Unidade 7

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UNIDADE 7 Apresentação de Slides Digitais na Escola

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UNIDADE 7Apresentação de Slides Digitais na Escola

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Nosso trabalho está chegando em um momento muito especial! Ao longo do curso cada grupo teve a oportunidade de desenvolver seu Projeto Integrado de Aprendizagem e aprofundar seus conhecimentos acerca da Educação Digital. Agora chegou o momento de partilhar com os seus colegas os saberes construídos!

Com está finalidade, iremos trabalhar outro formato de autoria, produzindo uma apresentação! A elaboração desse tipo de material irá demandar do grupo novas operações de pensamento, agora voltadas para a síntese e organização das informações já produzidas ao longo do projeto.

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Qual é o desafio? Aproveitar as características de expressão da linguagem visual e audiovisual e estar atentos às questões de forma e de conteúdo ao elaborar slides. Também refletir sobre qual o papel deste tipo de ferramenta na aprendizagem, para além do suporte a apresentações de aulas e palestras.

Para dar suporte a essa atividade, utilizaremos um Editor de Apresentações. Tais ferramentas permitem integrar texto escrito, imagens fixas e audiovisuais, tabelas e gráficos nos slides que compõem uma apresentação sobre um determinado assunto. Há ainda diversos efeitos que podem ser empregados para deixar a exibição mais atraente.

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OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DESTA UNIDADE DE ESTUDO E PRÁTICA:

Identificar características da linguagem visual e os princípios de diagramação e design que devem estar presentes ao preparar uma apresentação;

Conhecer os recursos básicos do site Slideshare; Identificar a importância e as etapas do planejamento

de uma apresentação de slides; Refletir sobre os efeitos que uma apresentação produz

sobre os participantes e sobre sua aprendizagem, mas especificamente, analisar qual a importância da autoria destas apresentações de slides na aprendizagem;

Compreender os princípios de construção de uma imagem digital, identificando os principais formatos de compressão utilizados e suas características mais importantes;

Aplicar alguns dos recursos de tratamento de imagens incluídos no BrOffice Writer e BrOffice Impress.

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O QUE É MESMO UMA APRESENTAÇÃO?

As atuais apresentações eletrônicas inspiraram-se nas apresentações de slides (também chamadas de transparências ou diapositivos) feitas através dos aparelhos retroprojetores e dos projetores de slides.

Nestes aparelhos, os diapositivos ou transparências são projetados um após o outro e ilustram ou sintetizam os assuntos que serão abordados numa aula, palestra ou conferência. Os slides são projetados enquanto o conferencista expõe o tema. Em geral, os slides contêm figuras, textos, diagramas, gráficos,etc.

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O QUE É UMA APRESENTAÇÃO ELETRÔNICA?

Uma apresentação eletrônica constitui-se de um documento que é também formado por uma série de slides, porém digitais. Um editor de apresentações é um software que permite editar e apresentar estes slides. Há inúmeras vantagens em usar o computador na preparação dos slides. Além da economia por não precisar gastar com a compra e produção das lâminas de transparência ou diapositivos, no digital a condição estática destes recursos foi superada. Nos computadores nós podemos ter interação. Ao clicar o mouse, podemos, além de simplesmente passar para o próximo slide, disparar uma animação dos elementos gráficos nele contidos. Por exemplo, podemos ver um gráfico sendo construído na tela enquanto a explicação oral está sendo dada. Podemos ver uma imagem ter suas cores pouco a pouco sendo esmaecidas (efeito de fade - out do cinema), podemos ver uma imagem aumentando de tamanho, piscando etc.

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O DINAMISMO DAS APRESENTAÇÕES

Além de trazer dinamismo aos slides, as apresentações por computador também podem incluir sons. Podemos ter uma música de fundo tocando associada a uma imagem, por exemplo. Aqui temos uma possibilidade e tanto! Se podemos incluir som, então esses documentos digitais podem até funcionar sem os apresentadores (é possível incluir um áudio com falas gravadas, além da música de fundo). Ou seja, as apresentações podem apresentar a si mesmas. É isso mesmo! Elas ganharam vida própria, e há muitos destes documentos navegando pela internet, através dos e-mails ou através de sites específicos.

Outro aspecto importante é a possibilidade de navegação não linear através dos slides – podemos navegar em ciclos, voltando de tempos em tempos aos mesmos slides. Todas estas características fazem das apresentações digitais verdadeiros documentos hipermídia.

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TRABALHANDO COM IMAGENS  O trabalho com imagens ainda é um campo

a ser descoberto pelas escolas. Mas já podemos concordar que, imersos neste mundo midiático, é importante usar imagens nas nossas produções digitais, sejam elas apresentações, Blogs ou textos em geral. O uso das imagens digitais exige de nós algum conhecimento. Como é produzida a imagem a imagem digital? Como é digitalmente representada? Como modificá-la ou editá-la? Ter alguma compreensão a respeito destas questões nos ajudará a lidar bem com as imagens, sem ter surpresas no meio do caminho.

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IMAGENS DO GOOGLE

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OUTRAS FONTES DE IMAGENS Outra fonte importante para nossas imagens

digitais são obviamente as fotos que tiramos com nossas câmeras fotográficas digitais (já presente inclusive na maioria dos celulares). Quanto a isso, é recomendável conhecer os recursos da sua câmara e aprender a descarregar as fotos nos computadores. Sugerimos que aqueles que tiverem câmeras ou celulares exercitem como fazer isso, pedindo ajuda aos formadores.

As imagens digitais podem também ser produzidas com ferramentas digitais de desenho. Há desde ferramentas bem simples até muito complexas. A mais simples delas no ambiente Windows é o “Paint Brush”, que tem como sua similar no Linux Educacional o “Kolour Paint”.

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TEXTO

Por que e como devemos usar apresentações de slides na escola?

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O uso das apresentações de slides é muito frequente no mundo corporativo e também nas universidades e escolas privadas. A razão disso é simples, estas organizações têm acesso aos recursos necessários: o computador, o projetor multimídia, as telas de projeção. Mas em alguns casos o uso se transformou em abuso. Pelo excesso mesmo! Alguns professores nunca mais chegam perto de um quadro de giz. Vamos analisar por que isto não é muito recomendável.

Há argumentos bem fortes contra este abuso. No Blog “Café Filosófico”, ligado à Universidade de Évora, o professor Renato Martins Publicou um post onde afirma que assistir a aulas com este tipo de apresentação pode promover uma atitude preguiçosa e descompromissada dos

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estudantes. É verdade, porque nessas aulas, em geral, os estudantes não precisam tomar nota de nada e nem há tempo para isso. Os slides são passados muito rapidamente. Os alunos assumem uma atitude passiva, como expectadores apenas. Nas palavras do professor Martins, “embora sempre tenha havido alunos com um interesse secundário na sabedoria, a tecnologia potencia ainda mais os conhecimentos falsos e a ignorância escondida. A questão da cidadania e a noção de pensamento crítico e autônomo vão-se perdendo, dando lugar a um analfabetismo funcional, uma série de macacos cibernéticos que sabem funcionar, mas não se interrogam bem porque o fazem” (MARTINS, 2008).

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Como dissemos, o argumento é forte! Vamos tentar entender o que leva um professor universitário a se pronunciar de modo tão enfático. Analisemos o que diz outro professor que concorda que o risco acima existe: é o professor José Carlos Cintra, da USP de São Carlos. Ele argumenta que “com o uso da lousa, duas características são muito valiosas em termos didáticos. A primeira é o fato de o professor representar a figura central, e a lousa apenas um instrumento a seu serviço. A outra característica é que, na lousa, as informações aparecem passo a passo. Os desenhos, as equações, as definições etc., tudo é construído com o acompanhamento do aluno” (CINTRA, 2007).

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Ele nos alerta que o uso inadequado dos slides (em número excessivo, poluídos de informação, com frequência exagerada) muda a dimensão tempo na relação do professor com aluno e deste com o conhecimento. Diz ainda o professor Cintra que “cada slide mostra todo o seu conteúdo de uma vez só. Esses slides autoexplicativos são projetados continuamente, sem interrupção, ofuscando o professor. Nessas condições, mesmo ótimos professores não conseguem dar boas aulas. Como refém da projeção, e sem chance de demonstrar o seu conhecimento e de cativar os alunos, o professor tem a sua atenção monopolizada pela tela de projeção e, por isso, geralmente se posiciona de costas para o seu público, tornando-se um mero coadjuvante” (CINTRA, 2007).

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O professor Cintra recomenda que se você está usando os slides digitais como complemento da sua aula, então fuja dos slides autoexplicativos, pedindo que o foco volte a ser você, o professor, sendo os slides apenas um acessório. Outra recomendação é que não se privilegie a forma em detrimento do conteúdo. As possibilidades de recursos multimidiáticos acabam ofuscando a mensagem. É preciso cuidado!

Em artigo publicado na revista digital “Língua UOL”, a professora de língua portuguesa da Faculdade de Informática e Administração Paulista, Ana Cláudia Moreira, concorda com estes aspectos. “A gente acaba acostumando mal os alunos. Quando havia só giz e lousa, as crianças escreviam mais. Hoje, os alunos estão acomodados. O professor passa

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o PowerPoint e depois passa para os alunos o arquivo. Há uma cobrança deles pelo arquivo, e aí deixam de escrever e anotar” (MOREIRA apud MURANO, 2009).

E o professor da Universidade Positivo de Curitiba, Ricardo Macedo, no mesmo artigo mencionado acima, sintetiza: “É uma ferramenta que complementa a educação, como um quadro-negro, um retroprojetor ou um livro ao alcance de um bom educador. Mas um professor que baseia suas aulas só nessa ferramenta comete um grave erro. É como comer um só tipo de alimento, por mais que possa ser bom, não nutre por completo” (MACEDO apud MURANO, 2009).

Então, ficou claro! Precisamos ter cuidado ao usar esta ferramenta. Nas escolas públicas, em geral isto não é um não é um problema, até porque nestas escolas os recursos tecnológicos são escassos. Mas esperamos

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que isto mude no futuro, então é bom começar já a aprender com os erros dos outros, para não repeti-los, não é mesmo?

De todo modo, todos os autores citados concordam que, se bem utilizadas, as apresentações de slides digitais trazem a vantagem da agregação de imagens e sons criando um contexto muito mais envolvente do que apenas a fala do professor. E, trazem também a vantagem de destacar e dar ênfase aos pontos mais importantes de um conteúdo. Neste sentido, a professora Moreira destaca que o uso deste recurso estimula a capacidade de síntese, de concisão e de objetividade, o que promove uma “atenção redobrada ao

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padrão do idioma, já que o manejo atropelado da língua se torna, durante uma apresentação, algo que ‘salta aos olhos’.” (MOREIRA apud MURANO, 2009).

Mas esta capacidade de síntese, concisão etc. apenas surge para quem cria uma apresentação, não para quem a assiste. Então chegamos aqui a uma conclusão importante: os nossos alunos também devem ser autores das apresentações. ``e isso mesmo! Afinal, já sabíamos que numa escola participativa e dialógica, o discurso não é unilateral, a autoria e sistematização do conhecimento devem ser compartilhadas entre professores e estudantes.

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O professor Sérgio Abranches, em entrevista dada à Agência Rio-Mídia, destaca como questão básica a importância dessa partilha na produção do conhecimento: “não estou falando aqui da socialização do conhecimento, algo muito importante. Falo do processo de produzir conhecimento; este deve ser partilhado, cooperado.” (ABRANCHES, 2008). Ele nos orienta que precisamos atuar de modo a não permitir que a cópia nos trabalhos escolares seja uma alternativa viável. E dá três dicas importantes para isso:

-- “A primeira questão que o professor deve fazer é refletir sobre o que ele propôs aos alunos e o modo como ele propôs. Aí está a raiz da questão. Se o aluno não foi convocado para ser autor-colaborador daquela

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atividade, ele não se sente com o compromisso de produzir nada que seja dele, ou a partir dele.” (ABRANCHES, 2008).

– Outra questão é participar e mediar o processo de produção dos alunos (que questões levantaram, que fontes utilizaram, que dificuldades tiveram, o que facilitou ou dificultou as análises feitas etc.);

-- Por fim, o último aspecto é a confrontação das produções de diferentes grupos de alunos, buscando a troca, a reflexão e ad identificação dos pontos comuns e das particularidades e diferenças.

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“O uso e a democratização do computador geraram uma série de novos desafios para os linguistas. A possibilidade oferecida pelo PowerPoint, de relacionar imagens, sons, textos e vídeos, representa um valioso instrumento para o processo de comunicação interpessoal.” (MURANO, 2009). Desafios maiores ainda estão colocados para os professores.

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