UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · envolvem a realização de algo jamais...

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE Abordagem comparativa entre a metodologia PRINCE2 e um gerenciamento de projetos condizente com o PMBOK. Por: Rafael Sales Teles Orientador Prof. Dr. Luiz Cláudio Lopes Alves Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Abordagem comparativa entre a metodologia PRINCE2 e um

gerenciamento de projetos condizente com o PMBOK.

Por: Rafael Sales Teles

Orientador

Prof. Dr. Luiz Cláudio Lopes Alves

Rio de Janeiro

2010

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Abordagem comparativa entre a metodologia Prince2 e um

gerenciamento de projetos condizente com o PMBOK.

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão de

projetos

Por: Rafael Sales Teles

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço aos amigos, aos parentes e à

minha esposa por todo apoio

despendido nessa jornada e pela

compreensão de que tive que sacrificar

momentos de convívio para

desenvolver este trabalho.

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu pai, minha

mãe, minha esposa e minha avó por

terem exercido papel fundamental em

toda minha formação e que merecem

receber os louros deste trabalho por isso.

5

RESUMO

Na maioria dos projetos executados no Brasil existe um paradigma que

o seu gerenciamento deve seguir a risca o que preconiza o PMBOK. Sendo

deixado de lado outras fundamentações a respeito dos fatores que influenciam

os resultados de um projeto. Existem metodologias que complementam o

conjunto de conceitos apresentados no PMBOK, uma delas é a metodologia

PRINCE2. Este trabalho visa fazer uma abordagem comparativa entre o

gerenciamento de projetos utilizando os conceitos e as práticas descritas no

PMBOK e o gerenciamento de projetos com método PRINCE2. Essa

comparação servirá para avaliar de que forma a utilização da metodologia de

gerenciamento de projetos PRINCE2 pode auxiliar projetos baseados no

PMBOK.

6

METODOLOGIA

Para se fazer esta comparação primeiramente foram feitas pesquisas

bibliográficas para estudar, de forma isolada, os conceitos relacionados ao

PMBOK e a metodologia do PRINCE2. Posteriormente foram verificadas como

a implementação em conjunto desses conceitos pode melhorar os resultados

do gerenciamento de projetos.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - PMBOK: O CONJUNTO DE PRÁTICAS E CONHECIMENTOS

DE GERENCIAMENTO DE PROJETO 09

CAPÍTULO II - GERENCIAMENTO DE PROJETOS – SEGUNDO A

METODOLOGIA DO PRINCE2 28

CAPÍTULO III – COMO A UTILIZAÇÃO DA METODOLOGIA PRINCE2 PODE

COMPLEMENTAR OS CONCEITOS DO PMBOK 36

CONCLUSÃO 48

BIBLIOGRAFIA 49

ÍNDICE 51

FOLHA DE AVALIAÇÃO 53

8

INTRODUÇÃO

Diferentemente do que pensam a maioria dos gerentes de projeto

brasileiros, o PMBOK não é uma metodologia e sim um conjunto de

conhecimento em Gerenciamento de Projetos baseado em experiências

anteriores e promovido pelo PMI (Project Management Institute). Desta forma,

para um gerente de projetos obter um processo ou metodologia de

gerenciamento de projetos, a partir do PMBOK, é preciso adaptá-lo a cada

organização. Fazendo assim a chamada: Instanciação do PMBOK.

O PRINCE2, ao contrário do PMBOK, é uma metodologia de

gerenciamento de projetos que tem critérios para sua adaptação conforme o

tipo e complexidade do projeto. Serve para qualquer tipo de projeto. Ela já vem

com os templates, roteiros e fase. A utilização da metodologia de

gerenciamento de projetos PRINCE2 pode auxiliar projetos baseados no

PMBOK, tendo em vista que elimina a necessidade de instanciação do PMBOK

para cada empresa e adaptação para cada projeto. Isto porque se trata de uma

metodologia pronta que pode ser aplicada a qualquer projeto. Existem

metodologias,uma delas é a PRINCE2, que vão além das áreas de

conhecimento abordadas no PMBOK. A utilização, nos projetos, de alguns

conceitos apresentados nessas metodologias, complementa o know-how dos

gerentes de projetos atuais.

O objetivo deste trabalho é verificar como se obter resultados mais

satisfatórios nos projetos que seguem as mais modernas metodologias. Bem

como, entender como funciona um gerenciamento de projetos que utiliza os

conhecimentos do PMBOK e interpretar como a metodologia PRINCE2 pode

ser implementada para um projeto alcançar de forma mais eficaz seus

objetivos.

9

CAPÍTULO I

PMBOK: O CONJUNTO DE PRÁTICAS E

CONHECIMENTOS DE GERENCIAMENTO DE PROJETO

1.1. O que é o PMBOK?

PMBOK (Project Management Body of Knowledge, traduzindo,

Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos) é uma

publicação que reúne as práticas tradicionais comprovadas amplamente

aplicadas, além de práticas inovadoras que estão surgindo na profissão, ou

seja, é a soma dos conhecimentos intrínsecos à profissão de gerenciamento

de projetos. Segundo o próprio PMBOK, o conjunto de conhecimentos em

gerenciamento de projetos está em constante evolução, pois a medida que

novos projetos vão sendo desenvolvidos novas práticas vão surgindo.

Quem desenvolve o PMBOK é o PMI (Project Management Institute)

que é uma entidade sem fins lucrativos que, desde 1969, reúne os profissionais

da área de Gerência de Projetos. Este instituto foi fundado nos Estados

Unidos e atualmente tem participantes e representações em todos os

continentes. O PMI é um fórum da área de gerência de projetos que visa

promover o seu crescimento, divulgação, educação e valor nas organizações.

O PMI possui um programa de Certificação profissional – PMP (Project

Management Professional). Em 1987 o PMI produziu a primeira versão do

PMBOK, que desde então passou a ser o padrão mundial para gerenciamento

de projetos, aceito inclusive pela ANSI (América National Standart Institute).

1.2. Estrutura do gerenciamento de projetos

1.2.1 Objetivo do PMBOK

O Objetivo principal do Guia PMBOK é identificar e descrever o

conhecimento e as práticas aplicáveis na maioria das vezes na maioria dos

projetos e que tenham um grande consenso quanto a validade e utilidade. Uma

10

boa prática não significa que o conhecimento descrito deverá ser sempre

aplicado uniformemente em todos projetos. Cabe a equipe de gerenciamento

de projetos determinar o que é adequado para um projeto específico.

1.2.2 O que é um projeto

Segundo Dinsmore e Cavalieri, Projeto é um instrumento fundamental

para qualquer atividade de mudança e geração de produtos e serviços. Eles

podem envolver desde uma única pessoa a milhares de pessoas organizadas

em times e ter a duração de alguns dias ou vários anos.

Conforme apresentado no PMBOK e em Dinsmore e Cavalieri, o

projeto pode ser definido por características distintas como temporário,

único e progressivo. A característica de ser temporário é muito importante,

pois todo projeto tem um início e um fim definidos. O projeto termina quando

os objetivos para o qual foi criado são atingidos ou quando se torna claro que

os objetivos do projeto não serão ou não poderão mais ser atingidos ou a

necessidade do projeto não existe mais . Os projetos são únicos porque

envolvem a realização de algo jamais realizado anteriormente e é progressivo

porque à medida que é mais bem compreendido, maior é o detalhamento das

características peculiares que o distinguem como único.

1.2.3 O que é gerenciamento de projetos

De acordo com o PMBOK, o gerenciamento de projetos é a aplicação

de conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto

a fim de atender aos seus requisitos. O gerenciamento de projetos é realizado

através da aplicação e da integração dos seguintes processos de

gerenciamento de projetos: iniciação, planejamento, execução, monitoramento

e controle, e encerramento.

O gerente de projetos deve identificar as necessidades do projeto e

estabelecer seus objetivos. Além disso, ele deve controlar as restrições do

projeto que são: Atender o escopo do projeto (alcançar os objetivos pré-

estabelecidos), concluir o projeto dentro do prazo acertado, respeitar o custo

11

orçado, Entregar o projeto com a qualidade acordada inicialmente. Levando-se

em consideração que Existe uma forte ligação entre esses 4 tópicos.

A elaboração dos projetos é progressiva durante todo o seu ciclo de

vida. Devido a isto, é importante observar que muitos processos dentro do

gerenciamento de projetos são iterativos.

1.2.4 Organização do projeto

1.2.4.1 Ciclo de vida de um projeto

A organização ou o gerente de projeto divide os projetos em fases.

Essa separação ajuda aos profissionais envolvidos a entender os objetivos do

seu trabalho em cada fase e a melhor controlar o andamento do projeto. As

cinco fases dos projetos são:

• Processo de Iniciação: fase inicial em que se define o projeto, as

necessidades são identificadas;

• Processo de Planejamento: nessa fase se define e refina o objetivo do

projeto, planejam-se as ações necessárias para atingir os objetivos e o escopo

para o qual se propõe o projeto. Nessa fase são desenvolvidos planos

auxiliares para gestão do projeto (plano de qualidade, comunicação, riscos,

suprimentos e recursos humanos);

• Processo de Execução: integra as pessoas e os outros recursos para

colocar em prática o plano do projeto. É geralmente nessa fase em que ocorre

a maior parte do esforço/dispêndio do projeto;

• Processo de Controle: ocorre em paralelo ao processo de execução.

Mede e monitora o progresso para identificar variações em relação ao

planejado para que ações corretivas sejam disparadas quando necessário;

• Processo de Enceramento: formaliza a aceitação do projeto, serviço ou

resultado. Analisa a evolução do projeto para que erros não se repitam no

futuro.

12

Figura 1.1 - Grau de esforço do processo x Tempo (Fonte: PMBOK)

- 1.2.4.2 Stakeholders (Partes interressadas)

Os stakeholders são indivíduos e organizações ativamente envolvidos

no projeto, cujos interesses são afetados (positiva ou negativamente) por ele,

ou que exercem influência sobre o mesmo. Incluem o gerente de projeto, o

cliente, a organização que fará o projeto, os membros da equipe de projeto, o

patrocinador (indivíduo/grupo interno ou externo que provê os recursos

financeiros para o projeto). Além desses, também são levados em

consideração nas decisões relacionadas ao projeto as partes externas, como

fundadores, vendedores, fornecedores, agências governamentais,

comunidades afetadas pelo projeto e a sociedade em geral.

É boa prática identificar cada uma das partes envolvidas no projeto,

identificar e gerenciar possíveis áreas de conflito entre elas. Uma orientação

geral é resolver as diferenças entre as partes favorecendo o cliente. A equipe

de gerenciamento de projetos possui uma responsabilidade profissional com

suas partes interessadas, inclusive clientes, a organização executora e o

público.

As partes interessadas possuem diversos níveis de responsabilidade e

de autoridade quando participam de um projeto e eles podem mudar durante o

ciclo de vida do projeto. Sua responsabilidade e autoridade variam desde

contribuições eventuais em estudos e "focus groups" até o patrocínio total do

13

projeto, que inclui o fornecimento de apoio financeiro e político. As partes

interessadas que ignoram essa responsabilidade podem ter um impacto

prejudicial nos objetivos do projeto. Da mesma forma, os gerentes de projetos

que ignoram as partes interessadas podem esperar um impacto prejudicial nos

resultados do projeto.

As partes interessadas podem ter uma influência positiva ou negativa

em um projeto. Partes interessadas positivas são as que normalmente se

beneficiariam de um resultado bem-sucedido do projeto, enquanto partes

interessadas negativas são as que enxergam resultados negativos a partir do

sucesso do projeto.

A tabela 1 apresenta as principais partes interessadas de todos os

projetos e a sua descrição de cada uma.

Além das partes interessadas apresentadas na tabela 1, existem vários

nomes e categorias diferentes de partes interessadas no projeto, inclusive

internas e externas, proprietários e investidores, fornecedores e contratadas,

membros da equipe e suas famílias, agências governamentais e meios de

comunicação, cidadãos comuns, grupos temporários ou permanentes de

pressão e a sociedade em geral. Nomear ou agrupar as partes interessadas

ajuda principalmente a identificar quais pessoas e organizações se consideram

partes interessadas. As funções e responsabilidades das partes interessadas

podem se sobrepor, como no caso em que uma firma de engenharia financia

uma fábrica que está projetando.

Os gerentes de projetos, que é a pessoa designada pela organização

executora para atingir os objetivos do projeto, precisam gerenciar as

expectativas das partes interessadas, o que pode ser difícil pois elas em geral

têm objetivos muito diferentes ou conflitantes.

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Parte interessada Descrição

Gerente de projetos A pessoa responsável pelo gerenciamento do projeto.

Cliente/usuário

A pessoa ou organização que utilizará o produto do

projeto. Podem existir várias camadas de clientes. Por

exemplo, os clientes de um novo produto farmacêutico

podem incluir os médicos que o receitam, os pacientes

que o utilizam e as empresas de saúde que pagam por

ele. Em algumas áreas de aplicação, os termos cliente e

usuário são sinônimos, enquanto em outras, cliente se

refere à entidade que adquire o produto do projeto e

usuários são os que utilizarão produto do projeto.

Organização

executora

A empresa cujos funcionários estão mais diretamente

envolvidos na execução do trabalho do projeto.

Membros da equipe

do projeto O grupo que está executando o trabalho do projeto.

Equipe de

gerenciamento de

projetos

Os membros da equipe do projeto que estão diretamente

envolvidos nas atividades de gerenciamento de projetos.

Patrocinador A pessoa ou o grupo que fornece os recursos

financeiros, em dinheiro ou em espécie, para o projeto.

Influenciadores

Pessoas ou grupos que não estão diretamente

relacionados à aquisição ou ao uso do produto do projeto

mas que, devido à posição de uma pessoa na

organização do cliente ou na organização executora,

podem influenciar, positiva ou negativamente, no

andamento do projeto.

PMO

Se existir na organização executora, o PMO poderá ser

uma parte interessada se tiver responsabilidade direta ou

indireta pelo resultado do projeto.

Tabela 1.1 - Descrição dos STAKEHOLDERS

15

1.2.4.3 Influências organizacionais

Os projetos normalmente fazem parte de uma organização que é maior

que o projeto. Mesmo quando o projeto é externo, ele ainda será influenciado

pela organização ou organizações que o iniciaram. A maturidade da

organização em relação ao seu sistema de gerenciamento de projetos, sua

cultura, seu estilo, sua estrutura organizacional e seu escritório de projetos são

fatores que influenciam o projeto.

Cada organização tem uma vida própria, que inclui formalidade nas

regras, formas de comunicação, estilos gerenciais, formas de tratamento dos

funcionários, benefícios, entre outros. Mesmo duas instituições que atuam no

mesmo ramo têm forma de atendimento diferente, normas internas e formas de

se estruturar que exigem um tempo de adaptação a um novo funcionário, que

venha de uma organização para a outra. Esses aspectos são parte da cultura

de cada organização.

As culturas organizacionais geralmente possuem influência direta no

projeto. Por exemplo: Uma equipe que propõe uma abordagem pouco usual ou

de alto risco tem maior probabilidade de garantir a aprovação em uma

organização agressiva ou empreendedora. Um gerente de projetos com estilo

altamente participativo provavelmente encontrará problemas em uma

organização com hierarquia rígida, enquanto um gerente de projetos com estilo

autoritário também enfrentará problemas em uma organização participativa.

Organizações baseadas em projetos são aquelas cujas operações

consistem basicamente de projetos. Essas organizações estão incluídas em

duas categorias:

• Organizações cuja receita é obtida principalmente da realização

de projetos para terceiros sob contrato.

• Organizações que adotaram o gerenciamento por projetos.

Essas organizações normalmente possuem sistemas de

gerenciamento instalados para facilitar o gerenciamento de

projetos.

As organizações não baseadas em projetos com freqüência podem não

ter sistemas de gerenciamento projetados para dar suporte às necessidades

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dos projetos de modo eficiente e eficaz. A ausência de sistemas orientados a

projetos normalmente dificulta o gerenciamento de projetos. Em alguns casos,

as organizações não baseadas em projetos terão departamentos ou outras

subunidades que operam como organizações baseadas em projetos com

sistemas para dar suporte a eles. A equipe de gerenciamento de projetos deve

estar ciente de como a estrutura e os sistemas da sua organização afetam o

projeto.

. A organização em que o projeto está inserido pode ser de duas

categorias: ou é uma organização que vive de projetos, ou é uma organização

que adotou o gerenciamento por projetos para a sua administração.

Existem 3 tipos clássicos de estruturas organizacionais:

• Organização Funcional – Ainda muito comum, neste tipo as

organizações se agrupam em áreas de especialização e a figura

do gerente de projetos praticamente não existe. Esse modelo

funciona muito bem com organizações que lidam diretamente

com processos.

Figura 2 - Representação da Estrutura Organizacional Funcional (Fonte: PMBOK)

• Organização Projetizada – A empresa se organiza por projetos.

As “áreas” da organização são os projetos que ela está

desenvolvendo. Quando um projeto termina, a “área” se desfaz

e é alocada em outro projeto. É interessante notar que um

funcionário pode ser gerente de projetos em um momento e no

outro ser um analista sênior. É a organização onde o gerente de

projetos possui a maior autoridade.

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Figura 1.3 - Representação da Estrutura Organizacional Projetizada (Fonte: PMBOK)

• Organização matricial: A estrutura matricial é uma combinação

das estruturas – funcional e projetizada. Com isso pode assumir

características distintas que dependem exclusivamente do grau

de relevância que cada extremo é considerado. Pode ser

dividida em estrutural matricial fraca, forte e balanceada.

A estrutura matricial fraca mantém o gerente funcional com um

nível maior de autoridade parecendo-se mais com uma estrutura

funcional. A estrutura forte se perece muito com uma estrutura

projetizada e o gerente de projetos possui grande autoridade,

podendo alocar recursos de outras áreas ou mesmo contratar

recursos externos para realizar o projeto. A estrutura matricial

balanceada, apresentada na Figura 1.4 a seguir, representa um

equilíbrio entre os dois extremos, o lado funcional e o

projetizado.

18

Figura 1.4 - Representação da Estrutura Organizacional Matricial Balanceada (Fonte: PMBOK)

Um escritório de projetos (PMO) é uma unidade organizacional que

centraliza e coordena o gerenciamento de projetos sob seu domínio. Muitas

organizações compreendem os benefícios de desenvolver e implementar um

PMO. Isso geralmente é verdadeiro nas organizações que usam uma estrutura

organizacional matricial e quase sempre verdadeiro quando usada uma

estrutura organizacional por projeto, especialmente quando a matriz está

envolvida com o gerenciamento simultâneo de vários projetos ou projetos

seqüenciais.

A função de um PMO em uma organização pode variar de uma

assessoria, limitada à recomendação de políticas e procedimentos específicos

sobre projetos individuais, até uma concessão formal de autoridade pela

gerência executiva. Nesses casos, o PMO pode, por sua vez, delegar sua

autoridade ao gerente de projetos específico. O gerente de projetos terá apoio

administrativo do PMO através de funcionários dedicados ou compartilhados.

Uma das funções de um PMO normalmente será a de gerenciar o

sistema de gerenciamento de projetos, para garantir a consistência na

aplicação e a continuidade nos diversos projetos que estão sendo realizados.

Os membros da equipe do projeto se reportarão diretamente ao

gerente de projetos ou, se forem compartilhados, ao PMO. O gerente de

projetos se reporta diretamente ao PMO.

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Um projeto é gerenciado a partir de um conjunto de ferramentas,

técnicas, metodologias, recursos e procedimentos, este conjunto é conhecido

como sistema de gerenciamento de projetos. Ele pode ser formal ou informal e

ajuda o gerente de projetos a conduzir um projeto ao seu término de modo

eficaz. O sistema é um conjunto de processos e funções de controle

relacionadas que são combinados para formar um todo funcional e unificado.

1.3. Norma de gerenciamento de projetos de um projeto

O gerenciamento de projetos é realizado através de processos (Um

processo é um conjunto de ações e atividades inter-relacionadas realizadas

para obter um conjunto pré-especificado de produtos, resultados ou serviços),

usando conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas do gerenciamento

de projetos que recebem entradas e geram saídas. O gerenciamento de

projetos é feito de forma que sejam atendidos os seus requisitos. Para que o

resultado de um projeto seja satisfatório a equipe do projeto deve:

• Selecionar os processos adequados dentro dos grupos de

processos de gerenciamento de projetos;

• Usar uma abordagem definida para adaptar os planos e as

especificações do produto de forma a atender aos requisitos do

produto e do projeto

• Balancear as demandas conflitantes de escopo, tempo, custo,

qualidade, recursos e risco para produzir um produto que

atenda aos requisitos impostos pelas partes interessadas;

Segundo o próprio PMBOK, esta norma documenta as informações

necessárias para iniciar, planejar, executar, monitorar e controlar, e encerrar

um único projeto, e identifica os processos de gerenciamento de projetos

reconhecidos como boa prática na maioria dos projetos, durante a maior parte

do tempo. Esses processos se aplicam globalmente e também para qualquer

setor. Boa prática significa que existe acordo geral de que a aplicação desses

processos de gerenciamento de projetos tem demonstrado aumentar as

chances de sucesso em uma ampla série de projetos.

20

Isso não significa que o conhecimento, as habilidades e os processos

descritos devam ser sempre aplicados uniformemente em todos os projetos. O

gerente de projetos, em colaboração com a equipe do projeto, é sempre

responsável pela determinação dos processos adequados e do grau adequado

de rigor de cada processo, para qualquer projeto específico. Esse esforço é

conhecido como adequação.

O gerenciamento de projetos é um empreendimento integrador. A

integração do gerenciamento de projetos exige que cada um dos processos

seja adequadamente associado e conectado a outros processos para facilitar a

sua coordenação. Essas interações entre processos muitas vezes exigem que

se façam compensações entre requisitos e objetivos do projeto.

Dependendo da complexidade e do tamanho, os processos poderão

ser iterados diversas vezes até que sejam definidas e atendidas as

necessidades dos STAKEHOLDERS e haja um acordo sobre o resultado dos

processos. As compensações específicas de desempenho variam de projeto

para projeto e de organização para organização. Um gerenciamento de projeto

bem-sucedido inclui o gerenciamento ativo dessas interações para atender

satisfatoriamente às necessidades de todas partes interessadas. A seguir

temos uma Figura 1.5 da pirâmide que representa a interação entre os

processos.

Figura 1.5 - Triângulo do grupo de processos de gerenciamento de projetos (Fonte: PMBOK)

21

A norma de gerenciamento de projetos apresentada no PMBOK

descreve a natureza dos processos de gerenciamento de projetos em termos

da integração entre os processos, das interações dentro deles e dos objetivos a

que atendem. Esses processos são agregados em cinco grupos, definidos

como os grupos de processos de gerenciamento de projetos:

1.3.1 Grupo de processos de iniciação

Figura 1.6 - Processos de iniciação (Fonte: WIKIDOT)

1.3.2 Grupo de processos de execução

Figura 1.7 - Processos de Execução (Fonte: WIKIDOT)

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1.3.3 Grupo de processos de planejamento

Figura 1.8 - Processos de planejamento (Fonte: WIKIDOT)

23

1.3.4 Grupo de processos de monitoramento e controle

Figura 1.9 - Processos de controle (Fonte: WIKIDOT)

1.3.5 Grupo de processos de encerramento

Figura 1.10 - Processos de encerramento (Fonte: WIKIDOT)

24

1.4. Áreas de conhecimento em gerência de projetos

Com o objetivo de organizar o conhecimento sobre gerenciamento

de projetos o PMI definiu nove áreas de conhecimento em gerência de

projetos:

• Gerenciamento de integração: Descreve os processos e as atividades

que integram os diversos elementos do gerenciamento de projetos, que são

identificados, definidos, combinados, unificados e coordenados dentro dos

grupos de processos de gerenciamento de projetos. Ele consiste nos

processos de gerenciamento de projetos: Desenvolver o termo de abertura do

projeto, desenvolver a declaração do escopo preliminar do projeto, desenvolver

o plano de gerenciamento do projeto, orientar e gerenciar a execução do

projeto, monitorar e controlar o trabalho do projeto, controle integrado de

mudanças e encerrar o projeto.

Figura 1.11 - Processos da area de conhecimento – Integração

• Gerenciamento do escopo: Descreve os processos envolvidos na

verificação de que o projeto inclui todo o trabalho necessário, e apenas o

trabalho necessário, para que seja concluído com sucesso. Ele consiste nos

processos de gerenciamento de projetos: Planejamento do escopo, definição

do escopo, criação de EAP (Estrutura Analítica do Projeto), verificação do

escopo e controle do escopo.

Figura 1.12 - Processos da area de conhecimento - Escopo

25

• Gerenciamento de tempo: Descreve os processos relativos ao

término do projeto no prazo correto. Ele consiste nos processos de

gerenciamento de projetos: Definição da atividade, seqüenciamento de

atividades, estimativa de recursos da atividade, estimativa de duração da

atividade, desenvolvimento do cronograma e controle do cronograma.

Figura 1.13 - Processos da area de conhecimento - Tempo

• Gerenciamento de custos: Descreve os processos envolvidos em

planejamento, estimativa, orçamentação e controle de custos, de modo que o

projeto termine dentro do orçamento aprovado. Ele consiste nos processos

de gerenciamento de projetos: Estimativa de custos, orçamentação e controle

de custos.

Figura 1.14 - Processos da area de conhecimento - Custo

• Gerenciamento da qualidade: Descreve os processos desenvolvidos

na garantia de que o projeto irá satisfazer os objetivos para os quais foi

realizado. Ele consiste nos processos de gerenciamento de projetos:

Planejamento da qualidade, realizar a garantia da qualidade e realizar o

controle da qualidade.

Figura 1.15 - Processos da area de conhecimento - Qualidade

26

• Gerenciamento de recursos humanos: Descreve os processos que

organizam e gerenciam a equipe do projeto. Ele consiste nos processos de

gerenciamento de projetos: Planejamento de recursos humanos, contratar

ou mobilizar a equipe do projeto, desenvolver a equipe do projeto e gerenciar a

equipe do projeto.

Figura 1.16 - Processos da area de conhecimento - RH

• Gerenciamento das comunicações: Descreve os processos de

geração, coleta, disseminação, armazenamento e destinação final das

informações do projeto de forma oportuna e adequada. Ele consiste nos

processos de gerenciamento de projetos: Planejamento das comunicações,

distribuição das informações, relatório de desempenho e gerenciar as partes

interessadas.

Figura 1.17 - Processos da area de conhecimento - Comunicações

• Gerenciamento de riscos: Descreve os processos relativos à

realização do gerenciamento de riscos em um projeto. Ele consiste nos

processos de gerenciamento de projetos: Planejamento do gerenciamento

de riscos, identificação de riscos, análise qualitativa de riscos, análise

quantitativa de riscos, planejamento de respostas a riscos e monitoramento e

controle de riscos.

27

Figura 1.18 - Processos da area de conhecimento - Risco

• Gerenciamento de aquisições: Descreve os processos que

compram ou adquirem produtos, serviços ou resultados, além dos

processos de gerenciamento de contratos. Ele consiste nos processos de

gerenciamento de projetos: Planejar compras e aqu isições, planejar

contratações, solicitar respostas de fornecedores, selecionar fornecedores,

administração de contrato e encerramento do contrato.

Figura 1.19 - Processos da area de conhecimento - Aquisições

28

CAPÍTULO II

GERENCIAMENTO DE PROJETOS – SEGUNDO A

METODOLOGIA DO PRINCE2

2.1 Introdução

O PRINCE2 (PRojects IN Controlled Environments - Projetos em

ambientes controlados) é um método de gerenciamento de projetos, bastante

eficaz, baseado em processos. Ele é amplamente utilizado e reconhecido no

setor privado internacional, porém foi criado e mais difundido no Reino Unido.

O PRINCE2 é um método de domínio público, que oferece uma

orientação das melhores práticas não-possessiva em gerenciamento de

projetos. PRINCE2 é uma marca registrada da OGC. As características-chave

do PRINCE2 são:

• Foco em negócios;

• Estrutura de organização definida para a equipe de

gerenciamento de projetos;

• Abordagem de planejamento baseada em produto;

• Ênfase na divisão do projeto em fases gerenciáveis e

controláveis;

• Flexibilidade de implementação em um nível apropriado para o

projeto.

A metodologia PRINCE2 se denomina uma apresentação estruturada

de Gerenciamento de Projetos, que permite controlar o projeto dentro de uma

estrutura claramente definida. O prince2 descreve procedimentos para

coordenar, através de planejamento e supervisão, recursos humanos e

atividades de um projeto. Além de fazer os ajustes necessários ao projeto a

medida que os seus requisitos fogem do previsto.

Em cada método do PRINCE2 os processos são especificados com

suas entradas chaves e saídas e com objetivos específicos e as atividades a

29

serem desenvolvidas com o controle específico do projeto. Divididos em

estágios manejáveis, o método permite um controle eficiente dos recursos com

base na monitoração, o projeto pode ser realizado de maneira controlada e

organizada. O PRINCE2 fornece uma língua comum para todos os

participantes no projeto os vários papéis e responsabilidades da gerência

envolvidos em um projeto inteiramente, são descritos e são adaptáveis à

complexidade do projeto e das habilidades da organização.

Esta metodologia é baseada em 8 processos e 45 sub-processos, os

quais definem as atividades gerenciais a serem feitas do início ao final do

projeto. Juntamente com esses, são descritos 8 componentes: Os quais são

elementos de boas prática em gerenciamento de projetos e são aplicáveis

durante o projeto. Esses componentes podem ser documentos ou processos,

são similares às áreas de conhecimento e devem ser aplicados de acordo com

a necessidade, dentro das atividades de cada processo.

Apesar de não descrever quais ferramentas e técnicas devem ser

aplicadas, o manual do PRINCE2, fornece 3 técnicas que auxiliam a

administração dando suporte ao processo no planejamento e controle dos

projetos. Essas técnicas são as seguintes:

• Inspeção da qualidade (Quality Review): Busca assegurar a

qualidade do produto e do projeto;

• Controle de mudanças (Change Control): Busca controle sobre

os problemas do projeto;

• Planejamento baseado no produto (Product-Based Planning):

PRINCE2™ tem foco de planejamento nos produtos que o

projeto deverá desenvolver e não nas atividades

desempenhadas na sua produção. Isso altera a forma de

planejar e controlar o projeto. O planejamento e definição do

escopo são realizados a partir de uma estrutura denominada

PBS (Product Breakdown Structure) muito similar à EAP

(Estrutura Analítica de Projeto), na qual o produto final do projeto

é quebrado em sub-produtos até o menor nível de sub-produtos

30

identificáveis. A estrutura também ajuda na criação de pacotes

de trabalho, que facilitam a distribuição e o controle do trabalho

para as equipes de desenvolvimento. Esta técnica provê um

framework que pode ser aplicado a qualquer tipo de projeto,

disponibilizando uma seqüência lógica para o trabalho a ser

realizado.

A chave do sucesso da utilização do PRINCE2™ é a sua

escalabilidade/adaptabilidade,. É recomendado que cada processo seja

implementado a partir da análise de quão extensivamente este processo deve

ser aplicado para este projeto. Dessa forma, para um projeto pequeno um

processo pode ser menos formal e ser todo desenvolvido em uma reunião,

enquanto que para projetos maiores, ou que envolvam maiores impactos para

a organização, eles serão extensos e com mais formalidade. Uma boa

estratégia é determinar um padrão mínimo, com a definição de uma política,

de documentos obrigatórios e opcionais. Na implantação em um ambiente

corporativo, devem ser considerados os padrões já existentes, como por

exemplo, padrões de qualidade e ferramentas.

A Figura 2.20 mostra a estrutura de processo do PRINCE2:

Figura 2.1 - Modelo de processo PRINCE2 (Fonte: OGC)

31

2.2 Evolução do PRINCE2

O PRINCE2, foi lançado como um método para Gerenciamento de

Projetos pelo governo britânico em 1996, tendo sido criado em 1989 a partir do

programa PROMPT II, o qual foi desenvolvido, pela Simpact System LTD., em

1975 e foi adotado em 1979 como padrão para gerenciamento dos projetos de

sistemas de tecnologia da informação do governo britânico.

Em 1989 o PRINCE substituiu o PROMPTII como padrão para

gerenciamento de projetos do governo britânico. Neste mesmo ano ele se

tornou parte da UK Office of Government Commerce (OGC). Em 1996 é criado

o PRINCE2 como método de gerenciamento genérico, sendo adotado como

novo padrão para a maioria dos projetos no Reino Unido. Atualmente a

utilização do PRINCE2 vem crescendo no iniciativa privada em todo o mundo.

Contando com cerca de 250 mil profissionais certificados, e com algo em torno

de 1500 profissionais prestando mensalmente os exames de certificação (

Fundation e Practioner).

No mundo existem mais de 120 centros de treinamento credenciados

que ministram treinamento em 17 idiomas pelo mundo e mais de 59

ferramentas de Gerenciamento de Projetos desenvolvidas com base no

método. No Brasil, a metodologia PRINCE2, já está sendo utilizada em

algumas organizações, e a procura por informações é crescente.

2.3 Os processos do PRINCE2

Starting up a Project (Partindo um projeto) – É o processo inicial da

metodologia, começa com o estabelecimento das razões para o projeto. Isto é

feito a partir do Project Mandate (Delegação de projeto), que é um documento

que define, em alto nível, se existe um projeto viável e que traga valor.

Directing a Project (Direcionando um projeto) – Processo onde são

tomadas as decisões quanto ao andamento do projeto e quanto às exceções

ocorridas ao longo do ciclo de vida. Este processo tem como princípio, o

gerenciamento por exceção, onde o projeto é monitorado via relatórios e

controles por intermédio de pontos de decisão pré-determinados. O

32

direcionamento do projeto é de competência do Conselho de Projeto (Project

Board), que é constituído por representantes do próprio negócio, dos usuários

e dos fornecedores.

Initialing a Project (Inicializando um projeto) – Neste processo são

desenvolvidos os planos que constituirão o baseline do projeto e que farão

parte do Project Initialing Document (PID) o qual constitui o contrato entre o

Gerente do Projeto e o Conselho do Projeto (Project Board).

Managing Stage Boundaries (Gerenciando as interfaces entre

estágios) – Nesta metodologia de gerenciamento, os projetos devem ser

divididos em estágios. Este processo é realizado ao término de cada estágio e

será observado se foram atendidos os seguintes objetivos:

• Garantir ao Conselho de Projeto que todos os produtos planejados para

o estágio foram completados conforme definido; • Prover informações necessárias para avaliar se o projeto continua

viável. Para isso deverão ser realizadas as seguintes ações:

- Preparar e aprovar o planejamento para o próximo estágio; - Listar qualquer lição aprendida no estágio que está terminando; - Tratar qualquer execução ou desvio do planejamento aprovado pelo

Project Board.

Controling a Stage (Controlando um Estágio) - Esse processo

descreve as atividades de controle e monitoramento dos estágios do projeto,

constituindo o dia-a-dia do gerente. Aqui, são autorizados os pacotes de

trabalho e avaliados os riscos e as solicitações de mudança, além de serem

tomadas ações corretivas necessárias.

Managing Product Delivery (Gerenciando a entrega do produto) -

O objetivo desse processo é garantir que os produtos planejados serão citados

e entregues, separa o Gerenciamento de Projetos do desenvolvimento do

33

produto. Esse processo constitui a interface com os processos de

desenvolvimento dos produtos do projeto existentes na organização.

Planning (Planejando) - Esse processo desempenha um papel

importante nos outros processos. Associado à técnica planejamento baseado

no produto, sua função é auxiliar o desenvolvimento dos planos necessários

para o projeto.

Closing a Project (Fechando um projeto) - O propósito deste

processo é realizar o fechamento controlado do projeto. O Fechamento pode

ser conduzido ao término projeto, quando este já desenvolveu e entregou

todos os produtos propostos ou se o projeto, por algum motivo, tornar-se

inviável.

Figura 2.20 - Interação entre Processos e Componentes (Fonte: OGC)

34

2.4 Componentes dos processos do PRINCE2

Plano de negócios (Business Case) – A justificativa para uma

atividade (Projeto) organizacional que geralmente contem custos, benefícios,

riscos e prazos. A viabilidade da continuidade desta atividade deve ser

constantemente testada. A filosofia chave por trás do PRINCE2 é de que o

Business Case deve direcionar o projeto. Ao longo do seu ciclo de vida, o

Business Case é revisado e validado para garantir que o projeto se mantenha

relevante. Um sólido Business Case irá auxiliar no alinhamento do progresso

do projeto aos objetivos do negócio mantendo o projeto relevante para a

organização. Se não existir um Business Case satisfatório, o projeto não deve

ser iniciado. Ele é a ferramenta pela qual o Project Board irá monitorar a

viabilidade do projeto.

Figura 2.3 - Bussiness Case (Constante avaliação da viabilidade do projeto) (Fonte: SIEGELAUB)

Organização – Gera uma estrutura para o projeto com a definição de

papéis e responsabilidades e o relacionamento entre os diversos papéis

atuantes no projeto.

Planos - Disponibiliza em conjunto de planos que podem ser adaptado

às características do projeto. O planejamento é vital para o sucesso de um

projeto, e o plano deve conter informações detalhadas o suficiente para deixar

claros os resultados que se quer alcançar.

Controles - Disponibiliza diversos controles que dão suporte à

previsão e às decisões para resolução de problemas. Nenhum projeto é

conduzido cem por cento de acordo com o plano, é comum algum desvio em

custo, prazo, ou em algum outro indicador. Aqui é aplicado o conceito de

tolerância, onde se definem que faixa de tolerância que o projeto pode aceitar.

35

Isso significa que a cada verificação de status, se o projeto estiver dentro da

fixa de tolerância, não será preciso nenhuma ação do Project Board, que será

acionado somente se houver alguma previsão de que as faixas de tolerâncias

serão excedidas. Isso é conhecido como gerenciamento por exceção, o qual é

uma forte característica dos projetos.

Gerenciamento de Risco - Define os momentos chave onde os riscos

devem ser avaliados e revisados e a abordagem a ser aplicada na sua

manutenção.

Qualidade em um ambiente de Projeto - Apresenta uma abordagem

para o controle de qualidade dos aspectos técnicos e de gerenciamento do

projeto. Define como será abordada a Qualidade durante o ciclo de vida do

projeto.

Gerenciamento de configuração – Define as funções essenciais e

informações necessárias para a gerência de configuração do projeto,

garantindo o correto direcionamento dos produtos a serem entregues. Na

realidade representa uma proteção para os produtos do projeto.

Controle de mudanças - O objetivo com essa técnica e controlar as

mudanças do projeto, verificando e validando seu impacto.

36

CAPÍTULO III

COMO A UTILIZAÇÃO DA METODOLOGIA PRINCE2

PODE COMPLEMENTAR OS CONCEITOS DO PMBOK

Conforme já foi apresentado nesta monografia, o Project IN Controlled

Enviroment (PRINCE2) é uma metodologia para o gerenciamento de projetos.

Este método é bastante difundido na Europa e está começando a ser utilizado,

de forma mais expressiva, aqui no Brasil. PRINCE2 é uma marca registrada do

OGC (The Office Government Commerce) e teve seu primeiro lançamento em

1996.

Enquanto que, A Guide to the Project Management Body of Knowledge

(PMBOK Guide), como a tradução do próprio nome diz, é um guia de

conhecimentos para o gerenciamento de projetos. O PMBOK Guide é de

propriedade do PMI (Project Management Insitute) e sua primeira edição foi

lançada no ano de 1996.

Iremos avaliar de que forma podem ser conciliadas as vantagens desta

metodologia com o conjunto de boas práticas e conhecimentos apresentados

no PMBOK, que é largamente utilizada nos EUA e em outros países. De que

forma os fundamentos apresentados no PMBOK estarão aplicados em

determinado projeto. A diferença básica entre PMBOK Guide e PRINCE2 é que

enquanto o primeiro é uma base de conhecimentos e boas práticas de

gerenciamento de projetos, o segundo é uma abordagem estruturada, com

processos, papéis e responsabilidades bem definidos, que orienta o gerente e

time do projeto na condução do projeto. O PMBOK Guide mostra o que é

necessário fazer e o PRINCE2 mostra uma das formas de se fazer.

PRINCE2 não pretende ser tão abrangente quanto o PMBOK.

Entretanto, ele é baseado nos princípios do mesmo, assim como qualquer

metodologia de gerenciamento de projeto deve ser. PRINCE2 extrai e se

concentra nos elementos (componentes) que se identifica como crucial para a

avaliação de sucesso e realização de um projeto. Ele constrói um processo

para amarrar esses elementos de forma a reduzir o risco geral do projeto, e

fornece técnicas para apoiá-los. Enquanto "A Guide to the PMBOK" oferece

37

uma abordagem geral solta para integrar as áreas do conhecimento, PRINCE2

sugere uma maneira eficaz de organizá-los. Em essência PRINCE2 diz: "Com

estes elementos, teremos a forma mais eficaz de reduzir o risco do projeto e

manter a sua qualidade".

Os componentes e processos do Prince2 são consistentes com o

PMBOK, mas não inclui todas as áreas do conhecimento e as modalidades

especificadas no PMBOK. O PRINCE2 incide sobre as áreas críticas, um

gerente de projeto precisa ainda recorrer a toda a profundidade e variedade de

fontes do PMBOK e se necessário buscar outras fontes para concluir o

gerenciamento dos projetos. A intenção do PRINCE2 é organizar e integrar os

conhecimentos de gerenciamento de projetos. Assume-se que os que estão

aprendendo e trabalhando com esta metodologia tem um nível de experiência

que lhes permita preencher os detalhes que ela omite. Na utilização do

PRINCE2, a dimensão e conteúdo dos processos, componentes e técnicas

devem ser adaptadas à dimensão e natureza do projeto.

3.1 Comparação entre os componentes dos processos do PRINCE2 e as áreas

de conhecimento do PMBOK

PRINCE2 é composta por 8 elementos, ou "componentes". São eles:

Business Case, Organização, Planos de Controle, Gestão de Risco, Qualidade

em um ambiente de projeto, gerenciamento de configuração e controle de

mudanças. A tabela 5, a seguir, relaciona esses componentes com as Áreas de

Conhecimento do PMBOK:

PMBOK - Áreas de conhecimento

PRINCE2 - Components

Integração Processos e componentes combinados, Controle de mudanças Escopo, Tempo e Custo Plans, Business Case Qualidade Qualidade, Gerenciamento da configuração Risco Risco Comunicações Controles Recursos humanos Organização (limitado) Aquisições Not Covered

Tabela 3.1 - Relação entre Áreas de conhecimento (PMBOK) e Componentes (PRINCE2) – (Fonte: SIEGELAUB)

38

Esses componentes não são tão bem definidas como as áreas do

conhecimento. Por exemplo, PRINCE2 cobre a gestão do tempo e de Custos

dentro do componente “planos”, apenas a medida que o tempo e do custo do

projeto interferem no desenvolvimento e são vistos como informações

necessárias para visualização do desenvolvimento do plano do projeto em

questão.

A existência de uma relação viável entre um plano de negocio e um

projeto é a condição de controle principal num projeto baseado no PRINCE2. O

plano de negócios deve ser verificado pelo conselho de projeto ates do começo

do projeto e também de todas as decisões importantes do projeto. A qualquer

momento o projeto deve ser parado se ele for detectado como inviavel por

algum motivo.

Com a implementação do PRINCE2 o gerente de projetos geralmente

tem que se dirigir Via pessoas do seu mesmo patamar de autoridade para se

ter acesso a funcionários e atividades pertencentes a outras estruturas de

gerenciamento, cada um dos gerentes devem ter experiencia necessária para

visualizar que todos os recursos (humanos ou não) estão comprometidos e

envolvidos no projeto. Além disso, decisões de viabilidade devem ser feitas

durante o gerenciamento, essas decisões são de responsabilidade dos

gerentes. Os gerentes devem formar um conselho de projeto que visa

homologar em colegiado as decisões tomadas pelos gerentes.

Os planos do projeto ditam as diretrizes que devem ser tomadas e

norteiam as decisões e ações envolvida no projeto. Para que os planos do

projeto sejam satisfatoriamente atendidos deve existir um sistema de

gerenciamento de informações. As decisões tomadas durante o projeto devem

ser aprovadas e atender as demandas dos níveis de organização do projeto

apropriados. O componente “planos” de um projeto PRINCE2 enfatiza os

mesmos conceitos e aborda os mesmos pontos do processo de planejamento.

E também remete a fase de planejamento do PMBOK.

Assim como no PMBOK, Para a metoddologia PRINCE2, o

gerenciamento de risco é uma parte essencial do gerenciamento de projeto,

tendo em vista que um trabalho projetizado é inerentemente menos previsível

39

que um trabalho repetitivo. Para conter os riscos durente o projeto, eles devem

ser gerenciados de uma maneira disciplinada, fazendo uma analise dos riscos

associados ao projeto e estudando como gerenciar estes riscos.

Um gerenciamento da qualidade serve para criar formas de se verificar

se o projeto irá ter resultados satisfatório no que diz respeito ao atendimento

das especificações e das padronização do projeto. No Prince2 a busca pelo

atendimento das especificações do projeto acontece seguinte os mesmos

preceitos apresentados no PMBOK. Os requerimentos de qualidade das

entregas dos projetos são baseadas nas descrições dos produtos, que são

preparados pelo gerente de projeto e aprovados pelo conselho de projeto.

No decorrer de um projeto que utilize o PRINCE2 é necessário uma

série de controles que ajudam na previsão e nas decisões para a resolução de

problemas. Nenhum projeto é conduzido 100% de acordo com o plano, sendo

comuns desvios em custo, prazo, ou em algum outro indicador. Aqui é aplicado

o conceito de tolerância, onde se definem os níveis de tolerância que o projeto

pode aceitar. Isso significa que, se a cada verificação de status o projeto estiver

dentro da faixa de tolerância, não será preciso nenhuma ação do Project

Board, que será acionado somente se houver alguma previsão de que as

referidas faixas serão excedidas. Isso é conhecido como gerenciamento por

exceção, uma forte característica dos projetos PRINCE2.

De forma parecida com o gerenciamento de escopo apresentado no

PMBOK, No PRINCE2 as modificações de escopo do projeto é realizado

através de funções essenciais e informações necessárias para a gerência de

configuração, garantindo o correto versionamento dos produtos a serem

entregues. Constitui uma proteção para os produtos do projeto.

Nenhum dos componentes do PRINCE2 é novidade frente aos

conceitos apresentados nas áreas de conhecimento do PMBOK. O PRINCE2

apenas complementa essas áreas de conhecimento destacando esses

componentes como elementos fundamentais para o sucesso do projeto, muitas

vezes sub-dirigida por gerentes de projeto. A metodologia PRINCE2 organiza

esses componentes em um modelo de processo, reconhecendo que o fluxo e

40

relacionamento são fundamentais para a correta utilização dos conceitos

identificados nos componentes (e áreas do conhecimento).

3.2 Processos do PRINCE2

Um gerenciamento de projeto que utiliza o Prince2 é divido em

estágios, de forma que existam diversos etapas no projeto onde cada uma

corresponde a diferentes níveis de decisões, de forma semelhante às fases do

modelo de processo do PMBOK. No fim de cada uma dessas etapas deverão

ser tomadas decisões sobre o projeto.

Usando o PRINCE2 as decisões sobre o projeto como um todo são

tomadas antes de olhar para qualquer trabalho de desenvolvimento. PRINCE2

diferencia a inicialização, planejamento e fechamento para o projeto global

("Starting a project", "Initiating a project" e "Closing a project") das atividades de

inicialização e encerramento de cada uma das fases ("Managing Stage

Boundaries ").

A execução efetiva e o Controle do trabalho de desenvolvimento (de

viabilidade ou Requisitos) mostra-se ao nível de estágio, através de "

Controlling a Stage " e " Managing Product Delivery". A supervisão do projeto,

que é feita pelo Conselho de Administração do Projeto, ocorre em todo projeto

que através do processo "Directing a Project”. "Planning" é um processo

generalizado, que é acessado em todos os níveis do projeto, conforme

necessário.

3.3 Os pontos fortes do PRINCE2 em relação ao PMBOK

PRINCE2 tem uma série de características impressionantes e úteis que

a distinguem de outras metodologias de gestão do projeto. Sua força reside na

sua abordagem do senso comum. Cada uma das seguintes características

suplementa o que o PMBOK fornece - através de um foco muito específico, ou

oferece uma perspectiva além do que é apresentado no PMBOK.

41

3.3.1 Organização e Conselho de Projeto

Talvez o mais significativo dos recursos do PRINCE2 é o conceito do

Conselho de Projeto. PMBOK se refere a um "patrocinador" em termos gerais,

e sugere que o papel do patrocinador deve estar jogando no apoio ao projeto.

PRINCE2 é mais específico - ele chama o conselho do projeto para a

supervisão e apoio de uma forma claramente delineados, não requerendo o

uso de qualquer característica particular. Desta forma as decisões do projeto

serão mais robusta na aplicação do recurso, reduzindo o risco global do

projeto.

Na maioria dos projetos, a autoridade (quem detem o controle dos

recursos) não se relaciona com as consequências do sucesso ou fracasso: alta

gerência tem autoridade, mas muitas vezes não é responsabilizado pelo

sucesso ou fracasso do projeto. Enquanto o gerente de projeto é

responsabilizado, mesmo com autoridade insuficiente sobre os recursos para

garantir a conclusão do trabalho. No PRINCE2 o Conselho de Projeto é tratado

como “dono” do desenvolvimento do projeto, ajudando a garantir o seu

compromisso de obter o trabalho concluído. Ao mesmo tempo, o conselho de

projeto concede autoridade para o gerente de projeto, deixando em sua mão os

recursos no decorrer do projeto. Enquanto o PMBOK sugere que isto irá

acontecer sob certas estruturas organizacionais, o PRINCE2 acredita que pode

ser implementado na maioria dos ambientes.

O PRINCE2 propõe o controle de gestão de quem está em melhor

posição para tomar decisões sobre a viabilidade do projeto. O Conselho de

Administração do Projeto é baseado na representação do negócio (falando de

como o projeto vai beneficiar a organização como um todo), o usuário (por

valor e usabilidade do projeto em um nível funcional) e os fornecedores (para

quem vai entregar o solução). Estas são as funções que podem assegurar a

disponibilidade de recursos (se eles estão no nível adequado de organização),

e são o tipo e o nível de recursos que um gerente de projeto precisa para

resolver os problemas que surgem durante um projeto. Apoiar o gerente de

projeto faz parte do papel do Conselho de Administração - dando o acesso

42

gerente de projeto e de autoridade em partes da organização necessária para

assegurar o sucesso.

O modelo de processo deve ser identificado pelo conselho de projeto

no início, no processo "Starting up a project". Pela metodologia PRINCE2 um

conselho de projeto que é montado sem ter representação de todos interesses

envolvidos (Business, usuário, fornecedor), é improvável que haja apoio

suficiente para o sucesso do projeto. (Este é um exemplo de como PRINCE2

une o que tem de ser feito com o porquê de quando isso deve ser feito para ser

mais eficaz).

3.3.2 Decisões baseadas no plano de negócios

A relação com o plano de negócios da empresa é um componente do

PRINCE2, mas é importante não superenfatizar este ponto. A

responsabilidade pela Business Case pertence ao Conselho de Projeto e

Gerente de Projeto. O conselho de Projeto cria e possui o processo de negócio,

o gerente de projeto fornece a informação que permite que o conselho possa

avaliá-la e também garante que o processo de negócio é considerado nas

decisões de projeto. O PRINCE2 cria a noção de decisão explícita de ir/não-ir -

com base no plano de negócios - no start-up e início do projeto, e também no

final de cada etapa.

3.3.3 Planejamento baseado no produto

O elemento inicial do Planejamento Baseado no produto do PRINCE2 é

a técnica de gerenciamento Product Breakdown Structure, que é similar a

Estrutura analitica de projeto (EAP) do PMBOK, estas tecnicas são usadas

para identificar os elementos constitutivos das entregas do projeto. PRINCE2

continua a lógica de se concentrar em produtos (já que são o objetivo do

projeto, e não as atividades), através de uma etapa adicional para essa técnica:

explicitando os resultados através de descrições do produto. PRINCE2 faz uma

descrição do produto, compreendendo essas características importantes, que

indicam o objetivo da conclusão do produto. Essas características são

43

compostas: da origem dos materiais e as tarefas necessárias para criá-lo, o

que ele deve ser parecido quando é feito, os recursos e as habilidades

necessárias para criá-lo, os critérios para aceitá-lo e como vamos garantir que

ele atenda seus critérios.

Esses traços esclarecem as expectativas e ajudam a garantir que o

produto sairá conforme previsto, será criada a primeira vez, não pelas

reconsiderações. Esses elementos juntos também servem como uma

referência inicial para uma mudança do produto. O rigor das descrição do

Produto, conforme é desejado seguindo o PRINCE2 vigorosamente

complementa a abordagem do PMBOK é. Essa ênfase na descrição de

produtos ajuda a garantir que uma boa base acordada será estabelecida,

melhorando os resultados do gerenciamento de escopo e da qualidade,

aumentando também o valor agregado. Descrições dos produtos dão uma boa

base para as estimativas de tempo e de recursos(humanos ou não). Além disso

tudo, também melhora a previsibilidade para o gerenciamento de risco. Todos

esses gerenciamaneos são o núcleo dos pacotes de trabalho.

3.3.4 Gerenciamento de emissões

Um princípio fundamental da gestão da qualidade é que informações

importantes não devem se perder; PRINCE2 também nos lembra que a gestão

das emissões é fundamental para qualquer sistema de qualidade. PMBOK faz

referência à existência de emissões que precisam ser gerenciadas, mas não

apresenta qualquer mecanismo ou abordagem de gestão. PRINCE2

recomenda o uso de um log mostrando detalhes de cada edição: descrição,

avaliação, as decisões sobre o assunto e status. Para o "quando" da gerência

da edição, particularmente PRINCE2 recomenda a identificação, atualização e

revisão de problemas durante o processo de execução ("Controlling a Stage") e

na conclusão de cada etapa ("Managing Stage Boundaries"). Nenhuma

metodologia de projeto poderá beneficiar de "maturidade", sem um processo de

gestão de emissão no local.

3.3.5 Pacotes de trabalho

44

O pacote de trabalho é o elemento de definição do sistema de

autorização de trabalho do PRINCE2: o pacote de informações relevantes para

a criação de um ou mais produtos (produtos). Ele contém uma ou mais

descrições de produtos como o núcleo do trabalho a ser executado. Pacote de

trabalho PRINCE2 também detalha todas as restrições sobre a produção, tais

como tempo e custo, e interfaces de confirmação que o trabalho pode ser feito

dentro dessas limitações.

O conteúdo do pacote de trabalho pode ir mais longe, fornecendo:

informações sobre os riscos; ou então, sugerindo ferramentas, técnicas ou

normas para desenvolver o trabalho, como o trabalho será revisado, verificado

e aprovado, como o trabalho será entregue, e como as questões, problemas e

estado estão a ser manipulados e comunicados. O pacote de trabalho torna-se

um mini-PID (Projeto de Iniciação Documento), transmitindo os requisitos do

projeto para os atores do trabalho. Tal como acontece com outras ferramentas

do PRINCE2, este produto pode variar em conteúdo e em grau de formalidade.

O teor dos pacotes fornece uma descrição mais detalhada do trabalho a ser

feito do que o PMBOK, juntamente com o mecanismo para garantir que o

trabalho realizado vai atender às expectativas em todos os níveis.

3.3.6 Gerenciamento de exceção

No PRINCE2, o processo para lidar com situações de excepção está

definido antes da execução. O Conselho de Administração do projeto não é

destinado a micro-gestão, mas eles terão um maior nível de conforto com o

Gerente de Projeto se o acordo é feito com antecedência. O PRINCE2 prevê a

comunicação interativa: "Taking Corrective Action" e “Escalating Project Issues"

por parte do Gerente de Projeto ("Controlling a Stage") e "Ad hoc directions" do

lado do conselho de projeto ("Directing a Project"). O conselho de Projeto fixa

limites de desempenho através do conceito de "Tolerância", que concede o

poder discricionário do gerente de projeto para executar o trabalho dentro do

tempo acordado e os limites de despesas. As Tolerâncias são definidas no

planejamento geral do projeto ("Initialing a project") e para cada fase do projeto

45

("Managing Stage Limites"), o Gerente de Projeto monitora se os valores

ultrapassaram os limites da Tolerância através do processo "Controlling a

stage".

3.3.7 Controle de mudanças e gerenciamento da configuração

Essas duas características são identificadas como componentes - Os

gerentes mais experientes que utilizam o PRINCE2 dizem "muitas pessoas

ignoram estes componentes porque eles parecem complicados, mas eles

podem ser simples e tem um valor significativo na redução do risco do projeto".

O PRINCE2 torna ambos compreensíveis, o que são e como usá-los. O

PRINCE2 faz uma integração desses componentes com as seguintes idéias: O

Controle de mudanças explica e demonstra como gerenciar solicitações de

mudança, enquanto Gerenciamento de configuração gerencia a catalogação, o

acompanhamento e a evolução real da prestação.

A mudança de base técnica de controle pode ser usada como é para o

mais simples dos projetos, ou aperfeiçoado para uso em um ambiente

complexo. O gerenciamento de configuração faz mais do que gerir a mudança,

ele fornece técnicas específicas para controle de entregas do projeto, incluindo

os registos de configuração e recomenda que se use um bibliotecário de

configuração. O que é importante é que o controle de mudanças e o

gerenciamento de configuração são necessárias peças de qualquer sistema

completo de gestão de qualidade. Como PRINCE2 é compatível com ISO9001,

foram incluídos e integrados com o resto do PRINCE2.

3.3.8 Revisões de qualidade

PMBOK gasta muito tempo no controle de qualidade, e várias

ferramentas e técnicas para realizá-la. Eles são em grande parte voltada para

um ambiente de produto físico. Praticamente todos as entregas internas do

projeto (que são necessárias para gerir o projeto em si) e muitas das entregas

intermediárias e centradas no cliente, no entanto, são textos ou arquivos

gráficos (relatórios, sites, especificações, etc). PRINCE2 proporciona uma

46

técnica excelente, testado para fazer controle de qualidade desses produtos - a

análise da qualidade. Estabelece as etapas e os recursos necessários para

avaliar a conformidade das prestações tal, usando as descrições do produto

como base para avaliação. Técnicas como essa, para fornecer orientações

sobre o tratamento desta situação da qualidade do desafio, são difíceis de

encontrar. Esta técnica pode ser executada no projeto inteiro e em qualquer

ambiente de projeto (Capacidade compartilhada por muitos aspectos do

PRINCE2).

3.4 Combinando o melhor do PMBOK e do PRINCE2

A metodologia PRINCE2 não foi desenvolvida para ser implementada

de forma isolada, apenas com seus conceitos, sua proprias experiencias e

necessidades. Ela deve ser vista como um aprofundamento do PMBOK, assim

faz mais sentido estudar o PMBOK e obter um certificado PMP antes de tentar

implementar uma metodologia PRINCE2. Geralmente os gerentes de projeto,

depois de receberem seus PMP´s se perguntam: "Onde eu começo? Como

faço para colocar tudo isso em conjunto para realmente executar um projeto? O

PRINCE2 torna-se útil, neste ponto, porque ele pode moldar e direcionar esse

conhecimento. Aqui estão várias abordagens para a obtenção de valor

utilizando o PRINCE2. Esta metodologia foi projetada de maneira integrada,

para que um gerente de projeto possa tirar o máximo proveito quando usa

elaem sua totalidade. Porém há elementos nela que pode ser levantado e

aplicado diretamente em qualquer ambiente de projeto. Nenhuma destas

abordagens requer desvios dos conhecimentos adquiridos por um PMP ou de

um ambiente apropriado ao PMBOK.

Use o PRINCE2 com suas abordagens únicas e utilizando seus

conceitos sobre o gerenciamento de projetos.Quando utilizar o PRINCE2 pense

num "pacote" de obras como um todo e concentre-se em elementos que

podem ser mais facilmente transplantadas em seu ambiente atual. Os

elementos mais simples são: Descrições de produto, controle de mudanças,

gerenciamento dos pontos controversos, revisão da Qualidade e Pacotes de

Trabalho (todos discutidos sob o título "Os pontos fortes do PRINCE2").

47

Nenhum destes exigirá a permissão de autoridades de fora do projeto, por isso

são facilmente implementados pelo gestor do projeto. Eles podem até mesmo

ser usado por equipes de projeto ou em sub-projetos. Como estas abordagens

e técnicas são melhor aceitas pelas partes interessadas, considere o uso de

outros aspectos do PRINCE2. Devido à abordagem integrada PRINCE2, se

você usar mais de uma abordagem para o gerenciamento você adicionará

recursos de uma maneira que não influencia os recursos já implementados.

Características como o conselho de projeto podem ser poderosas, mas exigem

um maior compromisso das partes interessadas para obter sucesso.

Mesmo que o PRINCE2 não seja utilizado como a metodologia para o

gerenciamento do projeto de uma empresa, ele pode ser tomado como base

para comprovar que a metodologia que está sendo usada é de baixo custo. E

também pode ser o núcleo de uma nova abordagem no gerenciamento de

projetos da sua empresa, talvez até conciliando os conceitos do PMBOK.

Existem experiências que mostram que esse tipo de gestão sempre

que tem sido implementada traz bons resultados, principalmente se tiver

disponibilidade de recursos. Essa integração de gestão apóia o cumprimento

dos requisitos do projeto e o cumprimento de planos de maturidade do negocio

da empresa no futuro.

Para se criar esta metodologia customizada um grupo pequeno de

gerentes pode criar um a forma de se implementar um gerenciamento desse

tipo, onde o entendimento dos conceitos e o planejamento da forma como será

a integração no ambiente de sua organização serão em torno do que preconiza

o PRINCE2. Como o núcleo dessa metodologia será baseado no PRINCE2,

uma equipe que tenha conhecimento desta metodologia conhecida saberá

como usá-lo da forma mais eficaz. Lembrando sempre que será importante

trazer grandes pedaços do PMBOK na metodologia para torná-la completa, por

isso, enquanto um gerente estiver aprendendo sobre PRINCE2, ele deverá

pense adiante e visualizar uma forma de customizar o gerenciamento de forma

a combinar os dois o PRINCE2 e o PMBOK.

48

CONCLUSÃO

Diante de todos os pontos expostos neste trabalho, podemos inferir

que existe um alto nível de compatibilidade entre o PRINCE2 e o PMBOK. O

segundo pode ser tomado como a base de conhecimentos necessários para se

gerenciar projetos, e toda empresa deverá leva-lo em consideração, já que o

seu uso fará com que tenha um aumento das chances de sucesso do

gerenciamento de seus projetos. O PRINCE2, em alguns aspectos, pode ser

visto como a materialização do PMBOK, sendo totalmente aderente às boas

práticas contidas nesta publicação.

A Prince2 agrega valores ao projeto que segue os fundamentos

apresentados no PMBOK. Ele provê um modelo de processos melhor

direcionado ao gerenciamento de um projeto específico e possui um processo

de planejamento mais claro, que permite ao gerente de projetos planejar o

esforço para fazer os planos necessários ao projeto. Além disso, o PRINCE2

possui uma estrutura organizacional com papéis e responsabilidades definidas

para o time de projeto, especificando quem faz o que e quando. Usando essa

metodologia o gerente de projetos estabelece a divisão do projeto em estágios,

facilitando o gerenciamento e o planejamento, estabelece também checks

points com processos detalhados para observação do progresso do projeto.

A metodologia PRINCE2, ainda acrescenta ao gerenciamento de

projetos a materialização do controle integrado de mudanças (sub-processo 4.6

do PMBOK), provendo uma detalhada abordagem de controle de mudanças e

gestão de configuração ao longo do processo de gerenciamento do projeto.

Determina processos claros para definição, verificação e controle do escopo do

projeto e, por fim, provê monitoramento e controle de riscos, que são fatores

intrínsecos aos processos de gerenciamento do projeto.

Usando o PMBOK e a PRINCE2 juntos o gerente de projeto estará

utilizando as vantagens de duas das mais respeitadas abordagens do

gerenciamento de projetos no mundo atual e consequentemente estará

absorvendo o melhor das duas fundamentações.

49

BIBLIOGRAFIA

PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, INC. A Guide to the project body of

knowledge: PMBOK guide. 3ª Ed. Newton Square – PA – EUA, Project

Management Institute, 2004.

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51

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

PMBOK: O CONJUNTO DE PRÁTICAS E CONHECIMENTOS DE

GERENCIAMENTO DE PROJETO 9

1.1 - O que é o pmbok? 9

1.2 – Estrutura do gerenciamento de projetos 9

1.2.1 - Objetivo do pmbok 9

1.2.2 - O que é um projeto 10

1.2.3 - O que é gerenciamento de projetos 10

1.2.4 - Organização do projeto 11

1.2.4.1 - Ciclo de vida de um projeto 11

1.2.4.2 - Stakeholders (partes interressadas) 12

1.2.4.3 - Influências organizacionais 15

1.3. Norma de gerenciamento de projetos de um projeto 19

1.3.1 - Grupo de processos de iniciação 21

1.3.2 - Grupo de processos de execução 21

1.3.3 - Grupo de processos de planejamento 22

1.3.4 - Grupo de processos de monitoramento e controle 23

1.3.5 - Grupo de processos de encerramento 23

1.4. Áreas de conhecimento em gerência de projetos 24

52

CAPÍTULO II

GERENCIAMENTO DE PROJETOS – SEGUNDO A METODOLOGIA DO

PRINCE2 28

2.1 – Introdução 28

2.2 - Evolução do PRINCE2 31

2.3 - Os processos do PRINCE2 31

2.4 - Componentes dos processos do PRINCE2 34

CAPÍTULO III

COMO A UTILIZAÇÃO DA METODOLOGIA PRINCE2 PODE

COMPLEMENTAR OS CONCEITOS DO PMBOK 36

3.1 - Comparação entre os componentes dos processos do PRINCE2

e as áreas de conhecimento do PMBOK 37

3.2 - Processos do PRINCE2 40

3.3 Os pontos fortes do PRINCE2 em relação ao PMBOK 40

3.3.1 Organização e Conselho de Projeto 41

3.3.2 Decisões baseadas no plano de negócios 42

3.3.3 Planejamento baseado no produto 42

3.3.4 Gerenciamento de emissões 43

3.3.5 Pacotes de trabalho 43

3.3.6 Gerenciamento de exceção 44

3.3.7 Controle de mudanças e gerenciamento da configuração 45

3.3.8 Revisões de qualidade 45

3.4 Combinado o melhor do PMBOK e do PRINCE2 46

CONCLUSÃO 48

BIBLIOGRAFIA 49

ÍNDICE 51

53

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: