UNESP – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS

19
DISCIPLINA: FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUAS PROFESSORA: Dra. Maria Helena Vieira Abrahão Doutoranda: Fátima Aparecida Cezarim dos Santos SEMINÁRIO FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUAS: PRÁTICA, CONHECIMENTO-BASE E CURRÍCULO Em que consiste a formação de professores em TESOL ?

description

DISCIPLINA: FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUAS PROFESSORA: Dra. Maria Helena Vieira Abrahão. SEMINÁRIO FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUAS: PRÁTICA, CONHECIMENTO-BASE E CURRÍCULO. UNESP – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS. Em que consiste a formação de professores em TESOL ?. - PowerPoint PPT Presentation

Transcript of UNESP – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS

Page 1: UNESP – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS

DISCIPLINA: FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUAS

PROFESSORA: Dra. Maria Helena Vieira Abrahão

Doutoranda: Fátima Aparecida Cezarim dos Santos

SEMINÁRIOFORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUAS: PRÁTICA,

CONHECIMENTO-BASE E CURRÍCULO

Em que consiste a formação de professores em TESOL ?

Page 2: UNESP – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS

CONHECIMENTO-BASE DA FORMAÇÃO : PROPOSTA DE FREEMAN e JOHNSON (1998, 2009)Pressupostos:

O referencial teórico é a chave do conhecimento-base de TESOL como profissão. As práticas são situadas localmente , de onde emergem questões sociais, institucionais e culturais, em resposta a necessidade de ensino em dado contexto. A formação de professores responde às demandas locais, não sendo neutra, mas posição de valor.

Argumento: a proposta de formação de professores frente a qualquer teoria ou metodologia deve ser entendida à luz da experiência profissional desses, em seus cenários e circunstâncias de trabalho.

Page 3: UNESP – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS

PROPOSTA DE CONCEITUAÇÃO DE CONHECIMENTO-BASE

Procura desenvolver uma epistemologia que melhor se conecte com a atividade de ensinagem per se, em que teoria(conhecimento conceitual ) e prática (conhecimento por intermédio da percepção) sejam iluminadas para informar e reformar a prática dos professores.

Três domínios: Professor como aprendiz: aprender a ensinagem Contexto social: ambientes socioculturais de trabalho de ensino-aprendizagem de línguas

Atividade de ensinar : processo pedagógico

Page 4: UNESP – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS

PROFESSOR COMO APRENDIZ:

Reconhecer o professor como aluno de ensinagem e não de língua.

Entender como aprendem a ensinar e os fatores influenciadores.

Considerar os professores aptos a entender suas crenças, de articular os processos situados, como conhecedores do impacto do conhecimento sobre a aprendizagem de línguas.

Aprendizagem do professor poderá ser entendida se os contextos socioculturais fizerem parte da pesquisa.

Page 5: UNESP – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS

O CONTEXTO SOCIAL: Território em que o trabalho de ensinagem é pensado, sustentado e avaliado. Onde ações são encorajadas, ignoradas e silenciadas. O ambiente molda de maneira crítica o fazer dos professores. A ensinagem não pode ser compreendida separadamente do contexto de atuação.

A ATIVIDADE DE ENSINAR: “Teaching” A ensinagem não pode ser separada da pessoa do professor como aprendiz.A sala de aula dos professores deve ser entendida através de seus pontos de vista.Distinguir entre: a) Conteúdo: as percepções dos alunos e professores do é ensinado; b) Objeto da teoria: a percepção das disciplinas acadêmicas.

Page 6: UNESP – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS

PAPEL DOS FORMADORES DE PROFESSORES : Entender sua própria atividade de ensinar a ensinar. Requer entendimento de diferentes disciplinas ( SLA, psicologia, desenvolvimento de currículo etc ), a fim de tornar nosso objeto – a língua – em conteúdo escolar.

CONSIDERAÇÕES DA PROPOSTA DE FREEMAN E JOHNSON: 1998. A visão sócio-construtivista de aprendizagem de língua parece manter uma interface direta com a natureza da sala de aula.

2009. A perspectiva sociocultural reconhece a formação do professor como um processo dinâmico de transformação das práticas para responder às necessidades individuais e locais. Com essa fundamentação, as pesquisas poderão edificar o alicerce da formação de professores em TESOL.

Page 7: UNESP – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS

CONHECIMENTO-BASE: TIPOS DE CONHECIMENTOS (KENNEDY, 1999)

Questionamentos:

Ensinagem não é ciência. Há dúvidas de que o conhecimento teórico contribua para a ensinagem Professores aprendem diretamente da experiência.

Não há necessidade de cursos de formação.

Três tipos de conhecimentos:

Expert = conhecimento teórico, científico Craft = conhecimento prático Expertise= uma mistura dos conhecimentos teórico e prático

Page 8: UNESP – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS

CONHECIMENTO TEÓRICO - “EXPERT’: Deriva das pesquisas formais : segue o rigor canônico Resultados do conhecimento teórico pode ser posto emproposições (sentenças) Pode ser publicado. É público e estático

CONHECIMENTO PRÁTICO – “CRAFT” Difere do conhecimento teórico É idiossincrático: pessoal e particular Dinâmico: vinculado a ações e desenvolvido através da experiência de ensinar Difícil de ser colocado em sentenças. É privado e tácito.

CONTRA-ARGUMENTO: Conhecimento experiencial é importante e pode se beneficiar do conhecimento teórico.

Page 9: UNESP – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS

CONHECIMENTO ESPECIALIZADO – ‘EXPERTISE’

Orientado tanto pelo conhecimento teórico quanto o práticoDifere tanto de um como de outro. É dinâmico Pode ser justificado em proposições: não tão privado. Representa o que acontece quando do conhecimento teórico é transformado no conhecimento prático:

• permite o reconhecimento de nossas experiências e a interpretação de padrões.

Baseia-se em princípios . É situado. • Professores aprendem sobre dificuldade de aprendizagem

(teoria), mas seu entendimento irá mudar quando encontrarem exemplos (experiência).

•Professores podem dizer o que seja ‘grupo colaborativo’ por terem participado disso, mas o conceito de colaboração deriva do conhecimento teórico.

Page 10: UNESP – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS

CONSIDERAÇÕES DE KENNEDY (1999):

A questão não é se o conhecimento prático tem papel na ensinagem, mas se o conhecimento teórico tem.

A resposta depende da concepção de ensinagem em pauta.

Na formação, a ensinagem não deve ser considerada unicamente conhecimento prático ou unicamente conhecimento teórico.

A formação demanda ‘expertise’! Um conhecimento localizado que é baseado em conhecimento teórico e que é mais que conhecimento experiencial. É expertise!

Caso não, não há necessidade de cursos de formação e nem de seus departamentos de educação!!!!!!!!!!

Page 11: UNESP – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS

O CURRÍCULO (GRAVES, 2009)

Fazer distinção entre:

conhecimento-base de aprendizagem de língua: que os professores necessitam saber e fazer para aprendizagem efetiva de seus alunos;

conhecimento-base de formação de professores: o que os formadores precisam saber e fazer para que seus professores-alunos aprendam.

Page 12: UNESP – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS

CONCEPÇÕES

Conhecimento-base. Precisa iniciar definindo a concepção de conhecimento-base . De acordo com a definição, afetará o currículo

Professor. Vem sendo tomado como agente ativo na aquisição de competência de ensinagem.

Língua. O conceito de língua desempenha importante papel acerca de o que e como os professores são ensinados.

a) Consenso: professor precisa saber como a língua funciona; proficiência faz parte do conhecimento-base do professor.

b) Não há consenso: o que o professor precisa saber sobre a língua. Ex.: O inglês global. Se o professor precisa estar cônscio de inglês “de quem” está sendo ensinado e quais propósitos.

Page 13: UNESP – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS

CURRÍCULO

Precisa ser construído sobre os pontos fortes dos professores-alunos e ajudá-los a superar suas lacunas.

Deve ajudar a desenvolver : a) instrumentos para continuarem sua formação quando o programa chegar ao fim, b) a reflexão acerca de crenças e concepções, c) a consciência intercultural etc.

Deve prover : a) teorias para organizarem seus raciocínios sobre aprendizagem; b) oportunidades para se tornarem geradores de conhecimento ao invés de consumidores dele etc.

Page 14: UNESP – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS

A PRÁTICA : PARCERIAS E COLABORAÇÃO

Prover oportunidades de prática aos professores-alunos:

em sala de aula: observação de ensino, preparação de ensino, ensinagem, reflexão, análise e aprender com isso.

em comunidades de práticas:

são complexos contextos sociais, culturais e políticos

Professores precisam aprender os diversos discursos conflitantes de comunidades para participar delas.

Page 15: UNESP – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO; PRÁTICAS INSTRUCIONAIS , AVALIAÇÃO

O conhecimento-base deve ir além de competência linguística e de técnicas de ensino, podendo incluir: sociolinguística, psicologia, análise de discurso, SLA, literatura, tomada de decisão pedagógica, habilidade de questionamento, competência intercultural etc.

Uso de práticas instrucionais que ajudem os professores a desenvolver um sistema de conhecimento-base necessário para uma ensinagem efetiva.

AVALIAÇÃO: Do programa: sua efetividade em promover a aprendizagem objetivada; Do participante: baseada nos objetivos do programa, se atingidos ou não;

Equilíbrio entre os critérios externos (padrões estatais) com os critérios internos do programa

Page 16: UNESP – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS

PROPOSIÇÕES DE GRAVES (2009) O conhecimento-base de formação de professores não é um conjunto de conhecimento, habilidades e entendimentos. Ele é o envolvimento de cada um dos professores, significando que o currículo deve trabalhar as necessidades dos alunos.

O currículo de programas de formação de professores de língua é um conjunto de processos educacionais interdependentes e situados, e de ferramentas, cujo objetivo é a aprendizagem do professor . O conteúdo varia imensamente dependendo de quem seja o formador, os professores, quem iram ensinar etc. O problema não O QUE é relevante, mas QUEM determina a relevância.

PROVOCAÇÕES DE GRAVES Elaboração de mais pesquisas na exploração se o currículo está educando os professores-alunos a reproduzirem, como servos, ou a mudarem as práticas. Análise dos formadores se estão guardando a si mesmos de serem servos do sistema, principalmente em avaliação.

“FORMADORES DEVEM PRATICAR O QUE PREGAM!”

Page 17: UNESP – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS

PLANEJAMENTO DO CURRÍCULO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA (GRAVES, 2009)

♀ Análise de necessidades: a) professores (quem são, o que sabem, o que esperam, seu

contexto social de trabalho docente);

b) Contextos de atuação do programa de formação (recursos disponíveis, conflitos).

♀ Determinação de objetivos

♀ Definição do conteúdo programático

♀ Definição dos procedimentos de ensino

♀ Definição do critério de avaliação

Page 18: UNESP – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS

MINHAS REFLEXÕES TEÓRICAS O conhecimento-base se compõe do conhecimento ‘expert’ e o conhecimento

‘expertise’ (FREEMAN e JOHNSON, 1998, 2009; KENNEDY, 1999) – que sempre lá esteve, mas ignorado por certas pesquisa s – , mantendo-se em constante diálogo.

A concepção de professor (sujeitos ativos e conhecedores), de língua (estrutura linguística, prática social, proficiência linguística), de contextos de prática (multifacetado, diverso, político) são essenciais.

O currículo (GRAVES, 2009): Lugar de materialização do conhecimento-base. Deve manter interrelações com diferentes processos de aprendizagem do

professor (de língua e de ensinagem).Deve ser variável e situado. Liga-se às necessidades do contexto e dos

participantes. Logo, currículos universais entram em questionamento.

O formador tem papel de mediador, com todas as instâncias (epistemológicas, contextuais, ideológicas etc), portanto uma relação de poder. Também, considerando BYRAM (2005) que o formador é responsável em desenvolver teorias para a disciplina de ensinagem de línguas, mudamos para outro nível a discussão sobre a formação de professores de línguas. Deve-se começar a discutir o formador.

Quem é ele? Qual sua influência?

Page 19: UNESP – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS

Referência bibliográfica

BYRAM, M. Source Disciplines for Language Teacher Education. In: TEDICK, D.J. (org.). Second Language Teacher Education: International Perspectives. Mahwah, NY: Lawrence Erbraem Associates, p.70-81.

FREEMAN, D.; JOHNSON, K.E. Reconceptualizing the Knowledge-base of Language Teacher Education. TESOL QUARTELY,vol. 32, n.3, 1998, p.397-417.

GRAVES, K. The curriculum of Second Language Teacher Education. In: BURNS, A.; RICHARDS, J.C. (eds). The Cambridge Guide to Second Language Teacher Education. Cambridge: CUP.p.115-123, 2009.

JOHNSON, K.E. Shifting Epistemologies in Teacher Education. In: JOHNSON, K.E. Second Language Teacher Educational: a Socicultural Perpectives. New York: Routledge, p. 7-16, 2009.

KENNEDY, M.M. ED Schools and the Problems of Knowledge. In: RATHS,J.; McANINCH,A.C.(eds.) What Counts as Knowledge in Teacher Education. Stamford Connecticut:Albex, p.29-45, 1999.