UNINDO GERAÇÕES N. 28

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28 P [6] CONGREGAÇÃO DE Nª SRª DA CARIDADE VIANA DO CASTELO Gerações Unindo ANO X | Nº 28 | JUNHO 2015 VISITE O NOSSO SITE www.caridade-viana.com A nossa Instituição já tem Facebook. Foi criado em janeiro do corrente ano. Desta forma, abrimos a nossa Instituição à comunidade, podendo assim dar a conhecer todas as atividades que realizamos com os nossos idosos. Contamos já com 376 “gostos”, e a intenção é aumentar este número para chegar ao máximo de pessoas possível. Residentes, Familiares e Colaboradores a assistirem à Festa de Natal Na Creche Beija-Flor Centro de Dia de Santa Marta de Portuzelo Peça de Teatro “o Gato das Botas” no Teatro Sá de Miranda P [4] P [5] P [5]

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Congregação de nª Srª da Caridade Viana do CaSTeLo

geraçõesUnindo

ano X | nº 28 | JUnHo 2015

ViSiTe o noSSo SiTewww.caridade-viana.com

A nossa Instituição já tem Facebook. Foi criado em janeiro do corrente ano.

Desta forma, abrimos a nossa Instituição à

comunidade, podendo assim dar a conhecer

todas as atividades que realizamos com os nossos idosos. Contamos já com 376 “gostos”, e a intenção é aumentar este número

para chegar ao máximo de pessoas possível.

residentes, Familiares e Colaboradores a assistirem à Festa de natal

na Creche Beija-Flor

Centro de dia de Santa Marta de Portuzelo

Peça de Teatro “o gato das Botas” no Teatro Sá de Miranda

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Entrei apressado e com muita fome no restaurante. Escolhi uma mesa bem afastada do movimento, porque queria apro-veitar os poucos minutos que dispunha naquele dia, para co-mer e acertar alguns bugs de programação, num sistema que estava a desenvolver, além de planear a minha viagem de fé-rias, coisa que há tempos que não sei o que são.

Pedi um filete de salmão com alcaparras em manteiga, uma salada e um sumo de laranja. Afinal de contas fome é fome, mas regime é regime.

Abri o portátil e apanhei um susto com aquela voz baixinha atrás de mim:

- Senhor, não tem umas moedinhas?

- Não tenho, menino.

- Só uma moedinha para comprar um pão.

- Está bem, eu compro.

Para variar, a minha caixa de entrada está cheia de e-mails.

Fico distraído a ver poesias, as formatações lindas, rindo com as piadas malucas.

A música que ouço leva-me até Londres e às boas lembranças de tempos áureos.

- Senhor, peça para colocar margarina e queijo.

Percebi nessa altura que o menino tinha ficado ali.

- Ok. Vou pedir, mas depois deixas-me trabalhar. Estou muito ocupado. Está bem?

Chega a minha refeição e com ela o meu mal-estar. Faço o pe-dido do menino, e o empregado pergunta-me se quero que mande o menino ir embora.

O peso na consciência, impede-me de o dizer.

Digo que está tudo bem e que o deixe ficar. Peço-lhe que traga o pão e mais uma refeição decente para ele.

Então sentou-se à minha frente e perguntou:

- Senhor, o que está a fazer?

- Estou a ler uns e-mails.

- O que são e-mails?

- São mensagens eletrónicas enviadas por pessoas, via Internet (sabia que ele não ia entender nada, mas, a título de livrar-me de questionários desses), disse:

- É como se fosse uma carta, só que via Internet.

- Senhor, você tem Internet?

- Tenho sim. A Internet é essencial no mundo de hoje.

- O que é a Internet?

- É um local no computador, onde podemos ver e ouvir muitas notícias, músicas, conhecer pessoas, ler, escrever, sonhar, tra-balhar, aprender. Tem de tudo no mundo virtual.

Resolvo dar uma explicação simplificada, sabendo que ele pouco ia entender e deixar-me-ia almoçar descansado.

- Virtual é um local que imaginamos, algo que não podemos to-car, apanhar, pegar… É lá que criamos imensas coisas que gos-taríamos de fazer e de ter. Criamos as nossas fantasias, trans-formamos o mundo em quase tudo o que queríamos que fosse.

- Que bom. Gostei! Também vivo nesse mundo virtual.

- Tens computador? Exclamo eu!!!

- Não, mas o meu mundo também é vivido dessa maneira… Vir-tual. A minha mãe fica todo o dia fora, chega muito tarde a casa. Quase não a vejo. Eu fico a cuidar do meu irmão pequeno que vive a chorar de fome e eu dou-lhe água para ele pensar que é sopa. A minha irmã mais velha sai todo o dia, também. Diz que vai vender o corpo, mas não entendo, porque ela volta sempre com o corpo. O meu pai está na cadeia há muito tempo. Imagino sempre a nossa família toda junta em casa, muita co-mida, muitos brinquedos de natal e eu a estudar na escola para vir a ser um médico um dia. Isto é virtual não é, senhor?

Fechei o portátil, mas não fui a tempo de impedir que as lágri-mas caíssem sobre o teclado.

Esperei que o menino acabasse de literalmente “devorar” o prato dele, paguei e dei-lhe o troco. Retribuiu-me com um dos mais belos e sinceros sorrisos que já recebi na vida e com um: - “Brigado, senhor, você é muito simpático!”.

Ali, naquele instante, tive a maior prova do virtualismo insen-sato em que vivemos todos os dias, enquanto a realidade cruel nos rodeia de verdade e fazemos de conta que não percebemos!

Pesquisa (na Internet) e arranjo

Carlos Barbosa

eespaço da direção

“ ”

2 Unindo gerações

o menino do restaurante

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ccreche beija-flor

Unindo gerações 3

A creche Beija-flor continua a promover atividades a pensar no desenvolvimento integral das suas crianças, valorizando as experiências e potencialidades da nossa cidade em cooperação com as famílias. Realizamos um jogo de futebol para os papás e uma caminhada para as mamãs. O convívio entre as famílias e crianças fora do espaço escola foi notório e apreciado por todos. Visitamos a Biblioteca Municipal, mais propriamente a bebéteca, assistimos à hora do conto e passeamos pelo jardim. As salas de 2-3 anos receberam alguns pais que se disponibilizaram para contar histórias ou partilharem as suas aptidões com as crianças. Foram momentos de partilha e aprendizagem.

Participamos com a colaboração das famílias no concurso “Maio florido”, colocando coroas em todas as varandas do edifício, tendo sido atribuído à nossa creche um honroso segundo lugar. Muitas atividades seriam dignas de registo mas elegemos a “mini horta” como a atividade do ano. Mais uma vez com o apoio das famílias que contribuíram trazendo terra, sementes e cercas (foram plantadas alfaces, morangos, salsa, tomates e uma laranjeira).

Agora é tempo de preparar a festa de final do ano e o passeio com as famílias ao Zoo da Maia.

A equipa pedagógica

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aatividades

atividadesainda em 2014...

Festa de natal

Baile de CarnavalGrupo de Cantares da Caridade

Grupo de Teatro da Caridade Grupo de Serenatas de Perre

Residentes, Familiares e Colaboradores a assistirem à Festa de Natal

Grupo Etnográfico da Areosa

Muita alegria e boa disposição!

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Já em 2015...a tradicional cantata das Janeiras

Muito obrigada a todos que nos receberam com muito carinho, para o ano lá estaremos com a mesma satisfação!

Na Creche Beija-Flor

No Lar da Instituição

Centro de Dia de Santa Marta de Portuzelo

Convívio depois da atuação no Lar de São Pedro em Barroselas

No Centro Social e Cultural de Carreço

Centro Paroquial e de Promoção Social e Cultural de Darque

Centro Social e Paroquial da Meadela Centro Social e Paroquial do Sr. do Socorro

Centro de Dia da Paróquia de Nossa Senhora de FátimaCentro Social e Cultural da Meadela

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Projeto Cultura da idade

Visitas à instituição

Visita ao Museu de Traje Hora do Conto na Biblioteca Municipal Sessão de Cinema na Sede dos ENVC

Baile em CarreçoPalestra sobre os Direitos e Deveres do Consumidor no Museu de Artes Decorativas

Visita ao Museu de Artes Decorativas Peça de Teatro “o Gato das Botas” no Teatro Sá de Miranda

Passeio a Lanheses

Atuação de Grupo Folclórico de Santa Marta de Portuzelo. Esta iniciativa inseriu-se no mês solidário integrado no programa comemorativo do 75º aniversário deste grupo

Visita do grupo de janeiras da Paróquia de Nossa Sra. de Fátima, Centro de Dia e Jardim de Infância

Visita dos alunos do 1º Ciclo do Colégio do Minho e da Associação de Moradores da Abelheira para cantarem as janeiras

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algumas atividades da instituição

Palestras da Saúde

Exposição e Venda de Trabalhos Manuais Palestra da PSP Torneio de Sueca e Dominó

Grupos de Estimulação CognitivaAteliê de Trabalhos Manuais Atividade com a Estagiaria da ESE - Área de Gerontologia Social

Música ao vivo Ateliê de Culinária

Sessão de Cinema Aulas de Ginástica

“Terapias Naturais” com a fisioterapeuta Dra. Alexandrina Fernandes

“Hipertensão Diabetes e Colesterol” com a farmacêutica Dra. Juliana Lage

Workshop de Socorrismo para funcionários da Instituição

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momento dos residentes

mEsta é a minha contribuição para este jornal.

Poderia trazer qualquer outro tema mas achei que, ao fim de nove anos de estadia neste Lar, seria uma boa altura de fazer uma retrospetiva do tempo aqui passado.

Na verdade o tempo passou tão rapidamente que até parece que aqui dei entrada na semana passada…

Isto porque me tenho sentido acarinhada e respeitada por todos.

Constatei que arranjei uma nova família! Os utentes são agora os meus melhores amigos , desde a Admistração, passando pelos cargos de maior destaque como o Sr. Morgado e a Dra. Arlete, como todos os outros setores: as nossas auxiliares, senho-ras da limpeza, lavandaria, restauração, todos me tratam como se da família fosse. Um bem haja a todos os que contribuem para a felicidade e bem estar de todos os utentes.

Quero também deixar a minha amizade ao Sr. Padre que nos ajuda espiritualmente e à nossa psicóloga que está sempre disponível.

Aos senhores enfermeiros obrigada por cuidarem da nossa saúde.

Não posso esquecer a simpatia dos senhores porteiros.

Mais uma vez o meu sincero agradecimento!

IdalIna TenedórIoResidente da Congregação de Nossa Senhora da Caridade

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novos resIdenTes:08/2014 - Idalina Augusta Rodrigues 09/2014 – Manuel Dias Araújo10/2014- Maria Orlanda Fernandes da Silva Guimarães10/2014- Amália da Conceição das Dores Jácome Valente12/2014- António de Sá Campos01/2015- Maria Bernardete Rodrigues da Silva02/2015 - Mário Emílio Teixeira02/2015 - Nair Marques de Carvalho Teixeira02/2015 – Maria José de Freitas Dias Chaves02/2015 – Teresa Maria Salgado da Costa Pereira03/2015 - Manuel Sousa Monteiro03/ 2015 - Maria Madalena de Sousa Pereira04/2015 - Deolinda da Cunha Caldas

resIdenTes FalecIdos:09/2014 – Nicolau Rodrigues Balchada09/2014- António D` Oliveira Serrano11/2014- Maria Helena Gonçalves Silva12/2014- Carolina Amorim Carlos Torres01/2015- Celeste dos Santos Pereira Costa Vieira01/2015 - Armanda Mendes de Araújo01/2015 - Marta Casimira da Silva01/2015 – Ernestina de Brito02/2015 – Maria Teresa Martins Moreira Borlido02/2015 - Manuel da Silva Amorim03/2015 – Maria do Carmo Cunha Machado05/2015 – Maria Arminda de Sá

saídas:09/2014 – Lucinda dos Anjos Barroso Ribeiro

acolhimento

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importância da água na terceira idade

saúde e bem-estar

sA água é um nutriente indispensável para o funcionamento do organismo. Ela de-sempenha papel fundamental na regu-lação de muitas funções vitais do corpo, incluindo regulação da temperatura, transporte de nutrientes (como vitami-nas, os minerais, hidrato de carbono, etc) e eliminação de substâncias tóxicas, prin-cipalmente na Terceira Idade.Benefícios da ingestão adequada de água: fortalece as defesas do corpo, melhora o funcionamento do intestino, bom para memória, etc.Não se deve esperar pela sede para beber água, pois quando ficamos com sede sig-nifica que o nosso organismo já necessita de água há algum tempo.Sintomas como boca seca, mal-estar, dimi-nuição da produção de saliva e respiração acelerada pela boca são sinais de que o cor-po necessita de ingestão imediata de água.

Causas da desidratação: aumento da temperatura corpórea, queda da pressão, cãibras musculares, confusões mentais e até mesmo a morte.Os idosos têm menor reserva hídrica. E quando desidratados não sentem vonta-de de ingerir água, pois os seus mecanis-mos de equilíbrio interno não funcionam muito bem.Se não houver reposição adequada de lí-quidos, é desidratação na certa. Mesmo que o idoso seja saudável, fica prejudica-do o desempenho das reações químicas e funções de todo o seu organismo.Por líquidos entende-se água, chás, su-cos, água de coco, leite, sopa, gelatina, frutas ricas em água, como melancia, melão, abacaxi, laranja, tangerina.

Por isso faz-se necessário, para o idoso, tor-nar voluntário o hábito de beber líquido. É importante, também, oferecer constante-mente líquidos aos idosos, exceto se hou-ver restrição médica ou do profissional nu-tricionista, devido a algumas patologias. Recomenda-se consumir no mínima de 1,5 litros de água por dia e o restan-te através dos alimentos. É importan-te a ingestão de líquidos, em pequenas quantidades, a cada duas horas por dia. Assim sendo, a ingestão de água deve ser independente da sede constante. Consciencializar os idosos sobre esse assunto é de fundamental importância para que adquiram e cultivem o “hábito” de hidratar o organismo, como preven-ção de vários problemas de saúde. Edilene Carvalho FeitosaNutricionista – CRN5/1524

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momento dos colaboradores

mO estágio realizado no Lar da Congregação de Nossa Senhora da Caridade per-mitiu-me ganhar alguma experiência, conhecimento. Tornou-me uma pessoa melhor, mais rica em valores. Ao longo deste ano consegui pôr em prática al-guma das aprendizagens que desenvolvi ao longo dos três anos de licenciatura. Este crescimento pessoal e profissional deve-se, em grande parte, à troca de experiências profissionais e de vida com esta instituição, com os idosos, assim como com os recursos humanos que, nesta caminhada, estiveram sempre dispo-níveis e acolheram-me da melhor maneira possível. Chegando ao fim do estágio, concluo que foi um magnífico ano, fazendo assim um balanço muito positivo. Agradeço profundamente a todos!

Vânia Reis

estágio curricular da licenciatura em educação Social e gerontológica da escola Superior de educação 2014/2015

estágios

estágio curricular do Curso Técnico Profissional de Saúde da escola de Santa Maria Maior

A dia 30 de Outubro iniciei a minha formação em contexto de trabalho. Esta realizou-se no Lar da Congregação de Nossa Senhora da Caridade em Viana do castelo.Achei o local de estágio indicado para realização da minha FCT devido ao número e diversificação de utentes, devido às funções que desempenhei, pois serão essenciais um dia que fique empregada nesta área.Os membros da equipa estiveram dispostos a ajudar-me e a prestar colaboração. Sem eles não teria sido possível o meu resultado final enquanto estagiária.A instituição possui uma equipa multidisciplinar sempre pronta a ajudar e colaborar no que é pretendido, tanto a fun-cionários como a residentes.Também ela proporciona aos utentes do lar atividades impor-tantes, na Instituição e no exterior, tendo em conta os gostos dos idosos.

Levo destas 420h várias aprendizagens, conhecimentos ad-quiridos ao lado das auxiliares, e um carinho recebido pelos membros presentes na instituição.Por isso devo um agradecimento:À diretora do Lar, Arlete Cortez, por me ter recebido na Intui-ção, ter confiado nas minhas competências e ter-se mostrado disponível para qualquer informação.À psicóloga, Diana Pereira, pelo acompanhamento e estar presente na realização das minhas atividades da PAP e por se ter mostrado disponível para ajudar.Os elementos da equipa de auxiliares do lar, por me terem acompanhado em algumas horas de estágio. Sem esses ele-mentos não seria possível a maioria das tarefas executadas.Aos idosos da Instuição, pois receberam-me de braços abertos, foram simpáticos, sociáveis e colaboraram bastante comigo.

Marta Gomes

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Uma visão sobre o Setor Enorme e de extrema importância para a Instituição. Por uma equipa formada por 8 elementos passam, de segunda a sábado, milhares de roupas do Lar de Idosos.A este volume, acrescem as roupas da Clínica de Medicina Física e de Reabilitação e as dos nossos pequenitos da Creche.Logo pela manhã, a colega Aurora começa a fazer a recolha das roupas sujas pelos diversos setores do Lar. Entram na lavandaria e aí é feita a primeira triagem. Depois de lavadas passam à secagem. Seguidamente são passadas e separadas. Se houver necessidade de um arranjo, de um botão, vão para a colaboradora que executa os serviços de costura. Finalmente deixam a rouparia e são distribuídas pela referida colega Aurora.Há algumas roupas, contudo, que ficam no setor porque pertencem a pessoas que já não têm capacidade para se cuidarem sozinhas. As Ajudantes de Ação Direta, diaria-mente vêm buscar as “toiletes” que preparamos para aquelas pessoas.Logicamente que todas as roupas têm de ser marcadas para que não se percam nem haja trocas. Mesmo aquelas que nos oferecem e que ainda estão em boas condições de serem usadas e que são atribuídas a residentes com menos possibilidades econó-micas para renovarem as suas roupas. Até no vestir é importante garantir que cada um vista o que é seu e se apresente o melhor possível.As roupas da Creche e as da Clínica são lavadas separadamente das roupas dos ido-sos. Todos os dias, exceto ao fim-de-semana, esses serviços mandam as roupas sujas e recebem as roupas lavadas.Para dar andamento a todo este trabalho, entramos às 8:00H e saímos às 17:00H, com o intervalo de 2 horas para almoço. Ao sábado saímos às 13:00 e aos domingos temos um descanso mais que merecido. Tudo recomeça à 2ª feira, e assim vamos somando anos de trabalho. É interessante referir que a funcionária mais antiga do Lar, a nossa Deolinda, trabalha neste setor há 42 anos!Por nós já passaram um sem fim de residentes que gostam de deitar uma “mãozinha” e que são sempre uma ajuda preciosa. Ao registar estas palavras, lembro-me da residente Marinha, nossa “concorrente”, pois gostava de lavar a roupa a alguns “clientes” (residentes do Lar), “cravando-nos” sabão e detergente em pó. Quando nos via, chamava-nos “as raparigas do rio”. Do rio, nome que lhe ficou da velha e obsoleta lavandaria, assim a chamavam, onde muita roupa era lavada por duas funcionárias e algumas residentes em tanques enormes, fazendo lembrar os velhos tanques públicos, com água que corria apressa-da e muito fria. Outros tempos!Hoje felizmente tudo mudou e as máquinas fazem milagres. A roupa sai limpinha e bem cheirosa! Longe vai o tempo onde se faziam tantos sacrifícios e os resultados ficavam bem aquém do que se pretendia. Para nós que trabalhamos neste setor, apesar de haver momentos muito complica-dos, é um gosto servir a Instituição e seus os residentes.

espaço dos colaboradores

eFáTIma Pedrulho

Chefe de setor da Lavandaria/Rouparia

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Quando o comandante abandona o na-vio, tem de ter a certeza que para trás não ficou ninguém. Salvou passageiros, salvou a tripulação e só depois virou as costas e partiu.Sem querer ser o “comandante” deste enorme “navio”, porque na realidade não sou, ao estar para breve a minha partida, tenho a sensação estranha que saio e deixo para trás muita gente, fazendo exatamen-te o contrário do que seria o meu dever! Depois, descanso esta angústia, porque na Instituição fica gente responsável que continuará a geri-la de uma forma dedica-da e com um elevado espírito humanista.Os “passageiros” e a “tripulação” podem sossegar portanto, porque a “Caridade”, vai continuar uma viagem calma, sem aci-dentes de percurso, embora possa encon-trar águas agitadas e ventos tempestuosos. Com efeito, há alturas, quando menos se espera, que somos confrontados com situações que incomodam, fazendo-nos desviar tempo e energia tão necessários ao nosso desempenho.Como exemplo mais comum, podemos referir atitudes de certos familiares que, sem motivo, nos apontam o dedo cul-pando-nos de coisas absolutamente ab-surdas. Alguns, parecendo querer sacu-dir o sentimento de culpa que carregam, acusam-nos por não fazermos milagres!Há ainda quem, tendo tido um familiar que residiu e faleceu neste Lar, partici-pe o seu falecimento em jornais, como estando a viver na sua companhia! Que absurdo e que cinismo. Basta de tanto preconceito, vaidade e falta de caráter.

Têm vergonha por terem tido necessi-dade de recorrer aos serviços de uma instituição ou é apenas porque este Lar é conhecido como “Caridade”? Não te-mos nenhum complexo por isso. Aliás, a palavra Caridade que também significa Amor, é uma das três virtudes teologais que nos faz amar a Deus como um Ser su-premo e através d’Ele o próximo, como a nós mesmos.É verdade que em tempos idos “albergá-vamos” quase que exclusivamente, gente pobre, miserável e excluída da socieda-de. Hoje, decorridos mais de 40 anos, a realidade é bem diferente. Há heteroge-neidade no universo dos residentes. São pessoas de todas as classes sociais, sem qualquer discriminação. São admitidos porque respondem aos quesitos, porque querem e, quase sempre, porque não têm retaguarda familiar e precisam de apoio de terceiros.Hoje em dia, a vida tornou-se mais com-plicada e as pessoas que recorrem ao in-ternamento de familiares devem ter a hu-mildade de reconhecer as suas incapaci-dades para cuidar. Da parte do Lar, devem exigir a prestação de bons serviços, mas sem nunca perderem os sentidos de jus-tiça e de verdade, na avaliação que fazem.A Congregação de Nossa Senhora da Cari-dade é uma IPSS que presta bons serviços, ombreando ao lado dos melhores lares do país. Está bem apetrechada em recursos humanos e materiais e trata os seus uten-tes colocando-os no centro da sua ação. Apesar de haver um peso elevado de gente dependente, respira-se bem-estar, alegria e, principalmente, humanismo.

É claro que os seus colaboradores, como pessoas que são, também podem falhar. No entanto, temos a certeza que todos os dias dão o seu melhor para tornarem fe-lizes aqueles que aqui residem e para que as famílias, reconhecendo o trabalho que se faz, se sintam felizes por eles e vivam descansadas.Num Lar, o papel das famílias é essencial. São ótimas ajudas, principalmente, no combate aos efeitos nefastos do interna-mento, facilitando uma melhor integração. Há contudo, muitas outras famílias com as quais é impossível trabalhar.Infelizmente, ficam-se apenas pelas críti-cas. Estas aceitar-se-iam, desde que fossem construtivas e justas. Sendo inapropriadas e baseadas em premissas falsas, são dispen-sáveis. Os seus promotores deviam tomar consciência das observações que fazem e do ridículo em que por vezes se colocam.Antes de partir, o que acontecerá dentro de poucos meses, aproveito este espaço para agradecer às famílias que sempre nos apoiaram e, simultaneamente, di-rigir um apelo, àquelas outras famílias, dizendo-lhes o seguinte:- Não se coloquem numa posição contrá-ria à nossa. Lutamos pela mesma causa. Saltem para o lado de cá, juntem-se a nós e ajudem-nos a melhorar os serviços.Estamos abertos para vos receber e ouvir sugestões. Não se esqueçam que este Lar hoje, serve os nossos pais, amanhã, quiçá, não sere-mos nós os candidatos….

arlete cortezDiretora do Lar

dmomento da diretora

FiCHa TéCniCa

12 Unindo gerações

designRui Carvalho

Tiragem300 exemplares

ImpressãoTipografia Viúva José de Sousa, Filhos, Lda

directorAntónio José Morgado

unindo GeraçõesANO IX | Nº 28 | Junho de 2015

Propriedade e administraçãoCongregação de Nª Srª da Caridade Viana do Castelo

Rua dos Bombeiros | 4900-533 Viana do CasteloTel. 258 808 010 | Fax 258 808 019E-mail:[email protected]

“ ”

estimados sóciosConstitui para esta Instituição uma grande ajuda o pagamento das vossas quotas.Por favor, não se esqueçam!

Lutamos pela mesma causa.