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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA INCLUSÃO: UM DESAFIO POSSÍVEL Por: Marilene Garcia Cortes Orientador Prof. Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

INCLUSÃO: UM DESAFIO POSSÍVEL

Por: Marilene Garcia Cortes

Orientador

Prof. Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA

INCLUSÃO: UM DESAFIO POSSÍVEL

Requisito parcial para obtenção do grau de especialista

em Educação Inclusiva

Por: Marilene Garcia Cortes

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AGRADECIMENTOS

A minha família, o esposo Paulo Garcia Cortes, a filha Mariana Garcia Cortes que contribuíram muito em mais uma caminhada de vitória. Quero estender os agradecimentos a todos os colegas e amigos que me incentivaram com alegria, torcendo por mais essa conquista. Agradeço a minha orientadora, Professora Mary Sue Pereira pela paciência e dedicação ao longo do processo de orientação deste trabalho. Agradeço também aos professores do curso de Educação Inclusiva. Obrigada aos meus companheiros de turma e a Rejane Maximiliano Rodrigues.

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DEDICATÓRIA

Dedico a Deus, porque vem cuidando de mim

em todos os momentos da minha vida e aos

meus alunos com Necessidades Educacionais

Especiais que me fizeram acreditar ainda mais

na Educação Inclusiva.

.

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RESUMO

A Educação Inclusiva é um grande desafio, por isso teremos sempre que

trabalhar a diversidade rompendo as barreiras, com objetivo realmente de incluir

aluno na rede regular de ensino, pois buscando que a lei realmente possa

acontecer. Assim estaremos incluindo esse cidadão à sociedade.

A educação é um direito para qualquer cidadão e compete á escola e aos

educadores garantir a efetivação desse direito respeitando as diferenças,

promovendo progresso e o sucesso dos alunos com necessidades educativas. Uma

escola que possa atender efetivamente os educando. Buscando que realmente esse

direito aconteça.

Cabe ressaltar ainda o papel da escola e da família no processo de inclusão

de seu filho na rede regular de ensino.

Pode-se afirmar que inclusão da família e a escola, não é uma tare fácil, pois

atrair os pais para realização de atividades e integração com a escola muitas vezes

é preciso buscar estratégias mais adequadas e satisfatórias para uma participação

ativa e produzir assim bons resultado.

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METODOLOGIA

Este estudo teve como pesquisas em livros, as leis diretrizes e bases da

Educação nacional 9394, Ed Saraiva. De vários textos de sites, revistas e

experiências vividas com crianças com necessidades especiais.

O objetivo desse estudo é garantir o acesso e o direito para todo cidadão. A

participação de todos e a oportunidades igualitárias e incondicionais, respeitando as

características e as diferencias. Buscando desse direito oferecidas a todos na rede

regular de ensino. Ainda que o sonho não se torne real, o desejo já se pós a existir.

Por isso, podemos afirma que fazer do percurso um prazer não era tão somente um

desafio ou um sonho: tornar-se um caminho real quando impregnado pelo desejo e

o amor.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

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CAPÍTULO I - Fundamentos da Inclusão no Ensino Regular 10 CAPÍTULO II - Desafio da Escola Inclusiva 20

CAPÍTULO III – Escola e Família

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CONCLUSÃO

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BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS

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ÍNDICE

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

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INTRODUÇÃO

A educação inclusiva é um grande desafio, é preciso trabalhar as

diversidades, romper a barreira para que haja autonomia e interação possibilitando

assim a inclusão de todos no grupo, sendo um agente participativo na sociedade.

Buscar recursos especializados para socializar toda à espécie humana,

buscar atender as necessidades educacionais especiais de todo aluno, em sala de

aulas comuns, em um sistema regular, de formar e promover aprendizagem e o

desenvolvimento pessoal de todos.

O objetivo deste estudo é como incluir crianças com necessidades especiais

em escola regular.

Uma prática pedagógica coletiva dinâmica e flexível para que haja mudanças

significativas na estrutura e no funcionamento das escolas, na formação dos

professores nas relações família, que são peças fundamentais no processo de

inclusão.

Uma prática pedagógica coletiva, dinâmica e flexível para que haja mudanças

significativas

Na estrutura e no funcionamento das escolas, na formação dos professores e

na relação com a família, que são peças fundamentais no processo de inclusão.

A educação é um direito para qualquer cidadão e compete á escola e aos

educadores garantir a efetivação desse direito de maneira incondicional respeitando

as diferenças desses alunos bem como suas origens, seu ritmo e condições de

aprendizagem. O desafio da educação inclusiva é a implantação de uma educação

de qualidade e que atenda a todos os alunos sem nenhuma discriminação e que

reconheça e respeite as diferenças no processo educacional para que a escola seja

verdadeiramente inclusiva.

Com objetivo de reforçar criação de habilidades e proporcionar novas

técnicas aos docentes com alternativas que possam prepará-los para uma

aprendizagem.

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A escola inclusiva deve ser a solução para, uma vez que é a escola a

responsável por formar o cidadão e a ela deve ser dada a oportunidade de obter e

manter um nível aceitável de conhecimento

Portanto deve ter por fim promover o acesso e o sucesso dos alunos com

necessidades educativas especiais na rede regular de ensino fundamental. Para

elaboração desta pesquisa foram pesquisadas referências como: livros revistas e

endereço eletrônico.

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CAPÍTULO I

FUNDAMENTOS DA INCLUSÃO NO ENSINO REGULAR

“O amor é constitutivo da vida humana, mas não é nada especial. O amor é o

fundamento do social, mas nem toda convivência é Social. O amor é a emoção

que constitui o domínio de condutas em que se dá a operacionalidade da

aceitação do outro como legítimo outro na convivência, e é esse modo de

convivência que conotamos quando falamos do Social. Por isso, digo que o

amor é a emoção que funda o social. Sem a aceitação do outro na convivência,

não há fenômeno Social”. Humberto Maturana.

No Brasil, o atendimento ás pessoas com deficiência teve início na época do

Império, com a criação de duas instituições: o Imperial Instituto dos meninos cegos,

em 1854, atual Instituto Benjamim Constant- IBC, e o Instituto dos surdos e Mudos,

em 1857 , hoje denominados Instituto Nacional da Educação dos surdos INES,

ambos no Rio de Janeiro.

No início do século xx é fundado o Instituto Pestalozzi (1926), instituição

especializada no atendimento ás pessoas com deficiência mental: em 1954, é

fundada a primeira Associação de Pais e Amigo dos Excepcionais – APAE; e , em

1945 , é criado o primeiro atendimento educacional especializado ás pessoas com

superdotação na sociedade Pestalozzi, por Helena Antipoff.

A Educação Inclusiva é um processo em que se amplia a participação de

todos os estudantes no estabelecimento regular de ensino. Trata-e de uma

reestruturação da cultura, da prática e das políticas vivenciadas nas escolas, de

modo que estas respondam a diversidade dos alunos tendo como objetivo o

crescimento, a satisfação pessoal e a inserção social de todos.

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A legislação sinaliza que a educação especial está se organizando para

receber alunos com necessidades especiais. A maior preocupação é a construção

de uma escola que procure atender efetivamente o educando.

Para compreender melhor o processo de inclusão é preciso lançar um olhar

sobre a história. Voltar ao mundo antigo, onde surgiram os primeiros sinais da

Educação inclusiva.

Segundo GADOTTI (2005). “Cristo do ponto de vista pedagógico, foi um

grande educador popular e bem sucedido. Seus ensinamentos ligavam

essencialmente á vida”. Portanto:

“(...) JÁ QUE FOI Jesus o primeiro a incluir no mesmo status social a mulher, a criança, o cego, o deficiente físico e os que estavam á margem da sociedade, integrando romanos, judeu e bárbaro, antecipando-se a movimentos que só surgiram efetivamente a partir do século xx”. GADOTTI (2005)

Então, apartir desses exemplos, já se encontravam os primeiros sinais da

Educação Inclusiva.

Decreto Nº 6253, de 13 de novembro de 2007. 6.571, de 17 de setembro de

2008.

Dispõe sobre o atendimento educacional especializado, regulamenta o

parágrafo único do artigo 60 da lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e

acrescenta dispositivo ao decreto nº de 13 de novembro de 2007.

O Presidente da República, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84,

inciso IV, e tendo em vista o disposto no art. 208, inciso III, ambos da constituição,

no art. 60, parágrafo único, da lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e mo art. 9,

2º, da lei nº11. 494, de 20 de junho de 2007.

Decreto

Art. 1º a união prestará apoio técnico e financeiro ao sistema público de

ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na forma deste Decreto,

com finalidade de ampliar a oferta do atendimento educacional especializado dos

alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades

ou superdotação, matriculados na rede pública de ensino regular.

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ART. 2º SÃO OBJETIVOS DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL

ESPECIALIZADO.

ART. 9º ADMITIR-E Á, A PARTIR DE 1º DE JANEIRO DE 2010, PARA

EFEITO DA DISTRIBUIÇÃO DOS recursos DO Fundef, o cômputo das matrículas

dos alunos da educação regular da rede pública que recebem atendimento

educacional especializado, sem prejuízo do cômputo dessas matrículas na

educação básica regular.

Em 1961, o atendimento educacional ás pessoas com deficiências passa a

ser fundamentado pelas disposições da lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional – LDBEM, lei nº 4.024/61 que aponta o direito dos “excepcionais” á

educação preferencialmente dentro do sistema geral de ensino.

A Constituição Federal de 1988 traz como um dos seus objetivos

fundamentais “promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo,

cor idade e quaisquer outras formas de descriminação” (art3º, inciso Iv). Define, no

artigo 205, a educação como um direito de todos, garantindo o pleno

desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o

trabalho. No seu artigo 206, inciso I, estabelece a “igualdade de condições de

acesso e permanência na escola”.

Como um dos princípios para o ensino e garante como dever do Estado, a

oferta do atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular

de ensino (art.208).

Essa posição se fortaleceu por intermédio do compromisso assumido pelo

Brasil ao se manisfetar signatário dos postulados elaborados em Salamanca

(Espanha, 1994) na conferência mundial sobre necessidades especiais: Acesso e

qualidade.

Na declaração de Salamanca e suas linhas de ação, o conceito de inclusão

educacional determina que as ações educativas sejam inspiradas na importância de

assegurar escola para todos, reconhecendo a diversidade social, promovendo a

aprendizagem em um processo dinâmico , de forma a atender ás aspirações , aos

desejos e ás expectativas do alunos , ou seja , ás necessidades educacionais dos

alunos.

A educação integrada e a reabilitação apoiada pela comunidade

representam dois métodos complementares de ministrar o ensino a pessoas com

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necessidades educativas especiais. Ambas e baseiam no princípio da integração e

participação e representam modelo bem comprovados e muito eficazes em termo de

custo para fomentar a igualdade de acesso das pessoas com necessidades

educativas especiais, que faz parte de uma estratégia nacional cujo objetivo é

conseguir a educação para todos.

Segundo (Costallat 2003) o Brasil ratificou quase todos esses tratados e

convenções internacional ,e em, 1988, a Constituição Federal Brasileira incorporou

garantias ás pessoas com deficiências , tendo como um dos princípios fundamentai

o principio da isonomia ou principio da igualdade , que proíbe as diferenças

arbitrárias e as discriminações absurdas , de forma que as pessoas devem ser

tratadas desigualmente, na medida em que se desigualam.

Para (Lancilloti) a partir desse marco, mudanças ocorreram no âmbito legal,

cujo intuito era o de assegurar ás pessoas com deficiência o acesso ao mercado de

trabalho formal.

No âmbito das leis ordinárias, o Brasil se propõe, igualmente, a dar um

grande apoio aos que apresentam deficiência, exemplo disso é a lei que elaborada

em 1989, e que referendou a convenção nº159 da OIT. Essa lei definiu os direitos

das pessoas com deficiência, disciplinou a atuação do Ministério Público e criou a

Coordenadoria Nacional para Integração das pessoas portadoras de deficiência.

A educação inclusiva visa garantir o acesso e a participação de todos em

todas as possibilidades de oportunidades oferecidas pela escola e em outras

instâncias e impedir a segregação e o isolamento.

O termo educação inclusiva só veio aparecer, como sugestão , em 1988, no

artigo 208 da Constituição Federal citado acima, obrigando o Estado a ofertar ensino

para todos, sem distinção, de preferência em escola regular. Ma foi somente em

2007, com o lançamento do plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) tendo

como eixo a formação de professores para a educação especial, a implantação de

salas de recursos, curso multifuncionais, a acessibilidade arquitetônica aos prédios

escolares o acesso e a permanência das pessoas com deficiência na educação

superior e o acesso á dos favorecidos pelo benefício de prestação continuada

(BPC), que as escolas regularem passou a ter a obrigação de adaptação, tanto da

estrutura física, quanto dos recursos humanos, para atendimento de aluno com

deficiências físicas e intelectuais.

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Para a implantação do PDE foi publicado o Decreto nº6. 094/2007, que

estabelece a garantia do acesso e da permanência no ensino regular e o

atendimento ás necessidades educacionais dos alunos, fortalecendo seu ingresso

nas escolas publicas. Antoine de Saint-Exupery diz que “Só se vê bem com o

coração... O essencial é invisível aos olhos”.

A inclusão de alunos com necessidades especiais no sistema regular de

ensino é hoje a diretriz principal das políticas públicas educacionais tanto a nível

federal, quanto estadual e municipal (Ferreira e GLAT 2003;Oliveira &Senna, 2003 ).

Em âmbito federal, dentre outras iniciativas, o início III do art.208 da

Constituição Brasileira se refere ao atendimento educacional especializado aos

portadores de deficiência, “preferencialmente na rede regular de ensino” Na política

Nacional de Educação Especial elaborada em 1994 9 MEC/ SEESP, 1994), o MEC

estabelece como diretrizes da Educação Especial apoiar o sistema regular de

ensino para inserção dos portadores de deficiências, e dar prioridade ao

financiamento de projetos institucionais que envolvam ações de integração.

Esta mesma definição foi posteriormente reforçada na LEI de Diretrizes e

Bases da Educação nacional (lei nº. 9.394/96) e mais recentemente nas Diretrizes

Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (CNE /CEB, 2001)

Educação Inclusiva, entendida é aquela que proporciona ao aluno com

necessidades educativo especiais participar das atividades cotidianas da classe

regular, aprendendo as mesmas coisas que os demais- mesmo que de modos

diferentes, preferencialmente sem defasagem como agente mediador do processo

ensino- aprendizagem, cabe ao professor o papel de fazer as adaptações

necessárias no currículo escolar (GLAT e Oliveira, 2003).

O princípio da integração visa o estabelecimento de condições que facilitem

a participação da pessoa PNEE na sociedade, obedecendo aos valores

democráticos de igualdade, participação ativa e respeito a direitos e deveres

socialmente estabelecidos.

O princípio da integração, muito estudado por três décadas (1960 até 1990)

abrange todo o processo educativo. Integrar não é apenas colocar a pessoa com

necessidades educacionais especiais em qualquer grupo, consiste na aceitação

naquele que se insere.

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A rigor, como já dito acima, os direitos da pessoa com deficiência em relação

à educação nem precisariam estar positivados em lei: são direitos originários,

fundamentais, que decorrem do simples fato de o sujeito desses direitos de ser

pessoa humana.

Recepcionados em textos legais que vão desde os tratados internacionais até

uma simples portaria ministerial ou parecer de um órgão colegiado, passando pelas

leis ordinárias e pela própria constituição do país. Foi o que aconteceu com os

direitos das pessoas com necessidades educacionais especiais, particularmente,

com o direito à educação, visto na perspectiva da educação inclusiva, não como um

movimento de mão única, mas como um processo de mão dupla, onde, por um lado,

se reconhece à pessoa com necessidades especiais o direito de frequentar e de

usufruir todos os espaços e condições de vida, as mais normais possíveis, e, por

outro, se atribui à sociedade, através do poder público, a responsabilidade de

garantir à pessoa com deficiência reais condições de acessibilidade a todos os bens

materiais e culturais socialmente produzidos e disponíveis, eliminando toda e

qualquer barreira - física, cognitiva, cultural - que se interponha entre a pessoa com

deficiência e esses bens.

Do conceito de integração, que acentua o processo de adaptação do aluno

com necessidades educacionais especiais ao grupo, passa-se ao conceito e a

responsabilidade da sociedade de se reorganizar de forma a garantir, por meio de

políticas públicas definidas e concretas, condições físicas, materiais, de recursos

humanos, de equipamentos e de instrumentos legais que permitam à pessoa com

deficiência ser um cidadão como qualquer outro e ter a possibilidade concreta de

usufruir de tudo o que a sociedade oferece para que a inclusão escolar realmente se

efetive, na sua total dimensão.

Sem ter a pretensão de esgotar o tema referente às bases legais de uma

concepção de educação inclusiva, vamos fazer referências apenas aos documentos

que nos parecem fundamentais e que, na sua essência, apontam para a mesma

direção: o direito da criança com deficiência à educação, e, decorrente dele, o

direito dessa criança de ser matriculada numa turma de escola comum, junto com

as crianças da sua idade, com garantia de meios e recursos que supram os seus

impedimentos à aprendizagem e ao seu desenvolvimento afetivo e cognitivo.

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Fundamentado em sólidos pressupostos filosóficos e psicológicos, os diretos

legais que permitam à pessoa direito da criança com deficiência de frequentar a

escola comum e de receber nela um atendimento educacional especializado

encontra-se hoje legalmente reconhecido e solidamente regulamentado.

Segundo VIGOTKY( a formação social da mente) desenvolvimento dos

processos psicológicos superiores. São Paulo. Martins Fontes. (1998), ressaltam:

“Se construir conhecimentos implica uma ação compartilhada, já que é através dos

outros que as relações entre sujeito e objeto de conhecimento são estabelecidas, a

diversidade de níveis de conhecimento de cada criança pode propiciar uma rica

oportunidade de troca de experiências, questionamentos e cooperação. A aceitação

da criança deficiente pelos colegas vai depender muito do professor colocar em

prática uma pedagogia inclusiva que não pretenda a correção do aluno com

deficiência, mas a manifestação do seu potencial. A escola, nesta perspectiva, deve

buscar consolidar o respeito às diferenças, vistas não como um obstáculo para o

cumprimento da ação educativa, mas como fator de enriquecimento e melhoria da

qualidade de ensino e aprendizagem para todos, tanto para alunos com deficiência

quanto para aqueles sem deficiência.”

MANTOAN (2005) afirma que na escola inclusiva professores e alunos

aprendem uma lição que a vida dificilmente ensina: respeitar as diferenças. Ressalta

ainda, que a inclusão é a nossa capacidade de reconhecer o outro e ter o privilégio

de conviver com pessoas diferentes. Diferentemente do que muitos possam pensar,

inclusão é mais do que rampas e banheiros adaptados.

A escola para a maioria das crianças brasileiras é o único espaço de acesso

aos conhecimentos universais e sistematizados, ou seja, é o lugar que vai lhes

proporcionar condições de se desenvolver e de se tornar um cidadão, alguém com

identidade social e cultural.

A escola prepara o futuro e de certo que se as crianças conviverem e

aprenderem a valorizar a diversidade nas suas salas de aula, serão adultos bem

diferentes de nós, que temos de nos empenhar tanto para defender o indefensável.

A inclusão escolar remete a escola a questões de estrutura e de

funcionamento que subvertem seus paradigmas e que implicam em um

redimensionamento de seu papel.

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O movimento inclusivo, nas escolas, por mais que seja ainda muito

contestado, pelo caráter ameaçador de toda e qualquer mudança, especialmente no

meio educacional, é irreversível e convence a todos pela sua lógica, pela ética de

seu posicionamento social.

A inclusão está denunciando o abismo existente entre o velho e o novo na

instituição escolar brasileira. A inclusão é reveladora dessa distância que precisa ser

preenchida com as ações que relacionamos anteriormente.

Assim sendo, o futuro da escola inclusiva está dependendo de uma expansão

rápida dos projetos verdadeiramente imbuídos do compromisso de transformar a

escola, para se adequar aos novos tempos.

Se hoje ainda são experiências locais, as que estão demonstrando a

viabilidade da inclusão, em escolas e redes de ensino brasileiras, estas experiências

têm a força do óbvio e a clareza da simplicidade e só essas virtudes são suficientes

para se antever o crescimento desse novo paradigma no sistema educacional.

Não se muda a escola com um passe de mágica, a implementação da escola

de qualidade, que é igualitária, justa e acolhedora para todos, é um sonho possível.

A aparente fragilidade das pequenas iniciativas, ou seja, essas experiências

locais que têm sido suficientes para enfrentar o poder da máquina educacional,

velha e enferrujada, com segurança e tranquilidade. Essas iniciativas têm mostrado

a viabilidade da inclusão escolar nas escolas brasileiras.

As perspectivas do ensino inclusivo são, pois, animadoras e alentadoras para

a nossa educação. A escola é do povo, de todas as crianças, de suas famílias, da

comunidade, em que se inserem sem preconceitos, sem barreiras.

A escola prepara o futuro e de certo que se as crianças conviverem e

aprenderem a valorizar a diversidade nas suas salas de aula, serão adultos bem

diferentes de nós, que temos de nos empenhar tanto para defender o indefensável.

A inclusão escolar remete a escola a questões de estrutura e de

funcionamento que subvertem seus paradigmas e que implicam em um

redimensionamento de seu papel, para um mundo que evolui.

A inclusão está denunciando o abismo existente entre o velho e o novo na

instituição escolar brasileira. A inclusão é reveladora dessa distância que precisa ser

preenchida com as ações que relacionamos anteriormente.

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Assim sendo, o futuro da escola inclusiva está a nosso ver, dependendo de

uma expansão rápida dos projetos verdadeiramente imbuídos do compromisso de

transformar a escola, para se adequar aos novos tempos.

É necessário um comprometimento da realização desses direitos que

possam assegurar a garantia ao acesso a educação das pessoas com

necessidades especiais para que não sejam excluídas do sistema regular de ensino

sob alegação de que as criança com necessidades especiais não sejam excluídas

do ensino primário gratuito e compulsório ou do ensino Secundário. Sob alegação

de necessidades especiais. Medida de apoio individualizada e efetiva seja adotadas

em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de acordo

com meta de inclusão plena.

Confirma com esse fundamentos, a secretária de Educação especial do

Ministério de Educação publicou, em janeiro de 2008 , a Política Nacional de

Educação especial na perspectiva da Educação inclusiva, objetivando: Assegurar a

inclusão escolar de aluno com necessidades especiais, transtornos Globais do

desenvolvimento e altas habilidades, superdotação, orientando os sistemas de

ensino para garantir ; aceso , participação e aprendizagem no ensino comum ;oferta

do atendimento educacional especializado ;continuidade de estudos e acesso aos

níveis mai elevados de ensino ;promoção da acessibilidade; formação continuada de

professores para o atendimento educacional especializado ; formação de

profissionais da educação e comunidade escolar; transversalidade da modalidade

do Ensino Especial desde a educação INFANTIL ATÉ A EDUCAÇÃO SUPERIOR ;

E ARTICULAÇÃO INTERSETORIAL NA IMPLEMEMTAÇÃO DAS POLÍTICAS

PÚBLICAS .

A educação especial, na perspectiva da educação inclusiva, define sua

atuação junto ao ensino regular prevendo o emprego de procedimento didático –

pedagógicos e a disponibilização de materiais e equipamento específico, assim com

atendimento educacional especializado que promovam a aprendizagem dos alunos

com necessidades educacionais.

Faz-e necessária, portanto, uma política educacional de qualidade, em que

todos recebam o apoio particular requerido por suas necessidades individuais de

Aprendizagem, com vistas á educação inclusiva. Cujo desenvolvimento

viabiliza a ampliação da democracia social.

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No decorre do últimos ano, constatou-e , por intermédio dos Censos

escolares do MEC/Inep, o aumento do número de alunos com necessidades

educacionais especiais matriculados nas escolas e o aumento do total de alunos

incluídos nas classes comuns e conseqüentes avanço em sua escolarização e em

todas as áreas do seu desenvolvimento humano.

Mesmo considerando o crescimento das matrícula, ainda é significativo o

número de crianças, adolescentes, jovens e adultos com necessidades

educacionais especiais, principalmente aqueles com necessidades educacionais

especiais.

Tendo clareza de que a consolidação d e uma qualidade para todo implica

readequação da estrutura organizativa da educação brasileira, ressignificação do

conceito de aprendizagem, avaliação, currículo, metodologias de ensino, ambiente

escolar, gestão e práticas escolares, consistindo isso não somente na aceitação da

diferença humana, mas em sua valorização e no respeito ao ato ás possibilidades

de aprender dos alunos com necessidades especiais

Apesar do vários movimentos, no decorrer dos anos, na luta pelo direito das

pessoas com deficiência, ainda vemos perpetuar na sociedade manifestações de

preconceitos e discriminação relacionadas a essa pessoas.

Sob os ponto de vista legal, educacional, político e filosófico, o direito á

inclusão desses sujeitos parece estar assegurado, mas a sociedade precisa dar

consistência entre o eu discurso legal e a sua prática social.

Chama atenção para o fato de que são poucos os professore que motivados

por um processo de reflexão, procuram vias para confrontar suas representações e

desenvolver capacidades ou características pessoais que lhe permitem enfrentar

com sucesso.

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CAPÍTULO II

O DESAFIO DA ESCOLA INCLUSIVA

Toda criança precisa da escola para aprender e não para marcar passo ou

ser segregada em classes especiais e atendimentos à parte. A trajetória escolar não

pode ser comparada a um rio perigoso e ameaçador, em cujas águas os alunos

pode afundar. Mas há sistemas organizacionais de ensino que tornam esse

percurso muito difícil de ser vencida, uma verdadeira competição entre a correnteza

do rio e a força dos que querem se manter no seu curso principal.

Um desses sistemas, que muito apropriadamente se denomina "de cascata",

prevê a exclusão de algumas crianças, que têm déficits temporários ou permanentes

e em função dos quais apresentam dificuldades para aprender. Esse sistema

contrapõe-se à melhoria do ensino nas escolas, pois mantém ativo, o ensino

especial, que atende aos alunos que caíram na cascata, por não conseguirem

corresponder às exigências e expectativas da escola regular.

Para se evitar a queda na cascata, na maioria das vezes sem volta, é preciso

remar contra a correnteza, ou seja, enfrentar os desafios da inclusão: o ensino de

baixa qualidade e o subsistema de ensino especial, desvinculada e justa posto ao

regular.

Priorizar a qualidade do ensino regular é, pois, um desafio que precisa ser

assumido por todos os educadores. É um compromisso inadiável das escolas, pois

a educação básica é um dos fatores do desenvolvimento econômico e social. Trata-

se de uma tarefa possível de ser realizada, mas é impossível de se efetivar por meio

dos modelos tradicionais de organização do sistema escolar.

Se hoje já podemos contar com uma Lei Educacional que propõe e viabiliza

novas alternativas para melhoria do ensino nas escolas, estas ainda estão longe, na

maioria dos casos, de se tornarem inclusivas, isto é, abertas a todos os alunos,

indistinta e incondicionalmente.

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O que existe em geral são projetos de inclusão parcial, que não estão

associados a mudanças de base nas escolas e que continuam a atender aos alunos

com deficiência em espaços escolares semi ou totalmente segregados classes

especiais, salas de recurso, turmas de aceleração, escolas especiais, os serviços de

intolerância.

A escola para a maioria das crianças brasileiras é o único espaço de acesso

aos conhecimentos universais e sistematizados, ou seja, é o lugar que vai lhes

proporcionar condição de se desenvolver e de se tornar um cidadão, alguém com

identidade social e cultural.

Melhorar as condições da escola é e será um grande desafio para formar

gerações mais preparadas para viver a vida na sua plenitude, livremente, sem

preconceitos e sem barreiras. Não podemos nos contradizer nem mesmo

contemporizar soluções, mesmo que o preço que tenhamos de pagar seja bem alto,

pois nunca será tão alto quanto o resgate de uma vida escolar.

Reconhecer o direito das pessoas com deficiência á educação e deverão

assegurar um sistema educacional inclusivo em todos os níveis bem como o

aprendizado ao longo a vida.

A criação de condições físicas, ambientais e materiais para o aluno, em sua

unidade escolar.

Adaptação do ambiente físico escolar e paradigma da inclusão vêm ao longo

dos anos, buscando a não exclusão escolar e propondo ações que garantam o

acesso e permanência do aluno com deficiência no ensino regular. No entanto, o

paradigma da segregação é forte e enraizado nas escolas e com todas as

dificuldades e desafios a enfrentar, acabam por reforçar o desejo de mantê-los em

espaços especializados.

Contudo a inclusão coloca inúmeros questionamentos aos professores e

técnicos que atuam nessa área. Por isso é necessário avaliar a realidade e as

controvertidas posições e opiniões sobre o termo, outros aspecto a ser considerado

é o papel do professor, pois é difícil repensar sobre o que estamos habituados a

fazer, além do mais a escola está estruturada para trabalhar com a homogeneidade

e nunca com a diversidade.

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A tendência é focar as deficiências dos nossos sistemas educacionais no

desenvolvimento pleno da pessoa, onde se fala em fracasso escolar, no déficit de

atenção na hiperatividade e nas deficiências onde o problema fica centrado na

incompetência do aluno. Isso é cultura na escola, onde não se pensa como está se

dando esse processo ensino-aprendizagem e qual o papel do professor no referido

processo.

Temos que refletir sobre a educação em geral para pensarmos em inclusão

da pessoa com deficiência. Há também que se lembrar que todos os alunos vêm

com conhecimentos de realidade que não pode ser desconsiderado, pois faz parte

de sua história de vida, exigindo uma forma diferenciada no sistema de

aprendizagem.

Mas temos que pensar que para que a inclusão se efetue não basta estar

garantido na legislação, mas demanda modificações profundas e importantes no

sistema de ensino. No entanto:

Essas mudanças deverão levar em conta o contexto sócio econômico,

além de serem gradativas planejadas e contínuas para garantir uma

educação de ótima qualidade (Bueno, 1998).

Portanto a inclusão depende de mudança de valores da sociedade e a

vivência de um novo paradigma que não se faz com simples recomendações

técnicas, como se fossem receitas de bolo, mas com reflexões dos professores,

direções, pais, alunos e comunidade.

Contudo essa questão não é tão simples, pois, devemos levar em conta as

diferenças. Como colocar no mesmo espaço demandas tão diferentes e específicas

se muitas vezes, nem a escola especial consegue dar conta desse atendimento de

forma adequada, já que lá também temos demandas diferentes?

Para Kunc (1992), O princípio fundamental da educação inclusiva é a

valorização da diversidade e da comunidade humana. Quando a educação inclusiva

é totalmente abraçada, abandonamo-nos a idéia de que as crianças devem se

tornar normais para contribuir para o mundo.

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Temos que diferenciar a integração da inclusão, na qual na primeira, tudo

depende do aluno e ele é que tem que se adaptar buscando alternativas para se

integrar, ao passo que na inclusão, o social deverá modificar-se preparar-se para

receber o aluno com deficiência.

A inclusão também passa por mudanças na constituição psíquica do homem,

para o entendimento do que é a diversidade humana. Também é necessário

considerar a forma como nossa sociedade está organizada, onde o acesso aos

serviços é sempre dificultado pelos mais variados motivos.

Jamais haverá inclusão se a sociedade se sentir no direito de escolher quais

os deficientes poderão ser incluído, é preciso que as pessoas com necessidades

especiais falem por si mesmas, pois elas sabem do que precisam, sabem de suas

dificuldades e expectativas como qualquer cidadão.

Contudo é necessário propor medidas concretas para desenvolver ações

eficazes, que venham orientar para modificar essa Cultura velada de uma inclusão

que nem sempre leva em consideração a diversidade humana.

A preocupação por uma escola inclusiva e professores competentes são

partes integrantes de movimentos sociais, que lutam pela construção de uma

sociedade mais evoluída de direitos baseados em princípios diferentes do

convencional, pois implica na aceitação das diferenças individuais, na valorização

de cada pessoa e na convivência considerando a diversidade humana como uma

aprendizagem por meio de cooperação.

O termo inclusão já trás implícito a idéia de exclusão, pois só é possível incluir

alguém que já foi excluído. A inclusão está respaldada na dialética inclusão/

exclusão, com a luta das minorias na defesa dos seus direitos.

Para falar sobre inclusão escolar é preciso repensar o sentido que se está

atribuindo à educação, além de atualizar nossas concepções e resignificar o

processo de construção de todo o indivíduo, compreendendo a complexidade e

amplitude que envolve essa temática.

Também se faz necessário, uma mudança nos paradigma dos sistemas

educacionais brasileiros que ainda insistem em centralizar as avaliações em

resultados quantitativos supervalorizando as potencialidades lingüísticas e

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matemática, favorecendo uma pequena parcela de discentes em escolas de ensino

regular e deixando de lado outros discentes talentosos em outras áreas de ensino.

A idéia de uma sociedade inclusiva se fundamenta numa filosofia que

reconhece e valoriza a diversidade, como característica inerente à constituição de

qualquer sociedade. Partindo desse principio e tendo como horizonte o cenário ético

dos Direitos Humanos, sinaliza a necessidade de se garantir o acesso e a

participação de todos, a todas as oportunidades, independentemente das

peculiaridades de cada individuo.

O paradigma da inclusão vem ao longo dos anos, buscando a não exclusão

escolar e propondo ações que garantam o acesso e permanência do aluno com

necessidades educacionais especiais no ensino regular. No entanto, o paradigma da

segregação é forte e enraizado nas escolas e com todas as dificuldades e desafios

a enfrentar, acabam por reforçar o desejo de mantê-los em espaços especializados.

Contudo a inclusão coloca inúmeros questionamentos aos professores e

técnicos que atuam nessa área. Por isso é necessário avaliar a realidade e as

controvertidas posições e opiniões sobre o termo.

Outro aspecto a ser considerado é o papel do professor, pois é difícil

repensar sobre o que estamos habituados a fazer, além do mais a escola está

estruturada para trabalhar com uma cultura de homogeneidade e nunca com a

diversidade.

A proposta ideal para a inclusão é focar nas deficiências do sistema

educacional brasileiro, na qualificação dos profissionais de educação e na

descriminalização de pessoas com necessidades educacionais especiais, buscando

medidas que possam favorecer o pleno desenvolvimento e a valorização de suas

capacidades intelectuais.

Fala-se em fracasso escolar de alunos com déficit de atenção, com

hiperatividade, com necessidades educacionais especiais e outros, onde o problema

é de responsabilidade do aluno que não aprende ou é fraquíssimo, mas tudo isso é

cultura da escola, onde se pensa, mas não se faz a flexibilização de processo do

ensino-aprendizagem e muito menos é pensado qual é o verdadeiro papel do

professor no referido processo.

A reflexão sobre a educação em geral para se pensar em inclusão de

clientelas diversificadas em ensino regular é determinante na consideração e no

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respeito pelos conhecimentos já existente de sua realidade, onde as experiências

vividas fazem parte de sua história de vida, é a sua cultura e deverá ser preservada,

mas também, deve oferecer novos conhecimentos preparando-os para convivência

em sociedade, porém respeitando a realidade de cada um. Portanto:

Educadoras e educadores progressistas têm de estar alerta com relação a este dado, no seu trabalho de educação popular, uma vez que, não apenas os conteúdos mais as formas como abordá-los (FREIRE. p.42).

Porém deve-se pensar que para a inclusão tornar-se uma realidade concreta,

não basta estar garantida pela legislação, mas sim demandar modificações

profundas e importantes no sistema de ensino. Essas mudanças deverão levar em

conta o contexto sócio econômico dos alunos, considerando planejamentos

gradativos e contínuos para que possa garantir uma educação realista.

No entanto a inclusão depende de mudanças de valores da sociedade e de

uma vivência de um novo paradigma que não se faz com simples recomendações

técnicas ou como uma receita simples possível de seguir, mas através de reflexões

de professores, diretores, pais, alunos e comunidade.

Inclusão não é simplesmente integração, é incluir, é levar em conta as

diferenças, é colocar no mesmo espaço demandas diferentes e específicas que

muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desses atendimentos de

forma adequada, já que lá também tem demandas variadas. Assim:

"o princípio fundamental da educação inclusiva é a valorização da

diversidade e da comunidade humana. Quando a educação inclusiva é

totalmente abraçada, nós abandonamos a idéia de que as crianças devem

se tornar normais para contribuir para o mundo". Kund (1992).

É necessário e primordial diferenciar a integração da inclusão, na qual a

primeira tudo depende do aluno, é ele quem deverá se adaptar buscando

alternativas para se integrar, ao contrário dos passos da inclusão, que deverá ser

uma questão social com objetivo de preparar e modificar o ambiente de acolhimento

para receber o aluno com necessidades educacionais especiais.

É necessário ressaltar que a própria inclusão também passa por mudanças

na constituição psíquica do homem, para o entendimento do que é a diversidade

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humana. É considerável repensar também a forma como nossa sociedade está

organizada dentro de uma realidade onde o acesso das pessoas com necessidades

especiais aos serviços é sempre dificultoso por variados motivos.

Se continuarem alimentando a cultura de se sentirem no direito de escolher

quais as pessoas com necessidades especiais poderão ser incluídas em escolas

regulares, em espaços culturais, em esportes, em empregos e outros sem

considerar o direito de liberdade de escolha de cada um, então a inclusão, com

certeza é totalmente deficiente e ineficiente ou uma utopia.

Falar por si mesmo, saber o quê precisa, reconhecer suas dificuldades, ter

expectativas como qualquer ser humano é direito de qualquer pessoa, independente

de qualquer situação. Ouvi-los é necessário, mas o grande desafio da Educação

Inclusiva é dar acolhimentos e respostas as grandes questões da diversidade por

meio de acesso a um ensino de qualidade, a liberdade de ir e vir e a liberdade de

ser e de se expressar. “O maior obstáculo para a mudança está dentro de nos

mesmos , seja nas nossas atitudes, seja no nosso medo.” PETER MITTLER.

De certo que a inclusão se concilia com uma educação para todos e com um

ensino especializado no aluno, mas não se consegue implantar uma opção de

inserção tão revolucionária sem enfrentar um desafio ainda maior, o que recai sobre

o fator humano. Os recursos físicos e os meios materiais para a efetivação de um

processo escolar de qualidade cedem sua prioridade ao desenvolvimento de novas

atitudes e formas de interação, na escola, exigindo mudanças no relacionamento

pessoal e social e na maneira de se efetivar os processos de ensino e

aprendizagem.

A formação do pessoal envolvido com a educação é de fundamental

importância, assim como a assistência às famílias, enfim, uma sustentação aos que

estarão diretamente implicados com as mudanças é condição necessária para que

estas não sejam impostas, mas imponham-se como resultado de uma consciência

cada vez mais evoluída de educação e de desenvolvimento humano.

As escolas que não estão atendendo alunos com necessidades educacionais

especiais em suas turmas regulares se justificam, na maioria das vezes pelo

despreparo dos seus professores para esse fim. Existem também as que não

acreditam nos benefícios que esses alunos poderão tirar da nova situação,

especialmente os casos mais graves, pois não teriam condições de acompanhar os

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avanços dos demais colegas e seriam ainda mais marginalizados e discriminados

do que nas classes e escolas especiais.

Em ambas as circunstâncias, o que fica evidenciado é a necessidade de se

redefinir e de se colocar em ações com novas alternativas e práticas pedagógicas,

que favoreçam a todos os alunos, o que, implica na atualização e desenvolvimento

de conceitos e em aplicações educacionais compatíveis com o grande desafio que é

a inclusão.

Portanto as mudanças são fundamentais para inclusão, mas exige esforço de

todos possibilitando que a escola possa ser vista como um ambiente de construção

de conhecimento, deixando de existir a discriminação de idade e capacidade. Para

isso, a educação deverá ter um caráter amplo e complexo, favorecendo a

construção ao longo da vida, e todo o aluno, independente das dificuldades, poderá

beneficiar-se dos programas educacionais, desde que sejam dadas as

oportunidades adequadas para o desenvolvimento de suas potencialidades. Isso

exige do professor uma mudança de postura além da redefinição de papeis que

possa assim favorecer o processo de inclusão.

Para que a inclusão seja uma realidade, será necessário rever uma série de

barreiras, além da política e práticas pedagógicas e dos processos de avaliação. É

necessário conhecer o desenvolvimento humano e suas relações com o processo

de ensino aprendizagem, levando em conta como se dá este processo para cada

aluno. Devemos utilizar novas tecnologias e Investir em capacitação, atualização,

sensibilização, envolvendo toda comunidade escolar. Assim:

‘As escolas inclusivas propõem um modo de se constituir o sistema educacional que considera as necessidades de todos os alunos e que é estruturado em função dessas necessidades. A inclusão causa uma mudança na perspectiva educacional, pois não se ajuda somente os alunos que apresentam dificuldades na escola, mas apóia a todos, professores, alunos, pessoal administrativo, para que obtenham sucesso na corrente educativa geral. ”(MONTAM, 1997, p.121)

Focar na formação profissional do professor, que são relevantes para

aprofundar as discussões teóricas práticas, proporcionando subsídios com vistas à

melhoria do processo ensino aprendizagem. Assessorar o professor para resolução

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de problemas no cotidiano na sala de aula, criando alternativas que possam

beneficiar todos os alunos.

Portanto considerar a utilização de currículos e metodologias flexíveis,

levando em conta a singularidade de cada aluno, respeitando seus interesses, suas

idéias e desafios para novas situações. Investir na proposta de diversificação de

conteúdos e práticas que possam melhorar as relações entre professor e alunos.

Deve-se considerar a própria avaliar de forma continuada e permanente,

dando ênfase na qualidade do conhecimento e não na quantidade, oportunizando a

criatividade, a cooperação e a participação.

O sistema de ensino tem o dever de dar base para que o aluno com

necessidades educacionais especiais construa conceitos e tenha experiências

sociais de forma a ser útil participativo e atuante na sociedade, desse modo, a

avaliação é um importante processo na construção do indivíduo como cidadão, pois

diagnostica o conhecimento que o aprendiz constrói através de conceitos,

desenvolvendo e raciocinando levando-o a investigação e solução para os

problemas da sociedade na condição de ser também parte delas.

Desse modo a avaliação para o alunado especial não pode ser apenas

diagnosticada através de conteúdos assimilados como de prátis comum em escolas

regulares, deve se considerar diante da clientela diversificada um diagnóstico do

processo de aprendizagem do alunado, pois a avaliação deve significar acompanhar

o caminho que o aluno especial segue em seu processo de ensino para que ele

interaja com esse mundo buscando seu despertar em volta de si buscando nova

realidade.

Avaliar não pode significar aprovar e reprovar o alunado, pois sim

acompanhar todos os percursos do desenvolvimento de aprendizagem dele,

descobrindo suas necessidades, habilidades e dificuldades para que possa rever

todo planejamento em prol do bom êxito no desenvolvimento educacional e social,

principalmente do aluno com necessidade educacional especiais.

A avaliação em sua própria concepção de forma tradicionalista vê-la como

produto a ser fornecido pelo alunado, fruto de uma suposta aprendizagem ao longo

de cujo processo ele é comparado aos seus colegas ou considerado acima ou

abaixo do normal, ou na média, ele passa a ser co-agente da construção de seu

próprio conhecimento e, consequentemente, co-participante nos processos

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avaliativos, não só de si mesmo, como também do professor e do próprio ensino-

aprendizagem.

A avaliação inclusiva é diversificada, são oferecidas várias oportunidades e

formas diferentes do aluno mostrar como está se saindo ao longo do processo

educacional. Se o aluno apresentar dificuldades a escola deverá prevê alternativas

através dos quais ele possa complementar sua expressão de acordo com as suas

limitações mostrando o resultado de seu processo de construção educacional.

Para inclusão é necessário um processo de avaliação que possibilita um

progresso de negociação entre aluno e professor para que se instaure na relação

pedagógica, o que por sua vez apenas enriquece a experiência educacional de

ambas as partes.

Presenciamos nas últimas décadas, que as escolas e seus educadores têm

se deparado com uma nova e desafiadora questão: a de incluir as pessoas com

necessidades educacionais especiais nas salas de aulas da rede regular de ensino.

Portanto:

“A Questão proposta em toda a educação, independentemente de patologia ou de outras dificuldades, é canalizar a emoções do aprendente para as suas experiências de aprendizagem. Sempre que atentarmos para o interesse do aluno e os seus desejos em nossa prática pedagógica, estaremos comunicando-o com seu afeto. Para não desistirmos de nossos propósitos na educação, devemos fazer isto em nosso trabalho e, para que os nossos alunos também não desistam, precisamos contagiá-los com o nosso amor. Nada se constrói com qualidade na educação sem o amor.” (CUNHA. 2011.p. 75)

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CAPÍTULO III

A escola para construir uma comunidade escolar inclusiva é preciso o

planejamento e o desenvolvimento do currículo que conduza aos resultados

esperados pelos setores educacionais. Porém antes de se construir uma proposta

pedagógica, é necessária compreender o currículo não como uma proposição

acabada. É necessário compreender como relacional à cotidianidade discente, que

não é inerte, mas sim vivente.

No entanto é a partir do aluno que se modela os quefazeres da sala de aula.

O currículo não deve ser visto como um instrumento do formalismo tampouco como

resultado de ações improvisadas. É necessário considerar dentro de uma visão

realista que o currículo precisa ir do formalismo ao lúdico e do lúdico ao formalismo,

da disciplina à criatividade e da criatividade à disciplina. Seu mote é a autonomia

discente, dentro de um processo educativo de prazer pedagógico, criatividade e

valorização dos alunos das escolas, dentre eles os alunos que apresentam

necessidades educacionais especiais.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) visam oferecer uma proposta

flexível, a ser concretizada nas decisões regionais e locai a respeito dos programas

empreendidos pelas autoridades governamentais, pelas escolas e pelos

professores. Não pretendem ser um modelo curricular homogêneo e impositivo, mas

conectado com a política dos estados e municípios, de acordo com a diversidade

sociocultural das diferentes regiões do País e a autonomia docente.

Vale lembrar também que o ideário da LDB, Lei de diretrizes e Bases da

educação (9394/96), prioriza o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo

como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo, da

tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamentam a sociedade.

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Porém sabendo da necessária valorização do aprendizado da leitura e da

escrita plena e os cálculos que são essenciais para a vida social, o que acontece, o

mais das vezes, é que estudantes na educação especial precisam primeiramente

aprender a comer sozinho, vestir-se, servir-se, escovar os dentes, ter autonomia na

vida diária.

Por isso é enfatizada pela LDB a aquisição da capacidade de aprendizagem,

tendo em vista conhecimentos, habilidades e formação de atitudes e valores,

ressaltando os vínculos familiares, os laços de solidariedade humana e de tolerância

recíproca. Assim:

“... Desejamos apresentar a possibilidades de um sonho, aliás, um bom educador é aquele que ajuda a produzir sonhos que parece utópico, mas existe a possibilidades de viabilizar-se pelas mãos amorosas em ação. Esta utopia é humanização e a amorosas na e pela educação; uma educação com e por amor, uma educação que vise muito além de formação do fazer, mas uma educação do Ser”.

É necessário preparar a equipe para trabalhar de maneira construtiva em

benefício da inclusão de alunos com necessidade especiais de forma a se

considerar que educar para diversidade é inserir distintas idéias e compartilhar

conhecimentos para melhoria de um progresso contínuo.

Construir uma escola atraente e para a diversidade torna-se um desafio nos

dias atuais. Porém, um desafio que poderá ser superado com termos práticos de

trazer o campo da educação o interesse e o amor dos atores da escola. Um aluno

que ama aprende melhor; um professor que ama ensinar, ensina melhor. Porém não

deve se iludir achando que basta amar para ser um bom professor. Antes do seu

amor, é necessário estudar, pesquisar, trabalhar, desta forma adquire os

instrumentos mediadores essenciais ao exercício docente.

Investimentos em tecnologias para dar apoio, servindo como um importante

dispositivo da comunicação para conectar a escola à comunidade e o ensino dos

resultados esperados, além de grupos de professores atuando como planejadores

instrutores e avaliadores de programa que conduzem a uma ação pedagógica

inclusiva.

Segundo TEIXEIRA e NUNES Promover uma educação inclusiva não é privar

o indivíduo do direito de ser avaliado, de ser contemplado e analisado em seu

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crescimento e desenvolvimento. Trabalhar de modo inclusivo é manter certos

princípios do padrão

Universal, pois as pessoas com necessidades especiais têm o direito de serem

avaliados em suas potencialidades, de serem enxergados como sujeitos capazes de

superarem expectativas.

Permitindo que dentro dessas expectativas, que todo alunado com

necessidades educacionais especiais tenha a oportunidade de demonstrar

resultados de autonomia e conhecimentos acadêmicos considerando suas

limitações, que possam equalizar e disseminar uma educação de qualidade para

todos.

A Educação Inclusiva na perspectiva escolar é uma questão de direitos

humanos, e os indivíduos com necessidades educacionais especiais devem fazer

parte das escolas, as quais devem modificar seu funcionamento para incluir os

alunos.

È necessário que o sistema educacional assuma os objetivos da educação

inclusiva com relevância e desperte no aluno o desejo de desenvolver sua auto-

estima.

A escola deve fazer intervenções e oferecer desafios adequados ao aluno

como necessidades especiais que favoreça valorizar suas habilidades trabalhando

sua potencialidade intelectual reduzindo as limitações provocadas pela deficiência,

apoiar a inserção familiar escola e social, bem como prepará-lo para uma adequada

formação profissional, almejando seu desenvolvimento integral.

O empenho da escola poderá implicar mudanças na família. Conversas

constantes demandam ajuda mútua e procedimentos sempre voltados para a

educação dos estudantes. As ações educativas carecem ser conduzidas em

conjunto, com diretrizes específicas e combinadas.

Em muito casos, essa coadunabilidade resultará em um mesmo proceder nos

dois espaços. As atitudes da vida prática, como hábitos de higiene; de objetivos

pedagógico, e os diversos e o diversos estímulos para o contato social precisarão

ser concordes. É necessário que os pais e os profissionais da escola trabalhem da

mesma forma, estabelecendo os mesmos princípios que permitirão uma articulação

harmoniosa na educação.

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É importante que se perceba que quando a educação do aprendente é

prioridade familiar, a escola tende a acompanhar as expectativas. Em muitos casos,

contratam profissionais especializados ou elaboram um currículo diferenciado em

razão das necessidades dos alunados.

O grande desafio da educação inclusiva é exatamente o exemplo acima, é

educar para inclusão social, inserindo também a família e fortalecendo esses dois

núcleos básicos da sociedade. O efeito a ação educativa da escola ao incluir o

educando ao meio escolar, necessita incluir também a sua família nos espaços de

atenção e atuação pedagógica.

Estruturar a escola através dos sujeitos que dela fazem parte e das relações

que estabelecem entre si e com o meio. Nestas relações aparece a singularidade de

cada sujeito, a sua cultura, o seu ponto de vista, a sua leitura de mundo, que

comunicados aos outros, contribuem para a construção de conhecimentos.

Segundo MONTOAN A escola é a instituição por intermédio da qual a criança

se introduz no mundo publico, e daí o papel do Estado em relação a todas elas.

A família cabe o dever de garantir á criança o que é típico do domínio privado

do lar, e ao estado cabe garantir o direito indispensável da criança á educação

escolar, pois é ela que faz a transição entre essas duas vidas.

No entanto a construção de uma sociedade inclusiva exige mudança de

idéias e de práticas construídas ao longo do tempo. É importante se prover de

cuidados e apoio à família e à comunidade, para que as crianças e adolescentes

tenham condições favoráveis para um desenvolvimento saudável.

Sabe-se, entretanto, que a família tem se encontrado, historicamente, numa

posição de dependência de profissionais em diferentes áreas do conhecimento, no

sentido de receberem orientações de como proceder em relação às necessidades

especiais de seus filhos.

É muito comum ver famílias se movimentando, em busca de atendimento ou

mesmo freqüentando serviços diferentes, sem ter noção do que é que estão

fazendo.

Constata-se que a relação entre a família e profissionais tem sido uma relação de

poder do conhecimento nas decisões do que é melhor para seus filhos.

Faz-se necessário que a família construa conhecimentos sobre as

necessidades especiais de seus filhos, bem como desenvolva competências de

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gerenciamento do conjunto dessas necessidades e potencialidades. É importante

que os profissionais desenvolvam relações interpessoais saudáveis e respeitosas,

garantindo-se assim maior eficiência no alcance de seus objetivos.

A família precisa construir padrões cooperativos e coletivos de enfrentamento

dos sentimentos, de análise das necessidades de cada membro e do grupo como

um todo, de tomada de decisões, de busca dos recursos e serviços que entende

necessários para seu bem estar e uma vida de boa qualidade.

É essencial que se invista na orientação e no apoio à família, para que esta

possa melhor cumprir com seu papel educativo junto a seus filhos.

Cabe ao poder público garantir um sistema de serviços que promova a saúde

física e mental das famílias, em geral, e das crianças e jovens e adultos, em

especial.

Muitas famílias vivem em condições socioeconômicas bastante precárias. A

mãe e o bebê têm o direito de serem respeitados e protegidos. Para tanto, devem

receber serviços e procedimentos que favoreçam a melhoria de suas condições de

vida, em geral e da saúde física e mental, em particular.

Cada município, portanto, precisa investir na identificação das necessidades

da população, para planejar os seus serviços e atendimentos. Assim, tornam-se

importantes questões tais como: Quais as características socioeconômicas das

gestantes que estão sendo atendidas pelo sistema de saúde? Que necessidades as

gestantes e suas famílias apresentam que precisam ser atendidas pelo sistema

público (informação, orientação, atendimento psicológico, social, encaminhamento a

outros serviços). O sistema de saúde municipal encontra-se organizado para

atendimento regular e sistemático a essas necessidades? O município conta com

programas específicos para atendimento a essas necessidades? (ex. grupo de

hipertensas, violência familiar, alcoolismo, grávidas adolescentes, dentre outros)

Acima de tudo, a escola também tem o seu dever, a sua tarefa de ensinar os

alunos a compartilhar o saber os sentidos diferentes das coisas, as emoções a

discutir, a trocar pontos de vista. È na escola que desenvolvemos o espírito crítico, a

observação e o reconhecimento do outro em todas as suas dimensões.

Segundo DINIZ e VASCONCELOS (2004) “O princípio fundamental da

educação inclusiva consiste em que todas as crianças devem aprender juntas, até

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onde for possível. Não importando quais dificuldades ou diferenças que elas possam

ter”.

Para que se possa construir uma sociedade inclusiva é preciso antes de

qualquer coisa, trabalhar com um objetivo específico de mudar toda uma

mentalidade de pensamento das pessoas e na estrutura da sociedade, isso requer

certo tempo, mas o que irá realmente nortear e desencadear essas mudanças nas

pessoas é em um primeiro momento a real aceitação das pessoas com

necessidades especiais, essa aceitação deve começar pela própria família.

Quando nasce uma criança diferente do que os pais imaginavam, esses ficam

desesperados, sem rumo, sem saberem como agir, é como se o mundo caísse

sobre suas costas, todos seus planos fossem por água abaixo, ficam se sentindo

culpados por terem tido um filho (a) especial. Alguns, no início acabam tendo

depressão, não aceitam a criança, as rejeitam etc.

Mas, não dá para rejeitar toda a vida, afinal, é sangue do seu sangue, é fruto

de uma relação de amor, é uma vida nova que inicia, é uma benção de Deus e não

se pode simplesmente desistir. Têm-se é que erguer a cabeça, aceitar e procurar

toda ajuda possível, para oferecer o que estiver ao seu alcance para facilitar a vida

dessa pessoa especial.

O apoio da família, de médicos, especialistas, professores, município e da

própria sociedade para que a criança possa se desenvolver por completo. É

necessário que quanto mais cedo iniciar esse processo de consciência e apoio de

todas as entidades a criança com necessidade especiais, maior e melhor será com

certeza seu desenvolvimento e felicidade.

Como ressalta Aranha, 2004"Sabe-se, entretanto, que a família tem se

encontrado, historicamente, numa posição de dependência de profissionais em

diferentes áreas do conhecimento, no sentido de receberem orientações de como

proceder em relação às necessidades especiais de seus filhos”.

A família deve buscar toda orientação que conseguir, no entanto, não podem

transferir toda a responsabilidade de criação do filho a esses profissionais, tirando-a

de suas costas, afinal de contas, o trabalho dos profissionais só irá obter sucesso se

tiver o apoio e participação da família em casa. é difícil, sabe-se disso, com certeza

não é fácil mesmo, mas é preciso haver esse enfrentamento e essa vontade para

que se possa auxiliar essa criança que irá esperar e confiar plenamente nos pais

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para que possa melhor se desenvolver. O poder público, por sua vez deve

assegurar todo o atendimento nas áreas de saúde e educação para essa pessoa

portadora de necessidades, e deve, além disso, promover a saúde física e mental

não só da criança, mas de toda a família. O atendimento a gestante deve começar

desde o pré-natal (onde já se podem detectar possíveis problemas) e deve seguir

durante e após o parto e sempre que a família necessitar dos serviços.

Neste sentido, Soares apud Gil (2001) ressalta "Hoje na tentativa de

assegurar a permanência de algumas crianças com necessidades especiais no

ensino regular, percebo mais fortemente a importância de um trabalho junto às

mães da população de baixa renda, uma vez que pobreza, infelizmente, está

associada à falta de escolaridade e de acesso a determinadas informações, visando

ao esclarecimento acerca da deficiência de seus filhos. Em meu dia-a-dia, tenho

encontrado desde mães que acham que o problema de seu filho não tem solução,

àquelas que acham que seu filho não tem problema algum, o que é muito mais

grave. Os pais que não aceitam a deficiência de seu filho e nem acreditam em sua

capacidade para superar as limitações, impedem que este tenha acesso à

estimulação e ao atendimento educacional especializado".

A ajuda das diversas entidades (APAE, grupos de apoio a pais de crianças

com necessidades, psicólogas, etc.) é de extrema importância para a família que se

vê perdida ao saber da chegada de uma criança especial, muitas vezes o pai se

afasta um pouco, as demais crianças da família sentem ciúme dos pais por eles

terem (e com certeza) que se dedicarem mais ao cuidado do bebê especial, não por

amá-lo mais que os outros filhos, mas porque muitas vezes requer realmente mais

cuidados e atenção.

Aranha (2004) afirma "No entanto, "[....] Tudo isso pode ser transformado, se

a família contar com um suporte terapêutico, onde deve ser trabalhado os

sentimentos de cada segmento familiar e os padrões de relacionamento .

Antigamente os pais não colocavam seus filhos especiais cedo na escola,

pois achavam que não teriam capacidade de aprender, de se desenvolver, viviam no

achismo de que a criança era repleta de limitações, que o máximo que poderiam

fazer era levá-la regularmente a médicos para acompanhar seu estado de saúde.

Quando descobriam que eles precisavam também freqüentar escolas, espaços

sociáveis, de interação, muitas vezes já eram um pouco tarde e diversas habilidades

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que poderiam ter sido desenvolvidas, limitações que poderiam ter sido superadas

não foram, pois o acesso a esses ambientes especializados foi tardio.

Ultimamente vêm-se discutindo o processo de inclusão das pessoas

portadoras de necessidades especiais na sociedade e na vida escolar. Há não muito

tempo, essas pessoas que "fugiam do padrão comum" viviam segregadas da vida

social, eram tidas como anormais, sem nenhuma capacidade intelectual, espiritual,

física, psíquica, etc. Eram rotuladas como incapazes de terem uma vida saudável e

comum ao meio de todos. "As deficiências não são fenômenos dos nossos dias.

Sempre existiram e existirão" (CARVALHO, 1997)

O preconceito e a discriminação sempre fizeram e ainda fazem parte da vida

dessas pessoas com necessidades educacionais especiais. Deseja-se mostrar a

importância da família, da escola, da comunidade, do município, etc. para o

desenvolvimento dessas pessoas portadoras de necessidades especiais.

Infelizmente em pleno século XXI não se pode ainda dizer que isso não

existe, pois existe sim infelizmente. Talvez o preconceito e discriminação sejam um

pouco mais sutis, mas que não deixam de marcar fortemente a personalidade e a

alma dessas crianças. No entanto, muito se tem feito para acabar, ou ao menos,

amenizar tais situações, mas ainda há muito a ser feito. A verdadeira e almejada

igualdade entre todos está longe de acontecer. Mas felizmente existem pessoas

cada vez mais preocupadas com isso, principalmente na área educacional, área

esta, de extrema relevância para a formação de cidadãos mais críticos, que sejam

capazes de tratar as diferenças de forma natural e porque não dizer: igual. Neste

sentido, Soares apud Gil (2001) ressalta:

"Hoje na tentativa de assegurar a permanência de algumas crianças com

necessidades especiais no ensino regular, percebe-se mais fortemente a

importância de um trabalho junto às mães da população de baixa renda, uma vez

que pobreza, infelizmente, está associada à falta de escolaridade e de acesso a

determinadas informações, visando aos esclarecimentos acerca da necessidade

educacionais especiais de seus filhos. No dia-a-dia, encontram-se mães que acham

que o problema de seu filho não tem solução, àquelas que acham que seu filho não

tem problema algum, o que é muito mais grave. Os pais que não aceitam a

deficiência de seu filho e nem acreditam em sua capacidade para superar as

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limitações, impedem que este tenha acesso à estimulação e ao atendimento

educacional especializado.

É preciso que seja mostrado o lado sadio. A escola e a família sabem que agora seu papel é fundamental e que a parceria é muito importante. O apoio aos pais e professores por outros profissionais é indispensável, mas há um fator ainda mais importante: a afetividade.(STOBUS.2004)

O aluno com necessidades especiais necessita ser acima de tudo respeitado,

aceito e ter acesso aos mesmos materiais que os demais sem nunca deixar de ser

recebido tanto pelos colegas, professores e funcionários de maneira afetiva, sem

deixar de colocá-lo a par das regras de funcionamento da instituição. Ser um aluno

com necessidades especiais, não significa ter privilégios e para que ele sinta-se

realmente incluído ele deve perceber que tem as mesmas responsabilidades que os

demais colegas.

Já o papel do professor não é de ser um facilitador, mas um mediador da

aprendizagem, apontar caminhos e fomentar o espírito investigativo em seus alunos,

a fim de que este busque por seus próprios meios e tentativas solucionar seus

problemas e acreditar que tem condições dentro de suas potencialidades de

participar efetivamente do funcionamento da escola e do processo de construção do

conhecimento.

Um número significativo de alunos com dificuldades de aprendizagem apresentam

também, dificuldades emocionais, sociais e de conduta. Por esta razão devem ser

considerados aspectos emocionais, afetivos e relações sociais.

A inquietação e a distração são apenas algumas manifestações observadas

pelos alunos de diferentes faixas etárias, como uma maneira de chamar atenção

para si, sendo que nas crianças com necessidades especiais como já se

caracterizam por necessitarem de atenção diferenciada e por estarem mais

vulneráveis à consideração negativa dos colegas, desempenham um papel

importante nas dificuldades gerais de aprendizagem e no rendimento.

Nesse processo em que o objetivo é construir uma aprendizagem efetiva

entre educandos com dificuldades de aprendizagem e aqueles que não apresentam

é importante levar em conta a influência da família e da escola.

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Para ³COLL (2004), uma vez desencadeado o processo, devemos pensar

que se inicia um círculo sistêmico na qual cada efeito se converte e se potencializa

no outro.

Embora haja sérias discussões, a falta de um vínculo afetivo ou a falta de uma

figura de apego, segundo alguns autores, não é possível um desenvolvimento

emocional e sócia”.

Todo aluno espera encontrar na escola um ambiente acolhedor, uma figura

positiva e que seu sucesso venha através de algum esforço, para que seja

realmente válido. A criança com necessidades especiais tem dificuldade em

conviver com críticas, são vítimas de suas próprias expectativas, precisam ser

valorizados e ouvidos, compartilhando uma visão positiva do ser humano e de suas

habilidades. Sendo assim: “Se a educação não pode transformar a sociedade

tampouco sem ela a sociedade muda”. (PAULO FREIRE)

As famílias de crianças, jovens e adultos com necessidades especiais

associadas ou não a deficiência vivenciam uma situação bastante peculiar: a

maioria se

percebe sozinha para administrar as dificuldades que se apresentam em tal

situação.

Os sentimentos de desamparo são muito freqüentes e não podem ser ignorados.

Trabalhos em grupo favorecem a troca de experiências e permitem reflexão sobre

atitudes de enfrentamento e gerenciamento das dificuldades cotidianas com seu

filho ou filha, no contexto familiar e mesmo na orientação para o encaminhamento

nas áreas da saúde e educação, com vistas à inclusão.

Sabe-se, também, que a falta de informação sobre as necessidades

especiais da criança, sobre os recursos existentes na comunidade e sobre os

procedimentos de acesso a esses recursos tem, na maioria das vezes, levado os

pais a uma condição de dependência de um determinado serviço ou mesmo de

profissionais.

Estudos também têm mostrado que a mãe tem sido na família, a pessoa que

mais se envolve com o cuidado do filho com deficiência, além de manter, na sua

função, as demais tarefas implicadas no cotidiano familiar. Esta sobrecarga tem

várias conseqüências destrutivas para o grupo e o pai, muitas vezes se afasta da

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convivência familiar. Os demais filhos sentem-se em situação de abandono, sem ter

a quem recorrer. Tudo isso pode ser transformado, se a família contar com um

suporte terapêutico, onde devem ser trabalhado os sentimentos de cada segmento

familiar e os padrões de relacionamento entre eles.

Lembrando que a família é um coletivo e que necessita, para seu pleno

desenvolvimento, garantir a participação de todos no compartilhar sentimentos, na

análise dos problemas, no processo de tomada de decisões e responsabilidades.

Há que se investir na abordagem dessas questões, como instrumento de

crescimento e desenvolvimento e favorecendo a qualidade de vida das famílias.

Outra situação que pode ocorrer é a família deixar os demais filhos para se dedicar

quase que exclusivamente a essa criança. Isto acontece, na maioria das vezes, por

conta dos compromissos que vão sendo assumidos para tratamento desse filho.

Esta situação pode influenciar negativamente ao grupo familiar.

Por esta razão é importante o município garantir apoio psicológico para todos

da família. Grupos de pais e de irmãos dessas pessoas têm se mostrado eficiente

no enfrentamento dessas questões, bem como no desenvolvimento derelações

afetivas mais saudáveis e na conquista de maior envolvimento participativo de todo

o grupo familiar.

Para tanto, faz-se necessária a implementação de um sistema de

informações interinstitucionais que possibilite fornecer dados sobre a rede de

serviços sociais, facilitando o acesso da comunidade a estas informações,

oferecendo-lhes maior autonomia.

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CONCLUSÃO

A motivação que foi levada para o estudo sobre a inclusão de crianças com

necessidades educacionais especiais em escola regular de ensino é que a

qualidade e a igualdade possam caminhar juntas sendo umas dos desafios cruciais

a serem enfrentados, uma vez que ambos são essenciais para atender ás

necessidades e para a construção de uma sociedade de conhecimento dos seu

direitos .

A inclusão requer uma observação constante da criança que está sendo

incluída e do trabalho realizado por todos da equipe que acompanham.

Sendo assim incluir é um desafio possível sim, onde não significa só

matricular ou cumprir a lei, mais dar atendimento e entender que ele não é digno de

piedade, mas sim de um atendimento bem elaborado levando em conta as

diferenças individuais, e o lado cognitivo.

O foco do trabalho é realmente trabalhar a diversidade com amor, respeito e

acima de tudo com sensibilidade sempre acreditando que podemos ter a

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capacidade e adaptações necessárias para incluirmos os alunos com necessidades

educacionais especiais em escolas regulares, tornando assim a inclusão um desafio

possível.

A motivação para a inclusão é um fator principal e decisivo no êxito da ação

de qualquer indivíduo, porém todos deveriam adquirir à responsabilidade, para além

da conscientização da sociedade, cabe a família trabalhar em conjunto com a

escola.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Fundamentos da Inclusão no Ensino Regular

10

CAPÍTULOII

O Desafio da Escola Inclusiva 20

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CAPÌTULOIII

A Escola e a Família 30

CONCLUSÃO 41

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 42

ÍNDICE 44

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