UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO “A VEZ DO …ŠDA JULIA GÓES VENTURA.pdf · é, deseja o...
Transcript of UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO “A VEZ DO …ŠDA JULIA GÓES VENTURA.pdf · é, deseja o...
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO “A VEZ DO MESTRE”
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
A IMPORTÂNCIA DA FILOSOFIA NA FORMAÇÃO DO EDUCADOR DO NÍVEL SUPERIOR.
Por Lêda Julia Góes Ventura
Orientadora
Profª. Diva Nereida Marques Machado Maranhão.
RIO DE JANEIRO
2007
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO “A VEZ DO MESTRE”
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
A IMPORTÂNCIA DA FILOSOFIA NA FORMAÇÃO DO EDUCADOR DO NÍVEL SUPERIOR.
Apresentação de monografia ao Instituto Vez do Mestre
como condição prévia para a conclusão do Curso de
Pós-Graduação “Lato Sensu” em Docência do Ensino
Superior.
Por Lêda Julia Góes Ventura.
AGRADECIMENTOS
A todos os autores, corpo docente do instituto “A vez do
Mestre”, à professora Diva Nereida Marques Machado
Maranhão pela revisão dos textos, à Isabella Góes
Ventura pelo auxílio na formatação. Aos alunos e
pessoas que, direta e indiretamente, contribuíram para a
confecção deste trabalho acadêmico e sua constante
atualização.
E a Deus, pela oportunidade de produzi-lo.
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho acadêmico ao meu esposo Carlos
Alberto, que tanto colaborou para a confecção e o
aperfeiçoamento desse trabalho acadêmico. Também a
Isabella, Bárbara e Carlos Alexandre meus filhos, pela
alegria que trouxeram ao nosso lar.
Lêda Julia Góes Ventura.
EPÍGRAFE
“Não foi a educação que fez mulheres e homens
educáveis, mas a consciência de sua inconclusão é que
gerou sua educabilidade.”
Paulo Freire.
RESUMO
A monografia que vamos apresentar, fala do professor como educador, e
tem como título A importância da Filosofia na Formação do Educador do Nível
Superior. Então para que possamos melhor entender a nossa monografia,
vamos falar em separado dos assuntos que inerentes ao tema tratado: A
Filosofia, O Educador, a Formação do Educador, que possamos melhor
entender a nossa proposição final. A Pesquisa será exclusivamente
bibliográfica. Pretendemos ao final deste trabalho demonstrar que a Filosofia
na formação do educador irá enriquecer e embasá-lo na sua prática
pedagógica. Acreditamos que o docente que tiver o domínio da ciência
apresentada nesta monografia terá sua formação acadêmica bastante
enriquecida, fazendo com que seja um verdadeiro Educador apto a formar os
jovens que deverão cuidar do nosso país.
METODOLOGIA
A presente monografia teve como metodologia a Pesquisa bibliográfica
por meio de um levantamento minucioso buscando bibliografias específicas
sobre o tema tratado.
O título é: A Importância da Filosofia na Formação do Educador do Nível
Superior.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.....................................................................................................9
CAPÍTULO I
A FILOSOFIA.....................................................................................................12
CAPÍTULO II
ENSINO SUPERIOR.........................................................................................26
CAPÍTULO III
A FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO E A PEDAGOGIA............................................33
CONCLUSÃO....................................................................................................58
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................60
ÍNDICE...............................................................................................................62
FOLHA DE AVALIAÇÃO....................................................................................64
ANEXOS............................................................................................................65
INTRODUÇÃO
A importância dos educadores é preparar as novas gerações para o
mundo em que terão que viver. Isto quer dizer proporcionar-lhes o ensino
necessário para que adquiram as destrezas e habilidades que vão necessitar
para seu desempenho com comodidade e eficiência no seio da sociedade que
enfrentarão ao concluir sua escolaridade.
No Brasil o acesso à educação tem sido privilégio de uma pequena
fração da população; e as escolas de ensino superior, tardiamente fundadas,
mal estruturadas em universidades, cuja existência é, na prática, meramente
formal desprovidos, os professores tradicionais, do estilo agressivo da
inventividade e da ânsia pelo trabalho experimental e pelas descobertas explica
a ausência da atividade cientifica sociologicamente significativa.
Se existe uma pratica universal, esta é a da educação. Nenhuma
sociedade pode fazer a economia de conduzir novas gerações até o estado
adulto . Dos dispositivos naturais aos dispositivos sociais e éticos, construí-se o
princípio de nossa personalidade e de toda humanidade. A filosofia tenta
interrogar o sentido de tal empresa, assegurar a consciência disso. Pois não se
educa somente para educar, mas também para realizar um fim: aperfeiçoar,
despertar o homem para o mundo ou para sua liberdade, ajustar uma natureza,
construir o progresso coletivo e inventar. A educação distingue-se do fato de
aprender. É através dos tempos que a humanidade vem tentando de uma
maneira ou de outra Educar a sua vida em qualquer aspecto.
Se observarmos com mais freqüência, vamos verificar que a
educação está constantemente ao nosso lado, mesmo que não a percebamos.
O simples ato de acordar, levantar, fazer o asseio matinal, vestir, alimentar, ir
para o trabalho ou escola, é uma maneira de educar o nosso cotidiano, é uma
maneira imperceptível da prática da educação, pois fazemos essas coisas de
uma maneira ordenada e seqüencial. Dentro desse prisma, podemos afirmar
que o professor se for um bom educador, poderá ser um profissional do ensino
bem sucedido. Quando nos referimos a um bom educador/professor, estamos
falando daquele profissional que alia ao seu conhecimento a Filosofia em tudo
o que faz e transmite.
A teoria que provoca a reflexão sobre a interação dos mais variados
sistemas a partir do maior e sua influência sobre a atividade humana, em
especial, na empresa/educação. A teoria assim desenvolvida está baseada no
holismo e abrange de forma a mais ampla possível, tudo o que se movimenta
no Universo. Só assim poder-se-á entendê-la quando aplicada a um projeto
específico, que no nosso caso é a Educação. Compõem-se a teoria, quando
limitada ao enfoque da Educação, tal como tudo no Universo, de três
componentes básicos, indecomponíveis e mutuamente indispensáveis, que
são: Espaço.
Que é ocupado pela rede ou sistema ligado a economia, a política, a
sociedade e também ao ensino, onde se movimentam o espírito, a vontade e a
inteligência do educador/professor, aqui entendido como “agente do
movimento”. Tempo.
Que é o componente seqüencial sintonizado ao movimento e no
espaço que, no caso poderá ser “para frente” e ”para traz”, do ponto de vista do
observador e relativo a outros movimentos e espaços. Movimento.
Que é o elo entre o tempo e o espaço ou a energia contida nestes,
perceptível ou não. Por isso, enquanto a energia estiver em repouso, não será
percebida, muito embora esteja lá. Estes três fatores são componentes do
Universo LATO SENSU. São, por isto, o sistema maior, no qual todos os outros
sistemas estão contidos, inclusive o sistema educacional. (EPPINGER &
TOLEDO, 1999).
A educação responde ao desenvolvimento produtivo cultural de um
povo, bem como ao tipo de sua organização econômica. A forma de pensar
educação está intimamente relacionada com a visão de mundo que se tenha.
Como a educação faz parte da vida, ação e reflexão permanentes constituem
também a base dinâmica do processo educativo e de sua valorização.
Educação e vida formam então um único e mesmo processo. Vida é educação.
Educação é vida.
CAPÍTULO I
A FILOSOFIA
Neste trabalho procuramos demonstrar a importância da Filosofia
para o educador.
Segundo Vitor Cousin (1992) a filosofia surgiu quando o homem
refletiu e perguntou “porque”.
Já Aristóteles, no século IV a.C. afirmava que “filosofia é a ciência de
todas as coisas, pelas mais altas causas”. (PRADO, 1982)
A Filosofia Grega divide-se em 3 períodos:
• Período Pré-Socrático
• Período Socrático
• Período Pós-Socrático
Falaremos sobre alguns filósofos do período: Período Pré-Socrático.
O primeiro será Thales de Mileto. Este filósofo investigava de que
eram feitas as coisas. Para Thales de Mileto, as coisas eram feitas de água.
Ele dividiu sua teoria praticamente em duas partes. Haveria o máximo de
condensação, e o máximo de rarefação, e o resto ficaria no meio termo.
Exemplo 1: Pedra era o Máximo de CONDENSAÇÃO
Exemplo 2: AR era o Máximo de RAREFAÇÃO.
O segundo a ser estudado será Anaxímenes. Para este filósofo as
coisas era feitas de Ar.
O terceiro a ser estudado será Anaximandro para este filósofo as
coisas eram constituídas de uma substância indefinida, chamada em grego de
A’peiron.
Podemos citar como exemplo um cigarro que vai se queimando,
fazendo sumir o fumo e o papel, e aparecendo a cinza. Não há mais o papel o
fumo, agora há somente a cinza que não havia antes. Há então alguma
substância indefinida que antes era uma coisa (fumo e papel) e agora é outra
(a cinza).
O quarto a ser estudado será Heráclito. Para este filósofo tudo é
movimento, e tudo era constituído de fogo. Fogo como símbolo de
continuidade, com duas labaredas que não se acabam.
O quinto a ser estudado será Pitágoras. Para este filósofo foi com
ele que surgiu o nome da Filosofia. Na era antiga os sábios eram chamados
em gregos de sófos, e conta-se que em uma conversa com um Príncipe,
Pitágoras foi chamado de sábio, ao que ele retrucou dizendo que não era um
sábio, e sim “Amigo da Sabedoria”, que em grego é “ficando assim conhecido
como Amigo da Sabedoria”, e mais tarde Filosofia. Ele foi o fundador da seita
política religiosa, uma seita esotérica, fechada como a maçonaria. A seita
exotérica e uma seita aberta, revelada ao público.
Exemplo: Seita Católica, Batista, etc.
Sendo a seita fundada por Pitágoras uma seita fechada, ficou difícil
para os historiadores sua divulgação, e foi Filolau que primeiro revelou os
segredos da seita de Pitágoras, cujo livro foi comprado por Platão. Segundo
Pitágoras as coisas eram constituídas de números.
O sexto a ser estudado será Empédocles. Para este filósofo já a
partir de Heráclito, os filósofos se preocupavam com o aspecto dinâmico,
enquanto os anteriores, se preocupavam com o aspecto estático. Para
Empédocles, as coisas Água; Ar; Terra E Fogo constituíam todas as coisas.
Para ele, só um igual entende outro igual, e assim as pessoas eram
constituídas de Água, Ar, Terra e Fogo. Esta tese durou 2 mil anos. A teoria de
Empédocles foi divulgada por Aristóteles.
O sétimo a ser estudado será Anaxágoras. Para este filósofo tudo no
Universo era constituído por pequenas partículas de tudo que existe no próprio
universo. A estas partículas ele chamou de: Homeomerias. Sabemos que os
seres humanos possuem dois tipos de conhecimento: sensitivo e intelectual
(Prado, 1982).
1.1 – A origem da Filosofia
A palavra filosofia é grega. È composta por duas outras: philo e
sophia. Philo deriva-se de philia, que significa amizade, amor fraterno, respeito
entre os iguais. Sophia que dizer sabedoria e dela vêm à palavra sophos,
sábio.
Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito
pelo saber. Filósofo: O que ama a sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja
saber. Assim, filosofia indica um estado de espírito, o da pessoa que ama, Isto
é, deseja o conhecimento, o estima, o procura e o respeita.
Atribui-se ao filósofo grego Pitágoras de Somos (que viveu no século
V antes de Cristo) a invenção da palavra Filosofia. Pitágoras teria afirmado que
a sabedoria plena e completa pertence aos deuses, mas que os homens
podem desejá-la ou amá-la, tornando-se filósofos.
Dizia Pitágoras que três tipos de pessoas compareciam aos jogos
olímpicos (a festa mais importante da Grécia): as que iam para comerciar
durante os jogos, ali estando apenas para servir aos seus próprios interesses e
sem preocupação com as disputas e os torneios: as que iam para competir, isto
é, os atletas e artistas (pois, durante os jogos também havia competições
artísticas: dança, poesia, música, teatro); e as que iam para contemplar os
jogos e torneios, para avaliar o desempenho e julgar o valor dos que ali se
apresentavam. Esse terceiro tipo de pessoa, dizia Pitágoras, é como o filósofo.
Com isso, Pitágoras queira dizer que o filósofo não é movido por
interesses comerciais – não coloca o saber como propriedade sua, como uma
coisa para ser comprada e vendida no mercado; também não é movido pelo
desejo de competir – não faz das idéias e dos conhecimentos uma habilidade
para vencer competidores ou “atletas intelectuais”; mas é movido pelo desejo
de observar, contemplar, julgar e avaliar as coisas, as ações, a vida, em
resumo, pelo desejo de saber. A verdade não pertence a ninguém, ela é o que
buscamos e que está diante de nós para ser contemplada e vista, se tivermos
olhos (do espírito) para vê-la. (Chauí, 2000).
A filosofia surge, portanto, quando alguns gregos, admirados e
espantados com a realidade, insatisfeitos com as explicações que a tradição
lhes dera, começaram a fazer perguntas e buscar respostas para elas,
demonstrando que o mundo e os seres humanos, os acontecimentos e as
coisas da Natureza, os acontecimentos e as ações humanas podem ser
conhecidos pela razão humana, e que a própria razão é capaz de conhecer-se
a sim mesma.
Em rumo, a Filosofia surge quando se descobriu que a verdade do
mundo e dos humanos não era algo secreto e misterioso, que precisasse ser
revelado por divindades a alguns escolhidos, mas que, ao contrário, podia ser
conhecida por todos, através da razão, que é a mesma em todos; quando se
descobriu que tal conhecimento depende de uso correto da razão ou do
pensamento e que, além da verdade poder ser conhecida por todos, podia,
pelo mesmo motivo, ser ensinada ou transmitida a todos. (Chauí, 2000).
1.2 – O Nascimento da Filosofia
Os historiadores da Filosofia dizem que ela possui data e local de
nascimento: final do século VII e início do século VI antes de Cristo, nas
colônias gregas da Ásia Menor (particularmente as que formavam uma região
denominada Jônia), na cidade de Mileto. E o primeiro filósofo foi Teles de
Mileto.
Além de possuir data e local de nascimento e de possuir seu
primeiro autor,, a Filosofia também possui um conteúdo preciso ao nascer: é
uma Cosmologia. A palavra cosmologia é composta de duas outras: cosmos,
que significa mundo ordenado e organizado, e logia, que vem da palavra logos,
que significa pensamento racional, discurso racional, conhecimento. Assim, a
Filosofia nasce como conhecimento racional da ordem do mundo ou da
natureza, donde, cosmologia. (Chauí, 2000).
1.3 – A Filosofia na História
Como todas as criações e instituições humanas, a Filosofia está na
História e tem uma história.
Está na História: a Filosofia manifesta e exprime os problemas e as
questões que, em cada época de uma sociedade, os homens colocam para si
mesmos, diante do que é novo e ainda não foi compreendido. A Filosofia
procura enfrentar essa novidade, oferecendo caminhos, respostas e,
sobretudo, propondo novas perguntas, num diálogo permanente com a
sociedade e a cultura de seu tempo, do qual ela faz parte.
Tem uma história: as respostas, as soluções e as novas perguntas
que os filósofos de uma época oferecem tornam-se saberes adquiridos que
outros filósofos prosseguem ou, freqüentemente, tornam-se novos problemas
que outros filósofos tentam resolver, seja aproveitando o passado filosófico,
seja criticando-o e refutando-o. Além disso, as transformações nos modos de
conhecer podem ampliar os campos de investigações da Filosofia, fazendo
surgir novas disciplinas filosóficas, como também podem diminuir esses
campos, porque alguns de seus conhecimentos podem desligar-se dela e
formar disciplinas separadas.
Assim, por exemplo, a Filosofia teve seu campo de atividade
aumentado quando, no século XVIII, surge a filosofia da arte ou estética; no
século XIX, a filosofia da história; no século XX, a filosofia das ciências ou
epistemologia, e a filosofia da linguagem. Por outro lado, o campo da Filosofia
diminuiu quando as ciências particulares que dela faziam parte foram se
desligando para constituir suas próprias esferas de investigação. È o que
acontece, por exemplo, no século XVIII, quando se desligam da Filosofia a
biologia, a física e a química; e, no século XX, as chamadas ciências humanas
(psicologia, antropologia, história).
Pelo fato de estar na História e ter uma história, a Filosofia costuma
ser apresentada em grandes períodos que acompanham, às vezes de maneira
mais próxima, às vezes de maneira mais distante, os períodos em que os
historiadores dividem a história da sociedade ocidental. (Chauí, 2000).
1.4 – A Importância da Filosofia
Um primeiro ponto básico a ser discutido, ao iniciarmos a
abordagem da filosofia, é sabermos de sua importância.
Torna-se necessário discutir se a filosofia tem algum significado,
seja para a vida individual, seja para a vida social. Quando nos detemos a
refletir sobre os diversos âmbitos do conhecimento humano, consideramos que
todos eles são da maior importância, tais como a física, a química, a biologia, a
economia e a história. São áreas do conhecimento que já se tornaram
consagradas e, na mente das pessoas, não existem mais dúvidas sobre o seu
efetivo valor para a vida individual e social. Ninguém mais questiona mais a sua
validade e a sua importância. Para estarmos cientes dessa atitude das
pessoas, basta observamos que as conseqüências tecnológicas dessas
ciências estão visíveis no dia-a-dia nos produtos materiais e nos meios de
comunicação. As ciências estão aí dando suporte ao entendimento e ao
desenvolvimento do moderno progresso humano. Devido a essa manifestação
diuturna, não ocorrem dúvidas sobre a importância dessas áreas de
conhecimento. Elas se traduzem em efeitos tecnológicos absolutamente
observáveis e convincentes.
E a filosofia? Possui ela esse valor social visível? Ela também se faz
presente em todos os nossos atos?
Nessa discussão sobre a honorabilidade da área de conhecimento,
podemos dizer que a filosofia não é admitida como significativa de modo
imediato e evidente. Ela não produz resultados tecnológicos e, por isso, não se
torna visível de forma observável.
Os efeitos da filosofia se fazem presentes na cultura e na ação de
um povo ou de um indivíduo; daí não serem facilmente reconhecíveis. Sobre as
considerações que a sociedade e as pessoas têm para com a filosofia, é
possível detectar pelo menos cinco atitudes, sendo que as quatro primeiras são
negativas e a última positiva. Em Primeiro lugar, temos aqueles indivíduos e
aqueles grupos humanos que consideram a filosofia como alguma coisa inútil,
produto de algumas mentes diletantes e, deste modo, sem nenhum
comprometimento com a existência diária as pessoas. Esse julgamento do
significado da filosofia é manifesto de diversas maneiras. Assim, existem
aqueles que dizem que a filosofia constrói castelos estéreis de idéias e
conceitos que servem tão-somente para preencher o tempo daqueles que a ela
se dedicam. Chegam mesmo a considerar o sujeito que se dedica ao filosofar
como um “maluco”, um “lunático”, um “fora da realidade”.
É dentro desta perspectiva que se pode entender a frase popular,
corriqueiramente dita no cotidiano das conversas: “Aquele sujeito ali é um
filósofo...” Com isso, usualmente, se quer caracterizar alguém que se
apresenta, seja na conduta, seja no vestir, ou em outros elementos do dia-a-
dia, de uma forma que diverge do comum dos mortais. Esse julgamento será
mais exacerbado ainda se o referido sujeito for pouco atento às questões de
sobrevivência econômica. Parece que aqueles que se dedicam à filosofia, por
si mesmos, não necessitam de meios para sobreviver. Comentário semelhante
é feito sobre os poetas, sobre alguém que não está preocupado com os
“miúdos” do dia-a-dia tais como “ganhar muito dinheiro”, “ter um
apadrinhamento” etc. Popularmente se diz: “Aquele é um poeta, está sempre
com a cabeça ao vento”. Coitados dos filósofos e dos poetas, não é mesmo?
Aliás, esse tipo de julgamento sobre filósofos e poetas não é novo.
Conta-se que Tales, da cidade de Mileto, considerado como o primeiro filósofo
ocidental, em torno o século VI antes de Cristo, certo dia estava a andar pela
rua e, simultaneamente, a contemplar os astros no céu e, então, não vendo um
buraco à sua frente, caiu dentro dele. Uma escrava que passava teria dito coisa
mais ou menos assim: “Senhor Tales, como quer ver as coisas do céu, se não
consegue enxergar um buraco que está à sua frente?” Tales seria um lunático.
Todavia, esquecem-se de que ele foi um comerciante de azeite em Mileto. E...
bem-sucedido.
As considerações anteriores nos demonstram que, no cotidiano, as
pessoas não valorizam a filosofia como uma forma de saber que tenha um
significado definido e importante em suas vidas. Temos que ter clareza que
essas manifestações são expressões particulares da forma universal como a
sociedade, especialmente pelo seu segmento dominante, vê a filosofia. Há um
alijamento do saber filosófico diante da possibilidade de ele despertar a
criticidade, devido ao mesmo ter a possibilidade de desvendar os valores que
sustentam as ações, individuais ou coletivas.
Uma segunda atitude em relação à filosofia constitui-se na polidez
com a qual, muitas vezes, ela é admitida, sem, contudo, ser levada a sério
como deveria sê-lo.
Senão, vejamos! Uma primeira forma pela qual essa polidez
universal para com a filosofia faz-se presente em situações particulares pode
ser detectada me um momento de convívio social. Em uma roda de final de
semana, alguém chega a se apresentar como sendo um profissional da área de
filosofia, então, o comentário polido é mais ou menos o seguinte: “Puxa, para
trabalhar com filosofia é preciso ter uma inteligência excepcional, pois essa é
uma área de conhecimento muito difícil”. Há nessa afirmação um elogio para o
profissional de filosofia, mas também uma forma de dizer que não vale a pena
tentar se dedicar à filosofia, pois ela é uma área de estudo tão difícil que
somente uns poucos privilegiados podem se dedicar a ela. A filosofia, desse
modo não é para todos, mas para poucos. Parece, então, que o comum das
pessoas não deve, de forma alguma, dar atenção à filosofia, pois não vai
conseguir chegar onde deveria chegar. Elogia-se a filosofia por meio do elogio
ao filósofo, porém retira-se a possibilidade de que a filosofia venha a ser
alguma coisa interessante e importante para todas as pessoas.
Ainda dentro dessa mesma perspectiva de admitir polidamente essa
área de saber, encontramos o fato histórico e social de que as instituições
sociais mantêm cursos de formação em filosofia sem dar-lhes condições
suficientes de desenvolvimento. As universidades, em geral, mantêm um curso
de filosofia. “Fica bem”, para elas, mantê-los! Contudo, nem sempre ou quase
nunca as efetivas condições de sobrevivência e crescimento desses cursos são
garantidas. Praticamente não há verbas para o desenvolvimento de
investigação em filosofia, assim como não há condições satisfatórias para o
seu ensino. Desta forma, a honorabilidade da filosofia está fundada quase que
exclusivamente na sua antiguidade; ela foi a primeira das formas racionais de
conhecimento e, aos poucos, as outras formas de conhecimento foram se
constituindo. Assim, diz-se que a filosofia foi a “mãe de todas as ciências” e
como “não se joga fora a mãe”, também a filosofia polidamente não é posta de
escanteio. Ela é cortesmente admitida, mas não levada em consideração.
Tanto uma como outra forma de “polidez” para com a filosofia revela
a atitude de quem não penetra no efetivo significado da mesma. São
julgamentos que se referem a aspectos absolutamente externos à filosofia e ao
ato de filosofar propriamente dito.
Uma terceira forma de conduta em relação à importância da filosofia
é a da blague. Há uma frase secular e folclórica com a qual se define o que
seria a filosofia. “A filosofia – se diz – é a ciência com a qual, ou sem a qual, o
mundo continua tal e qual”. É uma blague. Todavia é uma forma de dizer,
brincando, que o exercício do filosofar é uma coisa inútil. Essa blague é uma
forma de expressar a compreensão de que a filosofia é um modo de conhecer
que não se sabe de onde veio nem para vai. Ao mesmo tempo que é uma
brincadeira, essa definição manifesta uma postura negativa da sociedade em
relação à filosofia; na brincadeira, ela é julgada inútil.
Uma quarta atitude paradoxal em relação à filosofia é a que
assumem, aqui e acolá, os poderes constituídos. Entendem que a filosofia é
uma forma de saber que é perigosa nas mãos dos cidadãos e, por isso, deve
ser abolida; mas que é importante nas mãos dos poderes constituídos. Isso foi
o que ocorreu no Brasil pós-64, por exemplo. O governo militar brasileiro
suprimiu o ensino de filosofia nas escolas de ensino médio e dificultou-o nas
universidades. Contudo, investiu em especialistas da área de pensamento
filosófico e político-ideológico, encarregando-os do estabelecimento do
pensamento filosófico-político norteador das ações governamentais. A
exemplo, podemos lembrar que o ISEB (Instituto Superior de Estudo
Brasileiro), que se dedicava a estudar este país do ponto de vista de
marginalização dos grandes centros, foi suprindo, no entanto, a Escola
Superior de Guerra, instituição tipicamente militar, foi incentivada a expandir
suas atividades científicas e culturais, no sentido de estabelecer fundamentos
ideológicos para o encaminhamento das ações dos governos militares. A
filosofia ou é significativa sempre ou não é. Por que seria significativa para uns
e para outros não? Aí está o paradoxo. Os cidadãos comuns deveriam estar
proibidos desse tipo de pensamento, porque crítico; porém, os militares
deveriam estar instrumentados com um tipo de entendimento filosófico-
ideológico, porque possibilitaria o norteamento de sua ação.
Leôncio Basbaum expressa bastante bem o sentido da importância
da filosofia na vida humana, dizendo: Devemos repelir qualquer idéia de que a
filosofia seja um quadro exposto à contemplação do homem, ou mesmo um
entorpecente para mergulha-lo em doces sonhos etéreos, enquanto esquece a
realidade da vida e o mundo que há a fazer dentro dela. A filosofia é, antes de
mais nada, em primeiro lugar e acima de tudo, “uma arma”, uma ferramenta,
um instrumento de ação com a ajuda da qual o homem conhece a natureza e
busca o conforto físico e espiritual para a vida. Se o homem realmente se
destaca dos outros animais pela amplidão e profundidade do seu pensamento,
se tudo o que ele realizou, desde que, saindo da selvageria, começou a
construir o que chamamos de civilização, foi a concretização desse
pensamento que, evoluindo, se transformou, através do tempo e do espaço.
Não há dúvida de que esse pensamento, mobilizando os dedos de sua mão, é
sua principal arma na conquista da natureza e, portanto, de sua liberdade?
Assim, a nosso ver, a verdadeira compreensão do significado da
filosofia implica assumi-la como uma forma de entendimento da realidade que
coloque nas mãos do ser humano uma orientação, um direcionamento para a
sua ação. Ela é de fundamental importância para a vida de todos os indivíduos,
como seres humanos que desejam encontrar um sentido para o seu agir.
(LUCKESÍ, 2004).
1.5 – O que é a Filosofia.
Desde que recusamos as formas implícitas ou explícitas de diminuir
ou alijar a importância da filosofia e afirmamos o seu efetivo significado para a
vida humana, importa, agora, conseguirmos esclarecer o que ela é, como ela
pode ser compreendida.
Jaspers – em seu livro Introdução ao pensamento filosófico –
compreende a filosofia da seguinte maneira: seja a filosofia o que for, está
presente em nosso mundo e a ele necessariamente se refere. Certo é que ela
rompe os quadros do mundo para lançar-se no infinito. Mas retorna ao finito
para, aí, encontrar o seu fundamento histórico sempre original. A filosofia
entrevê os critérios últimos, a abóbada celeste das possibilidades, e procura, à
luz do aparentemente impossível a via pela qual o homem poderá enobrecer-se
em sua existência empírica. (Jaspers, 1976).
CAPÍTULO II
ENSINO SUPERIOR
A Universidade Brasileira-hoje.
Na perspectiva atual da educação superior a LDB de número
9.394/96, a docência no ensino superior é vista como preparação (e não
formação) e diz que será preferencialmente nos programas de Pós-Graduação
strico sensu. A competência do docente é mensurada pelo desempenho dos
alunos; as instituições são avaliadas pelo índice percentual de professores
titulados com mestrado e doutorado, ressaltando que as pesquisas nos cursos
de mestrado e doutorado são voltadas para os campos específicos e não à
formação de professores, permanecem sem condições de se formar na
docência.
As pesquisas sobre a importância da formação inicial e continuada
para a docência na educação superior, a nível nacional e internacional, a
formação docente fica a cargo de iniciativas individuais e institucionais
esparsas, que não se referem a um projeto nacional. Em decorrência disto,
ainda predomina na organização universitária, currículos organizados pela
justaposição de disciplinas e a figura de professor transmissor de conteúdos
curriculares, e por serem desarticulados e fragmentados, não são significativos
para os alunos, para o momento histórico, nem para a realidade.
Ainda predomina a metodologia jesuítica e o modelo organizacional
francês, impedindo a universidade de cumprir seu papel de implementar o
processo de construção do conhecimento. Experiências com novos
enfrentamentos dos quadros teóricos-práticos dos cursos de graduação vêm
sendo feito, embora numericamente minoritários. A construção de projetos
pedagógicos institucionais e de cursos, revisões metodológicas na direção de
um processo dialético de construção do conhecimento, com atividades de
ensino com pesquisa, ensino por projetos, etc... Numa parceria onde
professores e alunos desempenham o papel de sujeitos-parceiros, conduzindo
o processo de fazer da universidade espaço de construção da cidadania, de
resolução das questões nacionais, da formação profissional qualificada e
atualizada.
No Parecer (12/93 do CFE) a obrigatoriedade de uma disciplina
sobre metodologia do ensino nos cursos de especialização. Porém quando
ministrada por profissionais da educação, traz alguma contribuição à formação
docente, limitando-se aos aspectos de sala de aula, nem sempre fundadas em
pesquisas recentes para a área didática. Embora o Estado influencie
diretamente na docência universitária, não se compromete em desenvolvê-la,
temos ainda que considerar o Decreto 2.026/96, que determina os
procedimentos de avaliação, compatibilizado pelo SESu/MEC, a saber:
Ü Avaliação do desempenho global do sistema superior de
educação, analisa taxas de escolaridade bruta e líquida, vagas e
preenchimento, evasão e produtividade, índices de qualificação do corpo
docente, turmas: tamanho, relação professor/aluno, tempo de conclusão dos
cursos, despesas (por aluno, remuneração do docente).
Ü Avaliação do desempenho das instituições em relação as funções
universitárias: administração geral, acadêmica (currículo, gestão, execução,
critérios e processo de avaliação, integração social, extensão e prestação de
serviços, produção cientifica, cultural e tecnológica relacionada ao número e
regime de trabalho dos docentes).
Ü Avaliação do ensino de graduação: resultados do provão,
condições do curso (organização didático-pedagógica, instalações, qualificação
docente e biblioteca).
Ü Avaliação da Pós-Graduação strict o-sensu por comissões
avaliadoras, conforme padrões internacionais e realizadas pela CACES/MEC.
O critério de avaliação não comprometendo o Estado com a construção de um
processo de profissionalização inicial e continuada do docente e provocar as
melhorias necessárias, acaba por avaliar o desempenho docente por meio de
padrões nacionalizados, fica vinculado às possibilidades de autorização,
credenciamento ou recredenciamento.
Na realidade a avaliação perde sua função, que seria de
proporcionar melhorias, quando na prática, a avaliação deveria ser instrumento
que indicasse e oferecesse alternativas para o avanço na construção ou
consolidação do coletivo docente.
Vale ressaltar que os alunos devem receber informações a respeito de programas, componentes curriculares, duração, requisitos, qualificação dos professores, recursos e avaliação.
(art. 47, parágrafo 1, da LDBEN).
Esses elementos são definidos no Projeto Político Pedagógico, que
é de responsabilidade do corpo docente (SAVIANI, 1999).
(art. 13.1). A construção do Projeto Político Pedagógico institucional
coletivo, se construído com critérios científicos, poderá ser de grande valia para
crescente profissionalização do docente. Na realidade não há participação da
comunidade acadêmica na construção do Projeto Político Pedagógico das
instituições, na prática são compêndios (CARNEIRO, 1998).
2.1 – Reavaliação do Papel do professor.
Educação significa, portanto, de acordo com a linguagem
etimológica, o cultivo do ser humano, o desenvolvimento de suas
potencialidades. Pode-se tomar a educação, assim, em duas acepções
fundamentais.
A educação deve ser um processo de construção conhecimento no
qual ocorre a complementariedade, de um lado alunos e professores e dos
outros problemas atuais. (PIAGET, 1976).
“O educador é um libertador, alguém que auxilia os educandos a descobrirem seu próprio caminho, sua própria verdade. Este objetivo educacional será tanto mais alcançado quanto mais o educador, em seu tamanho, procurar trilhar seu caminho e sua verdade”.
(PILETTI, 1988, p. 163).
A grande lição deixada por Paulo Freie é que a problematicidade e o
questionamento são fundamentais para a formação de cidadãos conscientes e
de seu papel social.
A tarefa de introduzir um modelo de educação libertadora no
contexto de nossa realidade, tão marcada pelos padrões impostos pela classe
dominante, é extremamente difícil. A educação libertadora não se limita a uma
simples transmissão de conhecimentos, mas um ato cognoscitivo que utiliza o
diálogo como instrumento de conscientização.
Neste modelo de educação, devem estar sempre presentes dois
sujeitos ativos, o educador e o educando, e um objeto de conhecimento que,
em lugar de estar na cabeça do professor, passa agora para o centro da
discussão.
A função do professor é a de problematizar, tentando desvendar
criticamente, juntos com os alunos, o objeto do conhecimento. É um processo
dialético em que o professor não apenas educa, mas também é educado pelos
alunos. (FREIRE, 1996).
2.2 – Professor e aluno: Sujeitos ativos no processo de
transformação social.
Em verdade, não seria possível à educação problematizadora, que
rompe com os esquemas verticais características da educação bancária,
realizar-se como prática de liberdade; sem superar a contradição entre o
educador e os educandos. Como também não lhe seria possível faze-lo fora do
diálogo. É através deste que se opera a superação de que resulta um termo
novo: não mais educador do educando; não mais educando do educador, mas
educador-educando com educando-educador. (FREIRE, 1975).
Sem dúvida alguma, cada um é o sujeito de sua própria educação,
cabendo a cada pessoa descobrir seu próprio caminho. Nesta descoberta,
entretanto, o educador desempenha um papel essencial. Mas nem sempre e
nem todo professor é um educador. E com certeza, o professor não é o único
educador. Para se tornar um educador, também o professor precisa encontrar
seu próprio caminho.
“São muitos e variados os problemas que os professores enfrentam diariamente na prática da educação escolar: baixos salários, excessivo número de alunos em sala ed aula desmasiada preocupação com o conteúdo da disciplina esquecendo o processo de ensino – aprendizagem e o verdadeiro crescimento mútuo”.
(BICHLER, 1974, p. 730-731).
“O professor universitário aprende a sê-lo mediante um processo de socialização em parte intuitiva, autodidata ou (...) seguindo a rotina dos “outros”. Isso se explica, sem dúvidas, devido à inexistência de uma formação específica como professor universitário. Nesse processo, joga um papel mais ou menos importante sua própria experiência como aluno, o modelo de ensino que predomina no sistema universitário e as reações de seus alunos, embora não há que se destacar a capacidade autodidata do professorado. Mas ela é insuficiente”.
(BENEDITO, 1995, p. 131).
É possível definir “educar” como a arte, a ciência e a missão de
suscitar e florescer a personalidade do homem. O papel do educador é
apresentado hoje como algo a ser resgatado na sua importância de formador,
no seu status de educador, na sua condição humana e social e na sua
dignidade como pessoa. O resgate do educador como formador dos cidadãos é
uma tentativa de se estabelecer um marco de outro resgate, qual seja o da
redescoberta da felicidade bem ser professor.
A formação dos educadores vem sendo, principalmente a partir da
década de 90, alvo de muitas discussões e descontentamentos. Muitas
pesquisas recentes tem centralizado as suas investigações procurando
encontrar “bons professores”, “professores competentes”, “professores
reflexivos”, ou seja, educadores que em sala de aula apresentam um fazer
pedagógico coerente com concepções progressistas de educação. Entretanto,
as pesquisas têm revelado o quanto a prática pedagógica destes profissionais
pode ser ressignificada à luz das novas concepções de educação.
Diante do exposto, o estudo aqui desenvolvido busca analisar a
personalidade do professor no seu papel de educador de cidadãos, avaliando
as suas características fundamentais, as qualidades que lhe são necessárias,
assim como sua missão enquanto educador. (ALVES, 1992).
CAPÍTULO III
A FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO E A PEDAGOGIA
Filosofia e educação: Elucidações conceituais e articulares.
A educação é uma prática humana direcionada por uma
determinada concepção teórica. A pratica pedagógica esta articulada com uma
pedagogia, que nada mais é uma concepção filosófica da educação. Tal
concepção ordena os elementos que direcionam a pratica educacional.
Neste capitulo, pretendemos demonstrar como se dá essa
articulação e que procedimentos poderemos utilizar para processa-la. Para
tanto, vamos iniciar por uma discussão do que é a filosofia e seu papel na
pratica humana, passando para uma abordagem do processo do filosofar,
articulando a filosofia e a Educação, desembocando, na conclusão no tema da
Pedagogia.
3.1 – Filosofia
Quem não ouviu pelo menos uma vez falar em Filosofia? Aqui e
acolá, ouvimos a definição de que a Filosofia significa “amigo da sabedoria”,
devido ao fato de a palavra “filosofia“ estar constituída do termo filon, que
equivale a amigo, e do termo Sofia, que equivale a sabedoria. Aqui e acolá,
encontramos em conversas ou nos textos que lemos os nomes dos famosos
filósofos gregos: Sócrates, Platão e Aristóteles. Quantos de nós, e quantas
vezes, já não tivemos a oportunidade de ouvir alguém dizendo: “pela minha
filosofia, considero certo fazer isto ou aquilo”?
O termo Filosofia é vigente e muito utilizado. Mas sabemos nós (e
sabem todos que usam esse termo) o que significa, de fato, a Filosofia? Será
que já nos dedicamos a meditar o que ela significa? Nós já nos pusemos a
pensar nisto?
Na história do pensamento, que a humanidade vem construindo ao
longo do tempo muitos foram os pensadores e pesquisadores que deram uma
definição ou um conceito para a Filosofia. Por vezes, esses conceitos foram
complexos, por vezes simples; pois, um emaranhado de conceitos. Diante
deles muitas pessoas se sentem entediadas e, em vez de enfrentar o
problema, preferem descarta-lo, dizendo que a Filosofia é um “jogo inútil e
estéril de palavras”, ou que é “muito difícil e sôo serve e interessa a pessoas
especiais e muito inteligentes”.
A expressão mais cabal desse descrédito está numa frase, mais ou
menos popular, que anda de boca em boca e diz: “a filosofia é uma ciência com
o qual ou sem a qual o mundo continua tal e qual”. Ou seja, podemos passar
muito bem com ou sem a filosofia.
Fugindo tanto do emaranhado histórico dos conceitos elaborados,
quanto do descrédito, maligno ou jocoso, que as pessoas lançam em relação à
filosofia, vamos tentar conceitua-la de uma forma simples e existencial, de tal
forma que possamos compreender o que ela é e verificar o seu significado para
a vida humana.
Vamos começar por dizer que a Filosofia é um corpo de
conhecimento, constituído a partir de um esforço que o ser humano vem
fazendo de compreender o seu mundo e dar-lhe um sentido, um significado
compreensivo. Corpo de conhecimento, em Filosofia, significa um conjunto
coerente e organizado de entendimento sobre a realidade. Conhecimentos
estes que expressam o entendimento que se tem do mundo, a partir de
desejos, anseios e aspirações.
Expliquemos melhor. Quando lemos um texto de Filosofia, nos
apropriamos do entendimento que o seu autor teve do mundo que o cerca,
especialmente dos valores que dão sentidos a esse mundo. Valores esse que,
por vezes, são aspirações que deverão ser buscadas e realizadas, se possível.
O filosofo sistematiza, assim, as aspirações dos seres humanos, aspirações
essas que dão sentido ao dia-a-dia, à luta, ao trabalho, à ação. Ninguém vive o
dia-a-dia sem um sentido; para o seu trabalho, para a sua relação com as
pessoas, para o amor, par a amizade, para a ciência, para a educação,, para a
política, etc. A Filosofia é um corpo de entendimentos que compreende e
direciona a existência humana em suas mais variadas dimensões. (LUCKESI,
1994).
É exatamente isso que Georges Politzer expressa quando define a
Filosofia “como uma concepção geral do mundo da qual decorre uma forma de
agir”. No caso, a Filosofia é a expressão de uma forma coerente de interpretar
o mundo que possibilita um modo de agir também coerente, conseqüente,
efetivo (POLITZER, 1970).
No dizer de Leôncio Basbaum:
“A Filosofia não é, de modo algum, uma simples abstração independente da vida. Ela é, ao contrário, a própria manifestação da vida humana e a sua mais alta expressão. Por vezes no fundo de uma metafísica profunda e existencial, mas sempre dentro da atividade humana, física ou espiritual, há filosofia (...) A filosofia traduzo sentir, o pensar e o agir do homem. Evidentemente, ele não se alimenta da filosofia, mas sem duvida nenhuma, com a ajuda da filosofia”.
(BASBAUM, 1978, p. 21).
“O que importa ter claro, por ora, é o fato de que a filosofia nos envolve, não temos como fugir dela. Ela é como o ar que respiramos, está permanentemente presente. Se nós não escolhermos qual é a nossa filosofia, qual é o sentido que vamos dar à nossa existência, a sociedade na qual vivemos nos dará, nos imporá a sua filosofia. E como se diz que o pensamento do setor dominante da sociedade tende a ser o pensamento dominante da própria sociedade, provavelmente aqueles que não buscam criticamente o sentido para a sua existência assumirão esse pensamento dominante como o seu próprio pensamento, a sua própria filosofia. Quem não pensa é pensado por outros!”
(LUCKESI, 1994, p. 25)
A filosofia se manifesta como o corpo de entendimento que cria o
ideário que norteia a vida humana em todos os seus momentos e em todos os
seus processos. (LUCKESI, 1994)
3.2 – A Filosofia da Educação A educação é um típico “que fazer” humano, ou seja, um tipo de
atividade que se caracteriza fundamentalmente por uma preocupação, por uma
finalidade a ser atingida. A educação dentro de uma sociedade não se
manifesta como um fim em si mesmo, mas sim como um instrumento de
manutenção ou transformação social. Assim sendo, ela necessita de
pressupostos, de conceitos que fundamentem e orientem os seus caminhos. A
sociedade dentro da qual ela está deve possuir alguns valores norteadores de
sua prática. Não é nem pode ser a prática educacional que estabelece os seus
fins. Quem o faz é a reflexão filosófica sobre a educação dentro de uma dada
sociedade.
As relações entre Educação e Filosofia parecem ser quase
“naturais”. Enquanto a educação trabalha com o desenvolvimento dos jovens e
das novas gerações de uma sociedade, a filosofia é a reflexão sobre o que e
como devem ser ou desenvolver estes jovens e esta sociedade. (LUCKESI,
1994).
“Anísio Teixeira chega a refletir que “muito antes que as filosofias viessem expressamente a ser formuladas em sistemas, já a educação, como processo perpetuação da cultura, nada mais era do que o meio de se transmitir a visão do mundo e do homem, que a respectiva sociedade honrasse e cultivasse”. Evidentemente, nessa afirmação o autor está tomando Filosofia como forma de vida de um povo, e não como sistema filosófico elaborado e explicitado deliberadamente”.
(TEIXEIRA, 1969, p. 9).
Deve-se mesmo observar que os primeiros filósofos do Ocidente, na
quase totalidade, tiveram um “preocupar” com o aspecto educacional. Os
chamados filósofos pré-socráticos, os sofistas, Sócrates, Platão foram os
intérpretes das aspirações de seus respectivos tempos e apresentaram-se
sempre como educadores.
Por exemplo, os pré-socráticos, pelo que podemos saber por seus
fragmentos, dedicavam-se a entender a origem do cosmos e a criar uma
compreensão para a educação moral e espiritual dos homens. Os sofistas
foram educadores. Foram, inclusive, no Ocidente os primeiros a receberem
pagamento para ensinar. Sócrates foi o homem que morreu em função do seu
ideal de educar os jovens e estabelecer uma moralização do ambiente grego
ateniense. Platão foi o que pretendeu dar ao filósofo o posto de rei, a fim de
que este tivesse a possibilidade de imprimir na juventude as idéias do bem, da
justiça, da honestidade.
Da mesma maneira, se percorrermos a História da Filosofia e dos
filósofos, vamos verificar que todos eles tiveram uma preocupação com a
definição de uma cosmovisão que deveria ser divulgada através dos processos
educacionais.
Filosofia e Educação são dois fenômenos, que estão presentes em
todas as sociedades. Uma como interpretação teórica das aspirações, desejos
e anseios de um grupo humano, a outra como instrumento de veiculação dessa
interpretação. A Filosofia fornece à educação uma reflexão sobre a sociedade
na qual está situada, sobre o educando, o educador e para onde esses
elementos podem caminhar. Nas relações entre Filosofia e educação só
existem realmente duas opções: ou se pensa e se reflete sobre o que se faz e
assim se realiza uma ação educativa consciente; ou não se reflete criticamente
e se executa uma ação pedagógica a partir de uma concepção mais ou menos
obscura e opaca existente na cultura vivida do dia-a-dia e assim se realiza uma
ação educativa com baixo nível de consciência.
O educando, quem é, o que desse ser, qual o seu papel no mundo;
o educador, quem é, qual o seu papel no mundo; a sociedade, o que é, o que
pretende; qual deve ser a finalidade da ação pedagógica. Estes são alguns
problemas que emergem da ação pedagógica dos povos para a reflexão
filosófica, no sentido de que esta estabeleça pressupostos para aquela.
Assim sendo, não há como se processar uma ação pedagógica sem
uma correspondente reflexão filosófica. Se a reflexão filosófica não for
realizada conscientemente, ela o será sob a forma do “senso comum”,
assimilada ao longo da convivência dentro de um grupo. Se a ação pedagógica
não se processar a partir de conceitos e valores explícitos e conscientes, ela
se processará, queiramos ou não, baseada em conceitos e valores que a
sociedade propõe a partir de sua postura cultural.
Quando não se reflete sobre a educação, ela se processa dentro de
uma cultura cristalizada e perenizada. Isso significa admitir que nada mais há
para ser descoberto em termos de interpretação do mundo. É propriamente a
reprodução dos meios de produção.
“Por mais grandiosa que seja uma cultura – diz Arcângelo Bruzzi – ela jamais é a interpretação acabada do ser. A ciência, a moral, a arte, a religião, a política, a economia são expressões visíveis, codificadas de uma determinada interpretação, que em seu conjunto perfaz aquilo que denominamos cultura ou modo mais amplo, ‘mundo’. Estamos tão habituados a encarar esse ‘mundo’ interpretado como ‘natural’ que não nos damos conta de que ele é apenas possível e realizada interpretação do ser”.
(BUZZI, 1973, p. 122).
Inconscientemente, adaptamos-nos a essa interpretação do mundo
e ela permanecerá como a única para nós, se não nos pusermos a filosofar
sobre ela, a questioná-la, a buscar-lhe novos sentidos e novas interpretações
de acordo com os novos anseios que possam ser detectados no seio da vida
humana.
Filosofia e educação, pois, estão vinculadas no tempo e no espaço.
Não há como fugir a essa “fatalidade” da nossa existência. Assim sendo,
parece-nos ser mais válido e mais rico, para nós e para a vida humana, fazer
esta junção de uma maneira consciente, como bem cabe a qualquer ser
humano. É a liberdade no seio da necessidade. (LUCKESI, 1994).
3.3 – A Pedagogia
Uma pedagogia inclui mais elementos que os puros pressupostos
filosóficos da educação, tais como os processos socioculturais, a concepção
psicológica do educando, a forma de organização do processo educacional,
etc; porém, esses elementos compõem uma Pedagogia à medida que estão
aglutinados e articulados a partir de um pressuposto, de um direcionamento
filosófico. A reflexão filosófica sobre a educação é que dá o tom à pedagogia,
garantindo-lhe a compreensão dos valores que, hoje, direcionam a prática
educacional e dos valores que deverão orientá-la para o futuro. Assim, não há
como se ter uma proposta pedagógica sem pressuposições (no sentido de
fundamentos) e proposições filosóficas, desde que tudo o mais depende desse
direcionamento. Para lembrar exemplos corriqueiros, a “Pedagogia
Montessori”, a “Pedagogia Piagetiana”, a “Pedagogia da Libertação” do
professor Paulo Freire, e todas as outras se sustentam em um pensamento
filosófico sobre a educação. Se nem sempre esses pressupostos estão tão
explícitos, é preciso explicitá-los, desde que eles sempre existem. Por vezes,
eles estão subjacentes, mas nem por isso inexistentes. O estudo e a reflexão
deverão “obrigá-los” a aparecer, desde que só a partir da tomada de
consciência desses pressupostos é que se pode optar por escolher uma ou
outra pedagogia para nortear nossa prática educacional. (LUCKESI, 1994).
Apresentamos três tendências filosóficas de interpretação da
educação que redundam em formas de agir, politicamente, no contexto da
pratica pedagógica. A tendência redentora propõe uma ação pedagógica
otimista, do ponto de vista político, acreditando que a educação tem poderes
quase que absolutos sobre a sociedade. A tendência reprodutivista é critica em
relação à compreensão da educação na sociedade, porem pessimista, não
vendo qualquer saída para ela, a não ser submeter-se aos seus
condicionantes. Por ultimo, a tendência transformadora, que é critica, recusa-se
tanto ao otimismo ilusório, quanto ao pessimismo imobilizador. Por isso,
propõe-se compreender a educação dentro de seus condicionante e agir
estrategicamente para a sua transformação. Propõe-se desvendar e utilizar-se
das próprias contradições da sociedade, para trabalhar realisticamente
(criticamente) pela sua transformação.
A nós, tendo compreendido essas tendências, cabe, filosoficamente
(criticamente), descobrir qual a tendência que orientará o nosso trabalho. O
que não podemos é ficar sem nenhuma delas, pois, como dissemos, quando
não pensamos, somos pensados e dirigidos por outros. (LUCKESI, 1994).
3.4 – O Senso Comum
Nascemos numa certa circunstância geográfica, social e histórica e
nela adquirimos espontaneamente um modo de entender a realidade e de agir
sobre ela. Por exemplo, muitas pessoas aprenderam que o numero 13 dá azar,
outras aprenderam que dá sorte. Aprenderam pela convivência com as outras
pessoas: por “ouvir dizer”. E então, passamos a organizar suas vidas e suas
ações (aquelas que têm a ver com esse entendimento) a partir desse modo de
compreender o mundo e a realidade. Há pessoas que no dia 13 de cada mês
se resguardam de possíveis azares: usam patuás, participam de rituais para
“fechar o corpo” etc. Outras pessoas, aquelas que entendem que este número
dá sorte, utilizam-se dessas oportunidades para os seus respectivos rituais de
“bom agouro”.
Isso se multiplica por inúmeros elementos de vida social, formando
um entendimento que as pessoas possuem da vida. Ou seja, essas
compreensões constroem “uma visão de mundo”, fragmentária e, por vezes,
até contraditória. A isso denominamos senso comum. São conceitos,
significados e valores que adquirimos espontaneamente, pela convivência, no
ambiente em que vivemos.
O senso comum nasce exatamente desse processo de “acostumar-
se“ a uma explicação ou compreensão da realidade, sem que ela seja
questionada. Mais do que uma interpretação adequada da realidade, ele é uma
“forma de ver” a realidade mítica, espontânea, acrítica.
Concluímos, o senso comum é um modo de compreender o mundo,
constituídos acrítica e espontaneamente, que se traduz numa forma de
organizar a realidade, as ações diárias, as relações entre as pessoas, a vida
como um todo.
3.5 – O Senso Comum Pedagógico
3.5.1 – Os Sujeitos do Processo Educativo.
a) O Educador
Quem é o educador no processo educativo escolar? Será que nós
educadores, ao assumirmos atividade de docentes, nos perguntamos o
significado dessa atividade na sociedade como um todo e na vida dos
educandos?
Em geral, e a não ser numa minoria de casos, parece que o senso
comum é o seguinte: para ser professor no sistema de ensino escolar, basta
tomar um certo conteúdo, preparar-se para apresentá-lo ou dirigir o seu estudo;
ir para uma sala de aula, tomar conta de uma turma de alunos e efetivar o ritual
da docência: apresentação de conteúdos, controle dos alunos, avaliação da
aprendizagem, disciplinamento, etc. Ou seja, a atividade de docência tornou-se
uma rotina comum, sem que se pergunte se ela implica ou não decisões
contínuas, constantes e precisas, a partir de um conhecimento adequado das
implicações do processo educativo na sociedade.
Isso se dá de tal forma que, muitíssimas vezes, para que alguém
exerça a função do educador, não lhe é exigida nenhuma formação específica.
Existem profissionais de áreas diversificadas que estão na regência escolar e
que não tiveram nenhuma formação para tal. Possuem uma formação
específica numa área do conhecimento e, a partir daí, dedicam-se ao ensino.
Não é que eles não possam ser bons profissionais da educação. O que
queremos ressaltar é que não se busca um senso crítico do papel do educador
no processo educativo; não se exige do educador uma preparação adequada
para o exercício da docência, tanto do ponto de vista do compromisso político,
quanto do ponto de vista da competência técnica e científica, que ela exige.
b) O Educando
Como os professores concebem o educando? Uma dos sujeitos do
processo educativo? Quem é ele? Qual a sua dimensão? Qual o seu papel no
processo de ensino-aprendizagem?
O professor raramente se faz essas perguntas. Para ele, essa
questão de “quem é o educando” já está plenamente definida. Parece natural
tratar o educando como ele vem sendo tratado todos os dias nas salas de aula.
Que elementos caracterizam o senso comum pedagógico sobre o
educando?
Observando a relação professor-aluno, no cotidiano escolar, uma
das características do educando que parece permear a prática pedagógica é a
de que ele é um ser passivo. Basta observar uma sala de aula e veremos que,
na maior parte das vezes, o professor considera que o aluno deve estar ali para
receber as “suas lições” e, depois, no final de uma unidade de ensino, devolvê-
las em provas e testes exatamente como foram ensinadas, até mesmo nas
vírgulas e pontos. Não é que o aluno seja propriamente passivo; mas, segundo
o senso comum, deve sê-los. Em geral, os atos e condutas dos professores
dão a entender que eles querem que os alunos sejam passivos, pois os ativos
“dão trabalho”, seja na disciplina comportamental, seja na disciplina intelectual.
Usualmente, não tem tido suficiente cuidado com a produtividade do educando.
Porém, no oposto deste entendimento, há um outro conceito comum
muito alastrado: o de que o educando deve ser ativo sempre. Todavia, não há
muita clareza sobre o que se compreende como um aluno “ativo”. Por vezes,
ativos têm sido designados os educandos que se agitam durante as atividades
escolares. Com isso, esquece-se de verificar que o modo de ser ativo depende
do conteúdo com o qual se esteja trabalhando. Se o conteúdo refere-se à
atividade física, será ativo o aluno que a praticou.; porém se o conteúdo for
intelectual, a atividade será mental. Assim, o conceito de “ativo” deve ser bem
compreendido.
Desse modo, é preciso ter cuidado para criticar o senso comum no
que se refere à passividade ou à atividade do educando. Isso dependerá da
tarefa posta em questão, dependerá da situação de aprendizagem. (LUCKESI,
1994).
3.5.2 – Os sujeitos da práxis pedagógica
a) O Educador
Quem é o educador e qual o seu papel?
Em primeiro lugar, é um humano e, como tal, é construtor de si
mesmo e da história através da ação; é determinado pelas condições e
circunstâncias que o envolvem. É criador e criatura ao mesmo tempo. Sofre as
influências do meio em que vive e com elas se autoconstrói.
Em segundo lugar, além de ser condicionado e condicionador da
história, ele tem um papel específico na relação pedagógica, que é a relação
de docência.
O que isso significa?
Na práxis pedagógica, o educador é aquele que, tendo adquirido o
nível de cultura necessário para o desempenho de sua atividade, dá direção ao
ensino e à aprendizagem. Ele assume o papel de mediador entre a cultura
elaborada, acumulada e em processo de acumulação pela humanidade, e o
educando. O professor fará a mediação entre o coletivo da sociedade (os
resultados da cultura) e o individual do aluno. Ele exerce o papel de um dos
mediadores sociais entre o universal da sociedade e o particular do educando.
Para que possa exercer esse papel, o educador deve possuir
conhecimentos e habilidades suficientes para poder auxiliar o educando no
processo de elevação cultural. Deve ser suficientemente capacitado e
habilitado para compreender o patamar do educando. E, a partir dele, com
todos os condicionamentos presentes, trabalhar para elevá-lo a um novo e
mais complexo patamar de conduta, tanto no que se refere ao conhecimento e
às habilidades, quanto no que se refere aos elementos e processos de
convivência social.
Para tanto, o educador deve possuir algumas qualidades, tais como:
compressão da realidade com a qual trabalha, comprometimento político,
competência no campo teórico de conhecimento em que atua e competência
teórico-profissional.
Em primeiro lugar, o educador dificilmente poderá desempenhar seu
papel na práxis pedagógica se não tiver uma certa compreensão da realidade
na qual atual.
Em segundo, o educador precisa ter comprometimento político com
o que faz.
Em terceiro lugar, o educador necessita conhecer bem o campo
científico com a qual trabalha.
Em quarto lugar, o educador deve deter habilidade e recursos
técnicos de ensino suficientes para possibilitar aos alunos a sua elevação
cultural através da apropriação da cultura elaborada.
Por último, esses elementos todos se completam com uma
habilidade que denominamos “arte de ensinar”. É preciso desejar ensinar, é
preciso querer ensinar. De certa forma, é preciso ter paixão nessa atividade.
Para ser educador não basta ter contrato de trabalho numa escola
particular ou um emprego de funcionário público. É preciso competência,
habilidade e comprometimento. Ninguém se faz professor, do dia para a noite,
sem aprendizagem e preparação satisfatórias. Em síntese, para exercer o
papel de educador, é preciso compromisso político e competência técnica.
b) O Educando
O educando, como o educador, é caracterizado pelas múltiplas
determinações da realidade. Ou seja, é um sujeito ativo que, pela ação, ao
mesmo tempo se constrói e se aliena. Ele é um membro da sociedade como
qualquer outro sujeito, tendo caracteres de atividade, socialidade, historicidade,
praticidade.
Na relação educativa, dentro da práxis pedagógica, ele é o sujeito
que busca uma nova determinação em termos de patamar crítico da cultura
elaborada. Ou seja, o educando é o sujeito que busca adquirir um novo
patamar de conhecimento, de habilidades e modos de agir. É para isso que
busca a escola. Ir à escola, forma institucionalizada de educação sociedade
moderna, não tem por objetivo a permanência no estágio cultural em que se
está, mas, sim, a aquisição de um patamar novo, a partir da ruptura que se
processa pela assimilação ativa da cultura elaborada. A cultura espontânea é
insuficiente para a sociedade moderna que exige dos indivíduos novos níveis
de entendimentos através da educação formalizada. Isso não significa uma
condenação ao autodidatismo. Ocorre que o autodidatismo, no que se refere
ao acesso à cultura elaborada, exige iniciação escolar ou, ao menos, iniciação
preliminar de leitura, escrita, raciocínio numérico etc. A cultura elaborada, hoje,
exige a escolarização, como instância pedagógica.
O educando é um sujeito que necessita da mediação do educador
para reformular sua cultura, para tomar em suas próprias mãos a cultura
espontânea que possui, para reorganizá-la com a apropriação da cultura
elaborada.
Assim, no trabalho escolar, o educador deve estar atento ao fato de
que o educando é um sujeito, como ele, com capacidade de ação e de
crescimento – e, por isso, um sujeito com capacidade de aprendizagem,
conduta inteligente, criatividade, avaliação e julgamento. É preciso
compreender o educando a partir de seus condicionantes econômicos,
culturais, afetivos, políticos, etc., se quer trabalhar adequadamente com ele.
(LUCKESI, 1994).
3.6 – Conclusão: Relação educador-educando.
Tomando por base as características fundamentais do educador e
do educando, como seres humanos e como sujeitos da práxis pedagógica,
verificamos que o papel do educador está em criar condições para que o
educando aprenda e se desenvolva, de forma ativa, inteligível e sistemática.
Para tanto o educando, de modo algum, poderá obscurecer o fato de que o
educando é um sujeito ativo e que , para que aprenda, deverá criar
oportunidades de aprendizagens ativas, de tal modo que o educando
desenvolva suas capacidades cognoscitivas assim como suas convicções
afetivas, morais, sociais, políticas.
O educador, como sujeito direcionador da práxis pedagógica
escolar, deverá, no seu trabalho docente, estar atento a todos os elementos
necessários para que o educando efetivamente aprenda e se desenvolva. Para
isso, além das observações aqui contidas, deverá ter presente os resultados
das ciências pedagógicas, da didática e das metodologias específicas de cada
disciplina.
O planejamento, a execução e avaliação do ensino serão
insatisfatórios se não forem processados dentro de mínimos parâmetros de
criticidade. O estudo deste capítulo tem por intenção chamar a atenção de
educadores e de futuros educadores para o fato de que os sujeito da práxis
pedagógica não estão dados definitivamente, mas sim que eles devem ser
permanentemente reparados e recompreendidos, se queremos produzir uma
ação docente-discente de forma crítica. (LUCKESI, 1994).
3.7 – Pensar a Educação: Da Educação à Filosofia.
A educação: este termo exprime o princípio gerador dos
comportamentos individuais culturais e sociais, assim como saberes inscritos
em cada um. A educação designa o processo que vincula um sujeito ao seu
meio ambiente próximo, a um sistema de sociedade, de cultura e de valores
(no qual tomam lugar as instituições educativas) e lhe permite integrar-se. Essa
dimensão formadora-fundadora é o desafio de uma realização, de uma
liberdade, do sentido da própria empresa educativa, objetos da reflexão
filosófica. Mas quando a filosofia interroga a educação, o que ela interroga?
Trata-se, primeiramente de mostrar as articulações entre o pensamento
filosófico e a educação. O objetivo deste capítulo será, portanto, situar e ilustrar
a interrogação filosófica entre diferentes abordagens da educação com as
quais a filosofia dialoga e em seguida, distinguir seu objeto próprio, seu
método. (MORANDI, 2002)
3.7.1 – As Dimensões da Educação: Do termo à
Interrogação.
Os termos educar e educação foram introduzidos a partir dos
séculos 14 e 15: até então, o francês antigo utilizava nourrir e nourriture para
significar “o ato de criar um filho”, o que se encontra em diferentes expressões
como “se nutrido de bons princípios”. Esses termos derivariam do latim educare
(cuidar de) e não de educar (fazer sair, conduzir para longe de). Essa falsa
etimologia é também uma metáfora que sugere o acompanhamento
participante da obra educativa, assim como uma dimensão de porvir, de
história ou/e de desenvolvimento pessoal.
A palavra “educação” parece, na realidade, dificilmente conter todas
as significações do fenômeno que designa. A emergência do tema do
pensamento educativo, da Antiguidade, do Renascimento até nossos dias, é a
da questão da educabilidade do homem, social, racional, política e ética. Esse
princípio de educabilidade é ilustrado por outros termos dos quais deriva o
pensamento educativo:
Ü a paidéia grega designa ao mesmo tempo a técnica, o cuidado
com a criança, e o resultado do esforço educativo, uma cultura;
Ü a Bildung é ao mesmo tempo a figuração (bild: imagem) e
educação: para Heidegger, “bildung” quer dizer dias coisas. Primeiramente, um
ato formador que imprime à coisa um caráter, segundo o qual ela se
desenvolve. Em seguida se esta formação “informe” imprime um caráter, é
porque, ao mesmo tempo, ela conforma a coisa com uma visão determinante
que, por esta razão, é chamada modelo [Vor-bild]”;
Ü a instrução, termo associado à escola, descreve um outro
aspecto, o da instrução pública como vinculo político, garantia de uma
cidadania. Instruir é construir, estabelecer, dispor no plano político e no educar,
o que depende da educação privada. Essa distinção é feita por Condorcet, para
quem a “instrução institui o cidadão”; e o instituidor é aquele que , desde
Montaigne, instrui as crianças.
3.7.2 – Filosofia e Ciências do Humano
A educação é uma das atividades mais elementares do homem: ela
se inscreve no princípio de uma sociedade e do desenvolvimento dos
indivíduos. Ela se renova sem cessar, no duplo sentido de novidade e de devir,
por meio dos nascimentos, mas igualmente pela evolução das sociedades.
Esse princípio universal é descrito como um fundamento antropológico que liga
o indivíduo à espécie, à cultura e à sociedade. Diferentes pontos de estudo
qualificam o princípio do “educar”, que devemos distinguir do ponto de vista
filosófico:
Ü A cultura como dimensão antropológica: o desnudamento inicial
do homem, elemento genérico da humanidade, faz com que só seja possível se
tornar plenamente humano por seu desenvolvimento e por sua integração ao
grupo humano. Ela consegue isso pelo aprendizado de uma cultura, entre
outras culturas. Essa deficiência torna-se então valor, abertura para uma forma
de adaptação universal, desenvolvimento indefinido das disposições do
homem, obrigando-o a dar a si mesmo sua representação, para além da
realização de suas necessidades vitais, de sua própria liberdade. A cultura é
uma realização, o meio de adaptação do homem ao mundo. A educação é
inscrita nessa dimensão pragmática de realização, a de uma necessária visão
coletiva como lugar de ancoragem e processo de aculturação. A cultura oferece
uma origem, uma “personalidade de base”, um princípio identificador, que torna
o processo educativo significante para seus atores. O homem é um ser feito
para pensar: é por essa mesma razão que é ser de pensamento, essa
capacidade estando inscrita em sua educabilidade;
Ü A socialização: a educação é o “conjunto das influências que a
natureza ou os outros homens podem exercer, seja sobre nossa inteligência,
seja sobre a nossa vontade”. Essa descrição de Durkhein faz dela matriz do
movimento de socialização. Sociedade e civilização tendem a se perpetuar, e
um processo interrompido de aprendizado tece as relações de um indivíduo
com uma sociedade humana. A educação, diz-nos Durkhein, é “a ação
exercida pelas gerações adultas sobre as que não estão amadurecidas para a
vida social. Ela tem por objeto suscitar na criança certo número de estados
físicos, intelectuais e morais exigido dela e da sociedade política de seu
conjunto e do meio especial ao qual ela é particularmente destinada”. Mas
Durkhein precisa que “a educação é apenas um meio”, meio técnico, para a
sociedade, de assegurar sua persistência e sua diversidade e, para um
indivíduo, sua integração. Esse ”fundo comum dado às crianças” é uma
condição não da realização de um ideal (qual?), mas da continuidade de uma
sociedade. A socialização também não é cidadania, e não se pode, do
contrário a não ser traindo a reflexão, transpor o mecanismo educativo para a
norma da educação. A emergência de valores não pertenceria ao próprio
processo educativo?
Ü A atividade psicológica: a utilização freqüente da psicologia para
descrevê-la poderia dar da educação a imagem de uma atividade psicológica
perseguindo um objetivo. Karl Jaspers sublinhou essa confusão: o
condicionado (o “psicológico”) não leva em conta a significação que se dá à
atividade, que ela era incondicionada – “o elemento decisivo de toda educação
é o conteúdo em vista do qual e no qual se educa, a cultura fundamentada em
uma fé (uma vez que se lhe atribui uma significação), a imagem do homem
breve, tudo o que não é realmente ensinado, mas antes, realizado”. É a
intenção de educar, sua intencionalidade, a inscrição da educação num
processo humano aberto que distingue o problema da educação da
problemática de funcionamento do educar. Todo o conhecimento do sujeito
(aqui um objeto) não é o conhecimento de um sujeito, nem seu exercício, sua
liberdade. A educação não se resume nos processos de educação, não mais
que no regularmente social.
3.7.3 – O Filosófico da Educação: Real e Realidade da
Educação.
O plano da ação, ilustrado pelos pontos de vista que acabamos de
encontrar, revelam o processo educativo, sua realização, mas não, como
lembra Eric Weil, sua realidade. Ou seja, as formas e os sistemas são a
realização observável, mas não a realidade da obra educativa; essa obre
distingui-se de seu plano de ação, necessariamente particular e empírico. Para
Weil, esse plano de ação, mesmo dirigido pela idéia do bem, não é o plano do
julgamento anterior, nem o da idéia que orienta o projeto de sua realização. O
bom senso prático, a experiência, o domínio, o conhecimento dos fatores
psicológicos – os “domínios esclarecidos”, diz-nos Weil – não podem substituir
uma consciência, pois estão além do fato de se resolver o problema da
educação da humanidade. Esse intervalo entre “consciência natural” e
“consciência filosófica” (Hegel) poderia ser resolvido? “só há verdade na
experiência”, proclama Kant; para Hegel, ao contrário, a conseqüência natural
já é filosófica, cada experiência sendo uma “figura”, uma etapa da Razão na
história da humanidade, uma educação da consciência.
A relação com o fato educativo está inscrita nesse intervalo real-
realidade. Em educação, há apenas fatos (real); não há, como expressão de
uma humanidade, senão uma consciência (realidade). Esse intervalo é
constituído de uma reflexão mas também de uma ação. A filosofia não se
transforma em consciência passiva, mas como pragmática da consciência: “a
voz da razão não é flatus vocis, uma vez que o homem que vive na violência
pode conhecer a violência como tal, resistir e agir contra ela”. Essa consciência
é o conhecimento e ação; e esse “pode” é o exercício do pensamento, objeto
de educação. Esse tema está no centro do filosófico da educação e torna-se
uma educação filosófica.
Essa exigência pode ser expressa pela revolta, como esforço de
reconciliação do indivíduo consigo mesmo numa realidade histórica. A revolta
será sempre um erro para a normatividade moral e educativa; ela participa de
uma outra legitimidade. A realidade não é um lugar calmo: é o objeto de uma
tensão, de uma luta na qual a educação é realizadora, no plano individual e
coletivo. O intervalo entre real e realidade não é, portanto, um recuo
especulativo do filósofo. Ele conduz a uma exigência que é um modo de ação
no real. O filósofo desempenha um papel no mundo histórico, insere os fatos
educativos na problemática dos fins e dos valores, leva o sujeito da educação
ao limiar da consciência, do sim como do não. O objeto da educação, que não
é mais seu real, deve ser assim redefinido.
3.7.4 – O Objeto Duplo da Educação
“Nada de humano se faz, nada de humano nunca se fez sem
educação”, diz-nos Weil: mas de que educação se trata? A educação está
inscrita em dois planos:
Ü O primeiro (E1) tem um caráter de educação positiva: dar ao
indivíduo “uma atitude correta em suas relações de ações com os outros
membros”, “o que se faz” e “o que não se faz”, o que Hegel denominava “a
honestidade”. Essa educação conduz apenas ao um limiar;
Ü O segundo (E2) corresponde a um papel de consciência, tem por
finalidade “desenvolver no indivíduo a faculdade e compreender o que lhe diz
respeito pelo fato de viver numa comunidade humana, não somente de fazer o
que é exigido dele [E1], e de compreender por que isto é exigido e,
eventualmente, por que aquilo não é exigível, porquê daquilo [E2]”.
O educando e o educador estão então ligados ao movimento que
introduz e ao mesmo tempo extrai o homem da conduta “honesta”. Esse duplo
fundamento, que não é senão uma pela tensão que defini o objeto da
educação, é ação do mundo sobre a consciência e faz da humanidade - por
ação da consciência sobre o mundo – o objeto e o sujeito da educação.
(MORANDI, 2002).
CONCLUSÃO
Como é possível verificar, falamos em separado das ciências que
deverão nortear o nosso trabalho, ou seja, falamos da A filosofia, falamos do
Ensino Superior, e falamos da A Filosofia da Educação e a Pedagogia, que
acreditamos juntas darão ao docente, ferramentas que com certeza o fará um
educador do ensino do nível superior.
Tentaremos concluir o nosso trabalho, mostrando que um professor
deverá te-las em seu curricular, e que como um bom educador conhecendo as
técnicas de uma educação moderna, tornará o ensino dos jovens em
verdadeira estrada para os seus objetivos. Tentaremos fazer algumas
considerações para melhor exemplificar como o docente poderá fazer uso de
um educação moderna em benefício do saber dos nossos jovens.
Os educadores compreenderam que era através do homem que
poderiam vencer os desafios da educação moderna. Para tanto utilizaram-se
da aplicação de novos métodos de treinamento de mão de obra. Com isso, o
trabalhador foi se aprimorando, tomando conhecimento de novas técnicas,
conhecendo melhor os objetivos da empresa, e tomando gosto com as tarefas
que antes eram feitas mecanicamente, em troca de uma simples remuneração,
com o real prazer e conhecimento de ser uma peça importante em toda aquela
engrenagem. Esta nova visão deu ao trabalhador a real dimensão da sua
importância para com a empresa, e foram alcançados índices de produtividade
que ultrapassaram o que era conhecido no País. E foi em pesquisa realizada
anualmente com todos os que colaboraram, que ficou provada a satisfação
encontrada no local de trabalho. Estava realmente formada uma equipe que
com certeza estava predestinada a vencer mesmo encontrando os obstáculos
naturais que encontraremos em nossa caminhada.
Só formaremos bons profissionais para o futuro, se tivermos em sala
de aula não só um professor, mas um educador do ensino, capaz de com
Filosofia de interagir com os seus alunos. Em uma sala de aula, o professor
poderá treinar os alunos a querer, e quando conseguir, verá que eles
aprendem. E é esse aprendizado que vai fazer com que eles possam se tornar
bons conhecedores e receptores dos ensinamentos, e poderão vir a ser bons
professores, conseguindo índices de sucesso bem elevado nas aprovações do
ensino. Se aplicarmos uma pesquisa em sala de aula em que o professor
esteja em total harmonia com o conteúdo ministrado e os alunos, vamos com
certeza evidenciar um sucesso na satisfação dos alunos pelo conteúdo
administrado.
A importância da filosofia na formação do educador do nível superior
é preparar as novas gerações para o mundo em que terão que viver. Isto quer
dizer proporcionar-lhes o ensino necessário para que adquiram as destrezas e
habilidades que vão necessitar para seu desempenho com comodidade e
eficiência no seio da sociedade que enfrentarão a concluir sua graduação.
Ao término de nosso trabalho, esperamos sinceramente que
consigamos, futuros docentes, uma real melhoria na classe, para que
tenhamos verdadeiros professores em Filosofia em suas formações, sendo
legítimos educadores do ensino do nível superior.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, Nilda (org.) Formação de professores – Pensar e fazer. São Paulo: Editora Cortez, 1992, p. 34-35. BASBAUM, Leôncio, “O programa contemporâneo”, Capítulo 1 do Livro Sociologia do Materialismo. 3ª ed. São Paulo: Ed. Símbolo, 1978, p. 21. BENEDITO, Vicente et al. La formación universitaria a debete. Barcelona: Universidad de Barcelona, 1995, p. 131 BICHLER. H. Tradução da educação Cultural. São Paulo: Ed. Mestre Jou, 1974, p. 730-731 BUZZI, Arcângelo, “Prefácio” O Livro Introdução ao Pensar. Petrópolis: Ed. Vozes, 1973, p. 122. CARNEIRO, Moaci Alves. LDBEN fácil: leitura crítico compreensiva: artigo a artigo (Moaci Alves carneiro) – Petrópolis, RJ: Vozes, 1998, p. 21 CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ed. Ática, 2000, p. 19-44 EPPINGER, Wilmar & TOLEDO, Juarez Alfredo. O administrador inteligente: ed. Juruá, 1999, p: 23-25. FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação. Rio de Janeiro: Ed. Paz e Terra, 1975, p. 67-68 FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Ed. Paz e Terra, 1996, p. 55-56 JASPERS, Karl. Introdução ao Pensamento filosófico. São Paulo: Ed: Cultrix, 1976, p. 138 LUCKESI, Cipriano C., Filosofia da Educação (serie formação de professores) São Paulo: Ed. Cortez, 1994, p. 21-119 LUCKESI, Cipriano C., PASSOS, Elizete Silva. Introdução à Filosofia São Paulo: Ed. Cortez, 2004, p. 51-81. MORANDI, Franc. Filosofia da Educação. São Paulo: Ed. Edusc, 2002, p. 17-23 PIAGET, J. A Psicologia da criança. São Paulo: Ed. Difel, 1976, p. 18
PILETTI. N. Estrutura e Funcionamento do Ensino. São Paulo: Ed. Ática, 1988, p. 163 POLITZER, Georges. “Introdução do livro Princípios fundamentais de filosofia”, São Paulo: Ed. Hemus, 1970, p. 15. PRADO. Jr., Caio. O que é filosofia. 4 ed. São Paulo: Brasiliense, 1982, p. 37-52 SAVIANI, Dermeval. Da nova LDB ao novo plano nacional de educação: Por uma outra política educacional. 2 ed. Campinas, Sp: Autores: Associados, 1999, p.23-29 TEIXEIRA, Anísio. Educação e Mundo Moderno. São Paulo: Ed. Nacional, 1969, p.9
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO........................................................................................... 2
AGRADECIMENTOS......................................................................................... 3
DEDICATÓRIA.................................................................................................. 4
EPÍGRAFE.......................................................................................................... 5
RESUMO............................................................................................................ 6
METODOLOGIA................................................................................................. 7
SUMÁRIO........................................................................................................... 8
INTRODUÇÃO.................................................................................................... 9
CAPÍTULO I – A FILOSOFIA
Definição de Filosofia............................................................................ 12
1.1. A origem da Filosofia..............................................................................14
1.2. O nascimento da Filosofia.......................................................................16
1.3. A Filosofia na História.............................................................................17
1.4. A importância da Filosofia.......................................................................18
1.5. O que é a Filosofia..................................................................................25
CAPÍTULO II – ENSINO SUPERIOR
A Universidade Brasileira-hoje................................................................26
2.1. Reavaliação do papel do professor.........................................................29
2.2. Professor e aluno: Sujeitos ativos no processo de transformação
social.......................................................................................................30
CAPÍTULO III – A FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO E A PEDAGOGIA
Filosofia e Educação: Elucidações conceituais e articulares..................33
3.1. Filosofia...................................................................................................33
3.2. A Filosofia da Educação.........................................................................36
3.3. A Pedagogia............................................................................................40
3.4. O Senso Comum.....................................................................................42
3.5. O Senso Comum Pedagógico.................................................................43
3.5.1. Os sujeitos do processo educativo.............................................43
3.5.2. Os sujeitos da práxis pedagógica .............................................45
3.6. Conclusão: Relação Educador – Educando............................................49
3.7. Pensar a Educação: Da Educação à Filosofia........................................50
3.7.1. As dimensões da Educação: Do termo à interrogação.............51
3.7.2. Filosofia e Ciências do Humano................................................52
3.7.3. O Filósofo da Educação: Real e Realidade da Educação.........54
3.7.4. O Objeto Duplo da Educação....................................................56
CONCLUSÃO....................................................................................................58
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................60
ÍNDICE...............................................................................................................62
FOLHA DE AVALIAÇÃO....................................................................................64
ANEXOS............................................................................................................65
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO “A VEZ DO MESTRE”
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
Título da Monografia: A IMPORTÂNCIA DA FILOSOFIA NA
FORMAÇÃO DO EDUCADOR DO NÍVEL SUPERIOR.
Autora: Lêda Julia Góes Ventura
Data de entrega: ____ de Junho de 2007.
Avaliado Por: ____________________________ Conceito: ______
Diva Nereida M. M. Maranhão
Rio de Janeiro, _______ de _____________ de 2007.
_______________________________________________
Coordenador de Curso
ANEXOS