UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · assistência aos índios no Brasil, integrando...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O PROCESSO E MODERNIZAÇÃO DO MUSEU DO ÍNDIO
Por: Rosilene de Andrade Silva
Orientador
Prof. Prof.ª Maria Poppe
Rio de Janeiro
2008

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O PROCESSO DE MODERNIZAÇÃO DP MUSEU DO ÍNDIO
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Gestão
Pública.
Por. Rosilene de Andrade Silva

3
AGRADECIMENTOS
. Ao Diretor do Museu do Índio, José
Carlos Levinho, pela valiosa
contribuição na elaboração deste
trabalho.

4
DEDICATÓRIA
A minha família pelo apoio e incentivo
neste trabalho e em todos os
momentos da minha vida.

5
RESUMO
O presente trabalho relata as atividades do Museu do Índio desde a
sua criação, em 1953, no Serviço de Proteção aos Índios, aborda a sua pior
crise, ocorrida em 1993 e a sua recuperação nos anos subseqüentes.
O Museu do Índio acompanhou todas as mudanças da política de
assistência aos índios no Brasil, integrando na década de 60 o Conselho de
Proteção aos Índios e após a reforma administrativa de 1964, passou a
fazer parte da Fundação Nacional do Índio, órgão criado m 1967, que tem a
atribuição de integrar os índios à sociedade nacional, sendo responsável por
todos os aspectos relacionados com a vida dos índios.
A recuperação e a modernização do Museu do Índio, ocorrida a partir
de 1993, foi resultado do esforço e dedicação de seus servidores, que em
equipe, cada qual na sua especialidade, participou ativamente do
planejamento do ressuscitamento da instituição e do desenvolvimento do
trabalho de redefinição política da instituição.
As negociações realizadas pela atual Direção com a FUNAI, com
vista a garantir recursos orçamentários, através da destinação de ações
específicas no Plano Plurianual para o Museu o Índio, se mostrou de vital
importância para a realização de ações de proteção e divulgação do
patrimônio cultural indígena implementado pela Instituição, através da
preservação de seus acervos, de montagem de exposições,
desenvolvimento de atividades direcionadas para o público e, sobretudo
propiciar aos povos indígenas o resgate de informações acerca de seu
patrimônio cultural.

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METODOLOGIA
A metodologia utilizada neste trabalho teve por base pesquisa
bibliográfica, demonstrativos financeiros do SIAFI – Sistema de
Administração Financeira do Governo Federal, relatório de atividades, visita
a sites na internet, coleta de dados realizada no Serviço de Arquivo do
Museu do Índio e demais materiais disponibilizados pelos professores no
decorrer do curso “Gestão Pública” do Instituto A Vez do Mestre.

7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
HISTÓRICO DO MUSEU DO ÍNDIO 10
CAPÍTULO II
NOVAS POLÍTICAS INSTITUCIONAIS E MUDANÇAS 16
ADMINISTRATIVAS
1. A Constituição de 1988
1.1- O papel da FUNAI - FUNAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO
2 – Repensar o Museu do Índio
2.1 – Estabelecendo prioridades CAPÍTULO III
OS REFLEXOS DA REFORMA ADMINISTRATIVA 33
NO MUSEU DO ÍNDIO
CONCLUSÃO 39
ANEXOS 40
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 76
ÍNDICE 77
FOLHA DE AVALIAÇÃO 78

8
INTRODUÇÃO
Em 1910, o Decreto Lei nº. 8072 cria o Serviço de Proteção aos
Índios e Localização de Trabalhadores Nacionais (SPI), tendo como seu
primeiro diretor o indigenista Cândido Mariano da Silva Rondon. O principal
objetivo do SPI era o de executar a política indigenista oficial. Alguns anos
depois é criado o Conselho Nacional de Proteção aos Índios com a
atribuição de assessorar e normalizar as ações indigenistas do Estado
Brasileiro. (Decreto 1794, de 22.11.1939).
O regimento do SPI instituído pelo Decreto Lei nº. 10.652 de
16/10/1942 cria a Seção de Estudos (SE) que tem entre outras finalidades
reunir em um Museu, a ser criado, todo o acervo documental, produzido e
recolhido pelo SPI.
A Seção de Estudos tem institucionalmente a função de documentar
por meio de estudos etnológicos e lingüísticos as culturas das sociedades
indígenas, assim como definir as diretrizes técnico-científica da política
assistencial do órgão indigenista.
Em seus primeiros anos de existência a SE desenvolveu trabalhos de
registro documental através de diferentes expedições que tiveram a função
de documentar o modo de vida dos índios Terena, Kadiwéu no sul do Mato
Grosso e Guarani de São Paulo. Em um segundo momento concentrou suas
atividades entre os índios da região central do Mato Grosso, Bororo,
Umutina e Bakairi, do Alto Xingu – Kamayurá, Nanukuá, Kuikuro, Mehináko,
Trumai, Awetí, Waurá e Yawalapiti.
Este período se estendeu até 1947, reunindo uma massa expressiva
de documentos constituídos de filmes, fotografias, discos e artefatos. A
memória contida neste material representava o último registro da cultura

9
desses povos que em sua maioria desapareceram ou sofreram profundas
transformações em seu modo de vida.
A partir de 1947, o SPI amplia sua equipe de documentação
cinematográfica contratando profissionais em etnologia constituindo assim
um corpo técnico necessário à criação de um verdadeiro centro de
pesquisa.
É nesta época que ingressam no SPI o etnólogo Darcy Ribeiro e Max
Bondrim, especialista em lingüística. Registra-se aqui a contratação dos
primeiros assalariados do Serviço de Proteção aos Índios.
As pesquisas sobre os índios no Brasil são intensificadas
mobilizando recursos financeiros e humanos, o que resulta na formação de
grandes coleções de artefatos, fotografias, filmes e gravações de um
número expressivo de sociedades indígenas representativas de todo
território brasileiro

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CAPÍTULO I
HISTÓRICO DO MUSEU DO ÍNDIO
Resumo: Aborda a história do Museu do Índio desde a sua criação em 19 de
abril de 1953, como uma Seção do Serviço de Pesquisas do Serviço de
Proteção aos Índios, até 1993, ano que vivenciou, possivelmente, a pior
crise de sua história.
1 – A Criação do Museu do Índio
.
No dia 19 de abril de 1953, durante a comemoração do Dia do Índio
Americano, foi inaugurado o Museu do Índio, com o objetivo de divulgar os
trabalhos realizados pela Seção de Estudos e ainda segundo seu
idealizador, Professor Darcy Ribeiro; em artigo publicado na revista
Museum, intitulado “Lê Musée de J' Indien” para lutar contra o preconceito e
fornecer uma imagem correta sobre os índios. (Ribeiro, Darcy, ano 1955, pp.
3 a 10).
Ainda segundo o Prof. Darcy “O Museu do Índio foi montado, em
todos os seus detalhes, com a ambição de suscitar sentimentos de simpatia
pelos índios, de solidariedade para com suas dramáticas dificuldades de
acomodação ao mundo estranho que levamos cada vez mais perto de suas
aldeias, e de compreensão dos seus comoventes esforços para resolver, a
seu modo, os problemas essenciais de todas as sociedades humanas”.
(Ribeiro, Darcy – Politica Indigenista Brasileira, ano 1962, pp.169)
(Obs. O Dia do Índio Americano foi definido no I Congresso Indigenista
Interamericano, instalado em “La Posada de Don Vasco de Quiroga” em
Patzcuaro Micchacán, México, em 19 de abril de 1940, e no Brasil, instituída
pelo Decreto-Lei 5.540, de 20 de junho de 1943),

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Graças a esta perspectiva, o Museu do Índio pode dar aos visitantes
uma idéia mais realista da vida indígena. “Em lugar da ênfase com que os
museus tradicionais de etnologia focalizam aquilo que os índios tem de
diferente dos civilizados, ali se colocam em destaque as semelhanças,
apresentando-os em sua verdadeira face de seres humanos movidos pelos
mesmos defeitos e qualidades inerentes à natureza humana capazes dos
mesmos anseios de liberdade, de progresso e de felicidade.” - Ribeiro,
Darcy, A política Indigenista Brasileira p. 169
O Museu do Índio tornou-se um instrumento de comunicação de
trabalhos realizados pelo SPI e em particular aqueles desenvolvidos pela SE
– Seção de Estudos, até em então com onze anos de produção científica
(1942 á 1953) junto aos índios brasileiros.
O Ministério da Agricultura reserva a parte superior do prédio, situado
na Rua Mata Machado n.º7, para a primeira sede da Seção de Estudos e
do Museu do Índio.
O arquiteto Aldary Toledo fica responsável pelo projeto de adaptação
do espaço que será considerado um grande avanço às técnicas de
museografia. Em um primeiro momento o Museu dispôs de 250 m² de
exposições, além de um arquivo cinematográfico, câmera de projeção,
auditório, discoteca e biblioteca.
A representação gráfica da estrutura organizacional do SPI (anexo 1)
indica que o Museu do Índio foi criado como um setor da Seção de Estudos,
juntamente com “Pesquisa Etnográfica, Arquivo Cine fotográfico, Biblioteca
General Rondon, Discoteca, Divulgação e Intercâmbio e Censo Indígena”.
Em poucos anos, como fruto dos importantes resultados alcançados
por seu corpo técnico e pesquisadores de outras instituições que recebiam
seu apoio para a realização de trabalhos de campo, o Museu do Índio

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angariou expressiva importância no Serviço de Proteção aos Índios, quando,
por vezes os documentos administrativos direcionados ao Serviço de
Estudos eram endereçados ao SE/Museu do Índio, indicando claramente
que o Museu já era visto como sinônimo do Serviço a que estava
subordinado.
Durante os dez primeiros anos de existência promoveu pesquisas de
campo, destacando-se entre elas as realizadas por Eduardo Galvão, no Rio
Negro – Amazonas, direcionada para o processo de formação das
populações caboclas da Amazônia; Roberto Cardoso de Oliveira realizou
pesquisa sobre a assimilação dos Terena do sul do Mato Grosso, pelo
cinegrafista Heinz Foerthman, que resultou na produção do documentário,
“Funeral Bororo”, tido como um dos mais importantes documentos
etnográficos sobre os grupos indígenas brasileiros.
Muitas foram as contribuições do SPI a outras instituições, dentre
elas podemos citar o apoio ao pesquisador Alfred Metroux, do
Departamento de Ciências Sociais da UNESCO, na pesquisa realizada junto
aos índios Kayapó. Uma das preocupações de Alfred era identificar uma
nova forma de assistência que viesse a minimizar os efeitos nocivos
causados aquele grupo indígena, quando em contato com a nossa
sociedade. Em muitos casos a mortalidade causada ao grupo indígena
devido à transmissão de doenças era tão expressiva que causava o
desaparecimento de comunidades inteiras ou as reduzia em número de
habitantes a nível tão pequeno que alterava o funcionamento do seu
sistema social tradicional.
Para divulgar o resultado de suas pesquisas e do Serviço de Estudo,
o Museu do Índio apresentou diversas exposições com temas específicos,
geralmente associados a concursos direcionados aos cursos ginasial e
primário, com o intuito de aguçar a curiosidade e despertar o interesse dos
estudantes para a cultura indígena.

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Durante os vinte e um anos de existência da SE, quatorze grupos
indígenas foram pesquisados e o resultado deste trabalho pode ser
consultado em várias publicações e artigos.
Na década de 60, após a mudança da capital federal para Brasília,
em 21\04\1960, iniciou-se a transferência da infra-estrutura governamental
para o planalto central. Com a transferência do SPI e da SE, ocorreu uma
redução nas atividades do Museu do Índio, em relação aos trabalhos
desenvolvidos na década de cinqüenta.
A Reforma Administrativa de 1964 prevê a reunião de todos os
órgãos assistenciais indígena em uma única entidade administrativa. Desta
forma, em 1967, com a edição da Lei 5.371 é criada a Fundação Nacional
do Índio, instituição com patrimônio próprio e personalidade jurídica de
direito privado.
O novo organismo indigenista tem como patrimônio os acervos do
Serviço de Proteção aos Índios – SPI, do Conselho Nacional de Proteção
aos Índios – CNPI e do Parque Nacional do Xingu - P.N.X. O regime de
contratação de pessoal é o celetista.
O art. 7º da Lei 5.371/67 considera em extinção o quadro de pessoal
do SPI, CNPI e do PNX e os servidores dos três órgãos passam a prestar
serviço à FUNAI, com direito a optarem pelo novo regime (celetista), ou em
permanecerem no antigo regime (estatutário).
Com a aprovação do novo “Plano de Reclassificação de Cargos” em
1974, o Museu do Índio perde grande número de técnicos com experiência e
interesse na causa indígena, causando a paralisação de alguns setores,
uma vez que vários servidores optam por retornarem aos seus órgãos de
origem, vinculados ao Ministério da Agricultura. Gradativamente a

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Fundação vai recompondo o quadro funcional do Museu do Índio, através de
novas contratações.
“A primeira publicação oficial do Museu ocorreu em 1974, intitulada
“Boletim do Museu do índio” – série Antropologia, texto de Leda Louvato,
intitulada” A contribuição de Franz Keller à etnologia do Paraná.
A publicação de caráter científico, produzida em quatro séries:
Antropologia, Documentação, Etnologia e Lingüística, possibilitou a permuta
de publicações com outras instituições.
É criado em 1976 o Centro de Documentação Etnológica, para
abrigar o acervo composto de documentos do antigo Serviço de Proteção
aos índios – SPI, de suas diretorias e setores administrativos, inspetorias
regionais e postos indígenas que davam apoio aos grupos tribais. O Centro
de Documentação tem por objetivo recolher, classificar, sistematizar e
reproduzir os documentos primários, com vistas a atender os diversos
setores da FUNAI, disponibilizando aos usuários informações normalizadas
para estudos da política indigenista e pesquisas etnográficas.
Em 1978 a sede do Museu do índio é transferida para a Rua da
Palmeiras, Botafogo, o prédio do século XIX, tombado pelo Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), foi residência de João Rodrigues
Teixeira, empresário da indústria de alimentos do Rio de janeiro, representa
modelo arquitetônico do período de urbanização de Botafogo, porém a área
é limitada e as instalações inadequadas às necessidades de um museu,
aliava-se a isto o fato do inconveniente de dividir o espaço com o Projeto
Rondon, com a garagem do Ministério do Interior e Defesa Civil.
Nos dez anos seguintes a Instituição realizou diversos projetos pesquisa
com o apoio da FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos e do CNPQ –
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico nos grupos
indígenas Xavante, Paresi e Iranxe.

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Realizou diversos cursos, entre eles “A Educação através do Museu”,
direcionado aos educadores, que tinha a proposta de analisar a
responsabilidade do texto didático, que até então incutia na mente do
educando, uma imagem distorcida e empobrecida do modelo da vida tribal
das sociedades indígenas.
Para o público escolar criou exposições itinerantes e instituiu o
monitoramento da exposição permanente utilizando guias bilíngües, com o
intuito de maximizar o atendimento ao público estrangeiro.
Nos anos noventa, o Museu do Índio passa pela pior crise desde a
sua criação, apesar de que naquela época não dividia mais o espaço com
outros órgãos. As instalações encontravam-se precárias e os serviços de
atendimento ao público estavam paralisados. Em 1993 completava dois
anos que não se realizava exposições, nem mesmo os já tradicionais
eventos em comemoração ao Dia do Índio, em abril. A precariedade das
instalações colocava em risco a integridade de seu valioso acervo.
O Museu foi considerado pela própria FUNAI, como sua pior unidade,
cogitando-se a possibilidade de transferi-lo para Brasília.

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CAPÍTULO II - Novas Políticas institucionais e
mudanças administrativas
Resumo: Aborda os direitos indígenas assegurados pela Constituição
Federal de 1988, comenta o novo papel da Fundação Nacional do Índio e a modernização do Museu do Índio depois da crise de 1993.
1. - A Constituição de 1988
Antes de comentar os direitos indígenas assegurados pela
Constituição de 1988, faremos um breve histórico do tratamento dispensado
aos índios nas Constituições anteriores.
Com o fim da 1º República em 1930, Getúlio Vargas promove a
elaboração de uma nova Constituição. Assim em 1934 é promulgada a
Nova Carta Magna, abordando a questão indígena sob a mesma visão do
período colonial, conforme confere o art. 5º, inciso XIX, letra m, que enfatiza
a incorporação dos índios à comunhão nacional. É evidente o não
reconhecimento da diversidade cultural existente nas sociedades indígenas.
A Constituição de 1934, em seu art. 129 apenas reconhece a posse
de seus territórios aos índios que o ocupam permanentemente.
Art. 129 – “Será respeitada a posse das terras dos silvícolas que nelas se
achem permanentemente localizados, sendo-lhes, no entanto vedado
aliená-las.”
No Congresso Constituinte de 1946 ocorre novas discussões sobre o
relacionamento do Estado e os povos indígenas, mas prevalece a ideologia
predominante de incorporação dos índios à comunidade nacional e mantém
a posse da terra.

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Na realidade as constituições de 1937 a 1969 não modificam a
relação do Estado com os povos indígenas, mantendo as mesmas idéias já
previstas nas Cartas Magnas anteriores. O índio é reconhecido como sujeito
transitório enquanto estivesse sendo preparado para “ingressar na
civilização”.
A Constituição de 1988 tem duas inovações conceituais em relação
às Constituições anteriores. Abandona a perspectiva assimilicionista, que
via os índios como categoria social transitória, predestinados ao
desaparecimento, estabelecendo novos pontos para as relações entre o
Estado, a sociedade brasileira e os povos indígenas e a definição do direito
á suas terras enquanto direito originário, ou seja, reconhece o fato histórico
de que os índios foram os primeiros ocupantes do Brasil. A atual
Constituição reconhece o direito à diferença, quando assegura aos povos
indígenas o respeito à sua organização social, costumes, línguas, crenças e
tradições, conforme reza o art. 231:
“São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes,
línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que
tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer
respeitar todos os seus bens.”
§1º “São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles
habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades
produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais
necessários ao seu bem-estar e as necessárias à sua reprodução física e
cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.”
Segundo o Diretor do Museu do Índio, José Carlos Levinho, “até hoje,
muito pouco foi feito para sustar o persistente e consistente processo de
exclusão cultural a que estão sujeitos os índios no Brasil. As mudanças
introduzidas pela Constituição de 1988 trouxeram progressos significativos

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relacionados à questão fundiária. Perto de 13% da superfície do país é
reconhecida como sendo de ocupação indígena. Entende-se que, para os
povos indígenas, a preservação do território é condição indispensável à sua
reprodução física e cultural. Todavia, nenhum avanço em termos de
medidas concretas é percebido no que se refere à valorização e
preservação da cultura indígena. Na história das relações entre os índios e o
Estado, o movimento que se verifica é justamente o contrário, o de integrá-
los à sociedade nacional. Isto é, mudar o seu modo de produzir, de morar,
de comer, de tratar suas doenças, de dar nomes, em suma, o modo de
conceber e se relacionar com o mundo”.
“A questão cultural ficou circunscrita a uma assistemática coleção
museográfica, muitas vezes destituída da vivência informada pelo contexto
em que as peças foram produzidas, e a controles sobre a produção do saber
e do discurso sobre o índio, que culminam nas previsões legais para punir
atitudes que impliquem no desrespeito aos usos, costumes e tradições
indígenas: escarnecer cerimônia, rito, uso, costume ou tradição culturais
indígenas, vilipendiá-los ou perturbar, de qualquer modo, a sua prática, está
sujeito a pena de detenção, diz a lei. Limita-se, assim, a questão a iniciativas
que visam evitar que os índios e seu modo de vida sejam objeto de
manifestações preconceituosas” (José Carlos Levinho – Diretor do Museu
do Índio).
Observa-se que faltam políticas para preservar, promover e divulgar
o conhecimento desenvolvido pelas sociedades indígenas e de apoio à
reprodução desses conhecimentos.
As instituições que abrigam acervo de natureza etnográfica, como o Museu
do Índio, são as que mais dificuldades têm encontrado para sair do
abandono a que estão sujeitas nos últimos anos. De um modo geral, os
investimentos, sejam eles públicos ou privados, estão longe de atender às
necessidades das áreas da cultura. Deste modo, os segmentos pouco
prestigiados, como o etnográfico, tendem a sofrer um impacto muito maior.

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A situação tende a mudar, uma vez que o artigo 215 da Constituição
de 1988 reafirma a compreensão da cultura como direito humano
fundamental:
“Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos
culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a
valorização e a difusão das manifestações culturais.
§ “1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares,
indígenas e afro-brasileiras e das outros grupos participantes do processo
civilizatório nacional”.
A Emenda Constitucional 48, de 10 de agosto de 2005, alterou o Art.
215 da Constituição Federal, incluindo o parágrafo terceiro, que cria o Plano
Nacional de Cultura, que tem por finalidade o planejamento de políticas
públicas de longo prazo voltadas á proteção da diversidade cultural
brasileira:
§ 3º ”A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual,
visando ao desenvolvimento cultural do País e à integração das ações do
poder público que conduzem à:
I – defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro;
II – produção, promoção e difusão de bens culturais;
III – formação de pessoal qualificado para gestão da cultura em suas
múltiplas dimensões;
IV – democratização do acesso aos bens de cultura.
V – valorização da diversidade étnica e regional. “ (NR)

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A proposta inicial de diretrizes gerais para o primeiro Plano Nacional
de Cultura da história democrática brasileira, elaborada pelo Ministério da
Cultura, Comissão Permanente de Educação e Cultura da Câmara dos
Deputados e a organização Social Centro de Gestão e Estudos Estratégicos
– CGEE, atualmente vem sendo submetida á apreciação da sociedade,
através de seminários e debates sobre as diretrizes que formarão o Plano
Nacional de Cultura, para posteriormente ser encaminhado aos poderes
legislativo e executivo para aprovação.
1.1.- O papel da FUNAI - FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO
Ao ser criada, em 1967, a FUNAI - FUNAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO
tem a atribuição de integrar os índios à sociedade nacional, sendo
responsável por todos os aspectos relacionados à vida dos índios,
exercendo assim, o papel de tutor. A Lei 6001, de 10 de dezembro de
1973, conhecida como o Estatuto do Índio fornece o amparo legal para
isto.
As atuais garantias constitucionais advindas da promulgação da
Constituição da República Federativa do Brasil, 05 de outubro de 1988,
em especial aquelas contidas no “Título VIII – Da Ordem Social –
Capítulo VIII – Dos índios”, deixa de lado a tradição legislativa e jurídica
da necessidade imperiosa da integração e da assimilação dos índios e
impõe um novo paradigma, pautado no princípio de que os índios têm o
direito à manutenção de suas identidades, de seu modo de vida, de suas
formas de ver e de estar nesse mundo, cabendo ao Estado garantir
condições dignas para sua sobrevivência e para o convívio equilibrado
com os demais segmentos da sociedade nacional.

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A responsabilidade sobre a saúde indígena é transferida para a
FUNASA – Fundação Nacional de Saúde, através Lei 8.080, de 19 de
setembro de 1999, atualizadas pelas Leis 9.836/99 e 11.108/05 e
Decreto 3.156, de 27 de agosto de 1999 e a educação para os Estados e
os Municípios, conforme Decreto n.º 26, de 04 de Fevereiro de 1991.
Desta forma a FUNAI, perde a função de órgão integracionista e o papel
de tutor, restando a responsabilidade sobre as questões fundiárias e
manejo adequado do meio ambiente.
Atualmente a FUNAI, órgão indigenista oficial, vinculado ao Ministério
da Justiça, responsável pela coordenação das ações do governo federal
destinadas a assegurar os direitos constitucionais dos povos indígenas
no País, tem como principais atribuições a garantia dos territórios
indígenas, por meio de uma política de demarcação, fiscalização e
retirada de invasores, ação que assume relevância primordial entre os
fatores determinantes de saúde e manejo adequado do meio ambiente e
ainda de fazer o acompanhamento das ações de saúde desenvolvidas
em prol das comunidades indígenas. (Decreto 3.156/1999). O mesmo se
aplicando à área de educação.
Concluindo, o papel da FUNAI “não dever ser só o de implementar
programas, mais desenvolver as linhas das políticas que deverão ser
implementadas pelo Governo Federal no bojo da ação direta dos
Ministérios”. (Márcio Meira – Presidente da FUNAI - Fundação Nacional
do Índio - Boletim Eletrônico n.º 16 – ano 5- Direitos Humanos e Saúde –
Anexo 5).

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2 – Repensar a instituição
- Por onde começar? - 1993
Esta foi a primeira pergunta para iniciar o processo de recuperação
de uma instituição que enfrentava a pior crise de sua história. A
instituição criada em 1953 e depositária do mais importante acervo
etnográfico contemporâneo da América Latina, possuindo
aproximadamente quinhentos mil documentos microfilmados, cinqüenta
mil imagens e quatorze mil objetos de cerca de cem povos indígenas,
sendo alguns já extintos. Este acervo, que em sua grande maioria, foi
recolhido no final do século XIX e início do século XX, possuindo
importância histórica e cultural incalculável, capaz de revelar aspectos
fundamentais da identidade do povo brasileiro e das sociedades
indígenas, encontrava-se em completo abandono e seriamente
ameaçado.
Com instalações precárias, todos os serviços paralisados, a visitação
pública interditada e administrativamente desorganizado. O nível de
desmotivação dos servidores era surpreendentemente alto, cerca de
90% deles manifestavam desejo de transferir-se para outras instituições.
As primeiras especulações feitas pela FUNAI foi fechá-lo
definitivamente ou transferi-lo para Brasília, transformando-o em um
centro de documentação.
Os servidores, em sua maioria, técnicos, que enquanto estudantes,
foram estagiários da instituição, tendo ali seu primeiro contato com a
literatura etnológica e com os povos indígenas, buscaram o apoio do
sindicato da categoria e da mídia televisiva para tornar público a
ineficiente gestão administrativa que levou a instituição a situação de
degradação a que se encontrava.

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A ECO-92 – Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente
e Desenvolvimento trouxe para o país expressiva linha de financiamento
e o Museu do Índio não deixou de ser contemplado. O convênio para a
recuperação do prédio tombado pelo IPHAN foi assinado e os recursos
liberados, porém a obra foi paga, mais não foi concluída. As condições
de trabalho eram insalubres, o mato tomava conta dos jardins, paredes
mofadas devido às infestações e goteiras nos telhados.
Depois de muita insistência, a comissão de servidores teve êxito em
marcar uma reunião de negociação com a Presidência da FUNAI para
mudar os rumos da única instituição técnico – científica exclusivamente
dedicada às culturas indígenas no Brasil. Após exaustiva negociação a
FUNAI reduz a estrutura do Museu, transformando quatro Divisões em
Serviços e nomeia, em 30 agosto de 1993, a funcionária de carreira,
Antropóloga Jussara Viera Gomes para dirigir a Instituição e mais tarde,
em 09 de junho de 1995 , o Antropólogo José Carlos Levinho assume a
Direção do Museu do Índio. (Anexos organograma 1992 e organograma
1994).
A nova Direção tinha ali um grupo de funcionários que queria ser visto
como parceiros e não apenas como cumpridores de obrigações. Decidiu-
se que dali por diante teriam que trabalhar em equipe, com vontade e
dedicação para romper o conformismo e a morosidade burocrática que,
de certa forma contribuíram para o caos da instituição.
O processo de degradação do Museu do Índio também era
decorrente de anos de falta de investimento em infra-estrutura e
manutenção. A instituição cultural inserida numa estrutura inadequada –
um órgão assistencial, ligado ao Ministério da Justiça, cuja política
institucional sempre esteve voltada para a área assistencial e questões

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fundiárias, compreensivamente, priorizava as questões relacionadas á
sobrevivência física dos índios.
Ora, o fato do Museu estar ligado à um órgão assistencial, criava
muitas dúvidas quanto a qual era o seu papel, as poucas vezes que a
FUNAI procurou dar uma função para o Museu em sua estrutura foi
tentando transformá-lo em um Centro de Documentação textual ou
audiovisual. Desta forma percebeu-se que a primeira coisa a fazer era
definir claramente qual era o seu papel, quem era o seu cliente, assim de
acordo com sua vocação, restringiram-se as questões de preservação e
difusão da documentação,
O Museu do Índio guarda acervo de populações contemporâneas,
sendo cada uma delas protagonista de uma história de percalços e
conflitos. O Museu do Índio, portanto não se constitui numa instituição
voltada apenas para o passado, mas necessariamente voltada para o
futuro.
Assim, percebeu-se que o Museu do Índio tem duas categorias de
clientes, seus visitantes e os povos indígenas, que o tem como
referência na reunião de informações a seu respeito.
2.1 – Estabelecendo prioridades
Como ponto de partida para reverter o quadro de crise em que se
encontrava, definiu-se que o principal organizador do Museu seria uma
política de preservação do seu acervo, que deveria ser desenvolvida
paulatinamente, de forma integrada e envolvendo todos os aspectos do
problema a serem trabalhados – instalações físicas, mobiliários,
conservação, acondicionamento, tratamento técnico, treinamento de pessoal
etc.

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Optou-se também por adotar um plano de trabalho consistente do
ponto de vista técnico e profundamente detalhado em relação ao acervo.
Este plano teria entre outros objetivos os de organizar as atividades do
Museu e captar recursos.
Iniciou-se assim um programa de modernização na qual se pode
destacar:
• Estabelecimento de parcerias junto a outros órgãos públicos, iniciativa
privada e entidades estrangeiras;
• Reestruturação física e administrativa de modo a obter maior
aproveitamento e agilidade;
• Regulamentação dos procedimentos institucionais e a respectiva
adequação profissional;
• Captação de recursos através de projetos e geração de receita.
Era importante também ancorar todo o programa de modernização em
um sistemático trabalho de recuperação da credibilidade da instituição tanto
internamente, junto aos funcionários, quanto externamente, junto ao público
do Museu.
Elaborou-se um grande projeto de revitalização do Museu, que foi
apresentado a várias empresas, a maioria estatal, sem êxito algum. Após
muita insistência o Museu recebeu a visita de uma equipe de técnicos de
uma grande estatal que não demonstrou a menor sensibilidade com os
problemas da instituição.
O prédio de exposições estava fechado, sem condições alguma de
abrigar uma mostra, por menor que fosse. Deste modo decidiu-se utilizar
duas salas do prédio anexo para marcar a reabertura do Museu do Índio ao
público.

26
Com poucos recursos, os funcionários contribuíram não só com o
trabalho intelectual, mais também em atividades operacionais. O apoio dos
comerciantes locais, que contribuíram com a doação de materiais diversos
(elétrico, pintura, limpeza, etc.), foi de suma importância para a realização
das tarefas de reorganização do espaço físico do Museu. Formando uma
grande equipe os servidores realizaram desde o serviço de pintura até a
montagem da exposição. Em Dezembro 1993, foi inaugurada a exposição
temporária “Viva Yanomami” marcando a reabertura do Museu ao público.
Muitas outras exposições se sucederam: “Índios Guarani”, “Mãos Indígenas:
a arte que vem da floresta” – Shopping da Gávea, “Grafismo Indígena”,
“Mascaras Indígenas” e “Museu do Índio – 40 anos: uma retrospectiva”.
No seu quadragésimo aniversário o Museu realizou diversas
atividades lúdicas: Teatro de bonecos: “Nossa”! Que gente é essa”,
Contação de histórias e as peças infantis Anjos da Rua” e ”Pintura corporal
indígena”.
As atividades acima marcaram a reabertura do Museu ao público, mas
as atividades de pesquisa também ganharam um novo fôlego, e neste ano,
o Serviço de Pesquisas do Museu do Índio realizou os seguintes trabalhos:
• Participação na coordenação do Grupo de Trabalho de delimitação de
quatro áreas indígenas Guarani no Rio Grande do Sul
• Iniciou a pesquisa sobre o acervo referente aos índios Guarani do
litoral sudeste do Rio de Janeiro, existente no Museu.
• Realizou levantamentos bibliográficos e documentais e deu parecer
técnico em diversos processos.
Em 1994, cerca de 70% do prédio de exposições era reaberto, após a
realização de obras para a recuperação do telhado, das portas, do piso,
janelas, descupinização e pintura interna e externa.

27
Os recursos para a realização das obras foram liberados pela FUNAI,
paulatinamente, de acordo com as etapas concluídas. Uma grande parcela
do trabalho foi realizada pela equipe de manutenção do próprio Museu,
desta forma foi possível otimizar a aplicação dos recursos liberados.
A reabertura do prédio central, destinado à exposições permanentes,
ocorreu em 04 de novembro de 1994 com a exposição “Cenas do cotidiano
indígena”.
Neste ano iniciou-se a reestruturação do Museu do Índio. Com a
estrutura física e administrativa organizada, deu-se início á política de
preservação dos acervos. Cada um dos Serviços responsáveis por acervos
– Museologia, Documentação, Biblioteca e Registro Audiovisual iniciaram o
levantamento dos bens, dando início á adoção dos procedimentos básicos
para seu tratamento, através de uma avaliação criteriosa de seu estado de
conservação e de seu potencial de uso. O trabalho resultou na elaboração
de vários projetos, que incluía a compra de equipamentos para suas
Reservas Técnicas, levando em consideração as normas de conservação de
acervos e o melhor aproveitamento do espaço físico disponível.
Os diferentes tipos de acervos foram inventariados e processados
tecnicamente. Criou-se uma rede informatizada para agilizar os trabalhos
de recuperação de informações. Revitalizou-se o Museu enquanto espaço
científico-cultural, voltado para a divulgação da temática indígena junto ao
grande público e para o estudo e conhecimento das diferentes sociedades
indígenas.
Em 1997 o Museu do Índio recebe prêmio do Segundo Concurso de
Experiências Inovadoras de Gestão na Administração Pública Federal,
promovido pela ENAP – Escola Nacional de Administração Pública, com o
projeto: Revitalização e Modernização do Museu do Índio.
O Museu adotou um novo modelo de trabalho, buscando sempre a
orientação e a colaboração de especialistas das diversas áreas de sua

28
atuação e intensificou as parcerias com os índios, resultando na montagem
de exposições temáticas. Desta experiência nasceu o espaço “Museu das
Aldeias”, onde os índios realizam exposições temáticas com o apoio técnico
do Museu do Índio.
Em 22 de março de 2002 o Museu inaugura a exposição “Tempo e
Espaço na Amazônia: os Wajâpi”, projeto concebido e executado dentro do
novo modelo de trabalho, com a curadoria da antropóloga Prof. Dra.
Dominique Gallois, do Departamento de Antropologia e Coordenadora do
Núcleo de História Indígena e do Indigenismo da Universidade de São Paulo
– USP, que desenvolve pesquisa etnográfica entre os Wajãpi e os Zóé. Os
índios Wajãpi participam ativamente no trabalho, confeccionado todo o
material a ser exposto, cerca de 400 peças, incluindo a construção de uma
casa ambientada nos jardins do Museu. Deste trabalho publicaram-se dois
livros – um sobre a arte Kusiwa – pintura corporal e arte gráfica Wajãpi e
outro sobre a casa Wajãpi.
O projeto incluiu ainda a exposição itinerante “Roças, Pátios e
Aldeias”, projetada para itinerar em pequenos centros culturais e casas de
cultura e o jogo” Um Dia na Aldeia Wajãpi, onde, sobre um tapete cenário,
as crianças desenvolvem, com peças etnográficas, atividades relacionadas
á preparação da festa do milho, apresentada na exposição Wajãpi.
Em 2002 o Museu encaminha ao Ministério da Cultura a “Arte
Kusiwa”, para nos termos do Decreto 3.551, de 2000, ser reconhecida
como Patrimônio Cultural do Brasil. A “Arte Kusiwa” foi o primeiro bem
cultural indígena registrado no Livro dos Saberes do patrimônio imaterial.
Em 2003 a UNESCO confere a Arte Kusiwa o título de “Obras Primas do
Patrimônio Imaterial da Humanidade”
.
O projeto “Implantação de exposição de longa duração”, que recebeu
o título “Tempo e Espaço na Amazônia: os Wajâpi” foi concluído em dois

29
anos, após liberação dos recursos pela Fundação Vitae e o apoio de outras
instituições: Ministério da Cultura, Governo do Amapá, NHII/USP – Núcleo
de História Indígena e do Indigenismo da USP, Centro de Trabalho
Indígena, APINA – Conselho Nacional das Aldeias Wajãpi e CEREDEM –
Centre Europèen de Recherche et Dèveloppement Multmèdia.
Atualmente o Museu do Índio apresenta a exposição “A Presença do
Invisível: Vida Cotidiana e Ritual entre os Povos Indígena do Oiapoque,
projeto financiado pelo BNDES, FUNAI - Fundação Nacional do Índio e
Ministério da Cultura; exposições temporárias no espaço: Muros do Museu –
mostra fotográfica: Retratos Ashaninka e no espaço Museu das Aldeias:
Ritual da Imagem: Arte Assurini do Xingu.
2.1.1 - Captação de recursos
Nos anos 90 acreditava-se na fantasia que o assunto “índio” era um
facilitador para a busca de financiamento, mais a realidade não era bem
assim. Enquanto não se demonstrou a capacidade da instituição em se
recuperar, enquanto não se angariou o mínimo de credibilidade, as
empresas e entidades financiadoras não se dispunham a investir no Museu.
Os projetos foram enviados à várias instituições financiadoras, até que o
projeto “Higienização e Acondicionamento do Acervo Fotográfico”
encaminhado ao Programa de Apoio a Museus Brasileiros da Vitae foi
aprovado, com cortes, cerca de apenas nove mil reais. Os servidores
comemoram como se tivessem passado em um teste.
O apoio da Vitae teve um efeito multiplicador bastante relevante. Com
o projeto aprovado em mãos iniciou-se a busca junto à FUNAI e ao
Ministério da Cultura e outras instituições de contrapartidas para o
financiamento recebido, conseguindo assim a totalidade de recursos que o
projeto requeria.

30
Esta prática passou a ser adotada para todos os projetos que se
sucederam, nem sempre surtia o efeito desejado, mais quando ocorria o
salto era relevante.
A Fundação Vitae financiou projetos em basicamente todas as áreas
de atuação do Museu do Índio, num total de nove projetos, bem como o
Ministério da Cultura e o BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento
Social.
• 1996 - Higienização e acondicionamento do acervo fotográfico;
• 1997 - Instalação de equipamento de Segurança;
• 1998 - Higienização e acondicionamento do acervo
museológico;
• 2000 - Implantação de exposição de longa duração (incluída a
recuperação da estrutura e do interior do prédio central);
• 2000 – Climatização do prédio central;
• 2001 - Conservação de obras raras da biblioteca Marechal
Rondon;
• 2002 - Aperfeiçoamento da Exposição de Longa duração e
produção de material educativo;
• 2002 - Treinamento de funcionário do Museu em técnicas de
conservação;
• 2003 - Digitalização dos documentos fotográficos do fundo
Serviço de Proteção aos Índios;
• 2004 - Equipamento para acondicionamento do acervo de
armas.
• 2006- O Museu do Índio de Cara Nova.
No final dos anos 90 o Governo Federal instituiu o Plano Plurianual
como ferramenta de gestão para melhorar a qualidade da aplicação dos
recursos públicos disponíveis e para estimular a participação da iniciativa

31
privada em investimentos de interesse público, conforme previsto no Art.
165 da Constituição Federal de 1988.
Durante a discussão de avaliação das ações do PPA 1996-1999, o
Museu do Índio conseguiu que a FUNAI, incluísse em seu orçamento quatro
ações sob a responsabilidade do Museu, para os exercícios 1998 e 1999:
Funcionamento do Museu Índio, Preservação do Patrimônio Cultural
Indígena, Difusão do Patrimônio Indígena e Edição e Distribuição do
Material Produzido pelas Sociedades Indígenas. Pela primeira vez no
Brasil, o orçamento da União contemplava recursos específicos para ações
voltadas à preservação e difusão do patrimônio cultural das populações
indígenas.
Os valores liberados eram pequenos, porém representaria a
autonomia da Instituição cultural, que dali por diante poderia planejar suas
ações e estabelecer metas de médio e longo prazo.
Percebeu-se que para a implantação do PPA seria necessário definir a
missão da instituição, os objetivos, as metas a serem atingidas, as linhas de
ação, os programas e implementar ferramentas de acompanhamento do
cumprimento dessas metas. Desta forma, instituíram-se as seguintes
ferramentas de controle e acompanhamento: a “Ficha de
Projeto/subprojeto”, o “Cronograma de Projeto ”(mensal), o “Relatório de
Andamento de Projeto” e o “Cronograma Anual de Projetos/Programas”.
O Museu estabeleceu cinco linhas de ação para o cumprimento de sua
missão:
• Proteção e salvaguarda do patrimônio cultural indígena, de natureza
material e imaterial;
• Produção e disseminação de informações sistematizadas para
diferentes segmentos de público;
• Exercício permanente da missão educativa desempenhada pelo
Museu desde a sua criação, em especial junto aos jovens,
• Cooperação técnica e intercâmbio científico-cultural e

32
• Política institucional de permanente aperfeiçoamento de seus
recursos humanos e materiais. (Fonte: Museu do Índio – Missão,
Programas e Projetos – 2008)
As linhas de ação serão implementadas pelos seguintes programas:
• Programa de Preservação: Conservação e Restauro;
• Programa de Pesquisa e Documentação;
• Programa Educativo;
• Programa de Comunicação;
• Programa de Cadastro do Patrimônio Cultural Indígena e
• Programa de Gestão e Modernização Institucional. (Fonte: Museu do
Índio – Missão, Programas e Projetos – 2008)
A recuperação e a modernização do Museu do Índio foi o resultado do
esforço e dedicação de seus servidores, que em equipe, cada qual na sua
especialidade, participaram ativamente no planejamento do ressuscitamento
da instituição, que em primeiro momento compreendeu a recuperação de
sua estrutura física e posteriormente, envolveu a definição da missão
organizacional, no estabelecimento dos seus objetivos e na busca de
alternativas para o alcance destes objetivos, através de linhas de ação e
programas, somados á implementação de ferramentas de controle que
permitiria a avaliação do resultado alcançado. (Anexo 4 - relação de
atividades, ações de preservação dos acervos e recuperação de instalações
físicas).
O resultado pode ser medido pela satisfação do público, à medida que
torna acessível, especialmente às comunidades indígenas contemporânea,
as informações culturais e históricas produzidas por seus povos ou a estes
referenciadas, resultantes dos trabalhos de preservação, pesquisa e
documentação.

33
CAPÍTULO III
OS REFLEXOS DA REFORMA ADMINISTRATIVA NO MUSEU
DO ÍNDIO
Resumo: Comenta as reformas administrativas de 1937, 1964 e a Reforma
Administrativa Gerencial Brasileira, criada a partir do Plano Diretor da
Reforma do Aparelho do Estado de 1995.
A primeira grande reforma administrativa no Brasil deu-se em 1937,
durante o governo do Presidente Getúlio Vargas, que tinha como
pressuposto a padronização da administração de material. Nesta reforma
Introduziu-se a concepção de orçamento como plano de administração e
critérios de recrutamento e aprimoramento de pessoal.
Maurício Nabuco, encarregado de estudar o assunto juntamente com
Luiz Simões Lopes, propõem três diretrizes: definição de critérios
profissionais para o ingresso no serviço público, desenvolvimento de
carreiras e o estabelecimento de regras de promoção baseadas no mérito.
O DASP – Departamento de Administração do Serviço Público é
criado neste período para programar estas diretrizes, supervisionar a
administração pública e formar os administradores públicos. O
Departamento tinha ainda a função de fixar o orçamento nacional.
Este foi o primeiro processo planejado de reforma administrativa. Com ele
foi implantada a administração pública burocrática e a afirmação dos
princípios centralizadores e hierárquicos da burocracia clássica.

34
Para Gileno Fernandes Marcelino (FGV2003) (...) “a característica
mais marcante deste período foi conferir maior ênfase à reforma dos meios
(atividades de administração geral) do que a reforma dos fins (atividades
substantivas)”.
O “modelo clássico” da administração pública brasileira, assim
denominado por Macelino (1987), perdeu força após 1945 com a queda do
Estado Novo.
A Reforma Administrativa de 1964
Segundo o Dr. Pedro Paulo Almeida Dutra, Professor Titular de
Direito Administrativo da UFMG, “o Decreto-Lei n. 200 de 25/02/1967 foi a
primeira tentativa de reforma gerencial da administração pública brasileira e
de superação da rigidez burocrática, podendo, portanto, ser considerada
como um primeiro momento da administração gerencial no Brasil.
Toda a ênfase foi dada à descentralização, mediante a autonomia da
administração indireta, a partir do pressuposto da rigidez da administração
direta e de maior eficiência da administração descentralizada.
Instituíram-se, como princípios de racionalidade administrativa, o
planejamento do orçamento, a descentralização, a delegação de
competência e o controle.
Através da flexibilização da administração, buscava-se maior
eficiência nas atividades econômicas do Estado.
Nas unidades descentralizadas foram contratados empregados
celetistas, submetidos ao regime privado de contratação do trabalho.
O momento era de grande expansão das empresas estatais e das
fundações.

35
A grande contribuição do DL nº. 200/67 foi ter sistematizado a divisão
da administração pública brasileira em direta e indireta. Tal estrutura é a
mesma consagrada no art. 37, caput e incs. XVII e XIX, intocada pela
Emenda Constitucional nº. 19/98, que adota o mesmo desenho estrutural.
O Decreto-Lei nº 200/67 produziu duas conseqüências inesperadas e
indesejáveis. De um lado, permitiu a contratação de empregados, sem
concurso público, o que facilitou a sobrevivência de práticas patrimonialistas
e fisiológicas. Por outro lado, não se preocupou com mudanças no âmbito
da administração direta ou central, que foi vista pejorativamente, como
burocrática ou rígida, deixou de realizar concursos e de desenvolver
carreiras de administradores públicos de alto nível.
A Reforma Gerencial da Administração Pública de 1995
A Reforma Gerencial da Administração Pública de 1995, mais
conhecida como “Reforma Administrativa, foi definida no Plano Diretor da
Reforma do Aparelho do Estado de 1995, elaborado pelo MARE – Ministério
de Administração e Reforma do Estado, discutido e aprovado pela Câmara
de Reforma do Estado, em setembro de 1995 e aprovado pelo Presidente
da República em Novembro do mesmo ano.
Segundo o Prof. Bresser Pereira, no Brasil ocorreram apenas duas
verdadeiras reformas administrativas: a primeira foi a reforma burocrática,
ou reforma do Serviço Público, que tinha por objetivo formar um serviço
público especializado e a segunda, a Reforma Gerencial da Administração
Pública que conferiria maior agilidade aos processos e aos regulamentos
burocráticos e ainda daria maior autonomia e responsabilidade às agências
governamentais e aos seus gerentes.
Podem-se destacar os seguintes pontos desta Reforma:

36
a) A descentralização dos serviços sociais para estados e municípios;
b) A delimitação mais precisa da área de atuação do Estado,
estabelecendo-se uma distinção entre atividades exclusivas do Estado,
que envolvem o poder do Estado e devem permanecer no seu âmbito,
as atividades sociais e científicas, que não lhe pertencem e devem ser
transferidas para o setor público não-estatal, e a produção de bens e
serviços para o mercado.
c) A distinção entre atividade de núcleo estratégico, que devem ser
efetuadas por políticos e altos funcionários, e as atividades de serviços,
que podem ser objeto de contratações externas;
d) A separação entre a formulação de políticas e sua execução;
e) Maior autonomia para as atividades exclusivas do Estado que adotarão
a forma de agências executivas;
f) Maior autonomia para os serviços sociais e científicos que o Estado
presta que deverão ser transferidos para as organizações sociais sem
fins lucrativos, contemplada no orçamento do Estado (hospitais,
universidades, escolas, centro de pesquisa, museus etc.),
g) A privatização de empresas estatais que produzam bens e serviços
para o mercado;
h) A terceirização das atividades de apoio para o setor privado, desde
serviços simples como segurança, limpeza, até os mais complexos
como consultoria e serviços de computação;
i) O fortalecimento do núcleo estratégico do Estado, onde as decisões
são tomadas por políticos e altos funcionários,
j) Mudanças no Regime Jurídico Único, com o estabelecimento de um
regime trabalhista único para todos os servidores públicos,

37
k) Estabelecimento de uma nova política de recursos humanos,
estabelecendo que apenas os membros de carreiras típicas de Estado,
envolvidos em atividades exclusivas do mesmo, deveriam continuar a
ser recrutados anualmente,
l) Suspensão da contratação das atividades de apoio, que deveriam ser
terceirizadas e das atividades sociais e científicas que deveriam ser
transferidas para o setor púbico não-estatal.
Algumas características essenciais da Reforma Administrativa tais como
a descentralização dos serviços sociais para os estados e municípios e a
privatização de empresas estatais que produzem bens e serviços para o
mercado são idéias anteriores ao Plano Diretor de 1995, mais que foram
aprovadas na atual reforma. A proposta mais inovadora foi transferir as
atividades sociais e científicas para o setor publico não-estatal,
transformando-as em organizações sociais.
Das medidas acima listadas, as relacionadas aos recursos humanos
tiveram maior reflexo no Museu do Índio. Segundo Regina Silva Pacheco,
“o ritmo de aposentadoria tende a aumentar cada vez que o sistema é
questionado”. Tal fato ocorreu no Museu, visto que no período de 1991 à
1998, cerca de 30% dos servidores se aposentaram, temendo que o sistema
de aposentadoria fosse reformado. Basicamente quase a totalidade dos
servidores que tinham o direito à aposentadoria por tempo de serviço
proporcional, o fez naquela época.
O quadro funcional sofreu redução também com a adesão de
servidores ao Plano de Demissão Voluntária, redistribuição para outros
órgãos e falecimentos. Considerando que a FUNAI, órgão a que o Museu
está vinculado, é uma administração indireta e que a reforma administrativa
previa novo recrutamento apenas para as “carreiras típicas de estado”, não
houve abertura de concurso para recompor o quadro funcional da FUNAI.

38
A reposição da mão-de-obra para a prestação de serviços de limpeza,
conservação, manutenção predial e recepção, foi terceirizada à medida que
ocorria a redução do quadro, (conforme previsto na reforma administrativa.
A terceirização apresentou solução apenas a carência das atividades
de apoio, não apresentando alternativa para a reposição dos demais cargos
que não podiam ser objeto de terceirização: bibliotecário, museólogo,
contador, administrador, antropólogo, arquivista, técnico de contabilidade
etc., deixando a Instituição com a sua capacidade técnica reduzida.

39
CONCLUSÃO
O Museu do Índio, ao longo dos últimos quinze anos se transformou
em um dos mais modernos museus do país. Todo o seu acervo etnográfico,
textual, fotográfico e fílmico está acondicionado, sistematizado e acessível
ao público nacional e internacional. Através de sua página na internet,
pode-se acessar a base de dados da Instituição e realizar pesquisa sobre os
mais diversos temas.
O seu acervo passou a ser tratado como patrimônio de povos
específicos, cujos descendentes ainda estão vivos e para os quais assume
uma nova condição, o de patrimônio étnico e é desta forma que estão
sendo colocados à disposição dos povos indígenas.
A parceria com os grupos indígenas tem sido crescente, desde a
participação na identificação de fotos, restauração de peças, identificação
de objetos e matérias-primas, bem como na realização de atividades
voltadas para o público infantil e os mais diversos trabalhos de interesse
recíproco, como, publicações, filmes, mostras fotográficas e etc.
O modelo de gestão implantado no Museu do Índio acompanha as
tendências atuais da administração gerencial, prezando pela qualidade,
transparência e o controle de resultado. A definição da missão da
Instituição, os objetivos, as ações, os programas e as metas a serem
atingidas são ferramentas fundamentais para uma administração mais
eficiente.

40
ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1 >> Organogramas;
Anexo 2 >> Relação de atividades Anexo 3 >> Reportagens; Anexo 4 >> Gráfico Anexo 5 >> Fotos

41
ANEXO 1 ORGANOGRAMA – SPI -1953

42
ANEXO 1 ORGANOGRAMA DO MUSEU DO INDIO - 1992

43
ANEXO 1 ORGANOGRAMA DO MUSEU DO ÍNDIO - 1994

44
ANEXO 2
Atividades desenvolvidas pelo Museu do Índio
1993
Exposições temporárias
• Viva Yanomami”
• “Índios Guarani”
• “Mãos indígenas: a arte que vem da floresta” – Shopping da Gávea
• Grafismo Indígena”
• “Máscaras indígenas”
• “Museu do Índio – 40 anos: uma retrospectiva”
Atividades e eventos
• Venda de artesanato dos índios Guarani das Aldeias de Araponga e
Bracuí
• Atividade permanente de exposição e demonstração de técnica de
Xilogravura
• Inauguração do novo espaço da Artíndia
• Sessões de vídeo sobre temática indígena
• Teatro de bonecos: “Nossa! Que gente é essa?”
• Contação de histórias
• Peça infantil “Anjos da Rua”
• Palestra: “O etnógrafo e indigenista Curt Minuendaju”
• 1ª e 2ª conferências de saúde para povos indígenas”
• Mostra de filmes etnográficos – FUNAI/ BSB e CCBB/ RJ
• “Pintura corporal indígena” – atividade educativa

45
• Cerimônia de entrega de medalha, diploma e placa de honra ao
mérito indigenista para Ismarth de Araújo Oliveira e João Domingos
Lamônica
Publicações:
• Jornal Museu ao Vivo 10
1994
Exposição permanente
• “Cenas do cotidiano indígena”
Exposições temporárias
• O Índio em teses” (reabertura da biblioteca)
• “A Natureza Recriada – Formas e Imagens”
• “Kambiwá de Pernambuco: estratégias de sobrevivência física e
cultural”
• “Mensagem para o século XXII”
• “Pipas de Temática Indígena”
• “Canadá-Brasil: dois países, um espírito”
• “A origem da humanidade”
Parcerias
• CCBB – mostra de vídeos
• Museu Nacional – Mostra comemorativa do centenário da Dra. Bertha
Lutz
• SESC – mostra audiovisual e programação
• Coordenadoria do Artesanato – mostra de inauguração da Artíndia de
Cuiabá/ MT

46
• Núcleo de Antropologia Visual do Laboratório de Antropologia da
UFRGS – II jornada internacional de antropologia visual
• Coordenadoria de Artesanato da sede da FUNAI – “Projeto
Revivendo”
• “projeto séculos indígenas”
• Parcerias com a Embaixada do Canadá, Instituto estadual do
Patrimônio Artístico e Cultural (INEPAC), Universidade Gama Filho,
UNIRIO e UFRJ
Publicações:
• Jornal Museu ao Vivo 11
• Jornal Museu ao Vivo 12
1995
Exposições temporárias
• Objetos, Formas e Cores da Arte das Sociedades Indígenas
Brasileiras”
• “Desenhos Kadiwéu”
• Exposição “O Rio de Janeiro também é terra de Índio” na I Semana
de Turismo da FACHA
• Objetos, Formas e Cores da Arte das Sociedades Indígenas
Brasileiras”
• “Desenhos Kadiwéu”
• Exposição “O Rio de Janeiro também é terra de Índio” na I Semana
de Turismo da FACHA
• Jardim Botânico. Montagem da exposição “Influência Indígena no
Artesanato Brasileiro”

47
Atividades e eventos
• Realização do evento “O Índio no Carnaval Carioca”
• Contação de histórias Moranduetá”
• “ Oficinas de Cerâmica e Cestaria”
Parcerias
• Biblioteca Nacional, Associação de Arquivistas Brasileiros,
Associação Brasileira de Antropologia e FUNARTE.
Publicações:
• Edição e distribuição do jornal Museu ao Vivo 12 e 13
• Edição do “Inventário Analítico do Arquivo do SPI”
• “Boletim Mensal” de novas aquisições da biblioteca
1996
Exposições temporárias
• Exposição fotográfica “Nandereko Kaiowá”
• Exposição fotográfica “Crianças Guarani Mbyá”
Atividades e eventos:
• Danças rituais
• Peça “Os Índios Invisíveis”
• Oficinas de cestaria e cerâmica Guarani
• Sessões de vídeo
• Pajelança realizada por Guarani e Kamayurá
• Campanha Viva Kaiowá, com a presença do Presidente da FUNAI, do
antropólogo Rubem Ferreira Thomaz de Almeida, de Gilberto Gil,
Milton Nascimento, Luiza Brunet e Viviane Senna(Dia do Índio
• Dança do Sondaro” por índios

48
Cursos e palestras
• Curso “Dimensões da Cultura Indígena II”
• Curso “Indexação para Recuperação da Informação”
• Apresentação de palestras em reunião da ABA em Salvador, na UFF,
no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, na UFRJ
• “Encontros de Estudos e Pesquisas”
Publicações
• Livro “Diários de Campo de Eduardo Galvão” – Museu do Índio e
UFRJ
1997
Exposições Temporárias
• Bet´rra: O Darcy dos Índios” (mostra fotográfica)
• “Uma viagem etnográfica: Urubu-Kaapor, Kadiwéu e Outros
Povos” (exposição etnográfica
Atividades e eventos
• Índios do Xingu apresentaram a luta Huka-Huka e a Dança do Javari (?)
• Concurso de desenho (parceria com Editora Ao Livro Técnico)
• Evento de lançamento do enredo do Grêmio Recreativo e Escola de
Samba Unidos do Anil para o carnaval de 1998 intitulado “A terra é
minha, eu vi primeiro, ninguém tasca”
• Evento “O Mundo é Multi – Cultura Afro-Brasileira”
• Evento “Vídeo que te quero verde”
• “Brincadeira de Índio” – dia da criança
• Peça infantil “Mágicas e Trapaças”

49
Cursos e palestras:
• III Curso de Férias “Dimensões da Cultura Kaapor”
• Coordenação da Palestra “Situação dos Índios da região amazônica
em discussão no MI”
• Palestra “O indigenista Noel Nutels”
• Palestra “A formação étnica do povo brasileiro”
Publicações:
• Publicação do “Inventário Analítico do Arquivo Permanente do Museu
do Índio – FUNAI – Documentos Textuais (1950/ 1994)”
• Boletim Museu do Índio nº. 7 “Grupos Indígenas Amanayé e Anambé,
do Pará”
• Boletim Museu do Índio nº 6 “Relatórios do Antropólogo Darcy
Ribeiro – 1949/1950”
1998
Exposições temporárias
• Da Aldeia à Internet: Imagens e fotógrafos do indigenismo brasileiro
(1890 a 1967)”
• “Índios Urbanos” (mostra fotográfica)
Atividades e eventos:
• Movimento e Expressão no Museu do Índio” – atividades para público
maior de 60
• Encontro “Nosso corpo, nossa casa”
• Colônia de Férias
• Teatro infantil – Contos Americanos
• Histórias, Músicas e Brincadeiras Guarani
• Danças dos índios Kuikuro
• Inauguração da casa xinguana (ambientação externa)
• Inauguração da sala interativa de exposição de máscaras

50
• - Realização do vídeo “Uné: casa xinguana”
Publicações:
• Lançamento das publicações “Inventário Analítico do Arquivo
Permanente do MI – FUNAI – Documentos Textuais (1950/1994);
Boletim 7.
• - Jornal do SACD – Serviço de Atividades Culturais do Museu do
Índio
1999
Atividades e eventos
• Dança do Grupo Tê”
• Novo vídeo institucional: “Navegando pelo Museu do Índio”
• Museu ao Vivo – série de programas para divulgação da questão
indígena junto ao público escolar e à TV Comunitária
• Lançamento da Home Page (apoio UNESCO)
• Museu ao Vivo on line
Publicações:
• Elaboração de dois números do Jornal do SACD
• Elaboração do Museu ao Vivo 18
• Boletim Museu do Índio nº 8 “Listagem dos Nomes dos Povos
Indígenas no Brasil”
2000
Exposição permanente
• Corpo e Alma Indígena” – grande exposição, a primeira desse porte
nos últimos 12 anos
• “A arte de viver indígena” no Museu Pataxó
Atividades e eventos
• “Brincando no Museu” – atividade infantil de fim de semana

51
• Festa krahó” – cantos, danças e corrida de toras
• Lançamento do site “Línguas indígenas do Brasil”, em parceria com o
Museu Nacional
• Apresentação do Coral Guarani – Dia da Criança
• Paixão de Ler – contação de histórias
• “Uma noite no Ká”, peça realizada pelos krahó no Teatro Carlos
Gomes (parceria Museu do Índio e União das Aldeias Krahó)
• Projeto “Índios Guiam Visitantes”, parceria com a Secretaria Municipal
de Cultura
• Construção da jurá pelos Wajãpi
• Reambientação das casas Guarani, Kuikuro e Apurinã
Parcerias e colaborações:
• Colaboração na exposição “Entre Dois Mundos: Índios Pacificados`-
Imagens da X comissão Rondon – Top Shopping / Nova Iguaçu
• Colaboração na mostra “Pintura Corporal Indígena: Uma maquiagem
social” no Espaço Fazenda Alegria
• Vídeo “Conversando sobre Monstros, sustos e armadilhas: saúde,
doença e prevenção em DST/ AIDS entre os Guarani do Rio de
Janeiro” – parceria Museu/ Fundação Nacional de Saúde
• Apresentação de material audiovisual da EMBRAPA “Resgate de
Sementes Tradicionais na terra indígena krahó”
Projetos e Programas:
• “1ª Oficina de Gerência de Museus para os Povos Indígenas”
• Primeiro “Cadastro do Patrimônio Cultural Indígena”
• “Programa de Proteção ao Patrimônio Cultural Indígena

52
2001
Exposições temporárias:
• Mostra fotográfica na Biblioteca Marechal Rondon
• Mostra fotográfica Apurinã
• Participação do acervo do Museu na mostra “Brazil, body and soul” no
Museu Guggenheim (NY)
• Participação do acervo etnográfico do Museu na mostra Unknown
Amazônia” no Museu Britânico, Londres
Atividades e eventos:
• Inauguração da Casa de Farinha
• Demonstração do uso da Casa de Farinha com a produção de
alimento e degustação pelos visitantes
• Apresentação de danças e cantos Apurinã
• Reinauguração das novas instalações da biblioteca
• “Cozinha Indígena – Sabores das Aldeias”: degustação de comidas e
bebidas tradicionais de vários povos indígenas
• Oficina de culinária para o público infantil
• História das aldeias - histórias tradicionais Guarani e Tukano
contadas pelos próprios índios
• Histórias da Aldeia Kuikuro – Tabata fala de seu cotidiano na aldeia
• Festa da Aldeia – Salão de beleza (pintura corporal com padrões
indígenas feita pelos próprios índios)
• Festa na Aldeia - índios ensinam brincadeiras tradicionais de sua
cultura
• Oficinas Infantis: Jogo de Pistas (passeio interativo pela exposição
Corpo e Alma Indígena)

53
• Brincando no Museu
Publicações:
• Publicação: Inventário SPI (revisão dos registros relativos à base de
dados sobre o SPI convertidos ao txt para publicação e outros serviços)
Projetos e Programas:
• “Conservação das Obras Raras e Especiais da Biblioteca Marechal
Rondon”, aprovado pela Vitae
• “Vocabulário Controlado em Etnologia Indígena”
• Execução do projeto “Preservação do Acervo do Museu do Índio” –
climatização das reservas técnicas, da biblioteca e das salas de
exposição. Apoio Minc por meio do Programa Museus, Memória e
Futuro; assessoria do Centro de Conservação e Restauração de Bens
Culturais Móveis – CECOR, da Escola de Belas Artes da UFMG
• Restauro do acervo fílmico através do projeto “Restauração e Aquisição
de Acervo Cinematográfico para Utilização na Programação do Canal
cultura e Arte” da Secretaria de Audiovisual. Acervo fílmico restaurado e
telecinado pela FUNARTE com apoio do Minc.
• “Inventário Nacional de Referências Culturais – INRC” – projeto em
conjunto com IPHAN, cabendo ao Museu a realização do registro
referentes às culturais indígenas
• Início dos trabalhos de criação dos “Centros de Proteção e Difusão do
Patrimônio Cultural Indígena”, pela FUNAI, sob a orientação e
assessoramento técnicos do Museu do Índio

54
2002
Exposição Permanente:
• “Tempo e Espaço na Amazônia: Os Wajãpi
Exposições temporárias:
• Exposição Xingu” (Museu Nacional – UFRJ)
• “Les Hommes Oiseuax” (Brasil/ França – MAAOA e CEREDEM)
Atividades e eventos:
• Atividades de fim de semana: “Um dia na aldeia” e “O que tem no
karyru?”
• “Contos de Amor e Erotismo” (peça)
• “Contos Indígenas” (peça)
• “Roda de Conversa com Kuikuro”
• “Um Dia na Aldeia”
• - “Apresentação da orquestra de flautas Wajãpi”
• Atividades para o público escolar: “Visita descoberta”, “Um Dia na
Aldeia Wajãpi” e “O que tem no karyru?”
Exibições de vídeos
• “Katsa Baba: os dramas do humor”
• “O Rio de Ouro: História da Terra Sararé”
• “Expressões Gráficas e Orais dos Wajãpi do Amapá”
Parcerias, Convênios e Acordos
• UNESCO (Division for culturage heritage)
• UNESCO (Setor de Cultura – BSB)
• VITAE (Programa de Apoio a Museus)

55
• MAAOA Musée dÁrts Africains, Océanies, Améridien
• - CEREDEM Centre Européen de Recherche et Development
Multimédia Museu Nacional / UFRJ
• BRASIL CONNECTS
• Secretaria de Audiovisual/MINC – FUNARTE
• IPHAN
• SAMI
• Cinemateca do MAM
• Cinemateca Brasileira
• NHII/USP - Núcleo de História Indígena e do Indigenismo
• APINA - Conselho das Aldeias Wajãpi
• CTI - Centro de Trabalho Indigenista
Publicações:
• Kusiwa: pintura corporal e arte gráfica Wajãpi”
• “Wajãpi rena: roças, pátios e casas”
• “Povos Indígenas no sul da Bahia: Posto Indígena Caramuru-
Paraguaçu (1910-1967)”
• Boletim “Expressões Gráficas e Orais dos Wajãpi do Amapá”
Lançamento
• Base de dados “Inventário do Patrimônio Cultural Indígena”
Projetos e programas
• Entrega do dossiê de candidatura do Kusiwa à “Segunda
Proclamação das Obras Primas do Patrimônio Oral e Imaterial da
Humanidade” (UNESCO)
• Conselheiros do IPHAN decidem que o kusiwa pode ser considerado
patrimônio nacional: inscrição da arte wajãpi no Livro de Registros de

56
Foramas de Expressão, que integra o registro de Bens Culturais de
Natureza Imaterial
2003
Exposições temporárias
• “Os Umutina”
• “Flavien – Landscape house, apoio do Consulado Geral da França.
Co-realização: Mira 2003
• “A Descoberta de Sociedades de Tradição Oral”. Apoio Consulado
Geral da França
• “As estratégias do Olhar: O acervo fotográfico da Comissão Rondon”
• “Iakuigadâ”
Atividades e eventos:
• Atividades para o público escolar: “Descobrindo o Kusiwa” e “Desafio
do Kusiwa”
• Atividades de fim de semana: “A aventura do telégrafo”
• - Inauguração do espaço “Museu das Aldeias”
• Criação do “Conselho Consultivo”
Publicações:
• “Boletim Museu do Índio nº. 10 – Vocabulário Umutina.”
• “Levantamento histórico sobre os índios Guarani Kaiwá” – 2º volume
da coleção Fragmentos da Memória do Indigenismo.
Projetos e programas
• “Vocabulário de Línguas Indígenas” – conclusão da primeira etapa do
projeto, em parceria com a Unesco – levantamento de 18 línguas.

57
• “Segunda Proclamação das Obras Primas do Patrimônio Oral e
Imaterial da Humanidade”: kusiwa recebe o título da UNESCO.
Ações de preservação de acervo e recuperação das instalações
físicas
1993
Conservação do acervo
• Contatos com Gaël de Guichen (ICCROM/UNESCO): intercâmbio de
literatura especializada para tratamento preventivo-curativo de
plumária e cestaria
• Contatos com Luiz Boglar (Universidade ELTE/ Budapeste): apoio e
ação-conjunta de caráter técnico-cultural na área de restauro de
plumária
• Contatos com Mehdi Ghafouri (arquiteto especialista em arquitetura
de museus ICOM): apoio ao projeto de revitalização do Museu do
Índio
• Conservação, identificação e referenciação dos negativos fotográficos
do período do SPI existentes no Museu do Índio
• Análise das reservas técnicas e realocação de acervo etnográfico
• aquisição de substâncias químicas para o laboratório de conservação
Recuperação das instalações físicas
• conserto do jardim
• pintura e outros consertos no auditório e outras salas (uma inclusive
para abrigar a Artíndia)
1994
Conservação do acervo
Microfilmagem

58
• Identificação e classificação de microfilmes
• Acompanhamento da análise do estado de conservação de
microfilmes por técnico do Arquivo Nacional
• Aquisição de novas caixas, feitas de material apropriado, para
reembalagem dos documentos a serem microfilmados
• Visita ao acervo de documentos textuais microfilmados depositado no
Arquivo Nacional
Restauração
• Implantação e início dos trabalhos no laboratório de restauração de
peças etnográficas do acervo
• Restauração de 5 peças
• Compra de armários e estantes próprias para armazenamento de
peças
Higienização
• Higienização e acondicionamento do acervo audiovisual
• Higienização e acondicionamento em 52 caixas de pH neutro do
clipping. Elaboração inventário/ sumário
• Limpeza e higienização de 200 chapas de vidro da Comissão Rondon
Outros
• Reorganização do acervo de adornos dos grupos timbira com um novo
acondicionamento
• Seleção, limpeza e embalagem de 35 peças para mostra durante o
evento “Internacional Expomeeting” no Jd Botânico. Montagem da
exposição “Influência Indígena no Artesanato Brasileiro”
• Inventariar e embalar coleções etnográficas doadas pela coordenadoria
do artesanato (COART)
Recuperação das instalações físicas

59
• Restauração de portas, janelas, substituição do assoalho, pintura.
70% das instalações do prédio central, tombado pelo IPHAN está
em condições de uso.
• Reforma dos banheiros.
1995
Conservação do acervo
• Orientação da equipe de limpeza para execução de manutenção e
higienização das salas de Reserva Técnica e de Exposição
• Informatização do acervo – aquisição de microcomputadores,
impressoras
• Tratamento especial aos diferentes acervos: museográfico,
arquivístico, visual, sonoro e bibliográfico (reforma e compra de
material apropriado para armazenamento, levantamento,
reidentificação, classificação, indexação, higienização, embalagem e
restauração)
• Transferência para Brasília de documentos do fundo FUNAI e de
recortes de jornais
• Recolhimento e acondicionamento de mapas de áreas indígenas
• Encadernação de 154 publicações
• Acondicionamento de acervos de cerâmica, brinquedos, objetos
rituais e mágicos e de instrumentos musicais
Recuperação das instalações físicas
Prédio Central
• Restauração e/ou substituição de janelas, portas, portais e almofadas
de todas as salas e corredor.
• Pintura de janelas, portas, almofadas e paredes dos salões e
corredor;
• Substituição de vidros quebrados das janelas e portas;
• Aplicação de sinteco nos salões e corredor;

60
• Instalação de iluminação apropriada para a exposição, nos salões
dos fundos do prédio central;
• Substituição das dobradiças de 7 (sete) janelas;
• Continuidade da recuperação e pintura das fachadas externas do MI;
• Reforma do auditório, incluindo reforço da estrutura, substituição do
forro e restauração das portas;
• Reforma do auditório, incluindo o reforço da estrutura, a substituição
do forro e a restauração das portas;
• : Conclusão da reforma dos banheiros masculino e feminino;
• Conserto do bebedouro e instalação de esgoto e tubulação de água
para o funcionamento do mesmo;
• Conserto da bomba de elevação de água, incluindo a retirada de
vazamento;
• Suspensão da caixa de esgoto dos banheiros masculino e feminino;
• Conserto da tubulação externa dos banheiros masculino e feminino;
• Ampliação da biblioteca
1996
Conservação do acervo
• Descontaminação e higienização de 7 peças dos índios Gavião
• Reidratação das peças de trançado
• Embalagem do acervo de máscaras
• Confecção de negativos flexíveis de segunda geração (negativos de
segurança) e suas respectivas cópias-contato, para pesquisa e
consulta, com apoio do Minc (relativos à Comissão Rondon)
• Instalação de software especializado para automação dos acervos -
Ortodocs.
• Recuperação das instalações físicas
• Reforma da varanda, incluindo a restauração das fachadas de renda,
a troca do forro e a reforma do telhado.

61
• Imunização das ambientações da Casa Guarani e da Cozinha
Xinguana
• Reforma do telhado do anexo “C” e substituição do forro
• Reparo de toda a rede elétrica do Museu
1997
Conservação do acervo
Seleção, limpeza e embalagem
• Peças da coleção Darcy Ribeiro para reportagem sobre falecimento e
para a exposição “O Brasileiro Darcy” do Museu da República
• Peças emprestadas para a exposição “Amazônia Brasileira”.
Exposição montada em virtude do encontro Rio +5
• Acompanhamento de peças emprestadas ao Museu Histórico
Nacional para a exposição “Oreretama – Terra do Índio”
• Compra de matéria-prima para reparo da cobertura da casa Guarani
montada neste ano
• Inventário do acervo de plumária
• Higienização, imunização, obturação e reidratação de objetos
Recuperação das instalações físicas
• Realização do obra nas reservas técnicas, para substituição de forro
por laje, colocação de calhas para o escoamento das chuvas e
colocação de revestimento cerâmico nas paredes visando evitar a
umidade das paredes.
1998
Conservação do acervo
• Higienização da mapoteca
• Higienização de peças de plumária Wajãpi
• Climatização do arquivo audiovisual

62
• Elaboração do inventário do acervo de líticos
• Elaboração do inventário do acervo da categoria armas
• Elaboração do inventário dos objetos da categoria implementos de
madeira
Recuperação das instalações físicas
• Conclusão das obras das novas reservas técnicas de cerâmica
• Conclusão das obras do laboratório de restauração de peças
etnográficas
• Conclusão das obras das instalações do arquivo permanente do
Museu do Índio
• Reforma estrutural no laboratório de restauração
• Aquisição e instalação de equipamentos e produtos para o laboratório
de restauração
• Iluminação do jardim do Museu
1999
Conservação do acervo
Digitalização
• Convênio com a ABA: digitalização de imagens
• Acordo com o Museu Nacional: digitalização de acervo sonoro, cuja
base de dados já está pronta
Acervo bibliográfico
• Higienização de 1057 livros
• Reparo nas folhas de 369 livros com uma fita especial de pH neutro
que não causa danos ao papel
•
Acervo etnográfico
• Acondicionamento do acervo museológico

63
Acervo documental
• Implementação de ambiente climatizado para reunir acervo
arquivístico oriundo do extinto SPI, que até 98 estava sob a guarda
do Arquivo Nacional
Recuperação das instalações físicas
Reforma dos banheiros e adaptação das instalações para cadeirantes.
2000
Conservação do acervo
• Encaminhamento dos negativos de microfilmes dos fundos SPI,
CNPI, Comissão Rondon e FBC para lavagem química
Recuperação das instalações físicas
• Desmontagem e posterior montagem da Reserva Técnica de
Implementos de madeira e armas, para início dos trabalhos de
recuperação estrutural do ambiente
• Troca de 30% dos barrotes de sustentação do piso superior do prédio
central
2001
Conservação do acervo
Preservação e conservação de acervo/ Arquivo textual
• Higienização e acondicionamento dos fundos documentais que se
encontravam sob a guarda temporária do Arquivo Nacional
Preservação e conservação de acervo etnográfico
• Higienização e acondicionamento de 42 peças dos grupos Xavante,
Kalapaló, Umutina, Mehináku, Yawalapití, Bororo e dos índios do Rio
Xingu
• Higienização do acervo de plumária

64
• Acondicionamento de peças karajá da categoria adornos e materiais
ecléticos
Digitalização/ informatização
• Informatização de 53 peças Paresi e 50 Apurinã
• Controle ambiental e digitalização do acervo audiovisual
• Digitalização de 77 fotografias do etnólogo Buell Quain – acervo do setor
de Etnologia do Departamento de Antropologia do Museu Nacional
Recuperação das instalações físicas
Conclusão das obras de reforma da Biblioteca Marechal Rondon.
2002
Conservação do acervo
Automação
• Acervo Bibliográfico: 1.532 documentos trabalhados
• Acervo Textual: 1.861 documentos trabalhados
Higienização
• Acervo Bibliográfico: 96 livros reparados
• Acervo Arquivístico: 21.242 documentos trabalhados
Recuperação das instalações físicas
Reforma e Manutenção
• Serviço de Biblioteca/SEBIB: sala de trabalho
• Serviço de Registro Audiovisual/SRAV: sala do acervo audiovisual
• Serviço de Museologia/SEMU: Reservas Técnicas: salas de plumária
e cestaria
• Centro de Processamento de Dados/CPD

65
2003
Conservação do acervo
Acervo Fotográfico
• “Digitalização do Acervo Fotográfico do Serviço de Proteção aos
Índios”-SPI – assinatura do termo de compromisso com a Vitae Apoio
à Cultura, Educação e Promoção Social (25 mil negativos).
• “Restauro do Álbum Fotográfico da Comissão Rondon de 1922” – 790
fotografias.
Base de dados do Museu do Índio
• Acervo Etnográfico – inserção de 1.845 peças do acervo com acesso
através do site do Museu do Índio.
• Acervo Audiovisual – inserção de 6.320 imagens do acervo com
acesso través do site do Museu do Índio.
• Acervo Audiovisual – digitalização de 8 mil imagens a serem inseridas
na base de dados.
Fonte: Relatório do Serviço de Administração e da Seção de Comunicação
Social do Museu do Índio.

66
ANEXO 3
site www.ensp.fiocruz.br acessado em 20.07.08
Boletim Eletrônico No 16 - ano 5
A questão Indígena
No dia 19 desse mês foi comemorado o Dia do Índio, e mais uma vez chamou-se à atenção para o fato de que há urgência de políticas públicas mais eficazes e coordenadas, por parte do Estado, para os povos indígenas. A necessidade de pesquisas mais detalhadas sobre o contingente populacional se contrapõe à lentidão de políticas apresentadas pelo governo, em especial àquelas voltadas para um grupamento particular que são os povos indígenas que vivem em cidades. Como exemplo ,o censo do IBGE que não permite saber se as 383.298 pessoas que vivem nas cidades e se auto-identificam como indígenas estão diretamente ligadas a povos ou se apenas identificam-se com este grupo. Mas o próprio IBGE avalia, em publicação que analisa os resultados da amostra dos censos de 1991 e 2001, que o crescimento expressivo da população indígena no Brasil nesse período está diretamente ligado à auto-identificação que ocorreu nas cidades, e não no campo. A autodeclaração como forma de definir quem é ou não indígena tornou-se possível a partir da Convenção 169 sobre Povos Indígenas e Tribais em Países Independentes, da Organização Internacional do Trabalho, adotada pelo Brasil em 2004.
A partir da pressão de alguns povos indígenas organizados, obteve-se espaço para a recepção e o encaminhamento das demandas daqueles que hoje encontram-se em espaço urbano. Lideranças indígenas conseguiram com que a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) iniciasse o atendimento a algumas das comunidades que vivem em capitais, em geral com a contratação de agentes de saúde e enfermeiros, mas o planejamento de políticas públicas para os índios urbanos tem recaído, pelo menos por enquanto, sobre estados e municípios. A Fundação Nacional do Índio, órgão federal responsável pelas políticas de terra, habitação e assistência aos povos indígenas, caminha a passos lentos na relação com os povos nas cidades. O foco principal de trabalho da FUNAI - Funação Nacional do Índio são os índios aldeados. De acordo com sua assessoria de imprensa, o órgão trabalha com cerca de 450 mil indígenas que vivem no meio rural, apesar da população total de 734 mil pessoas identificadas pelo IBGE, entretanto o novo presidente da FUNAI - Funação Nacional do Índio, Marcio Meira, empossado no final do mês passado, promete dedicação ao tema. "Há necessidade de o Estado atender a população indígena nas cidades com políticas públicas. A FUNAI - Funação Nacional do Índio atende em parte,

67
mas ainda é muito pouco. Este é um dado novo na realidade indígena brasileira". Ele afirma que pretende implementar uma "mudança de paradigma" no órgão indigenista oficial. Para Meira, o papel da FUNAI - Funação Nacional do Índio não deve ser o de implementador de programas, mas desenvolver as linhas das políticas que deverão ser implementadas pelo governo federal no bojo da ação direta dos ministérios. "O tempo em que a FUNAI - Funação Nacional do Índio fazia tudo acabou. O papel não é ter os programas, mas é fazer as articulações para que o Ministério das Cidades, dentro de seus planos, contemple moradia e saneamento ambiental para estas populações", exemplifica.
A efetivação dos direitos conquistados e a sua transformação em políticas publicas é, ainda a principal bandeira dos movimentos indígenas. E as organizações e associações indígenas exercem uma função fundamental nas negociações institucionais, por meio delas busca-se garantir não só a possibilidade de manifestação pública da diferença, mas também o acesso a melhores condições na área da saúde, da educação e do trabalho, estabelecendo o diálogo com o Estado, com ONGS e com a sociedade civil em geral. Os povos indígenas enfrentam as mesmas dificuldades sócio-econômicas que as demais populações carentes das cidades, com o agravante da discriminação. Nesse sentido, as associações se tornaram canalizadoras das demandas econômicas. Nas cidades, as organizações se multiplicam. Em Manaus, a Associação das Mulheres do Alto Rio Negro (Amarn) foi pioneira, e abriu espaço inclusive para articulações nacionais, como a Coiab. Em Campo Grande, há a Associação dos Feirantes Indígenas, a Associação dos Moradores do Bairro Marçal de Souza, a Grupo Te, associação que tem como objetivo promover a cultura Terena na cidade formando jovens nas danças tradicionais. A atuação dos órgãos oficiais, até este momento, é questionada por lideranças. “Não querem a gente na cidade porque ficamos visíveis, porque eles têm que nos ver. Estando aqui, na capital do estado, estamos disputando espaço, cobrando da FUNAI - Funação Nacional do Índio. De lá da terra indígena, não tem nem dinheiro para comprar passagem e vir pra cá dizer nada", afirma Vicente Kaingang, do Morro do Osso, em Porto Alegre. Mas, sem uma diretiva nacional para as políticas, não será possível o atendimento governamental às demandas. E os povos indígenas nas cidades continuam dependendo da sensibilidade de cada governo para que políticas públicas estruturadas possam atender a suas necessidades particulares.
Há muito que se fazer, nesse contexto, e são vários os desafios para uma política indigenista: reformular o desenho e a massa crítica do órgão indigenista, com o seu aperfeiçoamento e adequação ao quadro atual das relações democráticas entre o Estado e as comunidades indígenas; aprimorar a integração e a sinergia das ações do Estado, com o aumento da eficiência e eficácia das ações nos territórios; prosseguir na garantia dos direitos ao patrimônio territorial indígena, combinados com a promoção ao etnodesenvolvimento sustentável; promover a educação e a saúde diferenciada de qualidade; progredir no debate das garantias da propriedade intelectual coletiva dos índios sobre os conhecimentos tradicionais, associados ao patrimônio genético e ao patrimônio cultural; agendar uma integração solidária com os vizinhos da América do Sul com forte população indígena, inclusive no âmbito da Organização do Tratado de Cooperação Amazônico, OTCA e do Mercosul; garantir o protagonismo e a participação dos índios nas decisões que lhes dizem respeito, instalando a Comissão Nacional de Política Indigenista, CNPI. Existem muitas comunidades indígenas vulneráveis marcadas pela violação de direitos humanos, e os povos indígenas estão entre os brasileiros com enormes desafios de inserção diferenciada na agenda de desenvolvimento social. Há muito ainda a se cumprir para lhes garantir o papel ativo no presente e no futuro do país.

68
ANEXO 4
ORÇAMENTO DO MUSEU DO ÍNDIO
PERÍODO 1994 - 2008
Fonte: Siafi – Sistema de Administração Financeira do Governo Federal
O gráfico demonstra o crescimento do orçamento do Museu do Índio
depois da inclusão de ações específicas para a preservação da cultura
indígena no PPA – Plano Plurianual. (anexo 6)

69
ANEXO 5

70

71

72

73

74

75

76
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
RIBEIRO, Darcy. A Política Indigensta Brasileira . Rio de Janeiro: 1962.
MAGALHÃES, Edvar Dias (Org). Legislação Indigenista Brasileira e Normas
Correlatas 3.ed. Brasília: FUNAI/CGDOC, 2005.
MINISTÉRIO DA CULTURA -. Diretrizes Gerais para o Plano Nacional de
Cultura, Primeira Edição – Brasilia 2007.
MEGGINSON, C. Leon, Mosley C. Donald, Pietri, Jr. Paul H - .Administração
–Conceitos e Aplicações – 4ª Edição. São Paulo: Ed. Harbra Ltda , 1998.
CÂMARA DA REFORMA DO ESTADO - Plano Diretor da Reforma do
Aparelho do Estado. 1995.
PEREIRA, Bresser, Reflexões sobre a reforma gerencial brasileira de 1995
- Revista do Serviço Público, Ano 50, número 4 – Out-Dez- Enap – Brasília,
1999.
PETRUCCI, Vera e SCWARZ, Letícia – Ensaios sobre a Reforma
Administrativa Brasileira no Limiar do Século XXI, Brasília, Ed. Unb, 1999
PACHECO, Regina Silva, - Política de recursos humanos para a reforma
gerencial: realizações do período 1995-2002 Revista do Serviço Púbico,
Ano 53, Número 4 –Enap – 2002.
MOORE, ark H. Modernização da Administração Publica - Enap, 2002.
TROSA, Sylvie, Gestão Publica por Resultado Enap, Editora Revan, 2001

77
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
HISTÓRICO DO MUSEU DO ÍNDIO
1. - A Criação do Museu do Índio
CAPÍTULO II
NOVAS POLÍTICAS INSTITUCIONAIS E MUDANÇAS
ADMINSTRATIVAS
1 – A Constituição de 1988 16
1.1 – O papel da FUNAI 20
2- Repensar a instituição 22
2.1 – Estabelecendo prioridades 24
2.2 – Captação de recursos 29
CAPÍTULO III
OS REFLEXOS DA REFORMA ADMINISTRATIVA NO 33
MUSEU DO ÍNDO
CONCLUSÃO 39
ANEXOS 40
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 76
ÍNDICE 77

78
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
Título da Monografia: O PROCESSO DE MODERNIZAÇÃO DO MUSEU
DO ÍNDIO
Autor: Rosilene de Andrade Silva
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito: