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Unidade 2

MATRIZ MODAL

2.1 Introduo

Elemento de ligao entre a expedio de produtos acabados de uma empresa e seus clientes finais, o transporte movimenta pessoas e bens.

A matriz modal composta pela soma das decises de escolha das empresas usurias do sistema logstico de transportes, notadamente as indstrias e a agroindstria.

Modal de transporte a forma como se transportam produtos, servios ou pessoas. Os modais de transporte so divididos em:

Terrestre: rodovirio, ferrovirio e dutovirio; Aquavirio: martimo, fluvial e lacustre; Aerovirio.

A forma como mercadorias e pessoas so transportadas, por terra, mar ou ar apresentam caractersticas prprias. A tabela 1 apresenta um comparativo entre os modais mais utilizados em diferentes lugares.

PasesHidrovia (%)Ferrovia (%)Rodovia (%)

Alemanha295318

Canad355213

EUA255025

Frana175528

Rssia13834

Brasil172154

Argentina13479

Tabela 1 Comparativo entre pases na utilizao de modaisFonte: Jansen L.P. adaptado de Transporte e Modais 2 Ed. 2009 IBPEX

Brasil e Argentina so os dois pases que mais utilizam o modal rodovirio. Nos pases mais desenvolvidos o modal ferrovirio o mais utilizado.

2.2 Seleo, Caractersticas e Classificao das Modalidades de Transporte

A seleo da modalidade de transporte depende da diferena entre o preo de venda do produto na origem e no local de consumo, bem como do custo de transporte entre o centro de produo do produto e o local de consumo, fator que para ser calculado depende de dois aspectos:

I. Caracterstica da carga a ser transportada: envolve tamanho, peso, valor unitrio, tipo de manuseio, condies de segurana, tipo de embalagem, distancia a ser transportado, prazo de entrega e outros.II. Caractersticas das modalidades de transporte: condies da infra-estrutura da malha de transportes, condies de operao, tempo de viagem, custo e frete, mo-de-obra envolvida e outros.

Tambm influem na seleo da modalidade de transporte outros fatores:

Tempo: cada modalidade apresenta um tempo diferente em funo de suas prprias caractersticas.

Custo: cada modalidade tem componentes de custos que determinam o valor do frete.

Manuseio: cada modalidade est sujeita a determinadas operaes de carga e descarga, nas quais a embalagem permite facilitar o manuseio, reduzir perdas e racionalizar custos.

Rotas de viagem: cada modalidade envolve maior ou menor numero de viagens, podendo a empresa adotar o transporte intermodal sempre que os custos do transporte possam ser racionalizados.

Classificao do Sistema de Transporte quanto forma:

Modal - envolve apenas uma modalidade (ex.: Rodovirio); Intermodal - designa a conjugao de duas ou mais modalidades sem maiores preocupaes alm da simples integrao fsica e operacional. (ex.: Rodovirio e Ferrovirio); Multimodal - envolve a integrao de responsabilidades (integridade da carga, seguro, etc.), de conhecimento (o documento de despacho que acompanha a carga), de programao (horrios combinados, cumprimento dos mesmos etc.), de cobrana do frete e demais despesas, etc. Porm, regido por um nico contrato; Segmentados - envolve diversos contratos para diversos modais; Sucessivos - quando a mercadoria, para alcanar o destino final, necessita ser transbordada para prosseguimento em veculo da mesma modalidade de transporte (regido por um nico contrato).

A conjugao da flexiibilidade modal com a temporal d aos embarcadores grandes vantagens, pois podem lanar mo de modos de menor confiabilidade, mas de menor custo, refazendo suas programaes sempre que for necessrio.

Todas as modalidades tm suas vantagens e desvantagens. Algumas so adequadas para um determinado tipo de mercadorias e outras no.

Os elementos para seleo do modal ou combinao dos mesmos a serem utilizados so os seguintes:

Disponibilidade do Servio; Valor do Frete; Tempo mdio de entrega e a sua variabilidade; Perdas e danos; Tempo em trnsito; Fornecimento de informao situacional.

O tempo mdio de entrega inclui no s o perodo em trnsito, nos diversos modais, mas o tempo total entre o embarcador numa extremidade e o destinatrio na outra. Entregas atrasadas podem retardar a produo, quando a finalidade ressuprir ( reabastecer) os estoques de matria-prima.

A ocorrncia de perdas e danos um item to importante que pode justificar a utilizao de um modal com frete sensivelmente superior, mesmo quando a distncia grande. Este o caso de flores exportadas para a Europa por via area. A probabilidade de ocorrncia de perdas e avarias torna-se maior medida que os produtos so transportados sem embalagem e/ou esto sujeitos a maior nmero de transbordos, em funo tanto das modalidades escolhidas como dos pontos de origem e destino.

O tempo em trnsito afeta diretamente o prazo de ressuprimento e enquanto em trnsito nada pode ser feito para tornar a mercadoria disponvel mais rapidamente.

Uma das principais causas da ineficincia da matriz de transportes de carga brasileira est baseada no uso inadequado dos modais. Existe uma sobrecarga no transporte rodovirio (fig. 4) em funo dos baixos preos de frete, o que acaba servindo como uma barreira ao uso dos demais modais.

Figura 4 Utilizao dos modaisFonte: ANTT, 2006

Para compreenso de cada um dos modos de transporte preciso caracteriz-los conforme os elementos estruturais de um sistema de transporte.

2.3 Caractersticas que Diferenciam os Modais

A capacidade de movimentar mercadorias ou pessoas envolve as atividades, os recursos e as facilidades de um sistema de transporte composto dos seguintes elementos: via de transporte; veculo; fora propulsora; instalaes e sistema de controle.

A capacidade de transporte depende da velocidade e do tamanho do veculo. O tamanho e a capacidade do veculo determinam a fora propulsora e, esto relacionados capacidade da via e do sistema de controle operacional. A falta de operacionalizao e a pronta liberao do trfego reduzem a capacidade da via e sua significncia.

A eficincia e a eficcia do nvel de servio oferecido so determinadas pelo trabalho, superviso, gerenciamento dos sistemas e outros fatores socioeconmicos.

A velocidade refere-se ao tempo decorrido de movimentao em dada rota, tambm conhecido como transit time.

A disponibilidade a capacidade que o modal possui de atender diretamente aos pontos de origem e destino.A confiabilidade refere-se variabilidade potencial das programaes de entrega esperadas e divulgadas.

A capacidade refere-se possibilidade que um modal possui de atender os requisitos de transporte, como tamanho e tipo de carga.

A frequncia est relacionada com a quantidade de movimentaes programadas que o modal possui.

2.3.1 Modal Rodovirio

Permite a ligao ponto a ponto e devido a esta caracterstica utilizado isoladamente ou em complemento de outros modais. O quadro 1 apresenta a caracterizao do modal rodovirio quanto aos elementos essenciais e escolha da forma, com que se pretende transportar mercadorias ou pessoas.

ELEMENTOSMODAL RODOVIRIO

Via de TransporteRodovias, estradas, avenidas, ruas, caminhos, picadas, etc

Meio de TransporteCarretas, caminhes e veculos mdios de diversos tipos, com diferentes especificaes e aplicaes, com nibus e automveis.

Fora PropulsoraMotores a exploso (a diesel e gasolina), energia solar e eltrica.

Instalaes / TerminaisEstaes rodovirias, terminais urbanos de nibus, paradas de nibus, armazns, centros de distribuio, instalaes de cross docking e de transit point, instalaes para garagens e de manuteno (oficinas) etc.

Sistema de ControleFiscalizao de rgos pblicos e de operadores logsticos, conferncia de cargas e de equipamentos de movimentao, comunicao por rdio, acompanhamento por GPS Global Positioning System (Sistema de Posicionamento Global).

Velocidade o 2 modal com maior velocidade.

Confiabilidade / Consistncia o 2 modal com maior confiabilidade.

Capacidade de Movimentao o 4 modal com maior capacidade de movimentao.

Disponibilidade o 1 modal com maior disponibilidade.

Frequncia o 2 modal com maior frequncia.

Quadro 1 Caractersticas do modal rodovirioFonte: Jansen L. P. (Adaptado de Fleury, 2003 e Razzolini, 2009)

2.3.2 Modal Ferrovirio

O modal ferrovirio um dos mais antigos modais e alternativo para transporte de produtos de baixo valor agregado e o transporte de grandes volumes de cargas, sendo indicado tambm para grandes distncias. o que detm a segunda maior capacidade de movimentao, em virtude da possibilidade de se montarem composies de carga (conjunto de locomotivas e os vages por elas puxados) com grande capacidade de movimentao. O quadro 2 apresenta a caracterizao do modal Ferrovirio quanto aos elementos essenciais e escolha da forma, com que se pretende transportar mercadorias ou pessoas.

GlossrioValor Agregado - a percepo que o cliente (consumidor) tem de um bem (produto ou servio) que atenda seu conjunto de necessidades.

ELEMENTOSMODAL FERROVIRIO

Via de TransporteFerrovias trilhos.

Meio de TransporteLocomotivas e vages de diversos tipos, com diferentes especificaes e aplicaes.

Fora PropulsoraMotores a vapor e a diesel, motores eltricos.

Instalaes / TerminaisEstaes ferrovirias, plataformas de embarque, garagens de manuteno.

Sistema de ControleFiscalizao de rgos pblicos, cancelas, passagens de nvel, conferncia de cargas e de equipamentos de movimentao, comunicao por rdio, acompanhamento por GPS.

Velocidade o 3 modal com maior velocidade.

Confiabilidade / Consistncia o 3 modal com maior confiabilidade.

Capacidade de Movimentao o 2 modal com maior capacidade de movimentao.

Disponibilidade o 2 modal com maior disponibilidade.

Frequncia o 3 modal com maior frequncia.

Quadro 2 Caractersticas do modal ferrovirioFonte: Jansen L. P. (Adaptado de Fleury, 2003 e Razzolini, 2009)

2.3.3 Modal Hidrovirio

O modal hidrovirio utilizado tanto para transporte de cargas quanto para o de passageiros. Um dos mais antigos, e fundamentais para a ligao entre os continentes por ser mais barato que o modal aerovirio. indicado para produtos de baixo valor agregado. o modal com a maior capacidade de movimentao (navios). O quadro 3 apresenta a caracterizao do modal Hidrovirio quanto aos elementos essenciais e escolha da forma, com que se pretende transportar mercadorias ou pessoas.

ELEMENTOSMODAL HIDROVIRIO

Via de TransporteRotas martimas, fluviais e lacustres (oceanos, rios, lagos ou canais).

Meio de TransporteEmbarcaes de pequeno, mdio e grande porte, com diferentes especificaes e aplicaes.

Fora PropulsoraFora elica (nas embarcaes a vela), motores a vapor e a exploso, fora atmica.

Instalaes / TerminaisPortos, ancoradouros, atracadouros (plataformas).

Sistema de ControleFiscalizao de rgos pblicos e dos operadores aduaneiros, conferncia de cargas e de equipamentos de movimentao, comunicao via rdio e acompanhamento por GPS.

Velocidade o 4 modal com maior velocidade.

Confiabilidade / Consistncia o 4 modal com maior confiabilidade.

Capacidade de Movimentao o 1 modal com maior capacidade de movimentao.

Disponibilidade o 4 modal com maior disponibilidade.

Frequncia o 1 modal com menor frequncia.

Quadro 3 Caractersticas do modal hidrovirioFonte: Jansen L. P. (Adaptado de Fleury, 2003 e Razzolini, 2009)

2.3.4 Modal Aerovirio

Um dos modais mais novos e mais relevantes, sobretudo pela possibilidade de ligao intercontinental. indicado para o transporte de bens de consumo, bens durveis, mercadorias e perecveis, com urgncia ou de alto valor agregado. Em relao velocidade o mais rpido e gil, porm, apenas para longas distncias, pois os tempos de remessa das cargas para os terminais aeroporturios (aeroportos) de carregamento, descarregamento e envio para o cliente final so relativamente longos e, em curtas distncias, podem, por exemplo, neutralizar a vantagem do modal areo sobre o modal rodovirio.

o modal de menor consistncia, pois extremamente dependente das condies climticas. O quadro 4 apresenta a caracterizao do modal Aerovirio quanto aos elementos essenciais e escolha da forma, com que se pretende transportar mercadorias ou pessoas.

ELEMENTOSMODAL AEROVIRIO

Via de TransporteRotas areas (aerovias).

Meio de TransporteAvies de passageiros e de cargas, helicpteros, dirigveis, bales, foguetes.

Fora PropulsoraFora elicamotores exploso, fora atmica.

Instalaes / TerminaisAeroportos, heliportos, helipontos, hangares, armazns etc.

Sistema de ControleMonitoramento por radar, GPS e satlites, fiscalizao de rgos pblicos e privados, controle e liberao de vo.

Velocidade o 1 modal com maior velocidade.

Confiabilidade / Consistncia o 1 modal com menor confiabilidade.

Capacidade de Movimentao o 3 modal com maior capacidade de movimentao.

Disponibilidade o 3 modal com maior disponibilidade.

Frequncia o 4 modal com menor frequncia.

Quadro 4 Caractersticas do modal aerovirioFonte: Jansen L. P. (Adaptado de Fleury, 2003 e Razzolini, 2009)

O modal aerovirio tem a terceira maior capacidade de movimentao, pois existem aeronaves com grande capacidade de carga, conforme o quadro 5. ALL CARGOt/m3

Antonov 124/100115/770

Boeing 747100/600

MD 1160/400

DC 845/270

Boeing 70736/220

Boeing 11128/160

Boeing 73715/90

COMBIt/m3

Boeing 14130/180

MD 1125/150

FULL PAXt/m3

Boeing 74714/90

DC 1014/90

Airbus A311/70

Boeing 7679/60

Boeing 7575/30

Fokker 1001,2/7

Quadro 5 - Capacidades de Carga de AeronavesFonte: Jansen L.P. adaptado de A.I.B INTERNACIONAL

2.3.5 Modal Dutovirio

Modal mais recentemente utilizado para o transporte de produtos economicamente viveis e com agregao de valor, seu custo operacional baixo. o modal mais confivel e de maior frequncia, pois funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana. Porm, a operao e o controle de dutos so atividades complexas, em funo das grandes distncias e baixas velocidades.

O quadro 6 apresenta a caracterizao do modal Dutovirio quanto aos elementos essenciais e escolha da forma, com que se pretende transportar mercadorias. ELEMENTOSMODAL DUTOVIRIO

Via de TransporteGeralmente dutos feitos de materiais com resistncia adequada ao veculo, como concreto, ao, polipropileno.

Meio de TransporteO prprio material.

Fora PropulsoraFora da gravidade, bombeamento, ar comprimido.

Instalaes / TerminaisTerminais que fazem a captao, o bombeamento e as bases de distribuio.

Sistema de Controle utilizado, geralmente, o sistema Supervisor de Controle e Aquisio de Dados, o SCADA (Supervisory Control and Data Acquisition) como principal ferramenta para o controle de um duto.

Velocidade o 1 modal com menor velocidade.

Confiabilidade / Consistncia o 1 modal com maior confiabilidade.

Capacidade de Movimentao o 1 modal com menor capacidade de movimentao.

Disponibilidade o 1 modal com menor disponibilidade.

Frequncia o 1 modal com maior frequncia.

Quadro 6 Caractersticas do modal dutovirioFonte: Jansen L. P. (Adaptado de Fleury, 2003 e Razzolini, 2009)

2.4 Diviso da Matriz Modal

2.4.1 Transporte Rodovirio

O transporte rodovirio o sistema de transporte mais utilizado no pas, apesar do elevado custo operacional e excessivo consumo de leo diesel. Possui grande flexibilidade operacional permitindo acessos a pontos isolados. Apresenta grande competitividade para o transporte de cargas dispersas, isto , no concentradas na origem ou no destino e o de curtas distncias, onde seu maior custo operacional compensado pela eliminao de transbordos.

Segundo o Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio, o transporte rodovirio na Amrica do Sul regido pelo Convnio sobre Transporte Internacional Terrestre entre Brasil, Argentina, Bolvia, Chile, Paraguai, Uruguai e Peru, firmado em Santiago do Chile, 1989. Esse convnio regulamenta os direitos e obrigaes no trfego regular de caminhes em viagens entre os pases consignatrios.

O Ministrio dos Transportes estima que 58% do transporte de cargas realizado atravs de rodovias, o que faz do transporte rodovirio no pas um fator determinante da eficincia e da produtividade sistmica da economia.

O transporte rodovirio basicamente aquele realizado em estradas de rodagem, com utilizao de veculos como caminhes e carretas. Alm das Empresas de Transporte de Carga (ETC) que so pessoas jurdicas legalmente constitudas e cuja atividade consiste em transportar cargas para terceiros, o mercado ainda conta com Carreteiros (TCA-Transportador de Carga Autnomo), Empresas de Carga Prpria (ECP), Cooperativas de transportadores e transportadores individuais.

As duas formas mais usadas de transporte de carga so o FTL Full Truck Load e o LTL Less Than Truck Load. O FTL indica um carregamento completo ou lotao completa, ou seja, o veculo carregado totalmente com um lote de despacho. No LTL a carga fracionada, ou seja, a capacidade do veculo compartilhada com a carga de dois ou mais embarcadores.

Na carga fracionada a operao mais comum segue algumas etapas: coleta do lote a ser transportado no depsito do cliente; transporte do lote at o centro de distribuio local da transportadora; descarga, inspeo, rotulagem e triagem da mercadoria segundo os diversos destinos; transferncia da mercadoria at a cidade de destino; descarregamento, inspeo e triagem da mercadoria segundo os destinos finais; distribuio local com entrega da mercadoria ao cliente final. Essas etapas podem envolver mais operaes, pois vrias empresas de carga possuem terminais intermedirios de trnsito. Algumas vezes pode ser observado mais do que um terminal de trnsito no percurso de uma determinada remessa. Com tantas operaes intermedirias, o tempo de viagem de porta a porta tendem a aumentar, bem como os custos do transporte.

No transporte fracionado e de pequenas cargas o volume necessrio para lotar um caminho muitas vezes menor que o volume necessrio para lotar uma composio ferroviria. Porm, o modal rodovirio tem uma limitao no que diz respeito variedade de cargas, em virtude das restries de segurana e dos limites de tamanho e peso dos carregamentos nas rodovias. Cargas que no se enquadrem nos gabaritos das rodovias devem receber autorizao especial de trfego e requerem condies de suporte especiais e diferenciadas para serem transportadas, o que pode elevar significativamente o custo do transporte.

Na transferncia de produtos entre a fbrica e um centro de distribuio, seja ele da prpria indstria, de um atacadista/distribuidor ou de um varejista, a escolha predominante o da lotao completa. As quantidades transportadas so maiores, favorecendo a seleo de um veculo maior, totalmente lotado, com custo mais baixo por unidade transportada. Por ser mais homognea, a carga mais bem arrumada, com melhor aproveitamento de espao e reduo do custo unitrio, alm de eliminar operaes intermedirias e reduo dos custos de movimentao da carga.

O Carreteiro pessoa fsica proprietria ou co-proprietria de um ou mais veculos, conduzidos pelo prprio ou por motorista, sem vnculo empregatcio, e utilizados na prestao de servios de transporte rodovirio de carga para terceiros. As Empresas de Carga Prpria correspondem a empresas industriais, comerciais, agrcolas, agroindstrias e cooperativas que utilizam veculos de sua propriedade ou afetados para a movimentao das cargas que comercializam ou produzem. Eventualmente tambm podem realizar transporte remunerado de cargas para terceiros. O transportador individual realiza atividade similar da empresa de carga prpria, embora seja pessoa fsica. Incluem fazendeiros, pequenos empreiteiros e outros.

Grande parte da frota nacional de propriedade de autnomos que fazem servios de transporte para embarcadores diversos e para empresas transportadoras. So utilizados para deslocamentos em lotao completa, mas podem ser utilizados tambm para transporte de carga fracionada, principalmente na distribuio urbana de produtos.

As empresas transportadoras, por sua vez, operam muitas vezes com uma frota prpria parcial, completando sua oferta de praa com veculos autnomos. Com isso, evitam que a frota permanea parada nas ocasies em que o nvel de demanda cai. H tambm o caso de indstrias e de empresas comerciais que preferem operar seus prprios veculos. Uma das vantagens do modal rodovirio o alcance de qualquer ponto do territrio nacional, exceto locais remotos sem expresso econmica para demandar esse tipo de servio.

No h qualquer padro ou termo de comparao com outros pases, que se possa utilizar, quanto convenincia ou no de utilizao, pelo dono da carga, do transporte rodovirio versus outras modalidades de transporte. Considera-se que a frota prpria seja utilizada para distribuio urbana e transferncia relativa a distncias menores; a vantagem que oferece em comparao utilizao de terceiros est na pronta disponibilidade do veculo a qualquer hora do dia e ao longo de todo o ano. Algumas empresas, no entanto, tm estabelecido contratos de transporte de longo prazo com transportadoras, deixando, assim, de incorrer nos custos e na administrao de uma frota prpria, embora a exigncia de requisitos especficos ou equipamentos especiais nem sempre possam ser devidamente atendidos por transportadores regulares.

O transporte domstico corresponde apenas ao percurso entre porto e embarcador ou consignatrio. Nesse percurso o modo rodovirio, geralmente, o mais apropriado, principalmente para produtos industrializados de maior valor agregado, em funo da confiabilidade que apresenta. Mesmo que ocorra um imprevisto, como acidente ou quebra do veculo durante o trajeto, mais fcil deslocar a carga para outro veculo e prosseguir a viagem, em comparao com outros modais, como a ferrovia.

O transporte internacional de cargas realizado por empresas credenciadas pelo DNER.

Tipos de Veculos Utilizados no Transporte Rodovirio

O peso mximo por eixo que pode ser carregado pelos veculos limitado pelo CONTRAN (Conselho Nacional de Trnsito), pois quanto maior a fora que os pneus aplicam sobre a camada de asfalto, maior ser a degradao deste asfalto. Assim, os caminhes podem levar muito peso, desde que ele esteja distribudo por vrios eixos (maior nmero de rodas para distribuir o peso da carga).

Identificadoreixos e tiposPeso bruto mximo(em ton)Carga til(em ton)Comprimento aproximado (em m)Exemplo comercial(marcas da Mercedes Benz)

2 eixos 4 rodas3.5001.0004,0 a 6,0Sprinter

2 eixos 6 rodas7.5003.5006,0 a 8,0Accelo 715-C / Atego 1315

2 eixos 6 rodas16.00011.00012,0M. Benz L-1318

3 eixos rgidos23.00018.00012,0M. Benz L-1620

3 eixos articulados26.00018.00016,5M. Benz L-1620

4 eixos rgidos31.50022.00012,0Axxor 1933

4 eixos articulados40.00021.00016,5Axxor 1933

5 ou mais eixos articulados41.50024.00016,5Axxor 2035

Veculo e trao (combinado)43.00024.00018,5Axxor 2644

Quadro 7 - Principais tipos de veculosFonte: Jansen L.P. adaptado de Transporte e Modais 2 Ed. 2009 - IBPEX

Van & VUC - So caminhes de menor porte (fig. 5) apropriados para reas urbanas, para transportar produtos de pequenos e mdios volumes. Esta caracterstica de veculo deve respeitar as seguintes caractersticas: largura mxima de 2,2 metros; comprimento mximo de 6,3 metros e limite de emisso de poluentes. A capacidade de uma van de at 1,5 tonelada enquanto que a do VUC (Veculo Urbano de Carga) de at 3 toneladas.

Figura 5 Veculos utilizados no transporte rodovirioFonte: www.logisticanaveia.com.brCaminhes: so veculos fixos, monoblocos, constituindo-se de uma nica parte que incorpora a cabine, com motor, e a unidade de carga (carroceria). Podem apresentar os mais variados tamanhos ter 2 ou 3 eixos, podendo atingir a capacidade de carga (payload) de at 23 toneladas.

Apresentam vrios modelos (fig.6, 7, 8), para os diversos tipos de cargas, como os de carroceria aberta, em forma de gaiola, plataforma, tanque ou fechado (ba), sendo que estes ltimos podem ser equipados com maquinados de refrigerao para transporte de cargas congeladas e refrigeradas.

Figura 6 - Caminho Ba e Caminho CarroceriaFonte: www.logisticanaveia.com.br

Figura 7 Caminho de bebidasFonte: www.logisticanaveia.com.br

Figura 8 - Caminho Tanque e Tipo GaiolaFonte: www.logisticanaveia.com.br

Caminho Sider: Possui um tipo de carroceria quanto ao material utilizado nas laterais do ba conhecida como Sider (fig. 9) confeccionada com lona plstica que funciona como cortinas que se deslocam horizontalmente. A vantagem que essa inovao oferece, consiste na possibilidade de carregar o veculo pelas laterais com carga paletizada, acelerando assim as operaes de carga e descarga nas extremidades do percurso. Figura 9 Caminho Sider Fonte: olx.com.br

Toco ou caminho semipesado: caminho de eixo simples na carroceria possui apenas dois eixos, sendo um frontal e outro traseiro de rodagem simples com dois pneus por eixo ou rodagem dupla (quatro pneus por eixo) (fig. 10). Sua capacidade de at 6 toneladas, tem peso bruto mximo de 16 toneladas e comprimento mximo de 14 metros.

Figura 10 - Caminho TocoFonte: www.logisticanaveia.com.br

Truck ou caminho pesado: Possui trs eixos sendo um frontal e dois traseiros, tem o eixo duplo na carroceria (fig. 11), ou seja, dois eixos juntos. Destes, um deve ser necessariamente de trao motriz (o que recebe a fora diretamente do motor e repassa s rodas) e rodagem dupla. Seu objetivo poder transportar carga maior e proporcionar melhor desempenho ao veculo. Sua capacidade de 10 a 14 toneladas, possui peso bruto mximo de 23 toneladas e seu comprimento tambm de 14 metros, como no caminho toco.

Figura 11 - TruckFonte: www.logisticanaveia.com.br

Carretas: So veculos articulados compostos de uma parte denominada cavalo mecnico composta de fora motriz (motor), rodas de trao e cabine do motorista, e a outra parte chamada semi-reboque que no apresenta qualquer eixo na dianteira, mas somente na traseira e so acoplados aos cavalos mecnicos.

Cavalo Mecnico ou caminho extrapesado: o conjunto formado pela cabine, motor e rodas de trao do caminho com eixo simples (apenas 2 rodas de trao) (fig. 12). Pode ser engatado em vrios tipos de carretas e semi-reboques, para o transporte.

Figura 12 Cavalo mecnico Fonte: blogcaminho.mercedes-benz.com.br

blogcaminhao.mercedes-benz.com.br blogcaminhao.mercedes-benz.com.br blogcaminhao.mercedes-benz.com.brCavalo Mecnico Trucado ou LS: o conjunto formado pela cabine, motor e rodas de trao do caminho com eixo duplo em seu conjunto (fig. 13), para poder carregar mais peso. Assim o peso da carga do semi-reboque distribui-se por mais rodas, e a presso exercida por cada uma no cho menor.

Figura 13 - Cavalo Mecnico Trucado ou LSFonte: www.logisticanaveia.com.br

Carreta 2 eixos: utiliza um cavalo mecnico e um semi-reboque com 2 eixos cada. Possui peso bruto mximo de 33 toneladas e comprimento mximo de 18,15 metros.

Figura 14 Carreta 2 EixosFonte: adosbrasil.com

Carreta 3 eixos: utiliza um cavalo mecnico simples (2 eixos) e um semi-reboque com 3 eixos (fig. 15). Possui peso bruto mximo de 41,5 toneladas e comprimento mximo de 18,15 metros.

Figura 15 - Carreta 3 eixosFonte: natal.olx.com.br

Carreta cavalo trucado: utiliza um cavalo mecnico trucado e um semi-reboque tambm com 3 eixos (fig.16). Possui peso bruto mximo de 45 toneladas e comprimento mximo tambm de 18,15 metros.

Figura 16 - Carreta cavalo trucadoFonte: cidaderiodejaneiro.olx.com.br

Bitrem ou treminho: uma combinao de veculos de carga composta por um total de sete eixos (fig. 17), que permite o transporte de um peso bruto total de 57 toneladas. Os semi-reboques dessa combinao podem ser tracionados por um cavalo-mecnico trucado.

Figura 17 BitremFonte: logismarket.ind.br

Rodotrem: uma combinao de veculos de carga (dois semi-reboques) composta por um total de 9 eixos (fig. 18) que permite o transporte de um peso bruto total de 74 toneladas. Os dois semi-reboques dessa combinao so interligados por um veculo intermedirio denominado Dolly. Essa combinao s pode ser tracionada por um cavalo-mecnico trucado e necessita de um trajeto definido para obter Autorizao Especial de Trnsito (AET). O comprimento mximo do conjunto, conforme estabelecido pelo DNER, tem 19,8 m.

Figura 18 RodotremFonte: guiadotrc.com.br

Os semi-reboques so abertos, em forma de gaiolas, plataformas, cegonheiras, tanques ou fechados (bas), cada qual apropriado a uma determinada carga. Os semi-reboques fechados podem ser equipados com maquinrios de refrigerao para transporte de cargas que necessitam de controle de temperatura.

Tambm apresentam capacidades de carga diversas que, dependendo do nmero de eixos do cavalo mecnico (dois ou trs), e do semi-reboque (dois ou trs), variam at cerca de 30 toneladas (fig. 19).

So mais versteis que os caminhes, podendo deixar o semi-reboque para ser carregado e recolhido posteriormente. Enquanto isso o cavalo pode ser utilizado para transporte de outros semi-reboques, o que significa que possvel ter uma quantidade de semi-reboques maior do que a de cavalos, graas ao fato de poder conjug-los adequadamente, conforme as necessidades. Este tipo de operao beneficia o transportador, pois possibilita o aumento do nmero de viagens.

Figura 19 - Cavalo e Semi-reboquesFonte: www.logisticanaveia.com.br

Boogies/Trailers/Chassis - So as carretas plataforma, apropriadas para o transporte de containers de 20 e 40 (vinte e quarenta ps) (fig. 20).

Figura 20 - Chassis (porta container)Fonte: www.logisticanaveia.com.br

Caminhes Cegonha - So carretas especializadas no transporte de automveis Fig. 21. So constitudas por dois pisos, sendo que o de cima basculante, por ao de um mecanismo de macacos hidrulicos, para que os automveis possam ser carregados e descarregados. Na maioria dos casos, um cegonheiro carrega de 10 a 11 carros, sempre variando conforme tamanho dos automveis.

Figura 21 Caminho CegonhaFonte: baixaki.com.br

Vantagens e Desvantagens do Transporte Rodovirio

Vantagens

Servio porta a porta; Frequncia e disponibilidade de vias de acesso; Maior velocidade de cruzeiro; Menor tempo de carregamento do veculo devido sua capacidade, o que permite a rpida partida do mesmo; Facilidade de substituir o veculo por outro, em caso de acidente ou quebra do veculo; Adequado para curtas e mdias distncias; Simplicidade no atendimento das demandas e agilidade no acesso s cargas; Menor manuseio da carga e menor exigncia de embalagem; O desembarao na alfndega pode ser feito pela prpria empresa transportadora; Permite o despacho de carga parcelada.

Desvantagens

Apresenta maior custo operacional comparado com a ferrovia e o fluvial; Afeta o nvel de servio das estradas, principalmente nos perodos de safra quando provoca grandes congestionamentos nas rodovias; Custo de fretes mais elevados em alguns casos; Menor capacidade de carga entre todos os outros modais; Menos competitivo para longas distncias.

Com relao segurana no transporte rodovirio de cargas, tecnologias com rastreamento de veculos por satlite, bloqueio remoto de combustvel, entre outras tecnologias, esto sendo utilizadas por empresas do setor de transporte, visando reduzir os riscos de transporte. Ocorre que essas tecnologias possuem elevados custos de aquisio, ou seja, por falta de acesso a inovaes tecnolgicas, grande parte da frota rodoviria de carga encontra-se vulnervel a roubos e furtos de cargas.

2.4.2 TRANSPORTE AQUAVIRIO

Consiste no transporte de bens ou servios, por meio de embarcaes e se subdivide em martimo, fluvial e lacustre (por mares, rios e lagos, respectivamente).

A necessidade de novas opes de transporte orientadas para ganhos de eficincia seja quanto ao consumo de combustvel seja quanto capacidade de carga em termos dinmicos, exigiu inovaes que permitissem maior rapidez nos processos de carga e descarga dos navios.

Paralelamente ocorreu uma rpida escalada nos gastos com mo-de-obra (tripulao e pessoal de manuseio de carga) agregando os crescentes nveis de congestionamento que ocorriam na rea porturia. As redues no nmero de cargueiros em uso, substitudos por embarcaes mais produtivas na carga e descarga, resultaram em outras modificaes em todo o transporte aquavirio, implicando em aumento do porte das embarcaes; utilizao de sistemas computadorizados e automao nos sistemas operacionais da embarcao com reduo de mo-de-obra; Implantao de sistemas de propulso com reduo do consumo de combustvel; desenvolvimento de novos tipos de embarcaes especializadas em transporte de carga unitizada, transporte conjugado de contineres (caixas metlicas padronizadas de diversos tipos) e carga a granel (no ensacada ou encaixotada), ou granis slidos e lquidos.

Enquadra-se nesta modalidade o transporte de minrios, areia, petrleo, ferro e ao, cimento e gros entre outros, produtos esses com valores menores por si s, que podem ser transportados de uma forma lenta e com um custo de frete relativamente baixo. o transporte menos poluente e mais econmico em termos de consumo de energia, depois das dutovias (vias por dutos).

O modal aquavirio o mais lento dos transportes, porm de elevada capacidade de transporte, pois cada embarcao pode transportar grandes volumes. Sua confiabilidade e disponibilidade so influenciadas pelas condies naturais, fatores climticos como secas ou cheias prejudicam a navegabilidade de rios e lagos, bem como fatores geogrficos como curvas muito acentuadas em rios e profundidade de canais em reas porturias.

A disponibilidade da tecnologia embarcada determina a pontualidade, ou seja, rastreamento por GPS, navegao orientada por satlites ou radares, ecobatmetros (medidor de profundidade) controles de navegao automticos etc. possibilitam aumentar o tempo de operao desse modal tornando-o quase ininterrupto (sem interrupo).

O modal aquavirio transporta bens de baixo valor agregado, sobretudo mercadorias a granel (commodities), como soja e milho, assim como bens de alto valor agregado, principalmente em navegao de longo curso, de forma unitizada, em contineres, pois as condies de transporte exigem maior proteo. As perdas de alto valor agregado ficam entre 3% e 5%, ocasionadas por quedas de continer no mar (perdimento), roubos nos portos e outras causas. As perdas por atrasos so insignificantes, pois os clientes dos embarcadores, geralmente mantm estoques elevados (principalmente de comodities). Ao lado do modal aerovirio interliga o maior nmero de pases.

GlossrioUnitizada - Significa tornar nica uma srie de mercadorias de pesos, tamanhos e formatos distintos, permitindo assim a movimentao mecnica desta unidade. Dentre as principais formas de unitizao de cargas temos a paletizao, e a conteinerizao.

O emprego de diferentes tipos de embarcaes especializadas possibilita a Intermodalidade e a multimodaliade do transporte. O manuseio nos terminais na operao de carga e descarga bastante descuidado e a movimentao dos transportes faz com que os bens sofram impactos durante a operao, portanto, deve haver um processo mais rigoroso nas embalagens protetoras dos produtos.

A organizao atual da marinha mercante internacional caracteriza-se pela integrao ou associao das empresas de navegao a grupos econmicos que tambm atuam em outras atividades. Os vnculos mais frequentes so de empresas de navegao com o setor de construo naval; operadores de outras modalidades de transporte ou grandes conglomerados financeiros.

Transporte Martimo

O transporte martimo acontece nos oceanos e pode ser dividido em longo curso e cabotagem. Os intervenientes (partes interessadas) mais importantes que operam no transporte martimo so o armador, agncia martima, cargo broker, NVOCC, transitrio de carga e operador de transporte multimodal.

O Armador a pessoa fsica ou empresa que, por sua prpria conta, equipa e explora navio comercial sendo ou no proprietrio da embarcao. Sua renda provm da cobrana de frete para o transporte de cargas entre dois portos, ou de uma taxa diria pela locao da embarcao.

A Agencia Martima a empresa, especializada em prestar servios, para os armadores clientes, ou seja, o brao do armador (proprietrio legal, ou arrendatrio)em cada porto do mundo prestando todo tipo de assistncia necessria, ou seja, cuida da programao de entrada e sada do navio junto s autoridades porturias, servios de praticagem,(explicar) reboque, combustvel para o navio, rancho (suprimentos), servios mdicos para tripulantes, troca de tripulantes, compras de equipamentos ou peas de reposio necessrias ao navio, contratao de servios de oficinas especializadas em reparos navais (se houver necessidade), despacho de documentos e pagamento de inmeras taxas junto capitania, e outros rgos, como vigilncia sanitria. Ocorrendo problemas com o navio e sua tripulao, a agncia a representante junto s autoridades.

GlossrioPrtico - o profissional habilitado pela autoridade martima a realizar os servios de praticagem. O Prtico assessora o comandante na conduo segura do navio, especialmente em reas restritas, que exigem conhecimento detalhado e atualizado de todas as particularidades locais, tais como correntes e variaes de mars, perigos mveis e fixos, ventos reinantes, entre outros fatores.

Algumas agncias funcionam como Cargo Brooker (corretor de carga), ou seja, intermedirio que faz a ligao do armador/agente martimo com o embarcador, para reserva de espao para carga. o elo entre os embarcadores (de carga) e os navios na busca das melhores cargas, ou os melhores fretes e navios para seus clientes.

NVOCC - Non Vessel Operating Common Carrier (transportador comum no operador de navio) um transitrio de carga que oferece um servio completo de transporte aos seus clientes, equiparado a um armador embora no opere nem possua navios.

O Transitrio de Carga, empresa especializada na organizao e gesto de toda a cadeia de transporte de mercadorias, dispe de infra-estruturas prprias nos principais destinos logsticos do pas, para consolidao, desconsolidao, armazenagem, manuseio, embalagem e distribuio de carga, bem como outros servios relacionados com a expedio e recepo de mercadorias.

O Operador de Transporte Multimodal a pessoa jurdica contratada como principal para a realizao do Transporte Multimodal de Cargas da origem at o destino, por meios prprios ou por intermdio de terceiros.

O transporte de Longo Curso aquele realizado entre portos de diferentes pases e envolve as linhas de navegao ligando o Brasil a outros pases mais distantes. Refere-se ao transporte martimo internacional que Inclui tanto os liners quanto os Outsiders.

Os liners so navios que realizam trfego regular estabelecido pelas companhias de navegao com periodicidade definida, isto , previamente definidas as rotas, as escalas e as datas de chegada e sada em cada porto, independentemente da existncia ou no de carga, atravs de Conferncias de Fretes, Joint Services e Acordos Bilaterais.

Por outro lado os outsiders so navios de empresas de navegao independentes, operando na mesma rota das conferncias e oferecendo os mesmos servios, geralmente com um frete menor. So linhas no regulares cujos navios, chamados Tramps, operam livremente no dispondo de linha regular nem programao de escalas. Quando alugado, o seu proprietrio indica o local onde se encontra a embarcao e solicita as cargas e destinos que prefere geralmente grandes carregamentos por embarque de cargas de baixo valor unitrio, eventualmente de acordo com os embarcadores. O contrato de afretamento estabelecido registrado e autorizado pelo Departamento de Marinha Mercante e denominado Charter Party.

SAIBA MAISSempre havia uma propaganda negativa quanto aos outsiders, declarando que no havia segurana quanto chegada da carga ao destino. Eram chamados de navios piratas. Em funo da presso exercida pelos exportadores junto ao Governo, foi permitida a atuao dos outsiders no trfego martimo brasileiro de longo curso exceto nas reas abrangidas pelos Acordos Bilaterais.Atualmente o exportador ou importador pode escolher entre empresas conferenciadas ou outsiders para transportar a sua carga, mas rgos das administraes pblicas federal, estadual e municipal, seja direta ou indireta, assim como empresas privadas que tenham recebido quaisquer incentivos ou apoios governamentais, tais como financiamentos, isenes ou redues tarifrias devem necessariamente utilizar navios de bandeira brasileira na importao ou exportao. Essa reserva de mercado denominada, no segmento martimo de prescrio de carga.

Os navios conhecidos como tramp esto registrados sob as denominadas bandeiras de convenincia. A utilizao de bandeira de convenincia tem sido adequada como uma das formas de controlar, a severidade na regulamentao da utilizao da mo-de-obra, resultando em menores custos financeiros para os armadores.

No Brasil, as embarcaes de bandeira de convenincia afretadas por empresas nacionais so consideradas estrangeiras, do ponto de vista jurdico, no se submetendo, portanto, legislao brasileira, seja quanto nacionalidade da tripulao, seja quanto s responsabilidades do proprietrio. Muitas bandeiras de convenincia, no entanto, tem seus trfegos restritos em alguns pases.

A navegao de Cabotagem inclui todo o transporte martimo realizado ao longo da costa brasileira. A navegao de cabotagem dividida em pequena cabotagem, cobrindo apenas os portos nacionais, e a grande cabotagem, que se refere s ligaes martimas com pases vizinhos, mas em termos oficiais, a cabotagem refere-se ao transporte realizado ao longo da costa brasileira do Rio Grande do Sul at Manaus. O maior problema da cabotagem est nos portos.

As Conferncias de Frete ou Transporte Conferenciado correspondem a grupos de empresas de transporte martimo de longo curso que se associam, com o objetivo comum de explorar o servio regular de navegao em determinado trfego, atendendo a mesma regio geogrfica, com o mesmo frete, regularidade, continuidade, qualidade de servio relativamente uniforme, e demais condies de transporte de carga geral (qualquer produto que vai embalado ou solto, acomodado junto a outras cargas) convencional e de contineres.

O princpio fundamental desse tipo de comrcio a liberdade dos mares. Sendo assim, qualquer navio, de qualquer nao ou bandeira, respeitando as regras de segurana, pode, em princpio, entrar e sair de qualquer porto, carregando e descarregando mercadorias previamente escolhidas e cobrando as taxas de frete que seu armador estipular.

Atualmente vigoram (esto em vigncia) no Brasil as seguintes Conferncias de Frete:

Interamericana de Fretes reas: Americana, Canadense, Porto Rico e Ilhas Virgens, Costa do Pacfico. Europa-Costa Leste da Amrica do Sul (ex Brasil-Europa-Brasil) reas: Central, Reino Unido e Eire, Sul e Nrdica. Extremo Oriente Norte do Brasil-Amaznia-Europa Brasil-Mxico-Brasil Brasil-Nigria-Brasil

As conferncias representavam, para o usurio, uma garantia de qualidade e segurana, frente aos outsiders o que tambm justificava a cobrana de um frete mais elevado. Gradativamente percebeu-se, no entanto, que as Conferncias protegiam alguns armadores e no o comrcio exterior brasileiro.

Joint Services so acordos de cooperao entre armadores para a explorao de uma rota especfica. No uma entidade formal, diferentemente das conferncias. Proporciona ao embarcador a possibilidade de utilizar qualquer navio de uma mesma rota e destino independentemente do armador.

Os Acordos Bilaterais de tarifas e fretes so estabelecidos entre dois governos, segundo o qual a carga martima, gerada entre ambos os pases, dividida entre as bandeiras nacionais. As Tarifas de Fretes dos Acordos, assim como as das Conferncias, so registradas no Departamento de Marinha Mercante, mas os valores do frete exercidos na prtica geralmente so negociados e tem valor inferior.

Acordos realizados entre o Brasil e os seguintes pases:

Alemanha Arglia Argentina - Empresas Credenciadas Bulgria Chile - Empresas Credenciadas China Estados Unidos Frana Polnia Portugal Romnia Rssia Uruguai - Empresas Credenciadas

HUB PORT um porto que rene uma srie de caractersticas que o qualificam como concentrador de cargas no sentido da importao e da exportao de uma determinada regio, assim como de linhas regulares de navegao de longo curso.

FEEDER SERVICES So operaes de movimentao de grandes volumes de cargas de importao e de exportao em Hub Ports (fig. 21) para posterior distribuio para portos e terminais porturios de menor capacidade em navios de menor porte (feeders) na navegao de cabotagem. Os navios feeder transportam, em mdia, entre 500 e 1100 TEU (Twenty-foot Equivalent Units ou Tamanho padro de continer intermodal de 20 ps). A figura 22 ilustra essas operaes.

Figura 22 Hub port e Feeder serviceFonte: ANTAQEm virtude dos vrios tipos de cargas, existem vrios tipos de navios que realizam o transporte de longo curso e o transporte de cabotagem:

H muitos tipos de navios Cargueiros (chamados convencionais), dependendo do tipo de carga e das caractersticas de rota, construdos para o transporte de carga geral, ou seja, carga acondicionada em embalagens adequadas. Seus pores so divididos horizontalmente, formando conveses (prateleiras), onde as cargas so estivadas (acomodadas). Grande parte das mercadorias enviadas por via martima no pode ser movimentada a granel, pois em alguns tipos de cargas no possvel o manuseio por equipamento automtico de transbordo e em outros tipos a quantidade transportada pequena.

Durante longo tempo, as embarcaes de bandeira brasileira transportavam as unidades, principalmente, no convs, o que acabava sobrecarregando o transporte e provocando tempo adicional de estadia nos portos.

As tcnicas modernas de unitizao de cargas, principalmente a continerizao, e a competio no transporte de manufaturados, tm levado ao surgimento de novas formas de comercializao do servio de transporte. Para alguns trfegos regulares ainda h cargueiros convencionais, porm na maioria dos trfegos brasileiros a carga geral no embarcada como break bulk (fracionada), mas s em contineres.

Full Container Ship (Porta-Continer) so navios utilizados exclusivamente para transportar contineres (fig. 23), dispondo de espaos celulares e velocidade de cruzeiro elevada, em torno de 18 a 23 ns. Os contineres so movimentados com equipamento de bordo ou de terra. As unidades so transportadas tanto nas clulas como no convs, onde so amarradas. As Conferncias que atendem ao Brasil tm navios com capacidade at 2500 TEU (Twenty-foot Equivalent Units) embora no exterior a capacidade alcance perto de 5000 TEU.

Figura 23 Porta-continerFonte: www.tcex.com.brOs equipamentos de manuseio do prprio navio podem ser guindastes ou prticos (fig. 24), mas os equipamentos especficos do cais para esse tipo de manuseio so prticos martimos, denominados portainers com elevada velocidade para carga e descarga.

Figura 24 Prtico para continerFonte: www.bardella.com.br

O sistema de carga e descarga de navios por iamento atravs de guindaste conhecido como Lift-on/Lift-off (Lo-Lo) e, apresenta algumas caractersticas associadas operao do sistema, tais como: fluxo regular de contineres; mtodos integrados de movimentao de carga para o carregamento dos contineres com equipamento moderno; transferncia para ferrovia ou rodovia realizada dentro do terminal, porm, geralmente, no realizada diretamente entre o navio e o vago ou trailer rodovirio, devido ao volume de contineres movimentados; terminais amplamente aparelhados com armazns para consolidao ou desconsolidao de contineres, localizados a alguma distncia da faixa do cais, ou fora da rea de administrao porturia de modo a reduzir o congestionamento nessa rea.

A utilizao eficiente do continer tambm depende de uma estrutura terrestre orientada para a manipulao e escoamento do mesmo.

Os navios Roll-on/Roll-off (Ro-Ro) (rolar para dentro/rolar para fora) so navios em que sua carga entra e sai por seus prpriosmeios, atravs de rodas (como os automveis, nibus, caminhes, trailers, etc) ou sobre outros veculos. Dispe de rampas na proa (frente do navio), popa (traseira do navio) e/ou meia nau (mais ou menos o meio do navio), por onde a carga sobre rodas se desloca para entrar ou sair da embarcao. Internamente possuem rampas e elevadores que interligam os diversos conveses.

Para facilitar e flexibilizar suas operaes, alguns navios modernos contam com conveses mveis em suaaltura, de forma queeles se adaptem ao que ser transportado, ou seja, caso carros estejam sendo transportadosa altura entre os conveses ser mantida, mas no caso de nibus, caminhes, etc, essa altura pode ser aumentada para atmais de 6 metros. Essas rampas externas somadas s rampas internas fazem com que a carga v do porto para o navio eassim para o seu lugar pr-determinado.

Quando transportam contineres, os mesmos so introduzidos nas embarcaes por veculos sobre rodas, embora alguns Ro-Ro tambm transportem os contineres no convs, e podem ser colocados ou retirados das embarcaes, por iamento a partir do cais. Essas embarcaes so conhecidas por Ro-Ro/Lo-Lo ou Hbrido (fig. 25).

Figura 25 Navio ro-ro/lo-lo hbridoFonte: https://dspace.ist.utl.pt

O sistema de equipamento utilizado para descarregar o navio, permite a transferncia da carga diretamente da rea do terminal para a rede rodoviria ou ferroviria, alm de oferecer grande flexibilidade quanto aos tipos, tamanhos e peso da carga a ser transportada. Os veculos motorizados podem ser conduzidos para dentro ou para fora da embarcao com fora motriz prpria.Os navios Lash ou porta-barcaas (Fig. 26) so projetados para operar em portos congestionados, transporta, em seu interior, barcaas (embarcao de baixo calado, usada em canais e rios com ou sem propulso com o propsito de transportar produtos.) com capacidade de aproximadamente 400 t ou 600 m, cada uma, as quais so embarcadas e desembarcadas na periferia do porto.

Figura 26 Lash ou Porta-barcaaFonte: www.blogmercante.com

Os navios Sea-bea so os mais modernos tipos de navio mercante, pois pode acomodar barcaas e converter-se em Graneleiro ou Porta-continer.

Os navios Multi-purpose (multipropsitos) (fig. 27) so projetados para linhas regulares de transporte de cargas diversas, como: neogranis (ao, tubos etc.) e contineres, embora tambm possam ser projetados para o transporte de granis lquidos em adio a outras formas de acondicionamento como granis slidos e contineres.

Figura 27 Navio multi-purposeFonte: www.norsul.com

Os navios Graneleiros (fig. 28) so destinados apenas ao transporte de granis slidos. Seus pores, alm de no possurem divises, tm cantos arredondados, o que facilita a estiva da carga. A maioria desses navios opera como tramp, isto , sem linhas regulares. Considerando que transportam mercadorias de baixo valor, devem ter baixo custo operacional. A sua velocidade inferior dos cargueiros.

Figura 28 Navio graneleiroFonte: www.norsul.com

Os principais tipos de graneleiros so o General Purpose (propsito geral) com capacidade entre 25.000 e 50.000 TPB (toneladas de porte bruto) e tem muitas diferenas quanto a calado (profundidade a que se encontra o ponto mais baixo da quilha de uma embarcao. Mede-se verticalmente a partir de um ponto na superfcie externa da quilha), comprimento, largura, capacidade cbica, nmero e tamanho das escotilhas e pores, equipamentos, etc. Os de 26.000 TPB so construdos em srie. Tem construo relativamente simples, mas tem aprecivel flexibilidade operacional para transporte de gros, carvo, minrio e produtos siderrgicos.

GlossrioQuilha - uma pea forte da embarcao que se estende da proa popa, na parte inferior da nave. Se fixam as peas curvas onde se pregam as tbuas do costado. Termina na proa pela roda da proa e na popa pelo cadaste. uma verdadeira espinha dorsal da embarcao.

Os navios Handy-Size so mineraleiros com capacidade entre 25.000 e 50.000 TPB com elevada eficincia em termos de poupana de combustvel e de oportunidade de emprego. Atendem s condicionantes tcnicas de restrio de calado dos canais do Panam e de Suez.

Os navios Handy-Max com capacidade entre 35.000 e 50.000 TPB destinam - se ao transporte especializado de minrios e de outros granis.

Os navios Panamax com capacidade entre 50.000 e 75.000 TPB, com boca (largura) mxima de 32,5m, foram construdos para atravessar o canal do Panam. Frequentemente so empregados no trfego internacional em outras rotas.

Os navios Capesize (fig. 29) com capacidade acima de 75.000 TPB so graneleiros projetados para maximizao do lote a ser transportado, no podendo cruzar os canais do Panam e Suez.

Figura 29 Graneleiro CapesizeFonte: Ficheiro:Berge Athene.jpg

Os navios combinados Mnero-Petroleiros (Ore-Oil) So adequados para transportar minrio de ferro e/ou leo cru que, todavia, nunca so carregados simultaneamente devido ao perigo de exploso e apresentam dois tipos principais: Graneleiros-petroleiros - OBO (Ore, Bulk, Oil), projetado com estrutura reforada para transporte de leo e cargas de alta densidade; e PROBO (Product, Oil, Bulk, Ore), navio combinado (ou Multipurpose), projetado para transportar derivados de petrleo, leo cru, minrios ou granis.

Alguns navios possuem tanques e pores separados; outros possuem tanques conversveis os quais, aps o transporte do petrleo, so lavados e utilizados como pores, acomodando o minrio a granel.

Navios Tanques so embarcaes exclusivas para o transporte de granis lquidos. Inclui os petroleiros. Possuem equipamento para bombear a carga a bordo e vice-versa. Com o fechamento do Canal de Suez aumentou o porte desses navios, de modo a reduzir o custo operacional decorrente do aumento da distncia de viagem, dando origem aos VLCC - Very Large Crude Carrier, petroleiro de grande dimenso geralmente na faixa acima de 150.000 TPB e os ULCC - Ultra Large Crude Carrier, superpetroleiros com mais de 300.000 TPB.

Com a reabertura do Canal de Suez e a descoberta de petrleo no Mar do Norte e no Golfo do Mxico, reduziram-se as distncias, tornando a utilizao dessas embarcaes antieconmica. Atualmente, a utilizao de embarcaes mais econmicas e mais geis. Os superpetroleiros de at 500.000 TPB, grande novidade no incio da dcada de 70, tm sido sucateados ou utilizados como armazns flutuantes, A tendncia tem sido de utilizao de petroleiros nas faixas de 60.000 a 100.000 TPB e 100.000 a 150.000 TPB.

SAIBA MAIS Figura 30 Canal do Panam Figura 31 Canal de Suez Fonte: www.coladaweb.com Fonte: www.egito-turismo.com Atalho para a sia, o Canal do Panam liga os oceanos atlntico e pacfico, cerceando a rota do Cabo Horn e encurtando distncias entre o ocidente e o extremo oriente. At a construo do canal, para se navegar da costa leste para a oeste dos EUA era preciso enfrentar mais 15 mil quilmetros, contornando toda a Amrica do Sul e se aventurando pelas guas glidas do temido Estreito de Magalhes, na Patagnia, extremo sul das Amricas. Assim como o Canal do Panam, o Canal de Suez liga o Mar Mediterrneo ao Mar Vermelho permitindo a navegao da Europa sia, sem necessidade de passar pelo Cabo da Boa Esperana no Sul da frica.

O transporte martimo apresenta as seguintes vantagens em relao a outros modais: maior capacidade de carga (volume transportado); transporta qualquer tipo de carga (oferece diferentes tipos de embarcaes); menor custo de transporte; o mais barato para o transporte internacional. As desvantagens compreendem: a necessidade de transbordo (passagem de carga de um meio de transporte para outro) nos portos; a distncia dos portos em relao aos centros produtivos; a exigncia de embalagens mais reforadas e a menor flexibilidade nos servios aliada a frequentes congestionamentos nos portos.Transporte Fluvial

Navegao fluvial a navegao interna praticada em rios, ou seja, utiliza-se dos rios como via de locomoo, ocorre dentro do pas e se estende pelo continente. O sistema de transporte fluvial utilizado em conexo com o comrcio exterior tem sua abrangncia limitada pelo prprio sistema hidrovirio interior. Porm, pode acontecer a navegao fluvial e, simultaneamente a navegao de cabotagem, isto , uma embarcao sai de Manaus e pode descarregar no porto de Santos. Os principais portos brasileiros no so servidos diretamente por hidrovia. A utilizao dos rios exige, portanto, que o usurio esteja localizado em suas margens ou utilize outra modalidade de transporte combinadamente at a hidrovia.

O sistema hidrovirio brasileiro distribudo por 8 bacias hidrogrficas totalizando 48.000 km de rios navegveis envolvendo, pelo menos, 16 hidrovias e 20 portos fluviais. Durante os perodos de seca, 25% dos rios deixam de ser navegveis. A efetiva utilizao do transporte fluvial em comparao com o potencial das bacias hidrogrficas, ainda muito pequena. Alm disso, comprovadamente, o transporte hidrovirio consome cinco vezes menos que o rodovirio e trs vezes menos que o ferrovirio, o que representa uma vantagem adicional a esse modal.

A exemplo do martimo, tambm pode haver transporte de qualquer carga e com navios de todos os tipos e tamanhos, desde que a via navegvel os comporte. O grande volume de mercadorias transportadas por este modal de produtos agrcolas, fertilizantes, minrios, derivados de petrleo, lcool e assemelhados. Entretanto, no caso da Bacia Amaznica, o transporte de mercadoria manufaturada (produzida em fbrica) bastante praticado, juntamente com madeiras da regio, pois, a navegao fluvial feita tambm de forma internacional, ligando diversos portos brasileiros com o de outros pases, como o Peru e a Colmbia.

O baixo desenvolvimento da navegao fluvial brasileira se deve ao pequeno volume de recursos aplicados na produo dos meios de transporte utilizados nesse modal, que so compostos por balsas (Fig. 32), chatas (Fig. 33) e navios de todos os portes. O custo do frete bem mais baixo comparando-se ao custo relativo dos demais modais.

Figura 32 Balsa de transporte fluvial Figura 33 Chata Fluvial Fonte: penedo.arteblog.com.br Foto: Acervo Biblioteca Municipal

As principais bacias hidrogrficas brasileiras esto representadas na figura 34.

Figura 34 Bacias hidrogrficasFonte: www.aneel.gov.br

1. Bacia do rio Amazonas;2. Bacia doTocantins / Araguaia;3. Bacia do Atlntico / Norte-Nordeste;4. Bacia do rio So Francisco;5. Bacia do Atlntico / Leste6. Bacia dos rios Paran / Paraguai;7. Bacia do rio Uruguai;8. Bacia do Atlntico Sul e Sudeste

Administraes hidrovirias: AHIPAR- Adm. Hidrovia do Paraguai AHRANA- Adm. Da Hidrovia do Paran AHITAR- Adm. Hidrovia do Tocantins e Araguaia AHIMOR- Adm. Hidrovia do Amaznia Oriental AHIMOC- Adm. Hidrovia do Amaznia Ocidental AHSFRA- Adm. Da Hidrovia do So Francisco AHINOR- Adm. Da Hidrovia do Nordeste AHSUL- Adm. Da Hidrovia do Sul

Os principais rios e complexos fluviais navegveis no Brasil so:

Norte do Brasil: Complexo Fluvial Amaznico formado pelos rios Amazonas, Guapor, Juru, Madeira, Negro, Purus, Solimes e outros, bem como seus afluentes, num total de cerca de 23.000 km de extenso, tendo aproximadamente 16.000 km (69%) de vias navegveis.

Norte/Centro-Oeste; rios Araguaia e Tocantins, com aproximadamente 4.500 km, sendo navegvel em cerca de 2.400 km (53%).

Nordeste: rios Paranaba e das Balsas, com cerca de 1.800 km, sendo 1.400 km passveis de navegao (78%).

Nordeste: formado pelos rios So Francisco e Grande, com uma extenso de mais ou menos 3.500 km, podendo ser utilizado para navegao em cerca de 2.000 km (57%).

Sudeste/Sul: Complexo Paran/Tiet, formado pelos rios Paran, Tiet, Paranaba, Paranapanema, apresentando 7.000 km de extenso, sendo navegvel em cerca de 2.500 km (36%).

Sul: rios Uruguai, Jacu e Ibicu, com aproximadamente 3.300 km, tendo cerca de 1.600 km em condies para navegao (48%).

Considerando esses complexos navegveis, encontramos as seguintes hidrovias em funcionamento:

Hidrovia Tiet-Paran - Esta via possui enorme importncia econmica por permitir o transporte de gros e outras mercadorias de trs estados Mato Grosso do Sul, Paran e So Paulo. Possui 1.250 km navegveis, dos quais 450 km no Tiet, em So Paulo e 800 km no Rio Paran, no limite de So Paulo e Mato Groso do Sul e na fronteira de Paran com o Paraguai. Para operar em 1.250 km necessrio construir uma eclusa (comporta) na represa da Jupi, para que as hidrovias se conectem.

Hidrovia Paran Paraguai - A hidrovia Paraguai - Paran estende-se desde a cidade uruguaia de Nueva Palmira at a brasileira de Cceres, situada no Estado de Mato Grosso. Essa hidrovia tem 3442 km de extenso.

Hidrovia Taquari-Guaba - Com 686 km de extenso, em Rio Grande do Sul esta a principal via fluvial brasileira em relao carga transportada. E transitada por uma frota de 72 embarcaes, que podem transportar um total de 130.000 toneladas. Os principais produtos transportados so gros e leos. Uma importante caracterstica que esta bem servida de outros modais que facilita o transbordo das cargas.

Hidrovia Araguaia-Tocantins - Tocantins a maior via fluvial totalmente brasileira. Durante a poca de inundao seu principal rio o Tocantins navegvel com uma extenso de 1.900 km entre as cidades de Belm, Par e Peixes em Gois. O potencial hidroeltrico parcialmente aproveitado pela Central Tucuru no Par. O rio Araguaia cruza o estado de Tocantins de norte a sul e navegvel em 1.100 km.A construo da via fluvial Araguaia-Tocantins tem como objetivo integrar o transporte intermodal na regio do Norte.

Hidrovia So Francisco - Entre a Serra da Canastra, onde nasce em Minas Gerais o "Velho Chico", como conhecido o maior rio situado totalmente no territrio brasileiro um grande provedor de gua da regio semi-rida do nordeste. Seu principal trecho navegvel se situa entre as cidades de Pirapora em Minas Gerais at Juazeiro na Bahia com um trecho de 1.300 km. Esto instaladas as centrais hidroeltricas de Paulo Afonso e Sobradinho na Bahia, Moxot em Alagoas e trs Marias em Minas Gerais.O principal projeto em execuo ao longo do rio tem o objetivo de melhorar a navegabilidade e permitir a navegao noturna.

Hidrovia Madeira - O rio Madeira um dos principais afluentes do rio Amazonas.Com as novas obras realizadas para permitir a navegao noturna, esta em operao desde abril de 1997. As obras, todavia sem terminar, tem como objetivo reduzir o custo do frete. O rio Madeira navegvel desde a sua confluncia com o rio Amazonas at a cidade rondoniense de Porto Velho, h muito tempo. Tal via navegvel tem 1056 km de extenso.

O transporte fluvial tem como vantagens: o baixo custo operacional; a elevada capacidade de transporte particularmente com o emprego de comboios; o baixo custo de fretes; o carregamento de grandes volumes e baixo impacto ambiental. As desvantagens decorrem: da baixa velocidade; disponibilidade limitada; utilizao geralmente associada a combinao com outra modalidade, o que requer instalaes e equipamentos para transbordo; capacidade de transporte varivel ao longo do ano, em funo do nvel de gua dos rios e rotas ou vias fixas, limitadas s hidrovias.

Tendo em vista o desnvel observado em alguns trechos dos rios, podem ser necessrios investimentos elevados para tornar as hidrovias navegveis ao longo de percursos maiores.

Transporte Lacustre

A navegao lacustre aquela realizada em lagos e tem como caracterstica a ligao de cidades e pases vizinhos. um tipo de transporte bastante restrito em face de serem poucos os lagos navegveis. Pode ser utilizado para qualquer carga, a exemplo do martimo.

Apesar de ter as mesmas caractersticas do transporte fluvial, o transporte lacustre incipiente (iniciante, principiante), no tendo relevncia no comrcio internacional, sendo suas rotas estabelecidas pela prpria natureza dos locais aonde ocorre.

Alguns lagos navegveis, em nvel de transporte de cargas, so: Grandes Lagos, na fronteira dos Estados Unidos e do Canad; Lagoa Mirim que liga o Brasil ao Uruguai; Lago Titicaca, ligando a Bolvia ao Peru; Lago Artificial da usina hidreltrica de Itaipu, ligando o Brasil ao Paraguai. Tanto as embarcaes como o clculo de seus fretes seguem os mesmos padres do transporte fluvial.

Assim como no transporte fluvial, os veculos utilizados no lacustre so balsas, alm de navios com porte adequado navegabilidade dos lagos. Tambm o clculo de frete baseado em tonelada por quilmetro ou unidade, no caso dos contineres.

2.4.3 TRANSPORTE FERROVIRIO

Trata-se do modal mais indicado para transporte a longas distncias de produtos de grande volume e, principalmente daqueles que apresentam baixo valor agregado. Na Frana e na Itlia, a malha ferroviria representa mais de 5% em relao rea territorial desses pases; na Espanha, supera os 2%; no Japo, tambm ultrapassa os 5%; na ndia e nos Estados Unidos, fica em 1,9% do territrio; na Argentina e no Mxico, ultrapassa a casa do 1%. Ou seja, no Brasil, em que a malha ferroviria representa menos de 1% da rea territorial, o transporte rodovirio ainda a principal opo disponvel para o transporte de cargas.

O modal ferrovirio est mudando e ainda tem potencial para crescer muito mais, de forma a ocupar um espao significativo no transporte de cargas internas e, com isso, reduzir os custos operacionais para as empresas embarcadoras.

Sistema Ferrovirio Brasileiro O governo federal, na metade do sculo XX, aps estudos, decidiu pela unificao (unio das ferrovias) administrativa das dezoito estradas de ferro pertencentes unio, com uma extenso total de 37.000 km de linhas espalhadas por todo o territrio nacional. No ano de 1957 foi criada pela lei n 3.115 a sociedade annima Rede Ferroviria Federal S.A. (RFFSA), com a finalidade, de acordo com o DNIT (2006), de administrar, explorar, conservar, reequipar, ampliar e melhorar o trfego das estradas de ferro da unio a ela incorporada.

Em 1969, as ferrovias que compunham a RFFSA foram agrupadas em quatro sistemas regionais, sendo eles: o Sistema Regional Nordeste, com sede em recife; o Sistema Regional Centro, com sede no Rio de Janeiro; o Sistema Regional Centro-Sul, com sede em So Paulo; e o Sistema Regional Sul, com sede em Porto Alegre.

No ano de 1971, o governo do Estado de So Paulo, atravs da Lei n 10.410, unificou em uma s empresa as cinco ferrovias de sua propriedade, criando a Ferrovia Paulista S.A. FEPASA.No ano de 1976 foram criadas pela RFFSA as Superintendncias Regionais SRs, em nmero de 10, posteriormente ampliado para 12, com atividades orientadas e coordenadas por uma administrao geral, sediada no Rio de Janeiro.

A participao do transporte ferrovirio na matriz de transporte de cargas no Brasil cresceu de 23%, no ano de 2002, para 25%, em 2005. A carga transportada pelas ferrovias em 2002 foi de 321 milhes de toneladas, crescendo para 389 milhes de toneladas em 2005.

O sistema ferrovirio brasileiro totaliza 29.706 quilmetros, concentrando-se nas regies Sul, Sudeste e Nordeste, atendendo parte do Centro-Oeste e Norte do pas. Foram concedidos aproximadamente, 28.840 quilmetros das malhas, tendo como principal objetivo a recuperao da malha e o desenvolvimento do transporte ferrovirio.

A malha da RFFSA foi dividida em sete malhas regionais, conforme representado no quadro 8 e na figura 35.

Quadro 8 - Empresas concessionrias aps a privatizaoFonte: DNIT 2006

Figura 35- Mapa do Sistema Ferrovirio NacionalFonte: ANTT

Amrica Latina Logstica - ALL; Ferrovia Tereza Cristina - FTC; Estrada de Ferro Votoranrim - EVM; Ferrovia Bandeirantes S.A - FERROBAN; Estrada de Ferro Campos do Jordo - EFCJ; Estrada de Ferro Corcovado - ESFECO; MRS Logstica; Estrada de Ferro Vitria-Minas - EFVM; Ferrovia Centro-Atlntico - FCA; Cia Ferroviria Nordeste - CFN; Estrada de Ferro Carajs - EFC; Estrada de Ferro Amap - EFA; Estrada de Ferro Jari - EFJ; Estrada de Ferro Trombetas - EFT; Ferrovia Norte Sul - FNS; Ferrovia Norte Brasil S.A - FERRONORTE; Ferrovia Novoeste S.A - NOVOESTE; Estrada de Ferro Paran Oeste S.A

O modal ferrovirio caracteriza-se, especialmente, por sua capacidade de transportar grandes volumes, com elevada eficincia energtica, principalmente em casos de deslocamentos a mdias e grandes distncias. Apresenta, ainda, maior segurana, em relao ao modal rodovirio, com menor ndice de acidentes e menor incidncia de furtos e roubos. So cargas tpicas do modal ferrovirio: produtos siderrgicos; gros; minrio de ferro; cimento e cal; adubos e fertilizantes; derivados de petrleo; calcrio; contineres; carvo mineral e clinquer (cimento numa fase bsica de fabrico, a partir do qual se fabrica o cimento Portland, habitualmente com a adio de sulfato de clcio, calcrio e/ou escria siderrgica).

No caso de produtos a granel (gros, minrios, fertilizantes, combustveis), podem-se construir terminais de carga e descarga bastante eficientes, empregando vages apropriados que permitem agilizar as operaes, barateando os custos. O mesmo no pode ser feito com produtos manufaturados, exigindo operaes bem mais lentas e custosas.

O percurso de um trem de carga tpico ao longo da via relativamente lento. Ao chegar numa estao, o trem pra e espera at que os vages destinados quele ponto sejam desengatados e colocados num desvio. No caso de carga fracionada, o trem tem de esperar at que os homens descarreguem e verifiquem toda a mercadoria, para s ento seguir viagem.

Normalmente h desbalanceamento de fluxos nos dois sentidos, comum se observar muitos vages vazios retornando ao ponto de origem para buscar mais carga, elevando os custos e, consequentemente, os fretes ferrovirios. Uma forma de contornar esse tipo de problema a implantao de trens unitrios, ligando dois pontos sem paradas intermedirias, e com carga/descarga/distribuio gil nos dois extremos. O sistema ferrovirio nacional o maior da Amrica Latina, em termos de carga transportada, atingindo 162,2 bilhes de tku (tonelada quilmetro til), em 2001.

A distncia apenas um dos fatores que influenciam o custo de transporte e tal como tambm ocorre no transporte martimo, a densidade de trfego em determinada rota fundamental para justificar a construo da ferrovia. O trem, com fretes mais baixos, mas com desempenho inferior aos demais modais, no s quanto ao tempo de trnsito, mas principalmente quanto variao do tempo de viagem, concentra-se nas cargas de relao valor-peso ou valor-volume, mais baixas. Por outro lado, dificilmente cargas parceladas, ou seja, carregamentos de um embarcador, inferiores capacidade de um vago fazem uso da ferrovia.

A variabilidade do tempo de viagem apresenta-se como um dos principais problemas da ferrovia e ocorre, devido a vrios fatores, tais como:

Congestionamento das vias em determinados horrios (parcela aprecivel da malha composta por linha singela); Variao no tempo para formao da composio; Paradas durante o percurso; Mudana de bitola estreita para larga ou vice-versa.

Material Rodante

Os principais tipos de vages utilizados na ferrovia so:

Vago Gndola (GDT) - Utilizado para o transporte de minrio de ferro e de concentrado de cobre, com capacidades de carga de 109.000 kg e 96.000 kg e tara de 21.000 kg e 24.000 kg respectivamente, as capacidades volumtricas so de 41 m e 45 m e tm como caractersticas a descarga em car-dumpers (virador de vages).

Figura 36 Vago Gndola (GDT)Fonte: www.amsted-maxion.com.br

Figura 37 Vago Gndola (GDT)Fonte: www.amsted-maxion.com.br

Vago Gndola (GTD) de Bordas Tombante - Utilizado para o transporte de carga geral, com capacidade de carga de 60.000 kg e tara de 20.000 kg, a capacidade volumtrica de 46 m e tem como caracterstica as laterais tombantes, facilitando carga e descarga.

Figura 38 Vago Gndola (GDT) de Bordas TombantesFonte: www.amsted-maxion.com.br

Vago Gndola (GDT) - MRS - Utilizado para o transporte de minrio de ferro, com capacidade de carga de 99.500 kg e tara de 20.500 kg, a capacidade volumtrica de 45 m e tem como caracterstica descarga em car-dumpers.

Figura 39 Vago Gndola (GDT) - MRSFonte: www.amsted-maxion.com.br

Vago Gndola GDU - Utilizado para o transporte de minrio de ferro, com capacidade de carga de 127.000 kg e tara de 23.000 kg, a capacidade volumtrica de 45 m o vago com maior capacidade de carga do Brasil.

Figura 40 Vago Gndola GDUFonte: www.amsted-maxion.com.brVago Hopper Fechado (HFT) em Alumnio - Utilizado para o transporte de gros e calcrio agrcola, com capacidade de carga de 105.000 kg e tara de 25.000 kg, a capacidade volumtrica de 135 m e tem estrutura em alumnio com baixa tara.

Figura 41 Vago Hopper Fechado (HFT) em AlumnioFonte: www.amsted-maxion.com.br

Vago Hopper Fechado (HFT) em Ao - Utilizado para o transporte de gros e calcrio agrcola, com capacidade de carga de 99.000 kg e tara de 31.000 kg, a capacidade volumtrica de 145 m e tem estrutura em ao de baixa liga, com grande capacidade e volume.

Figura 42 Vago Hopper Fechado (HFT) em AoFonte: www.amsted-maxion.com.br

Vago Hopper Fechado (HFE) em Ao - Utilizado para o transporte de gros, com capacidade de carga de 77.000 kg e tara de 23.000 kg, a capacidade volumtrica de 100 m e tem como caracterstica o aproveitamento total de circulao em gabaritos de bitola mtrica (bitola com 1m).

Figura 43 Vago Hopper Fechado (HFE) em AoFonte: www.amsted-maxion.com.br

Vago Hopper (HFE) ALL - Utilizado para o transporte de gros e farelo, com capacidade de carga de 77.000 kg e tara de 23.000 kg, a capacidade volumtrica de 100 m e tem como caracterstica a carga superior e descarga inferior atravs de tremonhas.

Figura 44 Vago Hopper Fechado (HFE) ALLFonte: www.amsted-maxion.com.br

Vago Hopper Fechado (HPE) em Ao - Utilizado para o transporte de matria prima para fertilizantes, com capacidade de carga de 73.000 kg e tara de 27.000 kg, a capacidade volumtrica de 65 m e tem como caracterstica a pintura interna com resistncia corroso e sistema especial de porta de descarga.

Figura 45 Vago Hopper Fechado (HPE) em AoFonte: www.amsted-maxion.com.br

Vago Hopper Aberto (HAE) em Ao - Utilizado para o transporte de minrio de ferro e ferro gusa (fuso redutora de minrio de ferro com carvo de madeira) com capacidade de carga de 78.000 kg e tara (diferena entre o peso bruto e o peso da carga) de 22.000 kg, a capacidade volumtrica de 30 m e tem como caracterstica um sistema automtico para carga e descarga em movimento.

Figura 46 Vago Hopper Aberto (HAE) em AoFonte: www.amsted-maxion.com.br

Vago Hopper (HAN) Venezuela - Utilizado para o transporte de minrio de ferro, com capacidade de carga de 90.000 kg e tara de 29.500 kg, a capacidade volumtrica de 40,2 m e tem como caracterstica um sistema automtico para descarga.

Figura 47 Vago Hopper (HAN) VenezuelaFonte: www.amsted-maxion.com.br

Vago Tanque (TPS) para Cimento a Granel - Utilizado para o transporte de cimento a granel, com capacidade de carga de 75.000 kg e tara de 25.000 kg, a capacidade volumtrica de 65 m e tem como caracterstica o sistema de fluidificao (injeo de ar dentro do vago com a finalidade de eliminar o atrito com as paredes e entre si) para facilitar a descarga.

Figura 48 Vago Tanque (TPS) para Cimento a GranelFonte: www.amsted-maxion.com.brVago Tanque (TAS) para cido Sulfrico - Utilizado para o transporte de cido sulfrico concentrado a 98%, com capacidade de carga de 75.000 kg e tara de 25.000 kg, a capacidade volumtrica de 43 m e tem como caracterstica possuir ponto de descarga superior e inferior. Este vago no possui longarina (viga de seo varivel montada longitudinalmente que proporcionam rigidez estrutural ao chassi) central.

Figura 49 Vago Tanque (TAS) para cido SulfricoFonte: www.amsted-maxion.com.br

Vago Tanque (TCT) para derivados de Petrleo e lcool - Utilizado para o transporte de gasolina, diesel, querosene e lcool, com capacidade de carga de 93.000 kg e tara de 37.000 kg, a capacidade volumtrica de 118 m e tem como caracterstica no possuir longarina central.

Figura 50 Vago Tanque (TCT) para derivados de Petrleo e lcoolFonte: www.amsted-maxion.com.br

Vago Tanque (TCD) ALL - Utilizado para o transporte de leo vegetal, com capacidade de carga de 55.500 kg e tara de 24.500 kg, a capacidade volumtrica de 67 m e tem como caracterstica no possuir longarina central.

Figura 51 Vago Tanque (TCD) ALLFonte: www.amsted-maxion.com.br

Vago FFF - ALL - Utilizado para o transporte de granel e sacarias, com capacidade de carga de 84.000 kg e tara de 34.000 kg, a capacidade volumtrica de 112 m e tem como caracterstica ser um multicarga com truque de 3 eixos.

Figura 51 Vago Tanque (TCD) ALLFonte: www.amsted-maxion.com.br

Vago All Door - Utilizado para o transporte de fardos de celulose, com capacidade de carga de 73.000 kg e tara de 27.000 kg, a capacidade volumtrica de 116 m e tem como caracterstica utilizao de lona lateral prova de roubo ou vandalismo.

Figura 52 Vago Tanque (TCD) ALLFonte: www.amsted-maxion.com.br

Vago PAS Cegonheiro - Utilizado para o transporte de automveis, com capacidade de carga de 100.000 kg e tara de 27.600 kg. So equipados com fechaduras localizados na parte inferior dos chassis, a fim de permitir o transporte seguro de automveis.

Figura 53 Vago Tanque (TCD) ALLFonte: www.amsted-maxion.com.br

Vago AMAX Top - Utilizado para o transporte de contineres empilhados, com as seguintes capacidades de carga mxima de 104.000 kg:

A - 2 continer de 40' B - 4 continer de 20' C - 1 continer de 40' e 2 continer de 20' D - 1 continer de 20' centralizado

So equipados com estrutura treliada (so estruturas formadas por elementos rgidos, aos quais se d o nome de barras), sistema de choque e trao twin pack.

Figura 54 Vago AMAX TopFonte: www.amsted-maxion.com.brVago AMAX Long - Utilizado para o transporte de transporte de contineres de 20' e 40', com capacidade de carga de 101.000 kg e tara de 29.000 kg. Possui 26m de comprimento, desenvolvido contra o vandalismo nos contineres, engate de haste super longa.

Figura 55 Vago AMAX LongFonte: www.amsted-maxion.com.brVago AMAX Flex - Utilizado para o transporte de transporte de contineres e semi-reboques rodovirios, com capacidade de carga de 68.000 kg (por vago) e tara de 12.000 kg. um vago articulado, com menor quantidade de truques, engate e freio. Baixa tara e alta capacidade de se inscrever em pequenos raios de curva, para bitolas 1,00m e 1,60m

Figura 56 Vago AMAX FlexFonte: www.amsted-maxion.com.brVago Tanque AAR DOT 103W - Vago tanque destinado ao transporte de produtos derivados de petrleo e lcool hidratado. Possui capacidade de 54.250 kg, tara de 25.750 kg, capacidade volumtrica de 60 m e cilindro formado por anis e calotas soldadas por solda dupla de topo.

Figura 57 Vago Tanque AAR DOT 103WFonte: http://vfco.brazilia.jor.br/vag/mafersaTSRfepasa.shtml

As capacidades dos vages variam sensivelmente, tanto em funo do comprimento, da bitola como do tipo. Os vages plataforma so os utilizados para transportar contineres. Nos EUA os vages utilizados para movimentar contineres os transportam empilhados em duas alturas, o que evidentemente dobra a capacidade de transporte de uma composio, mas no Brasil h uma restrio quanto altura dos tneis, o que no permite o transporte de contineres na ferrovia em duas alturas.

H vias frreas com bitolas mistas, contendo duas ou trs bitolas diferentes. Neste caso, usam-se trs trilhos: um lateral, comum a ambas as bitolas, um inferior para 1m ou outro, e o outro lateral para a bitola larga. Tambm existem vias-frreas mistas com quatro trilhos.

As bitolas mais comuns no Brasil so a bitola mtrica com 1.000mm de largura e a bitola Irlandesa com 1.600mm de Largura. A bitola internacional com 1.435mm de largura. No utilizada nas ferrovias existentes.

No Brasil no existem trilhos de bitola mista em que uma das bitolas a padro (1.435 mm), pois este sistema constitui uma linha isolada, a estrada de Ferro Amap. No Brasil tambm existiram sistemas de 6.000mm, 760mm e 1.100mm, mas atualmente, ou no so operacionais ou totalizam menos de 30km.

As principais ferrovias em operao no pas so:

A RFFSA, cuja malha se encontra em todas as regies geogrficas do Pas exceto na regio Norte, cujas linhas ligam o interior aos principais portos e o Brasil ao Mercosul;

A FEPASA que opera no estado de So Paulo e cujas linhas tambm seguem at o porto de Santos;

A EFVM (Estrada de Ferro Vitria A Minas) vinculada CVRD (Companhia Vale do Rio Doce) ligando os estados de Minas Gerais e Esprito Santo aos portos do Esprito Santo. O porto de Santos atendido tanto pelas linhas da FEPASA como da RFFSA. Esto em construo outras ferrovias que permitiro, principalmente, aumentar a capacidade para escoamento de gros atravs dos portos.

Algumas empresas privadas possuem frota prpria de vages e at de locomotivas, mesmo quando operam em linhas de terceiros. Isso lhes permite, principalmente, dispor de maior flexibilidade e no depender da disponibilidade de material rodante das ferrovias estatais.

Existem composies carregando um nico tipo de carga ou operando para um nico cliente, e conhecidas como trem unitrio. Tem um nmero mnimo de vages, varivel em funo da linha. Operam, por exemplo, no trfego So Paulo-Buenos Aires, onde h composies dirias trafegando com 20 vages, mas o nmero mximo de unidades depende, tanto, das condies operacionais do material rodante como das condies geomtricas da via.

Vantagens e Desvantagens do Transporte Ferrovirio

As principais caractersticas do transporte ferrovirio esto descritas a seguir:

Frete baixo comparado com o rodovirio; Maior tempo de viagem comparado com o rodovirio; Baixo consumo de combustvel por tonelada/quilmetro; Necessidade de manter maior estoque nas extremidades, embora, devido menor velocidade dessa modalidade de transporte, a mesma, tambm, possa ser utilizada temporariamente como armazm; Adequado para o transporte de embarques grandes e homogneos, (da mesma natureza que outro) notadamente granis, quando a diferena de frete, em relao ao rodovirio supera os custos adicionais em estoques e armazenagem. Os custos de transporte por tonelada/quilmetro so reduzidos com o aumento do nmero de unidades de transporte; Custo elevado, quando associado a distncias mdias h necessidade de realizao de transbordo; Utilizao sujeita a disponibilidade de material rodante; Baixa flexibilidade; Rota ou via fixa. O servio oferecido apenas entre os terminais ou despachantes ao longo de suas linhas; Frequentemente, a distncia entre origem e destino maior comparada com o rodovirio, devido restrio quanto a graus de aclive (inclinao de baixo para cima) e raios de curvas.

2.4.4 Transporte Aerovirio

O transporte aerovirio tem tido uma demanda crescente de usurios, embora o seu frete seja significativamente mais elevado que o correspondente rodovirio. Em compensao, seu deslocamento porta a porta pode ser bastante reduzido, abrindo um caminho para esta modalidade, principalmente no transporte de grandes distncias. Este tipo de transporte utilizado principalmente nos transportes de cargas de alto valor unitrio (artigos eletrnicos, relgios, alta moda, etc) e perecveis (flores, frutas nobres, medicamentos, etc). Como exemplos deste meio de transporte esto os avies dedicados e avies de linha.

As transportadoras areas oferecem um meio de transporte extremamente veloz e consideravelmente caro. Itens pequenos de alto valor ou remessas emergenciais que precisam percorrer longas distncias so os casos mais indicados para o transporte areo. Normalmente, as transportadoras areas levam cargas inferiores a 230kg, incluindo produtos de alta tecnologia, de valor alto, mas com pouco peso.

O transporte aerovirio o que tem custo mais elevado em relao aos outros modais. Seu custo fixo alto (aeronaves, manuseio e sistemas de carga), bem como seu custo varivel, apresenta alto custo de combustvel, mo-de-obra, manuteno, etc.

As empresas de aviao no so donas nem do espao fsico e, em geral, nem dos terminais areos. Compram servios nos aeroportos na forma de combustvel, taxas de pouso, aluguel de espao fsico e armazenagem. A manuteno em terra e a coleta e entrega nas operaes de transporte areo so os custos de terminais para este modal. Alm disso, as empresas so locatrias, ou proprietrias, de seus equipamentos e que, medida que a depreciao de sua vida econmica avana, se transforma em despesa anual fixa.

As vantagens deste modo de transporte so a velocidade elevada, distncia alcanada, segurana (roubos, danos e extravios), reduo de custo com estoque. Suas principais desvantagens so o custo de frete, tempos de coleta e entrega manuseio no solo e dimenses fsicas dos pores de transporte dos avies.

No Brasil, o transporte areo foi fundamental para estabelecer conexes entre as regies mais distantes, isto , entre os grandes centros urbanos e a regio litornea. Esse fato uma consequncia da dimenso continental do Pas, de uma forte diversificao socioeconmica, da pequena integrao entre as diferentes regies e dos pssimos servios oferecidos pelos demais modais de transportes para as regies mais afastadas.

O modal areo oferece servios regulares, pontuais (por contratos) ou prprios (empresas que contam com seus prprios veculos).

O servio areo oferecido em algum dos sete tipos: linhas-tronco domsticas regulares, cargueiras (somente cargas), locais (principais rotas e centros menos populosos, passageiros e cargas), suplementares (charters, no tem programao regular), regionais (preenchem rotas abandonadas pelas domsticas, avies menores), txi areo (cargas e passageiros entre centros da cidade e grandes aeroportos) e internacionais (cargas e passageiros).

Tipos de servios areos disponveis no Brasil:Linhas-tronco Domsticas Regulares So as que, alm do transporte de passageiros (sua prioridade), transportam cargas (a capacidade em termos de volume reduzida).

Linhas exclusivamente Cargueiras So operadas por transportadores regulares apenas de cargas, o que significa maior capacidade em termos de volume. Como as operaes concentram-se no perodo noturno, seus fretes so em torno de 30% mais baixos que os das linhas-tronco domsticas.

Linhas Locais - Providncia servio de conexo entre as principais rotas e locais menos populosos, trabalham com cargas e passageiros.

Linhas Suplementares So os vos chamados charter, que operam com como as empresas de linhas-tronco, porm sem regularidade dos servios, funcionando sob demanda e, geralmente, com lotao completa tanto para cargas quanto para passageiros.

Linhas de Alimentao Regional Faz a ligao entre os grandes centros urbanos e as reas com populao menor, geralmente operam com aeronaves de menor porte; as rotas regionais servem como alimentadoras das rotas principais que ligam os grandes centros.

Txi-Areo So empresas que operam mediante demanda (sem regularidade), tanto de passageiros como de cargas, fazendo rotas dentro de grandes centros ou de pequenas cidades. Sua vantagem a capacidade de operar em locais onde no existe a infra-estrutura capaz de suportar aeronaves de maior porte. Geralmente valem-se de avies menores e helicpteros.

Linhas Internacionais So as rotas regulares, operadas por grandes companhias, que fazem a ligao entre pases, transportando pessoas e cargas. So a base do transporte para produtos perecveis de alto valor agregado ou para pequenas encomendas (amostras, por exemplo) no comrcio internacional.

O modal areo apresenta vantagem significativa no que se refere relao entre tempo e distncia, em virtude da alta velocidade que pode ser atingida nos trajetos (um jato comercial pode variar numa velocidade entre 870 e 940 km/h. Porm, isso vlido, geralmente, para longas distncias, uma vez que a velocidade mdia entre dois pontos menor em razo dos tempos de taxiamento e espera em cada aeroporto, alm dos tempos de ascenso (subida) at atingir as velocidades de cruzeiro e de descida.

Embora o valor do frete no modal areo seja bastante elevado, pode ser trs vezes maior em elao ao rodovirio e at quatorze vezes maior em relao ao ferrovirio. A demanda pelo transporte aerovirio cresce em virtude de sua rapidez, sobretudo em operaes internacionais em que se transportam bens de alto valor agregado, amostras ou produtos perecveis (como flores, por exemplo).

necessrio verificar, ainda, os tempos de carga e descarga em solo, pois, quando se trata de transporte, o tempo mais importante a ser observado o porta a porta. Nesse caso, operaes rodovirias, e at mesmo as ferrovirias, podem oferecer um tempo menor.Outro fator que leva ao cre