Uma revista trimestral que aproxima os trabalhadores da ...

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O leite materno continua a ser uma fonte importante de nutrientes até a criança estar com, pelo menos, dois anos. Entretanto, após os seis meses de idade, todos os bebês precisam de quantidades cada vez maiores de alimentos adicionais antes de finalmente passarem para apenas os alimentos consumidos pela família. Estes alimentos adicionais são chamados alimentos comple- mentares. À medida que o bebê cresce e se torna mais ativo, os alimentos complem- entares preenchem a lacuna deixada entre as necessidades nutricionais totais da criança e as quantidades oferecidas pelo leite materno. Sem as quantidades adequa- das e uma boa mistura destes alimentos adicionais, o bebê não cresce devidamente e seu sistema imunológico torna-se menos • Cartas Estudo bíblico Práticas de desmama no Nepal Como alimentar crianças pequenas Hortas para uma nutrição melhor HIV (VIH) e a amamentação Incentivando as crianças pequenas a comer • Recursos Como fazer perguntas LEIA NESTA EDIÇÃO eficaz. As infecções comuns, como a diarréia, duram mais tempo e são mais graves nas crianças malnutridas. Uma vez que a criança fica doente, a falta de apetite pode resultar num ciclo de má-nutrição cada vez pior e em infecções repetidas, que freqüentemente acabam em morte (veja o diagrama da página 3). Quase dois terços de todas as mortes de crianças entre 0–4 anos estão associadas à má-nutrição em países do hemisfério sul – assim, os bons hábitos alimentares são de importância vital para a sobrevivência da criança. Alimentos complementares Os alimentos complementares devem ser: ricos em calorias e nutrientes limpos e seguros fáceis de preparar disponíveis no local e dentro das condições financeiras das pessoas fáceis e gostosos de comer para a criança sem muita pimenta ou sal. Os alimentos complementares podem ser especialmente A alimentação de crianças pequenas Ann Ashworth Os bons alimentos são importantes para a boa saúde. As crianças que são bem alimentadas durante os primeiros dois anos de vida têm mais chances de permanecer saudáveis pelo resto da infância. Durante os primeiros seis meses da vida de uma criança, o leite materno sozinho é o alimento ideal. Ele contém todos os nutrientes necessários para um crescimento saudável, assim como fatores imunológicos para a proteção contra as infecções comuns da infância. Tamanhos das colheres Os tamanhos das colheres podem ser diferentes. Nesta edição: 1 colher de chá é equivalente a 5ml ou 8g, mais ou menos o tamanho de uma tampinha de garrafa de refrigerante. 1 colher de sopa é equivalente a 15ml ou 25g, mais ou menos o tamanho de meio tubinho vazio de filme fotográfico (um tubinho de filme fotográfico é mais ou menos o mesmo que 2 colheres de sopa). preparados ou podem ser feitos com uma mistura dos alimentos consumidos pela família, modificados para se tornarem fáceis de comer e com alto teor de nutrientes. Eles devem ser dados em pequenas quantidades, três vezes por dia no início, aumentando para cinco vezes por A quarterly newsletter linking development workers around th world Uma revista trimestral que aproxima os trabalhadores da área de desenvolvimento de várias partes do mundo No.52 NOVEMBRO 2002 NUTRIÇÃO Passo a Passo NOTA AOS LEITORES A Passo a Passo é lida na África, Europa e América do Sul. A língua portuguesa muda de um continente para o outro. Alguns artigos podem estar escritos em um estilo diferente do português que você fala. Espera- mos que isto não venha a mudar a sua apreciação pela Passo a Passo. NB Escrevemos “AIDS/SIDA”, porque alguns de nossos leitores co- nhecem a doença como “AIDS”, enquanto outros a chamam de “SIDA”. Crianças bem alimentadas durante os dois primeiros anos de vida têm mais chances de uma infância saudável. Foto: Isabel Carter

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O leite materno continua a ser uma fonteimportante de nutrientes até a criança estarcom, pelo menos, dois anos. Entretanto,após os seis meses de idade, todos os bebêsprecisam de quantidades cada vez maioresde alimentos adicionais antes de finalmentepassarem para apenas os alimentosconsumidos pela família. Estes alimentosadicionais são chamados alimentos comple-mentares. À medida que o bebê cresce e setorna mais ativo, os alimentos complem-entares preenchem a lacuna deixada entreas necessidades nutricionais totais dacriança e as quantidades oferecidas peloleite materno. Sem as quantidades adequa-das e uma boa mistura destes alimentosadicionais, o bebê não cresce devidamentee seu sistema imunológico torna-se menos

• Cartas

• Estudo bíblico

• Práticas de desmama no Nepal

• Como alimentar crianças pequenas

• Hortas para uma nutrição melhor

• HIV (VIH) e a amamentação

• Incentivando as crianças pequenas a comer

• Recursos

• Como fazer perguntas

LEIA NESTA EDIÇÃO

eficaz. As infecções comuns, como adiarréia, duram mais tempo e são maisgraves nas crianças malnutridas. Uma vezque a criança fica doente, a falta de apetitepode resultar num ciclo de má-nutriçãocada vez pior e em infecções repetidas, quefreqüentemente acabam em morte (veja odiagrama da página 3). Quase dois terçosde todas as mortes de crianças entre 0–4anos estão associadas à má-nutrição empaíses do hemisfério sul – assim, osbons hábitos alimentares são deimportância vital para a sobrevivênciada criança.

Alimentos complementaresOs alimentos complementares devem ser:

■ ricos em calorias e nutrientes

■ limpos e seguros

■ fáceis de preparar

■ disponíveis no local e dentro dascondições financeiras das pessoas

■ fáceis e gostosos de comerpara a criança

■ sem muita pimenta ou sal.

Os alimentos complementarespodem ser especialmente

A alimentação decrianças pequenas

Ann Ashworth

Os bons alimentos são importantes para a boa saúde. As crianças que são bemalimentadas durante os primeiros dois anos de vida têm mais chances depermanecer saudáveis pelo resto da infância. Durante os primeiros seis mesesda vida de uma criança, o leite materno sozinho é o alimento ideal. Ele contémtodos os nutrientes necessários para um crescimento saudável, assim comofatores imunológicos para a proteção contra as infecções comuns da infância.

Tamanhos das colheresOs tamanhos das colheres podem serdiferentes. Nesta edição:

1 colher de chá é equivalente a 5ml ou 8g,mais ou menos o tamanho de umatampinha de garrafa de refrigerante.

1 colher de sopa é equivalente a 15ml ou25g, mais ou menos o tamanho de meiotubinho vazio de filme fotográfico (umtubinho de filme fotográfico é mais oumenos o mesmo que 2 colheres de sopa).

preparados ou podem ser feitos com umamistura dos alimentos consumidos pelafamília, modificados para se tornaremfáceis de comer e com alto teor denutrientes. Eles devem ser dados empequenas quantidades, três vezes por diano início, aumentando para cinco vezes por

A quarterly newsletter linkingdevelopmentworkers around thworld

Uma revista trimestral que aproxima os trabalhadores da área de desenvolvimento de várias partes do mundo

No.52 NOVEMBRO 2002 NUTRIÇÃO

Passo a Passo

NOTA AOS LEITORESA Passo a Passo é lida na África, Europa e América do Sul. A línguaportuguesa muda de um continente para o outro. Alguns artigos podemestar escritos em um estilo diferente do português que você fala. Espera-mos que isto não venha a mudar a sua apreciação pela Passo a Passo.

NB Escrevemos “AIDS/SIDA”, porque alguns de nossos leitores co-nhecem a doença como “AIDS”, enquanto outros a chamam de “SIDA”.

Crianças bem alimentadasdurante os dois primeiros

anos de vida têm mais chances de uma

infância saudável.

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Ferro e zinco

Entre os alimentos com alto teor de ferro ezinco, estão o sangue, as carnes vermelhas,o fígado, os rins e outros órgãos. A gema doovo, as folhas verdes escuras e os grãosde leguminosas também possuem um altoteor de ferro, mas este ferro não é tão fácilde ser absorvido pelo organismo. Entretanto,comer frutas ricas em vitamina C (porexemplo, laranja e mamão) na mesmarefeição aumenta a absorção do ferro.

A vitamina A pode ser armazenada no organismo da criança por alguns meses. Portanto, incentive as famílias a daràs crianças alimentos com alto teor de vitamina A tanto quanto possível, se estes estiverem disponíveis.

dia até chegar aos 12 meses. Comece comalgumas colheres de chá e gradualmenteaumente a quantidade e a variedade. Éimportante incentivar ativamente a criançaa comer. As crianças que são deixadassozinhas podem não comer o suficiente.

Ao preparar estes alimentos, assegure-se deque os utensílios estejam limpos. Dê osalimentos complementares com uma colhere não use uma mamadeira. Os alimentosdevem ser usados dentro de duas horasdepois de preparados, se não foremguardados no refrigerador (frigorífico).

Faça uma tabela do peso da criança.Monitorar o crescimento é uma maneiraútil de saber se a criança está comendo osuficiente e se está saudável.

Os alimentos complementares precisam tercalorias, proteínas, sais minerais evitaminas suficientes para satisfazer asnecessidades nutricionais da criança emcrescimento. As necessidades nutricionaismais difíceis de satisfazer são geralmenteas de calorias, ferro, zinco e vitamina A.

Utilização de alimentos básicosTodas as comunidades possuem umalimento básico, que é o principal alimentoque consomem. Este pode ser um cereal

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SAÚDE INFANTIL

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(como o arroz, o trigo, o milho e o painço)ou uma raiz (como a mandioca, o inhame ea batata), ou frutas que contêm amido(como a banana-da-terra ou o fruto-pão).Nas regiões rurais, as famílias, muitasvezes, passam grande parte de seu tempocultivando, colhendo, armazenando eprocessando o alimento básico. Nas regiõesurbanas, o alimento básico é freqüente-mente comprado, e a escolha depende dopreço. Para serem usados como alimentoscomplementares, os alimentos básicoscozidos geralmente podem ser amassados(por exemplo, o arroz, o talharim, amandioca e a batata) ou amaciados comum pouquinho de líquido (por exemplo, opão e o chapati – um tipo de pão indiano).

O mingau feito com o alimento básico é,muitas vezes, usado como um alimentocomplementar inicial. Entretanto, elegeralmente é aguado e contém poucascalorias e poucos nutrientes. A sopatambém é muito usada e é aguada,apresentando os mesmos problemas.

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Monitorar o crescimento é uma maneira útil de saber sea criança está comendo o suficiente e se está saudável.

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1992

Passo a PassoISSN 1353 9868

A Passo a Passo é uma publicação trimestral queprocura aproximar pessoas em todo o mundoenvolvidas na área de saúde e desenvolvimento. ATearfund, responsável pela publicação da Passo aPasso, espera que esta revista estimule novasidéias e traga entusiasmo a estas pessoas. A revistaé uma maneira de encorajar os cristãos de todas asnações em seu trabalho conjunto na busca damelhoria de nossas comunidades.

A Passo a Passo é gratuita para aqueles quepromovem saúde e desenvolvimento. É publicadaem inglês, francês, português e espanhol.Donativos são bem-vindos.

Os leitores são convidados a contribuir com suasopiniões, artigos, cartas e fotografias.

Editora: Isabel CarterPO Box 200, Bridgnorth, Shropshire, WV16 4WQ, Inglaterra

Tel: +44 1746 768750 Fax: +44 1746 764594E-mail: [email protected]

Subeditora: Rachel Blackman

Editora – Línguas estrangeiras: Sheila Melot

Administradoras: Judy Mondon, Sarah Carter

Comitê Editorial: Ann Ashworth, Simon Batchelor,Mike Carter, Paul Dean, Richard Franceys, MartinJennings, Ted Lankester, Simon Larkin, SandraMichie, Veena O’Sullivan, Nigel Poole, AlanRobinson, Rose Robinson, José Smith, Sudarshan Sathianathan, Ian Wallace

Ilustração: Rod Mill

Design: Wingfinger Graphics

Tradução: E Bourlon, S Boyd, L Bustamante, Dr J Cruz, S Dale-Pimentil, N Gemmell, R Head, M Machado, O Martin, N Mauriange, J Perry, L Weiss

Relação de endereços: Escreva, dando uma breveinformação sobre o trabalho que você faz einformando o idioma preferido para: FootstepsMailing List, 47 Windsor Road, Bristol, BS6 5BW,Inglaterra. Tel: +44 1746 768750

Mudança de endereço: Ao informar uma mudançade endereço, favor fornecer o número de referênciamencionado na etiqueta.

Artigos e ilustrações da Passo a Passo podem seradaptados para uso como material de treinamentoque venha a promover saúde e desenvolvimento,desde que os materiais sejam distribuídosgratuitamente e que os que usarem estes materiaisadaptados saibam que eles são provenientes daPasso a Passo, Tearfund. Deve-se obter permissãopara reproduzir materiais da Passo a Passo.

As opiniões e os pontos de vista expressados nascartas e artigos não refletem necessariamente oponto de vista da Editora ou da Tearfund. Asinformações técnicas fornecidas na Passo a Passosão verificadas minuciosamente, mas não podemosaceitar responsabilidade no caso de ocorreremproblemas.

A Tearfund é uma organização cristã evangélica quese dedica ao trabalho de desenvolvimento eassistência através de grupos associados, a fim delevar ajuda e esperança às comunidades emdificuldades no mundo. Tearfund, 100 ChurchRoad, Teddington, Middlesex, TW11 8QE,Inglaterra. Tel: +44 20 8977 9144

Publicado pela Tearfund, uma companhia limitada,registrada na Inglaterra sob o No.994339.Organização sem fins lucrativos sob o No.265464.

O ciclo da má-nutrição/infecção. A boa alimentaçãointerrompe este ciclo e salva vidas.

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SAÚDE INFANTIL

■ Cozinhe com menos água e faça um mingau mais grosso.

■ Substitua parte (ou toda) a água por leite.

■ Adicione calorias e nutrientes extras. Por exemplo, adicioneleite em pó, açúcar, margarina ou ghee ao mingau. Adicionepasta de amendoim ou de gergelim às sopas.

■ Torre grãos de cereais antes de moê-los para fazer farinha. Afarinha torrada não engrossa muito e usa menos água parafazer o mingau.

■ Pegue algumas das partes sólidas da sopa, como feijões,carnes e verduras, e amasse, fazendo um purê com o alimentobásico. Amacie com um pouco de margarina ou óleo paraacrescentar mais calorias. A melhor parte da sopa são os seusalimentos sólidos.

Para melhorar os mingaus e as sopas

Os mingaus são, muitasvezes, aguados e têm poucas

calorias e nutrientes.

Os alimentos básicos fornecem calorias. Oscereais também contêm proteína, mas amaioria dos outros alimentos básicospossuem muito pouco desta. Entretanto, osalimentos básicos são fontes pobres emferro, zinco, cálcio e algumas vitaminas,todos necessários para atender asnecessidades nutricionais da criança emcrescimento.

Alimentos complementaresúteisOutros alimentos devem ser consumidoscom o alimento básico, a fim de satisfazeras necessidades nutricionais e de calorias.Os tipos de alimentos que melhorsatisfazem estas necessidades são:

■ grãos de leguminosas (como a ervilha, ofeijão e o amendoim) e sementesoleaginosas (como o gergelim). Estes sãoboas fontes de proteínas. Alguns, comoo amendoim, o macoba, o feijão-soja e assementes oleaginosas, são ricos emgordura e, portanto, também contêmalto teor de calorias.

■ alimentos provenientes de animais epeixes Estes são fontes ricas em muitosnutrientes, mas são freqüentementecaros. Além disso, algumas pessoas nãocomem carne por causa de suas crençasreligiosas ou pessoais. A carne e osórgãos (como o fígado, o coração e osrins), assim como o leite, o iogurte, oqueijo e os ovos são boas fontes deproteínas. Os alimentos feitos com leite equalquer alimento que contenha ossosque sejam consumidos (por exemplo,peixes pequenos, enlatados ou secostriturados) são boas fontes de cálcio,necessário para criar ossos fortes.

■ folhas verdes escuras e frutas e verdurasde cor laranja são todas fontes ricas emvitaminas A e C.

■ óleos, gorduras (tais como a margarina, amanteiga e o ghee – manteiga clarificadadas Índias Orientais) e os açúcares sãofontes concentradas de calorias.Acrescentar uma colher de chá de óleoou gordura à refeição oferece caloriasadicionais. O azeite de dendê (óleo depalma) vermelho também é muito ricoem vitamina A.

Misturar os alimentos complementares é amelhor maneira de assegurar que criançasconsumam calorias, proteínas e micro-nutrientes suficientes para um crescimentoe um desenvolvimento sadios. Uma boamistura para um dia é:

■ um alimento básico + sementes de umaleguminosa + um alimento animal + folhasverdes ou uma verdura ou fruta de cor laranja.

As famílias podem usar todos estesalimentos para fazer uma refeição, oupodem usar, por exemplo:

■ um alimento básico + sementes de umaleguminosa + folhas verdes numa refeição

■ um alimento básico + um alimento animal +fruta noutra refeição.

Acrescente uma pequena quantidade degordura ou óleo, para oferecer caloriasadicionais, se nenhum dos outros alimentosda refeição for rico em calorias.

AnemiaAs crianças precisam de ferro, para produzirsangue novo, especialmente durante seuprimeiro ano, quando o crescimento é maisacelerado. O leite materno contém muitopouco ferro, mas os bebês que concluíram operíodo de gestação completo nascem comferro suficiente para suas necessidades nosprimeiros seis meses. Depois disto, se suanecessidade de ferro não for atendida, acriança fica anêmica. Os bebês prematuros eos que nascem com pouco peso têm maiorrisco de ter anemia, porque nascem com umsuprimento menor de ferro no organismo.Dê-lhes gotas de ferro a partir dos doismeses, se disponível.

Alimentos enriquecidosOs alimentos enriquecidos possuem ingre-dientes nutricionais especiais acrescentadospelos fabricantes. Por exemplo, os alimentosfeitos de flocos de cereais podem serenriquecidos com ferro. O sal também pode

ser enriquecido com iodo. Os fabricantesgeralmente acrescentam vitaminas A e D àmargarina.

A Professora Titular Ann Ashworth é nutricio-nista na London School of Hygiene and TropicalMedicine, com muitos anos de experiência emalimentação de crianças pequenas.

Seu e-mail é [email protected]

Public Health Nutrition UnitLondon School of Hygiene and Tropical Medicine49–51 Bedford Square, LondonReino UnidoWC1B 3DP

■ Discuta a idade com que a maioria dascrianças começam com os alimentoscomplementares em sua região. Isto é cedoou tarde demais? Se for, discuta por quê.

■ Os alimentos provenientes de animais sãoconsumidos em sua região? Quais são eles?

■ Quais deles são normalmente dados àscrianças pequenas?

■ Você sabe de alguma maneira de fazer comque haja alimentos animais disponíveisem casa para a alimentação, como, porexemplo, construindo-se um tanque depeixes ou criando-se coelhos, porquinhos-da-índia ou aves?

■ As folhas verdes escuras e as verduras efrutas de cor laranja são fontes ricas emvitaminas A e C. Faça uma lista das queexistem em sua região. O que algumasfamílias podem fazer, se estes alimentosnão estão disponíveis em certos meses?Você pode ajudar as famílias a suprir estafalta?

Questões para discussão

infecção

pouca resistência às doenças

má-nutrição

morte

PASSO A PASSO

47 WINDSOR ROAD

BRISTOLBS6 5BWINGLATERRA

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CARTAS

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As Abordagens Comunitárias da Deficiên-cia procuram diminuir a exclusão daspessoas com deficiências e as atitudesnegativas em relação a elas e interrompero ciclo negativo que liga a pobreza àdeficiência. As Abordagens Comunitáriasda Deficiência estão sendo experimentadasna Ásia pela Handicap International e pelaChristoffel Blinden Mission, em parceriacom organizações locais.

Jane Schofield GurungCommunity Based Rehabilitation Service (CBRS)Naya Bazaar, PO Box 293PokharaNepal

E-mail: [email protected]

Para obter mais informações, entre em contatocom: [email protected]: www.handicap-international.org

Treinamento sobre plantas medicinaisFiquei muito interessado ao ler a ediçãoda Passo a Passo sobre plantas medicinais.Nosso grupo tem estado interessado emplantas medicinais por mais ou menos 25anos. Gradualmente fomos estabelecendoum centro de treinamento e criando umjardim botânico. O jardim possui 182variedades locais de plantas medicinais.

Abordagens comunitáriasda deficiênciaMuito obrigada por sua excelente ediçãoda Passo a Passo sobre pessoas com deficiên-cias. Os leitores podem ter interesse emsaber de uma nova abordagem que liga areabilitação com base na comunidade e otrabalho de desenvolvimento comunitárioem geral. Nós a chamamos de AbordagensComunitárias da Deficiência. Elas ajudamas organizações de desenvolvimento com-unitário existentes a adquirir consciência,conhecimento e habilidades, a fim deincluir pessoas com deficiências em seutrabalho existente.

Realizamos seminários de treinamento emplantas medicinais e dinâmicas de grupoem francês para grupos de 15 a 60participantes. Por favor, escreva pedindoinformações, se estiver interessado emparticipar destes seminários.

Hervé de LautureCADI (Centre d’Application auDéveloppement Intégré)BP6259, DakarSenegal

O Movimento DeborahUm grupo de mulheres teve a idéia dereunir todas as mulheres de igrejasevangélicas em Burquina Faso paraintercessão, evangelismo e para treiná-lasno uso de estudos bíblicos.

Elas lançaram o Movimento Deborah.Com o auxílio de vários grupos de igrejas,elas organizaram Dias de Oração, paraorar pelo país. Metade do dia é usado paraensinar, e a outra metade, para orar pelasvárias necessidades do país.

Foi realizado um segundo dia de oraçãopela AIDS (SIDA) em 2002, com umapreocupação especial pelos 200.000 órfãosdo país. Estes dias representaram umincentivo enorme, e agora estamosplaneando uma conferência internacionalem novembro.

Joanna IlboudoContact Editions, 04 BP 8463Ouagadougou 04Burquina Faso

Água para a saúdeAs pessoas freqüentemente não bebemágua suficiente. Isto faz com que tenhamproblemas de saúde, tais como problemasde estômago, tonturas e pele seca. Paraincentivar as pessoas a beber mais água,tentamos a seguinte demonstração.

■ Corte a parte de baixo de uma garrafade plástico de refrigerante com umgargalo estreito. Encha a garrafa até ametade com uma mistura de cascalho,areia e terra. Coloque oito copos cheiosde água em fila.

■ Explique às pessoas que beber água éimportante para que o organismo eli-mine os resíduos. Comece derramandoa água dos copos lentamente na garrafa.A água parece suja no início. Se não sebebe água suficiente, a sujeira que sobrano organismo causa problemas.

EDITORIAL

A nutrição é um tópico enorme, e, nesta edição, decidimos concentrar-nos num dos estágios maisimportantes da nutrição – os primeiros anos de vida, quando a criança aprende a compartilhar damesma dieta da família. Esta é uma época perigosa para muitas crianças pequenas. Dois terços dasmortes de crianças pequenas entre 0 e 4 anos de idade nos países do Terceiro Mundo estão associadasà má-nutrição. Os tipos de alimentos dados e a maneira como os bebês são incentivados a comersão extremamente importantes. Os bebês saudáveis e bem nutridos crescem e transformam-se emcrianças mais capazes de combater as doenças.

Um relatório recente da UNICEF, chamado We the Children, observou que, na Índia, por exemplo,quase metade de todas as crianças com menos de três anos de idade sofrem de má-nutrição.

Ann Ashworth é uma especialista mundial em nutrição e oferece muitas idéias boas e práticas. Aamamentação costumava ser a melhor maneira de se alimentar o bebê. Entretanto, sabendo-se que ovírus HIV (VIH) pode ser passado de mãe para filho através da amamentação, muitas pessoas nãotêm certeza sobre como aconselhar as mães. Nós oferecemos uma atualização sobre os riscos reais,para ajudar as pessoas a estarem bem informadas para decidir. As hortas caseiras podem ser usadasquase em qualquer lugar, inclusive em regiões urbanas, e podemajudar a aumentar o consumo de vitaminas e sais minerais.

Esperamos que esta edição ofereça uma variedade de idéias,para ajudar a melhorar a nutrição em sua comunidade. Asfuturas edições examinarão o desenvolvimento holístico, aagricultura urbana e as pressões sobre a família.

■ Continue derramando os copos deágua na garrafa. Gradualmente a águafica transparente. Cada pessoa deveriabeber, pelo menos, oito copos de águapor dia. Isto mantém o organismosaudável, pois as impurezas sãoeliminadas pela água.

Louise FongProjeto GraceYunnanChina

Ervas daninhas úteisLi o artigo sobre ervas daninhas úteis naPasso a Passo 48 com grande interesse. NaNigéria, o povo Tiv, do estado de Benue,possui muitas galinhas locais, as quais sãoconstantemente afetadas pela doença deNewcastle. O povo Tiv usa um meiobarato de controlar esta doença perigosa.Eles usam a striga, uma erva daninha

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CARTAS

comum do milho e do sorgo, e acham estetratamento tão eficaz quanto a vacina.

Eles deixam a planta inteira da striga demolho na água por 10–20 minutos. Com aplanta ainda na água, eles a dão para asgalinhas beberem. Esta mistura deve sermantida sempre com água até ao topo.Continue o tratamento por uma semana.

Akaa Ijir, PO Box 491Makurdi 970001, Benue StateNigéria

Reflexões sobre o HIV(VIH) / AIDS (SIDA)As estatísticas mostram claramente que, amenos que sejam tomadas medidasdrásticas imediatamente, a epidemia doHIV (VIH)/AIDS (SIDA) custará a vida demetade da população africana dentro deuns poucos anos. Calcula-se que mais de7.000 africanos estejam morrendo e 11.000estejam contaminando-se com o vírus acada dia!

Se os recursos para exames do HIV e osremédios que salvam vidas estivessemdisponíveis e tivessem um preço razoável,mais pessoas seriam encorajadas a fazer oexame do HIV. Mais de 90% das pessoasque descobrem que têm o vírus tentamevitar passá-lo para os outros até

Tradições e costumes relacionados com nossos alimentosTodas as culturas criam uma variedade de crenças e costumes relacio-nados com os alimentos. Às vezes, há alimentos que as pessoas comemem festivais especiais. Alguns alimentos podem ser evitados em certosdias. Os alimentos que são evitados numa cultura podem muito bem servalorizados noutra. A maioria destas crenças possuem pouco impacto nanutrição, mas o impacto de alguns é considerável. Por exemplo, emmuitas culturas, as mulheres grávidas ou que estão amamentando nãodevem comer ovos – que é um alimento muito nutritivo. Da mesmaforma, as crianças podem ser impedidas de comer alimentos queseriam de verdadeiro benefício nutricional.

Leia 1 Samuel 21:1-6

• Por que o sacerdote deu a Davi o pão sagrado?

Davi sabia que, de acordo com o costume religioso, ele não deveria tercomido este pão. Porém, sem ele, Davi e seus homens não teriam tido aforça para continuar sua missão.

Leia Atos 10:9-16

• Por que se recusou Pedro a matar e comer os animais e os pássaros que lheforam mostrados?

• Qual foi a resposta de Deus para Pedro?

Atradição judaica não considerava certos alimentos limpos, e, para Paulo,estes tabus eram parte de sua vida. Mas, então, Deus desafiou-o nisto.Deus é capaz de tornar todas as coisas limpas e mudar a maneira depensar das pessoas.

• Que costumes, tradições e tabus você tem, em sua própria cultura, em relaçãoaos alimentos?

• Algum deles é inútil e prejudicial para a boa nutrição?

• Alguns dos tabus deveriam ser desafiados, e, se deveriam, como poderia isto serfeito de forma delicada?

Deus é nosso pai, e nós somos seus filhos, a quem ele dá boas dádivas.Como lemos em Lucas 11:11-13, Deus dá-nos gratuitamente seu EspíritoSanto e suas dádivas. Ele nos incentiva a dar alimentos nutritivos bons anossos filhos.

ESTUDO BÍBLICO

morrerem. Isto ajuda a diminuir atransmissão da doença.

Os remédios que salvam vidas, tais comoo Nevirapine, ajudam a diminuir acontaminação do HIV (VIH)/AIDS (SIDA)da mãe para o filho. Entretanto, aumentara sobrevivência da criança sem fazer nadapara prolongar a vida da mãe resulta emórfãos com um futuro incerto.

As crianças que ficam órfãs por causa daAIDS (SIDA) devem ser ajudadas demaneira sustentável, com educação etreinamento que as tornem auto-suficientes no final. Não é aconselhaveldespejar dinheiro nas instituições paraórfãos, pois as famílias extensas acabarãocedendo sua responsabilidade tradicionalde cuidar de seus órfãos. É vital que sefortaleçam e apóiem as famílias extensasafricanas, para que tomem conta de seusórfãos.

Dr Eben MwashaPHC Ambassadors FoundationPO Box 9618, MoshiTanzânia

E-mail: [email protected]

Práticas dedesmamano Nepal

Ingredientes do mingaude super-farinha

A farinha é feita com:

■ Duas partes de grãos de leguminosas –feijão-soja é o melhor, mas podem-seusar outros grãos pequenos, grão-de-bico e ervilha

■ Uma parte de cereais integrais, taiscomo milho ou arroz

■ Uma parte de um outro cereal integral,como trigo, painço ou trigo-mouro.

Todos os grãos precisam ser limpos, bemtorrados (separadamente) e moídos atéformarem uma farinha fina (separada-mente ou juntos). A farinha, então, pode serguardada num recipiente hermeticamentefechado por um período de um a trêsmeses. A farinha é colocada em águafervendo, mexendo-se sempre, e é cozidapor pouco tempo. A quantidade e a consis-tência adequadas do mingau dependem daidade e da condição da criança. Não sedeve colocar sal, principalmente se acriança estiver mal-nutrida.

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SAÚDE INFANTIL

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Assim, incentiva-se que sejam acrescenta-dos a eles grãos de leguminosas, verdurasde folhas verdes ou frutas.

Um outro alimento tradicional que, comomostrado pelos cientistas, é muito nutri-tivo, é o mingau feito com uma farinhamoída bem fina de grãos de cereais eleguminosas torrados. No Nepal, ele éconhecido como mingau de super-farinha,ou sarbottam pitho ko lito.

Entre as desmamas tradicionais comunsestão:

■ o mingau (lito), feito com farinha dearroz torrado (às vezes, milho oupainço), ghee (manteiga clarificada) eaçúcar

■ jaulo, feito com arroz e açafrão-da-terraou arroz e sal

■ dhiro, feito com farinha de milho (ou painço, ou trigo)

■ maar, feito em regiões de planícies,cozinhando-se o arroz, milho partido e feijão-soja juntos

■ khichari, uma mistura de arroz, grãos deleguminosas e verduras.

Alguns destes alimentos tradicionais têmalto teor de calorias e nutrientes e devemser incentivados. Entre eles estão o maar eo khichari. Outros são alimentos dedesmama pobres, com poucas proteínasou poucos nutrientes, tais como o jaulo.

No Nepal, a desmama tradicionalmente começa com a Cerimônia deAlimentação com Arroz (Pasne), em que a criança recebe sua primeirarefeição. A cerimônia é realizada aos cinco meses de idade para a meninae aos seis meses para o menino.

Mingau de super-farinhaEsta receita foi criada com base naexperiência e na pesquisa feita por MiriamKrantz, que trabalha com mães nepalesase os alimentos que plantam. O Programade Nutrição da United Mission to Nepalestá totalmente a favor do uso do mingaude super-farinha, o qual agora é promo-vido pelo governo como o alimento paradesmama ideal por todo o país.

A farinha faz uso completo de qualqueralimento local facilmente disponível.Qualquer grão de leguminosa pode serusado no lugar do feijão-soja, e podem-sesubstituir o trigo e o milho por umacombinação de dois grãos de cereaisquaisquer.

Para os bebês de seis meses de idade oumais, é suficiente dar o mingau feito comuma ou duas colheres de chá de super-farinha, duas ou três vezes ao dia, junta-mente com a amamentação. À medida quea criança cresce, a quantidade de mingauusada gradualmente aumenta, até chegara aproximadamente 100g (quatro colheresde sopa) de farinha por dia – o suficientepara preparar três refeições de mingau.Esta quantidade oferece a maior parte doque uma criança de três anos de idadenecessita em termos de proteínas, cálcio,ferro e várias vitaminas. Se a criança

Sanjay Kumar Nidhi

pequena também for amamentada ecomer duas porções pequenas da refeiçãofamiliar de dhal-bhat (grãos de legumino-sas e arroz), todas as suas necessidades decalorias e proteínas serão satisfeitas.

O teor nutricional da super-farinha variade acordo com os ingredientes usados.Porém a análise mostra que 100g defarinha contém 13,5–25g de proteínas e345–370 calorias. O mingau de super-farinha não oferece vitamina A suficientepara as necessidades diárias de umacriança. Os sanitaristas, portanto, ensinamas mães a adicionar verduras de folhasverdes moídas ou outras verdurasfamiliares ao mingau.

O valor nutritivo do mingau tambémpode ser aumentado adicionando-se ghee(manteiga clarificada) ou outra gordura ouóleo vegetal. Uma receita, que atende asrecomendações da OMS para criançasgravemente malnutridas, é feita com 30g(uma colher de sopa cheia) de super-farinha cozida com 15ml (três colheres dechá) de óleo e água suficiente para que amistura chegue a 150ml. Esta receita estásendo usada para crianças malnutridasem hospitais da UMN.

Vantagens da super-farinha■ A super-farinha é um alimento

conveniente e adaptável, que pode serarmazenado por bastante tempo. Paraas crianças mais velhas, a farinha podeser comida seca (como sattu), misturadacom leite fervido fresco ou qualqueroutro líquido, sem ter de ser cozidanovamente, desde que os ingredientestenham sido torrados previamente. Afarinha também pode ser usada parafazer pães e biscoitos.

■ As crianças gostam da farinha torrada.■ Pode-se misturar purê de verduras e

frutas com o mingau, para aumentar ovalor nutritivo e variar o sabor.

Kamali trouxe seu filho de dois anos deidade, Arjun, para o Departamento deSaúde do Distrito, com lágrimas nosolhos. Trouxe-o como último recursoapós ter recebido tratamento doscurandeiros tradicionais locais. Arjuntinha diarréia o tempo todo, tinha perdido oapetite e estava emagrecendo constantemente.

Arjun foi imediatamente encaminhado para o Programa deNutrição da UMN. Ele tinha emagrecido gravemente e era“pele e osso”. Ele estava irritadiço, letárgico, desidratado echorava o tempo todo. Era um caso óbvio de má-nutrição deproteínas e calorias. A mãe de Arjun, Kamali, recebeuaconselhamento sobre a situação e sugestões de comoalimentá-lo.

Três dias mais tarde, os funcionários da UMN visitaram o lar de Arjun e conversaram com sua mãesobre a situação da família. Eles descobriram que ela não estava ciente da importância da boaalimentação infantil e dos hábitos de higiene.

Os funcionários do programa de nutrição ensinaram a mãe como preparar o mingau de super-farinha.Ela foi incentivada a dá-lo a Arjun de quatro a cinco vezes por dia (fortificado com ghee ou óleo),juntamente com outros alimentos, frutas e verduras. Em visitas posteriores ao lar, Kamali recebeusugestões práticas quanto a alimentos para a desmama, alimentação para crianças doentes, higienepessoal, dieta equilibrada e alimentos locais nutritivos. Os funcionários da área de nutrição tambémmonitoraram o peso de Arjun em visitas periódicas ao lar.

Arjun engordou lenta, mas constantemente. Quandovoltou ao departamento de nutrição para um exame, erauma criança diferente – feliz e cheio de energia. Ele haviaengordado, caminhava com facilidade, sua aparênciahavia melhorado e ele queria alimentar-se a si próprio.A alegria óbvia nos olhos da mãe dizia tudo.

Esperamos que nossa experiência no Nepal com osalimentos de desmama processados em casa possam ser repetidos em outros países. As abordagens seguras,da alimentação infantil com base no lar devem serreconhecidas e incentivadas pelas pessoas responsáveispelas políticas, pelos líderes comunitários e pelossanitaristas públicos.

A caminho da recuperação

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SAÚDE INFANTIL

■ O mingau de super-farinha éaltamente recomendado parauso com crianças gravementemalnutridas.

Sanjay Kumar Nidhi trabalhou comooficial de avaliação e apoio doPrograma de Nutrição da UnitedMission to Nepal. Seu endereço éNutrition Programme, UMN, PO Box 126, Kathmandu, Nepal.

E-mail: [email protected]

Uma seleção de algunsalimentos de desmama comuns

e tradicionais, entre eles,mingau, dhal e meia laranja. F

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NUTRIÇÃO

Alimentosconstrutores

Alimentosprotetores

Alimentosenergéticos

Os três grupos alimentíciosA dieta de uma criança deve incluir alimentos dos três grupos:

■ Os alimentos energéticos ajudam as crianças a brincar e trabalhar.Estes são os alimentos básicos, como o milho, o arroz e a banana-da-terra, e óleos, como o óleo vegetal e a gordura animal, e o açúcar.

■ Os alimentos construtores ou proteína ajudam as crianças a crescer ereparar o organismo após as doenças. Alguns exemplos são oamendoim, o feijão-soja, o andu, o leite, os ovos, o peixe e a carne.

■ Os alimentos protetores contêm vitaminas e sais minerais, que ajudamo organismo a funcionar sem problemas e protegem contra as doenças.A maioria das frutas e das verduras são alimentos protetores.

RefeiçõesEstas receitas são exemplos de

várias partes do mundo de refeições quepossuem um bom equilíbrio de todos os três

tipos de alimentos. Cada refeição satisfaz, pelomenos, um terço das necessidades diárias de uma

criança pequena de energia, proteína, ferro e vitaminas.Adapte estas idéias, usando seus próprios alimentos locais.

Dhal, cenoura e bredo (Ásia)Cozinhe o dhal (lentilhas) até ficar macio. Coloque algumas espec-

iarias para dar sabor. Junte metade de uma cenoura pequena, quandoas lentilhas já estiverem quase cozidas. Cozinhe algumas folhas de bredo

no vapor ou cozinhe-as separadamente. Para a refeição da criança, amasseuma colher de sopa bem cheia de lentilhas cozidas com a cenoura, 1 colher

de chá de ghee (ou óleo) e uma colher de sopa das folhas cozidas. Sirvacom meio chapati (tipo de pão indiano) e 1/4 de xícara (chávena) de leite.

Mingau de painço e feijão (África)Apanhe folhas de feijão-de-vaca (ou de batata-doce, abóbora, mandioca oucouve-galega) e cozinhe no vapor ou ferva. Faça uma mingau grosso compainço e farinha de feijão (3 partes de painço para uma parte de feijão). Misture5 colheres de sopa de mingau com 1 colher de sopa das folhas cozidas, eadicione uma colher de chá de óleo, margarina ou pasta de amendoim. Outraalternativa é servir as folhas cozidas separadamente e fritá-las com cebola etomate para dar sabor.

Arroz, feijão e fígado (América Latina)Cozinhe o arroz. Ferva o feijão com cebola picada e alguns temperos até ficarmacio. Acrescente um pouco de batata e continue a cozinhar. Cozinhe umfígado de galinha no vapor do arroz ou cozinhe-o com o feijão. Para a

criança, amasse 3 colheres de sopa de feijão e batata, 1/2 colher de sopade fígado e 1 colher de chá de margarina.

Arroz, lentilha e iogurte (Oriente Médio)Cozinhe o arroz. Ferva a lentilha até ficar macia. Frite um pouco de

cebola até dourar e adicione temperos para dar sabor. Junte àlentilha. Para a refeição da criança, misture 3 colheres de

sopa bem cheias de arroz cozido com 11/2 colher de sopada mistura de lentilha e cebola e 1 colher de chá de

óleo. Sirva com 3 colheres de sopa de iogurte. Sirvacom meia laranja para aumentar a

absorção de ferro.A hora das refeições deve ser divertidaA hora das refeições deve ser descontraída, agradável e uma oportunidade paraque a família inteira esteja junta. Não force a criança a comer com pressa.

Use a hora das refeições para melhorar o desenvolvimento da criança.Por exemplo:

■ A criança pode aprender novas palavras e conceitos, alimentose cores. Converse sobre o gosto dos alimentos, diga os nomesdos utensílios, alimentos e cores.

■ Deixe a criança tocar e pegar os alimentos ela própria. Istoajuda a desenvolver sua coordenação.

■ Ajude a criança a se sentir bem em relação a si própria,encorajando-a e sorrindo para ela.

Como alimentarcrianças pequenasCom base em informações de Ann Ashworth, WorldNeighbours, Sarah Carter, Rachel Blackman e Diane Reed

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BiscoitosOs biscoitos podem ser lanchesnutritivos. Aqui está uma receita muitofácil, que pode ser feita no forno, no fogoou no fogão.1/2 xícara (chávena) de açúcar 1/2 xícara de gorduraUma pitada de sal

2 xícaras de farinha de trigo (ou uma mistura de uma xícara defarinha de trigo e uma de qualquer outra farinha, como de soja oupainço)

2 colheres pequenas de especiaria para doces, como noz moscada,gengibre ou especiarias mistas, se disponíveis)1/2 xícara de nozes bem picadas (moa-as até formar uma pasta para osbebês pequenos)

Misture todos estes ingredientes e faça uma massa bem dura com leite, umovo ou água.

Abra a massa, deixando-a bem fina e corte-a em quadrados de mais ou menos5cm de tamanho, ou pegue colheradas de massa e amasse-as, formando círculos(como panquecas) também de mais ou menos 5cm de tamanho. Se usar umforno, asse numa forma por 15 minutos a 180°C. Se cozinhar num fogão ou nofogo, use uma frigideira grossa de metal ou uma lâmina de metal. Cozinhe bemlentamente em fogo brando, também por 15 minutos, virando os biscoitos uma vez.

Estes biscoitos podem ser guardados num recipiente hermeticamente fechadopor alguns dias.

Bons lanchesOs lanches são alimentos comidos entre as refeições. Os lanchesnutritivos podem ser úteis para suprir as calorias que estãofaltando e são uma forma fácil de dar alimentos adicionais àcriança. Os lanches devem ser fáceis de preparar.

Os bons lanches fornecem tanto calorias quanto nutrientes.Alguns exemplos são:

■ banana madura, mamão, abacate, manga e outras frutas amassadas

■ iogurte, leite, doces feitos com leite

■ pão ou chapati (tipo de pão indiano) com manteiga, margarina,pasta de amendoim (manteiga de amendoim) ou mel

■ biscoitos, biscoitos de água e sal

■ batata cozida.

Os lanches ruins são os que têm alto teor deaçúcar (que apodrecem os dentes) e baixoteor de nutrientes. Exemplos:

■ refrigerantes

■ picolés/pirulitos

■ doces.

Incentive aindependência■ Incentive as criança a segurar sua

própria colher até os doze meses deidade. Pode fazer sujeira, e a criançaprecisará de ajuda, mas torna a hora darefeição mais interessante.

■ Corte os alimentos em pequenospedaços, para torná-los mais fáceis deserem comidos.

■ Dê à criança seu próprio prato ou tigela.

Óleo vegetalO óleo vegetal, além de ser uma fonte decalorias útil, ajuda a amaciar e dar sabor aosalimentos. As crianças entre 6–12 meses deidade devem comer duas colheres de chá pordia de óleo vegetal misturadas em suacomida. As crianças de 1–2 anos de idadedevem comer três colheres de chá por dia.

Higiene alimentarA boa higiene no preparo dos alimentos é sempre essencial, mas principalmente quando se estápreparando alimento para crianças pequenas. Lave sempre as mãos com água e sabão antes detocar nos alimentos. Os utensílios de cozinha devem estar limpos. Deixe-os secar num escorredor.

Nunca tussa, espirre ou fume sobre os alimentos que estão sendo preparados para serem comidos.Se você estiver doente, principalmente se estiver vomitando ou com diarréia, não prepare osalimentos, pois caso contrário provavelmente contaminará os outros. Cubra os cortes e feridasnas mãos e use roupas limpas.

As moscas transmitem doenças, portanto os alimentos devem estar sempre cobertos. Algunsalimentos, como o leite, os ovos, a carne cozida, o arroz cozido e outros cereais estragam-se

mais rápido do que outros tipos de alimentos. Uma vez cozidos, os alimentos não devemser deixados em temperaturas normais por mais do que duas horas.

A carne e o peixe cru e as verduras não cozidas cobertos com terra nunca devem entrarem contato com os alimentos cozidos. Depois de tocar nestes alimentos, lave bem asmãos antes de tocar nos alimentos cozidos.

A Associação São Lucas (ASL), no Peru, trabalha com comunidades deagricultores pobres na área florestal de Moyabamba. Aqui, as principaisculturas são o arroz, o café, a banana, o milho e a mandioca. Através dereuniões comunitárias e uma avaliação das necessidades com os habitanteslocais, foram observados um alto nível de má-nutrição infantil e um baixoconsumo de frutas e verduras. A ASL começou um projeto de hortas nasescolas de quatro comunidades, envolvendo os professores, os alunos e asassociações de pais. Muitas famílias, então, estabeleceram terrenos para o cultivo de verduras emsuas próprias terras. Recentemente a ASL iniciou um projeto comunitário e familiar de hortas,trabalhando principalmente com organizações de base.

As mães escolheram suas próprias líderes para coordenar os grupos de 15–20 mães em cadapovoado (aldeia). Cada mulher cultiva uma pequena horta perto de sua casa, de 10 metros quadradosde preferência. A ASL oferece treinamento e apoio através de duas visitas por mês, assim comoatravés de sementes e algumas ferramentas manuais. O treinamento inclui informações técnicas,como cultivar as verduras, como manter a fertilidade do solo, nutrição básica e como preparar pratosnutricionalmente equilibrados com as verduras.

As plantas cultivadas de mais sucesso foram o coentro, o rabanete, a cenoura, pequenas abóboras-peras, o repolho e o tomate. A ASL começa com três ou quatro verduras populares e nutritivas.Depois, à medida que os produtores melhoram suas habilidades de cultivo, pode haver uma produçãoextra para a venda.

Os principais problemas têm sido a falta de água na estação seca e as perdas na colheita (devido apragas, doenças, ladrões e animais). Para ajudar a resolver o problema da falta de água, as comunidadestêm usado canos (tubos) para transportar a água das nascentes nas proximidades e garrafas de bebidasde plástico para servirem de regadores. A ASL ajuda os produtores a identificar as pragas e treina-osno uso de pesticidas naturais. As perdas causadas por ladrões e animais que perambulam no localforam em grande parte resolvidos através de acordos comunitários e cercas ao redor das hortas.

Associação São Lucas

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AGRICULTURA

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Nos últimos anos, a dieta tradicional demuitas pessoas mudou. Agora são consumi-dos mais alimentos processados. Os agricul-tores rurais agora podem cultivar para avenda, ao invés de para o uso familiar. Istosignifica que eles podem cultivar menosvariedades, principalmente de verduras. Asfolhas, as raízes e os pequenos frutossilvestres tradicionalmente colhidos para aalimentação podem já não estar maisdisponíveis, devido ao desmatamento e àfalta de acesso à terra de uso comum. Porcausa destas tendências, a dieta de muitas

pessoas pobres perdeu sua variedadeoriginal de alimentos tradicionais, e estaspessoas não possuem renda suficiente parapagar por uma dieta variada e adequada.As hortas caseiras podem ajudar a melhorara nutrição familiar, incentivar as variedadestradicionais, melhorar a saúde, produzirplantas medicinais e economizar dinheiro.

Trabalhar com as mulheres geralmente é osegredo para se melhorar a nutrição atravésdas hortas caseiras. As mulheres grávidas,as que estão amamentando e as criançaspequenas são quem mais chances têm de

Hortas para umanutrição melhor

As pequenas hortas próximas ao lar sempre foram uma importantecontribuição para a nutrição familiar. As hortas ajudam a oferecervariedade na dieta e prover vitaminas e sais minerais vitais, carboidratose proteínas. A boa nutrição dá resistência ao organismo contra as doenças,assim as hortas ajudam a melhorar a saúde da família.

sofrer de má-nutrição. As mulheres tambémsão geralmente quem prepara, processa earmazena os suprimentos de alimento dafamília.

Antes de planejar este tipo de trabalho,passe algum tempo avaliando os problemasnutricionais locais e pensando sobre comoeles poderiam ser resolvidos. Quando afalta de proteína for um problema sério, osprojetos de hortas caseiras podem incluir ocultivo de plantas com alto teor deproteínas, tais como todos os tipos defeijão, e também a criação de peixes, aves epequenos animais. Nos casos em que afalta de ferro (anemia) e cálcio for comum,promova as verduras com alto teor de ferroe cálcio. Quando a falta de vitamina Acausar problemas de saúde e cegueiranoturna entre os pobres, promova asverduras de folhas verdes e outras, como opimentão e a cenoura, ricas em vitamina A.

Nas regiões urbanas, talvez haja umpequeno terreno do lado de fora da casa ouà beira da rua, que possa ser cultivado.Caso contrário, podem ser cultivadoservas, tomates e verduras de folhas emvasos feitos de pneus velhos ou baldes deplástico perto das janelas ou portas eregados com água reaproveitada.

Como iniciar um projeto de hortas caseirasPodemos aprender muita coisa sobre comoiniciar uma horta caseira com a experiênciada Associação São Lucas (ASL), no Peru.Aqui estão alguns segredos de seu sucesso.

■ Avalie as necessidades nutricionais locaisQuais são os principais problemas nutricio-nais da comunidade e de que forma estãoligados aos hábitos alimentares?

• Que plantas são cultivadas? Elas sãousadas como fonte de renda ou para oconsumo familiar?

• Como as famílias fazem seu orçamentopara comprar alimentos?

• Quais são os principais problemas naprodução de alimento (por exemplo,falta de terra ou de mão-de-obra, danoscausados por pragas, falta dehabilidades, armazenamento ruim)?

• Quais são os principais problemas nocozimento e no preparo de alimentos?

■ OrganizaçãoPense cuidadosamente sobre como organi-zar a produção – em terrenos individuaisou em terrenos de uso comum, e comocoordenar o apoio.

Ian Horne

Dicas práticas

■ Ofereça ensino sobre nutrição e encontrosde treinamento participativos divertidos,em que sejam preparadas refeiçõesequilibradas.

■ Introduza novas culturas lentamente esomente se tiverem benefíciosnutricionais especiais.

■ Inclua verduras de folhas verdes escurascomo uma boa fonte de vitamina A. Asfolhas mais velhas tendem a ter um teormais alto de vitamina A.

■ Incentive as culturas ricas em vitaminaC, como as frutas cítricas, o pimentão eo tomate.

■ Promova o feijão, a ervilha e a lentilha.Para um teor máximo de proteínas, incen-tive as pessoas a cultivar e comer umavariedade de feijões, ervilhas ou lentilhas evegetais com amido em cada refeição.

■ Pense em promover a criação de peixese galinhas, coelhos ou outros animaispequenos.

■ As folhas e as frutas de muitas árvorespodem fazer uma contribuição vital paraa nutrição familiar. Plante-as nos cantosda horta, onde elas não façam sombrapara as culturas de verduras. Elas, comfreqüência, possuem uma resistência àseca maior, por causa de seus sistemasamplos de raízes.

■ Planeje o plantio cuidadosamente, paraque as culturas forneçam alimentos dur-ante o ano inteiro, principalmente duranteas “estações magras”, quando há poucadisponibilidade de verduras e frutas.

11PA S S O A PA S S O 52

AGRICULTURA

■ Escolha bem as culturasAs culturas devem ser:

• fáceis de serem cultivadas, com ciclos decultivo curtos ou estações de colheitalongas

• adaptadas para o clima e o solo locais

• cultivadas no local

• populares e saborosas

• resistentes às pragas e às doenças.

Ao escolher as verduras adequadas,examine a dieta das famílias pobres comboa saúde. Examine também a dieta daspessoas mais idosas com hábitos alimen-tares mais tradicionais.

■ Ligue a produção à boa nutriçãoO ensino divertido sobre a nutrição e opreparo de refeições equilibradas são vitais.Pode ser necessário desafiar os preconceitoslocais contra certos alimentos.

■ Disponibilidade de águaQuando houver escassez de água, outrasnecessidades domésticas provavelmenteterão prioridade. Aumente a disponibili-dade de água para as plantas:

• cobrindo o solo ao redor das plantascom uma camada de folhas ou capim

• criando sombra para as plantas jovens

• retirando as ervas daninhas (elas competem pela água)

• colocando adubo e composto, paraaumentar a retenção de água.

■ Pragas e doençasOfereça auxílio técnico para a identificaçãoe o tratamento de pragas e doenças. Ajudea preparar pesticidas orgânicos. Distribuapanfletos com diagramas claros.

■ Proteja e alimente o soloConsidere o uso de técnicas como culturasde cobertura, para cobrir o solo, e barreirasde contorno, que evitam que o solo sejalevado pela água. A ASL incentiva aspessoas a fazer composto, para aumentar afertilidade do solo.

Alguns comentários finaisA Warmikunam Cristianas Trabajaykan(WCT) trabalha com grupos indígenas nonorte do Peru. Eles acharam os projetos dehortas caseiras úteis para empoderar asmulheres e desenvolver organizações locaismais eficazes. Este trabalho pode resultarna produção comercial e no processamentoda produção das hortas, para levantarrecursos extras. Projetos como este contri-buem para ampliar o desenvolvimentocomunitário e a solidariedade.

A PRODAD, na Nicarágua, incentiva osprodutores a compartilhar parte daprodução de suas hortas com as viúvas, oscentros de alimentação infantil e outraspessoas carentes, demonstrando cuidado epreocupação dentro da comunidade.

Nas regiões rurais, as pessoas sem terrassão, muitas vezes, as mais vulneráveis àmánutrição. Para que as hortas beneficiemestas pessoas, precisamos ajudá-las a teracesso seguro à terra.

Agradecemos especialmente aos parceiros daTearfund, Associação São Lucas e WarmikunamCristianas Trabajaykan (Peru), à CORCRIDE(Honduras) e à PRODAD (Nicarágua), queforneceram as informações para este artigo.

Ian Horne é um nutricionista com interesse emdesenvolvimento rural, que atualmente trabalhacom a Tearfund como Oficial de Programas paraa Região Andina, tendo trabalhado anterior-mente num projeto de hortas caseiras no México.

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Pequenas hortas caseiras podem ser feitas em quasequalquer situação.

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O ensino divertido sobre anutrição e o preparo derefeições equilibradas é vital.

opções são amamentar ou dar umaalimentação substituta (como o leite empó). Em algumas cidades do Brasil, asmães com o HIV podem extrair seu leitematerno para que ele passe por umtratamento de calor num banco de leite,tornando-se seguro.

AmamentaçãoOs bebês se beneficiam com os fatoresimunológicos do leite materno e seu altovalor nutritivo. Eles têm menos chancesde morrer de diarréia e pneumonia, massofrem o risco de contrair o vírus HIV(VIH). O risco é pequeno, se a mãe:

■ só amamenta – isto significa que nem amãe, nem outras pessoas da casa devemdar água ou qualquer outro líquido oualimento para o bebê

■ mantém a saúde dos seios através debons hábitos de amamentação, taiscomo amamentar quando necessário emanter o bebê corretamente preso aoseio

■ procura ajuda imediatamente, se tiverproblemas nos mamilos ou nos seios ese aparecerem aftas em seus mamilosou na boca da criança

■ evita se contaminar ou se recontaminarcom o HIV (VIH), enquanto estiveramamentando

■ começa a alimentação complementaraos seis meses (veja as páginas 1–3) epára de amamentar assim que possível.

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SAÚDE INFANTIL

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■ da saúde do seio O risco é maior se osmamilos racharem ou sangrarem, ou seo seio estiver com feridas ou inflamado(mastite, abscesso na mama).

■ de quando a mãe se contaminou com oHIV (VIH) O risco de TMPF é maior, se amãe se contaminar durante a gravidezou quando estiver amamentando.

■ do estado imunológico da mãe O risco émaior, se a imunidade da mãe estiverbaixa, como, por exemplo, devido àmá-nutrição ou porque ela está numestágio avançado da doença causadapelo HIV (VIH).

Opções de alimentaçãoAs mães portadoras do HIV (VIH) têmuma escolha difícil, principalmente, seviverem em condições pobres. A decisãode não se amamentar pode evitar quealgumas crianças se contaminem com oHIV (VIH), mas pode aumentar muito aschances de morte por outras causas. AUNICEF calcula que, para cada criançaque morre por causa do HIV (VIH)através da amamentação, muitas outrasmorrem porque não são amamentadas.

É importante discutir com as mãesportadoras do HIV (VIH) as opções dealimentação disponíveis, para que elaspossam estar bem informadas para fazersua escolha. Na maioria das situações, as

Os riscos atravésda amamentaçãoO risco de se transmitir o vírus através daamamentação depende:

■ da duração da amamentação Quantomais tempo a amamentação durar,maior o risco de TMPF. Acredita-se queo risco seja de mais ou menos 5% nosprimeiros seis meses, 10% durante osprimeiros 12 meses e 15–20%, se o bebêfor amamentado por 24 meses.

■ dos hábitos de amamentação O risco émenor, se o bebê só for alimentado comleite materno.

HIV (VIH) e aamamentação

Ann Ashworth

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O vírus HIV (VIH) pode ser transmitido de uma mãe contaminada peloHIV (VIH) para seu bebê. Isto é chamado transmissão de mãe para filho(TMPF). Ela pode ocorrer durante a gravidez, o trabalho de parto, o partoe a amamentação. Os medicamentos anti-retrovirais, como o Nevirapine,diminuem o risco de TMPF.

Um em cada 20 bebês secontaminam, se foremamamentados por seis meses.

Três em cada 20 bebês secontaminam, se a amamenta-ção continuar por dois anos.

Os riscos do HIV atravésda amamentação

13PA S S O A PA S S O 52

SAÚDE INFANTIL

quando é alimentada? A comida é condi-mentada demais ou difícil de comer? A criança tem tempo suficiente paracomer? A criança ganha doces, refrigerantesou outros lanches, fazendo com que ela nãotenha fome na hora das refeições?

A Professora Titular Ann Ashworth énutricionista da London School of Hygieneand Tropical Medicine, com muitos anos deexperiencia em alimentação infantil.

E-mail: [email protected]

Public Health Nutrition UnitLondon School of Hygiene and Tropical Medicine49–51 Bedford SquareLondonReino UnidoWC1B 3DP

mães podem achar difícil dar apenas aalimentação substituta. Por exemplo, elaspodem querer amamentar à noite, quandoé inconveniente ter de preparar o alimento.Misturar a amamentação com outrasformas de alimentação é mais arriscadopara transmitir o vírus do que somenteamamentar.

A alimentação substituta só deve ser esco-lhida, se for aceitável, puder ser paga, forsustentável e segura. Devem-se informaras mães sobre o perigo de se misturar aalimentação artificial e a amamentação. Aamamentação é a melhor opção para asmulheres que não têm o vírus HIV (VIH)ou cuja situação é incerta.

Se os pais reclamam que seu filho “serecusa a comer”, passe algum tempoconversando sobre o que podem fazer.

Primeiro, descubra por que a criança nãoestá comendo. Por exemplo, a criança estádoente ou infeliz? A criança está comciúmes de um novo bebê e tentando rece-ber mais atenção? A criança está cansada,

Incentivando as crianças pequenas a comerAnn Burgess

Alimentação substitutaNão há risco de se transmitir o vírus, mashá o risco de morte pela perda da imuni-dade protetora do leite materno e devidoao preparo sem higiene ou incorreto dosalimentos. O risco é alto, se a mãe não tiverdinheiro para comprar leite suficiente,tiver um abastecimento de água nãotratada, um saneamento precário, poucocombustível, não tiver um refrigerador(frigorífico), alimentar o bebê com umamamadeira ou tiver pouca instrução. Nascomunidades em que a amamentação é aprática comum, as mães que decidem usara alimentação substituta tornam-se“diferentes” e podem ser alienadas. As

A quantidade que a criança come depende do alimento que lhe éoferecido, de seu apetite e de como a mãe ou outras pessoas quetomam conta dela a alimentam.

Incentivando crianças saudáveis a comer

■ Faça da hora das refeições um momento feliz. Incentive a criança, conversando com ela, dizendo-lhecomo a comida é boa e como ela está comendo bem.

■ Brinque com ela, para convencê-la a comer. Por exemplo, faça de conta que está dando comida a umaboneca ou a um animal de estimação.

■ Não apresse a criança. Ela pode comer um pouco, brincar um pouco e, então, comer novamente. Ofereçaalgumas colheradas mais no final da refeição.

■ Alimente-a com o resto da família, mas dê à criança seu próprio prato, para que ela receba sua porção decomida.

■ Corte os alimentos em pedaços que a criança possa segurar e dê-lhe uma colher para os alimentos macios.As crianças pequenas gostam de se alimentar a si mesmas, mas fazem muita sujeira ao comer. A pessoaque toma conta dela deve assegurar-se de que a comida chegue à sua boca no final.

■ Dê uma variedade de bons alimentos de que a criança goste. Evite alimentos salgados ou condimentados.

■ Se a criança gosta de separar e comer só seus alimentos favoritos, misture-os todos.

■ Assegure-se de que a criança não esteja com sede. As crianças que estão com sede comem menos. Masnão encha o seu estômago com muito líquido antes ou durante a refeição.

■ Alimente a criança, quando ela estiver com fome. Não espere que ela esteja cansada demais para comer.

■ Nunca a force a comer. Isto aumenta a tensão e diminui o apetite. Se a criança recusar a comida, leve-aembora e ofereça-a mais tarde. Uma criança pode realmente detestar um alimento em particular. Desdeque ela esteja comendo uma variedade de outros alimentos, não a force a comer.

■ Dê amor e atenção especial, se a criança estiver infeliz.

Incentivando criançasdoentes a comer

■ Faça com que a criança esteja limpa econfortável antes de comer. Por exemplo,limpe sua boca e seu nariz.

■ Dê pequenas refeições que sejam fáceis decomer e de que a criança goste.

■ Alimente-a com mais freqüência – talvez acada duas horas.

■ Dê-lhe bastante líquido para beber, principal-mente se a criança tiver diarréia ou febre.

■ Alimente-a no colo da pessoa favorita quetoma conta dela e delicadamente incentive-a acomer.

Depois que a criança se recupera, ela continua anecessitar de supervisão com amor, para asse-gurar que esteja comendo mais e recuperando opeso perdido.

Depois decida como lidar com o problema.Freqüentemente isto significa passar maistempo nas refeições incentivando delicada-mente a criança a comer.

Abaixo estão algumas sugestões sobrecomo fazer isto. É muito importante super-visionar a alimentação desde o momentoem que a criança começa com os alimentoscomplementares até à idade de dois a trêsanos, ou se a criança estiver doente.

Baseado em informações de Child HealthDialogue, Edição 9 1997, ComplementaryFeeding: family foods for breast-fedchildren (OMS 2000) e Nutrition forDeveloping Countries (Oxford UniversityPress 1992). Ann Burgess é consultora denutrição, com muitos anos de experiencia naÁfrica Oriental.

E-mail: [email protected]

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RECURSOS

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LivrosBoletinsMateriais de treinamento

alimentos complementares, o valornutritivo de uma variedade de alimentos edá uma orientação detalhada sobre todosos aspectos da alimentação complementar.O artigo introdutório desta edição daPasso a Passo foi baseado no material destelivro. Ele tem 52 páginas, foi produzidopela OMS, custa 10 dólares americanos(€10) e pode ser encomendado através de:

WHO Marketing and DisseminationAvenue Appia, CH01211 Géneve 27Suíça

E-mail: [email protected]

Improving Nutrition Through Home GardeningEste livro édestinado para aspessoas quetrabalham com odesenvolvimentocomunitário e aextensão na África.Ele contém páginasde informações eilustrações quepodem ser usadasem sessões detreinamento compessoas que queiram começar uma hortaparticular ou de uso comum. O livrotambém descreve como melhorar a quali-dade da produção de alimentos nas hortascaseiras. Ele mostra como, quando e ondecultivar plantas nutritivas e dá receitas depratos úteis para a desmama e paracrianças pequenas. O livro tem 282páginas, custa 22 dólares americanos(€24,55) e pode ser obtido através de:

FAO Sales and Marketing GroupViale delle Terme di Caracalla00100 RomaItália

E-mail: [email protected]

How to Diagnose and Treat LeprosyEste é um guia de aprendizagem bemilustrado, destinado a profissionais daárea da saúde que precisem reconhecer,cuidar e oferecer tratamento para pessoascom lepra. Ele pode ser obtido em inglês e,em breve, também em francês,gratuitamente. A ILEP também possui umcatálogo com informações sobre outrosrecursos úteis sobre a lepra.

ILEP, 234 Blythe Road, London, W14 0HJReino Unido

E-mail: [email protected]

Os livros também podem ser encomendadoson-line: www.ilep.org.uk

Ele foi projetado como uma ferramentaque pode ser usada para a capacitação e aauto-capacitação e reúne idéias tecnológi-cas testadas e validadas e tópicos degrande interesse para os agricultores daregião andina. Cada tópico é tratadoseparadamente e inclui informaçõesconcretas e práticas. Os leitores encontra-rão uma quantidade considerável deinformações anteriormente desconhecidas,ou, pelo menos, não difundidas entre opúblico em geral.

Foram incluídas ilustrações e fotosapropriadas, para ajudar o melhorentendimento dos tópicos abordados. Oscapítulos incluem pequenas propriedadesrurais, o manejo da água, o manejo de umviveiro de trutas e o cultivo de tomatesorgânicos.

O livro está disponível somente emespanhol. Para obter um exemplar, porfavor, envie seu pedido com 1) um chequeno valor de $25 (dólares americanos) emnome da “IIRR” ou 2) $25 (dólaresamericanos) em espécie, por cartaregistrada, num envelope para:

IIRRApartado Postal 17-08-8494QuitoEquador

Para maiores informações, entre em contato conosco por fax (593-2) 443763 ou por email: [email protected]

Complementary FeedingFamily foods for breastfed children

Um guia abrangente de alimentosconsumidos pela família para crianças queestão sendo amamentadas. Este pequenolivro é cheio de informações sobre o uso de

Esta é a primeira publicação da nova série ROOTS da Tearfund, destinada a apoiar os parceiros e outrasorganizações que trabalham com o desenvolvimento. O Kit de Ferramentas para a Defesa de Direitos épara qualquer um interessado no trabalho de defesa de direitos. Ele vem num conjunto de doispequenos livros, para o uso de grupos num encontro de treinamento ou durante sessões curtas aolongo de um período mais longo. O primeiro livro, Compreensão da defesa de direitos, explora o que é adefesa de direitos e por que ela é importante. Ele inclui exercícios em grupos e estudos de casos deparceiros da Tearfund. Ele também examina a fundo a abordagem cristã da defesa de direitos. Osegundo livro, Ação prática na defesa de direitos, explora como criar uma estratégia de defesa dedireitos. Ele é bem ilustrado com muitas idéias práticas.

O Kit de Ferramentas já está disponível em inglês. E estará disponível em francês, em espanhol e emportuguês em janeiro de 2003. O Kit de Ferramentas para a Defesa de Direitos custa 10 libras esterlinas(€15 / 15 dólares americanos) para as organizações que podem pagar. Por favor, faça os cheques emnome da Tearfund. Os leitores que não puderem pagar e que o puderem utilizar bem, podem obter umexemplar gratuito. Por favor, escreva enviando seus dados para:

Resources Development, PO Box 200, Bridgnorth, Shropshire, WV15 4WQ, Reino UnidoE-mail: [email protected]

Kit de Ferramentas para a Defesa de Direitos

Nutritious Food for Young ChildrenUm pequeno livrobem ilustrado eescrito de formasimples, cheio deidéias e informa-ções sobre a alimen-tação de criançaspequenas. Ele tem42 páginas, custa 4dólares americanose pode ser obtidoatravés de:

World Neighbours4127 Northwest 122nd StreetOklahoma City, OK 73120-8869EUA

Saberes Agroecológicos6 Lecciones Prácticas

Publicado pela IIRR, com o patrocínio daSWISSAID e da LWR (2002), Quito, Equador.188 páginas.

Este livro foi escrito como parte do progra-ma de capacitação “de agricultor paraagricultor” na região andina, realizado pelaIIRR com o apoio da SWISSAID e da LWR.Baseado em eventos de capacitação eviagens de observação, ele não é nenhumreceituário ou manual técnico escrito poralguém de fora, mas sim uma forma decompartilhar soluções práticas viáveis paraos problemas “de agricultor para agricultor”.

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RECURSOS

Passo a Passoem hindi e bengaliA Passo a Passo pode agora serobtida em bengali e hindi.Se você quiser receberexemplares em bengali,por favor, entre emcontato com:

HEEDPO Box 5052NewmarketDhaka 1205Bangladesh

Health and NutritionBiblical, preventive and practical views

Ruth Renvoize

Um curso de ensino prático criado naNigéria para ser usado em escolas bíblicase que cobre todos os aspectos da saúde eda nutrição com uma base bíblica. Podeser obtido através de:

ACTSTCNN, PMB 2020Bukuru, Plateau StateNigéria

PILARES (Pelos Idiomas Locais: Associação emREcursoS) é uma nova maneira criada pelaTearfund de compartilhar informações atravésde discussões em pequenos grupos. Os guiasPILARES, destinados para uso em grupos comunitários, são divididosem 20 tópicos aproximadamente, com ilustrações para os membrosnão alfabetizados. Estes guias são fáceis de usar e não é necessário terum líder treinado. Cada guia contém estudos bíblicos, tambémdestinados para uso em pequenos grupos. Agora há cinco guias eminglês, com traduções de alguns em francês, espanhol e português.

Os guias PILARES também podem ser usados para traduções emlínguas locais feitas por organizações ou ao longo de uma série de trêsencontros de treinamento, com aproximadamente 20 participantes, osquais inicialmente trabalham com a tradução e a adaptação dos guiasque escolheram e, então, começam a escrever e imprimir seus própriosmateriais. Há um manual para orientar as pessoas no processo doencontro de treinamento e um CD-ROM com o layout para design, etc,para facilitar o máximo possível os processos de design e impressão.O processo PILARES foi usado em Uganda, com a língua lusoga, nosul do Sudão, com a língua zande, na Nigéria, com a língua yoruba, emBurquina Faso, com a língua mooré, e em Myanmar, usando birmanês.

Os assuntos dos guias são:

■ Desenvolvendo as capacidades de grupos locais (inglês, francês,espanhol e português)

■ Improving food security (inglês e francês)

■ Crédito e empréstimos para pequenas empresas (inglês, francês,espanhol e português)

■ Agroforestry (inglês e francês)

■ Preparing for disaster (inglês e francês) NOVO!Cada guia custa 3,50 libras esterlinas (5 dólares americanos ou €5), ou asérie de cinco custa 15 libras esterlinas (20 dólares americanos ou €20),incluindo o envio postal via superfície e a embalagem.

O manual e o CD-ROM custam 5 libras esterlinas (8 dólares americanos ou€8) cada, sendo que o manual pode ser obtido em inglês, francês, espanhole português.

O pacote completo – tudo o que é necessário pararealizar uma série de encontros de treinamentocom cinco exemplares de dois guias, mais omanual e o CD-ROM por 35 libras (50 dólaresamericanos ou €50). Por favor, especifique que guias deseja. Osparticipantes usam os guias para traduzir e adaptar, trabalhando empequenos grupos durante o encontro de treinamento.

O pagamento deve ser feito por cartão de crédito ou cheque, em librasesterlinas, euros ou dólares, passados em nome da Tearfund. Para obtermais informações ou fazer a encomenda, por favor, entre em contato com:

Tearfund Resource Development, PO Box 200, Bridgnorth, Shropshire,WV16 4WQ, Reino UnidoE-mail: [email protected]

Alguns grupos ao redor do mundo estão experimentando o processoPILARES. Eles produziram guias em várias línguas locais, os quais estão àvenda. Aqui estão as línguas e os endereços pertinentes, caso você queiraentrar em contato com estes grupos e pedir-lhes informações:

Lusoga Patrick Kaluba, Cultural Research Centre, PO Box 673, Jinja, Uganda

Zande PILLARS Committee, c/o ECS Yambio Diocese, PO Box 7576,Kampala, Uganda

Birmanês CSSDD – PILLARS, MBC, PO Box 506, Yangon, Myanmar

Yoruba Francis Ademola, CRUDAN, PO Box 1784, Ibadan, Oyo State,Nigéria

Mooré Contact Editions, 04BP 8462, Ouagadougou, Burquina FasoE-mail: [email protected]

✹OFERTAESPECIAL

Compenetrados na tradução de birmanês, em Myanmar.

Se quiser receber exemplaresem hindi, por favor, entre emcontato com:

Raj KumarRainbow Christian AcademyPlot No 12Gorewada BastiNagpur – 440013Índia

PILARES

Há vários tipos de perguntas importantes:

■ perguntas fechadas que permitem quealguém responda apenas sim ou não

■ perguntas conducentes que tendem afazer a pessoa responder de uma certaforma – geralmente sim ou não – e quepodem limitar as informações recebidas

■ perguntas ambíguas que são vagas econfusas, de forma que a pessoa nãoconsegue realmente entender o queestá sendo perguntado

■ perguntas abertas que permitem que apessoa que está respondendo dê maisinformações

■ perguntas inquisitivas que procuramdescobrir mais sobre o que está pordetrás das respostas iniciais.

Não há uma só maneira correta de fazerperguntas. Depende do propósito da

Exercício prático

Use este exercício para descobrir as diferen-ças entre várias perguntas. Primeiro decidaque tipo de pergunta cada uma é abaixo.Discuta situações em que elas podem serapropriadas e quando seriam inapropriadas.Depois sugira formas alternativas de sefazerem as mesma perguntas.

■ Como você obtém seu remédio?

■ O novo posto de saúde não é maravilhoso?

■ O que você acha da escola?

■ Você não deveria cobrir o seu recipientede armazenamento de água?

■ O que você faz a maior parte do tempocomo enfermeiro visitante local?

■ Você leva seus filhos para seremvacinados?

■ Você não preferiria cultivar variedades debatatas aperfeiçoadas?

■ É verdade que é difícil encontrar informa-ções sobre o espaçamento entre os filhos?

da entrevista? Que erros as pessoascometeram?

Erros comuns■ não escutar cuidadosamente (ao invés

disto, preparar-se para a próximapergunta)

■ fazer perguntas fechadas ou condu-centes demais

■ ajudar o entrevistado (freqüentementerespondendo as próprias perguntas)

■ fazer perguntas vagas ou ambíguas■ não explorar as respostas das pessoas■ não estar ciente de que já chegou às

suas próprias conclusões■ manter o entrevistado por tempo

demais.Os participantes podem querer repetir oexercício em grupo com um tópicodiferente, para ver se suas técnicas deentrevista melhoraram.

Adaptado de “Improving listening andobservation skills” em A Trainer’s Guide forParticipatory Learning and Action, 1995,do International Institute for Environmentand Development (IIED)

E-mail: [email protected]: www.iied.org

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DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO

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entrevista. Entretanto, geralmente sãonecessárias perguntas abertas e inquisi-tivas para se descobrirem informaçõesúteis. Estas, muitas vezes, começam comum dos seis “ajudantes”:

O quê? Quando? Onde? Quem? Por quê? Como?

Um exercício de entrevistaDivida as pessoas em grupos de três epeça-lhes que escolham um para atuarcomo entrevistador, um como entrevistadoe o outro como observador. Sugira algunstópicos para as perguntas. Aqui estãoalgumas sugestões:

■ cuidados com a saúde de pessoasidosas na região

■ diferentes usos das árvores■ a boa prática no armazenamento de

suprimentos de água doméstica■ onde obter informações sobre métodos

de espaçamento entre os filhos■ oportunidades de emprego na região■ vacinação infantil.Dê a cada grupo dez minutos para tentardescobrir tanto quanto possível sobre seutópico. Explique que fazer boas perguntasé como descascar as camadas de umacebola, até que o centro ou a razão sejamalcançados. Antes de começar, peça aogrupo para sugerir algumas perguntasinquisitivas boas. Se eles não tiveremnenhuma idéia, sugira algumas como“Mas por quê?”, “Por favor, você podefalar mais sobre isto?” ou “Mais algumacoisa?”.

Permita que cada grupo diga aos outros oque descobriu. Foram usadas perguntasconducentes? Que observações cadaparticipante fez? Se dois grupos tiveremescolhido o mesmo tópico, deixe um falardepois do outro e compare o quedescobriram.

Eles acharam fácil fazer a entrevista? Elesconseguiram manter um bom andamento

Todos nós fazemos perguntas em nossas vidas diárias. O tipo deperguntas que fazemos pode, muitas vezes, fazer grande diferençapara as informações que obtemos. Fazer o tipo errado de perguntalimita a informação recebida.

Como fazerperguntas

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o: I

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Publicado pela: Tearfund, 100 Church Rd,Teddington, TW11 8QE, Inglaterra

Editora: Dra Isabel Carter, PO Box 200, Bridgnorth, Shropshire, WV16 4WQ, Inglaterra

Os funcionários da Tearfund passam uma boa partedo seu tempo revisando milhares de pedidos parafinanciamento, os quais não podemos apoiar. Istoafasta-os do trabalho importantíssimo de levar boasnovas aos pobres através das atuais parcerias. Por favor, observe que todas as propostas definanciamento serão rejeitadas, a menos que sejamprovenientes dos atuais parceiros da Tearfund.