150195680 Gestao Ambiental Empresarial Jose Carlos Barbieri PDF
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Barbieri, Reinaldo Dias e Arlindo Philippi Jr....
Transcript of UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Barbieri, Reinaldo Dias e Arlindo Philippi Jr....
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A Gestão Ambiental e a Medicina Veterinária
Por: Felipe Daetwyler Xavier de Oliveira
Orientador
profa. Maria Esther
Rio de Janeiro
2010
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A Gestão Ambiental e a Medicina Veterinária
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Gestão
Ambiental
Por: Felipe Daetwyler Xavier de Oliveira
3
AGRADECIMENTOS
...a todos aqueles que, de alguma
forma contribuíram, para que eu
percebesse o quanto este caminho me
é importante...
4
DEDICATÓRIA
...este esforço é dedicado a minha mãe
(que sempre foi uma mãe e um pai para
mim), à minha esposa (que, mais do que
esposa, sempre foi minha companheira e
melhor amiga) e ao meu filho (que foi tão
aguardado, mas que não pode ficar, onde
quer que ele esteja)...
5
RESUMO
Enfrentamos hoje um problema muito sério: a possibilidade de extinção
da espécie humana. Nós nos encontramos nesta situação devido a uma série
de graves questões ambientais, capazes de alterar, dentre outros fatores, o
equilíbrio climático de todo o planeta, cujas conseqüências seriam
catastróficas. Os principais motivos que nos trouxeram até esta situação são,
em sua quase totalidade, fatores antrópicos, ou seja, nós mesmos estamos
degradando o nosso planeta com o nosso modelo produtivo e de utilização dos
recursos naturais.
Nesse quadro, a gestão ambiental se apresenta como uma forma mais
sustentável de gerir nossos processos produtivos e a degradação ambiental
por eles causada, respeitando as nossas necessidades atuais, sem prejudicar
a possibilidade das gerações futuras de preencherem as suas próprias
necessidades.
A Medicina Veterinária teve, historicamente, um importante papel na
evolução de nossa espécie, acompanhando-a em todas as suas revoluções
tecnológicas, desde a descoberta da agricultura até os dias de hoje, onde
desempenha papel fundamental na produção de alimentos e controle de
doenças. Como não poderia deixar de ser, existe um importante papel a ser
desempenhado por ela nesta nova era, dentro do escopo da gestão ambiental.
A Medicina Veterinária e a Gestão Ambiental podem auxiliar em muito as
mudanças necessárias para que os nossos processos produtivos tornem-se,
de fato, mais sustentáveis.
6
7
METODOLOGIA
A presente monografia foi elaborada através da consulta de textos de
livros, reportagens de revistas e sítios da internet, com o objetivo de realizar
uma revisão bibliográfica sobre o histórico e o papel da medicina veterinária
como profissão, as definições de gestão ambiental e seu papel na atualidade
e, por fim, associar o mercado de trabalho da medicina veterinária com as
oportunidades que a gestão ambiental proporciona. Esta monografia tomará
por base as obras sobre gestão ambiental de autores como José Carlos
Barbieri, Reinaldo Dias e Arlindo Philippi Jr. e legislações próprias sobre o
tema, como a lei 5.517 que versa sobre a regulamentação da profissão de
médico veterinário.
8
9
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 11
CAPÍTULO I - A Medicina Veterinária 13
CAPÍTULO II - A Gestão Ambiental 21
CAPÍTULO III – O Campo de Trabalho 27
CONCLUSÃO 41
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 42
ÍNDICE 44
FOLHA DE AVALIAÇÃO 45
10
INTRODUÇÃO
Atualmente, estamos atravessando um período de grandes mudanças
em toda a biosfera do planeta Terra. Muitas delas ocasionadas pelo próprio
animal “Homem”, são chamadas de influências antropomórficas no planeta.
As resultantes destas influências são as mais variadas possíveis e,
dentre tantas, podemos destacar as mudanças climáticas, a perda da
biodiversidade, a fome mundial e as constantes ameaças de microorganismos,
sejam eles zoonóticos ou não. Nas palavras de Lovelock:
“O sistema Terra se comporta como um
sistema único e auto-regulador, composto de
componentes físicos, químicos, biológicos e
humanos. As interações e “feedbacks” entre os
componentes são complexos e exibem uma
variabilidade temporal e espacial multiescala. (...)
Crescemos em número a ponto de nossa presença
estar perceptivelmente incapacitando nosso planeta,
como uma doença. À semelhança das doenças
humanas, quatro são os resultados possíveis:
destruição dos organismos invasores da doença,
infecção crônica, destruição do hospedeiro ou
simbiose – um relacionamento duradouro,
beneficiando mutuamente hospedeiro e invasor.”
(Lovelock, 2006, pag.12).
Em face desta realidade, urge que o profissional de Medicina
Veterinária, dentro das atribuições que esta profissão lhe delimita, inicie um
processo de conscientização ambiental e passe para uma atuação mais
voltada aos novos interesses desta nova era auxiliando a humanidade a ser
mais sustentável em sua exploração de recursos naturais.
11
Seja atuando na criação de animais de abate e gerenciamento de
fazendas, seja no processo industrial de produção de alimentos de origem
animal e na fiscalização da qualidade dos alimentos produzidos, importados e
exportados, passando pelo gerenciamento de resíduos e a responsabilidade
técnica de clínicas e hospitais veterinários, policiamento do tráfico de animais
silvestres em nossas fronteiras, ou simplesmente atuando como um educador
ambiental ou como um aconselhador comportamental de animais, as
resultantes serão importantíssimas no objetivo de reduzirmos os nossos
impactos sobre o meio ambiente.
O objetivo final deste trabalho é demonstrar como a medicina
veterinária pode se utilizar das ferramentas da gestão ambiental nos seus
diferentes ramos de atuação, de modo a auxiliar nas mudanças de processos
produtivos e de comportamento que precisaremos para enfrentar a crise
ambiental que hoje nos defrontamos.
CAPÍTULO I
12
A MEDICINA VETERINÁRIA
Neste capítulo será abordada a história da medicina veterinária, sua
formalização como profissão no Brasil, através da lei 5.517 e a abrangência de
sua área de atuação.
1.1 – Origens Históricas no Mundo:
O exercício da “ars veterinária” confunde-se com os primórdios da
civilização humana e sua antiguidade pode ser referenciada a partir do próprio
processo de domesticação animal. Tão antiga quanto a sua irmã humana, ela
desenvolveu-se em paralelo à domesticação dos animais, surgindo da
necessidade do homem em proteger o seu gado das possíveis causas de
doenças, que poderiam dizimar um rebanho que era criado com tanto custo. O
motivo principal desta preocupação reside no fato dos humanos, já àquela
época, dependerem de animais para seu sustento, para o preparo das terras
para o plantio e para seu transporte e locomoção.
A mais antiga referência encontrada sobre a profissão data de 4.000
a.C. e foi encontrada no Egito em 1890. Denominado de “Papiro de Kahoun”,
ele descreve fatos relacionados à arte de curar animais, indicando doenças de
diversas espécies animais. Os egípcios, por exemplo, já domesticavam o cão
por volta de 10.00 a.C. e domesticavam o boi e o cavalo 1800 anos antes da
era cristã. A memória histórica também permite inferir que a medicina animal já
era praticada em 2.000 a.C. em certas regiões da Ásia, África, indo do Egito
até a Índia Oriental.
Outras fontes históricas são os códigos babilônicos de Eshn Unna, de
1.900 a.C., e o de Hammurabi, de 1.700 a.C., onde estão registradas
referências à remuneração e as responsabilidades atribuídas aos médicos dos
animais. Este último previa até mesmo sanções para os eventuais
descumpridores das normas de correção, ou para aqueles que, por
negligência, deixassem morrer os animais. Também o código dos Hititas
(povos do tronco Israelita, provindo do Norte e fixados na antiga Palestina ou
13
Canaan) é consagrado, em boa parte, à patologia e terapêutica dos cavalos,
dos bois ou vacas e dos ovinos.
Gravura em pedra encontrada perto de Ur, Mesopotâmia, a que se atribui 5
000 anos de idade (as cabeças dos cavalos encontram-se dispostas segundo três dos principais tipos de crinas (eretos, pendentes ou sem crinas) e perfil
(convexo, reto e côncavo). (Fonte: http://www.drapc.min-agricultura.pt/base/documentos/ historia_medicina_veterinaria.htm)
Os primeiros registros europeus sobre a prática da medicina animal
originam-se da Grécia, no século VI a.C., onde em algumas cidades eram
reservados cargos públicos para os que praticavam a cura dos animais. Estes
profissionais eram denominados de Hipiatras.
No mundo romano, autores como Cato e Columella produziram
interessantes observações sobre a história natural das doenças dos animais,
sendo Columella o responsável pela criação do termo “veterinária medicina”
para designar a arte de curar cavalos e outras bestas de carga e do termo
“veterinário” para designar o mestre desta arte.
Algumas teorias sustentam que estes termos derivam do latim “vetus”,
ou velho, uma vez que o responsável por cuidar dos rebanhos, o pastor, seria
sempre o líder do clã, a figura mais velha, ou “veteranus”. Já outras teorias
sustentam que os termos derivariam do baixo latim “vehe” (veículo) e “vehere
(acarretar), ou ainda de “veterina” (jumenta) ou “veterinus”, que significa animal
de cargo ou tiro.
14
Na era cristã, em Bizâncio, atual Istambul, foi identificado um
verdadeiro tratado enciclopédico chamado Hippiatrika, compilado por diversos
autores e que tratava da criação dos diversos animais e suas doenças,
contendo 420 artigos, dos quais 121 escritos por Apsirtos, considerado no
mundo ocidental, pelos Helenos o pai da medicina veterinária. Ele nasceu no
ano 300 da nossa era, em Clazômenas, cidade litorânea do mar Egeu, na
costa ocidental da Ásia Menor. Estudou Medicina na Alexandria e,
posteriormente, tornou-se Veterinário chefe do exército de Constantino, o
Grande, durante a guerra contra os Sármatas do Danúbio entre os anos de
332 e 334. Após a guerra, exerceu a sua arte de curar animais em Peruza e
Nicomédia, também cidades da Ásia Menor criando uma escola de Hippiatras.
Entre os assuntos descritos por Apsirtos, merecem referência o mormo,
enfisema pulmonar, tétano, cólicas, fraturas, a sangria com suas indicações e
modalidades, as beberagens, os ungüentos. Sua obra revela um domínio
sobre o conhecimento prevalecente na prática hippiátrica da época.
Prática de sangria na tábua do pescoço In “Livro de Marescálcia” de Álvarez
Salamiella. (Fonte: http://www.drapc.min-agricultura.pt/base/documentos/
historia _medicina_veterinaria.htm)
Na Espanha, durante o reinado de Afonso V de Aragão, foram
estabelecidos os princípios fundamentais de uma medicina animal racional,
culminando com a criação de um "Tribunal de Proto-albeiterado", pelos reis
católicos Fernando e Isabel, no qual eram examinados os candidatos ao cargo
15
de "albeitar". Esta denominação deriva do mais famoso médico de animais
espanhol, cujo nome de origem árabe era "Ibne Albeitar". Em língua
portuguesa, o termo foi traduzido para "alveitar", sendo usado em 1810 para
designar os Veterinários práticos da cavalaria militar do Brasil Colônia.
Todavia, ainda que a raiz do termo veterinária tenha entrado no
"corpus" lexical da globalidade das línguas ocidentais, o certo é que nem
sempre foi assim. A raiz seria céltica e composta de "marc’h" (cavalo) + skalk
(servidor) e daria na Germânia Interior ou terra dos Francos, já na alta Idade
Média, "marhskalk" (encarregado de cavalos ou cavalariço), na Gália
"maréchal-ferrand" ou simplesmente "maréchal" (ferrador), entre os
Aragoneses de "mariscal" e na Britânia de "marshal". Na Europa, antes da
criação das primeiras escolas de Medicina Veterinária, aqueles que exerciam a
empírica medicina animal eram denominados de “Marechais-ferradores” em
países de língua latina
A Medicina Veterinária moderna, organizada a partir de critérios
científicos, começou a desenvolver-se com o surgimento da primeira escola de
Medicina Veterinária do mundo, em Lyon-França, criada pelo hipologista e
advogado francês Claude Bougerlat, a partir do Édito Real assinado pelo Rei
Luiz XV, em 04 de agosto de 1761. Este primeiro centro mundial de formação
de Médicos Veterinários iniciou o seu funcionamento com 8 alunos, em 19 de
fevereiro de 1762.
Em 1766, também na França, foi criada a segunda escola de
veterinária do mundo, a Escola de Alfort, em Paris. A partir daí, com a
compreensão crescente da relevância social, econômica e política da nova
profissão, outras escolas foram criadas em diversos países, a exemplo da
Áustria, em Viena, (1768), Itália, em Turim, (1769), Dinamarca, em
Copenhague, (1773), Suécia, em Skara, (1775), Alemanha, em Hannover,
(1778), Hungria, em Budapeste, (1781), Inglaterra, em Londres, (1791),
Espanha, em Madri, (1792), alcançando, no final do século XVIII, 19 escolas
ao todo.
1.2 – Origens Históricas no Brasil:
16
Em 1808, nossa cultura científica e literária recebeu novo alento com a
vinda da família real ao país, pois até então não havia bibliotecas, imprensa e
ensino superior no Brasil Colônia.
Inicialmente foram fundadas as Faculdades de Medicina (1815), Direito
(1827) e a de Engenharia Politécnica (1874).
Quanto ao ensino das Ciências Agrárias, seu interesse só foi
despertado quando o Imperador D. Pedro II, ao viajar para França, em 1875,
visitou a Escola Veterinária de Alfort e impressionou-se com uma Conferência
ministrada pelo Veterinário e Fisiologista Collin. Ao regressar ao Brasil, tentou
propiciar condições para a criação de entidade semelhante no País.
Entretanto, somente no início deste século, já sob regime republicano,
nossas autoridades decretaram a criação das duas primeiras instituições de
ensino de Veterinária no Brasil, a Escola de Veterinária do Exército, pelo Dec.
nº 2.232, de 06 de janeiro de 1910 (aberta em 17/07/1914), e a Escola
Superior de Agricultura e Medicina Veterinária, através do Dec. nº 8.919 de
20/10/1910 (aberta em 04/07/1913), ambas na cidade do Rio de Janeiro.
Em 1911, em Olinda, Pernambuco, a Congregação Beneditina
Brasileira do Mosteiro de São Bento, através do Abade D. Pedro Roeser,
sugere a criação de uma instituição destinada ao ensino das ciências agrárias,
ou seja, Agronomia e Veterinária. As escolas teriam como padrão de ensino as
clássicas escolas agrícolas da Alemanha, as "Landwirschaf Hochschule".
Os cursos de Agronomia e de Veterinária foram oficialmente
inaugurados no dia 1º de julho de 1914. Contudo, por ocasião da realização da
terceira sessão da Congregação, em 15/12/1913, ou seja, antes da abertura
oficial do curso de Medicina Veterinária, um Farmacêutico formado pela
Faculdade de Medicina e Farmácia da Bahia solicitava matrícula no curso de
Veterinária, na condição de "portador de outro diploma do curso superior". A
Congregação, acatando a solicitação do postulante, além de aceitar dispensa
das matérias já cursadas indica um professor particular, para lhe transmitir os
conhecimentos necessários para a obtenção do diploma antes dos quatro anos
regimentares. Assim, no dia 13/11/1915, durante a 24ª sessão da
17
Congregação, recebia o grau de Médico Veterinário o senhor Dionysio Meilli,
primeiro Médico Veterinário formado e diplomado no Brasil.
Desde o início de suas atividades até o ano de 1925, foram
diplomados 24 Veterinários. Em 29 de janeiro, após 13 anos de
funcionamento, a Escola foi fechada por ordem do Abade D. Pedro Roeser.
A primeira mulher diplomada em Medicina Veterinária no Brasil foi a
Dra. Nair Eugenia Lobo, na turma de 1929 pela Escola Superior de Agricultura
e Veterinária, hoje Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
No Brasil, os primeiros trabalhos científicos abrangendo a patologia
comparada (animal e humana) foram realizados pelo Capitão-Médico João
Moniz Barreto de Aragão, fundador da Escola de Veterinária do Exército, em
1917, no Rio de Janeiro, e cognominado “Patrono da Veterinária Militar
Brasileira”, cuja comemoração se dá no dia 17 de junho, data oficial de
inauguração da Escola de Veterinária do Exército (17/06/1914).
Desde 1917, data de formatura da primeira turma de Veterinária, até
1932, não havia nenhuma regulamentação sobre o exercício da Medicina
Veterinária.
Somente a partir de 09 de Setembro de 1933, através do Dec. nº
23.133, do então Presidente da República Getúlio Vargas, é que as condições
e os campos de atuação do Médico Veterinário foram normatizados,
conferindo-se “privatividade” para a organização, a direção e a execução do
ensino Veterinário, para os serviços referentes à Defesa Sanitária Animal,
Inspeção dos estabelecimentos industriais de produtos de origem animal,
direção técnica de hospitais e policlínicas veterinárias, para organizações de
congressos e representação oficial e peritagem em questões judiciais que
envolvessem apreciação sobre os estados dos animais, dentre outras.
Para o exercício profissional tornou-se obrigatório o registro do
diploma, que passou, a partir de 1940, a ser feito na Superintendência do
Ensino Agrícola e Veterinário do Ministério da Agricultura, órgão igualmente
responsável pela fiscalização do exercício profissional. O decreto representou
um marco indelével na evolução da Medicina Veterinária, cumprindo sua
missão por mais de três décadas, e em seu reconhecimento é que a data de
18
sua publicação, 09 de setembro, foi escolhida para se comemorar o "Dia do
Médico Veterinário Brasileiro".
Em 23 de outubro de 1968, entra em vigor a Lei 5.517, de autoria do
então Deputado Federal Dr. Sadi Coube Bogado, que dispõe sobre o exercício
da profissão do Médico Veterinário e cria o conselho Federal e os conselhos
Regionais de Medicina Veterinária, transferindo para a própria classe a função
fiscalizadora do exercício da profissão.
1.3 – A Medicina Veterinária na Atualidade:
A profissão de Médico Veterinário hoje é uma profissão de grande
abrangência no que tange ao espectro de ação do profissional. É uma
profissão em constante atualização, principalmente em suas principais
atribuições, acompanhando as necessidades do mercado mundial de
alimentos e os principais avanços da medicina humana, adaptando-os à
medicina veterinária.
Com a publicação da Lei 5.517 de 23 de outubro de 1969, a profissão
foi finalmente regulamentada. Ela determina em seu artigo 5º que são
atribuições exclusivas do Médico Veterinário a prática da clínica de animais,
bem como a direção de hospitais veterinários e a assistência técnica e
sanitária a animais sob qualquer forma (itens “a”, “b” e “c”); o planejamento e a
execução da defesa sanitária animal (item “d”); a direção técnica e sanitária de
qualquer estabelecimento que mantenha, proteja, trabalhe ou lide com animais
ou produtos de origem animal, sejam eles industriais, comerciais, de recreação
ou de proteção (item “e”); a inspeção e a fiscalização higiênico-sanitária e
tecnológica de qualquer estabelecimento que produza, manipule, armazene ou
comercialize alimentos de origem animal, dos frigoríficos e abatedouros até os
mercados (item “f”); a peritagem sobre animais em questões judiciais, bem
como as perícias e exames de animais de competição ou exposição (itens “g” e
“h”); o ensino, a direção, o controle e a orientação dos serviços de inseminação
artificial em animais (item ‘i’); a regência de cadeiras e disciplinas específicas
da medicina veterinária, bem como a direção e fiscalização do ensino da
19
medicina veterinária em qualquer estabelecimento cuja natureza do trabalho
tenha por objetivo a indústria animal (itens “j” e “l”); e, por fim, a organização de
qualquer reunião que tenha por objetivo o ensino da medicina veterinária
(sejam palestras, congressos, etc), bem como a acessória técnica do Ministério
das Relações exteriores, no país ou no estrangeiro, em problemas relativos a
produção e a industria animal.
Em seu artigo 6º, esta mesma lei determina as atribuições não
exclusivas da profissão de Médico Veterinário, dentre elas, o estudo e a
aplicação de medidas de saúde pública no tocante a transmissão de zoonoses
(item “b”); a avaliação e peritagem relativas aos animais para fins
administrativos de crédito e seguro, bem como a classificação e padronização
dos produtos de origem animal e a participação nos exames de animais para
efeito de inscrição nas Sociedades de registro Genealógico (itens “c”, “d” e “f”);
a defesa da fauna, especialmente no controle da exploração das espécies
animais silvestres e de seus produtos (item “i”); e a organização da educação
rural relativa à pecuária (item “l”).
CAPÍTULO II
A GESTÃO AMBIENTAL
20
Segundo Barbieri (2010) a preocupação com o meio ambiente não é
recente, mas foi nas últimas três décadas do século XX que ela entrou
definitivamente na agenda dos governos de muitos países e de diversos
segmentos da sociedade civil organizada.
No âmbito empresarial, essa preocupação é ainda mais recente,
embora não faltassem empresas e entidades empresariais que buscassem
práticas ambientalmente saudáveis, mesmo quando o assunto apenas
começava a despertar interesse fora dos círculos restritos dos especialistas.
Porém, para a maioria das empresas, essa preocupação ainda não se
transformou em práticas administrativas e operacionais efetivas, pois se fosse
o caso, o acúmulo de problemas ambientais que coloca em risco todos os
seres vivos certamente não se verificaria com a intensidade que hoje se
observa. A globalização dos problemas ambientais é um fato incontestável e
as empresas estão, desde sua origem, no centro deste processo. Em recente
reportagem da revista Época (2010), foi apresentada uma pesquisa feita pela
consultoria McKinsey onde 1576 executivos de grandes empresas do mundo
responderam sobre “fatores de sustentabilidade que eles acham importantes
para os negócios”. 43% deles dão importância às mudanças climáticas, 42%
ao lixo, poluição e reciclagem, 27% à escassez de água, 18% aos direitos
humanos e trabalhistas e somente 5% disseram não dar importância a nenhum
tema relacionado à sustentabilidade, entre outras questões.
Ainda segundo Barbieri (2010), o papel das empresas na promoção de
um desenvolvimento que respeite o meio ambiente não resulta apenas da
necessidade de resolver os problemas ambientais acumulados ao longo dos
anos em decorrência de suas atividades. Resulta também da ampliação da sua
influência em todas as esferas da atividade humana.
As empresas se tornaram as principais forças condutoras da sociedade
em todos os níveis de abrangência, do global ao interior dos lares, dos acordos
multilaterais comerciais às decisões corriqueiras do dia-a-dia de bilhões de
pessoas em todas as partes do mundo. Daí a emergência de uma nova
concepção de responsabilidade social empresarial que rejeite a velha fórmula
de apenas produzir bens e serviços dentro da lei. A gestão ambiental deve
21
fazer parte dessa nova responsabilidade social e deve refletir o poder ampliado
das empresas de modo que elas possam de fato se tornar parceiras no
desenvolvimento sustentável.
A responsabilidade social empresarial pode ser definida, segundo Dias
(2008), como a que promove um comportamento empresarial que integra
elementos sociais e ambientais que não necessariamente estão contidos na
legislação, mas que atendem às expectativas da sociedade em relação à
empresa.
Não se trata de filantropia, ou seja, doações que uma empresa faz
ocasionalmente como forma de ajuda a um determinado grupo ou setor, mas
estratégias pensadas para orientar as ações da empresa para as
necessidades sociais, de forma que ela garanta, além do lucro e da satisfação
de seus clientes, o bem estar da sociedade. É um comprometimento. E esse
compromisso leva a empresa a contribuir ao desenvolvimento sustentável,
trabalhando com os empregados, suas famílias, a comunidade local e a
sociedade em geral para melhorar a qualidade de vida de todos.
Ainda segundo o autor, a consciência ecológica empresarial tem sido
motivada, em parte, pelas pressões contínuas do poder público, da opinião
pública e dos consumidores, e em muitos casos pela possibilidade de melhorar
sua imagem junto a determinados mercados, o que resulta em um aumento de
seus benefícios. De qualquer modo, como resultado dessa preocupação
ambiental, associada com as exigências legais e éticas da sociedade, muitas
empresas têm procurado gradativamente assumir maior responsabilidade
ecológica, adotando um papel mais ativo.
O termo “Desenvolvimento Sustentável” ficou mundialmente conhecido
após ser mencionado pela primeira vez no relatório “Nosso Futuro Comum”,
depois conhecido como “Relatório Brundtland”, que foi apresentado em 1987 à
Assembléia Geral das Nações Unidas pela Comissão Mundial sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento. Segundo esse relatório, o significado de
desenvolvimento sustentável seria atender as necessidades presentes, sem
comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias
necessidades. Como abordado por Veiga (2008), até o final dos anos 70,
22
sustentabilidade era uma noção usada apenas pela biologia, especialmente
por pesquisadores especializados em biologia populacional, que procuravam
avaliar quando uma atividade extrativa, como a pesqueira, por exemplo,
ultrapassa os limites de reprodução da espécie estudada, ou seja, procuram
identificar o ponto a partir do qual é rompida a resiliência de um ecossistema.
Hoje, há pelo menos uma dúzia de problemas ambientais suficientemente
sérios para que cenários de colapsos não possam ser descartados. Não é por
acaso, portanto, que o relatório de Brundtland expressou pela primeira vez
num organismo internacional o desejo de que o desenvolvimento seja
sustentável. Isto é, manifesta a ambição de que o crescimento econômico, que
por enquanto é o principal motor do desenvolvimento da humanidade, possa
respeitar os limites da natureza, em vez de destruir seus ecossistemas.
O processo de gestão ambiental, tal qual abordado por Philippi (2009),
inicia-se quando se promovem adaptações ou modificações no ambiente
natural, de forma a adequá-lo às necessidades individuais ou coletivas,
gerando dessa forma o ambiente urbano nas suas mais diversas variedades
de conformação e escala. O ambiente urbano, dessa forma, é o resultado de
aglomerações localizadas em ambientes naturais transformados, e que para a
sua sobrevivência e desenvolvimento, necessitam dos recursos do ambiente
natural. A maneira de gerir a utilização desses recursos é o fator que pode
acentuar ou minimizar os impactos. Esse processo de gestão fundamenta-se
em três variáveis: a diversidade dos recursos extraídos do ambiente natural, a
velocidade de extração desses recursos, que permite ou não a sua reposição,
e a forma de disposição e tratamento dos resíduos e efluentes. A somatória
dessas três variáveis e a maneira de geri-las define o grau de impacto do
ambiente urbano sobre o natural. Para o autor, o primeiro passo nessa
abordagem é uma Gestão Ambiental Urbana Consciente, que consiste no ato
de conhecer todas as questões que envolvem esta estreita trama de variáveis
que compões a realidade das cidades. Isto significa dizer que o conhecer
precede o agir. As cidades ou aglomerações urbanas, que incluem os setores
industrial, residencial, comercial, de serviços públicos e de transporte, são
organismos vivos e pulsantes e necessitam de alimento, água e oxigênio,
23
emitindo no processo o gás carbônico, entre outros, e produzindo resíduos.
Elas absorvem matérias-primas e as transformam em produtos
industrializados, gerando excedentes residuais. O transporte desses materiais,
e o transporte diário das populações envolvidas nesses processos demandam
quantidades diversificadas de energia e insumos e geram quantidades e
intensidades diversificadas de impactos. Vale ressaltar que as populações
rurais também utilizam a cidade para a aquisição de bens manufaturados e
para as atividades de comércio e serviços, na utilização do seu sistema viário e
de laboratórios, que geram suporte tecnológico para a melhoria da própria
atividade do campo.
Uma vez conhecidas essas questões, o aspecto seguinte que se
coloca é a necessidade de enfrentar, de forma multidisciplinar, os impactos
então produzidos, buscando soluções factíveis para uma gestão ambiental
eficaz.
Na abordagem de Almeida (2006), a Gestão Ambiental seria o
processo de articulação das ações de diferentes agentes sociais que
interagindo em um dado espaço com vistas a garantir a adequação dos meios
de exploração dos recursos ambientais, sendo eles naturais, econômicos e
culturais, às especificações do meio ambiente, com base em princípios e
diretrizes previamente definidos. Ela integraria a política ambiental, o
planejamento ambiental e o gerenciamento ambiental.
A política ambiental seria o conjunto consistente de princípios que
conformam as aspirações sociais e governamentais no que concerne à
regulamentação ou modificação no uso, controle, proteção e conservação do
ambiente.
O planejamento ambiental seria o estudo prospectivo que visa à
adequação do uso, controle e proteção do ambiente às aspirações sociais e
governamentais expressas na política ambiental, através da coordenação,
compatibilização, articulação e implementação de projetos de intervenções
estruturais e não estruturais.
O gerenciamento ambiental seria o conjunto das ações destinadas a
regular o uso, controle, proteção e conservação do ambiente, e avaliar a
24
conformidade da situação corrente com os princípios estabelecidos pela
política ambiental.
Fonte: http://www.igeo.pt/instituto/organizacao/centros_imagens/GQA222.gif
Diversos instrumentos têm sido utilizados para a implementação da
política ambiental.
Instrumentos do tipo comando e controle são, basicamente, um
conjunto de normas, regras, procedimentos e padrões a serem obedecidos
pelos agentes econômicos de modo a adequarem-se a certas metas
ambientais, acompanhado de um conjunto de penalidades previstas para os
recalcitrantes. Este tipo de instrumento pode se utilizar de licenças,
zoneamentos e padrões para a sua aplicação.
Já os instrumentos de mercado seriam instrumentos alternativos ou
complementares para as regras de comando e controle, que podem ajudar em
muito na aplicação das regras estabelecidas para políticas ambientais através
de taxações ambientais, criação de mercados alternativos (como o mercado de
carbono, por exemplo), através de subsídios ou sistemas de depósito e
reembolso.
Outros instrumentos, como a ampla divulgação ao público, a
informação e a educação vêm sendo cada vez mais utilizados, e podem ser
25
eficazes para mobilizar as partes afetadas e aumentar o conhecimento acerca
das condições ambientais e sanitárias.
CAPÍTULO III
AS PRINCIPAIS QUESTÕES AMBIENTAIS E A
MEDICINA VETERINÁRIA
Conciliar o crescimento econômico e a conservação ambiental é, sem
dúvida, um grande dilema. E isso se manifesta principalmente em uma dúzia
26
de grandes desafios. Alguns deles têm a ver com a destruição ou perda de
recursos naturais tais como os habitat das espécies, as florestas, os solos, os
estoques de peixe. Outros dizem respeito aos limites da natureza propriamente
ditos e a forma como nós seres humanos ultrapassamos estes limites sem nos
darmos conta de que os recursos naturais são finitos.
3.1 – A Degradação dos Solos:
Um solo é considerado degradado quando para de exercer parte de
suas funções, tais como nutrir as plantas, filtrar a água ou abrigar a
biodiversidade. Dos desgastes leves aos mais graves, esse fenômeno atinge
cerca de 1,96 bilhão de hectares, ou seja, mais da metade das superfícies
cultiváveis do mundo. Quatro formas principais de degradação foram
identificadas, todas elas provocadas ou acentuadas pela ação humana.
A primeira é a erosão hídrica do solo, processo pelo qual a água
separa e carrega partículas do solo. Causada em grande parte pelo
escoamento, seja da chuva ou da água de superfície, essa ação se agrava
com a exploração agrícola. O cultivo da terra tem como conseqüências o
ressecamento do solo, a diminuição da vida biológica e até o desaparecimento
da vegetação sobre a área. Todos esses fatores impedem uma boa
penetração da água.
Já no caso da erosão eólica, o desgaste do solo é resultado do efeito
do vento. O processo afeta especialmente as zonas peridesérticas, como as
grandes planícies dos Estados Unidos, a orla do Sahel e os planaltos do norte
da China. Também aí a exploração da terra é um fator agravante. A terra
cultivada se solta mais facilmente e pode ser levada pelo vento.
O terceiro tipo de degradação é a alteração da composição do solo,
que pode assumir diversas formas. Assim, a absorção dos elementos minerais
presentes na terra cultivada (azoto, fosfato, potássio, etc.) desencadeia uma
queda de fertilidade caso não seja compensada pela introdução de insumos. A
acidificação também diminui a produtividade se não for reequilibrada, assim
como a salinização, provocada pela utilização de água levemente salgada na
27
irrigação. Além disso, o despejo inadequado de agrotóxicos e resíduos
industriais ou o fluxo de águas carregadas de elementos poluentes modificam
seriamente a composição química do solo.
O quarto tipo de degradação é a natureza física. Ele se explica
principalmente pela compressão dos solos, que é provocada pela passagem
de máquinas pesadas ou, em menor medida, pelo pisoteio animal. O resultado
é que as raízes de desenvolvem com muito mais dificuldade.
Fonte: http://sidklein.vilabol.uol.com.br/pos/fig2_1.JPG
Para piorar, todos esses fatores são suscetíveis de acumulação. Em
geral, uma terra cultivada tem sua acidez aumentada, perde sais minerais, é
compactada e favorece o escoamento superficial de águas. A isso se soma o
desmatamento, que na maioria dos casos esta ligado à expansão das
fronteiras agropecuárias, acelerando ainda mais a erosão.
A medicina veterinária pode atuar nesta questão de várias formas. A
pecuária praticada no Brasil atualmente é do tipo extensiva, com pouca
ocupação de pasto por cabeças de gado, que em conjunto com o baixo preço
das terras, favorece a derrubada de matas nativas para a plantação de novas
28
pastagens. Sabe-se que a quantidade de terras direcionadas para pastagens
no país seria capaz de praticamente dobrar a produção de alimentos se estas
fossem mais bem utilizadas. Instituindo mudanças simples, como o rodízio de
pastagens e com um melhor aproveitamento do terreno por cabeça de gado
criada, a degradação dos solos reduziria muito, além de desacelerar o avanço
da fronteira agropecuária para regiões de mata nativa.
Ainda dentro do sistema de criação animal, existe a possibilidade de
utilizar o sistema de agroflorestas, onde as pastagens são plantadas em
consórcio com outras plantas, como leguminosas, capazes de fixar o nitrogênio
no solo, e árvores, que teriam a função de sombreamento e redução do
impacto da erosão pluvial e do vento sobre o solo.
Atuando como consultor de frigoríficos e centros de criação (como
avícolas e suinoculturas), um médico veterinário com formação em gestão
ambiental, poderia ainda auxiliar no tratamento dos resíduos animais,
direcionando o esterco e os refugos de produção (matéria orgânica) para
composteiras, produzindo adubo orgânico à ser utilizado em terrenos inférteis
ou na melhora produtiva de pastagens, retornando muitos minerais que seriam
perdidos ao solo.
3.2 – A Perda da Biodiversidade:
Em condições normais e estáveis de biodiversidade, uma mesma
espécie dura de 1 milhão a 10 milhões de anos, de acordo com estimativas
dos paleontólogos. Mas, com a supremacia da espécie Humana, essa
possibilidade foi enormemente perturbada e parece pouco provável que os
seres vivos possam se perpetuar por tanto tempo assim.
Ao confundir a utilização da natureza com sua predação, o homem
destrói os seres vivos cada vez mais rapidamente. As taxas atuais de extinção
são de cem a mil vezes superiores em relação às taxas existentes nas eras
geológicas anteriores. As ameaças tradicionais de origem antrópica, que
causam a destruição dos habitat e a super exploração, são reforçadas pelas
invasões biológicas, poluição, crescimento populacional humano e mudanças
29
climáticas bruscas, de modo geral seguidas da alteração dos ciclos
biogeoquímicos.
A fauna, a flora e os microorganismos resistem cada vez menos às
pressões humanas. O processo de desaparecimento de indivíduos,
populações e, finalmente, de espécies está bem estabelecido e é
acompanhado por uma desorganização da cadeia alimentar (produtores,
consumidores e decompositores), em que os ecossistemas são atingidos como
um todo porque sua produtividade e estabilidade, até mesmo evolutiva,
dependem da diversidade dos tipos funcionais das espécies que eles abrigam.
Mesmo de um ponto de vista utilitário, passa quase despercebida a
infinidade de bens e serviços fornecidos pelos ecossistemas. Cabe o
questionamento sobre quantas novas moléculas com finalidades farmacêuticas
são perdidas para sempre, quantas novas fibras naturais deixam de ser
pesquisadas e quantas novas espécies deixam de ter o seu papel na natureza
catalogados quando caminhamos num ritimo tão acelerado de extinções.
Essas contribuições “gratuitas” puderam ser estimadas anualmente entre 2,9
trilhões e 38 trilhões de dólares. Para efeito de comparação, o produto interno
bruto (PIB) mundial representa 18 trilhões de dólares.
Alguns exemplos claros do que podemos aprender com a
biodiversidade do planeta encontra-se, por exemplo, nas algas
bioluminescentes, que combinam substâncias para abastecer suas lanternas
orgânicas, ou os peixes e rãs das regiões árticas que congelam-se e tornam a
surgir para a vida depois de terem protegido seus órgãos dos danos causados
pelo gelo, ou os ursos pardos que hibernam durante invernos inteiros sem se
envenenarem com a própria uréia. Esses processos não envolvem o aporte
energético artificial que os nossos processos produtivos atuais costumam se
utilizar, mas são naturais e poderiam nos ajudar em muito a promover um salto
tecnológico sustentável.
A medicina veterinária possui um valor inestimável no auxílio à
proteção da biodiversidade. Seja através do policiamento especializado de
fronteiras e mercados ilegais, coibindo o tráfico de animais, plantas e insetos
de nosso território, seja no trabalho em clínica de animais selvagens e técnicas
30
de reprodução animal em centros de reabilitação ou zoológicos, o profissional
da área pode reduzir em muito a perda de material genético destes seres
através da reintrodução de animais em seu habitat ou do auxílio no aumento
populacional de uma determinada espécie.
Ainda, dentro da criação de animais de produção, mudanças simples
como as citadas no problema de degradação de solos, como a implementação
de sistemas agroflorestais e a melhor ocupação das pastagens com aumento
da produtividade por hectare, podem representar um grande ganho na redução
da degradação de ambientes naturais (por desflorestamento ou queimadas)
tão necessários para a manutenção de nossa biodiversidade.
Dentro do âmbito do controle de zoonoses, o profissional da área pode
atuar em campanhas de conscientização, demonstrando que, quanto mais
nossas fronteiras urbanas se aproximam das fronteiras das matas
preservadas, mais as doenças tropicais e zoonóticas afligem a população.
Doenças como a Leishmaniose, a malária, a dengue e etc.
Já dentro da indústria farmacêutica, podem e devem valorizar o
potencial de criação de novas drogas para o tratamento das mais diversas
afecções que podem ser encontradas em plantas, insetos e animais de nossa
biodiversidade.
3.3 – A Crise da Água:
A agricultura consome 80% de toda a água utilizada no mundo,
principalmente nos processos de irrigação, contra 12% da indústria e 8%
destinados ao uso público. A conseqüência direta da super exploração e do
aumento de superfícies agrícolas irrigadas é a baixa dos lençóis freáticos e a
seca dos rios. Para se produzir 1 quilo de trigo são necessários 1.500 litros de
água e para 1 quilo de carne industrializada são gastos cerca de 10 mil litros,
assim, os recursos indispensáveis aos 6,5 bilhões de habitantes do planeta,
que chegarão a 8 bilhões em 2030, são dilapidados aos poucos.
31
Fonte: http://static.infoescola.com/wp-content/uploads/2009/08/ciclo-da-agua.jpg
As ameaças de escassez devem motivar uma mudança radical de
comportamentos e práticas, aí compreendidos também os países ricos. As
alterações climáticas, o desaparecimento das zonas úmidas, a poluição
crescente e a má alocação de recursos contribuem para o aparecimento de
desequilíbrios inquietantes. A urbanização galopante e a pavimentação maciça
deixam os solos impermeáveis, provocando jusantes cheias e inundações. As
águas subterrâneas, cujo ritmo de renovação pode exigir dezenas de milhares
de anos, são literalmente tomadas de assalto, em detrimento das
necessidades das gerações futuras.
Torna-se assim imperativo incrementar a produtividade da água,
sobretudo nos países que não dispõem dos meios técnicos e financeiros para
captá-la. Explorar cada gota a fim de extrair dela mais produtos agrícolas,
carne, peixe e leite.
Os sistemas agroflorestais já abordados neste capítulo possuem
imenso potencial de preservação e retenção da água dentro do solo,
alimentando os lençóis freáticos e as bacias hidrográficas. Pequenas
alterações nos sistemas de manejo de animais de produção, como o
cercamento de olhos d’água para evitar o pisoteamento por parte do gado,
evitando o desmatamento das margens de rios para plantação de pastagens e
criando as chamadas praças de alimentação, lugares aonde o gado pode
32
encontrar a água e os sais minerais em cochos, ajudam na manutenção da
integridade dos corpos hídricos.
O profissional veterinário pode ainda auxiliar a implantação de
criatórios e de frigoríficos, determinando materiais mais porosos na construção
de pisos e vias, para a absorção da água da chuva pelo solo, e no
aproveitamento da água da chuva para a utilização na limpeza e outras
funções menos nobres, economizando a utilização de água potável para estes
fins. Ainda nesta função, o profissional deverá fiscalizar o tratamento de
efluentes das indústrias de alimentos de origem animal, de modo a reduzir e
evitar a contaminação, ou eutrofização, dos corpos hídricos. Em alguns
estabelecimentos desta natureza, os efluentes carregados de matéria orgânica
são tratados e reutilizados na irrigação de áreas de reflorestamento para a
produção de celulose, retornando parte da água utilizada no processo
produtivo ao solo, juntamente com minerais e matéria orgânica necessários
para a produtividade do mesmo. A água é utilizada em grande quantidade ao
longo de todo o processamento de carcaças em frigoríficos e o profissional
veterinário pode e deve demonstrar a economia nos custos do processo
produtivo com a economia no uso da água potável.
O controle do despejo de efluentes é de grande importância para a
manutenção dos sistemas de esgotamento, evitando que placas de matéria
orgânica ou gordura se fixem nos encanamentos, ocasionando rompimentos e
vazamentos que poderiam resultar na contaminação de corpos hídricos.
Na área da administração de hospitais e clínicas veterinárias, a
captação e utilização da água da chuva para processos como a limpeza de
pisos e irrigação de jardins reduziria em muito o consumo de água dos
estabelecimentos, podendo tornar ainda mais lucrativo o serviço de banho e
tosa de animais de companhia, que demandam uma grande quantidade de
água encanada.
3.4 – As Doenças Ambientais:
33
As políticas sanitaristas empreendidas nos países ocidentais quase
eliminaram as doenças infecciosas. Há um século, elas representavam 20%
das causas de mortalidade e hoje são responsáveis por apenas 2% dos
falecimentos.
Mas, apesar da estatística positiva, os países pobres ainda sofrem com
infecções e intoxicações crônicas que dificilmente são tratadas. Na raiz do
problema está a má qualidade da água de bebida. Ela provoca diarréia,
desinteira, cólera, febre tifóide e contaminações por vermes intestinais. A
insalubridade, aliada à imensa quantidade de focos de água parada é propícia
aos insetos que transmitem parasitas extremamente graves, como a doenças
de Chagas, febre amarela, dengue, leishmaniose, febres hemorrágicas e
malária.
A essas ameaças se juntam os poluentes difundidos via alimentos,
solo e ar. Nas cidades, os habitantes respiram óxido de enxofre, partículas
finas de veículos e fábricas e até resíduos de chumbo, eliminados nas cidades
européias. Os aquecimentos sem exaustão correta da fumaça, bem como o
consumo de tabaco favorecem as bronquites crônicas ou enfisemas. A
incidência dessas patologias, assim como de câncer e das doenças
cardiovasculares, está aumentando.
No total, o ambiente infectado ou intoxicado é tido como responsável
por 25% das mortes nos países em desenvolvimento, contra 17% nas nações
industrializadas.
O número de anos de vida saudável perdidos por motivos ambientais é
15 vezes mais elevado nos países pobres do que nos industrializados, onde a
poluição é a maior vilã, principalmente nas cidades. Lá, a asma atinge as
crianças de forma severa e o câncer cresce em todas as faixas etárias. Essa
progressão nãos e deve unicamente ao envelhecimento. Em 35% dos casos,
ela pode ser imputada ao efeito de elementos cancerígenos como o alcatrão, o
amianto e diversas partículas finas que induzem ao aparecimento de câncer de
pulmão; o benzeno e o óxido de etileno são causa de 2% das leucemias; já as
aflotoxinas, toxinas de fungos encontrados em grãos estocados, atingem e
lesionam os rins e o fígado.
34
Observa-se também um aumento da obesidade, das doenças auto-
imunes, tais como a esclerose múltipla, das dificuldades em procriar, com a
diminuição acentuada da quantidade e qualidade de espermatozóides, e de
manifestações que podem ser explicadas pelas desordens hormonais
causadas por produtos chamados de perturbadores endócrinos. Essa
categoria reúne uma diversidade de moléculas que entram na composição de
detergentes, plastificantes, solventes ou pesticidas e que são difíceis de
controlar. São substâncias que se acumulam dentro a progressão da cadeia
alimentar no processo denominado de bioacumulação.
Mesmo assim, a indústria química não freou seu crescimento e a cada
ano, 400 milhões de toneladas de produtos químicos entram no mercado. As
contaminações se propagam por todos os meios (rios, mares, sangue humano,
leite materno, etc.), mas também através do planeta. É desse modo que o
povo Inuite do Alasca absorve uma alta taxa de mercúrio com os peixes de que
se alimenta, mercúrio este que não provém de sua região. Esta substância,
derivada de resíduos industriais estimados em 4.500 toneladas por ano, é tão
neurotóxica quanto outros metais pesados, como o arsênico e o cádmio.
Encontramos atualmente, em regiões frias mais próximas aos pólos,
concentrações surpreendentemente altas de produtos químicos tóxicos e
persistentes (com velocidade de biodegradação muito baixa), que são
transportados para estas regiões pelo ar ou pelas águas. Os poluentes
orgânicos persistentes (POPs), são compostos orgânicos representados por
compostos aromáticos, poliaromáticos e alicíclicos clorados. Alguns exemplos
são produtos industriais como os PCBs (bifenilas policloradas, usadas em
transformadores elétricos, equipamentos de resfriamento e materiais de
isolamento), pesticidas como DDT, Lindano e Toxafeno, que nunca foram
utilizados naquelas regiões, e produtos secundários de origem industrial, de
produção não intencional, como as dioxinas e furanos.
Os POPs permanecem por longos períodos de tempo no ambiente
(dez anos ou mais) sem sofrer processos de degradação, e mantendo,
portanto seu potencial tóxico ao homem e ao meio ambiente. São geralmente
35
caracterizados pela sua baixa solubilidade em água e alta lipossolubilidade, o
que resulta em bioacumulação nos tecidos gordurosos dos homens e animais.
Fonte:http://www.desconversa.com.br/biologia/wp-
content/uploads/2009/05/bioacumulacao.jpg
O profissional veterinário tem grande responsabilidade no controle de
doenças nos centros urbanos. Dentro do âmbito da clínica de pequenos
animais, ou animais de companhia, o veterinário deve orientar seus clientes de
forma correta acerca da posse responsável de animais, valorizando o bem
estar e a saúde animal, com vacinações importantes e medidas de controle de
natalidade, como as campanhas de castração, de modo a evitar o abandono e
o conseqüente aumento da população urbana de animais. Estas medidas
ajudam a controlar a disseminação de importantes zoonoses como a raiva, a
esporotricose e a leishmaniose e de parasitoses, como o bicho geográfico e as
doenças sanguíneas transmitidas por pulgas e carrapatos.
O controle de efluentes dos frigoríficos e indústrias de alimentos de
origem animal, já mencionados neste capítulo, também ajudam na redução da
contaminação dos corpos hídricos que abastecem os centros urbanos com
eventuais microorganismos patogênicos.
36
O médico veterinário deve estar atento ainda para as novas drogas e
sua utilização em larga escala, principalmente os inseticidas, que muitas vezes
não possuem estudos de longo prazo acerca de sua persistência no meio
ambiente e de suas capacidades de bioacumulação ao longo da cadeia
alimentar. Drogas como as mencionadas neste capítulo, devido à grande
capacidade de concentrarem-se no leite materno, são de suma importância na
indústria leiteira, cujo controle higiênico qualitativo e sanitário é atribuição
exclusiva do profissional desta área. Elas possuem importância ainda nos
processos reprodutivos, podendo reduzir a natalidade e a produtividade de
criatórios para a produção de proteína de origem animal.
3.5 – O Aquecimento Global:
Esta questão vem sendo tema prioritário de discussão entre as nações
desde a conferência Rio-92, mas, somente em 1997 o protocolo de Kyoto,
documento que estabeleceu metas de redução dos gases de efeito estufa, foi
assinado pelas nações e somente em 2005 foi ratificado e entrou em vigor.
Considerado o problema essencial da mudança climática que está
ocorrendo no planeta, o aquecimento global se dá pelo aumento dos
chamados gases de feito estufa, entre eles o dióxido de carbono, o metano, o
vapor d’água, entre outros, na atmosfera. O efeito estufa, no entanto, não pode
ser encarado como vilão, pois se não fosse ele, não haveria vida no planeta,
pois a temperatura média seria de 33 graus negativos. O que se afirma é que
esta havendo um aumento excessivo da concentração desses gases na
atmosfera e, portanto, um rápido superaquecimento.
37
Fonte: http://www.rudzerhost.com/ambiente/images/efeitoestufa2.gif
Segundo dados recentes, a temperatura média da superfície terrestre
aumentou cerca de 1 grau Celsius desde 1900 até 2005 e os modelos
climáticos que estão sendo construídos e estudados prevêem aumentos nas
temperaturas médias de 2 a 4 graus Célsius de 1990 até 2100. As previsões
climáticas são altamente complexas, mas, de qualquer forma, já existe um
consenso entre os especialistas de que um aumento próximo de 2 graus
Célsius na temperatura média global será suficiente para provocar
conseqüências catastróficas como falta de água potável, comprometimento
irreversível das florestas tropicais, extinção de 15% a 40% das espécies,
desaparecimento das geleiras e conseqüente aumento do nível do mar, o que
em última análise levaria a uma migração em massa e a conflitos bélicos.
Na abordagem de Veiga (2008), O aquecimento global é um exemplo
específico do fenômeno mais amplo denominado mudança do clima. O uso
comum dessa expressão refere-se à elevação da temperatura média da terra
nos últimos 100 anos de algo em torno e 1 grau Célsius. Há inúmeras
indicações de que esse aumento seja devido às atividades humanas,
38
principalmente aquelas que envolvem a queima de petróleo e de carvão,
emitindo gases conhecidos como de efeito estufa.
Nas últimas décadas, tem havido um enorme avanço na pesquisa da
ciência do clima, tanto na área da observação, quanto no campo da
modelagem e no tratamento da incerteza, gerando um consenso entre a maior
parte da comunidade científica internacional de que este aumento global da
temperatura no século XX tem como origem as atividades humanas, também
chamadas de antrópicas.
É importante também destacar o papel do Brasil na questão. O país
está entre os grandes emissores de gases de efeito estufa, contudo, sua
contribuição não vem da queima de combustíveis fósseis, como é o caso da
maioria dos outros países. Ela vem do desmatamento e das queimadas.
Apesar de muitos estudiosos do aquecimento global considerarem o
desmatamento da Floresta Amazônica como principal causa das emissões
brasileiras, estas se devem também de forma significativa às queimadas
agropecuárias fora da Amazônia. Em menor grau, mas de forma crescente,
contribuem para as emissões brasileiras a produção de energia elétrica pelo
uso de carvão ou diesel, além dos vários setores mais poluentes como a
construção, indústrias, transportes e etc.
O profissional veterinário possui grande responsabilidade no controle
deste que pode ser o principal problema ambiental que enfrentamos. A criação
de animais em pastagens da forma como ela é feita no Brasil é a responsável
pela principal fonte de emissões de gases de feito estufo do país, uma vez que
estimula a derrubada e a queimada de matas virgens, principalmente nas
regiões da Amazônia e do Cerrado, biomas importantes e ameaçados, onde as
terras ainda possuem baixo valor e estimulam a criação de gado de forma
extensiva e com baixo aproveitamento por hectare. Mudanças no processo
produtivo como as já mencionadas agroflorestas e o rodízio de pastagens são
capazes de aumentar a produtividade das terras já desmatadas. Em conjunto,
as legislações imputem grandes somas de multa a produtores que
desrespeitem suas determinações e o profissional veterinário, principalmente
39
quando na função de responsável técnico, deve estar apto a informar e a
direcionar o produtor a se adequar as normas vigentes.
Dentro da área de fiscalização, o profissional veterinário pode atuar em
órgãos governamentais federais, estaduais ou municipais, como o IBAMA, o
ICM-Bio ou o próprio Ministério do Meio ambiente, entre outros, coibindo o
desmatamento e fiscalizando a manutenção das áreas de florestas protegidas,
além de estimular iniciativas particulares de reflorestamento e seqüestro de
carbono.
A criação de mercados como o do boi certificado, ou “boi verde”, são
exemplos de pressões externas dentro de nossos processos produtivos para
os quais o profissional da área deverá estar atento.
40
CONCLUSÃO
O planeta Terra passa por grandes questões ambientais que podem
afetar profundamente a forma como a raça humana vive hoje. Estas alterações
são, praticamente todas, fruto da maneira como a espécie humana usufrui dos
recursos naturais, e a manutenção do sistema produtivo tal qual o
concebemos, pode nos levar a extinção em algumas dezenas de anos. Faz-se
necessária a mudança deste paradigma, para que nossos processos
produtivos tornem-se mais sustentáveis e agridam menos o planeta.
A Medicina Veterinária sempre foi uma arte que acompanhou em
paralelo o desenvolvimento da espécie humana. Desde os primórdios, quando
o ser humano domesticou seu primeiro animal com o intuito de auxiliá-lo em
sua sobrevivência, seja para a proteção ou para a alimentação, até os dias
atuais, onde exerce importante papel na produção de alimentos de origem
animal, controle de doenças e proteção da vida animal. Desta forma, não
poderia deixar de exercer importante papel nesta era de mudança e adaptação
da espécie humana a uma nova forma de se relacionar com o planeta Terra.
Dentro do âmbito que a legislação reguladora da profissão de Médico
Veterinário delimita, existem diversas formas de inserção do profissional desta
área dentro da atuação da gestão ambiental. Este é um mercado de trabalho
em franco crescimento, principalmente devido as pressões sociais,
econômicas e políticas, e o médico veterinário possui atribuições que o tornam
um profissional indispensável e responsável por implementar mudanças
importantes de processo produtivo nas mais diversas áreas.
Urge que se desenvolva a qualificação destes profissionais através da
especialização, de modo a auxiliar e acelerar o processo adaptativo dos meios
produtivos que farão a nossa espécie saltar para uma nova era do
desenvolvimento da espécie humana, a era da sustentabilidade.
41
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ALMEIDA, Josimar Ribeiro de. Gestão Ambiental para o Desenvolvimento
Sustentável. 1ª edição. Rio de Janeiro: Thex Editora, 2006.
BARBIERI, José Carlos. Gestão Ambiental Empresarial. 2ª edição. São Paulo:
Editora Saraiva, 2010.
BENYUS, Janine M. Biomimética – Inovação Inspirada pela Natureza. 4ª
edição. São Paulo: Editora Cultrix, 2009.
Congresso Nacional. Decreto nº 23.133. Estado da Guanabara-DF, 09 de
setembro de 1933.
Congresso Nacional. Lei 5.517. Brasília-DF, 23 de outubro de 1968.
DIAS, Reinaldo. Gestão Ambiental – Responsabilidade Social e
Sustentabilidade. 1ª edição. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2008
História da Medicina Veterinária. Disponível em: <http://www.drapc.min-
agricultura.pt/base/documentos/historia_medicina_veterinaria.htm>. Acessado
em: 27/09/2010.
Le Monde Diplomatique Brasil. Atlas do Meio Ambiente. Curitiba: 2010, edição
especial.
LOVELOCK, James. A Vingança de Gaia. 1ª edição. São Paulo: Intrínseca,
2006.
PHILIPPI Jr, Arlindo et all. Curso de Gestão Ambiental. 1ª edição. São Paulo:
Manole, 2009.
42
Revista Época. Editora Globo. Quanto Vale a Natureza? São Paulo: 20 de
Setembro de 2010, edição 644 (pág. 82).
Síntese da História da Medicina Veterinária. Disponível em:
<http://www.cfmv.org.br/portal/historia.php>. Acessado em: 27/09/2010.
VEIGA, José Eli da. Aquecimento Global – Frias Contendas Científicas. 1ª
edição. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2008.
VEIGA, José Eli da. Desenvolvimento Sustentável, que Bicho é esse? 1ª
edição. São Paulo: Autores Associados, 2008.
43
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 07
SUMÁRIO 09
INTRODUÇÃO 11
CAPÍTULO I
A MEDICINA VETERINÁRIA 13
1.1 – Origens Históricas no Mundo 13
1.2 – Origens Históricas no Brasil 17
1.3 – A Veterinária na Atualidade 19
CAPÍTULO II
A GESTÃO AMBIENTAL 21
CAPÍTULO III
AS PRINCIPAIS QUESTÕES AMBIENTAIS E
A MEDICINA VETERINÁRIA 27
3.1 – A Degradação dos Solos 27
3.2 – Perda da Biodiversidade 29
3.3 – Crise da Água 31
3.4 – Doenças Ambientais 34
3.5 – O Aquecimento Global 37
CONCLUSÃO 41
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 42
ÍNDICE 44
44
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito: