Universidade Cândido Mendes Diretoria de Projetos ... DIAS COELHO.pdf · ( Fernão Capelo Gaivota...
Transcript of Universidade Cândido Mendes Diretoria de Projetos ... DIAS COELHO.pdf · ( Fernão Capelo Gaivota...
Universidade Cândido Mendes
Diretoria de Projetos Especiais
Projeto “ A Vez do Mestre “
Curso de Pós-Graduação Lato Sensu
Psicopedagogia
A Importância da Intervenção
Psicopedagógica
Jucimara Dias Coelho
Rio de Janeiro ,17 novembro de 2001
2
Universidade Cândido Mendes
Diretoria de Projetos Especiais
Projeto “ A Vez do Mestre “
Curso de Pós-Graduação Lato Sensu
Psicopedagogia
A Importância da Intervenção
Psicopedagógica
por
Jucimara Dias Coelho
Monografia apresentada à Universidade
Cândido Mendes como requisito de
conclusão do Curso de Pós-Graduação
Lato Sensu em Psicopedagogia.
Rio de Janeiro , 17 novembro de 2001
3
A
Deus,
pelo dom da vida
e por ter enviado seu filho unigênito.
Neilson Coelho,
pelo amor
e compreensão
e apoio
e ...
Camila e Caroline,
pelo incentivo
e carinho.
Heliete,
pelo afeto.
O meu carinho e gratidão.
4
“ A todas as gaivotas aprendizes que buscaram
algo além do pão e do peixe, além da informação,
e descobriram que todas as gaivotas podem, têm
a liberdade e o direito de voar e criar pelo mundo
do conhecimento.”
( Fernão Capelo Gaivota de Richard Bach ).
5
Resumo
No início do século XX , a política educacional brasileira, baseada numa
visão de mundo calcada em moldes europeus e americanos do século XX,
enfatiza as aptidões naturais do indivíduo, maneira de explicar as diferenças de
rendimento escolar.
As desigualdades sociais, dissimuladas sob o véu das supostas
desigualdades pessoais , subsidiam as escolas para justificar o acesso desigual
dos alunos a graus mais avançados.
Embora a falta de preparo dos educadores e a precariedade das condições
funcionais e estruturais da escola, entre outros fatores, sejam apontadas como
causas do fracasso escolar, a culpa ainda é, em grande parte, atribuída a
problemas individuais dos alunos, haja visto a reação dos professores a algumas
questões específicas do ensino nas escolas onde predomina o padrão
conservador, que se utiliza da estratégia de culpar a vítima pelo próprio fracasso.
Pouco a pouco, o ensino tradicional vai sendo substituído por uma visão de
escola nova, baseada na necessidade de definir uma pedagogia coerente com a
natureza humana e, portanto, atenta às especificidades do processo de
desenvolvimento infantil. Esse pensamento despertou a preocupação com as
potencialidades dos educandos como indivíduos que diferem entre si quanto à
capacidade de aprender.
Observando a realidade educacional brasileira, percebe-se que ao esforço
de ampliar as vagas dentro do sistema escolar, não se seguiu uma política clara e
segura de intervenção, que tornasse a escola capaz de ensinar as crianças e de
contribuir para a superação do problema da marginalidade. Para que isso
ocorresse, seria necessário que os educadores adquirissem conhecimentos que
lhes possibilitasse compreender sua prática e os meios necessários para suscitar
o progresso e sucesso dos alunos.
6
Uma das maneiras de se chegar a isso seria através da Psicopedagogia,
área que estuda e lida com o processo de aprendizagem e com os problemas dele
decorrentes, recorrendo aos conhecimentos de várias ciências, sem perder de
vista o fato educativo, nas suas articulações sociais mais amplas. Essa nova visão
oferecida pela Psicopedagogia vem ganhando espaço nos meios educacionais
brasileiros e despertando cada vez mais o interesse dos profissionais que atuam
nas escolas e buscam subsídios para sua prática.
7
Sumário
Resumo
Introdução
Capítulo 1
-Fundamentos da Psicopedagogia
Capítulo 2
-A Psicopedagogia no Brasil
Capítulo 3
-Teóricos da Aprendizagem
3.1.Lev Semenovich Vygostsky
3.2.Jean Piaget
Capítulo 4
- A Avaliação Psicopedagógica
Conclusão
Referências Bibliográficas
8
Introdução
O presente trabalho surgiu da necessidade de entender qual seria a área de
atuação de um psicopedagogo dentro da instituição e qual seria a sua atuação
frente aos problemas da educação no Brasil, como : o que fazer para que os
problemas que ocorrem no início da escolarização, não se transformem em
fracasso escolar; qual a relação que existe entre aprendizagem e
desenvolvimento; e como se interpreta a não aprendizagem. Objetivando levar o
educando a querer melhorar o seu desempenho, independente de comparações,
porém movido por uma vontade de querer ser melhor, em busca da explicitação
das suas virtualidades, em trabalho contínuo, paciente e determinado, não
querendo ser melhor do que ninguém, mas procurando dar de si o mais que
puder.
O educador atuante na área de Psicopedagogia tem seu olhar voltado à
realidade, buscando captar necessidades nas quais possa atuar a fim de
proporcionar ao educando progresso em sua aprendizagem e desenvolvimento
pessoal, articulando para isso os meios necessários.
Portanto, contribuir para um ensino diversificado e de qualidade, ajustado a
seus diversos usuários, é uma característica dos psicopedagogos que trabalham
em um enfoque educacional, inclusive quando esse trabalho for dirigido para
amenizar as dificuldades encontradas por um educando durante sua
aprendizagem.
9
Capítulo 1
Fundamentos da Psicopedagogia
À primeira vista, o termo psicopedagogia sugere tratar-se de uma aplicação
da Psicologia à Pedagogia, porém tal definição não reflete o significado que esse
termo assume. A psicopedagogia surgiu a partir das necessidades de atendimento
à crianças com dificuldades de aprendizagem, consideradas inaptas dentro do
sistema educacional convencional.
O objetivo principal da Psicopedagogia é a investigação etiológica da
dificuldade de aprendizagem, bem como a compreensão do processamento da
aprendizagem considerando todas as variáveis que intervêm neste processo.
Portanto, a Psicopedagogia estuda as características da aprendizagem humana:
como se aprende, como essa aprendizagem varia evolutivamente e está
condicionada por vários fatores, como se produzem as alterações na
aprendizagem, como reconhece-las, tratá-las e preveni-las. Trabalhando com uma
concepção de aprendizagem segundo a qual participa desse processo um
equipamento biológico com disposições afetivas e intelectuais que interferem na
forma de relação do sujeito com o meio, sendo que essas disposições influenciam
e são influenciadas pelas condições socioculturais do sujeito e do seu meio.
O trabalho psicopedagógico pode ser preventivo e clínico.
No trabalho preventivo podemos perceber diferentes níveis de prevenção.
No primeiro nível, o psicopedagogo atua nos processos educativos com o
objetivo de diminuir a freqüência dos problemas de aprendizagem. Trabalhando
nas questões didático –metodológicos, na formação e orientação de professores,
além de fazer aconselhamento aos pais. No segundo nível, o objetivo é diminuir e
tratar dos problemas de aprendizagem já instalados, elaborando-se planos de
intervenção baseados no diagnóstico da realidade institucional. No terceiro nível,
o objetivo é eliminar os transtornos já instalados.
Portanto, o trabalho psicopedagógico na área preventiva é de orientação no
processo ensino-aprendizagem, visando favorecer a apropriação do conhecimento
10
no ser humano, ao longo da sua evolução. Esse trabalho pode se dar na forma
individual ou na grupal. Cabendo ao psicopedagogo :
- detectar possíveis perturbações no processo de aprendizagem;
- participar da dinâmica das relações da comunidade educativa, a fim de
favorecer processos de integração e troca;
- promover orientações metodológicas de acordo com as características dos
indivíduos e grupos.
No exercício clínico, o psicopedagogo deve saber como se constitui o
sujeito, como este se transforma em suas diversas etapas de vida, quais os
recursos de conhecimento de que ele dispõe e a forma pela qual produz
conhecimento e aprende. Deve reconhecer de que modo se dá a aprendizagem,
as influências afetivas e as representações inconscientes que o acompanham. É
preciso saber o que é ensinar e o que é aprender ; os problemas estruturais que
intervém no surgimento dos transtornos de aprendizagem e no processo escolar.
O trabalho clínico não deixa se der preventivo, uma vez que, ao tratar
algumas dificuldades de aprendizagem, pode evitar o aparecimento de outras. O
trabalho preventivo, numa abordagem psicopedagógica, é sempre clínico, levando
em conta a singularidade de cada processo.
Segundo Nádia Aparecida Bossa em A Psicopedagogia no Brasil :
contribuições a partir da prática, p.24, 1994 - “ Historicamente, a Psicopedagogia
nasceu para atender a patologia da aprendizagem, mas ela se tem voltado cada
vez mais para uma ação preventiva, acreditando que muitas dificuldades de
aprendizagem se devem à inadequada Pedagogia institucional e familiar. A
proposta da Psicopedagogia numa ação preventiva, é adotar uma postura crítica
frente ao fracasso escolar, numa concepção mais totalizante, visando propor
novas alternativas de ação voltadas para a melhoria da prática pedagógica nas
escolas”.
11
Capítulo 2
A Psicopedagogia no Brasil.
O movimento da Psicopedagogia no Brasil sofre a influência direta das
idéias dos argentinos, devido à proximidade geográfica e ao acesso fácil à
literatura, inclusive pela facilidade da língua.
Na bibliografia básica das disciplinas que apresentam os fundamentos
teóricos da Psicopedagogia encontramos os argentinos: Sara Paín ( Diagnóstico e
Tratamento dos Problemas de Aprendizagem, Psicopedagogia Operativa e A
Função da Ignorância ) , Jorge Visca ( Clínica Psicopedagógica e Psicopedagogia
: Novas Contribuições ), Alícia Fernández ( A Inteligência Aprisionada ) e outros.
O pensamento argentino acerca da Psicopedagogia está fortemente
marcado pela literatura francesa. Autores como Jacques Lacan, Maud Mannoni,
Françoise Dolto, Julian de Ajuriaguerra, Janine Mery, Pierre Vayer, Pichón-Riviére
e outros, são citados com freqüência nos trabalhos argentinos.
A preocupação com os problemas de aprendizagem teve origem na Europa,
ainda no século XIX. inicialmente, pensaram sobre o problema os filósofos, os
médicos e os educadores.
No final do século XIX, educadores como Itard, Pereire, Pestalozzi e
Sequin, começaram a se dedicar às crianças que apresentavam problemas de
aprendizagem em razão de vários tipos de distúrbios. Jean Itard notabilizou-se
com o caso da reeducação de um enfant sauvage. Pestalozzi, inspirado nas idéias
de Rosseau, fundou na Suíça um centro de educação através do trabalho, onde
abrigava crianças pobres de todas as idades. Usando o método intuitivo e natural,
estimulava-se em especial a percepção. Pereire preocupou-se sobretudo com a
educação dos sentidos, principalmente a visão e o tato. Seguin fundou na França
a primeira escola de reeducação; depois de rejeitar a noção dominante de
incurabilidade da deficiência mental.
Nos fins do século XIX Maria Montessori, psiquiatra italiana, criou um
método de aprendizagem destinado inicialmente às crianças retardadas.
12
Posteriormente, o método Montessori foi estendido a todas as crianças, sendo
utilizado em muitas escolas. Sua principal preocupação está na educação da
vontade e na alfabetização, via estimulação dos órgãos dos sentidos, sendo por
isso classificado como sensorial.
Na segunda década do século XX, surgem os primeiros centros de
reeducação para delinqüentes infantis. Nos Estados Unidos e na Europa, cresce o
número de escolas particulares e de ensino individualizado para crianças
consideradas de aprendizagem lenta.
A graduação em Psicopedagogia surgiu há mais de trinta anos na
Argentina, sendo quase tão antiga quanto a carreira de Psicologia, criada na
Universidade de Buenos Aires. A atividade psicopedagógica iniciou-se antes da
criação do próprio curso. Profissionais que possuíam outra formação, como, por
exemplo, formação em filosofia, entre eles Sara Paín, viviam a necessidade de
ocupar um espaço que não podia ser preenchido pelo psicólogo nem pelo
pedagogo. Começaram fazendo reeducação, com o objetivo de resolver
fracassos escolares. Trabalhava-se as funções egóicas, como memória,
percepção, atenção, motricidade, medindo-se os déficits e elaborando planos de
tratamento que objetivavam vencer essas faltas.
Na Argentina, a atuação Psicopedagógica está ligada, fundamentalmente a
duas áreas : a educação e a saúde. A função do psicopedagogo na área educativa
é cooperar para diminuir o fracasso escolar, seja este da instituição, seja do
sujeito ou, o que é mais freqüente, de ambos. Assessorando aos pais, professores
e diretores, para que possam decidir na elaboração de atividades de recreação,
cujo objetivo é o desenvolvimento da criatividade, do juízo crítico e da cooperação
entre os alunos.
Na área da saúde, o psicopedagogo, na Argentina, trabalha em consultórios
particulares ou instituições de saúde, hospitais públicos e particulares. Sua função
é reconhecer e atuar sobre as alterações da aprendizagem sistemática ou
assistemática, busca descobrir como o sujeito aprende. Participam do processo
diagnóstico tanto o sujeito quanto os pais.
13
No Brasil, por muito tempo se explicou que os problemas de aprendizagem
eram causados por fatores orgânicos. A perspectiva patologizante dos problemas
de aprendizagem proporciona uma explicação mais ingênua para a situação do
nosso sistema de ensino.
No final da década de 70, surgiram os primeiros cursos de especialização
em Psicopedagogia no Brasil, idealizados para complementar a formação dos
psicólogos e de educadores que buscavam soluções para esses problemas.
Sendo a Psicopedagogia uma área que estuda e lida com o processo de
aprendizagem e suas dificuldades.
14
Capítulo 3
- Teóricos da Aprendizagem
Aprendizado ou aprendizagem :
É o processo pelo qual o indivíduo adquire informações, habilidades,
atitudes, valores, etc, a partir de seu contato com a realidade, e o meio-ambiente,
as outras pessoas . É um processo que se diferencia dos fatores inatos e dos
processos de maturação do organismo, independentes da informação do
ambiente.
3.1 Vygotsky
Lev Semenovich Vygtsky nasceu na cidade de Orsha, próximo a Mensk,
capital de Bierlarus, país da hoje extinta União Soviética, em 17 de novembro de
1896.
Sua família tinha uma situação econômica bastante confortável e podiam
oferecer oportunidades educacionais de alta qualidade aos filhos. Cresceu em um
ambiente de grande estimulação intelectual, desde cedo interessou-se pelo estudo
e pela reflexão sobre várias áreas do conhecimento. A maior parte de sua
educação formal não foi realizada na escola, mas sim em casa, por meio de
tutores particulares. Apenas aos 15 anos é que ingressou num colégio privado,
onde freqüentou os dois últimos anos do curso secundário, formando-se em 1913.
Ingressou na universidade de Moscou, fazendo curso de Direito e formando-se em
1.917. Ao mesmo tempo em que seguia sua carreira principal, freqüentou cursos
de filosofia e de história na Universidade Popular de Shanyavskii, onde
aprofundou seus estudos em psicologia, filosofia e literatura. Anos depois, devido
15
a seu interesse em trabalhar com problemas neurológicos como forma de
compreender o funcionamento psicológico do homem, estudou também medicina.
Foi professor e pesquisador nas áreas de psicologia, pedagogia, filosofia,
literatura, deficiência física e mental, atuando em diversas instituições de ensino e
pesquisa, ao mesmo tempo em que lia, escrevia e dava conferências.
Morreu em 1934, precocemente com 37 anos de idade; não tendo tempo de
sistematizar seus pensamentos. Seus últimos anos de vida , foram vividos de
forma debilitada, pois devido a tuberculose que o abatia, seus escritos tiveram de
ser ditados para serem copiados pelos seus discípulos.
Somente após meio século é que sua obra foi finalmente levada ao público
de forma ampla pela própria abertura da ex União Soviética.
Vygotsky não teve o prazer de rever suas obras e desta forma deixa
sempre muita abertura para discussão.
“Para muitos educadores, o essencial do pensador não reside nos detalhes
psicológicos usados para sustentar sua teoria de criação do saber. O que mais
atrai hoje em dia é a idéia da construção coletiva do saber e do quanto ela é
impregnada de afeto. A beleza de Vygotsky está em trazer para dentro do conceito
de conhecimento essa dimensão da paixão, do prazer, da sensualidade. A criança
aprende por um processo que não separa o conhecimento do sentimento.”( Nova
Escola, Ano IX , número 81 , 1994 ).
Para Vygotsky o processo de aprendizagem é algo altamente dinâmico e
sem papéis pré-estabelecidos. A aprendizagem é marcada pelo intercâmbio entre
os alunos e o professor e entre os próprios alunos. A troca é essencial e a criança
é capaz de ir além da estrutura, se o professor interferir, ajudar, colaborar, em vez
de deixá-la trabalhar sozinha e só acompanhar o que ela sabe.
Para Vygotsky a apropriação da aprendizagem “se dá como uma
interiorização da experiência sociocultural dos adultos e do meio que cerca a
criança. A cooperação e o papel do outro na aquisição do conhecimento se
tornaram a marca do pensamento de Vygotsky. Ele propõe que sempre é
necessária uma mediação, a experiência coletiva, para que possa existir
experiência individual”. (Nova Escola, Ano IX , número 81 , 1994 ).
16
A troca e a compreensão dos significados é formada por gestos, olhares,
expressões. A linguagem socializada vai se tornando linguagem interior. No
processo de troca que o indivíduo tem com o outro, vai internalizando essa
linguagem e vai constituindo como sujeito, vai organizando a sua consciência.
Esse processo é ativo e criador, pleno de afetividade.
Vygotsky compreende que o sujeito não coloca mecanicamente para dentro
aquilo que vem de fora, mas o tempo todo contrasta, contesta o que lhe é dirigido.
Este sujeito marcado pela história, pela cultura e pela classe social constrói o
conhecimento.
O desenvolvimento infantil é visto a partir de três aspectos : Instrumental,
cultural e histórico.
O Instrumental se refere à natureza basicamente mediadora das funções
psicológicas complexas. Não apenas respondemos aos estímulos apresentados
no ambiente, mas os alteramos e usamos suas modificações como um
instrumento do nosso comportamento. As vezes os objetos adquirem sentido por
sua função mediadora, influenciando nosso comportamento.
O aspecto cultural envolve os meios socialmente estruturados pelos quais a
sociedade organiza os tipos de tarefa que a criança em crescimento enfrenta, e os
tipos de instrumentos, tanto mentais como físicos de que a criança pequena
dispõe para dominar aquelas tarefas. Um dos instrumentos básicos criados pela
humanidade é a linguagem.
O elemento histórico funde-se com o cultural pois os instrumentos que o
homem usa, para dominar seu ambiente e seu próprio comportamento foram
criados e modificados ao longo da história social da civilização. Os instrumentos
culturais expandiram os poderes do homem e estruturaram seu pensamento, de
maneira que, se não tivéssemos desenvolvido a linguagem escrita e aritmética,
por exemplo, não possuiríamos hoje a organização dos processos superiores que
possuímos.
Para Vygotsky, “a história da sociedade e o desenvolvimento do homem
caminham juntos e, mais que isso,estão de tal forma unidos que não seria o que é
sem o outro”.
17
( Bock , Ana M. Bahia, psicologias, ed. Saraiva, 1995 ).
O sujeito que interage com o meio é um sujeito cultural, social e histórico .
Para Vygotsky o conhecimento é marcado pela cultura, é o conjunto de
significados que historicamente a humanidade vai imprimindo na sua produção.
Esses significados vão construindo e constituindo a consciência do homem.
A Linguagem e a Construção do Conhecimento :
Para Vygotsky a interiorização do mundo exterior se dá pela linguagem. A
linguagem que é social e socializada vai se tornando linguagem interior. Quando
pensamos é como se estivéssemos dialogando conosco mesmo. No processo de
troca que temos com os outros, vou internalizando essa linguagem, que vai me
constituindo como sujeito, vai organizando a minha consciência. Esse processo é
criador e pleno de afetividade.
Nesta interiorização do mundo exterior, na troca que temos com os outros,
o papel do adulto ou criança, que é o outro, é fundamental para a constituição da
consciência. O pensamento e a linguagem, não estão isolados nem separados,
mas caminham juntos.
Vygotsky acredita que inicialmente, os aspectos motores e verbais do
comportamento estão misturados. A fala envolve os elementos referenciais, a
conservação orientada pelo objeto, as expressões emocionais e outros tipos de
fala social. Como a criança está cercada pelo adulto na família, a fala começa a
adquirir traços demonstrativos, e ela começa à indicar o que está fazendo e de
que está precisando. Após algum tempo, a criança, fazendo distinções para os
outros com o auxílio da fala, começa a fazer distinções para si mesma. E a fala vai
deixando de ser um meio para dirigir o comportamento dos outros e vai adquirindo
a função de autodireção.
18
Fala e ação, que se desenvolvem independentes uma da outra, em
determinado momento do desenvolvimento convergem, e esse é o momento de
maior significação no curso do desenvolvimento intelectual, que dá origem às
formas puramente humanas de inteligência. Inicialmente a fala acompanha as
ações e , posteriormente, dirige, determina e domina o curso da ação, com sua
ação planejada. O desenvolvimento está pois, alicerçado sobre o plano das
interações.
O plano interno não preexiste, mas é constituído pelo processo de internalização,
fundado nas ações, nas interações sociais e na linguagem.
A Construção da Linguagem na criança, e o seu desenvolvimento.
As crianças, desde o nascimento, estão em constante interação com os
adultos, que ativamente procuram incorpora-las às suas relações e a sua cultura.
No início, as respostas das crianças são dominadas por processos naturais,
especialmente aqueles proporcionados pela herança biológica. É através da
mediação dos adultos que os processos psicológicos mais complexos tomam
forma. Inicialmente, esses processos são interpsíquicos ( partilhados entre
pessoas ) , isto é, só podem funcionar durante a interação das crianças com os
adultos. À medida que a criança cresce, os processos acabam por ser executados
dentro das próprias crianças – intrapsíquicos. É através desta interiorização dos
meios de operação das informações, meios estes historicamente determinados e
culturalmente organizados, que a natureza das pessoas tornou-se igualmente sua
natureza psicológica.
“Todos os movimentos e expressões verbais da criança, no início de sua
vida são importantes pois afetam o adulto, que os interpreta e os devolve à criança
com ação e / ou com fala.
As funções psicológicas emergem e se consolidam no plano da ação entre
pessoas e tornam-se internalizadas, transformam-se para constituir o
funcionamento interno. O plano interno não é a reprodução do plano externo, pois
ocorrem transformações ao longo do processo de internalização. Do plano
19
interpsíquico as ações passam para o plano intrapsíquico. Considera, portanto, as
relações sociais como constitutivas das funções psicológicas do homem. Essa
visão, justificou o título de sócio-interacionismo à sua teoria “.( Bock , Ana M.
Bahia , Psicologias , ed. Saraiva , 1995 ).
Para Vygotsky a linguagem da criança é desde o início social e socializada.
O que configura a existência da linguagem – muito mais do que a sua expressão
oral - é a troca e a compreensão dos significados, seja por gestos, olhares, choro,
palavras.
Vygotsky não trabalha com estágios ( níveis ) de desenvolvimento, mas
com zonas de desenvolvimento.
Zona de desenvolvimento potencial : aquilo que o sujeito pode fazer.
Zona de desenvolvimento real : o que o sujeito faz.
Zona de desenvolvimento proximal : o que a criança faz hoje com a ajuda
de um adulto ou de outra criança, ela será capaz de fazer amanhã sozinha.
Vygitsky permite compreender que o fato de que as trocas de linguagem
suscitadas por adultos ou crianças mais velhas provocam diálogos que não
ocorreriam provavelmente entre crianças da mesma idade ou nível. Assim sendo,
a cultura, o meio social, o ensino traz o desenvolvimento.
3.2 Jean Piaget :
Jean Piaget nasceu em Neuchâtel ( Suíça ) em 9 de agosto de 1.886. Sua
primeira publicação científica foi feita em 1.907, aos 21 anos de idade e sua obra é
tão vasta que existe em Genebra uma fundação para inventariar e conservar suas
publicações – Arquivos de Piaget.
Toda a teoria de Piaget deriva de sua formação de biólogo. Veio a entender
o desenvolvimento da inteligência como uma busca constante semelhante a
homeostase do nosso corpo físico. Acredita que o desenvolvimento se dá a partir
20
de Estádios necessária e especificamente vividos por todos os indivíduos.
Durante o processo de desenvolvimento novas estruturas surgem sobre outras
anteriores ( Equilibrações Majorantes ) e afirma, sem dúvida que, “ não há gênese
sem estrutura nem estrutura sem gênese “, ou seja , ninguém aprende nada
inteiramente novo mas sempre a partir de esquemas anteriores. Ainda que o
conhecimento se construa a todo o tempo a partir de íntimas relações entre o
sujeito e o objeto, há funções que não se modificam apesar de se modernizar ,
podemos assim dizer, as estruturas. Por exemplo : é natural no ser humano sua
necessidade de abrigo, de ter uma casa para morar que o proteja das chuvas, do
frio ...
Com o passar dos tempos os homens vêm construindo os mais diferentes tipos de
moradia ( no caso, estruturas variáveis de abrigo ) ainda que sua função de abrigo
tenha se mantido constante.
Que funções são estas então que o indivíduo perfaz durante o processo de
desenvolvimento ainda que suas formas de organização do pensamento estejam
em constante mudança? Adaptação : o homem se desenvolve, se modifica para
satisfazer uma necessidade, superando um desequilíbrio e adaptar-se a novas
situações . A adaptação compreende dois processos básicos : assimilação e
acomodação . Por exemplo : um aluno numa nova turma inicialmente assimila os
amigos, como os imagina, o espaço físico, a professora,....
Aos poucos, com os contatos se estreitando, tanto a turma, como a professora....
se acomodarão a nova situação.
Para Piaget o ambiente em que o cidadão vive ou é criado tem uma
importância fundamental para o processo global de desenvolvimento cognitivo das
pessoas. Um ambiente altamente rico em estimulações, em afetividade, em
questionamentos, desafios, ....contribui sensivelmente para a formação do
cidadão.
21
Conceitos básicos :
- Esquema - é a unidade estrutural básica do pensamento ou da ação, que
corresponde, de certa maneira, a estrutura biológica que muda e se adapta.
Exemplo : o esquema de sugar para mamar; a criança mama porque já
nasce com o esquema de assimilação pronto para tal.
- Estrutura – é um sistema ordenado, inter-relacionado de conhecimentos ou
de operações. Exemplo : “os números servem para somar, diminuir,
multiplicar e dividir “. Neste caso poderia se dizer que a “ objetividade“
sempre cede lugar a “ subjetividade “posto que, se cada pessoa entende o
mundo a partir dos seus esquemas próprios, tudo estará comprometido
com a ótica de cada pessoa para explicitar o mundo, os fenômenos, etc.
- Adaptação – é um processo global de ajustamento ou interação com o
ambiente, que apresenta dois processos complementares : assimilação e
acomodação .
- Assimilação – é o aspecto da atividade cognitiva que envolve a
incorporação de novos objetos e experiências à estrutura mental.
- Acomodação – é o aspecto que envolve a modificação das estruturas
mentais de pensamento para atender as novas solicitações do meio ou até mesmo
internas dos indivíduos e que as estruturas anteriores não dão conta de resolver.
Na aprendizagem há sempre uma assimilação e uma acomodação.
A Epistemologia Genética constitui-se de uma reflexão sobre a prática
científica, sobre a aquisição de conhecimentos, sobre o processo de produção do
conhecimento científico ( epistemologia ) , supondo-se um acordo entre o sujeito
objeto de conhecimento que são construídos gradualmente,evolutivamente, numa
perspectiva histórica ou temporal ( genética ).
22
Piaget fundou esta epistemologia com base numa abordagem construtivista
e estruturalista. Para ele, o conhecimento é possível pelos contínuos
ultrapassamentos de Estruturas mais simples de ação sobre o mundo para
Estruturas mais complexas. “Não há gênese sem estrutura nem estrutura sem
gênese”.
Das contribuições da epistemologia genética importa muito à educação
como o processo da produção do conhecimento, da mútua construção do real e do
sujeito, se dá a nível da criança – como a história da espécie é re–escrita
individualmente por cada sujeito humano – como se constitui o que será a
ferramenta humana de captação, criação e ação sobre a realidade que
Piaget chama de “Função Semiótica” a nível
do indivíduo, e como passa a funcionar o pensamento lógico daqueles
que já detém esta função ( função de representar o mundo, a si mesmo, as
relações entre os objetos no psiquismo ). Neste processo Piaget identifica, através
da observação de crianças, estádios bem definidos, com características próprias a
cada um deles, que acredita-se sucederem segundo uma seqüência necessária e
universal – do Sensório Motor ao Simbólico, deste para o Intuitivo, depois ao
Operatório Concreto, chegando ao final, ao Operatório Formal que seria o
momento da plenitude do pensamento humano. As idéias de necessidade e
universalidade apontam para a convicção de Piaget de que este processo se dá
desta forma nos mais diversos grupos humanos, a despeito de suas diferenças
culturais e grupos sociais.
Há testes específicos criados por Jean Piaget para ajudar ao psicólogo ou
educador a fazer um diagnóstico preciso do estádio em que se encontra o
educando. Estes, porém não são mais importantes que a investigação; ou seja,
nada melhor para se saber em que estádio se encontra a criança do que :
primeiramente, conhecer as características de cada estádio, saber sua seqüência e
reconhecer que nunca se está com características de apenas um estádio mas,
basicamente, em um estádio, se atendidas suas principais características.
23
Período Idade Características
Sensório-Motor de 0 à 2 anos Desenvolvimento da consciência do próprio
corpo , diferenciando do restante do mundo
físico. Desenvolvimento da inteligência em
três estádios : reflexos de fundo hereditário
organização das percepções e hábitos .
Inteligência e prática.
Pré-Operacional de 2 a 7 anos Desenvolvimento da linguagem com três conse-
( simbólico e qüencias para a vida mental : 1) socialização
intuitivo ) da ação, com trocas entre os indivíduos; 2) de-
senvolvimento do pensamento a partir do pen-
samento verbal ( finalismo – porquês, animis-
mo e artificialismo .3) desenvolvimento da intui-
cão.
Operações de 7 a Desenvolvimento do pensamento lógico sobre
Concretas 12 anos as coisas concretas; entendimento das relações
entre coisas e capacidade para classificar obje-
tos ; superação do egocentrismo da linguagem.
Aparecimento das noções de conservação, de
substância, peso e volume.
24
Operações de 12 anos Desenvolvimento da capacidade de construir sis-
Formais em diante temas e teorias abstratas, para formar e entender
conceitos abstratos, como os conceitos de amor,
justiça, democracia, etc. Passa para o pensa-
mento “ hipotético – dedutivo “ abandonando “
o pensamento concreto utilizado até então.
O indivíduo chega a conclusões a partir de
hipóteses. Se A é maior que B, se D é maior que
C, logo, A é maior que C.
25
Capítulo 4
A Avaliação Psicopedagógica
Desde o início do seu desenvolvimento, a tarefa psicopedagógica nas
escolas, encontra-se indissoluvelmente ligada à identificação, à avaliação e ao
tratamento dos alunos que, por determinadas razões, não conseguem aproveitar os
recursos oferecidos pela instituição para alcançar o rendimento esperado, pelo
menos não na mesma em que o fazem seus colegas de aula.
A avaliação psicopedagógica é um processo de coleta e análise de
informação relevante sobre os diferentes elementos que intervêm no processo de
ensino - aprendizagem – não somente das competências do aluno, mas também
do ambiente educacional. È um tipo de informação muito mais amplo sobre a
pessoa, que não fica centrado exclusivamente no indivíduo mas também no seu
ambiente e na interação entre ambos.
O fato de definir as necessidades educacionais de um aluno em termos da
relação que se estabelece entre suas características e os recursos educacionais
que lhe são oferecidos, indica que a avaliação psicopedagógica não pode ficar
limitada ao aluno. A concepção interacionista das diferenças individuais, subjacente
a diferentes correntes de pensamento psicológico, como a teoria sócio-cultural de
Vygotsky, a psicologia ecológica, os enfoque sistêmicos e outros, estabelece que o
desenvolvimento das diferentes capacidades constitutivas do ser humano é um
produto da interação entre as características pessoais e as dos contextos em que
ocorre esse desenvolvimento . Quando concebemos o desenvolvimento como um
processo cultural e socioalmente mediado, a observação do contexto que, em
maior ou menor medida, o promovem adquire um interesse renovado.
O objeto primário de avaliação psicopedagógica é o aluno no sistema de
ensino e aprendizagem, ou seja, na interação que estabelece com o seu professor
e com seus colegas em torno dos conteúdos do currículo.
26
Embora o objeto primário de avaliação psicopedagógica seja constituído
pelo contexto de ensino e aprendizagem em que o aluno está inserido, não
podemos ignorar o fato de que esse aluno, como filho, amigo, etc, faz parte de
outros contextos, cuja influência deve ser levada em consideração.
A avaliação psicopedagógica amplia, assim, seu foco e envolve, embora em graus
diversos., pessoas diferentes – não somente o aluno, mas também seus
professores, sua família, seus colegas, os profissionais que lhe oferecem apoio.
Esta abertura ou ampliação não significa ignorar que as características
pessoais ou sociais de um aluno tenham um peso importante na concretização de
suas capacidades. A adoção de um enfoque contextual na avaliação
psicopedagógica não nega a existência dessas características; busca compreender
como se relacionam e interagem com as propostas e as experiências – ajudas,
desafios, recursos específicos, participarão que promovem, alento que
proporcionam – que dirigem a esse aluno com a finalidade de melhorar sua
situação.
O psicopedagogo, ao planejar e realizar a avaliação, coloca em ação um
pensamento estratégico, o que implica o uso deliberado e planejado de uma
seqüência composta de procedimentos dirigidos a alcançar uma meta estabelecida.
A meta é o melhor conhecimento do aluno e do contexto educacional com a
finalidade de fortalecer seus aspectos positivos e neutralizar os disfuncionais.
O caráter consciente, autodirigido, planejado e auto-regulado das estratégias
de avaliação psicopedagógico, manifesta-se nas diversas fases que implica.
Embora genericamente, se possa pensar que a finalidade na avaliação é sempre a
mesma, cada caso é diferente, todos merecem reflexão, decisões e análises
peculiares.
Diante da possibilidade e proceder a uma avaliação psicopedagógica,
normalmente a partir da identificação das dificuldades de algum aluno, é preciso
estabelecer com clareza o objetivo a atingir – ajudar a melhorar a situação desse
aluno concreto – e contar para isso com a cumplicidade do regente ou de outro
agente encaminhador.
27
O campo da avaliação psicopedagógica é um bom banco de provas para a
colaboração entre psicopedagogo e outros profissionais. No caso dos docentes
toda a estratégia provoca a corresponsabilização e a co-participação destes e do
psicopedagogo com relação à situação que se está tratando. Quando o
psicopedagogo se encarrega de uma demanda da avaliação, o regente não se
desincumbe da mesma : ambos se envolvem na compreensão do que ocorre e na
geração de propostas capazes de modificar em sentido positivo aquela situação.
28
Conclusão
A Psicopedagogia refere-se a um saber e a um saber – fazer, às condições
subjetivas e relacionais – em especial familiares escolares; às inibições – atrasos e
desvios do sujeito ou grupo a ser avaliado . O conhecimento psicopedagógico não
se cristaliza numa delimitação fixa, nem nos déficits e alterações subjetivas do
aprender, mas avalia a possibilidade do sujeito, a disponibilidade afetiva de saber e
de fazer, reconhecendo que o saber é próprio do sujeito.
Considera-se que o psicopedagogo contribua com o assessoramento, que
proporciona para a conquista dos objetivos da própria instituição, ou seja, fazer
com que cada educando progrida na sua aprendizagem e desenvolvimento
pessoal.
O conceito de aprendizagem com o qual trabalha a Psicopedagogia remete
a uma visão de homem como sujeito ativo num processo de interação com o meio
físico e social. Nesse processo interferem o seu equipamento biológico, as suas
condições afetivo – emocionais e as sua condições intelectuais. A psicopedagogia
entende, ainda que essas condições afetivo – emocionais e intelectuais são
geradas no meio familiar e sóciocultural no qual nasce e vive o sujeito. O produto
de tal interação é a aprendizagem.
Através da aprendizagem, o sujeito é inserido, de forma mais organizada, no mundo
da cultura e simbólico, que o incorpora à sociedade. A instituição escolar é responsável por
grande parte dessa aprendizagem. Ela é, com efeito, a grande preocupação da
Psicopedagogia. Cada sujeito tem uma história pessoal, da qual fazem parte várias
histórias: a familiar, a escolar e outras, as quais, articuladas condicionam-se mutuamente.
Grande parte da aprendizagem ocorre dentro da instituição escolar, na relação com
o professor, com o conteúdo e com o grupo social escolar enquanto um todo . Devido ao
lugar tão relevante na vida do ser humano, a instituição escolar, paradoxalmente, pode ser
também muito prejudicial.
Pensar a escola, à luz da Psicopedagogia, significa analisar um processo que inclui
questões metodológicas, relacionais e socioculturais, englobando o ponto de vista de
quem ensina e de quem aprende, abrangendo a participação da família e da sociedade.
29
Referências Bibliográficas
- Bock, Ana M.Bahia; Psicologias, Editora Saraiva, 1995. - Bossa, Nadia A.; Psicopedagogia no Brasil – Contribuições a
partir da prática, Editora Artes Médicas, 1994. - Mussen, Paul Henry ; Conger, John Janenvay e Kagan, Jerome;
Desenvolvimento e Personalidade da criança , Habra –Editora Harper e Row do Brasil Ltda . 1977.
- Oaklander, Violet; Descobrindo Crianças, Summus Editorial, 1978.
- Revista Nova Escola, Ano IX, número 81, 1994. Editora Abril. - Scoz, Baetriz; Psicopedagogia e Realidade Escolar – o problema
escolar e de aprendizagem. Editora Vozes. 2000. - Solé, Isabel; Orientação Educacional e Intervenção
Psicopedagógica, Editora Artmed, 2001. - Weiss, Maria Lúcia L. ; Psicopedagogia Clínica, Editora Artes
Médicas, 1994.
30
31
32
33