UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · 2011 . 3 AGRADECIMENTOS ... Os resultados das...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O PAPEL DA FAMILIA E DA ESCOLA NO PROCESSO
EDUCACIONAL
Por: Márcia Paula Soares da Silva
Orientador
Prof.ªDayse Serra
Niterói
2011
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O PAPEL DA FAMILIA E DA ESCOLA NO PROCESSO
EDUCACIONAL
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em
Psicopedagogia.
Por: Márcia Paula Soares da Silva
Niterói 2011
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AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer primeiramente a Deus pelo dom da
vida, sempre que me deparei com situações difíceis.
Aos meus familiares e amigos por terem estado sempre
presente em todos os momentos de minha vida e carreira
acadêmica e por principalmente, terem acreditado em mim.
Agradeço também aqueles que não acreditaram que meu
sonho pudesse ser realizado, gostaria de ressaltar que suas
criticas serviram para que eu continuasse até o fim.
As companheiras de sala de aula pelo tempo que estivemos
juntos aprendendo umas com as outras.
Ao meu marido Willian, que esteve sempre presente em
minha vida, apoiando e me dando forças para que eu seguisse
sempre em frente, apesar das dificuldades.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho de conclusão de curso a todas as
famílias brasileiras que foram fonte inspiradora para a
elaboração e conclusão do mesmo. Desejo aos pais muita
sorte na árdua tarefa de educar, nunca deixe de sonhar e
principalmente que em seus sonhos seus filhos estejam
sempre presentes como o motivo maior para que seus sonhos
se realizem.
Desejo também a escola muita sorte no resgate dos pais
dentro do ambiente escolar de seus filhos, dessa maneira
melhorando a aprendizagem e o convívio social.
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RESUMO
A presente pesquisa tem por objetivo analisar a participação dos pais no
cotidiano escolar de seus filhos. Sabemos que a atual economia do nosso país
não está permitindo aos pais um contato maior com a instituição escolar de seu
filho, esse por sua vez está cada vez mais confuso em saber que princípios ele
deve seguir o da escola ou o da família? Os pais por necessitarem de trabalhar
mais horas por dia estão muito ausentes do ambiente escolar, outros até
delegam esta função de educar e transmitir valores para a escola. A escola por
sua vez não consegue atender a demanda de alunos que são muitos, muito
menos entrarem em contato com esses pais. Mudanças ocorridas no âmbito
sócio econômico do Brasil são um dos grandes culpados pela desestruturação
da família brasileira, que infelizmente está deixando para segundo plano a
educação de seus filhos. Queremos ressaltar que a família é a primeira
instituição social a qual são inseridos, é a responsável pelos conhecimentos
primários e a transmissão de valores que serão levados pelo resto de suas
vidas e a escola deve complementar. Pretendemos pontuar alguns aspectos
que influenciam na participação da família na escola e o quanto esses
significados é positivo na vida do educando.
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METODOLOGIA
Este trabalho trata de uma pesquisa bibliográfica. Os principais autores
utilizados na realização deste trabalho foram Fhillipe Aries, Danda Prado,
Fernando Savater e Albertina de Mattos Chrain.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPITULO I– Refletindo Sobre Familia e Escola 12
CAPITULO II – A Família como Instituição Social 17
CAPITULO III- Processo de Ensino e Aprendizagem: Uma Tarefa da escola e
da família 23
CONCLUSÃO 29
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 30
BIBLIOGRAFIA CITADA 31
INDICE 33
FOLHA DE AVALIAÇÃO 34
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INTRODUÇÃO
Esta Monografia tem por objetivo analisar a participação da família no
contexto escolar. Hoje mais do que nunca, tornou-se importante à relação
família e escola, pois as duas instituições são fundamentais para as crianças
em idade escolar e sem essa estrutura de apoio, o aluno terá sua
aprendizagem afetada. A escola faz parte da vida cotidiana de cada família com
seu filho em idade escolar, e a família, por sua vez participa e interfere neste
processo, pois tem o papel de apoio e responsabilidade quanto à freqüência e
a participação da criança nas atividades escolares. A família tem grande
influência na vida escolar do educando, em grande parte das escolas essa
participação não é obtida. Como compreender a causa do afastamento e a falta
de participação da família na escola? Porque não são utilizadas as reuniões de
pais para também fazer com que eles conheçam e compreendam a ligação da
família-escola?
Não podemos avaliar e promover o desenvolvimento do educando, sem a
provocação de um diálogo com a família. É preciso ter contato com suas
origens, tradições, costumes, ideologias, conhecendo a posição contextual e
suas frustrações.
Salientamos o quanto é importante perceber e compreender as
perspectivas das famílias do educando, pois não podemos falar em construção
individual sem se trabalhar com a família, sem se trabalhar com os objetivos
próprios.
Observamos que a atual escola é o reflexo das famílias. Estamos em
uma era tecnologicamente desenvolvida, onde as residências mesmo as mais
pobres, possuem mais conforto como (água, luz, eletrodoméstico). Notamos
também que as mulheres adquiriram seu espaço no mercado de trabalho, e
que nem sempre elas estão presentes nas convocações da escola. A obrigação
que por muitos anos foram delegadas as esposas de cuidar e educar os filhos
já não faz parte do cotidiano atual.
As mulheres agora carregam obrigações de trabalhar e sustentar ou
ajudar nas despesas da casa como os homens, por esse motivo o cuidado
especial com os filhos na escola está sendo deixado em segundo plano.
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Portanto, o estudo dessa pesquisa é fundamental para analisar a presença da
família na escola, não só pelo fato de ver o bom rendimento do educando, mas
para saber o seu funcionamento, legislação, a formação dos professores e
principalmente o desenvolvimento educativo do filho.
A pesquisa terá como objetivo principal despertar nos pais a necessidade
de acompanharem os seus filhos em idade escolar, tanto no processo de
ensino/aprendizagem, como nas atitudes escolares em geral. Fazendo das
reuniões de pais uma forma de resgatar a participação da família no universo
escolar para que os pais possam entender realmente o significado da
aprendizagem e a relação família-escola.
Por ser a primeira instituição social na qual somos inseridos desde o
nascimento, a família é o fundamento básico para a vida por se encontrar em
todos os tipos de agrupamentos, e a mesma tem a obrigação e o direito de
educar, amar, respeitar, ensinar valores éticos e morais para uma vida digna
em sociedade.
A família é a base da formação do individuo, é nela que a criança se
espelha, toma como modelo de referência para sua vida às pessoas que
convivem com ela nesse ambiente seja ele adequado ou não. Cabe analisar o
conceito de família ideal composta pelo pai, mãe e irmãos que mudaram com o
tempo. Hoje vivemos em uma sociedade em mudança. O divórcio é atualmente
um modo de desfazer-se de um casamento infeliz e a mulher conquistou o
mercado de trabalho. Contudo, as famílias vieram se desintegrando com o
tempo. Os filhos agora são geralmente criados e educados em escolinhas por
tempo integral ou por alguém da família, exemplo: avós, tias, professoras,
babás. Com essa mudança veio também à falta de interesse dos pais pela vida
educacional de seus filhos. Essas crianças estão cada vez mais perdidas e a
escola tendo que cuidar de obrigações que são da família. A família por sua vez
esta delegando a escola essa obrigação. Compreender esse afastamento e a
falta de interesse dos pais pela escola está cada vez mais difícil. Nas
instituições escolares vemos o desespero dos seus gestores em manter
contato com alguns pais, pois alguns e principalmente responsáveis por alunos
com dificuldades de aprendizagem e indisciplinados não comparecem em
reuniões, ou por não terem tempo por trabalhar para garantir o sustento ou
achar que não é tão importante o quanto parece. É claro que a escola tem que
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se adaptar com as diferentes formas de estruturas familiares, porém essa
família precisa mudar o seu conceito de escola. Os pais ou os responsáveis por
esses alunos não precisam ir à escola só quando são convocados ou a uma
reunião para saber as notas dos filhos.
A escola além de ser um espaço destinado ao trabalho pedagógico
formal, ele é um espaço aberto à comunidade, tendo como objetivo formar o
exercício da cidadania, ensinar valores morais e éticos assim como a família.
Ambas possuem objetivos semelhantes sendo necessária para o
desenvolvimento educativo dos filhos a essa integração. A felicidade é o
objetivo das duas instituições, a família revela essa alegria constantemente, ao
ver suas notas, desempenho, habilidades de seus filhos e a escola procura
trabalhar para que essa felicidade se concretize. Cabe analisar que é
necessária uma constante aproximação, uma parceria em prol da educação
dos filhos, deixarem de lado o conceito que se ele está na escola, o professor
que lhe atenda, o importante que ele passe de ano. O mundo mudou, as
crianças e os jovens precisam de mais atenção por parte das duas instituições
para que seu desempenho escolar melhore ou aconteça sem nenhum tipo de
trauma.
Escola/família devem se unir e entender como a criança se desenvolve,
do que necessita além dos cuidados básicos, como ajudar elas a articularem as
diversas informações recebidas diariamente e que caminhos necessita para
construir uma vida feliz.
Educação, um campo vasto de idéias, discussões e possíveis
intervenções; um caminho longo a ser percorrido e reconstruído diariamente. O
tempo todo analisamos nossos resultados, revemos nossos objetivos e
buscamos soluções para os problemas administrativos, mas sobretudo
pedagógico que temos enfrentado.
Os resultados das avaliações (SIMAVE, PROVA BRASIL, SAEB, ENEM, ETC)
nos mostram que a Educação Brasileira de um modo geral não tem tido um
desempenho satisfatório. Inúmeras são as motivações para esse déficit e da
mesma forma são inúmeras as possíveis intervenções sobre esse resultado.
Concentraremos, no entanto nossa discussão sobre a necessidade de
aumentar e qualificar a participação das famílias na vida escolar dos filhos,
salientando que esse é um caminho importante para resgatar a auto-estima de
11
nossos alunos, ouvirem os anseios da família, mediar à interação entre a
mesma e a escola e consequentemente, melhorar os níveis de aprendizagem.
Percebe-se que a família está longe de ser o agente transformador que a
escola espera, mas é preciso que a escola dê um passo, abra as portas para
que essa relação comece a ser estabelecida e ela possa criar condições para
que seja produtiva.
Enfim, nossa proposta é criar estratégias para que essa relação entre a
família e a escola aconteça de fato, e que o resultado seja explicitado nas
próximas avaliações. Queremos alcançar os melhores níveis na aprendizagem
e, sobretudo cumprir nosso papel de agentes transformadores, oportunizando
as famílias de nossos alunos novas oportunidades e possibilidades.
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CAPÍTULO I
REFLETINDO SOBRE A RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA
Percebemos atualmente que a escola não pode viver sem família e a
família não pode viver sem a escola. Pois uma precisa da outra para alcançar
seu maior objetivo. Objetivo que é fazer com que o educando/filho aprenda
para ter um futuro melhor e assim construir uma sociedade mais justa e digna
para se viver.
I.I A Escola Na Visão Tradicional
A formação da criança se dá através de um conjunto de fatores,
determinados em sua grande maioria pela Escola e pela Família. Toda criança
tem por direito estar em contato direto com essas instituições, que no papel dos
dias atuais, misturam afeto e saber.
Provavelmente algumas décadas atrás não existiam dúvidas em definir
qual o papel que a escola deveria ter na sociedade, pois era a única fonte de
informação e do saber. Dentro de uma abordagem tradicional, a função da
escola era só de transmitir conhecimentos disciplinares, não se importando
com o interesse dos educandos, suas opiniões, ou seus problemas do
cotidiano. Apenas eram enfatizadas as necessidades de exercícios repetidos,
cópias de textos e provas orais, para garantir a memorização dos conteúdos e
o retorno dos mesmos nas provas aplicadas. A escola Tradicional é uma
proposta centrada no professor, cuja função se define como a de vigiar e
aconselhar os alunos, corrigir e ensinar a matéria. Na escola tradicional, o
professor era o dono do saber, a única fonte de conhecimento, pois era visto
como autoridade máxima perante a escola e principalmente para os olhos dos
pais. Era ele que decidia o método utilizado, como aulas expositivas, conteúdo
pronto e o pior, os assuntos de aulas eram determinados por ele e também
cabia a ele decidir que tipo de avaliação seria dado. O professor controla todas
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as ações, exigindo dos alunos obediência, disciplina, “bons resultados", tudo
com uma grande rigidez.
Por outro lado era também exigido na família e no trabalho, pois era esse
o objetivo da escola tradicional, formar os educandos somente para o
desempenho profissional.
Não é muito distante o fato da escola tradicional mudar apenas a fachada
e em sua estrutura permanecer a mesma.
I.II O Professor diante das Novas Instituições Familiares
Segundo PRADO (1982, p. 7 ) “ família no sentido popular e nos
dicionário, significa pessoas aparentadas que vivem em geral na mesma casa
particularmente o pai, a mãe e os filhos”.
Esse é o modelo de família conjugal já apresentada por volta do século
XVII, modelo esse que tinha como pai o responsável pela obrigação de garantir
o sustento e a mãe de cuidar e educar os filhos.
Com a mudança na realidade social e o crescimento da população,
apresentam-se outros modelos de família.
E a mulher que antes cuidava apenas dos filhos, hoje exerce papel igual
ou superior ao do seu marido, hoje elas são livres e sustentam sozinhas os
seus filhos. Conquistou o seu espaço na sociedade, adquirindo liberdade e
autonomia, hoje trabalha e nem sempre pode estar presente nas reuniões ou
eventos realizado na escola. Famílias, os noivos geralmente se conheciam no
dia da união. Ou o pai como chefe da família apresentava o futuro noivo de sua
filha sem se quer perguntar se ela gostaria de se unir a ele, com o noivo não
era diferente. Hoje o mundo mudou os pais não escolhem mais o casamento
dos filhos,mas ainda existem famílias que são heranças do passado, indivíduos
machistas e pais que não aceitam o divórcio. Com tudo isso, as escolas
tiveram que se adaptar ao novo modelo de instituição familiar, e as histórias
dessas mães, pais, avós, tias e irmãos são surpreendidos.
Infelizmente algumas vezes o professor não sabe a quem recorrer na
hora de chamar algum responsável por seu aluno, esse que por sua vez não
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tem mãe ou pai, ou apenas um dos dois e vive com padrasto ou madrasta, ou
vive com seus avós. Na realidade existem vário modelos de instituições
familiares e geralmente essas crianças acabam por viver com algum parente
de sangue.
A natureza dessa problemática e que são vários fatores que levaram essa
família a se desintegrar, questões sociais e de sentimentos são os elementos
chave para essa separação.
O importante é que essa criança tenha alguém como espelho, que sirva
como modelo de boa conduta e caráter, sendo que o professor pode e deve
ajudar quando se deparado com situações parecidas. Nessa visão o professor
deve procurar conhecer melhor a família de seus alunos, principalmente
aqueles alunos que apresentam o maior grau de dificuldade e de indisciplina.
Conhecendo a estrutura familiar dos alunos fica mais fácil de lidar com
certas situações presenciais por ele e pela escola dentro do ambiente escolar.
O educador juntamente com a escola pode trabalhar em conjunto com o
objetivo de resgatar esses “pais” ou responsáveis por essa criança,
melhorando sua auto-estima e motivando os a buscar melhores condições para
o educando. O objetivo do educador é desenvolver um trabalho transformador,
educar para um mundo melhor, não apenas melhorar o comportamento do
aluno. Procurando conhecer o ambiente e as pessoas que convivem com seus
alunos, seus valores, projetos e desejos, poderá exercer sua função com
sucesso.
Quando ressaltamos em buscar condições mínimas para um bom
trabalho, estamos falando também de uma busca constante em melhorar a
qualidade e o desempenho de seu aluno através do contato com os pais. Da
família vêem a formação básica para o individuo, ela é responsável pelas
primeiras vivências afetivas, éticas, culturais, e esse individuo será o fruto
dessa formação.
Uma família em crise emocional e econômica pode gerar e transformar
uma criança em um ser sem limites, inseguro e angustiado. O educador
entrando em contado direto com essa família pode-se aplicar um trabalho
pedagógico informal, buscando transmitir para ela a capacidade de melhorar a
sua visão de mundo.
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Desse modo, o educador pode ajudar seu aluno que está com dificuldade
de aprendizagem e conduta a descobrir um novo caminho a ser seguido
juntamente com sua família.
I.III A Família no Contexto Escolar
Segundo BOURDIEU (1984), a família tem um papel de primeira ordem
na trajetória social dos indivíduos, porque juntamente com a escola é
responsável pela transmissão cultural; o seu conhecimento depende do grau
em que diz respeito a dar suporte no processo de escolarização dos filhos,
controlando, ajudando no âmbito escolar. Uma função de ajuda que se deduz
no próprio contexto familiar, mas que alcança também, como suporte os outros
contextos de socialização das crianças.
Durante muitos anos, os pais orientaram a aprendizagem dos filhos, eles
aprendem durante a infância as atitudes básicas de seu grupo cultural, além
das estratégias que lhes permitem realizar essas aprendizagens.
À medida que crescem, as necessidades de aprender tornam-se por um
lado mais específicas e por outro, mais extensas, a influência dos pais é de
suma importância, tanto para compreender e valorizar globalmente as tarefas,
as dificuldades e os obstáculos que a criança pode encontrar, como para dispor
dos meios para que possam superá-las.
Com as mudanças ocorridas na estrutura brasileira, muitos pais estão
transferindo para a escola boa parte da sua responsabilidade na criação dos
filhos. Não podemos depositar toda a culpa nos pais, pois eles acreditam que
estão buscando o melhor para os seus filhos. Como já foi citado no decorrer da
pesquisa, com o passar do tempo à família sofreu certas mudanças em sua
estrutura, com a necessidade de trabalhar os pais estão cada vez mais longe
dos seus filhos. Os mesmos passam mais tempo sozinhos ou com pessoas
que não são necessariamente um parente, causando para essa criança uma
perda de identidade cultural e afetiva. Estão sendo criadas por pessoas que
não são seus pais. No ambiente escolar cada vez mais distante e com
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dificuldades de aprendizagem, e a escola tendo que assumir as funções
educativas que historicamente são dos pais.
Podemos afirmar que em nossos dias atuais, a escola não pode viver
sem a família e a mesma não pode viver sem a escola, esse trabalho em
conjunto tem como objetivo o desenvolvimento do bem estar e da
aprendizagem do educando.
As funções da família são compartilhar com a instituição escolar, ambas
têm objetivos semelhantes perante a sociedade: cidadãos críticos, capazes de
formular suas próprias opiniões
Segundo PRADO (2005, p.179) “a relação família-escola deve ser uma
relação de parceria. A relação de pareceria supõe confiança mutua e
cumplicidade.”
A escola é o lugar do trabalho pedagógico formal, está aberta a diálogos
quando necessário. Isto significa que os pais não precisam ir à escola apenas
quando é uma reunião ou quando são convocados por causa de alguma
reação indevida dos filhos.
A mesma também deve ser ativa e participativa para despertar nos pais o
interesse pelo desenvolvimento educacional dos filhos, promovendo eventos,
reuniões não sendo necessariamente para falar de notas ou comportamentos,
mas para promover a interação, trocar informações que podem ser úteis para o
dia-a- dia escolar.
Importantíssima a conscientização de que a relação entre educação,
escola /família/sociedade deve ser uma transformação continua.
A escola deve buscar construir espaços de reflexão e experiências de
vida na comunidade em que está situada para poder assim trabalhar melhor
com as famílias de seus alunos, instituindo uma aproximação entre duas
instituições (família/escola).
No parágrafo único do Capitulo IV do Estatuto e do Adolescente, Artigo 53
(BRASIL, 2005, p. 11), diz que “é direito dos pais ou responsáveis ter ciência
do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas
educacionais”, ou seja, está prescrito no Estatuto da Criança e do Adolescente
como é importante a convivência da família no contexto escolar. Família e
Escola são pontos de apoio ao ser humano, quando melhor e maior for à
parceria entre as duas, melhor serão os resultados na formação do educando.
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CAPITULO II
II - A FAMILIA COMO INSTITUIÇÃO SOCIAL
Toda instituição é uma ferramenta de socialização criada pelo próprio homem com a função de gerenciar suas relações interpessoais. A instituição
normatiza, legaliza, legitimiza os comportamentos do educando em sociedade.
Ela também é geradora de estabilidade e segurança nas trocas sociais. Sendo
a Família uma instituição, ela se apresenta como a primeira instituição ao qual
o individuo tem contato em sua vida. Entretanto, as mudanças ocorridas na
sociedade têm alterado as formas de interação social dentro das famílias.
II. I O Conceito de Família
A família é o fundamento básico e universal de todas as sociedades, e é a
primeira instituição social na qual somos inseridos desde o nascimento.
Com o crescimento da economia mundial, as novas tecnologias, os meios
de comunicação de massa, a revolução industrial e a conquista da mulher pelo
mercado de trabalho, o conceito de família tradicional mudou.
Quando nos referimos ao ambiente familiar, logo vem em nossa mente à
família conjugal, tradicional composta por pai, mãe e filhos. No entanto, esse
modelo mudou com o passar do tempo.
São poucas as famílias que planejam um ambiente adequado de
segurança e auto-aceitação da criança, pois hoje a grande maioria dos pais
infelizmente com a necessidade de trabalhar cada vez mais, passa a maior
parte do seu tempo fora de casa. Algumas crianças nascem de pais separados,
mães solteiras e , o mais triste, pais presos, esquecendo que são eles que
definem para a criança um papel determinado pelas suas necessidades
afetivas.
Mas, precisamos levar em conta a complexidade da vida atual, pois
antigamente a tarefa de criar filhos pelo menos aparentemente era simplificada
pela existência de regras e tradições inquestionáveis, não podemos esquecer
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que a figura da mãe era muito importante e responsável por quase todas as
ações cometidas pelos filhos.
Por causa da necessidade de trabalhar fora para aumentar a renda
familiar, a mulher que antes era submissa e tinha como papel apenas de
educar os filhos e cuidar da casa, hoje assume um papel igual ao do homem no
que diz respeito a sustentar uma casa.
Devido a essas mudanças, agora pai e mãe estão fora de casa, deixando
para depois ou quando tiverem tempo os problemas educacionais dos filhos.
Sabemos que a família é responsável pela educação formal das crianças,
e dela que os mesmos adquirem o conceito de valores que levaram pelo resto
de suas vidas.
A família é responsável por transmitir afeto, amor, respeito, valores morais
e éticos, religião, enfim é responsável por tudo o que irá ajudar ou atrapalhar
essa criança no futuro.
A criança passa os anos mais importantes para a sua formação na
família. Essa adaptação transmitirá para as crianças as primeiras experiências
de solidariedade, proibições, rivalidades e é muitas vezes nela que a criança é
modelada através de estímulos, educação, limites e aceitação de como ela
deve ou não ser. Muitas vezes os pais projetam a sua vida na vida dos seus
filhos, mas se omitem ao ouvir isso e dizem que evitam opinar sobre a turma de
amigos, os estilos de roupa, do comportamento e principalmente a profissão do
filho, que não importa a profissão, mas “que ele seja feliz”.
Mas, na verdade os pais com toda sua experiência de vida querem trilhar
caminhos que supostamente trariam o bem estar e sucesso para eles, e para
isso, muitas vezes, de uma forma invasora, invadem sua privacidade,
obrigando a mudar tal comportamento e restringindo sua liberdade. Muitas
vezes, o melhor, o adequado e sensato no momento para os pais, não é o
melhor, ou mais correto para seu filho.
Outros pais por não terem tido a oportunidade de estudar por morarem
em lugares distantes das escolas ou por precisarem trabalhar cedo, não
incentivam os filhos a almejar um futuro melhor, futuro esse que só é
conquistado através de muito estudo e dedicação de ambas as partes.
ARANHA (1996) diz que as relações das crianças na sociedade
intermediadas pela família é um fenômeno mutável do tempo.
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A participação ativa dos pais é necessária e de grande valor porque
desde pequeno a criança desenvolve-se inteiramente ao redor deles, e são
eles (família) que servirão de apoio a sua criatividade e ao seu comportamento
produtivo na escola, na vida em sociedade quando for adulto, pois a família é e
sempre será uma poderosa influência para o desenvolvimento do caráter dos
filhos.
ARANHA (1996, p.61 afirma que: A educação dada pela família fornece o
“solo” a partir do qual o homem pode agir até para, em última instância, se
rebelar contra os valores recebidos: contra esses valores, mas sempre a partir
deles. Portanto a família é o local privilegiado para o desenvolvimento humano.
O desenvolvimento da personalidade das crianças não depende só do
método disciplinar ou educativo, mas depende também da influência dos pais,
da ligação entre ambos.
II. II As Funções das Famílias
Para SALVADOR (1999), a família é um sistema funcional, onde as
ações e Atitudes promovidas pelos seus membros afetam um ao outro, e como
toda instituição cada uma tem sua estrutura e regras para serem seguidas.
Assim como todas as instituições sociais, a família cria certos hábitos entre os
membros que decidem o mesmo espaço. Basicamente uma pauta reguladora
que tem como objetivo, garantir o bem estar dos componentes desse lar.
Através de normas de conduta e de atos, cada um tem um papel diferente
a ser exercido dentro desse ambiente. Essas normas fazem com que cada um
saiba o seu lugar e até onde pode chegar.
Considerada um sistema, a família carrega em seus ombros à função e o
dever de proteger os seus membros, favorecendo a eles o conhecimento a
cultura a qual pertencem.
Outra função é de oferecer suporte emocional, propiciando a essa criança
um ambiente equilibrado de amor, compreensão, afeto, valores. Essa função
será um passaporte para o sucesso dessa criança como adulto.
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Segundo KALOUSTIAN (1988), a família é o lugar indispensável para a
garantia da sobrevivência e da proteção integral dos filhos e demais membros.
Portanto, tem o papel decisivo na educação dos filhos, e é responsável em
transmitir valores humanitários, culturais, morais, sentimentos de solidariedade
etc.
O indivíduo que tiver a oportunidade e adquirir esses valores em seu
seio familiar terá a chance de ser um grande ser humano, com muitas
qualidades. Acrescentamos que a família é e sempre será uma influência
poderosa para o desenvolvimento do caráter dos indivíduos, caráter esse que é
moldado dentro das aprendizagens no ambiente familiar. Não importa como
seja essa estrutura ou modelo no qual essa família se apresente, e sim que
existia transmissão de amor, afeto, respeito, educação, proteção. Porém,
sabemos que devia a certas transformações ocasionadas com o crescimento
da população, alguns valores foram se perdendo pelo caminho.
A Constituição Federal afirma que a educação é dever do Estado e da
família, onde entra a escola como complemento para a formação dessa
criança.
Do ambiente familiar vem à formação básica para criança, a escola
contribuirá para que ela desenvolva seu potencial, trabalhando juntas ambas
terão sucesso e o aluno terá a oportunidade de se tornar um cidadão de bem,
podendo exercer melhor o seu papel na sociedade.
Com o passar dos anos, certos valores foram perdendo sua importância,
os pais agora trabalham muito não tendo tempo para transmitir os
conhecimentos prévios de educação para os seus filhos.
A família é base da formação do ser humano por tanto, todo aprendizado
que essa poder transmitir para a criança será de grande valor para sua
realização como homem social.
“ A família influencia positivamente quando transmite afetividade, apoio e solidariedade e negativamente quando impõe normas através de leis, dos usos e dos costumes” (PRADO, 1981).
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II. III O Papel dos pais na educação Escolar
A aprendizagem no seio familiar é de extrema importância para o bom
desenvolvimento do educando e é responsável pela primária. O apoio familiar é
crucial no desempenho escolar. Pais colaboradores e atentos ao desempenho
escolar dos filhos é o sonho de qualquer professor. Filhos de pais que
participam das reuniões propostas pela escola ajudam os mesmos nas
atividades que o professor ministra geralmente é indisciplinado, socializado,
apresenta um grau muito pequeno de dificuldade de aprendizagem. Não
podemos esquecer que modelo da família tradicional mudou, mas mesmo que
essa criança esteja inserida em um modelo diversificado do tradicional, se não
transmitidos para ela os valores necessários para a sua vida, ela terá grandes
chances de ser bem resolvida dentro de sua escola e da sociedade em geral.
Infelizmente a escola está passando por dificuldades nessa troca de papéis. Os
pais estão mais distantes do que nunca e a escola tendo que realizar um papel
que sempre foi e será da família, perdendo o tempo que seria destinado a
alfabetização.
Esse problema ocorre infelizmente porque muitos pais não priorizam a
educação para os filhos como forma de melhorar a vida e o futuro. Muito
desses pais são indivíduos endurecidos pela vida, por culpa de uma sociedade
desigual, que não tem como prioridade os menos favorecidos. Portanto, esses
pais não valorizam o estudo, acha que o importante é saber ler e fazer conta,
adquirir conhecimento de cultura e cidadania é pura bobagem. O aluno ao
perceber que a escola e sua família têm os mesmos objetivos com relação ao
futuro, com certeza vai melhorar o seu desempenho, e melhorar também o seu
relacionamento com ambas as partes.
Na escola o individuo encontra alicerce para a sua formação, portanto é
importante essa união entre escola e família para a formação do aluno e
cidadão social. As duas instituições gravitam em torno do mesmo centro, o
aluno, esse por sua vez é o mais prejudicado pela falta de entendimento entre
escola e família.
As escolas não estão preparadas para essa tarefa tão difícil. Quase
todos os dias dentro de uma sala de direção escolar ou coordenação, nós nos
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deparamos com alunos recebendo sermões por terem desacatado o professor
ou colega de classe, mesmo entre os pequenos, percebemos uma violência
constante.
CUNHA (1995) ainda diz que os pais estão insatisfeitos com a escola e
os professores também afirmam que as famílias deixam a desejar.
Os filhos dessas famílias são os mais atingidos por essa antipatia que
parece não ter fim. Geralmente esses são os que mais apresentam problemas
de aprendizagem, indisciplina e os que menos os pais comparecem nas
escolas.
Nas reuniões vemos a constante indignação do professor, os pais
daqueles alunos que precisavam muito de vir, nunca estão presentes.
A família precisa valorizar as oportunidades educativas dentro do âmbito
do cotidiano de cada uma, valorizando e compreendendo a escola como
formadora de pessoas, assim como ela.
Pais enfrentam dificuldades de educar e cuidar dos seus filhos, devido a
problema econômico sim, mas é uma situação que só poderá ser resolvida
quando a sociedade em geral valorizar a educação como a única forma para
reverter esse quadro.
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CAPITULO III
III - PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM: UMA
TAREFA DA FAMÍLIA E DA ESCOLA
As relações entre a escola e a Família, além de supostos ideais comuns,
baseiam-se na divisão do trabalho de educação de criança e jovens, e
envolvem expectativas recíprocas. A família e a escola compartilham funções
sociais, políticas e educacionais, na medida em que contribuem e influenciam
culturalmente organizado-modificado as formas de funcionamento psicológicos
de acordo com as expectativas de cada ambiente. Portanto, a família e a
escola emergem com duas instituições fundamentais desencadeia os
processos evolutivos das pessoas, atuando como propulsores do seu
crescimento. Na escola, os conteúdos curriculares asseguram a instrução e
apreensão de conhecimentos, havendo uma preocupação central com o
processo Ensino aprendizagem. Já na Família, os objetivos, os conteúdos e
métodos se diferenciam formulando o processo de socialização, a proteção, as
condições básicas de sobrevivência e o desenvolvimento de seus membros no
plano social, cognitivo e afetivo.
III. I A criança no contexto Familiar
Segundo ARIES (1981) a vida no passado, na Idade Média, era vivida
em público, as casas eram abertas, as pessoas viviam misturadas. A família
cumpria somente uma função, assegurava a transmissão da vida, dos bens e
dos nomes, mas não penetrava no que diz respeito à afetividade. Não era
diferenciado o tratamento da criança para um adulto, assim quando deixava de
amamentar, misturava-se com os adultos, usando os trajes parecidos como se
fosse um adulto miniatura, frequentavam os mesmos eventos e participavam
das mesmas conversas.
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ÁRIES (1981), ainda que o mesmo problema de não se diferenciar um do
outro ocorria também nas escolas. Adultos e crianças estudavam na mesma
sala de aula. Assim, como nessa época não existia um sentimento de infância
para a família, nas escolas não eram diferentes, a formar de transmitir
conhecimentos era arcaica, rígida, uma disciplina severa, dentro de uma
abordagem tradicional, a função da escola era só de transmitir conhecimentos
disciplinares.
GADOTTI (2005) apud ROUSSEAU (1968) ressalta que a educação e a
sociedade deveriam ser fundadas na família, no povo, na pátria e no estado.
Para GADOTTI (2005) apud ROUSSEAU (1968) a educação tinha o
poder de mudar as pessoas e a sociedade em geral, fundada na família, sua
concepção de educação era voltada para formar um cidadão capaz de mudar a
sociedade.
Além disso, naquela época era grande a taxa de mortalidade infantil,
mesmo sendo uma situação triste a perda precoce dos filhos, era um
acontecimento comum para os pais que não se abalavam.
Segundo ARIES (1988), a partir do século XIV apresentou-se um modelo
de infância baseada na representação do menino Jesus e a Virgem Maria sua
mãe, logo após começou a aparecer pinturas da criança com sua família.
A partir do século XIII foi que começou as alterações no que diz respeito
à criança no contexto familiar. Agora as casas visam o isolamento dos quartos
em especial para crianças que antes dormia com seus pais.
O parto e a morte passaram a ter mais importância para os adultos,
surgindo então um novo sentimento relacionado com a criança, tendo a
intervenção de estreitar os laços afetivos e preocupação com a educação,
saúde e bem estar dos filhos.
As mesmas preocupações também surgiram no que diz respeito ao
pudor, gestos obscenos, imoralidade. A família passou a se preocupar em
corromper a inocência da criança, recomendava-se vigiá-las, evitando
promiscuidade entre os menores e as crianças maiores.
Podemos notar que há muito tempo a família vem sofrendo algumas
mudanças, o mais importante é que as crianças passaram a ser vistas e
reconhecidas como um individuo que necessita de uma atenção especial, de
uma Educação primária que será a base para a sua formação.
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SAVATER (2000) diz que o clima na família é aquecido pela afetividade,
que proporciona a criança segurança e cuidado. Um lugar sem barreiras que
possa distanciar os membros que vivem na mesma casa.
Quando são passados para a criança exemplo de uma família saudável,
a mesma tende aceitar e transmitir sua felicidade. Adultos que foram felizes
nunca se esquecem de sua infância e suspiram pelo resto da vida e tendem a
transmitir para os filhos. O carinho, o amor, respeito e aprendizagem no
ambiente familiar formam um vínculo humano que nunca nada poderá apagar
completamente, assim como nenhuma forma de socialização tem o poder de
substituir a família.
A criança necessita de equilíbrio entre as pessoas que vivem com ela,
compreensão e carinho por parte dos pais e os mesmo precisam ter uma
relação de diálogo com seus filhos, de maneira clara e sincera. É dentro de um
cenário bem administrado que a criança constrói seu modelo de vida para
seguir, isso se dá devido ao contato coletivo com seus familiares.
III. II Como Atrair os Pais Para a Escola?
Segundo SPODEN E SARACHO (1998) as relações entre as escolas e
os pais são variadas assim como o tipo de escolas existentes e as
comunidades que elas atendem.
Dessa maneira o envolvimento dos pais com a instituição escolar deve
ser visto amplamente, como uma gama de alternativas onde a escola e a
família podem analisar e descobrir a mais adequada e necessária.
A participação dos pais denota um processo através do qual eles são
postos em contato com a equipe responsável por atender os pais com o
propósito de fazer intervenções pedagógicas e atividades que envolvam as
crianças para facilitar o desenvolvimento do educando.
A troca e compartilhamento de informações são meios que podem ser
usados para a aproximação entre os pais e a equipe para a construção de
laços de camaradagem mútuo.
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A interação entre pais e educadores torna-se positivo ao
desenvolvimento cognitivo, social e moral dessa criança. O apoio emocional,
social e pessoal poderá construir um sistema de cooperação entre família,
equipe escolar e aluno, criando uma rede de apoio a qual os pais podem
recorrer quando necessitam de estímulo, motivação, compreensão e
principalmente orientação. Quando as duas instituições reconhecem que
ambas são de suma importância para a realização do trabalho pedagógico,
tudo caminha melhor , aprendizagem acontece sem traumas.
A direção escolar pode criar um meio para os pais e a equipe
trabalharem de mãos dadas em direção às mesmas metas.
Sabendo que há uma confusão de papéis com relação às obrigações da
escola e da família, culpa da vida profissional atribulada pelos pais que estão
distantes e muitas vezes cobrando por resultados que a escola não pode
oferecer sozinha.Por outro lado há uma falta de comunicação e habilidade por
parte da escola e do professor em promover essa integração.
Outro problema é que muitas instituições não informam os pais sobre o
trabalho realizado por ela, sua proposta pedagógica ,isso dificulta muito para
que os mesmos passem a valorizar o objetivo da escola.
Há também problemas com a clientela da escola onde a criança está
inserida, a maioria em comunidades carentes com baixo nível cultural e social
devido às condições sub-humanas que vivem. Conflitos são características
das relações entre as escolas e a família de comunidades carentes, por serem
compostas por pessoas que freqüentaram por pouco tempo a escola ou nunca
freqüentaram. Estes conflitos são vistos como uma resposta à escola enquanto
veículo de opressão ou como uma expressão de liberdade e interação.
As escolas devem procurar maneiras de transcender os conflitos
existentes ou usá-los como forma para beneficiar as crianças. Esse é um dos
fatores que mais contribuem para o baixo rendimento escolar e social do aluno,
pois geralmente essas famílias não tiveram oportunidades de vivenciar e se
integrar dentro de uma escola. Dessa maneira, essas famílias não valorizam a
educação como realmente deveria e não procura a escola nas reuniões para
saber do rendimento dos filhos.
A interação entre família e a escola não deveria ser de forma alguma ser
reduzida apenas a reuniões formais bimestrais ou contatos rápidos no decorrer
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da semana ou do mês. Ocorrendo regulamente em momento simultâneos no
qual a família pudesse realmente participar do cotidiano da escola , sem que
ela intrometa nos assuntos que não fazem parte de seu envolvimento.
É imprescindível que os pais estejam sempre em contato com a vivência
escolar dos seus filhos, essa integração tende a enriquecer e facilitar o
desempenho da criança não só na escola, mas também na sociedade. Uma
alternativa que pode ser adotada pelo professor em contato direto com os pais
é de investigar e conhecer como é o seu comportamento em casa para
melhorar seu desempenho em sala de aula.
São várias as maneiras que a escola pode encontrar para conscientizar
os pais sobre a importância da sua participação no ambiente educativo.
Desse modo os professores capacitados para tratar do assunto falaria de
uma forma clara e aberta a esses pais , uma maneira de conscientizar os
mesmos sobre o problema.
Ficando claro de que cada instituição tem seu papel, a família a mais
importante e a escola complementa com os conteúdos formais da grade
curricular.
Essa parceria consiste em família e escola caminharem juntas, sendo que
cada uma das partes deve ser preservada em sua características próprias.
Por tanto, para que fique clara a importância da família no convívio
escolar dos filhos, o Ministério da Educação criou no ano de 2001 “O dia
Nacional da Família na Escola”, fundado com a intenção de conscientizar os
pais, educadores e a Sociedade em geral sobre a importância da união entre
as duas instituições. A família desempenha um papel importante na formação
do individuo, pois permite e possibilita a constituição de sua essencialidade. É
nela que o homem concebe suas raízes e torna-se capaz de elaboração
alargador de competências próprias.
A escola tem um grande papel e potencial para reunir pessoas. Tal
participação pode fazer a diferença e transformar de fato o aluno na prioridade
da escola.
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III. III As Expectativas das Famílias com Relação ao Programa
“Família e Escola”
Essa rede tem por objetivo proteger o aluno caso a professora suspeite
de maus tratos, doenças psicológicas ou encaminhar a família para a
assistência social no caso de precariedade em sua residência.
Em entrevistas com alguns professores podemos perceber a satisfação
em conhecer melhor a realidade do seu aluno. Essa opinião tem sido apontada
com muita freqüência, às professoras entrevistadas disseram que muitas vezes
os seus alunos chegavam a sua sala de aula depois de um longo fim de
semana em casa sem terem feito a atividade.
O fator social educacional também interfere na mente desses pais, muitos
pais não dão muito valor à educação eles acreditam que não é necessário
aprender tantos conteúdos, “o importante é saber ler”. As escolas elaboram
atividades para ajudar as famílias e para melhorar a sua auto-estima que quase
sempre esta muito baixa do nível necessário para uma vida saudável devido
aos problemas vividos diariamente por essas pessoas.
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CONCLUSÃO
As relações entre família e a escola ainda é complicada, pois a família
hoje tem estruturas diferentes de épocas passadas, alguns laços familiares
estão rompidos e muitos pais fazem muitas vezes os dois papéis.
Observamos também o problema do mundo moderno em que vivemos os
pais trabalham muito, às vezes até em dois empregos e a mãe também esta
trabalhando para melhorar a renda familiar. Com tudo isso a família está
perdendo alguns momentos para a educação de seus filhos. No decorrer da
pesquisa pudemos notar o quanto o aprendizado no ambiente familiar é
importante para a criança.
Os filhos precisam sentir que sua família seja ela adequados ou não ao
modelo que estamos acostumados a conhecer, estão comprometidos com o
seu rendimento na escola como aluno e como ser social perante a sociedade.
A escola por sua vez está se adequando as necessidades da família, não
estamos dizendo que a escola deva ser assistencialista, mas tem se tornado
compensador de algumas necessidades dos educandos. A escola deve
procurar trabalhar com todas as possibilidades que surgirem para que o bom
andamento do aluno não seja prejudicado, e os pais não podem abandonar a
vida escolar do filho porque trabalham ou por outros motivos. Muitos problemas
de indisciplina e aprendizagem só poderão ser resolvidos quando a escola,
seus gestores e principalmente o docente conhecer melhor seu aluno através
da família que é a formadora de valores e responsável pela construção da
identidade de cada um.
30
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ALENCAR, Eunice. A criança na família e na Sociedade. Petrópolis: Vozes, 1982. BRASIL, Plano nacional de educação. Brasília, MEC, 2001. CARTER, B. Mc Goldrick, M. As mudanças no ciclo da vida familiar: uma estrutura para a terapia familiar: Porto Alegre: Artes médicas, p. 7-29, 1995. CRUZ, Elaine Viana de Almeida. Pais e filhos – Uma relação co-construída. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 1995. ENGELS, Friedrich. A origem da família, da propriedade privada e do Estado. 5 ed., São Paulo: Editora Global- Coleções Bases, 1984. FIGUEIRA, Servulo A. (coord.). Família, Psicologia e Sociedade. Rio de Janeiro: Campus, p. 158, 1981. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000. MALDONADO, Maria Tereza. Comunicação entre pais e filhos – A linguagem do sentir. São Paulo: Saraiva, 1997.
31
BIBLIOGRAFIA CITADA
1 - ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação. São Paulo: Moderna 1996.
2 - ARIÉS, Fhillipe. História Social da Criança e da Família. 2.ed. Trad. Dora Flaksman. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.
3 - BOURDIEU, P. Condição de classe e posição de classe. In: Bourdieu, P. A Economia das Trocas Simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 1984. 4- BRASIL. Estatuto da Criança e do adolescente. ( Lei n.8.0069 de 13-7 -1990).14.ed. São Paulo: Saraiva, 2005. 5 - CUNHA, M.V. A educação dos educadores: da escola nova a escola de hoje. Campinas: Mercados de Letras, 1995. 6 -CHRAIN, Albertina de Mattos. Familia e escola: a arte de aprender para ensinar. Rio de Janeiro: Wak Ed., 2009. 7 - GADOTTI, Moacir. História das idéias pedagógicas. 8.ed. São Paulo: Editora ática, 2005. apud ROUSSEAU, Jean Jacques. Emílio ou da educação. São Paulo: Difusão Européia, 1968. 8 - KALOUSTIAN, S.M (org) Família Brasileira: a base de tudo. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: unicef, 1988. 9 - PRADO, Danda. O que é familia?. São Paulo: Brasileinse. 2. ed, 1982. 10 -SAVATER, Fernando. O valor de educar. São Paulo: Martins Fontes, 2000. 11 - SPODEN, Bernard; SARACHO, Olívia N. Ensinando crianças de 3 a 8 anos. Porto alegre: Artmed, 1998.
32
INDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPITULO I
REFLETINDO SOBRE A RELAÇÃO FAMILIA E ESCOLA 12
I.I – A escola na visão tradicional 12
I.II – O professor diante das novas instituições familiares 13
I.III – A família no contexto Escolar 15
CAPITULO II
A FAMILIA COMO INSTITUIÇÃO SOCIAL 17
II.I – O conceito de família 17
II.II – As funções das famílias 19
II.III – Papel dos pais na educação escolar 21
CAPITULO III
PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM : UMA TAREFA
DA FAMILIA E DA ESCOLA 23
III.I –A criança no contexto familiar 23
III.II – Como atrair os pais para a escola? 25
III.III – As expectativas das famílias com relação ao
Programa “Familia e Escola” 28
33
CONCLUSÃO 29
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 30
BIBLIOGRAFIA CITADA 31
INDICE 32
FOLHA DE AVALIAÇÃO 34
34
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES - INSTITUTO A
VEZ DO MESTRE
Título da Monografia: O PAPEL DA FAMILIA E DA ESCOLA NO PROCESSO
EDUCACIONAL
Autor: MÁRCIA PAULA SOARES DA SILVA
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito: