Unificação Alemã e Italiana

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Unificação Alemã Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Ir para: navegação , pesquisa História da Alemanha Antiguidade Germanos Grande Migração Idade Média Frância oriental Reino da Germânia Sacro Império Romano- Germânico Colonização do Leste Seccionalismo Formando uma nação Confederação do Reno Confederação Germânica Revolução de 1848 Confederação da Alemanha do Norte Unificação Alemã Império Alemão Império Alemão I Guerra Mundial República de Weimar Alemanha Nazi Governo Flensburg

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História da Alemanha

Antiguidade

Germanos Grande Migração

Idade Média Frância oriental Reino da Germânia Sacro Império Romano-Germânico Colonização do Leste Seccionalismo

Formando uma nação Confederação do Reno Confederação Germânica Revolução de 1848 Confederação da Alemanha do Norte Unificação Alemã

Império Alemão Império Alemão I Guerra Mundial República de Weimar Alemanha Nazi Governo Flensburg

Alemanha pós-Guerra desde 1945 Ocupação Aliada Expulsão dos alemães Alemanha Oriental Alemanha Ocidental Reunificação da Alemanha

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Alemanha moderna Alemanha moderna

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A Unificação Alemã foi um processo iniciado em meados do século XIX e finalizado em 1871, para a integração e posterior unificação de diversos estados germânicos em apenas um: a Alemanha. O processo foi liderado pelo primeiro-ministro prussiano Otto von Bismarck, conhecido como Chanceler de Ferro, e culminou com a formação do Segundo Reich (Império) alemão.

Índice

1 Antecedentes 2 A Revolução de 1848 nos Estados Alemães 3 A Unificação Alemã: a Prússia de Bismarck

o 3.1 A Guerra dos Ducados (1864), contra a Dinamarca o 3.2 A Guerra Austro-Prussiana (1866) o 3.3 A Guerra Franco-Prussiana (1870-1871) o 3.4 Pretexto da Guerra Franco-Prussiana (1870-1871) o 3.5 Motivos da derrota francesa na Guerra Franco-Prussiana o 3.6 A Coroação de Guilherme I: O Segundo Reich

4 Consequências da Unificação Alemã 5 Resumo 6 Notas e referências 7 Bibliografia 8 Ver também

[editar] Antecedentes

Em meados do século XIX, após a separação territorial no Congresso de Viena, o espaço territorial germânico era constituído por 39 diferentes reinos, ducados e cidades livres, que apenas tinham em comum a mesma raiz linguística (o alemão) e a mesma base cultural. Nele, a hegemonia política era disputada pelas suas duas principais potências: a Áustria dos Habsburgos, que dominava a Dieta (o Parlamento da Confederação Germânica) e a Prússia, governada pelos Hohenzollern. No plano econômico, o território germânico ainda vivia, em linhas gerais, numa estrutura feudal, em plena Idade Contemporânea; a exceção era a Prússia, mais industrializada, com maior poder económico, que desde 1834 implantara o "Zollverein'", uma aliança aduaneira entre os Estados da Liga Alemã.

Desde o início do século XIX que o desejo da unidade nacional podia ser notado, principalmente nos meios acadêmicos e literários. Como exemplo, Freiherr vom Stein, na Prússia tentou implantar um programa político inspirado nessa pretensão, porém acabou sendo afastado em 1808. Após isso a Áustria reimplantou sua influência, e o nacionalismo alemão ficou inoperante até 1848, quando ocorreram diversas revoluções por toda a Europa, a chamada "Primavera dos Povos".

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Ver artigo principal: Revoluções de 1848

[editar] A Revolução de 1848 nos Estados Alemães

Revolta de 19 de Março de 1848 em Berlim.

A partir do movimento de Fevereiro de [1848], na França, que conduziu à abdicação de Luís Filipe I de França, nos meses seguintes diversos Estados alemães também se revoltaram, registrando-se manifestações populares e um movimento a favor de um parlamento nacional eleito pelo povo, que elaborasse uma nova constituição para uma Alemanha unificada.

No Império Austríaco, constituído pela Áustria e pelos reinos da Hungria, da Boémia, Lombardo-Vêneto e da Galiza (sul da atual Polónia), registravam-se tendências separatistas entre as diversas minorias étnicas, que haviam sido arbitrariamente reunidas sob a Coroa Austríaca pelo Congresso de Viena (1815). Submetidas a um regime político absolutista, personificado pelo primeiro-ministro von Metternich, a Áustria-Hungria era uma região economicamente atrasada, onde no campo persistiam os laços de servidão, e nos centros urbanos, uma alta burguesia pouco numerosa controlava as atividades económicas, sujeitando a pequena burguesia, os artesãos e os operários. Em Março de 1848, assim que as notícias do levante de Fevereiro em Paris tornaram-se conhecidas em Viena, a burguesia liberal uniu-se à pequena burguesia e ao operariado, promovendo manifestações de rua para reivindicar a ampliação do direito de voto e a destituição de Metternich. Diante da radicalização do movimento, Metternich fugiu para a Inglaterra e o imperador Fernando I outorgou uma Constituição, com a qual esperava esvaziar a revolta. Entretanto, um novo levante em Maio obrigou-o a convocar uma Assembleia Nacional, eleita por sufrágio universal masculino.

Poucos dias após a insurreição em Viena, burgueses e operários de Berlim ergueram barricadas nas ruas, entrando em choque com as tropas do rei Frederico Guilherme IV da Prússia, que também foi obrigado a autorizar a convocação de uma Assembleia Constituinte.

Ao mesmo tempo, ainda em Maio de 1848, uma Assembleia composta por deputados eleitos por todo o território germânico - o Deutscher Bund - se reuniu em Frankfurt-am-Main para a elaboração da nova constituição alemã. Nela, distinguiam-se dois grupos de deputados: os Grossdeutsche e os Kleindeutsche. Os deputados do primeiro grupo defendiam uma Alemanha incluindo a Áustria, estendendo-se do mar Báltico, ao norte, até ao Adriático, ao sul. Já o segundo grupo defendia uma Alemanha sob liderança dos prussianos, excluindo assim a Áustria. A solução encontrada para o impasse foi a de um

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Estado governado pelos Hohenzollern. A Coroa da nova Alemanha foi oferecida ao rei da Prússia, Frederico Guilherme IV, que recusou-a e também não aceitou a Constituição de Frankfurt. Esta atitude foi repetida pelo governo da Áustria e dos outros Estados alemães. O povo alemão, embora quisesse ver a nova Constituição aprovada, não estava totalmente satisfeito com ela, pois o poder ainda continuaria na mão dos antigos líderes. Deste modo, a revolução ficou enfraquecida, a Assembleia foi dissolvida e a restauração conservadora se completou, acabando, por algum tempo, com o sonho de uma Alemanha unificada.

Em Viena, constatando que não conseguia mais controlar o povo, a burguesia voltou atrás em seu apoio à revolução, optando por sujeitar-se a um governo fortemente centralizado a colocar em risco a sua posição económica. Com a união da burguesia à aristocracia, o exército retomou a cidade, conseguindo sufocar a rebelião em Outubro. O novo primeiro-ministro, Schwarzenberg, dissolveu a Assembleia Constituinte, forçando o imperador Fernando I a abdicar em favor de seu sobrinho Francisco José, que restaurou o Absolutismo.

Nas demais regiões do Império, as minorias nacionais, encorajadas pelos levantes de Viena e Berlim, mobilizaram-se pela independência. Na Boémia (atual República Checa), em Abril de 1848, foi convocado um Parlamento independente como primeiro passo para a formação de uma Assembleia Constituinte. Na Hungria, o advogado Lajos Kossuth, líder do movimento autonomista, proclamou a República, em Abril de 1849. Mas todas essas rebeliões foram sufocadas pelo exército austríaco que, no caso da Hungria, recorreu à ajuda das tropas do czar Nicolau I da Rússia.

As Revoluções de 1848 na região, mesmo sem sucesso, permitiram mostrar o caminho a ser seguido: um processo de unificação liderado pela Prússia, mas não pelos meios revolucionários, e sim pela Casa dos Hohenzollern.

[editar] A Unificação Alemã: a Prússia de Bismarck

Otto von Bismarck o "Chanceler de Ferro" (1815-1898), responsável pela unificação do território alemão.

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O fracasso da Revolução de 1848, de intuitos unificadores, implicou a continuidade da fragmentação da Alemanha. Na década de 1850, os grandes senhores da Prússia, detentores do poder político, mantinham os seus privilégios - o monarca, receando uma nova revolução, resolveu manter a Constituição onde esses privilégios eram consagrados.

A partir de 1848, o ritmo de desenvolvimento do setor industrial e das cidades foi bastante acelerado e apenas a divisão política travava o progresso do capitalismo. Tornava-se indispensável a unificação da Alemanha para prosseguir o projeto econômico germânico.

A liderança da unificação alemã ficou com a Prússia, pois este era o Estado alemão mais industrializado e com grande importância política na Europa. Era também a maior potência militar entre os estados alemães. Seu desejo expansionista vinha de algumas décadas, de quando desejava unificar seus territórios ocidental e oriental. Para este fim, foi criado o Zollverein, uma união aduaneira e alfandegária nos Estados da Liga Alemã, em 1834. A criação do Zollverein proporcionou à região um grande crescimento industrial e integração dos Estados, principalmente com o desenvolvimento de uma rede ferroviária interligando as diversas regiões do território germânico;

Bismarck, Roon e Moltke.

Por volta de 1850, a Prússia já superava economicamente a Áustria, mas a liderança política veio apenas em 1862, quando começou a governar a Prússia o rei Guilherme I, um apaixonado pelas questões militares, que fez uma reforma em suas forças armadas. Convocou, para auxiliá-lo, Moltke, chefe de Estado-Maior, e Roon, como ministro da Guerra. O exército da Prússia logo se transformou no melhor da Europa.

Otto von Bismarck - que tinha ocupado, entre outros cargos, o de embaixador na Rússia e na França - foi nomeado chanceler (primeiro-ministro). Membro da aristocracia alemã e também favorável a uma monarquia centralizada, Bismarck realizou uma política de aliança dos junkers (grandes proprietários e aristocratas) com a alta burguesia, e através dela resolveu fortalecer o Zollverein, intensificando a integração dos Estados alemães além de modernizar o exército, sendo isso de grande importância para as batalhas que aconteceriam nos anos seguintes. Para levar a cabo a reforma militar, Bismarck prescindiu no Parlamento: "Os problemas de hoje não se decidem com discurso, nem

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tampouco com o voto das maiorias. Esse foi o grande erro de 1848 e 1849. Decidem-se com ferro e sangue".

Utilizando-se da estratégia de exaltação do espírito nacionalista, criou uma política de guerras contra inimigos externos e contra a ocupação das regiões alemãs, o que auxiliou na expansão do território prussiano e, posteriormente, germânico. Em um período de sete anos (1864 - 1871), três guerras de destaque foram decisivas para a unificação dos Estados germânicos: A Guerra dos Ducados (1864), a Guerra Austro-Prussiana (1866) e a Guerra Franco-Prussiana (1870-1871).

[editar] A Guerra dos Ducados (1864), contra a Dinamarca

Em 1864 a Prússia juntou-se à Áustria em uma guerra contra a Dinamarca pelo domínio dos ducados de Schleswig e Holstein. O confronto ficou conhecido como Guerra dos Ducados' e ao seu final, Prússia e Áustria, vitoriosas, dividiram a administração dos ducados através da Convenção de Gastein, em 1865. A Áustria, porém, tentou implantar uma política única ao condado de Holstein, privando assim a Prússia de direitos assegurados em outros acordos. Restou a Bismarck entrar em guerra contra a Áustria em 1866.

[editar] A Guerra Austro-Prussiana (1866)

Em 1866, a Prússia, com o auxilio da Itália,[1] também sob processo de unificação nacional, entrou em Guerra contra a Áustria. A vitória prussiana veio após a Batalha de Königgrätz, em Sadowa (3 de Julho de 1866). No dia 23 de Agosto de 1866, foi firmado o acordo de paz em Praga. Com a vitória a Prússia expulsou a Áustria da Alemanha.

No ano seguinte, Bismarck dividiu a Confederação em dois grupos de Estados; a Confederação do Norte e a do Sul, tendo como limite o rio Main. A Confederação da Alemanha do Norte, logicamente, ficou sob seu controle, com os países (principados e cidades livres), luteranos, que a apoiaram na Guerra Austro-Prussiana. Os quatro Estados que formavam a Confederação do Sul, majoritariamente católicos, não conseguiram se consolidar em uma unidade. Estes Estados viriam a negociar um pacto com a Confederação da Alemanha do Norte, segundo o qual, em caso de guerra com a França, o rei da Prússia tornar-se-ia general dos exércitos germânicos. A Confederação do Norte é a antecessora do Império Alemão, que precisava de muito pouco para se concretizar: a guerra contra a França.

[editar] A Guerra Franco-Prussiana (1870-1871)

Apesar de a Áustria ter sido derrotada pela Prússia, o sul da Alemanha era constituído por democratas e aspiravam a uma Alemanha liberal, se opondo à união com a Prússia de Bismarck, que era um Estado militarista. Visando eliminar este entrave à unificação do norte com o sul, Bismarck necessitava de um inimigo comum que uniria, e possibilitaria a futura unificação; e este inimigo mais adiante seria a França de Napoleão III. Desde os tempos das guerras napoleônicas (de Napoleão I, derrotado em 18 de junho de 1815), os prussianos não simpatizavam com a França, e os professores prussianos repassavam este sentimento aos seus alunos em relação à nação francesa. Daí, Bismarck afirmar que foi o mestre-escola quem ganhou a guerra franco-prussiana, logo após a derrota da França na guerra contra a Prússia.

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[editar] Pretexto da Guerra Franco-Prussiana (1870-1871)

A Espanha, que estava sem rei desde 1868, ofereceu através de seu parlamento a Coroa ao príncipe Leopoldo de Hohenzollern-Sigmaringen, parente afastado do rei da Prússia (também da Casa dos Hohenzollern). Tal fato era inaceitável pela Europa anti-prussiana que contava também com a França. O ministro do exército francês proferiu um discurso indignado e belicoso contra a Prússia, o que gerou sentimentos anti-franceses no sul da Alemanha. Bismarck aproveitou-se da ideia de guerra entre os dois países, pois estava interessado em territórios franceses e sabia que conseguiria apoio no sul da Alemanha, o que seria decisivo para seus planos de unificação alemã.

Ele também sabia da superioridade de seu poderio militar sobre o medíocre exército francês. Todavia antes do conflito começar, Napoleão III temendo a expansão prussiana, protesta e exige do rei da Prússia a renúncia do príncipe Leopoldo, que desiste de disputar o trono espanhol.

Napoleão III ainda não satisfeito, e querendo agradar à opinião pública francesa, exige novas garantias de que jamais um membro de sua família ocuparia o trono espanhol.

Apesar de Guilherme I aceitar todas as condições impostas pelo imperador francês, este último insistia que o rei deveria dar estas garantias e negociar pessoalmente ao embaixador Benedetti da França. O rei prussiano que anteriormente atendera a todas as reivindicações de Napoleão III refutou (recusou) ter que negociar e dar novas garantias ao embaixador francês, Benedetti.

Em Paris, a atitude do rei prussiano foi tida como uma ofensa ao orgulho nacional da França e ao povo francês - este foi o motivo da França de Napoleão III declarar guerra à Prússia.

Finalmente França e Prússia entraram em guerra em 1870 e, logo a Prússia mostrou-se preparada o suficiente para encurralar a França em seu próprio território. Os franceses perderam em todas as frentes. O forte exército prussiano acumulava vitórias, como sucedeu na esmagadora vitória na batalha de Sedan (1 de Setembro de 1870) na qual o próprio imperador francês foi feito prisioneiro. No dia 2 de setembro de 1870 conclui-se a batalha de Sedan, onde a cavalaria francesa resistiu bastante, a ponto do rei Guilherme I da Prússia admirar a bravura com que estes lutaram.

Porém, Napoleão III viu que era inútil sacrificar vários soldados seus, e manda hastear a bandeira branca, e entrega sua espada, ficando prisioneiro do rei prussiano. Dois dias depois, a república seria proclamada em Paris.

No dia 20 desse mês, os prussianos cercavam Paris. Perante esta situação, o governo de Defesa Nacional (republicano, em funções desde 4 de Setembro, altura em que depusera Napoleão III) assinou a rendição. Na paz de Frankfurt (10 de Maio de 1871) a França, para além de pagar uma pesada indenização de 5 bilhões (ou 5 mil milhões em Português europeu) de francos para a Prússia, entregava o rico território da Alsácia-Lorena, de maioria germânica e rica em carvão, para o novo Império Alemão.

A vitória em Sedan estimulou o nacionalismo no sul da Alemanha e os Estados germânicos ao sul do rio Main (Hesse, Baden, Baviera e Würtemberg) entraram na

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Confederação. A esses Estados, porém, foram garantidas certas autonomias, como, por exemplo, exército próprio em tempo de paz.

Com a integração desses Estados ao novo Reich (II Reich; pois o I Reich ou Sacro Império Romano-Germânico, foi fundado por Carlos Magno, rei franco, sucedido mais adiante por Oto I o Grande), completou-se a última etapa para a unificação alemã.

[editar] Motivos da derrota francesa na Guerra Franco-Prussiana

A derrota da França comandada pelo general francês Mac-Mahon se deu por ser o exército prussiano maior e estar mais bem organizado para a guerra. Enquanto os canhões franceses eram carregados pela boca, os da Prússia tinham os famosos Krupp, de aço, carregados pela culatra, o que possibilitava tiro mais rápido.

Paris resistiu o quanto pôde aos prussianos, mas capitulou após quatro meses, por causa da fome.

[editar] A Coroação de Guilherme I: O Segundo Reich

Proclamação do Segundo Império Alemão. Bismarck está de branco, ao centro.

Os Estados Germânicos unificados, formando o Segundo Reich (1871-1919).

Com todas as etapas completas, a unificação alemã se consolidou em Janeiro de 1871 com a proclamação de Guilherme I como o primeiro Kaiser (Imperador) do Império Alemão, formando assim o Segundo Reich alemão. A coroação de Guilherme I aconteceu no Palácio de Versalhes (18 de Abril de 1871), para humilhação dos

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franceses, vencidos na guerra Franco-Prussiana. Isso apenas intensificou o revanchismo francês. Bismarck também foi nomeado como o primeiro chanceler da Alemanha, ficando no cargo de 1871 a 1890.

Após a unificação, o governo alemão manteve características autoritárias, sem incorporar o liberalismo democrático. Apesar disso, a Alemanha cresceu rapidamente, logo superando a Inglaterra na produção de aço, tornando-se uma das maiores potências europeias. O Segundo Reich durou até 1919, após a Primeira Guerra Mundial, quando foi substituído pela República de Weimar. Durante toda a sua existência (1871 - 1919), o Segundo Reich foi governado pela dinastia prussiana dos Hohenzollern.

[editar] Consequências da Unificação Alemã

A unificação dos Estados da Germânia foi um evento que gerou inúmeras consequências, imediatas ou posteriores, em toda a Europa e que foram responsáveis pela instabilidade no território europeu até a metade do século XX.

É possível dizer que a unificação alemã foi um dos principais motivos para o estouro da Primeira Guerra Mundial. A unificação da região de Alsácia-Lorena ao Segundo Reich Alemão gerou o revanchismo francês. Os franceses inconformados com a situação e com a humilhação provocada pelos alemães (como na coroação de Guilherme I no próprio Palácio de Versalhes, em território francês) mantiveram um sentimento de revanche que foi decisivo na política de alianças dos países europeus até quando eclodiu o conflito em 1914. Outro fator de influência para o surgimento do conflito foi a batalha dos países europeus por territórios na África e Ásia, no período conhecido como neocolonialismo. Os alemães, recém unificados, exigiam uma redivisão colonial nos continentes (ver Império colonial alemão), o que aumentou a tensão entre as potências.

[editar] Resumo

O Império Germânico, inicialmente, era formado por mais de 240 Estados. Mais tarde, foi substituída pela confederação Germânica, com a queda de Napoleão, por 39 Estados. Houve a União Aduaneira, que estabelecia a mesma moeda para os estados alemães. A confederação durou até a vitória da Prússia na Guerra Austro-Prussiana, quando a Alemanha foi dividida em Alemanha do Norte e Estados do Sul. Na Guerra Franco-Prussiana, além da Prússia ganhar as regiões da Alsácia-Lorena, a Alemanha foi unificada.

Notas e referências

1. ↑ No processo simultâneo, unificação italiana, em 1866, a Itália alia-se à Prússia – contra a Áustria. Os italianos são vencidos em Custozza, mas os prussianos aniquilam os austríacos em Sadowa. No fim desta guerra (chamada “Guerra das Sete Semanas”), a Itália adquire Veneza.

[editar] Bibliografia

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ALVES, Antônio. História B Padrão Contato de Ensino. 2. ed. Recife: Liber Gráfica e Editora Ltda, 1982.

BARRACLOUGH, Geoffrey . Atlas da História do Mundo - The Times / Folha de São Paulo (1993).

HERMIDA, Antônio José Borges. História Geral para os cursos de grau médio. 35274.ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1964.

MOMMSEN, Wolfgang . Imperial Germany 1867-1918: politics, culture, and society in an authoritarian state, translated by Richard Deveson from Der Autoritäre Nationalstaat, London: Arnold, 1995. ISBN 0340645342.

ZAMBELLI, Rosa Luiza. História Geral (2002).

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RisorgimentoOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.(Redirecionado de Unificação italiana)Ir para: navegação, pesquisa

Março de 2011 cita fontes fiáveis e independentes, mas elas não cobrem todo o texto.Por favor, melhore este artigo providenciando mais fontes fiáveis e independentes, inserindo-as em notas de rodapé ou no corpo do texto, nos locais indicados.Encontre fontes: Google — notícias, livros, acadêmico — Scirus

SérieHistória de Itália

Itália na Pré-História

Itália pré-romana

Roma AntigaReino de RomaRepública Romana

Império Romano

Províncias romanas:Itália (província romana),Gália Cisalpina

Renascimento

Dominação Napoleónica

Risorgimento

Reino de Itália

Itália fascista

República Social Italiana

Império colonial italiano

Itália republicana

Categoria: História da Itália

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O Risorgimento (em português Ressurgimento) é o movimento na história italiana que buscou entre 1815 e 1870 unificar o país, que era uma coleção de pequenos Estados submetidos a potências estrangeiras.

Na luta sobre a futura estrutura da Itália, a monarquia, na pessoa do rei do Piemonte-Sardenha, Vítor Emanuel II, da Casa de Saboia, apoiado pelos conservadores liberais, teve sucesso quando em 1859-1861 se formou a Nação-Estado, sobrepondo-se aos partidários de esquerda, republicanos e democráticos, que militavam sob Giuseppe Mazzini e Giuseppe Garibaldi. A desejada unificação da Itália se deu assim sob a Casa de Saboia, com a anexação ao Reino de Sardenha, da Lombardia, do Vêneto, do Reino das Duas Sicílias, do Ducado de Módena e Reggio, do Grão-ducado da Toscana, do Ducado de Parma e dos Estados Pontifícios.

Na primeira fase do Risorgimento (1848-1849), desenvolveram-se vários movimentos revolucionários e uma guerra contra o Império Austríaco, mas concluiu-se sem modificação do statu quo.

A segunda fase, em 1859-1860, prosseguiu no processo de unificação e concluiu com a declaração da existência de um Reino de Itália. Completou-se com a anexação de Roma, antes a capital dos Estados Pontifícios, em 20 de setembro de 1870.

Índice

1 Antecedentes 2 As sociedades secretas e o movimento Jovem Itália 3 Revoltas contra a volta do antigo regime 4 A Revolução de 1848 e a tentativa de unificação de Carlos Alberto 5 Vitor Emanuel e Cavour 6 Guerras de Independência 7 A conquista da Sicília 8 A proclamação do Reino de Itália 9 Veneza e Roma 10 As províncias irredentas 11 Mapas do processo de unificação 12 Referências 13 Ver também 14 Ligações externas

[editar] Antecedentes

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Península Itálica no tempo de Napoleão (1812).

Península Itálica após o Congresso de Viena (1814-1815).

Napoleão Bonaparte criou diversos estados na península Itálica: Reino da Etrúria, Reino de Itália (1805-1814) e entregou o governo do Reino de Nápoles ao seu irmão José. Durante esse período, esses territórios passaram por reformas liberais e pela extinção dos privilégios feudais e eclesiásticos. Após o Congresso de Viena, com a conferência de paz que se seguiu à derrota de Napoleão, e a liquidação do sistema, a península Itálica ficou dividida e subjugada. A Áustria dominava a Lombardia e Vêneto (Venécia); os ducados de Parma e Piacenza, Módena e Toscana eram regidos pelos arquiduques austríacos; o Piemonte, que integrava o Reino de Sardenha junto com o Ducado de Saboia e Gênova, era governado pela casa de Saboia; o Papa governava os Estados Pontifícios, estendendo sua autoridade às províncias do Adriático, e os Bourbons voltavam ao Reino das Duas Sicílias.

Em todas essas regiões, foi estabelecido o absolutismo. O único Estado que permaneceu mais ou menos liberal foi o Reino da Sardenha, na ocasião composto das atuais regiões de Piemonte e da Sardenha.

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Os governantes do antigo regime, impostos pelo Congresso de Viena, sem apoio popular, governavam com auxílio das forças austríacas.

Entretanto, as ideias nacionalistas e revolucionárias continuavam propagando-se, incentivadas pelo progresso econômico e o amadurecimento das instituições. O incremento da produção têxtil do Reino da Sardenha exigia um vasto mercado que somente poderia ser a Itália unificada. As ferrovias favoreceram as comunicações e, com elas, a unidade dos diversos Estados. Outro elemento aglutinador era a língua italiana. Os italianos podiam estar separados pelas fronteiras, com monarcas estrangeiros impostos pela Santa Aliança, mas ninguém podia despojá-los do idioma de Dante, Petrarca e Boccaccio. Por outro lado, o romantismo, que se identificou na Itália com o Risorgimento letterario, adquiriu um claro poder político. Assuntos aparentemente literários ou históricos encontravam-se cheios de alusões à escravidão e a tirania. Onde não se tolerava a crítica, empregava-se a sátira.

[editar] As sociedades secretas e o movimento Jovem Itália

As ideias revolucionárias também se propagaram através de sociedades secretas, como os carbonários, os adelfos e os neoguelfos.

Durante o domínio napoleônico, formou-se na Itália uma resistência que contou com membros de uma organização secreta – a Carbonária. A Carbonária, uma sociedade mais ou menos maçônica, surgiu em Nápoles, dominada pelo general francês Joaquim Murat, cunhado de Bonaparte. Seu objetivo, como o da maçonaria em geral, era combater a intolerância religiosa, o absolutismo e defender os ideais liberais. Lutava contra os franceses, porque as tropas de Napoleão haviam iniciado uma espoliação da Itália, embora defendessem os mesmos princípios de Bonaparte.

Com a expulsão dos franceses, a Carbonária queria unificar a Itália e implantar os ideais liberais.

Giuseppe Mazzini (1805-1872), fundador do movimento Jovem Itália.

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Os carbonários eram, principalmente, da média e da pequena burguesia e organizavam-se em vendas, cada uma contendo vinte membros, que desconheciam os grandes chefes. Todas as orientações eram transmitidas pelas vendas. Havia uma venda central, composta por sete membros, que chefiava o trabalho das demais. A Carbonária não tinha nenhuma ligação popular, pois como sociedade secreta, não propagandeava suas atividades. Além disso, a Itália era uma região agrícola e extremamente católica, com camponeses analfabetos e religiosos, que tradicionalmente se identificavam com ideias e chefes conservadores. Giuseppe Mazzini (1805-1872), político genovês, entrou para a sociedade dos Carbonários em 1830. Ao ser preso em 1831 por advogar inflamadamente a rebelião, passou a criticar as sociedades secretas, seus ritos e a ineficiência militar. Afinal, elas não conseguiram realizar a unificação italiana e não tinham nenhuma representatividade popular. Da crítica às sociedades, Mazzini passou à ação. Fundou a Jovem Itália [1] ), organização paramilitar que pretendia libertar as regiões italianas do domínio austríaco e unificar o país, por meio da educação do povo e da fundação de uma república democrática. Suas palavras de ordem eram: direito dos homens, progresso, igualdade jurídica e fraternidade. A sociedade organizou células revolucionárias em toda a península.

A esse movimento democrático opunham-se outras correntes que também pretendiam a unificação italiana. Eram os reformistas monarquistas, contrários à violência proposta por Mazzini e que acreditavam na realização da unidade política em torno do reino sardo-piemontês, sob um regime monárquico constitucional, e os neoguelfos, moderados liderados por Vincenzo Gioberti, que, por intermédio de acordos com a Áustria, queriam formar uma monarquia constitucional sob o controle do papa. O nome neoguelfos tem origem nos políticos medievais que defendiam que os papas romanos deveriam ter também o poder temporal da Europa.

[editar] Revoltas contra a volta do antigo regime

O Reino da Sardenha, em 1839.

Em 1820, revoltam-se em Nápoles dois oficiais franceses, Morelli e Silvati, com as suas divisões de cavalaria, ao clamor do rei e da ausência de uma constituição, claramente incitados pela agitação que eclodira pouco antes na Espanha. A revolta começa vitoriosa, o exército agrupa-se quase completamente ao redor dos insurrectos, cujo comando é assumido por Guglielmo Pepe. O rei vê-se forçado a proclamar a constituição e a formar um governo predominantemente constituído por antigos adeptos de Joaquim Murat. Os acontecimentos em Nápoles se propagam imediatamente à

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Sicília, onde a revolta assume um caráter autonomista. Um movimento de carbonários piemonteses exige da mesma forma a promulgação de uma constituição, concedida pelo regente do rei Carlos Félix, Carlos Alberto. Mas tanto o movimento napolitano quanto o piemontês são reprimidos. Morelli e Silvati acabam na prisão e com eles muitos outros. No Piemonte, Laneri e Grelli são condenados. E assim quase todos os que tinham se comprometido com as insurreições dos carbonários se veem forçados a ir para o exílio.

O que caracteriza essas primeiras tentativas é o quase completo afastamento das massas populares e da burguesia. São movimentos conduzidos por oficiais e descendentes da nobreza, com ideais de liberdade, constituição e parlamento, muito distantes das preocupações da população, ligada à agricultura principalmente, tais como repartição de terras, contratos de arrendamento e a situação geral dos camponeses. As insurreições seguintes, de 1830 e 1831, sobretudo nos Estados da Igreja, em Módena e em Parma, igualmente reprimidos em sangrentos combates, continuam a não mostrar modificações nesta esfera.

[editar] A Revolução de 1848 e a tentativa de unificação de Carlos Alberto

A península Itálica em 1843, dividida em oito Estados.

O movimento de unificação de Itália foi desencadeado pela revolução de 1848-1849. Após a Revolução de Julho, na França, nacionalistas italianos começaram a apoiar Mazzini e o movimento Jovem Itália. Foram incentivados pelo liberal Carlos Alberto da Sardenha, que havia assumido o trono da Sardenha e que se tornara o governante de Piemonte em 1831. O rei Carlos Alberto adotou uma forma de governo diferente dos demais: o parlamentarismo. Seguindo, inclusive, orientações do Papa Pio IX, que abolira o absolutismo nos Estados Pontifícios, dando anistia aos condenados políticos, promulgou uma Constituição liberal (o Estatuto Fundamental). Administrador capaz, reformou o sistema financeiro e reforçou o exército.

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Carlos Alberto de Savoia-Carignano

Em 1847, Camilo Benso, o Conde de Cavour, começou a editar um jornal chamado Il Risorgimento, influenciando largamente o rei, que, convicto da necessidade de expulsar os austríacos da Lombardia e de Veneza, declarou guerra à Áustria em 1848, contando unicamente com suas próprias forças (seu lema era "L'Italia fará da sé"). Os sardo-piemonteses tiveram que lutar sozinhos, sendo derrotados em Custozza (1848) e Novara (1849). As condições de paz eram humilhantes para serem aceitas e, acreditando que sua utilidade para o país havia terminado, Carlos Alberto abdicou em 23 de março de 1849 em favor de seu filho Vitor Emanuel II (1849-1878) e se exilou em Portugal, vindo a morrer meses depois.

Entre 1848 e 1849, começam as tentativas de unificação do reino da Itália. Durante esse período, os revolucionários proclamam pelo menos três repúblicas, a de São Marcos, a Toscana e a República Romana. Essa última república foi proclamada quando, em 1849, Mazzini comandou uma revolução em Roma. Os revoltosos cercaram o palácio do Quirinal, onde morava o Papa Pio IX, e o ameaçaram seriamente. Para salvar-se, o pontífice, dissimulado sob outros trajes, fugiu para Gaeta, fortaleza localizada no Reino das Duas Sicílias (24 de novembro de 1848). Em 9 de fevereiro de 1849, uma Assembleia Constituinte em Roma proclamou a República Romana. Um dos primeiros atos da nova república foi a elaboração de uma constituição que pudesse ser utilizada por uma Itália unida. Pio IX apelou para as potências européias, pois o Congresso de Viena tinha reconhecido e confirmado as fronteiras dos Estados da Igreja. Nações católicas como a Áustria, a França e a Espanha mandaram tropas para atacar Roma e a república foi abolida em julho de 1849. O Papa voltou à sua capital em 1850][2].

Proclamação da República Romana (1849)

O movimento de Mazzini, apesar de outras tentativas de insurreição, em 1853, enfraquecia. As forças que queriam construir uma Itália mais moderna e democrática foram vencidas.

Depois da onda revolucionária, os partidos mais tradicionais cresceram, promovendo posteriormente a unidade italiana, em bases não-democráticas, sob a égide do Reino da Sardenha.

A derrota dos revolucionários provocou a restauração do absolutismo em quase todos os Estados italianos. O único reino que manteve uma constituição liberal foi o Piemonte-Sardenha. Quase todos os partidos empenhados na unificação depositaram aí suas

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esperanças.

[editar] Vitor Emanuel e Cavour

Vítor Emanuel II, nascido em Turim, no Piemonte. Ascendeu ao trono em 1849 com a abdicação do pai, Carlos Alberto de Saboia.

Vitor Emanuel II subiu ao trono do Reino de Sardenha com 29 anos. Destemido na guerra, embora não tão bem dotado como governante, mostrou coragem ao rejeitar as imposições da Áustria para que revogasse a constituição de seu pai, embora esta atitude tenha lhe custado extensos territórios. Mas ao insistir em conceder anistia aos italianos que haviam se revoltado contra os austríacos, tornou-se um herói para seu povo, atraindo vários partidários de ideias unificadoras. Apesar da derrota de seu pai, seu reino crescia a cada dia em população e progresso, tornando-se o centro do movimento nacionalista.

Após a derrota frente à Áustria, em 1852, Vítor Emanuel II nomeou como chefe de gabinete o Conde de Cavour (1810-1861), líder do Partido Moderado e descendente de ricos latifundiários. Este político queria dar à Itália uma constituição de tipo britânico e era partidário da unificação da Itália, acreditando que a Casa de Saboia deveria liderar o processo. Um dos principais obstáculos à unidade italiana era a Áustria, que possuía muitos territórios no Norte da Itália. Cavour atuou em duas frentes para derrotá-la: no reaparelhamento militar e econômico do Piemonte-Sardenha e na diplomacia internacional para conquistar aliados contra aquele país.

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Camilo Benso, o Conde de Cavour. (1810 - 1861).

Internamente, Cavour procurou desenvolver a indústria, o comércio, as ferrovias e o exército sardo-piemontês. Externamente, participou da Guerra da Crimeia (1854-1856) contra a Rússia, ao lado da França e da Inglaterra, para obter apoio contra a Áustria. Em 1855, Napoleão III, que tinha simpatia pela causa italiana e era contrário aos tratados de Viena, perguntou a Vitor Emanuel II e ao seu primeiro-ministro, Cavour, qual a contribuição que a França poderia dar à Itália. Em 1856, França e Inglaterra debatiam abertamente o problema do obscurantismo predominante nos Estados Pontifícios e no Reino das Duas Sicílias, chegando à conclusão de que as duas potências tinham a responsabilidade de modificar essa situação. Cavour utiliza-se da Conferência de Paris, após a guerra, para denunciar a Áustria e despertar o interesse das nações europeias para a causa italiana.

Ele e Napoleão III se reuniram secretamente em Plombiers, no verão de 1858. No final do encontro, a França se comprometeu a apoiar o Reino da Sardenha em caso de invasão austríaca. Confiando nessa promessa, Cavour logo iniciou uma política beligerante contra os austríacos, tentando envolvê-los numa guerra contra o Piemonte-Sardenha.

[editar] Guerras de Independência

Ver artigos principais: Primeira Guerra de Independência Italiana, Segunda Guerra de Independência Italiana,

Guerra Austro-prussiana.

Entre 1848 e 1866 os exércitos do Reino de Sardenha e do Império Austríaco combateram três guerras que, com êxitos alternados, levaram à libertação da maior parte do Norte da península Itálica do domínio austríaco.

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A primeira guerra se desenvolveu em 1848-1849 e terminou com a derrota do exército sardo-piemontês. A segunda guerra se desenvolveu em 1859, quando o Reino de Sardenha se aliou à França e terminou com a derrota da Áustria e a formação do núcleo que originaria o reino de Itália. A terceira guerra ocorreu em 1866 e o Reino de Itália aliou-se à Prússia contra a Áustria. Graças à vitória do exército prussiano contra a Áustria, o reino de Itália adquiriu o controle sobre o Vêneto.

Giuseppe Garibaldi. Partidário do movimento Jovem Itália, teve de deixar o país em 1834, regressando catorze anos depois.

Os austríacos invadiram o Piemonte, parte do Reino da Sardenha, em 1859, iniciando a Segunda Guerra de Independência Italiana que teve a França lutando ao lado da Sardenha. A partir do Sul, voluntários aderiram à guerra sob a liderança de Giuseppe Garibaldi, um dos próceres do movimento de unificação do país, chamado a intervir para conferir a este conflito um caráter mais popular.

Os povos dos ducados de Módena e Parma, governados por duques ligados ao Império Austríaco, expulsaram seus governantes. A Toscânia, seguida por outros estados, revoltou-se e juntou-se ao Reino da Sardenha.

Na frente de batalha ao norte, os austríacos sofreram retumbantes derrotas frente aos franceses e sardo-piemonteses nas batalhas de Montebello (20 de maio de 1859), Magenta (4 de julho de 1859) e Solferino (21 de Junho de 1859).

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Mapa que mostra Nice e a área do Ducado de Saboia anexado em 1860 à França (marrom-claro) e à Itália (amarelo)

Se as hostilidades continuassem, é muito provável que os austríacos tivessem sido expulsos por completo da Península Itálica. Apesar das vitórias, o governante francês, amedrontado pela possibilidade da guerra evoluir para uma revolução, pela violenta campanha dos católicos franceses (protestando contra o ataque aos Estados da Igreja) e pela possibilidade de a Prússia entrar no conflito em apoio ao imperador Francisco José I da Áustria (a Prússia concentrou poderoso exército nas fronteiras com a França), preferiu assinar um armistício em Villafranca.

Em 10 de Novembro de 1859, foi firmado o Tratado de Zurique que confirmava o controle da Áustria sobre o Vêneto, cedia a Lombardia à França e estabelecia o retorno ao trono dos soberanos de Toscana, Parma e Módena. Este desrespeito de Paris para com a aliança franco-italiana foi denunciado por Marx e Engels, em artigos publicados em jornais europeus e italianos.

Ainda que Napoleão III repassasse, posteriormente, a Lombardia ao Piemonte-Sardenha, as condições do armistício provocaram indignação nos patriotas. Os ducados de Toscana, Parma e Módena não reempossaram seus soberanos. Esses ducados e parte dos Estados Pontifícios (as Marcas e a Úmbria) optaram, mediante plebiscitos populares, pela união com o Piemonte-Sardenha. Napoleão III concordou, desde que a França recebesse o Ducado de Saboia e Nice. No mesmo ano, foi feito um plebiscito nessas duas regiões, que passaram à França, praticamente por unanimidade.

Olhando com desconfiança para a política francesa na Itália, uma vez que ela visava aumentar a zona de influência de Paris, desequilibrando as forças no continente europeu, o governo inglês preferiu apoiar a criação de um Estado unificado na Itália, impedindo que a França assumisse o papel de árbitro na política peninsular.

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[editar] A conquista da Sicília

Ver artigo principal: Expedição dos Mil

Garibaldi partindo para a conquista da Sicília.

Em Abril de 1860, iniciou-se uma insurreição camponesa na Sicília, para onde se dirigiu Garibaldi. Em Maio de 1860, o lendário Giuseppe Garibaldi – líder da Sociedade Nacional, um movimento criado por ele e Pallavicino, com o apoio do Conde de Cavour e que tinha por finalidade unificar a Itália – partiu de Gênova e desembarcou em Marsala com um exército popular de 1070 homens conhecido como os "mil de Garibaldi" ou os "mil camisas-vermelhas", porque estes voluntários usavam camisas-vermelhas.

Dentro de duas semanas, os revolucionários chegaram à cidade de Palermo, obtendo a capitulação de um exército regular de 20.000 homens. Em Setembro, Garibaldi entrou em Nápoles, sendo logo seguido pelo exército de Vítor Emanuel II, que havia conquistado os Estados Pontifícios. Garibaldi assumiu o poder em Nápoles, com o apoio incondicional de uma parte considerável da população, com exceção dos camponeses, que não constituíam uma forte oposição aos latifundiários.

Republicano convicto, Garibaldi opunha-se à política da Casa de Saboia, pois ela daria ao país o regime monárquico. Apesar disso, Garibaldi voluntariamente reconheceu a autoridade de Vítor Emanuel quando esta foi exigida por Cavour e entregou o Reino das Duas Sicílias ao rei, pois preferia ver uma Itália monárquica unida a uma Itália desunida. Vítor Emanuel foi proclamado, em 17 de março de 1861, rei da Itália, cuja capital passou de Turim para Florença em 1865, já falecido Cavour. Em 1861, a comunidade internacional, com exceção da Áustria, reconheceu o nascimento do novo Estado italiano.

[editar] A proclamação do Reino de Itália

Em 18 de fevereiro de 1861, Vítor Emanuel II reuniu em Turim os deputados de todos os Estados que reconheciam sua autoridade e assumiu, em 17 de março, o título de Rei da Itália "por graça de Deus e vontade da nação", mantendo porém o número que lhe cabia como soberano do Reino da Sardenha. O Reino da Itália foi governado com base na constituição liberal adotada no Reino da Sardenha em 1848 (Estatuto Albertino).

[editar] Veneza e Roma

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Ainda permaneciam fora do Reino de Itália o Vêneto (em poder da Áustria) e Roma (em poder do papa). Negociações diplomáticas, realizadas pelo governo italiano com a Áustria e com o Papa fracassaram.

Em 1866, a Prússia entrou em guerra com a Áustria, auxiliada pelo novo Estado italiano. Garibaldi e os seus homens sofreram muitas derrotas, mas as tropas da Prússia ditaram o resultado final deste conflito. Após a assinatura da Paz de Viena em 1868, a Áustria foi coagida a renunciar ao Vêneto e a região foi integrada ao Reino de Itália.

Em 1862, Garibaldi tentara conquistar Roma, mas fora vencido. Em 1867, tentou novamente, porém o imperador francês Napoleão III, pressionado pelos católicos de seu pais, invadiu Roma e recolocou o Papa no trono. Pela importância histórica da cidade, antiga capital do Império Romano e sede da cristandade ocidental, a Itália sem Roma era como um homem sem cabeça. Os partidários da unificação queriam transformá-la na capital do novo reino. Os obstáculos eram o exército francês, que ocupava a cidade e o papa, que controlava as amplas massas italianas, majoritariamente católicas.

Papa Pio IX.

O primeiro obstáculo foi removido com a Guerra Franco-Prussiana (1870-1871). Devido a essa guerra, as tropas francesas foram retiradas da "Cidade Eterna" para combater os prussianos, e os italianos invadiram a cidade, que foi ocupada pelas tropas de Vítor Emanuel em 20 de setembro de 1870, sendo transformada na capital do reino que se formava. Em 13 de Março de 1871, Vítor Emanuel ofereceu como compensação ao Papa uma indenização e o compromisso de mantê-lo como chefe do Estado do Vaticano, um bairro de Roma onde ficava a sede da Igreja (as leis de garantia).

O Papa Pio IX, consciente de sua influência sobre os católicos italianos e desejando conservar o poder da Igreja, recusou as duas ofertas e declarou-se prisioneiro voluntário do Estado italiano. Além disso, proibiu os católicos italianos de votar nas eleições do novo reino.

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Essa incómoda questão de disputas entre o Estado e a Igreja, chamada Questão Romana, só terminou em 1929, quando o ditador fascista Benito Mussolini, necessitando de apoio da Igreja e dos católicos, assinou com o Papa Pio XI a Concordata de São João Latrão. Por esse tratado, firmou-se um acordo pelo qual se criava o Estado do Vaticano, o Sumo Pontífice recebia indenização monetária pelas perdas territoriais, o ensino religioso era obrigatório nas escolas italianas e se proibia a admissão em cargos públicos dos sacerdotes que abandonassem a batina.

[editar] As províncias irredentas

Ver artigo principal: Irredentismo

A unificação da Itália ainda não se havia completado. Algumas províncias como Trentino, Tirol Meridional, Trieste, e Ístria, continuavam sob domínio austríaco, sendo chamadas de províncias irredentas, isto é, não libertadas. Nessas regiões, irrompeu um movimento de caráter nacionalista: o Irredentismo. Ao final da Primeira Guerra Mundial, partes dessas regiões foram incorporadas à Itália.

[editar] Mapas do processo de unificação

Os Estados italianos em 1859: em laranja o Reino de Sardenha,em amarelo o Reino das Duas Sicílias, em vermelho os Estados Pontifícios, em azul o Reino

Lombardo-Vêneto e em verde o Grão-ducado da Toscana e os Ducados de Parma e de Modena

Reino de Sardenha (em laranja) em 1860 depois da anexação da Lombardia, do Grão-ducado da Toscana, dos Ducados emilianos e da Romanha pontifícia.

Page 25: Unificação Alemã e Italiana

O Reino de Sardenha depois da Expedição dos Mil, depois denominado Reino de Itália (1861)

O Reino de Itália em 1866 depois da Terceira Guerra de Independência

O Reino de Itália em 1870 depois da conquista de Roma

O Reino de Itália em 1919 depois da Primeira Guerra Mundial

Império italiano em 1940

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República Italiana, em 1946

Referências

1. ↑ JANNUZZI, Giovanni. Breve historia de Italia. 1 ed. Buenos Aires: Letemendía, 2005. 80 p. p. 1 vol. vol. 1. ISBN 987-21732-7-3

2. ↑ PICK, Daniel. Roma ou morte: as obsessões do general Garibaldi. 1 ed. Rio de Janeiro: Record, 2009. 276 p. 1 vol. ISBN 978-85-01-07702-8

[editar] Ver também

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