UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · A introdução do curso de fonologia dentro do...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPORTÂNCIA DO CURSO DE FONOLOGIA NA FORMAÇÃO
DO PROFESSOR DE INGLÊS
Por: Isabel Cristina Chavantes
Orientador
Prof. Pablo Santos
Rio de Janeiro
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPORTÂNCIA DO CURSO DE FONOLOGIA NA FORMAÇÃO
DO PROFESSOR DE INGLÊS
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Docência do Ensino
Superior
Por: Isabel Cristina Chavantes
3
AGRADECIMENTOS
....aos queridos amigos da pós que me
acompanharam nessa etapa da minha
sinuosa estrada.
4
DEDICATÓRIA
....dedico este trabalho à minha querida
amiga Marina Espírito Santo, que sempre
acreditou em mim.
5
RESUMO
Dentro do ensino de língua inglesa, sempre houve o mito do “native
speaker” (falante nativo), que na verdade é uma abstração baseada em
características lexicais, gramaticais e de pronúncia. Acredito que precisamos
desse mito como um modelo no qual devemos nos inspirar.
À luz de tais considerações, este estudo visa analisar os aspectos
fonológicos a serem levados em consideração quando se busca ter uma
pronúncia próxima àquela do falante nativo de forma que o professor de inglês
possa ser um bom modelo para seus futuros alunos.
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METODOLOGIA
A fim de estabelecer as necessidades dos alunos brasileiros, foram usadas
neste estudo, além de minhas observações de vinte e sete anos de ensino de
língua inglesa e quatro anos de experiência com professora de fonologia, três
entrevistas orais conduzidas com alunos de segundo período da Estácio.
As entrevistas foram conduzidas em diferentes pontos da cidade conforme a
conveniência dos entrevistados. O material foi gravado, transcrito e analisado
por mim. Tendo sido levado em conta não só a resposta dos entrevistados,
cujas idades variam entre 20 e 35 anos, mas também sua pronúncia ao
elaborar as respostas. Vale a pena lembrar que as entrevistas foram
conduzidas em inglês e estão traduzidas no Anexo III.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Sons Consonantais 10
CAPÍTULO II - Sons Vocálicos 18
CAPÍTULO III – Acentuação, ritmo e entoação 22
CONCLUSÃO 27
ANEXOS 28 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36
BIBLIOGRAFIA CITADA 37
ÍNDICE 38
8
INTRODUÇÃO
Uma das questões cruciais para o entendimento da importância do estudo de
fonologia é a distinção entre sotaque (accent) e má pronúncia
(mispronunciation).
De acordo com Godoy, Gontow e Marcelino (2006), sotaque é algo que todos
temos. Representa nossas raízes e história. Você pode ter sotaque nativo ou
estrangeiro. O sotaque estrangeiro pode ser dividido em sub-sotaques:
Britânico, Jamaicano, Americano, Australiano, Escocês, etc. Se sua língua
mãe é português, seu sotaque pode ser carioca, nordestino, paulista,
catarinense, entre outros.
Má pronúncia, por outro lado, é a distorção da pronúncia de uma palavra até o
ponto que esta seja confundida com outra palavra da língua ou seja até
mesmo ininteligível.
A língua inglesa no curso de graduação visa à formação de professores
(licenciatura). Como todo professor deve ser um modelo para seus alunos é
necessário que tenham pronúncia correta.
Este estudo visa compreender e identificar os fonemas que são pronunciados
incorretamente por alunos da graduação, comparando-os com sons similares
de língua portuguesa. Ao analisar os aspectos fonológicos que podem
contribuir para redução de sotaque, minimiza-se a falta de conhecimentos do
aluno da graduação.
A introdução do curso de fonologia dentro do curso de letras assume um papel
fundamental, pois pode ajudar o aluno da graduação a aperfeiçoar sua
pronúncia de forma que se torne um melhor modelo para seus futuros alunos.
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“Em inglês há enorme diferença entre a ortografia de várias palavras e sua
pronúncia. O sistema ortográfico da língua inglesa é inconsistente e muitas
vezes podem levar a erros de pronúncia. Por exemplo, nas palavras abaixo,
as letras ch representam três sons diferentes.” (DALE; POMS, 1999, P. 7)
(tradução minha)
machine chain Mechanic
Faz-se então necessário o uso de um conjunto de símbolos no qual cada som
seja representado por um símbolo diferente. Em outras palavras, para ensino e
aprendizagem de fonologia em língua inglesa um alfabeto fonético é
normalmente utilizado. Uma cópia do alfabeto fonético utilizado nesse estudo
está disponível no anexo I.
Orion (1997) ressalta que a influência da ortografia na fala é muito forte. Muitos
alunos lembram-se da grafia de uma palavra e depois têm dificuldade de
entender e reproduzir os sons corretos, daí a importância do alfabeto fonético.
Além disso, o olho é mais analítico do que o ouvido. Podemos ver todos os
símbolos para os sons que formam uma palavra, mas talvez não consigamos
ouvir todos os sons, Finalmente, algo aprendido de duas formas diferentes é
provavelmente aprendido quatro vezes melhor.
Os sons consonantais são classificados de acordo com 3 critérios: modo de
articulação, ponto de articulação e vozeamento.
A partir de observações feitas em sala de aula e entrevistas feitas com alunos
da graduação do curso de letras da Estácio, abordarei neste estudo sons
consonantais e vocálicos problemáticos para brasileiros, assim como aspectos
de acentuação, ritmo e entoação do inglês americano.
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CAPÍTULO I
SONS CONSONANTAIS
1.1 – Sufixo -ed
Uma das distinções mais latentes entre sons da fala é o vozeamento. Dizemos
que um som é sonoro se nossas pregas vocais vibram ao o pronunciarmos; um
som é surdo se é pronunciado sem tal vibração. Em inglês, há consoantes
surdas e sonoras enquanto todas as vogais são sonoras.
O sufixo - ed, característico do passado e particípio passado dos verbos
regulares em inglês, pode ser pronunciado de três formas diferentes: /t/ como
em worked /wǝrkt/, /d/ como em planned /plænd/ e /ɪd/ como em needed
/’niydɪd/.
O som que o sufixo -ed terá em qualquer palavra é determinado por um
princípio fonético muito simples: sons similares atraem sons similares (regra da
atração). Portanto, se o sufixo –ed é pronunciado após um som sonoro
também será sonoro /d/, depois de um som surdo também será surdo /t/.
Vale a pena lembrar que uma boa dica para brasileiros é simplesmente a
omissão da pronúncia da vogal “e” do sufixo –ed. Se a mesma não for
pronunciada, o ambiente fonético naturalmente propiciará a pronúncia correta.
No entanto, se considerarmos palavras que terminam em /t/ ou /d/ como, por
exemplo: “start” ou “end”, percebemos que é quase impossível acrescentarmos
/t/ e /d/ respectivamente. Nesse caso, faz-se necessária a inserção de uma
vogal entre as consoantes. E porque vogais são sonoras, o d final será
pronunciado também de forma sonora /d/ ao invés do surdo /t/. Isto é, depois
de t e d, o sufixo -ed será pronunciado como uma sílaba separada /ɪd/.
Prator e Robinett (1985) destacam que há somente dois tipos de exceções à
regra de pronúncia do sufixo –ed. Uma diz respeito a um grupo de adjetivos
que terminam em –ed e portanto parecem verbos: ragged, wretched, etc.
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Contrário aos princípios delineados anteriormente, o sufixo –ed nessas
palavras é pronunciado como uma sílaba extra /ɪd/.
A naked /’neykɪd/ child A two-legged /’tuwlƐgɪd/ animal
A ragged /’rægɪd/ coat A wicked /’wɪkɪd/ idea
The rugged /’rǝgɪd/ rock A wretched /’rƐʧɪd/ day
An aged / ‘eyʤɪd/ minister (Compare: He has aged /eyʤd/ a lot.)
The blessed /’blƐsɪd/ virgin (Compare: The Pope blessed the crowd.)
A dogged /’dɔgɪd/ determination (Compare: The little boy dogged /dɔgd/ his
brother’s steps.)
O outro tipo de exceção ocorre em advérbios como deservedly, supposedly e
markedly. Nesse caso, a análise proposta por Prator e Robinett (1985) segue o
seguinte modelo:
Verb que termina em som consonantal + -ed + ly
Em todos estes advérbios, o sufixo –ed é pronunciado como uma sílaba extra
/ɪd/.
The patient has improved markedly. /’mɑrkɪdliy/
We made the decision advisedly. /ǝd’vayzɪdliy/
I will support you unreservedly. /ǝnrɪ’sǝrvɪdliy/
O falante nativo de língua portuguesa tende a pronunciar o sufixo –ed como
uma sílaba separada em todos os casos, o que deixa seu sotaque visivelmente
carregado, podendo até mesmo levar a mal entendidos.
Apesar de não ser um problema de fácil resolução, uma vez que o próprio
ambiente fonético propicia a pronúncia correta do sufixo, esta ainda é uma
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questão que carece de atenção por parte dos cursos de letras das instituições
de ensino superior.
1. 2 – Fonemas Nasais
Contrário a português, língua rica em sons nasais, existem somente três
fonemas nasais em inglês: /m/, /n/ e /ŋ/. Entende-se por fonema a menor
unidade de som que pode distinguir palavras.
Dos três sons consonantais existentes em língua inglesa, somente dois
existem em português; /m/ e /n/. Tratarei primeiramente destes dois sons.
1.2.1 – O fonema bilabial /m/ e o fonema alveolar /n/
Os fonemas /m/ e /n/ possuem o mesmo modo de articulação, o mesmo ponto
de articulação e o mesmo vozeamento que os sons da língua portuguesa.
Logo são os mesmos fonemas existentes em português. No entanto, se
comportam de forma diferente, mas talvez por serem tão similares aos sons
existentes em português, a pequena diferença existente passe por várias
vezes despercebida.
De acordo com Godoy, Gontow e Marcelino (2006), o fonema /m/ não ocorre
em posição final em língua portuguesa. Palavras como também e sem são
escritas com letra m. No entanto o m final é pronunciado com um ditongo nasal
final /ẽi/. Em inglês, todavia, o m final deve ser pronunciado fazendo um
movimento bilabial visto que esta é a classificação do fonema de acordo com
seu ponto de articulação.
É importante observar que quando falo em m final, quero dizer o último som de
uma palavra ou o último som de uma sílaba. Abaixo seguem alguns exemplos.
Aim /eym/ Come /kǝm/ Rome /rowm/
Them /ðεm/ Some /sǝm/ Comfortable /‘kǝmfǝrtǝbǝl/
Lamb /læm/ Chimney /’ʧ�mniy/ Dime /daym/
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O fonema nasal /n/ também não ocorre em posição final em língua portuguesa.
Este som no fim de uma sílaba ou palavra em português normalmente nasaliza
a vogal anterior, mas não é articulado como consoante. Godoy, Gontow e
Marcelino (2006) argumentam que na palavra “inseto”, não se pronuncia i + n e
sim um i nasal. Contudo, em inglês, a letra n sempre tem valor de /n/ como em
/no/, toda vez que for pronunciado, a ponta de sua língua deve tocar a área
atrás de seus dentes superiores.
Sun /sǝn/ Fine /fayn/ Insane /ɪn’seyn/
Indeed /ɪn’diyd/ Pain /peyn/ Green /griyn/
One /wǝn/ Done /dǝn/ Gone /gɔn/
1.2.2 – O fonema velar /ŋ/
Em português existem apenas dois fonemas velares /k/ como em casa e /g/
com em guerra enquanto que em inglês existem três. Além dos dois sons
existentes em português há um terceiro som nasal /ŋ/.
Uma analogia muito boa feita por uma aluna minha do curso de fonologia do
TTC (Teachers’ Training Course) do IBEU (instituto Brasil Estados Unidos)
seria dizer que /ŋ/ é o “swallowing sound”, ou o som de engolir. Segundo essa
minha aluna, para que se conseguir a perfeita articulação deste som você faz
que vai engolir algo mas não engole. Esta dica tem se provado bastante útil no
ensino de tão difícil fonema.
De acordo com Godoy, Gontow e Marcelino (2006), este som é articulado
quando se diz em português as palavras manga ou banco. Os autores
recomendam que se diga a primeira sílaba e que se prolongue o último som. O
“g” em posição final não é pronunciado. Também é sugerida a prática
contrastando sons.
Sun /sǝn/ Sung /sǝŋ/ Sunk /sǝŋk/
Thin /Ɵ�n/ Thing /Ɵ�ŋ/ Think /Ɵ�ŋk/
Ban /bæn/ Bang /bæŋ/ Bank /bæŋk/
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Outro jeito interessante de estudar este fonema é de ver sua articulação. Para
tal, pode-se fazer uso de um site muito interessante cujo endereço se encontra
em bibliografia citada.
1. 3 - /Ɵ/ e /ð/ os sons do “th”
Acredito que exista na memória de todos que um dia fizeram aulas de
inglês a figura do professor ensinando a pronúncia correta do som do “th”,
com brincadeiras do tipo “ sopinha de massinha”. Lema este repetido várias
vezes como se o aluno possuísse língua presa. A dica da língua presa (lisp
em inglês) é ótima para ensinar uma das pronúncias do th.
A grafia th pode ter duas pronúncia em inglês: /Ɵ/ ou /ð/. O primeiro é um
fonema linguodental, fricativo e surdo enquanto o segundo é um fonema
linguodental, fricativo e sonoro. A diferença entre os dois encontra-se
portanto, no vozeamento.
/Ɵ/ é articulado da mesma forma que se articula /f/ em português sendo
que a única diferença e ponto de articulação. Ao passo que /Ɵ/ é
linguodental, /f/ é labiodental. Existe um exercício proposto por um antigo
professor meu no TTC do IBEU, que consistia em uma simples repetição
silábica, mas com o contraste destes dois fonemas e seus diferentes
pontos de articulação.
/f/ /Ɵ/
fa Ɵa
fe Ɵe
fi Ɵi
fo Ɵo
fu Ɵu
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Seu homólogo surdo é articulado da mesma forma que articulamos /v/ em
língua portuguesa. Mais uma vez a diferença reside no ponto de articulação:
enquanto /ð/ é linguodental, /v/ é labiodental. O mesmo tipo de exercício foi
proposto.
/v/ /ð/
va ða
ve ðe
vi ði
vo ðo
vu ðu
É importante observar que os dois fonemas linguodentais são de igual
importância em inglês embora normalmente só o surdo seja enfatizado. O som
sonoro encontra-se presente em um grande número de palavras da língua
inglesa, como por exemplo: other, rather, the, their, them, they, though, either,
without, leather, entre outras.
1. 4 – A consoante líquida /l/
Em inglês existem dois sons consonantais líquidos /l/ e /r/. Segundo Prator e
Robinett (1985), a razão básica para algumas peculiaridades desses dois sons
se deve ao fato de serem articulados com mais movimento dos órgãos da
palavra do que a maioria dos outros sons consonantais.
/l/ é um som alveolar, que não apresenta grandes desafios ao falante nativo de
língua portuguesa em posição inicial visto que o ponto de articulação é o
mesmo em ambas as línguas. No entanto, em posição final o fonema se
comporta de forma diferente.
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Português possui a letra final l, mas a maioria dos brasileiros pronuncia este l
final com som de u. Em inglês, contudo, o l final é pronunciado como a líquida
alveolar /l/.
Godoy, Gontow e Marcelino (2006) ressaltam que uma boa forma de evitar o
erro e pronunciar o fonema corretamente é observar os lábios, os quais não
devem ficar arredondados quando se produz um /l/ final.
Os autores também chamam atenção para duas peculiaridades do fonema. A
primeira diz respeito às inúmeras situações nas quais o fonema é silencioso,
como por exemplo, nas palavras: walk calf, salmon, should, could, etc. A
segunda refere-se à inserção de uma vogal de centralização, ou um schwa de
centralização quando /l/ está em posição final e é precedido por uma vogal
frontal, como em: feel /fiǝl/, chill /ʧɪǝl/, etc.
1. 5 – As glides /y/ e /w/
Uma possível tradução para glide seria “som planador”. Estes dois sons
consonantais, que não existem em língua portuguesa, são sempre seguidos
de uma vogal. Na articulação de /y/ e /w/, a língua e os lábios plainam de sua
posição original, e depois se posicionam para o som vocálico.
Primeiramente, focaremos em /y/. De acordo com Orion (1997), os seguintes
passos devem ser seguidos para a articulação de /y/:
→ A parte central da língua deve ser elevada em direção ao céu da boca,
porém o mesmo não deve ser tocado.
→ Os lados da língua devem ser pressionados contra os dentes superiores
posteriores. O som deve ser produzido deixando a corrente de ar sair por cima
da língua.
→ Como o som é sonoro, as cordas vocais devem vibrar.
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A descrição da articulação do fonema faz-se necessária visto que é um fonema
que muito se assemelha ao som vocálico de /i/ em português e o que via de
regra acontece é a substituição de um fonema por outro. Talvez a dica mais
interessante fornecida por Orion (1997) seja a elevação da parte central da
língua em direção ao céu da boca, movimento jamais feito na articulação do
som vocálico /i/.
Assim como para o fonema nasal /ŋ/, outro jeito eficiente de estudar-se este
fonema é de ver sua articulação. Para tal, pode-se fazer uso de um site muito
interessante cujo endereço se encontra nas referências bibliográficas e a
página de anatomia no anexo II.
Também é importante observar as diferentes grafias deste som. /y/ é
normalmente representado pela letra y em posição inicial, como por exemplo:
year, yeast, your, etc. Ou pela letra u em posição medial ou final, como por
exemplo: uniform, confusion, etc. “Mas ainda há outras possíveis grafias:
Europe, view, few, beautiful, million, etc.” (GODOY; GONTOW; MARCELINO,
2006, p. 128) (tradução minha)
A segunda glide /w/ é um som bilabial, portanto os lábios devem se tocar
levemente no início da articulação do som, o que não ocorre na articulação do
som vocálico /u/ pelo qual /w/ é tantas vezes substituído por falantes
brasileiros.
A letra w é também muitas vezes silenciosa, como nas palavras: sword, whose,
wrap, wrong, etc.
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CAPÍTULO II
SONS VOCÁLICOS
Ao contrário de sons consonantais, sons vocálicos não possuem modo ou
ponto de articulação. Além disso, todas as vogais são sonoras. São, portanto,
classificadas de acordo com critérios diferentes:
1. Altura da língua – Se a língua está alta ou baixa.
2. Parte da língua – Diz respeito a que parte da língua (anterior ou
posterior) será elevada ou abaixada.
3. Arredondamento dos lábios – Se os lábios estão arredondados ou não.
4. Tensão – Se a vogal é tensa ou não.
2.1 - As vogais frontais /iy/ como em beat e /����/ como em bit
Porque o i de português está entre /iy/ e /�/, muitos brasileiros não diferenciam
os dois sons, então pronunciam seat /siyt/ e sit /s�t/ do mesmo jeito. É
importante diferenciar estes dois sons, pois cada um deles formará uma
palavra diferente.
Embora as duas vogais sejam altas, /iy/ é pronunciada com a língua mais alta
do que /�/. /iy/ também é uma vogal tensa. “A altura faz com que a língua suba
e que os lábios se espalhem mais, dando lugar a um sorriso. Isto se deve ao
fato de os músculos ficarem tensos para a articulação de /iy/. Quando os
músculos relaxam e a boca volta a uma posição neutra, articula-se /�/.”
(GODOY, GONTOW, MARCELINO, 2006, p. 168) (tradução minha)
De acordo com Prator Jr. e Robinett (1985), o símbolo /�/ representa um som
intermediário entre /iy/ e /ey/ (som encontrado na palavra weight). Em outras
palavras, /�/ é pronunciado mais para trás do que /iy/, mas mais para a frente
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do que /ey/; é pronunciado com a mandíbula e a língua mais para baixo do que
/iy/ mas mais para cima do que /ey/.
Orion (1997) descreve /iy/ como um som vocálico longo, pois em sua
articulação, o falante deve mexer a língua para cima e para o alto. Já /�/ é um
som curto porque não há movimento durante a articulação do fonema.
.
Argumenta-se que a distinção desses dois sons não é tão importante visto que
o contexto poderia resolver qualquer dúvida em relação ao significado. Por
outro lado, a má pronúncia de /iy/ e /�/ pode levar a situações constrangedoras.
2.2 - As vogais frontais /ε/ como em bet e /æ/ como em bat
O português só possui um som de é enquanto que o inglês possui dois e estes
são diferentes do som de língua portuguesa, o qual fica entre /Ɛ/ como em bet
e /æ/ como em bat.
Para analisar esses fonemas, utilizarei o para digma da semelhança e
diferença. Ambas são vogais frontais, altas e não tensas. /Ɛ/ é articulada com a
parte frontal da língua no meio da boca enquanto que /æ/ é articulada com a
parte frontal da língua bem baixa.
De acordo com Godoy, Gontow e Marcelino (2006), para produzir /Ɛ/ e /æ/, é
necessário seguir alguns passos: Dizer “é” em português e depois fechar um
pouco a boca, o som de /Ɛ/, será automaticamente produzido. Para a produção
de /æ/, abrir a boca para dizer “a”, mas ao invés de “a”, dizer “é”. O som de /æ/
terá sido então articulado. Estas dicas sugeridas pelos autores têm se
mostrado bastante úteis no ensino desses fonemas.
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2. 3 – As vogais posteriores /uw/ como em food e /ʊʊʊʊ/ como em foot
Para descrever essas duas vogais, vou mais uma vez fazer uso do paradigma
da semelhança e da diferença. Ambas são vogais posteriores, o que significa
que a parte de trás da língua é que será, neste caso, elevada. Tanto /uw/
quanto /ʊ/ são vogais altas, sendo que /uw/ é articulada com a língua mais alta
do que /ʊ/. /uw/ é uma vogal tensa enquanto que sua homóloga é não tensa.
Portanto, os músculos embaixo do queixo ficam tensos durante a articulação
de /uw/ e relaxados durante a articulação de /ʊ/
Uma das diferenças mais marcantes entre esses dois sons diz respeito ao
arredondamento dos lábios: enquanto para a articulação de /uw/ arredonda-se
os lábios, para a articulação de /ʊ/, os lábios não são arredondados,
permanecendo, na verdade, até mesmo um pouco “espalhados”.
De acordo com Godoy, Gontow e Marcelino (2006), o “u” de português é
similar ao /uw/ de inglês, mas não tão longo.
2. 4 – O “Schwa” e a sílaba átona
“O som /ǝ/ é tão importante em língua inglesa que tem nome: schwa. O nome
advém de duas palavras alemãs: Schwaches Ausspruch, o que significa
pronúncia fraca. Quase todas as sílabas átonas em inglês são pronunciadas
com este som.” (GODOY; GONTOW; MARCELINO, 2006, p. 161) (tradução
minha)
A vogal /ǝ/ é o som que falantes nativos de inglês produzem quando seus
órgãos da fala estão relaxados e em posição neutra. É o som feito quando se
hesita. Também é o som mais frequente em inglês. É uma vogal medial e
central.
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Orion (1997) descreve a articulação do fonema: é necessário manter a língua
baixa, tocar suavemente os dentes dianteiros inferiores com a ponta da língua,
abrir um tanto a boca e elevar o centro da língua em direção ao palato duro.
Prator e Robinett (1985) argumentam que por ser a vogal mais neutra em
inglês, cuja articulação é feita com os músculos relaxados, é a vogal mais fácil
de ser produzida. Falantes nativos de inglês, estão aparentemente dispostos
a se esforçarem para produzir quaisquer sons vocálicos em uma sílaba tônica,
porém não acham que uma sílaba átona seja importante o bastante para
justificar o arredondamento de lábios ou a elevação da língua. Portanto,
independente da grafia do som em sílaba átona, a pronúncia será aquela do
“preguiçoso” /ǝ/.
Uma das características mais importantes de pronúncia inglesa, a
conscientização da existência do Schwa é fundamental para aqueles que
desejam ter boa pronúncia.
2.5 - As vogais posteriores /ɑ/ como em not e /ɔ/ como em four.
Tanto /ɑ/ quanto /�/ são vogais posteriores e altas. A primeira, no entanto é
mais baixa do que a segunda. De fato, de acordo com Orion (1997) para a
articulação de /ɑ/, a parte posterior da língua deve estar mais baixa do que
para qualquer outro som. Ambas são não tensas.
Godoy, Gontow e Marcelino (2006) acreditam que o som /�/ em inglês é
similar ao ó de português, mas /�/ é mais longo do que ó, portanto estes dois
sons não são exatamente iguais, porém esta diferença de pronúncia é muito
sutil é não leva à mudança de significado.
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Por outro lado, característica bem marcante do inglês americano, o fonema /ɑ/
- que é representado pelas seguintes letras: letra o entre consoantes ou em
posição inicial tônica, como em pot /pɑt/ ou object /’ɑb��kt/ ; ou letra a
seguido por r, como em start – merece atenção especial no que diz respeito à
pronúncia da primeira grafia, letra o, pois o brasileiro terá a tendência de
pronunciar as duas palavras como /p�t/ e /’�b��kt/, o que provavelmente não
levará a ruído na comunicação, porém é importante que esteja ciente da
possibilidade da pronúncia do inglês americano para que seu entendimento
não seja prejudicado.
CAPÍTULO III
ACENTUAÇÃO, RITMO E ENTOAÇÃO
“American intonation is made up of peaks and valleys – tops of staircases and
bottoms of staircases. To have strong peaks, you will have to develop deep
valleys. These deep valleys should be filled with all kinds of reduced sounds,
one in particular – the completely neutral schwa.” (COOK, 2000, p. 48)
No capítulo anterior, abordei a importância do schwa e da sílaba átona em
palavras. No presente capítulo, discutirei a importância desta vogal medial
central em contextos maiores.
3. 1 – Palavras lexicais e palavras gramaticais.
Português é uma língua silábica, enquanto que inglês é uma língua marcada
por tonicidade, o que conta é o número de sílabas ou palavras tônicas e não o
número de sílabas ou palavras para efeito de ritmo e entoação. Segundo
Prator e Robinett (1985), para um falante nativo de inglês, o ritmo de nossa
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língua pode parecer mecânico – uma série de pequenos estalos de som mais
ou menos do mesmo tamanho, com tiros de um metralhadora.
Falar inglês no mesmo ritmo de português pode levar ao mal entendimento.
Por conseguinte, é importante delimitar quais palavras seriam tônicas (peaks) e
quais palavras seriam átonas (valleys).
Para resolver essa questão, devemos nos fazer uma bastante simples: o que é
mais importante na comunicação? Em todos os meus anos de sala de aula,
sempre obtive a mesma resposta: significado.
De acordo com Prator e Robinett (1985), gramáticos dividem todas as palavras
em duas classes: (1) palavras lexicais, que são aquelas que carregam
significado, como mother, forget, e tomorrow; e (2) palavras gramaticais, que
possuem pouco ou nenhum significado além do significado gramatical
expressado por elas, tais como, the, of, e will. No geral, palavras lexicais são
tônicas, mas palavras gramaticais são átonas, a menos que o falante queira
chamar atenção para elas.
Palavras lexicais, normalmente tônicas incluem
1. Substantivos
2. Verbos
3. Adjetivos
4. Advérbios
5. Verbos auxiliares na negativa
6. Pronomes Demonstrativos: this, that, these, those
7. Pronomes Interrogativos: who, when, where, etc.
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Palavras gramaticais incluem:
1. Artigos: a, an, the
2. Preposições simples: to, of, in, etc.
3. Pronomes Pessoais: I, he, she, it, etc.
4. Pronomes Possessivos: my, your, his, etc.
5. Pronomes Relativos: that, which, who, etc.
6. Conjunções simples: and, but, so, etc.
7. One quando substitui o nome, como em the green one.
8. Verbos auxiliares
3.2 – Contraste
Contraste é um conceito importante para se entender melhor a entoação de
língua inglesa. Pode-se entender contraste, por exemplo, como a diferença de
“pitch” entre as palavras lexicais e as palavras gramaticais. Este contraste
precisa ser bem definido de forma que seja fácil para o ouvinte perceber o
significado correto.
Gilbert (2005) ressalta que para que o contraste seja claro, é necessário que
as palavras gramaticais sejam “desenfatizadas”. Há diferentes formas de fazê-
lo: contrações, linking, reduções,e letras silenciosas. Tratarei aqui das formas
que constituem um desafio para brasileiros.
a. Reduções
Quando se fala em redução de palavras gramaticais, na verdade está se
falando na modificação do som vocálico nela existente. Tomarei como exemplo
a preposição at , cuja pronúncia do dicionário é /æt/; isto é, o som vocálico é a
vogal frontal /æ/, comumente chamada de “butterfly”. Quando at se encontra
em uma frase, a vogal passa a ser átona e acontece então o mesmo fenômeno
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já visto em palavras. A vogal será então pronunciada com o “preguiçoso”
schwa /ǝ/.
Tal fenômeno ocorre com a maioria das palavras gramaticais de forma que o
contraste entre as palavras gramaticais e as palavras mais importantes seja
percebido com facilidade.
b. A silenciosa letra –h-
Uma outra forma de redução de palavras gramaticais é a omissão do som das
letras h e th em posição inicial em palavras como: him, her, he, them, their, e
there. Em muitos casos, o som vocálico que segue a letra silenciosa junta-se
ao último som da palavra que o precede. Por exemplo:
Is he? /�ziy/
What’s her name? /’wɑtsǝr neym?/
Call him. /’k�l�m/
Teach her. /’tiyʧ�r/
Go in there. /gow ɪnƐǝr/
Tell them. /’tƐlǝm/
3.3 – O poder da ênfase
Ao contrário de língua portuguesa, o inglês é uma língua no qual a entoação
tem um papel muito especial. Em inglês, por exemplo, é possível alterar o
significado de uma frase somente através de ênfase.
Nos seguintes exemplos, as palavras em negrito indicam a palavra com maior
ênfase. (COOK, 2000, pag.10)
1. I didn’t say he stole the money. → Someone else said it.
26
2. I didn’t say he stole the money. → That’s not true at all.
3. I didn’t say he stole the money. → I only suggested the possibility.
4. I didn’t say he stole the money. → Maybe someone else did it.
5. I didn’t say he stole the money. → Maybe he just borrowed it.
6. I didn’t say he stole the money, but rather some other money.
7. I didn’t say he stole the money. → He may have taken some jewelry.
As palavras permanecem as mesmas em todas as frases, todavia há sete
possíveis significados. A percepção do amplo leque de possibilidades
oferecidos pelo recurso da ênfase é imprescindível para aquele que almeja ser
um bom modelo para seus alunos.
27
CONCLUSÃO
O simples estudo feito neste trabalho reforça a ideia de que é possível para o
non-native speaker (falante não nativo) de inglês, através de treinamento
profissional, adquirir características atribuídas somente a falantes nativos,
desconstruindo assim parte do mito de que o native speaker é um melhor
professor de inglês. O professor brasileiro pode através de técnicas ser um
modelo excelente para seus alunos e ainda desenvolver ferramentas com as
quais estará apto a melhor ajudá-los.
28
ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1 Alfabeto Fonético;
Anexo 2 Anatomia Fonológica; Anexo 3 Entrevistas.
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ANEXO I
Alfabeto Fonético
1. Sons Consonantais
Os símbolos no quadro seguinte se parecem com letras.
Símbolo Fonético Inicial Medial Final
/p/ Pen opera top
/b/ Boy about rob
/t/ Tem after sat
/d/ Day candy mad
/k/ Cat second neck
/g/ GO again egg
/f/ Food before knife
/v/ Voice never believe
/s/ See lesson bus
/z/ Zoo easy choose
/m/ Me amount come
/n/ No animal soon
/l/ Like alive well
/r/ Red very door
/w/ Walk away x
/y/ Yes canyon x
/h/ House behind x
30
Os símbolos no quadro seguinte não são representados por letras.
Símbolo Fonético Inicial Medial Final
/Ɵ/ Thin anything bath
/ð/ The father bathe
/ʃ/ She machine fish
/ʒ/ X pleasure sabotage
/ʧ/ Child teacher speech
/ʤ/ Job agent page
/ŋ/ think king
2. Sons vocálicos
Símbolo Fonético Inicial Medial Final
/iy/ Each receive key
/�/ IF sit sunny
/ey/ Able take day
/Ɛ/ Egg bread x
/æ/ Apple cat x
/uw/ Ooze ruler do
/ʊ/ X book x
/ow/ Own boat no
/�/ All ball law
/�y/ Oil noise boy
/ɑ/ Army not Ma
/ay/ Ice bite tie
/aw/ Out house now
/�/ Up cut soda
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ANEXO II
Anatomia Fonológica do site da University of Iowa
Sounds of American English
32
ANEXO III Entrevistas
Amostra de questionário
1. Há quanto tempo você estuda inglês?
2. Qual foi o seu primeiro contato com língua inglesa?
3. Você já morou fora do Brasil? Onde e por quanto tempo?
4. Você tem amigos com os quais você tem a oportunidade de se
comunicar em inglês?
5. No que diz respeito a som, qual a sua palavra favorita/ menos favorita
em inglês? Por quê?
6. Você já teve dificuldades de se comunicar por conta de má pronúncia?
7. Quais são as diferenças mais salientes entre a pronúncia de língua inglesa e portuguesa?
8. Você já estudo fonologia? Como você acha que o curso de fonologia
poderia ajudá-lo?
33
Entrevista 1 Isabel: Há quanto tempo você estuda inglês? M: Num lembro... Tem uns 5 anos, eu acho. Isabel: Qual foi seu primeiro contato com língua inglesa? M: Quando eu era criança, morei nos EUA por seis meses e estudei numa escola americana. Isabel: Você já morou fora do Brasil? Onde e por quanto tempo? M: Só os seis meses que te falei em Nova Iorque. Isabel: Você tem amigos com os quais você tem a oportunidade de se comunicar em inglês? M: Falo com alguns amigos americanos na Internet. Isabel: No que diz respeito a som, qual a sua palavra favorita ou a menos favorita? M: Sei lá...(risos) Acho que “blow” porque parece um sopro mesmo. A que eu menos gosto? Strength! É muito difícil de pronunciar... Isabel: Você já teve dificuldades de se comunicar por causa de má pronúncia? M: Não. Isabel: Quais são as diferenças mais salientes entre a pronúncia de língua inglesa e língua portuguesa? M: O “rl”, sabe que nem em “girl” e “world” e o som do th, é claro. Isabel: Você já estudou fonologia? Como você acha que o curso de fonologia pode te ajudar? M: Já, mas os professores só se preocupam em fazer os alunos transcreverem foneticamente, não corrigem nossa pronúncia como deveriam. Ajudaria mais se aprendêssemos melhor a pronúncia correta, a entonação...
34
Entrevista 2 Isabel: Há quanto tempo você estuda inglês? L: Há 18 anos. Isabel: Qual foi seu primeiro contato com língua inglesa? L: No Curso Oxford, no Flamengo, em março de 1990. Isabel: Você já morou fora do Brasil? Onde e por quanto tempo? L: Sim, nos Estados Unidos por 5 anos e meio. Isabel: Você tem amigos com os quais você tem a oportunidade de se comunicar em inglês? L: Sim. Tenho um amigo americano e vários amigos professores de inglês. Isabel: No que diz respeito a som, qual a sua palavra favorita ou a menos favorita? L: É difícil escolher uma, mas eu diria que uma das minhas favoritas é ‘bliss’. Porque é fácil de pronunciar e seu significado me agrada. Não tenho menos favorita. Isabel: Você já teve dificuldades de se comunicar por causa de má pronúncia? L: Não. Isabel: Quais são as diferenças mais salientes entre a pronúncia de língua inglesa e língua portuguesa? L: Os dois sons do fonema ‘th’ em inglês são completamente diferentes de qualquer som em português. Eu destacaria também o ‘t’ de ‘water’ na pronúncia americana e os ditongos nasais em português, como ‘ão’. Isabel: Você já estudou fonologia? Como você acha que o curso de fonologia pode te ajudar? L: Nunca estudei fonologia como uma matéria separada. Sempre estudei por conta própria usando dicionários.
35
Entrevista 3 Isabel: Há quanto tempo você estuda inglês? D: Há 10 anos. Isabel: Qual foi seu primeiro contato com língua inglesa? D: Acredito que foi ouvindo música... Sempre tinha música na minha casa. Isabel: Você já morou fora do Brasil? Onde e por quanto tempo? D: Nunca morei, mas já viajei algumas vezes. Isabel: Você tem amigos com os quais você tem a oportunidade de se comunicar em inglês? D: Sim. Tenho parentes que moram fora e já tive diversas oportunidades de conversar com amigos deles que estiveram visitando o Brasil. Isabel: No que diz respeito a som, qual a sua palavra favorita ou a menos favorita? D: Ummm... Acho que intentional é minha favorita. Isabel: Por quê? D: Por causa do chiado e do som de l. Menos favorita é breakfast. Parece remédio. (risos) Isabel: Você já teve dificuldades de se comunicar por causa de má pronúncia? D: Uma vez um nativo não entendeu minha pronúncia pra athlete. Isabel: Quais são as diferenças mais salientes entre a pronúncia de língua inglesa e língua portuguesa? D: O som do ‘a’ em ‘man’ ou em ‘bad’. E o tradicional som do th. Isabel: Você já estudou fonologia? Como você acha que o curso de fonologia pode te ajudar? D: Sim. Um professor do meu curso dava aulas de fonologia separadamente. Ajudou bastante porque a gente fazia exercícios com sons parecidos.
36
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
COOK, Ann. American Accent Training. New York: Barron’s, 2000.
DALE, Paulette; POMS, Lillian. English Pronunciation For International
Students. Hong Kong: Prentice Hall Regents, 1999.
GILBERT Judy B. Clear Speech. New York: Cambridge University Press, 2005
GODOY, Sonia M. Baccari de; GONTOW, Cris; MARCELINO, Marcello.
English Pronunciation for Brazilians. São Paulo: Disal, 2006.
ORION, Gertrude F. Pronouncing American English. New York: Heinle &
Heinle, 1997.
PRATOR, Cliford H. Jr.; ROBINETT, Betty Wallace. Manual of American
English. New York: Harcourt Brace, 1985.
37
BIBLIOGRAFIA CITADA
COOK, Ann. American Accent Training. New York: Barron’s, 2000.
DALE, Paulette; POMS, Lillian. English Pronunciation For International
Students. Hong Kong: Prentice Hall Regents, 1999.
GILBERT Judy B. Clear Speech. New York: Cambridge University Press, 2005
GODOY, Sonia M. Baccari de; GONTOW, Cris; MARCELINO, Marcello.
English Pronunciation for Brazilians. São Paulo: Disal, 2006.
ORION, Gertrude F. Pronouncing American English. New York: Heinle &
Heinle, 1997.
PRATOR, Cliford H. Jr.; ROBINETT, Betty Wallace. Manual of American
English. New York: Harcourt Brace, 1985.
Phonetics: The Sounds of American English. Disponível em
http://www.uiowa.edu/~acadtech/phonetics/english/frameset.html.
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
Sons Consonantais 9
1.1 – Sufixo -ed 9
1.2 – Fonemais Nasais 12
1.2.1 – O fonema bilabial /m/ e fonema alveolar /n/ 12
1.2.2 – O fonema velar /ŋ/ 13
1. 3 - /Ɵ/ e /ð/ os sons do “th” 14
1. 4 – A consoante líquida /l/ 15
1.5 – As glides /y/ e /w/ 16
CAPÍTULO II
Sons vocálicos 18
2.1 – As vogais frontais /iy/ como em beat e /�/ como em bit 18
2.2 – As vogais frontais /Ɛ/ como em bet e /æ/ como em bat 19
2.3 – As vogais posteriores /uw/ como em food e /ʊ/ como em foot 20
2.4 – O “Schwa” e a sílaba átona 20
2.5 – As vogais posteriores /ɑ/ como em not e /�/ como em four 21
CAPÍTULO III
Acentuação, ritmo e entoação 22
3.1 - Palavras lexicais e palavras gramaticais 22
39
3.2 – Contraste 24
3.3 – O poder da ênfase 25
CONCLUSÃO 27
ANEXOS 28
Anexo I – Alfabeto fonético 29
Anexo II – Anatomia fonológica 31
Anexo III – Entrevistas 32
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36
BIBLIOGRAFIA CITADA 37
ÍNDICE 38