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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM – FACULDADE INTEGRADA MBA LOGÍSTICA EMPRESARIAL GESTÃO DE ESTOQUE – INVENTÁRIOS A Importância da Acuracidade na Gestão de Estoque de uma Organização do Ramo Siderúrgico Fabricante de Prego Thamiris Nascimento de Souza ORIENTADOR: Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

MBA LOGÍSTICA EMPRESARIAL

GESTÃO DE ESTOQUE – INVENTÁRIOS

A Importância da Acuracidade na Gestão de Estoque de uma

Organização do Ramo Siderúrgico Fabricante de Prego

Thamiris Nascimento de Souza

ORIENTADOR: Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de Janeiro

2016

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UTORAL

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

MBA LOGÍSTICA EMPRESARIAL

GESTÃO DE ESTOQUE – INVENTÁRIOS

A Importância da Acuracidade na Gestão de Estoque de uma

Organização do Ramo Siderúrgico Fabricante de Prego

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em MBA Logística Empresarial. Por: Thamiris Nascimento de Souza:

Rio de Janeiro

2016

RESUMO

Com o aumento da concorrência na produção e na prestação de serviço do ramo de

metais é fundamental o diferencial competitivo pautado no gerenciamento da

informação produzida pela empresa. Por isso, o presente estudo visou demonstrar a

importância da confiabilidade dos inventários para a gestão dos estoques de uma

organização do ramo siderúrgico fabricante de pregos no estado do Rio de Janeiro.

Para a realização desta pesquisa, se fez necessário à investigação minuciosa sobre

os temas relacionados ao planejamento e controle de produção, logística, organização

de estoques e execução de inventários, de modo que, possibilitou a construção das

propostas de melhoria possíveis de minimizar ou eliminar os diversos problemas

oriundos de uma má gestão, tais como: nível de serviço prestado ao cliente, falha ou

atrasos logísticos, elevação de custos de frete inutilizados pela falta de produto, falhas

no planejamento da produção, falta ou excesso de produção, retrabalhos e impactos

indiretos. Em suma, a acurácia dos dados provenientes dos inventários fortalece e

influencia positivamente o atendimento ao cliente final e a consolidação da

organização no mercado atuante

METODOLOGIA

O presente estudo, objetivou à solução de um problema em particular, trata-se

de uma pesquisa de natureza aplicada devido aos seus interesses práticos e por ser

orientada à aplicação dos resultados na solução de um problema especifico, isto é, a

baixa acuracidade de uma fabricante de prego.

O objetivo principal da pesquisa, é identificar os problemas na acuracidade de

estoque. Com o proposto problema: “A Importância da Acuracidade na Gestão de

Estoque de uma Organização do Ramo Siderúrgico Fabricante de Prego”.

Os objetivos são classificados como explicativos já que visa a identificação dos

fatores que determinam ou contribuem para o gerenciamento do estoque, de modo

que o conhecimento da realidade seja aprofundado por meio da análise do caso.

Sua abordagem é quantitativa em virtude do ponto de vista dado em análises

numéricas da sistemática de gestão de estoques. Além disso, envolveu um estudo

sobre a administração de estoque de um setor do ramo siderúrgico, analisando-o de

forma geral e especifica.

Após selecionado o tema, o trabalho iniciou-se com o estudo bibliográfico no

qual abordou os seguintes tópicos: produção de pregos; gestão de logística; gestão

de estoques/suprimentos; sistema de análise ABC e acuracidade.

Esse estudo visa um entendimento amplo e estruturado de processos de

tomada de decisões a respeito da acuracidade de estoque.

Para descrever o processo investigado, foram utilizadas as observações da

própria autora, avaliando todo processo fabril (PCP, produção, armazenagem e

expedição), bem como, recursos humanos e materiais, como por exemplo: planilhas

de controle, gráficos e anotações para verificar possíveis erros que ressaltam as

possíveis causas da falta de acuracidade dos inventários dos bens disponíveis em

estoques que impactam negativamente na produtividade e na capacidade da empresa

em foco.

Podemos dizer que o método de coleta usado foi a observação participativa,

pois ocorreu o acompanhamento das atividades desenvolvidas pelas pessoas

responsáveis em cada área

Para o desenvolvimento do estudo, foi utilizado o levantamento de dados

ocorrido através de cada processo do inventário, isto é, o “congelamento” do estoque

no dia do inventário pelo PCP, o trancamento de carregamento pela logística, o

lançamento do produto no sistema pela produção e o carregamento correto pela

expedição (logística).

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 8

CAPÍTULO I .............................................................................................................. 10

1.1 – Produção de Pregos ......................................................................................... 10

1.2 – Sistema de Gestão Logística ............................................................................ 11

1.3 – Sistemas de Armazenagem, Estocagem e Manuseio ...................................... 12

1.3.1 Armazenagem .................................................................................................. 12

1.3.2 Estocagem ....................................................................................................... 13

1.3.3 Manuseio ......................................................................................................... 13

1.4 – Pallets nos Processos de Armazenagem ......................................................... 13

1.5 Gestão de Transporte ......................................................................................... 14

1.6 – Nível de Serviço ............................................................................................... 15

1.7 – Conceito de Estoque ........................................................................................ 16

1.8 Função do Estoque ............................................................................................. 17

1.9 Tipos de Estoques ............................................................................................... 17

1.9.1 Estoques De Matérias-Primas .......................................................................... 18

1.9.2 Estoques de Produtos Intermediários .............................................................. 18

1.9.3 Estoques de Produtos Acabados ..................................................................... 18

1.9.4 Estoques em Trânsito....................................................................................... 18

1.9.5 Estoques em Consignação ............................................................................... 18

1.10 Custo do Estoque .............................................................................................. 19

1.11 Curva ABC ....................................................................................................... 20

1.12 – Conceito de Inventários .................................................................................. 21

1.12.1. Tipos de Inventários ...................................................................................... 22

1.12.2. Planejamento e Preparação para o Inventário .............................................. 22

1.13 – Acurácia ou Acuracidade ................................................................................ 24

CAPÍTULO II ............................................................................................................. 26

2 ANÁLISES E DISCURSÕES .................................................................................. 26

2.1 Histórico da Empresa .......................................................................................... 26

2.2 Planejamento Controle da Produção ................................................................... 27

2.3 Controle da Produção de Prego .......................................................................... 27

2.4 Loística ................................................................................................................ 29

2.4.1 Layout do Estoque ........................................................................................... 29

2.4.2 Processo de Carregamento .............................................................................. 31

2.5 Gestão de Estoque na Fábrica de Pregos........................................................... 31

2.5.1 Planejamento do Inventário .............................................................................. 31

2.5.2 Realização do Inventário .................................................................................. 32

2.5.3 Contagem Física .............................................................................................. 33

2.5.4 Ajustes no Estoque .......................................................................................... 34

CAPÍTULO III ............................................................................................................ 35

3.1 Evidências / Erros ............................................................................................... 35

3.1.1 – Motivo do Erro de Carregamento .................................................................. 36

3.1.2 – Motivo do Erro de Apontamento de Produção ............................................... 37

3.2 Proposta de Melhoria da Acuracidade ................................................................ 39

CONCLUSÃO ............................................................................................................ 41

6 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 42

FIGURAS

Figura 1 - Processo de Fabricação de Prego ............................................................ 10

Figura 2 - Fluxo da Cadeia de Suprimento ................................................................ 11

Figura 3 – Pallet ........................................................................................................ 14

Figura 4 - Curva ABC ................................................................................................ 20

Figura 5 – Exemplo de Folha de Contagem .............................................................. 21

Figura 6 – Exemplo de Check List para o Inventário ................................................. 23

Figura 7– Fluxo de Processo de Produção de Aço ................................................... 26

Figura 8 – Exemplo de Programa de Produção ........................................................ 27

Figura 9 – Área de Empacotamento .......................................................................... 28

Figura 10 – Montagem de Pallet ............................................................................... 28

Figura 11 – Layout da Fábrica de Prego ................................................................... 30

Figura 12 – Estocagem de Pregos ............................................................................ 30

Figura 13 – Cronograma ........................................................................................... 32

Figura 14 – Exemplo de Contagem Física ................................................................ 33

Figura 15 – Gráfico de Acurácia na Fábrica de Pregos ............................................. 34

Figura 16 – Indicador de falhas (Gráfico de Pareto) .................................................. 35

Figura 17 - RC ........................................................................................................... 36

Figura 18 - Espinha de Peixe Erro de Carregamento ................................................ 37

Figura 19 - Por quês do Erro de Carregamento ....................................................... 37

Figura 20 – Erro de lançamento de produção ........................................................... 38

Figura 21 – Espinha de Peixe Erro de Lançamento .................................................. 38

Figura 22 - 5 Por quês do Erro de Lançamento ........................................................ 39

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INTRODUÇÃO

Atualmente para uma organização se manter forte no mercado, é essencial a

adequação do modelo gerencial perante a concorrência. As estratégias utilizadas em

grande parte das empresas é a otimização dos processos através da padronização

dos controles específicos que estão diretamente ou indiretamente envolvidos na

satisfação do cliente final.

O teor desta pesquisa apresenta e sustenta a importância da acuracidade dos

inventários nas empresas, visando alcançar a eficiência, no que diz respeito, ao

cumprimento do acordo realizado entre o cliente e a fábrica, para isso, ter um estoque

equilibrado e disponível é um diferencial dentro de um cenário cada vez mais veloz e

instável.

Assim, percebe-se uma maior necessidade de uma gestão sobre um processo

que ainda não está totalmente confiável, porém, já assume uma imensa

responsabilidade dentro da organização, que é definido como inventário. Essa

ferramenta tem a função de controlar, em tempo real, a situação dos estoques fazendo

com que os produtos por ela gerenciados não fiquem parados gerando custos

invisíveis ou perdas financeiras.

O problema foco do estudo proposto baseia-se no baixo nível de acuracidade

de estoque em um fabricante de pregos, com resultado abaixo da meta em 12% no

ano de 2015.

Diante desta perspectiva, este trabalho propõe, através de um estudo de caso,

realizado em uma organização do ramo siderúrgico fabricante de prego, situada no

Estado do Rio de Janeiro, tendo como base, informações cedidas pela empresa

examinada, bem como, recursos humanos e materiais, onde, ressaltou o baixo nível

de acuracidade em seus estoques de pregos, com resultado abaixo da meta no ano

de 2015.

Com isso, constatou-se a necessidade de maior atenção na acurácia dos

inventários praticados pela empresa, tendo como objetivo demonstrar a importância

da acuracidade na gestão de estoque visando evidenciar possíveis propostas de

melhoria para o controle sistêmico do volume estocado. Pois é fundamental para o

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mercado a credibilidade de um estoque confiável para tornar as informações mais

eficazes e precisas, isto é, otimizar o investimento e minimizar as necessidades de

capital investido em estoque, por isso, este estudo tem como relevância ressaltar as

possíveis causas da falta de acuracidade dos inventários dos bens disponíveis em

estoques que impactam negativamente na produtividade e na capacidade de resposta

de uma organização de manufatura situada na capital do Estado do Rio de Janeiro.

O objetivo do trabalho estudado é deixar uma fabricante de pregos com o

estoque mais correto possível, pois com isso teremos um planejamento de produção

mais ajustado e controlado sem perdas financeiras e aumentando o nível de serviço,

isto é, um carregamento do produto para o seu cliente mais ágil.

Os objetivos específicos desse trabalho foi analisar o programa de produção

de prego dessa organização para verificarmos possíveis erros de lançamento

deixando o sistema com o estoque desonesto antes mesmo de entrar para a

armazenagem. Analisar também a sistemática de carregamento do setor logístico, isto

é, a prática adotada de carregamento é adequada para um controle de estoque mais

assertivo e identificar as práticas adotadas na gestão de estoque.

Será que a falta de confiabilidade nas informações pode afetar todos os setores

da empresa, desde o nível gerencial até o operacional? Uma informação errada dos

saldos em estoques pode levar a uma decisão equivocada na área de planejamento

ou de compras, atrasar produção ou até mesmo ocasionar a falta do produto para o

cliente? Pessoas capacitadas e treinadas influenciam num bom gerenciamento do

estoque?

O trabalho será dividido em três capítulos, no primeiro será abordado uma

breve pesquisa bibliográfica para entendermos todo o processo de gestão de estoque

e inventários, o segundo falará sobre as análises e erros obtidos, através da análise

em campo e o terceiro será a conclusão da pesquisa e sugestão de melhorias.

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CAPÍTULO I

1.1 – Produção de Pregos

O prego constitui-se basicamente de uma haste de metal, sendo uma das

pontas afiada e com outra ponta achatada. É utilizado para unir objetos, sendo

preferencialmente usado em madeira. Existem pregos para aplicações especiais,

principalmente para utilização em locais próximos a praias e construção naval, feitos

em madeira, em cobre, latão, alumínio ou outro material sintético.

Os pregos são feitos através de arames produzidos pelas trefilas em forma de

bobina. Esta bobina é desenrolada por uma peça chamada alimentador, levando o

arame para dentro de uma máquina formada por prensas que executam uma

sequência de operações de conformação e corte.

O processo de fabricação do prego constitui basicamente de 5 etapas conforme

mostra a Figura 1.

Figura 1 - Processo de Fabricação de Prego ( Processo de Fabricação de Prego adaptado e realizado pela autora, 2016)

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1.2 – Sistema de Gestão Logística

Por sua definição, entende-se por logística como parte da administração que

planeja, controla, organiza, movimenta, armazena materiais dentro de uma empresa.

Carvalho (2002, p. 31) define logística como sendo:

Logística é a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes. (CARVALHO, 2002, p.31)

Com isso, pode-se afirmar que logística é uma cadeia integrada de

suprimentos, que planeja e controla todo processo, com objetivo de satisfazer o cliente

da melhor maneira possível.

O fluxo que demonstra toda interação dos processos e seus resultados é

denominado como Cadeia de Valor, correspondendo toda definição do perfil de

demanda que servirá como direção para as atividades de produção, armazenagem e

entrega dos produtos e serviços, alinhando o foco de suprimento a atuar em pontos

estratégicos se baseando em dados reais de consumo (vide Figura 2).

Figura 2 - Fluxo da Cadeia de Suprimento

(Extraído do site http://admmundodosnegocios.blogspot.com.br/2011_08_01_archive.html, 2016)

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Onde houver melhor coordenação de todos os fluxos, mantendo sua interação,

maior será o ganho gerado dentro de uma cadeia de suprimentos, que será essencial

na estratégia de competitividade das empresas.

Entre as atividades desenvolvidas pela logística está a gestão de estoques, se

bem planejada e controlada, é o elemento chave para o sucesso de qualquer

organização.

1.3 – Sistemas de Armazenagem, Estocagem e Manuseio

Segundo Moura, estocagem e armazenagem são duas expressões distintas e

que muitas vezes são confundidas sendo necessária uma base coerente para

caracterizá-las. (MOURA 2005, p. 20) entende que:

Armazenagem é a denominação genérica e ampla que inclui todas as atividades de um espaço físico destinado à guarda temporária, a preservação e a distribuição de materiais, incluindo depósitos, almoxarifados, centros de distribuição, etc. Já a estocagem é uma das atividades do fluxo de materiais no armazém, é o ponto destinado à locação estática dos materiais, ou seja, dentro de um armazém podem existir vários pontos de estocagem. Pode-se dizer que a estocagem é uma parte integrante da armazenagem. (MOURA, 2005, p.20)

1.3.1 Armazenagem

É uma atividade de instalações temporárias de materiais de forma a preservar

sua integridade, isto é, atividade destinada à guarda temporária, preservação e

também a movimentação de materiais. As instalações de armazenagem devem

oferecer a movimentação rápida e fácil de materiais desde o recebimento até a

expedição. O planejamento adequado das instalações de armazenagem ajuda a

efetuar a estocagem e a movimentação eficientes, resultado em custos operacionais

menores e, sem dúvidas em melhor nível de serviço oferecido ao cliente.

O objetivo básico da armazenagem é estocar mercadorias da maneira mais

eficiente possível, identificar itens minimizando tempo, mão de obra e equipamentos

de movimentação

13

1.3.2 Estocagem

É uma das atividades de movimento de materiais destinado à instalação

estática dos materiais, sendo que em um armazém pode haver diversos pontos de

estocagem, podendo se dizer que a estocagem é uma parte integrante da

armazenagem.

1.3.3 Manuseio

O manuseio são atividades de apoio diretamente ligadas à armazenagem,

envolvendo a embalagem, a movimentação e a estocagem. Consiste na preparação

de materiais com o objetivo de facilitar sua movimentação na estocagem.

Buller (2012, p.86) afirma que “a otimização dos espaços utilizados reduz as

necessidades de movimentação e, por consequência, os custos. A eficiência da

movimentação é influenciada também pelo tamanho da carga a movimentar”.

Existem equipamentos de estocagem e movimentação dos mais variados tipos, manuais, automáticos e mistos. Alguns deles são: prateleiras, estantes, contentores ou caixas reutilizáveis, corredores móveis, suportes para pallets, paleteiras manuais, empilhadeiras elétricas ou mecânicas, convencionais, laterais ou ainda trilaterais, transportador por roletes ou esteiras, elevadores, guinchos, pontes rolantes e etc. (BULLER (2012, p.86).

1.4 – Pallets nos Processos de Armazenagem

A função do pallets é a otimização da movimentação de cargas através do uso

de porta-pallets e empilhadeiras tendo como vantagens nos transportes e

movimentações de cargas: facilidade e velocidade no armazenamento e

movimentação de mercadorias, possibilidade de utilização de equipamentos

mecânicos no seu manuseio, baixo custo de fabricação, redução de custos, pelo fato

de consolidar uma situação de intercambiamento entre os seus usuários e ainda por

ter uma medida padrão, que facilita o acondicionamento em racks e estruturas porta-

pallets e se adapta aos diferentes modais de transporte, proporcionando um excelente

aproveitamento da carga/transporte.

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Segundo Moura (2004, p. 162), podemos definir os pallets como uma

plataforma organizada horizontalmente para carregamento, constituída de vigas ou

blocos com a(s) face(s) sobre os apoios, de forma que a altura seja compatível com a

entrada de garfos de empilhadeiras ou outros sistemas de movimentação. Permite o

agrupamento de materiais, facilitando a movimentação, estocagem e transporte como

uma única carga, conforme mostra a Figura 3.

No final da década de 1960 e início da década de 1970, surgiram às primeiras

operações com pallets no Brasil, elas foram vistas nos segmentos automobilísticos e

nos hipermercados. A partir da década de 1980 os pallets tiveram o seu uso

concretizado, com o estabelecimento das Normas pela ABNT2 – NBR 8.252 (Nov/83).

Em 1988 foi criada a PBR (padrão de pallet brasileiro 1,00m x 1,20m) pela

Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), as operações começaram a se

homogeneizar e finalmente a cultura de paletização das cargas apresentando grandes

avanços para as operações logísticas.

Figura 3 – Pallet

(Extraído do site http://www.ebah.com.b/almoxarifado-curso-logistica-embalagem-armazenagem, 2016.)

1.5 Gestão de Transporte

É a movimentação física de pessoas e bens entre diferentes pontos, muito

usado pelas empresas para roteirização dos materiais, entretanto uma eficiente

gestão de transporte é fundamental não somente a empresa, mas também a um país

inteiro, pois um país deficiente no sistema de transporte limita muito a sua extensão

do mercado. A importância de uma boa gestão de transporte reside no fato de ele ser

15

um dos componentes de custo mais relevante na cadeia de suprimentos.

Para Ballour (2006, p. 150), “um sistema de transporte eficiente e barato

contribui para intensificar a competitividade no mercado, aumentar as economias de

escala na produção e reduzir os preços dos produtos em geral. ” A afirmação do autor

está relacionada ao aumento na economia de escala da produção.

1.6 – Nível de Serviço

É um indicador de qualidade de fluxo de bens e serviços que é gerenciado para

o atender das necessidades do cliente. Logo, um ótimo nível de serviço oferecido,

tende-se, à um elevado relacionamento com o cliente e consequentemente a

fidelização, por tanto, isso se torna o maior objetivo do nível de serviço.

VIEIRA (2009, p.157) afirma que:

“[...] A conceituação de nível de serviço logístico deve ser um pouco mais abrangente, ou seja, é a qualidade com que um fluxo de materiais e serviço é administrado para o atendimento das necessidades dos clientes a custo aos menores custos possíveis. ” (VIEIRA 2009, p. 157)

Segundo Vieira (2009), o desempenho e o resultado líquido do esforço de uma

organização, oferecem bons atendimentos aos seus clientes a custos compatíveis.

Como o nível de serviço logístico está associado aos custos de fornecer esses

serviços, o planejamento da movimentação de bens e serviços deve iniciar-se com as

necessidades de desempenho dos clientes no atendimento de seus pedidos. O nível

de serviço oferecido por uma empresa, ainda é muito complexo, pois os gestores

encontram dificuldades de unificar sua estrutura de distribuição de forma que atenda

satisfatoriamente as necessidades dos clientes, ou seja, é preciso determinar as

necessidades do cliente, para podermos fixar os padrões de nível de serviço e

posteriormente planejar.

Segundo Lambert (1998), muitas das empresas confundem o nível de serviço

com a concepção de satisfação do cliente. Isto é, a satisfação do cliente com relação

a um padrão de serviço nem sempre corresponde ao serviço de que ele necessita ou

que vai consumir. Ou seja, embora um serviço seja de altíssimo nível, se não atender

as necessidades do cliente, não satisfará suas expectativas.

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1.7 – Conceito de Estoque

A gestão de estoque é considerada uma atividade primária de um sistema

logístico.

Segundo VIEIRA (2009, p. 205) “[...] o estoque, processamentos de pedidos e

sistemas da informação são considerados como os principais componentes do

sistema logístico, porém geralmente responde pela maior parcela dos custos

logísticos”.

Dessa forma, a gestão de estoque é uma importante ferramenta que promove

ganhos na redução de custos, falhas, planejamentos e controles do fluxo de materiais

dentro das empresas. Mas apesar de sua complexidade, a gestão de estoque visa

encontrar melhorias nos custos e disponibilidade dos produtos, fazendo com que não

haja impacto direto na rentabilidade das empresas.

O objetivo fundamental do estoque é não deixar faltar material ou produto,

procurando de todas as formas evitarem a elevada mobilização de recursos

financeiros com os mesmos.

Lopes (2006, p. 100) entende que controlar estoques é a fase executiva, pois é

através dela que conseguimos determinar as políticas de manutenção, identificação

dos materiais, inventário e regionalização de acordo com a sua característica entre

outros. O autor ainda cita que “o controle de estoque é orientado, fundamentalmente,

pelas informações relativas ao consumo ou demanda, custo, mercado fornecedor,

cenários locais e globais e pelos prazos de entrega para cada item”.

Dias (1993, p. 23) defende que o objetivo da gestão estoque [...] “é otimizar o

investimento em estoques, aumentando o uso eficiente dos meios internos da

empresa, minimizando as necessidades de capital investido”. Nesse parágrafo,

entendesse que o autor enfatiza o uso de meios internos para um melhor desempenho

na gestão, isto é, pessoas capacitadas para lidar com essa questão.

Com isso podemos compreender que as gestões de estoques servem para

várias finalidades, isto é, melhoram o nível de serviço, evitam produção

desnecessária, permitem economias na escala de compras e transportes, agem como

proteção contra aumentos de preços, pois protegem a empresa de incertezas na

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demanda e no tempo de reabastecimento, servem como segurança contra

contingências.

1.8 Função do Estoque

A função do estoque é garantir o abastecimento de materiais a empresa,

diminuindo os efeitos de demora ou atraso no fornecimento de materiais, a

sazonalidade no suprimento, o risco de dificuldades de fornecimento e também

proporcionar economias de escalas, através de compra ou produção de lotes

econômicos pela flexibilidade do processo produtivo e pela rapidez e eficiência no

atendimento às necessidades.

A Administração de estoques é responsável pelo planejamento e controle do

estoque, desde o estágio de matéria-prima até o produto acabado entregue aos

clientes. Como o estoque resulta da produção ou a apóia, os dois não podem ser

administrados separadamente.

A função do controle de estoque é minimizar o capital investido em relação às

vendas não realizadas, ajudando no ajuste do planejamento da produção. O controle

de estoque também planeja, controla e replaneja o material armazenado na empresa,

também é importante no controle de desvios, desperdícios, apuração de valores e

apuração do demasiado investimento.

Com base no que diz Chiavenato (2005), as principais funções dos estoques

são:

“Garantir o abastecimento de materiais à empresa, neutralizando os efeitos de: demora ou atraso no fornecimento de materiais; sazonalidade no suprimento; riscos de dificuldade no fornecimento. Proporcionar economias de escalas: através da compra ou produção em lotes econômicos; flexibilidade do processo produtivo; rapidez e eficiência no atendimento às necessidades.”. CHIAVENATO (2005)

1.9 Tipos de Estoques

São classificados em cinco grandes categorias: estoques de matérias-primas,

estoques de produtos intermediários, estoques de produtos acabados, estoques em

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trânsito e estoques em consignação.

1.9.1 Estoques De Matérias-Primas

São os itens utilizados nos processos de transformação em produtos acabados,

independentemente de serem materiais diretos, que se agregam aos produtos finais,

ou indiretos, que não se agregam ao produto final.

Todos os materiais armazenados que a empresa compra para usar no

processo produtivo fazem parte do estoque matérias-primas.

1.9.2 Estoques de Produtos Intermediários

Correspondem aos itens que já entraram no processo produtivo, mas que ainda

não são produtos acabados. São materiais que começam a sofrer alterações, mas

sem estar finalizados.

1.9.3 Estoques de Produtos Acabados

São os itens que estão prontos para serem entregues aos consumidores finais.

São produtos finais da empresa.

1.9.4 Estoques em Trânsito

Correspondem aos materiais que foram enviados de uma unidade fabril para

outra, normalmente da mesma empresa, e que ainda não chegaram a seu destino

final.

1.9.5 Estoques em Consignação

São materiais que continuam sendo propriedade do fornecedor até que sejam

vendidos. Em caso contrário são devolvidos sem ônus.

Os materiais como recursos, recebem as seguintes denominações:

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� Materiais Diretos - também denominados materiais produtivos ou

matérias-primas, que se agregam ao produto final, isto e, saem como produto final.

� Materiais indiretos - também denominados materiais não produtivos ou

materiais auxiliares, que não se agrega, isto é, não saem como produto final.

1.10 Custo do Estoque

Quando há estoques desnecessários em uma empresa, ocorre um

desaproveitamento de mesmo, o que vai significar uma perda de espaço físico assim

como perdas de investimento e consequentemente gerar custos.

Quando há consciência de que os estoques geram desperdícios e quando se

identificam-se as razões que indicam a necessidade dos mesmos, o propósito é usá-

los de uma forma eficiente.

A armazenagem de materiais compreende dois tipos de custos:

� Custos variáveis: Custos de operação e manutenção dos equipamentos,

manutenção dos estoques, materiais operacionais e instalações, obsolescência e

deterioração e custos de perdas;

� Custos fixos: Equipamentos de armazenagem e manutenção, seguros,

benefícios a funcionários e folha de pagamentos e utilização do imóvel e mobiliário.

Conforme Garcia (2006, p.16) a relação aos custos associados à gestão de

estoques, podem ser separados em três áreas principais:

- Custos de manutenção de estoques: custos proporcionais a quantidade armazenada e ao tempo que esta fica em estoque. Um dos custos mais importante é o custo de oportunidade do capital. Este representa a perda de receitas por ter o capital investido em estoques em vez de o ter investido noutra atividade económica. Uma interpretação comum é considerar o custo de manutenção de estoque de um produto como uma pequena parte do seu valor unitário - Custos de pedido: custos referentes a uma nova encomenda, podendo esses custos ser tanto variáveis como fixos. Os custos fixos associados a um pedido são, o envio da encomenda, receber essa mesma encomenda e inspeção. O exemplo principal de custo variável é o preço unitário de compra dos artigos encomendados - Custos de falta: custos derivados de quando não existe estoque suficiente para satisfazer a procura dos clientes em um dado período de tempo. Como

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exemplos temos: pagamento de multas contratuais, perdas de venda, deteorização de imagem da empresa, perda de market share, e utilização de planos de contingência. GARCIA (2006, p.16).

1.11 Curva ABC

Conforme Carvalho (2002, p.226):

A curva ABC é um método de classificação de informações, para que se separem os itens de maior importância ou impacto, os quais são normalmente em menor número. CARVALHO (2002, p. 226).

Isto é, a curva é uma ferramenta importante para avaliar os estoques,

permitindo identificar itens que precisam de atenção e tratamento adequados para sua

administração. Ela consiste na verificação, em certo espaço de tempo (6 meses ou 1

ano), do consumo em valor monetário, ou quantidade dos itens de estoque, para que

eles possam ser classificados em ordem decrescente de importância, conforme

mostra a Figura 4 situada abaixo.

De acordo com Carvalho (2002, p. 227), os itens são classificados como:

� Classe A: de maior importância, valor ou quantidade, correspondendo a 20% do total (podem ser itens do estoque com uma demanda de 65% num dado período);

� Classe B: com importância, quantidade ou valor intermediário, correspondendo a 30% do total (podem ser itens do estoque com uma demanda de 25% num dado período); � Classe C: de menor importância, valor ou quantidade, correspondendo a 50% do total (podem ser itens do estoque com uma demanda de 10% num dado período). CARVALHO (2002, p. 227)

Figura 4 - Curva ABC (Extraído do site http://www.gestao-e-liderança.blogspot.com, 2016)

21

1.12 – Conceito de Inventários

Entende-se como inventário a conferência das informações sistêmicas

comparadas com os bens materiais disponíveis ao ativo permanente, em uso ou

estocados e os materiais de consumo em almoxarifado.

O controle quantitativo busca confrontar os valores encontrados no sistema

com o físico, verificados por meio de contagem manual ou através de coletores, com

os dados registrados nos sistemas utilizados, como por exemplo, o SAP (Software

para gestão de empresas).

O Inventário é uma lista de bens e materiais disponíveis em estoque que estão

armazenados na empresa ou externamente, mas pertencente à empresa. Os

materiais disponíveis que são listados em um inventário podem ser utilizados na

fabricação de bens mais complexos ou então eles mesmos podem ser

comercializados, dependendo do negócio da empresa.

A principal característica de um bom inventário são os detalhes, quanto mais

minucioso e mais preciso for, melhor será o seu objetivo.

É sempre interessante que o inventário contenha além do nome dos itens e

quantidade, também contenha a descrição destes itens, conforme figura 5 abaixo.

Figura 5 – Exemplo de Folha de Contagem

(Folha de contagem – Inventário de Prego, adaptado e realizado pela autora, 2016)

Caixa kg

117000154 PREGO CCAB 20x30-2.3/4x7 POL CX KG Depósito 2040117000155 PREGO CCAB 20x42-3.3/4x7 POL CX KG Depósito 760117000157 PREGO CCAB 22x42-3.3/4x5 POL CX KG Depósito 820117000158 PREGO CCAB 22x45-4x5 POL CX KG Depósito 3880117000159 PREGO CCAB 22x48-4.1/4x5 POL CX KG Depósito 34180117000160 PREGO CCAB 22x54-5x5 POL CX KG Depósito 8520117000161 PREGO CCAB 26x78-7x1 POL CX KG Depósito 9740117000243 PREGO CCAB 20x48-4.1/4x7 POL CX KG Depósito 1080117000244 PREGO CCAB 21x48-4.1/4x6 POL CX KG Depósito 80117000245 PREGO CCAB 23x54-5x4 POL CX KG Depósito 460117000247 PREGO CCAB 23x60-5.1/2x4 POL CX KG Depósito 6300117000248 PREGO CCAB 24x60-5.1/2x3 POL CX KG Depósito 2200117000249 PREGO CCAB 24x66-6x3 POL CX KG Depósito 5300117000251 PREGO CCAB 25x72-6.1/2x2 POL CX KG Depósito 1340117001382 PREGO CCAB 26x72-6.1/2x1 POL CX KG Depósito 4740117001386 PREGO CCAB 21x42-3.3/4x6 POL CX KG Depósito 2660117001387 PREGO CCAB 20x45-4x7 POL CX KG Depósito 2080117001395 PREGO CCAB 23x66-6x4 POL CX KG Depósito 9620117001398 PREGO CCAB 20x39-3.1/2x7 POL CX KG Depósito 280

Qtd.diferençaQtd.contada

Material Texto breve material UMB Tip. Estoq Qtd.contab

22

Após o término do inventário, é elaborada uma análise de possíveis diferenças

entre controle documentado e a contagem física do processo de análise e

posteriormente ajuste e reconciliação de acordo com as políticas da empresa. “O

inventário apresenta o valor real do imobilizado em materiais e produto da empresa. ”

(POZZO, 2004, p. 91).

Em qualquer país há suas próprias leis, práticas e regras sobre à execução de

um inventário. No Brasil, este conceito é regulamentado pelo Conselho Federal de

Contabilidade que determina os padrões para produção de inventários através

das Normas Brasileiras de Contabilidade.

No Brasil, segundo estas normas, as empresas tributadas com base no lucro

real, devem produzir trimestralmente ou anualmente o livro de registro de inventário.

Este livro de registro de inventário é obrigatório nas empresas e tem como

objetivo principal registrar todos os materiais presentes no estoque para ser realizado

o balanço da empresa.

A palavra inventário vem da palavra inventarium que tem origem Romano

(latim), que tem como significado designar grandes documentos, ou listas onde se

encontravam registros de produtos dos armazéns.

1.12.1. Tipos de Inventários

Existem dois tipos de inventários: o inventário geral ou periódico e o inventário

rotativo ou cíclico. O inventário geral ou periódico é elaborado no fim de cada ano

fiscal, onde se faz necessário à parada total do processo operacional da empresa. O

inventário rotativo ou cíclico é realizado no decorrer do ano fiscal da empresa,

realizado por grupos de produtos e não sendo necessária a parada do processo

operacional.

1.12.2. Planejamento e Preparação para o Inventário

O planejamento e a preparação do inventário são muito importantes, segundo

Dias (1993, p. 193), pois com um planejamento adequado a realização do inventário

acaba ficando muito eficaz. O autor relaciona alguns itens que deverão ser

23

providenciados, como por exemplo:

� Convocação: Consiste na organização das equipes de contagem,

informando as pessoas suas responsabilidades e o que elas irão inventariar.

� Folha de contagem: Folha com a identificação das contagens. As

informações contidas são: localização, descrição do material, código do material, lote,

quantidade contada.

� Arrumação física: Organizar o lugar onde vai ser inventariado,

providenciar todo os equipamentos necessários para a realização das contagens,

como escadas, balanças, calculadoras, empilhadeiras e etc.

� Cut- off: É um procedimento mais importante onde se inicia a contagem

impossibilitando movimentações do material, como recebimento, abastecimento da

produção e da expedição.

A Figura 6 abaixo mostra um exemplo de check para auxiliar na preparação e

inicialização da execução do processo de inventário.

Figura 6 – Exemplo de Check List para o Inventário

(Check list extraído da empresa estudada, 2016)

QUEM TIPO DE PRODUTO STATUS ASSINATURA

COORDENADOR DE LOGÍSTICA

Intermediário, Acabado, Sucata e Gusa, Portos e

insumos

COORDENADOR DE PRODUÇÃO

Intermediário, Acabado, Sucata e Gusa, Portos e

insumos

COORDENADOR DE PRODUÇÃO

Intermediário, Acabado, Sucata e Gusa, Portos e

insumos

REPRESENTANTE DO PCP

Intermediário, Acabado, Sucata e Gusa, Portos e

insumos

COORDENADOR DE PRODUÇÃO

Intermediário, Acabado, Sucata e Gusa, Portos e

insumos

COORDENADOR DE PRODUÇÃO

Intermediário, Acabado, Sucata e Gusa, Portos e

insumos

REPRESENTANTE PCP

Intermediário, Acabado, Sucata e Gusa, Portos e

insumos

REPRESENTANTE PCP

Intermediário, Acabado, Sucata e Gusa, Portos e

insumos

REPRESENTANTE PCP

Intermediário, Acabado, Portos e insumos

COORDENADOR DE PRODUÇÃO

Intermediário e Acabado.

REPRESENTANTE DO PCP

Intermediário e Acabado.

REPRESENTANTE DO PCP

Intermediário e Acabado.VERIFICAR O PREENCHIMENTO DO CRONOGRAMA DE CALIBRAÇÃO DE

BALANÇAS

VERIFICAR SE EXISTE ÁREA PARA SEGREGAR A PRODUÇÃO DURANTE A CONTAGEM

DISTRIBUIR FOLHA DE CONTAGEM

VERIFICAR INCONSISTÊNCIAS DE PROCEDIMENTO DE INVENTÁRIO NO SEU DECORRER (PCP)

ANALISAR SITUAÇÃO DOS ESTOQUES (ALOCAÇÃO, ESTOCAGEM, ESTADO DE QUALIDADE) (LOG)

VERIFICAR SE O MATERIAL ESTÁ COM ETIQUETA VERMELHA

VERIFICAR OS REGISTROS DE CONFIRMAÇÃO DE PRODUÇÃO (MANUAL-ELETRÔNICOS)

O QUE

CORTAR EMBARQUE E VERIFICAR SE AINDA EXISTE CAMINHÃO E VAGÃO NA USINA.

VERIFICAR SE A PRODUÇÃO DO TURNO ANTERIOR ESTÁ LANÇADA, SE NÃO EXISTE PENDÊNCIA E SE TODO O EMPREGO FOI EFETUADO.

VERIFICAR SE A COGI E MF47 ESTÃO LIMPAS

ABRIR DOCUMENTO DE INVENTÁRIO

VERIFICAR SE A DISTRIBUIÇÃO DA CONTAGEM ESTÁ CLARA PARA TODOS OS PARTICIPANTES DO INVENTÁRIO

24

1.13 – Acurácia ou Acuracidade

Acurácia ou acuracidade segundo Accioly (2013, p. 126) “é um sinônimo para

qualidade e confiabilidade da informação. Quando a informação do estoque no

sistema não confere com o saldo real disponível, dizemos que este estoque não é

confiável ou não tem acuracidade. ”

O mesmo autor afirma que, a falta de confiabilidade nas informações afeta

todos os setores da empresa do gerencial ao operacional.

A medida em que a acurácia resulta aos interesses no processo de planejamento

dos estoques e atendimentos aos clientes internos e externos, faz com que o nível

de serviço da empresa tenha resultado.

Na acurácia existem diferenças negativas e positivas, mesmo uma

compensando a outra é considerada divergências, pois estes erros podem ser

planejados posteriormente erroneamente, não importando se está faltando ou

sobrando. Isto é, o item que está sobrando fisicamente pode, pelo sistema, gerar

novas ordens de compras ou produção e isto irá gerar excesso no estoque. Já o item

quando falta fisicamente, poderá gerar ordens e rupturas de estoque, fazendo com

que haja sérios prejuízos à produção ou atendimento ao cliente.

Segundo Martins (2009), afirma que, logo após o fechamento do inventário

físico, é possível calcular a acurácia, o que permite analisar quantidade verificando-

se a porcentagem de itens corretos.

O cálculo da acuracidade é realizado através da divisão entre o número de itens com

registros corretos e o número total de itens. Este cálculo pode ser feito segundo a

fórmula a seguir:

ACURÁCIA = Registros Corretos x 100, onde:

Registros Contados

Correa (2001, p.417) entende que “[...] registros corretos consistem no número

de itens cujo estoque real contado foi igual ao número de itens registrados no sistema.

25

Registros contados consistem no número de itens registrados no físico. O índice ideal

para uma boa acurácia é de 100%”.

Não há um percentual padrão para acuracidade, mas, quanto mais próximo aos

100% melhor. Entretanto cabe a cada empresa estipular uma meta, levando em conta

o grau de importância e o impacto dos estoques em relação ao seu negócio.

Para acompanhar com maior precisão a acuracidade dos estoques, indica se o

controle rotativo, pois o inventário ocorre em períodos mais curtos. Isto é, o controle

rotativo facilita a verificação de erros com maior facilidade verificando a validade dos

produtos, evitando ainda a paralisação de toda a estrutura da empresa para efetuar a

contagem.

26

CAPÍTULO II

2 ANÁLISES E DISCURSÕES

2.1 Histórico da Empresa

O estudo de caso referente a este trabalho é sobre uma empresa do ramo

siderúrgico fundada em 1901 com sua primeira fábrica de pregos em Porto Alegre. Ao

longo dos anos ela se expandiu e investiu em novos produtos e novos lugares.

Possuindo hoje, operações industriais em 14 países (Nas Américas, Europa e Ásia),

nas quais somam uma capacidade instalada superior a 25 milhões de toneladas por

ano e é a maior recicladora da América Latina e no mundo, transformando toneladas

de sucatas em aços. Hoje nós temos uma usina localizada no Rio de Janeiro, onde

temos um processo siderúrgico completo, isto é, desde pátio de sucata (onde as

sucatas são processadas e transformadas em tarugos na aciaria), laminações (onde

sairão fio máquina, vergalhões, perfis, barras e etc.. Alguns desses produtos passarão

pelas trefilas), até a fábrica de pregos (utilizam-se arames trefilados para a

transformação em pregos e grampos), conforme mostra a figura 7 a seguir.

Figura 7– Fluxo de Processo de Produção de Aço (Arquivo extraído pela empresa estudada, 2016)

27

2.2 Planejamento Controle da Produção

O setor de planejamento e controle de produção é responsável por todo fluxo

operacional demandado pelo cliente. Sua principal função é o planejamento, com base

nos estoques disponíveis, dos materiais a serem produzidos pela organização de

acordo com os dados contidos na carteira de pedidos disponibilizados pela equipe de

vendas.

Esse processo é visualizado pelos programadores, através de um sistema

informatizado, no qual, geram ordens de produção com campos específicos que

apresentam informações como data, produto e volumes a serem produzidos

necessários para a realização do processo produtivo conforme mostra o exemplo

abaixo.

Figura 8 – Exemplo de Programa de Produção

(Arquivo extraído pela empresa estudada, 2016)

A falha da acuracidade na informação do estoque afeta diretamente o

planejamento da produção e o atendimento ao cliente. Por esta razão a confiabilidade

na informação auxilia na realização de um planejamento de produção eficaz e

consequentemente no inventário. Por esse motivo, a importância de um estoque

correto, pois a falta prejudica a empresa e o cliente.

2.3 Controle da Produção de Prego

A fabricação de pregos é dividida em cinco etapas produtivas. A execução do

plano de produção é realizada na etapa de corte. Após o corte, os pregos são enviados

para o empacotamento, onde são empacotados por caixa, 20 sacos de pregos, cada

um contendo 1 kg totalizando 20 kg por caixa. Conforme mostra a Figura 9.

01/03/2016 02/03/2016 03/03/2016 04/03/2016

18605 GRAMPO POLIDO 16X10-7/8X12

18639 GRAMPO POLIDO 19X11-1X9 6.500

18671 GRAMPO GALV 19X11 - 1X9

19211 PREGO CC 22X42-3.3/4X5

19237 PREGO CC 22X48-4.1/4X5 4.000 10.000 2.000 14.000

19261 PREGO CC 23X45-4X4

19295 PREGO CC 26X72-6.1/2X1

19300 PREGO CC 26X78-7X1

Programa de Produção - Março

B1

28

Figura 9 – Área de Empacotamento

(Arquivo extraído pela empresa estudada, 2016)

Durante o empacotamento as caixas são organizadas manualmente pelo

operador nos pallets. Esta organização é padronizada, isto é, são montadas 5

camadas contendo 15 caixas cada uma totalizando 75 caixas por pallets de acordo

com a Figura 10.

Figura 10 – Montagem de Pallet

(Arquivo extraído pela empresa estudada, 2016)

29

Ao completar os pallets, o operador responsável registra manualmente no

formulário de produção a quantidade de caixas e produto que foi empacotado. Este

registro se encontra ao lado da máquina, junto ao operador. Ao final do turno de

fabricação os formulários são enviados a sala de controle da produção.

Em um livro de produção são anotadas a bitola do prego embalado e a

quantidade de caixas por turno para que esta informação seja passada ao sistema

(software). Com base nestas informações, os apontamentos de produção são

realizados manualmente, não havendo conferência do turno anterior, deixando o

sistema propício a erros de apontamentos ocasionando a irregularidade no estoque.

Existem casos de formatação de pallets que vem do estoque para completar

produção para o cliente.

Exemplo: Um pallet se encontra no estoque com 15 caixas e a necessidade do

cliente é de 75 caixas. O operador da logística leva o pallet para ser completado com

60 caixas no empacotamento. Se o operador do empacotamento não registrar no

formulário de produção essas 60 caixas produzidas, teremos uma divergência no

estoque.

2.4 Logística

Analisando atuação da empresa no mercado, torna-se indispensável uma

infraestrutura logística sólida para atender o mercado nacional e internacional.

São faturados por dia em torno de 2.700 toneladas de produtos ao mercado,

sendo distribuídas por 100 toneladas de pregos e grampos, 1.500 toneladas de

materiais para construção civil, 100 toneladas para mercado de agropecuária e 1.000

toneladas para indústrias automobilísticas e artefatos.

A fábrica de pregos referente a este estudo realiza entregas para todo o Brasil.

Essas entregas são efetuadas através de remessas de carregamento geradas

automaticamente a partir do volume em estoque disponível no sistema.

2.4.1 Layout do Estoque

O estoque da fábrica de pregos é composto por 2 galpões com 5 corredores de

30

estantes com capacidade de estocagem de 3.200 toneladas, conforme Figura 11.

Figura 11 – Layout da Fábrica de Prego

(Arquivo adaptado e realizado pela autora, 2016)

Os pregos são estocados dentro de galpões cobertos, devidamente protegidos

e preservados da ação e das ameaças climáticas, animais e etc.

Esses pregos são alinhados dentro de estantes montados em pallets contendo

75 caixas, isto é, 1.500 kg, que são arrumadas conforme a disponibilidade de espaço

no estoque, de acordo com a imagem abaixo.

Figura 12 – Estocagem de Pregos

(Arquivo extraído pela empresa estudada, 2016)

Corredor 3

Corredor 4

Corredor 5

Galp

ão 1

G

alp

ão 2

31

Não há um critério de separação por produto para alocação dos pallets nas

prateleiras e nem ao menos identificação aos pallets mais alto das estantes,

dificultando o processo de contagem física, deixando o inventário exaustivo e

favorável ao erro.

2.4.2 Processo de Carregamento

As cargas de pregos são fracionadas, ou seja, para um único cliente pode-se

enviar vários tipos de pregos. Dessa forma, são realizadas pré-formatações de carga,

onde a formatação do pallet é realizada antes do carregamento. Este processo é

manual, aumentando a probabilidade de erros na formatação e consequentemente

atingindo sua acuracidade.

2.5 Gestão de Estoque na Fábrica de Pregos

A gestão de estoque na fábrica de pregos é realizada por meios de inventários

cíclicos separados por grupos de produtos conforme a curva ABC.

O inventário tem a finalidade de medir o grau de acuracidade do estoque e

identificar divergências de produção e logística.

2.5.1 Planejamento do Inventário

Nesta empresa todo ano são criados cronogramas para a realização dos

inventários. A Figura 13, mostra um exemplo de cronograma utilizado pela empresa

estudada, onde são divididos por semestre. Cada semestre é inventariado todos os

materiais da empresa. Logo, nós temos dois ou mais inventários ao ano de acordo

com a curva ABC do produto.

Esse cronograma é enviado aos responsáveis das áreas de produção e

logística para saber se eles estão de acordo com o planejamento.

Sendo acertado com o responsável da área, esse cronograma é enviado a

equipe de contabilidade para controle do que está sendo realizado e futuramente

auditado.

32

Figura 13 – Cronograma

(Arquivo extraído pela empresa estudada, 2016)

2.5.2 Realização do Inventário

Chegado o dia planejado para a realização do inventário, é necessário seguir o

fluxo operacional e as três fases essenciais para a realização do inventário começam

simultaneamente com o PCP, logística e produção.

O PCP faz a abertura do documento de inventário, ou seja, o documento é

aberto para fixar o estoque daquele momento para podermos comparar com o que

está no estoque.

A equipe da logística aciona a expedição para fechar o embarque e

desembarque, durante o processo de inventário. Caso haja algum caminhão com o

produto inventariado dentro da fábrica no período do inventário, o mesmo será

cancelado e agendado para outro dia para não haver contagem errada. Isto é, o

produto pode ter sido carregado no momento da realização do inventário, fazendo

com que a contagem fique divergente com o que está no sistema, pois o material que

foi carregado ainda não foi dado baixa pela expedição.

A produção por sua vez é responsável pelas segregações dos produtos que

estão sendo fabricados, pois os mesmos ainda não estão disponíveis no sistema, e

pelas verificações dos apontamentos de produção, pois sem estes processos haverá

divergências no estoque no momento do inventário.

33

2.5.3 Contagem Física

A equipe da logística e a de produção são os responsáveis pela contagem

física. Com eles é necessária uma folha de contagem contendo número do item e

descrição do material inventariado, onde são anotadas as quantidades de caixas

existentes no estoque, de acordo com o exemplo abaixo, figura 14.

Para ajudar no processo de contagem são disponibilizadas empilhadeiras,

calculadoras e etc.

Figura 14 – Exemplo de Contagem Física

(Arquivo extraído pela empresa estudada, 2016)

Para ter um bom inventário é essencial que os contadores conheçam o

processo. Este processo de contagem acontece sempre em dupla, trabalhando com

conferência (conta / reconta), para garantir a confiabilidade na informação.

Todo o processo de contagem é manual e propício a muitos erros, como por

exemplo: a falta de disponibilidade de empilhadeiras dificulta o acesso às prateleiras

mais altas, fazendo com que os contadores suponham o produto da visão de onde

estão; caixas fora das estantes, materiais desorganizados e caixas rasgadas,

dificultam o processo de contagem induzindo ao erro.

Terminada a contagem dos itens, essa folha de contagem é encaminhada ao

responsável do PCP para serem feitas as digitações para confrontar com o sistema.

34

2.5.4 Ajustes no Estoque

Após a contagem, realiza-se o confronto, analisando o saldo do sistema com o

saldo encontrado fisicamente. Os desvios encontrados são ajustados para acerto do

estoque, com a finalidade de garantir a confiabilidade da informação.

A tabela e o gráfico abaixo mostram os níveis de acuracidade no período de

Janeiro a Setembro de 2015.

TABELA 1 – Resultado de Acurácia de Janeiro a Setembro 2015

(Fonte: Arquivo extraído pela empresa estudada, 2015)

Figura 15 – Gráfico de Acurácia na Fábrica de Pregos

(Arquivo extraído pela empresa estudada, 2015)

Interpretando a tabela e o gráfico acima, percebe se que a acurácia da fábrica

de prego no período de janeiro a setembro ficou fora da meta estipulada pela empresa.

jan-15 fev-15 mar-15 abr-15 mai-15 jun-15 jul-15 ago-15 set-15

Produtos Contados 59 31 43 26 56 8 37 28 110

Produtos Divergentes 12 9 12 12 16 2 9 10 38

Acurácia (%) 80% 71% 72% 54% 71% 75% 76% 64% 65%

Acurácia Meta (%) 80% 80% 80% 80% 80% 80% 80% 80% 80%

59

31

43

26

56

8

37

28

110

12 9 12 1216

2 9 10

38

80%

71% 72%

54%

71%75% 76%

64% 65%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0

20

40

60

80

100

120

jan-15 fev-15 mar-15 abr-15 mai-15 jun-15 jul-15 ago-15 set-15

Acu

ráci

a (%

)

Qn

td d

e P

rod

uto

s

Gráfico da Acurácia

Produtos Contados Produtos Divergentes Acurácia (%) Acurácia Meta (%)

35

CAPÍTULO III

3.1 Evidências / Erros

Em função desse baixo resultado de acuracidade, foram feitas as análises da

causa raiz dessa baixa acuracidade no estoque. Abaixo, segue a listagem dos erros

encontrados em uma análise em um período de 6 meses:

� Erro no apontamento de produção

� Erro no carregamento

� Falta de padronização de armazenagem dos produtos

� Produtos fora dos pallets

� Erro na contagem

� Falta de capacitação da equipe

Conforme a Figura 16, pode se observar que o maior índice de erros ocorridos

nesse período são os de carregamento e erro no apontamento de produção, como foi

mencionado anteriormente, estes processos são manuais, não há nenhuma barreira

sistêmica que evite está ocorrência.

Figura 16 – Indicador de falhas (Gráfico de Pareto) (Arquivo extraído pela empresa estudada, 2015)

36

Com base nos dados acima, esses casos, além do treinamento e reciclagem

do padrão de processo, serão verificados se existem dificuldades operacionais quanto

a estocagem, lançamentos de produção no sistema, pois o trabalho manual de lançar

e carregar são os que possuem maior incidência, influenciando numa má gestão de

planejamento da produção, afetando diretamente ao nível de serviço do cliente.

3.1.1 – Motivo do Erro de Carregamento

Feita a análise sobre o erro de carregamento, verificamos que todos os erros

são relacionados a produtos que tem bitola semelhantes, veja o exemplo:

Um determinado cliente solicitou 300kg de prego cabeça dupla 17x27, o pedido

foi implantado corretamente e o faturamento também, porém foi carregado 300kg de

prego com cabeça comum 17x27.

Foi aberto um RC (reclamação de cliente) para corrigir o fato ocorrido, como

mostra a Figura 17.

Figura 17 - RC (Arquivo extraído da empresa estudada, 2016)

Ao analisarmos com a ferramenta da qualidade diagrama de ishikawa (espinha

de peixe, Figura 18), podemos observar melhor a causa e o efeito do erro, utilizando

também os 5 porquês, conforme a Figura 19.

37

Figura 18 - Espinha de Peixe Erro de Carregamento

(Arquivo adaptado e realizado pela autora, 2016)

Figura 19 - Por quês do Erro de Carregamento (Arquivo adaptado da empresa estudada, 2016)

3.1.2 – Motivo do Erro de Apontamento de Produção

Com o segundo maior índice no Pareto, foi constatado o erro de lançamento de

produção, na qual há um grande impacto na acuracidade do estoque e no atendimento

as ordens de carregamento, pois este tipo de evento causa divergência entre o

sistema e o físico. Logo, por muitas das vezes gera um rompimento da empresa com

o cliente, ou seja, o material não é localizado no estoque e o mesmo não poderá ser

Descrição da Falha: Erro de Carregamento

Causa Provavel

O operador pegou do armazém prego com

cabeça simples, porém na NF o prego era

cabeça dupla

Por quê? Falta de Atenção

Por quê? Mente e olhos longe da tarefa

Por quê? Problemas pessoais

Por quê?

Por quê?

Categoria da Causa Comportamento

5 Por quês para: Mão de Obra

38

carregado. A Figura 20, apresenta o número de ocorrência do referido desvio no

intervalo de tempo de seis meses.

Figura 20 – Erro de lançamento de produção (Arquivo extraído da empresa estudada, 2016)

Na figura acima, observamos que em abril, houve um índice maior de erros de

lançamento de produção, então para tratar a falha foi o diagrama de ishikawa (espinha

de peixe), de acordo com a Figura 21 e com isso podemos observar melhor a causa

e o efeito do erro, utilizando também os 5 porquês, conforme a Figura 22.

Figura 21 – Espinha de Peixe Erro de Lançamento (Arquivo adaptado e realizado pela autora, 2016)

35

7

12

6

2

35

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Total

Mês

Erro de Lançamento de Produçãon

39

Figura 22 - 5 Por quês do Erro de Lançamento (Arquivo adaptado da empresa estudada, 2016)

3.2 Proposta de Melhoria da Acuracidade

Para atuar na principal causa da falha de acurácia, a solução é um sistema de

carregamento coletado, isto é, o uso de um software para controle do que está sendo

entregue ao cliente, evitando a troca de produtos. Também será proposto, um sistema

de layout que seja mais complexo, detalhado e iluminado, fazendo com que o produto

especifico esteja armazenado em um único lugar.

O desenvolvimento de um software que pese e envie as informações do

produto para o sistema, se faz fundamental e imprescindível para uma maior e melhor

gestão dos lançamentos de produção, pois hoje a fábrica é vulnerável aos erros, pois

esta atividade é realizada totalmente de forma manual.

O PCP é a área que mais necessita da confiabilidade da informação sobre o

estoque, pois, a partir desta que são geradas as ordens de produção, compras de

insumos e carregamentos, então, estamos propondo uma reunião mensal com todos

os gestores de estoque das áreas de produção. Nesta reunião vai monitorar de forma

efetiva o tempo de permanência de cada produto no estoque, erros de lançamento de

produção, furo de FIFO (First In, First Out), dentre outros assuntos.

Descrição da Falha: Erro de lançamento de produção

Causa Provavel

Divergência entre números de caixas de

pregos produzidas e lançadas no sistema

Por quê?

Não foi localizado no físico o valor lançado no

sistema

Por quê? Foram lançadas 12 caixas a mais no sistema

Por quê?

O operador lançou/apontou 12 caixas de

pregos que não haviam sido produzidas

Por quê?

Se confundiu com a produção que já havia

sido retirada

Por quê? Mente e olhos longe da tarefa

Categoria da Causa Comportamento

5 Por quês para: Mão de Obra

40

Padronizar, capacitar e reciclar os colaboradores nos padrões específicos de

suas funções, para garantir que todos realizem as atividades de carregamento e

lançamento de produção com o mesmo critério e assertividade. Divulgar mensalmente

para todos os envolvidos no processo, o resultado dos inventários x acurácia de

estoque, afim de promover uma maior aproximação e conhecimento da importância

deste resultado.

41

CONCLUSÃO

A importância da acuracidade na gestão de estoque é muito comum nas

empresas de manufaturas, porém é um exercício árduo e requer dedicação e extrema

atenção em todo o processo relacionado ao estoque. Esse tema é a “espinha dorsal”

para a sobrevivência de qualquer empresa, pois o foco sempre será o nível de serviço

ao cliente.

Nota-se que todos os colaboradores envolvidos no processo, precisam

absorver a doutrina de que erros de lançamentos, estornos, carregamentos,

estocagem erradas, são prejudiciais ao estoque e consequentemente ao inventário,

sendo essenciais, treinamentos demonstrando todo o processo por traz dos estoques,

para que os funcionários entendam a importância da acuracidade, bem como,

investimentos em sistemas mais informatizados, para evitar os erros humanos, tanto

na hora da produção, no carregamento e na hora da contagem física.

Podemos afirmar, que com a implementação dessas propostas citadas acima,

e com a utilização das ferramentas da qualidade, estará tratando e agindo nas causas

fundamentais dos problemas de acuracidade do estoque e com isso, será possível

criar mecanismos para garantir com que as referidas falhas não voltem a ocorrer,

mesmo tendo como principal causa o erro humano.

Diante disso, conclui-se que as análises realizadas dos problemas

evidenciados foram satisfatória, pois com a aplicação das ações propostas é possível

minimizar e/ou eliminar os diversos problemas relacionados acuracidade dos

estoques, tais como: nível de serviço prestado ao cliente, falha ou atrasos logísticos,

elevação de custos de frete inutilizados pela falta de produto, falhas no planejamento

da produção, falta ou excesso de produção, retrabalhos e impactos indiretos e, dessa

maneira, garantir a confiabilidade das informações produzidas pela organização

42

6 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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