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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO AO PROJETO:
UMA VISÃO INTEGRADA E DE QUALIDADE
Por: Maria Teresa Martins Pinto
Orientador
Prof. Fabiane Muniz
Rio de Janeiro
2009
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO AO PROJETO:
UMA VISÃO INTEGRADA E DE QUALIDADE
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Administração
da Qualidade
Por: Maria Teresa Martins Pinto
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, meu grande Mestre ,
e a meus pais (In Memoriam), por
minha formação para a vida.
4
DEDICATÓRIA
À Juliana e Luisa, filha e neta, meus
grandes amores.
À Clélia Keller (In Memoriam), que me
mostrou, ainda pequena, o prazer de
estudar.
5
RESUMO
O Planejamento Estratégico é um processo gerencial que diz respeito à
formulação de objetivos para a seleção de programas de ação e para sua
execução, levando em conta as condições internas e externas à empresa e
sua evolução.
Os projetos são o meio pelo qual as organizações podem implementar
as estratégias para atingir os objetivos definidos no Planejamento Estratégico
.Muitas organizações ainda não reconhecem que os Planos de Ação
decorrentes do Planejamento Estratégico são, na verdade, Projetos.
Tem-se observado, entretanto, que freqüentemente as ações definidas
no Planejamento Estratégico não se tornam realidade e , se executadas,
ultrapassam seu prazo, custo e/ou escopo definidos.
É através da gestão de projetos, programas e portfólios, alinhados ao
Planejamento Estratégico, que a empresa pode alcançar resultados que
normalmente não poderiam ser alcançados através das suas atividades de
rotina.
Através do trabalho desenvolvido por um Escritório de Projetos e do
Gerenciamento de Projetos, o Planejamento Estratégico/Ações Estratégicas
podem ser traduzidos em projetos e tornarem-se realidade. A qualidade na
condução dos projetos, através da estruturação e implantação de processos e
metodologia de gerenciamento de projetos, simultaneamente com o
acompanhamento dos projetos e suporte efetivo às equipes na execução das
atividades, possibilitam que os projetos atinjam seus objetivos requeridos pelo
negócio, de acordo com o prazo, custo e escopo estabelecidos.
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METODOLOGIA
Este trabalho é baseado em pesquisa exploratória através da utilização
de livros, artigos publicados e sites consagrados na área em questão .
O foco do estudo está voltado para organizações públicas e privadas,
embora fatores como cultura organizacional e apoio da alta administração
sejam de grande importância para o tema.
Este trabalho tem como objetivo estudar como o Planejamento
Estratégico pode obter sucesso em sua execução e controle desde que
baseado no apoio de um Escritório de Projetos para a implantação, a nível
operacional, das ações estratégicas.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I - O Planejamento Estratégico 10
CAPÍTULO II - O Gerenciamento de Projetos 18
CAPÍTULO III – O Gerenciamento de Projetos e o
Planejamento Estratégico 28
CONCLUSÃO 35
BIBLIOGRAFIA 36
ÍNDICE 38
FOLHA DE AVALIAÇÃO 40
8
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo mostrar como o gerenciamento de
projetos pode ser o meio pelo qual as organizações podem implementar as
estratégias para atingir os objetivos definidos no Planejamento Estratégico.
Atualmente, as organizações públicas e privadas, no cenário global
competitivo onde se acham inseridas, se deparam com a necessidade
constante de passar por grandes transformações. Por isso essas instituições
vêm lançando mão, de forma progressiva, do Planejamento Estratégico e
também adquirindo, utilizando e disseminando novos conhecimentos como
uma ferramenta de criação de caminhos inovadores que otimizem o
desempenho organizacional.
O Planejamento Estratégico é um processo gerencial que diz respeito à
formulação de objetivos para a seleção de programas de ação e para sua
execução, levando em conta as condições internas e externas à empresa e
sua evolução. Os projetos são o meio pelo qual as organizações podem
implementar as estratégias para atingir os objetivos definidos no Planejamento
Estratégico. Muitas organizações ainda não reconhecem que os Planos de
Ação decorrentes do Planejamento Estratégico são, na verdade, Projetos.
A atual economia de mercado está criando nas organizações, cada vez
mais, uma forte dependência dos resultados de projetos, sejam eles
relacionados ao Planejamento Estratégico ou não.
O conceito de Escritório de Projetos não é novo. Desde os anos 60, já
eram usados escritórios para apoio a projetos. Inicialmente em projetos de
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engenharia, quando novas técnicas eram introduzidas, como o PERT/CPM, e,
posteriormente, adotado também em grandes projetos de informática.
Muitas organizações ainda não reconhecem que os Planos de Ação
decorrentes do Planejamento Estratégico são, na verdade, projetos. O
Escritório de Projetos, através de uma evolução clara em seu conceito, tem
agora a responsabilidade de suportar ativamente o Planejamento Estratégico
da organização. Tem-se observado, entretanto, que freqüentemente as ações
definidas no Planejamento Estratégico não se tornam realidade e , se
executadas, ultrapassam seu prazo, custo e/ou escopo definidos.
10
CAPÍTULO I
O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
Este Capítulo apresenta uma visão geral sobre o Planejamento
Estratégico, desde sua origem até a sua utilização nos processos empresariais
atuais. Mostra, também, conceitos e ferramentas fundamentais e as principais
barreiras para a sua implementação Está dividido em quatro itens : História do
Planejamento Estratégico, O Planejamento Estratégico dentro do Conceito de
Administração Estratégica, O Processo do Planejamento Estratégico e as
Principais Barreiras na Implementação do Planejamento Estratégico.
1.1 – História do Planejamento Estratégico
A história do Planejamento Estratégico começa com o modelo militar,
mais precisamente com as guerras (suas origens, concepções, dinamismo, etc
). Uma definição de estratégia militar nos diz: “Estratégia é a ciência do
planejamento e direção em larga escala de operações militares, ou manobra
de forças para adquirir a posição mais vantajosa para combater o inimigo”
(Guralnik, 1986). O conceito, nos processos empresarias, foi transformado,
mas um elemento permanece como chave: “é dirigida para obter vantagens
competitivas”.
O modelo militar por si só não implementa a idéia de estratégia, é uma
estrutura para sustentar a estratégia. A idéia de estratégia surge dos
chamados “jogos de guerras” (wargames), com conceitos de tática, exercícios,
modelagem e simulações.
A Estratégia, pode ser definida de forma simplificada como “a arte do
general” (do grego Strategos). Em um sentido militar, o termo foi definido por
volta do final do século XVIII, onde os jogos de guerra eram simples e
limitados. Neste aspecto o termo Estratégia pode ser visualizado como sendo
os estratagemas com o qual um general consegue ludibriar ou enganar um
inimigo, com planos que ele elaborou para a campanha e com a disposição
dos recursos que foram postos e/ou movidos no cenário de guerra.
11
Conforme os jogos de guerra tornaram-se maiores e mais complexos, a
liderança estratégia começou a tornar-se mais difícil. A arte começou a impor
muito mais facetas, e o treinamento sistemático tornou-se obrigatório para
tornar-se mestre nela. A estratégia retirou-se da cena de batalha e grandes e
especializados grupos de apoio (staffs) nasceram para ajudá-la.
Alexandre, o Grande, pode ser considerado um exemplo inusitado de
estrategista militar: ao completar seu plano de batalha, pulava para a batalha
no front de suas tropas e liderava a guerra. Napoleão costumava fazer seus
planos de batalha acompanhado de seus conselheiros montado à cavalo no
alto de uma colina, lugar de onde costumava obter uma visão de seu campo de
batalha. Generais da 1.ª guerra mundial costumavam transformar seus
escritórios em grandes centros de operações, estudando mapas do cenário de
batalha e despachando ordens à mão por telefone e automóveis. Na 2.ª guerra
mundial os centros de comando (quartel-general) e grupos de apoio
desenvolveram-se mais e ficaram mais elaborados, à medida que os jogos de
guerra tornaram-se “tridimensionais” (terra, água e ar).
O planejamento estratégico começou a tornar-se um negócio altamente
organizado, com conselhos de planejamento e conferências nas cidades
capitais onde os combatentes faziam planos e táticas de batalha, num esforço
conjunto para alcançar a vitória. Nestes avançados postos de comando, os
líderes militares mantinham contato com as diversas fases do comando
nacional, num esforço conjunto para tratar dos problemas em todo o mundo.
É importante lembrar que a estratégia foi mudando de época para
época, como a guerra em si mesma. Com isso, e toda a definição da arte dos
jogos de guerra, é possível esboçar a importante contribuição criada por
períodos chaves da história dos conflitos do homem para a moderna teoria da
estratégia atual.
A partir da metade do século XVIII até meados do século XIX, segundo
Bomtempo (2000), na Revolução Industrial, aparece o Planejamento
Estratégico com a criação de mercados consumidores de massa ou escala
maiores do que aqueles que existiam até então. Nos Estados Unidos, as
ferrovias contribuíram muito para a criação desses mercados, realizando
12
investimentos com o objetivo de ganhar economia de escala na produção e
melhorar a qualidade da distribuição do que era produzido. Ainda segundo
Bomtempo (2000), os precursores do que hoje se denomina estratégia foram
Alfred Sloam, principal executivo da GM entre 1923 e 1946, e Chester Bernard,
da ITT, ao longo dos anos 30.
Na metade dos anos 60, foi introduzida a metodologia do Planejamento
Estratégico mediante proposições do Prof. Igor Ansoff, dos pesquisadores do
Stanford Research Institute e dos consultores da McKinsey Consulting Co.
(Alday,2000).
1.2 – O Planejamento Estratégico dentro do Conceito de
Administração Estratégica
O Planejamento Estratégico é uma atividade permanente e contínua,
que se desenvolve de modo ordenado e racional, sistematizando um processo
de tomada de decisões, com vista ao alcance de objetivos que permitirão
otimizar a futura posição da instituição, a despeito de mudanças aleatórias ou
organizadas no meio ambiente futuro (Leitão, 1995). Representa um processo
de coordenar no tempo, recursos, esforços e energias, no sentido de
concretizar providências para alcance de um objetivo futuro.
O Planejamento Estratégico, que se tornou o foco de atenção da alta
administração das empresas, volta-se para as medidas positivas que uma
empresa poderá tomar para enfrentar ameaças e aproveitar as oportunidades
encontradas em seu ambiente.
Empresas de todos os tipos estão chegando à conclusão de que essa
atenção à estratégia é uma atividade muito proveitosa. Empresas pequenas,
médias e grandes, distribuidores e fabricantes, bancos e instituições sem
finalidade de lucro, todos os tipos de organizações devem decidir os rumos que
sejam mais adequados aos seus interesses.
As razões dessa atenção crescente à estratégia empresarial são muitas,
algumas mais evidentes que outras. Dentre as causas mais importantes do
crescimento recente do Planejamento Estratégico, pode-se citar que os
ambientes de praticamente todas as empresas mudam com surpreendente
13
rapidez. Essas mudanças ocorrem nos ambientes econômico, social,
tecnológico e político. A empresa somente poderá crescer e progredir se
conseguir ajustar-se à conjuntura, e o Planejamento Estratégico é uma técnica
comprovada para que tais ajustes sejam feitos com inteligência.
Constitui-se de um instrumento que força, ou pelo menos estimula, os
administradores a pensar em termos do que é importante ou relativamente
importante, e também a se concentrar sobre assuntos de relevância. O mais
importante na utilização do Planejamento Estratégico é o seu estreito vínculo
com a Administração Estratégica nas organizações. Não se pode tratar
isoladamente o Planejamento Estratégico sem entrar no processo estratégico,
contribuindo assim de forma mais eficaz com a gestão dos administradores na
obtenção dos seus resultados.
1.3 – O Processo do Planejamento Estratégico
A maioria da empresas nacionais, principalmente micro e pequenas, não
possuem qualquer estabelecimento de metas e objetivos estratégicos . Além
de não implementar tais objetivos e metas, muitas não compreendem sua
importância para a organização. Seus colaboradores e os próprios
proprietários não sabem para onde e como a organização está indo.
Estabelecer a Missão e a Visão de uma organização é estabelecer um
caminho a seguir e um sonho a alcançar.
Uma estratégia corporativa é elaborada com o intuito de estabelecer os
Objetivos e Metas, a partir da Missão e Visão e da empresa.
A Missão da empresa deve refletir a razão de ser da empresa, qual o
seu propósito e o que faz. A Missão geralmente é curta e deve destacar as
atividades da empresa, o mercado alvo, as áreas geográficas em que atua, os
produtos e serviços que oferece. É formada pela declaração de princípios,
valores, crenças e filosofia de existência de uma organização. É elemento
balizador para a fixação dos Objetivos e Estratégias (Dornelas,2008).
A Missão pode ser criada através de reuniões, brainstorming,
questionários, com funcionários que trabalhem nas principais funções e
atividades da empresa. Deve ser revisada até que todos estejam satisfeitos
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com o texto final. A idéia da Missão é transmitir uma imagem tangível e
concreta da empresa.
“Desenvolver, produzir e comercializar carros e serviços que as pessoas prefiram comprar e tenham orgulho de possuir, garantindo a criação de valor e a sustentabilidade do negócio.” (FIAT) “Nossa razão de ser é criar e comercializar produtos e serviços que promovam o Bem-Estar/Estar Bem.” (NATURA)
Tabela 1: Exemplos de Missão Fonte : Missão, Visão e Valores Ligia Fascioni-
/www.ligiafascioni.com.br
A Visão da Empresa é a declaração da direção que a empresa pretende
seguir, num período determinado de tempo. A declaração de Visão não
estabelece ou expressa fins quantitativos, mas provê motivação, direção geral,
imagem e uma filosofia que guia a empresa (Dornelas, 2008). Deve ser uma
imagem do que se quer ser / criar no futuro, refletir as preocupações das
empresas, em estreita conexão com a Missão. Deve, também, estar em
harmonia com valores e propósito organizacionais.
Uma Visão pode ser criada pelos funcionários a partir de idéias,
identificação de valores da empresa e que sejam condizentes com a realidade.
O processo da criação da Visão é feito de tal forma que todos da empresa
possam colaborar. Isso garante uma maior credibilidade. (Planejamento
Estratégico do Negócio, Prof. Dr. José Dornelas).
Para que a Visão cumpra o seu papel é fundamental que seja adotada e
promovida pela alta gerência.
“Ser a empresa que melhor entende e satisfaz globalmente as necessidades de produto, serviço e auto-realização da mulher”. (AVON)
“Experimentar o prazer de avançar e aplicar tecnologia para o benefício das pessoas” (SONY) “Criar uma empresa líder onde as pessoas tenham orgulho e prazer de trabalhar”. (RODHIA)
Tabela 2: Exemplos de Visão
O Processo do Planejamento Estratégico envolve, também, a análise do
Ambiente Externo e Interno (Oportunidades e Ameaças) à empresa . A análise
ambiental procura detectar oportunidades de marketing e de mercado. As
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oportunidades podem ser classificadas de acordo com a atratividade e a
probabilidade de sucesso.
Uma vez identificadas as principais oportunidades e ameaças
enfrentadas pela empresa, é possível caracterizar a atratividade global, que
pode ter como resultados possíveis: um negócio ideal é alto em termos de
oportunidades e baixo em termos de ameaças; um negócio especulativo é alto
tanto em termos de oportunidades como de ameaças; um negócio maduro é
baixo em termos de oportunidades e baixo em ameaças; um negócio arriscado
é baixo em termos de oportunidades e alto em ameaças.
A avaliação periódica das forças e fraquezas de cada negócio é
necessária pois há diferenças entre discernir as oportunidades atraentes do
ambiente e possuir as competências necessárias para aproveitá-las. Podemos
utilizar um checklist para a análise de desempenho de forças e fraquezas.
As competências de marketing, finanças, produção e organizacional são
classificadas em termos de força (importante, sem importância e neutro) e de
fraqueza (importante ou sem importância). Os pontos fortes só poderão ser
considerados se suas capacidades e recursos estiverem alinhadas aos Fatores
Críticos de Sucesso (FCS) da empresa, que são as habilidades e os recursos
que a empresa precisa ter para vencer.
A matriz SWOT (strengths, weakness, opportunities e threats - pontos
fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças), utilizada para este estudo,
pode ser obtida, se seguirmos os seguintes passos:
- Dividir todos os pontos fortes em dois grupos: os que estão e os que
não estão associados a oportunidades e ameaças latentes em seu setor;
- Dividir todos os pontos fracos da mesma forma (um grupo associado a
oportunidades e outro a ameaças).
- Construir uma matriz com quatro quadrantes;
- Incluir os pontos fortes e fracos de sua empresa, juntamente com as
oportunidades e ameaças do setor, em cada uma das quatro caixas.
A análise SWOT fornece uma orientação estratégica útil. É importante
eliminar os possíveis pontos fracos da empresa identificados em áreas que
enfrentam ameaças graves de concorrentes e tendências desfavoráveis em
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um ambiente de negócio dinâmico; capitalizar as oportunidades descobertas
onde a empresa possui pontos fortes significativos; corrigir possíveis pontos
fracos identificados em áreas que contêm oportunidades potencias; monitorar
as áreas nas quais foram identificadas pontos fortes para que futuramente não
seja surpreendido por possíveis riscos latentes. A mudança é a única
constante em qualquer negócio, setor, mercado,etc. Isso significa que a matriz
SWOT deve ser revista regularmente à medida que seus concorrentes
crescem e o ambiente à sua volta muda. É uma ferramenta extremamente útil
e deve ser utilizada continuamente. A estratégia SWOT se propões a eliminar
os pontos fracos em áreas onde existem riscos e fortalecer os pontos fortes em
áreas onde se identificam oportunidades (Dornelas, 2008).
De nada adianta um planejamento estratégico, quando não há uma
definição clara das metas do negócio a longo ou em curto prazo. As Metas e
Objetivos do negócio são a razão para se adequar e orientar o caminho a ser
seguido para que a empresa cumpra sua Missão em direção à sua Visão. A
Meta indica intenções gerais da empresa e o caminho básico para chegar ao
destino que se deseja. Já os Objetivos são as ações específicas mensuráveis
que constituem os passos para se atingir a meta.
Objetivos são declarações específicas que se relacionam diretamente a
uma determinada meta; fornecem detalhes do que deve ser feito e quando.
São geralmente associados a números e datas, para facilitar a determinação
de que um Objetivo foi alcançado. Não existem Objetivos isolados, fora do
contexto de suas Metas mais amplas. Os objetivos devem ser SMART, ou seja,
eSpecíficos, Mensuráveis, Atingíveis, Relevantes e Temporais. Cada Meta
deve ter um ou mais objetivos que a suportam; cada Objetivo deve incluir o
nome dos responsáveis pela tarefa e a data limite para o cumprimento das
mesmas. As Metas e os Objetivos devem ser considerados em conjunto para o
seu entendimento.
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Figura 1: Processo do Planejamento Estratégico. Fonte: Kotler, 1999.
1.4 – Barreiras na Implementação do Planejamento Estratégico
A implementação do Planejamento Estratégico pode ser impactada
devido aos seguintes fatores:
Figura 2: Barreiras na implementação do Planejamento Estratégico. Fonte: Ana Cláudia
Morrisy, UCAM, 2008.
Apenas 5% do nível operacional compreende a
estratégia
Barreira da Visão
Barreira de Gestão
85% dos executivos passam menos de uma hora por mês discutindo a
estratégia
Apenas 5% do nível operacional compreende a
estratégia
60% das empresas não vinculam o orçamento à
estratégia
9 em 10 empresas falham na implementação da estratégia
Barreira da Visão
Barreira da Visão
18
CAPÍTULO II
O GERENCIAMENTO DE PROJETOS
Este Capítulo apresenta uma visão geral sobre o Gerenciamento de
Projetos: conceitos, sua evolução, o PMI - Project Management Institute e
alguns resultados obtidos após sua implementação. Está dividido em quatro
itens: Conceitos, A Evolução do Gerenciamento de Projetos, O PMI – Project
Management Institute, Resultados Obtidos através Gerenciamento de Projetos e Motivos de Insucesso na Implementação de um PMO.
2.1 – Conceitos
Para um melhor entendimento sobre as informações apresentadas
nos itens a seguir e utilizadas na prática de gerenciamento de projetos,
apresentamos alguns conceitos:
Projeto - Um projeto é um esforço temporário empreendido para criar um
produto, serviço ou resultado único. Temporário significa que todos os projetos
possuem um início e um final definidos, não significando de curta duração pois
muitos projetos duram vários anos. O final é alcançado quando os objetivos do
projeto tiverem sido atingidos, quando se tornar claro que os objetivos do
projeto não serão ou não poderão ser atingidos ou quando não existir mais a
necessidade do projeto e ele for encerrado. Em todos os casos, no entanto, a
duração de um projeto é finita. Projetos não são esforços contínuos. Os
projetos e as operações diferem principalmente no fato de que as operações
são contínuas e repetitivas, enquanto os projetos são temporários e únicos.
(PMBOK, Terceira Edição).
Gerenciamento de Projetos – O gerenciamento de projetos é a aplicação de
conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a
fim de atender aos seus requisitos (PMI). Para facilitar o gerenciamento do
projeto ele deve ser dividido em fases que constituem seu ciclo de vida. O
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gerenciamento de projetos é realizado através da aplicação e da integração
dos seguintes processos de gerenciamento de projetos: iniciação,
planejamento, execução, monitoramento e controle, e encerramento. O
gerente de projetos é a pessoa responsável pela realização dos objetivos do
projeto. (PMBOK, Terceira Edição).
Escritório de Projetos / EP / PMO Project Management Office - Um
escritório de projetos (PMO) é uma unidade organizacional que centraliza e
coordena o gerenciamento de projetos sob seu domínio. Um PMO supervisiona
o gerenciamento de projetos, programas ou uma combinação dos dois. Os
projetos apoiados ou administrados pelo PMO não podem estar relacionados
de outra forma que não seja por serem gerenciados juntos. Em muitas
organizações, esses projetos são de fato agrupados ou estão relacionados de
alguma maneira com base no modo com que serão coordenados e
gerenciados pelo PMO. O PMO se concentra no planejamento, na priorização
e na execução de projetos e subprojetos vinculados aos objetivos gerais de
negócios da matriz ou do cliente. São outras atribuições de um PMO: criar
padrões e procedimentos de gerenciamento de projetos, ser o centro de
informações e controle dos projetos, aumentar as chances de sucesso de um
projeto.(PMBOK, Terceira Edição)
Portfólio de Projetos - Um portfólio é um conjunto de projetos ou programas
agrupados para facilitar o gerenciamento eficaz desse trabalho a fim de
atender aos objetivos de negócios estratégicos. Os projetos ou programas no
portfólio podem não ser necessariamente interdependentes ou diretamente
relacionados. (PMBOK, Terceira Edição).
Programa – Corresponde a um grupo de projetos relacionados gerenciados de
modo coordenado para a obtenção de benefícios e controle que não estariam
disponíveis se eles fossem gerenciados individualmente. (PMBOK, Terceira
Edição).
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Subprojetos - Os projetos são freqüentemente divididos em componentes
mais facilmente gerenciáveis ou subprojetos, embora os subprojetos
individuais possam ser chamados de projetos e gerenciados como tal. Os
subprojetos são normalmente contratados de uma empresa externa ou de
outra unidade funcional na organização executora.(PMBOK, Terceira Edição).
Stakeholders – Corresponde às pessoas ou organizações (clientes,
patrocinadores, organizações executoras e público), que estejam envolvidos no
projeto ou cujos interesses possam ser afetados de forma positiva ou negativa
pela execução ou término do projeto. Elas podem também exercer influência
sobre o projeto, seus produtos, resultados ou serviços.(PMBOK, Terceira
Edição).
2.2 – Evolução do Gerenciamento de Projetos
Projetos vêm sendo realizados desde os primórdios da civilização. A
construção das Pirâmides do Egito, depois de 2780 a.C. [Vicentino 1997], por
exemplo, foi um grande projeto.
A Revolução Industrial (Sec XIX) alterou profundamente a estrutura
econômica do mundo ocidental e teve como uma das suas principais
conseqüências o desenvolvimento do capitalismo industrial. As relações de
produção foram drasticamente modificadas e iniciou-se assim, uma cadeia de
transformações, que tornou cada vez mais exigente a tarefa de gerir as novas
organizações econômicas. (Sisk ,1998).
Frederick Winslow Taylor (1856-1915), pai da administração
científica, no início do século XX, mostrou que o trabalho pode ser analisado e
melhorado focando em suas partes elementares. Aplicou sua teoria às
atividades encontradas na indústria de aço (por exemplo, carregar areia,
levantar areia).( Sisk, 1998).
Anteriormente a Taylor, a única maneira de melhorar a produtividade
era exigir dos trabalhadores mais horas de dedicação ao trabalho. Taylor
ocupa um lugar importante na história da gerência de projetos. Em seu túmulo
consta a frase “O pai do gerenciamento científico”. (Torreão, 2005) .
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Henry Gantt (1861-1919), sócio de Taylor, associou as técnicas do
planejamento e do controle às técnicas da administração científica, estudando
detalhadamente a ordem das operações no trabalho. Seus estudos de
gerenciamento foram focados na construção de um navio durante a II Guerra
Mundial. Gantt construiu diagramas com barras de tarefas e marcos, que
esboçavam a seqüência e a duração de todas as tarefas em um processo.
Estes diagramas tornaram-se uma valiosa ferramenta analítica e se
mantiveram inalterados por cerca de cem anos. No anos 90, foram adicionadas
linhas às tarefas simbolizando as dependências entre as tarefas. (Torreão,
2005).
Nos EUA, a primeira grande organização a praticar conceitos de
gerenciamento de projetos foi a Central Pacific Railroad, que começou suas
atividades no início da década de 1870, com a construção da estrada de ferro
transcontinental. Os líderes se depararam com a perigosa tarefa de organizar
as atividades de milhares de trabalhadores, a manufatura e a montagem de
quantidades não previstas de matéria-prima. (Torreão, 2005).
A segunda metade do século XX (1950) marca o começo da era
moderna da gerência de projetos: .projetos controlados utilizando gráficos de
Gantt, técnicas informais e ferramentas. Também nesta época, foram
desenvolvidas duas outras técnicas para controle de projetos
l PERT - Program Evaluation and Review Technique – Desenvolvido
como parte do programa do míssil do submarino Polaris da Marinha dos
Estados Unidos, conjuntamente com o Lockheed Corporation;
l CPM- Critical Path Method' (CPM) - Desenvolvido em conjunto com a
DuPont Corporation e a Remington Rand Corporation para projetos da
manutenção de plantas.
Estas técnicas matemáticas espalharam-se rapidamente em muitas
empresas.
Em 1969, foi criado o PMI – Project Management Institute, sediado na
Pensylvania – EUA, uma organização sem fins lucrativos que congrega os
profissionais, praticantes e organizações em atividade na área de
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gerenciamento de projetos e tem como objetivo maior o desenvolvimento do
profissionalismo em gerência de projetos.
Em 1981, o PMI publica a primeira versão do “Guia PMBOK® – Um
Conjunto de Conhecimento de Projetos”, cujo principal objetivo era fornecer
uma visão geral dos conhecimentos de gerenciamento de projetos, habilidades
, ferramentas e técnicas aplicáveis à maioria dos projetos. Atualmente, o Guia
PMBOK encontra-se em sua Terceira edição (2004) e em fase de liberação, a
Quarta edição.
2.3 – O PMI – Project Management Institute
O PMI - Project Management Institute é uma instituição sem fins
lucrativos que congrega profissionais, praticantes e organizações em
atividades de gerenciamento de projetos , promovendo iniciativas e
oportunidades para todos e tem como objetivo maior o desenvolvimento de
profissionais em gerenciamento de projetos. Atualmente, possui 250
representações, distribuídas por mais de 67 países, e com sua sede na
Pensylvania - Estados Unidos.
O PMI foi fundado em 1969 com base na premissa de que existiam
muitas práticas de gerenciamento que eram comuns aos projetos de áreas de
aplicação tão diversas como construção e produtos farmacêuticos. Por ocasião
dos seminários/simpósios do PMI em Montreal, em 1976, a idéia de que essas
práticas comuns poderiam ser documentadas como normas começou a ser
amplamente discutida. Isso levou, por sua vez, a que o gerenciamento de
projetos fosse considerado uma profissão distinta. No entanto, foi somente em
1981 que a Diretoria do PMI aprovou um projeto para desenvolver os
procedimentos e conceitos necessários para dar suporte à profissão de
gerenciamento de projetos. A proposta do projeto sugeriu três áreas de
concentração:
l As características distintas de um profissional (ética)
l O conteúdo e a estrutura de conhecimentos da profissão (normas)
l O reconhecimento de capacitação profissional (credenciamento
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O PMI tem como objetivos:
l Promover o profissionalismo e a ética no Gerenciamento de Projetos
l Estimular a dedicação do Gerenciamento de Projetos no beneficio da
Sociedade
l Prover um fórum para livre troca de idéias, experiências e soluções em
Gerenciamento de Projetos
l Identificar e promover os fundamentos do Gerenciamento de Projetos,
buscando consolidar um corpo de conhecimento que levem ao sucesso
o Gerenciamento de Projetos
l Prover uma interface entre usuários e fornecedores de softwares
voltados para o Gerenciamento de Projetos
l Encorajar o desenvolvimento e a pesquisa nas universidades e industria
do Gerenciamento de Projetos
l Fomentar contatos entre instituições, a nível mundial , e colaborar em
assuntos de interesses comuns.
O PMI publica o “Guia PMBOK® – Um Conjunto de Conhecimento de
Projetos”, atualmente em sua Terceira Edição, que contém a soma dos
conhecimentos intrínsecos à profissão de gerenciamento de projetos. Assim
como em outras profissões como advocacia, medicina e contabilidade, o
conjunto de conhecimentos pertence aos profissionais e acadêmicos que o
aplicam e o desenvolvem. Este conjunto de conhecimentos em gerenciamento
de projetos inclui práticas tradicionais comprovadas amplamente aplicadas,
práticas inovadoras que estão surgindo na profissão, inclusive materiais
publicados e não publicados, além de fornecer e promover um vocabulário
comum, elemento importante para uma profissão. O conjunto de
conhecimentos em gerenciamento de projetos está em constante evolução.
O PMI promove também :
l Certificação de Profissional de gerenciamento de projetos (PMP® -
Project Management Professional))
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l Formação e treinamento em gerenciamento de projetos oferecidos pelos
Registered Education Providers (R.E.P.) do PMI
l Credenciamento de programas educacionais na área de gerenciamento
de projetos.
2.4 – Resultados Obtidos através do Gerenciamento de Projetos
Relacionamos a seguir alguns dados divulgados no site do PMI-RJ
(www.pmirio.org.br/) onde são mostrados alguns resultados obtidos através da
implantação do gerenciamento de projetos e de um PMO. São eles:
l Dentre os benefícios da implementação de um PMO, 77% corresponde
ao maior comprometimento com objetivos e resultados dos projetos :
Fonte: Fórum Nacional de Benchmarking em Gerência de Projetos 2005
l Na distribuição das funções do PMO nas empresas, 100% deles
trabalham com definição de padrões, metodologia, ferramentas,
planejamento e controle dos projetos:
25
Fonte: Fórum Nacional de Benchmarking em Gerência de Projetos 2005
Fonte: Fórum Nacional de Benchmarking em Gerência de Projetos 2005
l A iniciativa de implementação de PMO continua sendo uma tendência:
26
Fonte: Fórum Nacional de Benchmarking em Gerência de Projetos 2005
• Um dos principais motivos para a implementação do PMO é o controle do portfólio de projetos pela alta administração com maior controle dos
projetos e conseqüentemente maior satisfação da alta administração.
Percentual de satisfação da alta administração:
Fonte: Artigo “Perfil de escritórios de projetos em organizações atuantes no Brasil” de André Barcaui e Osvaldo Quelhas
27
2.5 – Motivos de Insucesso na Implementação de um PMO
O Fórum Nacional de Benchmarking em Gerenciamento de Projetos-
2005, também mostrou que quanto ao nível de sucesso dos projetos , o que
pode ser discutido com mais interesse é o que falta para o sucesso de um
PMO.
Fonte: Artigo “Perfil de escritórios de projetos em organizações atuantes no Brasil” de André Barcaui e Osvaldo Quelhas
28
CAPÍTULO III
O GERENCIAMENTO DE PROJETOS E O
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
Este Capítulo traz uma abordagem sobre a inter-relação entre o
Planejamento Estratégico e o Gerenciamento de Projetos no contexto
organizacional. Como o Gerenciamento de Projetos e o Escritório de Projetos
podem dar suporte e controle na viabilização das ações estratégicas nas
organizações. Está dividido em dois itens: Gerenciamento de Projetos e
Escritório de Projetos: Suporte à Implementação do Planejamento
Estratégico e Da Estratégia ao Projeto.
3.1 – Gerenciamento de Projetos e Escritório de Projetos : Suporte à Implementação do Planejamento Estratégico
O Planejamento Estratégico representa um plano antecipado do que
deve ser feito a longo prazo. Envolve tomadas de decisão atuais que
envolvem riscos e tem a função de levar a empresa do patamar atual em que
se encontra para um patamar superior. A estratégia está intimamente ligada à
necessidade da empresa crescer de evoluir.
No Planejamento Estratégico levantamos as metas e objetivos do
cliente e analisamos o mercado passado, presente e futuro, comparando
iniciativas anteriores e projetando tendências futuras.
Já o projeto é um trabalho temporário e único, possui início e fim
claramente definidos, escopo de trabalho bem definido, orçamento e nível de
perfomance a ser atingido. Os projetos são importantes instrumentos para
transformar o Planejamento Estratégico em resultados, principalmente, em
ambientes de grandes mudanças. Gerenciar um projeto é aplicar
conhecimentos , habilidades, ferramentas e técnicas nas atividades do projeto
29
de forma a atingir os resultados esperados e envolve pessoas, processos e
ferramentas.
Diante disso, podemos concluir que o Planejamento Estratégico de
uma empresa é o seu grande “projeto” por se tratar de algo novo para
empresa, ser conduzido por pessoas, precisando ser monitorado e ajustado de
acordo com as mudanças do ambiente.
Podemos identificar algumas relações entre esses dois conceito. Se o
Planejamento Estratégico tem como função fazer com que a empresa cresça,
esse crescimento não se dará através das atividades atuais da empresa e sim
de novos empreendimentos ligados à inovação. O Planejamento Estratégico
será desdobrado em objetivos que gerarão iniciativas que, por sua vez,
originarão atividades que visam alcançar as metas estabelecidas pela
empresa. Essas atividades devem ser conduzidas como projetos, isto é, o
Planejamento Estratégico será “traduzido” em projetos.
Outra relação pode ser estabelecida entre projetos e Planejamento
Estratégico e diz respeito á priorização é a seleção dos projetos, uma vez que
os recursos são finitos e as necessidades são infinitas. Qualquer decisão que
envolva a escolha de qual projeto deve ser iniciado deve passar pela
verificação do Planejamento Estratégico da empresa, identificando qual o grau
de alinhamento do projeto com o Planejamento Estratégico da empresa. Se o
projeto não atende à estratégia, ele deve ser descartado ou postergado.
É através da gestão de projetos, programas e portfólios alinhados ao
Planejamento Estratégico que a empresa busca alcançar resultados que
normalmente não poderiam ser alcançados através das suas atividades de
rotina.
A utilização de metodologia de gerenciamento de projetos possibilita
um monitoramento sistêmico e eficaz da condução dos projetos. Metodologias
devem ser vistas como uma caixa de ferramentas, a serem utilizadas conforme
a necessidade do negócio.
Acredita-se que nas grandes empresas 80% dos projetos estratégicos
não chegam ao final dentro dos prazos e custos estabelecidos. (Bergamo,
2007).
30
Se um Plano Estratégico contém de 10 a 20 projetos-chaves
responsáveis por um expectativa de salto de rentabilidade da organização e
estes não chegam ao fim conforme previsto, a empresa estará perdendo
dinheiro e mercado, o que é muito crítico.
Para a empresa, o sucesso na aplicação do Gerenciamento de Projetos
acontece quando além do sucesso individual dos projetos, a produtividade dos
recursos é aumentada, e as suas estratégias, objetivos e metas de negócio
são alcançados.
O escritório de projetos tem a missão de manter uma visão integrada do
Plano Estratégico em toda a cadeia de valor da empresa e o objetivo de
garantir a implementação dentro do prazo e custo definidos das ações
definidas no Plano Estratégico. Tem como uma de suas principais missões
suportar ativamente o Planejamento Estratégico da organização, fornecendo
informações e recomendações para a tomada de decisões. Segundo Kerzner,
2005, “o Escritório de Projetos tem agora a responsabilidade de suportar
ativamente o planejamento estratégico da organização”.
A utilização de metodologia de gerenciamento de projetos possibilita
um monitoramento sistêmico e eficaz da condução dos projetos. Metodologias
devem ser vistas como uma caixa de ferramentas, a serem utilizadas conforme
a necessidade do negócio.
Não há um modelo comum e universal a referente à seleção de
projetos a ser seguido . Técnicas, bem como processos que apóiam a seleção
de projetos podem variar de acordo com o tipo de negócio, maturidade e
cultura de cada organização.
Um estudo desenvolvido pela ACCENTURE em Associação com a
Universidade de Cranfield (Neely, Sutcliff, Heyns, 2001) aponta que 80 % das
empresas que elaboram um Planejamento Estratégico se declaram
insatisfeitas com os resultados. Com o atual panorama das dinâmicas de
mercado, a competitividade e complexidade dos empreendimentos, diversos
autores consideram que a forma mais adequada de gerenciar investimentos é
administrar por projetos (Kezner, 2001, Cleland , 1999, Lunkes, 2003).
31
Estudos do Standish Group, 2004, mostram que 69% das empresas
que adotaram o gerenciamento de projetos melhoraram em relação ao
processo de alinhamento estratégico. É através da gestão de projetos,
programas e portfólios, alinhados ao Planejamento Estratégico, que as
empresas podem alcançar resultados que normalmente não poderiam ser
alcançados através das suas atividades de rotina.
3.2 – Da Estratégia ao Projeto
A composição de um Portfólio de Projetos, conjunto de Programas e
Projetos agrupados, tem a finalidade de facilitar o gerenciamento do trabalho e
propiciar a implementação dos ações estratégicos da organização.
A identificação de um Portfólio proporciona uma visão clara dos
projetos necessários para “materializar” a estratégia da organização.
Estabelecer de forma clara quais projetos serão desenvolvidos pela
organização. Uma visão geral integrada é fundamental para o sucesso da
organização, pois promove uma efetiva mudança cultural e um aumento de
maturidade.
Para a sua elaboração de um Portfólio de Projetos, deve ser
estabelecida uma regra geral para a classificação de projetos potenciais,
embora todos os projetos devam ser mantidos em uma base única, que poderá
ser utilizada como “Banco de Idéias” para os ciclos futuros. Categorias de
Projetos devem ser estabelecidas durante a seleção dos projetos que irão
compor o Portfólio . Como Catedorias de Projetos podemos exemplificar:
Expansão do Negócio, Infra-Estrutura, Redução de Custos, etc.
O Gerenciamento do Portfólio de Projetos, aliado ao Gerenciamento de
Projetos, contribuirá para: fazer certo o projeto certo.
32
O sucesso no Gerenciamento de Projetos e no Gerenciamento de Portfólio
pode trazer os seguintes benefícios:
Gerenciamento de
PROJETOS
Gerenciamento de
PORTFÓLIO
Cliente satisfeito com os resultados Objetivos estratégicos alcançados
Prazos cumpridos conforme o
acordado
Redução do ciclo de vida dos
projetos
Ausência de desvios no orçamento Retorno adequado dos
investimentos
Produtos dentro das
especificações técnicas
Rentabilidade do portfólio de acordo
com o esperado
Fonte: PMI-RJ
A seguir são apresentados algumas estatísticas relacionadas ao
sucesso da implantação de um Escritório de Projetos e do Gerenciamento de
Projetos em empresas. Estes resultados mostram a importância destas
implantações principalmente se os projetos gerenciados fizerem parte de
Protfólio de Projetos que traduza as ações selecionados do Planejamento
Estratégico das organizações.
Gerenciamento do Portfólio: Fazer o Projeto Certo
Gerenciamento do Projeto: Fazer Certo o Projeto
Fazer
CERTO
o
projeto
CERTO
33
Fonte: Artigo “Perfil de escritórios de projetos em organizações atuantes no Brasil”, André Barcaui e Osvaldo Quelhas.
Fonte: Artigo “Perfil de escritórios de projetos em organizações atuantes no Brasil”,
André Barcaui e Osvaldo Quelhas
34
Fonte: Artigo “Perfil de escritórios de projetos em organizações atuantes no Brasil”,
André Barcaui e Osvaldo Quelhas
35
CONCLUSÃO
O Planejamento Estratégico representa um processo de coordenar no
tempo, recursos, esforços e energias, de forma a concretizar providências para
o alcance de um objetivo futuro. Organizações públicas e privadas têm
apresentado dificuldade na implementação das ações estratégicas. Os
Ministérios do Governo Federal não têm conseguido executar os respectivos
orçamentos, conforme amplamente noticiado na mídia.
Pode-se concluir através dos resultados apresentados neste trabalho
que a grande maioria das empresas encontra-se exatamente em processo de
implantação de um Escritório de Projetos, visando sempre o controle sobre o
Portfólio de Projetos e o sucesso na implementação dos projetos. A conclusão
dos projetos dentro do orçamento previsto representa também fator importante.
A implantação de práticas de Gerenciamento de Projetos, apoiadas por
um Escritório de Projetos, pode representar a garantia da operacionalização
das ações estratégicas, traduzidas em projetos,. e representar um maior
comprometimento com os objetivos e resultados
A definição de padrões, metodologias e métricas possibilita a
padronização dos trabalhos desenvolvidos, assim como o acompanhamento
da evolução da implantação das ações estratégicas, visando sempre a
execução do previsto no Planejamento Estratégico.
36
BIBLIOGRAFIA
ALDAY, Hernan E. Contreras. O Planejamento Estratégico dentro do Conceito de Administração Estratégica. Curitiba, Rev. FAE, v.3, n.2, p.9-16, maio/ago. 2000 BERGAMO, Clóvis Filho, Artigo de 22/10/2007, publicado em www.webinsider.uol.com.br/index.php/2007/10/25/o-escritorio-de-projetos-no-planejamento-estrategico/ BOMTEMPO, J.V. Estratégias competitivas. Universidade Federal do Rio de Janeiro:ABIQUIM, INT, 2000. CLELAND, D. I., Project management: strategic design and implementation. New York, McGraw-Hill, 1999 - Dissertação de Mestrado de Maurício Colleto dos Santos – USP.
DORNELAS, Dr. José Carlos Assis , 2008,Definindo a Missão do Negócio- http://mauriciovll.wordpress.com/2008/03/14/definindo-a-missao-do-negocio/ FASCIONI, Ligia - Missão, Visão e Valores,- www.ligiafascioni.com.br GURALNIK, D.Webster´s New World Dictionary, Second Edition, 1986. KERZNER, Harold. Using the Project Management Maturity Model: Strategic Planning for Project Management (2nd ed.). New York: John Wiley & Sons Inc. 2005., tradução do Artigo “Implantação do escritório de gerência de projetos na Transpetro “, de Alexandre Melo Mitzkun, José Eduardo Módica e Leandro Torres Cavalcanti, em www.wbsltda.com.br KEZNER, H., Project management: a system approach to planning, scheduling and controlling. New York: John Wiley & Sons, 2001 - Dissertação de Mestrado de Maurício Colleto dos Santos – USP. KOTLER, Phillip. Marketing para o século XXI: Como criar, conquistar e dominar mercados . São Paulo: Futura,1999. LEITÃO, Dorodame Moura. Administração estratégica: abordagem conceitual e atitudinal. Rio de Janeiro: SENAI/DN, PETROBRAS, 1995, pág 9 LINKES, R. J., Manual de orçamento. São Paulo: Atlas, 2003 - Dissertação de Mestrado de Maurício Colleto dos Santos – USP. NEELY, A; SAUTCLIFF M.R.; HEYNZ H.R, Driving value through strategic planning and budgeting. Accenture in Association with Cranfield University, 2001, Dissertação de Mestrado de Maurício Colleto dos Santos - USP.
37
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38
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
Ó PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 10
1.1 – História do Planejamento Estratégico 10
1.2 – O Planejamento Estratégico dentro do Conceito
de Administração Estratégica 12
1.3 – O Processo do Planejamento Estratégico 13
1.4 –Barreiras na Implementação do Planejamento
Estratégico 17
CAPÍTULO II
O GERENCIAMENTO DE PROJETOS 18
2.1 – Conceitos 18
2.2 – Evolução do Gerenciamento de Projetos 20
2.3 – O PMI – Project Management Institute 22
2.4 – Resultados Obtidos Através do Gerenciamento de
Projetos 24
2.5 – Motivos de Insucesso na Implementação de um
PMO 27
CAPÍTULO III
O GERENCIAMENTO DE PROJETOS E O PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO 28
3.1 – Gerenciamento de Projetos e Escritório de
39
Projetos Suporte à Implementação do Planejamento
Estratégico 28
3.2 – Da Estratégia ao Projeto 31
CONCLUSÃO 35
BIBLIOGRAFIA 36
ÍNDICE 38
40
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes
Título da Monografia: Do Planejamento Estratégico ao Projeto: Uma Visão
Integrada e de Qualidade
Autor: Maria Teresa Martins Pinto
Data da entrega: 29 de Janeiro de 2009
Avaliado por: Fabiane Muniz Conceito: