repete ao infinito em cada unidade menor, em que a maior se ramifica e se diferencia até à extrema pulverização”. (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo II, p.31). (Os grifos são nossos).

Baseando-nos no princípio dos esquemas múltiplos e de tipo único, repetidos em todos os níveis evolutivos, compreenderemos que o corpo físico e os corpos sutis são estruturados em um mesmo modelo, seguindo um padrão com pequenas variações. Todos os corpos são construções mentais temporárias, seguindo o modelo da forma humana quando exteriorizados, nas dimensões mais grosseiras ou densas como a física, etérica e a astral, e paulatinamente tornado-se menos densos e com novas formas ou podendo assumir a forma que o Espírito desejar, a partir principalmente do corpo mental, causal, supraemocional, supramental, supracausal etc. Os níveis mais inferiores refletem os superiores, e não o contrário. Não é o corpo físico que modela o perispiritual e dá á sua forma, mas é o corpo astral que modela a etérica e a física, seguindo os moldes de estruturação do corpo mental. As principais glândulas e plexos nervosos do corpo humano e perispiritual, conjugam-se nas terminações dos centros de forças primordiais existentes em todos os corpos densos e no corpo mental como matriz e molde, dando passagem a correntes vitais e mentais que tudo nutre e sustenta, captada desse oceano de força mental, desse mar de energia sutis, oriunda das exteriorizações individuais e coletivas, vivificada pelo plasma divino: “porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos”. (Atos, 17:28).

Os corpos são invólucros conquistados na descida involutiva e redimensionados na subida evolutiva, roupagem correspondente a cada mundo que a contração das consciências plasmou, e que evolutivamente vamos reconquistando, energia e matéria, que aprisionam temporariamente o espírito rebelde:

"E quando sabe utilizar as sombras do palácio corporal que o aprisiona temporariamente, no desenvolvimento de suas faculdades divinas, meditando e agindo no bem, pouco a pouco tece as asas de amor e sabedoria com que, mais tarde, desferirá venturosamente os vôos sublimes e supremos, na direção da Eternidade". (Emmanuel, Roteiro, Capítulo 02, p.14).

E a matéria, como mencionamos anteriormente, não pode mais ser descrita como “coisa” palpável e existente em si mesma, mas a sua natureza e solidez é apenas reflexo de seu movimento intrínseco:

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"De modo que, na substância não existe matéria, no sentido que lhe dais, mas só existe movimento. A diferença entre matéria e energia é dada apenas pela direção diferente desse movimento: rotatório, fechado em si mesmo, na matéria; ondulatório, com ciclo aberto e lançado ao espaço, para energia.

No princípio havia o movimento e o movimento concentrou-se na matéria; da matéria nasceu a energia e da energia emergirá o espírito”. (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese Capítulo 46, p.141). (Os itálicos são do autor).

"Nós, seres humanos, estamos a meio caminho, suspensos entre o abismo do aniquilamento e o cume da perfeição”. (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo VIII, p.92).

"Viveis para conquistar uma consciência cada vez mais ampla”. (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo VI, p.26).

Lembremos que a energia de movimento pode ser transformada em matéria, e que por sua vez, pode ser convertida em energia, daí o movimento ser o principal parâmetro do mundo relativo, em todas as dimensões que vão do espaço ao átomo e deste ao arcanjo:

"Há, entretanto, uma única realidade constitutiva do universo físico: o espaço fluido e móvel e o seu movimento”. (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo XII, p.158).

"Os seres não se detêm nos diversos níveis, mas se movem num íntimo movimento que os transforma a todos”. (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo 29, p. 85). (Itálicos do autor).

A evolução, através do movimento e da transformação, potencializa e acelera as nossas vibrações, e quanto mais rápidas forem as nossas ondas mentais mais lentamente o tempo progride, até parar, e menores e mais estreitas serão as distâncias, se contraindo praticamente até o nada relativo:

"Recordemos, ainda, o pensamento, atuando à feição de onda, com velocidade muito superior à da luz, e lembremos-nos que toda mente é dínamo de força criativa”. (André Luiz, Ação e Reação, Capítulo 5, p.70)

"O pensamento implica tempo, somente enquanto, e na medida em que ainda é energia; quanto mais é cerebral, racional, analítico, tanto menos é abstrato, intuitivo, sintético. Neste segundo sistema tridimensional, assistis a uma aceleração contínua de ritmo. Nessa aceleração o tempo é gradativamente absorvido”. (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, p. 108). (Itálicos do autor).

"A eternidade é alguma coisa qualitativamente diversa do tempo, situada nos antípodas. Ela não é o prolongamento de um tempo que,

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embora avançado, sempre está sujeito à duração. É um tempo imóvel, que não anda e jamais passa. É um não-tempo”. (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo V, p.56).

Devemos então conceber a imobilidade do absoluto, não como inércia e o nada, mas um movimento realizado em ordem absoluta, um estado de tal velocidade onde o tempo-espaço não mais exista como o compreendemos, mas apenas a manifestação de plenitude do oceano infinito de Consciência Unitária onde nos reintegraremos:

"(...) o tempo e o espaço são produtos da mente e não existem sem ela”. (Fred Alan Wolf, Viagem no Tempo, Capítulo 01, p.24).

"O universo psíquico já é muito mais vasto que os outros dois (físico e dinâmico), o limite tempo-espacial já desapareceu completamente! Vossa mente, é inegável, perde-se em tanta amplidão. Mas deveis compreender, certamente, que o absoluto só pode ser um infinito, porque só um infinito pode conter e esgotar todas as possibilidades do ser”. (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo 29, p. 86). (As palavras entre parênteses, em itálico, são inserções nossas).

"É sempre o estado cinético que constitui a gênese de qualquer forma de matéria. Assim os sistemas galácticos, planetários ou atômicos, vêm a ser constituídos por campos de espaço fluido-dinâmico, girando em torno a um centro, isto é, por vórtices de energia, cuja rotação é determinada pelo estado cinético, segundo o esquema universal, pelo qual tudo, em qualquer nível do ser, tanto no espiritual como no dinâmico, roda em torno ao centro – Deus”. (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo XII, p.160).

4.6) – A MATÉRIA

Michio Kaku no livro Mundos Paralelos, discutindo a questão da presença da matéria no nosso universo, chega a brincar com o assunto, ao traduzir o pensamento de um dos pais da teoria do “universo inflacionário”, Allan Guth: “o universo talvez saia barato”. Porque para se criar um universo semelhante ao nosso possivelmente seja necessária uma quantidade ridícula de matéria: apenas 28 gramas. Estes universos nascem a partir de flutuações quânticas no vácuo, iniciando-se provavelmente por uma bolha do tamanho do comprimento de Planck: 10-³³ centímetros.

O universo cresceu e expandiu de uma mínima fração, tudo, incluindo tempo e espaço, achava-se comprimido numa região menor que um próton. E como diz George Smoot muitas pessoas acreditam que o universo teve origem num espaço pré-existente, não: “Ao contrário de uma explosão convencional, contudo, o big-bang não se processou dentro de um espaço existente; ele criou o espaço à medida que se expandia (e continua a se expandir). O big-bang foi a criação cataclísmica de matéria e espaço.” (George Smmot e Keay Davidson, Dobras no Tempo, Capítulo I, p.18)

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"Segundo a teoria quântica, o espaço vazio fervilha de “partículas virtuais” que dançam para dentro e para fora do nada.” (Michio Kaku, Mundos Paralelos, Capítulo Cinco, p.133).

"A criação do plano físico, a partir do nada, ocorreu quando a Idéia, dinamizando-se, gerou centros movimentos de potência variada, ou seja, vórtice ou condensações físicas de várias densidades, segundo a grandeza dos impulsos transmitidos.” (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo XII, p.161).

"A cada momento ocorre a criação, alguma coisa emerge de um nada relativo, surge em realização de algo que estava à espera no germe. Não existe um nada absoluto". (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo 29, p. 87).

E mais do que expandir estes universos nascidos do nada relativo, gerados por um campo vibratório em contração e oscilação, está se acelerando, conforme acreditam inúmeros cosmólogos na atualidade Em parágrafos anteriores, André Luiz mencionava o fato da existência de outros elementos que transcendem o sistema periódico dos elementos químicos conhecidos no mundo. E esta tabela periódica, com mais de uma centena de átomos diferentes, contando os naturais e os desenvolvidos pela ciência, iniciando pelo hidrogênio, dentro do conhecimento científico contemporâneo, representa apenas 4% de todo o conteúdo de matéria e energia do universo, sendo que dos 4% mais ou menos 75% é hidrogênio e 25% é hélio, sendo que todas as outras partículas representam apenas 0,03% dos elementos do universo. Os cientistas começam a discutir o fato de ser o universo formado predominantemente por um novo tipo de matéria e energia, a matéria e a energia escura:

"Segundo o WMAP, (sigla em Inglês para Sonda Anisotrópica de Microondas Wilkinson), 23 por cento do universo é composto de uma substância estranha indeterminada, chamada matéria escura, que tem peso, cerca as galáxias num halo gigantesco, mas é completamente invisível. A matéria escura é tão abundante que, na nossa própria galáxia, a Via Láctea, excede todas as estrelas por um fator de 10. Embora invisível, esta estranha matéria escura pode ser observada indiretamente pelos cientistas porque ela curva a luz das estrelas, assim como o vidro, e portanto pode ser localizada pelo número de distorções óticas criadas”. (Michio Kaku, Mundos Paralelos, Capítulo Um, p.27). (As palavras entre parênteses, em itálico, são inserções nossas).

"Mas talvez a maior surpresa causadas pelos dados do WMAP, dados que deixaram a comunidade científica tonta, foi a de que 73 por cento do universo, de longe a maior quantidade, é composta de uma forma totalmente desconhecida de energia chamada energia escura, ou a energia invisível oculta no vácuo do espaço. Apresentada pelo próprio Einstein em 1917, e depois descartada (ele a chamou de seu “maior erro”), a energia escura, ou a energia

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do nada ou do espaço vazio, esta agora ressurgindo como a força motriz de todo o universo. (...) Ninguém atualmente sabe de onde vem esta “energia do nada”. (...) Se pegarmos a mais recente teoria das partículas subatômicas e tentarmos calcular o valor desta energia escura, encontraremos um número perto de 10¹²º (esse é o número 1 seguido de 120 zeros). (Michio Kaku, Mundos Paralelos, Capítulo Um, p.27).

A importância dessa descoberta é imensurável. A energia e a matéria escuras nos dão a dimensão do mar ou oceano de energia em que nos movemos, a visão de que a matéria visível que observamos, e que antigamente representava a totalidade e hoje é apenas discretos 4% de todo o conteúdo de matéria e energia do universo, é espetacular, e abre as portas da nossa compreensão não só para a constatação de que o universo está se acelerando, mas também para a possibilidade da existência de outros padrões de matéria e energia, ainda não postulados, mas que podem vir a ser, explicando enfim, a existência de outras dimensões, entre elas a espiritual, o plano espiritual, em contato permanente com o plano físico, conforme atestam inúmeros relatos mediúnicos. Apesar da existência de várias teorias que descrevem outras dimensões, entre elas a “teoria dos muitos mundos”, estes mundos coexistiriam em vários estados possíveis, paralelos a nossa realidade física, mas não poderíamos vir a interagir e muito mesmo percebê-los: “Para todos os efeitos, as ondas destes vários mundos não interagem ou se influenciam mutuamente”. (Michio Kaku, Mundos Paralelos, Capítulo Um, p.27).

Ora a interação e influência mútua é um dos apanágios das descrições espirituais:

"A mente é manancial vivo de energia criadora. O pensamento é substância coisa mensurável. Encarnados e desencarnados povoam o Planeta, na condição de habitantes dum imenso palácio de vários andares, em posição diversas, produzindo pensamentos múltiplos que se combinam, que se repelem ou que se neutralizam”. (Emmanuel, Roteiro, Lição 25, p. 102).

"Muitos comunicantes da Vida Espiritual têm afirmado, em diversos países, que o plano imediato à residência dos homens jaz subdividido em várias esferas. Assim é, com efeito, não do ponto de vista do espaço, mas sim sob o prisma de condições, qual ocorre no globo de matéria mais densas, cujo o dorso o homem pisa orgulhosamente.

Para justificar a nossa asserção, lembraremos, em rápida síntese, que a crosta terrestre, na maior parte dos elementos que a constituem, é sólida, mas conservando, aqui e ali, vastas cavidades repletas de líquido quente ou de material plástico. (...). Encontramos, assim, na constituição natural do Planeta, desde a barisfera à ionosfera, múltiplos círculos de força e atividade na terra, na água e no ar, tanto quanto nos continentes identificamos as esferas de civilização e nas civilizações as esferas de classe, a se totalizarem

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numa só faixa do espaço". (André Luiz, Evolução Em Dois Mundos, Capítulo XIII, Primeira Parte, p.97).

O plano físico e o extrafísico são descritos como um imenso palácio de vários andares, situados em um mesmo espaço, onde os seres se interconectam em várias sentidos e direções com matéria e substâncias cada vez mais sutis. Muito além do que pode ainda nos oferecer a maioria das teorias da Física Moderna:

"Não seria o antigo problema do dualismo – como a matéria sutil interage com a matéria atual – novamente a nos atormentar? Pessoalmente, nunca fui fã da idéia de outra forma de matéria, mais refinada justamente por isso”. (Amit Goswami, A Física da Alma, Capítulo 13, p.279).

"Mas onde está o mediador para intermediar a interação de mente e matéria, de energia sutil e do corpo, de Deus e do mundo?” (Amit Goswami, O Médico Quântico, Capítulo 1, p.23).

"Quando converso com não cientistas sobre corpos sutis, a pergunta que mais surge é: “Por que não existem substâncias cada vez mais sutis, até o infinito?"". (Amit Goswami, A Física da Alma, Capítulo 06, p.136).

"Para alguns, a energia sutil é um fenômeno emergente das células e órgãos vivos do corpo. Outros a vêem como uma energia de freqüência mais elevada do que a energia grosseira. Pesquisadores mais independentes recorrem à idéia de um “corpo eletromagnético” revestindo o corpo “bioquímico” normal para explicar a complexidade da energia sutil". (Amit Goswami, O Médico Quântico, Capítulo 2, p.31).

E, no entanto, os Espíritos nos asseguram:

"Quanto mais o ser se sublima, mais recursos desenvolve, em formas cada vez mais altas e nobres de energia suti l, tanto mais poderosas e excelsas, quanto menos densas e mais diferenciadas das formas materializáveis de energia ”. (Áureo, Universo e Vida, p.69). (Os grifos são nossos).

"A energia mental é o fermento vivo que improvisa, altera, constringe, alarga, assimila, desassimila, integra, pulveriza ou recompõe a matéria em todas as dimensões ". (Emmanuel, Roteiro, Lição 5, p. 26). (Os grifos são nossos).

A descoberta da matéria e energia escuras pode vir a facilitar o desenvolvimento de novas teorias, abrindo novos campos e raciocínio, que possa unir conceitos, que por hora parecem dispersos e incompletos. Apesar da nossa tentativa de construir paralelismos entre vários ramos do conhecimento, sentimos que enormes lacunas ainda não foram preenchidas

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satisfatoriamente. A questão da existência das energias sutis é uma delas. A questão da interação entre universos e mundos é outra. Apesar da abordagem não dualista que procuramos exercitar nesse texto, muito ainda tem de ser pesquisado e questionado, até uma visão segura, por postulados científicos, dos nossos vários corpos e chakras e da vida além da barreira física. Estamos apenas tentando tatear caminhos.

A interpretação quântica dá uma rica e nova visão, ajudando imensamente, mas segundo os Espíritos, a matéria se manifesta muito além das nossas fronteiras, até o pensamento, daqueles que ainda vivem presos à faixa de evolução terrestre, é matéria. Para esclarecer todas essas equações, necessitamos de uma abordagem clássica e quântica de uma interpretação dualista perfeitamente compatível com a visão monista. Campos morfogenéticos não físicos e não locais residindo fora do espaço e do tempo, mas também, campos de forças ou aura criados pelos espíritos encarnados ou desencarnados, delimitando e caracterizando cada individualidade, com estruturas correlacionadas ao corpo físico. Mundos de existência física, etérica, astral, mental, causal, supraemocional, supramental, supracausal etc., em potencial sem substancialidade manifestado pela consciência, pelo colapso quântico, mas igualmente a mente espiritual como geratriz em processo de assimilação e desassimilação de todos os processos físicos e extrafísicos, pelos campos multiformes da aura humana, complexa usina integrada a uma rede infinita de diferentes faixas vibratórias. Viagens psíquicas com e sem corpos, por movimentação ou somente por expansão da consciência. Conexões locais e não locais, causação descendente e ascendente, e tudo isso visto sob o princípio unitário de que tanto o macromundo como o micro é regido pela interação da consciência com funções de onda de potencialidade, através de hierarquias entrelaçadas. A mente como processador de realidades, a consciência como mediadora de todos os fenômenos.

Essa enorme dificuldade teórica e prática não é só nossa, até os Espíritos que vivem em planos mais elevados, se referem a ela:

"Todos nós temos consciência dos princípios de unidade e variação, ou de universalidade e individualidade, que funcionam juntos em nosso mundo. Onde se encontra o ponto de interação, ou lugar de reunião desses dois termos opostos? - Resp.: Se temos aí a consciência dos princípios de unidade e variação, ainda aqui os observamos, sem haver descoberto o seu ponto íntimo de união ". (Emmanuel, Emmanuel, Capítulo XXXIII, p.171). (Os grifos são nossos).

Mas chegaremos lá um dia, apesar de todas as limitações:

"A ciência terrena, no estudo das vibrações, chegará a conceber a unidade de todas as forças físicas e psíquicas do Universo. O homem, porém, terá sempre um limite nas suas investigações sobre a matéria e o movimento. Esse limite é determinado por leis sábias e justas, mas, cientificamente poderemos classificar esse estado inibitório como oriundo da estrutura do seu olho e da insuficiência

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das suas faculdades”. (Emmanuel, Emmanuel, Capítulo XXXIII, p.170).

4.7) – INTEGRANDO TEORIAS

E porque todos esses conceitos são importantes para o nosso estudo a respeito do Homem, os seus Corpos e os Centros de Força? Porque o homem é um micro universo estruturado com base no mesmo esquema único em que os universos se originaram. Os átomos que constituem o nosso corpo físico tiveram origem na explosão de uma super nova que existiu antes da formação do nosso sistema solar: realmente somos filhos das estrelas. O espaço onde nos manifestamos é multidimensional e em constante movimento e cada corpo sutil que nos integra expressa esse mesmo dinamismo, em freqüências diversas, esperando o nosso despertar para percebermos os universos, os mundos, formas e seres que existem à nossa volta. Tudo é uma questão de ascensão, transformismo, evolução:

"A evolução é um regresso a Deus. Dizemos “regresso” porque é absurdo ir em direção a Deus, movendo-se de um primeiro ponto de partida que não seja Deus.” (Pietro Ubaldi, A Descida dos Ideais, Capítulo XII, p.279).

O passado, presente e futuro se sustentam somente pela cortina de condicionamento que voluntariamente tecemos e nos enovelamos. Tudo acontece e se desenvolve no agora:

"Só o relativo que se transforma, possui tempo, isto é ritmo evolutivo. A Lei, sem limites, está à espera, no eterno”. (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo 29, p. 88).

O Espírito, seguindo o mesmo princípio do Todo, é o centro do seu complexo fisio-psíquico regendo só em relação ao corpo físico mais de cinqüenta trilhões de células, pelo automatismo engendrado pelos centros de força que como o espaço e a matéria também se movimentam como vórtices energéticos emitindo e assimilando energia mental, provindas do oceano temporal e atemporal onde existimos, nos movimentamos e vivemos:

"De que número de movimentos cíclicos resulta o fenômeno da consciência humana!” (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo 28, p. 83).

"O homem do futuro compreenderá que as suas células não representam apenas segmentos de carne, mas companheiras de evolução , credoras de seu reconhecimento e auxílio efetivo". (André Luiz, Missionários da Luz, Capítulo 13, p.223).

"Cada individualidade é composta de individualidades menores, que são agregados de individualidades ainda menores, até o infinito negativo; por sua vez, é elemento constitutivo de individualidades

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maiores, as quais são de outras ainda maiores, até o infinito positivo”. (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo 27, p. 80).

Os nossos corpos são vestes materiais ou condensações de energia sutil que fomos assimilando à medida que ocorria a queda espiritual: “Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo animal, há também corpo espiritual” (I Coríntios, 15:44). Na síntese que expressa a verdade intrínseca do fenômeno, ao passar de uma dimensão a outra, enquanto ainda estávamos na dimensão consciência fomos nos vestindo de diferentes túnicas, ampliando o falso movimento, desejado pelo nosso livre arbítrio, e dos infinitos caminhos possíveis, tomamos a direção da contração, afastando-nos de Deus-Pai, nos aprisionando na energia e após na matéria. O não ser passou a vigorar como a essência final do impulso inicial de afastamento, quebrando a simetria das forças e do reino da Consciência, único plano de existência real:

"Pensando em renegar a Deus, com a revolta a criatura só renegou a si mesma. Sendo ela um elemento do Sistema de Deus, agindo contra Deus ela agiu contra si, de modo que o que agora aparece como reação da Lei não é na realidade senão a reação da íntima e própria natureza do ser contra a sua revolta, que o levou para a dor e para a morte, enquanto ele não pode deixar de querer a felicidade e a vida". (Pietro Ubaldi, Queda e Salvação, Capítulo 2, p.54).

Apesar de tudo, nada perdemos, tudo se tornou semente e germe. De uma diminuta bolha, através de agitações, em movimentos de flutuações quânticas, iniciamos o nosso despertar, empreendendo o caminho de volta, pelas trilhas da evolução. Do espaço cinético viajamos de expansão em expansão, em processo de aceleração até o átomo, reconquistando mais amplos movimentos. Como bem diz o nobre León Denis, do átomo formamos as famílias de moléculas, constituindo o mineral, onde dormimos por milênios, nos agitamos no vegetal e sonhamos no animal, acordando no homem:

"Assim está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente; o último Adão, em espírito vivificante". (I Coríntios, 15:45).

"Ora, regresso a Deus, por evolução, significa regresso do ser ao estado transcendente (S) de puro pensamento, porque Deus em Si mesmo, acima desta Sua transitória projeção em nosso universo (AS), é puro pensamento, existente sem necessidade de forma que O expressa nas dimensões inferiores do plano de matéria". (Pietro Ubaldi, A Descida dos Ideais, Capítulo XII, p.279).

Hoje estamos a meio caminho, os corpos que possibilitam ou expressam faculdades e movimentos em dimensões diversas vão se tornando ativos como o físico, o duplo etérico, o astral e o mental, permitindo-nos conquistar e manejar, nas horas que passam, a razão como o maior dos nossos atributos coletivos:

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"Fé inabalável é somente, aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade”. (Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo).

Uma nova revolução, porém se inicia, os corpos supramental e causal começam a sair da letargia e o Espírito tentando romper a personalidade e a estrutura egóica do ego, já se pronuncia nos novos atributos da intuição e inspiração, como é possível verificar nos escritos de inúmeros pensadores e físicos teóricos, e nas recordações da própria história evolutiva já tão comum nas centenas de relatos pessoais, de visões espontâneas de vidas passadas:

"(...) a inspiração é um despertar consciente na profundeza em que está Deus. Então se atinge a sintonização e esta é a base das visões que nos revelam os grandes esquemas do pensamento divino.” (Pietro Ubaldi, Deus e Universo, Capítulo XVIII, p. 220).

"A razão que utilizais é um instrumento que possuís para prover os misteres, as necessidades mais externas da vida: conservação do indivíduo e da espécie. Quando lançais este instrumento no grande mar do conhecimento, ele se perde, (...).

Para avançar ainda é preciso despertar, educar, desenvolver uma faculdade mais profunda: a intuição”. (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Capítulo 1, p.15).

Um dia no reino dos Arcanjos, unificaremos com o todo, e o Espírito superando a dualidade expressa na figura mitológica de Adão e Eva, tornar-se-á puro de toda e qualquer matéria, e a sua vontade se unificará com a vontade do Pai:

"No S os seres são complementares, as suas diferenças são compensadas e fundidas numa união orgânica, na qual cada ser se encontra feliz cumprindo a função para qual foi criado. Eles estão unidos por liames de amor, numa contínua troca ou permuta em que cada um dá e recebe vantagens de graça". (Pietro Ubaldi, Queda e Salvação, Capítulo 17, p 368).

Na viagem de ida ou na grande onda de descida, nos materializamos, formando pelo campo vibracional ou do pensamento os inúmeros corpos e sistemas que compõe a totalidade do nosso psiquismo, e todos os níveis mais elevados ficaram presentes na matéria, como germes, sementes ou potenciais, e agora, no retorno ou na onda de volta vamos ativando estruturas sutis que nos facultam novas faculdades e percepções, até a visão e a imobilidade do absoluto:

"Mas imobilidade no absoluto quer dizer superação da fase de transformismo e não no fim do funcionamento ativo, que continua em cheio no organismo do S. Aqui o movimento é imóvel, no sentido que é de outro tipo, não é mais transformismo, um vir a ser em involução-evolução, mas é imóvel porque deterministicamente perfeito, conforme a Lei, e não uma tentativa contínua em busca da

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perfeição e uma corrida de amadurecimento evolutivo para atingir. Movimento estabilizado na posição certa e definitiva da obra realizada, e não movimento instável na posição incerta e variável da obra em construção e em evolução. Isto porque no S, com a completa obediência à Lei, foi atingida a perfeição". (Pietro Ubaldi, Queda e Salvação, Capítulo 15, p. 328).

"Com maior razão, a luz espiritual, a manifestar-se na irradiação das mentes angélicas, prescinde de qualquer veículo material para espraiar-se e atuar em todas as dimensões do Universo". (Áureo, Universo e Vida, p.71).

"De fato, a evolução é um processo que faz libertar o espírito da necessidade de possuir um instrumento físico para poder alcançar a sua manifestação". (Pietro Ubaldi, A Descida dos Ideais, Capítulo XII, p. 279).

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5) - O TERNÁRIO HUMANO

"Quando as ciências médicas tiverem na devida conta o elemento espiritual na economia do ser, terão dado grande passo e horizontes inteiramente novos se lhes paten tearão".

(Allan Kardec, Obras Póstumas, p. 45).

O ser humano é, pois, constituído por três elementos essenciais e diferenciados, que se interpenetram mutuamente, sem perder a autonomia, no que chamamos corpo ternário, fenômeno trifásico da existência humana, três entidades distintas, espírito, corpo, perispírito, partes de um único organismo divino, em busca de uma única finalidade: a integração Cósmica com a mente de Deus.

O perispírito, conforme visto, na qualidade de mediador plástico, liga positivamente a alma pensante ao organismo corpóreo, é quem recolhe as manifestações do espírito e transmite ao corpo físico, provocando-lhe as sensações necessárias para materializar ações.

Ilustrando a dinâmica do corpo trino de que somos feitos, Antônio J. Freire apresenta singela, porém rica comparação, em torno da questão:

"(...) O homem é comparado a uma equipagem, sendo o carro representado pelo corpo físico, o cavalo pelo corpo astral e o cocheiro pelo espírito. O carro, pela sua natureza grosseiramente material e ainda pela sua inércia, corresponde bem ao nosso corpo físico. O cavalo, unido pelos tirantes ao carro (sistema nervoso), e pelas rédeas ao cocheiro (sentidos astrais), move todo sistema sem participar da direção. É esta a função do perispírito ou corpo astral". (Antônio J. Freire, Da Alma Humana, Cap. II, p.44).

O Termo "Ternário Humano" é encontrado em sua obra com o objetivo de explicar a divisão dos corpos sob a ótica da tríade, da seguinte forma:

"À face do Espiritismo, o ser humano é constituído por três elementos essenciais e diferenciados, com natureza, organização, estrutura, funções e finalidade distintas, interpenetrando-se mutuamente sem perderem a sua autonomia, formados de matérias sucessivamente mais rarefeitas e sutilizadas, constituindo um sistema solidário e harmônico:

1° - Corpo físico incluindo o corpo vital ou duplo etérico;

2° - O perispírito ou corpo astral;

3° - O espírito centelha divina, mônada, ou alma hu mana". (Antônio J. Freire, Da Alma Humana, Cap. II, p.38).

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Esta divisão tem sido utilizada por diversos autores e, além de bastante didática, remonta a vários outros processos a que o homem está inserido, como os níveis consciente, subconsciente, superconsciente, ou até mesmo a expressão que ficou bastante difundida no meio católico com os elementos pai, filho, espírito santo. A partir desta divisão, já se começa a entender que a função do perispírito é promover o elo entre o espírito eterno e o corpo físico. Mais adiante, o mesmo autor completa:

"Distanciados por natureza o corpo físico e o espírito, é ao perispírito que compete estreitar estes limites através das suas camadas de densidades sucessivamente decrescentes, cada vez mais eterizadas à medida que se elevam para o espírito, pois seria ilógico admitir a homogeneidade do perispírito. Só pela interpenetração das camadas mais fluídicas nas menos fluídicas se pode compreender a correlação e harmonia do ser humano, a solidariedade íntima e estreita dos componentes do seu ternário, conservando todos eles a autonomia que lhes é própria, estando os elementos inferiores numa interdependência subalterna, regidos pela lei do ritmo vibratório e pela lei da polarização (...)". (Da Alma Humana, Antônio J. Freire, Cap. II, p.42). (Itálicos do Autor).

Esta "interpenetração" de camadas do perispírito permite a permanente transmissão das mensagens da consciência "externa" e "latente" para o corpo físico. Esta transmissão, não ocorre, como se poderia pensar, em um passe de mágica, como quem transfere água de um copo para o outro. O processo é bem mais complexo e envolve não só o trinômio espírito, perispírito, corpo físico, mas também, variedades diversas de corpos, campos, fluidos ou energias, responsáveis pela recepção, armazenamento e assimilação das experiências terrenas, que servirão de meio de amadurecimento para a personalidade humana em rumo ao reino do Espírito:

"O plano físico é o berço da evolução que o plano extrafísico aprimora. O primeiro insufla o sopro da vida, cujas edificações o segundo aperfeiçoa. A reencarnação multiplica as experiências, somando-as, pouco a pouco. A desencarnação subtrai-lhes lentamente as parcelas inúteis ao processo do Espírito e divide os remanescentes, definindo os resultados com que o Espírito se encontra enobrecido ou endividado perante a Lei". (André Luiz, Evolução em Dois Mundos, Capítulo XIII, Primeira Parte, p. 101)

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6) - O DUPLO ETÉREO

"Diz-se que o corpo etérico é um dos muitos corpos que contribuem para a expressão final da forma humana. O corpo etérico muito provavelmente é um padrão de interfer ência de energia semelhante a um holograma".

(Richard Gerber, Medicina Vibracional, Capítulo I, p.47).

Em consulta a vasta bibliografia, sobre o assunto, encontramos autores que se utilizam da expressão "duplo etérico" e outros que preferem empregar o título "duplo etéreo", não se podendo dizer que uma delas esteja errada e a outra certa.

Para melhor entendimento de sua natureza, recorremos inicialmente às definições de Antônio J. Freire, que nos explica:

"O duplo etérico tem, pois, uma individualidade própria, característica, inconfundível, ainda que fazendo parte integrante do corpo físico ou somático". (Antônio J. Freire, Da Alma Humana, Cap. III, p.47).

Extraímos daqui conceitos preciosos. O primeiro diz respeito à individualidade do duplo etéreo, ou seja, este não se confunde nem com o corpo físico, nem com o perispírito, possuindo campo próprio, com características e funções distintas dos outros corpos. É o que se depreende dos esclarecimentos trazidos pelo mesmo autor:

"No entanto, o duplo etérico tem funções preponderantes específicas, de capital importância, quer na vitalidade do corpo físico ou orgânico de que faz parte o constituinte, quer nas mais variadas mediunidades, particularmente nas materializações e em todas as modalidades dos fenômenos supranormais que dependam da metergia e da ectoplasmia. São precisamente estas duas propriedades que constituem as suas principais funções: biológicas, fisiológicas e mediúnicas". (Antônio J. Freire, Da Alma Humana, Cap. III, p.47). (Itálicos do Autor).

O segundo conceito é que o duplo etéreo faz parte do corpo físico. Isto implica que a sua natureza se assemelha à matéria, embora não possa ser tão facilmente percebida e tocada como os tecidos ossos e músculos do nosso organismo. Este fato, não impede que, ainda assim, o duplo etéreo seja parte constituinte da nossa estrutura mais densa. A matéria, assim como os vários corpos que aqui analisaremos, não se apresenta em estado único, uniforme e homogêneo. Ao contrário, o perispírito, da mesma forma que a aura, o duplo etéreo e o corpo físico, são formados de várias camadas ou campos que se interpenetram e se comunicam, tecendo uma rede de vibrações, que se estende desde o corpo mais denso até as dimensões sutis da consciência:

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"O duplo etérico parece mais uma duplicação do corpo físico que do perispírito, propriamente, mas como ele se organizaria simultaneamente, aglutinando-se no campo ensejado pelo psicossoma, comparece melhor como uma sua extensão ou revestimento, ainda que em caráter provisório ao menos, em se tratando de Espírito encarnado na Terra." (Zalmino Zimmermann, Perispírito, Cap. VI, p. 167).

Assim como a aura, o duplo etéreo apresenta características que permitem a sua percepção, inclusive através das cores de que se reveste, de acordo com o que explica Antônio J. Freire:

"O corpo vital é polarizado, apresentando, quando dissociado experimentalmente, a cor azul sobre toda a metade do lado esquerdo e alaranjado sobre o lado direito. Quando associadas normalmente as suas duas metades, no seu conjunto apresenta uma cor cinzento-clara, mais ou menos luminosa e fluorescente na obscuridade, sob o aspecto de vagas luminosidades e clarões a que o sábio investigador, o coronel Rochas d'Aiglun, deu nome de lohées, sujeitos às leis da refração e da polarização. (Antônio J. Freire, Da Alma Humana). (Itálicos do Autor).

O corpo vital, quando exteriorizado e bem condensado, apresenta uma notável queda de temperatura que pode ir a 0 grau, dando impressão ao tato de um aglomerado de finas musselinas geladas, fornecendo assim, na sua invisibilidade à vista normal, um meio seguro de determinar a sua posição, dimensões, delineamentos e contornos:

"O corpo vital tem sido fotografado muitas vezes, sendo visível a uma mediana clarividência". (Antônio J. Freire, Da Alma Humana, Cap. III, p.51).

Por ocasião da desencarnação, verifica-se que o corpo físico, englobando o duplo etéreo, se desfaz. Contudo, o perispírito, interpretado, como o conjunto de todos os corpos, continua a existir. Em outras palavras, conclui-se que os desencarnados, apesar da perda do corpo físico e do duplo etéreo, permanecem com seu organismo perispiritual:

"O duplo etérico é, pois, vida em relação ao corpo físico, mas é forma em relação ao princípio superior: o corpo astral. O duplo etérico acaba por desagregar-se, mas o corpo astral sobreviverá à sua decomposição. Logo que o corpo astral se desagregue e se disperse a seu turno, o corpo mental persiste como vida, e assim sucessivamente. O mesmo elemento é simultaneamente vida e forma: vida do corpo inferior e forma do superior". (Antônio J. Freire, Da Alma Humana, Cap. III, p.58). (Itálicos do autor).

Tratando sobre a anatomia do duplo etéreo, Freire esclarece:

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"Envolvendo e interpenetrando os órgãos anatômicos dos sentidos corporais, existe, justapondo-se e interpenetrando-se, uma duplicata etérica para cada órgão. Ao aparelho auditivo ou visual corresponde um mesmo aparelho etérico e da mesma forma para todo o sistema nervoso.

Um pensamento, uma emoção, só podem chegar e atuar sobre o cérebro físico por intermédio do cérebro etérico. Este fato é de magna importância para compreender a mecânica das mediunidades, em particular as de ordem intelectual ou subjetivas. Os Espíritos desencarnados, despojados, pela morte, do seu corpo etérico, só podem atuar sobre os médiuns pelo seu respectivo corpo vital ou duplo etérico, o que constitui o fundamento de todas as mediunidades. O médium será tanto melhor quanto mais ativa e intensa a dissociação do seu corpo vital ou duplo etérico para, assim, se unir ao perispírito das entidades astrais comunicante". (Antônio J. Freire, Cap. III, Da Alma Humana, p.62). (Itálicos do autor).

André Luiz aponta igualmente a existência daquilo que poderíamos chamar de órgãos espirituais reforçando o que anteriormente foi afirmado:

"Qual a importância da relação existente entre o baço e o centro esplênico, se o baço pode ser extirpado sem maiores prejuízos à continuação da existência do encarnado?

- Compreendamos que a extirpação do baço em sua expressão física, no corpo carnal, não significa a anulação desse órgão no corpo espiritual e que, interligado a outras fontes de formação sanguínea no sistema hematopoético, prossegue funcionando, embora imperfeitamente, no campo somático, atento às articulações do binário mente-corpo". (André Luiz, Evolução em Dois Mundos, Segunda Parte, Cap. III, p.175).

A relação entre o corpo físico, o duplo etérico e o perispírito é também descrita por André Luiz no detalhamento dos fenômenos de desdobramento do médium Antônio Castro, nas narrações do livro Nos Domínios da Mediunidade:

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"Com o auxílio do supervisor, o médium foi convenientemente exteriorizado. A princípio, seu perispírito ou "corpo astral" estava revestido com os eflúvios vitais que asseguram o equilíbrio entre a alma e o corpo de carne, conhecidos aqueles, em seu conjunto, como sendo o "duplo etérico", formado por emanações neuropsíquicas que pertencem ao campo fisiológico e que, por isso mesmo, não conseguem maior afastamento da organização terrestre, destinando-se à desintegração, tanto quanto ocorre ao instrumento carnal, por ocasião da morte renovadora. Para melhor ajustar-se ao nosso ambiente, Castro devolveu essas energias ao corpo inerme, garantindo assim o calor indispensável à colméia celular e desembaraçando-se, tanto quanto possível, para entrar no serviço que o aguarda." (André Luiz, Nos Domínios da Mediunidade, Cap. 11, p.98).

Zimmermann ainda aponta:

"Tudo indica, a propósito, que a carga de energia vital contida no duplo etérico condiciona, basicamente, a maior ou menor longevidade do ser humano, ainda que não possam deixar de ser considerados fatores como a hereditariedade, as diminutas, mas efetivas reposições de energia via respiração e alimentação e outros que possam, eventualmente, compor o esquema cármico de cada reencarnação. E como a energia vital ("neuropsíquica") que o duplo etérico retém e distribui a todas as células, pela ação dos centros vitais, parece guardar relação com o ectoplasma, pode-se afirmar

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que a predisposição maior ou menor ao fornecimento deste, para a produção dos diversos efeitos de cura, ou, simplesmente, demonstrativos da sobrevivência espiritual, diz com a própria quantidade de energia armazenada pelo duplo etérico". (Zalmino Zimmermann, Perispírito, Cap. VI, p.169). (Itálicos do autor).

Em resumo, a função primordial do duplo etéreo é servir de instrumento para armazenamento das energias que servirão de sustento para o indivíduo em sua encarnação. Ultrapassada esta fase de experiência e contato com a matéria grosseira, quando o indivíduo retorna ao plano espiritual, ele perde o seu duplo, passando para uma nova dimensão. Quando mais adiante houver necessidade do retorno ao orbe terrestre, através do corpo mental, o corpo astral, o corpo etérico e um novo corpo físico serão formados, propiciando-lhe o reinicio das experiências, que pouco a pouco o conduzirá de volta ao reino de felicidade que vive adormecido em sua intimidade.

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7) - A AURA

"O organismo espiritual apresenta em si mesmo a his tória completa das ações praticadas no mundo".

(André Luiz, Nosso Lar, Capítulo 4, p. 32).

O que é a aura? Qual a sua origem? Como ela funciona? Do que é constituída? Qual a sua finalidade e propriedades? Estas são algumas das inumeráveis questões que aparecem ao se estudar o complexo humano. Perguntas, que começam, e só começam, a ser respondidas pela revelação dos Espíritos e pelos esforços dos pesquisadores humanos, pioneiros da Era do Espírito.

Sem embargo, iniciamos com os apontamentos de Zalmino Zimmermann sobre o assunto:

"A aura humana, psicosfera ou fotosfera psíquica (termos criados pelo Espírito ANDRÉ LUIZ), ou fotosfera humana (expressão empregada por Léon DENIS), é um campo resultante de emanações de natureza eletromagnética, a envolver todo o ser humano, encarnado ou desencarnado. Reflete, não só sua realidade evolutiva, seu padrão psíquico, como sua situação emocional e o estado físico (se encarnado) do momento. Espelha, pois, o ser integral: alma - perispírito - duplo etérico - corpo. (No desencarnado, obviamente, é apenas o reflexo da alma e de seu perispírito). (Zalmino Zimmermann, Perispírito, Cap. VIII, p.189). (Itálicos do Autor).

Esta definição apesar de não adentrar nas minúcias da formação da aura, é fundamental para a compreensão do fenômeno, tendo em vista que define a aura de forma concisa, direta e simples. A Aura Humana é um conjunto de vibrações a se espelhar em um campo eletromagnético. Vibrações que vão do campo atômico até as irradiações mentais do Espírito. O ser esteja encarnado ou desencarnado, é envolvido por essa túnica. A diferença é que, para o encarnado, as vibrações dos corpos espirituais se somam as emanações do duplo etérico e as do corpo físico:

"Articulando, ao redor de si mesma, as radiações das sinergias funcionais das agregações celulares do campo físico ou do psicossomático, a alma encarnada ou desencarnada está envolvida na própria aura ou túnica de forças eletromagnéticas, em cuja tessitura circulam as irradiações que lhe são peculiares.

Evidenciam-se essas irradiações, de maneira condensada, até um ponto determinado de saturação, contendo as essências e imagens que lhe configuram os desejos no mundo íntimo, em processo espontâneo de auto-exteriorização, ponto esse do qual a sua onda mental se alonga adiante, atuando sobre todos os que com ela se

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afinem e recolhendo naturalmente a atuação de todos os que se lhe revelem simpáticos.

E, desse modo, estende a própria influência que, à feição do campo proposto por Einstein, diminui com a distância do fulcro consciencial emissor, tornando-se cada vez menor, mas a espraiar-se no Universo infinito". (André Luiz, Mecanismos da Mediunidade, Cap. X, p.83). (Negritos do original).

A aura reflete, dinamicamente e automaticamente, tudo o que o indivíduo pensa, sente e deseja. É por assim dizer, um verdadeiro espelho do mundo interior. As vibrações mento-emotivas são condensadas neste campo, até a um determinado ponto, quando se exteriorizam somando-se as correntes mentais, ao que o ser se afiniza, nutrindo e sendo nutrido pelos que lhe comungam a mesma faixa de preferências, desejos e aspirações. A aura evidencia as tendências e inclinações mais profundas e secretas do homem, trazendo à tona, até mesmo aquilo que ele não gostaria de admitir nem para si mesmo - "Nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se". (Mateus, 10:26):

"Todos os seres vivos, por isso, dos mais rudimentares aos mais complexos se revestem de um "halo energético" que lhes corresponde à natureza.

No homem, contudo, semelhante projeção surge profundamente enriquecida e modificada pelos fatores do pensamento contínuo que, em se ajustando às emanações do campo celular, lhe modelam, em derredor da personalidade, o conhecido corpo vital ou duplo etéreo de algumas escolas espiritualistas, duplicata mais ou menos radiante da criatura.

Nas reentrâncias e ligações sutis dessa túnica eletromagnética de que o homem se entraja, circula o pensamento, colorindo-a com as vibrações e imagens de que se constitui, aí exibindo, em primeira mão , as solicitações e os quadros que improvisa, antes de irradiá-los no rumo dos objetos e das metas que demanda". (André Luiz, Evolução em Dois Mundos, Cap. XVII, p.129). (Os grifos são nossos).

As exibições, em primeira mão, das vibrações e imagens interiores é o que permite a influenciação obsessiva, seja no mundo físico, seja no extrafísico. As imagens são reforçadas, segundo os propósitos comuns, iniciando processo de interação recíproca, onde um circuito vivo de forças psíquicas passa a unir as consciências, em busca da realização de seus desejos em somação. O Bem é igualmente compartilhado segundo este mesmo princípio. Estas criações psíquicas, são visualizadas inicialmente como cores de matizes variados, como pontos ou configurações diversas de formas pensamentos, semelhantes aos mecanismos de formação e de transmissão de um aparelho de TV em cores:

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"Aí temos, nessa conjugação de forças físico-químicas e mentais, a aura humana, peculiar a cada indivíduo, interpenetrando-o, ao mesmo tempo em que parece emergir dele, à maneira de campo ovóide, não obstante a feição irregular em que se configura, valendo por espelho sensível em que todos os estados da alma se estampam com sinais característicos e em que todas as idéias se evidenciam, plasmando telas vivas, quando perduram em vigor e semelhança, como no cinematógrafo comum.

Fotosfera psíquica, entretecida em elementos dinâmicos, atende à cromática variada, segundo a onda mental que emitimos, retratando-nos todos os pensamentos em cores e imagens que nos respondem aos objetivos e escolhas, enobrecedores ou deprimentes". (André Luiz, Evolução em Dois Mundos, Cap. XVI, p.129).

Hermínio C. Miranda, citando Harry Boddington, resume e enumera algumas conclusões a que se pode chegar pelo estudo da aura:

"1) A aura é uma espécie de radiação luminosa que envolve o corpo humano, sendo constituída por inúmeras partículas de energia.

2) Essa radiação é singularmente sensível ao pensamento, ao qual responde com presteza.

3) A aura funciona como parte integrante da consciência.

4) Sua qualidade, aspecto, coloração, formato, varia segundo os temperamentos, o caráter e a saúde das pessoas.

5) Ela é "essencial a todas as manifestações psíquicas" e o meio através do qual operam os médiuns de cura, além de atuar como o próprio princípio ativo da cura". (Diversidade dos Carismas, Volume II, Cap. II, p.52).

A aura não é só parte integrante da consciência, como representa toda a história do ser em seu processo de involução e evolução. Suas camadas refletem o estágio evolutivo em que a personalidade se encontra e define até que ponto a consciência desceu em sua ânsia de anulação e perda da comunhão divina. Estamos longe de compreender, principalmente quando estamos encarnados, toda a complexidade que a nossa organização psíquico revela. Sua origem, desenvolvimento, características, emanações, propriedades, finalidades etc., estão ainda fora do horizonte do nosso entendimento maior. Arranhamos com suor, trabalho, hipóteses e sínteses, a superfície da montanha de estudos, revelações e conclusões que chegaremos certamente no futuro quando nos for possível adentrar no oceano de luz, dos mananciais de Verdades Divinas:

"Ao homem comum, na encarnação, não é fácil, todavia, a articulação de uma idéia segura com respeito às condições de seu próprio corpo espiritual, além-túmulo, porque a mente, no plano

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físico está inteiramente condicionada ao trabalho específico que lhe compete realizar, inelutavelmente circunscrita aos problemas de estrutura, e, por isso mesmo, incapacitada de identificar o reino inteligente de raios e ondas, fluidos e energias turbilhonantes em que vive". (André Luiz, Evolução em Dois Mundos, Segunda Parte, Cap. III, p.173).

"Contempla-se, porém, até hoje, a sombra dos princípios como noite insondável sobre os abismos.

Os desencarnados de minha esfera não se acham indenes, por enquanto, do socorro das hipóteses. A única certeza obtida é da imortalidade da vida e, como não é possível observar a essência da sabedoria, sem iniciativas individuais e sem ardorosos trabalhos, discutimos e estudamos as nobres questões que, na Terra, preocupam o nosso pensamento.

Um desses problemas, que mais assombram pela singular transcendência, é o das origens. Se na Terra o progresso humano se verifica, através de dois caminhos, o da Ciência e o da Revelação espiritual, ainda não encontramos, em identidade de circunstância, em nossa evolução relativa, nenhuma estrada estritamente científica para determinar o Alfa do Universo, senão das hipóteses plausíveis. Contudo, saturada da mais profunda compreensão moral, copiosa é a nossa fonte de revelações, a qual constitui para nós um elemento granítico, servindo de base à sabedoria de amanhã". (Emmanuel, Emmanuel, Capítulo XVII, p. 94).

8) - PERISPÍTO E AURA

"A mente é o espelho da vida em toda parte".

(Emmanuel, Pensamento e Vida, Lição 1, p.11).

Antônio J. Freire comenta algumas outras particularidades do perispírito. Em busca de uma noção cada vez mais exata e que corresponda ao seu funcionamento, nos socorremos, mais uma vez, das observações do autor:

"O perispírito, indevidamente denominado, por vezes, corpo etérico, e geralmente designado por corpo astral, é constituído por camadas concêntricas de matéria hiperfísica, sucessivamente menos condensadas e mais quintessenciadas (...)". (Antônio J. Freire, Da Alma Humana, Cap. II, p.39).

Atentemos para as "camadas concêntricas" ressaltadas no texto. Esta definição nos auxilia a visualizar o perispírito sob formas múltiplas, e não contido em limites definidos e estanques. O mesmo escritor nos conduz a uma percepção mais detalhada sobre estas camadas:

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"Distanciados por natureza o corpo físico e o espírito, é ao perispírito que compete estreitar estes limites através das suas camadas de densidades sucessivamente decrescentes, cada vez mais eterizadas à medida que se elevam para o espírito, pois seria ilógico admitir a homogeneidade do perispírito. Só pela interpenetração das camadas mais fluídicas nas menos fluídicas se pode compreender a correlação e harmonia do ser humano, a solidariedade íntima e estreita dos componentes do seu ternário (...)". (Antônio J. Freire, Da Alma Humana, Cap.II, p.42).

Camadas mais fluídicas e menos fluídicas. A função delas é formar um elo indissolúvel que permita a constante comunicação entre espírito e corpo físico. A densidade destas camadas vai diminuindo à medida que elas se aproximam do espírito, demonstrando uma lógica inteligente no funcionamento do complexo humano. As camadas mais sutis desempenham o papel de conduzir as experiências realizadas pelo indivíduo, permitindo a assimilação das provas terrenas pelo ser em evolução. As camadas mais densas encontram-se próximas ao corpo físico, recolhendo dele as impressões da matéria e as transmitindo através de um grande elo. Elo dinamicamente estruturado em fluxos ascendentes e descendentes, em matéria e campos energéticos de diferentes constituições, adensáveis e não adensáveis, facultando vias de transmissão, unindo corpo e Espírito.

A distância verificada entre o Corpo Físico e o Espírito já foi sobejamente detalhada nos parágrafos anteriores. Sabemos pela análise da obra de Pietro Ubaldi, elaborada no início deste artigo, que a matéria é um dos resultados ou consequências da queda do ser. Na ascensão evolutiva a personalidade humana vai transmutando matéria em pensamento puro. Como o Homem está a meio caminho, a sua estrutura é constituída de dois campos em antagonismo constante: Matéria e Espírito. Parte já sofreu transformação, parte deve ainda ser transformada e assimilada. Dessa forma, se entre a parte sutil do ser, já conquistada, e sua parte grosseira, a ser desenvolvida, não houvesse campos multidimensionais interligando e permitindo os fluxos de influenciação e contato, os inúmeros fenômenos evolutivos e principalmente a reencarnação seriam impossíveis de realizarem-se:

"As experiências mais modernas, sobretudo realizadas depois de 1912, comprovam que o perispírito é constituído de matérias fluidicamente diferenciadas, gradualmente mais sutilizadas, adaptadas às suas variadas funções psíquicas, constituindo departamentos autônomos, desde o emocional ao mental, verdadeiro laboratório do nosso dinamismo físio-psicológico, existindo um paralelismo e reciprocidade de ação solidária entre estes departamentos, individualizados para cada ser, e os planos correspondentes do Universo, onde o perispírito vai absorver os fluidos similares para a organização e vitalização das suas camadas (...)". (Antônio J. Freire, Da Alma Humana, Cap. IV, p.79).

Continuando a análise do perispírito, este autor ainda destaca suas funções principais:

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"Em síntese, o perispírito, impropriamente denominado corpo astral por se tomar, assim, a parte pelo todo, exerce as funções seguintes, por vezes, com a cooperação do corpo vital ou duplo etérico nos estágios terrestres:

1°- Constituir os invólucros do espírito, (...), te ndo por missão receber sensações e transmitir volições por intermédio de estados vibratórios especiais e variados, (...);

2°- Desprender-se do corpo físico, exteriorizando-s e em condições particulares (sono fisiológico, narcotizações, hipnomagnetizações, auto-desdobramento espontâneo, etc.), projetando-se o duplo a distâncias quase ilimitadas, animado de velocidades vertiginosas, levando consigo toda a sua individualidade psíquica, corporizando-se por vezes, ficando invariavelmente ligado ao corpo físico, ou mais precisamente ao duplo etérico ou corpo vital pelo cordão astral, (...);

3°- Arquivar nas suas camadas mais sutis e permanen tes (corpo causal, sede do supraconsciente), como películas cinematográficas, todos os acontecimentos de que fomos protagonistas, registrando e assimilando todos os conhecimentos adquiridos através da nossa evolução individual multimilenária, (...);

4°- Irradiar em volta do corpo físico, interpenetra ndo-o e envolvendo-o numa atmosfera fluídica, de secção ovóide, de diâmetros variáveis de indivíduo para indivíduo, policroma, podendo ir da mais negra opacidade à luminosidade mais resplandecente, constituindo a aura humana (...)". (Antônio J. Freire, Da Alma Humana, Cap. IV, p.83). (Itálicos do autor e negritos nossos).

Neste trecho extraímos conclusões valiosas. Além de destacar que o perispírito forma os "invólucros do espírito" e arquiva as cenas de nossa vida, no final da citação o autor demonstra que todas aquelas camadas, às quais fizemos referência, representam a Aura Humana . Portanto, a sucessão das camadas do perispírito, que se tornam mais sutis em direção ao espírito, e mais densas no sentido do corpo físico, e que apresenta funções vitais para os organismos físico e espiritual pode ser denominada de aura. O conjunto de corpos do perispírito, na visão do autor citado, a ligar os campos emocional e mental, promove a imensa interação do organismo humano, e reflete na aura, tal qual espelho fiel e cristalino as vibrações de nosso mundo interior. A mente é o espelho da vida e a aura é o espelho da mente.

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9) - OS OVÓIDES

"Além do plano físico, a investigação humana encont rará material valioso de observação para elucidar os var iados problemas concernentes à evolução do ser".

(André Luiz, Evolução em Dois Mundos, Capítulo XVII I, Segunda Parte, p.210).

A transição entre a mente instintiva e a mente racional exigiu do homem primitivo grandes esforços no sentido de aprender a utilizar as novas possibilidades. A razão, conquistada após milênios de sucessivas etapas evolutivas, inaugura, não só a expansão da inteligência, mas os domínios da responsabilidade:

"Da sensação à irritabilidade, da irritabilidade ao instinto, do instinto à inteligência e da inteligência ao discernimento, séculos e séculos correram incessantes. A evolução é fruto do tempo infinito". (Emmanuel, Roteiro, Lição 4, p.22).

"A idéia de Deus iniciando a Religião, a indagação prenunciando a Filosofia, a experimentação anunciando a Ciência, o instinto de solidariedade prefigurando o amor puro, e a sede de conforto e beleza inspirando o nascimento das indústrias e das artes, eram

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pensamentos nebulosos torturando-lhe a cabeça e inflamando-lhe o sentimento. (...).

Foi, então, que, em se reconhecendo ínfimo e frágil diante da vida, compreendeu que, perante Deus, seu Criador e seu Pai, estava entregue a si mesmo.

O princípio da responsabilidade havia nascido". (André Luiz, Evolução em Dois Mundos, Capítulo X, Primeira Parte, p.78).

Não só a responsabilidade, mas a memória, que havia dado os primeiros passos na escala vegetal, prossegue agora com a capacidade de armazenar as vivências, através da idéia organizada em arquivos ao longo dos dois mundos: físico e extrafísico. Memória, inteligência, pensamento racional, livre arbítrio e responsabilidade fazem surgir as questões éticas, morais, jurídicas, filosóficas e religiosas atinentes à vida, ao ser, à dor e à morte. Em fluxos de pensamentos contínuos, responsável por si mesmo, podendo refletir em torno dos próprios atos, pelo espelho vivo das lembranças, o homem gera e mantém sentimentos, emoções, alimentando saudades, medos, solidão, afeição, simpatia e antipatia. A jornada intermitente da vida e morte por meio da reencarnação e desencarnação leva a criatura à grande dificuldade interior. A revolta originária transformou-se em luta interna, dualismo, bem e mal, solicitando atenção na forma de agir e relacionar-se com o outro. O egocentrismo de ontem é hoje egoísmo vivo a dirigir-lhe desejos e escolhas. Surge assim a delinquência, a mentira, a astúcia, e a tentativa de fuga. As leis humanas vão se aperfeiçoando, mas ainda hoje, não são capazes de reeducar e transformar o homem. A Lei Divina subsiste em seu mundo íntimo, criando os tribunais conscienciais, que por caminhos sinuosos o ser tenta frear, rejeitar, enganar ou fugir:

"Essa rejeição consciencial gera conflito mental interno, ou indigestão psíquica , provocando no espírito o reconhecimento do erro e o conseqüente remorso, ou, o que é pior, a orgulhosa ou cega ratificação do erro, causadora de revolta e empedernimento". (Áureo, Universo e Vida, Cap. V, Item 7, p.79). (Negritos do autor).

Investidos agora das potencialidades superiores, a personalidade humana passa a conduzir a jornada ascensional na semeadura das causas e na colheita das conseqüências. Na condição de indivíduos responsáveis pelo próprio crescimento, com condições de ascender à Luz, ou chafurdar nas trevas. A rejeição ou negação dos próprios atos, gerando repulsa a si mesmo, engendra patologias físicas e espirituais, por lesões nos delicados tecidos perispirituais com repercussão inevitável no corpo físico denso:

"De qualquer modo, a rejeição consciencial tem como inelutável conseqüência a não assimilação das concentrações energéticas correspondentes às formas-pensamentos que duplicam os fatos, mantendo-os "vivos" e atuantes na aura do espírito, à maneira de tumores autônomos, simples ou em rede, a afetarem o corpo

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espiritual e o lesarem." (Áureo, Universo e Vida, Cap. V, Item 7, p.79).

"De acordo com o princípio da repercussão, as células corporais respondem automaticamente às induções hipnóticas espontâneas que lhes são desfechadas pela mente, revigorando-se com elas ou sofrendo-lhes a agressão. Raios mentais desagregadores, de culpabilidade ou remorso, formam zonas mórbidas no cosmo orgânico, impondo distonia às células, que adoecem, provocando a eclosão de males que podem ir desde a toxiquemia até ao câncer". (Áureo, Universo e Vida, Cap. V, Item 18, p.97).

"No caso do remorso, o tumor se transforma em abscesso energético , a exigir imediata drenagem; no caso do empedernimento, o tumor cria carnicão e se estratifica, realimentado pela continuidade dos pensamentos-força da mente, arrastando o espírito a longas incursões nos despenhadeiros da revolta, onde não raro se transforma transitoriamente em demônio , a serviço mais ou menos prolongado das Trevas". (Áureo, Universo e Vida, Cap. V, Item 7, p.79). (Negritos do autor).

A revolta e o egoísmo são os binômios da formação dos fluxos mentais, que em circuito fechado, realimentam os abscessos energéticos, que vão desgastando o corpo perispiritual. À semelhança de uma ferida infectada, em determinada região do corpo, que acaba gerando uma septicemia, comprometendo todo o organismo, o empedernimento, a culpabilidade, a mágoa, as incursões nos serviços lamentáveis das trevas, as cristalizações vindicativas, podem levar ao monodeísmo que é o agente destruidor da forma perispiritual e da perda de um dos seus componentes, o corpo astral:

"Muitos acometem os adversários que ainda se entrosam no corpo terrestre, empolgando-lhes a imaginação com formas mentais monstruosas, operando perturbações que podemos classificar como "infecções fluídicas" e que determinam o colapso cerebral com arrasadora loucura.

E ainda muitos outros, imobilizados nas paixões egoísticas desse ou daquele teor, descansam em pesado monodeísmo, ao pé dos encarnados, de cuja presença não se sentem capazes de afastar-se". (André Luiz, Evolução em Dois Mundos, Cap. XV, p.116). (Negritos do autor).

"(...), auto-hipnotizados por imagens de afetividade ou desforço, infinitamente repetidas por eles próprios, acabam em deplorável fixação monoideística, fora das noções de espaço e tempo, acusando, passo a passo, enormes transformações na morfologia do veículo espiritual, porquanto, de órgãos psicossomáticos retraídos, por falta de função, assemelham-se a ovóides , (...)". (André Luiz, Evolução em Dois Mundos, Cap. XV, p.117). (Negritos do autor).

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Os fatores que geram a ovoidização são os mesmos que causaram a primeira queda, a contração da consciência, que levou o ser ao seu pólo oposto. A ovoidização é a repetição, em ciclo menor, do processo maior, que representou o primeiro impulso de expansão do egocentrismo e da revolta. O mecanismo é o mesmo, apenas que, na ovoidização o ser vai da multiplicidade das diferentes vibrações mentais, a monoidéia, a fixação em um só pensamento, destruindo a forma e o seu campo de expressão, enquanto que na queda primordial o rol dos efeitos é muito mais amplo:

"Por que estamos dentro do dualismo e tudo está cindido em dois termos opostos, a luta é inevitável. Ela é universal e se encontra em todos os momentos e lugares, porque a estrutura de nosso universo se baseia na oposição e contraste entre positividade e negatividade, por ter nascido da revolta e se fundamentar sobre o princípio da contradição. É por isso que a ética tomou a forma dualística de erro e correção. Até às últimas consequências, tudo é o resultado da primeira revolta, da qual se conservaram os caracte res fundamentais ". (Pietro Ubaldi, Queda e Salvação, Capítulo 3, p.81). (Os grifos são nossos).

"A este respeito o fenômeno da queda representa o primeiro e maior caso de erro cometido pela criatura e corrigido por Deus. A queda, erro máximo, atrás da qual ecoam e se vão repetindo todos os outros erros menores que o ser repete a toda hora, ao longo de sua escala evolutiva, (...)". (Pietro Ubaldi, Queda e Salvação, Capítulo 1, p.38). (Os grifos são nossos).

Na primeira queda, o impulso individual de afastamento, pode levar o espírito do - infinito ao + infinito. Já na ovoidização, os limites de contração são a monoidéia, porque este é o limite de atuação do livre arbítrio e da vontade do ser. Na primeira queda não há limites, porque nada está formado e nenhuma estrutura pré-existe no Anti-Sistema. No fenômeno da ovoidização ocorrem fronteiras porque caso a barreira da monoidéia fosse ultrapassada, a personalidade humana voltaria aos pensamentos descontínuos dos animais, tendo de reiniciar a ascensão evolutiva nas formas dos animais superiores, alterando assim, o fundamento da Lei de Evolução, que é essencialmente determinística até a fase hominal e não retroativa. Da fase hominal em diante, a evolução passa a ser compartilhada devido à volta do livre-arbítrio e o renascimento da responsabilidade. A individualidade não tem condições de alterar os Princípios da Lei, só pode mudar aquilo que se refere a si mesmo, dentro dos limites da própria escolha, mas não possui força ou condições de inverter e subverter a Vontade Divina:

"Criam imagens que vivem e se movimentam na intimidade delas próprias, por tempo indeterminado, cuja duração varia com a força do impulso de sua paixões". (Emmanuel, Roteiro, Lição 7, p. 33).

"A lei de cada impulso tende a progredir até a plenitude da sua realização. Mas quando essa realização for atingida, o impulso não funciona mais. Então dizemos que ele se esgota porque, atingido o

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alvo, ele pára. Isto porque quando a causa tiver sido transformada toda em efeito, ela não existe mais como causa e com isso se anula o motor do processo ". (Pietro Ubaldi, Queda e Salvação, Capítulo 1, p.44). (Os grifos são nossos).

"O ser age livremente, porque tem de experimentar para aprender e subir; a Lei reage deterministicamente para que o ser suba para o Sistema e nele encontre a sua Salvação". (Pietro Ubaldi, Queda e Salvação, Capítulo 1, p.31).

Todo o processo, em qualquer fase, pode ser expresso em movimento, vibração, escolha. No caso da ovoidização o movimento é de revolta, a vibração caracterizada em formas pensamentos é de ódio, mágoa, fuga, rejeição, vingança etc., e a escolha livre do ser é a da afirmação no erro. A perda do corpo Astral surge então, como conseqüência direta da ação mental sobre o complexo psíquico representado pelos corpos sutis e grosseiros do homem. Inicialmente, cumpre demonstrar que mente é o fundamento organizador de todo tecido espiritual, de todos os campos vibratórios pelos, quais o espírito se expressa, de modo que todo distúrbio mento-emotivo tem ressonância, repercute quase imediatamente no corpo espiritual:

"Desenvolvimento mental sem correspondência equilibradora na bondade é quase sempre caminho aberto a terríveis precipícios, onde infelizmente não poucos se projetam, por tempo indeterminado, impelidos pelas forças monstruosas do orgulho cego e da impiedade arrasadora, no remoinho de alucinantes paixões". (Áureo, Universo e Vida, Cap. V, Item 6, p.78).

A mente representa a base da qual se origina a corrente de energia eletromagnética ou fluido mento-magnético que, corporificando-se, transforma-se em formas-pensamentos e que, "integrado ao sangue e à linfa, percorre incessantemente todo o organismo psicofísico, concentrando-se nos plexos, ou centros vitais, e se exteriorizando no "halo vital", ou aura". (Áureo, Universo e Vida, Cap. V, Item 19, p.100).

Através do Chacra Coronário que lhe serve de base de intercâmbio, a mente determina o sentido, a forma e a direção de todas as forças orgânicas, etéricas, astrais, etc., que lhe estão subordinadas, estabelecendo e transmitindo a toda organização psíquica seu padrão de discernimento, conquistas e enriquecimento:

"O pensamento é uma radiação da mente espiritual, dotada de ponderabilidade e de propriedades quimioeletromagnéticas, constituída por partículas subdivisíveis, ou corpúsculos de natureza fluídica, configurando-se como matéria mental viva e plástica". (Áureo, Universo e Vida, cap. V, Item 19, p.99).

"É pelo fluido mentomagnético que a mente age diretamente sobre o citoplasma, onde se entrosam e se interam as forças

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fisiopsicossomáticas, sensibilizando e direcionando a atividade celular, no ambiente funcional especializado de cada centro vital, saturando, destarte, as diversas regiões do império orgânico, com os princípios ativos, quimioeletromagnéticos, resultantes de seu metabolismo ídeo-emotivo saudável ou conturbado, feliz ou infeliz". (Áureo, Universo e Vida, cap. V, Item 19, p.100).

"Isso significa que as emoções e os sentimentos humanos impregnam e magnetizam o campo energético das vibrações do pensamento, por via de um processo de superenergização, no qual uma espécie de energia mais quintessenciada e poderosa ativa, colora e qualifica outra espécie de energia, sem com ela fundir-se ou confundir-se, e sem que haja entre elas a possibilidade de mútua conversão". (Áureo, Universo e Vida, Cap. V, Item 01, p.68). (Negritos do autor).

"É das vibrações da mente espiritual que dependem a harmonia ou a desarmonia orgânicas da personalidade e, portanto, a saúde ou a doença do perispírito e do corpo material". (Áureo, Universo e Vida, cap. V, Item 18, p.98).

"Tanto ou mais do que os prejuízos causados pelos excessos e acidentes físicos, muitas vezes de caráter transitório, as ondas mentais tumultuárias, se insistentemente repetidas, podem provocar lesões de longo curso, a repercutirem, no tempo, até por várias reencarnações recuperadoras". (Áureo, Universo e Vida, Cap. V, Item 18, p.98).

Na queda primordial, o espírito movimenta-se em livre escolha, optando pela individualidade, deixando de alimentar-se da totalidade. "Consumindo a si mesmo" o ser viaja da consciência à inconsciência, da inconsciência à energia, da energia à matéria, onde o impulso se esgota.

O movimento contrário, a evolução, inicia-se, pela presença de Deus imanente. Na ovoidização o processo é similar, repetindo em ciclo menor os acontecimentos já vivenciados pela alma em ciclo maior. As ondas mentais cristalizadas nas paixões inferiores, em circuito fechado pelos centros de força, vão destruindo e lesando o complexo perispiritual, o ser deixa de perceber e interagir com o meio, tornando-se por assim dizer um autista, vivenciando apenas as suas próprias imagens, alimentando-se continuamente de seus devaneios, até ir aos extremos, a monoidéia, destruindo na sequência a sua forma o seu corpo astral. Os fenômenos universais se repetem em cada nível ou dimensão, sem o entendimento da queda seria impossível compreender a ovoidização.

Finalizando o estudo do processo de OVOIDIZAÇÃO, compete-nos salientar que nem sempre o monodeísmo que pode levar à perda temporária da forma humana, ocorre em decorrência das ligações de ódio de pretérito criminoso, mas são factíveis de suceder durante as etapas iniciais da evolução humana. Conta André Luiz que nos primeiros momentos da consciência desperta, o

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espírito desencarnado, não acostumado com a condição errática de liberdade temporária da matéria, ignorando o processo reencarnatório sequencial evolutivo, moveu-se em monoideísmo, cristalizando seu raciocínio na idéia fixa de retornar ao convívio daqueles que deixara na terra:

"Sentindo-se em clima adverso ao seu modo de ser, o homem primitivo, desenfaixado do envoltório físico, recusa-se ao movimento na esfera extrafísica, submergindo-se lentamente, na atrofia das células que lhe tecem o corpo espiritual, por monoideísmo auto-hipnotizante , provocado pelo pensamento fixo-depressivo que lhe define o anseio de retorno ao abrigo fisiológico". (André Luiz, Evolução Em Dois Mundos, Cap. XII, p.91). (Negritos do autor espiritual)

Adiante, demonstra que nesse processo de ignorância, o homem primitivo sustenta um único pensamento, o de retornar ao convívio daqueles a quem amou na terra, daí se conclui que este processo é diferente do que foi até aqui analisado, pois, não se trata de ligações de ódio e entorpecimento na vingança, mas sim, dos laços afetivos conquistados que lhe são caros, e que o homem julgava perder a partir da morte física:

"E o homem primitivo que desencarnou, suspirando pelo devotamento dos pais e, notadamente, pelo carinho do colo materno, expulso do vaso fisiológico, não tem outro pensamento senão voltar ao convívio revitalizante daqueles que lhe usam a linguagem e lhe comungam os interesses". (André Luiz. Libertação, Evolução Em Dois Mundos, Cap. XXII, p.90)

Tratava-se de uma dificuldade, própria das almas imaturas e ainda nos primeiros degraus da viagem evolutiva. O selvagem desencarnado "desperta, fora do corpo denso, qual menino aterrado, que, em se sentindo incapaz da separação para arrostar o desconhecido, permanece, tímido, ao pé dos seus, em cuja companhia passa a viver, noutras condições vibratórias, em processos multifários de simbiose, ansioso por retomar à vida física que lhe surge à imaginação como sendo a única abordável à própria mente". (André Luiz, Evolução Em Dois Mundos, Cap. XII, p.89).

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10) - CENTROS VITAIS

"O homem terá de voltar os olhos para a terapêutica natural, que reside em si mesmo, na sua personalidade e no s eu meio ambiente".

(Emmanuel, Emmanuel, Capítulo XXIII, p. 125).

Os Centros Vitais são também denominados de Chakras ou Centros de Força. São estruturas sutis desenvolvidas no processo evolutivo e que regem pelo campo do automatismo as funções fisiológicas e psíquicas de todo nosso complexo. São mencionados nas mais diversas tradições espirituais de inúmeras civilizações como a Egípcia, Indiana, Judaica e Chinesa. André Luiz, explicando o seu funcionamento, nos revela:

"Estudado no plano em que nos encontramos, na posição de criaturas desencarnadas, o corpo espiritual ou psicossoma é, assim, o veículo físico, relativamente definido pela ciência humana, com os centros vitais que essa mesma ciência, por enquanto, não pode perquirir e reconhecer.

Nele possuímos todo o equipamento de recursos automáticos que governam bilhões de entidades microscópicas a serviço da Inteligência, nos círculos de ação em que nos demoramos, recursos

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esses adquiridos vagarosamente pelo ser, em milênios e milênios de esforço e recapitulização, nos múltiplos setores da evolução anímica". (André Luiz, Evolução em Dois Mundos, Cap. II, p.26).

Os Centros Vitais encontram-se distribuídos, com os mesmos aspectos anatômicos e desempenhando funções fisiológicas semelhantes, em todas as camadas ou corpos que compõe o corpo perispiritual, mas igualmente estão presentes na estrutura física, na sua parte menos grosseira, denominada de duplo ou corpo etérico:

"Os chakras estão situados na superfície do duplo etérico, à cerca de seis milímetros da superfície do corpo físico. Ao olhar clarividente aparecem como depressões em forma de pires, constituindo vórtices. As forças que se difundem através dos chakras são essenciais à vida do duplo etérico. Por isso todos os indivíduos possuem esses centros de força, embora o grau de desenvolvimento varie muito em cada indivíduo". (Major Arthur B. Powell, O Duplo Etérico, p.35). (Itálicos do autor).

Os Centros Vitais estão interligados em um processo hierárquico, com funções primordiais e secundárias:

"É assim que, regendo a atividade funcional dos órgãos relacionados pela fisiologia terrena, nele identificamos o centro coronário, instalado na região central do cérebro, sede da mente, centro que assimila os estímulos do Plano Superior e orienta a forma, o movimento, a estabilidade, o metabolismo orgânico e a vida consciencial da alma encarnada ou desencarnada, nas cintas de aprendizado que lhe corresponde no abrigo planetário. O centro coronário supervisiona, ainda, os outros centros vitais que lhe obedecem ao impulso, procedente do Espírito, assim como as peças secundárias de uma usina respondem ao comando da peça-motor de que se serve o tirocínio do homem para concatená-las e dirigi-las". (André Luiz, Evolução em Dois Mundos, Cap. II, p.26).

"Temos particularmente no centro coronário o ponto de interação entre as forças determinantes do espírito e as forças fisiopsicossomáticas organizadas.

Dele parte, desse modo, a corrente de energia vitalizante formada de estímulos espirituais com ação difusível sobre a matéria mental que o envolve, transmitindo aos demais centros da alma os reflexos vivos de nossos sentimentos, idéias e ações, tanto quanto esses mesmos centros, interdependentes entre si, imprimem semelhantes reflexos nos órgãos e demais implementos de nossa constituição particular, plasmando em nós próprios os efeitos agradáveis ou desagradáveis de nossa influência e conduta". (André Luiz, Evolução em Dois Mundos, Cap. II, p.27).

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O Centro Coronário seria uma espécie de supervisor ou gerente de toda a engrenagem representada pelo conjunto dos Chakras ou Centros Vitais. Cabe a este chakra o principal papel de assimilação dos estímulos superiores do plano maior, distribuindo impulsos em cadeia, procedentes do Espírito Imortal. O Centro Coronário representa o ponto de interação entre o corpo perispiritual e o corpo físico, inteligando-se e regendo os outros centros, cuja funções podem assim ser resumidas:

"Desses centros secundários, entrelaçados no psicossoma, e, conseqüentemente, no corpo físico, por redes plexiformes, destacamos o centro cerebral contíguo ao coronário, com influência decisiva sobre os demais, governando o córtice encefálico na sustentação dos sentidos, marcando a atividade das glândulas endócrinas e administrando o sistema nervoso, em toda a sua organização, coordenação, atividade e mecanismo, desde os neurônios sensitivos até as células efetoras; o centro laríngeo , controlando notadamente a respiração e a fonação, o centro cardíaco , dirigindo a emotividade e a circulação das forças de base; o centro esplênico , determinando todas as atividades em que se exprime o sistema hemático, dentro das variações de meio e volume sangüíneo; o centro gástrico , responsabilizando-se pela digestão e absorção dos alimentos densos ou menos densos que, de qualquer modo, representam concentrados fluídicos penetrando-nos a organização, e o centro genésico , guiando a modelagem de novas formas entre os homens ou o estabelecimento de estímulos criadores, com vistas ao trabalho, à associação e à realização entre almas". (André Luiz, Evolução Em Dois Mundos, Cap. II, p.27). (Os grifos são nossos).

Os Centros destacados por André Luiz, em número de Sete, correspondem aos centros primordiais ou principais ou maiores, mas outras escolas existem, que classificam em número variáveis os chakras encontrados nas diversas camadas perispirituais. Objetivando a síntese, unificamos escolas e tentamos uma classificação integradora, um sistema que inclui no rol dos Centros primordiais mais três centros a saber:

1) - O Centro de Força Ajna: Contíguo ao Cerebral ou Frontal, sendo responsável pela sustentação de diversas funções cerebrais e endócrinas, completando a regência exercida pelo Centro Coronário e Frontal sobre os outros ChaKras;

2) - O Centro de Força Umbilical, cuja principal função ocorre no período gestacional, sustentando e interligando física e psiquicamente a gestante e o feto. Após o nascimento completa as ações do Centro Gástrico, principalmente em relação aos intestinos delgado e grosso;

3) - O Centro de Força Fundamental localizado entre os órgãos genitais e a região anal e tem como principal função a absorção das energias provenientes do solo, como os raios gama e diversas expressões emitidas pela água, metais, etc.

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Com este quadro temos, então, 10 (dez) centros de forças primordiais distribuídos em regiões específicas e correspondentes às várias funções. Funções físicas, psicológicas, psíquicas, mentais e mediúnicas. Os centros de forças são órgãos únicos formados por uma face anterior ou frontal e uma face posterior ou dorsal. O Centro Coronário tem como correspondente o Fundamental , o Cerebral e o Ajna o Frontal Dorsal ou Cerebral Posterior , o Laríngeo o Laríngeo Posterior , o Cardíaco o Cardíaco Posterior ou Umeral , o Gástrico ou Solar o Gástrico Dorsal ou Posterior , o Esplênico, o Esplênico Posterior, o Umbilical, o Umbilical Posterior ou Meng Mein e o Sexual ou Genésico, o Sexual ou Genésico Posterior ou Básico :

"Cada chakra principal na parte dianteira do corpo se emparelha com sua contraparte na parte traseira e, juntos, são considerados os aspectos anterior e o posterior do chakra". (Barbara Ann Brennan, Mãos de Luz, Capítulo 7, p. 72).

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11) - O PERISPÍRITO - PROPRIEDADES E FUNÇÕES

"Tudo é trabalho da mente no espaço e no tempo, a v aler-se de milhares de formas, a fim de purificar-se e santifi car-se para a Glória Divina".

(André Luiz, Entre a Terra e o Céu, Capítulo XX, p. 128).

Zalmino Zimmermann aponta que o "Perispírito é o envoltório sutil e perene da alma, que possibilita sua interação com os meios espiritual e físico". (Zalmino Zimmermann, Perispírito, Cap. I, p.23).

O termo foi utilizado inicialmente por Kardec no Livro dos Espíritos, contudo, muito antes dele, várias culturas já se referiam ao perispírito, podendo-se encontrar referências suas na Índia védica, entre os sacerdotes egípcios, na Cabala, no Budismo, entre os gregos, na tradição chinesa e outras mais.

Para Zimmermann a natureza do perispírito "varia, não só de acordo com a evolução moral da alma, como, também, com as condições da região ou do planeta em que estagia". (Zalmino Zimmermann, Perispírito, Cap. I, p.29).

Zimmermann também apresenta classificação relacionada ao tema na qual elencou as propriedades do perispírito. Dentre elas poderíamos destacar inicialmente a plasticidade:

"Nesse capítulo, a propósito, impõe-se considerar que, independentemente das aquisições intelectuais, pode o Espírito mergulhar em tão severo desequilíbrio afetivo que, imerso em um monoideísmo avassalador, chega a entrar em processo de retração do campo que sustenta a própria tessitura perispiritual, comprometendo, dolorosamente, suas funções". (Zalmino Zimmermann, Perispírito, Cap. II, p.33).

Em decorrência da plasticidade o perispírito se molda ao padrão vibratório da mente a qual está ligado, influenciando inclusive o próprio corpo físico do indivíduo. O perispírito acompanha o ser seja quando ele está encarnado em um corpo físico, seja quando ele está desencarnado, habitando o mundo espiritual. Em ambos os estados, o perispírito reflete a condição íntima do espírito, adaptando-se aos pensamentos e à vibração a qual está submetido.

As doenças manifestam-se no corpo físico após já pré-existirem no perispírito, impregnando-se com vibrações doentias que possibilitam o aparecimento destas patologias. Desta forma, podemos imaginar o perispírito como modelador de vibrações às quais está constantemente submetido, denunciando o estado mental do indivíduo, como ocorre no caso dos ovóides, espíritos sofredores que alteram em demasia o perispírito a ponto deste perder qualquer semelhança com a forma humana.

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Aponta Zimmermann:

"Na realidade, a enfermidade só pode ser verdadeiramente entendida, à luz dos conhecimentos que dizem com o perispírito". (Zalmino Zimmermann, Perispírito, Cap XIII, p.345).

O autor defende que todas as patologias se originam em desequilíbrios dos centros vitais, e estes por sua vez, refletem as irradiações da mente. Neste enfoque, o perispírito serviria como verdadeira esponja a impregnar o corpo físico com as emanações do pensamento, gerando ou sendo a causa primaria das enfermidades.

André Luiz indica a correlação existente entre as doenças e a história do paciente:

"Quais os principais métodos usados na Espiritualidade para o tratamento das lesões do corpo espiritual?

-Na espiritualidade, os servidores da Medicina penetram, com mais segurança, na história do enfermo para estudar, com o êxito possível, os mecanismos da doença que lhe são particulares.

Aí, os exames nos tecidos psicossomáticos com aparelhos de precisão, correspondendo às inspeções instrumentais e laboratoriais em voga na Terra, podem ser enriquecidos com a ficha cármica do paciente, (...)". (André Luiz, Evolução em Dois Mundos, Segunda Parte, Cap. XIX, p.215).

Todos estes apontamentos contribuem para a conclusão de que o perispírito é matéria, embora esta se encontre em um estado diferente daquela que estamos acostumados a visualizar. Possuí densidade , variável de acordo com a evolução do Espírito, ponderabilidade, pode ser submetido a medida de peso, bem como luminosidade.

É por meio da propriedade da penetrabilidade que os espíritos podem atravessar paredes ou qualquer barreira física. Contudo, os Espíritos desencarnados ainda muito ligados à matéria podem não conseguir ultrapassar estruturas físicas em decorrência de seu estado mental de baixo potencial vibratório, o que condiciona suas possibilidades, visto que seu perispírito está revestido de matéria mais densa. Por meio da expansibilidade, que significa a ampliação do campo de sensibilidade do perispírito, é que acontecem diversos processos de percepção mediúnica.

O perispírito, em condições de materialização, pode ser tocado, e poderíamos afirmar que ele é dotado de tangibilidade. Esta é uma das formas de manifestação dos Espíritos. O perispírito é perene, está ligado à alma e como esta, não pode ser destruído. Porém, possui característica de mutabilidade. Zimmermann afirma que:

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"O perispírito, no decorrer do processo evolutivo, se não é suscetível de modificar-se no que se refere à sua substância, o é com relação à sua estrutura e forma". (Zalmino Zimmermann, Perispírito, Cap II, p.55). (Itálico do Autor).

O papel do perispírito na reencarnação é fundamental, tanto que através dele é possível se constituir todo o organismo físico que servirá de morada provisória ao Espírito reencarnante:

"Na organização do novo veículo somático (provavelmente, a partir de células-tronco), especializam-se células, tecidos, órgãos e funções, a espelharem iguais estruturas e funções do perispírito, consolidando-se, afinal, sob o influxo da energia gerada pelos seus centros de força (ou centros vitais), poderosas usinas sustentadoras do metabolismo psicossômico". (Zalmino Zimmermann, Perispírito, Cap. III, p.69).

Allan Kardec na obra "A Gênese" esclarece:

"Quando o espírito tem de encarnar num corpo humano em vias de formação, um laço fluídico, que mais não é do que uma expansão do seu perispírito, o liga ao gérmen que o atrai por uma força irresistível, desde o momento da concepção. (...) Sob a influência do princípio vito-material do gérmen, o perispírito, que possui certas propriedades da matéria, se une, molécula a molécula, ao corpo em formação, donde o poder dizer-se que o Espírito, por intermédio de seu perispírito, se enraíza, de certa maneira, nesse gérmen, como uma planta na terra. Quando o gérmen chega ao seu pleno desenvolvimento, completa é a união; nasce então o ser para a vida exterior". (Allan Kardec, A Gênese, Cap. XI, Item 18, p.214).

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Todo o caminho da evolução da humanidade guarda relação com a existência do perispírito, e este contribui decisivamente auxiliando o progresso do homem no seu destino. Gabriel Delanne demonstra que "O princípio espiritual evolui lentígrado, das mais ínfimas formas aos organismos mais complexos. Durante o longuíssimo período das idades geológicas, as faculdades rudimentares do Espírito desenvolveram-se sucessivamente, agindo sobre o perispírito, modificando-o e deixando nele, em cada etapa, os traços do progresso realizado". (Gabriel Delane, A Evolução Anímica, p.120)

Já observamos que a característica da mutabilidade permite ao perispírito acompanhar as transformações decorrentes da evolução da humanidade, servindo ele de intermediário entre o Espírito e o corpo físico. Se não existisse esse elo entre Espírito e matéria, que só é possível graças ao perispírito, a evolução do homem estaria prejudicada, em razão de que o princípio espiritual não teria como agir sobre o corpo físico, e a consciência estaria privada das experiências necessárias à sua evolução:

"O trabalho dos milênios, construindo a consciência individual, sustenta também, logicamente, o aperfeiçoamento dos necessários instrumentos à sua manifestação, nos diferentes momentos evolutivos. Assim, as protoformas perispirituais, mercê da ação espiritual superior junto aos seres em evolução, passam, gradativamente, a apresentar características e propriedades que refletem os avanços alcançados, propiciando a formação de

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estruturas físicas, anatômica e fisiologicamente cada vez mais aprimoradas". (Zalmino Zimmermann, Perispírito, Cap.IX, p.261). ( Itálico do Autor).

Vários outros processos ligados ao desenvolvimento humano são possíveis graças ao perispírito. A memória é um deles, e ela advém tanto de experiências desta vida, quanto de outras encarnações:

"De feito, a fisiologia do cérebro físico espelha, rigorosamente , a do cérebro espiritual, que se projeta inteiro no perispírito; os circuitos neuroniais que servem ao processo mnemônico correspondem aos respectivos circuitos espirituais (semimaterializados no perispírito), que lhes servem de suporte, e que possibilitam, em ritmo bidimensional, o arquivamento e a recuperação de todas as experiências vividas". (Zalmino Zimmermann, Perispírito, Cap. x, p.275). (Itálico do autor). (Negritos nossos).

A mediunidade, por sua vez, também é possibilitada pelas propriedades do perispírito. Para Zimmermann o tema se apresenta da seguinte forma:

"(...) em se tratando de mediunidade no plano material - a faculdade mediúnica não é, a rigor, do corpo (ainda que condicionada a possibilidades nervosas que se elaboram na morfogênese, sob o impulso perispiritual do reencarnante), porém, do Espírito (...). E finalmente que, por suas condições - pois já se trata de uma estrutura de natureza mais próxima da matéria - o perispírito é o fator de contato e comunicação entre os mundos espiritual e físico. (Assim, substancialmente, se quase sempre o processo mediúnico ocorre, mente a mente, o perispírito é o instrumento - tanto do comunicante, como do médium)". (Zalmino Zimmermann, Perispírito, Cap. XI, p.293).

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Grande parte dos fenômenos mediúnicos ocorre devido à expansibilidade do perispírito, que permite a ampliação da sensibilidade do médium e o intercâmbio entre as almas desencarnadas e o plano físico.

No campo das obsessões, o perispírito também é utilizado como mecanismo de ação, podendo-se através dele entender como funciona este fenômeno. Nas mais variadas expressões obsessivas caracterizadas pela influenciação entre almas, sejam elas encarnadas ou desencarnadas, o intercâmbio se verifica em decorrência da proximidade da natureza da vibração dos indivíduos, que se utilizam do perispírito para estabelecerem o contato nocivo:

"A justaposição do agente ao paciente pode se verificar de tal forma, que os perispíritos parecem se interpenetrar, como a configurar uma quase fusão entre eles.

Esse processo, que, pela persistência dessa interpenetração psicossômica, pode ser chamado de Soldadura Perispirítica , acontece sob o comando magnético de terceiros - Espíritos treinados em tais perversidades -, ou por ação natural do próprio obsessor.

No primeiro caso, almas em desequilíbrio - inconscientes, até, do que ocorre, catalogando-se, entre elas, particularmente, as submetidas aos efeitos do monodeísmo - são magneticamente jungidas aos perispíritos das vítimas, provocando-lhes os mais

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graves desajustes psíquicos, responsáveis pelo surgimento dos numerosos distúrbios elencados em psicopatologia.

No segundo, a atitude mental vingativa do próprio obsessor, fechado em seu ódio contra o obsidiado - ontem, normalmente, seu cruel algoz -, leva-o a unir-se de tal maneira a este, que os perispíritos parecem como que soldados entre si". (Zalmino Zimmermann, Perispírito, Cap. XIV, p.409). (Itálicos do Autor). (Negritos nossos).

A influenciação obsessiva pode se desdobrar sob várias formas, e freqüentemente utiliza-se o perispírito como seu instrumento. Zimmermann explica como ocorre a infecção por formas-pensamentos:

"Formas-pensamentos com tal poder de dano não se confundem com as formas mentais comumente produzidas por encarnados e desencarnados (ainda que com nefastas intenções). São produto de inteligências treinadas, quase sempre cultivadas, do ponto de vista intelectual, mas tristemente descuidadas de sua evolução moral, cujas criações malignas são marcadas por especial intensidade e persistência". (Zalmino Zimmermann, Perispírito, Cap. XIV, p.410).

A extensão das possibilidades do perispírito é tão vasta que os espíritos podem promover a revitalização perispiritual ou rejuvenescimento:

"De fato, um dos mais extraordinários fenômenos, dos revelados pela Espiritualidade, diz com a revitalização perispiritual, que só ocorrer para acelerar a recuperação da saúde diante da uma enfermidade mais pertinaz ou, até, para prolongar a vida física de um Espírito encarnado, cuja carga vital (armazenada, principalmente, ao que se deduz, no duplo etérico) já se encontra em via de exaurimento.

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Nessas oportunidades, quando há o necessário crédito espiritual, o psicossoma é rejuvenescido magneticamente (...), aumentando decisivamente o tônus vibratório de toda organização psicofísica." (Zalmino Zimmermann, Perispírito, Cap. XV, p.457). (Itálicos do Autor).

Diante das propriedades demonstradas do perispírito, pode-se verificar a existência de um extenso intercâmbio entre os planos físico e espiritual, permeado pelas formas e energias de encarnados e desencarnados, que permitem o surgimento de incontáveis relações entre eles.

O estudo da natureza do perispírito revela estas possibilidades, abrindo caminhos para a compreensão de como se processa a evolução, através de um constante trabalho das almas com a matéria, visando à expansão da consciência e ao desligamento das formas primitivas de pensamento, até que este atinja os verdadeiros princípios do amor em Cristo.

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12) - CONCLUSÃO

"Nossa longa viagem está terminada. Tudo já foi dem onstrado, tudo está concluído até as últimas consequências. A semente está lançada no tempo, para que germine e frutifiqu e".

(Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Despedida, p. 354 ).

Toda filosofia, toda religião, toda ciência, toda busca pela espiritualidade tende a uma única verdade, a ciência e consciência do Espírito Divino, a centelha transcendente e imanente de Deus em nós.

Sucintamente, podemos dizer que a evolução biológica guardou a revelação maior que é a organização da vida psíquica, para que a vindoura era da razão, na qual atualmente estagiamos, pudesse anteceder a era da intuição, cujo domínio definitivamente transcenderá o cérebro humano e abrirá as portas das dimensões espirituais, tornando cada vez mais consciente a personalidade e ampliando a conexão com o Espírito Imortal e com DEUS TODO MISERICORDIOSO.

O perispírito é prova inequívoca da existência do espírito e entendendo as finalidades deste corpo intermediário, poderemos alcançar a nova civilização espiritualizada, que, em busca da luz do espírito, respeitará a matéria como veículo imprescindível à nossa luta na terra, mas reverenciará a fonte espiritual donde tudo emana (o espírito), e por ele será comandada à luz da percepção intuitiva que alcançaremos através das possibilidades psíquicas no esforço da "mentossíntese". Este termo foi utilizado por André Luiz para considerar que, com o desenvolvimento do psiquismo e o advento do espiritual, iniciamos o fenômeno da troca de fluidos mentais multiformes, através dos quais emitimos nossas idéias e radiações, assimilando as radiações e idéias alheias. Assim, concluímos que a evolução biológica é, na verdade, evolução psíquica e o perispírito é peça das mais importantes para compreensão de nossa condição evolutiva, pois encerra em si a grandiosa finalidade de "expansão do espírito", sendo para isso, instrumento direto de aperfeiçoamento e progresso:

"O homem permanece envolto em largo oceano de pensamentos, nutrindo-se de substância mental, em grande proporção. Toda criatura absorve, sem perceber, a influência alheia nos recursos imponderáveis que lhe equilibram a existência.(...). Estamos assimilando correntes mentais, de maneira permanente. De modo imperceptível, "ingerimos pensamentos" a cada instante, projetando, em torno de nossa individualidade, as forças que acalentamos em nós mesmos". (Emmanuel, Roteiro, Lição 26, p.103).

Evolução psíquica e evolução biológica são procedimentos de um único ato determinístico, o rompimento da crisálida da consciência, o desabrochar do psiquismo, no caminho ao livre arbítrio e à mente superior, como anteriormente já havíamos mencionado:

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"Desse modo, em qualquer estudo acerca do corpo espiritual, não podemos esquecer a função preponderante do automatismo e da herança na formação da individualidade responsável, para compreendermos a inexeqüibilidade de qualquer separação entre a Fisiologia e a Psicologia, porquanto ao longo da atração no mineral, da sensação no vegetal e do instinto no animal, vemos a crisálida de consciência construindo as suas faculdades de organização, sensibilidade e inteligência, transformando, gradativamente, toda a atividade nervosa em vida psíquica". (André Luiz, Evolução em Dois Mundos, Cap. IV, p.41).

De igual sentir, Sua Voz, em A grande síntese, ensina surpreendentemente:

"É absurdo conceber que as formas da vida sejam objetivos em si mesmas e sua evolução não possua finalidade nem continuação, justamente onde um eterno transformismo as precede nas fases Y (gama, matéria) e B (beta, energia). A continuação da evolução orgânica só pode ocorrer a partir da evolução psíquica, como de fato se realiza no homem". (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Cap. 62, p.200). (As palavras entre parênteses e os grifos são nossos).

Contudo, dia chegará em que não se poderá negar que o espírito é a essência que comanda a evolução. Com a sabedoria de Sua Voz, traduzida em palavras por Pietro Ubaldi, terminamos este estudo, ressoando em nossos corações as verdades há muito esquecidas e cujas vibrações estremecem as fibras mais íntimas do nosso psiquismo:

"Este psiquismo é a meta mais alta da vida. Seu desenvolvimento é o resultado final da permuta, da seleção, da transformação da espécie, de tão grande sabedoria, de tamanha luta, de tão alta tensão. Esse psiquismo fixa-se nos órgãos, nas formas; plasma-as, anima-as em todos os níveis, delas faz um meio para evoluir ainda mais. Nas formas da vida, o psiquismo se revela e se exprime, a partir das formas, observando-as podeis subir até o princípio psíquico, à centelha que se agita em seu âmago.Tudo isso constitui um esforço, uma ascensão dolorosa, do protozoário ao homem, sempre subindo, até os mais altos cimos do psiquismo, onde se realiza a gênese do espírito, obra maravilhosa e progressiva, em que a Divindade, princípio infinito, está sempre presente num ato constante de criação". (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Cap. 62, p.200). (Itálicos do Autor).

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