UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · gerenciamento da qualidade do projeto resume-se...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
GERENCIAMENTO DA QUALIDADE EM PROJETOS
Por: Rosane Cardoso de Lima
Orientador
Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço
Rio de Janeiro
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
GERENCIAMENTO DA QUALIDADE EM PROJETOS
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Administração da
Qualidade.
Por : Rosane Cardoso de Lima
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DEDICATÓRIA
Á minha filha pela recepção que me
revigorava a cada noite após as aulas.
Ao meu marido pela compreensão e
apoio logístico e à minha mãe, por cuidar
de todos possibilitando minha
qualificação.
4
AGRADECIMENTOS
À Deus por ter me dado oportunidade e
saúde para concluir este objetivo.
À minha família, pela compreensão e
apoio durante o curso.
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RESUMO
Os termos Projeto e Qualidade tornam-se a cada dia mais habituais
dentro das Organizações sem que a popularidade dos termos esteja
relacionada à compreensão de sua amplitude mesmo quando se trata de
requisitos consagrados como escopo, tempo e custo onde ainda reside grande
dificuldade dos profissionais de projeto na promoção dos alinhamentos
necessários à especificação do projeto. Desta forma, este trabalho busca
apresentar os conceitos de Projeto e Qualidade abordando procedimentos
para gestão de projetos e a relação de contribuição dos conceitos de
Qualidade principalmente sob a ótica da norma ISO 9001 e do PMBOK.
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METODOLOGIA
Este estudo caracteriza-se como bibliográfico por ter sido realizado com
base na verificação de informações de constantes em diversas fontes
bibliográficas (livros e internet), observando os conteúdos publicados dos
diversos autores e registrando o resultado desta observação a fim de
demonstrar a relação entre os conteúdos de pesquisa e as questões reais
existentes nas organizações.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Gestão de Projetos 10
CAPÍTULO II - Gestão da Qualidade 16
CAPÍTULO III – Gerenciamento da Qualidade em Projetos 26
CONCLUSÃO 39
BIBLIOGRAFIA 41
8
INTRODUÇÃO
A popularidade do termo Projetos nas Organizações pode dar a falsa
impressão de que existe uma maturidade organizacional sobre o assunto. No
entanto, as críticas referentes à qualidade dos projetos nas organizações
demonstram que os desafios enfrentados pelos profissionais de gestão de
projetos vão além da restrição tripla (escopo, tempo e custo).
Os desafios aos profissionais de gestão de projetos envolvem a
habilidade de disseminar seus conceitos promovendo a adequação cultural
necessária ao atingimento da maturidade organizacional em relação ao
assunto.
Neste cenário, o conhecimento de Gestão da Qualidade e suas
ferramentas atuam como aliados destes profissionais em seus desafios.
A motivação desta pesquisa é observar a relação existente entre o
Gerenciamento da Qualidade e o Gerenciamento de Projeto, consolidando
estas observações neste estudo a fim de servir como base de consulta prática
aos interessados no tema.
No inicio desta pesquisa a interpretação remetia a presumir que o
gerenciamento da qualidade do projeto resume-se no fundamental o controle e
monitoramento de fatores como o escopo, prazo, custo em um projeto e nesta
linha traçamos o plano inicial tendo o objetivo de conceituar Qualidade e
Projetos, compreender o tema gerenciamento da qualidade do projeto,
aprender sobre as ferramentas da qualidade descobrindo a contribuição que a
Qualidade pode conceder ao gerenciamento dos projetos.
Neste estudo definimos que para obtenção de informações seriam
utilizadas como principais fontes a norma ISO 9001 e o PMBOK voltadas para
os fatores essenciais referentes a contribuição do gerenciamento da qualidade
no gerenciamento de projetos, não abordando questões de implantação de
processos da qualidade do produto dos projetos uma vez que estes são
diversos e específicos conforme setor de atuação.
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Assim, este trabalho apresenta o conceito e a evolução de Projeto e de
Qualidade, aborda o tema gerenciamento da qualidade do projeto e apresenta
as ferramentas da qualidade com a intenção de demonstrar a contribuição que
a Qualidade pode promover no gerenciamento dos projetos.
A relação da Qualidade com Projetos é reforçada quando observamos
que a Norma ISO 9001 dedica um de seus itens a Projeto e Desenvolvimento e
da mesma forma o PMBOK apresenta um capitulo inteiro dedicado ao
Gerenciamento da Qualidade do Projeto.
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CAPÍTULO I
GESTÃO DE PROJETOS
Gestão de projetos, gerência de projetos, gerenciamento de projetos ou
ainda administração de projetos é a área da administração aplicada de conhecimentos, habilidades e técnicas na elaboração de atividades
relacionadas para atingir um conjunto de objetivos pré-definidos, num
certo prazo, com um certo custo e qualidade, através da mobilização
de recursos técnicos e humanos.
Fonte: Wikipédia, 2012
1.1 – O Que é Projeto?
Segundo Harold Kerzner, projeto é um empreendimento com objetivo
bem definido que consome recursos e opera sob pressões de prazos, custos e
qualidade.(Gestão de Projetos – Melhores Práticas. 2ª Edição. Pag. 15)
Elencamos abaixo características que devem ser lembradas quando o
profissional de projetos precisar avaliar se o que tem em mãos é ou não um
projeto.
• Os projetos são únicos;
• Os projetos são de natureza temporária;
• Os projetos têm data de início e fim definidas;
• Os projetos estarão concluídos quando as respectivas metas e
objetivos forem alcançados ou quando se conclui que não é
possível cumprir suas metas e objetivos, o que determina seu
cancelamento.
• Um projeto só é bem sucedido quando atende (ou excede) as
expectativas dos stakeholders (pessoas - ou organizações - que
tem interesse no projeto).
Um projeto concluído significa que foi promovida uma entrega exclusiva
que podem ser:
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• Um produto ou objeto quantificável e que pode ser um item final
ou um componente.
• Uma função de negócio que dá suporte à produção ou à
distribuição, permitindo a realização de um serviço.
• Um resultado, como por exemplo, um projeto de pesquisa que
tem como resultado final um documento.
Outro ponto importante a ser observado é a diferenciação entre Projetos
e trabalho operacional pois embora partilhem de semelhança por serem
realizados por pessoas, serem restringidos por recursos limitados e serem
planejados, executados e controlados diferem principalmente no fato de que as
operações são contínuas e repetitivas, enquanto os projetos são temporários e
exclusivos.
Projetos e Operações diferem ainda, quanto aos seus objetivos uma vez
que o primeiro visa atingir seu objetivo chegando a conclusão e o segundo de
natureza contínua tem o objetivo de manter o negócio.
Os projetos normalmente surgem considerando uma necessidade
estratégica como uma demanda de mercado, uma necessidade organizacional,
uma solicitação de um cliente, um avanço tecnológico ou um requisito legal.
1.2 – O que é Gerenciamento de Projetos?
De acordo com o PMBOK gerenciamento de projetos é a aplicação de
conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a
fim de atender aos seus requisitos.
Gerenciar um projeto inclui a identificação das necessidades, o
estabelecimento de objetivos claros e alcançáveis, o balanceamento das
demandas conflitantes de qualidade, escopo, tempo e custo, a adaptação das
especificações, dos planos e da abordagem às diferentes expectativas das
partes interessadas.
O Gerenciamento de Projetos abrange uma série de ferramentas e
técnicas utilizadas por pessoas para descrever, organizar e monitorar o
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andamento do projeto. Os gerentes de projeto são os responsáveis pela
administração dos processos envolvidos e pela aplicação das ferramentas e
técnicas necessárias ao cumprimento das atividades do projeto.
Para um bom Gerenciamento de Projetos é fundamental o
gerenciamento dos processos de iniciação, planejamento, execução,
monitoramento e controle e encerramento.
1.2.1 – Processos de Iniciação - facilitam a autorização formal para
iniciar um projeto. Neste grupo de processos são gerados o Termo de Abertura
e a Declaração de Escopo que servem não apenas de entrada para o grupo de
processos de Planejamento, mas como a confirmação de que o projeto deve
ter início, concedendo aprovação para que se comprometam os recursos da
organização necessários àquele projeto.
1.2.2 – Processos de Planejamento – Os processos de planejamento
ajudam a coletar informações de muitas fontes, desenvolvem o plano de
gerenciamento do projeto, identificam, definem e amadurecem o escopo, o
custo e agendam as atividades do projeto. Neste grupo de processos, se
formulam e revisam as metas e objetivos do projeto e se desenham os planos
que serão usados para cumprir os propósitos do projeto. Os grupos de
processos seguintes dependem do planejamento e da documentação gerada
neste grupo de processo para executar suas funções. O Grupo de processos
de Planejamento inclui os seguintes processos
• Desenvolver o plano de gerenciamento do projeto.
• Planejamento do escopo.
• Definição do escopo.
• Criar EAP.
• Definição da atividade.
• Sequenciamento de atividades.
• Estimativa de recursos da atividade.
• Estimativa de duração da atividade.
• Desenvolvimento do cronograma.
• Estimativa de custos.
• Orçamento.
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• Planejamento da Qualidade.
• Planejamento de recursos humanos.
• Planejamento das comunicações.
• Planejamento do gerenciamento de riscos.
• Identificação de riscos.
• Análise qualitativa de riscos.
• Análise quantitativa de riscos.
• Planejamento de respostas a riscos.
• Planejar compras e aquisições.
• Planejar contratações.
1.2.3 – Processos de Execução – O grupo de processos de Execução
compreende a concretização dos planos do projeto. A atuação do gerente no
processo de execução requer a coordenação e direcionamento dos recursos a
fim de manter o plano sobre controle e assegurar que a execução do projeto
permaneça em sincronia com os objetos visados. Este grupo de processos
costuma absorver a maior parte do tempo e dos recursos e normalmente é
nele que as mudanças são implementadas. Os maiores desafios enfrentados
pelo gerente neste ciclo dizem respeito aos cronogramas. O Grupo de
processos de Execução inclui os seguintes processos:
• Orientar e gerenciar a execução do projeto.
• Realizar a garantia da qualidade.
• Contratar ou mobilizar a equipe do projeto.
• Desenvolver a equipe do projeto.
• Distribuição das informações.
• Solicitar respostas de fornecedores.
• Selecionar fornecedores.
1.2.4 – Processos de Monitoramento e Controle – Neste grupo de
processos são feitas e analisadas as avaliações de desempenho, verificando
se o projeto está seguindo o planejado permitindo que possíveis desvios sejam
identificados bem como realizando o controle de mudanças, implementando
sempre que necessário ações corretivas e preventivas para assegurar a
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conformidade do projeto. O grupo de processos de Monitoramento e Controle
inclui os seguintes processos:
• Monitorar e controlar o trabalho do projeto.
• Controle integrado de mudanças.
• Verificação do escopo.
• Controle do escopo.
• Controle do cronograma.
• Controle de custos.
• Realizar o controle da qualidade.
• Gerenciar a equipe do projeto.
• Relatório de desempenho.
• Gerenciar as partes interessadas.
1.2.5 – Processos de Encerramento – Este grupo é responsável pelo
término formal e ordenado das atividades de uma fase ou de um projeto em si.
O Encerramento é importante porque é nesse momento que todas as
informações do projeto são reunidas e armazenadas para referência futura. A
documentação reunida durante o processo de encerramento pode ser
analisada e aproveitada para evitar possíveis problemas em projetos futuros. A
aceitação e aprovação formais são obtidas junto aos stakeholders.
A figura 1 a seguir apresenta os 44 processos de Gerenciamento de
Projetos nos cinco grupos de processos de gerenciamento de projetos e nas
nove áreas de conhecimento em gerenciamento de projetos conforme
demonstrado no PMBOK.
15
Figura 1: Grupo de processos do gerenciamento de projetos.
(extraída de GUIA PMBOK, 2004, p. 70.)
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CAPÍTULO II
GESTÃO DA QUALIDADE
2.1 – Conceito e história
Para compreensão do conceito de Gestão da Qualidade é necessário
passarmos pela história, uma vez que a interpretação deste conceito está
associado à evolução do processo produtivo desde a época dos artesãos que
tinham domínio de todo o processo produtivo desde a concepção do produto
até o pós-venda e estava muito próximo do cliente que colocava as
necessidades para que o artesão atendesse, passando pela Revolução
Industrial onde iniciou-se o processo de padronização e a produção em larga
escala passando o trabalhador a ter domínio apenas de uma fração do
trabalho, passando pelo período de 1924 e década de 30 em que o conceito
de qualidade deu um salto com a criação dos gráficos de controle e a
proposição do ciclo PDCA por Walter A. Shewhart e ainda o desenvolvimento
do sistema de medidas, das ferramentas de controle estatístico do processo,
pelo período pós guerra com o surgimento das primeiras associações de
profissionais da área da qualidade e as ricas ações de Edwards Deming,
Joseph Juran, Philip Crosby, Armand Feigenbaum, Kaoru Ishikawa e Genichi
Taguchi até o surgimento da Norma ISO em 1987 em meio a globalização e
forte concorrência dos mercados.
Ao longo de todo este período histórico surgiram algumas definições
da qualidade que se tornaram clássicas. Estas definições retratam o ponto de
vista dos grandes autores da qualidade:
Deming – “Qualidade é satisfação das necessidades do cliente”.
Juran – “Qualidade é adequação ao uso”.
Crosby – Qualidade é conformidade com os requisitos.
Ishikawa – Qualidade é, em termos de produto, o mais econômico, o
mais útil e que sempre satisfaça ao consumidor.
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Todas as definições estão corretas e nenhuma é absoluta pois
qualidade é percebida de várias maneiras. Após pesquisar as definições de
qualidade David Garvin classificou em cinco abordagens:, quais sejam :
filosófica ou transcendental, baseada em produto, baseada no usuário ou
cliente, baseada na produção e ainda, baseada no valor.
Cada uma dessas abordagens apresenta aspectos diferentes do
conceito de qualidade conforme demonstra a figura 2 a seguir.
Figura 2: Abordagens da qualidade.
(extraída de CARVALHO e PALADINI, 2012, p.9).
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Os conceitos, metodologias e ferramentas relacionados à qualidade
evoluíram e ao longo dos anos e alguns autores fazem marcações temporais
entre as principais tendências. A Classificação proposta por David Garvin, que
classifica a evolução da qualidade em quatro eras é uma das classificações
mais adotadas..
2.1.1. Era da Inspeção - Anos 20
• Voltada para a linha de produção. A inspeção era realizada a
partir do produto pronto.
• A inspeção produto a produto não era suficiente para atender a
uma demanda crescente.
• A inspeção do produto final limitava-se a descobrir defeitos,
deixando a prevenção em um plano secundário.
2.1.2. Era do Controle Estatístico – Anos 30 e 40
• O foco passou a ser no desempenho e controle do processo.
• Shewart, cria um sistema para mensurar a variabilidade na
linha de produção que ficou conhecido como Controle
Estatístico do Processo – CEP.
• Uso da estatística como ferramenta de controle da qualidade.
• Inspeção por amostragem.
• Aparecimento do setor de controle da qualidade nas
organizações.
2.1.3. Era do Controle da Qualidade Total – Anos 50
• Padronização - Garantia ao consumidor de que o produto
seguia certos padrões.
• A qualidade passa a ser responsabilidade de toda a
organização.
• Mudança do foco no produto ou serviço para o foco no
sistema (sistema da qualidade).
• Abordagem de longo prazo, baseada na medida da
satisfação dos clientes.
2.1.4. Era da Gestão da Qualidade Total – A partir dos anos 80
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• Crescente globalização da economia e acirramento da
competição pelos mercados consumidores.
• As empresas passaram a conduzir suas ações
considerando os mercados, a satisfação dos clientes e os
conhecimentos e habilidades de seus funcionários.
• A qualidade passa a ser requisito necessário para a
sobrevivência das organizações no longo prazo, dentro de
um contexto de mercado altamente competitivo.
Como vimos muitos dos princípios de todas as eras estão presentes no
contexto atual, o que mostra que os mesmos não foram se anulando mas se
aprimorando e contribuindo para a percepção atual da qualidade como fator
estratégico para a melhoria de competitividade e produtividade.
2.2 – Gurus da Qualidade
Conforme vimos muitos teóricos ajudaram a construir a área de
qualidade contribuindo para a evolução do conceito da qualidade e suas
práticas. Mas alguns tiveram papel especial fazendo parte da história tanto
pela contribuição teórica como pela intervenção em empresas e foram
denominados gurus da qualidade.
2.2.1. Walter Shewhart – Conhecido como pai do controle
estatístico da qualidade, desenvolveu os gráficos de controle que é uma
ferramenta utilizada até hoje. Outra ferramenta muito difundida nos dias atuais,
também proposta do Shewhart foi o ciclo PDCA.
2.2.2. William Edwards Deming – Deming percorreu várias eras da
qualidade e foi discípulo de Shewhart com quem compartilhou o interesse
pelas ferramentas de controle estatístico do processo e pelo método de análise
e solução de problemas pelo ciclo PDCA. Deming atuou no Japão pós-guerra e
contribuiu para mudar a cultura organizacional e os fundamentos
administrativos com ênfase na liderança e na participação de todos na
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organização elaborando os quatorze princípios básicos da qualidade que
ficaram conhecidos como os 14 Pontos de Deming, demonstrados na figura 3
abaixo.
Figura 3: Os 14 pontos de Deming.
(extraída de CARVALHO e PALADINI, 2012, p.12).
2.2.3. Joseph M Juran – Com a publicação do Manual de
Controle da Qualidade, em 1950, de Juran, o controle da qualidade ganha
nova dimensão, incluindo todas as atividades do ciclo produtivo do
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desenvolvimento ao pós-venda. Juran propagou a idéia de que a qualidade
precisava ser vinculada a satisfação dos clientes e não ao atendimento às
especificações e expressou esta visão da qualidade no que ele chamou de
visão interna e visão externa, conforme ilustra a tabela 1 abaixo.
Tabela 1: Duas visões da qualidade (extraída CARPINETTI, 2012, p.21)
Visão Interna Visão Externa Compare o produto com as especificações Consiga que o produto seja aceito na inspeção Previna contra defeitos na fabricação e no campo Qualidade centrada na fabricação Uso de referências internas para medir qualidade Qualidade vista como uma questão técnica Esforços coordenados pelo gerente da qualidade
Compare o produto com a concorrência e com os melhores Garanta satisfação ao longo da vida útil do produto Atenda as necessidades dos clientes Cobre todas as funções Uso de referências baseadas no cliente para medir qualidade Qualidade vista como uma questão gerencial Esforços coordenados pela alta gerência
Juran foi o primeiro a propor uma abordagem dos custos da qualidade,
classificando-os em nas categorias falhas (externas e internas), prevenção e
avaliação. Propôs ainda, a trilogia da qualidade formada por planejamento,
controle e melhoria. O planejamento estabelece os objetivos de desempenho e
os planos de ações para atingi-los. O controle busca avaliar o desempenho
operacional comparando-o com os objetivos e atuar no processo quando forem
identificados desvios. A melhoria foca em aperfeiçoar o desempenho tornando
a empresa mais competitiva.
2.2.4. Armand Feigenbaum – Em 1951, Feigenbaum, em seu
célebre livro Controle da Qualidade Total definiu as atividades de controle da
qualidade como sendo controle do projeto, controle do material recebido,
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controle de produto e estudo de processos. Feigenbaum levantou ideias
importantes como as de que a qualidade exige o compromisso da alta direção,
a qualidade pressupõe trabalho em grupo e que a qualidade exige
empowerment. Foi o primeiro a tratar a qualidade de forma sistêmica
formulando o sistema de Controle Total da Qualidade. Para que este sistema
seja efetivo é preciso observar todo o ciclo produtivo que começa e termina no
cliente.
2.2.5. Philip Crosby – criador do conceito de Zero Defeito,
defendendo que a cultura de fazer certa da primeira vez deve ser difundida por
toda a organização e que a liderança tem papel fundamental no fortalecimento
desta cultura e no alcance da conformidade como desempenho padrão. Como
Deming também divulgava quatorze pontos prioritários para a qualidade
elencados abaixo a partir de informações extraídas de Carvalho e Paladini,
2012, p. 15.
• Obter compromisso da alta gestão com a qualidade.
• Instalar equipes de aperfeiçoamento da qualidade em todos os
setores.
• Mensurar a qualidade na organização por meio de indicadores da
qualidade, que devem indicar as necessidades de melhoria.
• Levantar os custos da não qualidade.
• Disseminar nos funcionários a importância da qualidade nos
produtos ou serviços.
• Implantar o sistema de ação corretiva.
• Planejar o programa zero defeito.
• Estabelecer os objetivos a serem alcançados.
• Eliminar as causas dos erros.
• Reconhecer publicamente os que atingem os objetivos e não
realizar a premiação financeira.
• Instalar os círculos da qualidade para monitorar o processo.
• Realizar repetidamente os itens listados anteriormente.
2.2.6. Kaoru Ishikawa – Criador dos chamados círculos da
qualidade e do diagrama de causa e efeito. Sua contribuição é o
23
desenvolvimento da visão ampla da qualidade, a ênfase no seu lado humano,
o desenvolvimento e o uso de ferramentas da qualidade. Para Ishikawa 90%
dos problemas podem ser resolvidos com métodos simples de controle de
qualidade como o grupo de sete ferramentas que para Ishikawa requerem um
conhecimento por todos da companhia. As sete ferramentas são Análise de
Pareto, Diagrama de Causa e Efeito, Histograma, Cartas de Controle, Folha de
Verificação, Gráfico de Dispersão e Fluxograma sobre as quais falaremos mais
adiante.
2.3 – Fundamentos da Qualidade
Um longo processo de evolução e prática da gestão da qualidade além da transformação do mercado consumidor cada vez mais competitivo fazem
hoje da qualidade um quesito estratégico para as organizações.
Desta forma, percebemos o quanto os fundamentos como foco no
cliente, visão sistêmica de processos, melhoria continua e liderança são
essenciais para a conquista e manutenção de mercados pelas organizações.
2.3.1. Foco no Cliente – Este conceito consiste em garantir que
toda a organização esteja focada em atender aos requisitos dos clientes. No
entanto, para isto é necessário que a organização identifique quem são os
clientes e quais são os seus requisitos. Contudo, não se pode esquecer que
existem diversos tipos de clientes para uma organização e, é importante que
ela os reconheça identifique seus requisitos ao longo de sua cadeia produtiva.
2.3.2. Visão Sistêmica de Processos – Partindo o principio de que
sistema é um conjunto de elementos interdependentes que interagem com
objetivos comuns formando um todo, cujo resultado depende da interação
entre as partes, percebemos que a avaliação, identificação e organização em
processos das atividades necessárias para o atendimento do mercado,
construindo sua cadeia de valor é fator que influenciará diretamente os
resultados da organização e a percepção dos clientes em relação aos seus
produtos e serviços, uma vez que podem eliminar as barreiras departamentais
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promovendo a integração entre diferentes funções da organização. A figura 4 a
seguir exemplifica uma empresa com versus sem visão de processos.
Figura 4: Organização com e sem visão de processos.
(extraída de CARPINETTI, 2012, pag. 37).
2.3.3. Melhoria Contínua – É uma abordagem que sugere um
aperfeiçoamento continuo de produtos e processos que refletem no alcance
de melhor desempenho. Logo podemos considerar a melhoria contínua como
um processo que funciona como um ciclo virtuoso. O método PDCA é o mais
genérico de melhoria continua uma vez que identificada a oportunidade de
melhoria é necessário o planejamento de sua implementação, a preparação
de novos processos ou ajustes dos atuais incluindo treinamento se
necessário, a verificação do alcance dos objetivos propostos e a ação
corretiva sobre os desvios identificados. O ciclo virtuoso da melhoria contínua
está associado ao processos de aprendizagem organizacional, uma vez que
para identificar erros ou oportunidade de melhorias propondo uma ação de
aperfeiçoamento requer conhecimento do negócio e dos processos
organizacionais este ciclo demonstra ainda a maturidade organizacional.
2.3.4. Liderança – Liderar é fazer fazer. É identificar e
desenvolver talentos e influenciar pessoas a empregarem seus talentos na
busca de resultados eficazes. A liderança tem papel fundamental no
desenvolvimento da maturidade organizacional na busca da qualidade. Ao
líder cabe o papel de divulgar os objetivos organizacionais, instruir os
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profissionais responsáveis pela realização das tarefas, acompanhar seu
desempenho, identificar os perfis necessários a execução das atividades e
aloca-los ao longo da cadeia produtiva de forma a obter os melhores
resultados. O líder também precisa avaliar e prover o ambiente, métodos,
ferramentas e recursos necessários ao pleno desenvolvimento do trabalho,
imprimindo ritmo e garantindo entregas de qualidade.
26
CAPÍTULO III
GERENCIAMENTO DA QUALIDADE EM PROJETOS
3.1 – Conceito
O Gerenciamento da Qualidade do Projeto é a área de conhecimento
responsável por assegurar que o projeto atenda aos requisitos com os quais se
comprometeu. Os processos do gerenciamento da qualidade do projeto
avaliam o desempenho geral, monitoram os resultados do projeto e os
comparam com os padrões de qualidade estabelecidos no processo do
planejamento do projeto concentrando-se na qualidade do produto e na
qualidade do processo de gerenciamento de projetos empregado durante o
ciclo de vida do projeto.
3.2 – Processos
Os processos de gerenciamento da qualidade se apresentam
conforme figura 5 do mapa mental a seguir.
Figura 5: Mapa Mental Gerenciamento da Qualidade. (extraída de VIANA VARGAS, 2012, p.79).
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Planejamento da Qualidade – Neste processo ocorre a identificação
dos padrões de qualidade relevantes para o projeto e a determinação de como
satisfazê-los.
O planejamento da qualidade é um dos principais processos do grupo
de processos de planejamento e deve ser realizado em paralelo com os
demais processos deste grupo pois as definições contidas no planejamento da
qualidade podem refletir em necessidades de ajustes nos demais processos,
como por exemplo na análise de riscos e no cronograma.
A figura 6 abaixo, demonstra o mapa mental do processo de
planejamento da qualidade.
Figura 6: Mapa Mental processo Planejamento da Qualidade
(extraída de VIANA VARGAS, 2012, p.80).
Realizar a garantia da qualidade – Neste processo ocorre a aplicação
de atividades de qualidade planejadas para assegurar que o projeto emprega
todos os processos necessários para atender aos requisitos.
A garantia da qualidade, conforme demonstra a figura 7 a seguir,
fornece insumos para outra importante atividade da qualidade, a melhoria
continua dos processos. A melhoria continua reduz os desperdícios e as
atividades sem valor agregado, permitindo que os processos operem com
maior eficiência e eficácia.
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Figura 7: Mapa Mental processo Realizar Garantia da Qualidade
(extraída de VIANA VARGAS, 2012, p.80).
Realizar o controle da qualidade - Este processo deve ser realizado
durante todo o projeto e envolve o monitoramento de resultados específicos do
projeto a fim de determinar se eles estão de acordo com os padrões relevantes
de qualidade e a identificação de maneiras de eliminar as causas de resultados
insatisfatórios. Os padrões de qualidade incluem metas de produtos e
processos do projeto conforme figura 8 abaixo.
Figura 8: Mapa Mental processo Realizar Controle da Qualidade
(extraída de VIANA VARGAS, 2012, p.81).
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3.3 – Abordagem ISO
ISO é a sigla de International Organization for Standartization uma
organização mundial sediada na Suiça, criada em 1946 com o objetivo de
desenvolver e difundir normas que possam ser utilizadas por todos os países
do mundo.
Os países que fazem parte da ISO são representados na organização
por suas entidades normativas, no caso do Brasil a Associação Brasileira de
Normas Técnicas – ABNT.
As normas da série 9000 objetivam auxiliar as organizações no
planejamento e gerenciamento da qualidade de seus produtos e serviços a fim
de tornarem-se mais competitivas tanto no mercado interno quanto no externo.
Os Princípios da Qualidade apresentados pela ISO já demonstram
como os conceitos de qualidade podem ser úteis ao gerenciamento de
projetos.
• Foco no Cliente
• Liderança
• Envolvimento das pessoas
• Abordagem de processos
• Abordagem sistêmica de gestão
• Melhoria continua
• Abordagem factual para tomada de decisão
• Relacionamento mutuamente benéfico com os fornecedores
A NBR ISO 9001:2008 dedica o item 7.3 a projeto e desenvolvimento,
defendendo a execução dos 7 processos que descrevemos abaixo:
3.3.1. Planejamento de projeto e desenvolvimento (7.3.1) – este
requisito diz que a organização deve planejar e controlar o projeto e
desenvolvimento de produto cuidando para que durante este processo sejam
determinados os estágios do projeto e desenvolvimento e garantida a análise
crítica, verificação e validação de cada um destes estágios. Deve-se ainda,
determinar as responsabilidades e autoridades, promovendo o gerenciamento
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das interfaces entre os envolvidos no projeto assegurando a eficácia da
comunicação e clareza das responsabilidades designadas. A norma ainda
alerta sobre a necessidade de se atualizar apropriadamente as saídas do
planejamento na medida em que o projeto e desenvolvimento evoluem.
3.3.2. Entradas de projeto e desenvolvimento (7.3.2) – A norma
recomenda a manutenção dos registros referentes às entradas dos requisitos
de produto, alertando para a necessidade de que a adequação destas
entradas sejam analisadas criticamente. Este item destaca que as entradas
devem incluir requisitos de funcionamento e desempenho e requisitos
estatutários e regulamentares aplicáveis, bem como sempre que aplicável as
informações originadas de projetos anteriores semelhantes e outros requisitos
essenciais para projeto e desenvolvimento.
3.3.3. Saídas de projeto e desenvolvimento (7.3.3) – A norma
recomenda que as saídas de projeto e desenvolvimento devem ser
apresentadas de maneira adequada para a verificação em relação às entradas
e que somente devem ser liberadas após a aprovação, devendo atender aos
requisitos de entrada, fornecer informações apropriadas para aquisição,
produção e prestação de serviço, referenciando ou fazendo constar os critérios
de aceitação do produto bem como especificando as características essenciais
para o uso seguro e adequado do produto.
3.3.4. Análise crítica de projeto e desenvolvimento (7.3.4) – Este
item reforça a importância da realização de análises críticas durante o
desenvolvimento do projeto, conforme os planos efetuados inicialmente. A
norma orienta que estas análises críticas devem avaliar a capacidade do
projeto em atender aos requisitos, identificando desvios e definindo ações
necessárias. Para isto devem participar destas análises as partes envolvidas
em todas as fases do projeto e desenvolvimento, mantendo os registros das
análises e das ações necessárias.
3.3.5. Verificação de projeto e desenvolvimento (7.3.5) – Neste
item a norma recomenda que as verificações devem ser executadas conforme
planejado (7.3.1) a fim de garantir que as saídas atendam aos requisitos de
entrada do projeto. Mais uma vez a norma ressalta a importância da
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manutenção dos registros dos resultados destas verificações bem como das
ações definidas para regularização de quaisquer desvios.
3.3.6. Validação de projeto e desenvolvimento (7.3.6) – A norma
recomenda que a validação do projeto deve ser executada considerando o
planejamento efetuado (7.3.1) a fim de assegurar seu atendimento aos
requisitos.
3.3.7. Controle de alterações de projeto e desenvolvimento – A
norma define que as alterações de projeto e desenvolvimento devem ser
analisadas criticamente, verificadas e validadas antes de serem
implementadas. Ressalta que as analises críticas devem incluir a avaliação do
efeito das alterações nas entregas de projeto já concluídas, bem como sinaliza
que devem ser mantidos os registros das alterações e das análises críticas
efetuadas.
Além do item 7, diversas recomendações da norma elencadas nos
demais requisitos da ISO são de grande utilidade também para o
gerenciamento de projetos com qualidade pois abordam questões como
controle de documentos e registros, foco no cliente, política da qualidade,
responsabilidade e autoridade e análise crítica entre outros.
3.4 – As Sete Ferramentas da Qualidade
O processo de melhoria contínua de produtos e processos envolve
basicamente as etapas: identificação dos problemas prioritários, observação e
coleta de dados, análise e busca de causas-raízes, planejamento e
implementação das ações e verificação dos resultados.
Para auxiliar o desenvolvimento dessas ações, foram criadas várias
ferramentas classificadas com As Sete Ferramentas da Qualidade, que
descreveremos a seguir.
3.4.1. Diagrama de Pareto - adaptado aos problemas da
qualidade por Juran, esta ferramenta ordena as frequências das ocorrências,
da maior para a menor, permitindo a priorização dos problemas. Este principio
32
afirma que poucas causas são as grandes responsáveis pelos efeitos
indesejáveis do problema. Logo, se forem identificadas será possível eliminar
quase todas as perdas por meio de um pequeno número de ações.
Para construção do diagrama de pareto parte-se de um processo de
classificação das informações disponíveis – por defeito detectado, problema
encontrado, causa, tipo de falha etc. Associamos uma escala de medida
(percentuais, por exemplo) e fixamos um período de tempo para análise e
selecionamos as informações deste período e as colocamos no diagrama em
ordem crescente a partir da esquerda. Nesta ferramenta a interpretação dos
resultados é imediata graças o impacto visual do diagrama.
As figuras 9 e 10 a seguir demonstram a construção do gráfico de
Pareto.
Figura 9: Relatos e custos de defeitos
(extraída CARVALHO e PALADINI, 2012, p.364)
33
Figura 10: Gráficos de Pareto
(extraída CARVALHO e PALADINI, 2012, p.365)
3.4.2. Diagrama de causa e efeito – O diagrama de causa e
efeito é estruturado de forma a ilustrar as várias causas que levam a um
problema e permitindo identificar as informações a respeito das causas do seu
problema, organizar as causas potenciais, indicar o relacionamento de cada
causa e sub-causa as demais e ao efeito, reduzir a possibilidade de
esquecimento de causas potenciais e favorece a realização de brainstorming.
O diagrama pode ser aplicado às mais variadas áreas do processo
produtivo e a qualquer área da organização, facilitando a identificação de
soluções e oferecendo suporte a tomada de decisão seja referente a um efeito
a ser mantido, como uma ação que reduz custos ou prazo de execução sem
impactar na qualidade, ou eliminado como um erro no processo.
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Figura 11: Estrutura básica de diagrama de causa e efeito
(extraída Google imagens, 2012).
2.4.3. Histogramas – O histograma é um gráfico de barras em
que a base corresponde ao intervalo e a sua altura à respectiva frequência. É
útil para demonstrar as informações quando temos uma grande quantidade de
dados que seriam de difícil análise em uma tabela, como por exemplo uma
tabela de medição identificando se as amostras encontram-se dentro dos
limites definidos. Os histogramas permitem identificar os padrões básicos da
população que representam e sua imagem, conforme podemos observar na
figura 12 a seguir, permite compreender o comportamento do conjunto de
dados.
A comparação de dados resultantes de um processo, organizados num
histograma nos permite responder se um processo é capaz de atender às
especificações bem como se é necessário adotar alguma medida para reduzir
a variabilidade do processo.
Operador Máquina
Método Material
EFEITO
35
Figura 12: Modelo de histograma
(extraída Google imagens, 2012).
2.4.4. Folha de verificação – A folha de verificação é usada para
planejar a coleta de dados a partir de necessidades de análise de dados
futuras. Com isso, a coleta de dados é simplificada e organizada. De modo
geral, a folha de verificação consiste num formulário no qual os itens a serem
examinados já estão impressos, conforme podemos verificar na figura 13 a
seguir. Como mostram o desenvolvimento de ações, é necessário atentar para
o processo de coleta de dados. Esta é uma ferramenta de enorme flexibilidade
na sua estruturação, utilização e interpretação pois não seguem um modelo
específico sendo construídas conforme as necessidades de cada usuário.
36
Figura 13: Modelo de histograma
(extraída Google imagens, 2012)
2.4.5. Diagrama de dispersão - Utilizado para verificar o
relacionamento entre duas variáveis, como por exemplo, a venda de carros
versus o aumento de desemprego. Quanto maior o índice de desemprego,
menor a venda de carros. Pode representar também os valores reais de uma
determinada ação em relação aos valores previstos para a mesma como, por
exemplo, horas de treinamento versus redução de erros, numero de cliques no
site versus quantidade de vendas. Desta forma, como podemos verificar na
figura 14 a seguir, os diagramas de dispersão são expressões gráficas
simplificadas que oferecem a visualização de possíveis estruturas ligando
causas e efeitos.
Figura 14: Modelo de diagrama de dispersão
(extraída Google imagens, 2012)
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2.4.6. Fluxograma – Frequentemente utilizado para demonstrar
graficamente um processo ou fluxo de trabalho, facilitando a compreensão do
assunto e a identificação de GAPs, favorecendo consequentemente a melhoria
contínua. A estrutura de fluxograma, conforme modelo da figura 15 a seguir,
permite tanto uma visão global do processo quanto pode enfatizar operações,
ações ou decisões críticas. A visão de um fluxograma possibilita rápida
localização de pontos que representam operações cruciais que requerem
atenção ou controle mais rigoroso.
Esta ferramenta emprega símbolos padrões que identificam operações
básicas (como decisões) ou secundárias (pontos de armazenamento),
atividades que impactam sobre o processo (como controles ou inspeções),
situações naturais da operação, bem como inicio e final do processo. Há
também símbolos para indicar links com outros processos.
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Figura 15: Modelo de fluxograma
(extraída Google imagens, 2012)
2.4.7. Carta de Controle – Usualmente utilizado para
acompanhamento de um processo. Este gráfico determina estatisticamente
uma faixa de limite de controle superior e inferior e através de coletas de
amostras verifica-se a variação do processo. A representação gráfica
demonstra se o processo está controlado.
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CONCLUSÃO
A intenção original deste trabalho era estudar a relação existente entre
gestão da qualidade e gestão de projetos.
No início do estudo havia a crença que para um Gerenciamento da
Qualidade em Projetos eficaz bastaria o foco na tripla restrição e partindo
deste princípio iniciamos o estudo do Gerenciamento de Projetos, Capítulo I
deste documento. No capítulo I pudemos estudar o que é projeto, partindo da
conceituação e das características e princípios e já a partir daí foi possível
perceber que o assunto é bem mais abrangente.
Já na Gestão de Projetos compreendemos termos como metas,
stakeholders, entrega, resultado, recursos, requisitos, objetivos, especificações
e diversos outros que ampliaram nossa visão demonstrando os processos e
documentação necessários para um Gerenciamento de Projetos eficaz,
alinhado aos preceitos do PMBOK.
Iniciamos o estudo do capítulo II aprendendo sobre o conceito e a
evolução histórica da Gestão da Qualidade e seus grandes autores. A partir daí
termos como melhoria contínua, adequação ao uso, conformidade com
requisitos, satisfação do cliente (stakeholders), conceitos e metodologias foram
ficando mais familiares.
Acompanhando as Eras da Qualidade, seus padrões e gurus
compreendemos a evolução do Sistema de Gestão da Qualidade associado ao
contexto histórico e a evolução dos mercados até a globalização e
competitividade atuais, constatando que os estudos são tão estruturados e
profundos que muitos dos princípios de todas as eras não se perderam com o
tempo nem com a modernidade mas aprimorados e permanecem contribuindo
no tempo presente.
No capítulo III nosso estudo buscou associar os dois conceitos aliando
as visões do PMBOK e da norma ISO 9001 e a partir deste ponto vemos que
qualidade é uma área de conhecimento no PMBOK e Projeto é um dos
Requisitos da ISO. Ou seja, os processos realmente são aliados estratégicos
das organizações na busca de sua manutenção saudável no mercado
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competitivo atual favorecendo o alcance de seus objetivos e da melhoria
contínua.
Neste capítulo os termos vistos nos capítulos anteriores se consolidam
e novos termos se associam a fim de agregar conhecimento e demonstrar os
passos a serem seguidos pelos profissionais na busca do gerenciamento
eficaz da qualidade dos projetos.
Não podemos esquecer-nos das sete principais ferramentas da
qualidade que permanecem atuais e considerando a máxima atribuída a
Ishikawa de que 90% dos problemas podem ser resolvidos com métodos
simples de controle da qualidade como as sete ferramentas.
Como se vê a hipótese sobre a qual este estudo iniciou onde se
presumia que o monitoramento de escopo, prazo e custo seriam suficientes
para a garantia da qualidade no gerenciamento de projetos não se confirmou,
pois o que se viu foi a necessidade de integração de conceitos, ferramentas,
habilidades, conhecimentos e técnicas em todas as fases do projeto, com
planejamento, verificação, validação, replanejamento, documentação,
responsabilidades e comunicação apenas para citarmos alguns pontos é que
permitem que aconteça um gerenciamento da qualidade eficaz.
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BIBLIOGRAFIA
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2ª ed. São Paulo: Atlas, 2012.
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Tradução: Luciana do Amaral Teixeira. 5ª reimpressão. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2006.
KEELING, Ralph. Gestão de Projetos: Uma abordagem global. Tradução: Cid
Knipel Moreira. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
KERZNER, Harold. Gestão de Projetos: As Melhores Práticas. Tradução: Lene
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NBR ISO 9001 : 2008 – Sistema de Gestão da Qualidade – Requisitos.
VARGAS, Ricardo Viana. Gerenciamento de projetos: estabelecendo
diferenciais competitivos. 6ª ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2005.
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