UNIVERSIDADE ANHANGUERA-UNIDERP ANA … O Controle do inseto vetor ..... 24 4.6.1 Larvicidas ........

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA-UNIDERP ANA CLÁUDIA NAVARRETE MENEZES Sapindus saponaria L. (SAPINDACEAE): COMPOSIÇÃO QUÍMICA E EFEITO TÓXICO EM Artemia salina (ARTEMIIDAE) E NA BIOLOGIA DE Aedes aegypti L. (CULICIDAE). CAMPO GRANDE – MS 2016

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA-UNIDERP

ANA CLÁUDIA NAVARRETE MENEZES

Sapindus saponaria L. (SAPINDACEAE): COMPOSIÇÃO QUÍMICA E EFEITO TÓXICO EM Artemia salina (ARTEMIIDAE) E NA BIOLOGIA DE

Aedes aegypti L. (CULICIDAE).

CAMPO GRANDE – MS 2016

ANA CLÁUDIA NAVARRETE MENEZES

Sapindus saponaria L. (SAPINDACEAE): COMPOSIÇÃO QUÍMICA E

EFEITO TÓXICO EM Artemia salina (ARTEMIIDAE) E NA BIOLOGIA DE Aedes aegypti L. (CULICIDAE).

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-graduação em Meio Ambiente e

Desenvolvimento Regional da

Universidade Anhanguera-Uniderp, como

parte dos requisitos para a obtenção do

título de Mestre em Meio Ambiente e

Desenvolvimento Regional.

Comitê de Orientação:

Prof. Dra. Rosemary Matias

Prof. Dr. Ademir Kleber Morbeck de

Oliveira

Prof. Dr. Silvio Favero

CAMPO GRANDE – MS 2016

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Anhanguera – Uniderp

Menezes, Ana Cláudia Navarrete.

Sapindus saponaria L. (Sapindaceae): composição química e efeito

tóxico em Artemia salina (Artemidae) e na biologia de Aedes aegypti

L. (Culicidae) / Ana Cláudia Navarrete Menezes. -- Campo Grande,

2016.

78f.

Dissertação (mestrado) – Universidade Anhanguera – Uniderp,

2016.

“Orientação: Profa. Dra. Rosemary Matias. ”

1. Controle de vetores. 2. Fitoinseticidas. 3. Atividade larvicida. 4.

Sapindaceae. 5. Artemidae. 7. Culicidae. Título.

CDD 21.ed. 614.4323

668.651

M51s

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus e principalmente Nossa Senhora

Aparecida, que sempre está presente nas minhas orações. Gratidão pelo dom

da vida, por iluminar o meu caminho e me dar forças para sempre seguir em

frente nessa jornada com perseverança e fé.

Agradeço especialmente ao meu esposo, Dulcimar, companheiro de

todos os momentos, amigo, leal, cúmplice, meu grande amor. Agradeço aos

meus queridos filhos João Paulo e Pedro Henrique pela compreensão, carinho,

amor e apoio incondicional, fortalecendo em mim a vontade de ultrapassar

barreiras e vencer obstáculos. Seria muito mais difícil sem vocês.

A minha orientadora Profa. Dra. Rosemary Matias, uma pessoa

indispensável na minha vida, pela liberdade, paciência, amizade, carinho e

confiança a mim depositada ao longo do presente trabalho, e ainda por ter me

permitido alcançar um sonho, espero ter alcançado as suas expectativas.

Agradeço também pela amizade e apoio nos momentos difíceis. Serei sempre

grata por ter muitas vezes me incetivado, sou grata ainda pelos ensinamentos,

oportunidades e dedicação.

Agradeço à UCDB e ao Programa de Pós Graduação Stricto sensu em

Biotecnologia pelos experimentos e ajuda de qualidade oferecida.

Principalmente a doutoranda Deizeluci Zanella pela dedicação, colaboração e

carinho.

À Prof.ª Dra. Jislainede Fátima Guilhermino pelos ensinamentos a mim

concedidos junto à FIOCRUZ/MS.

Aos técnicos de laboratório Raquel, Fernanda e Karen do setor de

UNIDERP.Obrigada por sempre ter me recebido com paciência e dedicação

quando precisei.

Aos colegas de mestrado pela amizade e por terem estendido à mão

quando precisei. Obrigada pela força e pela rica troca e cumplicidade. Possuir

amigos e tutores que pensam de formas tão distintas, enriqueceu

significativamente a minha formação.

Agradeço ainda à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de

Nível Superior (CAPES), pela concessão da bolsa.

A todos aqueles que de modo direto ou indireto contribuíram para a

realização desse trabalho.

Finalizando, digo a todos vocês que essa conquista não é só minha; ela

também é de cada um vocês.

Meus agradecimentos

SUMÁRIO

1. Resumo Geral ............................................................................................ 09

2. General Summary ...................................................................................... 11

3. Introdução Geral ........................................................................................ 13

4. Revisão de Literatura ................................................................................. 17

4.1 A Dengue ............................................................................................ 17

4.2 A Febre Chikungunya .......................................................................... 20

4.3 Zika Virus - ZIKV ................................................................................. 20

4.4 Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus, 1762) (Diptera: Culicidae) ...... 21

4.5 Transmissão ........................................................................................ 23

4.6 O Controle do inseto vetor .................................................................. 24

4.6.1 Larvicidas ..................................................................................... 25

4.7 Impactos ambientais ........................................................................... 25

4.8 Plantas Inseticidas em Mato Grosso do Sul ........................................ 27

4.9 Atividade medicinal e inseticida de extratos da Sapindus saponaria

frente A. aegpyti ............................................................................................ 29

4.10 Toxicidade de extratos da Sapindus saponaria frente Artemia salina . 34

5. Referências Bibliográficas ......................................................................... 36

6. Artigo I ....................................................................................................... 46

LISTA DE TABELAS

Artigo I: Sapindus saponaria L. (Sapindaceae): Composição química e efeito

toxico em Artemia salina (Artemiidae) e na biologia de Aedes aegypti

L.(Culicidae)

46

Tabela 1. Conteúdo de Fenóis Totais (FT) e Flavonoides (F) dos ExtMeCN,

ExtEtOH e ExtH2O das folhas de S. saponaria e atividade antioxidante

63

Tabela 2. Conteúdo de Fenóis Totais e Flavonoides do ExtEtOH e das frações

(Hexânica = FHex; Diclorometano = FCH2Cl2; Acetato de etila = F AcoEt; Butanólica

= F n-BuOH; Hidrometanólica = FH2O/MeOH) de folhas S. saponaria e atividade

antioxidante

64

Tabela 3. ExtMeCN, ExtEtOH e ExtH2O das folhas de S.saponaria e a taxa de

mortalidade frente A. salina

65

Tabela 4. ExtE tOH e das frações (Hexânica = FHex; Diclorometano = FCH2Cl2;

Acetato de etila = F AcoEt; Butanólica = F n-BuOH; Hidrometanólica = FH2O/MeOH)

de folhas S.saponaria taxa de mortalidade frente a Artemia salina (TAS)

66

Tabela 5. Efeito dos ExtMeCN, ExtEtOH e ExtH2O das folhas de S.saponaria, nas

concentrações de 500 mg L-1, 250 mg L-1, 125 mg L-1, 62,5 mg L-1, a

mortalidade em porcentagem larval e pupal e a formação de alados após

tratamento em larvas de A. aegypti

67

LISTA DE QUADROS

Revisão Bibliográfica..................................................................................... 17 Quadro 1. Classificação dos métodos utilizados para combater A. aegyti no

Brasil.............................................................................................................

18 Quadro 2.Categoria dos inseticidas comercializados quanto a dose letal DL50

e suas formulações ........................................................................................... 24

Quadro 3. Grau de Abrangência dos Impactos Ambientais............................. 26

Quadro 4. Concentração Letal (CL) do extrato de onze plantas do Mato

Grosso do Sul em mg mL-1 sobre a população das larvas de A.aegypti .........

28

Quadro 5. Substâncias isoladas de diferentes gêneros Sapindus apontadas

com atividade biológica.....................................................................................

33

Artigo I: Sapindus saponaria L. (Sapindaceae): Composição química e efeito

tóxico em Artemia salina (Artemiidae) e na biologia de A.aegypti L.

(Culicidae)...........................................................................................................

46

Quadro 1.Perfil cromatográfico em CLAE do ExtEtOH e das frações das folhas

de (FHex; FCH2Cl2; F EtOAc; F n-BuOH;FH2O/MeOH) de folhas S. saponaria...................

60

LISTA DE FIGURAS

Revisão Bibliográfica..................................................................................... 17

Figura 1. Mapa do Brasil indicando os estados com maior número de casos

de dengue.........................................................................................................

18 Figura 2. Ciclo de vida do Aedes aegypti......................................................... 22

Figura 3.Ciclo evolutivo de Aedes aegypti apontando o 1º estágio até pupa 22

Figura 4. Exemplar de Sapindus saponaria em uma das ruas na cidade de

Campo Grande- MS..........................................................................................

30

Figura 5. Folhas e frutos de Sapindus saponaria de um exemplar ornamental

de Campo Grande – MS....................................................................................

30

Artigo I: Sapindus saponaria L. (Sapindaceae): Composição química e efeito

toxico em A.salina (Artemiidae) e na biologia de A.aegypti L.

(Culicidae)..........................................................................................................

46

Figura 1. Esquema dos procedimentos de obtenção dos extratos aquoso,

etanólico e acetonitrila do pó das folhas de S. saponaria..................................

50

Figura 2. Esquema de partição do extrato etanólico das folhas de S.

saponaria, com base nos procedimentos de CAVALCANTI et al. (2001)........

51

Figura 3. Gráfico das análises fitoquímicas do extrato etanólico, aquoso e

acetonitrila e os rendimentos das folhas de S. saponaria................................

Figura 4. Gráfico das análises fitoquímicas do ExtEtOH e das frações

(Hexanica = FHex; Diclorometano = FCH2Cl2; Acetato de etila = F AcoEt;

Butanólica = F n-BuOH; Hidrometanólica = FH2O/MeOH) das folhas de S.

saponaria............................................................................................................

57

58

9

1. Resumo Geral O vetor Aedes aegypti L. (Diptera: Culicidae) é o principal transmissor da

dengue, da febre de Chikungunya - CHIKV e do Zika-vírus, também no território

brasileiro. O controle se dá principalmente pelo uso de inseticidas químicos

sintéticos que causam diversos danos ambientais e prejudiciais à saúde

humana, além da resistência da população de vetores. Assim o presente

estudo tem como objetivo avaliar o potencial larvicida e toxicidade de extratos e

frações das folhas de Sapindus saponaria e realizar análise química. Objetivos

estes que contempla a linha de pesquisa Sociedade, Ambiente e

Desenvolvimento Regional e Sustentável. Das folhas coletadas em Campo

Grande – MS foram obtidos o extrato etanólico e suas frações (hexânica,

diclorometano, acetato de etila, butanólico e hidrometanólica), o extrato aquoso

e o extrato acetonitrila. Os extratos e frações foram submetidos a análise

fitoquímica clássica e instrumental e determinado a atividade antioxidante

(DDPH= 2,2-difenil-1-picril-hidrazil) e os teores de compostos fenólicos e

flavonoides. Para os bioensaios foram utilizados 25 larvas de A. aegypti, de

terceiro estádio e, diferentes concentrações de extratos etanólico, acetonitrila e

aquoso, em quatro réplicas. Para os ensaios com Artemia salina utilizou-se o

extrato etanólico e suas frações, o extrato acetonitrila e o extrato aquoso em

diferentes concentrações e seguiu metodologia padrão descritas na literatura.

O extrato etanólico apresentou maior diversidade de classes de metabólitos

secundários em relação aos demais extratos e frações. Na avaliação da

atividade antioxidante na captadora de radical (DPPH), o extrato aquoso foi o

mais ativo e das frações a acetato de etila e hidrometanólico, e esta atividade

esta relacionada aos maiores teores de compostos fenólicos e derivados. Em

termos de toxicidade frente a A. salina os três extratos apresentaram elevada

toxicidade com destaque ao etanólico e das frações a acetato de etila e

hidrometanólico apresentaram elevada toxicidade, esta atividade pode estar

ligada ao sinergismo dos fitoconstituintes potencializando a ação das

saponinas. Na avaliação larvicida no ensaio agudo 24h, a concentração 1000

mg L-1 houve mortalidade de 100% em todos os extratos testados.No ensaio

crônico o extrato etanólico foi o mais efetivo a 500 mg L-1 com 73% na

mortalidade larval e 100% mortalidade pupal o que justifica ter efeito inibitório

sobre as larvas, a mortalidade e o alongamento o ciclo de vida do vetor. Os

10

resultados obtidos para o controle dos estágios prematuros do Aedes aegypti o

extrato etanólico ricos em compostos fenólicos e derivados, justifica o uso

popular da espécie, contudo o uso prolongado das folhas pode causar

toxicidade pela presença de saponinas.

Palavras-chave: Controle de vetores, extratos vegetais, Fitoinsenticidas,

Artemia salina, Atividade antioxidante, Saponinas.

11

2. General Summary The Aedes aegypti L. (Diptera: Culicidae) is the main transmitter of dengue

fever, Chikungunya fever - CHIKV and Zika-virus, also in Brazil. The control is

mainly the use of synthetic chemical insecticides that cause various

environmental damage and harmful to human health, as well as vectors of

population resistance. Thus the present study aims to evaluate the potential

larvicide and toxicity of extracts and fractions of Sapindus saponaria leaves and

perform chemical analysis. These objectives which includes the line Society

research, Ambient and Regional Development and Sustainable. Leaves

collected in Campo Grande - MS were obtained ethanol extract and its fractions

(hexane, methylene chloride, ethyl acetate, and butanolic hydromethanol), the

aqueous extract and the acetonitrile extract. The extracts and fractions were

subjected to classical and instrumental phytochemical analysis and determined

their antioxidant activity (DDPH = 2,2-diphenyl-1-picryl-hydrazyl) and the levels

of phenolics, and flavonoids. For bioassays were used 25 larvae of A. aegypti,

the third stage, and different concentrations of ethanolic, aqueous acetonitrile

and in four replicates. For the tests with Artemia salina was used the ethanol

extract and its fractions, the acetonitrile extract and aqueous extract in different

concentrations and followed standard methodology described in the literature.

The ethanol extract showed greater diversity of classes of secondary

metabolites in comparison with other extracts and fractions. In the evaluation of

antioxidant activity in scavenging radical (DPPH), the aqueous extract was the

most active fractions and the ethyl acetate and hydromethanolic, and this

activity is related to higher levels of phenolic compounds and derivatives. In

terms of toxicity front saline A. three extracts showed high toxicity with

emphasis on ethanol and fractions of the ethyl acetate and hydromethanolic

showed high toxicity, this activity may be linked to the synergism of

phytochemicals potentiating the action of saponins. In assessing larvicide in

acute test 24h, concentration 1000 mg L-1 was 100% mortality in all extracts

testados.No chronic test the ethanol extract was the most effective 500 mg l-1

73% mortality larval and pupal mortality 100% which justifies having inhibitory

effect on larvae mortality and lengthening the life cycle of the vector. The results

for the control of premature Aedes aegypti stages ethanol extract rich in

phenolic compounds and derivatives which justifies the popular use of the

12

species. Keywords: Vector control, plant extracts, Fitoinsenticidas, Artemia

salina, antioxidant activity, saponins

13

3. Introdução Geral A importância da biodiversidade para a saúde humana refere-se à

variedade de formas de vida em todos os níveis, envolve os valores: ético,

cultural, econômico, intelectual, científico e estético da biodiversidade. Como o

Brasil possui um grande território a ser estudado e a ser protegido, a questão

da biodiversidade tem enorme importância no contexto global na saúde e o

bem-estar humano (ALHO, 2008).

Por outro lado, as alterações ambientais causam prejuízos ao

ecossistema natural, com a perda da biodiversidade, por meio do

desmatamento, assentamentos precários, acúmulo de lixo, obras de

infraestruturas, como rodovias e aumento demográfico (TEIXEIRA et al., 2009).

O acelerado crescimento e urbanização populacional, associado a uma

distribuição desequilibrada do nível de renda, conduz a uma proporção cada

vez maior de pessoas vivendo em áreas onde o abastecimento de água,

saneamento básico e coleta de lixo são precários ou inexistentes e esse

cenário contribui com a incidência de inúmeras doenças, entre as quais está

dengue (CLARO et al., 2004).

A.aegypti é o principal vetor do vírus da dengue no mundo e está

amplamente distribuído no Brasil, abrangendo todas as regiões (CATÃO e

GUIMARÃES, 2011). A dengue é uma doença transmitida por mosquitos do

gênero Aedes, sendo várias espécies do subgênero Stegomyia (A. aegypti L.,

A.albopictus S. e A. polynesiensis M.), que foram encontrados experimentos

laboratoriais também mostraram a susceptibilidade de outras espécies de

Aedes ao vírus da dengue (BRAGA e VALLE, 2007).

A doença provocada pelo vírus da dengue caracteriza-se por ser

infecciosa, aguda, de curta duração, podendo assumir formas graves e letais,

que vêm preocupando as autoridades médicas sanitárias de todo o mundo,

sobretudo no Brasil, com a epidemia de dengue e atualmente com os casos de

zika vírus e a chicungunya (AZEVEDO et al., 2015; BRASIL, 2015).

O combate ao mosquito A. aegypti é o único elo passível de intervenção

no controle da doença e das demais arboviroses, pois, até o momento, não

existe tratamento específico para essas doenças e vacina está em fase final de

testes (BRASIL, 2016).

14

No Brasil, as condições socioambientais e a ineficiência no combate ao

vetor em muitas cidades contribuem sobremaneira para o processo epidêmico

modulado pelo esgotamento ao controle do vetor (MEDRONHO, 2008) e se

constitui um enorme desafio da vigilância epidemiológica em reconhecer

precocemente as novas áreas com transmissão para minimizar o impacto

dessas doenças na população (VASCONCELOS, 2015).

Além disso, a atividade hematofágica diurna do mosquito e o

crescimento dos centros urbanos, com a falta de políticas públicas que

minimizem os impactos ambientais e sanitários têm maximizado os problemas

do combate ao mosquito por aplicações espaciais de inseticidas (BRAGA e

VALLE, 2007).

Porém, a expectativa de controle desse vetor, atualmente, fica restrita

por causa de sua grande capacidade de adaptação a diferentes situações

ambientais consideradas desfavoráveis e da resistência aos inseticidas

químicos, uma vez que os diversos programas públicos de combate ao vetor

são feitos com esses produtos (BRAGA e VALLE, 2007).

O desenvolvimento de resistência dos insetos aos inseticidas químicos

provoca a reemergência de doenças transmitidas por esse vetor (GUIRADO e

BICUDO, 2009). Outro ponto a ser abordado refere-se aos problemas

ambientais na aplicação de inseticidas sintéticos prejudicando populações de

insetos benéficos ao ambiente e a saúde da população humana (TORRES et

al., 2014).

Dessa forma, existe a necessidade de restringir o uso de inseticidas

químicos, adotando-se medidas alternativas, como a utilização de produtos

naturais (NAVARRO-SILVA e DUQUE, 2009). Nos insetos, esses produtos são

capazes de atuar no mecanismo de defesa, causando-lhes danos, sobretudo

por inibição do processo digestivo e/ou alteração do metabolismo (DOURADO

et al., 2015). Os inseticidas naturais, como alternativa ao controle de

populações resistentes de A. aegypti, que agem em diferentes fases do

desenvolvimento e apresentam diversos mecanismos de ação (NAVARRO-

SILVA e DUQUE, 2009).

Dentre as espécies botânicas de Mato Grosso do Sul, 30 espécies

nativas da região foram estudadas quanto o potencial larvicida, e destas seis

foram ativas no controle do A. aegypti, sendo quatro especies coletadas no

15

Pantanal: caule de Albizia polyantha (A. Spreng.) G.P.Lewis (Fabaceae); casca

do tronco de Tabebuia avellanedae Lorentz ex Griseb (Bignoniaceae); caule

de Vitex cymosa Bertero ex Spreng (Lamiaceae), folhas e caules de

Zanthoxylum sp (Rutaceae); e duas em região de Cerrado: cascas de

Terminalia fagifolia Mart (Fabaceae ) e cascas do tronco de Ocotea velloziana

(Meisn.) Mez (Lauraceae) (GARCEZ et al, 2009).

Em estudo recente, com o objetivo de avaliar o potencial larvicida de 50

espécies botânicas, coletadas em diferentes regiões de Mato Grosso do Sul,

apenas seis foram potencialmente ativas contra A. aegypti, dentre as espécies

temos: Ormosea arborea Vell (Fabaceae), Piper aduncum Vell, Piper hispidum

Sw (Piperaceae), Solanum variabile Mart (Solanaceae), Spermacocea latifolia

Aubl (Rubiaceae) e Turnera ulmifolia L. (Turneraceae), a parte utilizada do

material botânico foram as folhas (PORTO et al., 2016, prelo).

Outra espécie com ação inseticida está S. saponaria L. (Sapindaceae),

uma espécie arbórea do Cerrado sul mato-grossense, conhecida como “sabão-

de-soldado”, além de ser utilizada em reflorestamento de áreas degradadas e

de preservação permanente (BARRETO et al., 2006), os frutos têm atividade

larvicida contra o A. aegypti e a ação é atribuída às saponinas (AMARAL et al.,

2008; JAWALE, 2014). As folhas desta espécie são utilizadas pela medicina

tradicional (MT) no tratamento ginecológico, contra uretrite e corrimento e os

frutos, contra a febre, reumatismo, rins, picada de cobra e hemorragia uterina

(POTT e POTT, 1994).

Assim, na busca de substâncias eficazes e com menos impacto

ambiental, tanto ao homem quanto à natureza para o combate do A. aegypti.

Por outro lado, o uso de plantas empregadas na medicina tradicional e com

potencial inseticida justifica testar essas espécies em ensaios de toxicidade.

Dentre estes, o teste com A. salina L. sendo um método de ensaio ágil e

seguro. A certificação da toxicidade da S. saponaria é acessível por meio do

qual é possível determinar a concentração letal (CL50) de extratos, frações e

compostos bioativos em um ambiente salino (FERRAZ et al., 2012).

Com base nestas informações, o objetivo deste trabalho é avaliar o

potencial larvicida e a toxicidade de extratos e frações das folhas de S.

saponaria e realizar análise química, o que contempla a linha de pesquisa

Sociedade, Ambiente e Desenvolvimento Regional Sustentável.

16

Este trabalho é constituído por uma introdução geral e de uma revisão

bibliográfica, que contextualiza o problema da dengue no Brasil, o uso de

plantas nativas brasileiras na busca de produtos mais eficazes no controle

desse vetor e do uso de A. salina em ensaios de toxicidade. Foi realizada

também uma revisão da família Sapindaceae e de espécies do gênero

Sapindus com potencial larvicida, além das caraterísticas químicas e biológicas

da espécie em estudo. O último capítulo é representado por um artigo científico

demonstrando parte dos resultados desta pesquisa, sendo a análise larvicida

de extratos e frações das folhas de S. saponaria contra A. aegypti e

toxicológica com A. salina e análise fitoquímica de extratos e frações. Finaliza-

se o trabalho com as considerações finais a respeito do tema.

17

4. Revisão de Literatura 4.1 A Dengue Segundo BRAGA e VALLE (2007) a dengue é uma doença transmitida

por mosquitos do gênero Aedes, sendo que as espécies incriminadas são do

subgênero Stegomyia (A. aegypti, A. albospictus e A. polynesiensis), nas quais

foram encontrados registros do vírus do gênero Flavivírus sendo que o principal

causador da dengue no Brasil é o Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus, 1762)

(Diptera: Culicidae) uma das principais arboviroses que afetam o homem e

constitui um problema sério para a saúde pública mundial (GUIRADO e

BICUDO, 2009).

Nos últimos quinze anos a dengue esteve presente nos 27 estados do

Brasil, e vem ganhando proporções alarmantes impactando com números de

registros de óbitos, visto que, centenas de pessoas no Brasil e cerca de 20 mil

em todo o mundo vêm sendo vítimas fatais da doença (BRASIL, 2016). O

avanço da dengue (Figura 1) teve um crescimento 240% de casos em 2015 em

relação a 2014 (BRASIL, 2015) e somente no ano de 2016 foram registrados

170.103 novos casos, fato que a torna uma doença de difícil controle (BRASIL,

2016).

18

Figura 1. Mapa do Brasil indicando os estados com maior número de casos de

dengue. Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO (2015).

O agente etiológico da dengue é um arbovírus pertencente à família

Flaviridade, sendo conhecidos quatro sorotipos da dengue: DENV-1, DENV-2,

DENV-3, DENV-4 (PEIXOTO et al., 2008). Os principias sintomas da doença

segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) são febre, enxaqueca,

mialgia, fraqueza, anorexia, vômitos e diarreia. Já a dengue com características

ditas hemorrágicas tem-se febre súbita, náusea, sinais de vazamento capilar,

queda de pressão arterial e manifestações hemorrágicas (CATÃO e

GUIMARÃES, 2011).

A dengue, continua sendo um desafio para o século XXI, necessitando

de estratégias de controle com o uso de inseticidas, larvicidas e agentes anti

oviposição eficazes, além do saneamento básico e conscientização da

população no controle do vetor (PEIXOTO et al., 2008).

A elevada importância das doenças transmitidas por insetos vetores no

Brasil, como dengue, apontam para a necessidade de aprimorar os métodos de

controle desses vetores (Quadro 1), tanto nos aspectos técnicos como teóricos.

Hoje, são usados ou estudados outros métodos, que não o controle químico

como, por exemplo, os controles ambiental, biológico, genético e mecânico

(WERMELINGER e FERREIRA, 2013).

Quadro 1. Classificação dos métodos utilizados para combater A.aegyti no

Brasil

Classificação A B C F Fi L M Ma Me P Q S Outros

METCALF e FLINT

(1951)

X x x x x X

LITTLE (1957) X x x x x X

ROSS (1965) X x x x X X

BUSCIVE (1966) X x x X X

GOMA (1966) X x X X

LLERC (1960) X x X

JAMES e HARWOOD

(1960)

X X x x X

WHO (1982) X X x X

WHO (1983) X X x X

19

WHO (1988) X X X

CHALLET (1991) X x x X

OLKOWSKI et al. (1991) X x x X x X

WHO (1995) X X x X

ROBINSON (1996) X X X

FUNASA (2001) X x x x X

WALKER (2002) X X X

EMDEN e SERVICE

(2004)

x X x x x X x X X

BRASIL (2009) X x X x X

PAKISTAN (2010) X x X

MARCONDES (2011) x X X x x X X

INDIA (2012) X x x X x X

WHO (2012) X X x X

Legenda: A= armadilha; B= Biológico; C= cultural ou educaional; F= feromonio; Fi= físico; L= Legal-legislativa; M= Manejo ambiental; Ma= manipulação genética; Me= mecanico; P= proteção pessoal; Q químico; S= saneamento. Fonte: WERMELINGER e FERREIRA. (2013).

Embora a relação entre o aumento do vetor e da dengue não são os

únicos fatores relacionados com a doença, tal como o vírus da circulação ou o

sistema imunitário do hospedeiro, a quantidade de vetores e a sua capacidade

de adaptação desempenham um papel importante na transmissão do vírus. Os

esforços para controlar o A. aegypti dentro das casas deve ser contínuo para

evitar a infestação e reduzir o contato humano-vetor para conseguir um

controle da infecção por dengue (ZUCHI et al., 2014).

A introdução do DENV-4 em 2012, associado à sua presença em países

limítrofes, combinada com altos níveis de infestação pelo vetor A. aegypti e

também uma população suscetível resultou na ocorrência da maior epidemia

registrada no nosso país. Além disso, a ausência de uma vacina para prevenir

a infecção pelo DENV, resultaria numa ferramenta importante para a

prevenção de surtos e epidemias, sendo assim, um papel fundamental para

desempenhar o controle dessa virose (BERTOLACCI-ROCHA et al., 2014).

20

4.2 A Febre Chikungunya O Alphavirus vírus RNA é causador da febre de Chikungunya é

transmitido no Brasil, principalmente pelo mosquito A. aegypti, também,

transmissor da dengue. A Chikungunya já afetou milhões de pessoas e

continua a causar epidemias em vários países e em 2013 a primeira

transmissão da doença foi notificada nas Américas (TAUIL, 2014).

A febre Chikungunya atinge toda e qualquer faixa etária, e afeta todos os

gêneros de igual forma. Os primeiros sintomas são febre alta, com início

repentino, seguida por fortes dores de cabeça, musculares, dor nos olhos e nas

articulações, além de prostração, náuseas e vômitos, possibilidade do

surgimento de erupções cutâneas (exantema), bem como prurido cutâneo

(ALBUQUERQUE et al., 2012).

A dor abdominal generalizada pode ocorrer principalmente nas crianças

e os adultos podem apresentar pequenas manifestações hemorrágicas, como

pontos avermelhados devido ao rompimento de pequenos vasos (petéquias),

sangramento pelo nariz e gengiva, bem como sangramento gastrointestinal,

vaginal e sangue na urina. A veremia persiste por até oito dias do surgimento

clínico. A Chikungunya vem aterrorizando a nação brasileira neste último ano,

visto que alguns casos foram registrados, podendo ser o começo de uma

possível infestação da doença no território brasileiro (ALBUQUERQUE et al.,

2012).

4.3 Zika Virus- ZIKV O Zika vírus é um flavivírus (Flaviviridae) transmitido por A. aegypti e

que foi originalmente isolado de uma fêmea de macaco Rhesus febril na

Floresta Zika (daí o nome comum do vírus), localizada próximo de Entebbe na

Uganda, em 20 de abril de 1947. Sendo um vírus pouco conhecido, e o vetor

responsável pela transmissão fora do continente africano é o A. aegypti

(LANCIOTTI et al., 2008).

Embora o vírus tenha uma ampla distribuição geográfica, atualmente, a

vulnerabilidade de epidemia emergente deste vírus, atingiu também o Brasil.

Os sintomas de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) o Zika

vírus tem os sintomas parecidos com a dengue e a Chikungunya, tanto que foi

considerada primeiramente pelas autoridades uma DENV-4 (TAUIL , 2014).

21

O problema maior quando surgiram os primeiros casos de microcefalia

associada o ZiKa vírus e a síndrome de Guillain-Barré, uma doença autoimune

que ocorre quando o sistema imunológico do corpo ataca parte do próprio

sistema nervoso por engano, isso leva à inflamação dos nervos, que provoca

fraqueza muscular (VASCONCELOS, 2015).

Nesse contexto, esse vírus pode afetar o ser humano com

consequências ainda desconhecidas pelos médicos e pesquisadores, portanto,

a preocupação das autoridades médicas e sanitárias para um grave problema

de saúde pública e graves impactos na sociedade e no meio ambiente

(VASCONCELOS, 2015).

4.4 Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus, 1762) (Diptera: Culicidae) O A. aegypti (Diptera: Culicidae) é um mosquito originário da África,

onde se encontram populações domésticas e selvagens. Este foi originalmente

descrito no Egito o que lhe conferiu o seu nome científico (BRAGA e VALLE,

2007). É o principal transmissor da dengue, Chikungunya e Zika vírus no

território brasileiro. Este é um mosquito doméstico, antropofílico, com atividade

hematofágica, adaptado ao ambiente urbano e utiliza os recipientes mais

frequentes no domicílio ou peridomicílio como tanques de armazenamento de

água, potes, barris, pneumáticos usados, latas, garrafas e vasos de planta para

a postura de ovos e o desenvolvimento da fase larval (ARRUDA et al., 2003).

Quando a fêmea do A. aegypti é infectada pelo vírus da dengue ela

permanece com o vírus todo ciclo e o tempo de duração dos mosquitos

aumenta o potencial de transmissão da doença (ARRUDA et al., 2003). De

acordo com TAIUL (2014), a fêmea pode realizar de quatro a seis vezes

durante sua vida, depositando cerca de 100 ovos por postura com elevada

capacidade de resistir às condições de estiagem, mantendo-se viáveis na

ausência de água por até 450 dias. Além disso, o A. aegypti tem mostrado

adaptação às diferentes situações ambientais consideradas desfavoráveis.

Adultos já foram encontrados em altitudes elevadas e larvas em água poluída,

o que não era observado anteriormente.

Ele possui desenvolvimento holometabólico, dividido nas fases de: ovo,

larva, pupa e adulto (Figura 2).

22

Figura 2. Ciclo de vida do Aedes aegypti.

Fonte: ecojaimemoniz.wordpress.com. (2014).

O A. aegypti é uma espécie que o estágio de larva (Figura 3) acontece

em quatro estágios (1º ao 4º) e o estágio de pupa é o último do ciclo aquático

do inseto (REGAZZI, 2003).

Figura 3. Ciclo evolutivo de Aedes aegypti apontando o 1º estágio até pupa.

Fonte: UNICAMP (2011). http://pt.depositphotos.com/97504570/stock-

illustration-nature-aedes-aegypti-mosquito-stilt.html..acesso 02.05.2016

23

As espécies de vetores podem apresentar respostas evolutivas, a um

aumento de temperatura durante sete a dez anos, dependendo da força de

seleção. Estes resultados devem ser interpretados no contexto de previsões de

mudanças climáticas para as populações de vetores, que enfatiza a

importância de incorporar a evolução do vetor com o crescimento de doenças

transmitidas por estes (POWELL e TABACHNICK, 2013).

As causas dessa ampla distribuição do A. aegypti no Brasil são variadas,

pode-se destacar o intenso êxodo rural, que levou a mais de 80% da população

brasileira viver nas cidades. Pressionadas pela demanda não conseguiram

oferecer condições ideais de saneamento básico e habitação, cerca de 20%

vivem em favelas, mocambos ou cortiços, onde frequentemente se observa o

armazenamento de água em tonéis, favorecendo a proliferação do mosquito

vetor (TAUIL, 2014).

Somado a isso, o grande aumento da frota automotiva contribui

igualmente para a multiplicação do A. aegypti, na medida em que aumenta o

número de pneus usados abandonados inadequadamente no meio ambiente,

tornando-se recipientes prioritários para a postura de ovos pelos mosquitos e

permitindo o transporte passivo de ovos, larvas e insetos adultos, facilitando a

sua disseminação (TAUIL, 2014).

4.5 Transmissão A doença é transmitida através da fêmea do A. aegypti, que costuma

picar as pessoas durante o dia, para viabilizar a maturação dos ovos. Não é

possível transmiti-la através do contato entre um doente ou suas secreções

com alguém sadio, ou ainda pelo contato com fontes de água e alimento

(BRASIL, 2015)

Já a transmissibilidade da doença compreende dois ciclos: um

intrínseco, que ocorre no ser humano durante a viremia (de um dia antes do

aparecimento da febre, até o sexto dia da doença) e o extrínseco, ocorrente no

mosquito através da multiplicação do vírus pelo período de oito a doze dias, se

dirigindo as glândulas salivares após esse período. A partir desse momento, o

vetor pode transmitir a doença, até o final da vida, que é de seis a oito

semanas para o A. aegypti (FERNANDES et al., 2014).

24

4.6 O Controle do inseto vetor

O uso de inseticidas provoca fortes indícios de causa e efeitos na

natureza, já que coloca em risco a flora, fauna e todos os seres vivos do

ecossistema. Muitos produtos foram utilizados no combate aos insetos como:

mercúrio, nicotina, arsênico e tabaco são alguns desses materiais que

permanecem no ambiente (LIMA et al., 2005).

Os inseticidas utilizados no combate aos insetos adultos, foram os

piretroides Aletrina, os carbamatos halogenados e o Dieltrin, o fosforado

Malation e o organoclorado DDT (diclorodifeniltricloroetano). O baixo custo e o

alto poder residual do adulticida DDT fizeram com que este organoclorado

fosse usado de forma extensiva em todo o mundo (LIMA et al., 2005).

O DDT foi utilizado no Brasil, mas as diferenças regionais e de

população de mosquito nas diversas regiões do país não houve uma

frequência e continuação do uso do DDT. Os produtos químicos sintéticos

contaminam e intoxicam o ecossistema, seja pela água, solo, atmosfera e

seres vivos, um dos problemas de saúde pública (COSTA, 2002).

Para um melhor entendimento a categoria dos inseticidas pela dose letal

(Quadro 2) que compõem os agrotóxicos empregados no combate à dengue.

Quadro 2. Categoria dos inseticidas comercializados quanto dose letal DL 50 e

suas formulações

Tipos de inseticidas Estado físico e via de

administração

DL50 (mg kg-1)

DL50 (mg kg-1)

DL50 (mg kg-1)

DL50 (mg kg-1)

Sólidas Oral

Líquidas Oral

Sólidas Dérmica

Líquidas Dérmica

Extremamente tóxico Tarja vermelha

< 5 < 20 < 10 < 40

Altamente tóxico Tarja amarela

5 a 50 20 a 200 20 a 200 40 a 400

Moderadamente tóxico Tarja azul

50 a 500 200 a2000 100 a 1000 400 a4000

Levemente tóxico > 500 > 2000 > 1000 > 4000

25

Tarja verde

Fonte: PERES e MOREIRA (2003).

4.6.1 Larvicidas O uso de larvicidas é aplicado em criadouros no combate às formas

imaturas dos insetos. O acetoarsenito de cobre, conhecido como verde-paris,

foi bastante utilizado em campanhas de controle de imaturos, principalmente na

campanha de erradicação de Anopheles gambiae Giles

complex (Diptera: Culicidae) no Nordeste brasileiro. Seu uso em curto prazo

apresentava resultados bons, pois penetrava via intestinal das larvas que se

alimentavam sem discriminação (FORATTINI, 1962 apud COSTA, 2007).

Os larvicidas químicos e biológicos, contendo uma variedade de

ingredientes ativos, como o temefós, o BTI e os reguladores de crescimento de

insetos (IGR), têm sido desenvolvidos e recomendados para o controle das

larvas de A. aegypti (MULLA et al., 2004; THAVARA et al., 2004).

4.7 Impactos ambientais Para BRAGA e VALLE (2007), o controle dos vetores é utilizado para

prevenir a infecção mediante o bloqueio ou redução da transmissão, sendo os

principais objetivos manejar os problemas existentes, como surtos e epidemias.

Prevenir a reintrodução de doenças e reduzir os fatores ambientais de

transmissão com medidas coerentes para a propagação do vetor. Exposição

de mamíferos a esses inseticidas de forma aguda ou subcrônica, segundo

BORGES et al., (2004), gera sequelas a estes, como tremores e convulsões,

podendo causar até mesmo a morte destes por intoxicação. O uso contínuo

destes inseticidas pode causar grandes desequilíbrios ambientais (Quadro 3),

como a eliminação de insetos benéficos, a contaminação do meio ambiente

(água, solo, seres vivos e atmosfera) e é claro a intoxicação de seres humanos

(DONALISIO et al., 2001).

Os efeitos sobre a saúde podem ser de dois tipos: o primeiro efeito pode

ser classificado como agudo que acarretam a exposição a concentrações de

um ou mais agentes tóxicos, causando um dano aparente por algum tempo e o

segundo efeito classificado como crônicos, são aqueles que se desencadeiam

26

por uma exposição frequente, a concentrações baixas de um ou mais produtos

tóxicos (CLARO et al., 2004).

Deve-se compreender e dar a devida importância a essa problemática

do uso de agrotóxicos por seguidos anos de aplicação no meio ambiente para

o controle da dengue pelas consequências que trazem ao meio ambiente pela

contaminação da água, destruição da biodiversidade e o desequilíbrio

ambiental como um todo, bem como os prejuízos causados para a vida

humana pela intoxicação por meio dos princípios ativos dos agrotóxicos e

consequências decorrentes do contato com esses produtos por um longo

período (NATAL, 2002).

Quadro 3. Grau de Abrangência dos Impactos Ambientais

Nível de Abrangência

Descrição Peso

Baixa Eventos que afetam o meio ambiente, mas que por

meio de ação simples e imediata, o potencial dano

pode ser remediado.

1

Média Eventos que atingem o meio ambiente, mas que por

meio de ação simples e imediata, com a

disponibilização de recursos e/ou apoio remedia o

potencial dano.

2

Alta Eventos que tem a potencialidade de causar danos

significativos ao meio ambiente.

3

Fonte: JERÔNIMO et al. (2012)

Os impactos ambientais com baixa, média ou alta abrangência

potencializa os efeitos e os danos a todos que vivem nesse planeta. Para

diminuir os impactos ambientais e ainda continuar o controle desses vetores

que causam a morte de diversas pessoas. Os produtos de origem vegetal

surgem como alternativa para o controle de vetores, entretanto, o conceito de

inseticidas botânicos, que são inseticidas produzidos através de plantas que

possuem substâncias naturais com compostos bioativos para o controle dos

vetores, uma alternativa viável para minizar os impactos produzidos pelos

agentes químicos sintéticos que afetam todos que habitam naquela região

27

(BARRETO, 2005).

Em função disso, faz-se cada vez mais necessário a divulgação de

informações acerca desse assunto, como também o incentivo a pesquisas que

busquem alternativas naturais e menos danosas ao meio ambiente e ao ser

humano, como os fitoinseticidas, que são produtos capazes de combater o

vetor transmissor da dengue, porém com efeitos menos onerosos. Entretanto,

cabe ressaltar que para ter eficácia no desenvolvimento e utilização de

produtos naturais, bem como uso adequado dos agrotóxicos já citados nesse

contexto, é necessário um esforço conjunto com políticas públicas e

conscientização da população por meio da educação ambiental (DOURADO,

2015).

4.8 Plantas Inseticidas em Mato Grosso do Sul No Mato Grosso do Sul há um expressivo número de espécies botânicas

apontadas com ação inseticidas. As descrições destas espécies estão contidas

em POTT e POTT (1994), os quais citam 67 plantas usadas na medicina

popular como inseticida.

Dos trabalhos mais recentes, especificamente com ensaios com larvas

de A. aegypti, temos o realizado por GARCEZ et al. (2009), os quais

investigaram 30 espécies nativas do Cerrado e do Pantanal, Mato Grosso do

Sul, quanto a atividade larvicida e destas apenas onze foram ativas e destas

seis se destacaram por serem mais tóxicas (Quadro 4) Albizia polyantha (A.

Spreng) G.P. Lewis; Ocotea velloziana (Meisn.) Menz; Tabebuia avellanedae

Lorentz ex Griseb; Teminalia fagifolia Mart; Zanthoxylum sp e Vitex cymosa

Bertero ex. Spreng).

Quadro 4. Concentração Letal (CL) do extrato de onze plantas do Mato Grosso

do Sul em mg mL-1 sobre a população das larvas de A.aegypti

Espécie Vegetal Concent. Valor Médio na Correlação 95%

(mg mL-1)

Albizia polyantha (A.Spreng) G.P.Lewis CL50 0,547

Ocotea velloziana (Meisn.) Menz CL50 0,231

28

Fonte: Adaptado de GARCEZ et al. (2009) e PORTO et al., 2016 (prelo)

Recentemente, foram testados 61 extratos e 25 fracões de 50 espécies

botânicas, com larvas de larvas de A. aegypti. Destas espécies (Quadro 4)

Ormosea arborea Vell CL10

CL50

CL90

0,164

0,238

0,347

Ormosea arborea Vell CL10

CL50

CL90

0,063

0,111

0,194

Piper aduncum L. CL10

CL50

CL90

0,122

0,342

0,473

Piper aduncum L. CL10 0,034

CL50 0,192

CL90 0,346

Piper hispidum Sw. CL10 0,060

CL50 0,169

CL90 0,474

Piper hispidum Sw. CL10 0,320

Spermacoceae latifolia L. CL10 0,191

CL50 0,415

Spermacoceae latifolia L.

CL90

CL10

CL50

CL90

0,901

0,125

0,625

1,122

Solanum variabile Mart. CL10

CL50

CL90

0,097

0,188

0,284

Tabebuia avellanedae Lorentz ex Griseb. CL50 0,441

Teminalia fagifolia Mart. CL50 0,373

Vitex cymosa Bertero ex.Spreng CL50 0,875

Zanthoxylum sp (sementes) CL50 0,537

Zanthoxylum sp (Folha) CL50 0,435

29

apenas o extrato etanólico das sementes de O. arborea (0,111 mg mL-1), o

extrato etanólico das folhas de P. hispidum (0,169 mg mL-1), S. variabile (0,188

mg mL-1), O. arborea (0,238 mg mL-1), T. umifolia (0,242 mg mL-1), P. hispidum

(0,567 mg mL-1) foram ativas. Para as frações das folhas de P. aduncum

apresentaram atividade a fração clorofórmica (0,192 mg mL-1) e hexanica

(0,342 mg mL-1). Já para as folhas de S. latifolia foi ativo o extrato metanólico e

a fração hexânica (0,415 mg mL-1) (PORTO et al., 2016, prelo). Com base

neste screening com plantas (Quadro 4) da região do Mato Grosso do Sul,

realizados com larvas de A. agepyti os autores constatam-se que apenas 14%

das plantas apresentaram atividade larvicida.

4.9 Atividade medicinal e inseticida de extratos da S. saponaria frente A. aegpyti

A Sapindus saponaria L. é conhecida pelos nomes populares: sabão-de-

soldado, saboneteira, sabão-de-macaco, sabãozinho e fruta de sabão. Uma

espécie arbórea (Figura 4) pertencente à família Sapindaceae, com altura entre

cinco a nove metros, possui copa densa por esta razão utilizada em

reflorestamento de áreas degradadas e de preservação permanente

(BARRETO et al., 2006).

30

Figura 4. Exemplar de Sapindus saponaria em uma das ruas na cidade de

Campo Grande- MS. Fonte: MENEZES (2015).

A espécie pode ser encontrada da região Amazônica até o Centro Oeste

como: Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (MAMEDES, 2010), as folhas

(Figura 5-A) são compostas imparipenadas com sete folíolos glabros de 10-16

cm de comprimento, por 3-4 cm de largura. Os frutos (Figura 5-B) são

utilizados para a lavagem de tecido em algumas aldeias, estes quando

maduros apresentam uma cor amarela (BARRETO et al., 2006), a semente

(figura 5-B) é aproximadamente esférica com textura lisa, de coloração negra e

levemente brilhante (ALBIERO et al., 2001).

Figura 5. Folhas (A) e frutos (B) de Sapindus saponaria de um exemplar

ornamental de Campo Grande – MS. Fonte: MENEZES (2015).

As espécies Sapindus apresentam compostos ativos, os quais agem

sinergicamente, por isso, a importância dos metabólitos secundários,

substâncias químicas naturais que possam ser uitlizados no controle de insetos

(NAVARRO-SILVA et al.,2009) e possuem vários compostos de interesse

medicinal com destaque aos flavonoides, glicosídeos, terpenos e saponinas

(HUANG et al., 2008) e a estas classes são atribuídas atividade antiúlcera e

antineoplásica. As saponinas por sua vez têm interesse inseticida e para uso

de cosmético, por sua propriedade tensoativa (ALBIERO et al., 2002). Para as

espécies do Cerrado no Centro Oeste brasileiro também são descritos a

A B

31

presença de saponinas (BARRETO et al., 2006). Na medicina oriental, várias

saponinas, sesquiterpenos e diterpenos glicosilados foram isolados como

principais metabólitos secundários e diversas espécies de Sapindus

(CAVALCANTI et al., 2001).

Outras espécies de Sapindus também foram investigadas (Quadro 5),

a S. mukorossi G. mais conhecida como o sabão-nozes, geralmente cresce em

regiões tropicais e subtropicais da Ásia, possui surfactante natural e eficiente

(KIM et al., 2012). Tendo como atividade farmacológica, anti-inflamatório (KUO

et al., 2005). Os constituintes químicos descritos são: saponinas, triterpenóides,

sesquiterpeno (NAKAYAMA et al., 1986) isolados dos frutos, pericarpo, raiz,

caule e galhos.

Para a arbórea S. trifoliatus L., nativa do sul da Índia, é rica em

açúcares e saponinas, aos frutos é apontado propriedade espermicida

(ASTHANA, 2011).

A espécie S. drummondii H. é encontrada no sudoeste dos Estados

Unidos, os frutos amarelos por serem ricos em saponinas são utilizados na

produção de sabão extraído das sementes (DERMER e CREWS, 1939).

A S. laurifolius L., em estudo recente foram descritos para as folhas

saponinas, flavonoides e glicosídeos (KUMAR, 2013).

A S. emarginatus V., é utilizada como anti-inflamatório. Foram isolados

desta espécie: flavonoides, triterpenoides, carboidratos, ácidos graxos, fenóis,

óleo fixo, saponinas e saponinas de triterpenos acetiladas e sesquiterpeno

acíclico glicosilado (KANCHANAPOOM et al., 2001).

Complementando, WONG et al. (1991) isolaram e elucidaram cinco

novos oligoglicídios sesquiterpênicos acíclicos de S. delavayi F. e possuem

atividade antibactericida e antifúngica.

A S. rarak DC. Possui a presença de saponinas nos frutos, presente

também em dieta dos animais como aditivo para manipulação da fermentação

do rúmem (MARYANTI et al., 2014).

O Quadro 5 apresenta algumas espécies do gênero Sapindus

investigadas conquanto a atividade e as substâncias isoladas.

Quadro 5. Substâncias isoladas das espécies do gênero Sapindus apontadas

com atividade biológica

32

Espécie Atividade/Substância Referência

S. delavayi F. Atividade: Antibactericida e

antifúngica

Substância: Sesquiterpeno

oligoglicosídeo

WONG et al.

(1991).

S. drummondii H. Atividade: Antibactericida. Substância: Sesquiterpênico

acíclico oligoglicosídeos (OGSA)

DERMER e

CREWS (1939).

S. emarginatus V. Atividade: Medicina tailandesa

Hepatoprotética. Substâncias: Três novas

saponinas acetiladas

KANCHANAPO

OM et al.

(2001).

S. laurifolius L. Atividade: Antinflamatório

Substância: Sesquiterpênico

acíclico oligoglicosídeos (OGSA)

KUMAR et al.

(2013).

S. mukurossi G.

Atividade: Antibactericida

Substâncias: triterpenoide

saponina, sapimukoside

KUO et al.

(2005)

Atividade: Medicina oriental,

espermicida e expectorante Substâncias: oligoglicosídeos

Sesquiterpênico acíclico(OGSA)

HUANG et al.

(2008)

Atividade: Antifúngica Substâncias: triterpenoide

saponina, sapimukoside

KIM et al. (2012)

S. rarak DC. Atividade: Anti-hepática

Substâncias: Sesquiterpênico

acíclico oligoglicosídeos (OGSA)

MARYANTI et

al. (2014)

Atividade: Antifúngica. Substância: Saponinas e

Sesquiterpênico acíclico

oligoglicosídeos (OGSA),

açúcares redutores.

MURGU (2002)

33

S. saponaria L.

Atividade: Antinflamatória,

moluscicida, leishmanicida

antifúngica e inseticida.

Substância: Saponinas e

Sesquiterpênico acíclico

oligoglicosídeos (OGSA).

TSUZUKI et al.

(2007)

Atividade: Espermicida. Substância: Saponina e taninos.

OSPINA et al.

(2013)

S. trifoliatus L.

Atividade: Antinflamatória

Substâncias: Sesquiterpênico

acíclico oligoglicosídeos (OGSA)

HUANG et al.

(2008)

Para S. saponaria foram encontrados diversos usos na medicinal

tradicional como: diurético, expectorante, surfactante natural, sedativo,

vermífugo, dor de estômago, dermatite (VALDÉS et al., 2015), espermecida,

calmante, adstringente, tônico, depurativo do sangue, anti-inflamatória,

moluscicida, leishmanicida, fungicida e insecitida (OSPINA et al.,

2013;TSUZUKI et al., 2007).Estudos com S. saponaria (Quadro 5) já foram

realizados, principalmente com os frutos e com atividade inseticida. Foram

isolados e identificados saponinas triterpenicas e sesquisterpenos

oligoglicosideos (MURGU, 2002; TSUZUKI et al., 2007; OSPINA et al., 2013) a

estes grupos de substâncias foram atribuídos atividades antifúngicas (MURGU,

2002). FERNANDES et al.( 2007) potencialidade larvicida do extrato-bruto

etanólico da casca do caule, em larvas de carrapto em animais doméstico pela

presença de tanino. Segundo GRISI et al. (2012) esta planta possui realizou o

estudo fitoquímico dos frutos mostrou a presença de alto teor de saponinas

triterpênicas acetiladas e sesquiterpênicos acíclicos. Recentemente, LOVATO

et al. (2014) isolaram três saponinas que apresentaram atividade inseticida e

HENG et al. (2014) isolaram saponinas triterpenicas e esteroidais e atribuíram

as estas substâncias a atividade espermicida.

Como larvicida o extrato metanólico dos frutos de S. Saponaria nos

bioensaios com larvas de terceiro estádio de A. aegypti foram ativos nas

34

concentrações de CL50 = 658,64 mg L-1, CL95% = 498,41 a 690,74 mg L-1)

(BARRERA et al., 2013).

4.10 Toxicidade de extratos da S. saponaria frente A.salina A toxicidade sobre a A.salina L. (TAS) caracteriza um bioensaio de baixo

custo e simples para monitorar e selecionar as substäncias bioativas dos

extratos vegetais (FERRAZ et al., 2012). Este crustáceo de água salgada é

amplamente utilizado para teste de toxicidade e devido à disponibilidade

comercial de ovos dormente. As larvas eclodem em meio salino, possibilitando

assim triagem e a detecção de eventuais constituintes bioativos das plantas

(LHULLIER et al.,2006).

O ensaio de letalidade com as larvas de A. salina tem sido muito

estudado em ensaios nos laboratórios fitoquímicos, como uma ferramenta

preliminar e útil para determinação da toxicidade dos extratos de produtos

naturais. O teste é realizado com larvas do segundo estágio e considerado

tóxico uma mortalidade acima ou igual 30% (SARMENTO et al., 2014).

Os extratos e as frações das folhas de S. saponaria, segundo GRISI et

al. (2012) possuem a presença de saponinas, importante para detectar a

toxicidade frente o teste com a A. salina uma relação entre o grau de toxicidade

e a dose letal média, CL50, de extratos de plantas sobre os microcrustáceos,

considerando que quando verificados valores acima de 1000 µg mL-1 e não

havendo morte acima de 50%, estes, são considerados atóxicos.

As saponinas são glicosideos hidrossolúveis, com propriedades

tensoativas e homolíticas. Este metabólito pode exercer ampla atividade

biológica e farmacêutica, destacando seu efeito inseticida e larvicida,

provavelmente a sua capacidade hemolítica influenciou na citotoxicidade frente

Artemia salina (VALDÉS et al., 2015). Considerando o amplo espectro de

atividade atribuída aos diferentes órgãos de S. saponaria e o uso na medicina

tradicional justifica-se o uso de extratos e frações das folhas em ensaios com

larvas de A. aegyti e determinar a atividade citotóxica frente ao teste de

toxicidade com A. salina.

35

5. Referências Bibliográficas ALBIERO, A. L. M.; BACCHI, E. M.; MOURÃO, K. S. M. Caracterização

anatômica das folhas, frutos e sementes de Sapindus saponaria L.

(Sapindaceae). Acta Scientiarum, Maringá, v. 23, n. 2, p. 549-560, 2001.

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45

Artigo I Sapindus saponaria L. (Sapindaceae): Composição química e efeito tóxico em Artemia salina (Artemiidae) e na biologia de Aedes aegypti L. (Culicidae). Ana Claudia Navarrete Menezes Resumo Este estudo tem como objetivo avaliar o potencial larvicida e toxicidade das

folhas de S. saponaria e realizar análise química. Das folhas coletadas em

Campo Grande – MS, foram obtidos o extrato etanólico e suas frações e os

extratos aquoso e acetonitrila, os quais foram submetidas a análise fitoquímica

clássica e instrumental e determinado as atividades tóxica, biológica e

antioxidante. Para os bioensaios foram utilizadas 25 larvas de A. aegypti, de

terceiro estádio e diferentes concentrações dos três extratos, em quatro

réplicas. Com A. salina utilizou-se 10 larvas com os extratos e das frações em

diferentes concentrações. O extrato etanólico apresentou maior diversidade de

classes de metabólitos secundários em relação aos demais extratos e frações.

Na avaliação da atividade antioxidante o extrato aquoso foi o mais ativo e esta

atividade esta relacionada aos teores de compostos fenólicos e derivados. Os

três extratos e as frações acetato de etila e hidrometanólico apresentaram

elevada toxicidade frente a A. salina, atividade esta ligada as saponinas.

Ocorreu 100% de mortalidade das larvas de A. aegypti com os três extratos na

concentração de 1000 mg L-1. No ensaio crônico o extrato etanólico alongou o

ciclo larval em todas as concentrações e as concentração de 500 mg L-1

causou 73% de mortalidade larval e 100% de mortalidade pupal, o que justifica

ter efeito inibitório sobre as larvas e o alongamento o ciclo de vida do vetor,

esta atividade pode estar ligada ao sinergismo dos fitocontituintes

potencializando a ação dos compostos fenólicos e saponinas.

Palavras-chave: Sapindaceae, Controle de Vetores, Atividade Larvicida,

Dengue, Potencial Antioxidante, Saponinas.

46

Abstract This study aims to evaluate the larvicidal potential and toxicity of Sapindus

saponaria leaves and perform chemical analysis. Leaves collected in Campo

Grande - MS were obtained ethanol extract and its fractions and the aqueous

extracts and acetonitrile, which were submitted to the classic phytochemical

analysis and instrumental and determined the antioxidant activity. For bioassays

were used 25 A. aegypti larvae, third instar and different concentrations of the

three extracts in four replicates. With Artemia salina used with 10 larvae

extracts and fractions in different concentrations. The ethanol extract showed

greater diversity of classes of secondary metabolites in comparison with other

extracts and fractions. In the evaluation of antioxidant activity aqueous extract

was the most active and this activity is related to the levels of phenolic

compounds and derivatives. The three extracts and fractions ethyl acetate and

hydromethanolic showed high toxicity against A. salina, activity is linked

saponins. There was 100% mortality of the larvae of Aedes aegypti with three

extracts in concentration of 1000 mg L-1. In chronic test the ethanol extract

lengthened the larval cycle at all concentrations and the concentration of 500

mg L-1 caused 73% of larval mortality and 100% pupal mortality, which justifies

having inhibitory effect on the larvae and elongation cycle vector life, this activity

may be related to fitocontituintes synergism of the potentiating the action of

saponins and phenolic compounds.

Keywords: Sapindaceae, Vector Control, Larvicide Activity, Dengue, Antioxidant

Potential, saponins.

47

Introdução Nos últimos anos a dengue, uma das principais arboviroses do mundo,

tem se tornado um dos maiores desafios enfrentados pela população e

autoridades de saúde. Segundo a Organização Mundial de Saúde (WHO,

2012), estima-se que 50 a 100 milhões de pessoas, sejam infectadas

anualmente pelo vírus transmitido pelo inseto o A. aegypti (Diptera: Culicidae),

e no Brasil este inseto está amplamente distribuído em todas as regiões do

país (CATÃO e GUIMARÃES, 2011).

A doença provocada pelo vírus da família Flaviviridae, gênero Flavivirus,

que inclui quatro tipos imunológicos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4,

causador da dengue, caracterizam-se como infecciosa, aguda, febril e com

amplo espectro de manifestações clínicas, que podem ser graves e letais, o

que vêm preocupando as autoridades médicas sanitárias brasileiras, devido as

constantes epidemias. Além disso, atualmente com os casos de zika vírus e a

chicungunya refletem em um grave problema de Saúde Pública nacional,

principalmente os casos de microcefalia, relacionados com o zika vírus,

registrados não apenas no Brasil como em outros países (AZEVEDO et al.,

2015, BRASIL, 2015).

O controle das formas adultas do A. aegypti ocorre por meio de aplicação

de inseticidas sintéticos como os organoclorados, organofosforados e

piretróides. Mediante o uso destes produtos têm selecionado populações de

insetos resistentes (HORTA et al., 2011, TEIXEIRA et al., 2011). Por outro lado,

a aplicação intensificada além da resistência dos insetos, aos inseticidas

químicos, afeta direta a reemergência de doenças transmitidas por esse vetor

(GUIRADO e BICUDO, 2009), traz danos à saúde humana prejudica as

populações de insetos benéficos ao ambiente, dentre outros problemas

ambientais (TORRES et al., 2014).

Diante da constatação dos inúmeros problemas causados pela utilização

em massa desses produtos, muitas famílias de plantas são objeto de pesquisa

para o controle populacional de insetos. A busca por substâncias ativas em

plantas é uma das principais linhas na prospecção de fitoinseticidas que visam

obter novas moléculas para o controle de insetos e que pode ainda ser uma

alternativa viável, de baixo custo e eficaz (SUMITHA e THOPPIL, 2016).

48

Dentre os biomas com grande diversidade de espécies vegetais, está o

Cerrado brasileiro, considerado o maior do Brasil, e o segundo bioma da

América do Sul em área (BEUCHLE et al. 2015), e é visto como uma das

savanas com maior biodiversidade, dispondo de uma flora ainda pouco

explorada (SIMON et al. 2009), e, estudos que comprovem a atividade

biológica e os constituintes químicos são ainda incipientes (SCARIOT et al.,

2005). Dentre as famílias do Cerrado com atividade inseticida está a

Sapindaceae, tendo como um dos representantes a Sapindus saponaria Lin,

conhecida como sabão de soldado, uma planta distribuída nas Américas

Central e Sul, no Brasil ocorre do Pará ao Rio Grande do Sul (LORENZI, 2004).

Sabe-se que a literatura já oferece indícios sobre as alterações

morfohistológicas em larvas de A. aegypti que foram submetidas ao extrato

bruto das cascas do fruto de S. saponaria (BARRETO, 2005), atividade esta

relacionada com a presença das saponinas, glicosídeos esteroidais ou

triterpënicos que possuem atividade hemolítica e inseticida já reconhecida

(SIMOES et al., 2010).

Logo, investigar o potencial toxicológico de materiais vegetais utilizando

o ensaio com larvas de A. salina L. mostra-se como uma ferramenta preliminar

e útil para determinar a concentração letal (CL50) de extratos, frações e

compostos bioativos de plantas em um ambiente salino (SARMENTO et al.,

2014), além de ser um método de ensaio ágil e seguro (QUEIROZ et al., 2014).

Sendo assim, o objetivo deste trabalho é avaliar o efeito larvicida e a

toxicidade de extratos e frações de folhas de S. saponaria e realizar análise

fitoquímica na busca de novas ferramentas para o controle do A. aegypti.

Material e Métodos As folhas de Sapindus saponaria foram coletadas, em novembro de

2014, de 5 exemplares, adultos e com frutos em área verde de Campo Grande.

Dois exemplares foram utilizados para fazer a exsicata e depositados no

Herbário da Universidade Anhanguera - Uniderp (0022). O material coletado, após separação das folhas dos caules foi

fragmentado com auxílio de tesoura de poda, seco a temperatura ambiente (27

± 2 ºC), triturado em moinho industrial (Tecnal Willye/ TE-650, 1.725 rpm,

49

malha 20 mesh) e o pó armazenado em frasco de vidro ambar hermeticamente

fechado e rotulado.

Preparação dos extratos O pó das folhas (800 g) foram extraídos, para cada dos extratos, com

etanol, água e acetonitrila, primeiramente a extração ocorreu em aparelho de

ultra-som (UNIDQUE®, 1450) por 60 minutos, seguido por 48 horas de extração

por maceração estática. O material foi filtrado e extraído por sete dias, até

esgotamento da droga vegetal. O solvente de cada etapa da extração foi

eliminado em rota evaporador (Tecnal, Modelo MA120) para obtenção do

ExtEtOH. O mesmo procedimento foi utilizado para obtenção do ExtH2O e o

ExtMeCN (figura 1), o rendimento foi calculado (Figura 3).

Figura 1. Esquema dos procedimentos de obtenção dos extratos aquoso,

etanolico e acetonitrila do pó das folhas de S. saponaria.

Fracionamento químico Para o fracionamento químico, visando uma semipurificação do extrato

etanólico (CECHINEL FILHO e YUNES, 2001), optou-se em utilizar apenas o

extrato etanólico, o mais ativo nos bioensaios com A. aegypti seguiu os

procedimentos descritos por CAVALCANTI et al. (2001).

Parte do ExtEtOH (20,04 g) foi suspenso em metanol/água (80%) e

submetido à partição líquido-líquido, com os solventes: hexano (fração

hexânica = FHex); diclorometano (Fração Diclorometano = FCH2Cl2); acetato de

etila (Fração acetato de etila = FAcoEt), n-butanol (fração butanólica = F n-BuOH) e

o resíduo da partição caracterizado como fração hidrometanólica (FH2O/MeOH),

visando uma semipurificação através diferentes polaridades (Figura 2).

50

Figura 2. Esquema de partição do extrato etanólico das folhas de S.

saponaria, com base nos procedimentos de CAVALCANTI et al.,(2001)

Análise fitoquímica Clássica Os ExtEtOH, ExtH2O e ExtMeCN e as frações (FHex, FAcoEt, FCH2Cl2, Fn-BuOH e

FH2O/MeOH), foram dissolvidos em etanol (20%) e submetidos à análise

fitoquímica clássica, por meio de uma série de reações de caracterização tais

como: compostos fenólicos (reação de precipitação com cloreto férrico),

naftoquinona (reação ácido/base), flavonoides (reação de cianidina e ácido

sulfúrico), taninos (reação com sais de ferro, precipitação de proteínas),

cumarinas (KOH/luz ultravioleta), triterpenos e esteróides (reação de

Liebermann-Burchard), heterosídeos cardiotônicos (teste de Baljet e teste de

Kedde), saponinas (reação de Lieberman-Buchard) e açúcares redutores

(reação de Benedict), seguindo metodologia adaptada de MATOS (2009).

As análises foram executadas com três repetições e os resultados

comparados e contrastados observando a alteração de cor e precipitação com

os ExtEtOH, ExtH2O e ExtMeCN e frações (FHex, FAcoEt, FCH2Cl2, Fn-BuOH e FH2O/MeOH)

originais. As intensidades foram classificadas como parcial (± = 10%), baixa (+

= 25%), mediamente moderada (++ = 50%), moderado (±++= 75%) e alta

intensidade (+++ = 100%), além de negativa (- = 0 %) (FONTOURA et al.,

2015).

51

Análise Espectrofotometria UV/vísivel e Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) Para confirmar os constituintes majoritários dos ExtEtOH, ExtH2O e ExtMeCN

e das frações (FHex, F CH2Cl2, F AcoEt, F n-BuOH e FH2O/MeOH), foi utilizado a técnica

de varredura em espectro de UV-visível (FEMTO®, 800XI), utilizado uma

alíquota de 10 mg mL-1 das amostras dissolvidas em metanol (HPLC/Merck).

Os espectros de absorção foram determinados na faixa de comprimento de

onda 190 a 750 nm e as bandas de absorção comparadas com a literatura

(SILVERSTEIN e WEBSTER, 2005). O segundo método de caracterização foi realizado apenas com o

extrato mais ativo, o etanólico e suas respectivas frações. Análise ocorreu em

Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE), utilizando um cromatógrafo

líquido da Schimadzu SCL-10AVP® ajustado para as faixas de 220, 254 e 340

nm e equipado com bomba LC 10AD; detector por varredura de espectro ao

ultravioleta DAD SPD M10A. A coluna cromatográfica utilizada foi a RP-18 (20

mm x 4,6 ID) da Merck® e pré-coluna RP-18 (250 mm x 4,6 ID, 5 µm). As fases

móveis eram compostas pelos seguintes solventes: (A) acetonitrila e (B) água

mili Q acidificada pH 3,5 (ácido acético glacial). Para a detecção dos

compostos polares foi considerada a seguinte programação: acetonitrila - 10%

(0 min), 90% (80 min) e 10% (90 min) e para compostos apolares H2O - 90% (0

min), 10% (80 min) e 90% (90 min) com um fluxo de 1,0 mL/minuto da amostra,

considerando uma temperatura de 40º C. A análise dos espectros foi realizado

com base em dados da literatura (MARSTON, 2007).

Determinação de compostos fenólicos e flavonoides

Para quantificar os fenóis totais (FT), dos ExtEtOH, ExtH2O e ExtMeCN e as

frações foi utilizado pelo Método Folin-Ciocalteu, com ácido gálico (10 a 350

mg mL-1) como padrão (y = 0,781 x – 0,0031; R² = 0,9959) (SOUSA et al.,

2007); e os flavonoides (F), foram avaliados pelo método de cloreto de alumínio

e como padrão a quercetina (y = 0,0088x - 0,0015; R² = 0,988), para construir a

curva de calibração de acordo com metodologia adaptada de PEIXOTO

SOBRINHO et al. (2008).

52

Os dados de quantificação de compostos fenólicos e flavonoides foram

analisados utilizando método de comparação entre médias, através do teste

Tukey a 5% de probabilidade.

Determinação da atividade antioxidante através do método de sequestro de radicais livres (DPPH)

Os potenciais de atividade antioxidante foram determinados com base

na atividade sequestradora de radicais livres do 2,2-difenil-1-picril-hidrazil

(DPPH). Os extratos e as frações foram diluidas nas concentrações de 250,

200, 150, 100, 50 e 25 μg mL-1, a estas soluções foram adicionados 2 mL de

uma solução de DPPH em metanol (24 mg 100 mL-1 de metanol). Após 30

minutos a absorbância foi determinada em espectrofotômetro UV-VIS em um

comprimento de onda de 515 nm. Para solução de DPPH em metanol foi

utilizada como controle negativo e tendo como controle positivo o BHT

(butilhidroxitolueno) nas mesmas concentrações usadas nas amostras

(THAIPONG et al., 2006).

A porcentagem da atividade antioxidante e de DPPH remanescente no

meio reacional (%AA) foi calculada pela seguinte fórmula:

%AA = (A0-A)

A0x 100

onde A0 é a absorbância do DPPH (controle negativo) e A é a absorbância da

amostra com o DPPH (SOUSA et al., 2007). A determinação da CE50

(concentração eficiente), ou seja, a concentração da amostra ou do padrão que

causa 50% de inibição da concentração inicial de DPPH, foi obtida por

regressão linear.

Ensaio Toxicológico frente à Artemia salina L. A avaliação da toxicidade frente à A. salina L. foi realizada de acordo

com a metodologia de McLAUGHLIN (1993). Foram utilizadas larvas no

segundo estágio obtidas por meio de cistos de A. salina L. eclodidos em

solução salina 9% após período de 48 h decorrente, a iluminação artificial. Os

testes foram realizados considerando as seguintes concentrações: 500 mg L-1,

250 mg L-1, 125 mg L-1, 62,5 mg L-1 e 31,25 mg L-1 com volume final de 30 mL

de água do mar a 1% de Dimetilsulfóxido (DMSO). Em cada concentração

53

utilizaram-se 10 larvas, sendo que os testes foram realizados em quadruplicata,

tendo como controle positivo (água desclorada) e negativo (rotenona), em

tubos de ensaio contendo um volume final de 5 mililitros.

Em todos os testes, as larvas foram deixadas em contato com as

soluções dos extratos e frações durante 36 horas. Posteriormente determinou-

se o número de mortos e sobreviventes, foram realizadas a contabilização

percentual dos indivíduos mortos, os dados expressos em percentual de

mortalidade, também foram expressos como Taxa de Toxicidade à A. salina

(TAS).

Os extratos e as frações que promoveram mortalidade superior 30% ao

longo dos testes preliminares considerando a concentração de 0,1 g L-1 foram

submetidas ao teste apurado, no qual o número de larvas foi de 10 por tubo.

Todo o teste foi realizado em quadruplicata e as concentrações foram

preparadas com a finalidade de obter a menor dosagem letal. No teste

apurado, a solução estoque foi preparada na concentração semelhante ao

teste preliminar, porém, as concentrações testadas variaram diferentemente

em cada extrato e as frações.

As concentrações letais (500 mg L-1, 250 mg L-1, 125 mg L-1, 62,5 mg L-

1 e 31,25 mg L-1) da população de A.salina exposta a cada ensaio foram

determinadas com uso do método de Probit, utilizando-se programa Polo-PC,

os respectivos resultados foram analisados por meio do teste ANOVA e teste

Tukey considerando (p= ˂0.05).

Atividade inseticida Para este estudo foram utilizadas larvas no 3º ínstar, as quais foram

cultivadas em colônias permanentes, em temperatura ambiente (25 ± 2 ºC) e

alimentadas com ração para felinos triturada, cujo valor nutricional atendeu às

necessidades de crescimento e manutenção (30 % de proteína, 11 % de

lipídeos, 10 % de umidade e de cinzas, 4 % de fibras, 0,8 % de fósforo e de 0,2

a 0,8 % de cálcio) (SILVA et al., 1998). Quanto aos alados, estes foram

alimentados com solução açucarada (8 %), e três repastos semanais com

pombo durante 1 hora e 30 minutos para manutenção da fertilidade das fêmeas

e viabilidade dos ovos. Para eclosão dos ovos foram utilizados um litro e meio

54

de água com água desclorada em bandeja plástica e realizada a correção de

pH para faixa entre 6,5 e 7 com adição de bicarbonato de sódio (NaHCO3). Para o bioensaio de análise do comprimento do ciclo biológico foram

utilizadas soluções dos extratos etanólico, aquoso e acetonitrila e larvas de 3º

ínstar de A. aegypti, criadas de acordo com metodologia padrão (SILVA et al.,

1998). Uma solução-padrão foi preparada com uma determinada quantidade

dos extratos,, pré solubilizado em dimetilsulfóxido (DMSO) e dissolvida em

água, numa quantidade suficiente para obter a concentração de 1 mg mL-1. A

partir desta solução, a série de diluições foi preparada para obter soluções com

as concentrações: 1000, 500, 250, 125 e 62,5 mg mL-1. Em 25 mL de cada

uma dessas soluções foram adicionadas 25 larvas. Os bioensaios foram

realizados em quadruplicatas e todos os experimentos foram acompanhados

de controle, contendo o mesmo número de larvas em água destilada. Os

parâmetros observados foram: duração da fase larval, mortalidade larval e

pupal, em leitura feita a cada período de 24 horas da exposição. E o

acompanhamento do ciclo larval, pupal e formação de alados que foi de 38

dias. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com quatro

repetições por tratamento e 25 larvas por unidade experimental. Para os dados

de duração das fases (larval e pupal) foram agrupados em horas e foi aplicado

o teste de análise de variância ANOVA de uma via e o pós teste de Tukey (p <

0,05) para comparação das médias no programa Assistat 7.7 beta® INPI

0004051-2 (SILVA E AZEVEDO, 2009).

Para o teste de avaliação da letalidade, expresso em Concentração

Letal Média (CL50), as larvas foram mantidas em solução por 48 horas,

utilizando a proporção de uma larva/mL para 25 mL, com quatro réplicas, em

recipientes de louça tampados com tela de nylon e elástico. Foram utilizados

como controle negativo água com pH variando entre 6,5 -7,0 corrigido com

carbonato de cálcio (CaCO3) e como controle positivo solução de Rotenona

nas concentrações de mortalidade já estabelecidas entre 0,2 a 20,99 g L-1 para

10 %, 50 % e 90 % da população exposta. Após o período de 48 horas o

número de mortos foi observado por meio da estimulação com auxílio de uma

pipeta Pasteur. As concentrações letais (10 %, 50 % e 90 %) da população

exposta a cada ensaio foram determinadas com uso do método de Probit de

55

acordo com McLAUGHLIN (1993), por meio do software Leora® (Polo

97355947870655352).

A mortalidade das larvas e pupas foi expressa em percentual de

mortalidade para cada tratamento observado, sendo aceitos apenas como

adequados os tratamentos que apresentaram mortalidade corrigida

estabelecida entre 5 a 20 % em acordo com a correção da fórmula de Abbott

(ABBott, 1925), apresentada a seguir:

% Mortalidade =𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑙𝑎𝑟𝑣𝑎𝑠 𝑜𝑢 𝑝𝑢𝑝𝑎𝑠 𝑚𝑜𝑟𝑡𝑎𝑠𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑙𝑎𝑟𝑣𝑎𝑠 𝑜𝑢 𝑝𝑢𝑝𝑎𝑠 𝑡𝑒𝑠𝑡𝑒

. 10

Mortalidade Corrigida

=% 𝑡𝑒𝑠𝑡𝑒 𝑚𝑜𝑟𝑡𝑎𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 − % 𝑚𝑜𝑟𝑡𝑎𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑠𝑡𝑒𝑚𝑢𝑛ℎ𝑎

100 −𝑚𝑜𝑟𝑡𝑎𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑜𝑙𝑒. 100

56

Resultados e Discussão Para análise fitoquímica dos ExtMeCN, ExtEtOH e ExtH2O, das folhas de S.

saponaria na figura 3. Observa-se que o solvente extrator que forneceu um

número maior de classes de metabólitos secundários com nove classes foi o

etanol, um solvente de polaridade inferior a água com sete classes de

metabólitos secundários e superior o acetonitrila apresentou também sete

classes, o mesmo não foi observado para o rendimento destes extratos, pois o

ExtH2O (23,8 g )teve maior rendimento que o ExtMeCN (10,6 g)(Figura 3).

Figura 3. Gráfico das análises fitoquímicas dos ExtMeCN, ExtEtOH e ExtH2O e os

rendimentos das folhas de S. saponaria

Esses resultados indicam que os fitoconstituintes presentes nas folhas

de S. saponaria possuem afinidade com solventes de maior polaridade (água >

etanol) e próticos (solvata solutos fortemente por meio das ligações de

hidrogênio) em relação a acetonitrila, solvente de menor polaridade e aprótico

(solvata solutos através de seus dipolos positivos e negativos) (SOLOMONS,

2012).

Em relação à frequência (%) a água mostrou-se um solvente com maior

frequência de classes de metabólitos na extração de compostos fenólicos,

57

taninos, saponinas, glicosídeos cardiotônicos e acúcares redutores (100%), o

que pode justificar o maior rendimento do ExtH2O em relação ao ExtMeCN.

O ExtEtOH contém nove classes de metabólitos secundários, com

predominância de glicosídeos carditônicos com intensidade moderada para as

demais classes, exceto para os açúcares redutores com baixa intensidade

(Figura 4). A fração que se destaca para metabólitos secundários e intensidade

é a fração FH2O/MeOH (compostos fenólicos, taninos, flavonoides, cumarinas,

saponinas, glicosídeos carditônicos e açucares redutores), seguido da fração

FAcoEt.

Análise Fitoquímica do ExtEtOH e as frações As demais frações apresentaram um número de classes que variou

entre seis e três. Estes resultados mostram que a semipurificação com

solventes de polaridade diferentes é capaz de separar os componentes

presentes nas folhas de S. saponaria (Figura 4).

Figura 4. Gráfico das análises fitoquímicas do ExtEtOH e das frações (Hexânica

= FHex; Diclorometano = FCH2Cl2; Acetato de etila = F AcoEt; Butanólica = F n-BuOH;

Hidrometanólica = FH2O/MeOH) das folhas de S.saponaria, Campo Grande, 2016.

O estudo fitoquímico do fruto S.saponaria mostrou a presença de alto

teor de saponinas triterpênicas acetiladas e sesquiterpênicos glicosilados

(GRISI et al., 2012) e foram identificados compostos fenólicos, flavonoides,

58

saponinas, sesquiterpenos glicosilados e açúcares redutores (MURGU, 2002;

TSUZUKI et al., 2007; MURGU et al., 2008; OSPINA et al., 2013).Extrato

etanólico e frações das cascas tem mostrado a presença de grupos químicos

como saponinas flavonoides, taninos e triterpenos e sesquiterpenoides

(AMARAL et al., 2008).

Recentemente, VALDÉS et al. (2015) investigaram os frutos, sementes e

caule de S.saponaria e evidenciaram a presença de saponinas, taninos,

flavonoides e açúcares redutores. A maior concentração de saponinas foi

encontrada no extrato do pericarpo do fruto, seguido das sementes e do caule.

Para as folhas foram isolados e identificados terpenos e um ácido monoterpeno

(GRISI et al., 2015).

Análise espectrometrometria UV visível e Cromatografia Líquida de Alta eficiência (CLAE) do ExtEtOH e as frações A confirmação dos constituintes presentes do ExtEtOH e das frações das

folhas S.saponaria (Quadro 1) , no perfil cromatográfico CLAE, que mostra os

tempos de retenção das moléculas que emite sinais elétricos que são

registrados na forma de picos para qualificação.

Quadro 1. Perfil cromatográfico em CLAE do ExtEtOH e das frações (Hexânica

= FHex; Diclorometano = FCH2Cl2; Acetato de etila = FAcoEt; Butanólica = Fn-BuOH;

Hidrometanólica = FH2O/MeOH) de folhas S. saponaria

59

Espectro de UVvísivel e CLAE e absorção máxima da Fração ExtEtOH (λmax 241, 260, 370 nm)

Espectro de UVvísivel e CLAE e absorção máxima da Fração FHex (λmax 241, 260, 370 nm)

60

Espectro de UVvísivel e CLAE e absorção máxima da Fração FCH2Cl2 (λmax 331, 220, 250nm)

Espectro de UVvísivel e CLAE e absorção máxima da Fração FAcoEt (λmax 240,

260, 340 nm)

61

Espectro de UVvísivel e CLAE e absorção máxima da Fração FBuOH (λmax 240, 260, 340 nm)

Espectro de UVvísivel e CLAE e absorção máxima da Fração FH2O/MeOH (λmax 240 nm)

62

Essas mesmas classes também foram encontradas no ExtEtOH e frações

em nossos estudos. A confirmação dos constituintes presentes no ExtEtOH e nas

frações (Quadro 1) apontam que as bandas na região de 240 a 360 nm são

caraterísticas de compostos fenólicos e flavonoides.

Determinação de Compostos Fenólicos e Potencial Antioxidante dos ExtMeCN, ExtEtOH e ExtH2O

Para quantificação de compostos fenólicos, flavonoides e potencial

antioxidade do ExtMeCN, ExtEtOH e ExtH2O (Tabela 1). A ExtH2O revelou com maior

atividade antioxidante com maior capacidade de sequestrar radicais livres,

seguido do ExtEtOH . Logo, a alta atividade seqüestradora de radicais livres para

o ExtH2O e o ExtEtOH pode ser justificada pela presença dos compostos

fenólicos e flavonoides.

Tabela 2. Conteúdo de Fenóis Totais (FT) e Flavonoides (F) dos ExtMeCN,

ExtEtOH e ExtH2O das folhas de S. saponaria e atividade antioxidante.

Determinação de Compostos Fenólicos e Potencial Antioxidante dos Extratos do ExtEtOH e as frações

Ext. S. saponaria

FT (mg g-1)

F (mg g-1)

IC50 (µ mL-1)

ExtMeCN 87,35

± 0,33

95,10

± 1,13b/

48,70

± 1,40

ExtEtOH 182,95

± 0,62

95,10

± 2,40

85,20

± 1,20

ExtH2O 322,4

± 0,10

110,12

± 0,91

115,65

± 1,90

63

Para quantificação de compostos fenólicos, flavonoides e potencial

antioxidade do ExtEtOH e das frações (Tabela 2). A FAcoEt e FH2O/MeOH revelaram-

se com maior atividade antioxidante seguido do ExtEtOH > FBuOH > FCH2Cl2 e a

FHex mostrou-se com menor capacidade de sequestrar radicais livres. Estes

dados podem ser justificado por apresentar menores teores de fenóis e

flavonoides em relação as demais amostras. Logo, a alta atividade

seqüestradora de radicais livres para as FAcoEt e FH2O/MeOH (Tabela 2) pode ser

justificada pela presença dos compostos fenólicos e flavonoides.

Tabela 2. Conteúdo de Fenóis Totais e Flavonoides do ExtEtOH e das frações

(Hexânica = FHex; Diclorometano = FCH2Cl2; Acetato de etila = F AcoEt; Butanólica =

F n-BuOH; Hidrometanólica = FH2O/MeOH) de folhas S. saponaria e atividade

antioxidante.

Extrato e Frações

*FT (mg g-1)

*F (mg g-1)

IC50 (µ mL-1)

ExtEtOH 182,95

± 0,62b

95,10

± 2,40b

85,20

± 1,2 b

FHex 145,91

± 4,33c

39,23

± 1,91e

31,80

± 3,0e

FCH2Cl2 150,18

± 3,91c

51,58

± 1,63d

58,50

± 0,9d

FAcoEt 260,08

± 1,21a

132,43

± 1,24a

98,90

± 1,2a

FBuOH 177,28

± 3,24b

93,83

± 1,50b

71,44

± 1,2c

FH2O/MeOH 259,05

± 1,42a

77,28

± 3,58c

95,10

± 0,4a

Test. -------------- ------------- --------------

*Média ± DP. (p˂ 0,01). Letras semelhantes não diferem estatisticamente. FT=

fenóis totais; F= flavonoides. Test.= testemunha. Concentração suficiente para

obter 50% da capacidade máxima de seqüestrar os radicais livres (descrito em

materiais e métodos). Os valores de IC50 foram calculados pela reta da

regressão linear.

64

De modo geral a quantificação de compostos fenólicos e flavonoides e

a atividade antioxidante utilizando o radical DPPH são muito empregadas para

validar o uso de plantas na medicina popular brasileira. Pode-se apontar que o

conteúdo de compostos fenólicos, de flavonoides e a atividade antioxidante do

material botânico estudado justifica a utilização na medicina tradicional em

Mato Grosso do Sul, Brasil. Assim, o efeito de drogas vegetais com potencial

antioxidante e a relação deste com a presença de fenóis e flavonoides são

alvos de estudos de diferentes grupos de pesquisa com a finalidade de

justificar o efeito terapêutico destas plantas (SIMÕES et al., 2010)

Não foram encontrados dados sobre a quantificação de compostos

fenólicos e flavonoides assim como da atividade antioxidante para a espécie

em estudo. Contudo, recentemente, KUMARI e SINGH (2015) investigaram as

folhas e frutos de S. mukorrossi e apontaram que tanto o como ExtH2O o EM

uma correlação positiva entre a atividade antioxidante e os compostos

polifenólicos (teor de fenólicos totais e teor de flavonoides total).

O teor máximo obtido de fenólicos totais no extrato metanólico dos

frutos (469,00 ± 0,57 mg g-1) e para os flavonoides o teor máximo obtido no

extrato metanólico das folhas (540,11 ± 0,89 mg g -1). Estes dados são

superiores aos encontrados neste estudo, da mesma forma os autores

observaram uma correlação significativa entre a atividade antioxidante e os

teores de polifenois, indicando que os redutores presentes nos extratos são os

principais contribuintes para o potencial antioxidante e que estes extratos

poderiam ser utilizados para fins farmacêuticos (KUMARI e SINGH, 2015).

Toxicidade frente à A.artemia Para os ensaios de toxicidade com A. salina os ExtMeCN, ExtEtOH e ExtH2O

testados apresentaram elevada toxidade (Tabela 3), pois segundo o padrão de

referência aponta como tóxica a substância ou extrato que causa mortalidade

de 50% na concentração abaixo de 0,1 mg mL-1 (McLAUGHLIN, 1993). Já,

para LACERDA et al. (2011), o teste tem como padrões definidos de letalidade

os valores considerados como tóxicos as dosagens menores que 0,08 mg mL-1.

Com base nestas informações pode-se apontar que os ExtMeCN e ExtEtOH

(Tabela 3) são os mais tóxicos, com dosagens variando entre 0,02 a 0,1 mg

mL-1 para as menores e maiores dosagens.

65

Tabela 3. ExtMeCN, ExtEtOH e ExtH2O das folhas de S.saponaria e a taxa de

mortalidade frente A. salina

Ext. S. saponaria

CL Dosagem média

correlação 95% (mg L-1) ExtMeCN CL10

CL50

CL90

0,028

0,069

0,169

ExtEtOH CL10

CL50

CL90

0,027

0,064

0,154

ExtH2O CL10

CL50

CL90

O,032

0,099

0,309

Os dois extratos demostraram alta toxicidade e pode ser atribuída à

desnaturação protéica, inibição enzimática e desintegração da membrana

ocasionada por uma interação entre os componentes acarretando sinergismo

entre os fitoconstituintes presentes nos extratos. O sinergismo potencializa uma

das classes detectadas neste extrato que pode estar relacionado à presença

das saponinas e glicosídeos carditônicos (YNES e CALIXTO, 2001). De forma

complementar, ao associar o perfil químico dos extratos com os ensaios com A.

salina, constata-se que os extratos ExtEtOH e ExtMeCN possuem em comum a

presença dos triterpenos e se diferem do extrato ExtH2O pela presença de

saponinas. A presença das saponinas em espécies do gênero Sapindus (GRISI

et al., 2012) sustenta o potencial inseticida da espécie, por outro lado, a

atividade hemolítica das saponinas triterpênicas esta associada a toxicidade,

por ter a capacidade de interagir com os componentes da membrana celular

dos eritrócitos, principalmente com as moléculas de colesterol, induzindo uma

deformação na membrana com consequente extravasamento do conteúdo

intracelular (KARABALIEV e KOCHEV, 2003). Esta classe de metabólito

secundário pode ter atuado de forma a potencializar (sinergismo) as demais

classes como as saponinas. Já para o extrato ExtH2O, com menor toxicidade

66

contra A. salina, os resultados estão relacionados com a forte capacidade

antioxidante deste extrato por apresentar maiores valores de compostos

fenólicos e flavonoides e superiores aos demais ExtMeCN e o ExtEtOH. A

presença destes compostos justifica o potencial farmacêutico da planta (POTT

e POTT, 1994).

Tabela 4. ExtE tOH e das frações (Hexânica = FHex; Diclorometano = FCH2Cl2;

Acetato de etila = F AcoEt; Butanólica = F n-BuOH; Hidrometanólica = FH2O/MeOH) de

folhas S.saponaria taxa de mortalidade frente a A. salina (TAS)

Extrato e Frações TAS % MC*

ExtEtOH 100 100

FHex 82,43 17,57

FCH2Cl2 83,64 16,36

FAcoEt 86,07 13,93

FBuOH 83,64 16,36

FH2O/MeOH 84,50 15,5

Test. 82,50 17,5

Com base nestas informações pode-se apontar que os ExtEtOH e as

FAcoEt e FH2O/MeOH (Tabela 4) são os mais tóxicos ao associar o perfil químico

com os ensaios com A. salina, constata-se que as saponinas apresentam forte

capacidade hemolítica que esta associada a aglicona, núcleo triterpenico ou

esteroidal, por sua afinidade com o colesterol das membranas celulares

(KARABALIEV e KOCHED, 2003). Na aglicona estão ligadas uma ou mais

cadeias de açúcares, esta parte polar favorece as saponinas no interior da

célula a inibirem a ação enzimática dos resíduos de aminoácidos (SIMÕES et

al., 2010). As saponinas são glicosídeos hidrossolúveis, com propriedades

tensoativas e hemolíticas. Este metabólito pode exercer ampla atividade

67

biológica e destacando seu efeito inseticida e larvicida. Portanto, grande

relevëncia a determinação da atividade citotóxica da S. saponaria frente ao

teste de toxicidade a A. salina (VALDÉS et al., 2015).

Atividade Inseticida frente A. aegypti Para os ensaios com larvas do A. aegypti com os ExtMeCN, ExtEtOH e

ExtH2O, nas concentrações de 1000 mg L-1. 500 mg L-1, 250 mg L-1, 125 mg L-1,

62,5 mg L-1 apresentaram 100% de mortalidade, com 24 horas, na maior

concentração, já os resultados na duração larval e pulpa, após tratamento em

larva de Aedes aegypti estão apresentados na Tabela 5.

Tabela 5. Efeito dos ExtMeCN, ExtEtOH e ExtH2O das folhas de S.saponaria, nas

concentrações de 500 mg L-1, 250 mg L-1, 125 mg L-1, 62,5 mg L-1, mortalidade

porcentual larval e pupal e a formação de alados, após tratamento em larvas

de A. aegypti

Concentração Duração larval

(Horas)

% Mortalidade

Larval

% Mortalidade

pupal

% de alados formados

ExtMeCN

500 mg L-1 228 a 61 41,0 14,37

250 mg L-1 253 a 50.0 44,2 29,0

125 mg L-1 262 a 46,0 22 31,0

62,5 mg L-1 210 a 51,0 49,0 31,0

ExtEtOH

500 mg L-1 124,4 b 73 100 0

250 mg L-1 122, 3 b 37 36,5 40

125 mg L-1 165,5 a 40 23,3 34,8

62,5 mg L-1 163,4 a 36 48,3 33

ExtH2O

500 mg L-1 202 ab 38,68 55,50 22,0

250 mg L-1 224 a 55,0 58,33 16,8

125 mg L-1 226 a 25,0 41,3 36,0

62,5 mg L-1 169 bc 52,0 24,0 38,0

68

Testemunha 146 0 15,60 85,2

* Valores seguidos pelas mesmas letras não diferem entre si. **Teste de Tukey

com p<0,01

Ao analisar os dados referentes ao comprimento larval é possível afirmar

que não houve diferença significativa entre as concentrações do ExtMeCN,

embora em relação a testemunha todas foram efetivas alongando a fase e

alterando o ciclo biológico esperados, com aumento médio de 92,25 horas.

No perfil mortalidade a dosagem crônica 500 mg L-1 foi a mais efetiva,

causando uma mortalidade larval de 61 % e uma inibição da formação de

alados de apenas 14,37 % de adultos formados. As demais concentrações não

divergiram para a mortalidade larval, ficando próximo de 50 % para as

populações expostas. Entretanto variaram quanto a mortalidade pupal, mas

esses valores não foram suficientes para causar modificação no número de

alados formados, variando entre 29 a 31 %.

Para o ExtEtOH a concentração mais efetiva foi a de 500 mg L-1 com

inibição total na formação de alados, 100 % na mortalidade pupal e 73 % na

mortalidade larval. As concentrações de 250 mg L-1, 125 mg L-1 e 62,5 mg L-1

também causaram inibição do surgimento da forma adulta, com tudo não inibiu

em grande percentual, apresentando valores de 40 %, 34,76 % e 33 %

respectivamente. De forma geral essas concentrações apresentaram

percentual de mortalidade larval em torno de 40 %.

Embora tenha apresentado alteração na formação geral de adultos, ao

avaliar o comprimento larval para todas as concentrações, independente dos

perfis de mortalidade, não houve aumento do tempo esperado para a fase de

formação geral de adultos, quando comparado com a testemunha é observado

um nível em p < 0,01, que não houve diferença significativa.

No ExtH2O em termos de mortalidade larval e pupal não houve diferença

entre as diferentes concentrações no número médio de indivíduos. Porém, o

extrato apresentou elevada eficiência em relação ao número de alados

formados, quando comparado com a testemunha a qual apresentou um

percentual de 85,2 %. Em relação à mortalidade larval as concentrações de

250 mg L-1, 125 mg L-1 e 62,5 mg L-1 foram as que causaram maior mortalidade

na fase larval. Com relação ao percentual de mortalidade pupal as

69

concentrações de 500 mg L-1, 250 mg L-1 e 125 mg L-1 se mostraram mais

efetivas, causando um perfil de mortalidade próximo de 50 %.

A análise de variança para o comprimento larval mostrou um nível de p <

0,01 que apenas a concentração de 62,5 mg L-1 mostrou comportamento

semelhante a testemunha. Nas demais concentrações todas foram

estatisticamente diferentes e superiores em número de horas ao tratamento da

testemunha elevando em 70,3 horas o tempo estabelecido para estágio.

Quando analisado a duração do ciclo larval para estes três extratos

pode-se inferir que o ExtEtOH foi o mais efetivo. Estes resultados são favoráveis

para o uso deste extrato, pois proporciona um efeito adverso na biologia do

inseto, com o alongamento do tempo de desenvolvimento larval e ocasionar

diminuição do número de ovos por postura e consequentemente necessita de

um número maior de dias para completar sua fase larval. Segundo BESSERRA

et al. (2009) a taxa de fecundidade parece se relacionar muito mais com

condições fisiológicas de alimentação e crescimento do que com a densidade

populacional.

Como todos os ensaios foram mantidos em mesmas condições e ofertas

alimentares das larvas e adultos logo o ExtEtOH teve efeito direto indicando que

as folhas da S. saponaria influenciaram diretamente a formação de alados.

70

Conclusão As folhas S. saponaria do extrato etanólico na concentração a 500 mg L-

1 apresenta efeito larvicida e inseticida que provoca atraso no ciclo biológico de

com o potencial para controle populacional de A. aegypti e esta atividade

podem ser relacionadas com os efeitos sinérgicos dos metabólitos secundários

presente no extrato etanólico, especificamente os compostos fenólicos,

saponinas, glicosídeos cardiotônicos e açucares redutores.

Agradecimentos

A autora agradece à CAPES pela bolsa de mestrado concedida e ao

apoio financeiro do CNPq, Centro de Pesquisa do Pantanal (CPP), Instituto

Nacional de Áreas Úmidas (INAU) e a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento

do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (FUNDECT)

e as Universidades Anhanguera -Uniderp e UCDB e ao Instituto Federal de

Educação do Mato grossso do Sul (IFMS) campus Campo Grande no suporte

nas análises realizadas.

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Conclusão Geral

Este estudo demonstrou que as folhas de S. saponaria são ricos em

compostos fenólicos e seus derivados o que justifica a atividade antioxidante

do extrato etanólico e das frações, especificamente das frações em acetato de

etila e hidrometanólica o uso desta espécie na medicina popular de Mato

Grosso do Sul.

O extrato etanólico e acenotrila frente a A. salina obteve-se elevada

toxicidade e as duas frações FAcoEt e FH2O/MeOH do extrato etanólico foram ativas,

pode estar relacionado aos efeitos sinérgicos dos metabólitos secundários

presentes no extrato etanólico, especificamente as saponinas e glicosídeos

cardiotônicos.

A avaliação dos aspectos toxicológicos é fundamental, tendo em vista a

utilização expressiva desta espécie pelas Comunidades tradicionais, afim de

não causarem efeitos tóxicos indesejáveis quando utiliza por tempo

prolongado. Nestes aspectos, é necessário que o conhecimento popular seja

respaldado pelo conhecimento científico, contribuindo para o uso racional desta

espécie, uma vez que apresentou valores superiores de toxicidade. Sugere-se

em trabalhos futuros o desenvolvimento de ensaios experimentais in vitro e in

vivo para determinar a toxicidade aguda e crônica.

Em relação aos ensaios com larvas no terceiro instar de A. aegypti as

concentrações utilizadas com os três extratos das folhas da S. saponaria neste

experimento foram significativos e promissores para o controle dos estágios

imaturos do vetor.

78