Umconviteaosjornalistas -...

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2 Jornalista Responsável Mário Messagi Júnior Reg.prof. 2963/11/101z Redação Rafael Borges e Silvio Rauth Filho Colaboradores nesta edição Aurélio Munhoz, Flávio Pedron e Sérgio Gadini Fotografias Hugo Abati, Carlos Gomes e José Suassuna Ilustrações Noviski Edição Gráfica Marginal Comunicação Tiragem 4.000 exemplares As matérias neste jornal podem ser reproduzidas, desde que citada a fonte. Não é de responsabilidade deste jornal os artigos de opinião e as opiniões emitidas em entrevistas, por não apresentarem, necessariamente, a opinião de sua editoria. Extra Pauta é Órgão de divul- gação oficial da Gestão Extra Pauta, do Sindicato dos Jorna- listas Profissionais do Paraná. Endereço: Rua José Loureiro, 211, Curitiba/Paraná. CEP 80010-140. Fone/Fax (041) 224-9296. E-mail: [email protected] com a palavra... Um convite aos jornalistas expediente Há dez meses, logo após a posse da nova diretoria do Sindicato dos Jornalistas do Paraná, a categoria ganhou uma poderoso instrumento para a melhoria das suas condições de trabalho: a Comissão de Saúde do Sindijor. Para tornar esta meta possível, iniciamos nosso trabalho distribuindo um breve questionário com o objetivo de saber a quantas anda a saúde dos profissionais da imprensa do nosso Estado. Mais tarde, inicialmente numa carta e depois num artigo veicula- dos pelo Extra-Pauta, convidamos a categoria a nos ajudar nesta luta denunciando-nos eventuais casos de problemas de saúde enfrentados por jornalistas paranaenses. Além disso, enviamos uma carta aos do- nos de órgãos de imprensa e enti- dades que contratam jornalistas alertando-os do problema e pedin- do-lhes apoio para tentar resolver este problema ou, ao menos, minimizá-lo. Os resultados destas iniciativas, porém, ficaram muito abaixo da nossa expectativa. Não tanto em relação aos patrões porque, obvia- mente, não éramos ingênuos a pon- to de supor que algum deles fosse nos telefonar manifestando sua in- tenção de fornecer todas as condi- ções de trabalho adequadas para o desenvolvimento da nossa ativida- de profissional. Salvo um ou outro caso, os donos dos meios de co- municação do Estado estão mais interessados em contabilizar seus lucros que em qualquer outra coi- sa. Logo, não esperávamos mesmo resultado diferente deste. Já no caso dos nossos colegas de imprensa, o caso é bem diferen- te. Recebemos poucas denúncias de problemas de saúde entre jornalis- tas. E, o que é mais grave: na gran- de maioria dos casos, estas denún- cias partiram de colegas ou de ex- colegas de trabalho que, no entan- to, pediram-nos para não levá-las adiante. O silêncio da categoria pre- ocupa-nos – e muito. Até porque, obviamente, não resulta do fato de os profissionais da imprensa do Paraná gozarem de ótima saúde, não enfrentarem o absurdo stress diá- rio da profissão e nem problemas relacionados às DORT (Doenças Ocupacionais Relacionadas ao Tra- balho). Fazemos a mea culpa neste pro- cesso. Não adotamos a estratégia adequada para fazer as denúncias surgirem com a freqüência que ima- ginávamos. Não imaginávamos que o receio dos jornalistas de sofre- rem alguma represália seria um obstáculo tão grande no nosso ca- minho. Compreendemos este re- ceio, já que conhecemos bem o Aurélio Munhoz e Flávio Pedron * conservadorismo, a prepotência e a falta de sensibilidade caracterís- ticos da grande maioria dos donos dos órgãos de imprensa do nosso Estado. Mas gostaríamos de fazer um lembrete importante aos cole- gas de profissão que possuem al- gum tipo de DORT: uma postura passiva diante do seu problema de saúde só tende a agravá-lo. Por isso, insistimos em nos colocar à sua disposição para tentar ajudá-lo a re- solver o problema. Não pretendemos nos limitar a isso, porém. Por este motivo, a par- tir de agora, vamos mudar nossa es- tratégia de ação. A nossa atuação será fundamentalmente preventiva, educativa. Vamos iniciar, nesta se- mana, um trabalho destinado a ob- ter o apoio da iniciativa privada para viabilizar a impressão de um nova cartilha “Saúde, jornalista!!”, que o Sindijor já publicou há quatro anos e que não conseguimos reeditar ain- da por falta de recursos. Além disso, pretendemos produ- zir um panfleto – em caráter emergencial, que será distribuído a todos os locais de trabalho - con- tendo as dicas mais importantes para se prevenir as DORT, especi- almente a LER. Fizemos um con- tato com um médico especializado em doenças do trabalho que se dis- pôs a nos ajudar neste trabalho, gra- tuitamente. Se estas ações estão longe de ser suficientes para resol- ver o problema, podem, ao menos, contribuir para preveni-lo. É justamente neste sentido que gostaríamos de pedir o apoio dos colegas jornalistas. Gostaríamos muito de contar com a sua partici- pação neste processo. Colabore com a Comissão de Saúde apresen- tando-nos sugestões de outras ini- ciativas que podemos desenvolver neste sentido. Não nos deixe, tam- bém, de enviar suas dicas para que possamos fazer eventuais corre- ções de rumo em nosso trabalho. Só não deixe de manter contato permanente conosco. Sua partici- pação é fundamental para nós. * Aurélio Munhoz e Flávio Pedron são integrantes da Co- missão de Saúde do Sindicato dos Jornalistas do Paraná. No última edição do Extra-Pauta, na matéria “Jornalistas são eleitos conselheiros da UFPR”, foi eleita para a suplência no Conse- lho de Ensino e Pesquisa a jornalista Lenise Aubrift Klenk, da Gaze- ta do Povo. - Erramos - Created by PDF Generator (http://www.alientools.com/), to remove this mark, please buy the software.

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Jornalista ResponsávelMário Messagi Júnior

Reg.prof. 2963/11/101zRedação

Rafael Borges e Silvio Rauth FilhoColaboradores nesta edição

Aurélio Munhoz, Flávio Pedron e Sérgio GadiniFotografias

Hugo Abati, Carlos Gomes e José SuassunaIlustrações

Noviski

Edição GráficaMarginal Comunicação

Tiragem4.000 exemplares

As matérias neste jornal podem serreproduzidas, desde que citada a fonte. Nãoé de responsabilidade deste jornal os artigos

de opinião e as opiniões emitidas ementrevistas, por não apresentarem,

necessariamente, a opinião de sua editoria.

Extra Pauta é Órgão de divul -gação oficial da Ges tão Ext ra

Pauta, do S indicato dos Jorna-l i st as Profi ss ionai s do Paraná.Endereço: Rua José Loureiro ,

211, Curi t iba/Paraná. CEP80010-140. Fone/Fax (041)

224-9296. E-mai l :s indi jor@sindi jorpr.org.br

com a palavra...

Um convite aos jornalistas

exped iente

Há dez meses, logo após a posseda nova diretoria do Sindicato dosJornalistas do Paraná, a categoriaganhou uma poderoso instrumentopara a melhoria das suas condiçõesde trabalho: a Comissão de Saúdedo Sindijor. Para tornar esta metapossível, iniciamos nosso trabalhodistribuindo um breve questionáriocom o objetivo de saber a quantasanda a saúde dos profissionais daimprensa do nosso Estado.

Mais tarde, inicialmente numacarta e depois num artigo veicula-dos pelo Extra-Pauta, convidamosa categoria a nos ajudar nesta lutadenunciando-nos eventuais casosde problemas de saúde enfrentadospor jornalistas paranaenses. Alémdisso, enviamos uma carta aos do-nos de órgãos de imprensa e enti-dades que contratam jornalistasalertando-os do problema e pedin-do-lhes apoio para tentar resolvereste problema ou, ao menos,minimizá-lo.

Os resultados destas iniciativas,porém, ficaram muito abaixo danossa expectativa. Não tanto emrelação aos patrões porque, obvia-mente, não éramos ingênuos a pon-to de supor que algum deles fossenos telefonar manifestando sua in-tenção de fornecer todas as condi-ções de trabalho adequadas para o

desenvolvimento da nossa ativida-de profissional. Salvo um ou outrocaso, os donos dos meios de co-municação do Estado estão maisinteressados em contabilizar seuslucros que em qualquer outra coi-sa. Logo, não esperávamos mesmoresultado diferente deste.

Já no caso dos nossos colegasde imprensa, o caso é bem diferen-te. Recebemos poucasdenúncias deproblemas de saúde entre jornalis-tas. E, o que é mais grave: na gran-de maioria dos casos, estas denún-cias partiram de colegas ou de ex-colegas de trabalho que, no entan-to, pediram-nos para não levá-lasadiante. O silêncio dacategoria pre-ocupa-nos – e muito. Até porque,obviamente, não resulta do fato deos profissionais da imprensa doParanágozaremdeótimasaúde, nãoenfrentarem o absurdo stress diá-rio da profissão e nem problemasrelacionados às DORT (DoençasOcupacionais RelacionadasaoTra-balho).

Fazemos a mea culpa neste pro-cesso. Não adotamos a estratégiaadequada para fazer as denúnciassurgirem coma freqüênciaque ima-ginávamos. Nãoimaginávamos queo receio dos jornalistas de sofre-rem alguma represália seria umobstáculo tão grande no nosso ca-minho. Compreendemos este re-ceio, já que conhecemos bem o

Aurélio Munhoz e Flávio Pedron * conservadorismo, a prepotência ea falta de sensibilidade caracterís-ticos da grande maioria dos donosdos órgãos de imprensa do nossoEstado. Mas gostaríamos de fazerum lembrete importante aos cole-gas de profissão que possuem al-gum tipo de DORT: uma posturapassiva diante do seu problema desaúdesó tendea agravá-lo. Por isso,insistimos em nos colocar à suadisposição para tentar ajudá-lo a re-solver o problema.

Não pretendemos nos limitar aisso, porém. Por este motivo, a par-tir de agora, vamos mudar nossa es-tratégia de ação. A nossa atuaçãoserá fundamentalmente preventiva,educativa. Vamos iniciar, nesta se-mana, um trabalho destinado a ob-ter o apoioda iniciativaprivada paraviabilizar a impressão de um novacartilha “Saúde, jornalista!!”, que oSindijor já publicou há quatro anose quenão conseguimos reeditar ain-da por falta de recursos.

Além disso, pretendemos produ-zir um panfleto – em caráteremergencial, que será distribuído atodos os locais de trabalho - con-

tendo as dicas mais importantespara se prevenir as DORT, especi-almente a LER. Fizemos um con-tato com um médico especializadoem doenças do trabalho que se dis-pôs a nosajudar neste trabalho, gra-tuitamente. Se estas ações estãolonge de ser suficientes para resol-ver o problema, podem, ao menos,contribuir para preveni-lo.

É justamente neste sentido quegostaríamos de pedir o apoio doscolegas jornalistas. Gostaríamosmuito de contar com a sua partici-pação neste processo. Colaborecom a Comissão de Saúde apresen-tando-nos sugestões de outras ini-ciativas que podemos desenvolverneste sentido. Não nos deixe, tam-bém, de enviar suas dicas para quepossamos fazer eventuais corre-ções de rumo em nosso trabalho.Só não deixe de manter contatopermanente conosco. Sua partici-pação é fundamental para nós.

* Aurélio Munhoz e FlávioPedron são integrantes da Co-missão de Saúde do Sindicato

dos Jornalistas do Paraná.

No última edição do Extra-Pauta, na matéria “Jornalistas sãoeleitos conselheiros da UFPR”, foi eleita para a suplência no Conse-lho de Ensino e Pesquisa a jornalista Lenise Aubrift Klenk, da Gaze-ta do Povo.

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questões trabalhistas

Sindicato pressiona DRT para maior fiscalizaçãoO Sindicato dos Jornalistas está

exigindo da Delegacia Regionaldo Trabalho maior empenho naexecução das fiscalizações. Vári-as denúncias já foramprotocoladas pelo sindicato juntoao órgão, que reclama de falta depessoal para efetuar visitas aoslocais de trabalho.

O SINDIJOR propôs um acor-do de cooperação para viabilizar oacompanhamento das denúncias ,mas o delegado WellingtonCavalcanti, que em abril foi subs-tituído, descartou a iniciativa. Se-gundo o delegado, a delegacia estáapenas seguindo as “prioridades”definidas pelo Ministério do Tra-balho em Brasília. Entre elas não

está o exercício irregular da pro-fissão de jornalista. As linhas deatuação do Ministério se baseiamem jornada de trabalho, repassepelas empresas do Fundo deGarantia(FTGS), registro em car-teira e trabalho infantil.

Assim, o reenvio de denún-cias pelo SINDIJOR apenas tornamais cheias as gavetas da DRT.Ocaso da Gazeta do Povo já é notó-rio e envergonha o jornalismoparanaense. A fiscalização não vaia empresa há três anos, enquantose acumulam solicitações e ofíci-os do sindicato exigindo a presen-ça dos fiscais.

A direção do sindicato esperaem breve estar reunida com o novo

Jornalista sofre acidente graveO repórter fotográfico Marco

Damásio, de O Estado do Paraná,ainda se recupera do grave aciden-te de trabalho que sofreu no dia 6de abril. Ele realizava a coberturado seqüestro no Juizado de CausasEspeciais e estava com repórteresfotográficos e cinegrafistas sobrea laje da guarita do estacionamentoao lado do pátio do juizado.Damásio se desequilibrou e sofreuuma queda de 3 metros de altura. Orepórter ainda chocou-se contra omuro e bateu a cabeça numa viaturada RONE.

O repórter esteve internado cer-ca de 20 dias na UTI do HospitalCajuru com traumatismo craniano elesões nacoluna. O sindicato acom-panha o caso desde o início e estevereunido com a direção do Estado doParanáno dia21. Umacampanha dedoação de sangue foi prontamenteatendida pela categoria.

Os acidentes de trabalho no Brasil são responsáveis por um gasto anualde R$ 20 bilhões, segundo um estudo do Ministério da Previdência e Assis-tência Social empequenas e médias empresas do parque industrial brasilei-ro.

O gasto soma as despesas com saúde, reabilitação profissional e prejuí-zos causados aos trabalhadores.

Dos 378.365 acidentes de trabalho registrados ano passado, 3.605 cau-saram a morte do trabalhador. Os setores que mais causaram mortes foramos de serviços de transporte e armazenagem (468), construção civil (390) ecomércio varejista (365).

Grande parte desses acidentes ocorrem em razão do uso de máquinasobsoletas e inseguras, segundo a pesquisa divulgada no jornal “O Globo”.As máquinas que mais causam acidentes são as prensas para metalurgia, asserras circulares para madeira, as tupias e desempenadeiras para madeira,asinjetoras de plástico, as guilhotinas, as calandras e cilindros para laminação,as motosserras, as impressoras de produtos gráficos e as máquinas dedescorticar e desfibrar sisal.

Uma análise aprofundada das causas dos acidentes, como o caso dasterceirizações de atividades ou falta de treinamento, ainda nãofoi divulgada.

Todo o atendimento médico deDamásio foi efetuado pelo SUSjá que o plano de saúde dispo-nibilizado pela empresa exigiucarência para fazer o atendimen-to. No início de maio, Damásiocomeçou o tratamento domiciliare, somente com a intermediaçãodo sindicato, a empresa aceitoupagar o custo de um colchão e umcolete especial, cerca de R$ 250.Depois de quinze dias deinternação, o salário do repórterfoi reduzido em 15% e passou aser pago pelo INSS, conforme de-termina a legislação.

Para o sindicato a responsabi-lidade da empresa não termina. “Para nós a empresa é responsávelpor tudo o que vier a acontecercom Damásio, que sofreu um aci-dente enquanto trabalhava”, argu-menta Silvio Rauth Filho, diretordo Sindijor-PR.

Delegadoparadefinir estratégias mí-nimasdeatuaçãodaDRT.Nãoépos-sível queas empresas fiquem impu-nes diante de tantas irregularidades

, que se tornaram comuns ao dia adia do jornalista, porque não estão“contempladas” na listade priorida-des do governo federal.

Wellington Cavalcanti (à esquerda) e representantes do Sindicato (à direita): explicações

José Suassuna

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política denúncia

Sindicato participa da lutacontra a privatização da Copel

Tendo como palco a Casa do Jornalis-ta, sededo Sindicato, o FórumPopular Con-tra a Privatização da Copel foi lançado, nodia 15 de março, com a certeza de enfren-tar uma dura batalha, pelas ruas e pelamídia. Para o coordenador do Fórum, oex-deputado NeltonFriedrich, argumentosnão faltam contra a privatização da maiorempresa de eletricidadedo País. “ACOPELfoi a empresa, entre públicas e privadas,que mais lucro obteve em 2000. Mas não éapenas isso. Existem argumentos de cu-nho estratégico, social, tecnológico e polí-tico para a manutenção da empresa sobcontrole do povo do Paraná”.

Para que as palavras sensibilizem apopulação, o Fórum pretende estruturarnúcleos de mobilização por todo o estadocom o apoio de prefeituras, sindicatos,federações, associações de moradores,movimentos da igreja, entre outros. Umabaixo-assinado percorre o estado buscan-do coletar 1 milhão de assinaturas paraexigir a suspensão do processo deprivatização.

Já o Governo aposta pesado napropaganda. Segundo dados do Fórum, acampanha pró-privatização está gastando80 milhões dos cofres públicos, nessa pri-meira etapa.

Argumentação furadaEm várias reportagens publicadas pela

imprensa paranaense, o governador JaimeLerner tentou minimizaro desgaste por estarcomandando a privatização da Copel, aodizer que a atitude seria uma imposição doGoverno Federal. Em entrevista ao radia-lista Luiz Carlos Martins, o presidenteFernando Henrique Cardoso, porém, ne-gou essa informação. “Esta é uma decisãoque corresponde ao Paraná. Se o governa-dor Jaime Lerner está empenhado nisso éporque acha que o momento é adequadopara a privatização”, afirmou FHC.

PainelUma das ações do Fórum Popular foi

montar um placar com a posição de cadaum dos 54 deputados estaduais em rela-ção à privatização da Copel. O painel foilançado em Curitiba, no dia 7 de abril, e

Lançamento do Fórum Popular Contra a Privatização da Copel, na Casa do Jornalista: luta por 1 milhão de assinaturas

Fórumdenunciaboicote daimprensa

vai percorrer várias cidades do Paraná. Opainel, porém, está defasado, já que ostrês projetos sobre a Copel que tramita-vam no Legislativo foram retirados dapauta e um novo levantamento não foirealizado. Na última atualização, em abril,a situação era de 24 deputados contra avenda da estatal, 19 a favor e 9 indecisos.

Guerra JurídicaO Fórum Popular contra a venda da

Copel promoveu no dia 18 de maio uma“Jornada Jurídica” com aparticipação da Procuradora Geral do Es-tado de Minas Gerais, Dra. Carmen LuciaAntunes Rocha.

A idéia do Fórum é organizar uma es-tratégia jurídica que permita o cancelamen-to da venda da Copel, a exemplo da CESPem São Paulo. “O governador paulista jádeu um bom exemplo de sensibilidade aosepultar de vez a venda da CESP”, disseNelton Friedrich, que reconhece que oapagão deu uma ajuda para a decisão.“Esperamos um gesto idêntico, paranista,do governador Jaime Lerner”.

Uma equipe contratada pela Copel teriafeito uma previsão dos resultados financei-ros e estimado que a estatal fechará o se-mestre com lucro de R$ 487 milhões e compossibilidade de ter lucro de R$ 660 milhõesno ano. O valor é 50% maior do que oregistrado no ano passado. A informaçãosobre o resultado e sobre o estudo reserva-do foi divulgada pelo presidente do Fórumcontra a Privatização da Copel, NeltonFriedrich. Ele afirmou ter recebido de ma-neira sigilosa resultados parciais da análise.

Friedrich citou os números para reforçarsua crença de que a Copel não pode serprivatizada. “ACopel éuma dasmais viáveise mais lucrativas empresas de energia doPaís”, afirmou. Os demais participantes doseminário têm opinião semelhante a deFriedrich.“Coma privatizaçãonãoserá acres-centado nenhum quilowatt a mais no siste-ma”, criticou o consultor Joquim Carvalho.Ao falar sobre o processo de desestatização,ele disse estar convicto que a Copel serásubavaliada para a venda e que sequer a mar-ca da empresa será levada em conta.reportagem de Carmem Murara publicadana Folha do Paraná, dia 15/05

Copeldeve lucrar50%amaisnosemestre

O Fórum em Defesa da Copel denunciouo boicote das empresas de comunicação àveiculação de peças publicitárias contra aprivatização da empresa. Segundoorganizadores do Fórum, a Rádio CBN esta-ria fazendo “corpo mole” para divulgar omaterial. “Primeiro eles não tinham espaço,depois falaram em dois spots por dia enquan-to o governo tinha mais de quatro”, denunciaRaska Rodrigues, responsável pela campa-nha de rádio. Questionado, o departamentocomercial da emissora respondeu que tive-ram um pequeno problema de espaço, masque “não foi uma questão política”.

A organização do Fórum só conseguiuresponder à avalanche governista na rá-dio B-2 e na Ouro Verde. Em maio, asinserções de mídia já estavam dando si-nais de regularização, tendo em vista quea disputa na Assembléia Legislativa já ti-nha tomado cores pró venda da Copel

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profissão

Dia do Jornalista, data deprotestos e comemorações

Homenagem aLíbero Badaró

Para os jornalistasparanaenses o dia 7 de abril, Diado jornalista, expõe motivos paracomemorar e para se indignar.

A Convenção Coletiva de Tra-balho (CCT 2000/2001), assina-da entre o Sindicato dos Jorna-listas e o Sindicato patronal, é umexemplo de que podemos avan-çar na garantia de nossos direi-tos quando nos dispomos à luta.São 52 cláusulas que protegemos profissionais de diversas pro-blemas, como material de segu-rança, apoio em caso de proces-so jurídico, seguro de vida, cri-térios para demissão, proteção àética, aviso prévio proporcionale auxílio doença.

A CCT também traz uma sé-rie de benefícios, como adicio-nal de 100% na hora extra, adi-cional noturno, comissionamentode chefia, salário substituição,adiantamento, anuênio, fériasproporcionais, cartão ponto, cre-che e direito autoral.

Outro aspecto é o piso salari-

al em nosso estado, de R$1.103,83, que é o terceiro maiordo Brasil. O valor, entretanto, ain-da é baixo para quem trabalha nosfins de semana e feriados, vivepressionado o tempo inteiro, en-frenta situações de risco e ambi-entes insalubres. Vale lembrarque no Paraná o piso é tratadocomo teto salarial. Por isso, emmédia, os jornalistas paranaensesrecebem menos que em outrosestados.

Além de salários mais justos,há diversos outros motivos paraprotestos no Dia do Jornalista.Desde a falta de ética e a parcia-lidade na cobertura jornalísticaimposta pelos patrões, ao agra-do dos subsídios estatais, até ascondições de trabalho precáriasnas redações.

Violência contra jornalistasNosso Estado teve destaque

negativo no relatório sobre vio-lência contra profissionais daimprensa elaborado pela Federa-

ção Nacional dos Jornalistas(FENAJ). No Paraná, durante oano passado, três casos foramassinalados pelo relatório. Emfevereiro, o jornalista e radialistaSadi Nunes, de Toledo, sofreuameaças físicas e verbais pordenunciar falta de transparênciano Conselho de Segurança da ci-dade. Eloir Rodrigues, do jornalDiário dos Campos, recebeuameaças pelas investigações de-senvolvidas durante a CPI doNarcotráfico.

O caso mais notório foi o dojornalista MauriKönig, repórter deO Estado do Paraná em Foz doIguaçu. Ele foi agredido violenta-mentenoParaguai enquanto inves-tigava brasileiros que falsificamdocumentospara sealistar no exér-cito paraguaio. O caso teve reper-cussão e todos os jornaisparaguaios, ao contrário de nos-sos jornais locais, denunciaram aviolência. Policiaisparaguaios sãoos principais suspeitos da agres-são.

A comemoração de 7 deabril como Dia dos Jornalis-tas no Brasil relaciona-secom a abdicação de DomPedro I, nesta mesma data,em 1831, em cujo episódio aimprensa tevei m p o r t â n c i afundamental.

Um ano an-tes do fim deseu governo,Dom Pedro ata-cara a impren-sa, na épocai de n t i f i c a d acom os liberaise reprimira pas-seatas nas ruas do Rio de Ja-neiro. Em 20 de novembro de1830, morreria assassinado ojornalista Líbero Badaró, quese tornaria mártir da luta dosliberais por uma nova consti-tuição. Após o assassinato,Dom Pedro perdeu o apoio po-pular. Passeatas foram organi-zadas, como em 11 de marçode 1831, conhecida na históriado Brasil como a ”Noite das

Garrafadas”.Sem o apoio da imprensa e

de populares, não restava aDom Pedro I outro caminhosenão a abdicação. E ela tor-nou-se realidade quando os

quartéis aderi-ram às mani-festações em6 de abril.

“O Repú-blico”, um dosjornais de es-querda, prega-va o “deversagrado da re-sistência à tira-nia”.

Na madrugada de 7 deabril, Dom Pedro abdicaria e opaís entraria em um novo pe-ríodo monárquico. Viria a re-gência, período instauradopara que Dom Pedro II atin-gisse a maioridade e a famíliareal brasileira pudesse retomarpoder e prestígio, muito aba-lados nos 2 últimos anos, dos9 em que durou o governo deDom Pedro I.

Em 7 de abrilde 1831 Dom

Pedro abdicoue o Brasil en-trou em um

novo períodomonárquico

Panfletagem contra censura e condições precárias

Panfletagem em Curitiba: protesto pela liberdade de imprensa e melhores condições

O Dia Mundial da Liberdadede Imprensa, instituído há umadécada pelas Nações Unidas, écelebrado no dia 3 de maio, como objetivo de lembrar que a li-berdade de imprensa está incluí-da entre os direitos fundamen-tais da pessoa e é fator essencialna construção da democracia eda cidadania.

Nesse período, cerca de1.000 jornalistas foram assassi-nados no mundo. Todos no exer-cício profissional. No Brasil, des-de 1990, onze jornalistas e pro-fissionais da comunicação foramassassinados. Em todos os ca-sos, nenhum dos mandantes estápreso ou sequer sendo julgado.

O Sindicato dos Jornalistas organizou umamanifestação na Boca Maldita, em Curitiba, nodia 7 de abril. Foi um protesto contra a falta deliberdade de imprensa, imposta pelos proprietári-os das empresas de comunicação, e contra ascondições de trabalho dos jornalistas. Foram dis-tribuídos cerca de 2.000 panfletos para a popula-ção, além da faixa: “7 de abril é Dia do Jornalista,não Dia da Mentira. Jornalistas querem mostrar averdade, mas patrões não deixam”.

O panfleto alertava a população sobre trêsquestões:

1) Censura: a maioria dos jornais, rádios etelevisões do Paraná se “vendeu” para o Go-verno do Estado.

2) Gazeta do Povo e TV Paranaense nãorespeitam a lei: ações judiciais movidas peloSindicato.

3) Condições dos jornalistas: baixos salári-os e falta de respeito dos patrões em relaçãoaos problemas de saúde.

Liberdadede imprensa

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Fenaj

Violência contra jornalistas

Sete estudantes da Universidade Federaldo Paraná(UFPR) foram os grandes vence-dores do Prêmio Ayrton Senna de Jornalis-mo desse ano. O concurso, que contou esteano com mais de 4 mil trabalhos inscritos,premia todo ano os melhores trabalhosjornalísticos que abordem temas relaciona-dos às questões da infância e adolescência.

Os alunos foram orientados pelo profes-sor Jorge Gregory e concorreram com a edi-ção do jornal laboratório “Especial Criança”,alusiva aos 10 anos do Estatuto da Criança edo Adolescente. Entre os objetivos do traba-lho está a divulgação do importante relatório“Situaçãoda Infância Brasileira 2000”, elabo-rado pela Unicef, como também o polêmicodebate sobre a redução da maioridade penal.

O relatório sobre violência contrajornalistas e profissionais da comunica-ção, elaborado pela Federação Nacionaldos Jornalistas (FENAJ), demonstra queeles continuam enfrentando dificuldadespara desempenhar a profissão, seja atra-vés de ameaças de morte, seja com aconsumação de agressões físicas e cer-ceamento à suas atividades. Elaboradoanualmente, o relatório detectou que em2000 a maioria dos episódios de violên-cia estão sempre relacionados a denún-cias feitas nos meios de comunicaçãoenvolvendo autoridades públicas.

O fato mais grave foi o assassinatodo radialista José Wellington Fernandes,na cidade de Canindé de São Francisco,em Sergipe. A polícia identificou o pre-feito da cidade, Genivaldo Galindo daSilva, como autor do crime. Só agora,em março desse ano, quando o crimecompletou um ano é que a Justiça de-cretou a prisão preventiva de Galindo.O relatório chama a atenção que nessecaso foi identificado o assassino, fatoque destoa da impunidade que imperaem crimes como esse.

A imprensa na era FHCA imposição do discurso único e o

atrelamento incondicional dos meios decomunicação aos governantes têm for-talecido o abuso de poder e a violênciacontra os profissionais da imprensa. O

jornalista Ricardo Noblat, diretor de re-dação do Correio Brasiliense, solicitougarantia de vida a Polícia Federal depoisque seus filhos foram agredidos. Asagressões teriam sido em represália àsinvestigações do jornal sobre irregulari-dades no governo Joaquim Roriz e sobreo caso do senador Luiz Estevão.

Durante a cobertura da passagemde fim de ano do Presidente da Repúbli-ca, o alvo foi a fotografia. Os repórteresfotográficos Fernando Bezerra , do Jor-nal do Brasil, Edivaldo Ferreira e JoséPaulo Lacerda, da Agência Estado, fo-ram agredidos por soldados da Políciado Exército(PE), ao registrarem a quedado toldo da área reservada na praia deCopacabana onde o presidente assistia aqueima de fogos. Para evitar o vexamepresidencial, a PE usou de truculênciapara apreender ilegalmente o equipamentodos profissionais.

As ameaças de morte como inti-midação formam boa parte do relató-rio. Jornalistas que realizavam a cober-tura da CPI do narcotráfico são as prin-cipais vítimas. A repórter Cláudia Bas-tos, da TV Tapajós, em Santarém(PA),começou a sofrer ameaças de morte eteve sua casa arrombada depois que sedispôs a levar uma testemunha conhe-cida como “Senhor X” para depôr naCPI.

No Paraná, Eloir Rodrigues, do Diário

dos Campos, de Ponta Grossa, foi amea-çado por fazer reportagens apontando oenvolvimento de policiais com o tráficode drogas.

Já Regina Delibeirai, que coman-dava redação da TV Cidade Verde, emCuiabá(MT), foi afastada da empresa por“desobedecer” determinação da direçãoda empresa para que fosse retirado onome de um dos envolvidos investiga-dos pela CPI do narcotráfico.

DemissãoO caso da tentativa de demissão da

jornalista Carina Paccola, presidente doSindicato dos Jornalistas de Londrina,também fez parte do relatório sobre vi-olência da FENAJ. A arbitrariedade dadireção da empresa surgiu depois quea jornalista saiu em defesa de sete pro-fissionais demitidos pelo jornal. A vio-lência patronal chegou a proibir Carinade entrar na Folha do Paraná.

Vitória da UFPREstudantes ganham prêmio Ayrton Senna

Todos tiveram menos de um mês paraelaborar a publicação e nem tinham aobrigatoriedade de fazê-la. “ As notas jáestavam fechadas e não havia necessida-de de produzir uma nova edição do jor-nal”, orgulha-se o professor Gregory.

O esforço extra teve recompensa. Alémde um troféu, AlineAlmeida, AndressaRovani, Cristina Chiguti, Juliana Lima,Larissa Limeira, Leandro Narloch, RafaelMachado, Rita de Cássia Loyola e TatianaBonde irão embolsar juntos R$ 20 mil. Osuniversitários decidiram doar uma parte doprêmio a UFPR para a aquisição de equi-pamentos para o curso de jornalismo.

A premiação aconteceu no dia 21 demarço, em São Paulo.

Professor Jorge Gregory (à direita) e acadêmicos Rafael Machado, CristinaChiguti, Leandro Narloch e Andressa Rovani

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ação social

Um jornal atrás das grades Presidiárioquer estudarjornalismo

O jornalismo agora faz parte docotidiano na Penitenciária Central doEstado (PCE), em Piraquara. Umaequipe de sete presos, orientados pelaprofessora Katia Luizari, edita men-salmente o jornal O Farol.

Com tiragem de 2.000 exempla-res, a publicação fala desde proble-mas específicos dos internos da PCEaté questões nacionais. Há seçõesespeciais, como uma que se dedicaao ensino da língua espanhola e outraque aborda os problemas de saúde.Todo material passa por uma avalia-ção prévia da direção da PCE, quetem poder de censurar a publicação.

“Não queremos gerar polêmica.Nosso objetivo é levar esperança aosdetentos e incentivar o estudo”, ex-plica a professora, que luta desde fe-vereiro (quando foi publicada a pri-meira edição) para manter o jornal.Nesse tempo, já conseguiu o apoio doSindicato dos Jornalistas, que faz gra-

tuitamente a revisão do trabalho, eda Secretaria de Estado da Justiça,que patrocina a impressão. Kátiatambém contou com várias doa-ções, até mesmo dos presos, quecontribuíram com R$ 70 para con-serto do computador.

Agora ela luta para aumentara tiragem do jornal, que atualmen-te circula na PCE e em outrasunidades carcerárias do Estado.O objetivo é levar a publicaçãopara fora dos presídios e con-seguir anúncios para custear aprodução.

Esperança - Kátia Luizariacredita que seu trabalho temdado resultados. “O jornal deuoutra motivação para muitosinternos”, avalia ela. Umexemplo é o diretor da publi-cação, Moisés Ponssoni, 40anos, que planeja estudar jor-nalismo e se dedicar à profissão.

Moisés Ponssoni, 40 anos, internoda Penitenciária Central do Estado(PCE), já tem um plano para quandoterminar sua pena. “Meu objetivo é afaculdade de jornalismo. Quero dedicartoda a minha vida por esta causa”, afir-ma ele.

Preso há 20 anos, Ponssoni encontrounojornalismomotivaçãoeinspiração.Desdeque foi criado O Farol, em fevereiro, ele éo diretor da equipe. “Para mim, o jornaltem sido muito mais que uma ocupação. Éum propósito de vida, além de profissão. Eo jornalismo, posso dizer que é meu eu,tamanha a satisfação e realização pessoalque encontrei nele”, confessa.

Ponssoni está preso por ter partici-pado de dois assaltos. Foi condenado a60 anos. Já cumpriu 20 e pode reduzirboa parte da pena por ter trabalhado, es-tudado e tido bom comportamento. Eleespera, ainda em 2001, conseguir a li-berdade condicional.

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informe publicitário

Apesar da setorização, a maioriados jornalistas ainda é obrigada a es-crever sobre os mais diversos assun-tos. É natural que não se saiba tudosobre tudoe por isso nas matérias apa-recem impropriedades.

As assessorias de imprensa muitasvezes ficam emsaia-justa por conta doque foi escrito/falado emalguns veícu-los. No caso da Sanepar, muitos errosou equívocos da imprensa acabaramcaindo no domínio popular como sen-do verdade.

Para auxiliar os jornalistas na elabo-ração de matérias sobre o setor, a As-sessoria de Comunicação da Empresaapresenta um miniglossário sobre ostemasmais importantes:

SANEAMENTO BÁSICO: é for-mado por quatroserviços, que são dre-nagem urbana (galerias de água pluvi-al); resíduossólidos (lixo); água tratadae esgoto sanitário (coleta e tratamen-to). A Sanepar é responsável apenaspelos doisúltimos. Estes serviços estãoinseridos nosaneamentoambiental.

ÁGUA TRATADA: o serviçoprestadopelas empresasde saneamentoé de água tratada e não de águaencanada.

ÁGUA AMARELA: do jeito quea água está nos rios não pode serconsumida. Para isso precisa ser trata-da e no tratamento recebe produtosquímicos.Partículas destes produtos seagregam às paredes da tubulação.Quandoo abastecimento é interrompi-do (para fazer manutenções, novasobras ou por excesso de consumo) arede é despressurizada. No retorno doabastecimento, coma repressurização,estas partículas se soltam deixando aágua com cor alterada. Apesar do as-pecto, todas as característicasorganolépticas estão conservadas. Ouseja, embora amarela a água não estácontaminada, não oferecendoo menorrisco à saúde das pessoas.

FILTRARAÁGUA: tecnicamen-te não é recomendado porque nafiltragem éeliminado oflúor, indispen-sável na prevençãode cáries.Os filtros,se não tiverem a manutenção adequa-

Saneamento ambiental nas redaçõesda, podem ser vetores de doença, por-que acumulam bactérias. Aorientaçãoé limpar a caixa de água de sua casa acada seis meses, para garantir a quali-dade da água.

FALTA DE ÁGUA: a ABNT re-comenda que cada imóvel possua umreservatório capazde armazenar o vo-lume correspondente ao consumo du-rante 48 horas. 20% dosdomicílios nãocumprem a norma, portanto, não têmcaixa de água e sofremmais com as in-terrupções.

CHOVE E FALTA ÁGUA: pormais paradoxal que seja esta situaçãopode ocorrer. Na maioria das vezesporque durante os temporais há quedade energia elétrica e sem ela as bombasda Sanepar não podem funcionar. Hácasos que chuva arrasta o lixo jogadoàsmargens dorioe a qualidadeda águaque chega à estaçãoé imprópria para otratamento. É necessário deixar “pas-sar” esta água com excesso de resídu-os, interrompendo a captação, o quecompromete o abastecimento.

A SANEPAR COBRA PORÁGUA NÃO CONSUMIDA: a ta-rifa estáestruturada sobre dois valores:um fixoe outrovariável de acordo como consumode cada imóvel. Ovalor fixose refere à tarifa mínima, que é de 10metros cúbicos/mês. É como a tarifabásica de telefonia (valor mínimodá di-reitoa 90 pulsos ou X minutos), a ban-deira do táxi (entrou no táxi vai pagarX reais e o restante depende do tama-nho da corrida). Quem não consomeos 10 m3 não está sendo lesado; dei-xou de usar a franquia mínima a que ti-nha direito. A tarifa mínima é o valorpago para ter acesso ao serviço. Quemconsome acima de 10m3 paga valoresdiferenciados sobre o excedente aos10m3.

ESGOTO DOMÉSTICO: o se-gundo serviço prestado pela Saneparestá dividido em duas atividades, quese complementam. Uma delas é a cole-ta do esgoto. É a remoção da água jáutilizada, eadicionada dematéria orgâ-nica,dafrente doimóvel docliente. Estaatividade representa o índice de esgoto

coletado. A segunda é o tratamento. Ovolume, compostode líquidoe matériaorgânica, é tratado por meio de sepa-ração. Amatéria orgânica é depuradae transformada emlodo. Olíquido, querecebe o nome de efluente, é lançadono rio com grau de pureza que não re-presente riscoaomeioambiente. Comoonome já diz, esta atividade represen-ta o índice de tratamento de esgoto.

GALERIADEÁGUAPLUVIAL:deresponsabilidade exclusivada Prefei-tura Municipal de cada cidade. São asgrandes tubulações instaladaspara dre-nar a água da chuva. Há pessoas quelançam na galeria o esgoto doméstico.Esta prática é irregular.Arede de esgo-toé menor e nãotemdimensionamentopara receber água da chuva.

INVASÕES E ORDENA-MENTO TERRITORIAL: a maté-ria-prima de um dos serviços daSanepar é a água dos rios ou de lençóissubterrâneos. Quando há invasão emáreas de mananciais, a Sanepar e todaa população são prejudicadas, porqueuma das conseqüências da ocupação éa poluição dos rios e a degradação dosmananciais.

CONSERVAÇÃO AMBIEN-TAL: embora seja importante para aSanepar contar com meioambiente emboas condições, a Empresa não tem o

poder de polícia ou de fiscalização dosrios. Aresponsabilidade é dos órgãosambientais como Ibama, IAP eSudhersa. Apesardisso, aSanepar man-tém emtodo oEstado umprograma deeducação ambiental. O desafio é edu-car o cidadão para o uso racional daágua tratada e para a conservação domeioambiente.

USO DA ÁGUA: A legislação fe-deraldetermina quea prioridadede usodos rios é o abastecimento público.Usos emenergia, indústria,ou irrigação,só podem valer-se de determinado riose nãohouver conflitono fornecimentoà população.

OS FRANCESES CONTRO-LAM A SANEPAR: não é verdade.ASanepar possui quase 4 mil empre-gados e só há um francês trabalhandona empresa. O governo do Estado de-tém 60% das ações ordinárias da Em-presa. Só 39,7% das ações ordináriasda Sanepar foram vendidas ao consór-cioDominó Holding. Oconsórcioé for-mado por quatroempresas que entre siformamos 100% da Dominó.São elas:Opportunity (com 27,5%), AndradeGutierrez (27,5%) Vivendi (30%) eCopel (15%). Os 30% que a Vivendipossui na Dominó, a grosso modo, re-presentam que os franceses “são do-nos” de 11,91% da Sanepar.

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saúde

Jornalistas à beira de um ataque de nervosA saúde do jornalista a maioria

já conhece. Distúrbios emocio-nais, neuroses, dores de cabeça, de-pressão, fadiga. No entanto, o tra-balho inédito do psicólogo e pro-fessor da UNOESC- Universidadedo Oeste Catarinense- MárcioCesar Ferraciolli buscouaprofundar a análise da relação en-tre trabalho e sofrimento dos jor-nalistas paranaenses. O trabalho foiapresentado como tese de mestradona Universidade Federal de SantaCatarina (UFSC) e teve o apoio doSindicato dos Jornalistas do Paraná.Durante as 19 entrevistas realiza-das, o professor contatou que osjornalistas vivem um sofrimentointenso relacionado ao trabalho.“Através das entrevistas ficou cla-ro que a forma de organização dotrabalho é fonte de sofrimento den-tro e fora do local onde o jornalis-ta realiza suas tarefas”, explicaMárcio.

O cotidiano dos jornalistas éestruturado pelas condições de tra-balho. A tese enfatiza que a relaçãodo jornalista com o tempo é que vaideterminar seu próprio estilo devida. É a exigência do jornalista deestar 24 horas “no ar”. Segundo oestudo, o jornalista não é “dono deseu próprio tempo”. “É interessan-te notar que mesmo de férias, ouquando não estão trabalhando, emoutros locais, com amigos, festas,o trabalho está sempre presente”,

argumenta o pesquisador. “Existemcasos relatados”, continua, “que ofotógrafo de férias numa praia eao mesmo tempo trabalhando poisacompanhava um salvamento e jápensava como enviar as fotos parao jornal”. Pelo estudo, mesmoquando chega em casa, o jornalistademora mais tempo para “desli-gar”. “Ele ainda quer saber de todaa notícia que passa no rádio ou naTV”, complementa.

A falta de tempo livre para si epara a família é enfatizado pelamaioria dos entrevistado. O ritmointenso faz com que não existammomentos em que o trabalho nãoesteja presente. A tese destaca queo sofrimento não é apenas do tra-balhador , mas atinge pessoas maispróximas de sua convivência diária.

A velocidade na realização dastarefas é outro fator que interferena saúde física e mental dos jorna-listas. O ritmo frenético é tidocomo natural pelos profissionais,entretanto as entrevistas detecta-ram sentimentos de angústia e sé-rios problemas físicos (olhos, co-luna vertebral, LER). Enfermidadesque só são constatadas quando oprofissional se vê impossibilitadode continuar produzindo com amesma velocidade.

Problemasde SaúdePela pesquisa, LER, estresse e

alcoolismo são os problemas desaúde que maisafligem os jorna-listas. Durante apesquisa, as si-tuações derisco aque sãosubmetidosos profissi-onais tam-bém agravam asua saúde. Fazerreportagens e filmagens sobre-voando locais sem o devidotreinamento representa um ris-co à vida e uma tensão emoci-onal constante. “Importa apenasque a informação seja veiculada namídia e não as condições em queela é produzida ou quem as produ-ziu”, afirma o pesquisador.

Um dos relatos é surpreenden-te. “Quando eu fui fazer um seqües-tro, eu tava lá no meio de um tiro-teio e minha mulher estava vendopela televisão e esse é outro ladoda questão. O outro lado é minhafamília, minha mulher sabia que euestava lá no meio daquele negócio.Eu poderia morrer a qualquer hora,pra ela é 100% de chance”.

Salários baixosA pesquisa evidencia que muitos

problemas de saúde ocorrem commaior frequência à época do paga-mento. Os baixos salários geram

frustração e impotên-cia diante de uma rea-lidade que não pare-ce mudar. “Existe omedo, a caracteri-

zação dos donos dos meios de co-municação como entes poderosos,que podem acabar com a carreira deum jornalista”, argumenta Márcio.

EsperançaPrazer, trabalho e sofrimento po-

dem ser entendidos dentro de umadinâmica e complexa relação de tra-balho. “Pelo fato de existir sofrimen-to nas atividades diárias do profissi-onal nãose podeentender queele nãotenha também prazer na profissão”,enfatiza o pesquisador. Para ele ain-da resta uma esperança. “Basta quese investigue as formas de organiza-ção do trabalho, transformando roti-nas de modo a que os profissionaispossam ter saúde e serem valoriza-dos nas empresas em que atuam”.

AFederação Internacional de Jor-nalistas denunciou que o sucesso naspesquisas eleitorais do magnatadas co-municações Silvio Berlusconi na Itáliamostra a necessidade de novos con-troles para “limitar a concentração demídia nas mãos dos políticos”. A FIJpediu à UniãoEuropéia para impor li-

FIJ condena mídia nas mãos de políticosmites afimdegarantir quepolíticos nãotenham o controle excessivo da mídiade qualquer país.

“Quandoocorre a concentração (docontrole) da mídia é inevitável que amídia se torne veículo de defesa de es-treitos interessespolíticosecomerciais”,disse Aiden White, secretário-geral da

FIJ. “Aeleiçãode SilvioBerlusconi ofe-receevidência convincente”.

Num comunicado, a FIJ citou umapesquisa mostrando que os canais detelevisãode Berlusconideramaele qua-tro vezes mais exposição do que a seuprincipal rival.

“Ainclinação éinevitável”, afirmou

White. “É chocante que em uma dasprincipais democracias domundo sejapermitidotal conflitode interesse”.

A FIJ, baseada em Bruxelas, é amaior organização de jornalistas domundo, representando 450.000 pro-fissionais de mídia de mais de 100nações.

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imagens

O pé na lama.Apauta na rua. Correria, façasol ou chuva. Aniele,28, é repórter fo-tográfica avessa à paciência de labora-tório. “Vou atrás, procuro. Saio com apauta ligada em tudo que está aconte-cendo”, define. Essa procura não dei-xa, no entanto, de buscar inspiração notrabalho dos mais velhos. Pequena ,usava as bacias do laboratório do paipara brincadeiras.Ele, MárioNunes, foifotógrafo do Diário do Paraná. Bron-

A busca impaciente pela melhor fotocas não conseguiram tirá-la da máqui-na fotográfica.

Há oito anos foto-grafando, Anieletrabalha na Gaze-

ta do Povo desde96. “Todo dia

aprendo uma coisadiferente. Nunca se

sabe o que vai aconte-cer na busca de uma

nova foto”.Em si, a fotografia é

contraditória. É a tenta-tiva de explicar a realida-

de pela parte, o que nuncaé possí- vel. É mesmo assim o fogoque tomou conta dos depósitos daKlabin? Os meninos da Carlos Go-mes já não trocaram por verdadei-ras as armas de brinquedo? E a cordo sol que se põe nas velas do pe-queno barco? O trabalho continua.“É estressante , mas é gratificante”,nos explica Aniele.

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encontro

O sexto Ronda da Noite aconteceuno dia 4 de abril, no D’Vinyl, que fica na

rua Vicente Machado, 1082, emCuritiba - fone (41) 233-0730. Os

jornalistas aproveitaram o ambientemoderno da casa e foram

presenteados com drinks exóticospreparados pelo bar.

O Ronda da Noite,organizado pelo Sindicato dosJornalistas, ocorre uma vez por

mês e em diferentes bares. Opróximo será no dia 25 de maio,sexta-feira, no Café Curaçao, na

rua Senador Xavier da Silva, n 210, fone (41) 224-6086. Jornalista com carteira daFenaj não pagará entrada. Confira mais informações no site do Sindicato

www.sindijorpr.org.brOs jornalistas Ricardo Medeiros, do Primeira Hora, e

Lenise Klenk, da Gazeta do Povo

FOTO 1

fotos: Hugo Abati

As assessoras de imprensa Paula Bertoli e Silvia Elmer Clewerson Bregenski e Carlos Simon, da Tribuna do PR Thabata Martin, Mário Messagi Jr. e Sabrina Fernandes

cultura

Jornalista lança CD e livroO jornalista José Alexandre Saraiva

realizou um duplo lançamento, no dia 10de abril, na Casa do Jornalista: o livrode crônicas Diversos & Diluídos, o ter-ceiro de sua carreira, juntamente com oCD “Canción del Agua Cadente” .Pernambucano de Panelas, Saraiva foidurante doze anos procurador-chefe daFazenda Nacional em Foz do Iguaçu eera responsável, de 1983 até o ano pas-sado, pela coluna “ De olho no Leão”,no jornal Gazeta do Povo.

O livro é uma síntese, que verte docordel a crônicas e contos. Já o CD,que guarda a voz do “sanfoneiro de péde serra” como gosta de enfatizar, émais um trabalho de um compositorpremiado. Saraiva ganhou, juntamente José Saraiva autografa livro para o produtor musical Branco: sanfona e poesia

com Ivan Graciano, em 98, a meda-lha de ouro no 29.º concurso interna-cional da Académie Internationale deLutèce, de Paris, pelo trabalho “La-mento de Asa Branca”.

Nesse novo trabalho, responde aoapelo de resgatar a qualidade da mú-sica brasileira através das raízes cul-turais verdadeiramente populares,sem adereços tecnológicos, sem de-magogia comercial.

Por sua música e poesia deixouseu alto posto no Governo Federalpara ser técnico da Receita Federalem Curitiba. “Não nasci para serchefe, que não tem tempo para veras folhas balançando”, resume as-sim esse desafio.

Rafael Borges

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entrevista

Extra Pauta - Qual era a princi-pal reivindicação do movimento?

Milton Cavalcanti - Era o salário.A situação era tal que o jornalista ga-nhavamenos queumsaláriomínimodaépoca. Como acontece hoje, o pessoaltrabalhava em dois ou três empregos,porque trabalhava também no final desemana. Nós encampamos as reivindi-cações dos secretários de jornal, entãoeles tambémmaneiraramquandoa gre-vefoi deflagrada.Agrevefoi plenamen-te vitoriosa nas reivindicações dos grá-ficose jornalistas.

EP - Depois da greve ocorreramrepresálias, os donos de jornais ti-nham listas para perseguição dosprofissionais mais engajados naluta?

O presidente da greve

MC - Não sei de listas, mas todosos jornais estavam sensíveis às nossasreivindicações. Aresistência do Diáriodo Paraná era mais política do que pa-tronal. O Diário do Paraná queria quenósfossemos retirados da frente dojor-nal naporrada. Issoporque ummês an-tes teveuma grevede jornalistasemSãoPaulo onde o pessoal foi arrancado decamburão. O Aderbal Stresser achavaque aqui tinhamquefazer a mesma coi-sa. Mas o Ney Braga não deixou queapolícia agissedessa forma.Houve umatentativa peloCorpodeBombeiros, quequeriam jogar aqueles carros enormesem cima do povo. Mas o povo sentouna rua e eles tiveram que sair.Enconstaram ocaminhão nas costas doAderbhal (Adherbal Fortes, que é da

Band). Agrevefoi bonita reunindotodomundo. Quem era esquerda , quem eradireita, quem era UDN, menos os co-leguinhas que nos denunciaram. Hojeme dou bem com todos eles.

EP - Como foi a sua gestão napresidência do Sindicato?

MC - Na minha gestão consegui-mos um terreno, uma quadra inteira noSanta Quitéria, doado pela Prefeitura.Ali era para fazer uma sede social parao pessoal se reunir. Também nóstinhamos uma opçãode compra de umandar inteiro no edifício Krasinski, napraça Osório (onde hoje está oMercadorama). Nós estavamos nego-ciandocomoAmauri Silva,MinistrodoTrabalho do João Goulart. Eram ver-

bas sindicais que o governo empresta-va. Na Assembléia também consegui-mos que uma parte da verba de assis-tência social dos deputados fossedisponibilizada para a compra do imó-vel. Então mesmo que a verba do Mi-nistério não saísse a gente já tinha di-nheiro para dar a entrada.

Com a intervenção tudo foi para oralo. Conseguimos tudo issode setem-bro de 63, quando fomos eleitos atéabril de 64.

EP - Eessa intervençãocomo foi?MC - Eu e outros colegas sónão fo-

mospresosporquetivemos apoiodoNeyBraga. Osindicatoficouestagnado, nin-guémqueriamais participar.Depois fica-mos cinco anos sendo processados na

1963 será sempre lembrado pelosquatro dias em que as rotativas pararame os jornalistas saíram às ruas por me-lhores salários. A greve histórica temvários nomes. Alguns conhecidos emuitos anônimos. Ser presidente dosindicato dos jornalistas não deveria sertarefa fácil naqueles momentos deenfrentamento. E não foi. MiltonCavalcanti , o presidente da greve, iriavivenciar ainda colegas dispostos aencabeçar uma intervenção no sindicatoa mando dos militares.

Pernambucano, veio a capitalparanaense para tratar a tuberculose.Aqui, encontrou um estado em francaexpansão dos meios de comunicação.Trabalhou em vários jornais e revistasque surgiram, sucumbiram, ou foramfechados. Entre eles, o “Última Hora”,de Samuel Weiner.

Ao Extra, Milton conta um pouco desua vida e como foi estar à frente nahistória.

ELEIÇÕES NA FENAJ

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entrevista

JustiçaMilitar. Todomês tinhaqueprestardepoimento.Aspor-tasprofissionaisforamfechandoe , por isso, acabei montandouma empresade comunicação.

EP - Como você inicioun ojornalismo?

MC- Comecei com a ativi-dade jornalística em 1948 naCâmara Municipalde Salvadorcomoredatordedebates.Agen-te anotava tudo que acontecia,todosos pronunciamentos, e nofimdasessão,ànoite, ficávamosredigindoumresumoparapubli-caçãonoDiárioOficialque saíatodo dia. A atividade era reco-nhecida porque eu eoutros co-legas nos inscrevemos na ABI(Associação Brasileira de Im-prensa).Depois,em51,vimparaCuritiba por recomendaçãomé-dica emvirtudedeumatubercu-lose,etermineimeucursodeEn-genharia. Em 53 fui repórter eeditor da revista “Paraná”, queerapublicadapelaCâmaradeEx-pansãoEconômica.Nessarevis-

tasaiu minhaprimeira matéria,que tambémfoiaprimeirasobreacolonizaçãoholandesanoscam-pos de Castro, quando estavamchegandoasprimeirafamílias.

Aí me entusiasmei pela im-prensa eaconvitedaJuril( JurilCarnascialli, filha de Plácido eSilva) fui trabalhar na revista“Guaíra”. Meuprimeirotraba-lholá foi o casamentoda filhadoLupion(governador MoisésLupion), lá no castelo(ondehoje está a TV paranaense).Em 56, fui para o jornal “ODIA”. Em 59, trabalhei comocorrespondentedarevistaVisão,ondefiquei quinzeanos, e parao“ÚltimaHora”,comoeditordepolítica e economia. Em 62,Parigot de Souza (governadorem 70) era presidente daCOPEL e me convidou paramontaraassessoriade imprensada empresa.Em64,ele recebeuumofíciodos militares,da “co-missãogeral de investigações”doRiode Janeiro, exigindomi-nhademissão.Depoisqueperditodos os empregos, fui para a“Norte do Paraná em Revista”quedepoisvirouarevista“NovoPar aná”, colaboraramAderbhal, Bacila, Massa, e ou-tros.

EP - Quando foi sua elei-ção para presidente?

MC - Minha ligação comosindicato se deu desde que co-mecei a trabalhar no jornalis-mo. Quandofui vice-presiden-te, na gestão do Nilton, orga-nizei dois congressos do sindi-cato, um em Londrina e outroem Ponta Grossa. Em 63, fo-ram vários indicados, inclusiveo Walmor Marcelino, JairoRégis, e outros. Teve bate cha-pa. A outra encabeçada peloEnock, do Diário do Paraná(Enock de Lima Pereira).Nósfizemos uma campanha aguer-rida. Contatamosumaumcadajornalista. Teve momentos

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emocionantes. O RobertoBarrozo (Fundador do Jornaldo Estado) foi nosindicato vo-tar de bengala.

EP - Como você vê o jor-nalismo hoje?

MC - Hoje eu acho que onossojornal está muito melhordo que no meu tempo.Você ti-nha grandes jornalistas, masdepois dogolpe e a renovaçãofoi muito lenta. Todas as críti-cas feitas aojornalismosãová-lidas porquehá uma ânsia pelosensacionalismo. Inclusive deescrever coisasquenãosãover-dades, não são bem apuradas.Oqueprejudica inclusiveojor-nalismoinvestigativo.Dizqueocara roubou, mas não roubou.Outras vezesocararoubou masa imprensa não aprofunda. Aimprensa tem que seguir o ca-minho da investigaçãoreferenciada. Tudoisso depen-de das direções e também denossos colegas que dirigemeditorias, chefias de redação.

Eu tenho uma tese que épolêmica. Euacho queo jorna-listada empresae dosórgãos degoverno não deviam ter a fun-ção jornalística.O caraque tra-balha numa assessoria de im-prensa de governo e de empre-sa nãodevia sercontratadoparafazer trabalhojornalístico.Otra-balhojornalístico,nomeumodode ver, é oque estávoltadoparadefendera sociedade.O asses-sorestá alipara defender a em-presa. Eu, quandoera assessordoBADEP, nãome considera-vaemumtrabalho jornalístico.Éclaroseexige queoprofissio-nal tenhaética. Agorapegar umreleaseeaplicaremcimadojor-nal contradiz com o trabalhojornalístico.

Todo mundo se forma emDireito, mas promotor é pro-motor e advogado é advoga-do. Mesma formaçãomas fun-ções diferentes.

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informes

Arfoc faz convênio emSão José dos Pinhais

Repórteres fotográficos e cinemato-gráficos estão tendo acesso aos jogosde basquete, vôlei, futsal e futebol pro-fissional realizados emSão Josédos Pi-nhais através da carteira e docolete daARFOC. O acordo entre a Associa-

No mês de março, Cascavel se trans-formou na cidade da comunicação e dasemiótica. Cerca de 500 pessoas, entreestudantes, professores e jornalistas, com-pareceram ao evento “Comunicação eSemiótica” promovido pelos mestrandosdo Programa de Comunicação eSemiótica da PUC/SP que aconteceu noauditório da Prefeitura. A semiótica é umaciência nova, a teoria de toda e qualquerlinguagem, e vem destacando-se mais nocampo das ciências humanas.

“Ficamos impressionados com o nú-mero de pessoas no auditório”, desta-cou Lúcia Santaella, professora da PUC-SP e Livre-Docente da Escola de Co-municação e Artes da Universidade deSão Paulo . “Eu pensei em uma conver-sa com umas 20 pessoas, e chegandoaqui encontrei bem mais que isso”.

O evento contou com a presença deWinfried Nöth, professor titular de

çãoe a Secretaria Municipal de Espor-tes do município, firmado no final demarço, procuraorganizar otrabalho noslocais dos jogos, garantindo a presen-ça apenas de profissionais creden-ciados.

Encontro de semiótica reúne500 pessoas em CascavelAutoridades do Brasil e da Alemanha estiveram presentes

Linguística e Semiótica da da Universi-dade de Kassel, na Alemanha,docenteconvidado na pós-graduação da PUC-SP, e que possui diversos livros publica-dos sobre o assunto.

Além das palestras, o público tratouo complexo estudo da Semiótica emmesas redondas que abordaram temascomo “O poder das marcas”, “A estéti-ca-ética na fotografia de Sebastião Sal-gado”, “A petrificação do símbolo nodiscurso jurídico”, “A infografia no jor-nalismo científico”, “O discurso políticona televisão”, entre outros e “O uso dotermo ‘menor’ na imprensa”.

A palestra de abertura foi proferidapela professora doutora Lúcia Santaella,com o tema “Comunicação e Semiótica:Convergências e Divergências”, e pales-tra de encerramento do professor doutorWinfried Nöth, sobre a “Semiótica da Pu-blicidade”.

Luiz Augusto, presidente da Arfoc, em reunião na Prefeitura

João Noronha

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Anúncio Volvo

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Informe publicitário

Vila Rural éumPrograma doGoverno do Es-tado do Paranáemparceria com

os municípios, visando amelhoria das condições de vidados trabalhadores rurais volan-tes e seus familiares, buscandomantê-los no meio rural.

A atuação dos municípios éde fundamental importância,pois é através dos ConselhosMunicipais que são articuladase coordenadas as ações neces-sárias a implantação e manuten-ção das Vilas Rurais.

O Programa Vilas Rurais,propicia ao trabalhador ruralvolante o acesso a um lote mí-nimo de 5000 metros quadra-dos, espaço que lhe permiteconstruir uma casa com o apoiodo Governo do Estado e aindamanter uma plantação para suasubsistência.

Em muitas destas áreas ostrabalhadores rurais volantesconseguem obter produçõesagrícolas que lhes permitevender o excedente da produ-ção aumentando a renda fa-miliar. Participam da implan-tação do Programa Vilas Ru-rais doze instituições gover-namentais, cada qual atuandode acordo com suasespecificidades.

Vila Rural garante qualidade de vida

Com o Programa VilasRurais todo o Paraná sai ga-nhando. Com as Vilas Ru-ra is , o homem do campotem menos mot ivos pa ramudar de cidade, diminuin-do os cinturões de misériaque cercam os grandes cen-

VILAS RURAISPROGRAMA CONCLUÍDAS EM OBRAS TOTAISVILAS RURAIS 350 44 394FAMÍLIAS BENEFICIADAS 13.375 1.875 15.250

tros. Nas comunidades for-madas com certeza surgirãopequenos agricultores quepoderão aumentar a ofertade alimentos. O Projeto Vi-las Rurais é uma idéia sim-ples, criativa e viável paramelhorar as condições de

vida do trabalhador.Desenvolvido pelo Governo

do Paraná em conjunto com asprefeituras municipais, o Proje-to Vilas Rurais está conseguin-do fixar o homem do campoonde ele sempre quis estar: jun-to a terra.

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livro

Sérgio Luiz Gadini

Ao Vivo do Corredor da Mortenão é apenas uma biografia de um presopolítico, condenado à morte, naPensilvânia/EUA. Trata-se de uma maneiraousada e diferente de alertar para osjulgamentos, muitos vezes sem provassuficientes, que condenam pessoas degrupos historicamente discriminados,ironicamente, naquela que é vulgarmenteconhecida como a “maior democracia doplaneta”.

A narrativa do jornalista e radialistaMumia Abu-Jamal adquire um caráterautobiográfico na medida em que, atravésde seus textos, é possível identificar atrajetória de vida do autor, particularmentedos 19 anos em que está preso, lutandopelo direito de falar dos abusos a que osafro-americanos são sumetidos nosEstados Unidos.

Aliás, desde os tempos dosurgimento das colônias inglesas naAmérica, o discurso da resistênciaencontra as mais diversas formas paraexpressar a discriminação política ecultural. Daí porque, lembra John EdgarWideman, “as melhores narrativas sobreescravos e prisões sempre trazemquestionamentos profundos, implícita ouexplicitamente, a respeito do significadoda vida. Parte do trabalho do blues, dojazz e dos melhores esforços artísticos érevelar o caos que vive dentro das certezasque utilizamos como modelo”.

A narrativa do autor adquire umcaráter comovente, particularmentequando se refere à privação dos direitos erelações familiares. Nas palavras do autor,“as visitas sem contato (físico)enfraquecem e, finalmente, cortam oslaços familiares. Por meio dessa política eprática eficiente e premeditada, o Estadonega aos condenados um elementofundamental de expressão de humanidade– o toque e o contato físico – e, dessaforma, corrói lentamente os laços

familiares, já debilitados pela distânciaentre a casa e a prisão”. Assim, “osprisioneiros se tornam ‘mortos’ paraaqueles que os conhecem e amam e,portanto, mortos para eles mesmos”,conclui Abu-Jamal.

Os números revelam a facediscriminadora da pena capital.Levantamentos estatísticos, já veiculadose de conhecimento público (apesar daindiferença das instâncias judiciaisresponsáveis) , revelam que os réusacusados de matar brancos têm 4,3 vezesmais chances de serem condenados àmorte do que réus acusados de matarnegros; para seis em cada onze réuscondenados por matar um branco, asentença não teria sido a de morte se suavítima fosse negra. E Mumia atenta paraesse detalhe: “no corredor da morte, vocêencontrará um mundo mais negro do queem qualquer outro lugar. Os afro-americanos representam somente 11% dapopulação nacional mas constituem 40%da população do corredor da morte. Lá,você encontrará também o autor destaslinhas”.

Um vísivel tratamento desigual,entre presos negros e brancos, éconstatado na descrição detalhista, massensível e precisa, de Abu-Jamal. “O blocodo corredor da morte dá acesso a dois adois pátios: um composto de jaulas, outrocom espaço ‘livre’, com fontes de água,quadra de basquete completa, argolas euma área para corrida. As jaulas eram paraos negros do corredor da morte. O pátioaberto para os brancos do mesmo lugar.

Os negros, devido à insensibilidaderacista e ao puro ódio, estavamcondenados a esperar a morte emcondições indignas”. Mumia consegue,desse modo, ilustrar as mais diversasreflexões de seus artigos e ensaios comexemplos e casos que revelam verdadeirasafrontas públicas aos direitos humanos dospresos, particulamente aos negros queestão nas inúmeras prisões norte-

americanas.A veia crítica de Mumia Abu-

Jamal não esquece uma passagem doreverendo Jesse Jackson pela Califórnia,em 1975. Em entrevista com Jackson,Mumia questionou o pastor acerca de umamanifestação de integrantes do Move. “Eutenho uma agenda para os negros daAmérica, meu jovem... quem se importacom um bando de negros sujos edespenteados?, respondeu Jesse, rodeadopor seus seguranças. Mas, “eu meimportava”, lembra o autor, incansávelativista em defesa dos direitos dacomunidade negra.

Fundamental, em meio a essecenário nada agradável ao leitor, éperceber que a esperança, ainda, sobreviveno ‘inferno’, em especial no término devários dos artigos que compõem o livrode Mumia. Ao Vivo do Corredor da Morteé, enfim, um manifesto à liberdade, capazde não deixar nenhum leitor – dotado demínima sensibilidade humana – indiferenteao mundo de que fala o jornalista Abu-Jamal. Talvez, a declaração do atualpresidente da Comissão de DireitosHumanos da Câmara dos Deputados,Marcos Rolim, de que o sistemapenitenciário brasileiro é uma espécie de“reinvenção do inferno”, vale também emuito bem para os Estados Unidos daAmérica.

A prisão, política obviamente, deMumia Abu-Jamal não é meracoincidência: militante e ativista desde ajuventude, o autor era conhecido como a“voz dos sem-vozes”, em função dosprogramas e reportagens que fazia para aNational Public Radio, Mutual BlackNetwork e National Black Network, alémdos programas que apresentavadiariamente na WUHY e outros espaçosjornalísticos. Mumia também erapresidente da seção da Filadélfia daAssociação dos Jornalistas Negros.

Na madrugada de 9 de dezembrode 1981, Mumia dirigia seu taxi (para

ajudar no sustento da própria família)quando foi baleado, algemado, espancado,preso e, ao que tudo indica, injustamenteacusado pela polícia de assassinar umpolicial norte-americano. Cerca de seismeses depois, ‘julgado’, já estavacondenado à morte.

Como revela Edson Cardoni, noposfácio da edição brasileira, além de“selecionar um juri para matar” e negarrecursos judiciais constitucionalmenteprevistos, o cerco implacável contraMumia não ocorre apenas nos tribunais ena prisão. “Assim que surgiu a primeiraedição de Ao Vivo no Corredor da Morte,em 1995, a FOP (Ordem Fraternal daPolícia) iniciou uma campanha para proibi-lo. Parlamentares estaduais e federais daPensilvânia pediram o confisco dasreceitas provenientes da venda do livro,fornecendo assim uma excelenteexplicação do que querem dizer com‘liberdade’ e ‘livre iniciativa’.

“Ao vivo do corredor da morte” édesses raros livros que, em meio às maisabusivas agressões aos direitos humanos,é capaz de imprimir ânimo e esperança naforma como o autor fala, a partir de suatrajetória, do sonho de liberdade há séculosdefendido e almejado pela comunidadenegra que reside no país mais rico domundo. O texto de Mumia consegueencantar pelo seu modo de dizer...provocando o leitor para repensar essemundo globalizado e, ainda, poucodemocrático! E, assim, desafia o próprioleitor. Afinal, como lembra Jello Biafra,no texto da contracapa, “se não fizermosnada agora, o que aconteceu com Mumiapode acontecer com outras pessoasinocentes, inclusive eu ou você”.

Livro: Ao vivo do corredor da morte.Mumia Abu-Jamal. São Paulo, Conrad,2001. 203p.

Sérgio Luiz Gadini, jornalista, professoruniversitário no Paraná ([email protected])

A Ousadia da Voz dos Sem-Vozes

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rádio corredor tabela de salários

SALÁRIOS DE INGRESSORepórter, redator, revisor, ilustrador, diagramador,repórter fotográfico, repórter cinematográficoEditorPauteiroEditor chefeChefe de setorChefe de reportagem

Estes são os menores salários que poderão ser pagos nas redações.Os valores da tabela são para jornada de trabalho de 5 horas.O piso salarial da categoria é definido em Acordo Coletivo de Trabalho,Convenção Coletiva e/ou Dissídio Coletivo.

FREE LANCERedaçãoLauda de 20 linhas (1.440 caracteres)Mais de duas fontes:Edição por páginaTablóideStandardDiagramação por páginaTablóideStandartRevista(*) Tablita / Ofício / A4Revisão(*) Lauda (1.440 caracteres)(*) Tablóide(*) Tablita(*) StandardIlustração(*) Cor(*) P&BReportagem fotográfica - ARFOCReportagem EditorialSaída cor ou P&B até 3 horasSaída cor ou P&B até 5 horasSaída cor ou P&B até 8 horasAdicional por foto solicitadaFoto de arquivo para uso editorialReportagem Comercial/InstitucionalSaída cor ou P&B até 3 horasSaída cor ou P&B até 5 horasSaída cor ou P&B até 8 horasAdicional por fotoReportagem CinematográficaEquipamento e estrutura funcionalfornecida pelo contratante(*) Saída até 3 horas(*) Saída até 5 horas(*) Saída até 8 horasAdicional por horaFoto de arquivo para uso em:Anúncio de jornaisAnúncio de Revista e TVCapa de Disco e CalendárioOutdoorCartazes, Folhetos e ComisetasAudiovisual até 50 unidadesAudiovisual acima de 50 unidadesDiária em reportagem que inclui viagemReportagem aérea internacional(*) Hora técnicaObservações importantes:A produção (filme, laboratório, hospedagem, transporte, seguro de vida,credenciamento, etc.) é por conta do contratante; Na republicação, serãocobrados 100% do valor da tabela;A foto editorial não pode ter utilização comercial.(*) Novidades na tabela em caráter experimental.Sugestões deverão ser encaminhadas ao Sindicato através do fax (041)224-9296 ou Correio Eletrônico: [email protected]

1103,831434,981434,981655,751655,751655,75

59,3650% a mais

76,8092,03

38,4052,4028,6319,53

15,4832,3324,4267,51

91,6061,06

139,65261,85349,15

26,34209,48

277,78494,23659,01

52,40

76,47122,13200,75

30,53

453,67488,80628,46962,87314,22663,39

à combinar384,07

à combinar61,06

UnificaçãoNos dias 24, 25 e 26 de

abril, Belo Horizonte sediou oSEMINÁRIO NACIONALDO RAMO DA COMUNI-CAÇÃO, organizado pelaCUT Nacional, com represen-tantes das Federações e sindi-catos dos jornalistas, radialis-tas, gráficos, trabalhadores emtelecomunicações eprocessamento de dados. Dezjornalistas representaram aFENAJ no evento.

O Semináriobuscou acele-rar o processo de unificaçãodos trabalhadores das Comu-nicações,Telecomunicações eTelemática, aprofundando oprojeto da CUT de organiza-ção por ramo de atividade.

A presidente da FENAJ,jornalista Beth Costa, foi umadas painelistas do Seminárioabordando a lei de imprensa.

LançamentoJamurJúniorvai lançaroseu

livrosobre a TV no Paraná. Ojornalista obteveo apoiode vá-rios deputados quedisponibilizaram a gráfica daAssembléia Legislativa para aprimeira “fornada” de dois milexemplares. O livro “Pequenahistóriade grandestalentos”es-tava pronto para rodar na Im-prensa Oficial quando algunstrechos desagradaram o “pes-soal do Palácio Iguaçu”, queimediatamente vetoua publica-ção.

O caso, que foi matéria doExtra-Pauta passado, sensibi-lizoupolíticos eprofissionais daimprensa. Será o único livro,até agora, a registrar parte dahistóriada TVparanaense. Su-cesso a Jamur, um dospercursores do telejornalismono Paraná, pela iniciativa e co-ragem.

Olançamento do livro serádia 29 de maio, no Salão No-bre da Assembléia Legisla-tiva,emCuritiba.

Paraná perde Dino AlmeidaOs jornalistas paranaenses

ficaram de luto no dia 25 deabril, quando perderam o com-panheiro Dino Almeida, vítimade câncer. Dos 64 anos de vida,45 foram dedicados ao jornalis-mo. A carreira dele começou nojornal “ A Tarde” , em 1955.Passou por diversos jornais, re-vistas, televisões e rádios. De1964 até 2001, fez uma colunadiária na Gazeta do Povo.

Dino escreveu 12 livros, en-tre eles “Mil Pensamentos Pre-feridos”, “Bandeirantes do Pro-gresso”, “Sociedade Curitibana”e “Sociedade Paranaense”.Além de jornalista, era advoga-do e relações públicas. Tambématuou na política, sendo eleitovereador de Curitiba, exercen-do mandato de 1997 a 2000.

Foi casado durante 34 anoscom a jornalista NadyeggeAlmeida. Deixou quatro filhose oito netos. Dino Almeida: 45 anos de jornalismo e 12 livros publicados

Arquivo Gazetado Povo

notas

Entrega doprêmio para osvencedores nodia 30 de maio,às 19h, no Sescda Esquina, ruaVisconde do Rio

Branco, 969 -Centro -Curitiba

Apoio:Gazeta do Povo

e RPC

6º PrêmioSangueNovo de

Jornalismo

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serviço

CAFÉ CURAÇAO - Naapresentação da carteira dejornalista, não é preciso pagar aentrada. O bar funciona desegunda à sábado. Na quinta-feira, a entrada é de R$ 5 paramulheres e R$ 7 para homens.Sextas e sábados, R$ 7 paramulheres e R$ 10 para homens.Os preços podem mudarquando há festas especiais ououtros eventos. Rua SenadorXavier da Silva, 210. Fone 224-6086. O convênio também éválido para o CuraçaoGuaratuba, que só abre nosferiados e durante o verão.

JOCKEY LOUNGE BAR -Na apresentação da carteira dejornalista, não é preciso pagar aentrada. O desconto não será

Novosconvênios para jornalistas sindicalizadosdado em dias de eventosespeciais. Rua Victor Ferreirado Amaral, 2291, Tarumã. Fone365-5050

AQUÁTIKA - Desconto seráde 50% na anuidade e 15% namensalidade, além da isençãodo valor da matrícula, que é deR$ 30,00. O convênio é validopara natação, musculação ehidroginástica. Rua AntonioGrade, 563, no Mercês, fone335-1310

INSTITUTO CULTURALB R A S I L - A R G E N T I N ADesconto de 50% na matrículae 30% na mensalidade para oscursos Espanhol DinâmicoIntensivo e Espanhol DinâmicoSemi-Intensivo. Fones: 252-

0332, 254-5006 e 343-6435.Site www.softone.com.br/icba

CLÍNICA SANTACECÍLIA - Consultas médicasa R$ 25 em todas asespecialidades. Desconto de10% em exames radiológicos.Odontologia com desconto de45% sobre o preço da tabelada ABO. Descontos tambémem exames laboratoriais,fisioterapia e psicologia. Fones:41 225-2627 e 08004126000.

CIA DO EMPREGO - Aempresa oferece empregadasdomésticas, diaristas, babás,governantas, cozinheiras echacreiros. Para jornalistas,15% de desconto na taxa decontratação. Rua Buenos Aires,

Para usufruir dos convênios, é necessário apresentar a carteira de jornalista (Fenaj)

mais convêniosBARES &RESTAURANTES

Bar Brahma – Desconto de10%, apenas para o portador dacarteira de jornalista. (Av. Getú-lio Vargas, 234, esquina com R.João Negrão, fone 224-1628)

Shima Restaurant – Descontode 10%. (R. Pres. Taunay, 892,fone 224-3868).

Monsenhor Fast Grill -Desconto de 15%. Aberto de 2ªa 6ª para o almoço. (R. Monse-nhor Celso, 270 - Centro)

ACADEMIASAcademia Kine - Ginásticacom orientação, Nutrição eFisioterapia. Desconto de 20%.R. Mauá, 706 B, Alto da Glória.Fone 253-3841. Funciona das 8às 20h30min todos os dias.

CURSOSCentro Cultural BrasilPortugal - Desconto de 10%.Cursos de português e de litera-tura brasileira e portuguesa.Rua Paula Gomes, 325 - Centro.Fone 232-5406.

Microcamp Mercês -Desconto de 30% para o Cursointegrado Teens e 10% para o

curso VIP, além de 5% dedesconto no caso de promoçõesem que os descontos jámencionados sejam concedidosa todos os alunos.

SAÚDEGood Life - Serviços de Odon-tologia, Medicina. Fonaudiologia,Fisioterapia, Psicologia eMassote-rapia. Descontos etabelas espe-ciais, de acordocom sua neces-sidade.Endereços: R. Padre Agos-tinho, 2800, fone 335-4362 (Odontoe Fono); Av. Silva Jardim, 266,fone 233-2577 (Fisio); R. PadreAnchieta, 1826, 2º andar, conj.212, fone 335-5954 ( Medicina)e R. Princesa Isabel, 927, fone233-3192 (Psico eMassoterapia).

Ao Seu Alcance - A ClínicaOdontológica Ao Seu Alcanceoferece serviços com até 30%de descontos na tabela doConselho Regional deOdontologia. R. Voluntários daPátria, 475/conj. 301-A, fone232-0166.

Psicologia Infantil ePsiquiatria - O psiquiatraVitório Ciupka e as psicólogasinfantis Suzane Ciupka e DeniseCiupka Yamagutt oferecem

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Consultório de Psicologia -Al. Princesa Isabel, 420 -Centro - Curitiba/ PR. 50% dedesconto no preço da consulta,na apresentação da Carteira deIdentidade de Jornalista.Atendimento psico-terapêuticoindividual de adultos eadolescentes. Maisinformações: 41 223-7748 e233-7074.

Vitale ConsultóriosIntegrados - rua Visconde deRio Branco, 1335, conj 92 -Centro. Preço especial parajornalistas na apresentação daCarteira de Identidade deJornalista R$ 17 a consulta defisioterapia, de fonoauidiologia ede musicoterapia tambémoferece desconto paraconsultas de psicologia. Maisinformações: 41 233-1107

Centro Médico Dr.Bernardo - rua Voluntários daPátria, 61 1º andar.Consulta R$ 25,00. Examescomplementares seguirão atabela da AMB. Atende ClínicaGeral, Ginecologia, Obstetrícia,Pediatria, Dermatologia,

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Psicologia, Dermatologia eOftalmologia (inclusive lentes decontato). Mais informações: 41232-0392.

OUTROS

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Sindicato.

Estudantesjá podemfazer pré-sindicalização

O Sindicato dosJornalistas começou na semanapassada a inscrever osprimeiros estudantes noprograma de pré-sindicalização.A anuidade é de R$ 12 e daráacesso a serviços do sindicato,como uso da biblioteca,convênios, promoções e festas.O pré-sindicalizado vai receberem casa o jornal Extra-Pauta edemais publicações da entidade.Para usufruir desses benefícios,os estudantes receberão umacarteira expedida peloSindicato.

A pré-sindicalização éaberta a estudantes de todos osperíodos dos cursos dejornalismo do Paraná. Paraefetuar a filiação é necessárioo comprovante de matrícula, opreenchimento da ficha de pré-sindicalização e o pagamento daanuidade.

Os convênios jádisponíveis para os pré-sindicalizados são os seguintes:Academia Aquátika, AcademiaKine e Instituto Cultural Brasil-Argentina. O Sindicato está emnegociação com empresas paraoferecer mais convênios aosestudantes.

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