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Curso de Eletricidade Predial Unidade 3 | Texto complementar I: Condutores e eletrodutos SENAI/SP | Unidade 3 - Dimensionamento de instalações elétricas prediais (2) Página 1 de 19 Condutores e eletrodutos Introdução Os condutores elétricos são componentes essenciais do circuito elétrico, pois é através deles que a corrente elétrica circula. Por causa disso, dissipam uma certa quantidade de calor (efeito Joule). Embora isso não possa ser evitado, poderá ser minimizado por meio da escolha correta do tipo de condutor cujo material de fabricação e bitola devem estar de acordo com as demandas de sua utilização. De mesma forma, a utilização do eletroduto adequado às necessidades de segurança da instalação, é de grande importância. O presente texto contém informações sobre condutores e eletrodutos que são de interesse de todo eletricista. Materiais para a fabricação de condutores Como já foi estudado, condutor é o componente do circuito que conduz a corrente elétrica. Ele é tão mais eficaz quanto maior for sua capacidade de facilitar a passagem da corrente. Por causa disso, os condutores elétricos são fabricados com materiais cuja formação atômica facilita a ocorrência de uma corrente elétrica, ou seja, materiais que conduzem eletricidade com maior eficácia devido a sua condutibilidade.

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Condutores e eletrodutos

Introdução

Os condutores elétricos são componentes essenciais do circuito elétrico, pois é através deles

que a corrente elétrica circula. Por causa disso, dissipam uma certa quantidade de calor (efeito

Joule). Embora isso não possa ser evitado, poderá ser minimizado por meio da escolha correta

do tipo de condutor cujo material de fabricação e bitola devem estar de acordo com as

demandas de sua utilização.

De mesma forma, a utilização do eletroduto adequado às necessidades de segurança da

instalação, é de grande importância.

O presente texto contém informações sobre condutores e eletrodutos que são de interesse

de todo eletricista.

Materiais para a fabricação de condutores

Como já foi estudado, condutor é o componente do circuito que conduz a corrente elétrica.

Ele é tão mais eficaz quanto maior for sua capacidade de facilitar a passagem da corrente.

Por causa disso, os condutores elétricos são fabricados com materiais cuja formação atômica

facilita a ocorrência de uma corrente elétrica, ou seja, materiais que conduzem eletricidade

com maior eficácia devido a sua condutibilidade.

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Os materiais mais utilizados como condutores elétricos são o cobre e o alumínio. Esses

dois materiais apresentam vantagens e desvantagens em sua utilização. A tabela a seguir

apresenta em destaque os itens nos quais um material apresenta vantagem sobre o outro.

Cobre Alumínio

Resistividade (0,017Ω /mm2) / m Resistividade (0,028Ω /mm2) / m

Boa resistência mecânica Baixa resistência mecânica

Soldagem das emendas com estanho Requer soldas especiais

Custo elevado Custo mais baixo

Densidade 8,9 Kg/dm3 Densidade 2,7 Kg/dm3

Comparando a resistividade do alumínio com a do cobre, verifica-se que a resistividade do

alumínio é 1,6 vezes maior que a do cobre. Portanto, para substituir um condutor de alumínio

por um de cobre, deve-se diminuir a seção deste em 1,6 vezes com relação ao condutor de

alumínio, para que este conduza a mesma corrente nas mesmas condições.

Em instalações residenciais, comerciais e industriais, o condutor de cobre é o mais utilizado.

O condutor de alumínio é mais empregado em linhas de transmissão de eletricidade. Esse uso

é devido à sua menor densidade e, conseqüentemente, menor peso. Isso é um fator de

economia, pois as torres de sustentação podem ser menos reforçadas.

Tipos de condutores

O condutor pode ser constituído de um ou vários fios. Quando é constituído por apenas um

fio é denominado de fio rígido. Quando é constituído por vários fios, é chamado de cabo.

(Figura 1)

O cabo é mais flexível que um fio de mesma seção. Assim, quando se necessita de um

condutor com seção transversal superior a 10 mm2 é quase obrigatório o uso do cabo devido

à sua flexibilidade, uma vez que o fio a partir desta seção é de difícil manuseio.

FIGURA 1

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O cabo pode ser formado por um condutor (cabo simples ou singelo) ou vários

condutores (múltiplo). (Figura 2)

Isolação

Para a proteção do condutor é utilizada uma capa de material isolante denominada isolação,

com determinadas propriedades destinadas a isolá-los entre si.

A isolação deve suportar a diferença de potencial entre os condutores e terra, e proteger o

condutor de choques mecânicos, umidade e corrosivos. Alguns condutores são fabricados

com duas camadas de materiais diferentes, porém completamente aderidas entre si.

A camada interna é constituída por um composto com propriedades elétricas superiores,

sendo que a externa é constituída por um material com características mecânicas excelentes.

FIGURA 4

FIGURA 3

FIGURA 2

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A isolação suporta temperaturas elevadas, de acordo com o material que é utilizado na sua

fabricação. Veja tabela a seguir:

Tipo de isolação

Temperatura máxima para

serviço contínuo

(condutor °°°°C)

Temperatura limite de

sobrecarga

(condutor °°°°C)

Temperatura

limite

de curto-circuito

(condutor °°°°C)

Cloreto de polivilina (PVC) 70 100 160

Borracha etileno-propileno (EPR) 90 130 250

Polietileno reticulado (XLPE) 90 130 250

Normalização

No Brasil, até 1982, os condutores elétricos eram fabricados de acordo com a escala AWG /

MCM. A partir daquele ano, de acordo com o plano de metrificação do Instituto Nacional de

Metrologia, foi implantada a série métrica conforme as normas da IEC.

Como conseqüência, a NBR 5410 inclui duas novas características nas especificações dos fios

e cabos:

• nova escala de seções padronizadas em mm2 e

• emprego de materiais isolantes com nova temperatura-limite, aumentando de 60°C para

70°C. Com isso, houve um aumento da densidade de corrente (ampères por mm2) uma

vez que o emprego de materiais isolantes com maior temperatura-limite possibilita este

aumento.

Outra vantagem dessa mudança é que as seções são dadas em números redondos, ou seja,

com menor números de casas decimais em relação ao sistema AWG / MCM.

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A tabela que segue mostra o limite de condução de corrente elétrica pelos condutores, no

sistema métrico, a capacidade de condução de corrente para cabos isolados até 3 condutores

carregados, e maneiras de instalar n°s. 1,2 ,3 ,5 e 6 da norma NBR 5410.

As normas da ABNT aplicáveis a fios e cabos são:

• NBR-6880 para condutores de cobre para cabos isolados.

• NBR-6148 para fios e cabos com isolação sólida extrudada de cloreto de polivinila para

tensões até 750V-especificações.

Todos os condutores elétricos devem estar devidamente protegidos contra sobrecargas e

curtos-circuitos. A proteção deverá ser feita através de fusíveis ou disjuntores adequados. Tais

dispositivos de proteção deverão ser dimensionados de acordo com a capacidade de

condução de corrente do condutor estabelecida pela norma vigente e que, também, é

fornecida pelo fabricante, muitas vezes na própria embalagem do produto.

Emendas e derivações

Quando é necessário unir as extremidades de condutores de modo a assegurar resistência

mecânica adequada e um contato elétrico perfeito, usam-se emendas e derivações.

PVC/70oC - NBR- 6148 ABNT

Série

Métrica (mm2) Ampères

Série

Métrica (mm2) Ampères

1,5 15,5 70 171

2,5 21 95 207

4 28 120 239

6 36 150 272

10 50 185 310

16 66 240 364

25 89 300 419

35 111 400 502

50 134 500 578

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Os tipos de emendas mais empregados são:

• Emendas em linhas abertas;

• Emendas em caixas de ligação;

• Emendas com fios grossos.

As emendas feitas em linhas abertas são feitas enrolando-se a extremidade do condutor à

ponta do outro e vice-versa. Este tipo de emenda é denominado de prolongamento. (Figura

5)

Para se executar este tipo de emenda, os condutores a serem unidos devem ser desencapados

com o auxílio de um canivete em aproximadamente 50 vezes seu diâmetro. (Figura 6)

O revestimento isolante deve ser retirado com um canivete usado de forma inclinada como se

estivesse apontando um lápis. (Figura 7)

FIGURA 7

50 D

d

FIGURA 6

FIGURA 5

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O fio sem isolação deve ser cruzado, e as primeiras espiras enroladas com os dedos: (Figuras

8 e 9)

Então, prossegue-se com o alicate universal, dando o aperto final com dois alicates. (Figuras 10

e 11)

As emendas de condutores em caixas de ligações são denominadas rabo de rato. Para

esse tipo de emenda, os condutores são desencapados da mesma forma e comprimento do

processo anterior.

Os fios devem estar fora da caixa e a emenda deve ser iniciada torcendo-se os condutores

com os dedos. (Figuras 12 e 13)

FIGURA 13

FIGURA 1 2

FIGURA 11

FIGURA 10

FIGURA 9

FIGURA 8

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O aperto final deve ser dado com o alicate. (figura 14)

Dobrando-se a emenda no meio, faz-se o travamento. (Figura 15)

Quando é necessário derivar um condutor em uma rede elétrica, independentemente do tipo

de ligação, usa-se a derivação. (Figura 16)

condutor principal

condutor derivado

FIGURA 16

FIGURA 15

FIGURA 14

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O condutor a ser derivado deve ser desencapado num comprimento de aproximadamente 50

vezes seu diâmetro. A região do outro condutor onde se efetuará a emenda deve ser

desencapada num comprimento aproximado de 10 vezes o seu diâmetro. (Figura 17)

Deve-se cruzar o condutor em um ângulo de 90° em relação ao condutor principal,

segurando-os com o alicate universal. (Figura 18)

O condutor derivado deve ser enrolado com os dedos sobre o principal mantendo-se as

espiras uma ao lado da outra, e um mínimo de 6 espiras. (Figuras 19 e 20)

Utilizando dois alicates, dá-se o aperto final e o arremate. (figura 21)

alicate

FIGURA 21

FIGURA 20

condutor principal

condutor derivado

FIGURA 19

condutor principal

condutor derivado

alicate FIGURA 18

FIGURA 17

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Em virtude da resistência que os condutores oferecem na torção das pontas, em condutores

com seção igual ou superior a 10 mm2 outro processo de emenda é utilizado. Isso exige

técnica especial de junções, a fim de assegurar uma ligação mecânica forte, além do bom

contato elétrico.

Emendas de fios grossos

Em relação às emendas de fios grossos, observa-se a regra geral de que as emendas só

podem ser executadas com auxílio de conectores. A tabela a seguir resume informações

sobre esse tipo de emenda. (Figuras 22, 23, 24, 25, 26, 27)

Tipo de emenda Aplicação Ilustração

Emendas com fio amarrilho

Instalações interiores.

O fio utilizado como amarrilho

deve ser de 1 mm2

fio amarrilho

Emendas em prolongamento e

em derivação Instalações externas

Condutor encordoado (cabo) Emenda entrelaçada de uso

geral.

Emenda com conector Prolongamento ou derivações

em fios singelos ou cabos.

cobre

inibidor

alumínio

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Emenda por soldagem

Outra forma de emendar fios grossos é pela emenda por soldagem que apresenta um bom

contato elétrico e boa resistência mecânica. Ela é executada com o auxílio de um metal de

adição formado por uma liga de estanho e chumbo. (figura 28)

Para executar a emenda por soldagem, o ferro de soldar deve estar com a ponta limpa,

quente e com uma certa quantidade de metal de adição derretido.

O ferro deve ser o apoio da emenda, e o metal de adição deve estar apoiado na parte

superior da emenda até que a solda fundida preencha todos espaços entre as espiras e cubra

totalmente a emenda.

Importante!

Durante o processo de soldagem, manter o ambiente ventilado e deve-se evitar a inalação dos

vapores emitidos neste momento, uma vez que prejudicam a saúde.

metal de adição

ferro de soldar

FIGURA 28

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Conectores especiais

A conexão de condutores pode também ser feita por meio de conectores especiais,

denominados bornes ou conectores bornes, que unem fios ou cabos por meio de

parafusos. (Figuras 29, 30 e 31)

Outra forma de conexão de condutores a equipamentos é o olhal, feito com um alicate de

bico. É importante observar o sentido de aperto do parafuso ao se conectar o fio no

equipamento para que o olhal não se abra. (figura 32)

Isolação de emendas e derivações

Toda emenda e derivação deve ser protegida por uma isolação restabelecendo as condições

de isolação dos condutores. Essa isolação é feita por meio da fita isolante.

A fita isolante é fabricada com materiais plásticos e borracha. É apresentada comercialmente

em rolos com diferentes comprimentos e larguras adequadas a cada tipo de condutor que se

queira isolar.

FIGURA 32

FIGURA 31

FIGURA 30

FIGURA 29

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Independentemente do tipo de emenda ou derivação, esta deve ser isolada com, no mínimo,

duas camadas de fita sem que ela seja cortada, procurando deixá-la bem esticada e com a

mesma espessura do isolamento do condutor. (Figuras 33, 34 e 35)

Eletrodutos

Eletrodutos são tubos de metal ou plástico, rígidos ou flexíveis, utilizados com a finalidade de

proteger os condutores contra umidade, ácidos ou choques mecânicos. Podem ser

classificados em:

• eletroduto rígido de aço-carbono;

• eletroduto rígido de PVC;

• eletroduto metálico flexível;

• eletroduto de PVC flexível.

Eletrodutos rígidos de aço

Os eletrodutos rígidos de aço são tubos de aço com ou sem costura longitudinal (solda),

com diâmetros e espessuras de paredes diferenciados, e com acabamento de superfície

externo e/ou interno, que pode ser brunido, decapado, fosfatizado, galvanizado, pintado,

polido, revestido ou trefilado. São usados normalmente em instalações expostas. (Figura 36)

FIGURA 36

FIGURA 35

FIGURA 34

FIGURA 33

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Comercialmente são adquiridos em barras de 3 metros, cujas extremidades são roscadas e

providas de uma luva. (Figura 37)

Os eletrodutos rígidos de aço são especificados de acordo com as normas NBR 5597, 5598,

5624 e 13057. Apresentam variação de diâmetro e espessura de parede conforme a tabela a

seguir:

As diferenças entre as normas citadas estão no acabamento, no tipo de rosca (BSP ou NPT) e

na presença ou ausência de costura no eletroduto.

Diâmetro Designação Espessura de parede (mm)

nominal

(mm)

da rosca

(polegada)

NBR

5597

NBR

5598

NBR

5624

NBR

13057

10 3/8 2,00 2,00 1,50 1,50

15 1/2 2,25 2,25 1,50 1,50

20 3/4 2,25 2,25 1,50 1,50

25 1 2,65 2,65 1,50 1,50

32 1 1/4 3,00 3,00 2,00 2,00

40 1 1/2 3,00 3,00 2,25 2,25

50 2 3,35 3,35 2,25 2,25

65 2 1/2 3,75 3,75 2,65 2,65

80 3 3,75 3,75 2,65 2,65

90 3 1/2 4,25 4,25 2,65 2,65

100 4 4,25 4,25 2,65 2,65

125 5 5,00 5,00 - -

150 6 5,30 5,30 - -

FIGURA 37

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Observações

I. A designação do diâmetro do eletroduto deve ser feita pelo diâmetro nominal e

não pela designação da rosca.

II. No comércio são encontrados eletrodutos de má qualidade que não atendem às

normas. Os comerciantes chamam esses materiais de eletrodutos leves, médios ou

pesados. Esse material e essas denominações não devem ser usados.

Para a fixação dos eletrodutos em instalações aparentes são utilizadas braçadeiras apropriadas

para cada ocasião e que são encontradas em catálogos de fabricantes.

Os eletrodutos metálicos não devem ser utilizados em ambientes corrosivos ou com

excessiva umidade. Além disso, eles devem ser curvados a frio, pois o calor destrói sua

proteção de esmalte, o que causará a posterior oxidação do eletroduto.

Dobramento de eletrodutos metálicos

Em alguns casos, é necessário dobrar eletrodutos de aço. Isso é feito para adaptá-los ao

traçado de uma instalação, quando se deseja que uma rede de eletrodutos transponha um

obstáculo, acompanhe uma superfície com uma eventual curvatura ou mesmo por falta de uma

curva pré-fabricada. (Figura 38)

Para dobrar o eletroduto é necessário que antes se prepare um gabarito de arame de acordo

com as curvas a serem feitas. Figura 39)

FIGURA 39

FIGURA 38

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As partes que serão curvadas devem ser marcadas no eletroduto conforme a figura a seguir.

(Figura 40)

Para executar o dobramento, apóia-se o eletroduto no chão. O dobra-tubos é então seguro

com as mãos, e o operador prende o eletroduto com os pés. O cabo do dobra-tubos é

puxado aos poucos e o eletroduto é dobrado conforme a inclinação da curva desejada. (Figura

41)

Durante essa operação, não se pode esquecer de comparar o eletroduto com o gabarito

preparado anteriormente.

Para executar essa operação, pode-se usar, também, o tripé do tipo dobra-tubos. Com esse

equipamento, porém, o tripé fica fixo e é o eletroduto que é movimentado.

FIGURA 41

FIGURA 40

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Eletroduto rígido de PVC:

Estes eletrodutos são fabricados com derivados de petróleo, sendo isolantes elétricos, não

sofrem corrosão nem são atacados por ácidos.

São fabricados em barras de 3 metros e têm, também, suas extremidades roscadas. Seus

diâmetros e espessura de parede são determinados pela NBR 6150, conforme tabela que

segue:

Diâmetro

nominal (mm)

Referência da rosca

(polegada)

Classe A

Espessura de parede (mm)

Classe B

Espessura de parede (mm)

16 3/8 1,5 1,0

20 1/2 1,5 1,0

25 3/4 1,7 1,0

32 1 2,1 1,0

40 1 1/4 2,4 1,0

50 1 ½ 3,0 1,1

60 2 3,3 1,3

75 2 1/2 4,2 1,5

85 3 4,7 1,8

Os eletrodutos rígidos de PVC são normalmente utilizados em instalações embutidas ou

instalações externas em ambientes úmidos. Porém, não devem ser utilizados em ambientes

onde a temperatura seja superior a 50oC.

Para utilização em desvios da instalação são fabricadas curvas de 90o. (Figura 42)

FIGURA 42

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Em alguns casos é necessário curvar o eletroduto em ângulos, para adaptá-lo ao traçado de

uma instalação, quando este encontre um obstáculo ou acompanhe uma superfície com uma

curvatura especial.

Da mesma forma como com os eletrodutos de aço, em alguns casos, quando se empregam os

eletrodutos rígidos de PVC, é necessário curvá-los em ângulos, para adaptá-los ao traçado da

instalação. Para isso, é necessário ter uma fonte de calor e uma mola de aço com diâmetro

compatível com a medida do diâmetro interno do eletroduto.

Para curvar o eletroduto de PVC, primeiro deve-se marcar a zona a ser curvada com dois

traços. Depois disso, seleciona-se a mola correspondente ao eletroduto, introduzindo-a de

maneira que coincida com a zona a ser curvada. (Figuras 43 e 44)

A zona a ser curvada, deve ser aquecida, girando-se e deslocando-se o eletroduto em um e

outro sentido, sobre uma fonte de calor suave, para que o plástico amoleça. A fonte de calor

pode ser um fogareiro elétrico, um soprador térmico, ou mesmo uma chama.(Figura 45)

Quando se percebe que o material está cedendo, começa-se a curvá-lo lentamente. Deve-se

evitar queimar ou amolecer demasiado o plástico.

Continua-se dobrando o eletroduto até obter a forma desejada, controlando com o gabarito

correspondente ou sobrepondo-o ao traçado. Quando o curvamento estiver de acordo com

o gabarito, a zona curvada deve ser imediatamente resfriada com um pano umedecido ou

submergindo-a em um recipiente com água fria.

fonte de calor

FIGURA 45

FIGURA 44

zona a curvar D

faça topo 16 D

FIGURA 43

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Eletroduto metálico flexível

Este eletroduto é formado por uma cinta de aço galvanizada, enrolada em espirais meio

sobrepostas e encaixadas de tal forma que o conjunto proporcione boa resistência mecânica e

grande flexibilidade. Esse produto também é fabricado com um revestimento de plástico a fim

de proporcionar maior resistência e durabilidade. (Figura 46)

São utilizados em instalações expostas de máquinas e motores elétricos. (Figura 47)

Este eletroduto é comercializado em rolos de 100 metros, que contêm a indicação do

diâmetro externo.

Eletrodutos de PVC flexível:

Existem eletrodutos flexíveis de material plástico utilizados somente em instalações

embutidas. Como não existe uma norma da ABNT a respeito desse tipo de eletroduto, para

sua correta especificação e utilização, deve-se utilizar a norma IEC 614. (Figura 48)

No comércio, os eletrodutos flexíveis de PVC são adquiridos em rolos de 50 ou 100 metros.

FIGURA 48

FIGURA 47

FIGURA 46