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INFOUSP Ano X Edição nº 28 Julho a Setembro de 2015 CEPEC em funcionamento Prevenção ao câncer Editorial Mensagem do Prof. Dr. Waldyr Antônio Jorge FOUSP oficializa parceria com Universidade Japone sa Comitiva da Okayama University celebrando o acordo. Pág. 10 Uma publicação da Faculdade de Odontologia da USP Alunos da LINB em ações de saúde bucal em idosos. PÁG. 12 Centro de Pesquisa Clínica e seus projetos. PÁG. 8 Patente de prótese ocular Professores da FOUSP desenvolvem projeto com a POLI. PÁG. 3 20 anos do LELO Laboratório comemora sua trajetória de sucesso. PÁG. 4 Parceria Brasil-França Intercâmbio gera bons resultados na área de Biomateriais PÁG. 11 Em constante busca da excelência Em constante busca da excelência

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INFOUSPAno X

Edição nº 28Julho a

Setembro de 2015

CEPEC em funcionamento

Prevenção ao câncer

EditorialMensagem do Prof. Dr. Waldyr Antônio Jorge

FOUSP oficializa parceria com Universidade Japonesa

Comitiva da Okayama University celebrando o acordo. Pág. 10

Uma publicação da Faculdade de Odontologia da USP

Alunos da LINB em ações de saúde bucal em idosos. PÁG. 12

Centro de Pesquisa Clínica e seus projetos. PÁG. 8

Patente de prótese ocularProfessores da FOUSP desenvolvem projeto com a POLI. PÁG. 3

20 anos do LELO

Laboratório comemora sua trajetória de sucesso.PÁG. 4

Parceria Brasil-FrançaIntercâmbio gera bons resultados na área de Biomateriais PÁG. 11

Em constante busca da excelênciaEm constante busca da excelência

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Em bom tempo, o Magnífico Reitor Prof. Dr. Marco Antonio Zago, revigorou a Comissão de Direitos Humanos, no âmbito da Universidade de São Paulo, vinculada à Reitoria, cuja coorde-nação está a cargo do ex ministro Prof. Dr. José Gregori.

Este fato proporcionou às unidades de ensino o direito de estender a criação de comis-sões internas. Com a rapidez que o momento nos impunha, a Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo foi uma das primei-ras a instituir através da Portaria da Diretoria FO nº 05, de 06 de março de 2015, a Comissão de Direitos Humanos da Faculdade de Odontologia da USP, com participação tripartite de docen-tes, servidores e alunos.

O mundo nem sempre é um lugar seguro ou fácil de viver, mas é o único que temos.

A sociedade brasileira cobra de seus mandatários responsáveis pela gestão pública atitudes transparentes, nas quais um de seus pilares é o respeito à cidadania em sua relação humana de assédio, nos seus vários segmentos, seja nos níveis ascendentes com seus superio-res, seja nos níveis descendentes com seus su-bordinados.

Deve-se destacar a imperiosa neces- sidade de se resgatar a contínua luta holística da manutenção dos direitos de toda coletividade, resguardando a privacidade e individualidade, opção de qualquer natureza, sem desconsiderar a leitura realista dos nossos deveres, restauran-do os valores que passam e fortalecem por si só a própria cidadania, a família, a nação, o estado de direito e, principalmente, a liberdade, enten-dendo-a não só como um direito, mas uma cons-tante conquista, que passa, necessariamente, pelo respeito, pela tolerância, coexistência com os contrários e divergentes, sem tornar o conví-vio impossível ou fratricida.

Qual faculdade, qual universidade, qual país queremos herdar?

A história a gente não escreve, faz parte dela. O poder, qualquer poder, não nos dá o direito de intervir nos destinos das pessoas.

A constante procura por pontos conver-gentes, mesmo convivendo com a divergên-cia, discórdia e diferenças, deve ser “o padrão ouro” que nos torna mais tolerantes no convívio com os contrários nas ideias, opções, desejos, vontades e sonhos, fazendo-nos pessoas não só respeitadas, mas, principalmente fortalecidas, capazes de transformar uma nação, uma univer-sidade, uma unidade de ensino, uma família, um indivíduo mais forte, especialmente na sua iden-tidade de ser um passageiro, viajante temporá-rio, visitante especial nesta grande nave chama-da planeta terra.

O amor é resultado da divina e última necessidade da vida, fecun-

da-se na compreensão, nutre-se do serviço generoso, do exemplo e aperfeiçoa-se na sabedoria e exer-

cício da justiça.

Em Dom Quixote de Cervantes há dois indivíduos não conflitantes; um amante em busca de sua Dulcinéia, outro que luta contra os

moinhos de vento, enfrentando as injustiças sociais. Viver é difícil, sobreviver é uma aventura

2Editorial

Prof. Dr. Waldyr Antônio JorgeDiretor

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Mais uma patente a caminhoOs Professores Doutores Neide Pena Coto e

Reinaldo Brito e Dias, da Disciplina de Prótese Bucomaxilofacial, do Departamento de Cirurgia, Prótese e Traumatologia Maxilofaciais (ODC), em parceria com os Professores Doutores Paulo Vic-tor Oguro e Marcos Pereira Barreto, do Departa-mento de Engenharia Mecatrônica da Escola Po-litécnica (POLI), participaram da invenção de um sistema para movimentação palpebral de uma prótese óculo-palpebral.

Esse projeto foi impulsionado pela necessida-de de dar vida ao robô Minerva, que está sendo desenvolvido na POLI. Para fazer com que a má-quina, que foi

batizada em ho-menagem a deu-

sa romana da sabedoria, símbolodo da Escola, se pareça mais com um humano, a equipe de in-ventores recorreu aos docentes da FOUSP para desenvolverem a prótese com o sistema de mo-vimentação sincronizada, isto é, a porção ocular da prótese óculo-palpebral com a ação de piscar o olho em sincronia com o outro sadio.

“A prótese se desenvolveu em uma das melho-res partes do projeto, que é o sistema de movi-mentação, inédito em próteses óculo palpebrais, se desdobrando em algo maior [patente]”, diz o Prof. Dr. Marcos Pereira Barretto.

O sistema para a movimenta-ção é formado por uma estru-tura mecânica, r e s p o n s á v e l pelo movimen-to palpebral, e uma estrutura elétrica, para seu funciona-mento. E, ali-nhado à câmera e ao sensor de

movimento acoplados no pescoço do robô, o sistema consegue direcionar o olhar da prótese para quem ele se dirigir em uma conversa.

Essa capaci-dade de mirar o interlocutor no olho é indis-pensável para Minerva, já que o propósito de sua invenção é a sociabilidade e não puramen-te a parte fun-cional. Ela pode dar informa-ções, conversar e entreter, além de exercer pe-quenas tarefas,

como lembrar pessoas de idade avançada de tomar remédios e do aniversário de familiares. Por isso, Minerva é a companhia perfeita para a população da melhor idade, especialmente, aqueles que moram sozinhos.

Além disso, ela é capaz de reconhecer ros-tos e feições emotivas, identificando quando alguém está feliz ou triste. Atualmente, ela já sustenta uma conversa, mas de forma limitada. O Professor Marcos diz que o aperfeiçoamento de Minerva é constante, sempre em busca de um melhor resultado, que se aproxime ao má-ximo de uma boa companhia.

Robô Minerva com a prótese instalada

A estrutura mecânica compreende: atuador (motor), mancais , engrenagens e um arco, que será utiliza-do como porção palpebral da prótese

Instalação da prótese

Todas as imagens foram cedidas pela ODC

Não perca!• As próximas apresentações Labora-

tório de Música de Câmera (LAMUC) na FOUSP já têm datas definidas: 30/09, 28/10 e 25/11, sempre às 12h30 no Anfiteatro Miyaki Issáo.

• O VI Encontro de Pós Graduação da FOUSP acontecerá nos dias 5 e 6 de novembro no Anfiteatro Miyaki Is-sáo, começando as 8:30 da manhã. Na ocasião, serão entregues os prêmios FOrmiga de Ouro, Vera Cavalcanti de Araújo e Flávio Fava de Moraes.

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LELO completa 20 anos O Laboratório Especial de Laser em Odontologia

(LELO) completa 20 anos. Para celebrar a data, foi criado um logo comemorativo e será realizado, no dia 26 de setembro, um café da manhã. Na mesma ocasião, a FOUSP receberá o Prof. Dr. Mark Shubert da Universidade de Washington, para a palestra “O preparo do paciente a ser submetido ao TMO (Trans-plante de Medula Óssea) e a adequada indicação para a utilização do laser”, sobre o uso hospitalar para esse tipo de transplante.

O Prof. Dr. Carlos de Paula Eduardo, um dos fun-dadores do laboratório, conta sua trajetória nas últi-mas duas décadas. Em 1990, através do projeto BID USP de intercâmbio de professores à instituições estrangeiras, os Professores Carlos e Tetsuo Saito, viajaram à Universidade de Kyushu, em Fukuoka, no Japão, para conhecer as primeiras pesquisas com o laser de alta potência e participar do 2º Congresso da Japonese Society Laser in Dentistry.

Já em 1994, os docentes Carlos e José Luiz da Sil-va Lage Marques, através do projeto FAPESP, es-tagiaram na área de laser na Universidade de Sho-wa, em Tóquio, no Japão. Com essa experiência, os professores desenvolveram pesquisas e estudos e, em cinco anos, a FOUSP recebeu o laser de Nd:YAG criando-se em 1995, o LELO. Em 1997, a Fundação de Apoio a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) concedeu o laser de Er:YAG e, em 1999, a Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Odontolo-gia (FFO FUNDECTO) concedeu ao Laboratório o seu primeiro laser de CO².

Nestes 20 anos, o LELO acumula mais de 200 te-ses defendidas, diversos trabalhos científicos publi-cados em revistas internacionais com alto fator de impacto e atendeu mais de 42.000 pacientes, sendo uma das maiores referências mundiais em estudo do laser na odontologia.

O aluno do curso de habilitação “Lasers em Odon-tologia”, Marcello de Marchi diz ser “um orgulho vir do Paraná para participar desse curso com um gru-po acadêmico reconhecido” e observou que “todos aqui seguem a mesma filosofia dentro da Odontolo-gia, falam a mesma língua”, em referência à linha de pesquisa utilizada pelos Professores do laboratório. O Prof. Carlos diz que “esse é o sentido (do projeto), você disseminar o conhecimento”.

Os cursos de habilitação e pós graduação no uso de

laser são muito conceituados e procurados. Eles se diferenciam, não só pela linha de pesquisa e ensino, mas tam-bém pela tec-nologia empre-gada. Os alunos a c o m p a n h a m cirurgias ao vivo, através do sistema de transmissão simultânea, do consultório à sala de aula.

A demanda é tanta que o LELO abriu um curso a mais, que já tem 50 pessoas na lista de espera. Além disso, atende pacientes encaminhados pela Superin-tendência de Assistência Social da USP (SAS), pacien-tes da disciplina de Estomatologia Clínica e do ICESP (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo), este úl-timo sendo uma parceria realizada com a Faculdade de Medicina da USP.

O docente define o LELO como “Ensino, Pesquisa e Clínica de Laser em odontologia, além de enaltecer a necessidade de comprometimento e conhecimento”. Ele cita o caso de sucesso de um grupo de oito alunas da FOUSP que estagiaram na RWTH Aachen University, na Alemanha.

As docentes Ana Cecília Aranha e a Alyne Simões participaram do estágio em Aachen e hoje trabalham no Departamento de Dentística e no Departamento de Biomateriais e Biologia Oral, respectivamente. Já Marcella Esteves de Oliveria e Juliana Marotti, foram contratadas pela RWTH Aachen University. Além de-las duas, Karen Müller Ramalho e Marina Stella Bello Silva conseguiram duplos diplomas reconhecidos por Aachen e pela USP.

A equipe do LELO é formada por docentes de vários departamentos, estagiários e alunos de pós gradua-ção, tendo como Coordenador o Prof. Dr. Carlos de Paula Eduardo e vice coordenadoras as docentes Ana Cecília Ara-nha e Patrí-cia Moreira de Freitas.

Turma do curso de especialização em laser do LELO

Júlia Moura

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Novas descobertas científicas Em abril deste ano, os Professores Doutores Clau-

dio Mendes Pannuti, do Departamento de Estomato-logia, Alyne Simões Gonçalves, do Departamento de Biomateriais e Biologia Oral e Fabiana Martins, pesqui-sadora do Centro de Atendimento a Pacientes Espe-ciais (CAPE) apresentaram, na Academia Americana de Medicina Oral, em San Diego, o resultado de uma pesquisa em portadores da Síndrome de Down.

Arquivo Pessoal

Sistema de boca dividida

Totem comemorativo

Acervo FO

USP

O Diretor, Prof. Dr. Waldyr Antônio Jorge elucidou a importância de se resgatar a história

No dia 31 de agosto foi instalado, no saguão de entrada da FOUSP, o totem comemorativo aos 115 anos da Faculdade.

Com o objetivo de resgatar a história, ele contém o registro de todos os egressos de graduação e pós, docentes e servidores des-de 1902 até os dias atuais, além de relatos históricos e imagens que registram a trajetória da Casa de Montenegro.

Idealizado pela Comissão de 115 anos e patrocinado pela FFO-Fun-decto, o totem é mais uma das ações comemorativas do ano. Além disso, ele também serve como posto de informações sobre a Facul-dade de Odontologia.

O trabalho analisa o impacto de diferentes tra-tamentos periodontais nestes pacientes, que têm maior propensão a desenvolver doenças como tártaro e gengivite. Os pesquisadores testaram, em 13 pessoas, com o sistema de boca dividida, o impacto da terapia fotocorante, junto a raspa-gem, em comparação ao impacto da raspagem somente. O resultado foi uma diferença insignifi-cante entre o impacto dos dois tipos de tratamen-to, sendo o com laser levemente melhor.

Em conjunto com a Profa. Dra. Marina Helena Cury Gallottini, a pesquisadora Fabiana Martins publicou, em junho desse ano, outro trabalho na American Journal of Human Genetics, do qual é co-autora, sobre a descoberta do gene causador da Síndrome de Barber-Say, uma falha genética de herança autossômica que gera o mal desenvol-vimento da ectoderme. A pesquisa foi liderada por pesquisadores do National Institutes of Health (NIH) dos Estados Unidos e teve um impacto 10.

O grupo de Canto e Coral da FOUSP está aberto para novos membros.

Os ensaios acontecem todas as segundas feiras, sempre às 12h30, no anfiteatro

Myaki Issáo.

Coral da FOUSP!

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Banco e BioBanco de dentes criamO Conselho Regional de Odontologia de São Pau-

lo (CRO) enviou um ofício a todas as instituições de ensino solicitando dados sobre o uso de dentes hu-manos no aprendizado e na pesquisa, visto que não existem informações precisas sobre a existência de bancos e biobancos desses órgãos, estruturas de ex-trema importância e comprometimento ético.

Os bancos de dentes são necessários para garantir a segurança do aluno, já que, sem eles, a busca por esse material pode cair na ilegalidade. Muitos alunos podem recorrer a cemitérios para sua obtenção, por exemplo. Mas hoje, com a doação, armazenamen-to e surgimento de dentes artificiais, o aluno não é mais sujeito a tais situações. “Não precisamos mais expor os discentes a arrecadarem tais órgãos de for-mas ilegais que acarretem em perigo”, afirma o Prof. Dr. José Carlos Pettorossi Imparato, coordenador do Banco de Dentes humanos da FOUSP, fundado em 1992 e do BioBanco, inaugurado em 2014.

Apesar disso, ainda existe a busca ilegal por parte de outros alunos, afirma o professor. Para ele, se a instituição de ensino não se responsabilizar etica-mente por essa obtenção, os alunos irão utilizar-se de métodos irregulares. “É importante que os órgãos competentes [Ministério da Educação (MEC), Asso-ciação Brasileira de Ensino Odontológico (ABENO) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVI-SA)] fiscalizem essa aquisição para o uso acadêmico. Como uma faculdade pode ter nota 5 do MEC sem um biobanco ou banco de dentes?”.

Visando aumentar este controle, já foram dados os primeiros passos para a criação da Associação Brasi-leira de Bancos de Dentes.

“Antigamente, era comum um professor solicitar uma arcada humana completa. Hoje, os alunos utili-zam pouquíssimos dentes e contam com a tecnolo-gia para produção de dentes artificiais”.

Estes, são feitos de resina e imitam significativamente a estrutura do ori-ginal humano, tendo até mesmo a polpa. Já existem, inclusive, dentes artificiais de leite (decíduos), do qual a FOUSP tem a patente.

Os dentes artificiais mais simples (sem polpa) custam em média 10 reais e os mais realistas (com polpa) podem chegar a R$100.

O uso de dentes humanos também caiu por conta de sua crescente dificuldade de obtenção, já que a saúde bucal do brasileiro melhorou. “É um cenário totalmente diferente de 10 anos atrás. Hoje são feitas menos extrações, mudou a condição de saúde bucal no Brasil.” diz o Professor.

Com o material do banco é possível estudar a estru-tura da dentina, semento e esmalte. A polpa, por sua vez, perde suas características rapidamente caso não seja armazandada em Nitrogênio. Assim, os órgãos que tem seu DNA extraído em laboratório, podem ir para o BioBanco.

As disciplinas de Endodontia, Dentística, Prótese, Periodontia e Odontopediatria necessitam do uso dentes em suas aulas; podendo ser artificiais ou na-turais, com exceção da Endodontia, na qual o natural ainda é imprescindível para o estudo e prática de tra-tamento de canal.

Para que o aluno os utilize, o Coordenador da ma-téria solicitante deve enviar a lista com todos os dis-centes da disciplina no semestre e a quantidade de dentes que serão usados por cada um. No entanto, o estudante pode aproveitar os mesmos dentes para diferentes matérias, dependendo do procedimento a ser efetuado, evitando assim, o desperdício. Quando os alunos concluem seus estudos, o material biológi-co, na maioria das vezes, pode e deve ser devolvido ao banco, para que outros também possam fazer uso deste objeto de estudo.

Para a pesquisa, só podem ser utilizados dentes com condições de rastreamento, ou seja, do BioBan-co, forçando a sua criação nas faculdades. O Bioban-co doa o material ao pesquisador solicitante, apenas após um pedido com aprovação da Comissão de Ética em Pesquisa (CEP). Durante sua utilização, ele pode continuar armazenado nas geladeiras do biobanco.

Gráficos: Júlia Moura

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As doa-ções, por sua vez, devem ser bem iden-t i f i c a d a s , destacando como aque-le órgão foi extraído e

em qual solução está banhado para conservação. Ain-da não existem pesquisas que digam quanto tempo ele pode ficar armazenado para ser usado em estu-dos.

Para buscar materiais em boas condições, o funcio-nário do Biobanco, recolhe periodicamente dentes em três Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs) de Barueri, através da Secretaria Municipal de Saúde; além daqueles extraídos na Clínica Odontológica da Faculdade e na Fundação Faculdade de Odontologia (FFO FUNDECTO), após autorização por escrito do seu doador.

É importante difundir a noção de que o dente é um órgão como todos os outros do Corpo Humano. Para isso, o Professor, junto com a pedagoga Inês Quin-tanilha, escreveu o livro infantil “Casa de Mariana” com selo da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), que enaltece para a criança e sua fa-mília a a importância de se doar órgãos.

Duas alunas da graduação administram as doações, organizando, classificando e identificando-as. Além delas, existem outras duas estagiárias, com bolsas do Programa Aprender com Cultura e Extensão, que tra-

Gráficos: Júlia Moura

Acervo do Museu de Dentes

Júlia

Mou

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Dentes decíduos artificiais

Júlia Moura

balham na criação do primeiro Museu de Dentes Humanos do Brasil, selecionando os diferentes tipos destes órgãos, que passaram por diversos procedimentos. A exposição inaugural do Museu acontecerá em novembro desse ano, “ele é de interesse dos alunos e da população, de forma a conscientizá-los da importância da higiene bucal”, afirma o Prof. Dr. José Carlos Pettorossi Imparato.

Devemos estimular continuamente as doações dentro das instituições de ensino de modo que te-nhamos menos “coleções particulares”, ou seja, desestimulando os alunos a manterem esse mate-rial guardado, fazendo com que eles o devolvam ao banco.

É possível doar dentes, em qualquer estado, seja ele sadio, cariado, amarelado, restaurado, de leite ou adulto, através do correio (no endereço: Fa-culdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, Av. Prof. Lineu Prestes, 2.227, Cidade Uni-versitária, SP, CEP 05508-900) ou pessoalmente, de segunda à sexta-feira, das 8 às 17 horas. Mais informações no telefone (11) 3091-7905.

Inscreva-se no formiga de Ouro!

Como incentivo a publicação Dis-cente foi criado, no ano de 2005, o Prêmio “FOrmiga de Ouro”, patrocina-do pela Comissão de Pós-Graduação da FOUSP que visa agraciar os dez Discentes dos Cursos de Mestrado e de Doutorado (5 de cada Curso) que obtiverem maior pontuação pela so-matória de suas publicações no ano de 2014.

As Inscrições vão até o dia 16/10/2015.

Para maiores informações: http://www.fo.usp.br/pos/?page_id=462

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o primeiro museu do Brasil

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CEPEC em pleno funcionamento

O Centro de Pesquisa Clínica (CEPEC) já está funcio-nando. Sua estrutura conta com quatro consultórios odontológicos, sala de espera, central de esteriliza-ção, sala de reuniões, além de salas de guarda de pro-duto investigacional e arquivos, com equipamentos para armazenamento de amostras com controle de temperatura e umidade. Conta ainda com uma sala administrativa, para auditorar ou monitorar projetos.

O objetivo do CEPEC é abrigar pesquisas patroci-nadas por empresas privadas ou estatais. Para isso, conta com o controle da entrada do material de es-tudo no local, mantendo, assim, os dados sob sigilo, seguindo as normas federais e internacionais. No en-tanto, os trabalhos sem fomento também são bem vindos.

No momento estão sendo desenvolvidos cinco tra-balhos nas áreas de odontopediatria e periodontia.

Para submeter as pesquisas ao CEPEC é preciso en-viar um email para [email protected], contendo: área terapêutica, produto investigacional, modo de uso/atuação, fase do estudo, sujeitos envolvidos (número e critérios de inclusão/exclusão), tempo de duração do estudo, fluxograma/etapas/procedimentos a se-rem realizados, informações sobre possibilidade de intercorrências, estudo e as medidas previstas para lidar com elas, além da equipe envolvida no estudo.

Feito isso, a pesquisa será avaliada e, se julgada per-tinente, receberá a chancela do CEPEC. Dessa forma, o pesquisador poderá contar com toda a estrutura administrativa e clínica do Centro, além do suporte técnico-científico, auxílio e estímulo na divulgação de pesquisas, elucida a Profa. Dra. Mariana Minatel Bra-ga, coordenadora do CEPEC.

Sala de armazenamento de documentos e material de pesquisa, com acesso restrito

Júlia Moura

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Foi criada em 6 de março de 2015 a Comissão dos Direitos Humanos da FOUSP, pioneira dentre as outras unidades da USP. O Diretor, Prof. Dr. Waldyr Antônio Jorge, a instituiu com o objetivo de ser uma referência comum para a busca da superação de situações de iniquidade, exclusão, discriminação ou estigmatização de indivíduos e coletividades.

Além de apurar tais casos, a comis-são deve elaborar relatórios parciais ou finais dirigidos ao Diretor, para medidas cabíveis, como a abertura de processo de sindicância, quando necessário. Todos os membros da co-missão solidariamente participam do processo de apuração dos casos.

A Comissão tem também como missão acolher as vítimas, preservan-do sua identidade, bem como a do denunciado, podendo se tratar de alunos, funcionários e professores. Afora isso, ela deve gerar práticas educativas, através de palestras e divulgação de orientações de como proceder em casos de violação dos direitos, bem como os deveres da co-munidade.

O Prof. Dr. Rodney Garcia Rocha, Presidente, destaca a importância da comissão frente aos desrespeitos nos trotes: “temos observado nos úl-timos tempos atos de violência aos alunos ingressantes, podendo ocor-rer agressão física, moral e verbal, pressão psicológica, assédio moral e sexual, coação para ingestão de be-bidas alcoólicas e funcionalidade aos veteranos.”.

Para denunciar qualquer tipo de violação aos Direitos Humanos, foi disponibilizado o email [email protected], em que qualquer indivíduo pode utilizar em caráter de extrema confidencialidade.

Comissão de direitos humanos da FOUSP

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Labi-3D, auxiliando o tratamento clínico

O Laboratório de Imagem em Terceira Dimensão (Labi-3D), pioneiro no Brasil no ensino e pesquisa em tomografia computadorizada na Odontologia, é um exemplo de como a tecnologia contribui para a saú-de e ciência. Em seus quatorze anos de existência, já foram elaborados mais de 15000 laudos em Tomo-grafia Computadorizada por Feixe Cônico, informa o Professor Doutor Marcelo de Gusmão Paraíso Caval-canti, coordenador do Laboratório.

Isso é possível através da análise volumétrica das imagens computadorizadas e pós-processadas por diversos programas no Labi-3D, ente eles, o Osirix. Primeiro os pacientes realizam a tomografia no to-mógrafo do Centro de Atendimento a Pacientes Es-peciais (CAPE), em seguida as imagens são enviadas ao Labi-3D, onde são processadas pelos programas, avaliadas pela equipe, considerando qual o melhor protocolo a ser aplicado para o tratamento clínico e reenviadas à clínica com o laudo.

O Laboratório é aberto a qualquer aluno, profes-sor ou pesquisador, sempre com a colaboração do Professor Marcelo. Os alunos de graduação e pós graduação o utilizam, geralmente, em projetos de pesquisa, de forma a aprender a tomografia compu-tadorizada, envolvendo o complexo dentomaxilofa-cial, sendo esse o objetivo do Labi-3D.

Além disso, também são oferecidas bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnoló-gico (CNPq), da Coor-denação de Aperfei-çoamento de Pessoal de Nível Superior (Ca-pes) e da Fundação de Amparo à Pesqui-sa do Estado de São Paulo (FAPESP) para

os alunos que de-senvolvem pro-jetos no Labi-3D. Atualmente são duas pós gradu-andas, Fernanda Salineiro e Solan-ge Velasco, res-ponsáveis pelos projetos: Tomo-grafia Computa-dorizada para o estudo de doen-ças periimplanta-res, Tomografia Computadorizada para pesquisa de fraturas radiculares, Tomografia Computadori-zada para a avaliação de fraturas dentoalveolares e Tomografia Computadorizada para avaliação de lesões endoperiodonticas.

Em sua história, o laboratório conta com diversas premiações de projetos, incluindo 5 prêmios Flá-vio Fava de Moraes, 3 prêmios Formiga de Ouro, 20 prêmios da Reunião de Pesquisa da FOUSP e 4 prêmios da Sociedade Brasileira de Pesquisa Odon-tológica (SBPqO). São 65 trabalhos completos pu-blicados no exterior, 55 trabalhos completos pu-blicados no Brasil, 26 teses finalizadas, 32 projetos finalizados, 5 projetos em andamento, 33 bolsas de auxílio em pesquisa (FAPESP e CNPq) e mais de 1350 citações em periódicos indexados (segundo o SCOPUS).

Na pós-graduação, a Disciplina de Tomografia Computadorizada está disponível para os alunos de mestrado e doutorado e é coordenada pelo Professor Marcelo Cavalcanti. No curso gradua-ção, semestralmente, são ministradas aulas teóri-cas e seminários na Disciplina de Radiologia com intepretação e discussão de casos que envolvem a tomografia computadorizada.

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Imagens geradas pelo tomógrafo

Acervo Labi 3D

Imagens geradas pelo tomógrafo

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FOUSP recebe Reitor da Universidade de Okayama

No último dia 10 de agosto, a FOUSP recebeu o reitor da Okayama University International, Prof. Dr. Kiyoshi Morita, para o estabelecimento da Alumni As-sociation – São Paulo Branch, inaugurando o primeiro escritório da Universidade japonesa no Brasil. Ele es-tava acompanhado dos Professores Doutores Zhang Hong, da Faculdade de Direito da Okayama University e Junichi Asaumi, professor titular da disciplina de ra-diologia da Faculdade de Odontologia da Okayama.

A visita oficializou a parceria que começou na déca-da de noventa com a Universidade de São Paulo, que inclui intercâmbios de graduação e pós graduação, programas de duplo diploma, pesquisas conjuntas e estágios.

A FOUSP entrou para essa troca de conhecimentos, em 1992, com a Profa. Dra. Emiko Saito Arita, que visitou diversas vezes a universidade japo-nesa, participando de atividades do Departa-mento de Radiologia Oral e Maxilofacial no campo da Biologia dos Tumores, que incluíam análise de imagens em pesquisas e na rotina do aten-dimento de pacientes, familiarizando-se com a dinâ-mica e as características existentes em um grande centro de pesquisa e ensino da imaginologia.

Essa relação entre as entida-des resultou na vinda de Profes-sores Doutores Junichi Asaumi (Professor Titular do Departamen-to de Radiologia Maxilofacial de Okayama) e Yshi-nobu Yanagi (Co-ordenador e Res-ponsável do setor

hospitalar em Imaginologia de Okayama), à FOUSP para realização de atividades que in-cluíram Palestras, Conferências, Reu-niões Clínicas e dis-

cussões de projetos de pesquisa em co-mum.

O Prof. Dr. Junichi Asaumi foi, inclusi-ve, convidado pelo Programa de Pós-

Graduação em Diagnóstico Bucal da FOUSP para le-cionar em algumas aulas no crédito de Métodos de Diagnóstico por Imagem em Ressonância Magnética, além de orientar uma pesquisa em ressonância mag-nética e participar de Reuniões Clínicas e discussões de projetos no Crédito de Ressonância.

No dia 11 de agosto, a comitiva japonesa foi à Ribei-rão Preto, onde também estabeleceu uma sede. E, no dia 13, o Magnífico Reitor Prof. Dr. Marco Antônio Zago, também os recebeu, em conjunto com o Prof. Dr. Waldyr Antônio Jorge, com a Profa. Dra. Emiko Saito Arita e com o diretor adjunto na Área de Rela-ções Acadêmicas Internacionais da Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional (AU-CANI), Prof. Dr. Maurício da Silva Baptista, na Reitoria da Universidade de São Paulo, para a assinatura do convênio entre as duas instituições.

O Prof. Dr. Waldyr presenteou o reitor Prof. Dr. Kiyoshi Morita com o livro “Odontologia Hospitalar”

Ernani Coim

bra

Cerimônia na Reitoria da USP

A cerimônia foi realizada na sala da Congregação e contou com a presença de docentes, servidores e alunos

Júlia Moura

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Intercâmbio científico franco- brasileiro na área de Biomateriais

A FOUSP está participando do Programa USP - COFECUB com a Université Paris-Descartes (Paris 5) através de uma parceria da Pró Reitoria de Pesquisa com o Comité Français d´Evaluation de la Coopération Universitaire avec le Brésil (COFECUB), pertencente aos Ministérios das Relações Exteriores e de Edu-cação da França, que proporciona o intercâmbio de pesquisadores para trabalhos conjuntos feitos nos dois países. O projeto, que teve início em 2011 e será finalizado em dezembro de 2015, se refere à área de biomateriais restauradores cerâmicos e teve seus experimentos realizados no Brasil e na França. Os responsáveis são dois doutorandos do Programa de Biomateriais e Biologia Oral, Karen Akemi Fukushi-ma e Erick de Lima ambos orientados pelo Prof. Dr. Paulo Francisco Cesar.

Na FOUSP, através de um Projeto PIPE-FAPESP, vi-gente de 2008 a 2011, os alunos da pós graduação desenvolveram uma nova cerâmica dentária para produção de próteses fixas, que não é produzida no país. Ela é composta de 85% de alumina e 15% de zircônia, sendo denominada de alumina reforçada por zircônia (zircônia-toughened alumina, ou, ZTA). Esse material é indicado para a construção de infra--estruturas totalmente cerâmicas e tem o potencial substituir a zircônia Y-TZP (Yttria Tetragonal Zirco-nia Polycrystal). Próteses em ZTA teriam um menor risco de lascamento da porcelana de cobertura em relação à Y-TZP, por ter materiais mais resistentes. O Projeto COFECUB teve como principal objetivo testar essa hipótese, comparando os dois materiais.

Nos laboratórios da unidade foram produzidos, tanto os espécimes de Y-TZP, como de ZTA. Com a sua confecção, era necessário descobrir as proprie-dades de modo a compará-lo a outros materiais de próteses. Dessa forma, nos laboratórios de Paris, foi feita a medição do nível de tensão residual na por-celana de recobrimento aplicado sobre os dois ma-teriais de infra-estrutura, através da técnica de Hole Drilling, que perfura a camada de porcelana da pró-tese para verificar os níveis de tensões residuais de tração presentes, sendo que, quanto maiores esses níveis, maiores as chances de lascamento da camada de recobrimento. Essa tecnologia de medição foi de-

senvolvida pelo grupo Francês para aplicação em cerâmicas dentárias e ainda não existe no Brasil, sendo essencial a parceria.

Aluna de doutorado à época, a Dra. Karen Akemi Fukushima, foi na 1ª missão a Paris de outubro a de-zembro de 2012, com financiamento da Pró-Reito-ria de Pesquisa. Neste período, acompanhada pelo Prof. Dr. Paulo Francisco Cesar, ela fez as medições e publicou o primeiro artigo com as descobertas na revista Dental Materials em 2014. O principal resultado do estudo foi a comprovação de que o material alternativo ZTA resulta em menor nível de tensão residual de tração do que o material Y-TZP e, portanto, a expectativa é a de que a camada de porcelana tenha menos chance de se fraturar no primeiro material.

A Dra. Karen foi a sua segunda missão entre maio e julho de 2013, na qual mediu a tensão residual em outros sistemas cerâmicos comerciais, como o Emax, Ivoclar e vitro-cerâmica à base de dissilicato de lítio. Os resultados dessa segunda missão ainda não foram publicados.

O aluno de doutorado, Erick de Lima, foi a Paris no terceiro ano do projeto para a penúltima mis-são, de outubro a dezembro de 2014. Lá, ele exe-cutou a segunda parte da pesquisa, analisando peças de zircônia monolíticas parafusadas sobre implantes. Seu objetivo foi determinar, por meio de espectroscopia Raman, a quantidade de fases monoclínicas na superfície da Y-TZP, detectando assim o grau de degradação dessas peças após uti-lização clínica. Em novembro de 2015, o Prof. Dr. Paulo Francisco Cesar realizará sua quarta e última missão, de modo a analisar os resultados no expe-rimento e finalizar as publicações.

Além de gerarem aprendizado tecnológico em relação aos materiais e técnicas utilizados na pes-quisa, os estudos deixaram algumas possibilidades de novas pesquisas em aberto na área de Bioma-teriais cerâmicos. Dessa forma, a parceria com a Université Paris-Descartes (Paris 5) continuará a se desenvolver nos próximos anos.

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Alunos de graduação participam de ação contra o câncer bucal

Os alunos da Liga Interdisciplinar das Neoplasias Bucais (LINB) participaram, no primeiro semestre deste ano, da ”Campanha de Promoção de Saúde Bucal do Idoso - Cam-panha de Prevenção e Diagnóstico Precoce do Câncer de Boca”, através de uma parceria com a área técnica de Saú-de Bucal da Secretaria de Saúde da Prefeitura Municipal de São Paulo.

Acompanhados pelas Professoras Doutoras Camila de Barros Gallo e Carina Domaneschi, as alunas Cíntia Fer-nandes Sericaku, Amy Chwen Jing Chung, Naína Ildefonso Garcia e Vilmara Rocha Mendes da Silva participaram da triagem dos pacientes e distribuíram material educativo para orientação e divulgação do trabalho da LINB. Foram examinados 43 idosos e o agendamento de 12 retriagens de pacientes com lesões bucais previamente detectadas. Assim, um dos objetivos desta parceria é capacitar o alu-no na detecção destas doenças e apresentar o serviço na área de Estomatologia na rede pública de saúde, que pode constituir futuramente o mercado de trabalho para estes estudantes.

A campanha, realizada anualmente e, em paralelo à cam-panha de vacinação contra a gripe dos idosos nas UBS, ga-rante ações educativas, inspeção e classificação das condi-ções de saúde bucal, segundo o critério de risco para lesões de tecidos moles (triagem). Caso alguma alteração seja detectada, os pacientes são agendados para uma segunda consulta (retriagem) para a avaliação de medidas terapêuti-cas tomadas no momento da triagem ou para o encaminha-mento ao Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), onde o estomatologista adotará medidas necessárias para diagnóstico (biópsia, por exemplo) e tratamento dos ca-

sos, quando possível.

Pacientes de-tectados com diagnóstico de câncer bucal são en-caminhados para trata-mento oncológico e cuidados em relação à saúde.

Tal atendimento é fundamental na formação dos gra-duandos. “O processo do diagnóstico da lesão inicial e a tramitação até que o paciente realize o tratamento oncológico na rede pública de saúde é pouco conhecida pelos estudantes de Odontologia.”, ressalta a Professora Doutora Camilla de Barros Gallo, responsável pela LINB e coordenadora da parceria, em conjunto com a Profa. Dra. Carina Domaneschi.

Além disso, os alunos de graduação prestam assistên-cia ao paciente que já apresenta o diagnóstico de câncer bucal e necessita de cuidados específicos no atendimen-to ambulatorial.

Esse é um dos objetivos da LINB, que conta com o apoio da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitá-ria, através do programa “Integração Ensino e Serviço de Saúde no Âmbito da Atenção Primária Especializada em Estomatologia e do Programa de Promoção de Saúde Bu-cal em Idosos”.

Profissionais do SUS receberam os alunos e professores da LINB

A iniciativa teve uma boa adesão dos alunos

Imagens: : Acervo LINB

Os alunos puderam realizar exames clínicos

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Reitor: Prof. Dr. Marco Antonio Zago. Vice Reitor: Prof. Dr. Vahan Agopyan.

FACULDADE DE ODONTOLOGIA - Diretor: Prof. Dr. Waldyr Antônio Jorge. Vice Diretor: Prof. Dr. Giorgio de Micheli.

Assessoria de Comunicação: Anna Leticia Fogaça Gomes Acquaviva. Texto e diagramação: Júlia Moura (estagiária). Tiragem: Mil exemplares.

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