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UNIDADE I – COMPREENDENDO O ATO DE ESTUDAR Esta unidade tem como um de seus principais objetivos apresentar aos estudantes algumas técnicas que envolvem o ato de estudo, visando o desenvolvimento dessa prática. Entretanto, nada se conseguirá se os iniciantes não buscarem um envolvimento adequado, valorizando o processo e percebendo o quanto a prática de estudo poderá trazer benefícios para seu próprio cotidiano. Desse modo, a etapa que o estudante precisa vencer para se tornar um estudioso é conhecer e utilizar procedimentos que facilitem os seus estudos. Pesquisas realizadas comprovam a validade de tal afirmativa. Severino (1994) adverte que a aprendizagem exige dos estudantes novas atitudes para que esse processo seja alcançado com sucesso. O autor destaca dois elementos como fundamentais: - A autonomia no processo de aprendizagem e postura de auto-atividade didática rigorosa, crítica e criativa; ou seja, o estudante deve torna-se responsável por suas estratégias de modo que elas possam trazer significado real para esse processo. - Um projeto de trabalho intelectual individualizado, levando-se em conta os materiais didático e científico que se constituem, basicamente, em bibliografia especializada. Isso nos leva à questão da formação da biblioteca pessoal dos estudantes. Os livros são caros, tornam-se ultrapassados com alguma rapidez (pelo menos as edições), e o hábito de utilização de cópias dificulta a formação de acervos pessoais. Apesar disso, os estudantes devem se conscientizar de que existem livros fundamentais nas diferentes áreas do conhecimento e que devem ser adquiridos. A assinatura de revistas também pode ser destacada como um hábito a ser cultivado, uma vez que os relatórios de pesquisa e as descobertas nas diferentes áreas do conhecimento, antes de aparecerem em livros, são publicadas em revistas e jornais. As revistas também oferecem a oportunidade de se ampliar a bibliografia sobre determinado assunto com novas referências. As universidades possuem bibliotecas. O estudante pode freqüentá-las, explorá-las. Lá se encontram obras de referência geral, periódicos, livros e

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UNIDADE I – COMPREENDENDO O ATO DE ESTUDAR

Esta unidade tem como um de seus principais objetivos apresentar aos

estudantes algumas técnicas que envolvem o ato de estudo, visando o

desenvolvimento dessa prática. Entretanto, nada se conseguirá se os iniciantes

não buscarem um envolvimento adequado, valorizando o processo e percebendo

o quanto a prática de estudo poderá trazer benefícios para seu próprio cotidiano.

Desse modo, a 1ª etapa que o estudante precisa vencer para se tornar um

estudioso é conhecer e utilizar procedimentos que facilitem os seus estudos.

Pesquisas realizadas comprovam a validade de tal afirmativa.

Severino (1994) adverte que a aprendizagem exige dos estudantes novas

atitudes para que esse processo seja alcançado com sucesso. O autor destaca dois

elementos como fundamentais:

- A autonomia no processo de aprendizagem e postura de auto-atividade

didática rigorosa, crítica e criativa; ou seja, o estudante deve torna-se responsável

por suas estratégias de modo que elas possam trazer significado real para esse

processo.

- Um projeto de trabalho intelectual individualizado, levando-se em conta

os materiais didático e científico que se constituem, basicamente, em bibliografia

especializada.

Isso nos leva à questão da formação da biblioteca pessoal dos estudantes.

Os livros são caros, tornam-se ultrapassados com alguma rapidez (pelo menos as

edições), e o hábito de utilização de cópias dificulta a formação de acervos

pessoais. Apesar disso, os estudantes devem se conscientizar de que existem

livros fundamentais nas diferentes áreas do conhecimento e que devem ser

adquiridos.

A assinatura de revistas também pode ser destacada como um hábito a ser

cultivado, uma vez que os relatórios de pesquisa e as descobertas nas diferentes

áreas do conhecimento, antes de aparecerem em livros, são publicadas em

revistas e jornais. As revistas também oferecem a oportunidade de se ampliar a

bibliografia sobre determinado assunto com novas referências.

As universidades possuem bibliotecas. O estudante pode freqüentá-las,

explorá-las. Lá se encontram obras de referência geral, periódicos, livros e

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diferentes materiais que podem ajudar os estudantes em suas pesquisas e

trabalhos.

As bibliotecas estão organizadas no sentido de auxiliar os leitores e

pesquisadores. Assim, seu acervo se apresenta classificado por assunto, título e

autor, em fichas individuais reunidas em fichários por ordem alfabética. Nas

fichas, além de dados sobre a obra e o autor, está registrada a referência da obra

(código da biblioteca), por meio da qual ela é localizada nas prateleiras. Muitas

bibliotecas estão hoje informatizadas, oferecendo uma alternativa de organização

mais moderna.

1.1 Como e por que estudar? Estudar seriamente um texto é estudar o estudo de quem, estudando, o

escreveu. É perceber o quando e como um conhecimento foi produzido. É buscar as

relações entre o conteúdo em estudo e outras dimensões do conhecimento. Estudar

é uma forma de reinventar, de recriar, de reescrever - tarefa de sujeito e não de

objeto. Dessa maneira, não é possível a quem estuda, numa tal condição, alienar-se

ao texto, renunciando, assim, a sua atitude crítica no mundo em que vive.

Hoje, estamos vivendo um momento em que as informações e o

conhecimento aparecem a todo tempo. O mundo do trabalho, então, busca

profissionais preparados, atentos e cientes dos acontecimentos. Esse preparo só

pode ser alcançado através da capacitação. A importância da capacitação

profissional para a vida das pessoas encontra-se na possibilidade de acesso às

oportunidades de trabalho que, por sua vez, têm suas características modificadas a

cada dia.

A capacitação não só nos oferece condições para o exercício de

determinadas profissões como também objetiva preparar-nos para o mundo do

trabalho, oferecendo a oportunidade de uma melhor adaptação ao mercado

competitivo. A pessoa deve estar pronta, com hábitos e atitudes condizentes às

exigências desse mercado. Nesse caso, estudar torna-se uma ferramenta de

superação social, capaz de oferecer novas oportunidades e novos horizontes.

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O ato de estudar demanda humildade. Quando estudamos com vontade,

assumimos realmente uma posição humilde, coerente com a atitude crítica. Não nos

sentimos diminuídos se encontramos dificuldades. Isso ocorre porque o humilde e

crítico sabe que um texto, como desafio, pode estar mais além de sua capacidade de

resposta.

Nem sempre o texto se dá facilmente ao leitor. Nesse caso, o que se deve

fazer é reconhecer a necessidade de melhor se preparar e voltar ao texto para

buscar novamente condições de entendê-lo. Não adianta passar a página de um

livro se sua compreensão não foi alcançada. Impõe-se, pelo contrário, a insistência

na busca de seu entendimento. A compreensão de um texto não é algo que se

recebe de presente, mas que exige trabalho paciente de quem, por ele, se sente

problematizado.

Não se mede o estudo pelo número de páginas lidas numa noite ou pela

quantidade de livros lidos em um semestre ou em um ano. Devemos ter em mente

que estudar não é um ato de consumir idéias, mas de criá-las e recriá-las, fazendo

dessas um caminho para superar obstáculos.

1.2 Como e por que estudar? Estudar seriamente um texto é estudar o estudo de quem, estudando, o

escreveu. É perceber o quando e como um conhecimento foi produzido. É buscar as

relações entre o conteúdo em estudo e outras dimensões do conhecimento. Estudar

é uma forma de reinventar, de recriar, de reescrever - tarefa de sujeito e não de

objeto. Desta maneira, não é possível a quem estuda, numa tal condição, alienar-se

ao texto, renunciando assim à sua atitude crítica no mundo em que vive. Devemos

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então procurar espaços reservados com silêncio, isto pode nós ajudar a buscar

concentração para entendermos o que estamos estudando.

Hoje, estamos vivendo um momento onde as informações e o conhecimento

aparecem à todo tempo. O mundo do trabalho então, busca profissionais

preparados, atentos e cientes dos acontecimentos. Este preparo só se pode ser

alcançado através da capacitação. A importância da capacitação profissional para a

vida das pessoas, encontra-se na possibilidade de acesso as oportunidades de

trabalho, que por sua vez, têm suas características modificadas a cada dia.

A capacitação não só oferece a condições para o exercício de determinadas

profissões como também objetiva preparar para o mundo do trabalho, oferecendo a

oportunidade de uma melhor adaptação ao mercado competitivo, uma vez que a

pessoa deverá estar pronta, com hábitos e atitudes condizentes às exigências desse

mercado. Neste caso, estudar torna-se ema ferramenta de superação social, capaz

de oferecer novas oportunidades e novos horizontes.

O ato de estudar demanda humildade. Quando estudamos com vontade

assumimos realmente uma posição humilde, coerente com a atitude crítica, não nós

sentimos diminuído se encontramos dificuldades. Isto porque o humilde e crítico

sabe que o texto, na razão mesma em que é um desafio, pode estar mais além de

sua capacidade de resposta. Nem sempre o texto se dá facilmente ao leitor. Neste

caso, o que se deve fazer é reconhecer a necessidade de melhor se preparar e voltar

ao texto para buscar novamente condições de entendê-lo. Não adianta passar a

página de um livro se sua compreensão não foi alcançada. Impõe-se, pelo contrário,

a insistência na busca de seu entendimento. A compreensão de um texto não é algo

que se recebe de presente mas que se exige trabalho paciente de quem por ele se

sente problematizado.

Não se mede o estudo pelo número de páginas lidas numa noite ou pela

quantidade de livros lidos num semestre, ou em um ano. Isto porque devemos ter

em mente que estudar não é um ato de consumir idéias, mas de criá-las e recriá-las

fazendo destas um caminho para superar obstáculos.

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1.3 - Organizar – Para que e por quê?

É muito comum encontrarmos pessoas que não sabem distribuir

adequadamente o tempo de que dispõem para o estudo. A prática mais comum

consiste em ir acumulando tudo e estudar às vésperas das provas ou dos concursos

que desejamos fazer. Dependendo do estudante, isto talvez seja suficiente para

safar-se da reprovação, mas não o será para produzir a fixação adequada do

conteúdo e este será esquecido pouco tempo após as provas, testes e trabalhos mais

complexos.

Desta forma, a prática correta está em estudar um pouco todos os dias.

Mesmo que não seja um estudante do tipo "fera", daqueles que cumprem um outro

expediente de estudo em casa, valerá muito mais distribuir o número de horas que

você distribuiu no decorrer da semana do que estudar às vésperas das provas

achando que o dia anterior a ela, será o suficiente. Em outras palavras, o estudante

não estará "se matando" de estudar e sua aprendizagem dar-se-á de maneira mais

sólida e com maior consistência.

É por este caminho que julgamos ser o ideal para que você possa conseguir

fazer isso com sucesso. Desta forma, aconselhamos que o estudante organize

cuidadosamente o seu tempo de estudo. Ele pode começar colocando uma hora de

estudo por semana para cada disciplina. Assim, aqueles que obtêm bons resultados

nas avaliações não estudam necessariamente mais tempo do que aqueles que não

conseguem. O segredo está em descobrir qual é a forma mais eficiente de estudar.

O que importa é a qualidade do estudo e não apenas a quantidade de horas

estudadas.

1.4 – Como tornar mais produtivo o estudo

Para que possamos tornar o estudo mais produtivo, devemos tomar certas

atitudes que possam favorecer este momento. Isto porque para que haja proveito

satisfatório do tempo reservado para o estudo, vale apenas dividi-lo - sobre tudo

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para iniciantes. Para Matos (1994), esta divisão inicialmente deve ser feita por

períodos de cinqüenta minutos com paradas entre os períodos que se seguirem.

Estas paradas ajudam a quebrar a monotonia, a espantar o sono e a refrescar a

cabeça. Assim, Ribeiro (1997) nós oferece algumas dicas para elaborar melhor

nosso horário de estudos tornando esta tarefa mais proveitosa. Então:

• Reserve pelo menos duas horas de estudo diário.

• Procure estudar os conteúdos apresentados pelo professor o mais

cedo possível após a aula.

• Faça intervalos de dez minutos a cada 50 minutos de estudo.

• Estude primeiramente os conteúdos mais difíceis.

• Ao estudar um conteúdo, desligar-se das demais.

• Não esperar sentir vontade para começar a estudar na hora marcada.

• Seguir um plano de estudo até formar o hábito exemplo, hoje vou

estudar..........

• Procurar estudar alternadamente conteúdos onde haja mais ou menos

dificuldade.

• Utilizar o domingo como dia de descanso, no máximo usá-lo para a

leitura.

• Não esquecer de deixar espaço para o lazer, diversão faz muito bem

1.5- O que é a técnica e o que é método?

O ser humano contém em si uma potencialidade natural para a

aprendizagem (Rogers, 1986).

Desta forma, apresentamos aqui algumas sugestões que podem auxiliar

você neste momento. Não podemos ensinar, apenas podemos facilitar a

aprendizagem (ROGERS, 1974, p381). A aprendizagem torna-se significativa

quando o assunto é percebido pelo estudante como importante para os seus

propósitos, o que significa que o estudante aprende muito mais sabendo que este

conhecimento se tornará uma ferramenta importante para modificar sua própria

condição.

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De acordo com as definições estabelecidas ensinar é a ação de comunicar

um conhecimento, habilidade ou experiência a alguém, com a finalidade de que

este o aprenda, utilizando para isso um conjunto de métodos, técnicas e

procedimentos que se consideram apropriados. Neste sentido o método é o

caminho que você irá utilizar-se para promover seus estudos. Ou seja, são as

etapas que você utilizará para garantir este processo. Já as técnicas são as passos

que você traçará para promover este processo. Assim, reunimos aqui algumas

sugestões para ajudá-los neste momento:

- Prepare um ambiente adequado para estudar, reúna o material necessário,

planeie o quanto irá estudar nesse dia e que sejam compatíveis com as metas

propostas por você. Focalize então toda a sua atenção no texto, ou disciplina que

você está interessado em estudar;

- Programe-se em relação ao tempo. Veja que anteriormente já indicamos

que você deve destinar para cada 50 minutos de estudo um intervalo de 10

minutos, procurando movimentar-se a fim de fazer circular o sangue no corpo, e

principalmente no cérebro. Este intervalo é o tempo adequado para o seu cérebro

processar toda a matéria até ali estudada e com isso ter um maior rendimento, ou

seja, poderá estudar mais horas por dia, sem com isso “cansar” a sua cabeça e

prejudicar o seu desempenho.

- Antes de cada sessão de estudo procure dar uma vista de olhos no que vai

estudar, de forma a estruturar a matéria dentro da sua cabeça e rever a que você

já havia estudado, Organize por itens ou tópicos utilizando-se de lápis coloridos

ou canetas destaque.

- Durante as sessões de estudo, procure comer frutas e beber bastante

água, evite alimentos ricos em hidratos de carbono, tais como: bolachas, pão,

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bolos, etc., pois estes induzem à produção de hormonas facilitadoras do sono.

Lembre-se que o cérebro é o órgão do corpo humano que mais utiliza sangue e

que mais consome energia, portanto alimente-se adequadamente. Se for almoçar

ou jantar massas e carnes, opte por comer carne no almoço e massas à noite, pois

a carne (proteína) induz a produção de hormonas inibidoras do sono, e a massa

(hidratos de carbono) hormonas facilitadoras do sono.

- Procure dormir adequadamente, ou seja, cerca de oito horas diárias, não

invada a madrugada a estudar, pois, desta forma está a prejudicar várias funções

importantes, tanto cerebrais quanto de recuperação celular. O sono não é perda

de tempo, ele é muito importante no desempenho global, pois a “sua máquina”

precisa render ao máximo, e o máximo só se consegue cuidando bem dela.

Conheça-se bem, a si e aos seus ritmos e limites, procure respeitá-los.

- Quando você for estudar a primeira coisa que você precisa ter em mente é uma questão: O que é

que eu já sei sobre este assunto que eu pretendo estudar?? Na hora que você começar a estudar se pergunte:

Pergunte-se: o que eu já sei a respeito disto? Anote. Esta é a grande pergunta... pois tudo que você souber e

que esteja relacionado com a novidade servirá de apoio para capturar e sobretudo organizar a nova

informação. Então a técnica é simples. Basta perguntar-se a si mesmo... o que eu já sei sobre este assunto?

Aquilo que você já souber, será, provavelmente, um grande trunfo para os novos conhecimentos que você

deseja aprender.....

- Anotar é uma forma de fixar a informação. Mas você está fixando a informação num pedaço de

papel e não no cérebro. Mas já é alguma coisa. Isto porque nossa memória serve para armazenarmos

informações e depois recuperá-la. O pedaço de papel anotado tem a mesma função. Armazenar a

informação no papel e depois recuperá-la. Seja lá o que você tiver que aprender através de leituras ou de

exercícios, faça anotações para facilitar sua fixação e sua assimilação do conteúdo novo. Na hora do estudo

lembre-se dos seguintes pontos para sucesso desta ação:

1. anote pontos importantes da leitura;

2. anote suas dúvidas.

Para você anotar qualquer coisa em primeiro lugar você precisa ouvir ou ler a informação. Esta

informação será processada pelo seu cérebro, em seguida, através de suas mãos passará para o papel. Se

você anotou, você garantiu a ocorrência de um processo completo de entrada e saída da informação. Você

internalizou a informação, ou seja, ela foi processada pelo seu cérebro e depois você colocou-a no papel. Se

você conseguiu anotar significa que a informação foi captada pela sua atenção. Fazendo isto impedimos

aquela situação ilustrada pela expressão popular “Entrou por um ouvido e saiu pelo outro...” como se a

informação não tivesse passado pelo cérebro. Como se entre um ouvido e outro existisse um caminho vazio

por onde o vento e o som passam sem nenhum obstáculo.

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- A compreensão é fundamental para a fixação. É muito difícil fixar a

matéria sem compreendê-la. Fixação sem compreensão é “decoreba”. A

aprendizagem (fixação) depende da compreensão. E para facilitar a fixação é

importante que se faça a revisão.

- Consulte o dicionário quando tiver dúvidas do significado das palavras.

Veja então que estas são algumas sugestões para ajudar você neste processo, mas

temos a certeza que somente você poderá criar melhor estas técnicas e métodos

que poderão fazer de você um estudante de sucesso.

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UNIDADE II – COMPREENDENDO O ATO DE APRENDER

Aprender é fazer de uma informação, de um conceito uma ferramenta de

transformação de atitude ou de postura. Para entendermos mais esta afirmação,

vale pensar que desde que nascemos, aprendemos a todo o momento e

transformamos estas aprendizagens em ações e atitudes que, nos auxiliam em

ultrapassar etapas. Contudo, não aprendemos aos pedaços.

A aprendizagem é um processo contínuo e permanente onde aprendemos

todos os dias e a todo momento. Estarmos disponíveis a aprender, e a “reaprender”

torna-se então o grande diferencial para alcançarmos um nível de conhecimento

de forma que este possa nós oferecer condições de para enfrentarmos este

momento de mundo. Um mundo carregado de mudanças, e de exigências do qual

somente com conhecimentos e habilidades poderemos alcançar novos horizontes.

Então, aprender torna-se uma ferramenta indispensável para nós capacitarmos ao

enfrentamento das mudanças sociais e profissionais. Estar aberto para construção

de novos conhecimentos é modificar nosso cotidiano. É estar aberto para

novidades. Aprender é ganhar e adquirir conhecimentos que nos sirvam de suporte

para aplicar e desenvolver ações que possa reverter-se em benefícios próprios.

2.1 Entendendo a importância de aprender

Ao estarmos disposto em aprender devemos estar ciente de que este

processo é lento e muita das vezes difícil. Contudo, não podemos desistir diante

das dificuldades, isto porque temos certeza de que a própria vida é um exercício

de aprendizagem diária. Entender então se torna a chave para aprender e aplicar o

que foi aprendido. Se um tópico não foi bem entendido é aconselhável reler o

texto proposto para estudo, consultar um livro da bibliografia recomendada ou

então, discutir com um colega de classe. Assim, não tenha receio em procurar o

professor para esclarecer qualquer ponto que não esteja bem entendido. A simples

leitura das notas das aulas ou de partes deste nosso módulo ainda não são

suficiente para efetivar o aprendizado.

O aprendizado de qualquer tópico de estudo somente é eficaz quando,

durante o processo de fazer, ocorre também o processo de pensar o que se faz.

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Em todos os cursos, os professores geralmente procurarão relacionar a teoria

apresentada a uma série de exemplos ou exercícios.

É importante que durante o tempo de estudo se refaçam os exemplos

apresentados pelo professor, ou no nosso caso, os propostos pelas unidades

procurando novos exemplos e resolvendo os exercícios, mesmo que já tenham

sido resolvidos em outro momento.

Ainda neste momento, vale refletir que quando não aprendemos algum

conceito não é porque nos falta inteligência, mas porque falta algo que serve de

base à nova aprendizagem. Procurar saber o que é pode contribuir para superarmos

nossas dificuldades. Isto porque o conhecimento é encadeado, ou seja, é construído

passo a passo. É como uma corrente composta por elos que se juntam para formá-

la.

2.2 O conhecimento com moeda valiosa

Vivemos um momento de profundas transformações onde surge cada vez

com mais força no contexto das organizações, a idéia do profissional

empreendedor. Este profissional, é visto como um sujeito que busca

oportunidades, planeja e realiza ações, investe no seu desenvolvimento tem visão,

e sonhos. Estar preparado, ou seja, ter se capacitado, torna-se um passo

fundamental para que possamos conquistar novos espaços profissionais. Isto

porque "o conhecimento” torna-se peça fundamental para promover este processo,

daí ser tido como moeda, ou seja, como um valioso passaporte para novos

desafios. O capital intelectual – conhecimento acumulado de cada cidadão -

tornou-se então uma das principal fonte de riqueza tanto das organizações quanto

para os indivíduos. Isto porque é a partir do conhecimento, das habilidades, e da

forma com que nós relacionamos e desempenhamos nosso trabalho, nossas

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atividades, é que vamos indicar as tendências, criar novas oportunidades (ou

ameaças) de crescimento de uma empresa – e de nossa própria carreira�

profissional.��

Neste sentido, podemos afirmar que estudar torna-se uma grande

ferramenta de superação social, isto porque o conhecimento, o preparo nós

ajudam obter suporte para enfrentarmos novos desafios que hoje o mundo nós

oferece.

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UNIDADE III- COMPREENDENDO A LEITURA

Dando prosseguimento aos nossos estudos, podemos observar que, na

unidade temática anterior, você, dentre outras coisas, aprendeu que existem

procedimentos específicos para um estudo proveitoso.

Nesta unidade, vamos abordar algumas técnicas de leitura, pré-requisitos

para um estudo mais aprofundado. Ler é uma das competências mais importantes a

serem trabalhadas, principalmente após recentes pesquisas que apontam ser essa

uma das principais deficiências do estudante brasileiro. Não basta identificar as

palavras, mas fazê-las ter sentido, compreender, interpretar, relacionar e reter o que

for mais relevante. É com esse objetivo que esta unidade vai trazer para você, caro

estudante, algumas dicas de leitura, ato importante para o nosso processo de

aprendizagem.

3.1- A leitura

Galliano (1986) nos lembra que toda leitura é feita com um propósito.

Levamos em conta a investigação, a crítica, a comparação, a verificação, a

ampliação ou integração de conhecimentos. Para atingir esses propósitos, devemos

identificar as idéias principais do autor.

Caso o leitor não identifique o objetivo do escritor do texto, pode ocorrer a

dificuldade de compreensão. Como proceder para que o ato de leitura possa ser

prazeroso e o conteúdo de um texto seja compreendido?Mandam os especialistas

que se proceda, inicialmente, a uma leitura integral do texto e se determine a

unidade de leitura a ser estudada. Para se estabelecer a unidade de leitura, é preciso

entender que essa unidade é uma parte do texto que apresenta uma totalidade de

sentido. O texto fica, assim, dividido em etapas que vão sendo sucessivamente

estudadas. É um estudo analítico. Mas como procurar a idéia principal na unidade

de leitura?

Em algumas ocasiões, a idéia principal está explícita e é facilmente

identificada. Em outras, ela se confunde com idéias secundárias. Salomon (1994)

lembra que os elementos essenciais de uma oração são o sujeito e o predicado; eles

encerram a idéia principal. Quando se procura a idéia principal do autor em uma

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obra, usam-se outras técnicas facilitadoras: a leitura do índice, dos títulos e

subtítulos, prefácio, introdução etc.

Salomon (1994) destaca, ainda, a necessidade de se identificar os detalhes

importantes, básicos para a idéia principal. Eles se manifestam através de fatos e

exemplos que constituem argumentos ou provas da idéia principal.

Como proceder ao encontrar as idéias principais? Como destacá-las no

texto? Vejamos a seguir as principais técnicas para sublinhar, esquematizar e

resumir.

3.2- As técnicas de leitura

A técnica de sublinhar

Sublinhar é sinônimo de pôr em relevo, destacar ou salientar. É um

procedimento muito usado pelos leitores. No entanto, exige cuidados para ser útil.

A primeira recomendação a ser feita é não sublinhar durante a primeira leitura. A

não ser que você já conheça bem o assunto do texto e tenha muito claro o seu

objetivo com a determinada leitura.

Quando for feita a segunda leitura, busque a idéia principal de cada capítulo

e parágrafo, identificando os detalhes significativos, os conceitos, classificações

etc. Perceba que, ao sublinhar as idéias principais do texto, você criará uma forma

fácil de compreendê-lo. Essa técnica lhe ajudará muito em seus estudos. Em suma,

ao fazer a segunda leitura, sublinhe o que for relevante para os propósitos de seu

estudo, fazendo-o de maneira que, ao reler o que foi destacado, a idéia principal

esteja clara.

Vale ressaltar que, em alguns textos, as idéias principais encontram-se no

tópico frasal do parágrafo. O tópico frasal é utilizado por alguns autores com o

objetivo de nortear o desenvolvimento de sua reflexão sobre o tema proposto. Esse

recurso pode apresentar-se no início do parágrafo ou não. A seguir temos um

exemplo de parágrafo cujo tópico encontra-se sublinhado.

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“A prática da redação é muito importante para a formação profissional. Não

é apenas por causa da necessidade de redigir cartas, relatórios, ofícios, artigos que

um advogado ou administrador, por exemplo, precisa saber escrever. A prática da

redação é fundamental porque é um excelente treinamento para a organização do

raciocínio e para o desenvolvimento da capacidade de se expressar.

Mais informações sobre tópico frasal e exercícios sobre produção de textos

você pode encontrar no site do Programa de Apoio Pedagógico (PAP) da

UniverCidade, em PAP Língua Portuguesa:

http://www.univercidade.edu/html/pap/default.asp

A técnica de esquematizar

O esquema é uma representação sintética do texto por meio de gráficos,

códigos e palavras. Deve ser organizado segundo uma seqüência lógica na qual

aparecem as idéias principais e suas subordinadas. Caracteriza-se, por meio dessa

técnica, o inter-relacionamento de fatos e idéias.

A elaboração de esquemas exige a participação ativa do leitor na

assimilação do conteúdo, levando-o, também, a uma avaliação sobre a lógica do

texto. Salomon (1994) destaca as seguintes características para elaboração de um

bom esquema:

- fidelidade ao texto (manter as idéias principais do autor)

- estrutura lógica

- adequação ao assunto estudado

- utilidade

- cunho pessoal (levar em conta a sua maneira de ver os fatos)

Lembramos que existem duas maneiras principais de elaborar esquemas:

a) gráficos com chaves, colchetes ou colunas

b) numeração progressiva, letras ou algarismos romanos.

A técnica de resumir

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O resumo é uma condensação do texto no qual você apresenta as idéias

essenciais. Para elaborar o resumo, devem ser usados os mesmos procedimentos

indicados para sublinhar e para elaborar esquemas. O objetivo do resumo é

abreviar as idéias do autor sem, contudo, perder de vista a essência do texto.

Quando você considerar relevante, faça transcrições de trechos do próprio autor,

colocando-os entre aspas com o número da página entre parênteses.

As observações e interpretações pessoais bem como as referências

bibliográficas, ou seja a fonte (autor e título da obra), devem ser relacionadas e

acompanham o resumo sem prejudicar a fidelidade ao texto.

O resumo esquemático

Como o nome está dizendo, é uma técnica intermediária entre o resumo e o

esquema. Estabelecendo a unidade de leitura; destacando as idéias principais e

utilizando as técnicas de sublinhar, esquematizar e resumir, você estará preparado

para fazer a leitura analítica, tema que, a seguir, iremos apresentar.

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UNIDADE IV – COMPREENDENDO A PESQUISA

A crescente evolução e as rápidas mudanças nos conceitos científicos

levam o ser humano a indagar sobre os diferentes fatos que o circundam. Diante

de tantas interrogações, crenças e dúvidas, o ser humano necessitou se lançar ao

desconhecido e fazer dele um meio para superar seus próprios questionamentos.

O melhor caminho foi o da observação.

A observação, então, passa a ser um instrumento viabilizador da coleta de

informações. Essas informações, ao serem sistematizadas e processadas em suas

diferentes faces, podem oferecer possíveis soluções para as mais diferentes

questões e problemas de nosso cotidiano. Assim, pesquisar torna-se um meio

para se encontrarem explicações e respostas às dúvidas que o cotidiano nos

oferece.

Então, cabe perguntar: O que é pesquisa?

Fazer pesquisa é defender uma idéia, fundamentando-a com bibliografias

e coleta de dados. Para Gil (1995), pesquisa pode ser definida como o

procedimento racional e sistemático cujo objetivo é proporcionar respostas aos

problemas propostos.

A pesquisa é necessária quando não se dispõem de informações suficiente

para resolver um problema ou, então, quando a informação disponível se

encontra em tal estado de desordem que não possa ser, adequadamente,

relacionada ao problema.

Ainda nesse sentido, Gil (1995) afirma que a pesquisa é desenvolvida

mediante o curso dos conhecimentos disponíveis e a atualização cuidadosa de

métodos, técnicas e outros procedimentos científicos. Na realidade, a pesquisa

desenvolve-se ao longo de um processo que envolve inúmeras fases, desde a

adequação do problema até a satisfatória apresentação dos resultados.

Assim, podemos afirmar que a pesquisa é o mesmo que busca ou procura.

Pesquisar, portanto, é buscar ou procurar uma resposta para alguma coisa. Em se

tratando de ciência, a pesquisa passa ser a busca de solução a um problema que

alguém queira saber a resposta. Neste sentido, podemos produzir ciência através

de uma pesquisa. Pesquisa é, portanto, o caminho para se chegar à ciência, ao

conhecimento. É na pesquisa que utilizaremos diferentes instrumentos para se

chegar a uma resposta mais precisa.

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Então, observamos que os conhecimentos científicos partem da

problematização de uma situação que é investigada por meio da pesquisa. Neste

cenário, observamos que a pesquisa não é neutra e tem como base coleta, análise

e interpretação de dados. Nesse tratamento de investigação dos pensamentos e

ações, busca-se um determinado conhecimento.

Assim, a pesquisa se caracteriza como pura ou aplicada. A pesquisa pura

é aquela realizada por questões de ordem intelectual; amplia-se o saber e

estabelecem-se princípios científicos. A pesquisa aplicada é realizada por

questões imediatas, de cunho prático; buscam-se soluções para problemas

concretos. Portanto, fazer pesquisa é adquirir conhecimento. Pesquisa é "... a

produção científica, ou seja, uma das atividades mais importantes para o alcance

da qualidade e da eficiência..." (Kestring, 2001: 81)

Quando estudamos sobre pesquisas, logo descobrimos que é um termo

vasto, aberto e que, para compreendê-lo, é necessário tempo de estudo e

dedicação. Existe a necessidade de entender autores e construir metodologia

própria.

As diferentes áreas do conhecimento também proporcionam diferentes

possibilidades, delineamentos e metodologias de elaboração de pesquisas. Do

material coletado e consultado, observa-se claramente a diferenciação entre as

pesquisas realizadas nas áreas de saúde, de ciências sociais e ainda de mercado.

Essa diferenciação ocorre tanto do ponto de vista da elaboração (metodologia),

quanto da análise, interpretação, rigor cientifico, generalizações e conclusões a

respeito do assunto abordado.

Desta forma, a pesquisa varia de acordo com a qualificação do

investigador; para a maioria dos autores a metodologia da pesquisa científica

engloba questões como problematização (citar questões para ilustrar a

problematização apresentada em um projeto de pesquisa), construção de

hipóteses (apresentar alguns exemplos de hipóteses), tipos ou modalidades de

pesquisas, ações diferenciadas para a realização de pesquisas.

4.1 A pesquisa como um recurso de aprendizagem

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Ao trabalharmos na elaboração e confecção da pesquisa, diferentes

possibilidades de conhecimento geramos. É nesse contexto que o conhecimento

se transforma em um valioso recurso estratégico para a vida das pessoas.

Não é de hoje que o conhecimento desempenha papel fundamental na

história. Sua aquisição e aplicação sempre representaram estímulo para as

conquistas de inúmeras civilizações. As descobertas e o aprimoramento de

tecnologias são oriundos de pesquisas sistemáticas.

Partindo dessa afirmação, verificarmos que o conhecimento é um

elemento chave para assegurar o processo de aprendizagem. Estudar é trabalhar

na busca de conhecimentos mais significativos para a promoção da

aprendizagem. Logo, pesquisar é uma técnica de apoio para garantir qualidade à

aprendizagem.

Ao analisarmos essa reflexão com profundidade, atribuímos o valioso

sentido da pesquisa não só para a busca de entendimento mais profundo acerca de

um assunto, mas também para propiciar novos olhares e novas descobertas à

sociedade.

4.2 Tipos de pesquisa

A estrutura e a dinâmica da ciência assemelham-se a um imenso quebra-

cabeça em que cada peça simboliza uma nova unidade do conhecimento. O

sistema informal atua como o estágio em que os indivíduos, reunidos em torno de

objetivos comuns, promovem uma reflexão sobre os mesmos problemas na busca

de soluções. (KUHN, 1990: 74).

Diante dessas reflexões, vale dizer que diferentes autores apontam

características para os diferentes tipos de pesquisa. Assim, apresentam-se

diferentes classificações.

Pesquisa Bibliográfica – investiga o problema a partir do referencial

teórico existente em documentos e publicações. Ela é, por excelência, utilizada

na área das ciências humanas; é também utilizada como pesquisa resumo por

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iniciantes. Vale ressaltar que esse tipo de pesquisa é também a primeira etapa das

pesquisas descritiva e experimental.

Pesquisa Descritiva – caracteriza-se por estudar fatos e fenômenos

físicos e humanos sem que o pesquisador interfira. Procura-se descobrir, com a

precisão possível, a freqüência com que um fenômeno ocorre, sua relação e

conexão com outros, sua natureza e características.

O pesquisador utiliza técnicas de observação, registro, análise e correlação de

fatos sem manipulá-los. Essa modalidade de pesquisa é utilizada, principalmente,

pelas ciências sociais e humanas; procura investigar e conhecer situações e

relações que se desenvolvem na vida política, social, econômica. Cervo (1985),

aponta subdivisões ou formas de pesquisa descritiva.

Pesquisa Exploratória – é também chamada de pesquisa quase

científica, pois não se elaboram hipóteses a serem testadas, restringindo-se a definir

objetivos e buscar maiores informações sobre determinado assunto de estudo.

Recomenda-se essa forma de pesquisa quando é necessário ampliar conhecimentos

sobre o problema a ser investigado.

Pesquisa Explicativa – ocupa –se do estudo e da descrição das

propriedades ou relações existentes na realidade pesquisada. Assim como o

estudo exploratório, auxilia a formulação clara de um problema e de hipóteses em

pesquisas mais amplas.

Pesquisa Documental – estuda a realidade atual sendo, portanto,

diferente da pesquisa histórica; investiga documentos com o objetivo de

descrever e comparar diferentes tendências, usos, costumes.

Pesquisa Experimental – caracteriza-se por manipular diretamente as

variáveis relacionadas com o objeto de estudo.

Estudo de campo – define-se por meio da observação, com a

manipulação de sofisticada amostragem resultante de coleta e mensuração de

dados; procura analisar as variáveis detectadas no comportamento do fenômeno e

chega a conclusões cientificamente satisfatórias. As ciências sociais ou humanas

se enriquecem dia após dia com tais estudos.

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Estudo de caso – limita-se ao interesse de um grupo, comunidade,

pessoa, família. Estuda a interação dos fatos que produzem mudança.

Pesquisa-ação - é um tipo de pesquisa social com base empírica,

concebida e realizada em associação com uma ação ou a resolução de um

problema coletivo. Pesquisadores e participantes representativos da situação ou

problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo (THIOLENT,

1986, p16).

Pesquisa Participante – tem como princípio fundamental uma forma de

participação na qual todos - pesquisadores e população - são sujeitos de um

mesmo processo de exercício de cidadania, objetivando transformação social. A

pesquisa participante insere-se na pesquisa prática, classificação apresentada por

Demo (2000) para fins de sistematização. Segundo o autor, está ligada à prática

histórica em termos de usar conhecimento científico para fins explícitos de

intervenção na realidade social.

Pesquisa Qualitativa - tipo de pesquisa realizada para aferir aspectos

qualitativos de alguma questão, como percepção de imagem, atitudes diante de

marcas e veículos, motivações. Apresenta-se como a tentativa de uma

compreensão detalhada dos significados e características situacionais

apresentadas pelos entrevistados, em lugar da produção meramente quantitativa

de características e comportamentos. Surgiu a partir do trabalho em antropologia

e sociologia. Sua inserção no contexto educacional, na década de 70, denuncia

que os dados quantitativos precisavam de um novo olhar.

Pesquisa Quantitativa - a pesquisa quantitativa é apropriada para medir

tanto opiniões, atitudes e preferências como comportamentos. As pesquisas

quantitativas são bastante utilizadas durante as eleições, sendo possível, partir de

uma amostragem da população, quantificar as preferências do eleitorado.

Quali X Quanti - as pesquisas quantitativas e qualitativas oferecem

perspectivas diferentes, mas não necessariamente pólos opostos. De fato,

elementos de ambas as abordagens podem ser usados conjuntamente em estudos

mistos para fornecer mais informações do que se poderia obter utilizando um dos

métodos isoladamente.

Considerando todas essas abordagens, verificamos que existem

diferentes técnicas e modalidades de pesquisas Porém, vale ressaltar que

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essa variedade é um caminho para entendermos os diferentes aspectos da

realidade.

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Note
Não é relevante no momento, fica para consulta e uso quando necessário
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UNIDADE V-ANÁLISE TEXTUAL, TEMÁTICA E INTERPRETATIVA:

Como já discutido em unidade anterior, a leitura é um dos meios mais

importantes para a consecução de novas aprendizagens; possibilita a construção

e o fortalecimento de idéias e ações. Um detalhe merece destaque, afirma Kriegl

(2002) é que ninguém se torna leitor por um ato de obediência, ninguém nasce

gostando de leitura. A influência dos adultos como referência é bastante

importante na medida em que são vistos lendo ou escrevendo. Portanto, a prática

da leitura se faz presente em nossas vidas desde o momento em que começamos

a "compreender" o mundo à nossa volta. Isto porque demonstramos um enorme

desejo em decifrar e interpretar o sentido das coisas que nos cercam, de perceber

o mundo sob diversas perspectivas, de relacionar a realidade ficcional com a que

vivemos. Assim ler e tornar-se leitor não corresponde somente a uma simples

decodificação de símbolos, mas significa, de fato, interpretar e compreender o

que se lê ..........

3.1- Análise textual

A primeira leitura é o contato inicial com a unidade de leitura. Nela se

adquire uma visão de conjunto do pensamento e do estilo do autor. Nesta leitura

nada se sublinha, mas devem se assinalar nas margens, os pontos que exigem

esclarecimentos para compreensão do texto: informações sobre o autor, sentido

das palavras desconhecidas, fatos históricos, outros autores citados etc. É a

análise textual. Concluída a leitura, faz-se uma investigação para buscar as

informações, consultando-se obras de referências tais como dicionários,

enciclopédias etc.

A análise textual oferece, dentre outras, as seguintes vantagens (Severino, 1994):

- diversificar as atividades de estudo, tornando-as menos cansativas;

- oferecer informações e ampliar o conhecimento;

- tornar o texto mais acessível e a leitura mais enriquecedora.

Pode-se encerrar esta etapa, com a elaboração de um resumo esquemático

que oferece uma visão de conjunto do texto, vale ressaltar que esta técnica você

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encontrará maiores sobre seu processo de elaboração nas próximas unidades.

3.2 - Análise temática

É feita com o objetivo de levar o leitor a uma compreensão da mensagem veiculada

pelo autor na unidade de leitura. Nessa etapa procura-se apreender o pensamento do

autor sem nele intervir. Este procedimento é facilitado fazendo-se uma série de

perguntas:

De que trata o texto?

Como está problematizado? Qual a dificuldade a ser resolvida?

Qual a posição do autor sobre o problema? Que idéia defende? (a resposta a esta

questão revela a idéia principal, a tese do autor).

Qual a argumentação, o raciocínio do autor para demonstrar a tese? Existem

subtemas ou temas paralelos na unidade de leitura? A análise temática, além de

permitir a elaboração de um esquema mais coerente e rigoroso, é a base para a

obtenção de resumos que sintetizam as idéias do autor ao invés de serem apenas

reduções de parágrafos.

3.3 - Análise interpretativa

Interpretar, explica Severino (1994, p. 52), é

tomar uma posição própria a respeito das idéias enunciadas, é superar a estrita mensagem do texto, é ler nas entrelinhas, é forçar o autor a um diálogo, é explorar toda a fecundidade das idéias expostas, é cotejá-ias com outras, enfim, é dialogar com o autor.

A análise interpretativa tem papel primordial na construção do leitor sujeito, do leitor

crítico. Severino (1994, p. 52), subdivide- a nas seguintes etapas:

- situar o pensamento desenvolvido na unidade, na esfera mais ampla do

pensamento geral do autor;

- situar o autor no contexto mais amplo da cultura filosófica;

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- explicitar os pressupostos que o texto implica;

- formular um juízo crítico, uma avaliação do texto em função de sua coerência

interna e da originalidade e contribuição à discussão do problema;

- fazer crítica pessoal às posições defendidas no texto, fase mais delicada da

interpretação e que exige maturidade intelectual do leitor, cuja vivência pessoal do

problema deverá ter alcançado nível que possibilite o debate da questão.

Concluídas todas as etapas da leitura analítica, o leitor encontra-se em

condições de se tornar um leitor autor, um produtor de conhecimento; poderá

ampliar os aspectos que a análise do texto apresentou e fazer novas proposições.

Estará pronto a elaborar uma síntese pessoal que se apóia na retomada de pontos

levantados nas etapas anteriores e culmina com a contribuição pessoal do leitor para

o tema.

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UNIDADE VI - A ESCRITA

Desenvolvida originalmente para guardar os registros de contas e trocas comerciais, a

escrita tornou-se um instrumento de valor inestimável para a difusão de idéias e informações. Foi

na Antiga Mesopotâmia, há cerca de 6 mil anos atrás, que se desenvolveu a escrita. No início, era

feita por meio de desenhos: uma imagem estilizada de um objeto significava o próprio objeto. O

resultado era uma escrita complexa (havia pelo menos 2.000 sinais), e seu uso era bastante

complicado.

Assim, os sinais tornaram-se gradativamente mais abstratos. Finalmente, o sistema

pictográfico evoluiu para uma forma escrita totalmente abstrata, composta de uma série de

marcas na forma de cunhas, com um número muito menor de caracteres.

Embora, naquela época, fosse uma reserva exclusiva de escribas profissionais, a escrita

cuneiforme teve muito sucesso. O sucesso ocorreu parcialmente devido ao fato de que suas

matrizes em forma de cunha eram bastante adequadas para o meio em que se escrevia - o tablete

de argila. Milhares de tabletes de argila foram desenterrados contendo registros de transações

comerciais e impostos de cidades da Mesopotâmia. Foi amplamente usada no Oriente Médio,

numa vasta gama de documentos, desde registros comerciais até cartas de reis.

6.1- O surgimento do alfabeto

A origem dos alfabetos ocidentais não está nos hieróglifos egípcios, mas nas escritas

semíticas dos povos da região oriental do Mediterrâneo. Os fenícios, que viveram ao longo da

costa da Síria e do Líbano, constituíram um extenso império de navegação e comércio em volta

de todo o Mediterrâneo.

Eles utilizavam uma escrita composta de consoantes, portanto não era um alfabeto

verdadeiro. Pelo fato de serem excelentes comerciantes, os fenícios deixaram suas inscrições por

toda a área, em Chipre, Sardenha, Malta, Sicília, Espanha, Marselha, na costa setentrional da

África e na Grécia.

Os gregos usavam muitas formas diferentes de escrita para registrar sua língua, entre elas

a cipriota e a linear B, encontradas nos palácios da civilização Minóica, em Creta. Ambas eram

escritas silábicas (isto é, os sinais representavam sílabas inteiras em vez de letras individuais),

mas nenhuma consistente o suficiente como a língua grega.

Os gregos aprenderam a adaptar a escrita, usando os sinais consonantais, que eram pouco

usados na sua própria língua para representar as vogais. Esse foi um passo de importância capital;

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pois, quando encontraram uma forma de representar as vogais, os gregos descobriram uma

maneira eficiente de escrever sua língua - um alfabeto havia, então, sido criado.

6.2- Do livro egípcio aos nossos tempos

Os estudos tradicionais consideravam o Egito como o berço da escrita, porém hoje está

claro que a escrita suméria é anterior a esse tempo. Foi uma criação original, nascida da

necessidade de resolver os problemas de uma completa organização social.

O sistema egípcio reproduz quase que totalmente a língua falada, reflete realidades

abstratas e concretas. Era formada por três tipos de signos: pictogramas (desenhos que

representam coisas), fonogramas (desenhos que representam sons) e outros signos determinantes.

Podemos dizer que os egípcios foram os que introduziram ao mundo clássico a forma

material do livro, com o uso do papiro em forma de rolo, o emprego da tinta e a utilização das

ilustrações como complemento explicativo do texto.

Em seguida, tem-se o nascimento do Alifato nas costas do oriente mediterrâneo (Síria,

Fenícia e Palestina) que se divide em dois subgrupos: o fenício que derivou o alfabeto grego e os

demais; e o aramaico, derivando o hebreo e o árabe. Alguns textos do Antigo Testamento foram

transcritos em aramaico.

A partir do século IX, aparece o alfabeto grego com 24 letras, incluindo as vogais. Porém,

somente na época clássica, no chamado século de Péricles, quando se estende a produção e

comércio de livros, generaliza-se a leitura individual. Graças às obras filosóficas e teatrais, a

leitura se expande e acelera-se a produção e comércio de livros na Grécia, com notícia da

existência de célebres bibliotecas públicas e privadas. No ano de 550 a C., o tirano Pisístrates

construiu uma biblioteca pública, e a célebre biblioteca de Aristóteles foi transferida para a

biblioteca de Älexandria após sua morte.

Do livro romano, assimilando os frutos da civilização grega, pouco tem-se a comentar,

somente o tipo de escrita utilizada, denominada letra capital ou maiúscula.

Em seguida, a história do livro mostra-nos os Códices, do vacábulo latino codex, que

significa um conjunto de lâminas de qualquer material unidas entre si por anéis ou tiras de couro

e protegidas por uma capa. Surgiu o Códice Bizantino, com encadernação coberta com couro,

seda ou até metais preciosos.

A bíblia, geralmente em grande formato e, às vezes, ricamente decorada com

comentários, era encontrada em todos os mosteiros. Havia também textos clássicos que os

monges utilizavam para praticar a língua latina.

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Com a invasão muçulmana no ano de 711, a Espanha e toda a Europa provoca a

convivência de três culturas livreiras: que se estende até o século XII. Nesse período, as

ilustrações são ricas, pois pretendiam dar um ensino visual, já que as pessoas não sabiam ler.

Em meados do século XIII, estavam funcionando várias universidades: Paris, Montpellier,

Oxford, Cambridge, Bolonia, Salerno, Palencia e Salamanca. O ensino era em latim, e o

instrumento básico era o livro.

Devido ao desenvolvimento criado por essas universidades, houve a necessidade de

dispor novos textos corretamente escritos em um menor tempo possível e a baixo preço, criando a

figura do estacionário, pessoa encarregada de conservar os exemplares, fazendo com que a

difusão fosse realizada com a máxima fidelidade possível. As cópias eram feitas pelos próprios

estudantes ou confiadas aos encadernadores, geralmente ligados às universidades.

Começa a ser criada a profissão dedicada a confecção de livros. Desenvolve-se o ofício

das artes aplicadas: caligrafia, iluminação e encadernação. A partir daí, o livro passa a se

converter em um objeto de ostentação, criando-se verdadeiras obras de arte com a colaboração

dos mais destacados artistas da época em que o texto era relegado a segundo plano.

Em fins do século XIII, começa uma das revoluções mais transcendentes da história do

livro: a aparição do papel – uma nova tecnologia. Posteriormente, durante o século XVI, os

manuscritos luxuosos convivem com livros populares satisfazendo todos os gostos e

necessidades.

6.3- Da fala para a comunicação escrita e a interpretação do mundo

Percebemos, então, que a escrita sempre se caracterizou como uma técnica por meio da

qual o homem se comunica. Escrever é uma necessidade assim como falar. Neste mundo tão

carregado de informação, a escrita é um elemento fundamental. Escrever uma carta, ler o que está

escrito em um jornal, ler o número do ônibus são situações que mostram o quanto a escrita é

fundamental no contexto social.

A fala, enquanto manifestação da prática oral, é um elemento natural do ser humano. É

aprimorada naturalmente através do contexto informal do dia-a-dia, nas relações sociais, nos

diálogos que cultivamos com nossos colegas e familiares. Quanto à presença da escrita, pode-se

dizer que, mesmo que criada tardiamente em relação ao surgimento da oralidade, ela está

presente em quase todas as práticas sociais. É um sistema de símbolos e signos que se diferencia

dos outros.

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Podemos afirmar que o processo de construção da escrita é mediado por signos

transmitidos culturalmente, considerando que, por vivermos numa sociedade letrada, todos nós

entramos em contato com esse sistema desde muito cedo.

Escrever torna-se um elemento fundamental em nosso cotidiano. Escrever bem e entender

o que está escrito torna-se fundamental para atingirmos um grau de comunicabilidade exigido

pela sociedade. É preciso sabermos fazer uso do ler e escrever, sabendo responder às exigências

de leitura e de escrita que a sociedade faz continuamente.

Durante muitos anos, esse critério foi baseado na mera aquisição da “tecnologia” do ler e

do escrever, ou seja, o indivíduo que sabia apenas escrever seu nome era considerado

alfabetizado. No entanto, hoje, o novo critério envolve a capacidade de usar a leitura e a escrita

para uma prática social. Na verdade, o que se está sendo avaliado é o nível de profundidade desta

leitura e não o índice de alfabetização.

Podemos, então, concluir que a leitura e a escrita são peças que se encaixam, sendo

essências para o contexto social humano. O ato de ler é incompleto sem o ato de escrever. Um

não pode existir sem o outro. Ler e escrever não apenas palavras, mas ler e escrever a vida, a

história.

Numa sociedade de privilegiados, a leitura e a escrita são um privilégio. Ensinar o

estudante apenas a escrever o nome ou assiná-lo na carteira profissional, ensiná-lo a ler alguns

letreiros na fábrica como perigo, atenção, cuidado, para que ele não provoque algum acidente e

ponha em risco o capital do patrão não é suficiente. Não basta ler a realidade. É preciso escrevê-

la de forma significativa, garantindo novos olhares para aquele que escreve.

6.4- Promovendo a escrita

Como já discutido em outro momento de nosso módulo, o mercado de trabalho torna-se

mais exigente e oportuniza para novas ações aqueles que forem qualificados em vários sentidos.

Ao contrário do que se pensa, escrever é uma habilidade extremamente exigida em nosso

cotidiano profissional. Escrever bem é uma habilidade que se aprimora na medida em que lemos

e exercitamos mais.

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Note
Estas informações servem para enriquecer o conhecimento geral sobre o tema
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Sabemos que as grandes transações são feitas de forma escrita. Desta forma, cabe ao

profissional de hoje saber apresentar suas idéias de forma clara e adequada no que diz respeito à

norma padrão da língua portuguesa. Isso facilita a conquista de espaço e respeitabilidade tanto no

meio profissional quanto no acadêmico.

Para Feitosa (2000), cabe ao pesquisador o trabalho de relatar suas descobertas, pois

comunicá-las é tão importante quanto descobri-las e experimentá-las. Escrever é parte inerente ao

ofício do pesquisador. O trabalho do cientista ou do tecnólogo não se esgota nas descobertas que

faz, nos engenhos que cria. É de sua responsabilidade a comunicação do que descobriu, criou,

desenvolveu.

O mercado exige um sujeito qualificado, não só especialista na sua área, mas também

com conhecimento diversificado. O cacife dos que tiverem capacidade para criar e transferir

conhecimentos de um campo para outro será maior; também o dos que souberem se comunicar,

trabalhar em grupo, aprender várias atividades. Sobreviverão aqueles que estiverem preparados

para a era da polivalência, da multifuncionalidade. (ASSIS, 1999, p 13)

Devemos nos preparar, antes de mais nada. Seja qual for a nossa profissão, devemos levar

em consideração a realidade circundante. Não podemos ignorar o que ocorre, uma vez que as

mudanças são notórias e já afetam vários setores da sociedade.

A língua portuguesa é o nosso instrumento de comunicação. Por meio da língua escrita ou

falada expressamos nossos sentimentos, nossas idéias, nossas dúvidas e certezas, nossas alegrias

e tristezas. É por meio da língua escrita que um cientista pode divulgar suas descobertas para os

seus e para todo o mundo.

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UNIDADE VII - DOCUMENTAÇÃO PESSOAL

Levando em conta a perspectiva da leitura, podemos observar que um dos grandes

problemas referentes à leitura refere-se a sua retenção. É sabido que apenas parte do que se lê

fica retida na memória. Assim, empregar certos cuidados neste momento pode nós oferecer

qualidade nas futuras ações. É levando em conta este fato que sugerimos ao estudante que,

elabore anotações. Para que a tomada de notas seja eficiente, propomos a utilização de

técnicas para que esta tarefa seja sistematizada de modo significativo para o momento.

Frequentemente se indaga acerca do quão exastivas devem ser as anotações. Como respostas,

cabe lembrar que a decisão acerca do que será anotado deve levar em conta os objetivos que

se pretende alcançar com a pesquisa, bem como a natureza do trabalho que se pretende

executar. Diante desses fatos, seguem abaixo algumas sugestões e técnicas das quais o

estudante pode elaborar para facilitar seus esforços na hora de compor seus trabalhos ou até

mesmo seu projeto final.

- Ficha de transcrição (ou de citação) - este tipo de fichamento serve para que o

estudante selecione as passagens que achar mais interessantes no decorrer da obra. É

necessário que seja reproduzido fielmente o texto do autor (cópia literal). Após a transcrição,

indica-se a referência bibliográfica cabível, ou então encabeça-se a ficha com a referência

bibliográfica completa da obra e após a(s) citação(ões), coloca(m)-se o(s) número(s) da(s)

página(s) de origem. Se o trecho for citado entre aspas duplas e no seu curso houver uma

palavra ou expressão aspeada, estas aspas deverão aparecer sob a forma de aspas simples (’).

Exemplo:

- Ficha de Resumo ( ou Conteúdo)- é uma síntese das principais idéias contidas na

obra. O pesquisador elabora esta síntese com suas próprias palavras, não sendo necessário

SCARPARO, Monica Sartori. Fertilização assistida: questão aberta: aspectos científicos e legais. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1991. 189 p.

Eis posicionamento importante, citado pela autora, sobre o início da vida e sua proteção jurídica: “A personalidade começa com o nascimento com vida, que se verifica quando o feto se separa completamente do corpo materno. Neste momento é que pode ser objeto de uma proteção jurídica independente da que concerne à mãe”. (p. 40-41).

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seguir a estrutura da obra. Exemplo:

Educação da Mulher: a Perpetuação da Injustiça

Histórico do Papel da Mulher na Sociedade

.........................................................................................

TELES, Maria Amélia de Almeida. Breve história do feminismo no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1993. 181 p. (Tudo é História, 145) O trabalho da autora baseia-se em análise de textos e na sua própria vivência nos movimentos feministas, como um relato de uma prática. A autora divide seu texto em fases históricas compreendidas entre Brasil Colônia (1500-1822), Império (1822-1889), República (1889-1930), Segunda República (1930-1964), Terceira República e o Golpe (1964-1985), o ano de 1968, Ano Internacional da Mulher (1975), além de analisar a influência externa nos movimentos feministas no Brasil. Em cada um desses períodos é lembrado os nomes das mulheres que mais se sobressaíram e suas atuações nas lutas pela libertação da mulher. A autora trabalha ainda assuntos como as mulheres da periferia de São Paulo, a participação das mulheres na luta armada, a luta por creches, violência, participação das mulheres na vida sindical e greves, o trabalho rural, saúde, sexualidade e encontros feministas. Depois de suas conclusões onde, entre outros assuntos tratados, faz uma crítica ao pós-feminismo defendido por Camile Paglia, indica alguns livros para leitura.

Exemplo disponível em: < http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/met.06.html> acesso em 15/08/07.

- Ficha de síntese - em verdade os estudantes em geral elaboram resumos de texto com uma ou

duas rápidas leitura do mesmo. Entretanto, neste momento, cabe a reelaboração da mensagem

principal do texto, levando em conta os pontos principais, mas dentro de um raciocínio

pessoal, o que bem produzido e bem explorado pode se tornar um instrumento fundamental

para seu sucesso acadêmico. Exemplo:

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É um método interessante
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GOLDENBERG, M. A arte de pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa em Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Record, 1997. Esclarecer o debate entre a sociologia positivista e a sociologia compreensiva é útil para situar a questão da utilização de métodos e técnicas qualitativos nas Ciências Sociais. Os adeptos da abordagem qualitativa entendem que o modelo de estudos das Ciências Naturais, baseado em processos quantificáveis que se transformam em leis e explicações gerais não são adequados à especificidade das Ciências Sociais, que pressupõe uma metodologia própria. Comte defendia a unidade de todas as ciências. Assim, segundo ele, a pesquisa nas Ciências Sociais "é uma atividade neutra e objetiva, que busca descobrir regularidades ou leis, em que o pesquisador não pode fazer julgamentos nem permitir que seus preconceitos e crenças contaminem a pesquisa". Para Durkheim, o fato social, externo ao indivíduo, independe da consciência humana e deve ser tomado como coisa. Via a ciência social como neutra e objetiva, pois, para ele, sujeito e objeto do conhecimento estão radicalmente separados. A sociologia compreensiva, cujas raízes estão no historicismo alemão, distingue natureza e cultura e defende procedimentos metodológicos distintos para seus estudos. Dilthey, um de seus representantes, entende que os fatos sociais não são quantificáveis, pois cada qual tem um sentido próprio necessitando ser compreendido em sua singularidade. Segundo ele, o método das Ciências Naturais – erklaren – "busca generalizações e a descoberta de regularidades" e o das Ciências Sociais – verstehen – "visa à compreensão interpretativa das experiências dos indivíduos dentro do contexto em que foram vivenciadas". (...)

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UNIDADE VIII - TÉCNICA DE SEMINÁRIO

O seminário é uma técnica de estudo que inclui pesquisa, discussão e debate. Segundo

Lakatos & Marconi ( 1992) em geral esta técnica é empregada nos cursos de graduação e

pós-graduação com a finalidade de desenvolver no estudante o hábito de raciocínio, de

reflexão,possibilitando a elaboração clara e objetiva dos trabalhos científicos. Ainda neste

campo, observa-se que este recurso auxilia o estudante a promover sua própria aprendizagem

no momento em que ele busca suporte conceitual para elaborar seus trabalhos assim como

atitudes de honestidade, ética para com o material pesquisado. Vale ressaltar que esta técnica

empreende também a condição de partilha e responsabilidade já que necessita do grupo para

o sucesso das ações.

Em seminário, trabalhamos em grupos que variam de cinco a doze integrantes. Neste

grupo, podemos dividir as ações delegando funções para garantir a qualidade do trabalho e

customizar o tempo. Assim, teremos participantes que poderão assumir as funções de:

- Diretor ou Coordenador – responsáveis pelas estratégias organizacionais.

- Relator – apresenta o trabalho.

- Secretário – anota as estratégias parciais e finais apoiando aos demais

participantes.

- Comentador – deve estudar com antecedência o tema a ser apresentado com o

intuito de fazer críticas adequadas à exposição .

- E demais participantes reforçando as funções que estão relacionadas acima

com argumentos e contribuições.

Os seminários acontecem em geral no horário comum das aulas. As sessões todavia,

devem durar de duas a três horas para melhor aproveitamento. Esta técnica, trabalha por

temas que são parte do programa disciplinar ou temas que podem complementar a disciplina.

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UNIDADE IX – A MEMÓRIA

Durante muito tempo, memorização era sinônimo de decorar conteúdos. Porém, essa

idéia se transformou e, atualmente, sabe-se que a memória é um fator primordial na

aprendizagem, diferente do "decoreba" que é considerado um inimigo da educação.

A memória é a base de todo o saber, por isso deve ser trabalhada e estimulada. É ela

que nos permite acumular experiências. A memorização é um processo consciente; já a

“decoreba” é um processo de repetição mecânica, algo passageiro que quase nunca oferece

significado para aquilo que se deseja alcançar.

Estudar é um processo contínuo quando desejamos alcançar novos horizontes. Neste

sentido, a memória passa a ser um indispensável recurso para avançarmos no campo do

conhecimento. De que forma podemos usar a memória?

9.1-Técnicas de Memorização

Para facilitar o aprendizado, existem algumas técnicas que podem agilizar o processo

de memorização e, assim, facilitar o ato de estudar. A técnica mais utilizada é a mnemônica,

que tem como característica fundamental a associação de imagens, a vivência e o repasse de

informações. A base da memória é associação; quanto mais associações relacionadas a uma

informação, mais fácil será para resgatá-la no futuro.

A técnica mnemônica trabalha com a imagem mental de grande impacto para fixar a

informação. Há três etapas: a primeira é a fixação, o registro da informação; a segunda é o

armazenamento dessa informação; e por fim, o resgate.

Na memorização de números, pode ser utilizada a técnica mnemônica ou os códigos

alfa numéricos. Esses códigos são representações de números em consoantes. Por meio dessas

representações, é possível transformar números em palavras ou frases. Em geral, é mais fácil

lembrarmos de frases do que de números.

É muito importante o repasse das idéias memorizadas, pois a memória perde 90% das

informações, caso elas não sejam resgatadas em até 24 horas do seu registro. Nas primeiras

oito horas, é muito comum perder de 40 a 50% de informações. Porém, se fizermos uma

revisão dos conteúdos nas primeiras oito horas, a mente traz à tona os conceitos estudados e

acaba retendo-os com maior facilidade.

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Assim, trate bem de sua memória, levando em conta as dicas relacionadas a seguir:

9.2 – A memória em benefício do estudo

A memória é fundamental para o processo de aprendizado, mas sozinha não faz

nenhum milagre. Por isso, cabe aos estudantes, a importante tarefa de trabalhar com ela.

Substituir textos por diagramas pode ser uma boa estratégia. Nesse caso, os diagramas nos

servem como um caminho para auxiliar na tarefa de estudar.

O diagrama nada mais é do que uma forma esquemática de apresentar as idéias

principais de um texto em estudo, podendo utilizar-se de formas geométricas e lápis colorido

para sua elaboração. Esse recurso pode servir para auxiliar no gerenciamento e controle do

estudo, permitindo, de forma mais rápida, a visualização de seu andamento. Neste caso, você

pode analisar, compreender e sintetizar um texto que estiver estudando.

O estudante deve descobrir quais são as idéias principais, as idéias complementares,

os detalhes e as minúcias para transformar um texto em um diagrama. Transformar o texto em

uma imagem facilita bastante o processo de memorização e agiliza também o processo de

revisão.

A maior dificuldade enfrentada pelos estudantes é o famoso branco, manifestado em

situações de nervosismo. A dica é estudar e manter a calma. Cada um de nós adquire, durante

a vida, diversas formas e técnicas de estudo, procurando a maneira mais adequada de

aprender.

Vale ressaltar que exercitar a memória é uma ótima técnica. A leitura é um exercício

que ativa diversos tipos de memória.

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Para facilitar o aprendizado e fixar na memória os conteúdos aprendidos, repetir é

importante. Porém, há outras indicações que podem ajudar:

• ler mentalmente e compreender o assunto;

• reler em voz alta;

• notar semelhanças, diferenças, relações;

• escrever os conhecimentos adquiridos (os pontos principais);

• fazer fichas com esquemas que incluam, de um lado, a

seqüência das noções principais e, do outro, detalhes

referentes a cada uma delas;

Aprender é uma operação que não se resume a adquirir noções, mas consiste em reter o que foi

lido, reproduzir e reconhecer uma série de experiências e pensamentos. Portanto, é

imprescindível educar a memória.

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UNIDADE X – ÉTICA NA PESQUISA

Estamos vivendo um momento marcado pela idéia de mudanças profundas em todos os

segmentos. Na sociedade de hoje, o ritmo imposto pela lógica do mundo globalizado instiga a

população mundial a novas tomadas de decisões. A velocidade e a efemericidade em que os

eventos acontecem, indicam um novo cenário. Nesta perspectiva, o homem se encontra diante

de um desafio maior; partilhar todo este processo com seu semelhante de maneira que a

qualidade de suas relações possam estar garantidas, e que suas ações também possam atender

as novas exigências que a contemporaneidade exige.

Desde o princípio dos tempos, o homem necessita de seu semelhante para garantir sua

própria existência. São as relações que se tecem, que sustentam os indivíduos em seus núcleos,

sejam elas permeadas por aspectos biológicos, sociais, políticos, religiosos, em fim, por seus

diferentes contextos. Neste quadro, observamos o quanto esta troca retroalimentam estas

relações, já que é a partir deste convívio que o homem gera conhecimento, estratégias e

soluções para superação de seus problemas cotidianos.

Neste contexto em que as relações sociais se reorganizam e estabelecem suas metas e

seus caminhos a ciência torna-se um elemento fundamental, pois sua função é favorecer e

desvendar possibilidades para que o homem supere seus próprios desafios.Trata-se então de tê-

la como uma ferramenta capaz de apontar soluções ou de reorganizar novas alternativas para a

superação de diferentes problemas. É indubitável que a capacidade de conhecer e pensar dos

seres humanos colocam o universo ao seu alcance, dando-lhe sentido e fazendo com que tente

alcançar suas utopias. Porém, vale apontar que para estabelecermos caminhos futuros a ética

não deve ser esquecida.

Agir com respeito perante não somente àquilo que se propõe a produzir com seriedade,

mas igualmente em relação às fontes pesquisadas, às idéias consultadas, aos pensamentos,

reflexões, aos pontos de vista, propostos em estudos e pesquisas já feitas, que recorrera para

melhor ilustrar, fundamentar ou enriquecer o seu trabalho científico, é o mínimo que podemos

esperar de alguém voltado para o conhecimento.

A atitude ética acompanhada da boa-fé que tanto esperamos de qualquer estudioso,

aluno, professor, pesquisador deve pautar-se necessariamente, pelo respeito ao trabalho alheio.

Produzir conhecimento, sim, mas calcado na lisura e na decência, sem usurpação ou violação

do produto intelectual de quem quer que seja, isto porque entendemos que cabe ao pesquisador

e a todos aqueles que se propõe a criar ou trilhar novos caminhos através da investigação e da

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pesquisa científicas trabalhar com criticidade levando em conta a identidade intelectual do

próximo.

Diante destas perspectivas, não resta dúvida quanto à necessidade de aprimoramento

contínuo dos conhecimentos do indivíduo, indiferentemente da função que ele esteja

exercendo. Isto porque o mundo exige profissionais cada vez mais qualificados e com

habilidade de bem relacionarem-se com seus pares e ímpares. Somente os indivíduos bem

preparados, que sabem transformar dados e informações em conhecimentos e com formação

ética, terão condições de enfrentar os desafios e ameaças e aproveitar as oportunidades em

benefício da sociedade.

Portanto, pesquisar torna-se uma necessidade vigente quando desejamos reescrever e

apontar novas oportunidades sociais , tecnológicas, políticas, e científicas porém, é oportuno

lembrar que se, por um lado, concordamos que a ética permite a possibilidade de expressão de

diversidades em um espaço público onde se reconheça "a inexistência de valores universais",

por outro lado, não podemos nos furtar a por em prática atitudes que venham assegura este

processo de modo que possamos garantir a cidadania e a ordem social.

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Técnicas de Estudos e Pesquisa Atividade da Unidade 01:

Prática 1: Inicie esta tarefa elaborando um plano de estudo onde você possa utilizar esta unidade além das unidades e módulos seguintes deste curso. Para isto, procure trabalhar com o sumário. Lá você encontrará a lista de títulos e conteúdos que cada módulo trabalhará. Divida ela por dias e horário que mais lhe convier nesta tarefa e faça um esquema escrito para que você possa ir verificando seu aproveitamento. Lembre-se do uso do dicionário para buscar o significado de palavras diferentes do seu dia a dia.

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Técnicas de Estudos e Pesquisa Atividade da Unidade 02:

Prática 2: Fazer a leitura; identificar os pontos principais do texto; sublinhar as

idéias principais e detalhes importantes. Agora elabore um esquema utilizando chaves ou numeração progressiva e envie para seu tutor.

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Técnicas de Estudos e Pesquisa Atividade da Unidade 03:

Prática 3: Pesquisar na web um texto pequeno com no mínimo vinte linhas,

classificá-lo diante dos conceitos abordados na unidade, justificando sua escolha.

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Técnicas de Estudos e Pesquisa Atividade da Unidade 10:

Prática 4: Diante das leituras que você fez neste módulo, construa um texto

crítico sobre o que é ética levando em conta o contexto social e os desafios atuais.

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O CONCEITO DE CIÊNCIA

O conhecimento científico, como ficou evidente Na unidade anterior, é essencial

para que o homem entenda a realidade e a transforme. A ciência no estado atual em que

se encontra, se deve aos resultados de muitas pesquisa feitas e muitos estudos metódicos

em torno de diferentes conhecimentos. Porém, ainda assim, trata-se de um assunto

complexo e que merece maiores explicações. Então, o que é ciência?

A evolução da ciência

Para Lakatos (1995), ciência é um conjunto de conhecimentos racionais, certos ou

prováveis, obtidos metodicamente, sistematizados e verificáveis, que fazem referência a

objetos de uma mesma natureza.

Assim, são características das ciências:

- objetivo ou finalidade / distinguir características comuns, leis e princípios

que regulam os eventos;

- função / ampliar e aperfeiçoar a relação do homem com a realidade através

do conhecimento;

- objeto:

material – tudo aquilo que se pretende conhecer ou verificar;

formal – enfoque especial das diversas ciências frente ao mesmo objeto

material.

Contudo, a grande diversidade de fenômenos que ocorrem no universo levou o

homem a estudá-los com a finalidade de interpretá-los melhor.

Neste sentido, os fundadores do método científico moderno procuraram contrapor

suas idéias à visão de mundo predominante na Antigüidade e durante toda a Idade

Média. Nesses dois períodos, o conhecimento da natureza se baseava na compreensão

da interação harmônica de seus elementos. Assim, o sujeito que se propunha conhecer a

natureza, não procurava conquistá-la ou dominá-la tendo em vista o seu (dele) benefício

próprio – a realidade era vista como sendo algo intocável e divinizado.

Essa conquista e esse domínio da natureza passam a ser a nova perspectiva da ciência

a partir dos séculos XVI e XVII, quando alguns pensadores (Galileu, Newton,

Bacon, Descartes, dentre outros) lançam as bases do método científico (que

predominou até o início do século XX como paradigma da atividade científica) a

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partir d retomada de alguns elementos do pensamento grego. Ou seja, a partir

daquelas áreas onde a civilização grega havia realizado os seus maiores progressos, a

saber: na matemática, na estatística e na astronomia.

Contudo, e principalmente em Descartes, o novo método científico - que colocava

a ordenação da realidade como sendo promovida pela razão - ainda se deixava

impregnar por uma entidade metafísica alheia ao objeto de estudo da ciência (o mundo

real, a extensão): a razão, consequentemente, e em última instância, era validada por

essa entidade supra-sensível, ou Deus.

Mesmo séculos depois, está noção ainda impregna o pensamento de Albert

Einstein, um dos maiores cientistas do séculos XX: ao afirmar que “Deus não joga

dados”, ainda pressupõe a existência de um ser supramundano. Porém, essa

pressuposição perde o seu significado sobretudo como o desenvolvimento da física

quântica, onde a natureza do conhecimento, o papel dos cientistas, a objetividade e o

determinismo da ciência tradicional (a que atende aos pressupostos da perspectiva

cartesiana) são profundamente questionados.

Por volta do início do século XX, uma parcela da comunidade científica se

apercebeu que, diferentemente da noção de conhecimento da realidade vigente até essa

época, não se pressupõe, mais a possibilidade de um conhecimento universal e perene,

mas sim que há apenas a alternativa de se conhecer parcelas da realidade. Ou seja,

descarta-se a possibilidade de um conhecimento absoluto da realidade, pelo fato de se

aperceber que a estrutura mesma do universo é dinâmica e instável. Isso se dá,

sobretudo, pela formulação do “princípio de incerteza” por Wener Heisenberg, no qual é

postulado que sempre que optamos em observar um aspecto da natureza, fatalmente

negligenciamos outro; o que significa dizer que, no caso específico da física quântica,

por exemplo, a impossibilidade de se conhecer simultaneamente a velocidade e a

posição de uma determinada partícula subatômica.

Desta forma, os cientistas se aperceberam também que, eventualmente, teriam que

renunciar a sua interpretação objetiva dos fenômenos da natureza, visto que, em sua

estrutura fundamental, a relação dos componentes dessa estrutura fundamental se

apresenta caracteristicamente dinâmica e indeterminada. Consequentemente, os

processos do mundo físico escapam a uma descrição precisa e objetiva, sendo possível

apenas formulá-la em termos de probabilidade.

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Como se daria então o determinismo e a “materialidade” do mundo físico? Ao

reconhecerem que os processos de relação entre os componentes fundamentais da

matéria são eminentemente indeterminados e probabilísticos (caóticos), os cientistas

deram conta que a aparente solidez do objeto (da res extensa) está exatamente

fundamentada nesses processos indeterminados e probabilísticos que, não obstante, e

em determinadas condições, emergem para o macro-mundo, delegando a ele

instabilidade e imprevisibilidade.

Em função da constatação desses fatos, o papel dos cientistas diante do

conhecimento da natureza passa a ser questionado (auto-questionado pelos próprios

cientistas), pelo fato de tanto a objetividade de seus processos de observação da

realidade e o próprio (aparente) determinismo do mundo se apresentam como não

possuidores de uma fundamentação teórico-prática: o mundo e os fenômenos da

natureza se apresentam caóticos e não objetivamente e deterministicamente mensuráveis

(apenas convencional e consensualmente mensuráveis), não pelo fatos de sermos

ineptos ou de não termos uma tecnologia eficiente, mas sim por ser a própria realidade

fundamentalmente impregnada de imprevisibilidade e indeterminismo, e regida por leis

estatísticas e probabilísticas.

Em decorrência, uma das principais conseqüências dessa percepções e

constatações é que se postula a necessidade de haver uma interação “natural” entre

observador e objeto observado; ou, mais exatamente, de se admitir que há,

independentemente de nossa vontade consciente, uma participação ativa da consciência

do observador no seu “objeto” de estudo, e consequentemente, fazendo com que os

resultados da experiência estejam sujeitos, mesmo que subliminarmente, impregnados

pela subjetividade do próprio observador.

Neste cenário, Lakatos (1995), apresenta a seguinte classificação para as ciências:

- formais – a lógica e a matemática

- factuais – divididas em dois grupos;

naturais- física, química, biológico e outras

sociais - antropologia cultural, direito, economia, política, psicologia

social,

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sociologia dentre outras

A diferença básica entre os dois grupos reside no objeto de estudo; as ciências

formais estudam as idéias e as ciências factuais estudam os fatos. As primeiras como se

como a matemática, por exemplo, não têm relação com os fatos da realidade e em

conseqüência não podem valer-se dos contatos com essa realidade para convalidar suas

fórmulas (LAKATOS,1995, p.25).

Em conseqüência, como a física, por exemplo estudam fatos que supõe ocorrer na

realidade e, então, podem usar a observação e a experimentação para testar hipóteses.

Contudo, vale ressaltar que esses pressupostos podem ser unir em detrimento de novos

conceitos científicos.

(.....) a finalidade da atividade científica é a obtenção da verdade, através da comprovação de hipóteses que por sua vez, são pontes entre a observação da realidade e a teoria científica, que explica a realidade. O método é o conjunto de atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia permitem alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros – traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista. (LAKATOS,1995, p27)

Desta forma, observamos que a ciência não se preocupa com casos individuais, e

sim com a generalizações. Verifica-se casos particulares para, através deles se chegar a

proposições gerais denominadas leis. A lei procura explicar os fenômenos da realidade,

os aspectos invariáveis comuns a diferentes fenômenos. Quando o conhecimento a

respeito de fatos ou de relações entre eles é amplo temos a teoria.

Em suma, este pressuposto nos leva a concluir que teoria e fato são objetos de

estudos dos cientistas; a teoria se baseia em fatos e a justaposição de fatos sem um

princípio de classificação teoria, não produziria a ciência. Desta forma, observa-se que

o desenvolvimento científico é uma inter-relação constante entre teoria e fato.

Goode e Hatt, citados por Lakatos (1995, p.90-93), comenta que o papel da teoria

em relação aos fatos se apresentam esquematicamente;

- a teoria serve de parâmetro para restringir a amplitude dos fatos a serem

estudas;

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- a teoria serve como um sistema de conceptualização e de classificação dos

fatos;

- a teoria serve para resumir sinteticamente o que já se sabe sobre o objeto de

estudo, através das generalizações empíricas e das inter-relações entre

afirmações comprovadas;

- a teoria serve para baseando-se em fatos e relações já conhecidos, prever

novos fatos e relações.

- A teoria serve para indicar os fatos e as relações que ainda não estão

satisfatoriamente explicados e as áreas da realidade que demandam pesquisa.

Já os fatos por sua vez, desempenham uma função significativa na construção

das teorias. Isto porque:

- um fato novo, uma descoberta pode provocar o início de uma nova teoria,

- os fatos podem provocar rejeição ou reformulação de teorias já existentes;

- os fatos redefinem e esclarecem a teoria previamente estabelecida, no sentido

de que afirmam em por menores o que a teoria estabelece;

- os fatos descobertos e analisados pela pesquisa empírica exercem pressão

para esclarecer conceitos contidos na teoria.

Desta forma, observamos que a ciência procura a verdade como um pressuposto

básico para esclarecer e informar o homem sobre seu meio e sua realidade. Assim

como o conhecimento científico, é um instrumento mediador entre o homem e o

mundo que ele vive. Portanto, o conhecimento e a ciência são pressupostos

interrelacionados que viabilizam ao homem conhecer a si próprio e caminhar em busca

da superação dos fatos.

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Note
Enriquecimento do conhecimento geral. Muito bom
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A DIFERENÇA ENTRE A PESQUISA CIENTÍFICA E A PESQUISA ESCOLAR

A pesquisa abrange a observação, a leitura, a análise e a interpretação de dados, e fatos,

que ocorrem em um determinado contexto. Todo material recolhido deve ser submetido a uma

triagem, a partir da qual é possível estabelecer um plano de tratamento. Neste plano, vale

apontar que diferentes métodos podem ser utilizados para relacionarem ou tratar os dados

recolhidos. É neste momento que a pesquisa ganha seu valor e sua importância. Isto porque a

seriedade dada ao tratamento dos dados recolhidos podem lhe conferir o grau de cientificidade

ou não diante dos processos utilizados para a obtenção de seus resultados. Neste sentido, o

método e a técnica irão, portanto, qualificar um estudo como pesquisa. Mas toda pesquisa é

científica? Eis um dilema ... A qualificação de uma pesquisa como científica é determinada

pelo juízo de uma comunidade de cientistas sobre a significância do objeto de estudo e o uso

adequado do método de pesquisa. Assim, por exemplo, o estudo da Astrologia não goza de

cientificidade como a Astronomia; porém, nem sempre foi assim; Astronomia e Astrologia já

compuseram uma única disciplina que, ao dividir-se, da Astrologia foi excluído o título de

ciência, pois as pesquisas astrológicas não possuíram objetos significantes para a comunidade

científica.

Uma pesquisa e seu fruto são formas de discussão com a comunidade relacionada ao

assunto do qual ela – a pesquisa - se dispõe a discutir. Apesar da relativização do que é

científico, devemos ter em mente que uma pesquisa de iniciação científica necessita ater-se

aos parâmetros de cientificidade adotados por nossas comunidades científicas e conhecê-los,

sem, no entanto, abandonar o espírito crítico que nos proporcionará, depois de iniciados, o

combustível para as rupturas com os cânones das metodologias, técnicas e objetos da ciência.

Como já observado anteriormente, são os estudo dos métodos e técnicas de pesquisa, e

o seu correto domínio que farão dela um instrumento valorado pela comunidade acadêmica.

Assim, a determinação dos objetos possíveis de estudos científicos, como dos métodos

científicos, tem motivado diversas pesquisas na Filosofia da Ciência, na História da Ciência,

Sociologia, e na Antropologia.

Mas o que difere a uma pesquisa científica da escolar? Seus métodos, seus objetivos e

os procedimentos utilizados em sua feitura. Este entendimento e estas especificidades é que

darão a pesquisa suas características e a diferenciaram uma da outra.

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TÉCNICAS DE PESQUISA

Abordaremos a seguir alguns passos e técnicas a serem adotados, considerando as

necessidades do pesquisador como também o próprio contexto do qual ele esta inserido. A

utilização de técnicas para este trabalho é essencial para um resultado positivo no contexto

acadêmico, portanto, técnicas são passos que traçamos para chegarmos a elaboração da

pesquisa.

No quadro acima, levamos em conta a necessidade de elaborar um trabalho

monografia de cunho bibliográfico, contudo apresentaremos diferentes técnicas das quais o

aluno poderá selecionar para compor a pesquisa que desejar.

- Levantamento da bibliografia

Ao iniciarmos a composição do trabalho monográfico o primeiro passo é

identificarmos as fontes que poderão fornecer respostas ou esclarecimento ao nosso problema.

Desta forma, procede-se então, à coleta de material ou levantamento bibliográfico e que pode

ser feito de diferentes maneiras: através de busca em catálogos de livros e revistas técnicas,

consulta a especialistas na área etc... Aconselhamos que esta coleta seja cuidadosamente

registrada em fichas bibliográficas (autor, título da obra, local de publicação, editora, data,

acrescida de palavras- chave referentes ao tema tratado no livro). Assim como anotar o local

em que foi encontrada a obra, código da prateleira (no caso de se tratar de uma biblioteca). Este

material e estas anotações podem auxiliar ao pesquisador em compor seu estudo, assim como

minimizar transtornos futuros .

- Seleção da bibliografia

ETAPAS ATIVIDADES . Levantamento da bibliografia . Seleção de bibliografia . Leitura analítica Execução da pesquisa . Fichamento . Análise comparativa e interpretação dos dados.

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Encerrada a etapa de coleta de dados, caberá a você agora a seleção das publicações

que interessam a sua pesquisa. É possível consultar o material em diferentes instituições, e por

vezes até conseguir o empréstimo das obras. Uma pesquisa bibliográfica realizada com o

objetivo de conclusão de curso ou mesmo especialização bem feita, demonstra que o aluno

iniciou-se na metodologia científica, apreendeu o espírito científico frente à realidade, sem que

seja, necessariamente, trabalhos de grandes dimensões.

- Leitura analítica

De posse do material, o pesquisador mergulha em sua leitura. Para isso recomenda-

se que você faça uma leitura analítica, ou seja uma leitura que demande técnicas para que esta

alcance realmente os objetivos propostos. Assim sendo, inicie sua leitura por três etápas:

A primeira leitura adquirimos uma visão de conjunto do pensamento e do estilo do

autor, a chamada leitura textual. Neste momento nada se sublinha, mas devemos assinalar, nas

margens, os pontos que exigem esclarecimentos para compreensão do texto: informações sobre

o autor, sentido das palavras desconhecidas, fatos históricos, outros autores citados, etc. Cabe

neste momento ao pesquisador elaborar um resumo ou um fichamento bibliográfico já que

estas estratégias serão de grande valia para produção do estudo proposto. No segundo

momento, faz-se uma análise temática. Esta tem o objetivo de levar o leitor a uma

compreensão da mensagem veiculada pelo autor. Este procedimento pode ser facilitado

levando em conta as seguintes questões: Dê que trata o texto? Como está problematizado?

Qual a dificuldade a ser resolvida? Qual a posição do autor sobre o problema? Que idéias

defende? Existem subtemas ou temas paralelos na unidade da leitura?

A análise temática, além de permitir a elaboração de um esquema mais coerente e

rigoroso, é a base para a obtenção de resumos que sistematizem as idéias do autor ao invés de

serem apenas reduções de parágrafos.

O terceiro e último passo, requer uma leitura interpretativa. E o que é uma leitura

interpretativa? Para Severino

...é tomar uma posição própria a respeito das idéias enunciadas , é superar a estreita mensagem do texto, é ler nas entre linhas , é forçar o autor a um diálogo, é explorar fecundidade das idéias expostas (1994, p52).

A análise interpretativa tem um papel fundamental na construção do leitor sujeito, do

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leitor crítico. Isto porque esta modalidade estimula o pensamento geral do leitor pesquisador;

faz com que ele reconheça os pressupostos do autor facilitando na formulação de um

pensamento de juízo crítico favorecendo a avaliação do texto em função de sua coerência

interna assim como sua originalidade. Esses fatores estes essenciais para que o pesquisador se

torna maduro intelectualmente e pronto para promover novas proposições. Neste momento, o

pesquisador estará apto a elaborar uma síntese pessoal que se apóia na retomada de pontos

levantados nas etapas anteriores e culmina com a construção da própria pesquisa.

Técnicas de coleta de dados qualitativos e quantitativos

Sabemos que para elaboração de nosso trabalho monográfico, muitas são as ações

que envolvem este percurso. Desta forma, as técnicas e os instrumentos utilizados, tornam-se o

respaldo necessário para oferecer a pesquisa o grau de cientificidade que o estudo representa.

Cabe então ao pesquisador reunir dados e informações necessárias para comprovação das

hipóteses ou respostas às questões da investigação, bem como o tratamento e a qualificação

adequada para as mesmas. Mas o que seria qualificar os dados coletados? Neste campo,

Chizzotti (1995) apresenta a pesquisa subdividida em duas categorias:

Quantitativa – Esta abordagem prevêem a mensuração de variáveis

preestabelecidas, procurando verificar e explicar sua influência sobre outras variáveis,

mediante análise da freqüência de incidência e correlações estatísticas.

Qualitativas - Esta, fundamenta-se em dados coligados nas interações interpessoais,

na co-participação das situações dos informantes, analisados a partir da significação que estes

dão aos seus atos. O pesquisador participa, compreende e interpreta.

As principais técnicas para fundamentar a pesquisa quantitativa são a observação, o

questionário e a entrevista. Ainda o autor, nos relata que a observação pode ser estruturada ou

sistemática e consiste na coleta e registro de eventos observados que foram previamente

definidos. A reflexão sobre os eventos observados produz descrição baseados na freqüência

dos incidências. Neste contexto, Chizzotti (1995), explica que as observações sistemáticas

procuram superar as incertezas das percepções imediatas e construir conceitos que permitam

formular hipótese para a investigação.

O questionário é um conjunto de perguntas dispostas seqüencialmente; é elaborado

em função dos objetivos da pesquisa e das hipóteses ou questões que se investigam. Segundo o

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tipo de perguntas, os questionários podem ser perguntas fechadas, abertas ou mistas.

No questionário de perguntas fechadas, as afirmações apresentam alternativas de

respostas fixas e previamente estabelecidas. No questionário de perguntas abertas, o

entrevistado responde com frases, havendo assim, maior elaboração nas respostas.No

questionário misto apresenta os dois tipos de questões elaboradas em função dos interesses da

pesquisa. Chizzotti(1995), faz as seguintes os apontamentos sobre o questionário:

Em relação ao pesquisador é necessário que saiba :

- as informações que busca o objetivo da pesquisa

- o objetivo de cada questão

- o que pretende medir

- como pretende confirmar as hipóteses.

Em relação ao informante é necessário que compreenda:

- as questões que lhe são propostas

- o conteúdo sobre o qual dará informações

Em relação ao questionário é necessário que contenha:

- Estrutura lógica:

- seja progressivo

- seja preciso

- seja corretamente articulado

- as questões e subquestões devem formar um todo lógico e ordenado.

- a linguagem deve ser simples, clara e sem ambiguidades.

A entrevista é um diálogo preparado com o objetivo definidos. É uma técnica que

permite que se concretize uma relação estreita entre pessoas. A entrevista estruturada é uma

modalidade de comunicação entre o pesquisador que deseja colher informações sobre

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determinado fato e pessoa que detém a informação. É uma comunicação bidirecional. Uma

pessoa com perguntas preestabelecidas leva a outra a responder às perguntas.

Quando o entrevistador não deseja impor a sua visão, utiliza-se da entrevista não

estruturada. O tema é previamente estabelecido, mas o conteúdo da entrevista e os diálogos

vão sendo escolhidos livremente. As informações vão sendo manuscritas ou gravadas e

devem ser passíveis de codificações para serem transformadas em indicadores objetivos de

variáveis que se pretendem explorar.

A pesquisa qualitativa se realiza interativamente, num processo de idas e voltas,

nas diversas etapas de pesquisa e na interação com os sujeitos. (CHIZZOTTI,1995,p.89)

Durante a pesquisa os dados, colhidos em diferentes etapas são continuamente

analisados e avaliados. São técnicas da pesquisa qualitativa: a observação participante, a

entrevista individual e grupo focal. Neste contexto, Chizzotti (1995) nos revela que o “teatro

da espontaneidade”, o jogo de papeis, a história de vida autobiográfica, a análise de

conteúdos ou outros que apreendam as relações subjetivas, favorecem a interação dos agentes

e revela-se uma fonte rica de informações. Levando em conta que os dados coletados não

podem ser quantificados, dê que maneira poderemos garantir a veracidade dos fatos? Este

dados serão validados na medida em que o pesquisador considerar os seguintes critérios:

- fiabilidade (independência de análise ideológica do autor)

- credibilidade (garantia de qualidade relacionada à exatidão e quantidade das

observações efetuadas)

- constância interna (independência dos dados em relação à ocasionalidade

etc)

- transferibilidade (possibilidade de estender os conclusões a outros contextos)

(CHIZZOTTI,1995,p90)

Dentre as técnicas utilizadas na coleta de dados qualitativa, convêm fazer algumas

considerações em torno das técnicas da observação participante, da entrevista não diretiva e

da análise dos conteúdos resultantes das entrevistas.

Na observação participante é feito através do contato direto do pesquisador com o

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fato observado visando captar as ações dos atores em seu próprio contexto. O observador

partilha de uma interação completa em todas as situações. A observação participante

necessita ser revestida de cuidados para que garanta a fiabilidade e elimine dados de emoção,

deformação e interpretação destituídas de comprovação.

A entrevista não diretiva é uma maneira de coletar dados a partir do discurso livre de

entrevistado. Apresenta limitações, tais como a grande quantidade de dados , a

emocionalidade do entrevistado etc. Além disso, é necessário que seja cercada de cuidados

para garantir a cientificidade da técnica, a credibilidade das informações recebidas etc....

A análise de conteúdo é uma técnica de tratamento e análise de informações coletados

através de documentos escritos ou de outras formas de comunicação: oral, visual, gestual.

Através da análise de conteúdos chega-se à compreensão crítica do sentido das comunicações

e seu conteúdo claro ou implícito. Existem diferentes procedimentos para explicar o

significado da comunicações. O procedimento a ser utilizado depende dos objetivos da

investigação, do tipo de material a ser analisado e também da posição ideológica e social do

analisador.

A análise do conteúdo pode ser feita de diferentes ângulos:

- análise léxica

- análise categorial

- análise daenunciação

- análise de conotações etc.

Nesta unidade você adquiriu noções gerais sobre as técnicas diretas de coletas de

dados usados nas pesquisa quantitativas e qualitativas para serem utilizadas na elaboração de

seu trabalho monográfico. Contudo esses conceitos podem ser aprofundados através de livros

de metodologia científica na medida em que você necessite utilizá-los.