Uma Luz Na Iluminacao de Aquarios

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Uma luz na Iluminação de Aquários Autor::::Alexandre Avari Num aquário moderno, a iluminação deixou de ser um item acessório para se tornar fundamental, e, em alguns casos, imprescindível! Estudos realizados nos últimos anos verificaram a importância da luz a todos os organismos aquáticos, não só as plantas. Há pouco tempo se confirmou a relação entre a iluminação e uma temível doença que afligia muitos peixes marinhos apenas em cativeiro: a Síndrome dos buracos na cabeça e na linha lateral. As informações são, via de regra, colocadas de maneira bastante técnica, além de que existem muitos mitos envolvendo o tema. O aquarista, sobretudo neófito, se perde no meio de tantas informações, acaba por pecar pela falta ou pelo excesso. Mas implantar, na prática, um sistema de iluminação adequado ao seu aquário não é tão difícil e nem tão caro. Existem sistemas para todos os gostos e bolsos! O que é Luz? Luz é o nome genérico de uma porção do espectro eletromagnético que podemos sentir com nossos olhos, é emitida por corpos energéticos ou quentes. O espectro visível está situado numa faixa após a radiação infravermelha e antes da radiação ultravioleta. Vale ressaltar que muitos animais marinhos podem enxergar a luz ultravioleta e infravermelha, por isso, peixes das profundezas abissais têm olhos enormes, em contrapartida com os peixes que vivem em cavernas, que são completamente cegos. Ter olhos neste ambiente pode nos parecer inúteis, mas eles vêem radiações que não podemos captar, a não ser com o uso de equipamentos. Corais, também, possuem um colorido visível à luz ultravioleta. Ficam fosforescentes ao serem expostos a esta radiação. A Luz Visível A luz branca que nós vemos é, na verdade, uma mistura de muitas cores. A luz é uma energia que se propaga em ondas, e conforme a amplitude (tamanho) dessas ondas, enxergamos como uma cor diferente. Quando ouvir falar em comprimento de ondas, saiba que estão falando de cores! As cores básicas da luz são verde, vermelho e violeta. Da mistura dessas cores temos todas as demais. Algumas pessoas lembram-se dos experimentos da época de escola em que se pinta um disco de papel com as cores do arco íris como que em "fatias de pizza", girando esse disco bem rápido e ele 1

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Uma luz na Iluminação de AquáriosAutor::::Alexandre Avari

Num aquário moderno, a iluminação deixou de ser um item acessório para se tornar fundamental, e, em alguns casos, imprescindível!

Estudos realizados nos últimos anos verificaram a importância da luz a todos os organismos aquáticos, não só as plantas. Há pouco tempo se confirmou a relação entre a iluminação e uma temível doença que afligia muitos peixes marinhos apenas em cativeiro: a Síndrome dos buracos na cabeça e na linha lateral.

As informações são, via de regra, colocadas de maneira bastante técnica, além de que existem muitos mitos envolvendo o tema. O aquarista, sobretudo neófito, se perde no meio de tantas informações, acaba por pecar pela falta ou pelo excesso. Mas implantar, na prática, um sistema de iluminação adequado ao seu aquário não é tão difícil e nem tão caro. Existem sistemas para todos os gostos e bolsos!

O que é Luz?

Luz é o nome genérico de uma porção do espectro eletromagnético que podemos sentir com nossos olhos, é emitida por corpos energéticos ou quentes. O espectro visível está situado numa faixa após a radiação infravermelha e antes da radiação ultravioleta.

Vale ressaltar que muitos animais marinhos podem enxergar a luz ultravioleta e infravermelha, por isso, peixes das profundezas abissais têm olhos enormes, em contrapartida com os peixes que vivem em cavernas, que são completamente cegos. Ter olhos neste ambiente pode nos parecer inúteis, mas eles vêem radiações que não podemos captar, a não ser com o uso de equipamentos.

Corais, também, possuem um colorido visível à luz ultravioleta. Ficam fosforescentes ao serem expostos a esta radiação.

A Luz Visível

A luz branca que nós vemos é, na verdade, uma mistura de muitas cores. A luz é uma energia que se propaga em ondas, e conforme a amplitude (tamanho) dessas ondas, enxergamos como uma cor diferente. Quando ouvir falar em comprimento de ondas, saiba que estão falando de cores!

As cores básicas da luz são verde, vermelho e violeta. Da mistura dessas cores temos todas as demais. Algumas pessoas lembram-se dos experimentos da época de escola em que se pinta um disco de papel com as cores do arco íris como que em "fatias de pizza", girando esse disco bem rápido e ele fica quase que branco para os nossos olhos? É exatamente isso, nossos olhos misturam as cores e enxergam o branco!

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Por que dos comprimentos de onda?

Uma lâmpada branca tem muitos comprimentos de onda, ou seja, é composta por muito mais cores, e quanto mais branca, mais comprimentos terá. A quantidade dessas cores é determinada pela “temperatura de cor”, ou seja, pelo numero de graus Kelvin da luz emitida pela lâmpada.

Kelvin é uma unidade de temperatura, como o Celsius e o Fahrenheit, esse conceito vem de um experimento realizado há anos em que se aqueceu uma peça de carvão mineral extremamente puro lentamente, até atingir altíssimas temperaturas. Durante esse processo de aquecimento, o carvão foi emitindo tonalidades diferentes até chegar ao branco total, ou seja, quanto maior a temperatura a que esse carvão fora submetido, maior era a intensidade das emissões luminosas e maior o número de comprimentos de onda.

Por comparação feita por medições com equipamentos que medem a intensidade da luz e sua tonalidade, pôde-se verificar, por exemplo, que a luz do sol tem uma temperatura de cor ao meio dia de um céu limpo de cerca de 6.700 graus Kelvin. É essa a tonalidade que buscamos simular em nossos aquários!

Os seres que possuímos em nossos aquários que mais se aproveitam da luz são aqueles que fazem fotossíntese, sejam as plantas ou as algas que vivem em simbiose entre os tecidos dos corais.

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Quanto mais branca for a luz, mais comprimentos de onda ela terá (mais cores), e mais possibilidades de fotossíntese esses vegetais terão (pois se aproveitam apenas de alguns determinados comprimentos), além de mais comprimentos de ondas serão refletidos para nossos olhos, ou seja, mais coloridos serão nossos exemplares!

Veja os comprimentos de onda de uma lâmpada fluorescente adequada para aquários (linha branca) e uma lâmpada incandescente (linha alaranjada):

A lâmpada fluorescente tem mais radiações azuis e vermelhas que a incandescente, que possui mais radiação verde e amarela. As plantas, por serem verdes, refletem este comprimento de onda, não se utilizam dele. As plantas avermelhadas, para que tenham essa bela tonalidade, devem receber muita radiação vermelha, tanta que produzam pigmento para refletir parte desse vermelho para que possamos vê-lo.

Já ouviram falar de plantas vermelhas que desbotaram? Ficaram verdes? É o efeito de pouca radiação vermelha. A planta perde a pigmentação para que os comprimentos de onda vermelhos deixem de ser refletidos pelo pigmento, o que nos permite ver a tonalidade vermelha, e passem a absorver estes comprimentos de onda.

O mesmo vale para os corais, eles serão mais coloridos quanto mais radiação excedente receberem, mas isso não quer dizer que o exagero seja bom. Além de gastos desnecessários de eletricidade, luz demais traz consigo radiação ultravioleta e infravermelha em excesso, que queima e destrói células, sejam plantas, sejam algas simbiontes dos corais, seja dos próprios corais, matando-os. Deve-se utilizar luz equilibradamente.

Lâmpadas brancas são, na verdade, potencialmente mais coloridas, e por isso, oferecem mais radiação para fotossíntese e deixam nossos seres mais coloridos. O uso de filtros, como papéis celofane e similares é, portando, desnecessário. Esse filtro não vai tornar a luz, por exemplo, vermelha, vai apenas barrar os outros comprimentos de onda, deixando passar apenas alguns vermelhos, vermelhos estes que a lâmpada já possuía, só que por estar misturada às outras cores, o vemos como branco. Colocar filtros não ajuda, muito pelo contrário! Barra comprimentos de onda que seriam úteis para nossos organismos.

Lâmpadas com 6.500K possuem muitos comprimentos de onda, mas, ainda assim, deixam a desejar em relação a luz solar, talvez pela falta de outras radiações não visíveis. Para aquários plantados com espécies mais robustas, são bastante

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adequadas. Lâmpadas de 10.000K são excelentes, a diferença no desenvolvimento das plantas, em relação às de 6.500K, é nítida! Lâmpadas de 14.000K são muito potentes, adequadas para aquários mais profundos e de corais duros de pólipos pequenos, lâmpadas de 20.000K são adequadas apenas para aquários plantados ou marinhos mais profundos. Em aquários com até 60 cm de profundidade, é exagero desnecessário.

Na Prática

Escolhendo o sistema de iluminação

Temos dezenas de tipos de lâmpadas, cada uma adequada a um determinado efeito ou finalidade.

A princípio, as lâmpadas mais eficientes para a iluminação de aquários são as fluorescentes (tubulares ou compactas, chamadas também de HO, Hight Output, ou Alta potência de saída) e as HQI (do inglês Halogen Quartz Iodide ou Lâmpada Halogena de ionização de quartzo). As demais lâmpadas (incandescentes, dicróicas, halógenas etc) podem ser utilizadas apenas para fins decorativos (não funcionais), pois possuem poucos comprimentos de onda.

Aquários plantados com até 60cm de profundidade total da cuba (até 52cm de coluna de água, contando o cascalho e a borda superior) e aquarios marinhos nanos (até 60 litros) podem abrigar muitos exemplares sendo iluminados com apenas lâmpadas fluorescentes, Aquários mais profundos e aquários marinhos maiores, que possam abrigar corais de pólipos pequenos, como Acropora sp, precisam de uma iluminação muito mais intensa, sendo as lâmpadas HQI muito mais adequadas. Temos ainda o fator custo. Iluminar um aquário de, por exemplo, 300 litros com 300 Watts (um Watt por litro) com lâmpadas fluorescentes ou lâmpadas HQI custa praticamente a mesma coisa. Sendo que a HQI tem a vantagem de possuir mais comprimentos de onda.

O uso de LEDs (do inglês Light Emitting Diode ou Diodo Emissor de Luz ) na iluminação de aquários é uma alternativa ainda sendo estudada, possível, mas bastante onerosa! A grande vantagem é a temperatura de cor muito elevada (luz muito branca, até 15.000K), a alta durabilidade da lâmpada e a manutenção por muito mais tempo da tonalidade da luz. Por enquanto, não temos dados conclusivos, a não ser na iluminação de Aquários pequenos (nanos).

A energia que recebemos em casa é um tanto irregular. Pode haver picos e baixas consideráveis no decorrer do dia. Como nossos sistemas de iluminação são compostos de peças de preço razoável e muitos seres vivos dependem desta luz, convém investir um pouco mais e colocar um filtro de linha, como estes utilizados para computadores, para todas as conexões elétricas.

Iluminações híbridas, muito comuns em aquários marinhos, com Lâmpadas HQI e fluorescentes, podem ter filtros específicos, um para as HQIs, que tem consumo muito mais pesado e exigem mais da conexão elétrica, e outro para as fluorescentes.

Fonte de energia

As lâmpadas fluorescentes trabalham em 127 ou 220 Volts, geralmente bons reatores são Bivolt (aceitam uma ou outra voltagem)

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Lâmpadas HQI requerem sempre 220 Volts. Em cidades que operam mais usualmente em 127 Volts, como São Paulo, deve-se providenciar uma ligação elétrica exclusiva para esta lâmpada próxima ao aquário.

Timmer

Esse pequeno dispositivo ajuda muito na regularidade da iluminação, pois controla automaticamente o acender e o apagar das lâmpadas.

Você pode, inclusive, simular o nascer e o entardecer do sol utilizando um timmer de duas programações ou mesmo dois timmers independentes. Programe para manter acesa parte das lâmpadas por 12 horas, por exemplo, das 8:00 às 20:00 horas, e as demais por 08 horas, das 10:00 às 18:00 horas. Você não assusta os peixes com um acendimento repentino e economiza energia elétrica.

Luminárias

As Lâmpadas HQI precisam de refletores específicos nos quais se aproveita o máximo de luminosidade das lâmpadas e, geralmente já vem acoplado com todos os componentes necessários para o funcionamento da lâmpada, como reatores e plugs. Existem refletores pendentes (como lustres) ou como spots de parede ou para embutir, em luminárias de madeira ou alvenaria.

Estas lâmpadas produzem muito calor, que pode ser uma vantagem para aquários tropicais, mas um problema para aquários marinhos, pois corais exigem temperaturas mais baixas, difíceis, inclusive, de se obter naturalmente em nosso pais, este calor pode, inclusive, “queimar” os pólipos dos corais ou as folhas das plantas mais altas, para evitar esse problema, recomenda-se manter as lâmpadas afastadas da superfície da água cerca de 20 a 30 centímetros.

Refletor tipo Spot para HQI

Lâmpadas fluorescentes exigem calhas para abrigá-las e alguns macetes para auxiliar em sua performance mais plena.

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Lâmpadas fluorescentes tubulares e compactas

A instalação das lâmpadas tubulares exige plugs, conhecidos por “tomadinhas”, braçadeiras metálicas para sustentar as lâmpadas (Alguns plugs agem como sustentadores para as lâmpadas, mas é arriscado, pode eventualmente deixar a lâmpada escapar se não for bem colocada ou, se houver algum impacto, mesmo leve, acidental) e reatores simples (para uma lâmpada) ou duplos (para duas lâmpadas).

O reator produz muito calor, que reduz consideravelmente a vida útil da lâmpada, o ideal é mantê-los em compartimento separado das lâmpadas, com mais ventilação, como na proposta abaixo:

Quanto mais reflexiva for a face interna da luminária, mais raios luminosos atingirão o aquário e melhor será o aproveitamento do potencial da lâmpada.

O branco é a melhor cor para se pintar interiores de luminárias, há quem ponha espelhos, melhor ainda!

Cantos internos prejudicam a reflexão, o ideal seria que o interior da luminária fosse o mais arredondado possível. Pode-se fixar um plástico branco, desses semi rígidos, encontrados em papelarias e casas de matérias para sinalização “forçado” no interior da luminária, como no esboço acima. Os cantos arredondados redirecionam a luz para o aquário muito melhor que um canto reto.

Tampas de vidro também devem ser evitadas, pois filtram de 5 a 9% da luz emitida. Caso hajam animais saltadores, pode-se optar por tampas especiais feitas com vidro anti-reflexo, que filtram apenas 3 a 5% da luz, ou aquários com borda mais alta, por exemplo, um aquário de 70cm de altura, mas ocupado por uma coluna de apenas 50cm. Pode-se até pensar em um paludário, com plantas terrestres ou, num aquário marinho, uma interessante parte seca podem-se utilizar plantas, até mudas de árvore do mangue e até uma curiosa pequena população de caranguejos de praia, por que não?

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Dosando luz

“Para aquários plantados, 1 Watt por litro é o ideal”

Essa máxima, na verdade, é uma tentativa aproximada de determinar a quantidade ideal de luz para um aquário. Na verdade, funciona. Certamente, em se tratando de aquários cm até 60cm de profundidade, um w por litro seria uma conta bastante razoável, mas o que importa mesmo, tanto quanto a temperatura de cor das lâmpadas, é sua iluminância.

Iluminância??

Essa estranha palavra refere-se a quantidade de luz (conhecido por Lumem) por metro quadrado. A unidade de Iluminância é o LUX.

Como poucos aquaristas têm acesso à um espectrofotômetro para medir a iluminância de suas lâmpadas, podemos supor que com um watt de luz de temperatura de cor (Kelvin) bastante alta por litro de água, conseguiremos uma quantidade de luz por metro quadrado adequada.

Podemos nos aproveitar do conceito de iluminância para conseguir efeitos luminosos dramáticos e que nos permitam segmentar nossos aquários, permitindo manter até espécies com necessidade luminosa grande;

Por exemplo: um aquário de 100x40x50cm, 200 litros, iluminado com uma única HQI de 150watts, pode abrigar belíssimos corais dos mais sensíveis, desde que eles estejam adequadamente distribuídos diretamente sob o foco de luz, nas áreas mais distantes, podemos povoar cor espécies mais robustas. O mesmo vale para aquários plantados, onde o carpete de Glossostigma sp. pode ser plantado apenas parcialmente. As áreas de menor iluminância podem ser ocupadas por espécies mais resistentes de plantas ou mesmo objetos de decoração. O carpete, claro, avançará também para estas áreas, mas com ramos mais altos, em busca de mais luz. O efeito pode ser explorado e ficar bastante interessante.

Bem... tudo isso vale em aquários até 60cm de profundidade...

Iluminação de Aquários profundos.

O Sonho de consumo de todo aquarista é ter o maior aquário possível, para realmente fazer uma reprodução fiel de um habitat nele! Algumas pessoas conseguem seus grandes tanques!

Mas nem tudo é um mar de rosas: grandes tanques são problemáticos no quesito iluminação. Plantas baixas, mesmo em seu habitat natural, não se desenvolvem em grandes profundidades, aliás, plantas com crescimento prostrado ao chão, mesmo na natureza, ocorrem apenas em profundidades de 30, 40cm em áreas mais abertas, ou seja, sob sol pleno em boa parte do dia.

E no mar? Corais e outros organismos marinhos, como conchas bivalves do gênero Tridacna sp., notoriamente vivem em profundidades de 20 a 30 metros! Como obtém luminosidade suficiente?

Não há a menor possibilidade de comparar a iluminação do Sol no mar com a dos nossos tanques, mesmo que sejam grandes tanques!

A luz do sol na região da zona de recifes de corais vem direta, sofre intervenção apenas da atmosfera. Vem abundantemente oferecida em uma iluminância infinita e

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com incalculáveis comprimentos de onda. Alguns, até, desconhecidos da ciência. Esqueça comparações, o Sol e o mar são areia demais para nossos “tanquezinhos”!

Para manter plantas e corais em aquários profundos, devemos recorrer a lâmpadas especiais extremamente potentes, aí cabem bem as HQI de 20.000K!

Na prática, podemos comprar uma luminária, colocar no meio do tanque cheio, ainda não habitado, e verificar a mancha luminosa que a luz faz no fundo.

Aí teremos que colocar quantas lâmpadas forem necessárias para que essa luz cubra todo o fundo, ou pelo menos a parte em que pretendemos colocar nossos habitantes.

Ainda assim, é necessários um planejamento muito detalhado das espécies que se pretende colocar e suas necessidades. Corais mais sensíveis ainda precisarão ficar mais próximos da superfície e plantas devem ser preferivelmente grandes, muito grandes! Talvez a consultoria de uma empresa de engenharia seja necessária para adequar a luminosidade.

Mas se você tem condições de manter um aquário assim, o esforço e o custo, certo, valerá a pena!

Algumas dicas

É muito bom entender o que o atendente da loja de material elétrico nos fala! Segue um pequeno glossário dos termos mais utilizados em iluminação:

Volt é a unidade de Potencial Elétrico, ou seja, é o tipo de energia elétrica que dispomos, existem lâmpadas que funcionam com baterias (12 Volts, como os LEDs) e outras em energia de rua padrão (127 ou 220 Volts).

Watt é uma unidade de potência de energia elétrica, é a potência (quantidade de energia) que a lâmpada utiliza (consome).

Lumem é a quantidade de luz que uma lâmpada emite.

Lux é a unidade de Iluminância, a quantidade de luz (Lumens) que é emitida por área (metro quadrado)

Kelvin é uma unidade de temperatura.

Temperatura de cor é tonalidade da luz emitida pela lâmpada, mais ou menos branca, conforme a quantidade de comprimentos de onda que a luz tem, e quanto mais tiver, mais alta é a temperatura de cor e mais branca é a luz!

Comprimento de onda é cor. A luz branca é a mistura de todas as cores de luz juntas, ou seja, uma luz muito branca é composta por muitas cores, quanto mais amarelada for a cor, menor é o número de comprimentos de onda que ela emite.

Para sistema de iluminação com lâmpadas HQI, o ideal é que se tenha uma ligação elétrica e um disjuntor específico para a luminária, pois o consumo de energia é muito grande e pode, por exemplo, cair quando ligar o chuveiro. Esse serviço pode ser feito rapidamente e com baixo custo por um eletricista de sua confiança.

Use e abuse dos efeitos de iluminação, você pode ter variações de luminância pelo aquário para atender às necessidades específicas de uma planta ou coral, gerando uma significativa economia.

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Se sua intenção não é manter animais que necessitem de luz ou plantas muito exigentes, você pode utilizar menos luz, apenas o suficiente para visualizar seus habitantes.

Não é recomendado o uso de lâmpadas coloridas em hipótese alguma, lembre-se que luz colorida é uma luz branca “empobrecida”, e seu efeito decorativo é estranho aos nossos seres.

A luz negra têm efeitos decorativos e, dizem, terapêuticos. Trata-se de uma lâmpada que emite luz de comprimento de onda longo, ou seja, violetas e ultravioleta fraca, que, ao incidir em algum objeto, perde um pouco de sua intensidade, pois parte dela é absorvida, sobretudo em objetos brancos, sendo refletido para nossos olhos, junto com a luz do ambiente, também essas radiações mais altas, aumentando a temperatura de cor da luz refletida, ou seja, torna o branco mais branco, por isso, enxergamos uma certa fluorescência em determinadas tonalidades e no branco.

Há quem as recomende, em adição às lâmpadas principais, para destacar mais o contraste das cores das espécies e facilitar a visualização de doenças, já que destaca pontos e manchas brancas, sintomas claros de muitas enfermidades. Mas há controvérsias a respeito. Particularmente, não conheço nenhuma experiência de sucesso tal que justifique sua utilização.

Em aquários hospitais, sim. Peixes notoriamente afligidos por doenças de pele, a luz negra permite melhor visualização de seu estado e acompanhamento do progresso do tratamento.

Abraços a todos!!

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