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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO RITA DE CÁSSIA CAFÉ M. MIRANDA ESTUDO DA QUANTIDADE DE ÓBITOS ENVOLVENDO MOTOCICLISTAS NA BAHIA MACEIÓ - AL 2014

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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO

RITA DE CÁSSIA CAFÉ M. MIRANDA

ESTUDO DA QUANTIDADE DE ÓBITOS ENVOLVENDO

MOTOCICLISTAS NA BAHIA

MACEIÓ - AL

2014

RITA DE CÁSSIA CAFÉ M. MIRANDA

ESTUDO DA QUANTIDADE DE ÓBITOS ENVOLVENDO MOTOCICLISTAS NA

BAHIA

Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito. Orientador: Prof. Dr. Manoel Ferreira do Nascimento Filho Co-Orientador: Ronabson Cardoso Fernandes

MACEIÓ - AL

2014

RITA DE CÁSSIA CAFÉ M. MIRANDA

ESTUDO DA QUANTIDADE DE ÓBITOS ENVOLVENDO MOTOCICLISTAS NA

BAHIA

Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito.

APROVADO EM ____/____/____

________________________________________________________

PROF. DR. MANOEL FERREIRA DO N. FILHO

ORIENTADOR

_______________________________________________________

PROF. DR. LIÉRCIO PINHEIRO DE ARAÚJO

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________________

PROF. ESP. FRANKLIN BARBOSA BEZERRA

BANCA EXAMINADORA

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DEDICATÓRIA

Dedico esta conquista aos meus filhos, a eles que não só sonham comigo, mas

acreditam em mim de tal forma que durante a caminhada se privam até das

necessidades para alimentar a realização dos meus sonhos.

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AGRADECIMENTOS

Acima de todas as coisas agradeço ao meu Deus por sua fidelidade e incomparável

amor que me permitiu completar mais esta etapa. A minha mãe, Lourdes Café, pelo

amor, dedicação e pelas incessantes orações ao meu favor. Ao meu pai, Artur (in

memoriam) que mesmo sem poder sentir nem tocar, se faz presente em minha

história. Aos meus filhos, Luita, Quelita, Rebeca e Júnior, minhas preciosidades que

caminham juntinhos comigo a cada novo sonho, a vocês, meus queridos, agradeço

por acreditarem em mim e fazer valer cada chegada.

Aos meus pais do coração, Juscelino e Dilla, pela confiança depositada em mim em

uma época onde eu era terra sedenta por frutificar, mas não havia sementes, vocês

semearam as primeiras sementes que dão frutos até hoje.

Aos meus pais em Maceió, Erasmo e Marluce, pelo carinho imensurável e pela

felicidade em me acolher em sua casa e nos seus corações de forma tão amorosa.

A UNIP, Universidade Paulista, pela oportunidade de realização deste Curso.

Ao Professor Doutor Manoel, que com toda doçura e paciência orientou e acolheu,

sempre achando uma solução para os problemas que surgiram no começo, meio e

fim da caminhada.

Ao meu co-orientador, Ronabson Cardoso Fernandes, pelo empenho, suporte,

confiança e apoio na elaboração deste trabalho.

Agradeço as minhas amigas, Clarice, Taisa, Séfora, Julice, Núbia, por dias tão

cheios de alegria e descobertas. Não teria sido a mesma coisa sem vocês, obrigada

por terem arrancado de mim as melhores gargalhadas, a distancia jamais me fará

esquece-las.

Aos Mestres, meu carinho por repartirem comigo seus conhecimentos.

Aos meus parentes, amigos e a todos que, de uma forma direta ou indireta, torceram

pela minha vitória, meu muito obrigada.

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“A confiança em si mesmo é o primeiro segredo do

sucesso”

(Ralph Waldo Emerson).

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RESUMO

Com o aumento da quantidade de veículos nas estradas e rodovias, principalmente por motocicletas, tem refletido no aumento de acidentes e óbitos de motociclistas em diversos estados. Dessa forma, a quantificação e estudar a faixa etária com maior incidência de acidentes contribuirão para diagnosticar os efeitos danosos na economia, no trânsito e na saúde. Com isso, com o objetivo de estudar a quantidade de óbitos na Bahia, utilizaram-se dados do Data-SUS, sendo esses dados separados por faixa etária, realizando percentuais e gráficos. Diante do crescimento de motocicletas nas estradas, os resultados demonstrados nesse estudo mostraram em consonância com estudos de outros pesquisadores. Os resultados mostraram que a maior frequência de óbitos ocorridos pelos motociclistas ocorre na faixa etária de 20 a 29 anos. Destaca-se um aumento na quantidade de óbitos noutras faixas etárias. Um pronto preocupante, foi constatado um aumento da quantidade de óbitos em motociclistas com idade superior a 39 anos, pois, acredita-se que com o envelhecimento da população baiana, essas classes irão aumentar para um futuro próximo. Palavras-chave: acidentes, mortes, trânsito.

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ABSTRACT

With the increasing number of vehicles on roads and highways , especially for motorcycles , has reflected in increased injuries and fatalities to motorcyclists in many states . Thus , the quantification and study the age group with the highest incidence of accidents help to diagnose the damaging effects on the economy , traffic and health. Thus , in order to study the amount of deaths in Bahia , we used the Data - SUS , these being separated by age group , performing percentages and graphical data . Given the growth of motorcycles on the roads , the results shown in this study showed consistent with studies of other researchers . The results showed that the highest frequency of deaths by motorcyclists occurs in the age group 20-29 years. Highlights an increase in the number of deaths in other age groups . A disturbing ready evidenced an increasing amount of deaths among motorcyclists over the age of 39, therefore, it is believed that with the aging population of Bahia , these classes will increase in the near future . Keyword: accidents, deaths, traffic.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1 – Número de óbitos de motociclistas, por faixa etária e gênero

sexual, respectivos anos. ....................................................................... 35

Gráfico 2 – Percentual de óbitos de motociclistas, por gênero sexual, na

Bahia. ..................................................................................................... 36

Gráfico 3 – Número de óbitos por faixa etária respectivos anos na Bahia. .............. 37

Gráfico 4 – Percentual do número de óbitos de motociclistas, por faixa

etária, na Bahia. ..................................................................................... 38

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 13

2.1 Comportamento no Trânsito e suas Relações Humanas .............................. 13

2.2 O Significado do Veículo para o Condutor ..................................................... 14

2.3 Características de Personalidade dos Condutores e suas Influências ........ 15

2.4 Acidentes de Trânsito ....................................................................................... 18

2.5 Prevalência dos Acidentes de Trânsito com Motociclistas ........................... 21

2.6 Fatores de Ocorrência dos Acidentes de Trânsito ......................................... 23

2.6.1 Ingestão de Álcool.......................................................................................... 23

2.6.2 Atenção na Condução do Veículo................................................................. 24

2.6.3 Postura do Condutor em Relação aos Riscos ............................................. 25

2.6.4 Uso do Cinto de Segurança ........................................................................... 25

2.7 O Fator Humano como Causa dos Acidentes de Trânsito ............................ 26

2.8 Análise dos Conflitos de Tráfego .................................................................... 28

2.9 Avaliação dos Riscos de Acidentes ................................................................ 31

3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 33

3.1 Ética .................................................................................................................... 33

3.2 Tipo de Pesquisa ............................................................................................... 33

3.3 Universo ............................................................................................................. 33

3.4 Sujeitos da Amostra .......................................................................................... 33

3.5 Instrumentos de Coleta de Dados ................................................................... 33

3.6 Plano para Coleta dos Dados .......................................................................... 34

3.7 Plano para a Análise dos Dados ...................................................................... 34

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 35

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 39

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 40

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1 INTRODUÇÃO

A Psicologia é uma área que investiga os comportamentos humanos no

trânsito, especificamente dos usuários das vias, ou seja, os comportamentos dos

pedestres, motoristas, ciclistas e motociclistas. E ainda como um campo

multidisciplinar que envolve uma troca de conhecimento com as várias áreas da

Psicologia e de ciências afins que de algumas formas estudam o complexo

fenômeno do trânsito e sua interconexão com os fenômenos biológicos e sociais.

De forma mais sucinta podemos compreender a Psicologia do Trânsito como

uma área da Psicologia Social que estuda o comportamento do homem no ambiente

do trânsito, respeitando o exercício pleno da cidadania, observando os princípios

dos direitos humanos, promovendo a segurança no trânsito e a qualidade de vida

dos indivíduos.

Entretanto para que possamos entender abranger a realidade desta área é

necessária uma reflexão sobre o conceito de “trânsito”. O atual Código Brasileiro de

Trânsito de 1998 considera trânsito como a “a utilização das vias por pessoas,

veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de

circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga”. De uma

maneira mais abrangente e multifatorial o trânsito pode ser compreendido como uma

rede social complexa, na qual os diversos atores envolvidos na circulação mudam

de papel (pedestres, condutores de veículos, usuários do transporte público,

organizações gestoras e fiscalizadoras do trânsito, entre outros) de forma dinâmica e

de acordo com as diferentes posições dos grupos que pertencem, gerando relações

desiguais e conflituosas no uso do espaço.

Como consequência desse conflito no uso do espaço no trânsito, surgem os

acidentes de trânsito, que, junto com as variáveis que o circundam, têm sido foco de

preocupação social. Isso por causa das altas taxas de mortalidade por acidentes de

trânsito tanto no Brasil quanto no mundo. Para ilustrar esse fato podemos citar que

no Brasil os atuais índices de acidentes de trânsito são de aproximadamente um

para cada lote de 500 veículos em circulação, o que torna seu trânsito um dos piores

e mais perigosos do mundo. Além disto, devemos destacar que aproximadamente

80% destes acidentes são causados por falhas humanas ou imprudência das

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pessoas envolvidas, o que nos remete a importância de um maior estudo sobre o

comportamento do condutor.

Em diversos países e inclusive no Brasil os acidentes de trânsito são

considerados um importante problema de saúde pública pelas implicações, tanto

para os indivíduos quanto para a sociedade, em função das sequelas físicas e

psicossociais decorrentes dos acidentes. O fato de termos um dos maiores índices

de acidentes de trânsito no mundo reflete diretamente na qualidade da saúde

pública do país, com a lotação dos hospitais públicos, e gasto excessivo com

pessoal e na manutenção do aparato hospitalar, custo esse que é repassado para a

população na forma de tributos. Percebe-se, portanto, a falta de uma política pública

adequada para a redução dos acidentes de trânsito no país, em detrimento da

qualidade da saúde pública.

É nessa conjuntura que, através deste trabalho, propõe-se analisar o

fenômeno dos acidentes a partir da óptica da Psicologia do Trânsito, pois uma das

competências do psicólogo do trânsito, de acordo com o CFP, seria a de analisar os

acidentes de trânsito, considerando os diferentes fatores envolvidos para sugerir

formas de evitar e ou atenuar suas incidências. Para isso iremos analisar a

atualidade do trânsito brasileiro, bem como o impacto dos acidentes de trânsito sob

o mesmo. A partir daí avaliaremos os fatores de risco ligados aos acidentes de

trânsito, dando ênfase ao comportamento humano e os fenômenos psicológicos

envolvidos neste. E, por fim, consideraremos a importância da psicologia do Trânsito

no estudo dos acidentes de trânsito.

Assim procuraremos cumprir este objetivo através de uma pesquisa do tipo

bibliográfica e descritiva, à medida que procurará explicar o problema a partir de

referências teóricas publicadas ou documentos, buscando conhecer as contribuições

científicas existentes sobre o tema. Além disso, procurar registrar e analisar fatos e

fenômenos sem manipulá-los.

Com isso, o objetivo dessa pesquisa foi de estudar a quantidade de óbitos

envolvendo motociclistas na Bahia.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Comportamento no Trânsito e suas Relações Humanas

Como os fenômenos psicológicos nem sempre se mostram claros, esses

pesquisadores experimentam a sensação de estar lidando com o desconhecido. A

compreensão dos fenômenos psicológicos do comportamento do condutor, neste

caso, não configura tarefa fácil devido ao grau de complexidade e plurideterminação

dos eventos.

Modelos explicativos do comportamento do condutor, a estruturação de uma

área de estudo é um exercício constante de especulação sobre a realidade

circundante, por meio da criação de modelos teóricos explicativos, da elaboração de

metodologias e técnicas de intervenção, capazes de instrumentalizar o cientista

quanto a esta realidade. A necessidade de explicar o comportamento do condutor de

veículo cria a possibilidade de sistematizar modelos de investigação dos

fenômenos/processos psicológicos subjacentes à natureza desse comportamento.

Segundo Rozestraten (1988), demorou muito até os psicólogos descobrirem

que o comportamento no trânsito pode e deve ser estudado cientificamente, ainda

mais por que se revelou um dos comportamentos mais perigosos. Isso pode ter

acontecido por que as práticas profissionais dos psicólogos ainda se voltavam para

estudos individuais e sociais com ênfase no comportamento individual, e por vezes

de natureza clínica, e ainda restrita na alteração de medidas populacionais, típico,

por exemplo, de uma ciência das práticas naturais.

Em qualquer país do mundo, o sistema de trânsito é um formidável laboratório

de psicologia e interação social. Ao tomar uma condução, dirigir seu automóvel ou

simplesmente caminhar na calçada, o indivíduo ingressa numa rede complexa de

relações humanas.

Rozestraten (1988) define que o sistema de trânsito funciona através de uma

série bastante extensa de normas e construções, e é constituído de vários

subsistemas, dentre os quais os três principais são: o homem, a via e o veículo. O

homem aqui é um subsistema mais complexo e, portanto, tem maior probabilidade

de desorganizar o sistema como um todo.

Para Batista (1985), o fenômeno “trânsito” é produzido, então, a partir de

comportamentos de indivíduos e de seus efeitos no ambiente, sendo que este

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ambiente, por suas características físicas, possibilitaria a ocorrência de certos

comportamentos e impedindo a ocorrência de outros.

2.2 O Significado do Veículo para o Condutor

O veículo automotor, expressa um aspecto simbólico de ascensão social e de

afirmação e poder pessoal. No imaginário coletivo o veículo simboliza status,

sucesso, poder e felicidade. O veículo recebe o estatuto de um objeto capaz de dizer

algo sobre os indivíduos e assim se constitui como uma das principais fontes

identitárias para a sociedade de consumo. Segundo Solomon (1996); Woodruff e

Gardial (1996) a associação se trata de uma cadeia hierárquica e quanto mais alto

for o nível alcançado nessa hierarquia, mais alto serão os níveis de subjetividade

envolvidos.

De acordo com Gubner (1998), na relação do homem com a máquina, o

equipamento é cada vez mais confiável enquanto o erro humano é uma fonte

potencial para acidentes significativos. A ação humana, em muitas situações, é de

caráter errático diante das ocasiões complexas, o que se deve em grande medida à

necessidade de tomar decisões rápidas e pouco pensadas. Optando por uma única

solução dentre um leque e quase infinito de possibilidades, que em muitas ocasiões,

o cérebro é incapaz de avaliar todas as possíveis falhas que poderiam acontecer.

Portanto, é necessário entender os complexos mecanismos do pensamento da

pessoa que provocou o erro.

Belk, Walerndorf e Sherry (1989) verificaram que os consumidores

contemporâneos elegem determinados objetos e experiências de consumo como

representantes de algo que vai além do que aparentemente propõem. O consumidor

forma uma percepção de valor, pela qual a consequência derivada do uso de um

produto irá levá-lo a obter os estados finais desejados, ou seja, o levará a conquista

de valores pessoais. Assim como demonstra Rozestraten ". (1988, p.136) "o carro

nem sempre é apenas um meio de transporte, é também um meio de ostentação,

um símbolo de status.

Dentre estas questões faz-se necessário ainda, apontar a importância do

trabalho ético e rigoroso que o psicólogo perito examinador do trânsito deve

desenvolver no atual contexto, com o intuito de atuar como um agente provedor de

mudanças significativas no cenário violento do trânsito.

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O carro passa então, a ser um instrumento para assegurar o poder e o status de

seus motoristas, e neste cenário a agressividade passa a ser uma marca essencial

para declarar a suposta superioridade de um motorista sobre o outro e sobre os

pedestres. Acerca destes apontamentos Da Matta (2000) acrescenta que:

No Brasil também se criou o mito de que o bom motorista é o agressivo, o esperto. Nesse ponto, entra o outro mito brasileiro que é o da malandragem: se o sinal fechou em cima de mim, eu vou furar, se a estrada está entupida, vou pelo acostamento ou corto os outros carros, porque não sou trouxa. A agressividade passa a ser uma moeda, um valor.

Em um contexto social no qual os objetos de consumo recebem um lugar

privilegiado, o homem acaba por se "coisificar" (AQUINO, 1998, p.15) ao se

confundir com o veículo automotor. Assim, é o objeto que atribui significado ao

indivíduo e não mais o contrário.

O ato de dirigir é complexo, envolve diversas competências, habilidades e

atitudes e requer do motorista um bom nível de maturidade emocional e capacidade

intelectual, as quais lhe permitem interpretar estímulos e reagir estrategicamente no

trânsito (CRP-PR site).

2.3 Características de Personalidade dos Condutores e suas Influências

Marín e Queiroz (2000), em estudos sobre fatores que contribuem para

ocorrência de acidentes de trânsito, abordaram a importância do comportamento.

Segundo eles, o trânsito exige decisões rápidas, tornando-se necessário considerar

o estilo de condução, o modo como as pessoas fazem julgamentos e tomam

decisões.

Há traços de personalidade que nem sempre são fáceis de se identificar. Em

pesquisa realizada por Black apud Rozestraten (1988), na Inglaterra, a respeito dos

veículos, foram entrevistadas pessoas nos estados conscientes e inconscientes

(hipnotizadas). No estado consciente as pessoas disseram que a segurança no

carro é importante, que é bom usar o cinto de segurança e que os motoristas que

andam em alta velocidade eram os culpados pelos acidentes de trânsito.

No estado inconsciente, essas mesmas pessoas, disseram que o carro

deveria ser macio, rápido e ter um aspecto socialmente aceito. A segurança na

estrada não era muito importante e os principais culpados dos acidentes eram os

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carros que andavam muito devagar. Também afirmaram que o cinto se segurança

seria algo afeminado e o melhor do carro era a sensação de liberdade, poder e

superioridade em relação aos outros.

Black, concluiu assim que o veículo nem sempre é apenas visto como um

meio de transporte é também um meio de ostentação, um símbolo de status, uma

“ajuda” na paquera, um meio de relaxamento quando se liga o rádio e muitas vezes

usado como uma terapia para dar vazão à agressividade e a sentimentos de

inferioridade e fracassos do sujeito (ROZESTRATEN, 1988).

Shinar (1978) realizou um estudo nessa direção, com uma bateria de

questões e testes ligados a 20 características de personalidade, supostamente

relacionadas com o comportamento do motorista. Constatou-se que as principais

características dos pluriacidentados eram: pouca consciência de cidadania,

tendências antissociais, atitudes negativistas, atribuir a responsabilidade e o controle

dos fatos sempre a fontes externas e ter uma experiência escolar mais negativa.

Do mesmo modo também se verificou as características de motoristas sem

acidentes. Constatou-se que entre esses motoristas não havia diferenciação quanto

a Q.I., nem quanto a capacidades físicas, mas todos eram considerados maridos e

pais muito responsáveis, cautelosos, honestos, não agressivos e sempre esforçados

(ROZESTRATEN, 1988).

Mcguire apud West et al. (1993) constatou que frequentemente a história de

comportamento anti-social está relacionada com acidentes de trânsito, ou seja,

pessoas com dificuldades em seguir normas da sociedade em geral, dificilmente

seguiram normas do trânsito, causando assim os acidentes.

Segundo Pereira apud Bastos (2001), a solução de problemas que envolvem

mudanças no comportamento humano está pautada, algumas vezes, em lançar mão

de uma legislação mais severa.

Ao se investigar a existência de traços de personalidade ligados aos

acidentes de trânsito, vários estudos revelam haver conexão significativa entre

personalidade e risco de AT. Dentre estes se encontra o levantamento realizado por

Marin e Queiroz (2000), que revelam uma concordância entre indivíduos culpados

de acidentes graves com a ocorrência de sintomas psiquiátricos menores, como

ansiedade, impulsividade e falta de consciência social. Eles também observaram

uma associação significativa entre criminalidade e envolvimento em AT. Isso é

reforçado pelo fato da classificação de transtornos mentais do Manual Diagnóstico e

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Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV, 1995) incluir o "dirigir imprudente" na

categoria de desordens de personalidade anti-sociais, considerando-o como um

sinal indicativo desta classe de desordens.

O mesmo estudo observou que o envolvimento em acidentes associava-se

com sentimentos de hostilidade, agressividade e antecedentes de conflitos

familiares. Além disso, encontraram que os de comportamento hiperativo, agitado e

nervoso (convencionalmente denominados de tipo A), em ambos países,

apresentavam taxas de acidente mais elevadas que os de comportamento passivo,

controlado e calmo (convencionalmente denominados de tipo B).

Marin-Leon e Vizzotto (2003) citam em seus estudos algumas características

de personalidade que se mostraram associadas à alta velocidade e ao

comportamento infrator no trânsito, tais como “busca de sensações fortes”, o

descaso e a agressividade. Segundo os pesquisadores os jovens com história de

acidente de trânsito têm um perfil transgressor marcado, além de atribuírem ao

comportamento de dirigir em alta velocidade significados como liberdade,

independência e adrenalina. Também, em se tratando das variáveis relacionadas ao

traços de personalidade, Panichi e Wagner (2006) identificaram os traços mais

freqüentemente relacionados com o envolvimento em acidentes e com a condução

de risco, encontram-se: a busca de sensações intensas (sensation seeking),

agressividade, hostilidade, impulsividade, labilidade emocional, locus de controle,

comportamento delinqüente e motivação anti-social.

No entanto, torna-se necessário registrar que existe também um controle

social sobre todos estes comportamentos, traços e atitudes de risco em relação aos

acidentes de trânsito. Nesta linha de pensamento Panichi e Wagner (2006)

destacaram a importância da influência do ambiente familiar, a configuração familiar,

o monitoramento e controle parental durante o processo de socialização, a

aprovação parental do comportamento de risco, como importantes elementos deste

controle. E no que se refere à influência parental, os mesmos pesquisadores

identificaram um fenômeno chamado de transmissão transgeracional de atitudes e

comportamentos, aprendido pela criança através da observação do comportamento

dos pais.. Além disso, estudos atuais vêm demonstrando que uma influência

parental negativa, ou seja, atitudes brandas frente ao uso de álcool, baixo

monitoramento e controle parental estão associados a altos níveis de riscos na

condução de automóveis. E ainda sobre esta questão, achados de estudo recente

18

com 400 adolescentes e jovens adultos demonstraram que um estilo parental

percebido como não autorizante, ou seja, com características de negligência,

autoridade ou permissividade, esteve associado com maiores índices de exposição

a riscos na condução de automóveis.

Laumounier e Rueda (2005) também contribuem com essa discussão ao

relatarem que algumas características de personalidade predisponentes a acidentes

de trânsito. Seus estudos identificaram que a inteligência, a percepção e a

personalidade são fatores que podem estar associados à ocorrência de acidentes.

Ainda, verificam uma forte conexão entre agressividade e trânsito, principalmente,

entre a população jovem e adolescente. Existem também indícios de que irritação,

agressividade e comportamento violento no trânsito estão aumentando. Ainda, os

mesmos autores desenvolveram uma pesquisa utilizando o Método de Rorschach

com motoristas infratores que se envolveram em acidentes de trânsito com vítimas

fatais e motoristas que não possuíam histórico de infrações e/ou acidentes. Os

dados indicaram que os motoristas que se envolveram em acidentes eram mais

agressivos, apresentaram uma maior sobrecarga de estresse persistente em relação

aos demais, mostrando-se mais vulneráveis à situações de tensão e estresse.

2.4 Acidentes de Trânsito

Tradicionalmente, o sistema trânsito é considerado em termos de três

componentes: o ambiente físico, o veículo e o condutor. Muitos ganhos de

segurança têm sido conquistados pela redução das consequências de acidentes,

através da melhoria do ambiente rodoviário e dos veículos. Como exemplos de tais

medidas, destacam-se a introdução de barreiras de colisão nas rodovias, cintos de

segurança e veículos que não se deformam na colisão. De fato, a maior parte da

redução das mortes por acidentes nas estradas, em países industrializados, pode

ser atribuída às referidas medidas. Em contrapartida, bem menos progresso tem

sido alcançado em melhorias do potencial de segurança do próprio condutor.

A importância de se estudar os aspectos relacionados a segurança do

condutor decorre do fato de que os acidentes de trânsito são considerados a

segunda causa de mortes por fatores externos entre adolescentes do sexo

masculino em todo o Brasil de acordo com Panichi e Wagner (2006). Barros et al

(2003) também nos evidencia que embora não se observe um aumento, chama a

19

atenção a estabilidade da mortalidade por acidentes de trânsito nos últimos anos,

visto estar resistindo a várias mudanças que, em teoria, deveriam atuar no sentido

de reduzi-la.

A melhora da segurança dos veículos, o incremento da fiscalização eletrônica,

o código de trânsito de 1998, nada disso conseguiu fazer com que a mortalidade por

acidentes de trânsito apresentasse uma redução importante. Este mesmo estudo

ainda nos transmite outras duas características dos acidentes de trânsito os tornam

especialmente importantes e atraentes do ponto de vista das pesquisas em saúde

coletiva. Em primeiro lugar, esta causa pode ser considerada, ao menos

teoricamente, como 100% previsível. Os acidentes de trânsito (AT) não ocorrem "por

acaso", mas são decorrentes de deficiências das vias, dos veículos e,

principalmente, das falhas humanas. Em segundo lugar, esta é uma causa de morte

que atinge uma população essencialmente jovem.

No Brasil, até recentemente, os altos índices de AT sempre estiveram

associados à falta tanto de uma legislação, como de políticas públicas adequadas,

em relação a tal fenômeno. A partir de 1988, o Novo Código de Trânsito veio dotar,

pelo menos ao nível da legislação, um instrumento adequado para se poder lidar

com o problema. A educação para o trânsito - um aspecto fundamental dessas

políticas públicas - está apenas começando a ser promovida no país. No entanto,

apesar do Novo Código de Trânsito ter introduzido uma disciplina muito maior no

trânsito, produzindo, em consequência, uma redução nos índices de mortalidade, ele

necessita de ações coadjuvantes provenientes de uma política pública adequada. É

necessário que ele envolva, através da educação no trânsito, uma mudança cultural

profunda no sentido de transformar motoristas e pedestres em cidadãos mais

conscientes em relação aos seus direitos e deveres (QUEIROZ e OLIVEIRA, 2003).

Várias estatísticas ilustram esse panorama. De acordo com pesquisa

realizada no ano de 2000 na cidade do Rio de Janeiro foram atendidos 610 casos

nos hospitais municipais estudados. Em ambos os hospitais, os homens foram os

mais atingidos (69,3%) e a faixa etária mais afetada foi a de 20 a 39 anos (60,5% no

Hospital 1 e 47,5% no Hospital 2). Dos 610 casos, a maioria foi devido a

atropelamentos (49,3%), seguida pelas colisões (35,6%) e "outros acidentes"

(15,1%). Ainda segundo esta pesquisa a média diária de atendimentos por acidentes

de trânsito foi de 10 casos em ambos os hospitais. Nota-se que os acidentes de

trânsito constituíram a segunda causa entre os atendimentos por causas externas

20

(12% no Hospital 2 e 11,7% no Hospital 1), cedendo lugar apenas para as "quedas

acidentais" (35,2% no Hospital 2 e 38,6% no Hospital 1), grupo heterogêneo que

abrange uma gama enorme de situações (DESLANDES e SILVA, 2000).

Outro fato semelhante observa-se no Município de Pelotas, Rio Grande do

Sul, em que foram registrados 2.452 acidentes com vítima no período de outubro de

1997 a setembro de 1999, com uma média diária de 3,4 acidentes com vítima, o que

equivale a uma média de 102 acidentes por mês. Relacionadas a estes acidentes

foram identificadas 3.018 vítimas, perfazendo uma taxa de 493,1 vítimas por 100 mil

habitantes. Ali ocorreram 97 acidentes com vítimas fatais, totalizando 103 óbitos no

período, uma média de 4,3 óbitos por mês. A taxa de mortalidade por acidentes de

trânsito foi de 16,8 mortes por 100 mil habitantes (BARROS et al, 2003).

Outros dados ainda podem ser observados como pontos em comum nestas

pesquisas, como é o caso da predominância do sexo masculino entre as vítimas,

além da evidência de que os acidentes que envolvem mulheres são menos graves,

com uma menor letalidade entre as mulheres para todos os tipos de veículos. Além

disso os jovens são as principais vítimas e a faixa etária que contém um número

mais significativo destas, com 24,32% do total, é a que vai dos 15 aos 24 anos

(MARIN e QUEIROZ, 2000).

Mesmo com todos estes dados, observa-se algumas limitações em relações

às pesquisas sobre acidentes de trânsito. Dentre estas se encontra o fato do Boletim

de Ocorrência (BO), principal fonte de informação sobre esses acidentes, tem baixa

cobertura e são mal preenchidos, ficando ignoradas muitas informações relevantes.

Além disso, embora a OMS recomende que se incluam nas estatísticas as mortes

em decorrência de acidentes de trânsito (AT) ocorridos, após trinta dias do acidente,

a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) recomenda que a morte seja

registrada até três dias após o acidente. Sendo assim, no Brasil, muitas das vítimas

de AT vão a óbito sem que este seja registrado como consequência de AT. Por fim o

diagnóstico de causa básica é de natureza não especificada. Entre 1977 e 1987,

mais de 70% dos AT no Brasil estavam nessa categoria (BARROS et al, 2003;

MARIN e QUEIROZ, 2000).

No que se refere aos custos dos acidentes de trânsito, o que torna ainda mais

relevante este estudo, os acidentes de trânsito implicam um custo social e material

que chega a cerca de 1% do PIB nacional. Além dos custos que ocorrem em

decorrência de AT correspondem a dano de propriedade, perda de produtividade no

21

trabalho, despesas médicas e perdas de produtividade no lar . Somam-se a isso as

deficiências físicas resultantes destes acidentes que trazem graves prejuízos ao

indivíduo (financeiros, familiares, de locomoção, profissionais etc.) e para a

sociedade (gastos hospitalares, diminuição de produção, custos previdenciários

etc.). No Brasil, do total de portadores de deficiências atendidos pelo Hospital das

Clínicas de São Paulo, 5,5% são casos de vítimas de acidentes de trânsito. E ainda:

cerca de dois terços dos leitos hospitalares dos setores de ortopedia e traumatologia

são ocupados por estas vítimas , com média de internação de vinte dias, gerando

um custo médio de vinte mil dólares por ferido grave (MARIN e QUEIROZ, 2000).

Segundo Deslandes e Silva (2000), é necessário se discutir o problema do

trânsito no Brasil de forma ampliada, articulando atores e responsabilidades. Para

eles os problemas do motorista alcoolizado, do avanço do sinal, do excesso de

velocidade no perímetro urbano e das condições precárias de sinalização e

pavimentação das ruas e estradas são corriqueiros. Mas o que torna tudo isso pior é

que as lesões decorrentes do trânsito continuam sendo percebidas como

“acidentais”, eventos imprevisíveis, sendo determinados pelo destino.

Na circulação humana, o comportamento do condutor é, sem dúvida, o mais

importante fator contribuinte de acidentes, pois se estima que 90% das ocorrências

sejam causadas por erros ou infrações à lei de trânsito. O estudo do comportamento

do condutor não foi, no passado, o território de psicólogos, cuja tendência visava à

seleção dos motoristas, mas sim de engenheiros e profissionais da ergonomia. A

Psicologia se tornou mais atuante neste campo de conhecimento, denominado de

Psicologia do Trânsito. A pluralidade de abordagens, constituem a fundamentação

teórica para pesquisas em Psicologia do Trânsito.

2.5 Prevalência dos Acidentes de Trânsito com Motociclistas

Segundo Andrade (2000) os motociclistas estão entre as principais vítimas

dos acidentes que envolvem veículos automotores. Os motoboys são mais

suscetíveis de sofrerem acidentes pela sua maior exposição em vias públicas, aliada

à necessidade de realizarem elevado número de entregas em curto espaço de

tempo, o que os leva à prática de manobras arriscadas e a desenvolverem

velocidades elevadas.

22

Segundo o Anuário Estatístico do Departamento Nacional de Trânsito

(DENATRAN), em 2002 os motociclistas representavam 15% das vítimas fatais e

24% dos feridos, não estando ai computados os passageiros das motos. As

motocicletas representavam 27% dos veículos envolvidos em acidentes com vítimas.

Ainda segundo o anuário, as estatísticas estaduais são bastante variáveis. O

percentual de motociclistas como vítimas fatais é 9% na Bahia, 26% no Ceará, 18%

no Distrito Federal, 10% no Espírito Santo, 31% no Mato Grosso do Sul, 20% no

Paraná, 33% no Piauí, 20% em Santa Catarina, com um total de mais de 1.200

mortos por ano nestes oito Estados. Já os feridos representam um total aproximado

de 40 mil por ano nestes oito Estados.

Um detalhado estudo realizado em cinco países da Europa (França,

Alemanha, Holanda, Espanha e Itália) sobre 921 acidentes envolvendo motos e

ciclomotores, apresentou algumas conclusões importantes: 1) A maior parte dos

acidentes ocorreu em cruzamentos; 2) As colisões se deram principalmente com

automóveis; 3) O fator predominante para a ocorrência dos acidentes foi o ser

humano não perceber a existência de outro elemento – carro, moto, pedestre, poste,

entre outros – antes do acidente; e 4) As vestimentas, calçados e capacetes foram

efetivos para prevenir ou reduzir as lesões – dado preocupante foi a ejeção do

capacete, motivada principalmente por má fixação.

Seraphim (2003) reitera que a crise da mobilidade urbana, provocada pelo

modelo rodoviarista adotado na década de 1950, está alterando de forma

significativa a distribuição dos modais de transporte, havendo o crescimento do uso

da motocicleta, para transporte de cargas ou pessoas.

De acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas,

Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (ABRACICLO) (2009), o crescimento

das vendas de motociclos no Brasil, no período de cinco anos (2005 a 2006), foi de

aproximadamente, 58,79%, sendo a região Sudeste a campeã em vendas de

motociclos no país.

Segundo o CNM (2009, p. 19): Os acidentes envolvendo motos estão

aumentando a cada ano, pulando de 9% do total de acidentes em 2000 para 22%

dos acidentes em 2008. Esse dado reflete um grande aumento da frota de motos

nas ruas do país, somado à irresponsabilidade dos motociclistas no trânsito e às

brandas leis que vigoram no Brasil.

23

De acordo com Furtunato (1996) os acidentes envolvendo motos acontecem

devido as características físicas da motocicleta, que como dimensões reduzidas,

fazem-na menos visível aos condutores dos demais veículos, principalmente quando

se posicionam nos chamados “pontos cegos”.

Segundo Oliveira (2003, p. 8), com o aumento do desemprego e do emprego

informal, cresce o número de trabalhadores brasileiros que usam a motocicleta como

instrumento de trabalho, surgindo os mototaxistas e os mototaxistas. Conforme

Seraphim (2003 p. 214):

(...) a utilização da motocicleta como ferramenta de trabalho, seja nas metrópoles ou em pequenas cidades e zona rural, confere a este modo de transporte um instrumento de inserção de jovens no mercado de trabalho, de trabalhadores excluídos de outras categorias profissionais e na viabilização de pequenos negócios, além de servir de meio de locomoção para atividades de trabalho, escola e lazer.

2.6 Fatores de Ocorrência dos Acidentes de Trânsito

2.6.1 Ingestão de Álcool

Dentre os fatores humanos envolvidos em acidentes de trânsito destaca-se a

ingestão de álcool. Miran e Queiroz (2000) apontam que quanto maior o consumo

geral de álcool, maior a freqüência de beber e dirigir e que os indivíduos bebem por

três razões diferentes: para reduzir ou evitar estados emocionais negativos; por

motivos sociais e para facilitar emoções positivas. Eles ainda referem que os

condutores transgressores estimam, com maior freqüência, que sua direção é

segura quando bebem, fato esse que constitui uma das causas diretas de acidentes.

Nesse estudo observou-se, ainda, uma associação significativa entre consumo geral

de álcool e comportamento infrator no trânsito. Além disso, a pesquisa constata que

a exposição a procedimentos regulamentares, como o bafômetro e as multas por

beber e dirigir, não mostram diminuição do comportamento transgressor. Finalmente,

a pesquisa conclui que, quanto maior o consumo, maior o prognóstico de

comportamento infrator, e quanto maior a ingestão de álcool, maior a estimativa

individual de que se pode dirigir com segurança.

24

2.6.2 Atenção na Condução do Veículo

O outro fator de elevada relevância quando se estuda os fatores humanos

envolvidos em acidentes de trânsito consiste na atenção, em particular a atenção

distribuída, que parece gerar problemas para condutores mais velhos e, em geral,

para condutores sob pressão de tempo. Como entre condutores há consideráveis

diferenças de desempenho na condução de veículos, este não é uma característica

estável. A diminuição do desempenho devido ao uso de álcool e drogas tem sido

registrada em numerosos estudos, mas decréscimos resultantes de fadiga são

também um sério problema entre condutores profissionais, em particular àqueles de

transporte de longa distância. (HOFFMANN, 2005).

Noronha, Sisto e Bartholomeu (2006) também concordam que dentre as

variáveis sensoriais que poderiam influenciar no desempenho das pessoas no

trânsito encontra-se a atenção, a qual, por sua vez, pode ser classificada de três

formas, quais sejam, atenção alternada, dividida e sustentada. Para avaliar a

atenção sustentada solicita-se que a pessoa mantenha o foco em um aspecto por

um longo período, ao mesmo tempo em que estão presentes elementos que

provocam distração, tais como estímulos que não são pertinentes ou baixa

frequência do estímulo que não se pode perder de vista. Dessa forma, demanda-se

alta concentração da pessoa submetida a essa situação, ao mesmo tempo em que

se exige uma velocidade de processamento quando é imposto um tempo de

execução.

No que tange às pesquisas que focalizam a atenção e o ato de dirigir, os

mesmos autores verificaram a diferença entre motoristas novos, de um lado, e

experientes do outro, no que se refere à distribuição de atenção visual sob diferentes

níveis de estratégias cognitivas impostas por tipos de pista. A tarefa exigia que os

motoristas dirigissem por 20 minutos em pistas com características diferentes,

enquanto os movimentos de seus olhos eram gravados. Foram encontradas

diferenças entre os motoristas novos e os motoristas experientes de acordo com o

tipo de pista na qual dirigiram. Os resultados sugeriam que os experientes

selecionam as estratégias visuais de acordo com a complexidade da rodovia,

enquanto os novos são mais inflexíveis diante das necessidades de mudança.

25

2.6.3 Postura do Condutor em Relação aos Riscos

Devemos, entretanto, levar em consideração a postura dos condutores em

relação aos riscos e aos fatores de risco envolvidos no acidentes de trânsito. Sobre

este aspecto, O conceito de propensão a acidentes foi usado extensivamente para

enfatizar que alguns condutores configuram um risco desproporcional nas vias e

deveriam, portanto, ser impedidos de participar da circulação viária. Com o aumento

de veículos esta posição tornou-se menos sustentável e, eventualmente, foi deixada

de lado. A ênfase mudou de capacidades relacionadas a desempenho para fatores

sociais relacionados à disposição de correr riscos. Algumas pesquisas apontam que

o envolvimento em acidentes está relacionado ao comportamento social divergente

e motivação social, além de um número de variáveis demográficas (HOFFMANN,

2005).

2.6.4 Uso do Cinto de Segurança

Neste mesmo estudo ficou claro outro comportamento relacionado com a

ocorrência de acidente de trânsito: o não uso do cinto de segurança. A amostra

pesquisada em Campinas revelou uma incidência significativa de não uso de cinto

de segurança, apesar da nova lei do trânsito, que torna o uso desse dispositivo de

segurança obrigatório e prevê multa severa para os infratores. Nos 10 acidentes que

envolveram automóveis, em 3 ocasiões os entrevistados mencionaram não estarem

usando o cinto, todos eles de passageiros do banco traseiro. Com respeito ao uso

de capacete para ciclistas e motociclistas, a incidência de não uso mostrou-se ainda

mais séria. Dos 7 envolvidos com motos e bicicleta, a maioria (4) afirmou não estar

usando capacete por ocasião do acidente (QUEIROZ e OLIVEIRA, 2003).

Em estudo realizado por Marin e Queiroz (2000), verificou-se uma forte

conexão entre agressividade e trânsito, principalmente entre a população jovem e

adolescente. Para eles desejo de segurança, novas experiências, compreensão,

reconhecimento e justiça, quando não satisfeitos, podem, no adolescente, levar à

frustração que, por sua vez, pode levá-lo a comportamentos anti-sociais. Já no

adulto, persistem aspirações primitivas de poder. Em alguns indivíduos,

características infantis os fazem procurar por um instrumento que lhes permita

multiplicar suas possibilidades físicas. Assim, o carro representa um prolongamento

26

do corpo do motorista e se torna parte integrante de seu narcisismo. Nessa

perspectiva a agressão e a tendência à procura por riscos estão estreitamente

associadas.

2.7 O Fator Humano como Causa dos Acidentes de Trânsito

Em virtude desta complexidade os pesquisadores desta área tem

desenvolvido inúmeros métodos de estudo do comportamento no trânsito, dentre

estes destacam-se registro do movimento dos olhos, através do qual se obtém

informações detalhadas sobre os padrões de procura visual dos condutores. A

tomada de decisões dos condutores tem sido estudada em termos de prioridades,

distância de segurança e mudanças de pista; medidas psicofisiológicas (ex:

eletroencefalograma; eletrocardiograma) e medidas de auto-relato foram usadas

para estudar a carga de trabalho do condutor, relacionada à debilitação do motorista

em consequência da direção prolongada, as condições de trabalho/trabalho penoso,

fadiga e uso de álcool e drogas (, e o efeito do layout da via sobre as expectativas

dos condutores (HOFFMANN, 2005).

Segundo Hoffmann (2005), todos esses estudos tornam evidente que o

comportamento do condutor está propenso a erro considerável, pois, na busca

visual, significativos tempo e esforço são gastos em estímulos irrelevantes no meio

ambiente da circulação viária, enquanto estímulos essenciais parecem ser

subestimados. Um fenômeno peculiar de acidente, descrito em registros da polícia,

como "olhou, mas não viu", revela que os condutores não processam a informação

essencial e não agem coerentemente sobre ela, mesmo quando os registros

oculares mostram que a fixação dos olhos nos estímulos visuais realmente ocorreu.

Os estudos de Panichi e Wagner (2006) também são claros no que se refere

ao principal fator ligado aos acidentes de trânsito: o fator humano. Para eles dentre

os elementos que se relacionam com as causas dos acidentes, sabe-se que mais de

90% deles estão associados a fatores humanos. Apenas 10% têm suas causas

relacionadas às condições ambientais, condições da via ou condições do veículo.

Esses dados somados à prevalência desse fenômeno entre os jovens corroboram a

necessidade de investigar, desde uma perspectiva psicossocial, as variáveis

associadas à condução de risco na população juvenil e aquelas que promovem o

comportamento seguro no trânsito.

27

Para Deslandes e Silva (2000), a concepção de fatalidade de um acidente de

trânsito deve dar lugar à idéia de que tais eventos são previsíveis em sua maioria.

Nessa perspectiva é preciso discutir criticamente o reforço cultural, dado na mídia e

pelos fabricantes de carros, aos valores de competição, risco e hedonismo

desmedido que colaboram para uma conduta irresponsável e agressiva. Isso porque

numa escala desenfreada, a alteridade é negada de tal forma que o "outro" é quem

deve ser sempre culpado (independente das circunstâncias). Assim, denunciar as

implicações dessa percepção cultural que banaliza a violência é fundamental, bem

como discutir valores de afirmação do diálogo e da vida.

Ainda na tentativa de estudar os fatores humanos envolvidos nos acidentes

de trânsito, Panichi e Wagner (2006), fizeram um levantamento sobre as várias

teorias que tentam explicar tal fenômeno. Dentre estas teorias, a primeira da qual se

tem registro a meados do século passado, encontra-se a chamada Accident

Proneness. Esta teoria baseia-se na observação de que apenas um pequeno

número de indivíduos são os responsáveis pela maioria dos acidentes. Ela originou-

se a partir dos resultados de pesquisas sobre os acidentes de trabalho em

funcionárias de fábrica. Com isso os pesquisadores sugeriram que alguns motoristas

eram mais propensos a acidentar-se devido a certas características de

personalidade. Esta teoria na sua máxima estreita visão sugere que existe um

pequeno número de condutores responsáveis pela maioria dos acidentes. No

entanto, esta é hoje uma noção que tem sido criticada e considerada inadequada

pela maioria dos pesquisadores.

De acordo com Queiroz e Oliveira (2003), o comportamento no trânsito é

fortemente influenciado tanto por uma dimensão comportamental, como por um

sistema de valores, estreitamente relacionado a uma dimensão sócio-cultural. Para

eles é necessário um conhecimento maior dos contextos sócio-culturais e

psicológicos para o desenvolvimento de programas de capacitação, reabilitação e

educação, que promovam um comportamento mais adequado no trânsito, tendo em

vista as graves consequências dos acidentes de trânsito e o alto custo social que

representam.

A respeito deste valores, Queiroz e Oliveira (2003) investigaram as

representações sociais do acidentado sobre temas relacionados a acidentes de

trânsito e concluíram que uma característica comum às representações sociais

analisadas repousa no fato delas interpretarem o acidente de trânsito à luz de uma

28

perspectiva centrada no universo mais imediato do entrevistado. Em tal contexto, as

representações remetem a uma falha comportamental, seja da própria vítima

pesquisada, seja do outro protagonista do acidente. As representações remetem

também à interferência de algum relacionamento ou de uma condição negativa nas

condições de trabalho. Assim, para os pesquisadores as representações sociais

relacionam-se a um micro-cosmos que reflete e reconstrói dimensões psicológicas e

sociológicas mais amplas, que merecem ser dimensionadas nesta conclusão.

2.8 Análise dos Conflitos de Tráfego

O mesmo estudo identificou que na década de 50, o foco das investigações

voltou-se para a análise dos conflitos de tráfego nos estudos em profundidade. O

objetivo desses estudos era reconstruir cada acidente detalhadamente, a fim de

detectar suas possíveis causas. As principais conclusões obtidas foram que os

fatores humanos estão entre as principais causas da maioria dos acidentes. Esses

estudos não apontaram o peso de cada fator na explicação dos acidentes. Mas no

mesmo período, com o desenvolvimento dos modelos de processamento de

informações, importantes contribuições foram introduzidas para o entendimento dos

conflitos de tráfego. Esses modelos propuseram que o processamento de

informações é conduzido através de uma sequência de estágios, os quais incluem a

atenção, a percepção, a decisão e a ação. Limitações na capacidade de processar

informações pelo motorista, ou seja, na capacidade para atender, perceber, tomar

decisões e responder, poderiam causar erros intencionais e contribuir para o

envolvimento em acidentes (PANICHI e WAGNER, 2006).

Ainda neste levantamento sobre as várias teorias que explicam a correlação

entre os fatores humanos e os acidentes de trânsito, Panichi e Wagner (2006)

identificaram, no início da década de 70, a Teoria da Homeostase do Risco já

advertia que a melhoria nas habilidades psicomotoras dos condutores ou das

condições viárias não reduziam os sinistros de tráfego. Nesse modelo, os

condutores dirigem de maneira mais arriscada para manter um nível subjetivo de

risco constante. De acordo com Wilde, estudioso desta teoria, cada indivíduo busca

um certo nível ótimo de risco, denominando-o de risco aceito, tolerado ou risco. Para

esse autor, existem condutores que têm um nível alto de risco e, portanto, uma

probabilidade maior de acidente como meta a ser atingida, dirigindo na busca de

29

riscos e na busca de sensações. Nesse modelo, essas características são mais

encontradas em jovens de 16 a 24 anos, estando geralmente associadas à falta de

experiência, imaturidade e com um significativo maior envolvimento em acidentes de

trânsito e comportamentos que impliquem uma maior aceitação de riscos.

A Teoria da Ação Racional e o seu desenvolvimento posterior para a Teoria

da Ação Planejada, embora não sejam especificamente desenvolvidas para sua

aplicação no trânsito, frequentemente têm sido utilizadas com esse objetivo. Esses

estudos demonstram uma correlação entre as atitudes e a exposição a

comportamentos de risco no trânsito, bem como ao envolvimento em acidentes.

Esse modelo vem se mostrando eficaz e abrangente no que se refere a considerar a

importância das atitudes e a influência de fatores sociais na predição do

comportamento no trânsito. Seguindo na tentativa de compreender a condução de

risco desde uma perspectiva psicossocial, a Teoria da Conduta Problema direciona-

se a investigar variáveis relacionadas a problemas de comportamento na juventude,

incluindo nesse modelo a conduta de risco no trânsito.

Essa teoria sugere que a condução de risco está associada a outros

comportamentos, tais como o consumo de drogas legais e ilegais, conduta violenta,

atos delinquentes e comportamentos sexuais de risco. Esse modelo entende que os

comportamentos considerados “problemas” se inter-relacionam através de um único

fator subjacente, constituindo uma síndrome geral de comportamentos que colocam

em risco a saúde pessoal do jovem, com suas causas relacionadas à influência de

três sistemas: sistema de personalidade, sistema do ambiente percebido e sistema

da conduta. Esse modelo introduz a influência do contexto de desenvolvimento bio-

psico-social em especial, a família e o grupo de iguais, na tomada a riscos na

condução na população juvenil, podendo ser considerando como importante divisor

de águas das abordagens prévias que enfatizam fatores de ordem comportamentais

na explicação dos acidentes (PANICHI e WAGNER, 2006).

Marin-Leon e Vizzotto (2003), em sua pesquisa, também identificam três tipos

de comportamentos inadequados à direção. No presente estudo aparecem dois

tipos, verbalizados em resposta à pergunta sobre os fatores que contribuíram para

que se envolvessem em acidentes: os lapsos (distração, referida por 22,4% dos

condutores) e as transgressões mencionadas como: imprudência (5,3%), dirigir

alcoolizado (3,5%), dirigir em alta velocidade (2,9%) e desrespeito à sinalização

(1%). Esses dados mostram que são poucos os que assumem ser responsáveis

30

pela ocorrência de AT. Dados esses que também podem estar relacionados com

características próprias da adolescência na sua acepção psicossocial e cultural, e

que precisam ser melhor verificados em futuros estudos sobre adolescência e

transgressão.

Analisando mais a fundo a questão da transgressão, esta pode ser entendida

como uma infração intencional do socialmente aceito e regulado e como reflexo de

que o condutor acredita que suas atitudes e comportamentos estão certos. Assim, a

identificação da natureza de tais atitudes e crenças é fundamental para o

planejamento, educação e prevenção delas, precisando haver mudanças de

atitudes, crenças, normas e, ao mesmo tempo, a divulgação adequada da cultura de

segurança. Acresce-se a isto o fato das transgressões no trânsito serem um

fenômeno social que devem ser analisadas no contexto organizacional e social mais

amplo (MARIN e QUEIROZ, 2000).

Há ainda três tipologias de comportamentos aberrantes ao dirigir: 1) lapsos ou

comportamentos de esquecimento; 2) erros de julgamento ou observação

potencialmente perigosos para outros; 3) transgressões, contravenções intencionais

às práticas de seguridade no trânsito. A pesquisa concluiu que os homens, em maior

frequência que as mulheres, referiram elevado número de erros. As mulheres

relataram mais lapsos, em associação à percepção de si como más motoristas.

Marin e Queiroz (2000) ainda comentam que os estudos não têm conseguido

demonstrar relações consistentes entre o desempenho psicomotor e a tendência

para sofrer acidentes, o que tem levado a uma concepção de que o estilo de

conduzir pode ser mais importante que as habilidades psicomotoras.

Analisando a variável sexo, Marin-Leon e Vizzoto ( 2003) concluiram que

existem marcadas diferenças de gênero quanto aos comportamentos inadequados

para a segurança no trânsito. Os homens referiram maior proporção de

transgressões, sendo a razão entre as proporções de 4,9 para rachas; 2,5 para

dirigir após beber; 2,4 para suborno; 2,3 para velocidade de 130 km/h ou superior;

2,1 para dirigir no acostamento; 1,9 para multas; 1,7 para ultrapassagens proibidas;

1,1 para avançar sinal fechado; somente a proporção de brigas (discussões) no

trânsito foi maior entre as mulheres.

31

2.9 Avaliação dos Riscos de Acidentes

Nos estudos de Thielen, Hartmann e Soares (2008), a avaliação de riscos foi

considerada uma atividade objetiva com enfoque predominantemente quantitativo,

focalizando as causas dos fenômenos. As análises técnicas e quantitativas na

temática dos riscos desconsideram que tanto causas como consequências dos

danos são mediadas por experiências e interações sociais. Nessa abordagem, o

risco é definido como evento adverso, uma atividade, um atributo físico, com

determinadas probabilidades objetivas de provocar danos, e pode ser estimado

através de cálculos de níveis de aceitabilidade que permitem estabelecer standards,

através de diversos métodos (predições estatísticas, estimação probabilística do

risco, comparações risco/benefício, análises psicométricas).

Para eles a percepção de riscos envolvidos no trânsito é um fator importante

que é mediado pelo contexto, e os acidentes de trânsito decorrem dos riscos que o

ser humano aceita, e a aceitação de riscos aumentam na mesma proporção em que

aumenta a implementação de dispositivos de segurança. Na relação do indivíduo em

trânsito, os riscos são permanentes. A pesquisa dos autores acima citados indica

que os riscos precisam ser detectados, decodificados, além de significativos, para

que o indivíduo tome decisões no trânsito compatíveis com a situação de risco em

questão. Se o risco não é percebido como tal, as decisões e comportamentos não

serão compatíveis com a segurança que a situação exige. "As pessoas reagem aos

riscos que percebem. E se suas percepções forem equivocadas, esforços de

proteção nos âmbitos pessoal, público e ambiental podem ser mal orientados".

(THIELEN, HARTMANN e SOARES, 2008).

Ainda sobre a avaliação dos riscos no trânsito por parte dos condutores,

Rezende (2006) afirma que há grande influência do grupo nos comportamentos de

risco. A pressão exercida pelo grupo associada à imaturidade emocional

característica da idade e o uso de álcool podem desencadear excesso de

velocidade, manobras ilegais e falta do uso de equipamento de proteção. O autor

confirma o maior risco para acidentes de trânsito com morte quando o condutor é um

adolescente ou adulto jovem, acrescentando que tanto condutores quanto

passageiros adolescentes estão desproporcionalmente envolvidos em acidentes de

trânsito com vítimas, quando comparados com condutores de outras faixas etárias.

Ele também ratifica que características próprias dessa faixa etária como:

32

imaturidade, sentimento de onipotência, tendência de superestimar suas

capacidades, pouca experiência e habilidade para dirigir e comportamentos de risco

são fatores de riscos para acidente de trânsito.

33

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Ética

A presente pesquisa não segue as exigências éticas e científicas

fundamentais conforme determina o Conselho Nacional de Saúde – CNS nº 196/96

do Decreto nº 93933 de 14 de janeiro de 1987 – a qual determina as diretrizes e

normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos, haja vista que,

não houve necessidade de coleta de informações com seres humanos.

3.2 Tipo de Pesquisa

Essa pesquisa trata-se de um estudo exploratório-descritivo, com dupla,

combinação de abordagens, a saber quanti-qualitativa.

3.3 Universo

O presente estudo abrangeu o estado da Bahia, onde, a quantidade de óbitos na

Bahia está relacionado a soma de óbitos de todos os municípios.

3.4 Sujeitos da Amostra

Para esse estudo foram utilizados dados do Data-SUS, focando na

quantidade de óbitos no estado da Bahia devido a acidentes com motocicletas,

ressalta-se que esses dados estão disponibilizados online.

3.5 Instrumentos de Coleta de Dados

Para a coleta dos dados, necessitou de um computador e de internet acesso

das informações necessárias para esta pesquisa.

34

3.6 Plano para Coleta dos Dados

Os dados foram obtidos no site do Data-SUS, no formato de CSV, sendo

esses organizados e convertidos em planilha eletrônica.

3.7 Plano para a Análise dos Dados

Os dados foram tratados e analisados com auxílio de um software EXCEL

para o tratamento estatístico e elaboração de gráficos.

35

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

No gráfico 1 temos a quantidade de óbitos para a Bahia, durante o período

estudado. Verifica-se o comportamento crescente de 2008 a 2010, e em 2011, há

uma redução. Em 2008, ocorreram 248 óbitos em acidentes com motocicletas, das

quais, 222 eram do gênero masculino e 26 feminino. Em 2010, a quantidade de

óbitos aumentou, em relação a 2008, 200% em relação a 2008, proporcionalmente,

essa porcentagem também para o gênero masculino. Em 2011, teve uma redução

de 6% na quantidade de óbitos na Bahia, -5,3% masculino e -13,3% para o gênero

feminino.

Gráfico 1 – Número de óbitos de motociclistas, por faixa etária e gênero sexual, respectivos anos.

Fonte: Data-SUS. 2013.

Em geral, quantidade de óbitos no estado da Bahia ocorreram principalmente

com o gênero masculino, cerca de 91%, enquanto que o gênero feminino participa

em 5%. Sabendo que de 2008 a 2011 ocorreram 1.537 óbitos, das quais 1397

masculino, cerca de 91% e o feminino 140 óbitos, 9% (Gráfico 2). Segundo Ganne

(2010) constatou-se que entre as vítimas a predominância do sexo masculino,

86,48%, e que 93,94% deles têm idade até 42 anos, ou seja, são indivíduos com

plena capacidade produtiva. Outras pesquisas confirmam que os motociclistas são

36

as principais vítimas dos acidentes que envolvem veículos automotores, que

compravam que vítimas mais vulneráveis dos acidentes de trânsito no Brasil são os

motociclistas, representando mais de 50% dos mortos no trânsito (PIRES ,2007;

SADO et al. ,2009; MASCARENHAS et al., 2010; ANDRADE, 2003). Assim, este

resultado está em consonância com a revisão da literatura que mostra que a maioria

absoluta das vítimas de acidentes de motocicleta é composta por acidentados do

sexo masculino, com nível médio de escolaridade.

Gráfico 2 – Percentual de óbitos de motociclistas, por gênero sexual, na Bahia.

Fonte: Data-SUS. 2013.

O gráfico 3 mostra a quantidade de óbitos, por ano, para o estado da Bahia.

Constatou-se que a faixa etária de 20 a 29 anos tem a maior incidência de óbitos,

num total de 617 óbitos de 2008 a 2011. Além disso, observou-se um crescimento

bastante significativo na quantidade de óbitos de 2008 a 2011 para faixas etárias de

15 anos a 59 anos. Um ponto preocupante deve-se ao crescimento de óbitos em

motociclistas acima de 39 anos, pois, com o envelhecimento da população, a

quantidade de óbitos na faixa etária de 20 a 29 anos, poderá ser redistribuída as

classes com idade superiores, de maior idade.

37

Gráfico 3 – Número de óbitos por faixa etária respectivos anos na Bahia.

Fonte: Data-SUS. 2013.

Percentualmente, a faixa etária de 20 a 29 anos, tem a maior incidência de

óbitos, participando com 40,1% seguidos 30 a 39 anos, com 23,2% e 40 a 49 anos,

13,9% (Gráfico 4). Segundo Koizumi (1992), mostrou que as vítimas dos acidentes

de motocicleta, apontou que o sexo masculino tem quatro vezes mais chance de se

acidentar quando comparado com as mulheres, sendo a faixa etária mais atingida

entre 15 a 24 anos, com 37% dos casos, seguida pela faixa etária entre 25 a 34

anos, com 33%. Segundo os pesquisadores, os avaliados utilizavam a moto, por

esta ser um veículo de transporte econômico, ágil e de baixo custo para aquisição

(FIGUEIREDO et al., 2005). Os resultados da faixa etária da quantidade de óbitos

para o estado da Bahia estão em consonância com outros estudos.

38

Gráfico 4 – Percentual do número de óbitos de motociclistas, por faixa etária, na Bahia.

Fonte: Data-SUS. 2013.

39

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do crescimento de motocicletas nas estradas, os resultados

demonstrados nesse estudo mostraram em consonância com estudos de outros

pesquisadores.

Os resultados mostraram que a maior frequência de óbitos ocorridos pelos

motociclistas ocorre na faixa etária de 20 a 29 anos. Destaca-se um aumento na

quantidade de óbitos noutras faixas etárias.

Um pronto preocupante, foi constatado um aumento da quantidade de óbitos

em motociclistas com idade superior a 39 anos, pois, acredita-se que com o

envelhecimento da população baiana, essas classes irão aumentar para um futuro

próximo.

40

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