UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

A PSICOMOTRICIDADE E O BRINCAR: AS CONTRIBUIÇÕES

DA PSICOMOTRICIDADE E O PAPEL DO BRINCAR NO

DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO

INFANTIL

Doralice Gomes Torres

ORIENTADORA: Profa. Me. Fátima Alves

Rio de Janeiro

2017

DOCUMENTO P

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E DIR

EITO A

UTORAL

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM como requisito

parcial para obtenção do grau de especialista em Psicomotricidade.

Por: Doralice Gomes Torres

A PSICOMOTRICIDADE E O BRINCAR: AS CONTRIBUIÇÕES

DA PSICOMOTRICIDADE E O PAPEL DO BRINCAR NO

DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO

INFANTIL

Rio de Janeiro

2017

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, ao meu esposo e minha irmã

Socorro presentes em todo o meu processo de

formação e construção desse trabalho de

pesquisa.

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a minha mãe Cecília e meu

pai Francisco, pois mesmo distante estiveram

sempre presentes em oração por mim em toda

construção deste trabalho.

RESUMO

O trabalho visa analisar sobre as contribuições da Psicomotricidade e o papel do

brincar no desenvolvimento infantil, já que segundo Mariano(2017), “aprender

brincando e utilizando jogos e brincadeiras psicomotoras como instrumento de

aprendizagem,é um dos caminhos que possibilitam ver como a criança inicia seu

processo de conquista física, prática,funcional,aprendendo a lidar de forma cada vez

mais intencional com o seu corpo,situando-o e organizando-o em um contexto

espaço-temporal”. O que um educador preparado deve saber é que o movimento,os

jogos e as brincadeiras podem trazer diversos benefícios para o desenvolvimento

infantil,e que através de um olhar psicomotor ,pode-se intervir,prevenir e contribuir

para que as crianças possam vencer as barreiras, que na maioria das vezes são

levadas para toda vida,causando para alguns a evasão escolar nos anos

posteriores.Junto com estudos sobre a Psicomotricidade e o papel do brincar no

desenvolvimento infantil,busca-se destacar o porquê que as brincadeiras e a

Psicomotricidade devem ser utilizadas como ferramentas para o desenvolvimento de

crianças na Educação Infantil .Buscando responder a pergunta: Porque é tão

importante as atividades psicomotoras e o brincar no processo de desenvolvimento

de crianças na Educação Infantil?Assim tentando mostrar aos profissionais de

Educação Infantil que eles precisam perceber a necessidade de se utilizar as

brincadeiras, pois através delas,possibilitam às crianças o seu desenvolvimento

integral, facilitando assim um melhor aprendizado.

.

METODOLOGIA

Essa monografia será realizada através de estudos bibliográficos, como

instrumentos que possibilitam a produção de conteúdos relacionada ao tema: as

contribuições da Psicomotricidade e o papel do brincar no desenvolvimento de

crianças da Educação Infantil.

O trabalho mostrará algumas opiniões de educadores como Fátima Alves, Cecília

Mariano, José Ricardo Machado, Marcus Vinícius Nunes entre outros pensadores da

atualidade.

Esse estudo busca analisar as contribuições da Psicomotricidade, uma vez que

através de um olhar psicomotor, pode-se auxiliar na prevenção e educação

psicomotora na fase infantil. Será abordado também o papel do brincar no processo

de desenvolvimento infantil, considerando-se como sendo de fundamental

importância a utilização dos jogos e brincadeiras como instrumentos facilitadores

neste processo.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

A Psicomotricidade e suas contribuições 10

CAPÍTULO II

O papel do brincar 20

CAPÍTULO III

Aprender na brincadeira 29

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA 41

ÍNDICE 44

8

INTRODUÇÃO

Considerando o fato, de que para que a criança se desenvolva de forma

integral, isto dependa de suas vivencias, experiências, estímulos e de tudo que lhe é

proporcionado especialmente na Educação Infantil,este trabalho propõe analisar as

contribuições da Psicomotricidade, e a importância dos profissionais saberem como

a Psicomotricidade pode ajudar as crianças na primeira infância.Também será

realizado um estudo sobre o papel do brincar, tendo em vista que, é sempre muito

importante concedera criança a oportunidade de brincar, seja de forma livre ou

direcionado.

Atualmente, devido a tecnologia, a violência e tantos outros fatores que

impossibilitam as crianças de brincar. As brincadeiras, os jogos, brinquedos estão

sendo deixados de lado, dando lugar a outras coisas que infelizmente acabam não

ajudando muito no desenvolvimento infantil.Pois sabe-se que através das

brincadeiras e jogos infantis trabalha-se na criança vários fatores

como:limites,possibilita a autonomia,trabalha a ansiedade,aprimora a coordenação

motora,aumenta a concentração,etc.Enfim, permite a criança se desenvolver de

forma ampla ajudando-a em suas tarefas escolares e também para toda a vida.

No primeiro capitulo será abordado à história da Psicomotricidade, e de que forma

Ela contribui para o processo de desenvolvimento Infantil . A Psicomotricidade,

segundo AIMEIDA (2014, p.19), é um termo empregado para uma concepção de

movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito

cuja ação é resultante de sua individualidade, linguagem e sua socialização.

Já no segundo capitulo terá o Papel do Brincar, onde iremos apontar o quanto o

brincar é importante para que a criança viva a sua infância, se desenvolva e cresça

de forma saudável, tornando-se um adulto equilibrado tanto na área motora quanto

emocional.

E no terceiro capitulo falaremos um pouco sobre o Aprender na Brincadeira.

Tentaremos mostrar todos os pontos positivos, e de que maneira a brincadeira

favorece o desenvolvimento da criança na fase infantil. Neste sentido, a brincadeira

deve se fazer presente na escola especialmente na Educação Infantil, por ser uma

linguagem natural da criança, onde a mesma se expressa através das atividades

9

lúdicas.Uma brincadeira desenvolve várias áreas da criança, como por exemplo o

raciocínio,o emocional,o social,etc.Segundo Alves (2017,p.85) A brincadeira

favorece a atividade mental,acelerando o processo cognitivo em sala de aula, bem

como desenvolve a autonomia moral e intelectual,além de transmitir ensinamentos.

Portanto, fez-se necessário um estudo,onde pôde se apontar como o aprender

através da brincadeira influencia no desenvolvimento, na autonomia, na criatividade

e na socialização das crianças.

10

CAPÍTULO I

A PSICOMOTRICIDADE E SUAS CONTRIBUIÇÕES

A palavra Psicomotricidade surgiu no final do século XIX,mas ainda

relacionada com as zonas do córtex cerebral.Inicialmente sua definição, se dar

baseada nos fundamentos neurológicos.(MATTOS e KABARITE ,2016 ,p.21).Ao

longo da história vários estudiosos buscaram se aprofundar nos conhecimentos

sobre Psicomotricidade, como Henry Wallon,Sigmund Freud dentre outros.E em

1972,durante as jornadas anuais de terapia psicomotora ,psicólogos,psicomotricistas

da Bélgica, França e Suiça se encontraram e decidiram criar a Sociedade

Internacional de Terapia Psicomotora.Sendo oficializada em 1974,com sede em

Bruxelas. .(MATTOS e KABARITE ,2016 ,p.29).Foi a partir de então, que a

profissão de psicomotricista existe até hoje no mundo inteiro.

No Brasil, convidado por Beatriz Saboya e seus colaboradores,

Françoise Desobeau veio contribuir com seus conhecimentos e idéias sobre

Psicomotricidade, pois Saboya tinha curiosidade e interesse de se aprofundar mais

no assunto.A fim de estabelecer uma nova disciplina,os profissionais brasileiros se

aliaram aos franceses,e foi assim que nasceu a Sociedade Brasileira de Terapia

Psicomotora, criando um vinculo privilegiado com a Sociedade Internacional de

Terapia Psicomotor.

Segundo Mattos e Kabarite(2016, p.43), a Psicomotricidade veio se

construindo sobre bases sólidas e hoje ocupa o seu lugar tanto no campo da

educação como no campo clínico,tendo como objeto de estudo o sujeito em suas

relações com o tempo,o espaço e o outro.

Deste modo a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade, a define como:

Uma ciência que estuda o homem por meio do seu corpo em

movimento em relação ao seu mundo interno e externo e de suas

possibilidades de perceber, atuar e agir com o outro, com os objetos

e consigo mesmo. Está relacionada ao processo de maturação, onde

o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas.

(MATTOS e KABARITE,2016,p.43)

11

Portanto, a Psicomotricidade é vista como uma compreensão de movimento,

por sua vez organizado e integrado, e utiliza as experiências vividas pelo

sujeito,como resultado de sua individualidade, linguagem e sua socialização.

(ALMEIDA, 2014).

Segundo Machado E Nunes (2017, p.26), a Psicomotricidade é a

relação do pensamento e a ação, envolvendo a emoção.Neste sentido, a

Psicomotricidade procura educar o movimento e ao mesmo tempo o cognitivo,ou

seja, através do movimento no exercício físico,há o desenvolvimento do corpo,da

mente e do emotivo do sujeito.

Para Carvalho (2015), a Psicomotricidade está relacionada ao conhecimento

profundo que procura adquirir entendimento do movimento humano, considerando o

ser em sua totalidade é um meio que presta ajuda para um melhor desenvolvimento.

De acordo com Alves (2016, p.15),a Psicomotricidade é entendida como

o campo transdisciplinar que estuda e investiga as relações e as influências

recíprocas e sistêmicas,entre o psiquismo e o corpo e entre o psiquismo e a

motricidade.Neste sentido a motricidade esta relacionada as expressões

corporais,gestuais e motoras.No psiquismo estão as

sensações,percepções,emoções,fantasmas,representações, projeções, condutas

relacionais e sociais.

Desta forma, pode se observar que a Psicomotricidade como pratica

pedagógica pode contribuir para o desenvolvimento integral da criança, e que a

mesma favorece através de sua pratica, os aspectos físicos, mental, afetivo-

emocional e sócio cultural na fase infantil, e com isto contribui no processo de

ensino-aprendizagem.

Segundo Scobar (apud. LE BOUCHE, 1969), a Psicomotricidade se dá

através de ações educativas de movimentos espontâneos e atitudes corporais da

criança, proporcionando-lhe uma imagem do corpo contribuindo para a formação de

sua personalidade.

Alves, org.(2011, p.20)diz que um dos objetivos a serem trabalhados na

Psicomotricidade, é o indivíduo com toda sua história de vida social, política e

econômica.Também faz parte, trabalhar o afeto e o desafeto do corpo.A

Psicomotricidade é o corpo em movimento,considerando o ser em sua

totalidade,sendo assim o principal objetivo da Psicomotricidade é o desenvolvimento

global do ser humano.

12

Neste sentido observa-se que a Psicomotricidade se faz presente nos gestos,

e em todas as atividades que desenvolve a motricidade humana, e é por isso, que a

mesma, deve ser utilizada como ferramenta indispensável para o desenvolvimento

infantil.Pois para um bom desenvolvimento,é necessário que a criança tenha a

oportunidade de através de experiências concretas explorar o mundo, e com isto se

desenvolver tanto no aspecto físico,quanto no intelectual e afetivo tornando-se

assim, um adulto mais centrado e equilibrado .

Na Psicomotricidade, existem três campos de atuação: reeducação, terapia e

educação psicomotora.

Reeducação

O atendimento na reeducação psicomotora, é realizado individualmente ou

em pequenos grupos de crianças, adolescentes ou adultos que apresentem

sintomas de ordem psicomotora. Os sintomas podem vir associados de distúrbios

mentais, orgânicos, psíquicos, neurológicos e relacionais.

Segundo Mattos e Kabarite (2016,p.41),a reeducação tem por objetivo

desenvolver esse aspecto comunicativo do corpo,o que equivale a dar ao individuo a

possibilidade de dominar seu corpo,economizar sua energia,de aperfeiçoar o seu

equilíbrio[...].É uma técnica em que se cruzam múltiplos pontos de vista e que utiliza

as aquisições de numerosas ciências constituídas

(Biologia,Psicologia,Psicanálise,Sociologia e Lingüística).(apud COSTA,1977)

Ainda sobre reeducação psicomotora é possível afirmar, que a mesma

impõe-se nos casos onde o déficit instrumental predomina ou corre o risco de

acarretar,secundariamente ,problemas de relacionamento.(MATTOS e KABARITE

2016,p.41 , apud LE BOUCH, 1982)

Terapia psicomotora

Assim como na reeducação, o atendimento na terapia psicomotora é

realizado com crianças, adolescentes ou adultos, de forma individual ou em grupos

pequenos que apresentam grandes disfunções.

A terapia psicomotora refere-se a particularmente a todos os casos-problemas

nos quais a dimensão afetiva ou relacional parece dominante na instalação do

transtorno. (MATTOS e KABARITE 2016, p.41, apud LE BOUCH, 1982)

13

Através da mediação corporal e do lúdico a terapia psicomotora, procura

ajustar e potencializar a parte motora, cognitiva e afetivo-relacional, ou seja, um de

seus objetivos é o melhoramento da personalidade do sujeito.

Educação Psicomotora

Além das outras formas de atuação a educação psicomotora é direcionada

também para a Escola,especialmente na Educação Infantil e no Ensino

Fundamental. Na metade da década de 60 na França, o professor de Educação

Física Lê Bouche, já visava o desenvolvimento global do individuo por meio dos

movimentos,defendendo que a educação psicomotora contribui para que sejam

evitados distúrbios de aprendizagem.(MACHADO e NUNES,2017)

Segundo Le Bouch(1982,apud.ALMEIDA 2014,p.29):

A Educação Psicomotora deve ser considerada como uma educação

de base da escola primária. Ela condiciona todos os aprendizados

pré-escolares e escolares; leva a criança a tomar consciência de seu

corpo,da lateralidade,a situar-se no espaço,a dominar o

tempo,adquirir habitualmente a coordenação de seus gestos e

movimentos.A educação psicomotora deve ser praticada desde a

mais tenra idade;conduzida com perseverança,permite prevenir

inadaptações,difíceis de corrigir quando já estruturadas.

Embora a educação psicomotora seja defendida por muitos estudiosos,

infelizmente ainda há muita resistência à esta pratica em alguns espaços escolares.

Mas isto acontece, muitas vezes, pela pouca informação sobre as teorias e as

praticas e também distorções acerca dela.

A educação psicomotora segundo Machado e Nunes(2016,p.30), configura-se

em uma atividade preventiva que propicia à criança desenvolver suas capacidades

básicas ,sensoriais,perceptivas e motoras,levando a uma organização neurológica

mais adequada para o desenvolvimento da aprendizagem.

Jean Le Bouche(1982 ,apud MATTOS e KABARITE 2016,P.41),afirma

que:

A educação psicomotora concerne uma formação de base

indispensável a toda criança que seja normal ou com problema.

14

Responde a uma dupla finalidade: assegurar o desenvolvimento

funcional, tendo em conta as possibilidades da criança, e ajudar sua

afetividade a expandir-se e a equilibrar-se mediante o intercâmbio

como o ambiente humano.

Desta forma, pode se entender que a educação psicomotora deve ser

indispensável na vida da criança, por possibilitar a elas, seu desenvolvimento

global,sendo de fundamental importância para torná-la um adulto mais centrado e

equilibrado em todas dimensões.Por isso que a escola e os professores não devem

permitir que as integrações se dissolvam nos ambientes escolares, pois todos

acabam ganhando com isto.

Para Costa (2001, apud MARIANO 2017,p.19), a educação psicomotora

deve ser considerada como uma educação de base nos anos iniciais da

escolaridade,ela condiciona todos os aprendizados pré-escolares,levando a criança

a tomar consciência de seu corpo, da sua lateralidade,situar-se no espaço,dominar

seu tempo,adquirindo habilidades de coordenação de seus gestos e movimentos.

Os educadores devem ter um olhar especial para as áreas de

desenvolvimento como as intelectuais, estruturais e emocionais, pois o corpo não é

só motor, nele este inserido tônus muscular, postura, gestos e emoção.

A educação psicomotora é abrangente e pode contribuir de forma plena

para os objetivos da educação.Desta forma podemos afirmar que quando o

desenvolvimento psicomotor acontece de forma harmoniosa, prepara a criança para

uma vida social próspera e com domínio do seu corpo,tornando-a um ser equilibrado

em todas áreas.(ALVES org. 2011, p.25)

Psicomotricidade Relacional

A Psicomotricidade Relacional foi criada na década de setenta e tem como

criador o educador francês André Lapierre. Com a utilização do brincar e de jogos

simbólicos, está pratica educativa, tem como objetivo a prevenção e a terapia para

crianças, adolescentes e adultas.

15

A Psicomotricidade Relacional tem como finalidade a atuação sobre os fatores

psico-afetivos relacionais adquiridos na infância. Estes fatores estão diretamente

vinculados a dificuldades de adaptação no cotidiano e no convívio social.

(http://www.psicomotricidaderelacional.com/a-psicomotricidade-relacional 08-01-2018)

Para La Pierre (2002, apud MACHADO e NUNES 2017), a Psicomotricidade

Relacional preocupa-se mais como o individua e suas vivencias.

A Psicomotricidade Relacional segundo VIEIRA (5005) visa desenvolver e

aprimorar os conceitos relacionados ao enfoque da totalidade Humana. Busca

superar o dualismo cartesiano corpo/mente enfatizando a importância da

comunicação corporal, não apenas pela compreensão da organicidade de suas

manifestações, mas essencialmente, pelas relações psicofísicas e sócias

emocionais do sujeito.

A prática da Psicomotricidade Relacional age de forma preventiva e também

terapêutica no processo de desenvolvimento psicomotor, sócio-emocional e

cognitivo, a mesma possibilita ao sujeito seja ele criança, adolescente ou adulto a

superar conflitos relacionais e emocionais.

A Psicomotricidade Relacional tem como objetivo o ser humano, nas suas

dimensões psicossociais e afetivas, ressaltando as diversas formas relacionais

estabelecidas em seus diferentes grupos de pertinências.

(http://profissional.universoef.com.br/container/gerenciador_de_arquivos/arquivos/157/psicomotricidade-relacional.pdf 08-01-2018)

Neste sentido, pode se entender que a Psicomotricidade não pode se

preocupar apenas com o motor em si,mas com o todo, ou seja com a totalidade do

sujeito.

Psicomotricidade Funcional

Segundo Machado e Nunes(2017, p.31), o desenvolvimento psicomotor

abrange o desenvolvimento funcional de todo o corpo e suas partes.Este

desenvolvimento está dividido em vários fatores psicomotores.Estes fatores

psicomotores estão divididos em nove, que são eles coordenação motora

16

global,coordenação motora

fina,equilíbrio,esquemacorporal,lateralidade,estruturaçãoespacial,estruturaçãotempo

ral,ritmo e percepções.

Coordenação motora global ou ampla

É a ação simultânea de diferentes grupos musculares na execução de

movimentos voluntários, amplos e relativamente complexos. (MACHADO e NUNES,

2017)

As atividades que estão envolvidas nestas práticas dizem respeito à

organização geral do ritmo, ao desenvolvimento e às percepções gerais da criança.

(ALMEIDA, 2014)

É de suma importância que a coordenação motora global seja desenvolvida

na infância. E este trabalho se dar com refinamento dos movimentos dos membros

superiores e inferiores. Algumas atividades como danças, expressões corporais,

exercícios combinados e dissociados estão entre as melhores atividades para o bom

desenvolvimento infantil.

Coordenação motora fina

Para Machado e Nunes (2017, p.31)a coordenação motora fina compreende a

todas as tarefas motoras fina, onde associa a função de coordenação dos

movimentos dos olhos durante a fixação da atenção e durante a fixação da atenção

e da manipulação de objetos que exigem controle visual, além de abranger as

funções de programação, regulação e verificação das atividades preensivas e

manipulativas mais finas e complexas.

Quando uma criança começa a desenvolver uma boa coordenação

motora fina, será comum observar que ela também apresentará uma boa tonicidade

muscular nos membros superiores e inferiores. (ALMEIDA 2014, P.51)

Neste sentido, o desenvolvimento da coordenação motora fina, deve ser

estimulado através de atividades como desenhos, pinturas,atividades com a

utilização de massinha e outras atividades que contribuam para a destreza desta

coordenação, pois quando a criança tem uma coordenação motora fina bem

desenvolvida, é possível observar que sua escrita é melhor,que a mesma poderá

17

apanhar objetos delicados sem amassá-lo,não fará muita força para colorir

desenhos,ou seja,seus movimentos costumam ser mais refinados.

Equilíbrio

Reúne um conjunto de aptidões estáticas e dinâmicas, abrangendo o controle

postural e o desenvolvimento das aquisições de locomoção. (MACHADO e NUNES,

2017)

Mattos (2015, apud MACHADO e NUNES, 2017, P.32) afirma que:

Equilíbrio é o controle do corpo em ação com relação ao seu centro

de gravidade (sobre uma base)por combinação de ações

musculares;estado de repouso em que se acham os corpos

solicitados por forças iguais e contrárias;estado pelo qual um sujeito

pode, por sua vez,manter uma atividade ou um gesto,ficar imóvel ou

lançar seu corpo no espaço utilizando a gravidade e,ao mesmo

tempo,resistindo-a;faculdade para manter o controle do corpo em

circunstâncias difíceis.

Esquema corporal

Para Fernandes e Filho (2015) a origem do esquema corporal vem da

noção neurológica de representação do corpo próprio.Segundo eles,o esquema

corporal é uma representação permanente,figuração do espaço do corpo e dos

objetos.

Machado e Nunes (2017,p.33), define esquema corporal como o saber

pré-consciente a respeito do seu próprio corpo e de suas partes,permitindo que o

sujeito se relacione com espaços,objetos e pessoas que o circundam.

Desta forma é importante que sejam realizadas atividades para que as

crianças desenvolvam sua percepção corporal,pois é através do corpo que elas

descobrem o mundo e podem experimentar situações e sensações e com isso

perceber-se,perceber o outro e as coisas ao seu redor.

18

Lateralidade

Almeida (2014, p.63),define lateralidade como capacidade de a criança poder

olhar e agir para todas as direções, com equilíbrio,com coordenação mínima

corporal e com noções de espaço.

Segundo Le boulch(1982,apud ALMEIDA,2014,p.63), a lateralidade é:

A função da dominância, tendo um dos hemisférios a iniciativa da

organização do ato motor, que incidirá no aprendizado e na

consolidação das praxias.Esta capacidade funcional,suporte da

intencionalidade,será desenvolvida de maneira fundamental nesta

época da atividade de investigação durante a qual a criança vai

confrontar-se com seu meio...permitir à criança organizar suas

atividades motoras globais é a ação educativa fundamental.Deste

modo,coloca-se a criança em melhores condições para construir uma

lateralidade homogênea e coerente.

Estruturação espacial

A noção espacial se desenvolve a partir do próprio corpo, sendo assim

toda nossa percepção de mundo é uma percepção espacial e o corpo é a nossa

referência. (MACHADO e NUNES,2017)

Almeida (2014), afirma que a falta de uma boa dominância espacial leva a

criança a ter problemas de localização, tanto nos ambientes como a escola, cidade,

passeios, como também terá problemas de localização nos desenhos, mapas e até

mesmo na escrita trocando as letras de lado (letras espelhadas).

Estruturação temporal

É a noção de tempo, e se desenvolve a partir da audição. Para Almeida

(2014)o tempo é umas das tarefas mais difíceis de se trabalhar na escola infantil,

dada pela dificuldade de distinguir por parte da criança, o tempo real do ficcional.

Neste sentido, uma forma de ajudar as crianças a melhorarem sua noção

de tempo, se faz necessário que os pais e educadores criem uma rotina para as

crianças, pois com muita paciência e perseverança obterão resultados.

19

Ritmo

O ritmo é a movimentação própria de cada um.Existem vários tipos de ritmo

como o lento,moderado,acelerado,cadenciado e noção de duração e sucessão, no

que diz respeito à percepção dos sons no tempo.(MACHADO e NUNES,2017)

Quando a habilidade rítmica da criança é bem desenvolvida, certamente ela

não terá dificuldades na leitura e escrita, pois a falta desta habilidade causará na

criança algumas dificuldades, como por exemplo uma leitura lenta,silabada,com

pontuação e entonação inadequadas, e no que diz respeito a escrita, a criança pode

vir a escrever duas ou mais palavras juntas, adicione letras ou omita letras nas

sílabas.

Percepções

Machado e Nunes (2017, p36) define percepções como capacidade de obter

informações sobre um ambiente, distinguindo as diferenças que cada informação

contém.

Dentre as percepções existem:

A percepção auditiva que permite perceber, discriminar e interpretar os

diversos tipos de sons;

A percepção visual que por meio dela é desenvolvido a capacidade visual. Ea

percepção tátil, que através dela é possível perceber, discriminar e identificar

objetos pelo tato.

Quando todos os aspectos psicomotores são bem desenvolvidos, possibilita à

criança, que a mesma cresça em plenitude e obtenha um desenvolvimento integral,

por esta razão é de suma importância proporcionar a elas atividades que venham

ajudá-las neste processo.

20

CAPITILO II

O PAPEL DO BRINCAR

Ao brincar, jogar, imitar, criar ritmos e movimentos, as crianças avançam nas

descobertas e na aprendizagem. (MARIANO. 2017, P.27)

Através do brincar é possível perceber o crescimento motor e também o

desenvolvimento social, onde a criança interage com o grupo, e isto é muito

importante para a construção de sua autonomia e cidadania.

O brincar quer seja como recreação psicomotora orientada ou

livremente, aponta sempre para resultados positivos para a criança.

Oferece inúmeras oportunidades educativas: desenvolvimento

corporal, desenvolvimento mental harmonioso, estímulo à

criatividade, à socialização e à cooperação, etc.(MACHADO e

NUNES, 2017,p.29)

Sendo assim, é de suma importância proporcionar à criança momentos e

espaços propícios ao brincar, tanto de maneira dirigida como também de forma livre,

pois estes momentos contribuem significativamente para o desenvolvimento integral

da criança.

Machado e Nunes, 2017, consideram o brincar como um momento importante

no processo de desenvolvimento humano. Segundo eles infelizmente muitos não

conseguem entender, ou até mesmo acham que o brincar è perda de tempo, mas o

que muitos não percebem é que as brincadeiras de infância são reflexos dos

desafios da vida adulta.

Para Silva e Santos (2009), existem várias razões para brincar, pois

consideram que é extremamente importante para o desenvolvimento cognitivo,

motor, afetivo e social da criança. É brincando que acriança expressa vontades e

desejos construídos ao longo de sua vida, e quanto mais oportunidades a criança

tiver de brincar mais fácil será o seu desenvolvimento

21

(http://www.ufrrj.br/graduacao/prodocencia/publicacoes/desafios-

cotidianos/arquivos/integra/integra_SILVA%20e%20SANTOS.pdf12/02/2018)

Atualmente, mesmo muitos tendo acesso a informações que enaltecem o

papel do brincar para o desenvolvimento da criança, ainda existem adultos que não

dão o devido valor ao ato de brincar. Em casa, geralmente os pais andam bastante

ocupados, e nos momentos vagos querem descansar, e com isto, não conseguem

dedicar um tempo para brincar com seus filhos, dando a eles meios tecnológicos

para entreterem as crianças enquanto descansam.

Também vale ressaltar, a falta de espaços, o medo da violência, estes são

outros fatores que podem interferir para que a criança brinque, e assim, não seja

proporcionada a elas a possibilidade de se desenvolverem de forma prazerosa.

Diante da realidade da sociedade atual, em que a violência, a falta de espaço

e principalmente a falta de interesse dos adultos em dedicar mesmo que seja um

tempo mínimo para brincar com as crianças, acaba sendo na escola o espaço que

pode proporcionar a elas momentos prazerosos com brincadeiras, jogos e atividades

lúdicas, possibilitando assim o seu desenvolvimento.

O brincar é um momento sagrado, pois é por meio das brincadeiras

que as crianças ampliamos conhecimentos sobre si, sobre o mundo e

sobre tudo que está ao seu redor. Elas manipulam e exploram os

objetos, comunica-se com outras crianças e adultos, desenvolvem

suas múltiplas linguagens, organizam seus pensamentos, descobrem

regras e tomam decisões. (MACHADO e Nunes, 2017, P.79)

É possível observar que diversos estudiosos falam da importância do brincar,

do aprender brincando, mas infelizmente algumas instituições não priorizam a

criança de Educação Infantil momentos em que elas possam aprender através do

brincar, muitos pais e profissionais estão mais preocupados que a criança aprenda a

ler e escrever do que conceder a elas um direito garantido pela Lei 8.069, de 13 de

julho de 1990, denominada Estatuto da Criança e do Adolescente, acrescenta no

Capítulo II, Art. 16°, Inciso IV, que toda criança tem o direito de brincar, praticar de

esportes e divertir-se.

22

Então vimos que, a criança tem o direito de brincar, pois está amparada por

lei, e esta é mais uma razão para brincar, além dos inúmeros benefícios que já

foram citados, o brincar favorece a descoberta, a curiosidade, uma vez que auxilia

na concentração, na percepção, na observação, e, além disso, as crianças

desenvolvem os músculos, absorvem oxigênio, crescem, movimentam-se no

espaço, descobrindo o seu próprio corpo. O brincar tem um papel fundamental neste

processo, nas etapas de desenvolvimento da criança.

(http://www.ufrrj.br/graduacao/prodocencia/publicacoes/desafios-

cotidianos/arquivos/integra/integra_SILVA%20e%20SANTOS. pd12/02/2018f)

Através do brincara criança obtém um ganho em seu aprendizado, pois é

brincando que o ser humano se torna apto a viver numa ordem social e num mundo

culturalmente simbólicos. É o mais completo dos processos educativos, pois

influencia o intelecto, o emocional o e corpo da criança. Brincar faz parte da

especificidade infantil e oportunizar a criança seu desenvolvimento e a busca de sua

completude, seu saber, seus conhecimentos e suas expectativas do mundo.

(http://facsaopaulo.edu.br/media/ files/58/58_161.pdf 12/02/2018)

O brincar traz não só para a criança, mas também para o adulto, alegria,

descontração, divertimento além de muito aprendizado. Então diante de tantos

estudos que comprovam que através do brincar é possível um grande

desenvolvimento em todas as áreas do ser humano, ainda encontramos pessoas

que ao levarem seus filhos para a creche acham que eles não estão aprendendo

nada, que estão apenas brincando.

O que eles ainda não tem consciência é que, enquanto seus filhos brincam,

eles estão se desenvolvendo em inúmeros aspectos como:coordenação motora,a

integração com o grupo,a locomoção,o raciocínio,o espírito esportivo,a resistência

física,o reconhecimento de erros e a disposição para corrigi-los,a criação de

estratégias, a motivação,a criatividade,a comunicação,o espírito de liderança,a

aptidão, a velocidade,a noção de espaço,a noção de tempo,o reconhecimento de

habilidades e dificuldades,a compreensão dos limites dos outros,a competição

23

sadia,a flexibilidade,a conexão entre o imaginário e o real,a facilidade de

aprendizado,o aprimoramento das relações,a confiança,a cooperação,a

concentração,e ,é claro , a felicidade.

De acordo com Moyles(2002, Apud CAMARGO, 2014p.37),a criança precisa

se movimentar, e o brincar físico propicia o domínio do próprio corpo e a

competência nos próprios movimentos possibilitando sentimentos de confiança e

valor pessoal.E ressalta ainda que a linguagem corporal é importante veículo de

aprendizagem.

Segundo Camargo (2014, p.37) quando a criança brinca, neste brincar há um

ser expressivo, um corpo que se movimenta e precisa ser integrado às demais

ações do cotidiano. O brincar relaciona-se diretamente com a criatividade, a

linguagem, a exploração do meio e a expressão, associando-se também ao

aprender.

Quando a criança brinca de forma livre e exploratória, elas aprendem sobre

algumas situações, pessoas, atitudes e respostas, materiais, propriedades, texturas,

estruturas, atributos visuais, auditivos e sinestésicos. Já por meio do brincar dirigido,

elas têm outra dimensão e uma nova variedade de possibilidades estendendo-se a

um relativo domínio dentro daquela érea ou atividade. (CAMARGO, 2014, p.44)

Oliveira (2010, Apud. CAMARGO, 2014, p. 42), afirma que o ato de

brincar favorece o equilíbrio afetivo da criança e possibilita a ela a posse de signos

sociais já construídos, exigindo também uma transformação gradativa das formas

pelas quais ela se relaciona com o mundo, que se dão, por exemplo, por meio da

comunicação interpessoal, da negociação de regras e dos papeis que assume ao

construir sua brincadeira. Assim, a criança desenvolve a memória, sua

representação de mundo, de si e do outro, sente prazer ao brincar e envolve-se em

valiosas situações de emoção e afetividade.

Neste sentido, se faz necessário que o ato de brincar seja levado a

sério, deve ser respeitado pelo adulto, pois, na mesma proporção em que este

dedica toda a sua atenção ao trabalho, a criança o faz por meio do brincar, sendo

24

este repleto de significados, visto que para ela, serenidade, alegria, esforço e

interesse não são sentimentos antagônicos, já que a criança empenha ao ato de

brincar o mesmo esforço que se dedica ao andar, ao falar,ou ao

comer.(CAMARGO,2014,p.42)

O ato de brincar, além do meio de aprendizagem que representa, permite

que o adulto, quando perceptivo ,aprenda sobre as dificuldades e as individualidades

da criança, fornecendo assim um ponto de partida para que possam auxiliá-las na

aquisição de novas aprendizagens. Pois brincando, a criança experimenta o mundo

adulto e demonstra sua compreensão por meio dessas experiências vivenciadas.

Para Moyles(2002, apud.CAMARGO 2014,P.42):

O brincar permite que o corpo e o cérebro estejam ativos, o que

motiva e desafia a criança na busca de novas informações e

conhecimentos, podendo representar, por vezes, a fuga da realidade,

a fim de evitar uma situação que não lhe agrada ou a qual não

compreende.

O brincar e a escola

Há séculos que o brincar esta associada à criança. Porém, o mesmo só foi

percebido e valorizado após uma ruptura de pensamentos. A partir de então, que a

brincadeira passou a ser utilizada com seriedade nas Instituições de Ensino Infantil.

Antigamente o brincar era visto como uma forma de distração, sem muita

importância, não lhe era conferido o devido valor, mas hoje o brincar tem um caráter

educativo, formativo e com a função de integrar e socializar as crianças nos espaços

infantis.

No mundo atual, diante da realidade da vida moderna, das grandes cidades

principalmente, o que se vê é, escassez de espaços convidativos ao brincar,a

violência que assola os grandes centros urbanos,a falta de tempo dos pais, que em

sua grande maioria trabalham e não tem tempo, e o pouco de tempo que se tem

25

querem descansar, sendo assim resta o que para as crianças? Celulares, tabletes e

a TV, enfim, não lhes sobra muitas coisas. Então é dada a Escola a função de

proporcionar a elas, momentos e ambientes propícios para que elas brinquem e se

desenvolvam.

Porém o que se vê em muitas escolas é a falta de oportunidades, e espaços

para a prática de brincadeiras livres e dirigidas. Seria de grande valor que estas

instituições se apropriassem da brincadeira e a utilizasse como um instrumento de

ensino, pois através do brincar as crianças aprendem e se desenvolvem de maneira

prazerosa, tornando assim, o ensino mais eficaz do que pelos os métodos

tradicionais, em que a preocupação é só a transmissão de conteúdos.

As crianças têm que brincar, porque, brincando aprende a participar das

atividades pelo prazer de brincar, sem visar uma recompensa ou temer castigo, mas

adquirindo o hábito de estar ocupada, fazendo alguma coisa inteligente e criativa,

experimentando o mundo ao seu redor, buscando um sentido para sua vida.

(http://www.ufrrj.br/graduacao/prodocencia/publicacoes/desafios-

cotidianos/arquivos/integra/integra_SILVA%20e%20SANTOS. pd12/02/2018f)

Mesmo diante dos benefícios que o brincar traz pra vida das crianças, é

possível observar que em muitas escolas de ensino infantil, a brincadeira nem

sempre é de forma livre, o que muitas vezes, interfere na espontaneidade e

criatividade, tornando em alguns momentos o ato de brincar menos prazeroso.

Também pode se observar que há uma cobrança enorme por parte dos pais no

sentido de obtenção de um trabalho com bastante conteúdo, neste sentido precisa-

se compreender que, na fase da educação infantil, deve haver menos cobrança ,

uma menor pressão dos pais em relação à obtenção de um trabalho com conteúdos

mais estruturados.Também tem pais que acham que na escola de Educação Infantil

as crianças não aprendem, só vão pra lá para brincar e serem cuidadas enquanto

eles estão ausentes.

Fantacholi (2011) defende que a educação de modo geral, e principalmente

na Educação Infantil o brincar é um potente veículo de aprendizagem experiencial,

visto que permite, através do lúdico, vivenciar a aprendizagem como processo

social.Brincar não é apenas ter um momento reservado para deixar acriança à

26

vontade em um espaço com ou sem brinquedos e sim um momento que podemos

ensinar e aprender muito com elas.

(http://revista.fundacaoaprender.org.br/?p=78 13/02/2018)

O brincar entre pais e filhos

Como já foi abordado anteriormente, o brincar permite a criança um pleno

desenvolvimento em diversos aspectos. Desta forma, cabe aos pais mesmo com a

vida cheia de ocupações, alegações de falta de tempo para brincar com seus filhos,

entenderem a importância do brincar entre pais e filhos, e se esforçarem para ter um

tempo de pelo menos 10 a 15 minutos por dia para brincar com suas crianças, pois

elas crescem muito rápido e o tempo não volta mais.

O que importa para a criança é o momento de interação entre ela e os

pais, geralmente elas não dão tanta importância a brincadeira ou o brinquedo

utilizado, uma vez que, para ela, tudo pode se tornar lúdico e quando isto acontece

com seus pais é pura diversão. E são nestes momentos que os pais devem

aproveitar para conhecerem melhor seus filhos e aprimorar o vinculo afetivo entre

eles.

Para uma criança, ter a presença de seus pais no momento das brincadeiras

interagindo e se divertindo com ela, é algo valioso demais para o desenvolvimento

dos pequenos. Um momento mágico, que se tornará inesquecível para a criança. Já

para o adulto, é um investimento para o futuro de seus filhos, pois a construção do

conhecimento e da descoberta vividos na brincadeira, junto com os pais, resulta não

apenas em prazer, aprendizagem e interação pai-filho. Há uma transferência de

valores nesse vínculo pais/filhos como o fortalecimento do amor e da amizade, o

aumento da cumplicidade e da segurança, contribuindo assim para o crescimento de

uma infância cada vez mais feliz.

(https://maternarebrincar.wordpress.com/2014/10/14/pais-que-brincam-uma-acao-sobre-a-

importancia-do-b26/02/18)

27

Então ao participar das brincadeiras com os pequenos, possibilitara aos

pais passar mais tempo com eles. Também participará do processo de descobertas

da criança, conhecerá ainda mais sua criança e a ajuda a estreitar os laços afetivos.

Ao procurar desenvolver brincadeiras como jogos com bola, com

brinquedos de encaixar e jogos de tabuleiro pode envolver não apenas os pais, mas

também irmãos e demais familiares. Ensinar as brincadeiras que você mais gostava

quando tinha a idade do pequeno também pode proporcionar um momento

prazeroso e cheio de descobertas.

(http://delas.ig.com.br/filhos/dia-das-criancas/2014-09-18/a-importancia-das-brincadeiras-em-

familia-na-vida26/02/18)

Falando em brincar em família e com a família, vale ressaltar a importância de

brincar com o pai, pois segundo Dias (2017) além de ser uma figura fundamental em

momentos sérios da criação dos filhos, o pai também é essencial para ensinar que

há momentos de diversão, mais livres da rotina e importantíssimos ao

desenvolvimento saudável da criança. Ao se envolver em brincadeiras dinâmicas,

levando os filhos a explorar o mundo ao ar livre, o pai os instiga a usar o corpo,

correr, se aventurar e se arriscar.

(http://vouserpai.com.br/blog/paternidade/a-importancia-de-brincar-com-os-filhos/ 26/02/2018)

Ainda segundo Dias (2017), o risco de errar e se machucar, quando assumido

com a participação de um adulto, estimulam a criatividade, a pro atividade e a

resiliência da criança, além de formar memórias e estreitar laços com o pai, que se

torna um exemplo a ser seguido e um porto seguro.

(http://vouserpai.com.br/blog/paternidade/a-importancia-de-brincar-com-os-filhos/ 26/02/2018)

Durante uma brincadeira fica evidente a cumplicidade, o fortalecimento das

relações que se constroem no decorrer destes momentos tão importantes no

desenvolvimento da criança. Nestas relações as crianças expressam seus desejos,

sentimentos, fala, favorecendo a interação pais e filhos e também a ampliação do

vocabulário. Quando não acontece esse envolvimento, a criança se torna mais

dependente dos pais em diversos momentos de sua vida.

28

(https://www.soumae.org/como-a-interacao-entre-pais-e-filhos-estimula-o-desenvolvimento-

das-criancas/ 28/02/18)

Esta relação e interação com os pais favorecem não só a parte afetiva e o

fortalecimento de vinculo, mas também o desenvolvimento da linguagem e

comunicação, e com isto contribui para que a criança seja mais autônoma e tenha

mais facilidade de lhe dar com as regras e resolução de conflitos.

Então vamos brincar muito e deixar nossas crianças brincarem e viverem a

verdadeira infância. E tenham certeza de que,quando estiverem na vida adulta,serão

pessoas mais felizes e responsáveis. Tudo depende de cada um de nós e da

consciência do quanto se faz necessário brincar, deixar brincar, dirigir o brincar e

educar brincando. (MACHADO e NUNES, 2017, p. 81)

29

CAPÍTULO III

APRENDER NA BRINCADEIRA

A fase infantil é a idade das brincadeiras, e é por meio delas que as crianças

têm a possibilidade de satisfazerem seus desejos e interesses particulares.

Pode-se considerar que por meio da brincadeira a criança efetua suas

primeiras grandes realizações, que, por meio do prazer, ela expressa a si própria e

as suas emoções e fantasias. (Alves org. 2011, p.159).

O aprendizado na brincadeira propicia a liberação de energias, a expansão da

criatividade, fortalece a sociabilidade e estimula a liberdade do desempenho. (Cória-

Sabini e Lucena, 2015)

Quando a criança está brincando, ela pode pensar e experimentar novas

situações ou mesmo situações do seu dia-a-dia, livres de pressões situacionais.

Alves (org.2011, p.160) afirma que:

A brincadeira é uma situação privilegiada de aprendizagem infantil.

Ao brincar, o desenvolvimento infantil pode alcançar níveis mais

complexos, por causa das possibilidades de interação entre os pares

em uma situação imaginaria e, pela negociação de regras de

convivência e de conteúdos temáticos.

De acordo com Santos (2013)é através das brincadeiras, que a criança pode

obter uma visão de mundo mais ampla, pois a mesma estimula a descoberta e a

criatividade, que, por sua vez, associada ao pensamento de busca, leva o indivíduo

a se expressar, refletir e a transformar o mundo que a rodeia.Portanto as

brincadeiras, de modo geral,favorecem a aprendizagem, as mesma podem ser do

tipo imaginaria,de faz de conta,estruturada e espontânea.

(http://leg.ufpi.br/subsiteFiles/picos/arquivos/files/Monografia.pdf...10/03/2018)

Quando falamos de brincadeira imaginativa,pode se afirmar que são

nestes momentos que a criança desenvolve sua imaginação, exercita sua mente e

desenvolve sua inteligência. O Referencial Curricular Nacional para a Educação

Infantil (1998, p.23),diz que “por meio da repetição de determinadas ações

30

imaginadas que se baseiam nas polaridades presença/ausência, bom/mau,

prazer/desprazer, passividade/atividade, as crianças também podem internalizar e

elaborar suas emoções e sentimentos.

(http://leg.ufpi.br/bsiteFiles/picos/arquivos/files/Monografia.pdf...10/03/2018)

Já na brincadeira de faz-de-conta conhecidas também como simbólicas é

possível observar que através das representações de papéis, a criança compreende

como se dão as relações entre as pessoas, amplia sua percepção, transforma sua

realidade e entende sobre as regras. De acordo com o Referencial Curricular

Nacional para a Educação Infantil (1998, p.23), “na linguagem faz-de-conta, as

crianças enriquecem sua identidade, porque podem experimentar outras formas de

ser e pensar, ampliando suas concepções sobre as coisas e pessoas ao

desempenhar vários papéis sociais ou personagens”.

(http://leg.ufpi.br/subsiteFiles/picos/arquivos/files/Monografia.pdf...10/03/2018)

A brincadeira estruturada/dirigida é aquela em que o adulto direciona e

organiza o espaço para sua realização, neste tipo de brincadeira há interferência no

início, término e em suas regras, mas tudo sem autoritarismo para que a criança

possa participar com prazer da atividade. Nestes momentos as crianças aprendem

sobre as regras, conviver em grupo, respeitar os direitos dos outros,a se conter,a

esperar sua vez, etc.

Na brincadeira espontânea as crianças poderão brincar livremente, escolher

objetos e companheiros e também poderão expressar o que tem dificuldades de

dizer com palavras. Esse tipo de brincadeira estimula sua iniciativa, linguagem,

raciocínio, criatividade e resolução de problemas.

(http://leg.ufpi.br/subsiteFiles/picos/arquivos/files/Monografia.pdf...10/03/2018)

Estes momentos são muito importantes para o desenvolvimento da

criatividade e autonomia da criança, e também é uma oportunidade do adulto

observar como a criança se porta nas brincadeiras e perceber suas principais

dificuldades, como ela se comporta diante dos conflitos, se a mesma consegue

resolver problemas, enfim, e depois desta observação procurar trabalhar estas

dificuldades,proporcioná-la melhores formas de resolução dos

31

problemas,propiciar-las um melhor entendimento sobre si para que possam lhe dar

melhor com seus conflitos e desta forma possibilitar a criança o seu pleno

desenvolvimento.

De acordo com Coria-Sabini e Lucena(2015 p.28), as brincadeiras infantis

oferecem uma fonte para estudos em diferentes direções:Sociológicas,perspectivas

psicológicas e abordagem antropológica.

Segundo elas na abordagem sociológica, os aspectos analisados nas

brincadeiras são: o processo de socialização infantil, interação entre as crianças, as

formas de participação de cada elemento, o desempenho de papeis, o nível de

aceitação de cada participante do grupo lúdico, as atitudes e os preconceitos, o

surgimento de liderança, entre outros. Na abordagem psicológica, as brincadeiras

são analisadas de acordo com o significado dos objetos e das ações para cada

criança, das expectativas, do grau de esforço realizado para que as ações sejam

valorizadas pelo grupo, dos papeis desempenhados e de como são

desempenhados, etc. Já abordagem antropológica, procura-se acompanhar a

trajetória dos jogos infantis em relação as influencias étnicas,a zona de dispersão,as

variações que ocorrem em virtude de ter espaços,etc.

Neste sentido, as brincadeiras, relacionam-se a inúmeros aspectos recreação,

desenvolvimento das habilidades sociais, projeções psíquicas, contribuição para o

desenvolvimento físico e mental da criança.

Portanto cabe ressaltar que, a partir das brincadeiras, as crianças constroem seu

mundo interior e exterior e se inter- relacionam com o outro e com o ambiente de

forma harmoniosa. E é nestes momentos que o profissional pode observar quais as

suas preocupações e problemas que lhes assediam, pois quando os pequenos

brincam, eles expressão o que teriam dificuldades de expressar em palavras.

Marinho (2012 p.84) afirma que a brincadeira é assunto sério. É justamente

quando a criança viaja na imaginação que ela experimenta o mundo e treina para

ser gente grande.

32

Brincando, a criança organiza e constrói seu próprio conhecimento e

conceitos, relaciona idéias, estabelece relações lógicas, desenvolve a

expressão oral e corporal, reforça as habilidades sociais e reduz a

agressividade. (MARINHO, 2012 p.85)

Portanto é possível afirmar que através das brincadeiras é que as crianças

criam e vivenciam, interagem umas com as outras, trocam conhecimentos e

experiências, desenvolvem a criatividade, a força, a competência intelectual, o

controle sobre suas emoções e são mais felizes.

De acordo com Santos (2013) é por meio das brincadeiras que a criança

desenvolve confiança em si mesma e em sua capacidade, aprende a conviver

socialmente, estimula suas percepções e desenvolve a sua independência, ou seja,

se torna um indivíduo apto a enfrentar algumas diversidades da vida.

(http://leg.ufpi.br/subsiteFiles/picos/arquivos/files/Monografia.pdf...11/03/2018)

Na brincadeira a criança vivencia diversas experiências, e estas são de muito

importância para a construção do caráter social e emocional, além de fortalecer os

estímulos relacionadas as habilidades motoras e expressivas.

Para a criança a brincadeira é uma forma de exercitar a sua imaginação, se

relacionando de acordo com seu interesse e suas necessidades junto a realidade de

um mundo que pouco conhecem. Através das brincadeiras a criança reflete,

organiza, constrói, destrói, e reconstrói seu universo. A brincadeira mostra como a

criança reflete, organiza, desorganiza, constrói e reconstrói o próprio mundo. Mesmo

sem entender devemos respeitar, por que o brincar da criança é a sua linguagem

secreta.

(https://wwwsoescola.com/29/03/2018)

Portanto se faz necessário que o adulto proporcione a criança momentos

prazerosos de brincadeiras, mesmo que seja em espaços pequenos ou até mesmo

sem muitos recursos, o importante é dar a elas a possibilidade de brincar, inventar,

criar, pois diversos autores defendem que na brincadeira a criança aprende se

33

desenvolve, se tornam mais criativas, enfim, a brincadeira traz diversas vantagens

para constituição da criança.Também é possível observar a partir da brincadeira se

a criança necessita de cuidados em alguma área de sua vida, pois ela utiliza a

brincadeira muitas vezes como canal para falar do que a mesmo não consegue

expressar em palavras.

Jogo

No final do século XVII, Com o avanço dos estudos matemáticos, uma nova visão de jogo é

resgatada, sendo concebido como um fenômeno que se origina da engenhosidade

humana, merecendo, por isso, a atenção dos estudiosos, provocando uma

reavaliação intelectual do jogo.

O jogo sofreu grandes preconceito no século XVIII levando em consideração

ao seu valor ético, sociopolíticos e epistemológicos, pois, entram em cena

discussões de vicio. Foi proibido pela igreja por ser fonte de prazer e por isso,

deveria ser banido do espírito humano. Ainda no século XVIII, com Emílio 1 de Jean-

Jacques Rousseau, foi o momento em que o lugar do jogo foi reconsiderado como

instrumento educacional,isso aconteceu por haver algumas mudanças no que diz

respeito ao conceito do jogo. A partir de então, é que alguns tratados sobre a

educação começam a destacar o jogo como função educativa.

(https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/definicao-dos-

termos-brinquedo-brincadeira-e-jogo/3552925 31/03/2018)

O Jogo é um termo do latim “jocus” que significa gracejo, brincadeira,

divertimento.O jogo é uma atividade física ou intelectual que integra um sistema de

regras e define um indivíduo (ou um grupo) vencedor e outro perdedor.

(https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos 31/03/2018)

Segundo a concepção de Wallon, o jogo provoca bem-estar porque está

direcionado à satisfação das necessidades psíquicas em contraposição às

necessidades impostas pela existência. Ele afirma que na brincadeira, a criança

pode subverter as disciplinas e as regras sem a preocupação de punição.(PAZOS

2010 p. 44Para Piaget o jogo não é apenas uma forma de desafogo ou

34

entretenimento para gastar energias das crianças, mais meios que contribuem e

enriquecem o desenvolvimento intelectual. Através dos jogos a criança desenvolve

sensório motor e o simbolismo, transforma o real em necessidades múltiplas do eu,

assimila a realidade.

((https://wwwsoescola.com/ 31/03/2018)

Segundo Huizinga (2007), Jogo “é uma atividade ou ocupação voluntária,

exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo

regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias dotado de um fim

em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma

consciência de ser diferente da vida cotidiana”.

(https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/definicao-dos-

termos-brinquedo-brincadeira-e-jogo/3552925 31/03/2018)

Freire (2010 p.106), afirma que o jogo implica a existência de regras e de

perdedores e ganhadores quanto a sua pratica. Já para Mariano (2017 p.41), o jogo

estimula a solução de problemas, permite criar e recriar regras, evoluindo no

controle cognitivo, social, afetivo, emocional e motor.

Sendo assim, é possível afirmar que ao utilizar o jogo como instrumento na

educação, além de transmitir questões relacionadas ao respeito às regras,respeito

ao outro, também será possível observar pistas sobre o aprendizado da criança nas

diferentes formas de linguagem, sendo ela verbal e motora.

Para Kishimoto(1994), ao incorporar o jogo à pratica pedagógica, cria-se o

jogo educativo que tem por objetivo encontrar o equilíbrio entre a ludicidade e a

educação.(MARIANO 2017 p41)

Desta forma, o jogo dar ao professor condições de trabalhar as dificuldades

das crianças de maneira lúdica, pois o mesmo pode influenciar de maneira

significativa na construção do conhecimento de maneira prazerosa, pois em

situações de jogo as crianças ficam mais motivadas, e por meio deste recurso facilita

ainda mais o desenvolvimento dos pequenos.

35

De acordo com Alves (2016 p.77), em um jogo, a criança tem condições de

mostrar sua independência do adulto, sua Cooper atividade,o respeito às regras que

estabelecem o limite,também no jogo, a criança se relaciona com várias outras

crianças ao mesmo tempo, em uma relação de troca.

Alves (2017 p.78) defende que na escola, o jogo e o brinquedo devem

influenciar e ser solicitados como recursos pedagógicos.Pois eles têm uma

importância fundamental no desenvolvimento infantil,por desenvolverem a

cooperação,a socialização, a percepção,a memória, a atenção,as noções de tempo

e espaço,as habilidades motoras, o equilíbrio,com enfoque psíquico,motor e

cognitivo.

Portanto se faz necessário que ao utilizar o jogo como recurso pedagógico, o

professor tenha ciência dos objetivos que ele almeja alcançar através destas

atividades, porque em situações de jogo sendo ele individual ou em grupo, a criança

deve esta motivada a participar, pois isto facilita seu aprendizado e

desenvolvimento.

Centrar a educação nas funções cognitivas considerando os

interesses e as necessidades da criança por meio do jogo e da

brincadeira em um clima descontraído é facilitar a capacidade de

raciocínio, a comunicação verbal e não verbal,a capacidade de

aprender,provocar o esforço à realização das tarefas,partir do

concreto para o abstrato, do simples para o complexo e facilitar à

criança o desenvolvimento de sua autoimagem.(ALVES 2017 p. 79)

Quando os conteúdos pedagógicos são apresentados de forma lúdica através

de jogos e brincadeiras, a criança sente-se mais a vontade e descontraída, e nestes

momentos lhe é permitido tentar sem ter medo de errar, e quando errar é

incentivado a persistir até que a mesma venha a acertar. Isto é de suma importância

para a vida, pois este processo de errar, persistir e não desistir até que se consiga

acertar se repeti ao longo da vida.

O jogo tem também como objetivo, trabalhar a criança para a socialização,

pois no inicio de seu desenvolvimento, ela é muito individualista, todos os

36

brinquedos e jogos são trazidos para si e, por meio do jogo e do brinquedo, ela

começa a dividir, a ceder e, desta forma, começa a interagir com o outro. (ALVES

2017 p.86)

Piaget (apud. Freire 2010 p.106) divide os jogos em três tipos: Jogo de Exercício,

Simbólico e de Regras.

Jogo de Exercício

Neste tipo de jogo o ato corporal tem por finalidade o prazer funcional.Ele

afirma que é a única forma de jogo possível para as crianças do período sensório-

motor , isto é,as que ainda estruturaram as representações mentais que

caracterizam o pensamento.

Piaget (apud. Pozas 2013 p.42)afirma também que é através deste jogo que

a repetição com caráter lúdico resulta na formação de hábitos, os quais, são a

principal forma de aprendizagem no primeiro ano de vida e constituem a base para

as futuras operações mentais.

Jogo simbólico

Segundo Piaget (apud. Freire 2010), este tipo de jogo não tem limites

funcionais, o mesmo exerce papel semelhante ao do jogo de exercício, acrescenta

um espaço onde se podem resolver conflitos e realizar desejos que não foram

possíveis em situações lúdicas.

Neste jogo a realidade é assimilada por analogia: como a criança pode ou

deseja compreender as coisas, afetiva ou cognitivamente, segundo seus limites de

seu sistema cognitivo. ( Pozas 2013 p.42)

37

Jogos de Regras

No jogo de regras existe uma forma mais estruturada. Representam as

coordenações sociais, as normas a que as pessoas se submetem para viver em

sociedade. (FREIRE 2010)

Este jogo contém as propriedades dos outros dois tipos de jogos. Do jogo de

exercício herda à repetição, já os simbólicos, a convenção, ou seja, as regras são

combinações arbitrárias que os participantes do jogo fazem. Neste tipo de jogo é de

caráter coletivo, pois os participantes dependem uns dos outros para jogar. (PAZOS

2010 p.42)

Almeida (2014 p. 113), afirma que os jogos podem ser classificados de várias

formas, para ele a melhor maneira de concebê-los é encarando-os como forma de

crescimento psicossocial. Lopes ( 2011,apud. Almeida 2014) , considera que o jogo

pode ser descrito de três formas:jogos afetivos,cognitivos e corporais.

Os jogos afetivos

São aqueles que possibilitam que as crianças tenham trocas afetivas intensas

durante a sua realização. É neste momento em que se percebe o nível de

amadurecimento ou de imaturidade da criança.(ALMEIDA 2014 p. 113)

Neste tipo de jogo, trabalha-se em dupla, em trios ou pequenos grupos, estes

momentos são importantes, pois as crianças tem a possibilidade de resolver

problemas, conflitos ,perceberem a importância do outro, ou seja, este jogo contribui

para que a criança aprenda a lhe dar com seus conflitos emocionais e afetivos, e

também aprendam a partilhar, a dividir e também a perder .

38

Os jogos cognitivos

São aqueles que estão mais voltados ao desenvolvimento do raciocínio

lógico-matemático. São estes jogos que ampliarão a percepção e o cálculo mental,

condições primárias de uma aprendizagem satisfatória. (ALMEIDA,2014 p.114)

Estes jogos necessitam de bastante atenção e concentração e, é por isso que

estes tipos de jogos são importantes e se fazem necessários na vida da criança,

para que a mesma desenvolva estas valências, que irão lhe acompanhar em toda

sua vida acadêmica.

Os jogos corporais

São os que necessitam de uma boa dose de atividade motora,eles

desenvolvem as valências físicas como a velocidade,a agilidade,a coordenação

motora,etc.Neste tipo de jogo é preciso que a criança coloque seu corpo à

disposição da atividade que está sendo desenvolvida.

Enfim, para Lopes (apud. ALMEIDA 2014), através dos jogos pode se

desenvolver outras características como: Trabalhar a ansiedade,rever os

limites,reduzira descrença na autocapacidade,diminuir a dependência e possibilita a

autonomia,aprimora as coordenações motoras,melhora o controle

segmentar,desenvolve a percepção de ritmo,aumenta a atenção e a

concentração,desenvolve antecipação e estratégia,amplia o raciocínio lógico e

desenvolve a criatividade

Então, uma das melhores coisas a se fazer com os filhos, com os alunos, com

as crianças ou mesmo só fazer é brincar, prepará-los para serem pessoas melhores

e oportunizá-los para eles aprenderem pela própria experiência. Fazê-los

compreender melhor, conhecer o outro e saber a respeito do outro. (ALVES,2016

p.81)

39

CONCLUSÃO

Segundo a bibliografia que serviu de embasamento a este estudo, não há

dúvidas sobre as contribuições da Psicomotricidade e do papel brincar para o

desenvolvimento infantil, bem como a relação dessas atividades no processo

educacional de crianças da Educação Infantil.

Para a realização da pesquisa tendo em vista as questões norteadoras,

buscou-se referencial bibliográfico sobre as contribuições da Psicomotricidade, o

papel do brincar e sobre o aprender na brincadeira no processo de desenvolvimento

de crianças da Educação Infantil.

Após a realização deste estudo, foi possível observar as diversas

contribuições da Psicomotricidade, e como é de suma importância que a mesma

faça parte do processo educacional, pois a educação psicomotora proporciona a

criança a tomada de consciência de seu corpo e as possibilita se expressar por

meio desse corpo, localizando-se no tempo e no espaço.Também pôde-se

constatar que através de atividades psicomotoras as crianças se desenvolvem de

forma significativa nas áreas motora,afetiva e psíquica.

Para Vygotsky(apud. Pazos 2013, p.43):

O brincar e o brinquedo criam na criança uma nova forma de

desejos. Ensinam-na a desejar, relacionado seus desejos a um

fictício, ao seu papel no jogo e suas regras. Dessa maneira, as

maiores aquisições de uma criança são conseguidas no

brinquedo;aquisições que,no futuro,tornar-se-ão seu nível

básico de ação e moralidade.

Desta forma, pode se afirmar que o brincar é uma atividade cotidiana da

criança, na qual ela pode expressar sua forma de pensar, ordenar e construir a

realidade experimenta o novo, criar com as experiências adquiridas na sua relação

com o mundo e ampliar essa experiência, interiorizando novas ordens e novas

interrelações entre objetos e entre o sujeito. Desta forma, não resta dúvidas sobre a

influencia e o papel do brincar no desenvolvimento integral das crianças.

40

A brincadeira é uma necessidade do ser humano, não só da criança, pois

estes momentos de descontração facilitam a aprendizagem, o desenvolvimento

pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara um estado

interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e

construção do conhecimento.

Por meio do jogo é possível criar situações que coloquem a criança em experiência

motora e emocional, situações estas que auxiliam no seu desenvolvimento e na

manutenção de seu acervo motor e controle das emoções.

Portanto, cabe ressaltar que as atividades lúdicas devem estar presentes não só nas

aulas de Educação Física e nos intervalos entre as aulas, mas sim, em todas as

outras disciplinas e atividades desenvolvidas pela escola, já que através dessas

atividades há o desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo da criança, por isso é

necessário que todos que estão envolvidos no processo de ensino de forma direta

ou indireta desejem fazer de suas praticas momentos prazerosos para si e para seus

alunos. Pois quando as crianças brincam, há o desenvolvimento da imaginação,

construção de relações reais entre elas, além de elaborarem regras de organização

e convivência.

Então, diante das informações obtidas neste estudo,foi possível observar a

importância do brincar para o desenvolvimento da criança,bem como também ficou

claro que, para que isto aconteça o adulto precisa assumir seu papel que é muito

mais rico e dinâmico do que um mero observador,pois é a ele que compete dar às

crianças a possibilidade de ampliar o universo de conhecimentos e experiências das

criança,dando a elas a oportunidade de brincar , criar e transformar o real.

Também cabe ressaltar a importância que as instituições de ensino

principalmente as de Educação Infantil, devem dar para a realização de atividades

lúdicas, disponibilizando cada vez mais recursos didáticos e espaços para esta

realização, uma vez que essas atividades facilitam o aprendizado e o

desenvolvimento infantil.

41

BIBLIOGRAFIA

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44

ÍNDICE

CAPA 01

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05 METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

A Psicomotricidade e suas contribuições 10

CAPÍTULO II

O papel do brincar 20

CAPÍTULO III

Aprender na brincadeira 29

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA 41

WEBGRAFIA 42

ÍNDICE 44

45

46

.

47