Unidade iii Economia C

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Unidade III Progresso tecnológico e evolução da população mundial- a forma de como uma população se comporta em termos de crescimento é o resultado de diversos fatores que, direta ou indiretamente, a influenciam. A Revolução Demográfica na Europa ocorre na sequência de fenómenos diversos que possibilitaram esse crescimento positivo. Entre os seculos XV e XVIII, a Europa passa por inúmeras mudanças em campos diversos (nomeadamente atividade agrícola) que permite o aumento significativo da produção e o aumento da população. Assim, a população europeia cresceu porque a tecnologia utilizada na produção mudou, permitindo a realização de excedentes capazes de alimentar uma população em crescimento. Transformações na agricultura: Supressão da rotação bienal e a sua substituição pela rotação de quatro culturas; Introdução do cultivo de novas espécies que a rotação de quatro culturas exigia; Aperfeiçoamento das ferramentas agrícolas já existentes e a introdução de outras; Seleção de sementes que proporcionam um aumento da produção agrícola; Utilização do cavalo nos trabalhos agrícolas. Crescimento demográfico - Mudança positiva do número de uma população em determinado período de tempo. As inovações que ocorreram (fabrico, produção, aproximação de povos) concretizaram um saldo fisiológico crescente que acompanhou a evolução da população europeia até ao princípio do seculo passado, altura em que esta tendência diminuiu devido: Saúde pública (o aumento de epidemias, criou um aumento das taxas de mortalidade) Políticos (efeitos negativos das guerras numa população) Económicos (crescimento económico negativo instala um sentimento de insegurança na população, afetando o seu ritmo de crescimento)

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Unidade III

Progresso tecnológico e evolução da população mundial- a forma de como uma população se comporta em termos de crescimento é o resultado de diversos fatores que, direta ou indiretamente, a influenciam. A Revolução Demográfica na Europa ocorre na sequência de fenómenos diversos que possibilitaram esse crescimento positivo. Entre os seculos XV e XVIII, a Europa passa por inúmeras mudanças em campos diversos (nomeadamente atividade agrícola) que permite o aumento significativo da produção e o aumento da população. Assim, a população europeia cresceu porque a tecnologia utilizada na produção mudou, permitindo a realização de excedentes capazes de alimentar uma população em crescimento.

Transformações na agricultura:

Supressão da rotação bienal e a sua substituição pela rotação de quatro culturas; Introdução do cultivo de novas espécies que a rotação de quatro culturas exigia; Aperfeiçoamento das ferramentas agrícolas já existentes e a introdução de outras; Seleção de sementes que proporcionam um aumento da produção agrícola; Utilização do cavalo nos trabalhos agrícolas.

Crescimento demográfico - Mudança positiva do número de uma população em determinado período de tempo.

As inovações que ocorreram (fabrico, produção, aproximação de povos) concretizaram um saldo fisiológico crescente que acompanhou a evolução da população europeia até ao princípio do seculo passado, altura em que esta tendência diminuiu devido:

Saúde pública (o aumento de epidemias, criou um aumento das taxas de mortalidade) Políticos (efeitos negativos das guerras numa população) Económicos (crescimento económico negativo instala um sentimento de insegurança

na população, afetando o seu ritmo de crescimento)

Transição demográfica - alteração no modelo de crescimento que se caracteriza por uma diminuição de taxas de mortalidade e de natalidade com uma diminuição mais rápida da primeira do que da segunda, originando um grande acréscimo de população.

Quebra acentuada das taxas de mortalidade - Causas:

Conquistas médicas Quebra de taxas de natalidade Alterações dos padrões culturas e de consumo

Quebra acentuada das taxas de natalidade – Causas:

Práticas anticoncetivas Planeamento familiar Casamento tardio e sem filhos Liberalização do aborto

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Crescimento da população - De acordo com as observações realizadas pelo Warren Thompson acerca das mudanças nas sociedades industrializadas, afirma que uma sociedade pré-industrial passa por quatro fases que são:

Fase 1: taxa de natalidade evolui de forma descontrolada. Porém, a taxa de mortalidade apresenta também valores muito altos, devido a vários fatores (crises, epidemias, baixas condições sanitárias, etc)

Fase 2: Índices de mortalidade descem significativamente, devido a diferentes factores (melhoria das condições sanitárias, evolução da medicina aumentando a expectativa da vida.) mas os índices de natalidade não acompanham esta tendência, causando um rápido crescimento populacional.

Fase 3: ocorre queda na taxa de natalidade devido ao acesso generalizado de métodos anticoncepcionais e à sua educação.

Fase 4: Índices de natalidade e mortalidade voltam a estabilizar, levando um crescimento populacional pequeno.

Crescimento natural - Indica a diferença entre o número de nascimentos e o número de mortes, numa determinada população, no período de um ano.

Estrutura demográfica - indica a forma como uma população, num determinado período e lugar, é constituída, em função de diversos factores, como o sexo ou idade.

Envelhecimento da população - processo que, em resultado de grande quebra das taxas de natalidade e de mortalidade, se caracteriza pelo facto de os grupos etários adultos e velhos superarem largamente o grupo que constitui a população jovem.

Nos países em que se atingiu um estado de riqueza tal que a sua população se dedica fundamentalmente a actividades terciarias, onde as políticas de planeamento familiar estão completamente naturalizadas, em que a entrada no mercado de trabalho se faz cada vez mais tarde devido a um processo educativo progressivo mais longo, caracterizam o processo de transição de uma população pré-industrial numa sociedade pós-industrial.

Explosão demográfica - é o aumento elevado e repentino de uma população. A explosão demográfica é resultado de uma revolução tecnológica que conduz a uma queda brusca das taxas de mortalidade.

Consequências económicas da questão demográfica

Persistência dos movimentos migratórios - o ser humano move-se entre locais, regiões, cidades, países com o objectivo de melhorar as suas condições de vida, do ponto de vista económico, religioso, cultural, politico. Nesse sentido, os movimentos migratórios fazem parte da história da Humanidade, forçada que sempre foi procurar melhores condições de vida, condições essas que o advento e desenvolvimento da tecnologia estimulam.

Segurança social - apoia os trabalhadores nas situações de carência financeira e riscos profissionais. Estes apoios são financiados pelos empresários e pelos trabalhadores que entregam uma percentagem do valor do salario mensal ao organismo coordenador dos apoios sociais aos trabalhadores.

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Consequências económicas da questão demográfica

Para o país de origem:

A emigração pode constituir uma válvula de escape para a tensão social resultante das assimetrias da distribuição da riqueza, diminuição do número de pobres previne o risco de problemas sociais e políticos graves.

A emigração permite um maior equilíbrio da distribuição da riqueza, em virtude das remessas que o emigrante envia para a sua família.

As remessas de emigrantes vão ainda constituir um novo recurso financeiro para um país pobre.

A importação de novos padrões dos países ricos, acabam por “invadir” os países de saída em virtude da disseminação da informação.

Em termos demográficos, a aproximação de culturas e tecnologias contribuirá para novas políticas de nascimento, que conduzirá a uma diminuição da taxa de natalidade e envelhecimento da população do país de emigração.

A diminuição da população ativa no país pode conduzir a um maior equilíbrio entre a oferta de mão-de-obra e a sua procura, e como tal, à possibilidade de novas politicas salarias, de emprego, de segurança social.

Efeitos negativos para o país de origem:

Problemas de natureza social e cultural com que o emigrante se depara, ao ser confrontado com uma nova cultura. Problemas de ressocialização, de assimilação e discriminação.

Para a família emigrante, são evidentes os problemas que poderão advir de estruturas familiares desestruturadas, da dificuldade de adaptação e de inserção do emigrante e respectivas famílias.

Para o país dador, poderão ocorrer processos de envelhecimento de mão-de-obra, não acompanhados pelo desenvolvimento socioeconómico; diminuição da população ativa; mudança nos padrões de consumo; alterações estruturais das economias; aceleramento da inflação.

Efeitos positivos para o país de chegada

Rejuvenescimento da população. Emigrante vem ajudar o país recebedor a manter o seu padrão de produção e de

consumo, uma vez que ocupará os inúmeros postos de trabalho que a população natural não consegue, ou não quer, preencher.

População emigrante nem sempre é constituída em grande parte por mão-de-obra com baixo nível de qualificação. O pessoal altamente qualificado, que sai do país de origem em busca de posições adequadas no mercado de emprego.

Efeitos negativos para o país de chegada

Uma das consequências mais problemáticas dos processos relacionados com as migrações internacionais nos nossos dias diz respeito ao choque de padrões culturais muito diferenciados. De facto, as culturas e tradições que se confrontam hoje, são muito diferentes e

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por vezes afectadas por sentimentos de forte intolerância, levando a que a insegurança se tenha intensificado e se tenha tornado num dado “adquirido”, no mundo.

A questão da Segurança Social

Os países desenvolvidos habituaram-se a caracterizar-se, como democracias representativas no quadro do Estado-providência. E como tal houve necessidade de estabelecer um estado intervencionista, que permitisse precaver o mundo para situações de crise social e económica, tão avassaladoras como ocorreu na década de 30. Como forma de prevenir tais situações, os estados passaram e intervir directamente na economia, com o fim de prevenir crises globais de desemprego e ao mesmo tempo foram criadas estruturas de serviços que garantiam ao trabalhador, mesmo em situação de desemprego, um mínimo rendimento que permitisse a sua sobrevivência. Assim surgiu a Segurança social, que se tornou responsável pelas suas situações de reforma, de subsídio de desemprego, doença, etc.