Uma viagem pelo inglês no Pré-EscolarDe 2005 a 2010

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Uma viagem pelo inglês no Pré-Escolar De 2005 a 2010 Projecto de Sensibilização à Língua Inglesa nas Caldas da Rainha Educadoras: Mónica Paiva [email protected] Catarina Marim [email protected] Coordenação e Supervisão de Estágio: José Silva [email protected] Sandra Tomé [email protected] Joana Carvalho [email protected] Autoria e Coordenação Geral do Projecto: Miguel Oliveira [email protected] Associação Nacional de Animação e Educação Caldas da Rainha, Agosto de 2010

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Uma viagem pelo inglês no Pré-Escolar De 2005 a 2010 Projecto de Sensibilização à Língua Inglesa nas Caldas da Rainha

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Uma viagem pelo inglês no Pré-Escolar

De 2005 a 2010

Projecto de Sensibilização à Língua Inglesa nas Caldas da Rainha

Educadoras:

Mónica Paiva

[email protected]

Catarina Marim

[email protected]

Coordenação e Supervisão de Estágio:

José Silva

[email protected]

Sandra Tomé

[email protected]

Joana Carvalho

[email protected]

Autoria e Coordenação Geral do Projecto:

Miguel Oliveira

[email protected]

Associação Nacional de Animação e Educação

Caldas da Rainha, Agosto de 2010

2

ÍNDICE

Introdução ………………………………………………………………………………………………….

Parte I – O Projecto

1. Apresentação do Projecto ……………………………………………………………………………..

2. Prática Pedagógica ………………………………………………………………………………………

3. Metodologia do Projecto ………………………………………………………………………………

4. Conteúdos e Actividades ………………………………………………………………………………

5. Recursos Materiais ………………………………………………………………………………………

6. O Blog ………………………………………………………………………………………………………..

Parte II – Avaliação do Projecto

1. As Educadoras de Infância ……………………………………………………………………………

1.1. Caracterização da População ………………………………………………………………………

1.2. Avaliação com os Educadores …………………………………………………………………….

2. Pais e Encarregados de Educação …………………………………………………………………

2.1. Caracterização da População ……………………………………………………………………..

2.2. Avaliação com Pais e Encarregados de Educação …………………………………………

3. As Crianças …………………………………………………………………………………………………

3.1. Caracterização da População ……………………………………………………………………..

3.2. Avaliação com as crianças …………………………………………………………………………

Parte III – Discussão dos Resultados e Conclusões

1. Discussão de Resultados ……………………………………………………………………………...

1.1. Educadores ………………………………………………………………………………………………

1.2. Pais e Encarregados de Educação ……………………………………………………………….

1.3. Crianças …………………………………………………………………………………………………..

Conclusão ……………………………………………………………………………………………………

Referencias Bibliográficas ………………………………………………………………….….....

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3

Introdução

O presente artigo resulta de um relatório realizado no âmbito de um estágio profissional

desenvolvido por duas educadoras de infância entre Setembro de 2009 e Junho de 2010. As duas

estagiárias deram continuidade a um projecto iniciado em 2005 tendo desenvolvido um estudo

comparativo para aferir a evolução do projecto desde o seu início até ao ano de 2010.

O Projecto de Sensibilização à Língua Inglesa na Educação Pré-escolar resulta de uma

parceria entre a Associação Nacional de Animação e Educação (ANAE), pelo Município das Caldas

da Rainha e pelos Agrupamentos de Escolas do mesmo concelho.

A sensibilização à língua inglesa decorreu pelo quinto ano consecutivo nos Jardins de Infância das

Caldas da Rainha, tendo como principal objectivo sensibilizar as crianças para uma língua

estrangeira e para a existência de outras línguas e outras culturas. Decorreu em 48 salas de Jardim-

de-infância da rede pública, privada e IPSS, do mesmo concelho.

À semelhança de anos anteriores, uma das preocupações da equipa que desenvolve o Projecto de

Sensibilização à Língua inglesa nos jardins-de-infância do concelho das Caldas da Rainha prende-

se com a articulação entre a educação de infância e o 1º ciclo do Ensino Básico. É fundamental

promover a continuidade das aprendizagens tentando que educadores e professores dos dois

contextos trabalhem em equipa e partilhem informação acerca das aprendizagens das crianças,

conteúdos trabalhados e metodologias aplicadas.

Actualmente as pessoas necessitam de habilidades, recursos e estratégias para aprender com

autonomia. A educação não deve fundamentar-se apenas na simples repetição de respostas, mas

sim na formulação e construção de perguntas e conhecimentos. Como refere Vigotsky “a

aprendizagem precede o desenvolvimento”, 1 e como sabemos as palavras são a base do

pensamento lógico, abrindo assim um espaço para a realização/desenvolvimento conceptual.

Este trabalho estará dividido em 4 partes: Apresentação do Projecto, Prática Pedagógica, Avaliação

do Projecto e Outros Projectos. Apresentamos, ao longo deste relatório, alguma fundamentação

teórica e alguns dos aspectos mais relevantes para melhoria do projecto, a avaliação do Projecto foi

feita com base em questionários a crianças, educadores e encarregados de educação, e por fim a

discussão de resultados e respectivas conclusões.

Palavras-chave: Língua Inglesa; Língua Estrangeira; Inglês; Educação Pré-escolar; Sensibilizar;

Jardins-de-infância.

1 STRANDBERG, LEIF. Vigotsky, um amigo da prática - Redescobrir Vigotsky. Destacável Noesis nº77. Portugal. P. 18.

4

PARTE I – O PROJECTO

1. Apresentação do Projecto

O Projecto de Sensibilização à Língua Inglesa na Educação Pré-escolar, desenvolvido em parceria

pela Associação Nacional de Animação e Educação (ANAE), a Câmara Municipal das Caldas da

Rainha, a Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Leiria (ESEL)

e o apoio do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), decorreu pelo quinto ano

consecutivo em 48 salas de Jardins-de-Infância das Caldas da Rainha (mais do que o previsto

inicialmente pelo Projecto “Em relação ao número de grupos, planeámos uma aplicação do

projecto em 40 salas de jardim-de-infância, ou seja, o projecto abrangerá aproximadamente

1000 crianças.”2). Foi um desdobramento (com mais salas), de ambas as partes, que enriqueceu o

nosso trabalho e a sua gestão inicial.

Este tem como objectivos: desenvolver competências ao nível da Língua Estrangeira em crianças

em idade Pré-Escolar; aprimorar a prática em sala de aula e contactar com outros agentes

educativos (já que este é um estágio profissional e esta é a nossa área); dar continuidade a um

projecto que tem vindo a ser desenvolvido desde 2005; desenvolver competências relacionadas

com métodos de avaliação e acima de tudo proporcionar às crianças momentos significativos de

aprendizagem espontânea do inglês.

2. Prática Pedagógica

O trabalho, feito ao longo do ano, foi sempre uma tentativa de reunião entre os Projectos

Curriculares de Grupo (nos jardins-de-infância) e o trabalho por nós dinamizado, isto é, uma

complementaridade entre as Actividades que se desenrolavam na sala e as actividades do projecto. Para tal, em Setembro tivemos uma breve apresentação com cada uma das Educadoras, onde elas

nos explicaram o trabalho feito na sala, quantas crianças tinham, quantas se mantinham do ano

anterior e quantas tinham entrado pela 1ª vez, as suas idades, o material que poderíamos utilizar

em cada sala, contactos, etc. Estas apresentações também serviram para sabermos o local exacto de

cada jardim-de-infância. Com o início do ano, alguns receios e dificuldades foram superados com a ajuda que tivemos de

toda a equipa. Claro que os coordenadores tiveram um papel importante no começo/desenrolar

dos nossos trabalhos.

“O Educador não se pode esquecer que dele também depende grande parte ou a maior parte de

“tudo ou nada” do educando, pois “pode ajudar a desenvolver nas crianças e nos adolescentes,

seus alunos, a confiança em si mesmo e nos outros, o deslumbramento perante a vida e a

2OLIVEIRA, Miguel. Projecto de Sensibilização à Língua Inglesa para a Educação Pré-Escolar. Portugal. P. 4.

5

aprendizagem, a vontade de deixar um testemunho benéfico no mundo. E, pelo contrário, pode

também contribuir para destruir a chama da curiosidade de aprender, da vontade de viver, da

confiança em si e nas suas possibilidades de crescer e de se aperfeiçoar”3”4

Em Outubro, quando se deu o início do ano lectivo para as nossas sessões de inglês, já tínhamos o

trabalho preparado com planificações específicas e metodologias adequadas a um agradável início

e desenrolar de sessões.

3. Metodologia

Este Projecto tem como principal objectivo SENSIBILIZAR as crianças para uma língua estrangeira

e para a existência de outras línguas e outras culturas. Decidimos dar ênfase à palavra

“SENSIBILIZAR”, porque não é de todo nossa intenção ensinar formalmente a língua inglesa aos

grupos de crianças, mas sim explorar conteúdos, palavras e conceitos, mostrar-lhes uma diferente

forma de comunicação de uma forma lúdica e criativa. Para tal utilizamos a função lúdico-criativa na qual o jogo assume um papel fundamental

sendo “uma actividade importante no processo de aprendizagem e no desenvolvimento das

crianças. É bastante desejável que, na maior parte do tempo que as crianças passam na escola,

elas joguem; porém, também sabemos que é preciso aprender cada um dos jogos e as situações

em que se propõem:

- Jogos de linguagem: rodas, canções, apresentações faladas, etc.

- Jogos de construção, encaixes, jogos de mesa: relações entre objectos, os nomes, os conceitos lógicos.

- Jogos simbólicos: recreação e imitação de situações vividas na escola (quando brincam de dramatizar

situações vividas na escola, usam linguagem da própria escola; quando for sobre um restaurante,

utilizam a linguagem própria de comunicação naquele lugar; ou quando brincam de mamãe, etc.).”5

Não nos podemos esquecer de referir que estas actividades tiveram como base a abordagem

comunicativa, isto é, foram utilizados jogos, canções, pequenos diálogos e histórias que

conduziram as crianças à repetição espontânea. Assim, não teremos aulas (formais) com crianças

com receios pois tenta-se sempre que a nossa influência seja positiva. Segundo Perrenoud o aluno está ligado a três tipos de influências: - “As primeiras provêm da família e do grupo social de que faz parte, ou, mais globalmente, do

conjunto dos meios extra- escolares com que se relacionou no decurso da sua história de vida”; - “As segundas provêm das diversas turmas e dos sucessivos professores que teve durante o seu

percurso escolar”; - “As terceiras provêm do seu grupo de pares, os outros alunos.”6

3SANTOS, M.E.B. Os Aprendizes de Pigmaleão, Colecção Educação. Instituto Estudos Desenvolvimento. Lisboa. 1985. 4SILVA, Rita Martins da. 10. Ensino/Aprendizagem: Relação Professor/Aluno. ALVES, José Matias – Práticas Pedagógicas nas Organizações Escolares –

Cadernos Pedagógicos. 1993. 1ª Edição/Depósito Legal n.º64 806/93. Edições ASA. P. 37. 5 BASSEDAS, Eurália; HUGUET, Teresa; SOLÉ, Isabel. Aprender e Ensinar na Educação Infantil. Tradução: Cristina Maria de Oliveira. Artmed. Porto Alegre

/ 1999. ISBN 85-7307-517-1. P. 77. 6 PERRENOUD, Philippe. Ofício de aluno e sentido do trabalho escolar. 1995. Porto: Porto Editora. P. 202.

6

(…)“a criança sabe que, em casa, basta um pouco de sedução ou de provocação para captar a

atenção dos pais; na escola, rapidamente descobre que isso não funciona, que aí não é uma

personagem tão importante como para a sua família, que deve conter as suas ideias, os desejos,

as alegrias, as raivas, porque os outros não estão dispostos a ceder a sua vez ou a interessarem-

se pelos seus estados de espírito.”7. Isto acontece-nos principalmente no início do ano lectivo, as

crianças pensam que podem fazer tudo o que fazem em casa, esquecendo-se que temos por vezes

mais de 20 à nossa volta e a atenção tem de ser partilhada por todos, por isso depressa descobrem

que o que fazem em casa não funciona na escola. Expomos isto, pois tivemos algumas

experimentações ao longo do ano, mas felizmente foram superadas. A necessidade de ligação com o 1º Ciclo não foi satisfeita, este ano, devido ao facto de, ao longo do

ano, não terem existido reuniões para tal. De qualquer forma, associamos as actividades/temas dos

últimos 3 anos (incluindo o presente ano lectivo), e apresentamos uma comparação de todas

durante o IV Ciclo de Conferências da ANAE8. Este trabalho facilitará o desenvolvimento do

próximo ano, tanto para as Professoras de AEC (Inglês) do 1º Ciclo, como para as Estagiárias que

nos sucedem. Resumindo, o Educador, com a função que nós desempenhamos, tem o dever de desenvolver a

expressão e a comunicação através da utilização de linguagens múltiplas como meios de relação, de

informação, de sensibilização estética e de compreensão do mundo, como nos sugerem as

Orientações Curriculares para a Educação Pré-escolar.

4. Conteúdos e Actividades

Na tabela que se segue, iremos observar quais foram os temas de “partida” que utilizámos para a

gestão das nossas sessões (do lado esquerdo) e os que acabámos por concretizar, devido aos Planos

Curriculares de Grupo, as Planificações Anuais, etc.

Temas sugeridos Temas concretizados

O corpo

Os números de 1 a 10

As cores

Os animais

Os alimentos

A família e os amigos

Vestuário

Aniversários

O tempo

A casa

Apresentação e Outono

Halloween

São Martinho

Natal

Dia de Reis

Inverno

Carnaval

Opostos

Páscoa

Família

Dia do Pai

Primavera

Dia da Mãe

Corpo Humano

Animais

Cores

Idade

Estado do Tempo

Formas Geométricas

Profissões

Palavra do Dia

7IDEM. P. 204. 8 PowerPoint em Anexo.

7

5. Recursos Materiais

Em relação aos materiais didácticos resolvemos construi-los na sua maioria e recorrer a material

que havia na sede da Associação.

Inicialmente utilizámos 2 fantoches, um da ANAE e outro pessoal (Mónica). Estes seriam o nosso

ponto de partida para atrair o interesse das crianças em relação ao Inglês e a tudo o que viria da

Inglaterra (“terra natal” do Mac e do Johny, os sapos/fantoches), ao longo de todo o ano.

Durante esse tempo fomos utilizando diferentes tipos de materiais: cartolinas (de diferentes cores),

material impresso, fio de lã, musgami / Eva de várias cores, lápis, canetas, fotocópias, tesourais, x-

actos, bostik e muito papel autocolante (uma vez que plastificamos todos os materiais, não só pela

questão da Gripe A, como pela sua durabilidade). Estes foram os materiais “base” para a

construção dos mesmos.

Além disso, utilizámos: livros disponíveis na ANAE (na sua maioria eram do agrado das crianças),

Legos das salas dos jardins, computador portátil para mostrarmos filmes ou para ouvirmos canções

que tirávamos do youtube.

6. O BLOG

O Blog http://english-2-u.blogspot.com, foi um meio de comunicação/ligação com os

Encarregados de Educação, Educadoras Titulares e Comunidade em geral, como uma forma de

mostrarmos o trabalho que ia sendo feito, ao longo do ano, com as crianças.

Publicámos todas as temáticas e imagens utilizadas, tal como as hiperligações para vídeos que

utilizamos.

8

PARTE II – AVALIAÇÃO DO PROJECTO A avaliação do projecto de sensibilização à língua inglesa na educação pré-escolar tem por base

questionários realizados no decorrer do presente ano lectivo. Estes contemplaram os educadores

de infância, pais, encarregados de educação e crianças envolvidos no projecto. Procuramos ainda,

sempre que possível, fazer uma análise comparativa com os dados obtidos através dos

questionários aplicados nos anos lectivos de 2005/2006, ano de implementação do projecto, e de

2007/2008.

1. As Educadoras de Infância

No presente ano lectivo foram entregues questionários a 48 educadoras de infância. Destes foram

devolvidos 38, isto é, cerca de 79%. Com estes pretendíamos a avaliação do projecto por parte das

educadoras e a sua opinião relativamente ao mesmo. O questionário era composto por questões

fechadas, abertas e uma final em que poderiam complementar o mesmo. Relativamente às

questões abertas foram quase sempre consideradas várias categorias para a mesma resposta, assim

o número de respostas em cada pergunta poderá ser superior ao número total de educadoras. As

categorias de análise consideradas para análise dos dados foram definidas depois de lidas as

respostas dadas pelas educadoras.

O número de educadoras tem vindo a aumentar, o que não só reflecte um maior número de salas

de jardim-de-infância no concelho como uma maior procura por parte de instituições privadas

e/ou de instituições particulares de solidariedade social. No seu início o projecto abrangia trinta e

cinco salas, em 2007/2008 trinta e oito salas e no presente ano quarenta e oito, quarenta e três das

quais da rede pública.

Entre as 38 educadoras que responderam ao questionário este ano lectivo 22 pertencem ao

Agrupamento de Escolas D. João II, 7 ao Agrupamento de Escolas de Santa Catarina, 8 ao

Agrupamento de Escolas de Santo Onofre e 1 ao Jardim-de-Infância da Santa Casa da Misericórdia

de Caldas da Rainha.

1.1. Caracterização da População

Na tentativa de caracterizar o corpo docente nos questionários utilizados pedia-se que os docentes

se identificassem relativamente ao género, idade, habilitações literárias e número de anos de

contacto com o projecto.

Da análise dos dados relativos à identificação verifica-se que todos os profissionais são do género

feminino, tal como se verificou nos outros anos. Mas tendo em atenção a faixa etária em que se

insere a maioria do corpo docente nota-se, ao longo dos 3 anos em análise, um ligeiro

envelhecimento. Em 2005/2006 verificou-se que a maioria das educadoras estava entre os 36 e os

50 anos, em 2007/2008 entre os 41 e os 50 anos, e no presente ano a maioria das educadoras

insere-se na faixa etária que vai dos 45 aos 50 ou mais anos, como pode ser comprovado pela

leitura do Gráfico 1. Temos assim um total de 27 educadoras entre os 25 e os 50 ou mais anos, que

representam cerca de 56% da população inquirida.

9

01

0

45

18

9

1

0

5

10

15

20

<25 25-29 30-34 35-39 40-44 45-50 >50 N/R

Núm

ero

de E

duca

dora

s

anos

Gráfico 1 Faixa etária das educadoras, 2009/2010

No que concerne as habilitações literárias das docentes, no presente ano, um total de 31 detém o

grau de licenciada, o que corresponde a cerca de 81% da população inquirida. Os dados relativos às

habilitações literárias das educadoras de infância encontram-se sistematizados no Gráfico 2.

6

31

0 1

0

5

10

15

20

25

30

35

Bacharelato Licenciatura Mestrado N/R

Núm

ero

de E

duca

dora

s

Gráfico 2 Habilitações Literárias das Educadoras, 2009/2010

Comparado com os outros anos em análise, e como está explicitado no Gráfico 3, verifica-se que,

em valor percentagem, o número de bacharéis diminuiu entre 2005/2006 e 2007/2008 e voltou a

sofreu um ligeiro aumento em 2009/2010. Já a percentagem de educadoras licenciadas

comportou-se de forma oposta, tendo aumentado entre 2005/2006 e 2007/2008 e voltado a

decrescer, ligeiramente, em 2009/2010. Apenas em 2007/2008 houve uma educadora com o grau

de mestre.

26

14 16

74

83 81

0 3 00 0 3

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

2005/2006 2007/2008 2009/2010

% E

duca

dora

s Bacharelato

Licenciatura

Mestrado

N/R

Grau académico

Gráfico 3 Análise comparativa das habilitações literárias das docentes (valores em %)

10

Entre as educadoras que responderam ao questionário 32 já tinham tido contacto com o projecto

em anos anteriores, o que corresponde a cerca de 82% das inquiridas. Como se pode verificar pelo

Gráfico 4, entre estas destacam-se as 15 para as quais é já o 5º ano que participam no mesmo, ou

seja, desde o seu começo, o que corresponde a cerca de 39% da população.

6

4 4

9

15

0

2

4

6

8

10

12

14

16

1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano 5º Ano

Núm

ero

de E

duca

dora

s

Gráfico 4 Anos de contacto com o projecto

1.2. Avaliação com os Educadores

Com questões relativas à avaliação do projecto tentámos compreender as expectativas e opiniões

das educadoras relativamente ao projecto de sensibilização à língua inglesa na educação pré-

escolar.

Quanto questionadas sobre se no presente ano o projecto está a decorrer de forma positiva, a

grande maioria respondeu positivamente, tendo havido duas que não expressaram a sua opinião,

como pode ser verificado no Gráfico 5. Ao justificarem a sua escolha, 21 educadoras referiram a boa

adesão do grupo de crianças, mais especificamente que estas gostaram, participaram e estiveram

interessadas e motivadas. Houve ainda 11 que mencionaram a adequação das sessões ao PCG

(projecto curricular de grupo) e 10 que salientaram o facto de as sessões terem sido bem

dinamizadas, lúdicas e de acordo com os interesses do grupo. Uma vez que a questão em análise

não foi colocada da mesma forma nos anos considerados para comparação, não é feita aqui

qualquer referência a 2005/2006 e 2007/2008.

36

02

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Sim Não Não respondeu

Núm

ero

de e

duca

dora

s

Gráfico 5 Respostas à questão Considera que no presente ano lectivo o projecto está a decorrer de

forma positiva?

11

Relativamente à pertinência do projecto a totalidade das educadoras que devolveram os

questionários consideram que é boa, 24 respostas, ou muito boa, 14 respostas, como pode ser

verificado no Gráfico 6. A principal justificação apresentada pelas educadoras para a sua opção é,

com 21 respostas, as crianças encontrarem-se numa idade propícia ao contacto com uma segunda

língua, 9 referem ainda o facto de ser uma mais-valia para o futuro académico.

0 0

24

14

0

5

10

15

20

25

30

Fraca Razoável Boa Muito boa

Núm

ero

de e

duca

dora

s

Gráfico 6 Pertinência/Importância do Projecto

Comparando com as respostas obtidas nos anos lectivos de 2005/2006 e 2007/2008 nota-se uma

evolução positiva (em percentagem), nomeadamente em relação ao ano de implementação do

projecto em que se obteve duas respostas negativas. Também deve referir-se que no presente ano

não se obteve qualquer resposta em branco. A comparação entre as respostas obtidas nos

diferentes anos encontra-se no Gráfico 7 (valores em percentagem).

83

97 100

60 0

11

3 0

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

2005/2006 2007/2008 2009/2010

% E

duca

dora

s

Sim/Boa/Muito boa

Não/Fraca/Razoável

N/R

Gráfico 7 Pertinência do projecto, evolução verificada nos três anos em análise

Outro dos pontos em análise foi a adequação da metodologia das sessões aos diferentes grupos de

crianças. No presente ano lectivo 37 educadoras responderam afirmativamente, apenas uma deixou

a resposta em branco. A maioria, 23, referiu que a metodologia é a adequada aos interesses e

necessidades do grupo, nomeadamente à faixa etária em questão, às suas capacidades e motivação.

Com 13 respostas foi indicado, como justificação, o facto de os conteúdos serem adequados ao PCG

e com 12 respostas o facto de as sessões de inglês serem lúdicas e diversificadas.

Este resultado replica o obtido em 2007/2008, que já era uma evolução face às respostas obtidas

em 2005/2006, quando quatro educadoras disseram que não consideravam a metodologia

indicada e outras quatro não responderam. Os resultados obtidos nos 3 anos podem ser verificados,

em percentagem, no Gráfico 8.

12

78

97 97

11

0 0

11

3 3

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

2005/2006 2007/2008 2009/2010

% E

duca

dora

s

Sim

Não

N/R

Gráfico 8 Adequação ao grupo da metodologia utilizada nas sessões

Quando questionadas sobre a relação das crianças com o projecto, nomeadamente se estão a aderir

e se estão motivadas, a grande maioria respondeu afirmativamente, como pode ser comprovado

pela leitura do Gráfico 9. Apenas uma educadora respondeu “não” e duas não responderam. Nos

anos lectivos em análise em nota-se, em percentagem, um aumento do primeiro para o segundo

ano e depois um ligeiro decréscimo relativamente presente ano. A percentagem de “não resposta”

também voltou a aumentar. Estes dados podem ser verificados no Gráfico 10.

35

1 2

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Sim Não Não respondeu

Núm

ero

de e

duca

dora

s

Gráfico 9 Respostas à questão As crianças estão a aderir ao projecto?

83

9792

6 3 3

11

05

0

10

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30

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50

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100

2005/2006 2007/2008 2009/2010

% E

duca

dora

s

Sim

Não

N/R

Gráfico 10 Adesão/motivação das crianças nos três anos em análise

Sobre a pertinência de dar continuidade ao projecto, todas as educadoras consideradas para esta

análise responderam afirmativamente. As justificações apresentadas foram diversas, destacando-se

a indicação de fazer sentido numa lógica de continuidade (12 respostas) e uma mais-valia para o

futuro académico das crianças (11 respostas). Estes resultados representam apenas uma ligeira

13

alteração face a 2007/2008, ano em uma educadora respondeu negativamente. No ano lectivo de

2005/2006 esta questão não foi colocada. A comparação dos dados, em percentagem, pode ser

verificada no Gráfico 11.

97 100

3 00 0

0

10

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30

40

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2007/2008 2009/2010

% E

duca

dora

s

Sim

Não

N/R

Gráfico 11 Dados comparativos quanto à pertinência da continuidade do projecto

As educadoras foram ainda questionadas sobre a reacção dos pais face ao projecto. A maioria das

respostas, 25, indicou que estes o consideram positivo ou muito positivo e estão muito satisfeitos

com o mesmo. Nove das respostas indicaram que os pais demonstraram, em algum momento,

interesse pelo projecto de sensibilização à língua inglesa. Contudo, sete educadoras referiram que

os pais ou encarregados de educação nunca se manifestaram.

2. Pais e Encarregados de Educação

A recolha de dados relativos à avaliação que pais ou encarregados de educação fazem do projecto

foi realizada através da aplicação de questionários. Os inquéritos foram confiados às educadoras de

infância de cada grupo, que se responsabilizaram por os entregar aos pais/encarregados de

educação. Foram entregues 898 inquéritos dos quais foram devolvidos 481, correspondentes a 54%

da população em estudo.

Mais uma vez pretende-se fazer uma análise comparativa entre o presente ano lectivo e os anos de

2005/2006 e 2007/2008. Assim, deve ter-se em atenção que no ano de implementação do projecto

os inquéritos foram entregues apenas a uma amostra da população em estudo.

2.1. Caracterização da população

Uma vez que se pretendia fazer um estudo sobre a população em questão os inquéritos

compreendiam dados relativos à identificação dos pais/encarregados de educação. Na análise

destes resultados é necessário ter em atenção que não foram considerados os questionários

preenchidos com os dados das crianças e não do encarregado de educação. Estes perfazem um total

de 120 questionários, ou seja 25% dos questionários entregues, e surgem nos gráficos apresentados

como N/C – não considerados. Como esta observação é particularmente relevante quando se

comparam os dados obtidos nos diferentes anos não serão apresentados dados quantitativos para

essa análise.

14

Na caracterização da população alva verificou-se que a grande maioria é do sexo feminino, situa-se

entre os 30 e os 40 anos e possui o 3º ciclo ou o ensino secundário, como pode ser comprovado

pelos Gráfico 12Gráfico 13Gráfico 14.

46

315

120

0

50

100

150

200

250

300

350

Masculino Feminino N/C

Núm

ero

de r

esp

ost

as

Gráfico 12 Identificação dos Pais/Encarregados de educação quanto ao género

18

51

118

137

37

120

0

50

100

150

20-24 25-29 30-34 35-40 >40 N/C

anos

Núm

ero

de r

esp

ost

as

Gráfico 13 Distribuição da população inquirida por faixas etárias

37

116

4440

6

120

28

90

0

20

40

60

80

100

120

140

Habilitações Literárias

Núm

ero

de r

esp

ost

as

1º Ciclo

2º Ciclo

3º Ciclo

Secundário

Bacharelato

Licenciatura

Outro

N/C

Gráfico 14 Habilitações literárias dos pais/encarregados de educação

2.2. Avaliação com os Pais e Encarregados de Educação

Para termos conhecimento da avaliação que pais e encarregados de educação fazem do projecto

colocamos-lhes questões relacionadas com o projecto em si, mas também com a relação dos seus

educandos com o mesmo.

15

Quando questionados sobre o conhecimento que tinham do projecto anterior à entrada do

educando no jardim-de-infância 58% afirmaram que já o conheciam, enquanto 40% responderam

negativamente, dados que se encontram no Gráfico 15. Comparando os três anos em análise nota-

se uma tendência para o crescimento da percentagem de pais/encarregados de educação que já

tinham conhecimento do projecto, como pode ser verificado no Gráfico 16. Nota-se que o ano de

implementação do projecto foi aquele em que a maioria da população afirmou desconhecer o

projecto.

58

40

2

0

10

20

30

40

50

60

70

Sim Não N/R

% Re

spos

tas

Gráfico 15 Conhecimento do projecto antes da entrada do educando para o jardim-de-infância

37

52

5861

47

40

2 1 2

0

10

20

30

40

50

60

70

2005/2006 2007/2008 2009/2010

% R

esp

ost

as

Sim

Não

N/R

Gráfico 16 Conhecimento anterior à entrada do educando para o jardim-de-infância nos três anos em

análise (valores em percentagem)

A grande maioria dos encarregados de educação afirmou ter conhecimento do objectivos do

projecto de sensibilização à língua inglesa, num total de 75%, apenas 20% disseram não ter

conhecimento dos mesmos. Ao analisar os dados dos três anos, presentes no Gráfico 17, nota-se

que depois de um aumento do conhecimento dos objectivos do projecto entre os dois primeiros

anos, no presente ano lectivo verificou-se uma ligeira descida (valores em percentagem).

70

8175

27

1620

3 3 5

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

2005/2006 2007/2008 2009/2010

% R

esp

ost

as

Sim

Não

N/R

Gráfico 17 Conhecimento dos objectivos do projecto nos três anos em análise

16

Relativamente à opinião sobre a pertinência do projecto, a maioria dos pais/encarregados de

educação considera que é boa (cerca de 42%) ou muito boa (cerca de 45%), apenas 8% classifica o

projecto como razoável e 1 % como fraco.

Entre as justificações apresentadas para as indicações de “fraca” ou “razoável” pertinência destaca-

se a de não ser um projecto adequado à idade do filho/educando. Já as justificações apresentadas

para uma pertinência boa/muito boa, referem principalmente a importância do contacto com uma

segunda língua, a importância da língua inglesa na sociedade actual e também o facto de ser uma

“base” para os anos seguintes (no contacto com a língua). Apesar de a percentagem de respostas

dadas para fraca/razoável ter sido sempre baixa, verifica-se pela análise dos resultados dos três

anos que no primeiro ano esta foi ainda mais reduzida, e nos outros dois anos os resultados foram

semelhantes, o que pode ser observado no Gráfico 18.

1 2 13

8 8

43

48

424240

45

11

2 4

0

10

20

30

40

50

60

2005/2006 2007/2008 2009/2010

% R

esp

ost

as

Fraca

Razoável

Boa

Muito boa

N/R

Gráfico 18 Pertinência/importância do projecto – dados dos três anos em análise

Os pais/encarregados de educação, quando questionados sobre o que será mais importante, no

contacto com o projecto, para as crianças em idade pré-escolar, seleccionaram maioritariamente a

possibilidade de estar em contacto com a língua inglesa. Com menor percentagem de respostas

ficaram dizer palavras na língua inglesa e relacionar os conteúdos do PCG com os do projecto, um

número mais reduzido de sujeitos seleccionou duas ou três opções. Estes dados podem ser

confirmados pelo Gráfico 19, onde é notória a opção escolhida pela maioria dos encarregados de

educação.

61

117

2

12

3 4

0

10

20

30

40

50

60

70

a b c d e f N/R

% Re

spos

tas

a) Estar em contacto com a língua inglesa; b) Dizer palavras utilizadas nas

sessões, em inglês; c) Relacionar os conteúdos do PCG com os do projecto; d)

Outros; e) Duas respostas; f) Três respostas; N/R) Não respondeu

Gráfico 19 Distribuição das respostas relativas ao que os encarregados de educação consideram mais

importante para os seus educandos (valores em percentagem)

Nos anos anteriores foi também a possibilidade de estar em contacto com a língua que surge em

primeiro lugar, como pode ser conferido no Gráfico 20. Para a leitura deste gráfico é necessário

17

notar que no presente ano lectivo foi introduzida uma nova opção para escolha foram consideradas

respostas em que foram seleccionadas várias opções. Assim, optámos, na comparação dos dados

dos 3 anos, englobar algumas respostas que discriminamos no gráfico relativo a este ano, na opção

Outra; N/R. Por isto, não referimos aqui os valores percentuais encontrados.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

2005/2006 2007/2008 2009/2010

% R

espo

stas

Estar em contacto com

a língua

Dizer palavras em

inglês

Outros; N/R

Gráfico 20 Distribuição das respostas relativas à questão sobre o que é mais importante para as

crianças em idade pré-escolar, em percentagem e para os três anos em análise.

Os questionários realizados no presente ano lectivo comprovam que uma larga maioria de

pais/encarregados de educação conversam com os seus educandos sobre as sessões de inglês.

Quando confrontados com a questão “Costuma pedir ao seu filho/educando que lhe conte o que

“aprendeu” nas sessões de inglês” 88% respondeu sim e apenas 8% disse não o fazer, dados que

podem ser conferidos no Gráfico 21. Estes resultados confirmam os obtidos em 2005/2006, apenas

com uma ligeira descida no presente ano, de 90% para os 88% registados este ano, note-se que no

ano de 2007/2008 esta questão não integrou os questionários.

88

84

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Sim Não N/R

% R

esp

ost

as

Gráfico 21 Resposta à questão Costuma pedir ao seu filho/educando que lhe conte o que

“aprendeu”nas sessões de inglês (valores em percentagem)

Quisemos também saber se as crianças relatavam o que se passava nas aulas de inglês

autonomamente e como o faziam. Pelas respostas obtidas, e como pode ser confirmado pelo

Gráfico 22, existe uma ligeira maioria de crianças, cerca de 52%, que, autonomamente, relata as

sessões de inglês, contra 42% que não o fazem. Este resultado difere significativamente dos

resultados obtidos no primeiro ano do projecto, em que 75% dos inquiridos afirmaram que os seus

educandos relatavam as sessões de forma autónoma. No ano de 2007/2008 a questão foi colocada

de forma diferente e por isso não são apresentados aqui os resultados então obtidos.

18

52

42

6

0

10

20

30

40

50

60

Sim Não N/R%

Resp

osta

s

Gráfico 22 Respostas à questão O seu filho/educando relata autonomamente o que se passa nas

sessões de inglês (valores em percentagem)

Relativamente à forma como é feito o relato das sessões, no presente ano lectivo, a maioria dos

inquiridos, num total de 192, referiu que era pela verbalização de algumas palavras e expressões em

inglês, resultado bastante superior a qualquer das restantes opções, como pode ser verificado no

Gráfico 23. Nos outros dois anos em análise a maioria de respostas aponta para a utilização, por

parte das crianças, das duas línguas, com 63% de respostas em 2005/2006 e 66% em 2007/2008,

o que está de acordo com os resultados obtidos no presente ano.

19

192

1429

3

0

50

100

150

200

250

a b c d e

Núm

ero

de r

espo

stas

a) Relatando em português; b) Verbalizando algumas palavras e expressões

em inglês; c) Outro; d) Duas respostas; e) Três respostas

Gráfico 23 Respostas obtidas para a questão “Como é que o seu educando relata o que se passa nas

sessões de inglês?”

Este ano os pais/encarregados de educação voltaram a confirmar que a larga maioria das crianças

está, segundo eles, a gostar das sessões de inglês, num total de 92%,como indicado no Gráfico 24. O

1% que indica que o seu educando não está a gostar corresponde a 7 repostas. Já em 2007/2008 os

resultados obtidos foram muito semelhantes, apenas de notar, para o presente ano lectivo, um

decréscimo na percentagem de respostas em branco.

92

17

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Sim Não N/R

% R

espo

stas

Gráfico 24 Respostas obtidas para a questão “O seu educando está a gostar das sessões de inglês?”

19

Para a grande maioria dos pais/encarregados de educação o projecto de sensibilização à língua

inglesa está a corresponder às suas expectativas. Tal como em 2007/2008 a percentagem obtida

situa-se nos 80%, apenas com um ligeiro decréscimo no presente ano, valores que representam um

pequeno aumento relativamente ao ano de 2005/2006, dados presentes no Gráfico 25.

7882 81

4 3 4

1815 15

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

2005/2006 2007/2008 2009/2010

% R

esp

osta

s

Sim

Não

N/R

Gráfico 25 Respostas dadas nos três anos em análise à questão “O projecto está a corresponder às

suas expectativas”

Para cerca de 52% dos pais/encarregados de educação este não foi o primeiro ano em que os seus

educandos contactaram com o projecto. Entre estes, 183 referiram que notam evolução na

aprendizagem da criança, o que corresponde a cerca de 73% (relativamente aos que indicaram que

os educandos já tinham tido contacto com o projecto). A maioria dos inquiridos indicou como

aspecto em que nota maior evolução o aumento do vocabulário em inglês. No ano de 2007/2008

houve 186 respostas afirmativas para a mesma questão, o que está de acordo com os dados obtidos

no presente ano. Contudo, deve notar-se que os critérios de tratamento de dados foram diferentes

nestes dois anos.

No presente ano lectivo os pais/encarregados de educação expressaram de forma significativa que

consideram pertinente dar continuidade ao projecto iniciado há 5 anos. Cerca de 91% respondeu

afirmativamente, contra 1% que não concorda e 8% que não respondeu (dados presentes no

Gráfico 26). As justificações apresentadas para a continuidade do projecto estão próximas das

indicadas para confirmar a pertinência do projecto. Assim, a maioria dos pais referiu a importância

da língua inglesa e a preparação para os anos seguintes como justificações para a continuidade do

projecto. Esta questão não estava incluída nos questionários dos outros anos em análise.

91

1

8

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Sim Não N/R

% R

espo

stas

Gráfico 26 Indicação da pertinência da continuidade do projecto

20

3. Crianças

Os questionários dirigidos às crianças foram aplicados a uma amostra da população previamente

definida e através de entrevistas individuais. Em cada sala tentou-se seleccionar seis crianças, três

de cada género, variando ainda a idade e os anos de contacto com o projecto. Dadas as

características de alguns grupos por vezes não foi possível definir a amostra pretendida.

Foram realizados 286 questionários divididos pelas 48 salas de jardim-de-infância onde o projecto

se encontra implementado. Entre estas salas 27 estão inseridas no meio rural, 16 em meio urbano e

as restantes 5 pertencem à rede privada ou IPSS. Tal como nos questionários dirigidos às

educadoras e pais/encarregados de educação, estes compreendiam uma parte relativa à

identificação e outra destinada à avaliação do projecto.

Os dados foram analisados globalmente, numa primeira abordagem, e depois considerando os

diferentes meios, rural, urbano e as instituições privadas e IPSS.

3.1. Caracterização da População

As 286 crianças entrevistadas estavam igualmente divididas quanto ao género, isto é, 143 do

género feminino e 143 do género masculino. Predominaram as crianças com 4 e 5 anos, como se

pode verificar no Gráfico 27, e a maioria contactou pela primeira vez com o projecto no decorrer do

presente ano lectivo, segundo a distribuição representada no Gráfico 28.

37

9792

60

0

20

40

60

80

100

120

3 4 5 6

(anos)

Núm

ero

de C

rianç

as

Gráfico 27 Distribuição da amostra quanto à idade

129

96

56

5

0

20

40

60

80

100

120

140

1º ano 2º ano 3º ano 4º ano

(ano de contacto com o projecto)

Núm

ero

de C

rianç

as

Gráfico 28 Número de anos de contacto com o projecto

21

A diferença do número de salas entre os diferentes meios e a rede privada/IPSS determinou uma

diferença significativa no número de crianças entrevistadas em cada contexto. Como pode ser

confirmado pelo Gráfico 29 o número de crianças entrevistadas em meio rural é significativamente

superior a qualquer um dos outros, o que não deve ser confundido com o número total de crianças

inseridas em cada contexto.

162

94

30

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

Rural Urbano Privado/IPSS

Núm

ero

de C

riança

s

Gráfico 29 Entrevistas realizadas em contexto rural, urbano e privado/ipss

3.2. Avaliação com as Crianças

As crianças começaram por responder sobre aquilo que mais e menos tinham gostado de aprender

nas sessões de inglês.

Quanto ao que tinham gostado mais a maioria referiu situações muito particulares. Na tentativa de

organizarmos as respostas obtidas segundo categorias definimos “histórias, jogos, canções e

outros” como possibilidades e obtivemos a distribuição apresentada no Gráfico 30. O número

elevado de respostas classificadas como “outros” deve-se a indicações como “gostei de tudo; gostei

da mascote; gostei de ti”. Nota-se contudo uma maior percentagem de respostas para “jogos”,

estando as “canções” e as “histórias” muito próximas. Considerando os valores obtidos para os

diferentes meios, presentes no Gráfico 31, a maior diferença verifica-se nos privados/IPSS onde se

nota uma maior percentagem de crianças que prefere as histórias, logo a par dos jogos.

16

28

15

41

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Histórias Jogos Canções Outros

% R

espo

stas

Gráfico 30 Respostas à questão O que gostaste mais de aprender/fazer nas sessões de inglês (valores

em percentagem)

22

15 16

23

29 29

23

17

13 10

40 43 43

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Rural Urbano Privados/IPSS

% R

esp

ost

as Histórias

Jogos

Canções

Outros

Gráfico 31 Respostas à questão O que gostaste mais de aprender/fazer nas sessões de inglês, nos

diferentes meios (valores em percentagem)

Na tentativa de determinar o que é que as crianças menos gostaram de fazer foram definidas as

mesmas categorias de análise que em cima. Note-se que foi muito complicado obter uma resposta

para esta questão, a grande maioria das crianças respondeu “gosto de tudo”, o que foi considerado

como “outros” e o que se traduziu nus significativos 75%, como é possível verificar no Gráfico 32.

Entre as três categorias definidas a “histórias” foi, com 14%, a que as crianças menos gostaram. Os

resultados obtidos para cada meio não diferem significativamente dos gerais, como pode ser

verificado no Gráfico 33, apenas se nota que as respostas dadas pelas crianças pertencentes às

instituições privadas/IPSS foram mais específicas.

14

74

75

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Histórias Jogos Canções Outros

% Re

spos

tas

Gráfico 32 Respostas à questão O que gostaste menos de aprender/fazer nas sessões de inglês

(valores em percentagem)

23

12 15

20

8 4

10 4 2

7

76 79

63

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Rural Urbano Privados/IPSS

% R

esp

ost

as Histórias

Jogos

Canções

Outros

Gráfico 33 Respostas à questão O que gostaste menos de aprender/fazer nas sessões de inglês, nos

diferentes meios (valores em percentagem)

As crianças tiveram também de responder a uma questão mais dirigida em que tinham de ordenar

(por ordem de preferência) o que mais gostavam. Entre as opções “histórias, canções e jogos”

foram os jogos a reunir a maioria das primeiras escolhas, num total de 54%, como pode ser

comprovado no Gráfico 34. Entre os jogos indicados pelas crianças como o que tinham gostado

mais destacam-se os jogos de memória e de movimento. Analisando os resultados obtidos nos

diferentes meios, presentes no Gráfico 35 verifica-se que o meio rural e urbano estão próximos dos

resultados gerais, em que os jogos recolhem a maior preferência, mas nos privados/IPSS a maioria

das crianças indicou em primeiro lugar as canções e só depois os jogos.

29

54

17

0

10

20

30

40

50

60

Canções Jogos Histórias

% Re

spos

tas

Gráfico 34 Primeira escolha na questão O que gostas mais, canções, jogos ou histórias (valores em

percentagem)

24

24

33

47

58

51

43

18 16

10

0

10

20

30

40

50

60

70

Rural Urbano Privados/IPSS

% R

espo

stas Canções

Jogos

Histórias

Gráfico 35 Primeira escolha na questão O que gostas mais, canções, jogos ou histórias, nos diferentes

meios (valores em percentagem)

A última questão dirigida às crianças prendia-se com a continuidade da “aprendizagem” da língua

inglesa, tendo-se perguntado se queriam ou não ter inglês no próximo ano. Como pode ser

confirmado no Gráfico 36 a larga maioria das crianças, cerca de 96%, respondeu afirmativamente à

questão, tendo sido quase sempre dada como justificação “porque eu gosto”. Os resultados obtidos

para os diferentes meios estão de acordo com o resultado geral, como pode ser confirmado no

Gráfico 37.

96

40

0

20

40

60

80

100

120

Sim Não Outro

% R

esp

ost

as

Gráfico 36 Respostas à questão Queres ter inglês no próximo ano (valores em percentagem)

96 95 97

4 5 3 1 0 0

0

20

40

60

80

100

120

Rural Urbano Privados/IPSS

% R

esp

ost

as

Sim

Não

outro

Gráfico 37 Respostas à questão Queres ter inglês no próximo ano, nos diferentes meios (valores em

percentagem)

25

PARTE III – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS E

CONCLUSÕES

1. Discussão de Resultados

1.1. Educadores

Os questionários dirigidos às educadoras de infância permitiram verificar que uma maioria muito

significativa considera o projecto pertinente, a metodologia utilizada nas sessões adequada ao

grupo de crianças, e que estas estão motivadas e aderem às propostas apresentadas. A totalidade

das educadoras que responderam ao questionário considera pertinente dar continuidade ao

projecto. Os resultados obtidos estão, salvo ligeiras oscilações, nomeadamente na faixa etária

predominante, de acordo com os dados dos anos de 2005/2006 e 2007/2008.

1.2. Pais e Encarregados de Educação

Os questionários devolvidos no presente ano pelos pais/encarregados de educação foram pouco

mais de metade daqueles que foram entregues. Entre os que foram analisados destaca-se o facto de

que em cerca de um quarto os dados relativos à identificação terem sido mal preenchidos,

nomeadamente a idade, preenchida com os dados do filho/educando, factor que condicionou o

tratamento dos dados.

Neste ano lectivo notou-se um aumento no conhecimento do projecto e um ligeiro retrocesso no

conhecimento dos seus objectivos. A grande maioria dos pais/encarregados de educação continua a

achar o projecto pertinente ou muito pertinente e o facto de este possibilitar o contacto com a

língua inglesa o mais importante para crianças em idade pré-escolar.

Apesar de quase todos os pais/encarregados de educação indicarem que pedem ao seu

filho/educando que conte o que se passou nas sessões de inglês, apenas 52% dizem que as crianças

o fazem de forma autónoma, valor que difere significativamente dos 75% em 2005/2006. A grande

maioria das crianças utiliza, tal como em 2005/2006 e 2007/2008 as duas línguas, português e

inglês, nos seus relatos.

Os pais/encarregados de educação indicaram, em larga maioria, que os seus filhos/educandos

estão a gostar das sessões, o que confirma os resultados obtidos em 2007/2008.

O projecto continua a corresponder às expectativas de pais/encarregados de educação e a grande

maioria indica que considera pertinente a sua continuidade.

26

1.3. Crianças

As entrevistas realizadas às crianças permitiram verificar que entre as suas actividades preferidas,

realizadas no decorrer das sessões de inglês, se encontram os jogos. Uma maioria muito

significativa das crianças não foi capaz de indicar o que menos gostou de fazer. Quando lhes foi

pedido que indicassem ordenadamente o que tinham gostado mais, entre as canções, os jogos e as

histórias, mais uma vez os jogos reuniram a maioria das preferências. Na análise feita

considerando os diferentes meios as diferenças não foram significativas, apenas se notou que nos

privados/IPSS as crianças indicaram, nas suas preferências, as histórias a par dos jogos.

Enquanto educadores sabemos que a idade pré-escolar é um período fundamental no

desenvolvimento da linguagem. Ao longo da nossa formação o nosso papel para esse

desenvolvimento foi constantemente realçado. Este conhecimento, construído em torno da língua

materna, ajudou-nos a compreender que estas crianças estão particularmente permeáveis à

aquisição de uma língua e que a sensibilização a uma segunda língua, neste caso o inglês, é

pertinente e possível. O trabalho desenvolvido ao longo do ano lectivo junto de cada grupo foi a

confirmação disso mesmo.

27

Conclusão

O educador deve tentar compreender as fases do conhecimento linguístico que a criança está a

passar na altura, incentivando-a a desenvolver as suas capacidades, especialmente de uma forma

lúdica e divertida. Assim, todo o nosso trabalho surgiu em torno do “lúdico-criativo” pois o nosso

desejo não era que as crianças soubessem falar inglês fluente e correctamente, mas sim conseguir

despertar a curiosidade para a existência de outras línguas e de uma cultura cuja língua é utilizada

por pessoas de todo o mundo.

A possibilidade de aplicar questionários aos diversos elementos da comunidade educativa

permitiu-nos analisar e avaliar o trabalho que realizámos ao longo do ano e ainda tomar

conhecimento da perspectiva que pais/encarregados de educação, educadoras titulares das salas e

crianças tinham acerca do mesmo. Os resultados obtidos foram de um modo geral gratificantes na

medida que sentimos que o nosso trabalho foi reconhecido.

Foi um ano muito intenso de aprendizagens e desenvolvimento pessoal e profissional para todos os

intervenientes. O facto de este projecto ser itinerante e abranger um grande número de salas de

jardim-de-infância constituiu ao mesmo tempo dificuldades e motivos de crescimento e evolução.

A cada dia os diferentes grupos de crianças sucediam-se e com eles os adultos responsáveis e os

diversos contextos educativos. Esta diversidade de grupos e de crianças potenciou a procura

(constante) de estratégias de gestão e de ensino/aprendizagem adequadas a cada grupo, já o

privilégio de conhecer tantas educadoras, com percursos, ideias, metodologias próprias foi motivo

de grande desenvolvimento.

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Referências Bibliográficas

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