Unidade 8 temas 3 e 4 8º ano

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Indicadores socioeconômicos África Tema 3 – Unidade 8

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Indicadores socioeconômicos

ÁfricaTema 3 – Unidade 8

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Condições de vida no continente

As condições de vida do povo africano sãopéssimas, pois a qualidade dos serviços públicosé precária e a população não desfruta de políticasassistencialistas.

A dívida externa consome grande parte da receitados países africanos, além disso, existe ainda odesvio de verbas, de recursos que deveriam serinvestidos em serviços sociais básicos (moradia,saúde, educação, entre outros); por isso, grandeparte da população africana não desfruta depolíticas assistencialistas.

A qualidade dos serviços públicos é precária, oque resulta no pior IDH do mundo.

O continente é rico em recursos minerais masesta riqueza não é utilizada para melhorar adistribuição de renda e a qualidade de vida dapopulação. Veja mapa ao lado.

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Saúde

• Na maioria dos países africanos, não hácondições de atendimento e infraestruturanecessárias que garantem acesso à saúdepara a maioria da população.

• A África enfrenta inúmeros problemas,especialmente sociais. No entanto, nasúltimas décadas uma doença tem impedidoo desenvolvimento do continente, a AIDS. Acontaminação começou no início dos anos80, expandindo-se rapidamente, pois em1990 já existiam 10 milhões de infectados.

• O acesso ao saneamento básico alcançamenos de 50% da população na maior partedos países africanos.

Ebola é uma doença causada por um vírusde mesmo nome, e seu principal sintomaé a febre hemorrágica, que causasangramentos em órgãos internos. O vírusé nativo da África e é transmitido pelocontato direto com o sangue, fluidoscorporais e tecidos de animais ou pessoasinfectadas.

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Atendimento médico

• O acesso a médicos e amedicamentos na África,principalmente na porçãoSubsaariana, é bastante precário.

• As más condições de vida e aprecariedade no atendimentomédico-hospitalar agravam adisseminação de doenças comomalária, febre amarela, ebola emeningite. No entanto, não se podeignorar que, diante de problemas desaúde, grande parte da populaçãorecorre ao saber local, transmitidodurante séculos e usado com sucessono tratamento de algumas doenças.

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A expectativa de vida no continentetambém é baixa quandocomparada às médias de outroscontinentes. Em países comoGuiné-Bissau, Serra Leoa, RepúblicaDemocrática do Congo, RepúblicaCentro-Africana e Zâmbia, esseindicador está abaixo de 50 anos.

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A AIDS

• A doença tem uma participação negativana configuração do IDH (Índice deDesenvolvimento Humano) dos paísesafricanos no que diz respeito à esperançade vida, isso porque o índice demortalidade é alto.

• O impacto da AIDS não se restringesomente à perda de vidas, mas tambéminterfere diretamente na composição daPEA (População Economicamente Ativa)dos países, camada da populaçãocomposta por adultos que se encontraminseridos no mercado de trabalho epodem gerar renda, pois podecomprometer um possíveldesenvolvimento.

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Na África Subsaariana há aproximadamente 25 milhões de pessoas infectadas pelo vírus HIV, causador da aids, o que representa cerca de 70% dos portadores da doença no mundo.

A expansão do vírus HIV na África é resultado

• Da falta de assistência médica adequada;

• da insuficiência de informação ou de campanhas esclarecedoras;

• do desemprego e pobreza;

• de hábitos culturais arraigados em detrimento do conhecimento científico.

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Educação

• O acesso à educação se mostraespecialmente precário na ÁfricaSubsaariana, principalmente nas áreasrurais.

• Na maioria dos países da África hádesigualdades quanto à permanênciade homens e mulheres nas escolas,visto que, por questões culturais ereligiosas, os homens frequentam maisas escolas e as universidades que asmulheres, que têm as menores taxas dealfabetização no continente.

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Pobreza, fome e conflitos

A África é o continentecom algumas das pioressituações em termos derendimentos.A fome está presente emvários países, onde muitasvezes grande parte dapopulação sofre dedesnutrição crônica,ingerindo menos de 2.400calorias por dia.

Causas naturais Seca, clima, terremotos,inundações, pragas de insetos,falta de chuva e água, falta desemente e muitas outras causasque já deixaram muitos mortos.

Causas humanasConflitos civis, guerras queimpedem a chegada dealimentos nas regiões,invasões, destruição decolheitas, distribuiçãoineficientes dos alimentos eoutras

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E a monocultura, qual a sua relação com a fome? A produção monocultora produzreflexos sociais negativos, issoacontece porque o cultivo dealimentos (inhame, mandioca, sorgo),que fazem parte da dieta local, não éproduzido para dar lugar a produtosde exportação. Por não seremautossuficientes na produção dealimentos, esses países são obrigadosa importar, o que agrava ainda mais osproblemas ligados à fome.

As melhores terras nas áreas tropicaisestão voltadas para os produtosvoltados à exportação, herança doperíodo colonial

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O imperialismo europeu na África

A crescente industrialização na Europa no século XIXnecessitava cada vez mais de matérias-primas para abastecersuas indústrias e de meios para expandir seus mercadosconsumidores. Diante disso, os países europeus industriaisinvadiram a África e a retalharam. A Ásia também foi tomadapelas potências europeias.

A partilha do continente deu-se de forma arbitrária. Ademarcação das fronteiras não respeitou as populaçõesnativas. Tribos rivais ficaram confinadas entre as mesmasfronteiras, enquanto tribos etnicamente relacionadas foramseparadas pelos limites estabelecidos.

As atuais fronteiras foram traçadas pelos colonizadoreseuropeus sem respeitar a antiga organização tribal e adistribuição geográfica das etnias no continente. A ação doscolonizadores, combinada com outros fatores, resultou emvários problemas econômicos, sociais e territoriais e éresponsável por diversos conflitos nesse continente.

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A fragmentação territorial

A Conferência de Berlim, realizada entre 1884 e 1885, reuniu 14 potênciasdo século XIX para debater a ocupação do continente africano.

A demarcação das fronteiras não respeitou as populações nativas: gruposrivais ficaram confinados entre as mesmas fronteiras, enquanto gruposetnicamente relacionados foram separados pelos limites estabelecidos queobedeceram somente aos interesses europeus.

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Exploração colonial• Os europeus impuseram sua língua, seu modo de vida e sua estrutura administrativa e passaram

a retirar minérios e a plantar produtos tropicais.

• As populações locais perderam terras para o plantio de lavouras para exportação, o que perdura até hoje.

• Com a presença dos europeus, que impuseram sua cultura, alguns grupos se rebelaram e seconfrontaram. Como os africanos não tinham armas, foram facilmente derrotados, até porqueos europeus possuíam experiência em guerras.

• As imposições culturais foram no sentido de fazê-los vestir roupas, já que alguns grupos tribaisnão tinham esse costume, mudança de hábitos alimentares, mudança da língua e religião(introduzindo o catolicismo), mudança produtiva, enfim, houve a perda da identidade cultural.

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A infraestrutura implantada peloseuropeus visava exclusivamente facilitaro escoamento dos produtos queretiravam de suas colônias e levavampara a Europa, como a construção delinhas férreas ligando áreas mineradorasaos portos.

Assim sendo, as maiores cidades selocalizam no litoral do continente, paraonde as populações se deslocaram noperíodo da colonização.

A integração dos países africanos nocontinente permanece pouco articulada.Durante a colonização foramconstruídas ferrovias e estradas queconectavam o interior (as áreasprodutoras de gêneros de exportação)somente aos portos. Esse processo foidenominado sangria do território, jáque os recursos eram drenados para oexterior.

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A independência• Com a independência dos territórios coloniais, a

partir de meados do século XX, essas fronteirasforam, em linhas gerais, mantidas.

• Antigas rivalidades étnicas voltaram à tona e asdisputas políticas entre grupos concorrentes comfrequência resultaram em golpes de Estado econflitos armados.

• A independência política do continente não foiacompanhada da respectiva independênciaeconômica e financeira, visto que as naçõesindependentes politicamente não conseguiramalterar de forma efetiva as precárias condições devida da população.Assim sendo, embora tenha ocorrido adescolonização, o processo de estruturação da Áfricaenfrenta vários problemas, tais como dificuldadesinternas que remetem às questões políticas, as lutastribais, que são heranças da partilha; os governosditatoriais, que muitas vezes são extremamentecorruptos, e a dependência financeira.

Em apenas cem dias em 1994, cerca de 800 mil pessoas foram massacradas em Ruanda

por extremistas étnicos hutus. Eles vitimaram membros da comunidade minoritária tutsi,

assim como seus adversários políticos, independentemente da sua origem étnica.

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Em termos econômicos, os paísesmantiveram o mesmo modeloexportador de produtos primários,e a indústria praticamente não sedesenvolveu. As plantations, umsistema de monocultura emlatifúndios priorizando os interessesexternos, continuaram ocupandoas melhores terras e grande partedas populações da África continuouvivendo da agricultura desubsistência.

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África: inserção global

Tema 4 – Unidade 8

A economia africana caracteriza-se pelo modelo agrário-exportador, o

que coloca o continente em desvantagem no mercado global, já que exporta produtos mais baratos

e importa produtos manufaturados.

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África na economia mundial

• Nos últimos anos, a economiaafricana registrou expressivocrescimento. O PIB docontinente triplicou entre 2000e 2010, atingindo 1,5 trilhão dedólares.

• Esse crescimento considerávelestá relacionado à redução deconflitos armados e àsrenovadas políticas das classesdirigentes que buscam maisinvestimentos externos para ospaíses africanos.

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Modelo agrário-exportador

Uma característica comum aospaíses do continente é o papelpreponderante quedesempenham na economiamundial como exportadores deprodutos primários de baixovalor agregado, como gênerosagrícolas tropicais e recursosminerais ou energéticos.

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O petróleo

A partir de meados doséculo XX, com odesenvolvimento dasindústrias petroquímicasno continente, o petróleoganhou destaque. Hoje,esse recurso natural éextraído principalmentena região do delta do RioNíger, na Nigéria, além deser encontrado em paísescomo Gana, Angola,Gabão, Egito, Líbia eArgélia

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IndústriaÉ nas atividades primárias que está empregada amaior parte da população economicamenteativa (PEA) dos países africanos, com algumasexceções, como nos casos da África do Sul,Argélia, Egito e Tunísia. A atividade industrial ébem pouco difundida, sendo a África ocontinente com o menor índice deindustrialização no mundo.

A exceção é a África do Sul, que apresentadiversificado parque industrial (com indústriasquímicas, mecânica, de papel, aeronáutica,automobilística, têxtil, alimentícia, entre outrostipos), sobretudo nos arredores da cidade deJohanesburgo e da Cidade do Cabo.

Boa parte das indústrias que atuam em soloafricano é composta de transnacionais ou deempresas ligadas a grupos tradicionais dapequena elite africana que concentra os lucros.

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Comércio e serviços

• Geralmente as atividades de comércioe serviços absorvem grande parte damão de obra nas cidades africanas,onde os tipos de comércio — como asfeiras, os mercados populares, e osvendedores ambulantes e ostransportes — ocorrem nainformalidade, ou seja, sem que osimpostos devidos dessas atividadessejam pagos e nem os trabalhadorestenham acesso aos seus direitos.

• Em alguns desses países, mais de 90%da população trabalha nainformalidade.

Comércio na beira da estrada próximo a Malawi / África

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Integração econômica no contexto global

Durante a Guerra Fria, os Estados Unidos se firmaram como o principalparceiro econômico do continente africano.

Ainda existem intensas relações entre os ex-colonizadores e suas ex-colônias. O Reino Unido, por exemplo, mantém influência política eeconômica por meio do Commonwealth, uma organizaçãointergovernamental formada principalmente por ex-colônias do ImpérioBritânico no mundo (veja mapa no próximo Slide).

A organização tem como objetivo a promoção da democracia, dos direitoshumanos, da liberdade individual, do igualitarismo, do livre comércio e dapaz mundial. Efetivamente, também garante a fluidez dos produtos inglesesàs ex-colônias que são dependentes da importação de bensindustrializados.

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Relações com a China

É cada vez mais forte a relação que a China vemestabelecendo com os países africanos.

Graças a seu elevado crescimento econômico, a China setornou a segunda maior economia do planeta, com base naatividade industrial.

Além de petróleo, a China importa também algodão bruto,cobre, minério de ferro, platina e madeira dos paísesafricanos. Em “troca”, investe em projetos de infraestrutura,tais como a reconstrução de linhas de trem na Angola,incluindo aquela para o porto em Benguela, usada paraescoar o cobre do Zâmbia. Novos projetos de barragensestão sendo financiados na Zâmbia, Sudão e Etiópia. AChina também está financiando o desenvolvimento deprojetos como hospitais e escolas.

Apesar de contribuir para o desenvolvimento de países docontinente africano, a ação da China é questionada. Muitosacusam os chineses de não transferirem tecnologia para osafricanos, usando mão de obra nativa apenas para ospostos de trabalho menos qualificados, e os cargos maisaltos sendo ocupados pelos próprios chineses.

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União Africana (UA)União Africana (UA) é a organização internacional que promove a integração entre ospaíses do continente africano nos mais diferentes aspectos.

Fundada em 2002 e sucessora da Organização da Unidade Africana (OUA), estaorganização , ajuda na promoção da democracia, direitos humanos e desenvolvimentoeconômico em África, especialmente no aumento dos investimentos estrangeiros pormeio do programa Nova Parceria para o Desenvolvimento da África.