UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES. CURSO DE … HELOISA DOS SANTOS RAMOS.pdf · A educação física é...

31
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES. CURSO DE SUPERVISÃO ESCOLAR. ANÁLISE DAS PRINCIPAIS ABORDAGENS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA E RELAÇÃO DA ABORDAGEM CRÍTICO – SUPERADORA COM A POSTURA HUMANISTA. VALNICE HELOISA DOS SANTOS RAMOS. RIO DE JANEIRO. 2003.

Transcript of UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES. CURSO DE … HELOISA DOS SANTOS RAMOS.pdf · A educação física é...

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES.

CURSO DE SUPERVISÃO ESCOLAR.

ANÁLISE DAS PRINCIPAIS ABORDAGENS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO

FÍSICA E RELAÇÃO DA ABORDAGEM CRÍTICO – SUPERADORA COM A

POSTURA HUMANISTA.

VALNICE HELOISA DOS SANTOS RAMOS.

RIO DE JANEIRO.

2003.

VALNICE HELOISA DOS SANTOS RAMOS

ANÁLISE DAS PRINCIPAIS ABORDAGENS PEDAGÓGICAS DA EDUCAÇÃO

FÍSICA E RELAÇÃO DA ABORDAGEM CRÍTICO – SUPERADORA COM A

POSTURA HUMANISTA.

Monografia apresentada como exigência final do Curso de Pós-graduação em supervisão escolar, sob a orientação da Prof.Ms.Fabiane Muniz.

RIO DE JANEIRO.

2003.

DEDICATÓRIA

A Deus e a maravilhosa família que

ele me concedeu.

AGRADECIMENTO

Agradeço a minha irmã Priscilla e ao

Leandro.

“ [ ...] o ato de conhecer é tão vital quanto comer ou dormir,e eu não posso comer ou dormir por alguém.[...] assim, a busca do conhecimento não é preparação para nada,e sim VIDA, aqui e agora". Madalena Freire.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................7

Capítulo I - APRESENTAÇÃO DAS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS

PEDAGÓGICAS......................................................................................................8

Capítulo II - CARACTERIZAÇÃO DO 3.º E 4.º CICLOS DO ENSINO

FUNDAMENTAL PELOS pARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS. ..........15

Capítulo III - A POSTURA HUMANISTA............................................................20

Capítulo IV - A ABORDAGEM CRÍTICO – SUPERADORA E A EDUCAÇÃO

FÍSICA SOB UMA POSTURA HUMANISTA. ........................................................24

CONCLUSÃO........................................................................................................29

REFERÊNCIAS.....................................................................................................30

ANEXOS

RESUMO

As abordagens nasceram em oposição às vertentes higienistas,

militaristas, tecnicísticas, esportivista e o biologicista. Essas novas abordagens

procuram criar novas estratégias e encaminhamentos diversificados, no sentido

de olhar a educação física como uma disciplina cujo enfoque seja a formação

integral dos sujeitos no processo escolar, e dotado de um corpo de

conhecimentos historicamente produzidos e úteis a todos, sendo autonomia a

palavra chave na formação do indivíduo e na atuação docente. Seus objetivos,

como se viu são muito similares, pois os conteúdos e ações embutidos em cada

uma delas são interdependentes, necessitando-se mutuamente e exigindo

competências e responsabilidades de todos o que se envolvem no processo

ensino-aprendizagem. Na relação desenvolvida entre a concepção crítico-

superadora e a postura humanista têm-se o cuidado para não acabar por cair no

maior campo da aplicação de técnicas comportamentalista, que é o caráter

eminentemente prático das atividades pela facilidade de medir os resultados.

INTRODUÇÃO

A partir da década de 70 surgiram novos movimentos na educação

física escolar, em oposição aos modelos da época. Atualmente várias concepções

coexistem, dentre as principais são: abordagem desenvolvimentista,

construtivista-interacionista, crítico-superadora e sistêmica.

O presente trabalho visou tratar no primeiro capítulo pontos

importantes dentre as concepções de educação física escolar, no ensino

fundamental; 3.º e 4.º ciclos.

Para melhor compreensão da aplicabilidade das abordagens segue-

se no segundo capítulo as caracterizações dos ciclos dos alunos, dos conteúdos

e dos objetivos para uma melhor prática pedagógica da educação física no 1.º

grau, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais.

A postura humanista como perspectiva de transformação foi

analisada no terceiro capítulo com seus princípios filosóficos para a educação

física escolar, condição indispensável para a educação física assumir um caráter

exclusivamente educativo.

Enfim, o quarto capítulo tratou da relação da postura humanista com

a abordagem crítico-superadora ressaltando a relevância social de ambas notada

durante as aulas de educação física.

8

CAPÍTULO I - APRESENTAÇÃO DAS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS

1. INTRODUÇÃO

A partir da década de 80, influenciadas por discussões na área

educacional e na tentativa de romper com o modelo hegemônico do esporte e

com o caráter alienante apregoado nas aulas de educação física, são elaborados

os primeiros pressupostos teóricos num referencial crítico a esses modelos,

segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais.1

Entretanto, faz-se necessária a apresentação, por coexistirem várias

concepções pedagógicas na educação física escolar. Iremos nos deter a quatro

principais tendências às concepções esportivista e biologista, presentes no

modelo mecanicista.

As quatro tendências pedagógicas que serão abordadas são:

desenvolvimentista, construtivista - interacionista, crítico - superadora e sistêmica.

A apresentação se realizará através de revisão bibliográfica

constando os principais autores, obras representativas, área de base, finalidade,

conteúdo, estratégias de ensino e formas de avaliação.

1 PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, op. cit., p. 23.

9

1.1 DESENVOLVIMENTISTA

No Brasil, o modelo desenvolvimentista é defendido pelo autor: Tani,

Manoel E. J. e demais colaboradores2 em obra elaborada especificamente para

crianças de quatro a quatorze anos.

A teoria desenvolvimentista baseia-se em abordagens associativas

da psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem, propondo uma taxionomia

para o desenvolvimento motor que se traduz numa classificação hierárquica dos

movimentos dos seres humanos.

Neste sentido é defendido por Darido3 a idéia de que o movimento é

o principal meio e fim da educação física, não sendo sua função o

desenvolvimento das capacidades que auxiliem na alfabetização e o pensamento

lógico – matemático, embora, isto possa ocorrer como uma conseqüência da

prática motora.

O autor Tani afirma que os três aspectos relacionados ao

conhecimento do crescimento, desenvolvimento e aprendizagem da criança são

de fundamental importância para a educação física escolar, expondo

resumidamente que:

“Em primeiro lugar, o estabelecimento de objetivos, conteúdos e métodos

de ensino coerentes com as características de cada criança; em segundo lugar, a

observação e a avaliação mais apropriada dos comportamentos de cada indivíduo,

permitindo um melhor acompanhamento das mudanças que ocorrem e, finalmente, a

interpretação do real significado do movimento dentro do ciclo de vida do ser humano”.

2 TANI, Go et Alli. Educação física escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. São Paulo: EPU/EDUSP, 1988, p.02. 3 DARIDO, Suraya Cristina. Apresentação e análises das principias abordagens da educação física escolar. Revista brasileira de ciências do esporte, 1988, p. 58.

10

Acredita o autor que existe uma seqüência nos processos de

crescimento, desenvolvimento e de aprendizagem motora. Dessa forma as

crianças devem ser orientadas consoante tais características, a fim de alcançar as

reais necessidades e expectativa e para que não se comprometa a motivação e o

interesse pela educação física.

Esta abordagem privilegia a aprendizagem do movimento nas aulas

de educação física, inclusive parte do seu modelo conceitual relacionando-se com

o conceito de habilidade motora, estando esta inserida na área de aprendizagem

motora. Tornando-se o principal objetivo da educação física o oferecimento de

experiências de movimentos adequadas ao nível de crescimento e

desenvolvimento.

A avaliação é realizada, predominantemente, através de

observações do processo de aprendizagem motora e estabelecimentos de

padrões fundamentais do movimento.

1.2 CONSTRUTIVISTA – INTERACIONALISTA

Segundo Darido4 esta abordagem vem ganhando espaço,

especialmente, no Estado de São Paulo, onde é apresentada nas propostas de

educação física da Coordenadoria de estudos e Normas Pedagógicas (CENP). O

maior colaborador dessa é o professor João Batista Freire5 e a obra mais

representativa desta proposta é o livro: Educação física de corpo inteiro.

A abordagem apresentada tem influências da área de psicologia e

se baseia nos trabalhos de Jean Piaget, Lê Boulch e Vygotsky. Sua principal

vantagem é possibilitar uma maior integração com uma proposta pedagógica

ampla e integrada nos primeiros anos de educação formal, a desvantagem é que

considera a especificidade da educação física.

A valorização das experiências dos alunos e da sua cultura é o

principal aspecto positivo da proposta construtivista, além de propor métodos

4 DARIDO, op. cit., p. 59. 5 FREIRE, J.B. Educação de corpo inteiro, Teoria e prática da Educação Física. 4.ª edição. Campinas. Scipione, 1994.

11

alternativos ao diretivo. Permitindo assim ao aluno a construção do conhecimento

através a interação com o meio e oportunizando a resolução de problemas.

A visão construtivista tem como principais conteúdos o jogo:

simbólico e de regras, e as brincadeiras populares. Procura utilizar-se de

inúmeros materiais alternativos. (bola de meias, bastões, garrafas plásticas, lata,

corda, entre outros), permitindo assim um maior número e diferenciadas

vivências, no que tange a relação aluno/objeto.

Estes conteúdos devem ser desenvolvidos numa progressão

pedagógica, numa ordem de habilidades, mais simples (habilidades básicas) para

as mais complexas (específicas). Segundo Darido6:

“As habilidades básicas podem ser classificadas em habilidades

locomotoras (andar, correr, saltar, saltitar), manipulativas (arremessar, chutar, rebater,

receber) e de estabilização (girar, flexionar, realizar posições invertidas). Enquanto os

movimentos específicos são influenciados pela cultura e estão relacionados à prática de

esporte, do jogo e da dança e também, das atividades industriais”.

Freire7 critica as avaliações realizadas considerando apenas o

aspecto motor, sugere avaliações que englobem outros aspectos, como por

exemplo, o comportamento social através de uma análise qualitativa, observando

as relações entre as crianças e as verbalizações entre elas e o professor.

As avaliações se dão de forma não punitiva, vinculada ao próprio

processo de aprendizagem, enfatizando também a auto-avaliação.

1.3 CRÍTICO – SUPERADORA

O trabalho mais representativo desta abordagem é o livro

Metodologia do ensino da educação física, escrito por uma coletânea de autores.

Outros trabalhos como: a obra Educação física cuida do corpo... e mente

6 DARIDO, op. cit., p. 59. 7 FREIRE, op. cit., p. 196.

12

elaborado por Medina, Educação física no 1.º grau: modelo de reprodução ou

perspectiva de transformação? Escrito por Costa e, ainda, o trabalho de Bracht

Educação física e aprendizagem social, foram de grande contribuição para

divulgar e fundamentar esta abordagem, segundo Darido8.

A educação física escolar é entendida como uma disciplina que trata

pedagogicamente de um tipo de conhecimento denominado de cultura corporal;

visando a aprendizagem da expressão corporal como linguagem.

Esta cultura corporal vem expressa em temas e forma de atividades

como: jogos, esporte, ginástica, dança e outras. Esses temas, tratados na escola

devem expressar um sentido/significado correlacionando-se, dialeticamente, a

intencionalidade/objetivos do homem e as intenções/objetivos da sociedade

(Coletivo de autores)9.

A avaliação do processo ensino-aprendizagem é entendida como

algo além da aplicação de testes, levantamento de medidas, seleção e

classificação de alunos. Pois esta forma reducionista, das possibilidades

pedagógicas da educação física, limita as finalidades – à medida que é entendida

e trata como um procedimento para atender exigências burocráticas da escola ou

a legislação vigente; as formas – testes esportivo-motores, a fim de selecionar

alunos para competições; e os conteúdos da avaliação – advindos do esporte.

Dentro desta perspectiva a avaliação é criticada, por estimular a

prática discriminatória, enfatizando o esforço individual e desestimulando os

alunos menos aptos ou que não têm interesse pelo rendimento esportivo (Coletivo

de autores)10.

1.4 SISTÊMICA

Esta concepção dentre as quatro é a mais recente, elaborada por

Betti, sendo o livro Educação física e sociedade uma das primeiras

considerações sobre a educação física dentro desta abordagem. Betti é

8 DARIDO, op. cit., p. 60. 9 Coletivo de autores, op. cit,. p. 62. 10 Ibidem, p. 98.

13

influenciado por estudos nas áreas da sociologia, filosofia e um pouco, da

psicologia, segundo Darido11.

A educação física é entendida como um sistema hierárquico aberto,

pois sofre influências da sociedade ao mesmo tempo em que a influencia. Tenta

garantir a especificidade – considerando o binômio corpo e movimento como meio

e fim da educação física escolar – através da delimitação da finalidade da

educação física na escola que de acordo com Betti, citado por Darido é “integrar e

introduzir o aluno do ensino fundamental e médio no mundo da cultura física,

formando o cidadão que vai usufruir, partilhar, produzir, reproduzir e transformar

as formas culturais da atividade física (jogo, esporte, dança, ginástica ...)”.

Questões de poder, interesse e contestação são comumente relacionadas aos

conteúdos. Versando sobre as suas implicações valorativas, e ideológicas,

contemplando a questão da contextualização dos fatos e do resgate histórico.

Criando a possibilidade de compreensão, por parte do aluno, de que a

historicidade da humanidade expressa uma determinada fase e que houve

mudanças ao longo do tempo, em conformidade com os Parâmetros Curriculares

Nacionais12.

Os conteúdos não diferem das demais abordagens sendo eles: jogo,

esporte, dança e ginástica. Mas os termos diferenciam da abordagem crítica

como, por exemplo: vivências do esporte, sendo enfatizado pelo autor a

importância da experimentação dos movimentos em situação prática,

conhecimento cognitivo e experiência afetiva.

Existem dois princípios fundamentais e advindos desta abordagem.

O princípio da exclusão, onde as atividades propostas não podem excluir

ninguém, é uma tentativa de reverter, consoante os Parâmetros Curriculares

Nacionais13 : “o quadro histórico da área de seleção de indivíduos aptos e inaptos

para as práticas corporais, resultantes da valorização exacerbada do

desempenho e da eficiência”. E o princípio da diversidade buscando-se validar as

11 DARIDO, op. cit., p. 63. 12 PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, op., cit. p. 25. 13 Ibidem, p. 19.

14

diversas possibilidades de aprendizagem, estabelecendo-as com a consideração

das diferentes dimensões: afetivas, cognitivas, motoras e sócio-culturais dos

alunos.

Não foram encontradas referências à avaliação praticada por esta

abordagem.

15

CAPÍTULO II - CARACTERIZAÇÃO DO 3º E 4º CICLOS DO ENSINO FUNDAMENTAL PELOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS.

1. APRESENTAÇÃO.

Visando uma maior especificidade, os Parâmetros Curriculares

Nacionais, aborda de maneira particular cada uma das etapas escolares (1º e 2º,

3º e 4º ciclos do ensino fundamental e médio).

No âmbito escolar são encontradas faixas etárias diferentes,

currículos particulares, tratamentos diferenciados, em fim características

específicas necessárias à explanação de determinados aspectos que

influenciarão no andamento da pesquisa. Esta caracterização abrangerá os

alunos, os conteúdos e os objetivos para os 3º e 4º do ensino fundamental.

1.1 CARACTERIZAÇÃO DOS ALUNOS

Os PCN’s procuram selecionar os conteúdos guardando uma

amplitude que possibilite considerar as diferenças entre as regiões, cidades, e

localidades brasileiras e suas respectivas populações, não ignorando a

importância da ação que a cultura local exerce sobre alunos e professores. Além

da necessidade de considerar os níveis de crescimento e desenvolvimento e as

possibilidades de aprendizagem dos alunos nesta etapa de aprendizagem.

Sabendo que a faixa etária dos alunos que cursam o 3º e 4º ciclos

do ensino fundamental é normalmente de 10 a 15 anos é importante não somente

adaptar os conteúdos, mas também os modos como são apresentados, como são

16

propostos, a maneira de organizar atividade , o tipo de organização e a linguagem

utilizada pelo professor, de acordo com os PCN’s14.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS

Quanto à seleção de conteúdos para as aulas de Educação física,

os PCN’s sugerem a consideração de sua relevância social, características dos

alunos e da própria área de conhecimento.

No que diz respeito, a relevância social são selecionadas práticas da

cultura corporal de movimentos atuais da sociedade brasileira, respeitando a

cultura corporal da localidade. Deve-se considerar; o que é de fundamental

importância; as características dos alunos quanto à região, cidade, em

respectivas populações, tomando também como referencial a necessidade de

considerar os níveis de crescimento e desenvolvimento e as possibilidades de

aprendizagem dos alunos nesta etapa da escolaridade. E, por último os

conteúdos devem possibilitar uma enorme gama de conhecimentos produzidos

sobre a cultura corporal.

1.2.1 OS CONTEÚDOS

Considerar a relevância social e as características dos alunos

pressupõe clareza na compreensão de como se pode articular o cultivo dos

diversos aspectos sociais da manifestação da cultura corporal de movimento e

desenvolvimento das potencialidades individuais de cada aluno na relação com

esse universo de conhecimentos.

Para observar o processo de construção de conhecimentos da

cultura corporal, como elemento de formação das individualidades e do ser social,

se propõe uma abordagem sobre os conteúdos a partir de dois eixos

estruturantes: a dimensão individual dos conteúdos e a dimensão relacional e

interativa dos conteúdos.

14 PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, op., cit. p. 37.

17

Na dimensão dos objetivos de ensino e aprendizagem, o enfoque se

dará na perspectiva da transformação e da evolução decorrentes das vivências no

plano individual. A análise se pautará na formulação de respostas para a seguinte

pergunta: O que é fundamental de ser percebido, considerando apenas o

indivíduo nos processos de ensino e aprendizagem?

Este questionamento visa estabelecer quais os conteúdos que

demandam um espaço particular de experimentação e reflexão, no qual o aluno

mobiliza o maior número possível de conhecimentos prévios, realiza tentativas de

execução gestual, soluciona problemas, busca informações e avalia seus avanços

e suas dificuldades.

Neste ponto, o questionamento volta-se para o outro extremo das

situações de aprendizagem, e a pergunta passa a ser:

Quais os conteúdos só podem ser aprendidos nas situações de

relação e interação grupal?

Busca-se identificar situações de aprendizagem de natureza

exclusivamente relacional, desde habilidades e capacidades, até conceitos e

atitudes em que as competências individuais podem avançar, na medida em que

precisam se adaptar, se submeter, negociar com as contingências do contexto de

relação interpessoal.

1.2.1.1 BLOCOS DE CONTEÚDOS

Os blocos de conteúdo englobam os conhecimento sobre o corpo,

as atividades rítmicas e expressivas e os esportes, jogos, lutas e ginásticas.

O conhecimento sobre o corpo se subdivide em: capacidades

físicas, habilidades motoras e postura.

As atividades rítmicas e expressivas se subdividem em aspectos

históricos sociais das danças, construção do movimento expressivo e rítmico,

danças populares, manifestações culturais e desenhos coreográficos.

Os esportes, jogos, lutas e ginásticas se subdividem em: aspectos

históricos sociais dos jogos e esportes mais atuais, construção do gesto esportivo,

compreensão, discussão e construção de regras aplicadas aos jogos e esportes,

18

aspectos histórico-sociais das lutas (lutas antigas e contemporâneas), aspectos

históricos e sociais da ginástica e construção do gesto nas lutas e nas ginásticas.

1.3 CARACTERIZAÇÃO DOS OBJETIVOS

Os objetivos do 3º e 4º ciclos do ensino fundamental propostos pelos

PCN’s estabelecem-se em forma de condutas desejadas, que são determinadas

condutas e padrões que o aluno deve alcançar ao final do 4.º ciclo, sem uma

exigência arbitrária que passa vir contra algumas propostas abordadas

anteriormente.

Para melhor entendimento e desenvolvimento os objetivos foram

organizados para o 3º e 4º ciclos de forma separada.

1.3.1 OBJETIVOS PARA O 3º CICLO

Espera-se que ao final do 3º ciclo o aluno seja capaz de:

Participar de atividades de natureza relacional, reconhecendo e

respeitando algumas de suas características corporais, bem como, a de seus

colegas, sem discriminação.

Reconhecer e apropriar-se de alguns processos de aperfeiçoamento

de habilidades motoras próprias das situações relacionais.

Adotar atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade na

prática dos jogos e dos esportes, buscando encaminhar os conflitos de forma não

violenta pelo diálogo.

Saber diferenciar os contextos: amador do recreativo escolar e do

profissional, reconhecendo e evitando o caráter repetitivo em quaisquer desses

contextos.

Conhecer, valorizar, apreciar e desfrutar de algumas das diferentes

manifestações da cultura corporal, adotando uma postura não preconceituosa ou

discriminatória por razões sociais, sexuais ou culturais.

Reconhecer e valorizar as diferenças de desempenho, linguagem e

expressividade decorrentes, inclusive, dessas mesmas, diferenças culturais,

sexuais e sociais.

19

1.3.2 OBJETIVOS PARA O 4º CICLO

Conhecer os limites e as possibilidades do próprio corpo de forma a

poder controlar algumas de suas posturas e atividades corporais com autonomia

e a valorizá-las com recurso para melhoria de suas aptidões físicas.

Conhecer, perceber e relacionar as noções conceituais de esforço,

intensidade e freqüência por meio de planejamento e sistematização de suas

práticas corporais.

Organizar e praticar danças, jogos e brincadeiras ou outras

atividades corporais, valorizando-as como recurso para usufruto do tempo

disponível.

Analisar alguns padrões de beleza, saúde e desempenho presentes

no cotidiano, e compreender sua inserção no contexto sócio-cultural em que são

produzidos, despertando para o senso crítico e relacionando-os com as práticas

da cultura corporal de movimento.

Conhecer, organizar e interferir no espaço de forma autônoma, bem

como, reivindicar locais adequados para promoção de atividades corporais e de

lazer, reconhecendo-as como uma necessidade do ser humano e um direito do

cidadão.

20

CAPÍTULO III - A POSTURA HUMANISTA

1.INTRODUÇÃO

A concepção humanista tem suas raízes no renascimento e se opõe

fundamentalmente à comportamentalista que é a tradicional; tendo nascido na

antiguidade e apesar de ter uma práxis educativa reduzida, ainda é utilizada por

sua proximidade e facilidade de utilização durante a prática da educação física.

Neste capítulo o objeto do estudo é a postura humanista; a postura

comportamentalista será citada algumas vezes, porém sem um aprofundamento

teórico.

Na concepção humanista, o indivíduo é considerado em função de

suas necessidades, respeitando sua natureza e adequando os objetivos de

ensino à sua evolução pscicossocial. Na concepção humanista o importante é o

homem total, o que se evidencia nas características desta concepção: o homem

busca o instinto, a natureza é o princípio diretor, o movimento tem um sentido

irracional, o esporte fará sempre parte da educação física, e o corpo é associado

ao espírito (ser integral).

1.1 UMA NOVA CONCEPÇÃO

A educação física escolar, como parte de um sistema maior de

educação, está sujeita as influências de diferentes conotações que atuam nos

seus diversos níveis. Assim, medidas que fazem fluir esse sistema de forma

21

adequada podem atingir a educação física escolar, mas, da mesma forma, ela

está sujeita aos problemas de diferentes dimensões.

Entre as diversas críticas ao atual sistema educacional, têm-se

ressaltado: o baixo percentual orçamentário destinado à educação; a inoperância

de certos setores administrativos; as defasagens curriculares nos cursos onde

atuarão os futuros profissionais, a baixa remuneração dos professores e suas

implicações, e a incapacidade de atender adequadamente à crescente demanda

criada pelo número de crianças que atingem a idade escolar, o que gera a

superlotação das salas de aula.

No caso da educação física, soma-se a essas deficiências uma série

de problemas específicos. Numa crítica à ideologia de reprodução, a serviço da

qual grande número de escolas estão engajadas, contesta-se um conjunto de

aspectos que têm permeado as ações da educação física: desempenho máximo,

vitória a qualquer preço, glória, vantagens de ser campeão, submissão do

homem, disciplina autoritária e possibilidade, no mais das vezes ilusória, de

ascensão social.

Muitos desses aspectos estão associados às atividades que ocorrem

paralelamente à educação física escolar, e que fazem parte do sistema mais

amplo de educação física, onde, além de outros itens, inclui-se: as competições e

os treinamentos nas diversas modalidades desportivas, com as respectivas

confederações, federações, clubes, técnicos, atletas: os programas

governamentais e de órgão que visam a massificação das modalidades

desportivas; e as atividades desportivas promocionais patrocinadas,

principalmente, por grandes empresas responsáveis pela produção de artigos

esportivos, outros materiais que procuram associar à prática desportiva e pela

prestação de serviços de natureza diversa.

Influenciados pelos meios de comunicação de massas, que contam

hoje com um elevado avanço tecnológico, os profissionais que não alcançaram

determinado nível de visão crítica do contexto sóciocultural recebem mensagens

consumistas transmitidas pela televisão, rádio, revistas e jornais, as quais são

muitas vezes incorporadas ou reproduzidas no âmbito da educação física escolar.

Por outro lado, há no meio escolar um clima favorável a essa reprodução, já que

22

os diretores de escolas, outros professores e até mesmo as crianças estão

sujeitas às mesmas mensagens.

Entretanto, cabe à educação física buscar um papel renovador,

transformador, de mudanças do quadro atual. Nessa perspectiva, Medina15

propõe sua concepção de educação física revolucionária, definida como:

“A arte e a ciência do movimento humano que, através de atividades

específicas, auxiliam o desenvolvimento integral dos seres humanos, renovando-os e

transformando-os no sentido de sua auto-realização em conformidade com a própria

realização de uma sociedade mais justa e livre”.

Os trabalhos de educação física não devem ser isolados do contexto

histórico e cultural, em suas implicações sociais, políticas e econômicas.

A educação física nos dias de hoje deve ser caracterizada como

uma busca constante de uma prática transformadora, que se integre nos avanços

alcançados nos estudos do movimento e que, especialmente, considere os

aspectos culturais do processo de aprendizagem.

1.2 OS PRINCÍPIOS HUMANISTAS

Segundo Oliveira16, os princípios humanistas se manifestam em

conjunto sobre o indivíduo no âmbito da educação física escolar. São eles:

aprendizagem significativa, potencial criativo, individualidade, jogo, exercício

natural e liberdade.

A aprendizagem significativa apesar de estar na base de uma

postura com concepções humanistas é comumente a mais desprezada no âmbito

escolar. Os objetivos devem ser determinados a fim de promover uma

aprendizagem com valor real, para o aluno saber quando necessário relacioná-la

15 MEDINA, João Paulo S. A educação física cuida do corpo e mente. Bases para transformação e renovação da educação física. Campinas: Papirus, 1983, p. 81. 16 OLIVEIRA, Vitor marinho, op., cit. p. 49.

23

com a realidade; para incorporar esta nova aprendizagem aos conhecimentos já

armazenados.

O poder criativo do indivíduo é algo impossível de se reproduzir sem

a ação humana, o que significa que esta é uma característica essencialmente

humana. Encarado como um objetivo a criatividade é parte integrante da

educação; propiciando ao aluno possibilidades de executar inúmeras ações.

A concepção humanista respeita às características e as limitações

individuais bem como as necessidades próprias do indivíduo. Alguns parâmetros

para o estudo da individualidade são citados por Oliveira17: maturidade motora,

capacidade de rendimento e interesse.

Através do jogo, o indivíduo é capaz de se exercitar por inteiro,

necessitando respeitar certos limites de tempo e espaço. Durante o jogo, o

indivíduo interage com os segmentos cognitivos, psicomotor e afetivo. Nesta

ação, os indivíduos aprendem a se relacionar com o grupo de forma espontânea.

O movimento natural é o meio de comunicação mais espontâneo na

criança, o papel da educação física é desenvolver o movimento da criança sem

distanciá-lo da ação consciente e total; que é natural. Para a livre ação desses

movimento naturais, a liberdade deve ser evidenciada numa perspectiva

humanista para permitir a livre expressão dos alunos.

17 OLIVEIRA, Vitor Marinho, op.cit., p. 52.

24

CAPÍTULO IV - A ABORDAGEM CRÍTICO – SUPERADORA E A EDUCAÇÃO – FÍSICA SOB UMA POSTURA HUMANISTA.

A partir do final da década de 70, o país passava por um novo

momento social, que refletiu na educação e, em especial, na educação física, com

os movimentos “renovadores” da educação física.

Destaca-se a “psicomotricidade” ou a “psicocinética” de Jean Lê

Boulch18, segundo o autor não é um método da educação física e sim uma teoria

geral do movimento que permite utilizá-lo como meio de formação, desenvolvendo

o esquema corporal e as aptidões motoras para melhora da prática do

movimento.

Dessa forma, destaca Saviani19 que a instrumentalização do

“movimento humano” como meio de formação e secundarização da transmissão

de conhecimentos, que é uma das tarefas primordiais do processo educativo.

Nota-se assim o caráter idealista desta concepção, que não possui perspectiva

histórico-social da educação.

Dentro dos movimentos renovadores da educação física, faz parte o

movimento chamado “humanista” que se caracteriza pela presença de princípios

filosóficos em torno do ser humano, sua identidade, valor, tendo como

fundamentos os limites e interesses do homem e surge como crítica as correntes

oriundas da psicologia conhecidas como comportamentalistas.

18 LE BOULCH, apud Coletânea dos autores, Metodologia do ensino da educação física, op. cit., p. 55. 19 SAVIANI, Dermeval, apud Coletânea dos autores, Metodologia do ensino da educação física, op. cit., p. 55.

25

As correntes comportamentalistas fundamentam as teorias de como

o indivíduo aprende no esquema estímulo-resposta. Os princípios das correntes

comportamentalistas informam a elaboração de taxionomias dos objetivos

educacionais, e o que se pode constatar na obra Metodologia do ensino da

educação-física20.

Os princípios humanistas que são relacionados com a tendência

crítico-superadora são abordados por Vitor Marinho de Oliveira21.

A área de base da abordagem crítico-superadora está na filosofia

que tem como definição: “a intenção de ampliar a compreensão da realidade”22 e

na política que se entende como: “ a habilidade no trato das relações humanas”23.

As atividades corporais são vivenciadas no “fazer” corporal e na

reflexão do significado desse “fazer”. Da mesma forma, segundo Oliveira24, o

desenvolvimento da resistência aeróbica não deve der aplicado pela simples ação

motora. Mas também por seu significado para os alunos, questionando as

situações em que esta ação motora deverá se repetir, bem como questionando

qual será o objetivo final.

Há a necessidade do valor educativo na “ação” para a participação

do aluno não ficar ao nível puramente físico, havendo também uma interação no

plano social, afetivo e intelectual.

Quanto à seleção de conteúdos para as aulas de educação física os

adeptos da abordagem propõem que se considere a relevância social dos

conteúdos, sua contemporaneidade e sua adequação às características sócio-

cognitivas dos alunos. Enquanto organização do currículo, ressalta que é preciso

fazer com que o aluno confronte os conhecimentos do senso comum com o

conhecimento científico, para ampliar o seu acervo de conhecimentos.

Deve-se também evitar o ensino por etapas e adotar a

simultaneidade na transmissão dos conteúdos, o que significa, que os mesmos

conteúdos devem ser trabalhados de maneira mais aprofundada ao longo das

séries, sem a visão de pré-requisitos. A educação física é entendida assim, como

20 Coletânea dos autores, op.cit., p. 55. 21 MARINHO, Vitor, op. cit., p. 49. 22 FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda, op. cit., p. 322. 23 Ibidem, p. 543. 24 OLIVEIRA, Vitor, op. cit., p. 50.

26

uma disciplina que trata de um tipo de conhecimento denominado de cultura

corporal que tem como temas: o jogo, a ginástica, o esporte e a capoeira.

Oliveira25 afirma que os conteúdos da cultura corporal – assim como

as técnicas que lhes são próprias – como meios para o cumprimento dos seus

objetivos educativos, não devem ser considerados como um fim em si mesmo,

mas fundamentais para a transferência da aprendizagem para a vida do aluno,

muito mais do que para o desempenho esportivo.

Fica claro então, a relevância social da educação física na

abordagem crítico – superadora e na postura humanista, pois na abordagem há

valorização da questão da contextualização dos fatos e do resgate histórico. E na

postura humanista é fundamental a transferência de conhecimentos da ação

motora para o cotidiano, o que significa a verdadeira prática educativa.

No que tange a avaliação da educação física no contexto escolar,

esta é criticada porque vem estimulando uma prática discriminatória aos

interesses da classe trabalhadora.

A avaliação na perspectiva tradicional é compreendida pelos

professores como um processo que atende às exigências legais das normas e é

utilizada para selecionar os alunos para competições e apresentações. Sobre o

processo de avaliação os autores assim resumem a proposta apresentada na

obra Coletivo de autores26: “O significado é a meritocracia, a ênfase no esforço

individual. A finalidade é a seleção. O conteúdo é aquele advindo do esporte, e a

forma são os testes esportivo-motores.”

O efeito desta avaliação discriminatória sobre o aluno pode

perpetuar efeitos negativos relacionados à pratica esportiva, principalmente no

que se refere a competição levada a extremos, e entre indivíduos de capacidade

diferentes, provoca ansiedade excessiva, tendendo a inibir a à aprendizagem,

esposado na obra Coletivo de autores27:

25 OLIVEIRA, Vitor Marinho, op. cit., p.58. 26 Coletivo de autores, op. cit., p. 101. 27 Ibidem, p. 102.

27

“Estas referências da avaliação em educação física têm sido causadoras

da alta ansiedade que aflige os alunos, quando levados a situações de sobrepujar, de

competir, de comparar, de selecionar, de classificar constantemente durante as aulas.

Para verificar isso, basta que se observe como o professor comanda as atividades e às

regras e às normas constitutivas das aulas que são privilegiadas”.

Toda essas críticas e colocações contrárias à avaliação são

consideradas no momento em que se procura incluir a avaliação no processo de

aprendizagem, de acordo com a abordagem crítico-superadora e a postura da

educação física humanista.

Não excluir as críticas, significa sair à procura de uma posição que

vise o modelo de transformação, que está de acordo com o princípio de

continuidade da atividade física (Educação Permanente) e apresenta-se com

característica de processo, ligando-se predominantemente à avaliação formativa.

O conceito de avaliação contínua é fundamental para o processo de

ensino e aprendizagem, porque fornece o feedback contínuo e propõe interação

professor aluno. Esta avaliação preocupasse com o qualitativo do desempenho do

aluno procurando desenvolver no aluno a auto-avaliação; para delimitar seus

objetivos e em consonância com as suas capacidades e limitações possa atingir

um rendimento necessário.

Disserta Oliveira28: “Assim, os alunos estarão em busca de um

rendimento ótimo (subjetivo), em lugar de correrem angustiadamente em direção

a um rendimento máximo (objetivo) delineado a partir de padrões pré-

estabelecidos”.

O papel do professor da abordagem crítico-superadora; bem como

nas outras abordagens; é fundamental pois é o mediador entre o conhecimento

historicamente produzido e vivenciado no processo e o indivíduo. Também na

concepção humanista o professor cabe agir, como mediador não considerando as

práticas esportivas como um fim em si mesmo; utilizando as técnicas não-

diretivas a sua principal estratégia metodológica (sem papel autoritário); e

preucupando-se com a transferência da aprendizagem e para a vida do aluno,

28 OLIVEIRA, Vitor Marinho de, op. cit., p. 53.

28

mas do que para o desempenho esportivo, lembrando-se sempre que estão

lidando com pessoas e não com objetos.

Para se chegar a esta postura necessita-se contar com professores

que alcancem níveis de competência também transformadores, principalmente no

que se referem as suas atitudes. Somente com profissionais criativos, conscientes

e determinados poder-se-á mudar o perfil da educação física...

Esses são alguns aspectos relacionais da abordagem crítico-

superadora e da postura humanista que visam a transformação social utilizando

como metodologia á tematização dos conteúdos com a relevância social e

considerando o aluno como ser integral, indissolúvel e integrado ao processo de

ensino aprendizagem e a sociedade.

29

CONCLUSÃO

Por todo o exposto, pode-se concluir que a abordagem crítico-

superadora e a concepção humanista podem ser relacionadas sob diversos

aspectos.

Ambas se opõem ao condicionamento e a simples execução dos

movimentos sem uma relevância social. Deve-se preocupar então, com o

significado da ação e com a transferência de práticas corporais para a ação do

cotidiano, quando necessário. Considerar a relevância social é fundamental á

seleção dos conteúdos para não cair na prática mecanicista; característica

comportamentalista. Os conteúdos são abordados e assimilados através de um

ensino que procura evitar etapas que devem ser vencidas individualmente;todos

os conteúdos devem ser discutidos ao longo dos ciclos.

A educação da cultura corporal é o principal conteúdo da educação

física, se apresentando como jogo: ginástica esporte e capoeira.

A avaliação de acordo com a relação estabelecida, é incluída no

processo de ensino aprendizagem da ação construída também pelo

aluno,procurando avaliar a qualidade da ação em concordância com seus

objetivos,capacidades e limitações.Construindo também, sua avaliação,o aluno

poderá de melhor maneira onde se localiza sua zona máxima de rendimento em

que ultrapassa barreiras de conhecimentos que julgava existir.

O professor será mediador do processo, possibilitando as opções da

ação. E sob todos esses aspectos exerce a função de fazer com que todas suas

concepções, abordagens e orientações se traduzam em uma prática da educação

física realmente educativa.

30

REFERÊNCIAS

COLETIVO DE AUTORES.Metodologia do ensino de educação física.São Paulo

:Cortez,1992.

DARIDO,Suraya Cristina.Apresentação e análises das principais abordagens da

Educação Física Escolar.Revista Brasileira de Ciências do Esporte,p.58-65,1998.

FERREIRA,Aurélio Buarque de Holanda.Mini Aurélio século XXI escolar.Rio de

Janeiro:Nova Fronteira,2001.

FREIRE,J.B.Educação de corpo inteiro,teoria e prática da Educação

Física.4ªed.Campinas:Scipione,1994.

MEDINA,João Paulo S.A educação física cuida do corpo e da mente.Bases para

transformação e renovação da E.F.Campinas:1983.

OLIVEIRA,Vítor Marinho.Educação Física Humanista.Rio de Janeiro:Ao Livro

Técnico,1985.

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS:Educação Física/Ensino

Fundamental.Brasília:MEC/SEF,1998.

TANI,GO et alli,Educação Física escolar:fundamentos de uma abordagem

desenvolvimentista. São Paulo:EUSP,1988.