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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO-SENSU” PROJETO VEZ DO MESTRE A ATUAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR NO ENSINO FUNDAMENTAL DAS ESCOLAS ESTADUAIS DO 2º DISTRITO DE DUQUE DE CAXIAS Por: Luciana de Sena Miranda Orientador Profª Ana Cristina Guimarães Rio de Janeiro 2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO-SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

A ATUAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR NO ENSINO

FUNDAMENTAL DAS ESCOLAS ESTADUAIS DO 2º DISTRITO

DE DUQUE DE CAXIAS

Por: Luciana de Sena Miranda

Orientador

Profª Ana Cristina Guimarães

Rio de Janeiro

2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO-SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

A ATUAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR NO ENSINO

FUNDAMENTAL DAS ESCOLAS ESTADUAIS DO 2º DISTRITO

DE DUQUE DE CAXIAS

Apresentação de monografia à Universidade

Cândido Mendes como condição prévia para a

conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato-Sensu”

em Supervisão Escolar.

Por: Luciana de Sena Miranda

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus em primeiro lugar, por ter me dado

força para trilhar mais este caminho. Aos meus pais,

avós e amigos que contribuíram direta ou

indiretamente para a realização deste trabalho, em

especial a amiga Cecília pelo apoio, troca de idéias e

de material.

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DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus pais,

em especial a minha mãe e minha avó,

que mesmo quando eu esmorecia, me

incentivaram a vencer mais esta

batalha.

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RESUMO

Uma das preocupações de um Supervisor Escolar á

tentar saber de que maneira ele deverá trabalhar, se será de uma maneira

autoritária, sem se preocupar em auxiliar, em orientar, ou se de uma maneira

democrática, sem dar muito valor a burocracia, fazendo do seu trabalho o

“pronto-socorro” para professores e por que não para diretores e alunos.

No presente trabalho, a função do supervisor será

tratada de maneira crítica, tentando comprovar a realidade existente nas

Escolas Estaduais do 2º Distrito do Município de Duque de Caxias e a

realidade dos supervisores da CRRMV (Coordenadoria Regional da Região

Metropolitana V), para que desta forma possa-se traçar um paralelo entre o

profissional que faz do seu ofício algo produtivo e o profissional que vê o seu

ofício única e exclusivamente com a função de supervisionar sem dar para

seus “subordinados” meios de produzir um trabalho de qualidade.

Para tanto, inicialmente será feito um breve histórico

da implementação da Supervisão Educacional no Brasil, para que possamos

desta maneira entender o que ocorre nos dias de hoje, uma vez que, muitas

destas falhas existentes tem haver com todo um passado de opressão.

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METODOLOGIA

O presente trabalho inicialmente apoiou-se em livros como fontes

bibliográficas para tentar demonstrar todo o histórico da supervisão desde a

sua implementação até os dias atuais, foram também utilizadas reportagens

em revistas destinadas a Educação para comprovar como a Supervisão nos

dias atuais é exercida. Em um segundo momento foram realizados

questionários que foram preenchidos pelos professores que atuam nas Escolas

Estaduais que estão localizadas no 2º Distrito de Duque de Caxias e pelos

supervisores que atuam na Coordenadoria Regional da Região Metropolitana

V, para que desta maneira pudéssemos ter o enfoco da supervisão por ambos

os lados( os que são supervisionados e os que supervisionam), alguns

diretores também responderam o questionário, uma vez que a avaliação de tais

profissionais também influenciam no trabalho dos mesmos e são tais

avaliações que norteiam o rumo a ser seguido pelos administradores. O

objetivo principal de tal pesquisa e dos questionários é comprovar que mesmo

através dos tempos, ainda possuímos profissionais que vêem a supervisão

como uma forma de criticar o trabalho dos professores, porém de maneira não

construtiva e comprovar que alguns profissionais conseguem supervisionar

orientando.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I 11

UM HISTÓRICO SOBRE A SUPERVISÃO ESCOLAR 11

CAPÍTULO II 17

A ESCOLA COMO SISTEMA E A DIVISÃO DO TRABALHO 17

CAPÍTULO III 24

SUPERVISÃO: DEMOCRACIA OU AUTORITARISMO? 24

CAPÍTULO IV 30

A REALIDADE DAS ESCOLAS ESTADUAIS DO 2º 30

DISTRITO DE DUQUE DE CAXIAS

CAPÍTULO V 33

A REALIDADE ATRAVÉS DO OLHAR DOS

SUPERVISIONADOS 33

CONCLUSÃO 34

ANEXOS 36

BIBLIOGRAFIA 41

ÍNDICE 43

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa comprovar de qual forma é

realizado trabalho do Supervisor Escolar, desde a sua implantação até os dias

atuais, demonstrando que mesmo nos dias de hoje, quando se faz necessário

a orientação o aconselhamento, o auxílio, a troca de idéias, ainda encontramos

profissionais que se preocupam muito mais e delatar, criticar, oprimir o trabalho

dos docentes.

O Supervisor Escolar tem que parar de ser encarado

como o “bicho-papão” da Unidade Escolar e passar a ser encarado como mais

um aliado do desenvolvimento pedagógico, a partir daí, através de relatos dos

próprios professores, supervisores regionais e diretores veremos como pode

ser realizado um trabalho de qualidade onde não existem adversários, mas sim

aliados, que estarão jogando no mesmo time.

Todo o histórico legislativo nos dará base e respaldo

para questionamentos como: a supervisão deve ser autoritária ou democrática?

Eficiência e burocracia são obrigadas a caminhar juntas?

Para tanto no primeiro capítulo relata-se todo o

histórico da supervisão escolar, seu início e as leis que a regulamentaram.

No segundo capítulo vê-se a escola como um todo e

toda a sua divisão de trabalho, assim como a importância de cada setor.

No terceiro capítulo, a prática da supervisão é

apresentada de maneira clara, demonstrando como a burocracia também pode

atrapalhar o papel do supervisor.

No quarto capítulo se vê a realidade do supervisor

escolar que atua nas escolas da rede estadual do 2º distrito de Duque de

Caxias.

No quinto capítulo se tem a consideração final

baseado em questionários realizados com os três ramos da escola

(professores, supervisão e direção escolar)

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A partir de tudo que já foi mencionado deleite-se com

a leitura e reflita se o trabalho do supervisor de vê ser realmente de integração

ou de separação.

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CAPÍTULO I

UM HISTÓRICO SOBRE A SUPERVISÃO

ESCOLAR

“O que seria na realidade supervisão?”

Seria o ato ou efeito de supervisionar,

dar orientação a outrem, de maneira

construtiva.”

- Aurélio Buarque de Holanda Ferreira -

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I. UM HISTÓRICO SOBRE A SUPERVISÃO

ESCOLAR

A Supervisão Escolar iniciou-se no Brasil através de cursos

promovidos pelo Pabaee (Programa de Assistência Brasileiro-Americano ao

Ensino Elementar) em 1957, em Belo Horizonte e contava com o apoio do

E.U.A., porém quando o Pabaee instalou-se em Minas Gerais já encontrou um

sistema articulado de supervisão escolar nas escolas primárias.

A princípio, pode-se pensar que Minas Gerais apesar de ser

o centro piloto, não sofreu as influências do Pabaee, por já contar com uma

visão supervisora. No entanto o Pabaee assume uma outra função e ganha

novo espaço de atuação. A função passa a ser a redefinição dos currículos e

do espaço de atualização dos órgãos centrais do Sistema de Ensino.

Com o Pabaee a função de planejar os currículos, começou

a ser retirada das escolas, formando-se assim lideranças educacionais que se

ocupavam das reformulações curriculares nos órgãos centrais encarregados do

planejamento, da coordenação, da avaliação e da administração do ensino nos

estados.

Ao criar um departamento de supervisão e currículos, o

Pabaee acabou conferindo a essas áreas um espaço acadêmico e científico

próprio, como áreas de conhecimento que elas não tinham nem nos cursos de

Pedagogia da época, só passando a ter em 1969, com a reforma dos cursos de

Pedagogia.

Garcia em oposição a Bernardes (no livro Nove Olhares

sobre a Supervisão), acredita que o Pabaee, mais do que preocupar-se em

importar métodos e o modo de vida americano, preocupou-se com a questão

do currículo.

Baseando-se nos relatórios, memorandos e ofícios, pode-se

afirmar que o projeto inicial do Pabaee em seus primeiros anos, não objetivava

privilegiar os campos da supervisão/currículos.

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As principais funções do Pabaee no âmbito do ensino

primário foram:

X Formar quadros de instrutores de professores de Ensino Normal

X Preparar material didático para Escolas Normais e para os elementares

X Enviar aos E.U.A., pelo período de um ano na qualidade de bolsista,

cinco grupos de instrutores de professores de Ensino Normal e

Elementar recrutados em regiões representativas do Brasil que ao

regressarem seriam contratados pelas respectivas Escolas Normais

para integrarem os quadros de instrutores pelo período de dois anos.

O projeto visava a assistência técnica ao ensino elementar,

tendo como alvo principal, o professor primário e a instrumentalização deste

para o exercício das suas atividades, com novos métodos e técnicas de ensino.

O Pabaee dentro do seu programa pretendia que o Brasil estivesse

modernizando o ensino primário, a luz de uma metodologia americana,

adaptada as especificidades do nosso país. Os multiplicadores seriam os

professores que atuavam nas escolas incumbidas de formação do professor.

O programa previa que os americanos entrassem com a

técnica e o conhecimento, e os brasileiros com a mão-de-obra, os locais e a

adequação do programa, a nossa realidade, até chegar ao ponto de não

necessitar mais da ajuda americana.

No final da década de 50 e início da década de 60, em São

Paulo têm-se o início das atividades de supervisão educacional. As idéias

sobre supervisão começaram a ser divulgadas em cursos promovidos pelo

Serviço de Expansão cultural da Secretaria de Educação, através de materiais

produzidos pelo Pabaee.

Em 1958, é manifestada a preocupação de ampliação do

curso do Pabaee, estendendo o curso além das Escolas Normais Oficiais à

também algumas professoras primárias, freiras-professoras de metodologia,

diretores de grupos escolares e professores do jardim de infância; sendo que

sua duração seria mais longa nas Escolas Normais. Neste mesmo ano foi

proposto por Long (Nove Olhares sobre a Supervisão) com muita clareza, que

o programa fosse passado aos professores de Metodologia, para

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posteriormente atingir professores de Escolas de Demonstração. Ele afirmava

que como o projeto dispunha de poucos recursos e que deveria atender um

maior número de pessoas, seria melhor trabalhar com pessoas que

preparassem os professores, em vez de trabalhar com professores regentes de

classe.

O programa priorizou o ensino público, e também de

lideranças, daí a necessidade de se modernizar o professor primário.

Em 1959 o Departamento de Currículos e Supervisão teve o

início de suas atividades, a partir do retorno da brasileira Marina Couto do

curso nos E.U.A.. Essas atividades, já não contavam com a orientação de

especialistas americanos. Num primeiro momento este departamento se

encarregou de que seus técnicos organizassem os trabalhos das classes de

demonstração. O trabalho dos técnicos não era diferente dos supervisores das

escolas; tinha como alvo a prática pedagógica na escola primária. Em outro

momento, refere-se ao curso oferecido aos professores de Escolas Normais

que ofereciam em seu currículo conteúdos que davam uma nova versão nas

metodologias de ensino (linguagem, aritmética, estudos sociais e ciências) e

dos métodos audiovisuais, psicologia, administração, currículo, jardim de

infância e avaliação. Além desses cursos, cada aluno especializava-se numa

área de metodologia. Nessa fase, a supervisão não se constitui em opção de

especialização. A participação de professores do departamento nos cursos

para professores de Escola Normal, restringia-se a uma disciplina com

15h(quinze horas) de duração sobre o currículo; era na realidade uma visão

geral de um curso de formação de professores primários, o currículo funcional

do curso de formação e os objetivos do ensino na escola primária.

A partir do relatório produzido em 1961, por uma especialista

americana, o Pabaee vai promover uma extensão do acordo e incluir a

formação de supervisores de ensino, visando assistir os professores já

treinados, e estendeu-se também aos orientadores e administradores. Com o

treinamento de profissionais que ocupam posições de liderança na

administração do ensino e aqueles responsáveis pelas atividades de

supervisão em escolas, em delegacias regionais de ensino ou órgãos de

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planejamento público,o Pabaee colocou as estratégias de respostas aos

problemas do ensino primário, tanto que o curso de Supervisão em Minas

Gerais foi intensificado pelo Pabaee, procurando desfocar a visão de “Inspetor”

para “supervisor”.

A atividade do Pabaee se viu obrigada a ampliar o programa,

devido a carência de técnicos de ensino, organizadores de programa e

currículos pelo Brasil a fora, sendo chamada esta ampliação de “extensão” do

curso. Os planos de reorganização do sistema estadual de ensino geraram

demandas de atendimento às inspetoras que passaram a desenvolver funções

mais próximas da supervisão, porém como nem todos os professores

passavam pelo Ensino Normal, a atuação de supervisores funcionaria para a

chamada “treinamento em serviço”. Estes casos levaram o Pabaee a uma

ampliação, adequação e investimento na área de supervisão.

Em 1964 a participação americana cessou, contudo o projeto

continuou e em 1965, transformou-se na Divisão de Aperfeiçoamento (DAP) do

Centro Regional de Pesquisas Educacionais.

A partir deste programa as questões educacionais

incorporaram uma perspectiva tecnicista na década de 60. o programa

priorizava metodologias e técnicas de ensino, como soluções para os

problemas de evasão e repetência do ensino primário.

Já em Goiás, as relações de institucionalização da

supervisão escolar, se deu através da aproximação do Centro de Treinamento

de Magistério (CTM) com os modelos defendidos pelo Pabaee. O curso visava

a formação do supervisor de ensino primário. Este Centro de Formação iniciou-

se organizado em departamentos por áreas de especialização, contando

inicialmente com oito professores do Pabaee de Minas Gerais para planejar e

ministrar o primeiro curso de Formação de Supervisores de Goiás, em 1963.

Esta equipe só foi substituída em 1965, por professores goianos que haviam

concluído o curso de especialização em Belo Horizonte.

O modelo de supervisão escolar instaurado é liberal e

tecnicista, impregnado pelos ideais do Pabaee, apesar do autor Garcia (no livro

Supervisão Pedagógica – Princípios e Práticas) com bastante destreza,

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observar que o modelo de Minas Gerais de Supervisão ser diferente dos de

São Paulo e Goiás, iniciou-se em 1966 o grupo escolar que criou e introduziu a

figura do inspetor técnico, precursor do supervisor atual, que desempenhava

funções técnicas nos grupos.

Vale ressaltar que no início do programa o Pabaee não

visava a Supervisão Escolar, mas sim, influir na prática pedagógica dos

professores primários da rede pública de ensino, utilizando trabalho realizado

pelos professores de metodologia de ensino das Escolas Normais.

1.1 A Trajetória através da Legislação

No que diz respeito a Lei 4024/61 e a Lei 5692/71, o texto

que define a formação do Supervisor é o mesmo da Lei 9394/96.

Sendo assim,de acordo com a Lei nº 9394/96, o art. 64

explicita a respeito da formação de profissionais da educação: “A formação de

profissionais da educação para administração, planejamento, inspeção,

supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em

cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério

da instituição de ensino, garantida, nesta formação a base comum”, ou seja o

que antes era único e exclusivamente permitido com o curso de graduação em

pedagogia agora é também permitido aos docentes que possuem graduação

em outras áreas e gostariam de atuar seja na administração, planejamento,

inspeção, supervisão ou orientação educacional.

Vale ressaltar que antes a existência do orientador

educacional se fazia presente em todas as escolas, porém atualmente a função

que antes era destinada ao aconselhamento e a assistência do educando, hoje

foi suprimida pela presença do supervisor escolar que além de supervisionar

todo o trabalho pedagógico, também é responsável pela orientação do corpo

docente e discente.

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CAPÍTULO II

A ESCOLA COMO SISTEMA E A DIVISÃO DE

TRABALHO

“Todo trabalho só é bem realizado, quando

todos participam do mesmo, de maneira

completa e organizada.”

- Anônimo -

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II. A ESCOLA COMO SISTEMA E A DIVISÃO DO

TRABALHO

A fim entender a escola como um todo, de analisá-la e

controlá-la, é preciso examinar a escola por meio de uma concepção sistêmica.

A função da escola se constitui em uma organização

sistêmica aberta, ou seja, com elementos que interagem e se influenciam

mutuamente, na forma de troca de influências, ao meio em que se insere, tanto

que qualquer mudança em qualquer dos elementos da escola produz

mudanças nos outros elementos, gerando um interfluência que ocorre,

tenhamos ou não consciência.

Portanto, quando se pensar em algum setor da escola, deve-

se pensar em suas relações com os demais setores, bem como com a

comunidade, uma vez que a escola é uma unidade de um sistema educacional

maior, formado por um conjunto de outras escolas que se interagem direta ou

indiretamente, portanto, após um exame de posições e medidas tomadas será

mais eficaz o entendimento das funções e condições de funcionamento das

partes deste sistema e de como interagem.

2.1. A Divisão do Trabalho e a Distribuição de Papéis

As unidades de estrutura social de uma instituição se

constituem em papéis sociais e este papel social corresponde a um padrão

esperado de determinada posição em contexto social, ou seja, é a localização

da pessoa no sistema.

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A divisão do trabalho corresponde ao agrupamento de

funções, seguindo determinados critérios, de forma a permitir que a carga total

de trabalho seja desempenhada satisfatoriamente. Na educação foi adotado o

critério de divisão de trabalho por especialização de funções. Assim é que

determinada pessoa ou conjunto de pessoas recebe a incumbência de uma

parte do processo de ensino-aprendizagem, outra de outra parte, e assim

sucessivamente.

Nas escolas estaduais, dependendo do seu tamanho,

número de alunos e classificação deveriam possuir diferentes papéis para

diferentes profissionais, porém não é raro encontrarmos uma pessoa

assumindo diferentes papéis, isso ocorre devido a carência de profissionais em

determinadas áreas ou por vontade da Secretaria Estadual de Educação.

Qualquer papel social é determinado por uma série de

fatores interferentes, uns de maior impacto que outros. Esses fatores

interferentes são, por exemplo, a avaliação das necessidades e características

da escola, a quantidade e formação dos seus recursos humanos, a expectativa

mantida por pessoas que participam do mesmo sistema social, a própria

concepção do papel.

2.2. A Equipe Técnico-Administrativa

A equipe técnico-administrativa tem como função precípua

coordenar e orientar todos os esforços no sentido de que a escola, como um

todo, produza os melhores resultados no sentido de atendimento às

necessidades do educando.

Fariam parte da equipe técnico-administrativa: o diretor, o

supervisor escolar, o orientador educacional; vale ressaltar que todos

trabalhariam em função de auxiliar e orientar o professor.

Vê-se a seguir quem são e a importância dos seus papéis.

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Diretor

É possível fazer uma comparação entre o trabalho de um

maestro e o de um diretor de escola, uma vez que ambos são líderes e regem

uma equipe. O maestro segue e a partitura e é responsável pelo andamento da

música. O diretor administra leis, normas e cuida da dinâmica escolar. Mais d o

que um administrador ele cuida de orçamentos, calendários, vagas e materiais.

Devido a sua posição central na escola, o desempenho do

seu papel exerce forte influência sobre todos os setores e pessoas da escola. É

do seu desempenho e da sua habilidade em influenciar o ambiente que

depende, em grande parte, a qualidade do ambiente e clima escolar, o

desempenho do seu pessoal e a qualidade do processo ensino-aprendizagem.

Para Antônio Carlos Gomes da Costa, pedagogo e consultor,

há três perfis básicos nessa função:

a) O administrador escolar = mantém a escola dentro das normas do

sistema educacional, segue portarias e funções, é exigente n

cumprimento dos prazos.

b) O pedagógico = valoriza a qualidade do ensino, o projeto pedagógico, a

supervisão e a orientação pedagógica e cria oportunidades de

capacitação docente.

c) O sociocomunitário = preocupa-se com a gestão democrática e com a

participação da comunidade, está sempre rodeado de pais, alunos e

lideranças do bairro, abre a escola nos finais de semana e permite

trânsito livre em sua sala.

Vale ressaltar que não é raro ver na Rede Estadual de

Ensino o diretor que desempenha todas estas funções, uma vez que muitas

escolas, devido a vários fatores de classificação não possuem direito a um

diretor-adjunto ou a uma equipe pedagógica.

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Supervisor Escolar

O seu papel constitui em última análise, na somatória de

esforços e ações desencadeados com o sentido de promover a melhoria do

processo ensino-aprendizagem.

O processo de assistência e coordenação recebeu enfoques

variados durante a história da supervisão escolar, como por exemplo:

X dos materiais de instrução;

X dos métodos, técnicas e procedimentos do ensino;

X dos programas curriculares;

X dos processos de avaliação dos alunos;

X da descrição de objetivos educacionais;

X do processo de recuperação dos alunos;

X do desempenho do professor.

Embora assumindo uma ação voltada ao professor, nem

sempre a ação do supervisor escolar preocupou-se com a melhoria do seu

desempenho. A preocupação pela melhoria do processo ensino-aprendizagem

traduziu-se, no esforço de analisar algum aspecto desse processo, organizá-lo,

inová-lo, realimentá-lo e entregá-lo ao professor para que o mesmo o

aplicasse. E nisso se constituía a assistência ao professor.

Mais recentemente, a supervisão escolar ganhou uma nova

dimensão, mais dinâmica e com maior potencial de eficácia em longo prazo: a

melhoria do professor, isto é, o desenvolvimento de conhecimentos,

habilidades e atitudes dos mesmos em relação ao processo ensino-

aprendizagem.

Segundo Koran (1969), que com muita clareza determinou

que a eficácia da ação do supervisor escolar torna-se pois diretamente ligada à

sua habilidade em promover mudanças de comportamento no professor, uma

vez que para Cogan (1973), discorda ressaltando que a falta de uma

assistência ao professor quanto ao seu desempenho em sala de aula é uma

das importantes causas de embaraço do processo educativo. Portanto parece

crucial que o supervisor escolar preste ao professor uma assistência

sistemática, no sentido de melhoria contínua do seu desempenho.

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Orientador Educacional

É um profissional que trabalha diretamente com os alunos,

ajudando em seu desenvolvimento pessoal; em parceria com os professores,

para compreender o comportamento dos estudantes e agir de maneira

adequada em relação a eles; com a escola, na organização e realização da

proposta pedagógica; e com a comunidade, orientando, ouvindo e dialogando

com pais e responsáveis.

Vale ressaltar porém, que devido a carência de tal profissional , hoje em dia,

são poucas as Unidades Estaduais que podem contar com a presença de tão

importante profissional. Então se pergunta, quem exerceria tal função.

Atualmente a função de O.E.(orientador educacional é hoje exercida na rede

estadual pelo próprio supervisor ou pela direção na ausência também, deste

profissional).

2.3. A Integração do Corpo Técnico-Administrativo

A ação do corpo técnico-administrativo deve ser não só

integrada como também integradora. Para tanto deve pautar-se por atitudes,

direções e objetivos comuns, o que estabelecerá a coerência interna

necessária para se garantir a unidade preconizada.

Conforme sugerido pelo Ministério de Educação e Cultura

(1979), deixou claro que um objetivo comum do corpo técnico-administrativo é

a “criação de condições favoráveis ao máximo desenvolvimento das

potencialidades da comunidade escolar”, promovida num ambiente de

cooperação, reciprocidade, em que todos os participantes do processo

educativo atuam como companheiros. Mediante a análise e decisão conjunta

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dessas problemáticas promover-se-ia o desenvolvimento de potencialidade

desejado.

Em resumo, todos os integrantes da equipe técnico-

administrativa devem estar como uma orquestra bem afinada, ou seja, devem

todos caminhar em uma mesma direção e caso ocorra alguma divergência de

pensamento o correto é há ver diálogo, para que desta maneira todos cheguem

a um denominador comum.

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CAPÍTULO III

A PRÁTICA DA SUPERVISÃO

“Ou (como diriam os cantadores do Nordeste)”.

A interminável Luta da Fada Eficiência contra

a Bruxa Burocrática.”

- Celestino Alves da Silva Júnior-

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III. A Prática da Supervisão

Segundo Maria Violeta Villas Boas, que nos afirma com toda

Clareza, mais do que qualquer outro domínio da atividade humana, a

Supervisão em Educação se apresenta como um instrumento vital de controle

da qualidade do produto no que este conceito tem de mais nobre. Por outras

palavras, ela deve ser entendida como o ver crítico,construtivo, vitalizador das

ações educativas colocadas a serviço dos indivíduos e dos grupos, tendo-se

em vista seu desenvolvimento e transformação para melhor, ou seja, cabe ao

Supervisor, a tarefa magna de, planejar, acompanhar, avaliar e aperfeiçoar

oportunamente o curso, garantindo a eficiência do processo educacional e a

eficácia de seus resultados.

Convém, também, ter sempre presente que todos os que

participam do ato educativo, quer na qualidade de sujeitos vivenciando

diretamente as experiências de aprendizagem, quer na condição de agentes

orientadores desse ato, devem estar integralmente envolvidos, em estado de

“alerta”, dando-se por inteiro, sem que o resultado final será pobres,

inexploradas que terão sido, de um lado, as potencialidades das situações

oferecidas pelo currículo.

Por tudo isso, a prática da Supervisão exige, da parte do

supervisor, uma constante avaliação crítica de seu próprio desempenho e um

esforço continuado de aperfeiçoamento como técnicos, mas especialmente,

como pessoa. Para isso deverá cultivar um maior grau de efeito interativo,

condição de mobilização das energias dos professores no sentido dos objetivos

educacionais perseguidos.

Indispensável se faz o exercício de lideranças efetiva com os

seus aspectos humanos e técnicos, bem como de comunicação clara e

seqüente em termos individuais e grupais.

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Dessa forma, pensar a prática da supervisão é, sobretudo,

examiná-la nas grandes funções em que se desdobra. É analisá-la desde o

planejamento do currículo, precedido de adequada diagnose, ao

acompanhamento de sua execução, com tudo que representa de orientação e

controle, à sua avaliação em termos de apreciação crítica, e ao seu

aperfeiçoamento.

O espírito de co-participação deve presidir todo o trabalho,

desde os levantamentos diagnósticos que instrumentam o planejamento, às

ações realimentadoras do sistema, empreendidas com apoio em dados

levantados à saída.

Outro elemento a ser considerado é o fato de que a mesma

articulação a ser preservada entre os componentes do subsistema educacional

(direção, equipes técnicas, docentes, discentes).

Com adequação da Escola ao contexto, sempre se impôs

seu ajustamento ao tempo, ao momento histórico e cultural. Hoje, a

flexibilidade, a abertura, o sentido da atualização e da renovação devem estar

presentes nos planos e na prática educativa. Compete à supervisão zelar, por

todos os meios, para que assim seja.

E isso ocorre no dia-a-dia do trabalho escolar, o que significa

dizer que toda uma série de atividades deverá aproximar supervisores,

coordenadores e professores, em situação de observação, análise de casos e

estudo de temas, em entrevistas e reuniões, exigindo um exercício ao mesmo

tempo de disciplina, de inteligência, de know-how técnico, mas sobretudo de

inter – relacionamento humano.

É no desempenho das tarefas inerentes à coordenação e ao

acompanhamento que talvez melhor se julgue a qualidade do comportamento

provisório. Por isso mesmo, nunca será demais enfatizar a importância desta

função, a ela serão devidas a identificação de quaisquer inadequações

constantes do planejamento inicial ou a inviabilidade de ações propostas, bem

como indicações sobre medidas não previstas e impostas pela realidade

operacional.

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É ela a viabilizadora da orientação dos professores, porém

vale ressaltar, que a coordenação e o acompanhamento de execução são os

mecanismos implementadores da articulação entre os diversos componentes

das equipes técnicas docente e administrativa que estão a serviço do processo

educacional.

Esse processo, embora direcionado ao corpo discente, tem

efeito assemelhado sobre o corpo docente, no sentido de crescimentos

pessoais de seus componentes, envolvidos que estão também no ato

educativo, como orientadores da aprendizagem.

Segundo Goldenhelmer em Supervisão Clínica, a aplicação

do “método clínico” em supervisão, pelo que enseja de autoconhecimento, não

só da parte dos professores, mas dos próprios supervisores, analistas e críticos

de seus respectivos desempenhos. A inviabilidade de seu emprego na íntegra,

entre nós, não impede que suas linhas básicas sejam observadas nos

procedimentos de auto e heteroavaliação.

Em resumo a Supervisão é uma atividade essencialmente

cooperativa. Não basta que se preveja a articulação de ações.

3.1.Prática e Supervisão: eficiência x burocracia

A eficiência é uma fada que um dia vai tomar conta da

educação brasileira. O problema é que ninguém sabe onde a varinha da fada

se escondeu. E fada sem varinha não tem poder algum.

Enquanto a eficiência não se manifesta, a supervisão escolar

padece. E o supervisor, seu agente, se angustia.

Muitos supervisores estão desalentados, porém certamente,

tal desalento não decorre da inexperiência nem da falta de motivação, a fonte

de tal desmotivação deve-se ao fato de a todo o momento aparecer decretos,

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leis, pareceres, que nem bem começaram a vigorar já são substituídos por

outros, sem nem ao menos dar tempo para um total entendimento.

Mediante tudo isso e outros fatores, como salas de aulas

cheias, carência de profissionais (docentes e de supervisão), falta de

reciclagem dos profissionais que estão atuando, que se afirma que o mundo da

Supervisão passa por um caos teórico-político-institucional.

Segundo é narrado pelos mais recentes analistas da

educação brasileira, a fada eficiência tem uma prima-irmã, a santa guerreira

competência, permanentemente em luta contra seu dragão da maldade

particular, o velho conformismo. Se a burocracia for mesmo a grande

adversária será necessário que eficiência e competência, ao pretender superá-

la, se orientem pela sua grande estrela-guia, as consciências políticas, que vai

demonstrar o porquê da burocracia.

Os supervisores ao serem questionados sobre quem são os

incompetentes, provavelmente a maioria nos dirá que são os professores que,

a seu ver, dirão que os supervisores também não costumam primar pela

eficiência, uma vez que os mesmo adoram muitas vezes se pegar a tão

enfadonha rede da burocracia, ou seja relatório disso, levantamento daquilo e

os supervisores por sua vez clamam que a culpa não é deles, mas sim de todo

o sistema educacional. Apenas, o que podemos concluir é que com burocracia

ou não a eficiência e a competência podem sair vencedoras, apesar da dona

burocracia insistir em espalhar armadilhas por todo o caminho.

Ah! E quanto a varinha da nossa fada eficiência? Alguém

sabe dizer aonde ela se escondeu? Ela se escondeu no confronto, que apesar

de sugerir conflito e mais guerra,significa na realidade a medicação certa

contra o conformismo, uma vez que é neste lugar que idéias serão discutidas,

soluções serão buscadas e a crítica a e superação do antagonismo serão

postas em práticas.

Portanto, pode-se concluir que, embora a burocracia esteja

aliada ao conformismo nesta batalha contra a evolução da educação, temos no

campo adversário e aliado da evolução, a eficiência e a competência, que

mesmo encontrando obstáculos consegue superá-los e muitas vezes, produzir

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um trabalho primoroso. Com base nisto tudo se conclui ainda que a eficiência,

a competência aliadas ainda a um parceiro de peso chamado “boa vontade”

fazem a diferença.

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CAPÍTULO IV

A REALIDADE DAS ESCOLAS ESTAUDAIS DO 2º

DISTRITO DE DUQUE DE CAXIAS

“A realidade muitas das vezes, não condiz com o

que encontramos nos livros.”

- Anônimo-

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III. A REALIDADE DAS ESCOLAS ESTADUAIS

DO 2º DISTRITO DE DUQUE DE CAXIAS

Atualmente o que se vê é uma realidade bem diferente da

que vemos nos livros, a respeito da supervisão nas escolas, pelo menos no

que diz respeito as escolas Estaduais do 2º Distrito de Duque de Caxias, uma

vez que são poucas as que possuem uma equipe técnico-pedagógica completa

(orientador educacional e supervisor ou orientador pedagógico, como é mais

conhecido). A maioria delas quando possui o orientador (supervisor) se sente

feliz, já que encontramos algumas que não possuem tal profissional.

Quanto ao Orientador Educacional, as escolas que possuem

tal profissional, são aquelas, cujo os profissionais já se encontram em final de

carreira, ou seja, só estão esperando completar o tempo para se aposentar. E

por que tal fato ocorre, uma vez que para uma escola funcionar bem é

necessária uma equipe completa? No que diz respeito as escolas estaduais e

não somente as escolas estaduais do 2º Distrito de Duque de Caxias, o fato se

deve a não ocorrer concurso público para tal cargo a mais de 10 (dez) anos.

O que ocorre então de concreto nestas Unidades de Ensino?

Os Orientadores(supervisores), recebem orientação dos

supervisores da Coordenadoria Regional Metropolitana V (CRRMV), que por

sua vez recebem informações e orientações da S.E.E. (Secretaria de Estado

de Educação), porém, muitas vezes as informações não chegam corretas ou

chegam com interpretações equivocadas, o que termina gerando um certo

conflito entre os Supervisores da CRRMV e os Orientadores (supervisores) das

escolas.

A partir de tais informações, alguns supervisores tentam da

melhor forma possível orientar seus professores, de maneira que todos façam

cumprir a lei de maneira correta e sem que ocorra “traumas” ; porém não é raro

encontrarmos orientadores que recebem as informações da CRRMV e as

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repassam aos seus professores de maneira autoritária sem se preocuparem

em orientarem ou tentarem ajudar.

Em cada escola são encontradas “N” realidades, porém ficou

claro que o Orientador (supervisor) que busca estar se aperfeiçoando, lendo e

buscando novidades é bem mais flexível e tolerante do que o Orientador que

acha que a sua função é unicamente despejar ordens, leis e “entregar” os

funcionários que questionam ou não cumprem o que lhes foi determinado.

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CAPÍTULO V

A REALIDADE ATRAVÉS DO OLHAR DOS

SUPERVISIONADOS

“Para o homem, não existe tempo perdido.

Aquilo que para outro seria desocupação,

é para ele observação.”

- A. de Vingny –

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I. A REALIDADE ATRAVÉS DO SUPERVISIONADO

Como o próprio título sugere, a seguir será descrito um breve

relato sobre a opinião daqueles que sofrem a influência da supervisão, seja de

uma maneira macro (supervisão enviada pela S.E.E.) ou de uma maneira micro

(supervisores pedagógicos que atuam dentro das suas Unidades de Ensino).

Como se pode ver com clareza nos anexos I , II e III, os

professores concordam que o supervisor não deve ser apenas aquele que dita

regras, mas também aquele que está disposto a ajudar, a colaborar. Todos

também concordam que realmente o acúmulo de papéis que é solicitado

também atrapalha um pouco o processo pedagógico, uma vez que um tempo

preciso é período no preenchimento dos mesmos, tempo este que poderia ser

utilizado na preparação de um recurso pedagógico que enriquecesse as aulas.

Na opinião da direção, conforme o descrito no anexo IV, o

trabalho do supervisor é encarado de maneira positiva e produtiva, porém fica

claro na narrativa da direção que a burocracia atrapalha muito, já que são

tantos papéis a serem preenchidos que algumas vezes o trabalho pedagógico

é posto um pouco de lado, tanto a burocracia atrapalha, que os supervisores

enviados pela Coordenadoria Regional muitas vezes não conseguem chegar a

um denominador comum a respeito de um parecer ou uma deliberação.

Na visão do supervisor, que é supervisionado pela própria

S.E.E., conforme segue no anexo V , no que diz respeito a burocracia, todos

são unânimes que a bruxa burocracia mais atrapalha do que ajuda, porém a

consciência de que em alguns momentos é necessário.

Tendo em visto tudo que foi mencionado, e que pode ser

lido na íntegra, todos concordam que a supervisão tem que ser vista como

orientadora e não como uma delatora, como era encarada no início da sua

implantação, valendo ressaltar que se houvesse menos burocracia, talvez o

processo pedagógico teria mais a ganhar.

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CONCLUSÃO

Após um breve estudo sobre o histórico da supervisão

escolar no Brasil, se pode verificar que pouca coisa mudou no que diz respeito

ao real sentido de Supervisão. Supervisão, segundo o dicionário Aurélio, e

conforme foi citado na abertura do primeiro capítulo desta pesquisa, significa,

“ato de supervisionar, dar orientação a outrem”; porém o que ainda

encontramos, são profissionais que apenas se preocupam em derramar sobre

seus funcionários um conjunto de ordens, leis e regras sem preocupar-se em

fornecer ou gerar meios para facilitar a execução das mesmas, ou ainda,

encontramos profissionais que se vêem apenas como espiões da equipe

administrativa, ou seja, observam e quando determinado profissional falha ou

não cumpre tal ordem, este profissional se sentem no direito de entregá-lo aos

seus superiores para que este seja punido, mas será que tal profissional errou

por quis ou por que não recebeu instrumentos suficientes para a realização

desta ou daquela tarefa?

A única coisa clara, é que apesar de um grande número de

orientadores acharem que devem mandar ao invés de pedir, há um pequeno

número, que vem tentando mudar tal situação. São profissionais que têm a

certeza de que , para realizar um bom trabalho, instrumentos e ferramentas

devem ser fornecidas, não apenas as ordens devem ser dadas.

Através dos questionários (que se encontram na parte

destinada aos anexos), podemos confirmar que muitas das vezes o que

atrapalha o desenvolvimento do processo pedagógico do supervisor é a “bruxa

burocracia”, mas em contra partida se tem a grata surpresa de tais profissionais

tem tentado driblar tal obstáculo e procurado exercer a função de supervisor

como deve ser a de orientar.

Quem sabe daqui uns dez anos, o histórico da supervisão

escolar venha a sofrer uma mudança para o sentido real da palavra, ou seja,

invés de se encontrar profissionais autoritários, serão encontrados

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profissionais , tais quais os citados nos anexos I a V, cujo o lema será “Orientar

e supervisionar,sem criar o medo!”

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ANEXOS

Índice de anexos

Em tal trabalho será apresentado apenas um tipo de anexo,

que serão os questionários preenchidos pelos professores, diretores e

supervisores das Escolas Estaduais do 2º Distrito de Duque de Caxias.

Anexo I – Pág. 37

Anexo II – Pág.38

Anexo III – Pág. 39

Anexo IV – Pág. 40

Anexo V – Pág. 41

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BIBLIOGRAFIA

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AGUIAR,Márcia Ângela da Silva e outros – Para onde vão a Orientação e a

Supervisão Educacional?, Editora Papirus, 2ª Edição, São Paulo, 2003

ALVES, Nilda e outros – Educação e Supervisão: trabalho coletivo na escola,

Cortez Editora, 10ª Edição, São Paulo, 2003

BRANDÃO, Carlos da Fonseca – LDB Passo a Passo, Editora Avercamp, 1ª

Edição, São Paulo, 2003

BREJON, Moisés – Estrutura e funcionamento do Ensino de 1º e 2º Graus,

Livraria Pioneira Editora, 14ª Edição, São Paulo, 1982

DOURADO, Luiz Fernandez e outros – Gestão Escolar Democrática, Editora

Alternativa, Goiás, 2003

GRISPUN, Mirian Paura S. Zippin – Supervisão e Orientação Educacional:

Perspectiva de integração na escola, Cortez Editora, São Paulo, 2003

LÜCK, Heloísa – Ação Integradora: Administração, Supervisão e Orientação

Educacional, Editora Vozes, 21ª Edição, Rio de Janeiro, 2003

RANGEL, Mary e outros – Nove Olhares sobre a Supervisão, Editora Papirus,

9ª Edição, São Paulo, 2003

RANGEL, Mary e outros – Supervisão Pedagógica: Princípios e Práticas,

Editora Papirus, 2ª Edição, São Paulo, 2001

RIBEIRO, Maria Luiza Santos – História da Educação Brasileira _ Organização

Escolar, Editora Autores Associados, 17ª Edição, São Paulo

SIQUEIRA, Regina Aparecida Ribeiro – A Orientação Educacional Re-Visitada,

Editora Arte e Cultura, Coleção Universidade Aberta, Vol. 11 – Educação,

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São Paulo, 1995

ÍNDICE

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FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Um Histórico sobre a Supervisão Escolar 11

1.1 – A Trajetória através da Legislação 15

CAPÍTULO II

A Escola como Sistema e a Divisão do

Trabalho 17

1.1 – A Divisão do Trabalho e a Distribuição de Papéis 17

1.2 – A Equipe Técnico – Administrativa 18

1.3 – A Integração do Corpo Técnico-Administrativo 21

CAPÍTULO III

Prática da Supervisão 24

3.1.Prática e Supervisão: Eficiência x Burocracia 26

CAPÍTULO IV

A Realidade das Escolas Estaduais do 2º Distrito

de Duque de Caxias 30

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CAPÍTULO V

A Realidade através do olhar dos supervisionados 33

CONCLUSÃO 34

ANEXOS 36

BIBLIOGRAFIA 41

ÍNDICE 43

FOLHA DE AVALIAÇÃO

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Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes

Pós-Graduação “Latu-Sensu”

Projeto Vez do Mestre

Título da Monografia: A Atuação do Supervisor Escolar no Ensino

Fundamental das Escolas Estaduais do 2º

Distrito de Duque de Caxias

Autor: Luciana de Sena Miranda

Data da Entrega: ____/____/____.

Avaliado por:___________________________ Conceito:________

Conceito Final:_________________________