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  • UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ

    DO MESTRE

    Rita de Cssia Oliveira Motta

    ESTIMULAO PSICOMOTORA NA ESCOLA : UMA

    ABORDAGEM DO TRABALHO DOCENTE NA EDUCAO

    INFANTIL.

    Orientadora: Prof. Mary Sue

    Rio de Janeiro

    Tijuca

    2007

  • 2

    A ESTIMULAO PSICOMOTORA NA ESCOLA: UMA ABORDAGEM DO TRABALHO DOCENTE NA EDUCAO

    INFANTIL

    Monografia de final de Curso, apresentada na Universidade Candido Mendes, Campus Tijuca, como requisito parcial para obteno do grau do Instituto A Vez do Mestre, no curso de psicomotricidade, por Rita de Cssia Oliveira Motta.

    Rio de Janeiro

    2007

  • 3

    AGRADECIMENTO

    Primeiramente a Deus pela ddiva da vida e por estar ao meu lado em todos os momentos da minha longa caminhada.

    Aos meus amigos e familiares que me incentivaram e estiveram ao meu lado no decorrer do curso.

  • 4

    DEDICATRIA

    A todos os professores do Curso de Psicomotricidade que contriburam e

    compartilharam de seus conhecimentos, ajudando para a minha formao

    profissional e pessoal.

    Em especial, a professora Mary Sue que com sua pacincia, ateno e incentivo

    me auxiliou nessa conquista, fazendo-me refletir sobre os melhores caminhos a

    tomar em minha nova profisso.

    Aos meus colegas de curso, onde aprendemos e discutimos juntos sobre as

    diversidades e a riqueza da psicomotricidade para a nossa profisso.

    MOTTA. Rita de Cssia. A estimulao psicomotora na escola: uma abordagem do trabalho docente na Educao Infantil. 2007. p 37. Trabalho de Concluso do Curso de Psicomotricidade. Universidade Candido Mendes, Rio de Janeiro, 2007.

  • 5

    RESUMO

    Esta pesquisa foi realizada com a finalidade de analisar a importncia da

    Psicomotricidade para o desenvolvimento integral da criana na educao infantil.

    Um trabalho tendo como embasamento o homem na sua totalidade,

    vislumbrando-o como ser biopsicossocial.

    A justificativa que norteia o trabalho proposto a necessidade de

    fundamentao e de subsdios tericos-cientficos sobre a relao da

    Psicomotricidade com o desenvolvimento harmonioso da criana na educao

    infantil, visando favorecer o desenvolvimento integrado dos domnios cognitivo,

    afetivo-social e psicomotor e procurando mostrar que atravs dos jogos e

    atividades ldicas pode-se proporcionar um processo de ensino-aprendizagem

    significativo e contextualizado, numa viso ampla e fundamentada na criana.

    O estudo limita-se verificao da influncia da Psicomotricidade no

    desenvolvimento global da criana na etapa pr-escolar da educao infantil.

    Estando a mesma, portanto, na faixa etria de quatro a seis anos e no estgio

    pr-operatrio de desenvolvimento. Vincula-se aos elementos bsicos da

    Psicomotricidade.

    Para tal, dissertou-se sobre os aspectos epistemolgicos da

    Psicomotricidade; sobre os elementos bsicos da Psicomotricidade; fez-se

    referncia educao infantil, destacando a importncia do corpo, do movimento

    e da ludicidade na mesma; verificou-se os estgios de desenvolvimento infantil e

    mais especificamente o desenvolvimento na educao infantil e a sua relao

    com a Psicomotricidade; por fim, relacionou-se a Psicomotricidade, a educao

    infantil e o desenvolvimento biopsicossocial.

    Por ser uma pesquisa bibliogrfica fez-se exclusivamente investigao,

    sistematizao, ordenao de idias, aprofundamento, juzo crtico e

  • 6

    interpretao do tema exposto, no obstante, sem discorrer sobre programas de

    aulas ou exerccios especficos.

    Constatou-se no referido estudo que a Psicomotricidade aplicada criana

    na educao infantil, favorece o desenvolvimento do indivduo em sua totalidade.

    Por conseguinte, mister resgatar o carter meritrio do movimento humano.

    Prope-se uma pedagogia centrada no aluno e apoiada na ludicidade,

    interao coletiva e criatividade. preciso ousar, buscar e criar novas alternativas

    metodolgicas, despertando na criana a paixo de conhecer e o prazer de

    descobrir, propiciando uma melhoria na qualidade de vida.

    PALAVRAS CHAVE: Psicomotricidade, educao infantil e criana.

  • 7

    SUMRIO

    INTRODUO........................................................................................................9

    CAPTULO I - A PSICOMOTRICIDADE...............................................................13

    1.1- Aspectos Epistemolgicos da Psicomotricidade............................................13

    1.2- Elementos Bsicos da Psicomotricidade.......................................................18

    1.2.1- Esquema Corporal......................................................................................19

    1.2.2- Lateralidade.................................................................................................21

    1.2.3- Orientao Espao-temporal.......................................................................22

    CAPTULO II- A EDUCAO INFANTIL.............................................................26

    2.1- Corpo, Movimento e Ludicidade na Educao Infantil...................................28

    2.2- Estgios de Desenvolvimento Infantil............................................................31

    2.3- O Desenvolvimento na Educao Infantil......................................................32

    CAPTULO III- A INFLUNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAO

    INFANTIL.............................................................................................................34

    3.1- A Psicomotricidade e o Desenvolvimento Infantil..........................................34

    3.2- Psicomotricidade, Educao Infantil e o Desenvolvimento Biopsicossocial .36

  • 8

    CONCLUSO.......................................................................................................39

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS.....................................................................41

  • 9

    INTRODUO

    A evidncia cada vez maior da importncia do desenvolvimento psicomotor

    nos processos que envolvem o aprendizado, voltado para a sistematizao de

    certos contedos curriculares, conduz os estudos atuais.

    Em torno da ao psicomotora giram as possibilidades de atuao, atravs

    do corpo, sobre o psiquismo e as funes instrumentais da adaptao ao meio.

    Procurou-se pesquisar sobre a Psicomotricidade atuando sobre as esferas

    relativas aos processos de aprendizagem, englobando aspectos do

    desenvolvimento cognitivo, afetivo-social, motor e da personalidade como um

    todo, dando nfase no carter dinmico e ldico, onde o jogo entra favorecendo a

    educao e levando a criana a aprender, brincando.

    Em razo do seu prprio objeto de estudo, isto , o indivduo humano e suas

    relaes com o corpo, a Psicomotricidade uma cincia encruzilhada, ou mais

    exatamente, uma tcnica em que se cruzam e se encontram mltiplos pontos de

    vista, e que utiliza as aquisies de numerosas cincias constitudas. Dispe-se a

    desenvolver as faculdades expressivas do indivduo. Implica uma concepo

    radicalmente nova do corpo humano e obriga a pensar as estruturas

    psicossomticas em novos termos.

    Para CLAUDE COSTE (1992), a Psicomotricidade empenha-se em superar

    a oposio: o homem o seu corpo e no o homem e seu corpo.

    A histria da Psicomotricidade no muito extensa. O termo surgiu em

    discursos mdicos no incio do sculo atual, com os trabalhos de DUPR. Mas,

    pelo fato de se ter definido segundo a concepo que o homem tem seu corpo,

    sua histria ganha razes nas origens a humanidade consciente. A histria da

    Psicomotricidade nasce como a histria do corpo.

  • 10

    Foi a partir do sculo XIX, segundo MEUR & STAES (1989), que comeou a

    ser estudado o corpo, primeiramente por neurologistas e posteriormente, por

    psiquiatras.

    No campo cientfico o pioneiro da Psicomotricidade HENRI WALLON em

    1925, iniciando sua obra no campo psicolgico da criana. Inicia tambm as

    primeiras tentativas reeducao psicomotora, pois segundo ele, citado por

    CLAUDE COSTE (1992) Seguindo em todas as crianas a organizao das

    funes do sistema nervoso central medida que se opera a maturao,

    podemos reabilitar as manifestaes prprias das suas funes em causa(p.15)

    A interveno psicomotora possui pontos bsicos, que so: o papel da

    funo tnica e da emoo nos progressos de atividades de relao; a

    importncia da atividade postural e da atividade sensrio-motora, como pontos de

    partida do desenvolvimento intelectual da criana.

    De acordo com LA TAILLE, OLIVEIRA & DANTAS (1992) citando WALLON,

    o movimento a nica expresso e o primeiro instrumento do psiquismo. A

    Psicomotricidade concebe determinantes biolgicos e culturais do

    desenvolvimento da criana como dialticos e no redutveis uns aos outros. Da

    a importncia para elaborar uma teoria psicolgica que estabelea relaes entre

    o comportamento, o desenvolvimento da criana e a maturao do sistema

    nervoso central, pois s nesta medida se podem construir estratgias educativas,

    teraputicas e reabilitativas adequadas s suas necessidades especficas. A

    Psicomotricidade, desta forma, traduz a solidariedade entre as atividades

    psquicas e motoras.

    Para LE BOULCH (1986), a Psicomotricidade hoje concebida pela

    integrao superior da motricidade, produto de uma relao entre a criana e o

    meio, e instrumento atravs do qual a conscincia se forma e se materializa.

  • 11

    A criana estabelece assim, a relao com o mundo externo atravs da

    circulao entre as percepes e os movimentos, transformando a inteligncia

    prtica ou sensrio-motora em inteligncia reflexiva.

    Se o sujeito constri seu conhecimento na interao com o meio fsico e

    social, logo, esta construo depender das condies do sujeito e das condies

    do meio.

    O indivduo no uma soma desintegrada de partes no relacionadas. O

    ser um organismo integrado. A simples observao do homem no seu

    cotidiano, leva a concluir que todos os gestos do ser humano so globais. H

    uma interveno de todo o corpo e no de algumas partes. Esta viso de

    aprendizagem integral apia-se no princpio da totalidade. A teoria da totalidade

    parte do reconhecimento Aristotlico de que o todo mais que a soma de suas

    partes, teoria holstica.

    Dentro desse processo global, existe uma maneira de alcanar os objetivos

    educacionais por intermdio do corpo. A Psicomotricidade, por meio de atividades

    corporais e de expresso artstica, procura atender as necessidades de

    indivduos que anseiam ser completos, alm de poder oferecer espao ldico,

    amplo e estimulante criatividade num perfeito inter-relacionamento da criana

    entre o mundo exterior e o mundo interior.

    Especialmente no que tange a educao infantil, defende-se a construo

    do intelecto pela relao entre o pensamento, ao e emoo, atravs da

    atuao do prprio corpo, de forma ldica e prazerosa.

    Como cita MARINHO (1993):

    O ato de brincar a melhor metodologia para dar criana

    condies de desenvolver suas potencialidades e caminhar, de

    descoberta em descoberta, criando solues e aprendendo a viver e

    a conviver com as demais. De descoberta em descoberta, a criana

    agua sua curiosidade, passando a manifestar, atravs das formas

  • 12

    mais variadas de expresso (brincadeiras, desenhos, moldagens e

    msicas), as bases de sua personalidade em desenvolvimento.

    (p.33)

    Na educao infantil, onde a maioria das vezes os trabalhos se realizam sob

    formas ldicas e espontneas, onde a disciplina brota naturalmente, pois h

    ainda formas perturbadoras do relacionamento aluno-professor, que nas

    brincadeiras do grupo social, a criana a preservadora dos traos culturais do

    seu grupo. Priorizando-se as atividades motoras ldicas, permitir-se- que a

    criana prossiga na organizao de sua imagem de corpo ao nvel do vivido,

    servindo como ponto de partida para a sua organizao prtica em relao ao

    desenvolvimento das atitudes de anlise perceptiva.

    O movimento parte imprescindvel na vida do ser humano, sendo suporte

    para o desenvolvimento biopsicossocial do indivduo.

    Pretende-se com a Psicomotricidade que os alunos desenvolvam de forma

    integral e harmoniosa as trs reas inerentes aos comportamentos da natureza

    humana (cognitiva, afetivo-social e psicomotora), respeitando as individualidades

    e realidades das crianas.

  • 13

    CAPTULO I

    1- A PSICOMOTRICIDADE

    1.1- Aspectos Epistemolgicos da Psicomotricidade

    Abordar a epistemologia da Psicomotricidade , de alguma forma, dedicar-

    se apreciao da viso do corpo ao longo da civilizao humana.

    A viso antropolgica tradicional aprisionou o corpo, submetendo-o ora ao

    comando do pensamento, ora ao rigor do esprito.

    De Plato a Descartes viu-se o privilgio do pensar sobre o existir, onde a

    existncia decorrncia do pensamento.

    O fenmeno da corporeidade foi entendido pela antropologia clssica, como

    sendo algo complicado e, na tentativa de simplific-lo, perdeu-se a sua unidade

    original, a sua relao com os outros e com as coisas.

    O corpo pensado, que ao longo da histria perdeu a sensibilidade de confiar

    em suas sensaes; corpo perfeito, determinado, explicado, com reaes

    previsveis, disciplinado e que jamais compreendeu a insustentvel leveza do ser,

    perde terreno. A idia de corpo substituda pela experincia corporal.

    O corpo sujeito passa a tomar lugar do corpo objeto, e a experincia tida

    como significativa a que se relaciona como corpo vivido, complexo, misterioso,

    na busca permanente de sua auto-superao.

    Essa mudana deve provocar na Cincia e na Educao significativas

    alteraes. Exige-se o abandono das dicotomias tradicionais, do pensamento

    dualista entre mente e corpo, corpo e esprito, sensvel e intelegvel, ao mesmo

  • 14

    tempo em que se buscam razes crticas para justificar Cincia e Educao.

    (ASSMANN, 1993)

    O corpo sujeito exige uma ao educacional estruturada no pensamento

    dialtico, na cincia humana, na produo de conhecimento que garanta a vida

    de forma holstica, onde o todo mais que a soma de suas partes. O todo

    bsico e as partes so secundrias; as partes desempenham o seu papel tendo

    em vista o objetivo para o qual o todo existe. As coisas deveriam comear a partir

    do todo como uma premissa e as partes e suas relaes deveriam evoluir. A

    integrao a condio do inter-relacionamento das muitas partes dentro de

    uma.

    Segundo FREIRE (1991), torna-se urgente, uma reflexo sobre motricidade,

    particularmente no que tange anlise do homem que se movimenta em direo

    a sua transcendncia, ao seu fazer histrico e cultural. No basta mais a anlise

    de mecnica do movimento, h que se estudar e pesquisar a complexidade da

    ao motriz, contextualizando-a e relacionando-a com as outras reas do

    conhecimento humano.

    Optar pela vivncia do corpo no significa abandonar o ato de pensar, deve-

    se relacionar um com o outro. O corpo vivido concretiza o pensamento.

    O homem, sempre dividido em partes ao longo da histria; uma sensvel e

    outra intelegvel, uma parte fsica e outra espiritual, um corpo e uma mente,

    matria e alma, deve ser discutido, denunciado, revisto e, de preferncia

    transformado.

    Segundo FREIRE (1991, p.35): O corpo pede desculpas por ter inventado a

    alma. Essa viso de homem fragmentado deve ser universo de preocupaes de

    profissionais que lidam com tais questes.

    Busca-se a essncia da compreenso holstica da realidade, onde se tem a

    idia de que a natureza se constitui num todo unificado e coerente, num

    processo integral e integrado, com os sujeitos e objetos participando de uma

  • 15

    unidade formada pelo seu mtuo relacionamento. Uma compreenso holstica da

    criana compe com seu corpo, suas emoes, seus pensamentos, sua cultura e

    suas expresses sociais, um quadro unificado. Holisticamente, a criana faz parte

    do contexto do objeto, uma vez que precisa entrar em contato com aquilo que

    pretende conhecer, pois o processo de conhecimento inclui a conscientizao

    dos objetos de conhecimento.

    Os estudos realizados at o momento, em torno da Psicomotricidade

    circulam entre o conhecimento que, em seus aspectos extremos, podem ser

    includos entre as teorias de natureza organicista e teorias de natureza

    psicogenticas. Torna-se importante sinalizar que no se trata de um estudo

    linear e sim dialtico, acarretando certa complexividade advinda de processos

    envolvendo a natureza, as origens e os limites do conhecimento sobre o

    comportamento humano e certamente, do movimento corporal e de sua

    intencionalidade.

    As duas orientaes tericas de estudo do homem referido, encontram uma

    razo histrica, que CLAUDE COSTE (1992) situa em Plato. Aristteles e

    Galileu.

    Plato v que o corpo est a servio da alma, pois conforme a sua opinio,

    a sade do corpo uma virtude desde o instante em que o corpo est

    desempenhando uma ao voltada para o desenvolvimento e emprego dos

    valores morais e intelectuais.

    Em Aristteles, as idias se expandem de forma diferenciada, na medida em

    que no se afastando da matria, aproxima-se das funes da alma, chegando

    s paixes e certamente, aos fatos psicolgicos.

    Galileu revoluciona a fsica aristotlica transformando-a numa cincia

    experimental, isto , de cincia sensvel em cincia intelegvel, percebendo a

    totalidade do real como uma organizao do pensamento e da matria.

  • 16

    Pensamentos posteriores, desenvolvidos por Descartes, revelam o dualismo

    metafsico que acarretar o problema de definir a relao e a ao recproca

    entre duas substncias heterogneas, constitudas pelo esprito e pela matria.

    Assim, as especulaes sero orientadas tanto para o mecanismo quanto para o

    determinismo, no sentido do que vem a ser corpreo, possilbilitando a liberdade e

    a finalidade das substncias espirituais, at surgir a necessidade de explicitao

    do eu, mesmo independente do corpo, com seus atributos de substncias

    pensante e determinante.

    A partir destas especulaes de ordem filosficas, desenvolve-se as

    correntes cientficas sobre a gnese do homem, circunscrevendo-o em um

    espao psico-filosfico, psico-afetivo e psicossocial, que por si s oferecem uma

    ordenao lgica e organizacional da Psicomotricidade, no que tange sua

    natureza e origem.

    As abordagens ao conceito de Psicomotricidade tm sido numerosas,

    sobretudo do ponto de vista da Psicologia, da Neurologia e da Psiquiatria infantil.

    Devido diversidade dos modos de abordagem, a Psicomotricidade toma

    significados diferentes. Assim, FONSECA (1995) a divide em trs campos: campo

    educacional, campo teraputico e campo de educao psicomotora.

    O propsito da educao psicomotora educar sistematicamente as

    diferentes condutas motoras e psicomotoras, com a finalidade de facilitar a ao

    das diversas tcnicas educativas e permitir, assim, uma melhor integrao

    escolar e social.

    A histria do conhecimento delineia de forma clara a importncia da relao

    do indivduo com seu meio, levando compreenso de que o organismo para

    atualizar-se, submete-se s exigncias desta relao que permite organizao

    primitiva neurofisiolgica, uma evoluo tal que dar acesso a sistemas muito

    mais complexos, estruturando os fundamentos das teorias do desenvolvimento e

    da aprendizagem.

  • 17

    Os aspectos psico-fisiolgicos, psico-afetivos e psicossociais so

    dimensionados por fatores espao-temporais, levando noo de que a

    motricidade no est limitada s superfcies corporais, pois transcende os limites

    espaciais atravs do movimento corporal e desta maneira, a motricidade passa a

    ser a projeo de um mundo, o prprio homem em outor mundo, o

    desenvolvimento.

    Face aos objetos deste estudo, parece necessrio referenciar alguns

    autores. Na viso de PIAGET, segundo LA TAILLE et al. (1992), as crianas so

    capazes de reconhecer e, especialmente, de representar, somente aquelas

    formas que possam reconstruir efetivamente a partir de suas prprias aes.

    Segundo ele a motricidade desempenha papel vital na inteligncia antes da

    aquisio da linguagem, o que distingue a sua posio das afirmaes

    WALLONIANAS.

    Para WALLON (apud LA TAILLE et al; 1992), desde o nascimento h uma

    fuso afetiva que se expressa atravs de fenmenos motores, organizando-se

    posteriormente o que ele vem chamar de dilogo tnico, representando tanto um

    investimento corporal, quanto afetivo. A diferena para Piaget estrutural, onde

    qualquer ao qualifica-se como estrutura afetiva, enquanto que o esquema

    como organizao sensrio-motora, constitui uma estrutura cognitiva.

    Analisando-se epistemologicamente a Psicomotircidade, verifica-se que a

    ao consciente e intencional, representativa de todo um processo maturacional,

    se processa ao longo do tempo e ser a base para a compreenso do

    comportamento infantil.

    O que se pretende a busca do equilbrio, isto , da adaptao do indivduo

    na sua relao com o meio, na expectativa de um ser global, envolvendo as

    prticas psicomotoras, atuando sobre o corpo, a mente e sobre a afetividade,

    numa relao saudvel de troca com o mundo externo, de onde partem as

    motivaes que conduzem ao e s mudanas.

  • 18

    Psicomotricidade uma cincia que tem por objetivo o estudo do homem,

    atravs do seu corpo em movimento, nas relaes com seu mundo interno e

    externo, pode ser vista como um processo ensino-aprendizagem e, como tal,

    apresenta tcnicas que se propem a auxiliar o educando no aproveitamento e

    desenvolvimento das potencialidades existentes, respeitando as individualidades.

    Vrias pesquisas na rea da Psicomotricidade visam demonstrar a

    importncia de se trabalhar o desenvolvimento integral da criana em seus

    aspectos biolgicos, psicolgicos e socioculturais, pois verifica-se um grau de

    independncia entre os domnios do comportamento.

    Todo movimento indissocivel do psiquismo que o produz e implica deste

    fato a personalidade total, contrariamente, o psiquismo, nos seus diferentes

    aspectos, indissocivel dos movimentos, que condicionam ainda seu

    desenvolvimento.

    1.2- Elementos Bsicos da Psicomotricidade

    O desenvolvimento psicomotor indispensvel para toda a obra da

    Psicomotricidade e abrange trs estruturas, que so elementos bsicos ou pr-

    requisitos favorveis ao processo de ensino-aprendizagem: o esquema corporal,

    a dominncia lateral (laterralidade) e a orientao espao-temporal.

  • 19

    1.2.1- Esquema Corporal

    Partindo da premissa que o intelecto se constri a partir da relao com a

    atividade motora, faz-se necessrio antes de tudo, que a criana tenha

    conhecimento adequado do seu corpo.

    Esquema corporal a conscincia do prprio corpo, de suas partes, dos

    movimentos corporais, das posturas e das atitudes, tanto em repouso como em

    movimento.

    O esquema corporal um elemento bsico indispensvel para a formao

    da personalidade, pois a mesma se desenvolver em funo de uma progressiva

    tomada de conscincia de seu corpo, de suas possibilidades de agir e

    transformar o mundo sua volta. a representao relativa global e diferenciada

    que a criana tem do seu prprio corpo. Na medida em que o indivduo controla

    seu corpo e seus sentimentos, gradativamente ele ir conduzir-se com mais

    segurana no meio em que vive.

    O desenvolvimento do esquema corporal tem por objetivos levar o indivduo

    ao conhecimento do seu prprio corpo, utilizando-o atravs de um autodomnio e

    adaptando-o a necessidade de deslocamento em posio ereta; possibilitar a

    inibio dos movimentos e consequentemente, o controle do eu corporal.

    Para elaborao do esquema corporal, a criana atravessa nveis de

    desenvolvimento e experincias constantes desde o nascimento. Inicialmente

    atravs da boca; sucessivamente atravs de sensaes tteis, onde descobre as

    mos como parte integrante de seu corpo; posteriormente, descobre os ps e

    incorpora da mesma maneira que as mos. A integrao do tronco ocorre depois,

    quando comea a se locomover, sentindo seu corpo. Ocorre a configurao total

    do indivduo; a diferenciao entre interior e exterior. Finalmente, partindo do seu

  • 20

    corpo e do que est ao seu redor, a criana estabelece a organizao do espao

    e conquista do mesmo.

    O esquema corporal apresenta quatro etapas, conforme LE BOULCH

    (1986): O Corpo Vivido; O Conhecimento das Partes do Corpo; A Orientao

    Espao-Corporal e a Organizao Espao-Corporal.

    A etapa do corpo vivido se d pela experincia vivida do movimento global,

    ou seja, a percepo global do corpo.

    Para LE BOULCH (1986, p.71), no estgio do corpo vivido a experincia

    emocional do corpo e do espao termina com a aquisio de numerosas praxias,

    que permitem a criana sentir seu corpo como um objeto total no mecanismo da

    relao.

    O conhecimento das partes do corpo a tomada de conscincia de cada

    segmento corporal, de forma proprioceptiva e externoceptiva. A criana deve ser

    capaz de unificar todas as partes do corpo de forma a encontrar a imagem

    corporal, que a percepo e sentimento em relao ao seu prprio corpo.

    Nessa etapa aprende nomes e funes de cada parte do corpo.

    A orientao espao-corporal a conscincia de que o corpo pode tomar

    diferentes posies, mesmo no estando em movimento.

    Na organizao espao-corporal, a criana poder exercitar todas as

    possibilidades corporais, pois conhece as partes do corpo, a disposio e as

    posies. Portanto, vai se movimentar de forma analtica, chegando a um

    domnio corporal atravs de exerccios de coordenao, equilbrio, inibio e

    destreza; e de forma sinttica, prevendo e adaptando seus movimentos ao

    objetivo a ser alcanado, ou expressando, por intermdio de seu corpo, uma

    ao, um sentimento, uma emoo.

  • 21

    A evoluo do gesto e da linguagem aspecto importante na formao do

    esquema corporal, que se realiza numa relao contnua que inclui o eu e o

    mundo dos outros e dos objetos.

    Portanto, durante a educao infantil, os nveis de esquema corporal a

    serem alcanados seriam: nomear e apontar partes do corpo; movimentar partes

    do corpo de todas as maneiras e descrever os movimentos; localizar sensaes,

    identificando-as; representar graficamente o corpo; expressar-se corporalmente e

    dominar o dilogo corporal.

    1.2.2 - Lateralidade

    Durante o crescimento, defini-se a dominncia lateral de uma criana. Esta

    dominncia baseada em fatores neurolgicos, mas tambm, influenciada por

    hbitos sociais.

    A lateralizao a traduo de uma predominncia motora que incide

    sobre os segmentos direitos ou esquerdos, LE BOULCH (1987, P. 61 E 62).

    A lateralidade pode ser homognea, cruzada ou ambidestra. Influi na idia

    que a criana tem dela mesma, na formao do esquema corporal, na percepo

    da simetria de seu corpo. Contrubui para determinar a estruturao espacial ao

    perceber o eixo do seu corpo e o ambiente em relao a esse eixo.

    LE BOULCH (1987), afirma que: ao redor dos 04 anos, que a preferncia

    lateral da criana se afirma. Algumas tm, j nesta idade, a predominncia do

    lado esquerdo, que se refora progressivamente, outras a tem do lado direito, que

    tambm vai se reforando (p.61).

    A melhor e mais correta definio da lateralidade caminha junto com uma

    boa escrita, envolvendo a orientao espacial e temporal.

  • 22

    Assim no se deve modificar na criana uma preferncia manual j

    estabelecida, e sim trabalhar exerccios que venham reforar o seu lado

    dominante, melhorando seu desenvolvimento.

    1.2.3 Orientao Espao-temporal

    Estruturao espacial a orientao e a construo do mundo exterior

    referindo-se primeiro ao prprio referencial, depois outros, em posio esttica

    ou em movimento. a tomada de conscincia do corpo em meio ao ambiente,

    isto , do lugar e da orientao que pode ter em relao s pessoas e s coisas.

    O desenvolvimento da orientao espacial est intimamente ligado ao

    desenvolvimento motor e ao esquema corporal. Esta orientao se faz medida

    que a criana comea a movimentar-se mais livremente. O espao se estrutura a

    princpio, em referncia ao prprio corpo e se organiza, atravs de dados

    proporcionados pelo esquema corporal e pela experincia pessoal.

    Essa estruturao do espao , segundo LE BOULCH (1987), uma tomada

    de conscincia da situao das coisas entre si; a possibilidade do indivduo

    organizar as coisas que o cercam, movimentando-as. Est dividida em quatro

    etapas: o conhecimento das noes, a orientao espacial, a organizao

    espacial e a compreenso das relaes espaciais.

    No conhecimento das noes, a criana dever perceber as diversas

    formas, grandezas e quantidades, para poder escolher o material e saber

    manipul-lo.

    Na etapa da orientao espacial, a criana quando j domina os termos

    espaciais, pode movimentar seu corpo de acordo com as noes de espao

  • 23

    (frente, trs, direita, esquerda, ao lado, ao redor, em cima, dentro, de costas,

    ao contrrio, em fila, em coluna...).

    Durante a fase de organizao espacial, a criana disponibilizar os objetos

    ocupando um espao delimitado para atingir um objetivo. A compreenso das

    relaes espaciais baseia-se no raciocnio a partir de situaes espaciais bem

    precisas.

    A estruturao espacial , portando, perceber as posies, direes,

    tamanhos, o movimento, a forma, enfim, todos os caracteres geomtricos do

    corpo.

    No existindo a noo espacial, dificilmente a criana ter um

    comportamento de adaptao ao meio ambiente e percepo das coisas.

    Os distrbios encontrados nesta rea esto estreitamente ligados aos

    distrbios da imagem corporal (dificuldade em relacionar-se com o mundo

    espacial). O primeiro passo no desenvolvimento desta rea fazer com que a

    criana tome conscincia dos dois lados de seu corpo e o relacione direo no

    espao. Da a importncia do desenvolvimento da lateralidade.

    extremamente difcil dissociar os trs elementos fundamentais da

    Psicomotricidade: corpo espao tempo. Portanto, quando se deseja que a

    criana adquira uma noo espacial no pode-se deixar de levar em

    considerao suas possibilidades e conhecimentos corporais, sua emotividade e

    seu prprio ritmo.

    H, pois uma relao entre pensamento e ao, envolvendo a emoo.

    Orientar-se no tempo situar-se em funo da sucesso dos

    acontecimentos; da durao dos intervalos; da renovao cclica de certos

    perodos; e do carter irreversvel do tempo. Estas seriam as etapas da

  • 24

    orientao temporal, que uma noo que se forma juntamente com as noes

    espaciais.

    A percepo do tempo mais complexa que a do espao e se manifesta

    mais tarde, atravs de momentos concretos de experincias. A dificuldade de

    orientao temporal ser mais ligada ao saber ouvir, enquanto que a espacial, ao

    saber ver.

    A capacidade de situar-se na ordem e sucesso dos acontecimentos trata-

    se de perceber e memorizar o que se passa antes, durante e aps e em que

    ordem os gestos foram feitos.

    A tomada de posio em relao a durao dos intervalos compreender o

    que se passa depressa, o que dura muito tempo; a diferena entre uma hora e

    um dia. a noo de ritmo regular e irregular; noo de cadncia rpida e lenta.

    Renovao cclica de certos perodos so os dias da semana, os meses e

    as estaes.

    Carter irreversvel do tempo perceber algo que j se passou, a noo

    de envelhecimento.

    Nas etapas de desenvolvimento da orientao temporal, inclui-se tambm o

    ritmo, que abrange a noo de ordem, de sucesso, de durao e alternncia.

    Para CLAUDE COSTE (1992, p.62), o ritmo o fator de estruturao

    temporal que sustenta a adaptao ao tempo.

    O ritmo traduz uma organizao dos fenmenos sucessivos, tanto no plano

    da motricidade quanto no plano da percepo dos sons emitidos no curso da

    linguagem. Logo, a orientao temporal se situa tanto no nvel perceptivo como

    no nvel de execuo motora.

  • 25

    Orientar-se temporalmente avaliar o movimento no tempo. A criana na

    educao infantil, geralmente avalia o tempo em termos de distncia, a distncia

    em termos de velocidade e a velocidade em termos de tempo.

    O tempo simultaneamente, durao, ordem e sucesso. A integrao

    desses trs necessria estruturao temporal do indivduo.

    Deve-se estimular a criana, que mostra inicialmente seu prprio ritmo,

    espontaneamente, para depois, lentamente, faz-la perceber a estrutura do ritmo

    que lhe solicitado.

    Em suma, orientao temporal a capacidade de apreenso da durao, da

    colocao no tempo, da velocidade, do princpio e do fim. fator importante para

    uma adaptao favorvel da criana ao meio.

    A estruturao espao-temporal permite no s o movimento e

    reconhecimento do prprio corpo no espao, mas tambm, d seqncia aos

    gestos, permite localizar as partes do corpo e situ-la no espao. Durante as

    aulas, os movimentos devem ser apresentados de forma a conscincia do prprio

    corpo, do espao, do tempo e do corpo em relao aos objetos, sejam

    enfatizados sistematicamente.

    Os domnios dos gestos, da estrutura espacial e da orientao temporal so

    trs fundamentos da escrita.

  • 26

    CAPTULO II

    2- A EDUCAO INFANTIL

    Tendo em vista que os primeiros anos de vida so de fundamental importncia para o desenvolvimento subseqente da criana, fica mais do que

    evidente a relevncia e o papel da educao infantil na formao integral do

    indivduo, para uma sociedade em contnua mudana.

    O conhecimento do mundo da criana nesse perodo depende das relaes

    que ela vai estabelecendo com os outros e com as coisas. O que conhece de si e

    das coisas insuficiente para estabelecer relaes de grupo e por isso, centra

    seu brinquedo em sua prpria atividade, em seus interesses. O egocentrismo ,

    portanto, a marca caracterstica da criana na educao infantil.

    PIAGET citado por FREIRE (1989):

    Chama-se de egocentrismo a essa centrao da criana nela

    mesma, no significando com isso uma hipertrofia da conscincia do

    eu, mas simplesmente uma incapacidade momentnea da criana de

    descentrar-se, isto , de colocar-se em outro ponto de vista que no o

    prprio. (p.19).

    Esse um aspecto que vai sendo modificado pouco a pouco e se o espao

    da escola permite que a criana haja em liberdade, ela vai gradativamente se

    socializando e estabelecendo relao de troca com as outras crianas.

    A criana, na educao infantil, necessita de desenvolvimento e ajustamento

    da Psicomotricidade, que responsvel pelo desenvolvimento do acervo motor

    da criana, ou seja, novas estruturas psicomotoras devem ser incorporadas e

    experincias motoras, adquiridas e ajustadas. A criana precisa de aptides

    perceptivas e estruturao espao-temporal para melhorar o esquema corporal.

  • 27

    necessrio ressaltar que a educao infantil deve vir de encontro s

    necessidades bsicas da criana. Segundo FREIRE (1989), A infncia um

    perodo muito intenso de atividades: as fantasias e os movimentos corporais

    ocupam quase todo o tempo da criana (p.16). Desta forma, deve-se partir

    daquilo que a criana conhece o movimento- para chegar s aprendizagens

    subseqentes.

    A educao infantil deve favorecer a criana que est em fase de intenso

    crescimento, oferecendo-lhes atividades adequadas e prazerosas, respeitando

    sempre suas caractersticas individuais e visando um equilbrio global da criana.

    Diz FREIRE (1989), que Emlia Ferreiro possivelmente concordaria em que

    de nada vale o enorme esforo para alfabetizao, se a aprendizagem no for

    significativa.

    Ainda segundo FREIRE (1989): O significado, nessa primeira fase da vida,

    depende, mais que em qualquer outra, da ao corporal. Entre os sinais grficos

    de uma lngua escrita e o mundo concreto, existe um mediador, s vezes

    esquecido, que a ao corporal. (p.20).

    O movimento tem papel fundamental para o desenvolvimento da

    inteligncia. A aprendizagem pelo movimento pode ser utilizada para que a

    criana conhea a si mesma e o mundo que a cerca, constituindo assim, o incio

    das operaes intelectivas.

    Uma criana bloqueada no seu espao de ao devido nsia por

    alfabetiz-la, acaba aprendendo a escrita e a leitura que lhe impem, mas no

    consegue estabelecer entre essa aprendizagem e o mundo, um elo de ligao.

    Para FREIRE (1989):

    Todos os movimentos produzidos num certo nvel podem e devem

    servir de base para outras aquisies mais elaboradas. Assim, atravs

    dos movimentos aprendidos, se atingiriam outros, mais difceis, ou

  • 28

    aquisies no-motoras, como por exemplo os intelectuais e os

    sociais. (p.84).

    A propriedade da criana constitui na atividade motora-ldica, fonte de

    prazer que permite prosseguir a organizao de sua imagem de corpo. A criana

    depende muito do movimento, precisa brincar para desenvolver-se amplamente.

    A educao infantil deve visar desenvolver harmoniosamente os aspectos

    fsicos, emocionais, sociais e intelectuais, mediante a proposio de atividades

    ldicas que promovam a curiosidade e a espontaneidade, estimulando novas

    descobertas e o estabelecimento de novas relaes a partir do que j se

    conhece.

    Na educao infantil, mais que em qualquer perodo, o brinquedo e o jogo

    sero fundamentais para as crianas. Deve-se predominar nesta fase o jogo

    educativo, isto , o jogo como recurso pedaggico, vinculado a um projeto

    pedaggico.

    FREIRE (1989) atentou para o fato de que descaracterizar a importncia

    pedaggica do brinquedo negar a prpria criana; , talvez, violent-la naquilo

    que ela tem de mais precioso. (p.75).

    2.1- Corpo, Movimento e Ludicidade na Educao Infantil

    Quando o trabalho na educao infantil visa buscar uma escola que atenda

    s necessidades da realidade social, os projetos pedaggicos centram seus

    objetivos nas crianas, entendendo que elas so seres em pleno processo de

    desenvolvimento, respeitando suas potencialidades e suas limitaes dentro do

    seu contexto social de vida.

  • 29

    Como afirma KISHIMOTO (1993): O jogo e a criana caminham juntos

    desde o momento que se fixa a imagem da criana como um ser que brinca,

    portadora de uma especificidade que se expressa pelo ldico; a infncia carrega

    consigo as brincadeiras que se perpetuam e se renovam a cada gerao.(p.11).

    Para respeitar a realidade da criana deve-se considerar o movimento e a

    ludicidade como atividade integrante do cotidiano infantil, pois estes so um canal

    de comunicao que permitem criana a apropriao do mundo, que a princpio

    e aparentemente, pertence somente aos adultos.

    O ato de brincar a melhor metodologia para dar criana condies de

    desenvolver suas potencialidades e caminhar de descoberta em descoberta,

    criando solues e aprendendo a viver e a conviver com os demais. Para que as

    crianas possam exercer sua capacidade de criar imprescindvel que haja

    riqueza e diversidade nas experincias e que sejam elas mais voltadas s

    brincadeiras. O brincar deve se constituir em atividade permanente ldica e

    depender dos interesses que as crianas apresentam nas diferentes faixas

    etrias.

    No ato de brincar, os sinais, os objetos e os espaos valem e significam

    outra coisa daquilo que aparenta ser, pois as crianas recriam e repensam os

    acontecimentos, favorecendo a auto-estima. Propiciando a brincadeira cria-se um

    espao no qual as crianas podem internalizar uma compreenso sobre as

    pessoas, os sentimentos e os diversos conhecimentos. Por meio das

    brincadeiras, o professor pode observar e constituir uma viso dos processos de

    desenvolvimento da criana, em conjunto e em particular.

    Na brincadeira, a criana recria aquilo que sabe sobre as mais diversas

    coisas. O brincar apresenta-se por meio de vrias categorias de experincias

    que so diferenciadas pelo uso do material ou dos recursos: o movimento e a

    mudana de percepo; a relao com os objetos; a linguagem oral e gestual; os

    contedos sociais e os limites definidos pela regra.

  • 30

    Ao brincar, jogar, imitar e criar ritmos e movimentos, as crianas se

    apropriam do repertrio da cultura corporal na qual esto inseridas. O brincar,

    para a criana, significa muito mais do que mexer as partes do corpo ou se

    deslocar no espao. A criana se expressa e se comunica por meio dos gestos e

    das mmicas. A capacidade de brincar abre, para a criana, uma possibilidade de

    decifrao dos enigmas que a rodeia.

    As atividades ldicas no esto simplesmente ligadas ao prazer. A

    imaginao e as regras so caractersticas definidoras da brincadeira. Brincar

    uma realidade da vida da criana e para isso no se deve impedir sua

    imaginao, pois a imaginao uma atividade mental que permite s crianas,

    relacionarem seus interesses e necessidades com a realidade de mundo que

    pouco conhecem, podendo interagir com o mundo dos adultos. na brincadeira

    que se expressa a forma como a criana reflete e reconstri o mundo sua

    maneira, um momento de investigao e construo de conhecimentos sobre si

    mesma e sobre o mundo num contexto de faz de conta, tambm um espao e

    um tempo onde a criana pode expressar de modo simblico, suas fantasias,

    seus desejos, medos e sentimentos.

    Jogos, sonhos, fantasias, sempre estiveram associados a coisas sem

    importncia, entretanto, as brincadeiras, enquanto promotoras da capacidade e

    potencialidade dos alunos, devem estar inseridos na prtica pedaggica. O

    brincar tem uma contribuio muito grande no desenvolvimento da criana,

    facilitando o desenvolvimento das habilidades motoras, a socializao e a

    integrao entre elas.

    O jogo uma forma de expressar-se e desenvolver-se fisicamente e

    mentalmente, uma atividade que enriquece a aprendizagem, servindo para

    avaliar o conhecimento e melhorar o relacionamento social.

    O ldico propicia criana, a interpretao do seu meio ambiente visto que

    essas experincias aumentam a funo cognitiva. A criana, atravs do jogo,

    adquire novas experincias, que podem ser internas ou externas, alm disso, o

  • 31

    jogo proporciona momentos de prazer e a criana aprende a lidar com seus

    sentimentos.

    As atividades ldicas na proposta da Psicomotricidade podem contribuir

    significativamente para a construo do conhecimento das crianas,

    principalmente se elas participarem efetivamente de todo o processo. Entretanto,

    no se deve fundamentar-se apenas num trabalho ldico pelo ldico, nem numa

    pedagogia espontanestica de aprendizagem. O ldico consiste em uma atividade

    didtico-pedaggica que tem muito a contribuir com o desenvolvimento de

    qualquer aula.

    Para que os movimentos ldicos na Psicomotricidade auxiliem o processo

    de construo do conhecimento da criana, preciso criar situaes para o

    desenvolvimento da autonomia, possibilitar aes que favoream a troca de

    opinies e sugestes em questes sugeridas durante as atividades.

    FREIRE (1989, p. 13-14), diz que pessoas ligadas rea educacional e,

    principalmente, professores das classes iniciais no podem esquecer que pelo

    menos at a 4 srie do ensino fundamental, a escola conta com alunos cuja

    maior especialidade brincar.

    O jogo e a brincadeira devem invadir o espao escolar a fim de transform-

    lo num espao de descobertas, de imaginao e de criatividade.

    2.2 Estgios de Desenvolvimento Infantil

    O desenvolvimento infantil analisado em suas diversas etapas. A partir

    deste procedimento de anlise, alguns problemas podem ser gerados, pois a

    idia que se forma que esses perodos de desenvolvimento so estanques, ou

    seja, que um deles comea num certo momento, exatamente quando termina o

  • 32

    outro. Todavia, quando se trata de seres humanos, no se pode ter preciso de

    desenvolvimento.

    O desenvolvimento infantil foi estruturado por PIAGET (1978), em quatro

    perodos: sensrio-motor, pr-operatrio, operaes concretas e operaes

    formais.

    O perodo sensrio-motor do ponto de vista da inteligncia vai do

    nascimento at o surgimento da linguagem. O estgio seguinte o pr-

    operatrio, intuitivo ou simblico, que inicia-se a partir do surgimento da

    linguagem, incorporando o perodo anterior e acrescentando s atividades da

    criana, os smbolos e a representao mental. A pesquisa ir posteriormente

    aprofundar-se no referido estgio, pois em termos cronolgicos, tal perodo se

    estende at os seis ou sete anos, faixa etria que objeto de estudo da mesma.

    O perodo operatrio-concreto marcado pelo incio da cooperao e do

    raciocnio lgico, ou seja, a criana passar de um estado em que se coloca

    como centro de todas as coisas para um estado onde no mais o centro. O

    ltimo dos perodos de desenvolvimento da inteligncia descrita por PIAGET

    (1978), comea na adolescncia e introduz o indivduo no mundo dos sistemas e

    teorias. denominado como operatrio-formal ou hipottico-dedutivo.

    2.3- O Desenvolvimento na Educao Infantil

    A criana na educao infantil constri mecanismos motores que lhe

    permite entrar em contato com muitas coisas que existem para se conhecer. A

    maturao biolgica coloca sua disposio uma funo, definida como smbolo,

    onde a questo da pra frente no ser somente o fazer, mas tambm o

    compreender. quando surge, segundo LE BOULCH (1986), a funo de

    interiorizao, que permite criana, conscientizar-se de aspectos de seu corpo

    e exprimi-los verbalmente atravs da funo simblica.

  • 33

    Para PIAGET (1978), um pensamento uma representao mental de um

    esquema motor, logo, o intelecto se constri a partir do movimento corporal. Sem

    o suporte psicomotor, o pensamento no poder ter acesso ao smbolo e

    abstrao.

    No simbolismo, na sua construo imaginada e corporificada, a criana vive

    e representa diversas relaes. A ao vai e vem incessantemente, da ao ao

    pensamento, modificando-se em cada trajeto, at que as representaes do

    indivduo possam se expressar cada vez mais compreensvel no meio social.

    Agindo corporalmente, os objetos, o tempo e o espao tm de ser levados

    em conta pela criana e isso garante o elo de ligao entre ela e o mundo na

    construo do conhecimento.

  • 34

    CAPTULO III 3- A INFLUNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAO INFANTIL 3.1- A Psicomotricidade e o Desenvolvimento Infantil

    Na abordagem sobre a formao do conceito de corpo e suas implicaes

    nos processos de aprendizagem da criana, a proposta constituir uma tentativa

    de identificar, atravs de fundamentos tericos, que a Psicomotricidade e

    aprendizagem, representadas pela ao, nada mais so do que expresses

    sinnimas. Resta operacionalizar a palavra ao, tomando-a por movimento,

    adaptao e mudana.

    Na aprendizagem, vista como aquisio de conhecimentos, dirigida assim

    para os aspectos educacionais, encontram-se quase sempre referncias quanto

    aos domnios do comportamento humano, representadas pela trade, cognitiva,

    afetivo-social e psicomotora.

    Por domnio cognitivo, devem-se entender as atividades intelectuais.

    MAGGIL (1984), caracteriza estas atividades como tudo aquilo que o organismo

    faz com a informao de que dispe.

    No domnio afetivo-social, encontra-se os sentimentos e as emoes.

    MAGGIL(1984), aceitando a teoria de que o comportamento afetivo-social um

    comportamento aprendido, torna possvel que o mesmo sustenete uma

    determinada taxinomia, representada pelas situaes de receber, responder,

    valorizar, organizar e caracterizar um valor, ou um complexo de valores que se

    inscrevam nos aspectos motivacionais, incluindo comportamentos sociais.

    No domnio psicomotor, tem-se por base o movimento corporal. Entende-se

    que h um envolvimento pessoal, compreendendo um componente mental ou

  • 35

    cognitivo, na maioria dessas habilidades. Na rea psicomotora, pode-se tambm

    seguir uma taxonomia que ir do comportamento de tocar, manipular e/ou mover

    um objeto, ao ato de controlar o corpo de objetos, quando mantidos em equilbrio,

    at atingir condutas que envolvam a condio de mover e/ou controlar o prprio

    corpo, ou partes do corpo no espao, com durao curta ou longa, envolvendo um

    intervalo de tempo, em situaes previsveis ou no.

    Estas trs categorias classificatrias no so mutuamente exclusivas e

    servem como forma de organizao, assinalando uma sntese importante para

    este estudo em que aprendizagens significam, qualquer que seja o domnio, a

    ao, entendendo-se que o movimento estar sempre presente em qualquer

    situao que envolve mudanas.

    Em Psicomotricidade, a ao est representada por um ser total, possuidor

    de um corpo e de uma mente que se conectam com um mundo exterior, atravs

    de aes motoras e de aes psquicas. Corpo e psiquismo constituem entidades

    diferentes, mas de atuao indissocivel. Semelhantemente, a aprendizagem a

    ao que s se processa atravs deste corpo e deste psiquismo.

    Para ocorrer a ao necessita-se no s de estmulos externos, como de

    experincias anteriores integradas que serviro de suporte ao inteligente. A

    organizao do ato somente se processa quando a engrenagem mente-corpo

    entra em consonncia, atingindo a conscincia corporal, que implicar numa

    apreenso do espao.

    Por no se tratar de funes isoladas, o corpo, enquanto ao, somente

    poder realizar seu projeto no espao que o circunscreve, da mesma forma que o

    espao perde seu significado sem a presena do corpo.

    Nas prticas psicomotoras, busca-se a sntese entre corpo e psiquismo,

    atingindo desta forma, organizaes mentais que possibilitam o funcionamento

    pleno das localizaes dos processos mentais do crtex, sntese capaz de

  • 36

    possibilitar a aprendizagem, atravs de cinestesia, vista como intuio do prprio

    corpo e das ligadas ao mundo externo.

    Desta forma, a Psicomotricidade percebida como a unidade dinmica das

    atividades, dos gestos, das atitudes e das posturas, enquanto sistema expressivo,

    realizador e representativo do ser em situao e da coexistncia com outrem. A

    Psicomotricidade refere-se ao indivduo em relao com o mundo, logo, ao ser

    como organismo biopsicossocial, que constitui o tema condutor deste estudo.

    Assim, quando se desenvolve o conhecimento em torno da conduta humana,

    faz-se em funo da personalidade e do contexto social, alertando-se para o no

    esquecimento do corpo, tendo em vista que quase sempre as manifestaes do

    indivduo so analisadas luz dos fenmenos psquicos e mentais.

    A conduta, assim como a Psicomotricidade, mantm ntima relao atravs

    das perspectivas tericas e da funo que realiza, pois a viso do ser

    biopsicossocial traduz a mesma relao indivduo-meio que ocorre em

    Psicomotricidade a partir da conscincia corporal.

    Desta forma, evidencia-se que representando o corpo como centro da

    organizao da personalidade, estabelece-se a proximidade entre

    Psicomotricidade e conduta, levando-se a considerar o corpo numa dimenso

    antropolgica, de modo a permitir que a criana pense atravs do seu corpo.

    3.2- Psicomotricidade, Educao Infantil e o Desenvolvimento

    Biopsicossocial

    O conhecimento resulta das aes e interaes do sujeito com o ambiente

    onde vive, ou seja, todo conhecimento uma construo que vai sendo elaborada

  • 37

    desde a infncia, atravs de interaes do sujeito que conhece com os objetos a

    serem conhecidos, sejam eles do mundo fsico ou cultural.

    Por um lado, existe um sujeito ativo que em todas as etapas de sua vida

    procura conhecer e compreender o que se passa sua volta, mas no o faz de

    forma imediata, pelo simples contato com os objetos. Suas possibilidades a cada

    momento decorrem do que PIAGET(apud KAMII, 1991) denominou esquemas de

    assimilao, ou seja, esquemas de aes ou operaes mentais, que no deixam

    de ser aes, mas que se realizam no plano mental. Como resultado do processo

    de manuteno biolgica, experincias, trocas interpessoais e transmisses

    culturais, os esquemas se modificam.

    Por outro lado, os objetos do conhecimento apresentam propriedades e

    particularidades que nem sempre so incorporados pelos esquemas j disponveis

    no sujeito. Isto ocorre ou porque o esquema assimilado muito geral e no se

    aplica a uma situao particular, ou porque ainda insuficiente para dar conta de

    um objeto mais complexo. A esse mecanismo de ampliao ou modificao de um

    esquema de assimilao, Piaget chamou de acomodao. Embora seja provocado

    pelo objeto, ele que se modifica para a construo de novos conhecimentos.

    O contedo das assimilaes e acomodaes variar ao longo do processo

    de desenvolvimento cognitivo, mas a atividade inteligente sempre um processo

    ativo e organizado da assimilao do novo ao j construdo, e da acomodao do

    novo. Fica assim estabelecida a relao do sujeito conhecedor e do objeto

    conhecido. Por aproximaes sucessivas, articulando assimilaes e

    acomodaes, completa-se o processo a que Piaget chamou de adaptao. A

    cada adaptao realizada, um novo esquema assimilador se torna disponvel para

    que o sujeito realize novas acomodaes e assim sucessivamente. O que

    promove este movimento o processo de equilibrao.

    Diante de um desafio, de um estmulo, de uma lacuna no conhecimento, o

    sujeito se "desequilibra" intelectualmente, fica curioso, instigado, motivado e

  • 38

    atravs das assimilaes e acomodaes, procura reestabelecer o equilbrio que

    sempre dinmico, pois alcanado por meio de aes fsicas e/ou mentais.

    O pensamento vai se tornando cada vez mais complexo e abrangente,

    interagindo com objetos do conhecimento cada vez mais abstratos e

    diferenciados.

    Essa maneira de entender a infncia tem implicaes marcantes na relao

    entre o educador e a criana, trazendo assim, contribuies para reformular a

    prtica pedaggica.

    Sabendo-se que o desenvolvimento harmonioso da criana depende da

    quantidade e qualidade de estmulos proporcionados pelo seu meio e tambm

    pela sua relao estreita com o mundo que a cerca, acredita-se que a

    Psicomotricidade atravs do desenvolvimento equilibrado dos domnios do

    comportamento, favorece o desenvolvimento pleno da criana na educao

    infantil.

    As estruturas cognitivas, afetivo-sociais e psicomotoras se processam

    gradativamente a partir das atividades corporais vivenciadas pela criana.

    Utilizando-se deste aspecto a Psicomotricidade estabelece um elo de ligao

    muito importante, entre a criana e seu desenvolvimentp integral, na educao

    infantil.

    Segundo FREIRE (1989) Corpo e mente devem ser entendidos como

    componentes que integram um nico organismo. Ambos devem ter assento na

    escola, no um (a mente) para aprender e o outro (o corpo) para transportar, mas

    ambos para se emancipar.(p.13)

    A partir dessa reflexo, percebe-se que a criana, na educao infantil,

    precisa de uma educao de corpo inteiro, pois s assim ter-se- a harmonia e a

    plenitude do desenvolvimento biopsicossocial do indivduo.

  • 39

    CONCLUSO

    Durante muito tempo a cincia viveu subjugada pela alma de um lado e pelo

    corpo do outro. O pensamento tradicionalmente dualista alma-corpo evoluiu para

    mente-corpo e, por fim para Psicomotricidade, quando o homem passou a

    entender que o movimento e vida mental no so duas realidades.

    Conclui-se que atravs da Psicomotricidade, onde os movimentos so

    considerados indissociveis do psiquismo, estimula-se de maneira correta e

    adequada a criana, favorecendo o desenvolvimento harmnico dos domnios

    cognitivos, afetivo-sociais e psicomotores, contribuindo assim, para o

    desenvolvimento da personalidade com um todo. O desenvolvimento integral da

    criana se d atravs de uma educao que satisfaa suas necessidades

    psicossomticas e que propicie uma atmosfera de alegria e afetividade, o que

    pode ser conseguido atravs de uma proposta ldica na Psicomotricidade.

    Recomenda-se uma reflexo por parte dos profissionais envolvidos com a

    educao infantil, a fim de que analisem sua prtica pedaggica, pois no basta

    ter apenas conhecimento, preciso apesar de todas as adversidades, criar no

    interior da escola um ambiente de prazer, e alegria, de busca, de troca e

    essencialmente, amar e respeitar as crianas. O educador deve repensar o seu

    papel ao assumir um trabalho pedaggico com crianas, pois o sucesso

    pedaggico de qualquer trabalho vai depender da postura do professor durante as

    atividades didtico-pedaggicas. Assim, seu papel como mediador do processo

    ensino-aprendizagem vai contribuir ou no para uma aprendizagem rica e

    significativa.

    Assim, espera-se que a Psicomotricidade seja inserida na educao infantil,

    pois propicia criana o desenvolvimento dos quatro pilares bsicos da educao:

    aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.

  • 40

    Propiciando assim o desenvolvimento biopsicossocial da criana na educao

    infantil.

  • 41

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ASSMANN, H. Paradigmas educacionais e corporeidade. Piracicaba: Unimep,

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    BRASIL, Congresso Nacional. Lei de diretrizes e bases da educao nacional.

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    Koogan, 1992.

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    KAMII, Constance. Piaget para pr-escolar. Porto Alegre: Artes Mdicas, 1991.

    KHISHIMOTO, Tizuko M. Jogos tradicionais infantis: o jogo, a criana e a

    educao. 2 . ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1993.

    LA TAILLE, Yves de, OLIVEIRA, Marta K, DANTAS, Helosa. Piaget, Vigostsky e

    Wallon: teorias psicogenticas em discusso. So Paulo: Summus, 1992.

    LE BOULCH, Jean. O desenvolvimento psicomotor do nascimento at 6 anos: a

    Psicomotricidade na idade da educao infantil. 4. ed. Porto Alegre: Artes

    Mdicas, 1986.

    PIAGET, Jean. A formao do smbolo na criana. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.