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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO-SENSU”
PROJETO VEZ DO MESTRE
A ATUAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR NO ENSINO
FUNDAMENTAL DAS ESCOLAS ESTADUAIS DO 2º DISTRITO
DE DUQUE DE CAXIAS
Por: Luciana de Sena Miranda
Orientador
Profª Ana Cristina Guimarães
Rio de Janeiro
2004
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO-SENSU”
PROJETO VEZ DO MESTRE
A ATUAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR NO ENSINO
FUNDAMENTAL DAS ESCOLAS ESTADUAIS DO 2º DISTRITO
DE DUQUE DE CAXIAS
Apresentação de monografia à Universidade
Cândido Mendes como condição prévia para a
conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato-Sensu”
em Supervisão Escolar.
Por: Luciana de Sena Miranda
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus em primeiro lugar, por ter me dado
força para trilhar mais este caminho. Aos meus pais,
avós e amigos que contribuíram direta ou
indiretamente para a realização deste trabalho, em
especial a amiga Cecília pelo apoio, troca de idéias e
de material.
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DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus pais,
em especial a minha mãe e minha avó,
que mesmo quando eu esmorecia, me
incentivaram a vencer mais esta
batalha.
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RESUMO
Uma das preocupações de um Supervisor Escolar á
tentar saber de que maneira ele deverá trabalhar, se será de uma maneira
autoritária, sem se preocupar em auxiliar, em orientar, ou se de uma maneira
democrática, sem dar muito valor a burocracia, fazendo do seu trabalho o
“pronto-socorro” para professores e por que não para diretores e alunos.
No presente trabalho, a função do supervisor será
tratada de maneira crítica, tentando comprovar a realidade existente nas
Escolas Estaduais do 2º Distrito do Município de Duque de Caxias e a
realidade dos supervisores da CRRMV (Coordenadoria Regional da Região
Metropolitana V), para que desta forma possa-se traçar um paralelo entre o
profissional que faz do seu ofício algo produtivo e o profissional que vê o seu
ofício única e exclusivamente com a função de supervisionar sem dar para
seus “subordinados” meios de produzir um trabalho de qualidade.
Para tanto, inicialmente será feito um breve histórico
da implementação da Supervisão Educacional no Brasil, para que possamos
desta maneira entender o que ocorre nos dias de hoje, uma vez que, muitas
destas falhas existentes tem haver com todo um passado de opressão.
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METODOLOGIA
O presente trabalho inicialmente apoiou-se em livros como fontes
bibliográficas para tentar demonstrar todo o histórico da supervisão desde a
sua implementação até os dias atuais, foram também utilizadas reportagens
em revistas destinadas a Educação para comprovar como a Supervisão nos
dias atuais é exercida. Em um segundo momento foram realizados
questionários que foram preenchidos pelos professores que atuam nas Escolas
Estaduais que estão localizadas no 2º Distrito de Duque de Caxias e pelos
supervisores que atuam na Coordenadoria Regional da Região Metropolitana
V, para que desta maneira pudéssemos ter o enfoco da supervisão por ambos
os lados( os que são supervisionados e os que supervisionam), alguns
diretores também responderam o questionário, uma vez que a avaliação de tais
profissionais também influenciam no trabalho dos mesmos e são tais
avaliações que norteiam o rumo a ser seguido pelos administradores. O
objetivo principal de tal pesquisa e dos questionários é comprovar que mesmo
através dos tempos, ainda possuímos profissionais que vêem a supervisão
como uma forma de criticar o trabalho dos professores, porém de maneira não
construtiva e comprovar que alguns profissionais conseguem supervisionar
orientando.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I 11
UM HISTÓRICO SOBRE A SUPERVISÃO ESCOLAR 11
CAPÍTULO II 17
A ESCOLA COMO SISTEMA E A DIVISÃO DO TRABALHO 17
CAPÍTULO III 24
SUPERVISÃO: DEMOCRACIA OU AUTORITARISMO? 24
CAPÍTULO IV 30
A REALIDADE DAS ESCOLAS ESTADUAIS DO 2º 30
DISTRITO DE DUQUE DE CAXIAS
CAPÍTULO V 33
A REALIDADE ATRAVÉS DO OLHAR DOS
SUPERVISIONADOS 33
CONCLUSÃO 34
ANEXOS 36
BIBLIOGRAFIA 41
ÍNDICE 43
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho visa comprovar de qual forma é
realizado trabalho do Supervisor Escolar, desde a sua implantação até os dias
atuais, demonstrando que mesmo nos dias de hoje, quando se faz necessário
a orientação o aconselhamento, o auxílio, a troca de idéias, ainda encontramos
profissionais que se preocupam muito mais e delatar, criticar, oprimir o trabalho
dos docentes.
O Supervisor Escolar tem que parar de ser encarado
como o “bicho-papão” da Unidade Escolar e passar a ser encarado como mais
um aliado do desenvolvimento pedagógico, a partir daí, através de relatos dos
próprios professores, supervisores regionais e diretores veremos como pode
ser realizado um trabalho de qualidade onde não existem adversários, mas sim
aliados, que estarão jogando no mesmo time.
Todo o histórico legislativo nos dará base e respaldo
para questionamentos como: a supervisão deve ser autoritária ou democrática?
Eficiência e burocracia são obrigadas a caminhar juntas?
Para tanto no primeiro capítulo relata-se todo o
histórico da supervisão escolar, seu início e as leis que a regulamentaram.
No segundo capítulo vê-se a escola como um todo e
toda a sua divisão de trabalho, assim como a importância de cada setor.
No terceiro capítulo, a prática da supervisão é
apresentada de maneira clara, demonstrando como a burocracia também pode
atrapalhar o papel do supervisor.
No quarto capítulo se vê a realidade do supervisor
escolar que atua nas escolas da rede estadual do 2º distrito de Duque de
Caxias.
No quinto capítulo se tem a consideração final
baseado em questionários realizados com os três ramos da escola
(professores, supervisão e direção escolar)
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A partir de tudo que já foi mencionado deleite-se com
a leitura e reflita se o trabalho do supervisor de vê ser realmente de integração
ou de separação.
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CAPÍTULO I
UM HISTÓRICO SOBRE A SUPERVISÃO
ESCOLAR
“O que seria na realidade supervisão?”
Seria o ato ou efeito de supervisionar,
dar orientação a outrem, de maneira
construtiva.”
- Aurélio Buarque de Holanda Ferreira -
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I. UM HISTÓRICO SOBRE A SUPERVISÃO
ESCOLAR
A Supervisão Escolar iniciou-se no Brasil através de cursos
promovidos pelo Pabaee (Programa de Assistência Brasileiro-Americano ao
Ensino Elementar) em 1957, em Belo Horizonte e contava com o apoio do
E.U.A., porém quando o Pabaee instalou-se em Minas Gerais já encontrou um
sistema articulado de supervisão escolar nas escolas primárias.
A princípio, pode-se pensar que Minas Gerais apesar de ser
o centro piloto, não sofreu as influências do Pabaee, por já contar com uma
visão supervisora. No entanto o Pabaee assume uma outra função e ganha
novo espaço de atuação. A função passa a ser a redefinição dos currículos e
do espaço de atualização dos órgãos centrais do Sistema de Ensino.
Com o Pabaee a função de planejar os currículos, começou
a ser retirada das escolas, formando-se assim lideranças educacionais que se
ocupavam das reformulações curriculares nos órgãos centrais encarregados do
planejamento, da coordenação, da avaliação e da administração do ensino nos
estados.
Ao criar um departamento de supervisão e currículos, o
Pabaee acabou conferindo a essas áreas um espaço acadêmico e científico
próprio, como áreas de conhecimento que elas não tinham nem nos cursos de
Pedagogia da época, só passando a ter em 1969, com a reforma dos cursos de
Pedagogia.
Garcia em oposição a Bernardes (no livro Nove Olhares
sobre a Supervisão), acredita que o Pabaee, mais do que preocupar-se em
importar métodos e o modo de vida americano, preocupou-se com a questão
do currículo.
Baseando-se nos relatórios, memorandos e ofícios, pode-se
afirmar que o projeto inicial do Pabaee em seus primeiros anos, não objetivava
privilegiar os campos da supervisão/currículos.
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As principais funções do Pabaee no âmbito do ensino
primário foram:
X Formar quadros de instrutores de professores de Ensino Normal
X Preparar material didático para Escolas Normais e para os elementares
X Enviar aos E.U.A., pelo período de um ano na qualidade de bolsista,
cinco grupos de instrutores de professores de Ensino Normal e
Elementar recrutados em regiões representativas do Brasil que ao
regressarem seriam contratados pelas respectivas Escolas Normais
para integrarem os quadros de instrutores pelo período de dois anos.
O projeto visava a assistência técnica ao ensino elementar,
tendo como alvo principal, o professor primário e a instrumentalização deste
para o exercício das suas atividades, com novos métodos e técnicas de ensino.
O Pabaee dentro do seu programa pretendia que o Brasil estivesse
modernizando o ensino primário, a luz de uma metodologia americana,
adaptada as especificidades do nosso país. Os multiplicadores seriam os
professores que atuavam nas escolas incumbidas de formação do professor.
O programa previa que os americanos entrassem com a
técnica e o conhecimento, e os brasileiros com a mão-de-obra, os locais e a
adequação do programa, a nossa realidade, até chegar ao ponto de não
necessitar mais da ajuda americana.
No final da década de 50 e início da década de 60, em São
Paulo têm-se o início das atividades de supervisão educacional. As idéias
sobre supervisão começaram a ser divulgadas em cursos promovidos pelo
Serviço de Expansão cultural da Secretaria de Educação, através de materiais
produzidos pelo Pabaee.
Em 1958, é manifestada a preocupação de ampliação do
curso do Pabaee, estendendo o curso além das Escolas Normais Oficiais à
também algumas professoras primárias, freiras-professoras de metodologia,
diretores de grupos escolares e professores do jardim de infância; sendo que
sua duração seria mais longa nas Escolas Normais. Neste mesmo ano foi
proposto por Long (Nove Olhares sobre a Supervisão) com muita clareza, que
o programa fosse passado aos professores de Metodologia, para
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posteriormente atingir professores de Escolas de Demonstração. Ele afirmava
que como o projeto dispunha de poucos recursos e que deveria atender um
maior número de pessoas, seria melhor trabalhar com pessoas que
preparassem os professores, em vez de trabalhar com professores regentes de
classe.
O programa priorizou o ensino público, e também de
lideranças, daí a necessidade de se modernizar o professor primário.
Em 1959 o Departamento de Currículos e Supervisão teve o
início de suas atividades, a partir do retorno da brasileira Marina Couto do
curso nos E.U.A.. Essas atividades, já não contavam com a orientação de
especialistas americanos. Num primeiro momento este departamento se
encarregou de que seus técnicos organizassem os trabalhos das classes de
demonstração. O trabalho dos técnicos não era diferente dos supervisores das
escolas; tinha como alvo a prática pedagógica na escola primária. Em outro
momento, refere-se ao curso oferecido aos professores de Escolas Normais
que ofereciam em seu currículo conteúdos que davam uma nova versão nas
metodologias de ensino (linguagem, aritmética, estudos sociais e ciências) e
dos métodos audiovisuais, psicologia, administração, currículo, jardim de
infância e avaliação. Além desses cursos, cada aluno especializava-se numa
área de metodologia. Nessa fase, a supervisão não se constitui em opção de
especialização. A participação de professores do departamento nos cursos
para professores de Escola Normal, restringia-se a uma disciplina com
15h(quinze horas) de duração sobre o currículo; era na realidade uma visão
geral de um curso de formação de professores primários, o currículo funcional
do curso de formação e os objetivos do ensino na escola primária.
A partir do relatório produzido em 1961, por uma especialista
americana, o Pabaee vai promover uma extensão do acordo e incluir a
formação de supervisores de ensino, visando assistir os professores já
treinados, e estendeu-se também aos orientadores e administradores. Com o
treinamento de profissionais que ocupam posições de liderança na
administração do ensino e aqueles responsáveis pelas atividades de
supervisão em escolas, em delegacias regionais de ensino ou órgãos de
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planejamento público,o Pabaee colocou as estratégias de respostas aos
problemas do ensino primário, tanto que o curso de Supervisão em Minas
Gerais foi intensificado pelo Pabaee, procurando desfocar a visão de “Inspetor”
para “supervisor”.
A atividade do Pabaee se viu obrigada a ampliar o programa,
devido a carência de técnicos de ensino, organizadores de programa e
currículos pelo Brasil a fora, sendo chamada esta ampliação de “extensão” do
curso. Os planos de reorganização do sistema estadual de ensino geraram
demandas de atendimento às inspetoras que passaram a desenvolver funções
mais próximas da supervisão, porém como nem todos os professores
passavam pelo Ensino Normal, a atuação de supervisores funcionaria para a
chamada “treinamento em serviço”. Estes casos levaram o Pabaee a uma
ampliação, adequação e investimento na área de supervisão.
Em 1964 a participação americana cessou, contudo o projeto
continuou e em 1965, transformou-se na Divisão de Aperfeiçoamento (DAP) do
Centro Regional de Pesquisas Educacionais.
A partir deste programa as questões educacionais
incorporaram uma perspectiva tecnicista na década de 60. o programa
priorizava metodologias e técnicas de ensino, como soluções para os
problemas de evasão e repetência do ensino primário.
Já em Goiás, as relações de institucionalização da
supervisão escolar, se deu através da aproximação do Centro de Treinamento
de Magistério (CTM) com os modelos defendidos pelo Pabaee. O curso visava
a formação do supervisor de ensino primário. Este Centro de Formação iniciou-
se organizado em departamentos por áreas de especialização, contando
inicialmente com oito professores do Pabaee de Minas Gerais para planejar e
ministrar o primeiro curso de Formação de Supervisores de Goiás, em 1963.
Esta equipe só foi substituída em 1965, por professores goianos que haviam
concluído o curso de especialização em Belo Horizonte.
O modelo de supervisão escolar instaurado é liberal e
tecnicista, impregnado pelos ideais do Pabaee, apesar do autor Garcia (no livro
Supervisão Pedagógica – Princípios e Práticas) com bastante destreza,
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observar que o modelo de Minas Gerais de Supervisão ser diferente dos de
São Paulo e Goiás, iniciou-se em 1966 o grupo escolar que criou e introduziu a
figura do inspetor técnico, precursor do supervisor atual, que desempenhava
funções técnicas nos grupos.
Vale ressaltar que no início do programa o Pabaee não
visava a Supervisão Escolar, mas sim, influir na prática pedagógica dos
professores primários da rede pública de ensino, utilizando trabalho realizado
pelos professores de metodologia de ensino das Escolas Normais.
1.1 A Trajetória através da Legislação
No que diz respeito a Lei 4024/61 e a Lei 5692/71, o texto
que define a formação do Supervisor é o mesmo da Lei 9394/96.
Sendo assim,de acordo com a Lei nº 9394/96, o art. 64
explicita a respeito da formação de profissionais da educação: “A formação de
profissionais da educação para administração, planejamento, inspeção,
supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em
cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério
da instituição de ensino, garantida, nesta formação a base comum”, ou seja o
que antes era único e exclusivamente permitido com o curso de graduação em
pedagogia agora é também permitido aos docentes que possuem graduação
em outras áreas e gostariam de atuar seja na administração, planejamento,
inspeção, supervisão ou orientação educacional.
Vale ressaltar que antes a existência do orientador
educacional se fazia presente em todas as escolas, porém atualmente a função
que antes era destinada ao aconselhamento e a assistência do educando, hoje
foi suprimida pela presença do supervisor escolar que além de supervisionar
todo o trabalho pedagógico, também é responsável pela orientação do corpo
docente e discente.
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CAPÍTULO II
A ESCOLA COMO SISTEMA E A DIVISÃO DE
TRABALHO
“Todo trabalho só é bem realizado, quando
todos participam do mesmo, de maneira
completa e organizada.”
- Anônimo -
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II. A ESCOLA COMO SISTEMA E A DIVISÃO DO
TRABALHO
A fim entender a escola como um todo, de analisá-la e
controlá-la, é preciso examinar a escola por meio de uma concepção sistêmica.
A função da escola se constitui em uma organização
sistêmica aberta, ou seja, com elementos que interagem e se influenciam
mutuamente, na forma de troca de influências, ao meio em que se insere, tanto
que qualquer mudança em qualquer dos elementos da escola produz
mudanças nos outros elementos, gerando um interfluência que ocorre,
tenhamos ou não consciência.
Portanto, quando se pensar em algum setor da escola, deve-
se pensar em suas relações com os demais setores, bem como com a
comunidade, uma vez que a escola é uma unidade de um sistema educacional
maior, formado por um conjunto de outras escolas que se interagem direta ou
indiretamente, portanto, após um exame de posições e medidas tomadas será
mais eficaz o entendimento das funções e condições de funcionamento das
partes deste sistema e de como interagem.
2.1. A Divisão do Trabalho e a Distribuição de Papéis
As unidades de estrutura social de uma instituição se
constituem em papéis sociais e este papel social corresponde a um padrão
esperado de determinada posição em contexto social, ou seja, é a localização
da pessoa no sistema.
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A divisão do trabalho corresponde ao agrupamento de
funções, seguindo determinados critérios, de forma a permitir que a carga total
de trabalho seja desempenhada satisfatoriamente. Na educação foi adotado o
critério de divisão de trabalho por especialização de funções. Assim é que
determinada pessoa ou conjunto de pessoas recebe a incumbência de uma
parte do processo de ensino-aprendizagem, outra de outra parte, e assim
sucessivamente.
Nas escolas estaduais, dependendo do seu tamanho,
número de alunos e classificação deveriam possuir diferentes papéis para
diferentes profissionais, porém não é raro encontrarmos uma pessoa
assumindo diferentes papéis, isso ocorre devido a carência de profissionais em
determinadas áreas ou por vontade da Secretaria Estadual de Educação.
Qualquer papel social é determinado por uma série de
fatores interferentes, uns de maior impacto que outros. Esses fatores
interferentes são, por exemplo, a avaliação das necessidades e características
da escola, a quantidade e formação dos seus recursos humanos, a expectativa
mantida por pessoas que participam do mesmo sistema social, a própria
concepção do papel.
2.2. A Equipe Técnico-Administrativa
A equipe técnico-administrativa tem como função precípua
coordenar e orientar todos os esforços no sentido de que a escola, como um
todo, produza os melhores resultados no sentido de atendimento às
necessidades do educando.
Fariam parte da equipe técnico-administrativa: o diretor, o
supervisor escolar, o orientador educacional; vale ressaltar que todos
trabalhariam em função de auxiliar e orientar o professor.
Vê-se a seguir quem são e a importância dos seus papéis.
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Diretor
É possível fazer uma comparação entre o trabalho de um
maestro e o de um diretor de escola, uma vez que ambos são líderes e regem
uma equipe. O maestro segue e a partitura e é responsável pelo andamento da
música. O diretor administra leis, normas e cuida da dinâmica escolar. Mais d o
que um administrador ele cuida de orçamentos, calendários, vagas e materiais.
Devido a sua posição central na escola, o desempenho do
seu papel exerce forte influência sobre todos os setores e pessoas da escola. É
do seu desempenho e da sua habilidade em influenciar o ambiente que
depende, em grande parte, a qualidade do ambiente e clima escolar, o
desempenho do seu pessoal e a qualidade do processo ensino-aprendizagem.
Para Antônio Carlos Gomes da Costa, pedagogo e consultor,
há três perfis básicos nessa função:
a) O administrador escolar = mantém a escola dentro das normas do
sistema educacional, segue portarias e funções, é exigente n
cumprimento dos prazos.
b) O pedagógico = valoriza a qualidade do ensino, o projeto pedagógico, a
supervisão e a orientação pedagógica e cria oportunidades de
capacitação docente.
c) O sociocomunitário = preocupa-se com a gestão democrática e com a
participação da comunidade, está sempre rodeado de pais, alunos e
lideranças do bairro, abre a escola nos finais de semana e permite
trânsito livre em sua sala.
Vale ressaltar que não é raro ver na Rede Estadual de
Ensino o diretor que desempenha todas estas funções, uma vez que muitas
escolas, devido a vários fatores de classificação não possuem direito a um
diretor-adjunto ou a uma equipe pedagógica.
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20
Supervisor Escolar
O seu papel constitui em última análise, na somatória de
esforços e ações desencadeados com o sentido de promover a melhoria do
processo ensino-aprendizagem.
O processo de assistência e coordenação recebeu enfoques
variados durante a história da supervisão escolar, como por exemplo:
X dos materiais de instrução;
X dos métodos, técnicas e procedimentos do ensino;
X dos programas curriculares;
X dos processos de avaliação dos alunos;
X da descrição de objetivos educacionais;
X do processo de recuperação dos alunos;
X do desempenho do professor.
Embora assumindo uma ação voltada ao professor, nem
sempre a ação do supervisor escolar preocupou-se com a melhoria do seu
desempenho. A preocupação pela melhoria do processo ensino-aprendizagem
traduziu-se, no esforço de analisar algum aspecto desse processo, organizá-lo,
inová-lo, realimentá-lo e entregá-lo ao professor para que o mesmo o
aplicasse. E nisso se constituía a assistência ao professor.
Mais recentemente, a supervisão escolar ganhou uma nova
dimensão, mais dinâmica e com maior potencial de eficácia em longo prazo: a
melhoria do professor, isto é, o desenvolvimento de conhecimentos,
habilidades e atitudes dos mesmos em relação ao processo ensino-
aprendizagem.
Segundo Koran (1969), que com muita clareza determinou
que a eficácia da ação do supervisor escolar torna-se pois diretamente ligada à
sua habilidade em promover mudanças de comportamento no professor, uma
vez que para Cogan (1973), discorda ressaltando que a falta de uma
assistência ao professor quanto ao seu desempenho em sala de aula é uma
das importantes causas de embaraço do processo educativo. Portanto parece
crucial que o supervisor escolar preste ao professor uma assistência
sistemática, no sentido de melhoria contínua do seu desempenho.
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Orientador Educacional
É um profissional que trabalha diretamente com os alunos,
ajudando em seu desenvolvimento pessoal; em parceria com os professores,
para compreender o comportamento dos estudantes e agir de maneira
adequada em relação a eles; com a escola, na organização e realização da
proposta pedagógica; e com a comunidade, orientando, ouvindo e dialogando
com pais e responsáveis.
Vale ressaltar porém, que devido a carência de tal profissional , hoje em dia,
são poucas as Unidades Estaduais que podem contar com a presença de tão
importante profissional. Então se pergunta, quem exerceria tal função.
Atualmente a função de O.E.(orientador educacional é hoje exercida na rede
estadual pelo próprio supervisor ou pela direção na ausência também, deste
profissional).
2.3. A Integração do Corpo Técnico-Administrativo
A ação do corpo técnico-administrativo deve ser não só
integrada como também integradora. Para tanto deve pautar-se por atitudes,
direções e objetivos comuns, o que estabelecerá a coerência interna
necessária para se garantir a unidade preconizada.
Conforme sugerido pelo Ministério de Educação e Cultura
(1979), deixou claro que um objetivo comum do corpo técnico-administrativo é
a “criação de condições favoráveis ao máximo desenvolvimento das
potencialidades da comunidade escolar”, promovida num ambiente de
cooperação, reciprocidade, em que todos os participantes do processo
educativo atuam como companheiros. Mediante a análise e decisão conjunta
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dessas problemáticas promover-se-ia o desenvolvimento de potencialidade
desejado.
Em resumo, todos os integrantes da equipe técnico-
administrativa devem estar como uma orquestra bem afinada, ou seja, devem
todos caminhar em uma mesma direção e caso ocorra alguma divergência de
pensamento o correto é há ver diálogo, para que desta maneira todos cheguem
a um denominador comum.
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CAPÍTULO III
A PRÁTICA DA SUPERVISÃO
“Ou (como diriam os cantadores do Nordeste)”.
A interminável Luta da Fada Eficiência contra
a Bruxa Burocrática.”
- Celestino Alves da Silva Júnior-
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III. A Prática da Supervisão
Segundo Maria Violeta Villas Boas, que nos afirma com toda
Clareza, mais do que qualquer outro domínio da atividade humana, a
Supervisão em Educação se apresenta como um instrumento vital de controle
da qualidade do produto no que este conceito tem de mais nobre. Por outras
palavras, ela deve ser entendida como o ver crítico,construtivo, vitalizador das
ações educativas colocadas a serviço dos indivíduos e dos grupos, tendo-se
em vista seu desenvolvimento e transformação para melhor, ou seja, cabe ao
Supervisor, a tarefa magna de, planejar, acompanhar, avaliar e aperfeiçoar
oportunamente o curso, garantindo a eficiência do processo educacional e a
eficácia de seus resultados.
Convém, também, ter sempre presente que todos os que
participam do ato educativo, quer na qualidade de sujeitos vivenciando
diretamente as experiências de aprendizagem, quer na condição de agentes
orientadores desse ato, devem estar integralmente envolvidos, em estado de
“alerta”, dando-se por inteiro, sem que o resultado final será pobres,
inexploradas que terão sido, de um lado, as potencialidades das situações
oferecidas pelo currículo.
Por tudo isso, a prática da Supervisão exige, da parte do
supervisor, uma constante avaliação crítica de seu próprio desempenho e um
esforço continuado de aperfeiçoamento como técnicos, mas especialmente,
como pessoa. Para isso deverá cultivar um maior grau de efeito interativo,
condição de mobilização das energias dos professores no sentido dos objetivos
educacionais perseguidos.
Indispensável se faz o exercício de lideranças efetiva com os
seus aspectos humanos e técnicos, bem como de comunicação clara e
seqüente em termos individuais e grupais.
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Dessa forma, pensar a prática da supervisão é, sobretudo,
examiná-la nas grandes funções em que se desdobra. É analisá-la desde o
planejamento do currículo, precedido de adequada diagnose, ao
acompanhamento de sua execução, com tudo que representa de orientação e
controle, à sua avaliação em termos de apreciação crítica, e ao seu
aperfeiçoamento.
O espírito de co-participação deve presidir todo o trabalho,
desde os levantamentos diagnósticos que instrumentam o planejamento, às
ações realimentadoras do sistema, empreendidas com apoio em dados
levantados à saída.
Outro elemento a ser considerado é o fato de que a mesma
articulação a ser preservada entre os componentes do subsistema educacional
(direção, equipes técnicas, docentes, discentes).
Com adequação da Escola ao contexto, sempre se impôs
seu ajustamento ao tempo, ao momento histórico e cultural. Hoje, a
flexibilidade, a abertura, o sentido da atualização e da renovação devem estar
presentes nos planos e na prática educativa. Compete à supervisão zelar, por
todos os meios, para que assim seja.
E isso ocorre no dia-a-dia do trabalho escolar, o que significa
dizer que toda uma série de atividades deverá aproximar supervisores,
coordenadores e professores, em situação de observação, análise de casos e
estudo de temas, em entrevistas e reuniões, exigindo um exercício ao mesmo
tempo de disciplina, de inteligência, de know-how técnico, mas sobretudo de
inter – relacionamento humano.
É no desempenho das tarefas inerentes à coordenação e ao
acompanhamento que talvez melhor se julgue a qualidade do comportamento
provisório. Por isso mesmo, nunca será demais enfatizar a importância desta
função, a ela serão devidas a identificação de quaisquer inadequações
constantes do planejamento inicial ou a inviabilidade de ações propostas, bem
como indicações sobre medidas não previstas e impostas pela realidade
operacional.
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É ela a viabilizadora da orientação dos professores, porém
vale ressaltar, que a coordenação e o acompanhamento de execução são os
mecanismos implementadores da articulação entre os diversos componentes
das equipes técnicas docente e administrativa que estão a serviço do processo
educacional.
Esse processo, embora direcionado ao corpo discente, tem
efeito assemelhado sobre o corpo docente, no sentido de crescimentos
pessoais de seus componentes, envolvidos que estão também no ato
educativo, como orientadores da aprendizagem.
Segundo Goldenhelmer em Supervisão Clínica, a aplicação
do “método clínico” em supervisão, pelo que enseja de autoconhecimento, não
só da parte dos professores, mas dos próprios supervisores, analistas e críticos
de seus respectivos desempenhos. A inviabilidade de seu emprego na íntegra,
entre nós, não impede que suas linhas básicas sejam observadas nos
procedimentos de auto e heteroavaliação.
Em resumo a Supervisão é uma atividade essencialmente
cooperativa. Não basta que se preveja a articulação de ações.
3.1.Prática e Supervisão: eficiência x burocracia
A eficiência é uma fada que um dia vai tomar conta da
educação brasileira. O problema é que ninguém sabe onde a varinha da fada
se escondeu. E fada sem varinha não tem poder algum.
Enquanto a eficiência não se manifesta, a supervisão escolar
padece. E o supervisor, seu agente, se angustia.
Muitos supervisores estão desalentados, porém certamente,
tal desalento não decorre da inexperiência nem da falta de motivação, a fonte
de tal desmotivação deve-se ao fato de a todo o momento aparecer decretos,
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leis, pareceres, que nem bem começaram a vigorar já são substituídos por
outros, sem nem ao menos dar tempo para um total entendimento.
Mediante tudo isso e outros fatores, como salas de aulas
cheias, carência de profissionais (docentes e de supervisão), falta de
reciclagem dos profissionais que estão atuando, que se afirma que o mundo da
Supervisão passa por um caos teórico-político-institucional.
Segundo é narrado pelos mais recentes analistas da
educação brasileira, a fada eficiência tem uma prima-irmã, a santa guerreira
competência, permanentemente em luta contra seu dragão da maldade
particular, o velho conformismo. Se a burocracia for mesmo a grande
adversária será necessário que eficiência e competência, ao pretender superá-
la, se orientem pela sua grande estrela-guia, as consciências políticas, que vai
demonstrar o porquê da burocracia.
Os supervisores ao serem questionados sobre quem são os
incompetentes, provavelmente a maioria nos dirá que são os professores que,
a seu ver, dirão que os supervisores também não costumam primar pela
eficiência, uma vez que os mesmo adoram muitas vezes se pegar a tão
enfadonha rede da burocracia, ou seja relatório disso, levantamento daquilo e
os supervisores por sua vez clamam que a culpa não é deles, mas sim de todo
o sistema educacional. Apenas, o que podemos concluir é que com burocracia
ou não a eficiência e a competência podem sair vencedoras, apesar da dona
burocracia insistir em espalhar armadilhas por todo o caminho.
Ah! E quanto a varinha da nossa fada eficiência? Alguém
sabe dizer aonde ela se escondeu? Ela se escondeu no confronto, que apesar
de sugerir conflito e mais guerra,significa na realidade a medicação certa
contra o conformismo, uma vez que é neste lugar que idéias serão discutidas,
soluções serão buscadas e a crítica a e superação do antagonismo serão
postas em práticas.
Portanto, pode-se concluir que, embora a burocracia esteja
aliada ao conformismo nesta batalha contra a evolução da educação, temos no
campo adversário e aliado da evolução, a eficiência e a competência, que
mesmo encontrando obstáculos consegue superá-los e muitas vezes, produzir
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um trabalho primoroso. Com base nisto tudo se conclui ainda que a eficiência,
a competência aliadas ainda a um parceiro de peso chamado “boa vontade”
fazem a diferença.
![Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … DE SENA MIRANDA.pdf · O presente trabalho inicialmente apoiou-se em livros como fontes ... O Supervisor Escolar tem que parar de](https://reader031.fdocumentos.com/reader031/viewer/2022013017/5be4dc7309d3f26f228d5ccc/html5/thumbnails/29.jpg)
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CAPÍTULO IV
A REALIDADE DAS ESCOLAS ESTAUDAIS DO 2º
DISTRITO DE DUQUE DE CAXIAS
“A realidade muitas das vezes, não condiz com o
que encontramos nos livros.”
- Anônimo-
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III. A REALIDADE DAS ESCOLAS ESTADUAIS
DO 2º DISTRITO DE DUQUE DE CAXIAS
Atualmente o que se vê é uma realidade bem diferente da
que vemos nos livros, a respeito da supervisão nas escolas, pelo menos no
que diz respeito as escolas Estaduais do 2º Distrito de Duque de Caxias, uma
vez que são poucas as que possuem uma equipe técnico-pedagógica completa
(orientador educacional e supervisor ou orientador pedagógico, como é mais
conhecido). A maioria delas quando possui o orientador (supervisor) se sente
feliz, já que encontramos algumas que não possuem tal profissional.
Quanto ao Orientador Educacional, as escolas que possuem
tal profissional, são aquelas, cujo os profissionais já se encontram em final de
carreira, ou seja, só estão esperando completar o tempo para se aposentar. E
por que tal fato ocorre, uma vez que para uma escola funcionar bem é
necessária uma equipe completa? No que diz respeito as escolas estaduais e
não somente as escolas estaduais do 2º Distrito de Duque de Caxias, o fato se
deve a não ocorrer concurso público para tal cargo a mais de 10 (dez) anos.
O que ocorre então de concreto nestas Unidades de Ensino?
Os Orientadores(supervisores), recebem orientação dos
supervisores da Coordenadoria Regional Metropolitana V (CRRMV), que por
sua vez recebem informações e orientações da S.E.E. (Secretaria de Estado
de Educação), porém, muitas vezes as informações não chegam corretas ou
chegam com interpretações equivocadas, o que termina gerando um certo
conflito entre os Supervisores da CRRMV e os Orientadores (supervisores) das
escolas.
A partir de tais informações, alguns supervisores tentam da
melhor forma possível orientar seus professores, de maneira que todos façam
cumprir a lei de maneira correta e sem que ocorra “traumas” ; porém não é raro
encontrarmos orientadores que recebem as informações da CRRMV e as
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repassam aos seus professores de maneira autoritária sem se preocuparem
em orientarem ou tentarem ajudar.
Em cada escola são encontradas “N” realidades, porém ficou
claro que o Orientador (supervisor) que busca estar se aperfeiçoando, lendo e
buscando novidades é bem mais flexível e tolerante do que o Orientador que
acha que a sua função é unicamente despejar ordens, leis e “entregar” os
funcionários que questionam ou não cumprem o que lhes foi determinado.
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CAPÍTULO V
A REALIDADE ATRAVÉS DO OLHAR DOS
SUPERVISIONADOS
“Para o homem, não existe tempo perdido.
Aquilo que para outro seria desocupação,
é para ele observação.”
- A. de Vingny –
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I. A REALIDADE ATRAVÉS DO SUPERVISIONADO
Como o próprio título sugere, a seguir será descrito um breve
relato sobre a opinião daqueles que sofrem a influência da supervisão, seja de
uma maneira macro (supervisão enviada pela S.E.E.) ou de uma maneira micro
(supervisores pedagógicos que atuam dentro das suas Unidades de Ensino).
Como se pode ver com clareza nos anexos I , II e III, os
professores concordam que o supervisor não deve ser apenas aquele que dita
regras, mas também aquele que está disposto a ajudar, a colaborar. Todos
também concordam que realmente o acúmulo de papéis que é solicitado
também atrapalha um pouco o processo pedagógico, uma vez que um tempo
preciso é período no preenchimento dos mesmos, tempo este que poderia ser
utilizado na preparação de um recurso pedagógico que enriquecesse as aulas.
Na opinião da direção, conforme o descrito no anexo IV, o
trabalho do supervisor é encarado de maneira positiva e produtiva, porém fica
claro na narrativa da direção que a burocracia atrapalha muito, já que são
tantos papéis a serem preenchidos que algumas vezes o trabalho pedagógico
é posto um pouco de lado, tanto a burocracia atrapalha, que os supervisores
enviados pela Coordenadoria Regional muitas vezes não conseguem chegar a
um denominador comum a respeito de um parecer ou uma deliberação.
Na visão do supervisor, que é supervisionado pela própria
S.E.E., conforme segue no anexo V , no que diz respeito a burocracia, todos
são unânimes que a bruxa burocracia mais atrapalha do que ajuda, porém a
consciência de que em alguns momentos é necessário.
Tendo em visto tudo que foi mencionado, e que pode ser
lido na íntegra, todos concordam que a supervisão tem que ser vista como
orientadora e não como uma delatora, como era encarada no início da sua
implantação, valendo ressaltar que se houvesse menos burocracia, talvez o
processo pedagógico teria mais a ganhar.
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34
CONCLUSÃO
Após um breve estudo sobre o histórico da supervisão
escolar no Brasil, se pode verificar que pouca coisa mudou no que diz respeito
ao real sentido de Supervisão. Supervisão, segundo o dicionário Aurélio, e
conforme foi citado na abertura do primeiro capítulo desta pesquisa, significa,
“ato de supervisionar, dar orientação a outrem”; porém o que ainda
encontramos, são profissionais que apenas se preocupam em derramar sobre
seus funcionários um conjunto de ordens, leis e regras sem preocupar-se em
fornecer ou gerar meios para facilitar a execução das mesmas, ou ainda,
encontramos profissionais que se vêem apenas como espiões da equipe
administrativa, ou seja, observam e quando determinado profissional falha ou
não cumpre tal ordem, este profissional se sentem no direito de entregá-lo aos
seus superiores para que este seja punido, mas será que tal profissional errou
por quis ou por que não recebeu instrumentos suficientes para a realização
desta ou daquela tarefa?
A única coisa clara, é que apesar de um grande número de
orientadores acharem que devem mandar ao invés de pedir, há um pequeno
número, que vem tentando mudar tal situação. São profissionais que têm a
certeza de que , para realizar um bom trabalho, instrumentos e ferramentas
devem ser fornecidas, não apenas as ordens devem ser dadas.
Através dos questionários (que se encontram na parte
destinada aos anexos), podemos confirmar que muitas das vezes o que
atrapalha o desenvolvimento do processo pedagógico do supervisor é a “bruxa
burocracia”, mas em contra partida se tem a grata surpresa de tais profissionais
tem tentado driblar tal obstáculo e procurado exercer a função de supervisor
como deve ser a de orientar.
Quem sabe daqui uns dez anos, o histórico da supervisão
escolar venha a sofrer uma mudança para o sentido real da palavra, ou seja,
invés de se encontrar profissionais autoritários, serão encontrados
![Page 35: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … DE SENA MIRANDA.pdf · O presente trabalho inicialmente apoiou-se em livros como fontes ... O Supervisor Escolar tem que parar de](https://reader031.fdocumentos.com/reader031/viewer/2022013017/5be4dc7309d3f26f228d5ccc/html5/thumbnails/35.jpg)
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profissionais , tais quais os citados nos anexos I a V, cujo o lema será “Orientar
e supervisionar,sem criar o medo!”
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ANEXOS
Índice de anexos
Em tal trabalho será apresentado apenas um tipo de anexo,
que serão os questionários preenchidos pelos professores, diretores e
supervisores das Escolas Estaduais do 2º Distrito de Duque de Caxias.
Anexo I – Pág. 37
Anexo II – Pág.38
Anexo III – Pág. 39
Anexo IV – Pág. 40
Anexo V – Pág. 41
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BIBLIOGRAFIA
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42
AGUIAR,Márcia Ângela da Silva e outros – Para onde vão a Orientação e a
Supervisão Educacional?, Editora Papirus, 2ª Edição, São Paulo, 2003
ALVES, Nilda e outros – Educação e Supervisão: trabalho coletivo na escola,
Cortez Editora, 10ª Edição, São Paulo, 2003
BRANDÃO, Carlos da Fonseca – LDB Passo a Passo, Editora Avercamp, 1ª
Edição, São Paulo, 2003
BREJON, Moisés – Estrutura e funcionamento do Ensino de 1º e 2º Graus,
Livraria Pioneira Editora, 14ª Edição, São Paulo, 1982
DOURADO, Luiz Fernandez e outros – Gestão Escolar Democrática, Editora
Alternativa, Goiás, 2003
GRISPUN, Mirian Paura S. Zippin – Supervisão e Orientação Educacional:
Perspectiva de integração na escola, Cortez Editora, São Paulo, 2003
LÜCK, Heloísa – Ação Integradora: Administração, Supervisão e Orientação
Educacional, Editora Vozes, 21ª Edição, Rio de Janeiro, 2003
RANGEL, Mary e outros – Nove Olhares sobre a Supervisão, Editora Papirus,
9ª Edição, São Paulo, 2003
RANGEL, Mary e outros – Supervisão Pedagógica: Princípios e Práticas,
Editora Papirus, 2ª Edição, São Paulo, 2001
RIBEIRO, Maria Luiza Santos – História da Educação Brasileira _ Organização
Escolar, Editora Autores Associados, 17ª Edição, São Paulo
SIQUEIRA, Regina Aparecida Ribeiro – A Orientação Educacional Re-Visitada,
Editora Arte e Cultura, Coleção Universidade Aberta, Vol. 11 – Educação,
![Page 43: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … DE SENA MIRANDA.pdf · O presente trabalho inicialmente apoiou-se em livros como fontes ... O Supervisor Escolar tem que parar de](https://reader031.fdocumentos.com/reader031/viewer/2022013017/5be4dc7309d3f26f228d5ccc/html5/thumbnails/43.jpg)
43
São Paulo, 1995
ÍNDICE
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44
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
Um Histórico sobre a Supervisão Escolar 11
1.1 – A Trajetória através da Legislação 15
CAPÍTULO II
A Escola como Sistema e a Divisão do
Trabalho 17
1.1 – A Divisão do Trabalho e a Distribuição de Papéis 17
1.2 – A Equipe Técnico – Administrativa 18
1.3 – A Integração do Corpo Técnico-Administrativo 21
CAPÍTULO III
Prática da Supervisão 24
3.1.Prática e Supervisão: Eficiência x Burocracia 26
CAPÍTULO IV
A Realidade das Escolas Estaduais do 2º Distrito
de Duque de Caxias 30
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45
CAPÍTULO V
A Realidade através do olhar dos supervisionados 33
CONCLUSÃO 34
ANEXOS 36
BIBLIOGRAFIA 41
ÍNDICE 43
FOLHA DE AVALIAÇÃO
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46
Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes
Pós-Graduação “Latu-Sensu”
Projeto Vez do Mestre
Título da Monografia: A Atuação do Supervisor Escolar no Ensino
Fundamental das Escolas Estaduais do 2º
Distrito de Duque de Caxias
Autor: Luciana de Sena Miranda
Data da Entrega: ____/____/____.
Avaliado por:___________________________ Conceito:________
Conceito Final:_________________________