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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
REFLEXOS AMBIENTAIS A PARTIR DO CRESCIMENTO
INDUSTRIAL E POPULACIONAL DE ITABORAÍ
Por: ANA CLAUDIA C. TEIXEIRA
Orientador
Prof. Ms FRANCISCO JOSÉ DE JESUS CARRERA
Rio de Janeiro
2011
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
REFLEXOS AMBIENTAIS A PARTIR DO CRESCIMENTO
INDUSTRIAL E POPULACIONAL DE ITABORAÍ
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Educação
Ambiental.
Por: Ana Claudia C. Teixeira
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela oportunidade de receber esses
conhecimentos e poder aplicá-los na sociedade e em
prol da natureza.
À minha família, que muito me ajudaram e me
compreenderam nos momentos de ausência, devido
aos períodos de estudo.
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DEDICATÓRIA
Dedico a Deus, o grande sustentador e criador de
tudo que há ao nosso redor, inclusive da
natureza.
Aos meus filhos, meus tesouros muito especiais.
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RESUMO
A preocupação com o meio ambiente vem aumentando
significativamente ao longo dos anos e muitos ambientalistas trabalham em
busca de alternativas para minimizar ou reduzir o impacto ambiental.
Tomando por base principal o município de Itaboraí, pretende-se
apresentar por meio deste trabalho as transformações ocorridas no meio
ambiente, abordando aspectos históricos de município circunvizinho – Rio de
Janeiro – sob o aspecto de sua experiência em coleta de resíduos sólidos,
partindo, para uma apresentação física e ambiental da região de Itaboraí.
Serão abordadas experiências como a implantação do Centro de
Tratamento de Resíduos (CTR) Itaboraí e a construção do Complexo
Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (COMPERJ).
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METODOLOGIA
Esta pesquisa enquadra-se no elenco das pesquisas bibliográficas,
tendo em vista que exigirá respaldo teórico obtido por meio de fontes escritas,
em livros e, principalmente, na internet, tendo em vista que a quantidade de
publicações que abordem o município de Itaboraí, em seu aspecto ambiental, é
praticamente nulo.
Buscou-se selecionar entre os artigos utilizados por meio da rede
mundial de computadores aqueles que possuíssem um maior respaldo técnico
para embasar este estudo.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
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CAPÍTULO I – Levando em Conta a História da Limpeza Urbana
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CAPÍTULO II – Classificação dos Resíduos Sólidos
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CAPÍTULO III – Projetos Sóciambientais
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CONCLUSÃO
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ÍNDICE
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FOLHA DE AVALIAÇÃO
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INTRODUÇÃO
Itaboraí pertence à Área de Proteção Ambiental de Guapimirim,
que engloba ainda os municípios de São Gonçalo, Guapimirim e Magé. A área
de manguezal do Município está localizada a oeste, na desembocadura dos
rios Guaxindiba e Caceribú.
A importância dos manguezais decorre do fato destas áreas serem
importantes ecossistemas de transição, que concentram diferentes espécies
de fauna e flora que buscam estes locais como abrigo para a reprodução,
como aves, peixes, caranguejos, etc. Desta forma, os manguezais são
caracterizados como verdadeiros berçários para diversas espécies.
Tendo em vista o meio ambiente sensível do qual o Município de
Itaboraí faz parte, e considerando que os problemas ecológicos têm caráter
universal, atingindo a todos, independente da sua classe social. Ainda que
muitas vezes os impactos sejam sentidos com maior peso pelas classes mais
pobres, questões como poluição da água e do ar, aumento do buraco da
camada de ozônio e contaminação de alimentos, por exemplo, não distinguem
grupos sociais. (http://www.agronline.com.br).
O progresso direcionado a um mundo com cidades silenciosas,
com instalações fabris sem a geração de resíduos e com maior qualidade de
vida, estimula a busca de alternativas que possibilitem equilibrar a atividade
produtiva e econômica, dentro da dimensão ambiental. O capitalismo
econômico incentivou o aumento de áreas para aterros, a proliferação de áreas
degradadas e o crescente descarte de esgotos nos cursos d’água.
A implementação de um sistema de gestão ambiental (SGA) é a
resposta dada pelas organizações públicas e privadas para controlar os
impactos causados, representando uma mudança organizacional, motivada
pela internalização ambiental e externalização de práticas que integram o meio
ambiente e a produção. Dentre os benefícios alcançados pode-se citar: a
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melhoria da imagem perante a sociedade; redução dos custos ambientais;
diminuição de riscos de infrações e multas; elevação da produtividade;
aumento da competitividade e criação de opções tecnológicas inovadoras.
(http://www.agronline.com.br).
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CAPÍTULO I
LEVANDO EM CONTA A HISTÓRIA DA LIMPEZA URBANA
“As paixões são como ventanias que inflam as
velas dos navios, fazendo-os navegar, outras vezes
podem fazê-los naufragar, mas se não fossem elas, não
haveria viagens nem aventuras, nem novas
descobertas”.
Voltaire
Segundo AIZEN (1985) a história da limpeza urbana no Estado do
Rio de Janeiro começa em 1567 e se mistura com a da Cidade do Rio de
Janeiro, quando Mem de Sá (o governador) promove o deslocamento da
cidade para o alto do Morro do Descanso, depois chamado de Morro do
Castelo, que dominava um local encharcado, pantanoso e com drenagem
insuficiente, em suma, um local sujo. A cidade cresceu sem maiores cuidados
e os problemas relacionados com a insalubridade se avolumaram e, em função
da epidemia de cólera que tomou conta da cidade em 1613, começaram a ser
providenciados alguns cuidados com aspectos relativos à limpeza. A partir de
então os ouvidores eram obrigados a fazer uma “correição” anual (vistoria feita
aos cursos de águas a fim de verificar se foram cumpridas, pelos proprietários,
as posturas municipais) e relatar para o Senado da Câmara as informações
dos logradouros públicos, abastecimento de água e a situação da limpeza
pública.
Em 1763 o Rio de Janeiro se tornou a capital da colônia, sua
população aumentou, suas funções urbanas evoluíram e a cidade começou a
ocupar os brejos e lagoas das redondezas. A cidade espraiava-se na planície
em terrenos próximos ao mar ou conquistados aos brejos e a correição de
1727 informava que os moradores da cidade jogavam lixo por toda a parte, nas
ruas, nos cursos d’água e, principalmente nos brejos. Começava nesta época
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a degradação das áreas de mangue, tão importantes na manutenção da
cadeia alimentar e que infelizmente não tem, ainda hoje, o cuidado que
deveriam ter.
AIZEN (1985) cita que séculos mais tarde, na década de 1970, a
administração pública encaminhava um projeto para fazer um aterro sanitário
no município de Duque de Caxias visando atender a Região Metropolitana do
Rio de Janeiro e uma das suas justificativas era que serviria para a
“...recuperação de área de brejo com realização de um aterro sanitário...”. O
projeto era do Aterro de Gramacho que funcionou no local como “vazadouro a
céu aberto” desde a segunda metade dos anos 70 até o início dos anos 90,
quando foi recuperado e passou a funcionar como “aterro controlado”. A área
de brejo a ser recuperada era o mangue as margens da Baia de Guanabara.
Em condições degradantes de higiene se deu o crescimento do Rio
de Janeiro e o aumento populacional nem de longe era acompanhado pela
melhoria das condições sanitárias, o que prenunciava uma crise na saúde
pública.
A cidade começou a ganhar algumas melhorias com a chegada da
Família Real, em 1808, sendo que em 1824 um edital sobre posturas
municipais mencionava, entre outras coisas, a proibição do lançamento de
imundícies nas ruas e que cada morador tinha a obrigação de manter limpa a
frente da sua propriedade, mostrando que o conceito da época fazia a ligação
direta do lixo mal cuidado – com a sujeira.
Documento no Arquivo da Cidade, datado de 1826, mostra o
pagamento efetuado pela administração pública a um particular, pela
realização de serviços de limpeza pública, no que parece ser o primeiro
documento sobre o assunto. Quanto mais a cidade se desenvolvia mais lixo
produzia e maiores eram os problemas e mais difíceis as soluções. A primeira
postura municipal sobre a limpeza datada de 1830, estabelecia as obrigações,
como “...manter limpas as frentes das propriedades - e definia a multa pelo
descumprimento, “...salvo se o infrator fosse tão pobre que não pudesse pagar
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a multa”, o que demonstrava, já naquela época uma preocupação com a
condição social da população... (http://comlurb.rio.rj.gov.br).
O serviço de limpeza urbana era contratado através de editais
publicados pela Câmara, onde por um preço combinado, o interessado
arrematava o serviço especificado e o realizava com seus próprios recursos,
como mão de obra, ferramentas, equipamentos, cavalos, carroças e outros
necessários a execução dos serviços contratados.
Deve ser ressaltado que, em 1832, a Câmara editou uma Memória
que estabelecia normas sobre a limpeza e a cobrança dos serviços e citava
“...nas ruas mais distantes das pontes (locais para lançamento do lixo no mar),
deveriam ser estacionados carros nos quais da meia noite até as quatro horas
os vizinhos pudessem lançar os seus despejos...“; este procedimento é
adotado ainda hoje em inúmeras cidades, em comunidades de baixa renda e
em locais de difícil acesso, com a colocação de caixas estacionárias,
compactadoras ou não.
Em 1852 foi firmado um acordo para a exploração do serviço de
esgoto, com o empresário João Frederico Russel, que realizou, com êxito,
experiências de instalação de redes de esgoto na Casa de Correção.
Posteriormente Russel transferiu sua concessão para a companhia inglesa The
Rio de Janeiro City Improvments Company Limited que, em 1864, instalou a
primeira rede de esgotos na cidade, começando a eliminar problemas de
despejos dos dejetos. Até 1864 sucederam-se as edições de normas, posturas
e as contratações de empresas e particulares para execução de serviços de
limpeza, compreendendo a coleta de dejetos sanitários e de lixo, e limpeza de
logradouros, mostrando que a questão da terceirização não é prática de agora,
mas tem uma longa história em nossas terras. A partir de então a questão dos
esgotos sanitários deixava de ser um assunto da limpeza pública e se
inaugurava a época em que a limpeza pública tratava exclusivamente de lixo,
foco prioritário até hoje.
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O marco mais importante destas contratações, sem dúvida, foi o
contrato assinado em 10/10/1876 pelo Ministério dos Negócios do Império com
o empresário de origem francesa, Aleixo Gary para execução dos serviços de
limpeza e irrigação da cidade, inaugurando uma nova era na história da
limpeza urbana do Rio de Janeiro, em função do seu empreendedorismo e da
competência na condução de seus negócios. AIZEN (1985) ainda destaca que
a cidade era dividida em distritos de limpeza para as contratações de serviços,
sinalizando, já naquela época, para uma descentralização administrativa e
operacional, muito em voga nos tempos atuais.
Mesmo com o acordo estabelecido pela contratação de Aleixo
Gary, que deu uma nova dinâmica ao serviço, melhorando consideravelmente
a qualidade da limpeza das ruas, a falta de planejamento do serviço público
limitava a melhoria do serviço como um todo, pois a coleta das casas
continuava sendo feita por carroceiros contratados sem maiores cuidados. A
limpeza das praias era feita por outros e a remoção para os pontos de
embarque das barcaças e o transporte para a Ilha da Sapucaia eram feitos por
empresários diferentes. Em 1885 Aleixo Gary foi contratado para fazer também
a limpeza das praias e transporte para a Ilha da Sapucaia e vislumbrou aí a
oportunidade de fazer o serviço completo de limpeza urbana, encaminhando
documento ao presidente da Câmara Municipal, com uma proposta inovadora
e que detalhava todos os serviços envolvidos, apontava as soluções e
apresentava as formas de execução com proposta de contratação. Mas a
Câmara não aprovou o projeto – que se configurava como um indicativo de
sistema de gerenciamento integrado – e assim Aleixo Gary ficou com os
serviços que já eram contratados, até 1891, quando terminou seu contrato,
passando a empresa para o seu parente Luciano Gary. Este contrato
configurava uma nova forma de gerenciamento, inaugurando a terceirização na
limpeza urbana e mostrando que o modelo atualmente adotado em inúmeros
municípios brasileiros não é uma novidade dos tempos modernos.
A partir de então os serviços de limpeza urbana passaram a ser
conduzidos pela Superintendência de Limpeza Pública e Particular, onde
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Aleixo e Luciano continuaram prestando serviços a limpeza urbana até o início
do século seguinte, respectivamente como funcionário e Inspetor Geral.
O empresário Aleixo Gary deixou seu nome gravado na história da
limpeza urbana brasileira, também porque os funcionários desse ramo que
trabalham diretamente com o lixo, na faina diária de limpar as ruas e coletar os
resíduos sólidos gerados por nossa sociedade, são conhecidos como “garis”
em homenagem a esse empresário.
Segundo a REVISTA HISTÓRIA, CIÊNCIAS, SAÚDE
MANGUINHOS (1996) a questão da destinação do lixo configurava-se como a
mais problemática e em 1895 começou a construção do forno de incineração
de Manguinhos, no que se esperava seria a solução completa do problema. O
projeto foi implantado, o forno ficou pronto, mas não funcionou a contento e foi
desativado. Os incineradores como solução para a destinação do lixo são
temas recorrentes na nossa história, tendo sido, sistematicamente, adotados
como panacéias e descartados, pelos mais variados motivos. O projeto
suscitou grandes discussões sobre a localização e sugestões para construção
de vários fornos e não apenas um como era a proposta inicial. O fato é que
não vingaram como solução para a destinação do lixo no Estado do Rio de
Janeiro.
Os serviços prestados não melhoravam qualitativamente e nova
tentativa quanto à incineração do lixo foi feita com a Companhia
Transformadora, visando a queima, aproveitamento energético e produção de
adubo, mas também não foi implementada. Em 1910 retorna a ideia de
construção de sistema de incineração, enfocando inclusive, a necessidade de
se conhecer a composição do lixo para adequação do forno a ser adotado.
Começava aí a questão da análise gravimétrica, química e física do lixo como
instrumento de planejamento. (http://comlurb.rio.rj.gov.br).
Em 1922, a Prefeitura contrata a empresa Shimidt Trost & Cia para
construir um incinerador na Ilha da Sapucaia, tendo em vista a dificuldade de
navegação em torno dessa Ilha, causada pelo acúmulo de lixo nas imediações,
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Os procedimentos são agilizados para instalação do incinerador. Continuam os
projetos e aparece a ideia da divisão da cidade em dez áreas para instalação
de incineradores. Diversas propostas são apresentadas e analisadas., que
seria entregue pela empresa à Prefeitura após trinta anos de uso, o que
também não vingou. Em 1925 o então Prefeito Alaor Prata fez uma nova
tentativa, mas a Usina não chegou a ser construída em função dos protestos
da vizinhança. O urbanista Alfredo Agache, no plano urbanístico que elaborou
para o Rio de Janeiro em 1927, abordou a questão da limpeza urbana e
analisou, entre outras coisas, as vantagens e desvantagens da incineração
para a cidade, concluindo pela inviabilidade da sua implantação.
Na década de 1940 houve mais uma tentativa de construção de
uma usina, desta vez na Pedreira Assunção em Botafogo, mas que também
não vingou. A instalação de incineradores domiciliares, uma iniciativa da Socité
Anonyme du Gaz intensificou-se a partir de 1950, com a obrigatoriedade de
sua instalação em edifícios com mais de cinco andares ou vinte apartamentos
como forma de reduzir o volume a ser coletado pelo órgão responsável pela
limpeza urbana. Por apresentarem problemas, dificuldades de manutenção e
por não possuírem sistemas de controle dos efluentes gasosos e do material
particulado, foram os incineradores desativados na década de 1970.
Ainda segundo os registros históricos da COMLURB a questão da
incineração, como destino final do lixo, chegou ao seu ápice na década de
1960, quando foram construídas duas usinas, uma no bairro de Bangu e outra
no bairro de Irajá. A de Irajá foi transformada em Usina de Reciclagem no final
dos anos 1970 e a de Bangu foi desativada na década de 1980, quando
funcionava apenas para a queima de material retirado de circulação, de
remédios fora da validade e outros resíduos especiais. Hoje não existe
nenhuma usina de incineração em operação na cidade.
(http://comlurb.rio.rj.gov.br).
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As tentativas de conduzir a questão de destinação do lixo por meio
de incineradores vêm colecionando fracassos sucessivos ao longo do tempo
no Rio de Janeiro, sem resultados positivos.
A Ilha da Sapucaia era cada vez mais usada como local de
destinação dos resíduos, sendo que ao final dos anos de 1940 acabou
incorporada, em razão do aterro de lixo, às ilhas do Fundão e do Bom Jesus,
formando a atual Ilha do Fundão, onde está localizada a Cidade Universitária
da UFRJ.
Conforme relata CHALHOUB (1996) o Rio de Janeiro
experimentava um processo efervescente na área da saúde pública, na
primeira década do século XX, devido ao estado calamitoso pelo qual a cidade
passava, com a evolução da epidemia de varíola e da febre amarela e da
descoberta da doença de Chagas, e devido também, ao desenvolvimento de
trabalhos meritório de homens de alto valor público como Oswaldo Cruz,
Carlos Chagas e Miguel Couto. Nesta época foi instituída a obrigatoriedade da
vacinação antivariólica, o que causou uma contestação forte por parte da
população, no que ficou conhecido como a “Revolta da Vacina”, provavelmente
porque a população não fora alertada para a necessidade e os benefícios da
vacinação. Antes dos protestos, Miguel Couto, em carta a Oswaldo Cruz,
sugeria que “..o governo empreendesse primeiro por seus agentes sanitários
um trabalho perseverante e suasório de propaganda sobre a efficacia
prophilatica e a inocuidade daquela medida...”. Sem dúvida já se configurava a
necessidade de fazer um processo participativo e integrado, deixando claro
que mesmo projetos de interesse público devem ser discutidos com os
interessados para não serem rechaçados ou mal entendidos.
A gestão do Prefeito Pereira Passos é também desta década,
tendo assumido em 30 de dezembro de 1902, quando tem início a terceira
reforma urbanística da cidade, que passa por grandes transformações,
sentidas, também, na estruturação dos órgãos públicos, com reflexos na área
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da limpeza urbana. A Superintendência até então subordinada à Divisão de
Higiene, passa a ser Autônoma.
Os burros e mulas, que na primeira década do século passado
chegaram a ser mais de 1.000, deixaram de ser usados no ano de 1961. A
tração mecânica foi introduzida no serviço de limpeza urbana, com sucesso, a
partir da década de 1910, substituindo paulatinamente a força motriz animal
que era exclusivamente usada naquela época. Mais recentemente, em
novembro de 1986 foram usadas duas mulas chamadas de Domitilia e Dona
Beja para retirar o lixo da favela do Jamelão, no bairro do Grajaú, em razão
das dificuldades de locomoção no interior daquela favela e que trabalharam até
meados da década de 1990, quando foram solenemente “aposentadas”. Os
animais, que por tanto tempo trabalharam na limpeza urbana, prestaram bons
serviços à cidade do Rio de Janeiro.
Pode-se dizer que a preocupação tão atual da sustentabilidade
econômica e financeira dos serviços de limpeza urbana teve seu começo nos
idos de 1903, quando foi instituída a cobrança de uma taxa sanitária pela
Prefeitura, não como imposto, mas sim como uma taxa de benefícios por
serviços prestados. Em 1908 esta cobrança foi reformulada e, em 1915, foi
atualizada para fazer frente aos gastos da limpeza urbana. Estas taxas foram o
embrião da tarifa de limpeza urbana cobrada pela COMLURB em 1975,
substituída pela taxa de limpeza urbana em 1980 e, finalmente, pela taxa de
coleta de resíduos no início da década de 1990 e que vigora até hoje.
Em termos de estruturação organizacional, poucas mudanças de
vulto ocorreram na cidade, uma vez que a Superintendência de Limpeza
Pública e Particular, organizada em 1901, foi transformada em Diretoria de
Limpeza Pública e Particular em 1933 e um ano depois passou a chamar-se
Diretoria Geral de Limpeza Pública e Particular, sempre subordinadas ao
Prefeito.
De acordo com o registro histórico da COMLURB, em 1935 a
Diretoria passou a integrar a Secretaria de Viação Trabalho e Obras e em 1940
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transforma-se em Departamento de Limpeza Urbana - DLU, ligado à mesma
Secretaria, passando a fazer parte da SURSAN – Superintendência de
Urbanização e Saneamento em 1963. A sucessora do DLU foi a CELURB –
Companhia Estadual de Limpeza Urbana - em 1973, que foi substituída pela
COMLURB – Companhia Municipal de limpeza Urbana - em 1975, quando da
fusão do então Estado da Guanabara com o Estado do Rio de Janeiro,
passando a empresa a ser Municipal. A mudança na verdade foi para
adequação à nova conformação política e administrativa resultante da fusão,
pois a COMLURB continuou a atuar na mesma área da antecessora, uma vez
que o Estado da Guanabara se restringia ao Município do Rio de Janeiro, tal
como é hoje. (http://comlurb.rio.rj.gov.br).
A COMLURB, empresa municipal com experiência e conhecimento
na área do gerenciamento dos resíduos sólidos, tem sido uma referência para
a América Latina e, apesar da tradição em operar com seus próprios recursos
os serviços de limpeza urbana, fez uso da contratação de empresa privada –
LIPATER – nos anos 1970. Atualmente, em função da experiência acumulada
e do conhecimento de seus técnicos, ela própria faz o planejamento,
programação e o controle dos serviços, terceirizando apenas a frota
operacional através da contratação de veículos e motoristas. Os garis, assim
como os demais trabalhadores são de seu próprio corpo funcional, o que
garante a identidade da empresa.
Assim, tomamos o exemplo da primeira companhia de limpeza
urbana do Estado do Rio de Janeiro, para fazermos um paralelo com o
município de Itaboraí, e sua política de recolhimento, reciclagem e
gerenciamento dos resíduos sólidos.
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CAPÍTULO II
"Ame a teu próximo como a ti mesmo e não
faça aos outros o que não quer que façam
contigo."
Jesus Cristo
CLASSIFICAÇÃO E GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
Segundo as normas da ABNT, resíduos sólidos industriais são
todos os resíduos no estado sólido ou semi-sólido resultantes das atividades
industriais, incluindo lodos e determinados líquidos, cujas características
tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d´água
ou que exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis.
(http://www.abnt.org.br).
2.1 - Classificação dos Resíduos Sólidos
O objetivo da ABNT NBR 10004 é classificar os resíduos sólidos
quanto à sua periculosidade, considerando seus riscos potenciais ao meio
ambiente e à saúde pública, para que possam ser administrados
adequadamente. Segundo a citada Norma, os resíduos sólidos industriais são
classificados da seguinte forma:
a) Resíduos de Classe I - Perigosos - Resíduos que, em função
de suas propriedades físico-químicas e infecto-contagiosas, podem apresentar
risco à saúde pública e ao meio ambiente. Devem apresentar ao menos uma
das seguintes características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade,
toxicidade e patogenicidade.
b) Resíduos de Classe II - Não Inertes - Aqueles que não se
enquadram nas classificações de resíduos classe I ou classe III. Apresentam
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propriedades tais como: combustibilidade, biodegrabilidade ou solubilidade em
água.
c) Resíduos de Classe III - Inertes - Quaisquer resíduos que
submetidos a um contato estático ou dinâmico com água, não tenham nenhum
de seus componentes solubilizados a concentrações superiores aos padrões
de potabilidade de água definidos pelo Anexo H da Norma NBR 10.004.
(http://www.abnt.org.br).
2.2 - Tratamento de Resíduos Sólidos e Incineração
É comum proceder ao tratamento de resíduos industriais com
vistas à sua reutilização ou pelo menos à sua inertização. Dada a diversidade
destes resíduos, não existe um processo de tratamento pré-estabelecido,
havendo sempre a necessidade de realizar pesquisas e desenvolvimento de
processos economicamente viáveis.
De acordo com BARROS (2003), normalmente, o excesso de
oxigênio empregado na incineração é de dez a vinte e cinco por cento acima
das necessidades de queima dos resíduos. Esse processo permite a redução
em volume e peso dos resíduos sólidos em cerca de sessenta a noventa por
cento. A incineração é um processo de queima controlada na presença de
oxigênio, no qual os materiais à base de carbono são reduzidos a gases e
materiais inertes (cinzas e escórias de metal) com geração de calor.
Como a temperatura de queima dos resíduos não é suficiente para
volatilizar os metais, estes se misturam às cinzas, podendo ser posteriormente
separados destas e recuperados para comercialização
Para os resíduos tóxicos contendo cloro, fósforo ou enxofre, além
da necessidade de maior permanência dos gases na câmara (cerca de dois
segundos), são necessários sofisticados sistemas de tratamento para que
estes possam ser lançados na atmosfera.
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Já os resíduos compostos apenas por átomos de carbono,
hidrogênio e oxigênio necessitam somente um sistema eficiente de remoção
do material particulado expelido juntamente com os gases da combustão.
Em grandes linhas, um incinerador é um equipamento composto
por duas câmaras de combustão, onde na primeira câmara os resíduos sólidos
e líquidos são queimados à temperatura variando entre 800 e 1.000 °C. Na
segunda câmara, os gases provenientes da combustão inicial são queimados a
temperaturas da ordem de 1.200 a 1.400 °C. Os gases da combustão
secundária são rapidamente resfriados para evitar a recomposição das
extensas cadeias orgânicas tóxicas e em seguida tratados em lavadores,
ciclones ou precipitadores eletrostáticos, antes de serem lançados na
atmosfera através de uma chaminé.
Existem diversos tipos de fornos de incineração. Os mais comuns
são os de grelha fixa, de leito móvel e o rotativo.
Suas grandes vantagens são:
1) garantia da eficiência de tratamento, quando em perfeitas
condições de funcionamento;
2) redução substancial do volume de resíduos a ser disposto
(cerca de 95%).
Suas principais desvantagens são:
1) custo operacional e de manutenção elevado;
2) manutenção difícil, exigindo trabalho constante de limpeza
no sistema de alimentação de combustível auxiliar, exceto se for utilizado gás
natural;
3) elevado risco de contaminação do ar devido a geração
dioxinas da queima de materiais clorados;
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4) risco de contaminação do ar pela emissão de materiais
particulados; e
5) elevado custo de tratamento dos efluentes gasosos e
líquidos (águas de arrefecimento das escórias e de lavagem de fumos.
Observa-se que a incineração não resolve integralmente o
problema da destinação dos resíduos, havendo a necessidade de se
providenciar uma disposição final adequada para as cinzas e para o lodo
resultante do tratamento dos gases. (BARROS, 2003, p. 29)
2.3 - Crescimento Demográfico no Município de
Itaboraí
O município de Itaboraí, localizado na Região Metropolitana do Rio
de Janeiro (figura 1), já vem sendo chamado de Eldorado (uma antiga lenda
indígena de uma cidade que teria suas construções em ouro maciço) e até de
Dubai, emirado rico em petróleo do Oriente Médio. Esses são alguns nomes
dados por diversos empresários que tentam desesperadamente lucrar com
“fantasias” divulgadas pela mídia paga em referência aos impactos
econômicos que vem provocando na região a construção pela Petrobras do
Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ).
(http://rededecidades.ning.com)
Figura 1 - Localização Física do Município de Itaboraí Fonte: http://www.agenciario.com
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Um dos principais impactos é o aumento da população: só em
2010 foram muitos novos moradores que vivem amontoados, alojados em
locais precários com doze pessoas onde cabem quatro; roupas penduradas
nas fachadas sinalizando uma grande favela, totalizando, segundo a prefeitura,
trezentos mil habitantes. No comércio, cento e sessenta novas empresas se
instalaram no ano passado em Itaboraí, que vive uma demagogia imobiliária.
Por outro lado, a cidade já sofre os dilemas do futuro. Os preços dos imóveis
não param de subir, sem venda, pois as empresas que chegam só alugam e
nada compram.
E menos de um terço da população conta com rede de esgoto e
saneamento básico. O serviço de telefonia e energia elétrica é precário e lotam
o fórum local com queixas na qualidade de serviços, sem sinal, falta de energia
etc... Os moradores reclamam que o correio não atende grande parte da
população, passando a instalar postos comunitários para atender a população.
Mas isso é só o início da transformação. Um estudo da Federação
das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) aponta que o Comperj vai
atrair entre trezentas e vinte e setecentas indústrias para o município nos
próximos cinco anos. A expectativa é que em dez anos a população chegue a
um milhão. Lembramos que o BNDS é sócio do Comperj e vai ceder espaço
dentro do Comperj para as Indústrias. (http://rededecidades.ning.com)
2.4 - Itaboraí é Modelo para Nova Gestão de Resíduos
Aos poucos, começa a mudar o cenário do lixo no Brasil como
resultado da aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Já entrou em operação o Centro de Tratamento de Resíduos
(CTR) de Itaboraí (figura 2), no leste fluminense. Parceria entre os grupos
Prizma, Empresol e Estre Ambiental, tem capacidade para receber cinco mil
toneladas diárias de resíduos, ou o lixo de três milhões de habitantes de onze
cidades, além do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), que
será inaugurado em dois anos.
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Figura 2 - Aterro de Itaboraí Fonte: http://www.jornalsg.com.br
Mas, apesar de estar sendo anunciado como o maior aterro
sanitário da América Latina (área de 2,4 milhões de metros quadrados, o
equivalente a duzentos e trinta campos de futebol), sua principal característica
é ver o lixo de uma forma diferente.
O aterro dispõe de todas as tecnologias de tratamento, algumas já
testadas em outros empreendimentos da Estre Ambiental, com doze aterros
sanitários no Brasil, um em Buenos Aires e outro previsto para Bogotá. O
objetivo é aproveitar o lixo de todas as maneiras.
"Preferimos dizer que Itaboraí não é um aterro, porque a atividade
transcende o recolhimento dos rejeitos", diz Pedro Filippini, gerente
operacional do aterro, conforme registrado pelo Jornal São Gonçalo.
(http://www.jornalsg.com.br).
A gerência explica que aterros sanitários são empreendimentos
caros e de difícil execução, pois relata-se que cinquenta por cento dos
municípios brasileiros não dispõem de destinação adequada para o material
descartado, que segue para lixões e acaba contaminando os lençóis d'água e
o solo -o investimento em Itaboraí foi de quinze milhões de reais.
25
Para empresas dedicadas a esse serviço, o lucro aparece quando
o lixo é revendido como novos produtos, e só são enterrados os resíduos sem
possibilidade de reaproveitamento. "O tratamento adequado também garante
maior vida útil e rentabilidade ao próprio aterro", afirma Pedro Stech, consultor
de meio ambiente da Estre Ambiental.
Para isso, o material descartado é compactado e coberto em
camadas sobrepostas de modo a evitar desmoronamento e a área é isolada
por mantas emborrachadas, para impedir a contaminação do solo.
(http://www.ciflorestas.com.br).
Cada nível é revestido com argila para impedir a penetração de
água de chuva que corre por canaletas e manilhas de concreto sem entrar em
contato com o lixo. Um cinturão verde de quatrocentos mil metros quadrados
isola a área em que serão depositados os resíduos.
Após dois anos de operação, serão instalados equipamentos
visando à geração de energia com o aproveitamento do biogás, formado pela
decomposição de materiais orgânicos. O empreendimento deve tratar diversos
tipos de lixo: hospitalar, solos contaminados, resíduos industriais e
provenientes da construção civil.
E serão requeridos créditos de carbono, seguindo as regras do
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Kyoto, pela
captura e queima do metano, evitando dessa maneira a emissão do gás para a
atmosfera. (http://www.ciflorestas.com.br).
2.5 – Tratamento Adequado dos Resíduos Sólidos
O Centro de Tratamento de Resíduos de Itaboraí já entrou em
funcionamento desde outubro do ano passado, sendo apontado como solução
para os problemas de lixo dos municípios que integram o Consórcio
Intermunicipal da Região Leste Fluminense (Conleste).
26
O CTR fica na Estrada de Itapacorá, na localidade de Badureco e
tem capacidade para receber cinco mil toneladas de resíduos por dia. Mas em
um primeiro momento esta carga de resíduos será de duas mil toneladas/dia.
Foi orçado em quinze milhões de reais cobrindo uma área total de
aproximadamente dois milhões e meio de metros quadrados.
Figura 3 - CTR Itaboraí Fonte: http://dooutroladodapoca.wordpress.com
O aterro sanitário será um local de tratamento de resíduos e não
um depósito de lixo (figura 4). Também vai ajudar a proteger o meio ambiente,
com o replantio de espécies nativas, contribuindo para a melhora na qualidade
de vida da região, ressaltou o gerente, em entrevista ao Jornal de São
Gonçalo. (http://www.jornalsg.com.br).
De acordo com o gerente operacional do CTR Itaboraí, Pedro
Filippini, o empreendimento será importante também por apostar na questão
ambiental além do tratamento adequado do lixo.
Emprego - Segundo os gestores do CTR Itaboraí, o
empreendimento vai gerar cerca de duzentos empregos diretos e cento e
cinquenta indiretos, ocupados, prioritariamente, por moradores de áreas
próximas, que receberão treinamento especial para atender às especificidades
do serviço.
27
Figura 4 – Esquema do Aterro Sanitário de Itaboraí (foto aérea) Fonte: http://dooutroladodapoca.wordpress.com
Funcionamento - O lixo será retirado dos caminhões em uma área
impermeabilizada e depois será prensado em camadas. Após isso, serão
cobertos com terra, também compactada, para evitar a emissão de odores.
(http://www.jornalsg.com.br).
2.6 – Melhoria para a Qualidade de Vida na Região
Com o início das operações do Centro de Tratamento de Resíduos
na primeira quinzena de outubro do ano passado, Itaboraí entrou para o seleto
time dos municípios fluminenses que contam com aterros sanitários
licenciados pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Empreendimento
ecologicamente correto, o CTR Itaboraí tem a missão de dar destinação
correta do lixo de três milhões de habitantes da Região Metropolitana Leste
Fluminense. O empreendimento do grupo Prizma em parceria com a Empresol
e a Estre Ambiental está apto a receber também resíduos provenientes do
28
Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), que será inaugurado
daqui a dois anos.
O CTR Itaboraí contará com um cinturão verde de mais de 400 mil
metros quadrados, que funcionará como uma barreira visual, acústica e
odorífera para isolar a área em que serão depositados os resíduos. O projeto
também contempla o replantio de barreira vegetal com espécies nativas e
ações voltadas para a coleta seletiva da região.
Após aproximadamente dois anos de início das operações, serão
instalados equipamentos visando à geração de energia com o aproveitamento
do biogás, formado pela decomposição de materiais orgânicos. O CTR Itaboraí
pretende requerer junto à ONU a obtenção dos créditos de carbono referente
ao metano, gás altamente prejudicial à atmosfera e grande vilão do efeito
estufa, que será adequadamente recolhido e tratado.
(http://www.ctritaborai.com.br).
2.7 - O lixo que Pode dar Lucro
Nos próximos dois anos, o investimento pode ultrapassar a marca
de oitenta milhões de reais na implementação e ampliação de aterros
sanitários com capacidade de atender a demanda dos três milhões em Itaboraí
e em São Gonçalo. A disputa pelo controle do lixo no Consórcio das cidades
do Leste Fluminense, representado por onze municípios: Cachoeiras de
Macacu, Casimiro de Abreu, Itaboraí, Guapimirim, Maricá, Magé, Niterói, Rio
Bonito, São Gonçalo, Tanguá e Silva Jardim, movimenta a economia da
região.
Segundo diretor do Grupo Prizma, Manoel Franklin de Sá,
responsável pela a implementação do Centro de Tratamento de Resíduos de
Itaboraí (CTR Itaboraí), é possível destinar corretamente o resíduos sólidos
gerando lucro. Por ano, somado, os três maiores municípios da região gastam
29
para destinar o lixo produzido por seus habitantes R$ 237,4 milhões. Um custo
muito alto que fez do lixo um grande investimento.
“O lixo sempre foi uma pedra no sapato da administração pública. Mas a partir do momento que o setor privado entrou no mercado, percebeu-se que pode haver lucro dos resíduos. Primeiro, pode se reciclar, depois o lixo produz metano que pode ser vendido em forma de energia elétrico e ainda, com o aumento da preocupação ambiental, muito empresas já nos procuram para a compra de crédito de carbono”, e complementa:
“Antes o lixo custava quarenta a oitenta reais a tonelada sem utilidade nenhuma, só para armazenar. Agora, com o avanço da tecnologia e da sustentabilidade dos aterros, conseguimos lucrar de quatro a dezesseis reais com a tonelada de lixo que chega ao aterro”, conclui. (http://dooutroladodapoca.wordpress.com).
Atualmente, Niterói e São Gonçalo sofrem com a escassez de
locais para a destinação final dos seus resíduos. Os dois aterros da região: o
Aterro Controlado Morro do Céu (Niterói) e Itaoca (São Gonçalo), foram
condenados pelo Ministério Público Estadual e pelo Inea e terão que ser
fechados até o final de 2012 por não respeitar as exigências ambientais. Para
o promotor de Tutela Coletiva, Meio Ambiente e Urbanismo, Luciano Mattos, a
solução pode ser a iniciativa privada.
(http://dooutroladodapoca.wordpress.com).
“O estado por diversas vezes se mostrou incapaz de gerir o lixo. As
empresas privadas podem sim ser uma alternativa viável, desde que
se respeite a legislação ambiental vidente”, afirmou o promotor.
(http://dooutroladodapoca.wordpress.com).
30
CAPÍTULO III
Quem sabe concentrar-se numa coisa e insistir nela
como único objetivo, obtém, ao fim e ao cabo, a
capacidade de fazer qualquer coisa.
Mahatma Gandhi
PROJETOS SÓCIOAMBIENTAIS
3.1 - Catadores de Resíduos em Rede de Reciclagem
A ONG Guardiões do Mar está lançando um programa de
reciclagem de lixo, criando a Re-Cooperar (Cooperativa de reciclagem de lixo)
nos municípios de São Gonçalo, Niterói e Itaboraí (RJ), que irá proporcionar
geração de renda para cerca de novecentas pessoas nesses municípios. Além
disso, o lixo de grandes produtores como Shoppings, condomínios, e empresas
em geral será reaproveitado.
Para dar início ao programa, a ONG Guardiões do Mar está
realizando o diagnóstico social de catadores de lixo nos municípios de Niterói,
São Gonçalo e Itaboraí e, após o recenseamento, começará o treinamento de
pessoal que se dividirá trabalhando em três núcleos. O projeto, que conta com
investimentos da ordem de quase um milhão e meio de reais, já foi aprovado
pela Petrobras.
O recenseamento ficará pronto num prazo de cinco meses e o
programa Re-Cooperar será o impulso para a criação da primeira Rede de
coleta de material reciclado do Estado do Rio de Janeiro. Indiretamente, o
programa atenderá cerca de vinte mil pessoas, além de gerar recursos
financeiros para famílias de baixa renda nesses três municípios.
Segundo o presidente da ONG, o biólogo Pedro Belga, o
programa visa ainda mudar a forma como as pessoas olham para o lixo:
“Nosso objetivo é atender cada vez mais um número maior de famílias. O que
31
queremos é que as pessoas passem a olhar para os resíduos como produtos
rentáveis e não como lixo”. (http://www.setorreciclagem.com.br).
Para atender o programa em todos os municípios, a ONG
Guardiões do Mar irá convocar os grandes produtores de lixo – shoppings,
bancos, condomínios e empresas em geral – para participarem do programa.
Para isso as empresas, só precisam se cadastrar na organização.
Será feita uma rota específica nesses municípios e os chamados
geradores de resíduos receberão um selo específico de qualidade, destacando
que são socialmente responsáveis e ecologicamente corretos.
O programa aprovado pela Petrobras prevê a compra de material
de segurança, balanças, caminhões para recolhimento de lixo, prensas,
kombis, compactadores e ainda para a aquisição de um terreno para
construção de um galpão de cerca de mil metros quadrados em Itaboraí.
Além disso, o programa trabalhará a inclusão social e digital
desses catadores de lixo e de seus familiares, alfabetização, e
acompanhamento de dependentes químicos. O diagnóstico social e ambiental
apontará a situação de cada uma dessas pessoas, quem são esses catadores
de rua, quantos são, como vivem hoje, se são somente moradores de rua ou
tem residência fixa, se possuem vícios ou não.
(http://www.setorreciclagem.com.br).
A expectativa da ONG é que oitenta por cento desses catadores
cadastrados possam ser aproveitados no programa, levando-se em
consideração o desejo dos mesmos de participarem do projeto. Quem aderir
espontaneamente será capacitado em cooperativismo e empreendedorismo,
logística e operação de equipamento de informática, administração e geração
de negócios.
“Não vamos concorrer com ferros-velhos ou pequenos produtores. Vamos trabalhar um mercado inexplorado em nosso estado, que são os grandes geradores de lixo. Vamos somar esforços e vender para mercados de São Paulo para que tenhamos possibilidades de
32
ampliar o número de pessoas atendidas”, explica Pedro Belga. (http://www.setorreciclagem.com.br).
A ONG contará com o apoio do IBG (Instituto Baía de
Guanabara) e pretende ainda, no próximo ano, trabalhar a ideia de educação
ambiental e reciclagem nas escolas de Niterói São Gonçalo e Itaboraí. As
escolas que participarem do programa terão recipientes específicos para
separação do lixo, fazendo parte também dessa rede de reciclagem e
reaproveitamento. Utilizando incentivos como gincanas com premiações,
distribuição de cartilhas e oficinas, a Guardiões do Mar espera ter cerca de
cento e cinquenta jovens como parceiros e disseminadores de educação
ambiental. (http://www.setorreciclagem.com.br).
3.2 – Reaproveitamento de Resíduos
Em uma área de 2,7 milhões m², o lixo domiciliar que não puder
ser reaproveitado será prensado em camadas que chegarão a no máximo
cinco metros de altura. Para a formação dessas camadas, mais conhecidas
como células, o material será coberto com terra a fim de evitar mau cheiro,
urubus e catadores no local.
O chorume (líquido formado pela degradação dos resíduos)
recolhido através de tubulação ficará em um reservatório. Para que o chorume
não contamine o solo, uma espessa manta de plástico com durabilidade de
cerca de cento e oitenta anos será colocada entre as células. Em seguida, ele
será tratado pela Cedae (Companhia Estadual de Água e Esgosto) e se
transformará em água de reuso (não recomendada ao consumo, apenas para
lavar calçadas, regar plantas etc).
O gás metano produzido pelo lixo poderá ser captado, queimado
e revendido em forma de energia para países compradores como a França,
por exemplo. Ele também poderá gerar créditos de carbono (espécie de
comércio ambiental pela não emissão de poluentes).
33
Já o material da coleta seletiva passará pela Unidade de Triagem
de Resíduos Recicláveis, com capacidade para cem toneladas diárias. O
produto disso será revendido às indústrias. Cada tonelada custa, em média, de
cento e cinquenta a duzentos reais.
Segundo a diretoria comercial da empresa Estre Ambiental,
parceira do CTR Itaboraí, quanto mais separar, mais valerá o reciclável. O
ideal é segregar bem para fazer melhores negócios. Não se pode juntar papel
branco, que é mais nobre, com papelão, que tem qualidade inferior. As
garrafas PET têm que ser separadas até pela cor: verde com verde,
transparente com transparente. A mesma coisa para o vidro.
(http://www.setorreciclagem.com.br).
Por estar localizado em região que promete cada vez mais
investimentos e construções, o CTR Itaboraí deve ganhar uma unidade de
triagem para resíduos sólidos gerados por obras e demolições. Cerca de mil
toneladas de escombros e pedras poderão ser trituradas e retornar para o
mercado como brita (tipo de pedra) e areia, por exemplo.
O material contaminado pela ação de petrolíferas ou estaleiros
será destinado à Unidade de Biorremediação para Tratamento de Resíduos e
Solos Contaminados do novo aterro. Cerca de quinhentas toneladas por dia
poderão ser tratadas. Esta ação será inédita no Estado. Atualmente, empresas
instaladas no Rio precisam enviar o material, principalmente terra, para o CGR
Paulínia.
A Unidade de Tratamento de Resíduos de Serviços de Saúde,
com capacidade para tratar vinte toneladas de material hospitalar, completa a
lista dos serviços que sustentam a estrutura do novo aterro de Itaboraí.
(http://www.juscelinodourado.com.br).
34
Figura 5 - Central de Reciclagem Cooperlínia (SP)
Fonte: http://sites.google.come/itaboraireporte
Segundo levantamento feito pela Cooperlínia, maior cooperativa
de material reciclado do Brasil (figura 5), localizada em Paulínia (SP), e que
servirá como modelo para unidade que será instalada no Centro de
Tratamento de Resíduos (CTR) Itaboraí, cerca de vinte por cento do lixo
domiciliar produzido pela população tem o potencial de ser reciclado. Contudo,
segundo levantamento da Companhia de Limpeza de Niterói (Clin), menos de
dois por cento das quinhentas toneladas de lixo produzidas em Niterói por mês
são destinados à reciclagem. O principal problema é a falta de participação da
sociedade. (http://www.setorreciclagem.com.br).
A principal dificuldade na coleta seletiva hoje, segundo
ambientalistas, é o alto custo que ela envolve, assim como a falta de
consciência ambiental da população. Coletar uma tonelada de material
reciclável custa cerca de oitocentos e cinquenta reais, mas os catadores só
conseguem vender esta carga por cerca de cento e cinquenta a duzentos
reais.
É fundamental investir em educação para que o custo final seja
mais lucrativo. O processo de coleta seletiva começa em casa. Coleta seletiva
é caríssima. A ideia é conscientizar a sociedade, pois segundo os
gerenciadores do CTR o O caminhão não pode ficar correndo atrás do
35
reciclável. É o reciclável que tem que correr atrás do caminhão.
(http://www.setorreciclagem.com.br).
3.3 - Impactos Ambientais do Comperj
O Comperj – Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro – está
sendo construído numa área de 45 milhões de metros quadrados localizada no
município de Itaboraí, com investimentos previstos em torno oito bilhões de
dólares (figura 6).
A produção de resinas termoplásticas e combustíveis consolidará o
Rio de Janeiro como grande concentrador de oportunidades de negócios no
Figura 6 - Localização do Comperj Fonte: http://tecnopeg.blogspot.com
36
setor, estimulará a instalação de indústrias de bens de consumo que têm nos
produtos petroquímicos suas matérias-primas básicas e irá gerar cerca de
duzentos e doze mil empregos diretos, indiretos e efeito renda, em âmbito
nacional.
Com início de operação previsto para 2012, mas já tendo sido
visitado pelo ex-presidente Lula (figura 7), o Comperj tem como principal
objetivo aumentar a produção nacional de produtos petroquímicos, com o
processamento de cerca de cento e cinquenta mil barris/dia de óleo pesado
nacional. (http://www.itaborai.rj.gov.br)
Figura 7 - Visita do Presidente Lula ao COMPERJ Fonte: http://www.forumcomperj.com.br
O conhecimento dos impactos ambientais do Comperj foi traçado a
partir da Resolução 001/86 do CONAMA. Os impactos sobre o ambiente
biológico produzidos pela construção e operação de empreendimentos têm
magnitude e importância estreitamente relacionadas com a qualidade
ambiental da região a ser impactada e sua importância ecológica. A previsão
dos impactos ambientais identifica as possíveis modificações provocadas pelo
empreendimento: nas fases de planejamento, construção, operação e
desativação. Estes impactos sobre o ambiente físico, decorrentes da presença
de pessoas e da operação de veículos e equipamentos de sondagem no sítio,
estão associados à fase de projeto de engenharia de empreendimentos em
37
locais intocados ou de reconhecida importância ecológica. A abertura de
estradas e picadas para acesso, bem como a operação de veículos e
equipamentos pode também trazer efeitos negativos de poluição do solo, do ar
e das águas. Quanto a Limpeza do terreno (figura 8) e destocamento –
alteração da paisagem natural com supressão do atual ambiente agro-florestal
(interferência com APPs e FMPs), este impacto é inevitável e segundo o
relatório, será atenuado/compensado pela implantação do projeto Corredor
Ecológico do Comperj.
Figura 8: Maquete do Comperj Fonte: http://www.forumcomperj.com.br
Com relação aos potenciais impactos ambientais percebidos, estes
ocorrerão durante as três fases do projeto, ou seja, desde a fase de sondagens
até que as unidades entrem em operação e posteriormente durante a operação
rotineira.
a)Impactos Negativos Percebidos
1 - Risco de contaminação de águas subterrâneas e do solo;
2 - Rebaixamento do lençol freático e assoreamento dos rios que
integram a bacia hidrográfica da região, em especial os rios Macacú, Caceribú
e baia de Guanabara;
38
3 - Rompimento de bolsões contendo carga orgânica que poderá
ser carreado para os rios Caceribú e Macacú, como ocorrido no dia 30/09/2007
causando contaminação das águas – impactando a UC diretamente e a baia
de Guanabara;
4 - Sobrecarga da bacia aérea pela emissão de gases e
particulados levando a ocorrência de inúmeros problemas de saúde,
dependendo dos níveis de saturação;
5 - Diminuição da qualidade do ar;
6 - Explosão e nuvens com gases tóxicos colocando em risco a
população do entorno;
7 - Rompimento de linha que poderá causar danos irreversíveis
aos rios e principalmente aos manguezais da APA-Guapimirim como já foi
evidenciado em outros momentos;
8 - Alterações físico-químicas e biológicas dos meios terrestres e
aquático.
b) Impactos Positivos Percebidos
1 - Projeto de recuperação de mata ciliar;
2 - Reflorestamento de áreas na área de amortecimento do
empreendimento;
3 - Adesão ao projeto do corredor ecológico da serra do mar –
Integrante do mosaico de unidades de conservação da mata atlântica central
fluminense – RJ;
4 - Investimentos em projetos de proteção dos manguezais;
5 - Investimentos em projetos de educação ambiental.
39
Analisando o contexto, é certo que impactos irão ocorrer, apesar
de todas as previsões e planos para reduzir ou mitigar esses impactos, fica a
grande preocupação quanto à saúde das populações do entorno da unidade,
bem com os manguezais da APA-Guapimirim (figura 9). Destaque para a
importância de se estreitar contatos entre os diversos atores envolvidos para
que possa haver um planejamento mais alinhado com a realidade e para que
na eventualidade de ocorrerem eventos indesejáveis, todos os envolvidos
possam estar aptos e prontos a atuar. (http://www.latec.uff.br)
Figura 9 -: Manguezal da APA Guapimirim
Fonte: http://www4.icmbio.gov.br
40
CONCLUSÃO
O conhecimento teórico sobre gerenciamento de resíduos sólidos
acarreta mudanças no interior da sociedade, antes que o programa seja
colocado em prática. A prática só começará a vigorar, depois de um
conhecimento com base em outras experiências anteriores, para conhecermos
o que angariou sucesso ou não.
Assim a abordagem da história do lixo no Rio de Janeiro, serve
como base inicial para este trabalho teórico sobre os a gestão de resíduos
sólidos e os impactos ambientais que o Município de Itaboraí vem absorvendo
e adquirindo experiência para sua utilização como instrumento de gestão, bem
como para trazer um avanço significativo nas relações sócioambientais
comunitárias.
Portanto, ao teorizarmos sobre o aumento do crescimento
demográfico, acarretando uma quantidade maior de lixo, que se eleva dia a
dia, culminando com a instalação de um aterro sanitário que não venha a
agredir a natureza, aliado à implantação da Comperj, percebe-se que o
Município está trilhando o caminho do desenvolvimento sustentável,
procurando ter por base programas aplicados em empreendimentos que terão
repercussões econômicas, demográficas e sociais positivas e transformações
ambientais localizadas e em condições de serem facilmente controladas,
monitoradas e mitigadas mediante a aplicação de projetos específicos e que
poderão dar início a relações sócioambientais mais sustentáveis e a práticas
comunitárias que estarão em consonância com o meio ambiente.
41
BIBLIOGRAFIA
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42
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43
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTOS 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
Levando em Conta a História da Limpeza Urbana 10
CAPÍTULO II
Classificação e Gestão dos Resíduos Sólidos 19
2.1 – Classificação dos Resíduos Sólidos 20
2.2 – Tratamento de Resíduos Sólidos e Incineração 20
2.3 – Crescimento Demográfico no Município de Itaboraí 22
2.4 – Itaboraí é Modelo para Nova Gestão de Resíduos 25
2.5 – Melhoria para a Qualidade de Vida na Região 28
2.6 – O Lixo que Pode dar Lucro 28
CAPÍTULO III
Projetos Sócioambientais 30
3.1 – Catadores de Resíduos em Rede de Reciclagem 30
3.2 – Reaproveitamento de Resíduos 32
3.3 – Impactos Ambientais do Comperj 35
CONCLUSÃO 40
BIBLIOGRAFIA 41
ÍNDICE 43
44
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES – INSTITUTO A
VEZ DO MESTRE.
Título da Monografia: REFLEXOS AMBIENTAIS A PARTIR DO
CRESCIMENTO INDUSTRIAL E POPULACIONAL DE ITABORAÍ
Autora: ANA CLAUDIA C. TEIXEIRA
Data da entrega: 02 DE ABRIL DE 2011.
Avaliado por: Conceito: