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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A IMPORTÂNCIA DO CURSO DE FONOLOGIA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE INGLÊS Por: Isabel Cristina Chavantes Orientador Prof. Pablo Santos Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A IMPORTÂNCIA DO CURSO DE FONOLOGIA NA FORMAÇÃO

DO PROFESSOR DE INGLÊS

Por: Isabel Cristina Chavantes

Orientador

Prof. Pablo Santos

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A IMPORTÂNCIA DO CURSO DE FONOLOGIA NA FORMAÇÃO

DO PROFESSOR DE INGLÊS

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Docência do Ensino

Superior

Por: Isabel Cristina Chavantes

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AGRADECIMENTOS

....aos queridos amigos da pós que me

acompanharam nessa etapa da minha

sinuosa estrada.

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DEDICATÓRIA

....dedico este trabalho à minha querida

amiga Marina Espírito Santo, que sempre

acreditou em mim.

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RESUMO

Dentro do ensino de língua inglesa, sempre houve o mito do “native

speaker” (falante nativo), que na verdade é uma abstração baseada em

características lexicais, gramaticais e de pronúncia. Acredito que precisamos

desse mito como um modelo no qual devemos nos inspirar.

À luz de tais considerações, este estudo visa analisar os aspectos

fonológicos a serem levados em consideração quando se busca ter uma

pronúncia próxima àquela do falante nativo de forma que o professor de inglês

possa ser um bom modelo para seus futuros alunos.

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METODOLOGIA

A fim de estabelecer as necessidades dos alunos brasileiros, foram usadas

neste estudo, além de minhas observações de vinte e sete anos de ensino de

língua inglesa e quatro anos de experiência com professora de fonologia, três

entrevistas orais conduzidas com alunos de segundo período da Estácio.

As entrevistas foram conduzidas em diferentes pontos da cidade conforme a

conveniência dos entrevistados. O material foi gravado, transcrito e analisado

por mim. Tendo sido levado em conta não só a resposta dos entrevistados,

cujas idades variam entre 20 e 35 anos, mas também sua pronúncia ao

elaborar as respostas. Vale a pena lembrar que as entrevistas foram

conduzidas em inglês e estão traduzidas no Anexo III.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Sons Consonantais 10

CAPÍTULO II - Sons Vocálicos 18

CAPÍTULO III – Acentuação, ritmo e entoação 22

CONCLUSÃO 27

ANEXOS 28 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36

BIBLIOGRAFIA CITADA 37

ÍNDICE 38

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INTRODUÇÃO

Uma das questões cruciais para o entendimento da importância do estudo de

fonologia é a distinção entre sotaque (accent) e má pronúncia

(mispronunciation).

De acordo com Godoy, Gontow e Marcelino (2006), sotaque é algo que todos

temos. Representa nossas raízes e história. Você pode ter sotaque nativo ou

estrangeiro. O sotaque estrangeiro pode ser dividido em sub-sotaques:

Britânico, Jamaicano, Americano, Australiano, Escocês, etc. Se sua língua

mãe é português, seu sotaque pode ser carioca, nordestino, paulista,

catarinense, entre outros.

Má pronúncia, por outro lado, é a distorção da pronúncia de uma palavra até o

ponto que esta seja confundida com outra palavra da língua ou seja até

mesmo ininteligível.

A língua inglesa no curso de graduação visa à formação de professores

(licenciatura). Como todo professor deve ser um modelo para seus alunos é

necessário que tenham pronúncia correta.

Este estudo visa compreender e identificar os fonemas que são pronunciados

incorretamente por alunos da graduação, comparando-os com sons similares

de língua portuguesa. Ao analisar os aspectos fonológicos que podem

contribuir para redução de sotaque, minimiza-se a falta de conhecimentos do

aluno da graduação.

A introdução do curso de fonologia dentro do curso de letras assume um papel

fundamental, pois pode ajudar o aluno da graduação a aperfeiçoar sua

pronúncia de forma que se torne um melhor modelo para seus futuros alunos.

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“Em inglês há enorme diferença entre a ortografia de várias palavras e sua

pronúncia. O sistema ortográfico da língua inglesa é inconsistente e muitas

vezes podem levar a erros de pronúncia. Por exemplo, nas palavras abaixo,

as letras ch representam três sons diferentes.” (DALE; POMS, 1999, P. 7)

(tradução minha)

machine chain Mechanic

Faz-se então necessário o uso de um conjunto de símbolos no qual cada som

seja representado por um símbolo diferente. Em outras palavras, para ensino e

aprendizagem de fonologia em língua inglesa um alfabeto fonético é

normalmente utilizado. Uma cópia do alfabeto fonético utilizado nesse estudo

está disponível no anexo I.

Orion (1997) ressalta que a influência da ortografia na fala é muito forte. Muitos

alunos lembram-se da grafia de uma palavra e depois têm dificuldade de

entender e reproduzir os sons corretos, daí a importância do alfabeto fonético.

Além disso, o olho é mais analítico do que o ouvido. Podemos ver todos os

símbolos para os sons que formam uma palavra, mas talvez não consigamos

ouvir todos os sons, Finalmente, algo aprendido de duas formas diferentes é

provavelmente aprendido quatro vezes melhor.

Os sons consonantais são classificados de acordo com 3 critérios: modo de

articulação, ponto de articulação e vozeamento.

A partir de observações feitas em sala de aula e entrevistas feitas com alunos

da graduação do curso de letras da Estácio, abordarei neste estudo sons

consonantais e vocálicos problemáticos para brasileiros, assim como aspectos

de acentuação, ritmo e entoação do inglês americano.

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CAPÍTULO I

SONS CONSONANTAIS

1.1 – Sufixo -ed

Uma das distinções mais latentes entre sons da fala é o vozeamento. Dizemos

que um som é sonoro se nossas pregas vocais vibram ao o pronunciarmos; um

som é surdo se é pronunciado sem tal vibração. Em inglês, há consoantes

surdas e sonoras enquanto todas as vogais são sonoras.

O sufixo - ed, característico do passado e particípio passado dos verbos

regulares em inglês, pode ser pronunciado de três formas diferentes: /t/ como

em worked /wǝrkt/, /d/ como em planned /plænd/ e /ɪd/ como em needed

/’niydɪd/.

O som que o sufixo -ed terá em qualquer palavra é determinado por um

princípio fonético muito simples: sons similares atraem sons similares (regra da

atração). Portanto, se o sufixo –ed é pronunciado após um som sonoro

também será sonoro /d/, depois de um som surdo também será surdo /t/.

Vale a pena lembrar que uma boa dica para brasileiros é simplesmente a

omissão da pronúncia da vogal “e” do sufixo –ed. Se a mesma não for

pronunciada, o ambiente fonético naturalmente propiciará a pronúncia correta.

No entanto, se considerarmos palavras que terminam em /t/ ou /d/ como, por

exemplo: “start” ou “end”, percebemos que é quase impossível acrescentarmos

/t/ e /d/ respectivamente. Nesse caso, faz-se necessária a inserção de uma

vogal entre as consoantes. E porque vogais são sonoras, o d final será

pronunciado também de forma sonora /d/ ao invés do surdo /t/. Isto é, depois

de t e d, o sufixo -ed será pronunciado como uma sílaba separada /ɪd/.

Prator e Robinett (1985) destacam que há somente dois tipos de exceções à

regra de pronúncia do sufixo –ed. Uma diz respeito a um grupo de adjetivos

que terminam em –ed e portanto parecem verbos: ragged, wretched, etc.

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Contrário aos princípios delineados anteriormente, o sufixo –ed nessas

palavras é pronunciado como uma sílaba extra /ɪd/.

A naked /’neykɪd/ child A two-legged /’tuwlƐgɪd/ animal

A ragged /’rægɪd/ coat A wicked /’wɪkɪd/ idea

The rugged /’rǝgɪd/ rock A wretched /’rƐʧɪd/ day

An aged / ‘eyʤɪd/ minister (Compare: He has aged /eyʤd/ a lot.)

The blessed /’blƐsɪd/ virgin (Compare: The Pope blessed the crowd.)

A dogged /’dɔgɪd/ determination (Compare: The little boy dogged /dɔgd/ his

brother’s steps.)

O outro tipo de exceção ocorre em advérbios como deservedly, supposedly e

markedly. Nesse caso, a análise proposta por Prator e Robinett (1985) segue o

seguinte modelo:

Verb que termina em som consonantal + -ed + ly

Em todos estes advérbios, o sufixo –ed é pronunciado como uma sílaba extra

/ɪd/.

The patient has improved markedly. /’mɑrkɪdliy/

We made the decision advisedly. /ǝd’vayzɪdliy/

I will support you unreservedly. /ǝnrɪ’sǝrvɪdliy/

O falante nativo de língua portuguesa tende a pronunciar o sufixo –ed como

uma sílaba separada em todos os casos, o que deixa seu sotaque visivelmente

carregado, podendo até mesmo levar a mal entendidos.

Apesar de não ser um problema de fácil resolução, uma vez que o próprio

ambiente fonético propicia a pronúncia correta do sufixo, esta ainda é uma

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questão que carece de atenção por parte dos cursos de letras das instituições

de ensino superior.

1. 2 – Fonemas Nasais

Contrário a português, língua rica em sons nasais, existem somente três

fonemas nasais em inglês: /m/, /n/ e /ŋ/. Entende-se por fonema a menor

unidade de som que pode distinguir palavras.

Dos três sons consonantais existentes em língua inglesa, somente dois

existem em português; /m/ e /n/. Tratarei primeiramente destes dois sons.

1.2.1 – O fonema bilabial /m/ e o fonema alveolar /n/

Os fonemas /m/ e /n/ possuem o mesmo modo de articulação, o mesmo ponto

de articulação e o mesmo vozeamento que os sons da língua portuguesa.

Logo são os mesmos fonemas existentes em português. No entanto, se

comportam de forma diferente, mas talvez por serem tão similares aos sons

existentes em português, a pequena diferença existente passe por várias

vezes despercebida.

De acordo com Godoy, Gontow e Marcelino (2006), o fonema /m/ não ocorre

em posição final em língua portuguesa. Palavras como também e sem são

escritas com letra m. No entanto o m final é pronunciado com um ditongo nasal

final /ẽi/. Em inglês, todavia, o m final deve ser pronunciado fazendo um

movimento bilabial visto que esta é a classificação do fonema de acordo com

seu ponto de articulação.

É importante observar que quando falo em m final, quero dizer o último som de

uma palavra ou o último som de uma sílaba. Abaixo seguem alguns exemplos.

Aim /eym/ Come /kǝm/ Rome /rowm/

Them /ðεm/ Some /sǝm/ Comfortable /‘kǝmfǝrtǝbǝl/

Lamb /læm/ Chimney /’ʧ�mniy/ Dime /daym/

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O fonema nasal /n/ também não ocorre em posição final em língua portuguesa.

Este som no fim de uma sílaba ou palavra em português normalmente nasaliza

a vogal anterior, mas não é articulado como consoante. Godoy, Gontow e

Marcelino (2006) argumentam que na palavra “inseto”, não se pronuncia i + n e

sim um i nasal. Contudo, em inglês, a letra n sempre tem valor de /n/ como em

/no/, toda vez que for pronunciado, a ponta de sua língua deve tocar a área

atrás de seus dentes superiores.

Sun /sǝn/ Fine /fayn/ Insane /ɪn’seyn/

Indeed /ɪn’diyd/ Pain /peyn/ Green /griyn/

One /wǝn/ Done /dǝn/ Gone /gɔn/

1.2.2 – O fonema velar /ŋ/

Em português existem apenas dois fonemas velares /k/ como em casa e /g/

com em guerra enquanto que em inglês existem três. Além dos dois sons

existentes em português há um terceiro som nasal /ŋ/.

Uma analogia muito boa feita por uma aluna minha do curso de fonologia do

TTC (Teachers’ Training Course) do IBEU (instituto Brasil Estados Unidos)

seria dizer que /ŋ/ é o “swallowing sound”, ou o som de engolir. Segundo essa

minha aluna, para que se conseguir a perfeita articulação deste som você faz

que vai engolir algo mas não engole. Esta dica tem se provado bastante útil no

ensino de tão difícil fonema.

De acordo com Godoy, Gontow e Marcelino (2006), este som é articulado

quando se diz em português as palavras manga ou banco. Os autores

recomendam que se diga a primeira sílaba e que se prolongue o último som. O

“g” em posição final não é pronunciado. Também é sugerida a prática

contrastando sons.

Sun /sǝn/ Sung /sǝŋ/ Sunk /sǝŋk/

Thin /Ɵ�n/ Thing /Ɵ�ŋ/ Think /Ɵ�ŋk/

Ban /bæn/ Bang /bæŋ/ Bank /bæŋk/

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Outro jeito interessante de estudar este fonema é de ver sua articulação. Para

tal, pode-se fazer uso de um site muito interessante cujo endereço se encontra

em bibliografia citada.

1. 3 - /Ɵ/ e /ð/ os sons do “th”

Acredito que exista na memória de todos que um dia fizeram aulas de

inglês a figura do professor ensinando a pronúncia correta do som do “th”,

com brincadeiras do tipo “ sopinha de massinha”. Lema este repetido várias

vezes como se o aluno possuísse língua presa. A dica da língua presa (lisp

em inglês) é ótima para ensinar uma das pronúncias do th.

A grafia th pode ter duas pronúncia em inglês: /Ɵ/ ou /ð/. O primeiro é um

fonema linguodental, fricativo e surdo enquanto o segundo é um fonema

linguodental, fricativo e sonoro. A diferença entre os dois encontra-se

portanto, no vozeamento.

/Ɵ/ é articulado da mesma forma que se articula /f/ em português sendo

que a única diferença e ponto de articulação. Ao passo que /Ɵ/ é

linguodental, /f/ é labiodental. Existe um exercício proposto por um antigo

professor meu no TTC do IBEU, que consistia em uma simples repetição

silábica, mas com o contraste destes dois fonemas e seus diferentes

pontos de articulação.

/f/ /Ɵ/

fa Ɵa

fe Ɵe

fi Ɵi

fo Ɵo

fu Ɵu

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Seu homólogo surdo é articulado da mesma forma que articulamos /v/ em

língua portuguesa. Mais uma vez a diferença reside no ponto de articulação:

enquanto /ð/ é linguodental, /v/ é labiodental. O mesmo tipo de exercício foi

proposto.

/v/ /ð/

va ða

ve ðe

vi ði

vo ðo

vu ðu

É importante observar que os dois fonemas linguodentais são de igual

importância em inglês embora normalmente só o surdo seja enfatizado. O som

sonoro encontra-se presente em um grande número de palavras da língua

inglesa, como por exemplo: other, rather, the, their, them, they, though, either,

without, leather, entre outras.

1. 4 – A consoante líquida /l/

Em inglês existem dois sons consonantais líquidos /l/ e /r/. Segundo Prator e

Robinett (1985), a razão básica para algumas peculiaridades desses dois sons

se deve ao fato de serem articulados com mais movimento dos órgãos da

palavra do que a maioria dos outros sons consonantais.

/l/ é um som alveolar, que não apresenta grandes desafios ao falante nativo de

língua portuguesa em posição inicial visto que o ponto de articulação é o

mesmo em ambas as línguas. No entanto, em posição final o fonema se

comporta de forma diferente.

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Português possui a letra final l, mas a maioria dos brasileiros pronuncia este l

final com som de u. Em inglês, contudo, o l final é pronunciado como a líquida

alveolar /l/.

Godoy, Gontow e Marcelino (2006) ressaltam que uma boa forma de evitar o

erro e pronunciar o fonema corretamente é observar os lábios, os quais não

devem ficar arredondados quando se produz um /l/ final.

Os autores também chamam atenção para duas peculiaridades do fonema. A

primeira diz respeito às inúmeras situações nas quais o fonema é silencioso,

como por exemplo, nas palavras: walk calf, salmon, should, could, etc. A

segunda refere-se à inserção de uma vogal de centralização, ou um schwa de

centralização quando /l/ está em posição final e é precedido por uma vogal

frontal, como em: feel /fiǝl/, chill /ʧɪǝl/, etc.

1. 5 – As glides /y/ e /w/

Uma possível tradução para glide seria “som planador”. Estes dois sons

consonantais, que não existem em língua portuguesa, são sempre seguidos

de uma vogal. Na articulação de /y/ e /w/, a língua e os lábios plainam de sua

posição original, e depois se posicionam para o som vocálico.

Primeiramente, focaremos em /y/. De acordo com Orion (1997), os seguintes

passos devem ser seguidos para a articulação de /y/:

→ A parte central da língua deve ser elevada em direção ao céu da boca,

porém o mesmo não deve ser tocado.

→ Os lados da língua devem ser pressionados contra os dentes superiores

posteriores. O som deve ser produzido deixando a corrente de ar sair por cima

da língua.

→ Como o som é sonoro, as cordas vocais devem vibrar.

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A descrição da articulação do fonema faz-se necessária visto que é um fonema

que muito se assemelha ao som vocálico de /i/ em português e o que via de

regra acontece é a substituição de um fonema por outro. Talvez a dica mais

interessante fornecida por Orion (1997) seja a elevação da parte central da

língua em direção ao céu da boca, movimento jamais feito na articulação do

som vocálico /i/.

Assim como para o fonema nasal /ŋ/, outro jeito eficiente de estudar-se este

fonema é de ver sua articulação. Para tal, pode-se fazer uso de um site muito

interessante cujo endereço se encontra nas referências bibliográficas e a

página de anatomia no anexo II.

Também é importante observar as diferentes grafias deste som. /y/ é

normalmente representado pela letra y em posição inicial, como por exemplo:

year, yeast, your, etc. Ou pela letra u em posição medial ou final, como por

exemplo: uniform, confusion, etc. “Mas ainda há outras possíveis grafias:

Europe, view, few, beautiful, million, etc.” (GODOY; GONTOW; MARCELINO,

2006, p. 128) (tradução minha)

A segunda glide /w/ é um som bilabial, portanto os lábios devem se tocar

levemente no início da articulação do som, o que não ocorre na articulação do

som vocálico /u/ pelo qual /w/ é tantas vezes substituído por falantes

brasileiros.

A letra w é também muitas vezes silenciosa, como nas palavras: sword, whose,

wrap, wrong, etc.

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CAPÍTULO II

SONS VOCÁLICOS

Ao contrário de sons consonantais, sons vocálicos não possuem modo ou

ponto de articulação. Além disso, todas as vogais são sonoras. São, portanto,

classificadas de acordo com critérios diferentes:

1. Altura da língua – Se a língua está alta ou baixa.

2. Parte da língua – Diz respeito a que parte da língua (anterior ou

posterior) será elevada ou abaixada.

3. Arredondamento dos lábios – Se os lábios estão arredondados ou não.

4. Tensão – Se a vogal é tensa ou não.

2.1 - As vogais frontais /iy/ como em beat e /����/ como em bit

Porque o i de português está entre /iy/ e /�/, muitos brasileiros não diferenciam

os dois sons, então pronunciam seat /siyt/ e sit /s�t/ do mesmo jeito. É

importante diferenciar estes dois sons, pois cada um deles formará uma

palavra diferente.

Embora as duas vogais sejam altas, /iy/ é pronunciada com a língua mais alta

do que /�/. /iy/ também é uma vogal tensa. “A altura faz com que a língua suba

e que os lábios se espalhem mais, dando lugar a um sorriso. Isto se deve ao

fato de os músculos ficarem tensos para a articulação de /iy/. Quando os

músculos relaxam e a boca volta a uma posição neutra, articula-se /�/.”

(GODOY, GONTOW, MARCELINO, 2006, p. 168) (tradução minha)

De acordo com Prator Jr. e Robinett (1985), o símbolo /�/ representa um som

intermediário entre /iy/ e /ey/ (som encontrado na palavra weight). Em outras

palavras, /�/ é pronunciado mais para trás do que /iy/, mas mais para a frente

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do que /ey/; é pronunciado com a mandíbula e a língua mais para baixo do que

/iy/ mas mais para cima do que /ey/.

Orion (1997) descreve /iy/ como um som vocálico longo, pois em sua

articulação, o falante deve mexer a língua para cima e para o alto. Já /�/ é um

som curto porque não há movimento durante a articulação do fonema.

.

Argumenta-se que a distinção desses dois sons não é tão importante visto que

o contexto poderia resolver qualquer dúvida em relação ao significado. Por

outro lado, a má pronúncia de /iy/ e /�/ pode levar a situações constrangedoras.

2.2 - As vogais frontais /ε/ como em bet e /æ/ como em bat

O português só possui um som de é enquanto que o inglês possui dois e estes

são diferentes do som de língua portuguesa, o qual fica entre /Ɛ/ como em bet

e /æ/ como em bat.

Para analisar esses fonemas, utilizarei o para digma da semelhança e

diferença. Ambas são vogais frontais, altas e não tensas. /Ɛ/ é articulada com a

parte frontal da língua no meio da boca enquanto que /æ/ é articulada com a

parte frontal da língua bem baixa.

De acordo com Godoy, Gontow e Marcelino (2006), para produzir /Ɛ/ e /æ/, é

necessário seguir alguns passos: Dizer “é” em português e depois fechar um

pouco a boca, o som de /Ɛ/, será automaticamente produzido. Para a produção

de /æ/, abrir a boca para dizer “a”, mas ao invés de “a”, dizer “é”. O som de /æ/

terá sido então articulado. Estas dicas sugeridas pelos autores têm se

mostrado bastante úteis no ensino desses fonemas.

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2. 3 – As vogais posteriores /uw/ como em food e /ʊʊʊʊ/ como em foot

Para descrever essas duas vogais, vou mais uma vez fazer uso do paradigma

da semelhança e da diferença. Ambas são vogais posteriores, o que significa

que a parte de trás da língua é que será, neste caso, elevada. Tanto /uw/

quanto /ʊ/ são vogais altas, sendo que /uw/ é articulada com a língua mais alta

do que /ʊ/. /uw/ é uma vogal tensa enquanto que sua homóloga é não tensa.

Portanto, os músculos embaixo do queixo ficam tensos durante a articulação

de /uw/ e relaxados durante a articulação de /ʊ/

Uma das diferenças mais marcantes entre esses dois sons diz respeito ao

arredondamento dos lábios: enquanto para a articulação de /uw/ arredonda-se

os lábios, para a articulação de /ʊ/, os lábios não são arredondados,

permanecendo, na verdade, até mesmo um pouco “espalhados”.

De acordo com Godoy, Gontow e Marcelino (2006), o “u” de português é

similar ao /uw/ de inglês, mas não tão longo.

2. 4 – O “Schwa” e a sílaba átona

“O som /ǝ/ é tão importante em língua inglesa que tem nome: schwa. O nome

advém de duas palavras alemãs: Schwaches Ausspruch, o que significa

pronúncia fraca. Quase todas as sílabas átonas em inglês são pronunciadas

com este som.” (GODOY; GONTOW; MARCELINO, 2006, p. 161) (tradução

minha)

A vogal /ǝ/ é o som que falantes nativos de inglês produzem quando seus

órgãos da fala estão relaxados e em posição neutra. É o som feito quando se

hesita. Também é o som mais frequente em inglês. É uma vogal medial e

central.

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Orion (1997) descreve a articulação do fonema: é necessário manter a língua

baixa, tocar suavemente os dentes dianteiros inferiores com a ponta da língua,

abrir um tanto a boca e elevar o centro da língua em direção ao palato duro.

Prator e Robinett (1985) argumentam que por ser a vogal mais neutra em

inglês, cuja articulação é feita com os músculos relaxados, é a vogal mais fácil

de ser produzida. Falantes nativos de inglês, estão aparentemente dispostos

a se esforçarem para produzir quaisquer sons vocálicos em uma sílaba tônica,

porém não acham que uma sílaba átona seja importante o bastante para

justificar o arredondamento de lábios ou a elevação da língua. Portanto,

independente da grafia do som em sílaba átona, a pronúncia será aquela do

“preguiçoso” /ǝ/.

Uma das características mais importantes de pronúncia inglesa, a

conscientização da existência do Schwa é fundamental para aqueles que

desejam ter boa pronúncia.

2.5 - As vogais posteriores /ɑ/ como em not e /ɔ/ como em four.

Tanto /ɑ/ quanto /�/ são vogais posteriores e altas. A primeira, no entanto é

mais baixa do que a segunda. De fato, de acordo com Orion (1997) para a

articulação de /ɑ/, a parte posterior da língua deve estar mais baixa do que

para qualquer outro som. Ambas são não tensas.

Godoy, Gontow e Marcelino (2006) acreditam que o som /�/ em inglês é

similar ao ó de português, mas /�/ é mais longo do que ó, portanto estes dois

sons não são exatamente iguais, porém esta diferença de pronúncia é muito

sutil é não leva à mudança de significado.

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Por outro lado, característica bem marcante do inglês americano, o fonema /ɑ/

- que é representado pelas seguintes letras: letra o entre consoantes ou em

posição inicial tônica, como em pot /pɑt/ ou object /’ɑb��kt/ ; ou letra a

seguido por r, como em start – merece atenção especial no que diz respeito à

pronúncia da primeira grafia, letra o, pois o brasileiro terá a tendência de

pronunciar as duas palavras como /p�t/ e /’�b��kt/, o que provavelmente não

levará a ruído na comunicação, porém é importante que esteja ciente da

possibilidade da pronúncia do inglês americano para que seu entendimento

não seja prejudicado.

CAPÍTULO III

ACENTUAÇÃO, RITMO E ENTOAÇÃO

“American intonation is made up of peaks and valleys – tops of staircases and

bottoms of staircases. To have strong peaks, you will have to develop deep

valleys. These deep valleys should be filled with all kinds of reduced sounds,

one in particular – the completely neutral schwa.” (COOK, 2000, p. 48)

No capítulo anterior, abordei a importância do schwa e da sílaba átona em

palavras. No presente capítulo, discutirei a importância desta vogal medial

central em contextos maiores.

3. 1 – Palavras lexicais e palavras gramaticais.

Português é uma língua silábica, enquanto que inglês é uma língua marcada

por tonicidade, o que conta é o número de sílabas ou palavras tônicas e não o

número de sílabas ou palavras para efeito de ritmo e entoação. Segundo

Prator e Robinett (1985), para um falante nativo de inglês, o ritmo de nossa

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língua pode parecer mecânico – uma série de pequenos estalos de som mais

ou menos do mesmo tamanho, com tiros de um metralhadora.

Falar inglês no mesmo ritmo de português pode levar ao mal entendimento.

Por conseguinte, é importante delimitar quais palavras seriam tônicas (peaks) e

quais palavras seriam átonas (valleys).

Para resolver essa questão, devemos nos fazer uma bastante simples: o que é

mais importante na comunicação? Em todos os meus anos de sala de aula,

sempre obtive a mesma resposta: significado.

De acordo com Prator e Robinett (1985), gramáticos dividem todas as palavras

em duas classes: (1) palavras lexicais, que são aquelas que carregam

significado, como mother, forget, e tomorrow; e (2) palavras gramaticais, que

possuem pouco ou nenhum significado além do significado gramatical

expressado por elas, tais como, the, of, e will. No geral, palavras lexicais são

tônicas, mas palavras gramaticais são átonas, a menos que o falante queira

chamar atenção para elas.

Palavras lexicais, normalmente tônicas incluem

1. Substantivos

2. Verbos

3. Adjetivos

4. Advérbios

5. Verbos auxiliares na negativa

6. Pronomes Demonstrativos: this, that, these, those

7. Pronomes Interrogativos: who, when, where, etc.

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Palavras gramaticais incluem:

1. Artigos: a, an, the

2. Preposições simples: to, of, in, etc.

3. Pronomes Pessoais: I, he, she, it, etc.

4. Pronomes Possessivos: my, your, his, etc.

5. Pronomes Relativos: that, which, who, etc.

6. Conjunções simples: and, but, so, etc.

7. One quando substitui o nome, como em the green one.

8. Verbos auxiliares

3.2 – Contraste

Contraste é um conceito importante para se entender melhor a entoação de

língua inglesa. Pode-se entender contraste, por exemplo, como a diferença de

“pitch” entre as palavras lexicais e as palavras gramaticais. Este contraste

precisa ser bem definido de forma que seja fácil para o ouvinte perceber o

significado correto.

Gilbert (2005) ressalta que para que o contraste seja claro, é necessário que

as palavras gramaticais sejam “desenfatizadas”. Há diferentes formas de fazê-

lo: contrações, linking, reduções,e letras silenciosas. Tratarei aqui das formas

que constituem um desafio para brasileiros.

a. Reduções

Quando se fala em redução de palavras gramaticais, na verdade está se

falando na modificação do som vocálico nela existente. Tomarei como exemplo

a preposição at , cuja pronúncia do dicionário é /æt/; isto é, o som vocálico é a

vogal frontal /æ/, comumente chamada de “butterfly”. Quando at se encontra

em uma frase, a vogal passa a ser átona e acontece então o mesmo fenômeno

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já visto em palavras. A vogal será então pronunciada com o “preguiçoso”

schwa /ǝ/.

Tal fenômeno ocorre com a maioria das palavras gramaticais de forma que o

contraste entre as palavras gramaticais e as palavras mais importantes seja

percebido com facilidade.

b. A silenciosa letra –h-

Uma outra forma de redução de palavras gramaticais é a omissão do som das

letras h e th em posição inicial em palavras como: him, her, he, them, their, e

there. Em muitos casos, o som vocálico que segue a letra silenciosa junta-se

ao último som da palavra que o precede. Por exemplo:

Is he? /�ziy/

What’s her name? /’wɑtsǝr neym?/

Call him. /’k�l�m/

Teach her. /’tiyʧ�r/

Go in there. /gow ɪnƐǝr/

Tell them. /’tƐlǝm/

3.3 – O poder da ênfase

Ao contrário de língua portuguesa, o inglês é uma língua no qual a entoação

tem um papel muito especial. Em inglês, por exemplo, é possível alterar o

significado de uma frase somente através de ênfase.

Nos seguintes exemplos, as palavras em negrito indicam a palavra com maior

ênfase. (COOK, 2000, pag.10)

1. I didn’t say he stole the money. → Someone else said it.

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2. I didn’t say he stole the money. → That’s not true at all.

3. I didn’t say he stole the money. → I only suggested the possibility.

4. I didn’t say he stole the money. → Maybe someone else did it.

5. I didn’t say he stole the money. → Maybe he just borrowed it.

6. I didn’t say he stole the money, but rather some other money.

7. I didn’t say he stole the money. → He may have taken some jewelry.

As palavras permanecem as mesmas em todas as frases, todavia há sete

possíveis significados. A percepção do amplo leque de possibilidades

oferecidos pelo recurso da ênfase é imprescindível para aquele que almeja ser

um bom modelo para seus alunos.

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CONCLUSÃO

O simples estudo feito neste trabalho reforça a ideia de que é possível para o

non-native speaker (falante não nativo) de inglês, através de treinamento

profissional, adquirir características atribuídas somente a falantes nativos,

desconstruindo assim parte do mito de que o native speaker é um melhor

professor de inglês. O professor brasileiro pode através de técnicas ser um

modelo excelente para seus alunos e ainda desenvolver ferramentas com as

quais estará apto a melhor ajudá-los.

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 Alfabeto Fonético;

Anexo 2 Anatomia Fonológica; Anexo 3 Entrevistas.

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ANEXO I

Alfabeto Fonético

1. Sons Consonantais

Os símbolos no quadro seguinte se parecem com letras.

Símbolo Fonético Inicial Medial Final

/p/ Pen opera top

/b/ Boy about rob

/t/ Tem after sat

/d/ Day candy mad

/k/ Cat second neck

/g/ GO again egg

/f/ Food before knife

/v/ Voice never believe

/s/ See lesson bus

/z/ Zoo easy choose

/m/ Me amount come

/n/ No animal soon

/l/ Like alive well

/r/ Red very door

/w/ Walk away x

/y/ Yes canyon x

/h/ House behind x

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Os símbolos no quadro seguinte não são representados por letras.

Símbolo Fonético Inicial Medial Final

/Ɵ/ Thin anything bath

/ð/ The father bathe

/ʃ/ She machine fish

/ʒ/ X pleasure sabotage

/ʧ/ Child teacher speech

/ʤ/ Job agent page

/ŋ/ think king

2. Sons vocálicos

Símbolo Fonético Inicial Medial Final

/iy/ Each receive key

/�/ IF sit sunny

/ey/ Able take day

/Ɛ/ Egg bread x

/æ/ Apple cat x

/uw/ Ooze ruler do

/ʊ/ X book x

/ow/ Own boat no

/�/ All ball law

/�y/ Oil noise boy

/ɑ/ Army not Ma

/ay/ Ice bite tie

/aw/ Out house now

/�/ Up cut soda

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ANEXO II

Anatomia Fonológica do site da University of Iowa

Sounds of American English

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ANEXO III Entrevistas

Amostra de questionário

1. Há quanto tempo você estuda inglês?

2. Qual foi o seu primeiro contato com língua inglesa?

3. Você já morou fora do Brasil? Onde e por quanto tempo?

4. Você tem amigos com os quais você tem a oportunidade de se

comunicar em inglês?

5. No que diz respeito a som, qual a sua palavra favorita/ menos favorita

em inglês? Por quê?

6. Você já teve dificuldades de se comunicar por conta de má pronúncia?

7. Quais são as diferenças mais salientes entre a pronúncia de língua inglesa e portuguesa?

8. Você já estudo fonologia? Como você acha que o curso de fonologia

poderia ajudá-lo?

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Entrevista 1 Isabel: Há quanto tempo você estuda inglês? M: Num lembro... Tem uns 5 anos, eu acho. Isabel: Qual foi seu primeiro contato com língua inglesa? M: Quando eu era criança, morei nos EUA por seis meses e estudei numa escola americana. Isabel: Você já morou fora do Brasil? Onde e por quanto tempo? M: Só os seis meses que te falei em Nova Iorque. Isabel: Você tem amigos com os quais você tem a oportunidade de se comunicar em inglês? M: Falo com alguns amigos americanos na Internet. Isabel: No que diz respeito a som, qual a sua palavra favorita ou a menos favorita? M: Sei lá...(risos) Acho que “blow” porque parece um sopro mesmo. A que eu menos gosto? Strength! É muito difícil de pronunciar... Isabel: Você já teve dificuldades de se comunicar por causa de má pronúncia? M: Não. Isabel: Quais são as diferenças mais salientes entre a pronúncia de língua inglesa e língua portuguesa? M: O “rl”, sabe que nem em “girl” e “world” e o som do th, é claro. Isabel: Você já estudou fonologia? Como você acha que o curso de fonologia pode te ajudar? M: Já, mas os professores só se preocupam em fazer os alunos transcreverem foneticamente, não corrigem nossa pronúncia como deveriam. Ajudaria mais se aprendêssemos melhor a pronúncia correta, a entonação...

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Entrevista 2 Isabel: Há quanto tempo você estuda inglês? L: Há 18 anos. Isabel: Qual foi seu primeiro contato com língua inglesa? L: No Curso Oxford, no Flamengo, em março de 1990. Isabel: Você já morou fora do Brasil? Onde e por quanto tempo? L: Sim, nos Estados Unidos por 5 anos e meio. Isabel: Você tem amigos com os quais você tem a oportunidade de se comunicar em inglês? L: Sim. Tenho um amigo americano e vários amigos professores de inglês. Isabel: No que diz respeito a som, qual a sua palavra favorita ou a menos favorita? L: É difícil escolher uma, mas eu diria que uma das minhas favoritas é ‘bliss’. Porque é fácil de pronunciar e seu significado me agrada. Não tenho menos favorita. Isabel: Você já teve dificuldades de se comunicar por causa de má pronúncia? L: Não. Isabel: Quais são as diferenças mais salientes entre a pronúncia de língua inglesa e língua portuguesa? L: Os dois sons do fonema ‘th’ em inglês são completamente diferentes de qualquer som em português. Eu destacaria também o ‘t’ de ‘water’ na pronúncia americana e os ditongos nasais em português, como ‘ão’. Isabel: Você já estudou fonologia? Como você acha que o curso de fonologia pode te ajudar? L: Nunca estudei fonologia como uma matéria separada. Sempre estudei por conta própria usando dicionários.

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Entrevista 3 Isabel: Há quanto tempo você estuda inglês? D: Há 10 anos. Isabel: Qual foi seu primeiro contato com língua inglesa? D: Acredito que foi ouvindo música... Sempre tinha música na minha casa. Isabel: Você já morou fora do Brasil? Onde e por quanto tempo? D: Nunca morei, mas já viajei algumas vezes. Isabel: Você tem amigos com os quais você tem a oportunidade de se comunicar em inglês? D: Sim. Tenho parentes que moram fora e já tive diversas oportunidades de conversar com amigos deles que estiveram visitando o Brasil. Isabel: No que diz respeito a som, qual a sua palavra favorita ou a menos favorita? D: Ummm... Acho que intentional é minha favorita. Isabel: Por quê? D: Por causa do chiado e do som de l. Menos favorita é breakfast. Parece remédio. (risos) Isabel: Você já teve dificuldades de se comunicar por causa de má pronúncia? D: Uma vez um nativo não entendeu minha pronúncia pra athlete. Isabel: Quais são as diferenças mais salientes entre a pronúncia de língua inglesa e língua portuguesa? D: O som do ‘a’ em ‘man’ ou em ‘bad’. E o tradicional som do th. Isabel: Você já estudou fonologia? Como você acha que o curso de fonologia pode te ajudar? D: Sim. Um professor do meu curso dava aulas de fonologia separadamente. Ajudou bastante porque a gente fazia exercícios com sons parecidos.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

COOK, Ann. American Accent Training. New York: Barron’s, 2000.

DALE, Paulette; POMS, Lillian. English Pronunciation For International

Students. Hong Kong: Prentice Hall Regents, 1999.

GILBERT Judy B. Clear Speech. New York: Cambridge University Press, 2005

GODOY, Sonia M. Baccari de; GONTOW, Cris; MARCELINO, Marcello.

English Pronunciation for Brazilians. São Paulo: Disal, 2006.

ORION, Gertrude F. Pronouncing American English. New York: Heinle &

Heinle, 1997.

PRATOR, Cliford H. Jr.; ROBINETT, Betty Wallace. Manual of American

English. New York: Harcourt Brace, 1985.

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BIBLIOGRAFIA CITADA

COOK, Ann. American Accent Training. New York: Barron’s, 2000.

DALE, Paulette; POMS, Lillian. English Pronunciation For International

Students. Hong Kong: Prentice Hall Regents, 1999.

GILBERT Judy B. Clear Speech. New York: Cambridge University Press, 2005

GODOY, Sonia M. Baccari de; GONTOW, Cris; MARCELINO, Marcello.

English Pronunciation for Brazilians. São Paulo: Disal, 2006.

ORION, Gertrude F. Pronouncing American English. New York: Heinle &

Heinle, 1997.

PRATOR, Cliford H. Jr.; ROBINETT, Betty Wallace. Manual of American

English. New York: Harcourt Brace, 1985.

Phonetics: The Sounds of American English. Disponível em

http://www.uiowa.edu/~acadtech/phonetics/english/frameset.html.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Sons Consonantais 9

1.1 – Sufixo -ed 9

1.2 – Fonemais Nasais 12

1.2.1 – O fonema bilabial /m/ e fonema alveolar /n/ 12

1.2.2 – O fonema velar /ŋ/ 13

1. 3 - /Ɵ/ e /ð/ os sons do “th” 14

1. 4 – A consoante líquida /l/ 15

1.5 – As glides /y/ e /w/ 16

CAPÍTULO II

Sons vocálicos 18

2.1 – As vogais frontais /iy/ como em beat e /�/ como em bit 18

2.2 – As vogais frontais /Ɛ/ como em bet e /æ/ como em bat 19

2.3 – As vogais posteriores /uw/ como em food e /ʊ/ como em foot 20

2.4 – O “Schwa” e a sílaba átona 20

2.5 – As vogais posteriores /ɑ/ como em not e /�/ como em four 21

CAPÍTULO III

Acentuação, ritmo e entoação 22

3.1 - Palavras lexicais e palavras gramaticais 22

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3.2 – Contraste 24

3.3 – O poder da ênfase 25

CONCLUSÃO 27

ANEXOS 28

Anexo I – Alfabeto fonético 29

Anexo II – Anatomia fonológica 31

Anexo III – Entrevistas 32

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36

BIBLIOGRAFIA CITADA 37

ÍNDICE 38