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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A COORDENAÇÃO MOTORA FINA E SEU DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR EM PACIENTES COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA JOEL DE AGUIAR VICENTE Orientado por: Mary Sue C. Pereira ITAPERUNA – RJ JULHO – 2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A COORDENAÇÃO MOTORA FINA E SEU

DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR EM PACIENTES COM

DEFICIÊNCIA AUDITIVA

JOEL DE AGUIAR VICENTE

Orientado por: Mary Sue C. Pereira

ITAPERUNA – RJ

JULHO – 2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A COORDENAÇÃO MOTORA FINA E SEU

DESENVOVIMENTO PSICOMOTOR EM PACIENTES COM

DEFICIÊNCIA AUDITIVA

Apresentação da monografia á Universidade

Candido Mendes como condição para a

conclusão do curso de Pós-graduação

“LATO SENSU” EM PSICOMOTRICIDADE.

Por: JOEL DE AGUIAR VICENTE.

ITAPERUNA – RJ

JULHO – 2004

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AGRADECIMENTOS

A todos os autores, e ao “Colégio Estadual Romualdo

Monteiro de Barros”, em especial aos professores do

“CIPNE” (Centro de Integração a Portadores de

Necessidades Especiais). E a minha amiga de trabalho,

Drª Silvani Barreto e Prof.ª Mary Sue C. Pereira, que

me deram maior apoio durante a realização deste

trabalho, com presteza e atenção e um sorriso lindo,

dos verdadeiros amigos!

Peço a Deus que de saúde e felicidade a todos que me

ajudaram na confecção desse trabalho de “LATO

SENSU” Projeto a Vez do Mestre.

A todos vocês meu muito obrigado de coração!!!

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DEDICATÓRIA

Dedico este meu trabalho em primeiro lugar á Deus e a

nossa “Senhora Mãe do Divino Amor” que é uma

intercessora junto ao pai, nos momentos de mais

necessidade e de tristeza e angustia foi nela que me

apegava nas minhas orações, suplicando para que tudo

pudesse correr bem, como deu tudo certo e hoje estou

aqui comemorando mais um capitulo da minha vida,

dentre muitos que por certo viram! E em segundo lugar

á Maria Lúcia minha esposa e os meus filhos, Joel e

Marina. Como não poderia deixar de dizer aos meus

queridos pais Alvino Flausino e Nadir de Aguiar, graças

a eles aqui estou para a realização de mais uma etapa

na minha vida. E também a um amigo que me deu uma

oportunidade no momento em que estava precisando

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Drº Juliano França, e a minha professora da pós-

graduação Maria de Fátima, foi a mestra que mais me

incentivou naqueles momentos de maior tribulação,

onde eu pensa em desistir, ela me dizia não desista já

mais, são palavras que só colocam o ser humano para

cima por isso você é especial.

E finalizo dizendo a minha velha máxima, “Só posso

levantar as mãos pro céu agradecer e ser fiel ao destino

que Deus me” Deixa a vida me levar vida leva eu!

Obrigado!!!

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RESUMO

Esse trabalho objetiva dirigir o olhar para profissionais da saúde, e da

educação ao desenvolvimento da criança com deficiência auditiva.

Abordará a anatomia do ouvido com todas as suas subdivisões

regionais e os principais tipos de deficiência auditiva e a importância da

psicomotricidade enquanto ramo da fisioterapia e sua historia, e relação com

as três unidades funcionais do cérebro “Segundo Luria”.

A abordagem psicomotora tem como objetivo a estimulação da praxia

fina, nas crianças com deficiência auditiva permitindo-lhes ter uma

independência para socializar-se, integrar-se à escola e ao seu meio,

tornando-os capazes de realizar tarefas até antes jamais conseguida.

Para isso o aprendizado da comunicação com a linguagem de sinais,

se faz importante para a inclusão da criança á socialização e recuperação da

auto-estima tornando-a um ser humano menos diferenciado dos ditos

“normais”.

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METODOLOGIA

Os métodos que levaram as respostas deste trabalho foram os seguintes:

avaliação e o tratamento da criança dentro do Colégio Estadual Romualdo

Monteiro de Barros. Pesquisa de campo e revisão bibliográficas.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I 10 UMA ABORDAGEM SOBRE O ORGÃO VESTIBULO-COCLEAR 10 CAPÍTULO II 20 CLASSIFICAÇÃO DAS DEFICIÊNCIAS AUDITIVAS 20 CAPÍTULO III 26 HISTÓRIA DA PSICOMOTRICIDADE 26 CAPÍTULO IV 35 ANATOMIA DA MÃO 35 CAPÍTULO V 48 PRÁXIA FINA 48 CAPÍTULO VI 53 AVALIAÇÃO NEUROPSICOMOTORA 53 CAPÍTULO VII 56 TRATAMENTO 56 CONCLUSÃO 60 BIBLIOGRAFIA 61 ÍNDICE 64

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INTRODUÇÃO

Sabendo do aumento populacional da comunidade dos deficientes

auditivos brasileiros. O governo se uniu a sociedade para tentar melhorar a

qualidade de vida dessa comunidade.

Juntou se a professores, educadores, terapeutas, profissionais da

área de saúde que trabalham com crianças especiais, para tentar realizar

um bem estar para essas crianças visando a inclusão com o objetivo

principal a socialização delas para que tenham uma maior chance na vida

profissional futura.

Esse trabalho visa levar informação sobre de que maneira essa

inclusão é processada, e como ela ocorre. No colégio Estadual Romualdo

Monteiro de Barros, existe um setor que é só para desenvolver esse trabalho

a crianças com deficiência auditiva que o CIPNE (Centro de Integração á

Portadores de Necessidades Especiais).

A criança quando se apresenta ela chega tímida e triste junto com

seus pais que também não tem conhecimento de como proceder com o seu

filho e a sociedade também não sabe como agir.

Ai nós fazemos uma avaliação psiconeuromotora para detectarmos

sua verdadeira deficiência motora. Daí iniciamos uma estimulação da praxia

fina, pertence a 3ª unidade funcional de acordo com o modelo de Luria e

constitui o sétimo e ultimo fator psicomotor da Bateria Psicomotora (BPM)

esta unidade localiza-se na áreas anteriores do córtex cerebral, ou seja, nos

lóbulos frontais.

A intima relação que a praxia fina tem com a percepção visual é de

grande importância para o desenvolvimento psicomotor e para o

desenvolvimento da aprendizagem.

Acreditamos ser a mão a melhor arquitetura existente no homem.

Com ela, é possível capturar objetos, através do tato nas diversas formas,

texturas, pesos, temperaturas, tornando-se um instrumento de preensão

com movimentos precisos na manipulação dos pequenos objetos.

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Quando se alcança esse objetivo, a criança já começa com a

linguagem de sinais ou linguagem brasileira de sinais (LIBRAS). Através

dessa comunicação já se começa o processo de integração social e escolar.

Após todo esse trabalho de reabilitação, a criança aumenta a auto-estima,

melhoram seus relacionamentos com colegas, com seus pais, ele comunica-

se mais participa mais das aulas e de todo o processo de sua reabilitação.

Os pais renovam também sua alta estima já vêem seus filhos como cidadãos

brasileiros e respeitados como seres humanos, a família se enche de

felicidade.

Utiliza-se para essa estimulação jogos lúdicos, quebra cabeça,

recortar papeis, colar, colorir, jogo de basquete, desenhos etc.

A psicomotricidade devolve a essas crianças tudo que eles precisam

para sobreviver com dignidade dentro de uma integração da 3ªunidade

funcional da bateria psicomotora utilizando as atividades motoras finas para

obter sucesso na movimentação precisa.

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CAPÍTULO I

1 – Uma Abordagem Sobre o Órgão Vestíbulo-Coclear

1.1 – Conceito

É um órgão que recebe não apenas estímulos sonoros mas também

estímulos provocados por alterações da posição da cabeça no espaço.

Deste modo, o órgão vestíbulo-coclear é o órgão da audição mas

também do equilíbrio e compreende três parte: ouvido externo, médio e

interno. A orelha tem duas funções: equilíbrio e audição. A membrana do

tímpano separa a orelha externa da orelha media ou cavidade timpânica. A

tuba auditiva comunica a orelha media com a nasofaringe.

1.2 – Anatomia Topográfica do Órgão Vestibulo-Coclear

1.2.1 – Ouvido Externo

Compreende o pavilhão e o meato acústico externo.

O pavilhão, dobra cutânea em forma de concha, suportada por

esqueleto cartilaginoso incompleto, é continuado pelo meato acústico

externo, este canal, cartilaginoso no terço lateral e tem forma de “S”, e ósseo

nos dois terços mediais, é revestido internamente por pele, rica em

glândulas serosas e sebáceas que produzem cerum (cera de ouvido).

As ondas sonoras captadas pelo pavilhão seguem pelo meato

acústico externo até a membrana do tímpano, lamina conjuntiva flexível

situada entre o ouvido externo e o ouvido médio.

O pavilhão, que possui muitas partes com nomes específicos, é

formado por cartilagens elástica revestida por pele. O meato acústico

externo estende-se da concha da orelha até a membrana do tímpano.

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A membrana do tímpano, com cerca de 1cm de diâmetro, é uma

membrana delgada, oval e semitransparente na extremidade medial do

meato acústico externo. Constitui uma divisão entre as partes externas e

media da orelha. Ela é revestida por pele fina, externamente, e túnica

mucosa, internamente. A membrana apresenta uma concavidade voltada

para o meato, com uma depressão central, o umbigo da membrana do

tímpano. A partir do umbigo, uma área luminosa chamada cone de luz

(pirâmide de luz), irradia-se ântero-inferiormente. A membrana do tímpano

movimenta-se em resposta ás vibrações do ar que chegam até ela pelo

meato acústico externo. Os movimentos da membrana do tímpano são

transmitidos por meio dos ossículos da audição (auditivos) (martelos,

bigorna e estribo) pela orelha media até a orelha interna. A face externa da

membrana do tímpano é inervada principalmente pelo nervo

auriculotemporal, um ramo da divisão mandibular do nervo trigêmeo (V par).

Uma parte da inervação advém de um pequeno ramo auricular do

nervo vago (X par), esse nervo contém algumas fibras glossofaríngeas (IX

par) e, possivelmente, algumas fibras do nervo facial (VII par). A face interna

da membrana do tímpano é inervada pelo (IX par).

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1.2.2 – Ouvido Médio

É uma pequena cavidade (cavidade de tímpano) cheia de ar e

separada do ouvido externo pela membrana do tímpano. Localizada na parte

petrosa do osso temporal, abrange a cavidade timpânica, o espaço

diretamente medial á membrana do tímpano, e o recesso epitimpânico, o

espaço superior á membrana. A orelha media comunica-se anteriormente

com a nasofaringe pela tuba auditiva. Postero-superiormente, a cavidade

timpânica, comunica-se com as células mastóideas por meio do antro

mastóideo. A cavidade timpânica é revestida pela túnica mucosa que é

continua com a que reveste a que reveste a tuba auditiva, as células

mastóideas e o antro mastóideo. Os conteúdos da orelha media são:

− Ossículos da audição (martelo, bigorna e estribo).

− Músculo estapédio e tensor do tímpano.

− Corda do tímpano, ramo do VII par.

− Plexo nervoso do tímpano no promotório.

A orelha média, com a forma de uma caixa estreita, tem um teto, um

assoalho e quatro paredes.

• O teto (parede tegmentar) é formado por uma lâmina delgada de

osso, o tegme do tímpano, que separa a cavidade timpânica da dura-

máter no assoalho da fossa média do crânio.

• O assoalho (parede jugular) é formado por uma camada de osso que

separa a cavidade timpânica do bulbo superior da veia jugular interna.

• A parede lateral (membranácea) é formada quase totalmente pela

membrana do tímpano, superiormente, é formada pela parede óssea

lateral do recesso epitimpânico, o cabo (manúbrio) do martelo é preso à

membrana do tímpano e sua cabeça estende-se para o recesso

epitimpânico.

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• A parede medial ou labiríntica separa a cavidade timpânica da orelha

interna.

• A parede anterior (parede carótica) separa a cavidade timpânica do

canal carótico, superiormente, tem o óstio (abertura) da tuba auditiva e

o seminal do músculo tensor do tímpano.

• A parede posterior (parede mastóidea) comunica-se pelo adito do

antro mastóide às células mastóideas no processo mastóideo, ântero-

inferiormente, o antro mastóideo relaciona-se com o canal facial.

O antro mastóideo é uma cavidade no processo mastóideo do osso

temporal. Comunica-se com o recesso epitimpânico da cavidade timpânica

pelo adito do antro mastóideo e está separado da fossa media do crânio por

um teto delgado, o tegme do tímpano. Seu assoalho tem diversas aberturas

através das quais o antro mastóideo comunica-se com as células

mastóideas (áreas) no processo mastóideo. O antro e as células mastóideas

são revestidos pela túnica mucosa que é continua com a da orelha média.

Ântero-inferiormente, o antro mastóideo relaciona-se com o canal facial.

O princípio da audição repousa na utilização de estímulos sonoros

que fazem vibrar a membrana do tímpano e dão inicio aos impulsos

nervosos que devem ser conduzidos pela porção coclear do nervo vestíbulo-

coclear (VII par) até as áreas auditivas do cérebro. Para que o estimulo

cruze o ouvido médio, estende-se através dele, uma cadeia de minúsculos

ossos denominados ossículos do ouvido.

A base do estribo está aplicada a uma abertura oval da parede medial

do ouvido médio, denominada janela do vestíbulo.

As vibrações da membrana do tímpano são transmitidas pelos

ossículos do ouvido á base do estribo e dela para o ouvido interno.

A tensão da cadeia de ossículos do ouvido é controlada por dois

músculos: m. tensor do tímpano e o m. estapédio.

Logo abaixo da janela do vestíbulo nota-se uma segunda abertura, a

janela da cóclea, obliterada pela membrana secundaria do tímpano.

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1.2.3 – Tuba Auditiva

A tuba auditiva comunica a cavidade timpânica com a parte nasal da

faringe (nasofaringe), onde se abre posteriormente ao meato inferior da

cavidade do nariz. O terço posterior da tuba é ósseo e o restante é

cartilaginoso. A túnica mucosa que reveste a tuba auditiva é continua,

posteriormente, com a da cavidade timpânica e, anteriormente, com a da

nasofaringe. A função da tuba auditiva é de equalizar a pressão na orelha

media com a pressão atmosférica, permitindo assim o livre movimento da

membrana do tímpano. Ao permitir que o ar entre e saia da cavidade, ela

equilibra a pressão em ambas as faces da membrana. As artérias da tuba

auditiva derivam da artéria faríngea ascendente, um ramo da artéria carótida

externa, e das artérias meníngea media e do canal pterigóideo, ramos da

artéria maxilar. As veias drenam para o plexo venoso pterigóideo. Drenagem

da fossa infratemporal. Os nervos faciais (VII par) e glossofaríngeo (IX par).

A tuba auditiva também recebe fibras dos gânglios pterigopalatino.

1.2.4 – Ossículos da Audição (aditivo)

Os ossículos da audição (martelo, bigorna e estribo) forma uma

cadeia de ossos que atravessa a cavidade timpânica, desde a membrana do

tímpano ate a janela oval (janela do vestíbulo).

O martelo está fixado á membrana do tímpano e o estribo ocupa a

janela do vestíbulo. A bigorna está situada entre esses dois ossos e articula-

se com eles. Os ossículos são revestidos pela túnica mucosa que reveste a

cavidade timpânica.

A parte superior arredondada, ou cabeça do martelo, situa-se no

recesso epitimpânico. O colo do martelo situa-se contra a parte flácida da

membrana do tímpano, e seu manúbrio (cabo) está firmemente fixo na

membrana do tímpano, movendo-se com ela.

A cabeça do martelo articula-se com a bigorna e o tendão do músculo

tensor do tímpano insere-se no seu manúbrio. A corda do tímpano cruza a

face medial do colo do martelo.

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O grande corpo da bigorna localiza-se no recesso epitimpânico, onde

se articula com a cabeça do martelo. O ramo longo da bigorna articula-se

com o estribo e seu ramo curto está unido á parede posterior da cavidade

timpânica por um ligamento.

A base do estribo, o menor ossículo, adapta-se á janela do vestíbulo

na parede medial da cavidade timpânica. Sua cabeça, direcionada

lateralmente, articula-se com a bigorna.

O martelo funciona como uma alavanca com o mais longo dos sues

dois braços unido á membrana do tímpano. A base do estribo é

consideravelmente menor do eu a membrana do tímpano.

Em conseqüência, a força vibratória do tímpano é aproximadamente

dez vezes a da membrana do tímpano. Assim, os ossículos auditivos

aumentam a força, mas diminuem a amplitude das vibrações transmitidas a

partir da membrana do tímpano.

Dois músculos produzem movimentos dos ossículos auditivos, os

quais afetam a membrana do tímpano; tensor do tímpano e o estapédio.

1.2.5 – Tensor do Tímpano

Este pequeno músculo origina-se da face superior a parte

cartilaginosa da tuba auditiva, da asa maior do esfenóide e da parte petrosa

do osso temporal e insere-se no manúbrio do martelo. O músculo tensor do

tímpano é inervado pelo nervo mandibular (V par). Sua ação é puxar o

manúbrio do martelo medialmente, tencionando a membrana do tímpano e

reduzindo a amplitude de suas oscilações. Isso tende a evitar danos para a

orelha interna quando a pessoa é exposta a sons altos.

1.2.6 – Estapédio

Este diminuto músculo localiza-se na eminência piramidal (pirâmide).

Origina-se dessa eminência na parede posterior da cavidade timpânica. Seu

tendão entra nessa cavidade atravessando um forame bem definido no ápice

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da eminência piramidal e insere-se no colo do estribo. O nervo para o

músculo estapédio origina-se do nervo facial (VII par). O músculo estapédio

puxa o estribo posteriormente e inclina sua base na janela do vestíbulo,

retesando assim o ligamento anula e reduzindo a amplitude oscilatória.

Também impede o movimento excessivo do estribo.

1.2.7 – Ouvido Interno

A orelha interna (órgão vestibulococlear) esta envolvida na recepção

do som e na manutenção do equilíbrio.

Situado na parte petrosa do osso temporal, tem uma forma

complicada e, é formada por sacos e ductos do labirinto membranáceo, por

esta razão, é denominado labirinto.

Esse sistema membranáceo contém endolinfa e os órgãos terminais

da audição e do equilíbrio.

O labirinto membranáceo, circundado por perilinfa, está suspenso no

labirinto ósseo. Na verdade, há dois labirintos: um ósseo que aloja o

segundo, membranoso.

• Labirinto Ósseo

Ocupa muito da porção lateral da parte petrosa do osso temporal.

O labirinto ósseo consiste de três partes: a cóclea, o vestíbulo e os canais

semicirculares.

• Cóclea

Esta parte em forma de concha do labirinto ósseo contém o ducto

colear, a parte da orelha interna que se relaciona com a audição. A cóclea

faz duas voltas e meia em torno de um eixo ósseo chamado modíolo, no

qual existem canais para os vasos sanguíneos e para os nervos. É a grande

volta basal da cóclea que forma o promontório na parede medial da cavidade

timpânica.

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• Vestíbulo

Essa pequena câmara oval (cerca de 5mm de comprimento) contém o

utrículo e o sáculo, partes do aparelho de equilíbrio. O vestíbulo é contínuo

anteriormente com a cóclea, posteriormente com os canais semicirculares e

com a fossa posterior do crânio, através do aqueduto do vestíbulo. Esse

aqueduto estende-se até a face posterior da parte petrosa do osso temporal,

onde se abre póstero-lateralmente ao meato acústico interno. Contém o

ducto endolinfático e dois pequenos vasos sanguíneos.

• Canais Semicirculares

Esses canais (anterior, posterior e lateral) comunicam-se com o

vestíbulo do labirinto ósseo. Os canais localizam-se póstero – superiormente

ao vestíbulo no interior do qual se abrem e se dispõem em ângulos retos

entre si. Ocupam três planos no espaço. Cada canal semicircular forma

aproximadamente dois terços de um círculo e tem cerca de 1,5mm de

diâmetro, com exceção de uma das extremidades, onde há uma dilatação

chamada ampola óssea. Os canais têm apenas cinco aberturas para o

vestíbulo, porque os canais anteriores e posteriores têm uma haste (pilar

ósseo) comum a ambos, alojados no interior dos canais estão os ductos

semicirculares.

• Labirinto Membranáceo

O labirinto membranáceo é composto por uma série de sacos e

ductos comunicantes que estão suspensos no labirinto ósseo. Esse labirinto

contém endolinfa, um liquido aquoso cuja composição difere da perilinfa que

o circunda no labirinto ósseo. O labirinto membranáceo é formado por três

partes principais:

− Utrículos e Sáculo, dois pequenos sacos comunicantes no

vestíbulo do labirinto ósseo;

− Três ductos semicirculares nos canais semicirculares;

− Ducto coclear na cóclea.

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O labirinto membranáceo está suspenso no labirinto ósseo. Um

espessamento em espiral do revestimento periosteal do canal coclear, a

crista espiral (ligamento espiral), prende o ducto coclear ao canal coclear. As

diversas partes do labirinto membranáceo formam um sistema fechado de

sacos e ductos que se comunicam entre si. Os ductos semicirculares abrem-

se no utrículo por meio de cinco aberturas, e o utrículo comunica-se com o

sáculo por meio do ducto utrículo-sacular do qual se origina o ducto

endolinfa. O sáculo é continuo com o ducto coclear, por meio de uma

estreita comunicação conhecida como ductos reuniens (ducto de união).

Os utrículos e o sáculo possuem áreas especializadas de epitélio

sensorial chamadas máculas. A mácula do utrículo situa-se em seu

assoalho, paralela á base do crânio, enquanto a mácula do sáculo tem

posição vertical junto á parede medial do sáculo. As células pilosas nas

máculas são inervadas por fibras da divisão (raiz) vestibular do nervo

vestibulococlear (VII par), os neurônios sensitivos primários localizam-se no

gânglio vestibular, que se situa no meato acústico interno. O ducto

endolinfático emerge a través do osso da fossa posterior do crânio e

expande-se, formando uma bolsa em fundo cego chamada saco

endolinfático. Localiza-se sob a dura-máter que reveste a face posterior da

parte petrosa do osso temporal. O saco endolinfático é um reservatório para

o excesso de endolinfa formado pelos capilares sanguíneos nos interior do

labirinto membranáceo.

Cada ducto semicircular tem uma ampola membranácea, a expansão

em uma das extremidades, que contém uma área sensorial, a crista

ampular. As cristas são sensores que registram os movimentos da endolinfa

na ampola, resultantes da rotação da cabeça no plano do ducto. As células

pilosas das cristas, como as das máculas, são inervadas por neurônios

sensitivos primários cujos corpos celulares encontram-se no gânglio

vestibular.

O ducto coclear é um tubo espiral em fundo cego, firmemente fixado

ás paredes interna e externa do canal espiral da cóclea pela crista

(ligamento) espiral. Esse ducto triangular situa-se ente a lamina espiral

óssea e a parede externa do canal espiral da cóclea. O teto do ducto coclear

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é formado pela membrana vestibular e seu assoalho é formado pela

membrana basilar (espiral e pela parte externa da lamina espiral óssea). O

receptor dos estímulos auditivos é o órgão espiral (de Corti), situado na

membrana basilar (espiral). É recoberto pela membrana tectória, gelatinosa.

O órgão espiral contém células pilosas que respondem ás vibrações

induzidas na endolinfa pelas ondas sonoras.

• Meato Acústico Interno

O meato acústico interno é um canal estreito que se dirige

lateralmente por cerca de 1cm no interior da parte petrosa do osso temporal.

A abertura do meato situa-se na parte póstero-medial desse osso, em linha

com o meato acústico externo. O meato acústico intern o é fechado

lateralmente por uma fina lamina perfurada de osso que o separa da orelha

interna. Por essa lamina passam o nervo facial (VII par), ramos dos nervos

vestibulococlear (VIII par) e vasos sanguíneos. O nervo vestibulococlear

divide-se próximo da extremidade lateral do meato acústico interno, em uma

raiz coclear e uma raiz vestibular.

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CAPÍTULO II

2 – Classificação das Deficiências Auditivas

As perdas de audição podem ser classificadas segundo a sua

localização topográfica (condutiva, sensorioneurais, mistas, centrais e

funcionais) ou conforme sua expressão clinica (hipoacusia, disacusia, surdez

e anacusia).

2.1 – Conceito

• Surdez: O termo surdez é designado para identificar todo tipo de

perda auditiva, parcial ou total. É um termo muito forte e depreciativo da

condição do individuo, daí a tendência atual em utilizar “deficiência auditiva”

em seu lugar. É uma menor capacidade de perceber o mundo sonoro que

nos cerca, como, por exemplo, o canto dos pássaros, uma música, o som de

um instrumento, a voz humana, etc.

2.1.1 – Deficiência Auditiva Condutiva

As ondas sonoras não alcançando a orelha interna de forma

adequada, quer por problema na orelha externa (meato acústico) ou na

orelha média (membrana do tímpano, cadeia ossicular, janelas redondas ou

oval, ou mesmo a tuba auditiva) determinam uma redução da acuidade

auditiva, constituindo-se em deficiência do tipo condutiva. Caracterizam-se

basicamente pela diminuição da audição aos sons graves (aumento da

rigidez do sistema) com certa conservação da audição aos sons agudos,

apresentam o teste de Rinne negativo e o de Weber com lateralização para

a orelha pior.O teste de Scchwabach é prolongado e o Friesdriech mais

intenso na mastóide.

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2.1.2 – Deficiência Auditiva Sensorioneural

Neste tipo de deficiência auditiva, o aparelho de transmissão do som

encontra-se normal, mas há uma alteração na qualidade do som. O termo

sensorioneural é hoje empregado para substituir “surdez de percepção”.

Engloba desde lesões sensoriais (orelha interna ou órgão de Corti) a

neurais (lesões desde o nervo coclear até os núcleos auditivos no tronco).

Nas deficiências auditivas do tipo sensorioneural há uma conservação

de audição para sons graves com perda de audição mais acentuada em

agudos.

A deficiências auditivas sensorioneurais podem também apresentar

perdas de audição localizadas, como nos traumas acústicos ou nas

deficiências auditivas induzidas pelo ruído. Ao teste de diapasão, o Rinne

costuma se positivo, o Weber lateraliza para o lado melhor e o Schwabach

está encurtado.

2.1.3 – Deficiência Auditiva Central

É relativamente rara, mal conceituada e definida. Certos pacientes,

embora supostamente apresentando audição normal, não conseguem

entender o que lhe é dito. Quanto mais complexa a mensagem sonora,

maior dificuldade haverá. Muitos testes têm sido desenvolvidos para os

diagnósticos adequados destas lesões, mas poucos parecem ter sido

efetivos e empregados na prática clínica. Um deste teste, o SCAN

(Screentinng Test for Auditory Disorders), tem o objetivo de determinar

possíveis comprometimentos do sistema nervoso central na criança.

2.1.4 – Deficiência Auditiva Mista

Esta perda auditiva apresenta-se com características diversas das

anteriores, pois, dependendo do predomínio do fator de condução ou da

gravidade da lesão sensorial, apresentará características diferentes. Em tais

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casos poderemos dizer que a audição pela via aérea é pior que a óssea, a

discriminação auditiva pouco comprometida, ausência de reflexo do músculo

do estribo (quando a lesão localiza-se na orelha média), e os teste de

diapasão são difíceis de ser interpretados, especialmente nos casos

unilaterais.

2.1.5 – Deficiência Auditiva Funcional

Neste tipo de disfunção auditiva (também denominada de pseudo-

hipoacusia, quando simulada), o paciente não apresenta lesões orgânicas

no aparelho auditivo, quer periférico ou central. A dificuldade de entender a

audição pode ser de fundo emocional ou psíquico, podendo sobrepor-se a

alguma lesão auditiva prévia, apresentando pioras bruscas do quadro

clínico.

• Hipoacusia

Uma diminuição na sensibilidade da audição. Há uma diminuição dos

limiares auditivos sem, no entanto, expressar qualquer alteração da

qualidade da audição. O paciente escuta menos os sons menos intensos,

mas, com o aumento da intensidade da fonte sonora, ele poderá escutar de

modo bastante adequado. As perdas de audição relativas á hipoacusia são

expressas em decibels, nas curvas audiométricas.

• Disacusia

Expressa um defeito na audição. Defeito este que não pode ser

expresso em decibels. Nela as, alterações da discriminação auditiva são as

responsáveis pela qualidade da audição. Nestes pacientes, mesmo que se

aumente à intensidade da fonte sonora, não vão conseguir entender

perfeitamente significado das palavras, embora possam ouvi-las. Os

pacientes costumam dizer que escutam, mas não entendem.

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• Anacusia

Literalmente significa falta, ausência de audição. É diferente de

surdez, onde há resíduos auditivos. Na anacusia, o comprometimento do

aparelho auditivo é de tal ordem que não há nenhuma audição.

• Surdez

Significa audição socialmente incapacitante. O surdo é incapaz de

desenvolver a linguagem oral, evidentemente porque não a ouve. Os

limiares auditivos destes pacientes são de tal forma elevados, que não

conseguem escutar o som de modo adequado.

2.1.6 – Deficiência Auditiva de Origem Genética

A deficiência auditiva é a forma mais comum de desordem sensorial

no homem, podendo ser causada por fatores do ambiente, decorrentes, por

exemplo, de traumas ou de infecções pelo vírus da rubéola durante a

gestação, ou por fatores genéticos.

Aproximadamente 50% das deficiências auditivas profundas possuem

etiologia genética e, nesses casos, via de regra, ainda não existe uma

terapia eficiente, sendo o diagnostico preciso seguido do aconselhamento

genético, o principal mecanismo de prevenção.

A expressão doença de etiologia genética abrange tanto as alterações

submicroscopicas do genoma humano, que são as alterações dos genes

presentes no indivíduo e que podem ser transmitidas a gerações futuras,

quanto o aumento ou a diminuição da quantidade de DNA, decorrente de

alterações numéricas ou estrutural dos cromossomos, que são anomalias

detectáveis ao microscópio comum.

As desordens genéticas que provocam deficiência audutiva

determinam apenas perda auditiva (deficiência auditiva isolada) ou estão

associadas a anomalias de outros órgãos (deficiência auditiva associada a

outras anormalidades). Elas podem ser congênitas, quando presentes desde

o nascimento, ou tardias, quando manifestadas mais tardiamente. Tanto as

deficiências auditivas isolada quanto a associada a outras anormalidades

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podem ser classificadas em sensorioneurais, condutivas ou mistas,

dependendo da fisiopatologia da deficiência.

As deficiências auditivas poderão apresentar etiologias

cromossômica, monogênica e autossômica dominante ou recessiva,

monogênica ligada ao sexo dominante ou recessiva.

O recolhimento desse mecanismo de herança norteia o

aconselhamento genético e fica extremamente facilitado quando se faz a

representação gráfica da genealogia (heredograma) do paciente.

• Definições

É fundamental o conhecimento adequado dos termos empregados

para exprimir as varias formas de deficiência auditiva, a fim de evitar

confusões, especialmente numa área onde a maioria dos termos é de

conceituação recente e em função do emprego de novas técnicas de

semiologia. Foi Hallowell Davis, em seu livro Hearing And Deafness, quem

procurou definir de modo correto estes termos.

2.2 – Avaliação da Audição

A avaliação da função auditiva pode ser feita através de vários testes

que nos informam sobre a sua origem, localização, qualidade, evolução,

prognostico, etc. Os teste mais empregados são os descritos a seguir pela

ordem de sua execução:

• Diapasões.

• Audiometria tonal.

• Discriminações auditivia.

• Imitanciometria.

• Audiometria automática de Békessy.

• Teste de Fowler.

• Teste SISI.

• Teste tone decay.

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• Audiometria de tronco cerebral.

• Eletrococleografia.

• Emissão otoacústica.

Antes de qualquer avaliação auditiva, quer inicialmente pelo

especialista em seu consultório ou pelo (a) audiologista, deve ser precedida

de uma otoscopia adequada. Através da otoscopioa, poderemos evidenciar

as condições do meato acústico externo, prevenir eventual colabamento do

trago durante a audiometria, verificar a presença ou não de perfuração na

membrana do tímpano (a imitanciometria só terá valor com membrana do

tímpano íntegra), presença de secreções (que podem alterar

significativamente a audição pela via aérea), enfim elementos importantes

para uma adequada avaliação audiológica.

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CAPÍTULO III

3 – História da Psicomotricidade

A palavra psicomotricidade surgiu pela primeira vez no ano de 1870,

devido á necessidade crescente dos médicos, principalmente neurologistas,

de se descobrir uma área que explicasse determinados problemas clínicos.

No início do século XIX, aparece no discurso médico, com a finalidade de

nomear as zonas do córtex cerebral, localizada mais adiante das áreas

motoras. Sendo só a partir deste século, que o corpo começa a se estudado,

primeiro por neurologistas, para que pudessem compreender as estruturas

cerebrais, e mais tarde por psiquiatras.

Em 1909, a figura de Dupret, neuropsiquiatra, é de extrema

importância, pois ele afirma que:

“A independência da debilidade motora, de um possível

correlato neurológico”.

Em 1925, Henri Wallon foi o pioneiro da psicomotriciade, onde iniciou

uma das obras mais relevantes no campo do desenvolvimento psiquiátrico

da criança. Ele se esforçou para mostrar a ação recíproca entre as funções

recíprocas entre as funções mentais e motoras, argumentos que a vida

mental não é resultado de ações únicas e isoladas, e defende que esta está

mais sujeita ao determinismo dialético de ambas funções.

Eduard Guilmair, neurologista, (1935) desenvolveu em exame

psicomotor para fins de diagnóstico, de indicação terapêutica e de

prognóstico. Ele afirma que:

“Com a descoberta da reeducação psicomotora que em

todas as crianças ocorre à maturação, devido à

organização das funções do sistema nervoso, podendo

então reabilitar as manifestações próprias das funções

em sua causa”.

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Em 1947, Julian de Ajuriaguerra, psicomotora dá um novo conceito à

debilidade motora, passando a considerá-la uma síndrome com suas

próprias particularidades. É ele quem determina: “Os transtornos

psicomotores que oscilam entre o neurológico e o psiquiátrico”.

Com estas novas contribuições a psicomotricidade, é diferenciada de

outras disciplinas, adquirindo suas próprias especificidade e autonomias.

A psicomotricidade hoje é concebida como a integração superior da

motricidade, correlação da criança com meio.

O desenvolvimento da motricidade humana e a perfeição, está

relacionada com a formação de áreas terciárias do córtex frontal.

A psicomotricidade compreende uma mediação corporal e expressiva

na qual o reeducador ou terapeuta estuda e compensa as condutas motoras

inadequadas e inadaptadas em diversas situações geralmente ligadas á

problemas de comportamento, de desenvolvimento e maturação

psicomotora, de aprendizagem, e de âmbito psico-afetivo. Ela não pode ser

encarada como técnico da Educação Físico, pois encerra uma concepção

global e unitária (não dualista) única (psicologicamente individualizada e

diferenciada) e evolutiva (maturacional) do Ser Humano, que não pode ser

concebido como um “lugar transitório”, nem como uma “mecânica perfeita”, a

qual se justapõe exteriormente uma vida psíquica. Efetivamente, a

organização motora não pode ser separada da organização psíquica, e esta

não dissociável do mundo exterior, da realidade, da situação, ou do conjunto

de estímulos em presença, isto é, da organização sensorial que lhe é

intrinsicamente inerente.

3.1 – Conceito

De acordo com Jocian (1998, pág. 19 e 20), é uma ciência

relativamente nova que, por ter o homem como objeto de seu estudo,

engloba várias outras áreas, educacionais, pedagogias e de saúde.

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Envolve-se com o desenvolvimento global e harmônico do individuo

desde o nascimento, portanto, é a ligação entre o psiquismo e a motricidade.

Há varias definições acerca o que seja a psicomotricidade e seu

estudo é bastante recente.

Hoje existe a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade, a qual vem

lutando para que os profissionais atuantes caminhem de forma seria e

estruturada. Ela define a psicomotricidade como “uma ciência que tem por

objetivo o estudo do homem por meio de seu corpo em movimento, nas

relações com seu mundo interno e externo” (1982).

A Psicomotricidade tem por objetivo maior fazer do individuo:

• Um ser de comunicação

• Um ser de criação

• Um ser de pensamento operativo, ou seja, a psicomotricidade leva

em conta o aspecto comunicativo do ser humano, do corpo e da

gestualidade.

Neste ano e em futuros, acreditamos que a psicomotricidade caminha

para profissionais atualmente nela envolvidos determinará o seu percurso e

concreticidade. Sua própria identidade, e clareza de atuação dos

profissionais.

3.1.1 – Ontogênese e Retrogênese

De acordo com Fonseca (1998):

“O desenvolvimento humano é, conseqüentemente um

processo contínuo, iniciando na concepção e seguido

por metamorfoses seqüencializadas e faseadas até a

morte, de tal forma que cada estágio apresenta um

determinado nível de maturidade. De uma imaturidade

característica, o ser humano caminha para uma

maturidade, vencendo vários obstáculos e integrando

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varias aquisições que são essenciais para lidar com as

realidades existentes, culminando posteriormente numa

desmaturação declinativa na 3ª idade. A evolução

humana contém uma reorganização desde o nascimento

até a morte, desde a criança ao adulto, desde o adulto ao

idoso, nascemos e renascemos muitas vezes, seguindo

sempre uma dinâmica organizativa dentro do próprio

cérebro, onde ocorrem migrações, proliferações, mortes

e interconexões seletivas de células, que permanente

reorganizam e remodularizam os mecanismos existentes,

não destruindo por conseguinte, as estruturas antigas,

mas pelo contrario, desenvolvendo-se em estruturas

completamente novas”.

As grandes mudanças que ocorrem da infância á adolescência, desta

á vida adulta e a velhice, são inevitáveis, e elas atingem todas as áreas do

comportamento humano, e conseqüentemente a psicomotricidade.

O cérebro é o órgão mais organizado do organismo, e apresenta em

sua evolução, no seu aspecto filogenético, uma passagem do mais

organizado (medula) aos menos organizado (córtex), dos centros inferiores

mais organizados, aos centros superiores que vá se organizando durante a

vida; do mais simples ao mais complexo; do mais automático, ao mais

voluntário, representando desta forma organização verticais ascendente. De

acordo com A.R. Luria, no livro “psicomoricidade: Filogênese, Ontogênese e

Retrogênese”, de Fonseca (1998):

“A organização funcional resulta da interação conjunta e

hierarquizada de três blocos funcionais, dos quais

dependem as funções que presidem ao trabalho do

cérebro, implicando em todas formas de

comportamento”.

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Os três blocos funcionais, seguindo o modelo de Luria que estão

associadas à Bateria Psicomotora, subdividida em 7 fatores psicomotores

são:

1ºBloco: Tem como função regular o nível de energia e o tônus

cortical. Os fatores psicomotores são: tonicidade (T) e Equilibração (E).

2ºBloco: Compreende a análise, a codificação e o armazenamento de

informações. Os fatores psicomotores são: Lateralização (L), Noção do

Corpo (NC), Estruturação Espaço-Temporal (ETT).

3ºBloco: Envolve a formação, a programação, a virgulação, e a

verificação das condutas. Os fatores psicomotores relacionados são: Praxia

Global (PG), e Praxia Fina (PF)”. (Fonseca-1988)

Em outras palavras, a ontogênese, de acordo com o modelo

psiconeurológico pressuposto por Luria, evolui do 1º Bloco ao 3º Bloco, isto

é, evolui da tonicidade á Praxia Fina, a indução maturacional do córtex

humano, parte do tronco cerebral (1º Bloco), para os hemisférios centrais (2º

e 3º Bloco), caracterizando o principio de hierarquia estrutural do cérebro.

O ser humano na 3ª idade caminha para a indução, que é o produto

final da evolução, e representa um processo inverso á esta. A involução

apresenta uma mudança de comportamento intrínsicas no período final da

vida, que leva uma interiorização dos sistemas formados, propriedades e

funções, seguindo uma seqüência inversa.

A organização vertical ascendente e a hierarquia estrutural dos blocos

funcionais do cérebro que caracterizam a filogênese e ontogênese da

psicomotricidade, inverte durante a retrogênese. Na criança os fatores

psicomotores encontram-se inter-relacionados de acordo com a organização

vertical ascendente da tonicidade e equilibração (1º Bloco\Tronco Cerebral)

á Praxia Fina (1º Bloco\Lobos Frontais). Do recém nascido á maturidade

pubertal opera-se uma verdadeira ontogênese sistêmica numa evolução

psicomotora e complexifica-se pela experiência integrada durante a vida

adulta.

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3.1.2 – As Três Unidades Funcionais Psicomotoras do

Cérebro

Segundo Fonseca (1996):

“O cérebro é composto por unidades funcionais básicas,

cada um possuindo uma função particular e peculiar. No

todo, que constitui a atividade mental humana nas suas

múltiplas e variadas formas”.

A participação conjunta das três unidades funcionais é fundamental

para que ocorra qualquer tipo de atividade mental, seja movimento

voluntário, criação práxica, e psicomotora ou produção de linguagem falada

escrita. Cada uma dela apresenta uma estrutura hierarquizada e uma função

específica no processo mental, contribuindo para a materialização do

comportamento humano.

As três unidades funcionais psicomotoras, de acordo com o modelo

de Luria, são:

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• Primeira Unidade Funcional

É responsável pela regulação tônica de alerta e dosa estados mentais.

Encontra-se localizado no tronco cerebral e na formação reticulada. Tem

como funções: seleção, discriminação e vigília. Qualquer atividade humana

que se desenvolva de forma adequada, é necessário condições mínimas de

alerta e vigilância, a fim de que as informações extras e intracorporal

possam se recebidas e integradas.

Apresenta os seguintes fatores psicomotores da Bateria Psicomotora:

Tonicidade, que é indispensável a qualquer função de alerta e de

vigilância, que exigem uma certa energia, para que ocorra a ativação dos

sistemas de conexão, sem estes, nenhuma atividade mental poderá ser

processada, mantida ou organizada. É a equilibração que tem um papel

importante na construção do movimento voluntário, que é necessário para

estabelecer o ajustamento postural e gravitacional, sem eles nenhum

movimento intencional será atingido. Sendo assim, são indissociáveis o

movimento e a postura.

• Segunda Unidade Funcional

É responsável pela recepção, analise e armazenamento da

informação. Localiza-se nas zonas posteriores do córtex, ou seja, lobos

occiptal, temporal e parietal. Apresenta funções especificas e hierarquizadas

em zonas primarias, secundarias e terciárias que estão relacionadas com os

analisadores visuais, auditivos, tátil-quinestésico. Esta unidade compreende

os seguintes fatores psicomotores da Bateria Psicomotora:

Lateralização: Fonseca (1998) afirma que:

“Retrata a organização inter-hemisférica em termo de

dominância: telerreceptora (ocular e auditiva),

propriocepção (manual e pedal) e indutiva (inata e

adquirida). A identificação da predominância seletiva de

um dos lados do corpo reflete a qualidade da integração

sensorial, que intracorporal (vestibular e tátil-

quinestésica), quer extra-corporal (visual e auditiva), daí

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sua importância na organização funcional da

psicomotricidade e na atividade mental superior”.

• Noção do Corpo:

Este fator ocupa o lobo parietal que é uma unidade especializada na

integração das informações sensoriais globais e vestibulares. Esta regra é

importante para integração dos movimentos globais associados ao espaço e

a formação da imagem corporal.

• Estruturação Espaço–Temporal:

Esta localização nos lobos occiptais e temporais, ou seja, ocupa áreas

primarias, secundarias e terciárias dos analisadores visuais e auditivas. Tem

como funções: recepção, processamento e armazenamento espacial, que

precisam de uma estruturação perceptivo-visual que envolve áreas visuais

do córtex occiptal.

• Terceira Unidade Funcional

É responsável pela programação, regulação e verificação da unidade.

Localiza-se nas zonas anteriores do córtex, isto é nos lobos frontais.

Apresenta as seguintes funções: planificação, utilização e execução das

praxias. Ela integra os dois últimos fatores psicomotores da Bateria

Psicomotora:

• Praxia Global:

Que está, localizada nas zonas pré-motoras relacionadas com a área

6. compreende tarefas seqüenciais globais que necessitam da participação

de grandes grupos musculares.

• Praxia Fina:

Será considerada com mais detalhes no próximo capitulo está mais

relacionada com a área 8, e compreende tarefas de dissociação digital e da

coordenação oculomanual e da fixação da atenção visual. Ela se encontra

plenamente estabelecida aos 6 a 7 anos e o seu declínio se inicia na 3ª

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idade, ou seja, esta 3ª unidade é a ultima a estabelecer-se e a primeira a

desintegrar-se.

Enfim, os sete fatores da Bateria Psicomotora, associada ás unidades

funcionais psicomotoras, formam uma verdadeira “constelação psicomotora”,

que trabalha em união, em sintonia, com integração, onde cada um realiza

as suas contribuições para que a organização psicomotora global possa ser

formada.

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CAPÍTULO IV

4 – Anatomia da Mão

4.1 – Os Ossos da Mão

A mão é a extremidade distal do membro superior. É composta por

cinco dedos: o polegar e os outros quatro dedos, e por metacarpais e

falanges.

Os ossos da mão são divididos em três partes:

• Carpo – É constituído por oito ossos que estão articulados entre si

e são mantidos por fortes ligamentos. Eles estão dispostos em duas fileiras:

Fileiras proximal – escafóide, semilunar, piramidal e psiforme.

Fileiras distal – trapézio, trapezóide, o grande osso (capitato) e o

unciforme (hamato).

A extremidade proximal do carpo é convexa, antero-posterior e latero-

medialmente, articulando-se com o rádio, enquanto os ossos da fileira distal

articulam-se com os ossos do metacarpo.

• Metacarpo – Que constitui propriamente o esqueleto da mão. Os

ossos do metacarpo que são numerados de Ia V á partir do lado radial. O II,

III, IV e V podem ser considerados em conjunto. Todos eles apresentam

uma base, um corpo (ou diáfise) e uma cabeça arredondada, que se

articulam com as falanges proximais. As diáfises são levemente côncavas

anteriormente e articulam com ossos da fileira distal do corpo.

• Falanges – Constituem o esqueleto dos dedos. Cada dedo possui

falanges proximal, média e distal, com exceção do polegar, onde falta a

falange média. Cada falange possui uma base corpo e cabeça. Todas são

côncavas no sentido da palma da mão.

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Figura 3 - Articulações da mão. (Adaptado de LIPPERT, Cinesiologia Clinica para

Fisioterapeutas, 2003, pág.ll7).

Articulações Ossos

a) Articulações CMC f) Carpais

b) Articulações MCF g) Metacarpais

c) Articulações IFP h) Falanges Proximais

d) Articulações IFD i) Falanges Médias

e) Articulações IF j) Falanges Distais

Figura 4 – Esqueleto da mão esquerda em vista posterior (Adaptada de: FATTINI, Anatomia

básica dos sistemas orgânicos, 2000, pág. 275).

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Figura 5 - Esqueleto da mão esquerda em vista anterior. (Adaptado de: FATTINI, Anatomia

básica dos Sistemas Orgânicos, 2000, pág. 274).

4.2 – Estruturação das Articulações da Mão

As articulações da mão incluem:

Articulação Carpometacárpica (CMC) - Com exceção do polegar

são junturas sinoviais, com cápsula articular comum reforçada por

numerosos ligamentos carpometacárpico dorsais e palmares, metacárpicos

palmares e dorsais e ligamentos metacárpicos interóseos que forçam os

ossos do metacarpo a se moverem com os ossos do metacarpo.

Articulação metacarpofalángia (MCF) – Segundo Kisner (1998):

“São articulações condilóides biaxiais com extremidade

distal de cada metacárpico convexa e falange proximal

côncava mantida por um ligamento volar o dois

ligamentos colaterais tornam-se tensos durante a flexão

completa e restringem a abdução e a adução nessa

posição”.

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Articulação Interfalângica (IF) – As articulações interfalângicas

proximal e distal são junturas sinoviais do tipo gínglimo (em dobradiça),

uniaxial. Estas articulações estão presentes do 2º ao 5º quirodáctilo. A

superfície articulada da extremidade distal de cada falange é côncava. Cada

cápsula articular é reforçada por ligamentos colaterais.

4.2.1 – Articulações e Movimentos do Polegar

O primeiro quirodáctilo apresenta 3 articulações:

Articulação carpometacarpal do polegar – Essa articulação é

biaxial em forma de sela entre o trapézio e a base do 5º metacárpico. Ela é

muito móvel se comparada á articulação metacarpofalângica.

Articulação metacarpofalângica do polegar – É uma articulação em

dobradiça, uniaxial, é reforçada por dois ossos sesamóides.

Articulação interfalângica do polegar – “é a única articulação

falangica” (LIPPERT - 2003).

Os movimentos do polegar são: Flexão (extensão que ocorrem em

plano paralelo á palma da mão), abdução e adução (que ocorrem em plano

perpendicular), aposição (que é uma combinação média e distal). São

articulações em dobradiça uniaxiais e permitem apenas flexão e extensão.

Os movimentos dos dedos são Flexão, extensão, hipertensão, abdução e

adução.

4.2.2 – Articulações e Movimentos dos Dedos

Os 2º, 3º, 4º e 5º dedos são respectivamente conhecidos como:

indicador, médio, anular e mínimo. Eles apresentam quatro articulações

cada um:

Articulações carpometacarpais – São articulações sinoviais, planas,

anaxiais, que dão maior estabilidade do que mobilidade.

Articulações metacarpofalângicas – São articulações esferóides

biaxiais. Elas permitem os seguintes movimentos dos dedos: Flexão,

Extensão, Hiperextensão, Adução e Adução. O dedo médio é ponto de

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referencia para abdução e adução. A abdução ocorre quando 2º, 4º e 5º

dedos se afastam do deo médio. A adução é o retorno e ocorre quando os

2º, 4º e 5º, com exceção do dedo médio, que realiza apenas abdução em

qualquer direção, retornam a posição anatômica.

4.3 – Ligamentos da Mão e Outras Estruturas

• Ligamento do Retináculo dos Músculos Flexores

De acordo com Lippert (2003):

“É uma faixa fibrosa que se estende sobre o pulso na

face anterior em uma direção mediolateral. É formado por

duas partes que anteriormente eram conhecidas como:

ligamento carpal e ligamento carpal transverso.

Atualmente são agrupados como retináculo dos

músculos flexores. O ligamento carpal palmar é mais

proximal e superficial do que o ligamento carpal

transverso. Ele se fixa nos processos estilóides do radio

e da ulna e passa sobre os músculos flexores. Sua

principal função é manter estes tendões perto do pulso,

impedindo que eles se afastem durante a flexão. Já o

ligamento carpal transverso situa-se mais profundamente

e assim distalmente. Se Fixa no pisiforme, no hamato, no

lado medial, e no escafóide e trapézio lateralmente.

Curva-se sobre os ossos carpais, formando um túnel

através do qual os longos tendões dos flexores dos

dedos e o nervo mediano passam”.

• Ligamentos Interósseos

Interligam os ossos palmares vizinhos tanto na face dorsal quanto na

face palmar.

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• Ligamentos Metacárpicos Transversos Profundos

“Que tem como função fixar os metacárpicos durante a flexão

dos dedos, aumentando a potência deste movimento”. (Fattini - 2000).

• Ligamentos Colaterais

Estão presentes de cada lado da articulação metacarpofalângica,

tornam-se tensos durante a flexão dos dedos. E nas articulações

interfalângicas tem como objetivo reforçar os contornos medial e lateral das

cápsulas destas articulações.

• Retináculo dos Músculos Extensores

Segundo Lippert (2003):

“Uma faixa fibrosa que atravessa o pulso no lado

posterior, em direção mediolateral. Fixa no processo

estilóide da ulna, medialmente e no piramidal, pisiforme e

lado lateral do rádio. Segura os tendões dos músculos

extensores perto do pulso, especialmente durante a

extensão do pulso”.

• Expansão Extensora

Também denominada capuz extensor, é uma pequena aponeurose,

triangular, localizada no dorso e nos lados da falange proximal dos dedos. É

uma contaminação do tendão dos músculos extensores dos dedos. É mais

larga na base sobre a articulação metacarpofalângica á medida que se

aproxima da articulação interfalângica proximal, une-se aos tendões dos

músculos lumbricais e interósseos. Os extensores dos dedos, como os

lumbricais e os interósseos, formam uma inserção na falange média e ou

distal para a expansão.

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4.4 - Os Músculos da Mão

• Músculos Extrínsecos do Polegar e dos Dedos

• Músculo Flexor Superficial dos Dedos

Origem: Tendão comum dos músculos flexores, processo coronoíde

do rádio.

Inserção: Por quatro tendões na base das falanges médias dos quatro

dedos (II, III, IV, V).

Ação: Fletir a articulação metacarpofalângica e interfalângica proximal

dos dedos.

Inervação: Nervo Mediano (C7, C8 e T1).

• Músculo Flexor Profundo dos Dedos:

Origem: Três quartos superiores da face anterior e medial da ulna.

Inserção: Por quatro tendões na base da falange distal dos dedos (II,

III, IV, V).

Ação: Fletir todas as três articulações dos dedos.

Inervação: Nervo Mediano e Ulnar (C8 e T1).

• Músculo Extensor dos dedos:

Origem: Epicôndilo lateral do úmero, pelo tendão extensor comum.

Inserção: Na base da falange distal do II ao IV dedo.

Ação: Estende todas as três articulações dos dedos.

Inervação: Nervo Radial (C6, C7 e C8).

• Músculo Extensor do Indicador:

Origem: Parte distal da face posterior da ulna.

Inserção: Base da falange distal do II dedo.

Ação: Estende todas as articulações do II dedo.

Inervação: Nervo radial (C6, C7 e C8).

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• Músculo Extensor do dedo Mínimo:

Origem: Epicôndilo lateral, pelo tendão extensor comum.

Inserção: Base da falange distal do V dedo.

Ação: Estende todas as articulações de V dedo.

Inervação: Nervo radial.

• Músculo Flexor Longo Polegar:

Origem: Face anterior do rádio e membrana interóssea.

Inserção: Falange distal do polegar.

Ação: Fletir todas as articulações do polegar.

Inervação: Nervo mediano.

• Músculo Extensor Longo do Polegar:

Origem: Face posterior da ulna e membrana interóssea.

Inserção: Base da falange distal do polegar.

Ação: Estende todas as articulações do polegar.

Inervação: Nervo radial (C6, C7 e C8).

• Músculo Extensor Curto Polegar:

Origem: Face posterior distal do rádio.

Inserção: Base do II metacarpal.

Ação: Fletir as articulações carpometacarpal e metacarpofalângica do

polegar.

Inervação: Nervo Mediano (C6 e C7).

• Músculo Abdutor Curto do Polegar:

Origem: Escafóide, Trapézio e Retináculo dos músculos extensores.

Inserção: Base da falange proximal do polegar.

Ação: abduzir o polegar.

Inervação: Nervo Mediano (C6 e C7).

• Músculo Oponente do Polegar:

Origem: Trapézio e retináculo dos músculos flexores.

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Inserção: Borda lateral do II metacarpal.

Ação: Oposição do polegar.

Inervação: Nervo Mediano (C6 e C7).

• Músculo Adutor do Polegar:

Origem: Base do II metacárpico, capitato, face palmar do III

metacárpico.

Inserção: Base da falange proximal do polegar.

Ação: aduzir o polegar.

Inervação: Nervo Ulnar (C8, T1).

• Músculo Flexor do dedo Mínimo:

Origem: Hamato e retináculo dos músculos flexores.

Inserção: Base da falange proximal do V dedo.

Ação: Fletir as articulações carpometacarpal e metacarpofalângica do

V dedo.

Inserção: Nervo Ulnar (C8 e T1).

• Músculo Abdutor do Dedo Mínimo:

Origem: Pisiforme e tendão do músculo flexor ulnar do carpo.

Inserção: Falange proximal do V dedo.

Ação: Abduz a articulação metacarpofalângica do V dedo.

Inervação: Nervo Ulnar (C8 eT1).

• Músculo Oponente do dedo Mínimo:

Origem: Hamato retináculo dos músculos flexores.

Inserção: Quinto metacarpal.

Ação: Opõe o dedo mínimo.

Inervação: Nervo Ulnar (C8 e T1).

• Músculos Interósseos Dorsais:

Origem: Metacarpais adjacentes.

Inserção: Nas bases das falanges proximais dos dedos I, II, IV e V.

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Ação: Abduz os dedos na articulação metacarpofalângica.

Inervação: Nervo Ulnar (C8 e T1).

• Músculos Interósseos Palmares:

Origem: Músculo flexor curto do polegar que apresentam duas partes:

uma parte medialque origina-se do retináculo dos músculos flexores e outra

parte lateral que se origina do I metacarpal.

Inserção: Na base da falange proximal respectiva.

Ação: Aduz os dedos na articulação metacarpofalângica.

Inervação: Nervo Ulnar (C8 e T1).

• Músculos Lumbricais:

Origem: Tendão do músculo flexor profundo dos dedos.

Inserção: tendão do músculo extensor dos dedos.

Ação: Fletir a articulação metacarpofalêngica enquanto estende as

articulações interfalângicas.

Inervação: Primeiro e segundo músculos lumbricais: Nervo Mediano

(C6, C7 e C8).

Terceiro e quarto músculos lumbricais: Nervo Ulnar (C8 e T1).

Figura 8 - Inervação Sensitiva da Mão. (Adaptado de: Lippert, Cinesiologia Clinica para

Fisioterapeutas, 2003,pág,132).

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4.5 – Função da Mão

A mão humana realiza muitas funções. A função primária é a de

agarrar ou preensão, isto significa que ela está apta a segurar ou manipular

objetos. O ato de agarrar depende da liberação, que é uma função dos

extensores das articulações metacarpofalângica e interfalângica. Sem a

habilidade do movimento da liberação, a função de agarrar estará diminuída.

Existem dois tipos de preensão:

• Pegas de força

Que é considerada uma preensão mais forte. É usada quando o

objeto necessita ser segurado firmemente, enquanto está sendo movido em

qualquer direção no esforço pela musculatura das articulações proximais. Os

dedos tendem a fletir em torno do objeto em uma direção e o polegar enrola-

se em direção posta, fornecendo uma força contrária para manter o objeto

em contato com a palma e ou os dedos.

Os músculos flexores dos dedos (extrínsecos) agarram o objeto, e os

extensores longos dos dedos (também extrínsecos) auxiliam mantendo o

pulso em posição neutra ou ligeiramente estendida.

As três pegas de força mais comuns são:

• Pega cilíndrica

Nesta pega o polegar freqüentemente sobrepõe os outros dedos.

Ele encontra-se em direção oposta aos dedos, e está envolvendo o

objeto”. (Lippert- 2003). Ex. Segurar um martelo.

• Pega esférica

Todos os dedos e o polegar se encontram aduzidos em torno do

objeto. A palma da mão normalmente não está envolvida.” (Lippert –2003):

Ex. Segurar uma maçaneta ou pegar um pote de vidro pela parte superior

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• Pegar em gancho

Envolvendo o 2º até o 5º dedo, que se encontram fletidos em torno do

objeto, semelhante a um gancho. O polegar não está envolvido (Lippert –

2003): Ex. Pegar um balde.

• Pinça de precisão

De acordo com Lippert (2003):

“Estas pinças fornecem um movimento mais preciso e

seguro. Neste caso o objeto fica preso entre os dedos e o

polegar. Os músculos extrínsecos agem

simultaneamente com os intrínsecos. O polegar tende a

ser abduzido. A palma na participa e as articulações

proximais tendem a ficarem imóveis. Normalmente o

objeto a ser manipulado é pequeno a até mesmo em

alguns casos frágil”.

Há quatro tipos de pinça precisão:

• Pinça polpa a polpa ou pinça de aperto

Nas articulações metacarpofalângicas e interfalângica proximal dos

dedos estão fletidas, o polegar é abduzido. Pode envolver o polegar e um

dedo. Normalmente o dedo indicador, ou polegar e dois dedos, o indicador e

o médio, como por exemplo segurar uma caneta ou um lápis.

• Pinça ponta a ponta

Semelhante a pinça polpa a polpa. Envolve a ponta do polegar contra

a ponta de um outro dedo, normalmente o indicador, com o objetivo de pegar

um objeto menor, como por exemplo uma moeda ou um alfinete.

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• Pinça polpa-lado

Também conhecida como preensão lateral. Neste caso, a polpa do

polegar estendido pressiona um objeto contra o lado radial do dedo

indicador, como exemplo, segurar a chave de um carro.

• Pinça lado a lado

Neste caso há necessidade da adução de dois dedos, normalmente o

médio e o indicador, não havendo o envolvimento do polegar. É uma pinça

fraca e não permite muita precisão. Exemplo: Segurar uma caneta ou lápis

entre os dedos.

A mão apresenta outras funções como: Arqueamento com flexão dos

dedos, aumentando a mobilidade e proporcionando um melhor uso

funcional, achatamento com extensão, que permite largar objetos, expressar

emoções, como por exemplo transmitir carinho, afeto, ou até mesmo raiva,

usar a palma da mão aberta, apoiando-se em algum lugar para se colocar de

pé,etc.

Existe uma posição ideal do pulso e da mão, para tornar a força e

precisão mais eficazes.

Esta posição é denominada posição funcional da mão, onde o pulso se

encontra levemente fletido. As articulações metacarpofalângicas e

interfalângicas dos dedos estão em ligeira flexão e o polegar está em

posição.

A sensação da mão é de extrema importância. Sem ela, a pessoa

compensará com pistas visuais para achar os objetos, saber o que e qual a

rigidez do item, que está em suas mãos. A sensibiliodade da mão é dada

pelos nervos: radial, ulnar e mediano.

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CAPÍTULO V

5 – Praxia Fina

5.1 – Conceito

Segundo Machado (1988):

“Praxia Fina é a capacidade para controlar os pequenos

músculos para exercícios refinados como: recorte,

perfuração, colagem, encaixes, etc... E envolve a

coordenação viso-motora ou oculomotora, que é a

capacidade de coordenar os movimentos em relação ao

alvo visual; a coordenação viso-manual ou oculomanual

que inicia as atividades para o desenvolvimento da

coordenação de pequenos músculos, a qual preparará a

pessoa para a escrita e a coordenação musculofacial,

esta se refere aos movimentos refinados da face

propriamente ditos que é fundamental na aquisição da

fala, mastigação e da deglutição. Saber falar através do

olhar e da expressão revela mais do que o simples falar”.

De acordo com Maggil (2000):

“As habilidades motoras finas requerem maior controle

dos músculos pequenos, mais especificamente aqueles

envolvidos na coordenação mão-olhos e exigem um alto

grau de precisão no movimento da mão e dos dedos”.

5.2 – Praxia Fina – 3ª Unidade Funcional Psicomotora

A praxia fina, pertence a 3ª unidade funcional de acordo com o

modelo e Luria descrito no livro “psicomotricidade: filogênese, ontogênese e

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retrogênese”, e constitui o sétimo e ultimo fator psicomotor da Bateria

Psicomotora. Esta unidade localiza-se nas áreas anteriores do córtex

cerebral, ou seja, nos lóbulos frontais. Esta relacionada com a área 8, por

compreender as tarefas seqüenciais finas, que estão associadas a

coordenação dos movimentos dos olhos, que exigem atenção e fixação, ou

seja, certo controle visual, durante a manipulação dos objetivos.

A intima relação que a praxia fina tem com a percepção visual é de

grande importância para o desenvolvimento psicomotor e para o

desenvolvimento da aprendizagem. A cooperação do componente práxico

com o componente visual é no fundo, uma síntese psicomotora que

caracteriza o último fator da Bateria Psicomotora.

Acreditamos ser a mão a melhor arquitetura existente no homem.

Com ela, é possível capturar objetivos, através do tato nas diversas formas,

texturas, pesos, temperaturas, tornando-se um instrumento de preensão

com movimentos precisos na manipulação dos pequenos objetos.

De acordo com Fonseca (1998):

“A mão dispõe de funções de palpação, discriminação

tátil ou de um repertório de aquisições preensíveis

inigualáveis por qualquer outro segmento corporal, como

por exemplo: apanhar, segurar, riscar, etc. Todas essas

aquisições, em termos normais, são o produto final de

uma cooperação com a visão, sem o qual o seu

desenvolvimento micromotor não se diferenciaria”.

A mão faz parte do desenvolvimento do homem com o passar do

tempo, constituindo o enfoque central da praxia fina.

A praxia fina é capaz de assimilar a preensão manual com a visão,

onde cadê uma possui a sua individualidade, quando uma tem a iniciativa, a

outra parte fornece o suporte adequado para que houve uma referência

contra-lateral que esta na base da especialização hemisférica.

Segundo Pienfild e Roberts (1959):

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“A área do córtex motor que representa a mão,

particularmente o polegar e o indicador isto é, os dedos

com perfeita oponibilidade e com mais relação com o

exterior, expandiu-se na mesma proporção que o

cerebelo, justificando-se o papel das aquisições

manipulativas resultantes de aspectos periféricos, mas

também fundamentalmente de aspectos centrais. Quase

dois quartos da superfície do córtex motor estão

ocupados com a mão, daí a sua importância no aumento

de aferências tátil-quinestésicas e no alargamento das

áreas associativas”.

“A capacidade de preensão de onde evolui ontogenicamente a

praxia fina pode revelar-se antes do nascimento” (Fonseca,1996).

Estudos realizados puderam comprovar que a preensão primitiva

pode ocorrer entre os 4 e 5 meses de idade, justificando o resultado da

maturação dos circuitos internos do Sistema Nervoso.

Segundo Fonseca (1988):

“O desenvolvimento da preensão passa por uma atenção

visual primitiva que envolve o olhar e perseguir objetos,

em seguida um comportamento tocar, prender de

imediato; o olho descobre a mão, o que leva a um

comportamento olho-visão. Depois da descoberta visual

da mão, este tenta o contato com os objetos

transportando-o para o campo visual, para aí ser

inspecionado, realizando o que designa por

comportamento olho-visão e olho-objeto. Essa seqüência

ocorrida nos três meses de vida determina o

desenvolvimento da praxia fina. Em outras palavras, a

preensão, é o resultado da integração das diversas

coordenações iniciais, incluindo a sequência: tocar,

prender, olho-objeto, olho-mão, olho-braço”.

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Sendo assim, a praxia fina é indissociável a organização perceptivo-

visual.

De acordo com Fonseca (1995):

“A virtuosidade morfológica da mão do homem juntam-

se em programas de ação superiormente elaborados”.

Mão e inteligência ligam-se e formam-se dialeticamente.

Nem a mão e nem a inteligência isolada em si próprias

podiam construir os programas de ação que permitiram a

capacidade de fabricar instrumentos, razão fundamental

do fenômeno humano”.

Apesar do desenvolvimento da praxia fina ser um processo de

maturação lenta, traduz uma “inteligência manual”, que diferencia o ser

humano de outras espécies.

• Praxia Fina – A 3ª Unidade Funcional Psicomotora

Como já foi descrita anteriormente, agora de forma mais detalhada, a

terceira unidade funcional psicomotora, é representada pelo ultimo fator

psicomotor a Bateria Psicomotora, de acordo com o modelo de Luria, a

praxia fina. Encontra-se na área anterior do córtex, exatamente á frente do

sulco central, ou seja, nos lobos frontais.

Esta unidade é responsável pela programação, verificação e

regulação da atividade. Nela, distinguem-se as zonas motoras e as zonas

pré-motoras, áreas 6 e 8, que são designadas por Luria, como zonas de

áreas secundárias frontais. A área 6 tem como principal função a realização

e automatização e automatização dos movimentos coordenados mais

complexos, que ocorrem em um tempo determinado, e que exigem uma

atividade simultânea de vários grupos musculares. Já a área 8, apresenta a

função de coordenação dos movimentos dos olhos durante a fixação da

atenção e de todas as manipulações de objetivos que exigem controle

visual.

Essas zonas ou áreas secundárias frontais fazem conexões muito

complexas com a 1ª e a 2ª unidade, interligando-as e permitindo a interação

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com a 3ª unidade. Isto torna o 3º bloco em um centro organizador e

programador dos movimentos complexos. Ele necessita, dessa forma, de

uma síntese aferente hipercomplexa, desde os dados tônico-vestíbulo

posturais, até os somatognóstico e espácio-temporais, que é fundamental

para que haja a construção do movimento intencional, levando assim a

praxia fina a ser considerado o produto final, com a participação particular de

todos os outros fatores psicomotores. Podemos dizer então, que esta

unidade apresenta uma função hierarquizada e integrada.

A construção da praxia fina, esta relacionada com a organização

visuo-perceptiva, que é elaborada nos lobos frontais. Sendo assim, para que

ocorra a conscientização presente nesta praxia, é necessário que a

manutenção e o controle do tônus cortical e corporal esteja interligado com

as influencias dos impulsos aferentes proprioceptivos e extereoceptivos que

se originam nas outras duas unidades funcionais.

Fonseca (1998) diz que:

“A precisão, a velocidade e a coordenação recíproca das

mãos estão designados da organização motora, nas

formas mais complexas de organização perceptiva. O

triângulo postura-visão-mão é uma recoordenação

sistêmica que esta na base da praxia fina”.

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CAPÍTULO VI

6 – Avaliação Neuropsicomotora

A praxia fina, encarada nessa dimensão, procura estudar na criança a

sua capacidade construtiva manual e a sua destralidade bimanual como um

componente psicomotor relevante para todos os processos de

aprendizagem. A coordenação precisa das duas mãos vai ser essencial para

que distingue o ser humano das outras espécies. A criança com dificuldades

nos movimentos – a criança dispráxica – apresenta quase sempre

problemas da aprendizagem. Na criança dispráxica, as relações entre a

motricidade e a organização psicológica não se verificam harmoniosa e

sistemicamente, consubstanciando o papel da motricidade na preparação do

terreno ás funções do pensamento e da congnitividade.

Essa avaliação pode ser iniciada com uma importante informação que

é a historia da gestação dessa criança (se foi uma criança planejada, se teve

pré-natal, se a mãe já cometeu abortos, se teve alguma intercorrência na

gestação (pré, per, pós parto) ).

• Perfil Emocional do (a) paciente.

− Relacionamento Social.

− Desenvolvimento Motor (sentar, rolar, arrastar, engatinhar,

balbuciar, andar).

• Comportamento Motor:

− Tonus muscular.

− Clonus.

• Movimentos involuntários:

− Reflexos primitivos e Reações associadas.

− Postura.

• Avaliação psicomotora:

− Equilíbrio.

− Lateralidade (visual, pedal, auditiva, manual).

− Noção Corporal (imagem\ Esquema Corporal).

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− Coordernação Global.

− Coordenação Visomotora.

− Grafismo.

− Orientação Espacial.

− Orientação Temporal.

Podemos adotar um processo sistemático de avaliação que nos

permite, para cada criança, situar o seu nível básico de funcionabilidade em

cada área referida.

Com a adoção de um processo de avaliação preciso e fidedigno,

aberto a outras informações, como as que são fornecidas pelos terapeutas,

professores, pais e outros profissionais envolvidos no acompanhamento

longitudinal da criança.

Há de se ter noção de que a avaliação desse paciente não tem

padrão e nem um conteúdo pré-estabelecido, porque não se segue uma

receita de avaliação.

Ela será realizada sem uma padronização já estabelecida, ou que já

tenha uma tabela de requisitada, há de se fazer uma avaliação de acordo

com perfil e postura de cada paciente, sem tornar essa avaliação um rotulo

para todas as futuras avaliações.

O terapeuta deve fazer uma avaliação do quadro, constantemente se

os objetivos estão ou não a serem atingidos, estão sendo realizados, sempre

com o objetivo de inclusão, socialização e melhora da auto-estima desse

paciente.

Acreditamos inequivocamente na modificação cognitiva de todas as

crianças ( “normais” ou “atípicas”). A busca por princípios dinâmicos do

desenvolvimento psiconeurológico humano, e, como tal, da criança, que

tentamos equacionar com a apresentação da nossa escala, pode, no futuro,

tornar possível o que hoje não se aceita.

A criança como ser humano é um ser aberto a mudanças, deficiente

ou não-deficiente, pode modificar-se por efeitos da educação e da

reabilitação e, ao mudar a sua estrutura de informação, formação e

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transformação do envolvimento, pode adquirir novas possibilidades e novas

capacidades.

“A criança, pois, a nossa esperança”. (Vitor da Fonseca 1995).

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CAPÍTULO VII

7 – Tratamento

7.1 – Abordagem Psicomotora

A praxia fina, pertence a 3ª unidade funcional, e que constitui o sétimo

fator da Bateria Psicomotora. Como já se sabe, ela é a ultima a se integrar

durante o período de ontogênese, e a primeira a se desorganizar de forma

fisiológica na terceira idade.

A abordagem psicomotora na criança tem como finalidade a

estimulação da praxia fina, da coordenação e habilidades manuais para que

elas possam executar plenamente as suas atividades como escrita, pintura,

desenhos, jogos, cortar papeis e executar os exercícios da linguagem de

sinais para que ocorra a integração e a socialização com o meio e a melhora

da alta estima.

Essa abordagem tem como objetivos:

• Estimular o tônus muscular dos músculos superiores

• Estimular a percepção tátil e visual

• Estimular a orientação viso-espacial

• Estimular a capacidade de concentração e atenção

• Estimular a manipulação de objetos e execução de atividades que

necessitam de um certo controle motor fino.

• Melhorar a auto-estima da criança

Neste tratamento, utilizam-se os seguintes recursos psicomotores:

• Jogo de pega-varetas

• Jogo de basquete (coordenação, atenção)

• Jogo de Memória

• Jogo de quebra-cabeça

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• Jogo de bingo

• Recortar papéis, colar desenhos, etc.

• Desenhos Livres

• Exercícios isométricos com bolas na mão para fortalecimento dos

músculos intrínsecos da mão.

Figura 7 – Movimento das articulações metacarpofalângicas e dedos: (A) Flexão, (B)

Extensão, (C) Abdução, (D) Adução, (Adaptado de: LIPPERT, Cinesiologia Clínica para

Fisioterapeutas, 2003, pág 118).

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Jogo Pega-Varetas

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Jogo de Quebra-Cabeças

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CONCLUSÃO

Ao sairmos da faculdade todos nós, conhecedores, sabedores de

técnicas, métodos para o trabalho com pacientes que dependem de

fisioterapias e também pacientes com necessidades especiais. Hoje

convivendo com pacientes com deficiência auditiva os (D.A.), vejo que me

faltava algo muito importante para me tornar um profissional apto, ao me

deparar com eles aprendi o quanto é importante à percepção, sensibilidade,

a atenção, motricidade, coordenação, equilíbrio e a comunicação através da

mão, o quanto ela se torna importante para quem não consegue se

comunicar verbalmente, mas sim com as LIBRAS (Linguagem de Brasileira

de Sinais), através da estimulação da praxia fina, associado a outras

técnicas psicomotoras. Eles com isso melhoram a auto-estima e socializam

melhor, comunicam-se melhor e preparam para efetivamente obterem sua

cidadania, que é um direito de todo ser humano.

A psicomotricidade não da oportunidade só aos pacientes que dela

necessita, mas também os profissionais que fazem dela um legado de vida,

ai nós temos um grande encontro com essa linda profissão, você melhora e

amplia seus conhecimentos e sua visão a cerca dos “especiais” nós

aprendemos muito com eles ao longo dessa caminhada brilhante que

depende mais de nós do que deles enquanto especiais. Eu enquanto ser

humano e profissional, aprendi muito com eles e espero aprender cada vez

mais com eles.

Fiquei satisfeito com o resultado que os pacientes apresentarão, é

visível o quanto eles ficam felizes ao conseguir-se comunicar com os outros

através da linguagem de sinais, esse é o País que queremos para nossos

filhos e esses desenvolvimentos possibilitam ainda mais suas integrações

com os seus respectivos meios de convívio, aumentando suas perspectivas

de molhar social, cultural, financeira eles com isso conseguem movimentar-

se nesta imensa pirâmide social, que nós enfrentamos com muita dignidade,

assim como eles enfrentam de cabeça erguida objetivando sempre o melhor

para suas vidas. Até se engressando nas nossas “Universidades”.

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BIBLIOGRAFIA

FONSECA, Vitor da. Psicomotricidade: filogênese, ontogênese e

retrogênese. São Paulo: Manole Ltda, 1998.

FONSECA, Vitor da. Manual de observação psicomotora. Porto Alegre: Artes

Médicas, 1995. JOCIAN, Machado. Psicomotricidade teórica e prática. São

Paulo: Lavosie, 1998.

MAGGIL A. Richard. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. São

Paulo: Edgar Blucher Ltda, 2000.

NETTER, Frank H. M.D. Atlas de Anatomia Humana – ARTMED – Porto

Alegre,1998.

LIPPERT, Lynn S. Cinesiologia clinica para fisioterapeutas. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, 2003.

FATTINI, C. A. , DANGELO, Anatomia Humana do Sistema e Seguimentar

Editora Atheneu. 2002 - 2º edição RJ.

KATZ, Jack. Tratado de audiologia clinica. São Paulo: Manole, 1999, 4ª

edição.

PEREIRA, Liliane Desgualdo. Procesamento auditivo central, manual de

avaliação. São Paulo Lovise, 1997.

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ATIVIDADES CULTURAIS

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Pós-Graduação “Lato Sensu”

A COORDENAÇÃO MOTORA FINA E SEU DESENVOLVIMENTO

PSICOMOTOR EM PACIENTES COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA.

Data da Entrega: _________________________________

Avaliado por: _______________________________Grau _____________.

_____________, ____ de __________ de _____.

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I

1 – Uma Abordagem sobre o Orgão Vestibulo-Coclear

1.1 – Conceito

1.2 – Anatomia Topográfica do Órgão Vestíbulo-Coclear

1.2.1 – Ouvido Externo

1.2.2 – Ouvido Médio

1.2.3 – Tuba Auditiva

1.2.4 – Ossículos da Audição (aditivo)

1.2.5 – Tensor do Tímpano

1.2.6 – Estapédio

1.2.7 – Ouvido interno

CAPITULO II

2 – Classificação das Deficiências Auditivas

2.1 – Conceito

2.1.1 – Deficiência Auditiva Condutiva

2.1.2 – Deficiência Auditiva Sensorioneural

2.1.3 – Deficiência Auditiva Central

2.1.4 – Deficiência Auditiva Mista

2.1.5 – Deficiência Auditiva Funcional

2.1.6 – Deficiência Auditiva de Origem Genética

2.2 – Avaliação da Audição

CAPITULO III

3 – História da Psicomotricidade

3.1 – Conceito

3.1.1 – Ontogênese e Retrogênese

3.1.2 – As Três Unidades Funcionais Psicomotoras do Cérebro

CAPITULO IV

4 – Anatomia da Mão

4.1 – Os Ossos da Mão

4.2 – Estruturação das Articulações da Mão

4.2.1 – Articulação e Movimentos do Polegar

4.2.2 – Articulação e Movimentos dos Dedos

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4.3 – Ligamentos da Mão e Outras Estruturas

4.4 – Os Músculos da Mão

4.5 – Função da Mão

CAPITULO V

5 – Praxia Fina

5.1 – Conceito

5.2 – Praxia Fina – 3ª Unidade Funcional Psicomotora

CAPITULO VI

6 – Avaliação Neuropsicomotora

CAPITULO VII

7 – Tratamento

7.1 – Abordagem Psicomotora

CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA

ATIVIDADES CULTURAIS

FOLHA DE AVALIAÇÃO

ÍNDICE

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