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    As Setenta Semanas de Daniel

    Dr. Kenneth L. Gentry, Jr.

    Traduo: Felipe Sabino de Arajo Neto1

    Introduo

    As setenta semanas de Daniel 9:24-27 provavelmente uma dasprofecias mais familiares do Antigo Testamento para os estudantes

    evanglicos de escatologia. Todavia, ao mesmo tempo, ela uma daspassagens mais mal-entendidas no Antigo Testamento. Essa difcilprofecia tem recebido proeminncia especial no sistemadispensacionalista.

    importante reconhecer que Daniel como um todo tem sidograndemente mal manejado pelos expositores. Charles H. H. Wrightlamentou: Os comentrios sobre Daniel so inumerveis. Nenhum outrolivro, salvo o Livro de Apocalipse no Novo Testamento, tem tanto material

    intil escrito na forma de exegese.

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    Tal lamento poderia ser ainda maisestreitamente focado sobre os quatro versculos que compem a profeciadiante de ns. Todavia, o debate est engajado; entremos, pois, na briga.

    A cronologia fornecida na profecia de Daniel sobre as SetentaSemanas um verdadeiro elemento crtico no argumentodispensacionalista, embora no seja crucial para nenhum dos outrossistemas milenaristas. Walvoord comenta que a interpretao de Daniel9:24-27 de grande importncia para o pr-milenismo bem como para opr-tribulacionismo.3 Como tal, ela a chave para a profecia e,consequentemente, uma das profecias mais importantes da Bblia.4McClain sugere que nenhum discurso proftico mais crucial que esse.5Pentecost concorda com McClain que Daniel 9 nos d a chavecronolgica indispensvel para toda a profecia do Novo Testamento.6

    1E-mail para contato: [email protected]. Traduzido em Dezembro/2006.2Charles H. H. Wright, An Introduction to the Old Testament(London: Williams and Norgate, 1906), p.197.3John F. Walvoord, The Rapture Question(Grand Rapids: Zondervan, 1957), p. 24.4

    John F. Walvoord,Daniel: The Key to Prophetic Revelation(Chicago: Moody, 1971), pp. 201, 216.5Alva J. McClain,Daniel's Prophecy of the 70 Weeks(Grand Rapids: Zondervan, 1940), p. 9.6J. Dwight Pentecost, Things to Come(Grand Rapids: Zondervan, 1958), p. 240.

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    English a chama de uma profecia extremamente importante.7Certamente Allis est correto quando observa que a importncia daprofecia das Setenta Semanas no ensino dispensacionalista dificilmentepode ser exagerado.8

    Essa dependncia dispensacionalista de Daniel 9 infeliz para odispensacionalismo por duas razes: Historicamente, grandes dificuldadesesto associadas com a interpretao dessa passagem. J. A. Montgomerychama a profecia de o Pntano Sombrio da crtica do AntigoTestamento.9Young comenta: Esta passagem... uma das mais difceisem todo o AT, e as interpretaes que tm sido oferecidas so quaseincontveis.10 O desafio da passagem indicado na importanteCristologia do Antigo Testamento de Hengstenberg, onde ele devota maispginas para analisar esses quatro versculos do que a qualquer outraprofecia do Antigo Testamento: um total de 127 pginas. 11

    Teologicamente, essa profecia extremamente importante a maisdifcil para os dispensacionistas tornar crvel para aqueles de fora do seusistema. At mesmo o dispensacionalista Robert Culver admite: Adificuldade dos versculos que agora esto diante de ns evidente. 12Escritores pr-milenistas de duas a trs geraes atrs eram muitodistantes entre si nos detalhes. Muito da mesma diversidade aparece nosescritores pr-milenistas contemporneos.13 A profecia das Setenta

    Semanas leva o dispensacionalismo a um das suas peculiaridades maisforadas: a doutrina da teoria do intervalo da Era da Igreja.14

    Consideremos essa interessante profecia fornecendo primeiramenteo que creio ser sua interpretao apropriada. Ento revisarei e analisareibrevemente a interpretao dispensacionalista, sobre a qual uma grandeparte do dispensacionalismo est precariamente fundamentado.

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    E. Schuyler English, The Gentiles in Revelation, em Charles Lee Feinberg, ed., Prophecy and theSeventies(Chicago: Moody, 1971), p. 242.8O. T. Allis,Prophecy and the Church(Philadelphia: Presbyterian and Reformed, 1945), p. 111.9J. A. Montgomery,A Critical and Exegetical Commentary on the Book of Daniel(International CriticalCommentary) (New York: Scribner's, 1927), p. 400.10E. J. Young, The Prophecy of Daniel(Grand Rapids: Eerdmans, 1949, 1977), p. 191.11E. W. Hengstenberg, The Christology of the Old Testament(McLean, VA: McDonald, rep. n.d. [trans.1854]), 2:803-930.12Robert Duncan Culver,Daniel and the Latter Days(2rd ed.: Chicago: Moody, 1977), p. 144.13Ibid., p. 144.14Allis menciona esse ensino procedendo da abordagem dispensacionalista de Daniel 9:24-27 como umadas provas mais claras da novidade dessa doutrina bem como de sua natureza revolucionria. Allis,Prophecy and the Church, p. 109. na anlise de Kline de Daniel 9 que ele levado a chamar o

    dispensacionalismo de uma heresia evanglica. Meredith Kline, Covenant of the Seventieth Week,em John H. Skilton, ed., The Law and the Prophets: Old Testament Studies in Honor of Oswald T. Allis(n.p.: Presbyterian and Reformed, 1974), p. 452.

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    Estrutura do Pacto

    medida que comeamos, crucial compreender a estrutura da profecia.

    Meredith Kline fornece uma apresentao completa da naturezafortemente pactual da profecia de Daniel. Ele demonstra meticulosamenteque a orao de Daniel (Dn. 9:3-19), que inicia a profecia, saturada deexpresses em frmulas extradas dos tratados mosaicos, particularmentedo tratado deuteronmico15.

    O pacto se agiganta na orao de Daniel e na resposta do Senhor aele: Deus um Deus que guarda o pacto (9:4), enquanto Israel viola osestatutos de Deus (9:5), mesmo ao ponto de repudiar os representantesprofticos do pacto (9:6,10), recebendo assim a maldio pactual (9:11-15).Daniel 9 o nico captulo em Daniel a usar o nome pactual especial deDeus, YHWH (SENHOR, vv. 2, 4, 10, 13, 14, 20; cf. Ex. 6:2-4). Esta oraocom respeito lealdade pactual respondida em termos do padrosabtico pactual das setenta semanas (9:24-27), que resulta naconfirmao do pacto (9:27).

    O reconhecimento da estrutura pactual das Setenta Semanas importante para sua interpretao apropriada. Ela demanda virtualmenteo foco sobre o cumprimento da redeno no ministrio de Cristo. Vejamos

    como isso assim.

    O nmero sete familiar aos estudantes da lei sabtica do AntigoTestamento. A profecia das Setenta Semanas est claramente estruturadaem termos de cronologia sabtica (cf. Lv. 25). A prpria palavra hebraicashabua, que traduzida como semana, significa literalmente sete. Estaprofecia foi dada a Daniel no primeiro ano da queda da Babilnia (Dn. 9:1),quando ele contemplava a breve concluso do cativeiro de setenta anos(9:2). O Cativeiro Babilnico foi causado pelo fracasso de Israel em

    observar os sbados levticos para a nao (Lv. 26:43; 2Cr. 36:21). Em seunono captulo, Daniel se pergunta sobre o que o futuro reserva paraIsrael, agora que a profecia dos setenta anos de Jeremias est prestes aser completada. A resposta de Deus orao de Daniel a apresentaode um novo perodo de setenta que produziria seis resultados primrios(Dn. 9:24). Nesta profecia, Israel recebe um perodo de tempo renovadoestruturado pelo nmero setenta: um perodo de setenta semanas.

    A primeira fase das Setenta Semanas as sete semanas, ou

    (literalmente) os sete setes (Dn. 9:25). Esse perodo de sete setes15Kline, The Covenant of the Seventieth Week, p. 456.

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    resulta num valor de quarenta e nove. Esse intervalo de quarenta e noveanos (como veremos), reflete o perodo de tempo que chegaria ao Ano doJubileu (Lv. 25:8ss). Isso de forte significncia pactual, e diretamenterelacionado com o significado redentivo da passagem.

    O perodo total de setenta setes tambm pactual. Setentarepresenta dez perodos de sete semanas, e assim, dez jubileus. A figuraassociada com o uso do nmero dez geralmente admitida como sendode completude ( o nmero completo dos dgitos na mo de um homem16).Assim, os setenta setes (semanas) pareceriam apontar para um Jubileuredentivo completo. Ele apontaria apropriadamente para Cristo, que trazesse Jubileu final (cf. Lucas 4:17-21; Is. 61:1-3; Mt. 24:21), e que acaracterstica primria da profecia de Daniel. Consequentemente, operodo de tempo revelado a Daniel demarca o perodo no qual aredeno messinica seria consumada.17

    Valor Cronolgico

    Mas qual o valor cronolgico desse perodo de setenta semanas? Assetenta semanas parecem representar um perodo de setenta vezes seteanos, ou 490 anos. Embora estruturada em termos de simbolismosabtico, a profecia no deveria ser esvaziada de seu intento cronolgico,como alguns que parecem ver a mesma como expressiva de um perodo

    indefinido.18 A profecia carrega toda a marca de preciso cronolgica,mesmo mediante uma leitura apressada.19 Os nmeros socuidadosamente mensurados e divididos. Isso se encaixa muito bem com apreocupao cronolgica de Daniel nas profecias de Macabeus em Daniel8 e 12. H ampla justificao para os dias representarem anos reais:

    Primeiro, um perodo de setenta semanas literais seria muito curtopara realizar o cumprimento de tudo o que esperado. Alm disso, queconforto Daniel teria ao saber que a cidade seria reconstruda e destruda

    em to breve perodo? Assim, devemos olhar alm do literal para amedida adequada.

    16William Taylor Smith, Number, in James Orr, ed., International Standard Bible Encyclopedia(2nded.: Grand Rapids: Eerdmans, 1956), 3:2162.17E. J. Young, Daniel, in Donald Guthrie and J. Motyer, eds., Eerdmans Bible Commentary (GrandRapids: Eerdmans, 1970), p. 698.18Kline, Daniel 9, p. 452. Young,Prophecy of Daniel, p. 196. C. F. Keil, Biblical Commentary on theBook of Daniel, em C. F. Keil and Franz Delitzsch, Commentary on the Old Testament(Grand Rapids:Eerdmans, rep. 1975), pp. 338-339. Milton S. Terry,Biblical Apocalyptics: A Study of the Most Notable

    Revelations of God and of Christ(Grand Rapids: Baker, rep. 1988 [1898]), p. 201. Montgomery, Criticaland Exegetical Commentary on the Book of Daniel, pp. 220-221.19Hengstenberg, Christology of the Old Testament, 2:880.

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    Segundo, no contexto precedente, os setenta anos originais daprofecia de Jeremias esto na mente de Daniel (Dn. 9:2). Assim, anos, eno semanas literais so sugeridas pela referncia anterior, que crucialpara o contexto histrico. Em adio, esses setenta anos sugerem a

    estrutura da sua profecia.

    Terceiro, o ano sbatico (o stimo ano do perodo sabtico) frequentemente mencionado como simplesmente o sbado.20 Assim, aidia de um dia de sbado (Ex. 20:11) pode se referir a um ano sabtico.

    Quarto, existe garantia escriturstica para medir os dias em termosde anos. Em Gnesis 29:7-28 Jaco dito trabalhar durante uma semanapara Raquel, que eram sete anos (v. 20). Em Nmeros 14:34 os quarenta

    anos errantes causado pelos quarenta dias de espionagem da terra.Ezequiel 4:5 emprega o mesmo padro de medida proftica que Daniel:Porque eu te dei os anos da sua iniqidade, segundo o nmero dos dias.

    Quinto, no contexto imediato seguinte, e separado da nossapassagem por apenas um versculo, descobrimos Daniel referindo-se aoseu uso de semanas. Em Daniel 10:2 lemos: Naqueles dias, eu, Daniel,pranteei durante trs dias (hebraico: yom).21 Ele faz isso, parece, paradistinguir as semenas-de-anos precedentes da semanas-de-dias seguintesque so literais.

    Sexto, at mesmo sobre o extremo terminus ad quosugerido peloseruditos evanglicos (o decreto de Ciro em 538 a.C.), os 490 anos chegamrelativamente perto da medida do tempo da morte de Cristo: existiria umadiferena de apenas setenta e cinco anos. Isso deveria sugerir queestamos corretos ao escolher uma medida dia/ano. Uma anlisecuidadosa da passagem leva concluso que a ordem do versculo 24se encaixa perfeitamente na estrutura cronolgica, quando propriamenteentendido (como mostrarei).

    O Terminus ad uo

    Indubitavelmente, um dos problemas iniciais confrontando o intrpreteinteressado na cronologia da passagem a determinao da ordemexpressa em Daniel 9:25: Sabe e entende: desde a sada da ordem pararestaurar e para edificar Jerusalm.... A primeira vista, isso pareceria sero decreto de Ciro em 538 a.C., que mencionado em 2 Crnicas 36:22-23

    20Lv. 25:2-5; 26:34, 35, 43; 2Cr. 36:21; etc.21Nota do tradutor: A RA traz semanas: Naqueles dias, eu, Daniel, pranteei durante trs semanas.

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    e em Esdras 1:1-4; 5:13, 17, 6:3. Sem dvida, Ciro deu uma ordem para quea cidade fosse reconstruda (cf. Is. 44:28), embora a maior parte dasreferncias ao seu decreto nos livros histricos tenha a ver com areconstruo do Templo. Daniel, contudo, fala especificamente da ordem

    para restaurar e para edificar Jerusalm, que uma qualificaoimportante, como Hengstenberg demonstrou de forma competente.22Apesar de esforos apticos terem sido feitos para restaurar Jerusalmsegundo o decreto de Ciro, por um longo tempo Jerusalm foi pouco maisque uma vila pouco povoada sem muralhas.

    Todavia, Daniel fala da ordem para restaurar (shuwb, retornar)Jerusalm (Dn. 9:25). Isso requer que ela seja retornada sua integridadee grandeza original, de acordo com a profecia de Jeremias: E removerei o

    cativeiro de Jud e o cativeiro de Israel e os edificarei como no princpio(Jr. 33:7, RC). Isso deve envolver a restaurao da cidade, completa comsuas ruas e protegidas por muros: Ela ser reconstruda com ruas emuros, mas em tempos difceis (Dn. 9:25, NVI23). No foi at metade doquinto sculo a.C. que isso foi seriamente tomado. Hengstenberg apontapara o decreto de Artaxerxes I em Neemias 2:1 (cf. v. 1824) como o pontode partida (embora a sua data vigorosamente argumentada de 455 a.C.para o vigsimo ano de Artaxerxes no seja amplamente sustentadahoje).25 Payne e Boutflower apontam para o esforo espiritualmentecarregado sob Esdras, em Esdras 7:11-26, como o ponto de partida.26Essadata seria 458 a.C. Julius Africanus, Vitringa, Ideler e a maioria dosdispensacionalistas calculam os anos mediante o ano judeu de 360 dias.27Woodrow, seguindo Anstey, contesta a cronologia ptolmica em favor deuma cronologia mais biblicamente baseada dos tempos antigos.28 Emadio, poderia ser que a ordem uma ordem secreta divina que d oimpulso providencial para os reis pagos permitir a reconstruo e/ou os

    22Hengstenberg, Christology of the Old Testament, 2:884ss.23

    A presena de ruas parece retratar uma cidade estvel e prspera, aberta ao comrcio e intercurso;enquanto a destruio de ruas so emblemas que sinalizam devastao e julgamento. Veja: 1Re. 20:34; Jr.7:34; 33:10; 44:6, 17; Zc. 3:6.24Aparentemente, Salmo 147:13-14 um louvor ao Senhor pela reconstruo de Jerusalm por Neemias.Veja: J. A. Alexander,Psalms Translated and Explained(Grand Rapids: Baker, rep. 1873), p. 557.25Hengstenberg, Christology of the Old Testament, 2:884-911.26J. Barton Payne,Encyclopedia of Biblical Prophecy(New York: Harper and Row, 1973), pp. 388ss. C.Boutflower,In and Around the Book of Daniel(London: SPCK, 1923), pp. 195ss.27 Julius Africanus, em Eusebius, Demonstration of the Gospel 8:2. Isso pode ser encontrado emAlexander Roberts and James Donaldson, eds., The Ante-Nicene Fathers(Grand Rapids: Eerdmans, rep.1885), 6:134. Para Vitringa e Ideler, veja: Hengstenberg, Christology of the Old Testament, 2:891 n2.Harold Hoehner, Chronological Aspects of the Life of Christ(Grand Rapids: Zondervan, 1977). J. DwightPentecost, Daniel, em Walvoord and Zuck,Bible Knowledge Commentary, pp. 1363-1365.28

    Ralph Woodrow, Great Prophecies of the Bible(Riverside, CA: Woodrow Evangelistic Assoc., 1971,1989), pp. 94-101. Martin Anstey, Romance of Bible Chronology (1913). Ptolemy (A.D. 70-161) nosforneceu seu importante The Canon of Ptolemy, sobre o qual muito da cronologia antiga hoje baseada.

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    judeus se engajarem realmente com esforo e diligncia.29Nesse evento,o mandamento no seria exatamente datvel, exceto em retrospecto,aps a profecia ter sido consumada na vinda do Messias. Adotandoqualquer um desses cenrios, descobrimos uma razo possvel pela qual o

    Messias era to esperado no primeiro sculo30

    e ele apareceu ento.

    abundantemente claro nas referncias a Jerusalm, dcadas apso decreto de Ciro, que pouco foi feito para com a reconstruo deJerusalm. Neemias fala dos muros de Jerusalm como estando cados(Ne. 1:3; 2:3-5, 17; 7:4). Zacarias fala de Jerusalm como destruda emseus dias (Zc. 14:11). Ele fala at mesmo de sua breve reconstruovindoura (Zc. 1:16).31Os inimigos dos judeus advertiram Artaxerxes que osjudeus se tornariam um problema se reconstrussem a cidade (Esdras 4:12-

    23). Isso explica o porqu Esdras pde falar da extrema aflio deJerusalm at hoje (Esdras 9:7-9, 15).

    O processo de reconstruo diligente, que chegou ao clmax numaJerusalm restaurada, parece ter comeado: (1) inicialmente, noreavivamento espiritual sob Esdras (Esdras 7); ou (2) de fato, sob aadministrao de Neemias (Ne. 2:1, 17-18; 6:15-16; 12:43).32Houve muitasordens polticas preparando para a restaurao de Jerusalm e umaordem divina: Os ancios dos judeus iam edificando e prosperando emvirtude do que profetizaram os profetas Ageu e Zacarias, filho de Ido.Edificaram a casa e a terminaram segundo o mandado do Deus de Israel esegundo o decreto de Ciro, de Dario e de Artaxerxes, rei da Prsia(Esdras 6:14).

    O primeiro perodo de sete semanas deve indicar alguma coisa, poiso mesmo separado dois outros dois perodos. Caso ele no fossesignificante, Daniel poderia ter falado das sessenta e nove semanas, aoinvs de sete semanas e sessenta e duas semanas (Dn. 9:25). Essas setesemanas (ou quarenta e nove anos) aparentemente testemunham aconcluso bem sucedida da reconstruo de Jerusalm.33. A cidade foireconstruda durante essa era, a despeito da oposio nos temposangustiosos (compare Ne. 4:18), que Deus ordenou para eles nessaprofecia (Dn. 9:25).

    29Veja: Young, Daniel, emEerdmans' Bible Commentary, p. 699. Hengstenberg, Christology, 2:829.30Mt. 11:3; Marcos 15:43; Lucas 1:76-79; 2:25, 26, 38; 3:15.31Veja tambm: Zc. 1:12; 2:1; 7:7; 8:5-6.32

    Julius Africanus defendeu essa viso a muito tempo atrs. Veja seus comentrios citados em Eusbio,Demonstration of the Gospel8:2.33Hengstenberg, Christology of the Old Testament, pp. 894ss.

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    O segundo perodo das sessenta e duas semanas estende-se desdea concluso da reconstruo de Jerusalm at a introduo do Messias aIsrael em seu batismo, no comeo do seu ministrio (Dn. 9:25),aproximadamente por volta de 26-30 d.C. Essa interpretao

    amplamente aceita por estudiosos conversadores, sendo quase universalentre os exegetas cristos34, excluindo os dispensacionalistas. Oterceiro perodo de uma semana assunto de intensa controvrsia entre odispensacionalismo e outros estudiosos conservadores.

    Visto que nossa investigao das Setenta Semanas escatolgica eno apologtica, no precisamos fazer uma determinao final da maneiraexata do clculo do terminus a quoda ordem. Ficamos confortveis diantedas vrias possibilidades intimamente relacionadas diante de ns;

    todavia, os eventos messinicos aludidos por Daniel so mais cruciais paraas nossas preocupaes escatolgicas do que a determinao da data daordem. Voltamos-nos agora para uma considerao das questes dediferena importante que separam o dispensacioanlismo dos outrospontos de vista evanglicos.

    Interpretao de Daniel 9: 4

    Em Daniel 9:24, a expectao predominante e gloriosa da profecia declarada: Setenta semanas esto determinadas sobre o teu povo esobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgresso, para dar fimaos pecados, para expiar a iniqidade, para trazer a justia eterna, paraselar a viso e a profecia e para ungir o Santo dos Santos. Deixe-meapontar brevemente a interpretao apropriada dos eventos no versculo24 dentro do contexto da profecia inteira.

    A Importncia do Versculo 4

    As seis frases no infinitivo do versculo 24 deveriam ser entendidas comotrs coplas, como sugerido por Payne, Terry, Maurer, Hitzig e osMassoretas,35 e no como dois tercetos, como proposto por Keil eYoung.36 Claramente, esses seis resultados so o ponto principal daprofecia, servindo como o ttulo para a explicao que segue. Adeclarao sabe e entende no versculo 25 comea essa explicao.

    34Montgomery,Daniel, p. 332.35 J. Barton Payne, The Goal of Daniel's Seventy Weeks, Journal of the Evangelical TheologicalSociety 21:2 (June, 1978) 111. Terry, Biblical Apocalyptics, p. 200. Young lista outros: F. Maurer,

    Commentarius grammaticus criticus in Vetus Testamentum, vol. 2 (Leipzig: 1838); F. Hitzig, Das BuchDaniel(1850).36Keil, Daniel, Commentary on the Old Testament, p. 341. Young,Daniel, pp. 197-201.

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    Devem existir, ento, correspondncias entre os eventos do versculo 24 ea profecia dos versculos 25-27.

    A viso geral de Daniel 9:27 entre os evanglicos no-

    dispensacionalistas que os seis itens apresentados... estabelecem oterminus ad quem da profecia,37 isto , eles tm a ver com o PrimeiroAdvento. Culver coloca a questo numa perspectiva dispensacionalistadestemida, quando observa que esses eventos no devem serencontrados em nenhum evento prximo do perodo de vida terrena donosso Senhor.38Ryrie aponta para o nosso versculo e diz: Deus uma vezmais voltar sua ateno de um modo especial para o seu povo, os judeus,e para sua santa cidade Jerusalm, como delineado em Daniel 9:24.39Odispensacionalista toma uma abordagem decididamente futurista para a

    profecia, quando ele passa das primeiras sessenta e nove semanas.

    A profecia das Setenta Semanas se foca definitivamente sobre Israel(v. 24), como resultado da contemplao de Daniel do cativeiro de Israel(Dn. 9:2) e sua orao de confisso em favor de Israel (Dn. 9:4-22). Mas,sem dvida, o Messias de Israel o nico Salvador dos homens, de formaque as realizaes de sua obra se estendem alm do povo judeu (e.g., Sl.72:8; Is. 2:2-4; 11:9-10).40Vemos essa obra salvadora universal em outrasprofecias e a vemos novamente aqui. Mas a nfase sobre Israel aqui significante. Daniel termina com o ungir o Santo dos Santos (v. 24), noporque isso seja cronologicamente final, mas de forma que ele possa levardiretamente apresentao do Messias (hebraico: Ungido, v. 25).41Como veremos, esses elementos envolvem uma mistura de bno emaldio, como comum nas promessas pactuais.

    A Interpretao do Versculo 4

    Observemos, em primeiro lugar, que as Setenta Semanas testemunhariamo trmino da transgresso. Como notado, a orao de confisso de Danieldizia respeito aos pecados de Israel (Dn. 9:4ss) e o foco da profecia sobre Israel (Dn. 9:24a). Consequentemente, esse fazer cessar (hebraicokala) a transgresso tem a ver com Israel terminar, isto , completar suatransgresso contra Deus. O trmino dessa transgresso ocorre noministrio de Cristo, quando Israel culmina sua resistncia a Deus

    37Ibid., p. 201.38Robert Duncan Culver,Daniel and the Latter Days(1st ed: Westwood, NJ: Revell, 1954), p. 155.39Charles C. Ryrie,Basic Theology(Wheaton, IL: Victor, 1986), p. 465.40 Veja: Kenneth L. Gentry, Jr., He Shall Have Dominion: A Postmillennial Eschatology (Tyler, TX:

    Institute for Christian Economics, 1992), cap. 10, 12.41Veja o argumento de Payne em Payne, Goal of Daniel's Seventy Weeks, pp. 97-115. (Eu no sigotodo o argumento de Payne.)

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    rejeitando seu Filho e crucificando-o: E, por ltimo, enviou-lhes o seuprprio filho, dizendo: A meu filho respeitaro. Mas os lavradores, vendoo filho, disseram entre si: Este o herdeiro; ora, vamos, matemo-lo eapoderemo-nos da sua herana. (Mt. 21:37-38; cf. 21:33-45; Atos 7:51-

    52).42

    A segunda parte da copla est diretamente relacionada com aprimeira: Tendo terminado a transgresso contra Deus na rejeio doMessias, agora os pecados so selados (margem da NASB; hebraico,chatham). A idia aqui , como Payne observa, selar ou reservar pecadospara punio.43Por causa da rejeio do Messias por Israel, Deus reservaum castigo para ele: a destruio final e conclusiva do Templo, que foipreservado desde o tempo do ministrio de Jesus at 70 d.C. (Mt. 24:2,

    34). O selar ou reservar dos pecados indica que dentro das SetentaSemanas Israel completaria sua transgresso e com o completar do seupecado, Deus agiria para reservar (alm das setenta semanas) seuspecados para o julgamento. Esse um ponto importante no Sermo daOliveira do Senhor: Quando antes de sua crucificao Cristo diz, Eis quea vossa casa vos ficar deserta (Mt. 23:38),44 ele ento reserva seujulgamento para uma gerao (Mt. 24:2,34).

    O terceiro resultado (comeando a segunda copla) tem a ver com aproviso para expiar a iniqidade.45 A palavra hebraica kaphar apalavra para expiao, isto , um cobrir do pecado. Ela fala claramenteda morte expiatria de Cristo, que a expiao ltima a qual todos osrituais do Templo apontavam (Hb. 9:26).46Isso ocorreu tambm durante oseu ministrio terreno na sua morte. O dispensacionalista aqui prefereinterpretar esse resultado como uma aplicao ao invs de realizao; elea v como uma apropriao subjetiva ao invs de realizao objetiva.Walvoord admite que esse resultado parece ser antes um retrato claro dacruz de Cristo, mas que a aplicao real dela novamente associadacom o segundo avento at onde Israel diz respeito.47Mas sobre a basedo verbo hebraico, a passagem fala claramente da reconciliao real (ouexpiao). As setenta semanas incluem necessariamente o efetuar desseresultado tambm.

    42Mt. 20:18-19; 23:37-38; 27:11-25; Marcos 10:33; 15:1; Lucas 18:32; 23:1-2; Joo 18:28-31; 19:12, 15;Atos 2:22-23; 3:13-15a; 4:26-27; 5:30; 7:52.43Payne, Goal of Daniel's Seventy Weeks, p. 111.44Isso acontece com sua morte, quando o vu rasgado (Mt. 27:51).45O artigo definido, que ocorreu antes de transgresso e pecados est ausente aqui. Ali ele refere-se situao de Israel. Aqui ele considera a categoria mais geral da humanidade.46

    Hb. 1:3; 7:27; 9:7-12, 26, 28; 10:9-10. Veja tambm: Joo 1:29; Rm. 3:25; 2Co. 5:19; 1Pe 2:24; 1 Joo2:2.47Walvoord,Daniel, pp. 221, 222.

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    Por causa dessa expiao para cobrir pecado, o quarto resultado que a justia eterna efetuada. Isto , a expiao final e completaestabelece a justia. Isso fala da realizao objetiva, no a apropriaosubjetiva da justia. Isso foi efetuado por Cristo dentro do perodo das

    setenta semanas tambm: Mas agora, sem lei, se manifestou a justia deDeus testemunhada pela lei e pelos profetas (Rm. 3:21-22a).

    O quinto resultado (a primeira poro da terceira copla) tem a vercom o ministrio de Cristo sobre a Terra, que introduzido em seubatismo: ele veio para selar a viso e a profecia. O significado disso que Cristo cumpre (e atravs disso, confirma) a profecia. Odispensacionalista cuidadoso resiste idia que isso tem a ver com o selarda profecia no ministrio terreno de Cristo, pois ele no cumpriu toda a

    profecia naquele tempo.

    48

    Mas nem ele o faz dentro das setenta semanas(durante a Tribulao), nem no milnio! Pois seguindo esses, vem aressurreio e os Novos Cus e Nova Terra. Na verdade, o selar daprofecia diz respeito ao assunto de Daniel 9: a realizao da redeno dopecado, isto , expiao. Isso Cristo realizou: Eis que subimos paraJerusalm, e vai cumprir-se ali tudo [!] quanto est escrito por intermdiodos profetas, no tocante ao Filho do Homem (Lucas 18:31; cp. Lucas24:44; Atos 3:18).49

    Finalmente, os setenta anos so para o seguinte objetivo: paraungir o Santo dos Santos. Esse ungir [hebraico mashach] fala daintroduo de Cristo por meio de sua uno batismal. Isso parececlaramente ser o caso pelas seguintes razes: (1) A preocupaopredominante de Daniel 9:24-27 Messinica. O Templo que construdo aps o Cativeiro Babilnico seria destrudo aps as setentasemanas (v. 27), com nenhuma meno adicional feita a ele. (2) Nosversculos seguintes, o Messias (hebraico mashiyach, Cristo, Ungido) especificamente mencionado duas vezes (vv. 25, 26). (3) Contrrio interpretao dispensacionalista, no existe nenhuma evidncia de umauno de qualquer Templo na Escritura quer o Templo original deSalomo, o Templo reconstrudo de Zorobabel, o Templo visionrio deEzequiel ou o Templo expandido de Herodes.

    48Leon Wood,A Commentary on Daniel(Grand Rapids: Zondervan, 1973), p. 250.49 Walvoord tropea ao conceder que essa profecia cobre a cessao do dom proftico do NovoTestamento, visto tanto na profecia oral como na escrita das Escrituras (Walvoord,Daniel, p. 222). Isso,contudo, no ocorre nas primeiras sessenta e nove semanas (at um pouco antes do tempo dacrucificao de Cristo) nem na septuagsima semana (a Grande Tribulao futura), os perodos que elealega envolver os 490 anos. John F. Walvoord, Prophecy Knowledge Handbook (Wheaton, IL: Victor,1990), p. 258. Todavia, ele diz especificamente que os seis maiores eventos caracterizam os 490 anos!

    (Ibid., p. 251). Aps estudo intenso, mudei minha prpria viso sobre essa passagem com relao a umadeclarao anteriormente publicada. Veja Gentry, The Charismatic Gift of Prophecy: A ReformedResponse to Wayne Grudem(2nd ed: Memphis: Footstool, 1989), p. 54n.

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    (4) A fraseologia Santo dos Santos fala apropriadamente do

    Messias, que aquele Santo que haveria de nascer.50 de Cristo que oJubileu redentivo ltimo profetizado por Isaas nessas palavras: O

    Esprito do SENHOR Deus est sobre mim, porque o SENHOR me ungiupara pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar osquebrantados de corao, a proclamar libertao aos cativos e a pr emliberdade os algemados; a apregoar o ano aceitvel do SENHOR (Is. 61:1-2a; cp. Lucas 4:17-21). Foi em sua uno baptismal que o Esprito veiosobre ele (Marcos 1:9-11). E isso foi introdutrio ao seu ministrio, do quallemos trs versculos adiante: Foi Jesus para a Galilia, pregando oevangelho de Deus, dizendo: O tempo est cumprido [a sexagsima novasemana?51], e o reino de Deus est prximo; arrependei-vos e crede no

    evangelho (Marcos 1:14-15). Cristo preeminentemente o Ungido.

    52

    A Septuagsima Semana

    O Messias agora experimenta algo aps as sessenta e duas semanas(Dn. 9:26), que segue as sete semanas precedentes (v. 25). Isso deveocorrer, ento, em algum perodo aps a sexagsima nona semana. Umaleitura natural do texto mostra que isso est na septuagsima semana,pois esse o nico perodo de tempo restante para o cumprimento doobjetivo da profecia listado no versculo 24. Que isso ocorre nesse tempo: Ser tirado o Messias e no ser mais (Daniel 9:26, RC).53A palavrahebraica traduzida como tirado aqui (karath) usada para pena demorte, Lv. 7:20; e refere-se a uma morte violenta, isto , a morte deCristo na cruz.

    50Lucas 1:35; cp. 4:34, 41. Veja tambm: Marcos 1:24; Atos 3:14; 4:27, 30; 1 Joo 2:20; Ap. 3:7; Ele chamado de o ungido (Sl. 2:2; Is. 42:1; Atos 10:38).51Interessantemente havia uma crena corrente, amplamente sustentada, que um governador se levantaria

    em Israel naquele mesmo tempo, isto , durante a Guerra Judaica. Tacitus,Histories5:13: A maioriaestava convencida que as antigas escrituras dos seus sacerdotes aludiam ao presente como o prpriotempo quando o Oriente triunfaria e de Jud sairiam homens destinados s governar o mundo. Essaprofecia misteriosa refere-se realmente a Vespasiano e Tito.... Suetnio, Vespasian 4: Uma antigasuperstio era corrente no Oriente, que de Jud neste tempo apareceriam os governadores do mundo.Essa predio, como o evento mais tarde provou, referia-se a um Imperador Romano.... Josefo atmesmo levanta essa idia, quando fala de Vespasiano e declara que ele era aquele que governaria (Wars3:8:9). A nica profecia com respeito a Israel que realmente data a era Messinica Daniel 9:24-27.Josefo tambm aplica a passagem de Daniel 9 ao governo dos Romanos em outro contexto: Da mesmaforma, Daniel tambm escreveu com respeito ao governo Romano, e que nosso pas deveria ser desoladopor eles. Todas essas coisas esse homem deixou escrito, medida que Deus mostrava para ele... (Ant.10:11:7).52 Sl. 2:2; 132:10; Is. 11:2; 42:1; Hc. 3:13; Atos 4:27; 10:38; Hb. 1:9. Vanderwaal nega a referncia

    messinica dessa passagem, preferindo uma referncia sacerdotal macabeana. Cornelius Vanderwaal,HalLindsey and Biblical Prophecy(St. Catherines, ON: Paideia, 1978), p. 37.53Nota do tradutor: Ser morto o Ungido e j no estar, na RA.

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    Dado o padro hebraico de repetio, discernimos facilmente umparalelo entre os versculos 26 e 27; o versculo 27 amplia o versculo 26.Negativamente, a morte do Messias no versculo 26 o resultado deIsrael completar a sua transgresso e traz-la culminao (v. 24) ao

    crucificar o Messias.54

    Positivamente, o versculo 27 declara esse mesmoevento: Ele far firme aliana com muitos, por uma semana; na metade dasemana, far cessar o sacrifcio e a oferta de manjares. Considerado apartir de seu efeito positivo, essa confirmao do pacto55com muitos fazreconciliao e traz justia eterna (v. 24). Assim, esses paralelos referem-se ao mesmo evento, considerado a partir de dois ngulos de beno emaldio (cp. Dt. 11:26; 30:1), ambos dos quais esto determinados aocorrer dentro das setenta semanas.

    A Confirmao do Pacto

    A confirmao do pacto (v. 27)56refere-se s aes pactuais profetizadasdo versculo 24, que acontecem como o resultado do Jubileu PactualPerfeito (Setenta Semanas), e mencionado como um resultado da oraopactual de Daniel (cf. v. 4). O pacto mencionado, ento, o pacto divinoda graa redentora de Deus.57O Messias veio confirmar as promessas dopacto: para usar de misericrdia com os nossos pais e lembrar-se da suasanta aliana (Lucas 1:72).58Ele confirmou o pacto por sua morte na cruz:por isso mesmo, Jesus se tem tornado fiador de superior aliana (Hb.7:22b).59A palavra traduzida como confirmar (Daniel 9:27, verso doautor)60 (hebraico gabar) est relacionada com o nome do anjo Gabriel,que trouxe a Daniel a revelao das Setenta Semanas (e que mais tardetrouxe a revelao do nascimento de Cristo [Lucas 1:19, 26]). Gabriel baseado no hebraico gibbor, forte, um conceito freqentementeassociado com o Deus do pacto.61 A palavra relacionada encontrada em

    54

    Mt. 20:18-19; 27:11-25; Marcos 10:33; 15:1; Lucas 18:32; 23:1-2; Joo 18:28-31; 19:12, 15; Atos2:22-23; 3:13-15a; 4:26-27; 5:30; 7:52.55Nota do tradutor: A verso do autor diz: Ele confirmar um pacto com muitos por uma semana....56Ver nota 55.57Quando pacto mencionado em Daniel, ele sempre o pacto de Deus, veja: Daniel 9:4; 11:22, 28,30, 32. Isso inclui at mesmo Dn. 11:22; veja: Pentecost, Daniel, Bible Knowledge Commentary,1:1369.58Seus pactos so os pactos da promessa (Ef. 2:12). Veja: Lucas 1:72; Atos 3:25-26; 13:32; 26:6-7;Rm. 1:2; 4:16; 9:4; 15:8; 2Co. 1:20; Gl. 3:16-22; Ef. 3:6; Hb. 7:22; 13:20.59Mt. 26:28; Marcos 14:24; Lucas 22:20; 1Co. 11:25; 2Co. 3:6; Hb. 8:8, 13; 9:15; 12:24.60Nota do tradutor: As tradues em portugus deixam a desejar na transmisso do significado original:E ele firmar um concerto, na RC; Ele far firme aliana, na RA; Com muitos ele far uma aliana,na NVI.61

    Dt. 7:9, 21; 10:17; Ne. 1:5; 9:32; Is. 9:6; Dn. 9:4. Hengstenberg argumenta convincentemente que afonte de Daniel 9 parece ser Isaas 10:21-23, onde Deus o Deus todo poderoso, que abenoa o fielremanescente.

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    Daniel 9:27 significa tornar forte, confirmar.62 Esse pacto firme trazjustia eterna (Dn. 9:24) por conseguinte, sua firmeza.

    A orao de Daniel foi particularmente para Daniel (Dn. 9:3ss) e foi

    expressa em reconhecimento que Deus promete misericrdia sobreaqueles que o amam (v. 4). Portanto, a profecia sustenta que o pacto serconfirmado com muitos por uma semana. A referncia aos muitos falados fiis em Israel. Assim, um contraste introduzido entre Ele e osMuitos, um contraste que parece refletir sobre a grande passagemMessinica, Is. 52:13-53:12 e particularmente 53:11. Embora a naointeira no receberia a salvao, os muitos receberiam.63

    Essa confirmao das promessas pactuais de Deus aos muitos de

    Israel ocorreria no meio da septuagsima semana (v. 27), que faz paraleloaps as sessenta e duas [e sete] semanas (v. 26), embora fornecendomaior detalhe. Sabemos que os trs anos e meio do ministrio de Cristo naprimeira metade da septuagsima semana foram decididamente focadossobre os judeus, pois ele ordenou aos seus discpulos: No tomeis rumoaos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos (Mt. 10:5b; cp. Mt.15:24). Ento, por um perodo de trs anos e meio aps a crucificao,64os apstolos se focaram exclusivamente nos judeus, comeando primeirona Judia (Atos 1:8; Atos 2:14) porque o evangelho de Cristo primeiro do judeu (Rm. 1:16; cf. 2:10; Joo 4:22).

    Embora o evento que serve como o trmino da sexagsima novasemana seja claramente especificado, tal no o caso com o trmino daseptuagsima. Assim, no to significante conhecer um evento exatoconcluindo a septuagsima. Aparentemente no apedrejamento deEstevo, o primeiro mrtir do Cristianismo (Atos 8:1), a proclamaopactual comeou a se voltar para os gentios: E Saulo consentia na suamorte. Naquele dia, levantou-se grande perseguio contra a igreja emJerusalm; e todos, exceto os apstolos, foram dispersos pelas regies daJudia e Samaria (Atos 8:1). O apstolo dos gentios aparece no cenriona morte de Estevo (Atos 7:58-8:1), assim como irrompe a perseguiojudia contra o Cristianismo. A misso de Paulo claramente declaradacomo excedendo o foco limitado sobre os judeus: Vai, porque este paramim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentiose reis, bem como perante os filhos de Israel (Atos 9:15).

    62Young,Daniel, p. 209; Allis, Prophecy and the Church, p. 122; Hengstenberg, Christology of the OldTestament, p. 856.63

    Young,Daniel, p. 213.64Payne, The Goal of Daniel's Seventy Weeks, p. 109n. Boutflower,In and Around the Book of Daniel,pp. 195ss. Hengstenberg, Christology of the Old Testament, 2:898. Young,Daniel, p. 213.

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    Essa confirmao do pacto ocorre no meio da semana (v. 27). Eu jmostrei que a septuagsima semana comea com a uno batismal deCristo. Ento, aps trs anos e meio de ministrio a metade daseptuagsima semana Cristo foi crucificado.65 Dessa forma, a profecia

    declara que por sua confirmao conclusiva do pacto, o Messias fariacessar o sacrifcio e a oferta de manjares (v. 27) ao oferecer a si mesmocomo um sacrifcio pelo pecado: Agora, porm, ao se cumprirem ostempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifcio desi mesmo, o pecado (Hb. 9:25-26; cp. Hb. 7:11-12, 18-22).Consequentemente, em sua morte o vu do Templo foi rasgado de alto abaixo (Mt. 27:51), como evidncia que o sistema de sacrifcio tinha sidolegalmente abolido aos olhos de Deus (cf. Mt. 23:38), pois Cristo oCordeiro de Deus (Joo 1:29; 1Pe. 1:19).

    A Destruio de Jerusalm

    Mas agora, como devemos entender as ltimas pores dos versculos 26e 27? O que devemos fazer com a destruio da cidade e do santurio (v.26) e a abominao que causa desolao (v. 27), que a maioria doscomentaristas evanglicos concorda ter ocorrido em 70 d.C.?

    No versculo 26 aprendemos que dois eventos ocorrem aps asexagsima nona semana: (1) O Messias seria tirado, e (2) a cidade e osanturio seriam destrudos. O versculo 27a nos informa que o fato doMessias ser tirado (v. 26a) uma confirmao do pacto e deve ocorrer nametade da septuagsima semana. Assim, a morte do Messias estclaramente dentro do perodo de tempo das Setenta Semanas (comoespervamos, visto que ele a figura principal do cumprimento daprofecia).

    Os eventos envolvendo a destruio da cidade e do santurio comguerra e desolao (vv. 26b, 27b) so as conseqncias da morte doMessias e no ocorrem necessariamente no perodo do tempo das setentasemanas. Eles so um adendo ao cumprimento do foco da profecia, que declarado no versculo 24.

    Os atos destrutivos so antecipados, contudo, no ato divino deselar ou reservar o pecado de Israel para o castigo. O pecado climtico de

    65 Sua durao aludida em Lucas 13:6-9. Sua crucificao aps trs anos e meio de ministrio amplamente aceita. A. T. Robertson, A Harmony of the Gospels (New York: Harper and Row, 1922,

    1950), p. 270. Eusbio comenta: visto que ele comeou sua obra durante o sumo sacerdcio de Ans eensinou at que Caifs assumisse o ofcio, o tempo inteiro no abrange quatro anos completos (Eccl.Hist.1:10:3).

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    Israel o completar da sua transgresso (v. 24) com a morte do Messias(v. 26a) resulta no ato de Deus de reservar seu julgamento para maistarde. O pecado de Israel no ser reservado para sempre; ele serjulgado aps a expirao das setenta semanas. Isso explica a prpria

    frase indefinida66

    at o fim da guerra (verso do autor): o fim noocorrer nas setenta semanas. Esse fim ocorreu em 70 d.C., como Cristodeixa abundantemente claro em Mateus 24:15

    A Interpretao Dispensacionalista

    Existem trs erros fundamentais na abordagem dispensacionalista dasSetenta Semanas de Daniel. Esses envolvem o entendimento apropriadodo trmino antecipado, a unidade das setenta semanas e a identidade do

    pacto do versculo 27.

    O Trmino

    Os dispensacionalistas so pressionados por seu sistema a re-interpretarradicalmente Daniel 9:24: Eles colocam esses eventos no futuro a partirdo nosso prprio tempo, adiando-os at o retorno de Israel ao Senhor naverso deles dos sete anos da Grande Tribulao.67As citaes a seguirdemonstrando isso so extradas do comentrio sobre Daniel de J. DwightPentecost, encontrado no Bible Knowledge Commentarydo Seminrio deDallas.68 Eu usarei isso como uma representao do dispensacionalismopadro de hoje.

    Pentecost afirma que fazer cessar a transgresso refere-se remoo da tendncia apostasia de Israel, que ocorre no SegundoAdbvento quando Israel restaurado terra e abenoado. O fazer umfim aos pecados significa que na segunda vinda de Cristo, ele removero pecado de Israel. Fazer reconciliao pelos pecados diz respeito expiao final de Deus de Israel, quando o mesmo se arrepende nasegunda vinda de Cristo. Trazer a justia eterna indica que Deusestabelecer uma era caracterizada pela justia. Isso uma referncia aoreino do milnio.

    Quando lemos para selar a viso e a profecia, devemos entenderque tudo o que Deus disse atravs dos profetas que faria emcumprimento ao seu pacto com Israel, ser realizado plenamente no reino

    66Allis,Prophecy and the Church, p. 115.67

    Walvoord, Prophecy Knowledge Handbook, pp. 251ss. Charles L. Feinberg, Millennialism: The TwoMajor Views(Chicago: Moody, 1980), p. 150.68Walvoord and Zuck,Bible Knowledge Commentary. All quotes are taken from pages 1361-1362.

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    do milnio. Para ungir o Santo dos Santos, de acordo com Pentecost,pode se referir dedicao do lugar do santo dos santos no templo domilnio ou pode no se referir a um lugar santo, mas ao Santo, Cristo. Se assim, isso fala do entronizamento de Cristo como Rei dos reis e

    Senhor dos senhores no Milnio. Resumindo, Pentecost declara: Essasseis realizaes, ento, antecipam o estabelecimento do reino milenar dopacto de Israel sob a autoridade do seu Rei prometido.

    Eu j forneci uma interpretao do trmino no ministrio de Cristoque mais amplamente sustentada pelos evanglicos. Claramente, aviso dispensacionalista est radicalmente em erro. Isso se tornar aindamais evidente nos pargrafos seguintes medida que considero a teoriado intervalo do dispensacionalismo. Nesse ponto, o leitor deveria

    considerar quo estranho que na interpretao do dispensacionalista, oabsolutamente importante Primeiro Advento de Cristo durante o qualCristo morreu pelo pecado em cumprimento do simbolismo do Templo, datipologia do Antigo Testamento e da antecipao proftica quasenegligenciando nessa profecia, recebendo apenas uma referncia discreta.Como Mauro reclamou a tempo atrs, a idia fundamental do versculo 24aconteceu num intervalo no mencionado!69Os dois primeiros perodosda unidade das Setenta Semanas nos levam at a crucificao de Cristo pelo menos perto dela, na viso dispensacionalista. Ento, ignorando essaobra absolutamente importante, essa viso pula subitamente para oSegundo Advento!

    O Intervalo nas Setenta Semanas

    O dispensacionalismo incorpora um intervalo ou parntese entre asexagsima nona e a septuagsima semana. Esse intervalo abrange toda aEra da Igreja, desde a Entrada Triunfal at o Arrebatamento.70 Osargumentos dispensacionalistas para um intervalo de duraoindeterminada entre a sexagsima nona e a septuagsima semana no soconvincentes. Consideremos os principais argumentos para um intervalo.

    69Philip Mauro, The Seventy Weeks and the Great Tribulation(Boston: Hamilton, 1923), p. 101. Veja adiscusso em suas pginas 91-101.70Walvoord, Prophecy Knowledge Handbook, pp. 256-257. Ryrie, Basic Theology, p. 465. Pentecost,Daniel, BKC, 1:161. Walvoord, Daniel, pp. 230-231. interessante observar que os Pais primitivossustentavam uma interpretao no-escatolgica da Septuagsima Semana, aplicando-a ao ministrio de

    Cristo ou a 70 d.C. Veja Barnabus 16:6; Clemente de Alexandria, Miscellanies1:125-26; Tertuliano,AnAnswer to the Jews8; Julius Africanus, Chronology50. Veja: L. E. Knowles, The Interpretation of theSeventy Weeks of Daniel in the Early Fathers, Westminster Theological Journal7 (1945) 136-160 .

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    Primeiro, a fraseologia peculiar em Daniel: Daniel coloca a morte doMessias aps os 62 setes, no no 70 sete.71 Isso declarado dessaforma para permitir um intervalo entre a sexagsima nova e aseptuagsima semana. Se a morte no ocorre na sexagsima nova ou na

    septuagsima semana, deve existir um intervalo dentro do qual elaocorre.

    Em resposta, bvio que a septuagsima ocorre aps a sexagsimanova e, assim, satisfaz os requerimentos da declarao.Consequentemente, tal argumento no prova que o aps requer umintervalo. Alm disso, Daniel tem apenas setenta semanas e, comoLaRondelle apontou, Daniel sem dvida no diz aps sessenta e novesemanas, mas no na septuagsima.72 Tal explicao uma suposio

    gratuita. Visto que ele ainda deve tratar com a septuagsima semana etratou claramente com as sessenta e nove precedentes (v. 25), absolutamente natural assumir essa morte do Messias como sendo emalgum momento dentro do perodo de sete anos cobertos pelaseptuagsima semana. A profecia das Setenta Semanas o perodo detempo principal e abrangente, e a morte do Messias um evento designificncia proftica e redentora insupervel em geral e fundamentalpara explicar o objetivo das Setenta Semanas declarado no versculo 24em particular.

    Segundo, o peso da profecia de Daniel: As seis aes [do versculo24] pertencem ao povo (Israel) de Daniel e sua Santa Cidade(Jerusalm), no igreja.73McClain diz que o cumprimento dos eventostremendos no versculo 24 no pode se encontrado em nenhum lugar nahistria conhecida.74 Esses ainda tm que ocorrer para Israel, da anecessidade [para os dispensacionalistas] dos eventos serem futuros.

    Como argumentei acima, a idia principal da profecia das SetentaSemanas diz respeito redeno Messinica. O Messias o Santo dosSantos, que traz reconciliao e efetua redeno eterna (v. 24). Elefaz isso para Israel e os gentios. Ele efetuou de fato essa redeno eternapor sua morte (v. 24), que claramente o significado de ser tirado (v.26). E como uma questo de registro histrico, sua morte ocorreu dentrodos sete anos da sua uno batismal. O que nos fora a abandonar umperodo de tempo unificado para as Setenta Semanas?

    71Pentecost, Daniel,BKC, p. 1364. Veja Walvoord, The Rapture Question, p. 25.72Hans K. LaRondelle, The Israel of God in Prophecy(Berrien Springs, MI: Andrews University, 1983),

    p. 173.73Pentecost, Daniel,BKC, p. 1364.74McClain,Daniel's Prophecy of the Seventy Weeks, p. 35.

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    Terceiro, uma hermenutica apropriado: Sobre a abordagem no-dispensacionalista, Walvoord comenta: nenhuma delas fornece umcumprimento literal da profecia.75 Se o literalismo a abordagemapropriada de toda profecia, ento devemos rejeitar qualquer viso das

    Setenta Semanas que coloque esses eventos no passado.

    As falhas hermenuticas inerentes no literalismo j foram tratadasem vrios lugares. Elas no precisam ser repetidas aqui. Contudo, interessante que os dispensacionalistas no so consistentes aqui.Walvoord critica E. J. Young e outros amilenistas porque eles rejeitam aidia que isso so 490 anos literais.76 Mas Daniel fala de semanasliterais, no anos!

    Quarto, uma admisso fatal: Historicamente, a destruio deJerusalm ocorreu em 70 d.C., quase quarenta anos aps a morte deCristo.77Visto que isso foi dado na profecia de Daniel e deveria ocorrerdentro das setenta semanas, a teoria do cumprimento contnuo deixadasem qualquer explicao adequada para inserir um evento comoocorrendo aps o sexagsimo nono sete por alguns trinta e oito anos.78

    Eu j expliquei a relao das setenta semanas com a destruio doTemplo em 70 d.C. (veja acima). O objetivo das Setenta Semanas no adestruio do Templo em 70 d.C., que no mencionada no versculo 24.Essa destruio uma conseqncia posterior de certos eventoscumpridos dentro das setenta semanas. O ato real de Deus reservar ojulgamento (v. 24) ocorreu dentro das setenta semanas; a remooposterior dessa reserva no. No existe nenhuma necessidade para umintervalo.

    Quinto, a tendncia geral na profecia: Nada deveria ser mais claropara algum ao ler o Antigo Testamento que a viso nele fornecida nodescreve o perodo de tempo entre os dois adventos. Esse mesmo fatoconfundiu at mesmo os profetas (cf. 1Pe. 1:10-12).79O argumento ento esse: a profecia do Antigo Testamento pode unir o Primeiro e o SegundoAdvento numa cena, embora esses eventos sejam separados por milharesde anos. Consequentemente, temos garantia bblica para entender asexagsima nona e a septuagsima semana como unidas numa cena,embora separadas por um intervalo de milhares de anos.

    75Walvoord,Daniel, p. 232.76Walvoord,Prophecy Knowledge Handbook, p. 250.77

    Walvoord,Daniel, p. 230.78Ibid., p. 230.79Walvoord,Rapture Question, p. 25.

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    Esse argumento totalmente sem mrito. Deve ser observado queas Setenta Semanas so consideradas como uma unidade, emborasubdivididas em trs partes desiguais:

    Ela um perodo de setenta semanas que deve ocorrer paraexperimentar os eventos mencionados; as partes formam um todounificado. Os trs perodos separados de semana no so a cronologiaprincipal na revelao; esses trs perodos (7+62+1) totalizam o perodo detempo abrangente das setenta semanas de anos. O plural setentasemanas seguido por um verbo singular est decretada (verso doautor), que indica a unidade do perodo de tempo. Os dispensacionalistasat mesmo argumentam vigorosamente contra permitir um intervalo nomeio da septuagsima semana, visto que a semana uma.80

    Uma preocupao prioritria da profecia, em distino de todas asoutras profecias Messinicas, que ela designada como umamensurao do perodo de tempo. As primeiras palavras na profeciaapontam enfaticamente para esse fato; essas palavras so: setentasemanas. Se existissem intervalos entre as unidades, a idia toda demensurao contida nas setenta semanas seria destruda. Nenhuma dasoutras profecias propostas como ilustraes de um intervalo apresentacomo uma medida de tempo.81

    Todos concordam que as primeiras duas unidades no perodo (setee sessenta e dois) seguem consecutivamente. Por que no deveria tambmo perodo final de sete? Estranhamente, Walvoord que defende a teoriado intervalo82 critica Mauro por permitir que os ltimos sete anos sejamum perodo indefinido de tempo: Contudo, em vista da preciso dossetenta anos do cativeiro mencionado no mesmo captulo, o contextoindica a probabilidade de uma inteno mais literal na revelao.83Mauro permite uma septuagsima semana de quarenta anos, estendidapela longanimidade graciosa de Deus para com Israel. Walvoord permitiuum intervalo de quase 2000 anos de durao, destruindo totalmente apossibilidade de mensurao. Como Walvoord mais literal? A viso deMauro est muito mais prxima da medida que a de Walvoord pelomenos os eventos desse perodo de tempo precisamente mensurado estono mesmo sculo! Os de Walvoord esto separados por milnios!

    80Pentecost, Things to Come, p. 198.81Alm disso, os dispensacionalistas separam o que Deus uniu. Isto , passagens tais como Isaas 9:6-7

    unem o ministrio terreno de Cristo com o seu reino porque o cumprimento se d no primeiro sculo!82Walvoord,Daniel, pp. 230-231.83Ibid., p. 218.

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    Se a teoria do intervalo dispensacionalista com respeito aseptuagsima semana verdadeira, ento o intervalo separando aseptuagsima da sexagsima nova quase de 2000 anos de durao, ouquatro vezes o perodo inteiro de tempo das setenta semanas ou 490

    anos! Como os dispensacionalistas podem esperar argumentar a favor documprimento exato das primeiras setenta semanas at o dia!84 ,quando eles permitem uma interrupo milenar entre duas das semanas?Ryrie at mesmo reprova os amilenistas por datar o decreto de Dn. 9:24em 538 a.C., pois isso tem o efeito de permitir que os setenta setes sejamimprecisos na durao! Ento, ele d meia volta mais tarde paraobservar: Existe um intervalo de durao indeterminada entre asprimeiras sessenta e nove semanas de sete anos cada e a ltima ouseptuagsima semana de sete anos!85

    Sexto, a ordem dentro da profecia: No registro da profecia, adestruio da cidade [v. 26b] colocada antes da ltima semana [v.27a].86Visto que isso ocorreu em 70 d.C., devemos permitir um intervalopara justific-lo.

    Esse argumento ignora as peculiaridades do estilo potico hebraico.A mente oriental frequentemente confunde a preocupao ocidental comuma sucesso cronolgica; a estrutura ocidental no pode ser inserida napassagem. Esse padro revelacional87permite uma repetio paralela eexpanso do assunto, sem exigir uma sucesso real no tempo. Oentendimento apropriado da relao entre os versculos 26 e 26 dadaacima.

    Stimo, a interpretao por Cristo: O testemunho no nosso prprioSenhor [em Mt. 24:15] mostra que a Septuagsima Semana ainda futura.88 Esse problema j foi respondido nas respostas dadas aosargumentos Quatro e Seis acima. O Senhor faz uma citao a partir daporo da passagem de Daniel que est fora da preocupao das prpriassetenta semanas.89

    84 Robert Anderson, The Coming Prince (London: Hodder and Stoughton, 1909). Feinberg,Millennialism, p. 150. H. Wayne House and Thomas D. Ice, Dominion Theology: Blessing or Curse?(Portland, OR: Multnomah, 1988), p. 321: Daniel predisse precisamente o ano no qual o Messias seriatirado. Hoehner, Chronological Aspects of the Life of Christ, p. 139: O terminus ad quem dasexagsima semana era o dia da entrada triunfal de Cristo em 30 de maro de 33 d.C..85Ryrie,Basic Theology, pp. 448, 465.86McClain,Daniel's Prophecy of the Seventy Weeks, p. 35.87

    J. B. Payne, "Goal of Daniel's Seventy Weeks," p. 109.88McClain,Daniel's Prophecy of the Seventy Weeks, p. 39.89Veja os dois captulos seguintes para um estudo detalhado de Mateus 24.

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    O Pacto do Versculo 7

    A confirmao do pacto mencionado no versculo 27 lamentavelmentemal entendida pelos dispensacionalistas. Eles a aplicam a um governador

    ainda futuro e malvolo, que estabelece e ento quebra um pacto polticocom Israel.

    De acordo com Walvoord: Isso se refere ao governador mundialvindouro no comeo dos ltimos sete anos, que consegue controlar dezpases no Oriente Mdio. Ele far um pacto com Israel por um perodo desete anos. Como Daniel 9:27 indica, no meio dos sete anos ele quebrar opacto, far cessar os sacrifcios que esto sendo oferecidos no temploreconstrudo nesse perodo, e se tornar o perseguidor de Israel ao invs

    de protetor, cumprindo as promessas do dia de angstia de Israel (Jr.30:5-7).90

    Pentecost declara: Esse pacto ser feito com muitos, isto , com opovo de Daniel, a nao de Israel. O governador que vir (Dn. 9:26) serquem far esse pacto, pois essa pessoa o antecedente da palavra ele noversculo 27. Como um governador ainda futuro, ele ser o cabea final doquarto imprio (o pequeno chifre da quarta besta, 7:8).91

    Muitos problemas praguejam essa interpretao, vrios dos quais jforam mencionados em outra ocasio:

    O pacto aqui no feito, mas confirmado. A palavra comum para oestabelecimento inicial de um pacto karat.92Contudo, esse na verdadea confirmao de um pacto j existente, isto , o pacto da graa redentorade Deus confirmado por Cristo (Rm. 15:8).

    A palavra confirmado (hebraico higbar) uma forma muito enfticade gabar. No somente o prprio termo indica uma confirmao de umpacto,93mas em sua presente forma ele uma expresso muito forte parase aplicar a um pacto feito e ento quebrado pelo Anticristo.

    Como observado acima, o termo est relacionado com o nome doanjo de Deus que entregou a mensagem a Daniel: Gabriel (Deus forte).O correspondente lxico entre o nome do anjo forte de Deus e o tornar

    90Walvoord,Prophecy Knowledge Handbook, p. 257.91Pentecost, Daniel,BKC, p. 1364.92

    Francis Brown, S. R. Driver, and Charles A. Briggs, eds., A Hebrew and English Lexicon of the OldTestament(Rev. ed.: Oxford: Clarendon, 1972), p. 503.93Brown, Driver, Briggs,Hebrew Lexicon, p. 149.

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    forte o pacto em si mesmo sugestivo da natureza divina do pacto. Emadio, as passagens pactuais frequentemente empregam termossemelhantes, quando falando do Deus forte do pacto.94

    O paralelismo com o versculo 26 indica que a morte do Messiasest diretamente relacionada com a confirmao do pacto. Ele tirado,mas no para si mesmo (v. 26a, verso do autor), pois ele confirma opacto para os muitos de Israel (v. 27a). Sua morte (ser tirado) traz aconsumao do pacto, pois sem derramamento de sangue, no hremisso (Hb. 9:22). Como Cristo coloca: Porque isto o meu sangue, osangue da nova aliana, derramado em favor de muitos, para remisso depecados (Mt. 26:28).

    O pronome indefinido ele no se refere ao prncipe que h de virdo versculo 26.95Esse prncipe um substantivo subordinado; o povo o substantivo dominante. Assim, o ele se refere ao ltimo indivduodominante mencionado: Messias (v. 26a). O Messias a figura principalem toda a profecia, de forma que at mesmo a destruio do Templo estrelacionada com sua morte. De fato, o povo que destruiu o Templo soprovidencialmente seus exrcitos (Mt. 22:2-7).

    Foi com a morte de Cristo que o Judasmo foi legalmente(pactualmente) abolido, trazendo um fim ao sacrifcio e oferta (Hb. 7:12,18). Os sacrifcios eram uma confirmao legal do pacto divino com o povodo pacto, Israel: Congregai os meus santos, os que comigo fizeramaliana por meio de sacrifcios (Sl. 50:5).96 Existe uma relaoinquebrvel entre a morte de Cristo e a destruio final do Templo (Lucas20:14-18; 23:28-31); a relao entre causa legal e efeito temporal.

    Concluso

    Um estudo cuidadoso das Setenta Semanas de Daniel remove do nossofuturo a devastao por causa de julgamento indicada em seus ltimosversculos. somente mediante uma ginstica hermenutica e umasuspenso da razo que um intervalo imenso pode ser importado paraDaniel, a fim de interromper o perodo de tempo de outra formacronologicamente exato. E esse intervalo necessrio se as SetentaSemanas de Daniel precisarem ser projetadas para o nosso futuro. Mas

    94Dt. 7:9, 21; 10:17; Ne. 1:5; 9:32; Is. 9:6; Dn. 9:4. Veja discusso anterior acima.95Kline provides interesting arguments for the reference "the prince who is to come" (v. 27) being to

    "Messiah the Prince" (v. 25). If this were conclusive, the "he" would then refer back to the Messiah ineither view.96Sl 50:5. Cf.: Ex. 24:8; Lv. 2:13; Nm. 18:19; Zc. 9:11. Contra-ex.: Ex. 34:15; 2Re. 17:35; Ed. 44:7.

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    como temos visto, no somente isso difcil de fazer, mas totalmentedesnecessrio.

    A famosa profecia de Daniel encontrou seu cumprimento no

    primeiro sculo da nossa era. Consequentemente, a expectativapessimista de muitos cristos evanglicos que fundamentada nessapassagem no possui nenhuma garantia.

    Fonte: http://www.cmfnow.com/articles/pt551.htm