UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · informação-ocultamento-sedução, os códigos...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
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TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO
AS MÍDIAS NA PRÁTICA DOCENTE
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Por: Flavia Barbosa Garcia
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Orientador
Prof.ª Flavia de Carvalho Cavalcanti da Silva
Rio de Janeiro
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
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TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO
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Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Docência do Ensino
Superior.
Por: Flavia Barbosa Garcia
3
AGRADECIMENTOS
...A Deus por permitir que chegasse ate
aqui.
4
DEDICATÓRIA
A minha mãe por sempre acreditar nas
minhas escolhas e ao meu marido por
sempre estar ao meu lado incentivando e
acreditando nos meus sonhos.
5
RESUMO
Estudo dirigido a professores e alunos, através de uma leitura sobre
como a tecnologia e a mídias no processo de educação influenciam na pratica
docente nos tempos atuais.
Com o surgimento de novas tecnologias da informação e da
comunicação, que fizeram acelerar e crescer imensamente o fluxo
comunicacional. Buscando refletir sobre o que tais adventos trazem à
sociedade, apontando algumas possibilidades, que permitam ao processo de
ensino e aprendizagem e caminhos para se chegar a uma educação mais
dialógica e participativa, utilizando velhas e novas mídias.
Mostrar que o professor passa a ser um estimulador, coordenador e
parceiro do processo de ensino e aprendizagem e não mais um mero
transmissor de um conhecimento fragmentado em disciplinas, que precisa
compreender como a tecnologia e as novas mídias no processo de ensino,
aprendizagem e educação podem influenciar na prática docente.
Apresentando novos meios de produção de mídia que se desenvolverão
a partir da Internet e levar os professores e docentes a pensar os meios de
comunicação sob uma nova ótica e se beneficiar destes meios no processo
educacional, mostrando como é possível extrair o melhor de cada meio para o
processo educacional.
Avaliando os fundamentos para a presença da mídia no processo
pedagógico vista como estimulo a colaboração e à interatividade.
PALAVRAS-CHAVE: Docência, tecnologia, educação, cibercultura, interatividade, educação online.
6
METODOLOGIA
A partir de um levantamento bibliográfico de cunho comparativo, identificamos
como bibliografia principal Freire, Wendel Tecnologia e Educação: as mídias
na pratica docente.
Forma escolhidas alguns outros Os métodos que levam a conclusão este
trabalho que forma o uso de livros, periódicos e sites na internet.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - MÍDIA-EDUCAÇÃO: Reflexões e práticas 12
1.1 Meio de Comunicação em Massa 14
1.2 Novas Tecnologias, antigas estruturas 16
1.3 Mídia Educação 21
CAPÍTULO II - Perspectiva Da Tecnologia Educacional No Processo
Pedagógico 26
2.1 A contemporaneidade 27
2.2 Mídia e Tecnologia 28
2.3 Mídia e Educação 32
2.4 Processos Educativos com uso de tecnologia 38
CAPÍTULO III – Desafio Comunicacional da Cibercultura 39
3.1 Pedagogia de Transmissão 43
3.2 O cenário Sociotécnico na Cibercultura 45
3.3 Docência Interativa Online 49
CONCLUSÃO 50
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 51
ÍNDICE 53
FOLHA DE AVALIAÇÃO 54
8
INTRODUÇÃO
O percurso histórico que vai da utilização das coisas pela mão até a
fabricação e manipulação dos objetos pelos signos descreve um processo
complexo e coerente com aquele que vai da natureza ao artifício. Neste
processo de superposição de tecnologias sobre tecnologias, vemos que há
mais deslocamentos do que substituições.
Esta pesquisa tem como objeto de estudo, o instrumental tecnológico
que pode ser utilizado para a educação, presencial ou à distância, resgatando
as tecnologias como ferramentas à disposição do professor.
Estamos na era da tecnologia e inclusão digital, e é muito triste
constatar que ainda a quem pense que tecnologia na educação se faz
simplesmente com os veículos de comunicação em massa. Sabemos que no
contexto do mundo globalizado a tecnologia tem avançado proporcionando,
mais informação, entretenimento, e uma infinidade de facilidades ao
profissional que se depara na pratica docente. A escola não pode ficar a
margem desse turbilhão de informações, mas deve adequá-las a realidade
fazendo uso de todas essas mídias a favor da educação favorecendo um
aprendizado eficaz através dos novos recursos.
Em meio a essa realidade vemos nas escolas, professores alienados a
mudanças tecnológicas, não aceitação do novo, a não adequação desses
materiais e visível despreparo profissional, como o exemplo histórico nos
mostra, a simples chegada de uma mídia, como o quadro-negro, não significou
sua imediata incorporação como elemento do processo educacional. Foi
preciso que alguns docentes, de início, se entusiasmassem, experimentassem
e criassem novas aplicações, utilizando-se delas nas aulas para que ao longo
do tempo a incorporação efetiva do quadro-negro se desse.
9
Foi, juntamente com as mídias disponíveis e as publicações de cada
época, a forma de atuação, de mediação, de intervenção, enfim, as decisões
tomadas pelos professores e educadores na construção e condução de suas
aulas que configuraram outras inúmeras possibilidades de tecnologias
educacionais.
Os instrumentos, as mídias por si só são incapazes de produzir
conhecimentos, mas quando são utilizados como suporte para enriquecer as
aulas e promover conhecimento através da mediação e intervenção do
professor daí se da à tecnologia educacional que nada mais é do que a ação
didática do professor utilizando as mídias.
Classificamos a aprendizagem em: Aprender a partir da tecnologia em
que a tecnologia apresenta o conhecimento, e o papel do aluno é receber esse
conhecimento, como se ele fosse apresentado pelo próprio professor;
Aprender acerca da tecnologia em que a própria tecnologia é objeto de
aprendizagem.
Aprender com a tecnologia em que o aluno aprende usando as
tecnologias como ferramentas que o apoiam no processo de reflexão e de
construção do conhecimento (ferramentas cognitivas). Nesse caso a questão
determinante não é a tecnologia em si mesma, mas a forma de encarar essa
mesma tecnologia, usando-a, sobretudo, como estratégia cognitiva de
aprendizagem.
As profundas e rápidas transformações, em curso no mundo
contemporâneo, estão exigindo dos profissionais que atuam na escola, de um
modo geral, uma revisão de suas formas de atuação.
Novas maneiras de pensar e de conviver estão sendo elaboradas no
mundo das comunicações e da Informática. As relações entre os homens, o
10
trabalho, a própria inteligência dependem, na verdade, da metamorfose
incessante de dispositivos informacionais de todos os tipos. Escrita, leitura,
visão, audição, criação e aprendizagem são capturadas por uma Informática
cada vez mais avançada.
Através de uma pesquisa bibliográfica, de cunho comparativo com
referencia de Wendel Freire e Maria Luiza Belloni.
Fazendo um passeio pela evolução das tecnologias ao longo do tempo,
discutindo as relações entre cultura oral e escrita, a chegada das mídias
eletrônicas, sempre na perspectiva de que não adianta colocar em uso todos
os meios ou criticá-los, sem conhecer suas nuances e refletir sobre seus usos
e a quem se destina. Ou seja, levar em conta o contexto desse uso e o enorme
potencial transformador que as tecnologias possuem.
Questionamos se o professor está preparado para ser dono de um meio
de comunicação, lembrando que a evolução das comunicações de massa está
diretamente ligada à evolução da humanidade e que hoje os meios que
surgem, já carregam a possibilidade de interação entre o produtor de conteúdo
e o público a quem se destinam suas mensagens. Ou seja, hoje, a participação
de quem recebe a mensagem é elemento constituidor da própria mensagem.
Os professores devem preparar seus alunos, portanto, para enquanto
audiência saberem a melhor maneira de criar produtos para os meios de
comunicação, ser críticos em relação a eles, mas ao mesmo tempo saberem o
que querem e o que fariam com um veículo na mão, aproveitarem as
possibilidades que eles oferecem.
Refletindo sobre a presença maciça e veloz das informações na nossa
sociedade e como estamos (ou não) processando essas informações e
transformando-as (ou não) em conhecimento. Citando Sêneca, que ressalta
que “nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir”, temos que
11
estar preparados para lidar com essa velocidade midiática. E uma das
maneiras é trabalhar com os meios de comunicação nas escolas. Não apenas
como recurso pedagógico, mas como objeto de estudo, para que os jovens
tenham uma compreensão menos superficial de sua época, da influência
midiática no jogo democrático, no discurso ideológico e no consumo.
Defendendo que os educadores devem interagir com a mídia sem
cobrança educativa, mas a partir de sua adequação à proposta pedagógica em
questão, integrando-a ao processo educativo em consonância com a
abordagem da tecnologia educacional. Além disso, ressaltando que a escola
de hoje deve ser problematizadora, desafiadora, agregadora de indivíduos
pensantes que constroem conhecimento colaborativamente e de maneira
crítica. Nessa perspectiva o educador deve ser mais do que nunca um
estimulador, coordenador e parceiro do processo de ensino e aprendizagem e
não mais um transmissor de conhecimento fragmentado em disciplinas.
Analisando o aluno da geração digital, que tem levado a atitude para
dentro da escola e exigido uma nova sala de aula e a aprendizagem em um
ambiente interativo e espaço de autoria e coautoria e da possibilidade de
diálogos através de blogs ou outras interfaces digitais.
Em destaque a Web Quest, atividade coletiva baseada na pesquisa
orientada, em que quase todos os recursos e as fontes utilizadas para o
desenvolvimento da atividade são provenientes da web.
12
CAPÍTULO I
MÍDIA-EDUCAÇÃO: Reflexões e práticas
A simples introdução dos meios e das tecnologias na escola pode ser a forma mais enganosa de ocultar seus problemas de fundo sob a égide da modernização tecnológica. O desafio é como inserir na escola um ecossistema comunicativo que contemple ao mesmo tempo: experiências culturais heterogêneas, o entorno das novas tecnologias da informação e da comunicação, além de configurar o espaço educacional como um lugar onde o processo de aprendizagem conserve seu encanto. Jesús Martín Barbero
Estamos deslumbrados com o computador e a Internet na escola e
vamos deixando de lado a televisão e o vídeo, como se já estivessem
ultrapassados, não fossem mais tão importantes ou como se já dominássemos
suas linguagens e sua utilização na educação.
A televisão, o cinema e o vídeo, CD ou DVD - os meios de comunicação
audiovisuais - desempenham, indiretamente, um papel educacional relevante.
Passam-nos continuamente informações, interpretadas; mostram-nos
modelos de comportamento, ensinam-nos linguagens coloquiais e multimídia e
privilegiam alguns valores em detrimento de outros. A informação e a forma de
ver o mundo predominante no Brasil provêm fundamentalmente da televisão.
Ela alimenta e atualiza o universo sensorial, afetivo e ético que crianças e
jovens – grande parte dos adultos - levam a para sala de aula.
Precisamos, em consequência, estabelecer pontes efetivas entre
educadores e meios de comunicação. Educar os educadores para que, junto
com os seus alunos, compreendam melhor o fascinante processo de troca, de
informação-ocultamento-sedução, os códigos polivalentes e suas mensagens.
Educar para compreender melhor seu significado dentro da nossa sociedade,
para ajudar na sua democratização, onde cada pessoa possa exercer
integralmente a sua cidadania.
13
Em que níveis podem ser pensados a relação Comunicação, Meios de
Comunicação e Instituição?
Entendemos que esta pode ser pensada em três níveis:
1. organizacional
2. de conteúdo
3. comunicacional
- no nível organizacional: uma escola mais participativa, menos
centralizadora, menos autoritária, mais adaptada a cada indivíduo. Para isso, é
importante comparar o nível do discurso - do que se diz ou se escreve - com a
práxis - com as efetivas expressões de participação.
- no nível de conteúdo: uma escola que fale mais da vida, dos
problemas que afligem os jovens. Tem que preparar para o futuro, estando
sintonizada com o presente. É importante buscar nos meios de comunicação
abordagens do quotidiano e incorporá-las criteriosamente nas aulas.
- no nível comunicacional: conhecer e incorporar todas as linguagens e
técnicas utilizadas pelo homem contemporâneo. Valorizar as linguagens
audiovisuais, junto com as convencionais.
As tecnologias são pontes que abrem a sala de aula para o mundo, que
representam o nosso conhecimento do mundo. São diferentes formas de
representação da realidade, de forma mais abstrata ou concreta, mais estática
ou dinâmica, mais linear ou paralela, mas todas elas, combinadas, integradas,
possibilitam uma melhor apreensão da realidade e o desenvolvimento de todas
as potencialidades do educando, dos diferentes tipos de inteligência,
habilidades e atitudes.
14
A educação para a comunicação precisa da articulação de vários
espaços educativos, mais ou menos formais: educação ao nível familiar,
trabalhando a relação pais-filhos-comunicação, seja de forma esporádica ou
em momentos privilegiados, em cursos específicos também. Comunicação na
comunidade, analisando os meios de comunicação a partir da situação de uma
determinada comunidade e interpretando concomitantemente os processos de
comunicação dentro da comunidade. Educação para a comunicação é a busca
de novos conteúdos, de novas relações, de novas formas de expressar esses
conteúdos e essas relações.
1.1 Meio de Comunicação em Massa
Apresentar novos meios de produção de mídia que se desenvolverão a
partir da Internet e levar professores a pensar os meios de comunicação sob
uma nova ótica.
Oferecer meios no processo educacional, introduzindo algumas
questões teóricas e conceituais sobre o funcionamento de cada meio de
comunicação e como é possível extrair o melhor de cada meio para o fazer
educacional.
Os embarques, evidentemente, não devem acontecer às escuras. É
preciso, mais do que simples adesão ou rechaço às novas tecnologias. Não
basta às instituições disponibilizar os produtos e os aparatos midiáticos sem
que se entendam as transformações e os processos produzidos pelas
tecnologias, que sempre geraram tensionamentos, subalternizações e
desigualdades.
As criticas aos meios de comunicação de massa são tão antigas quanto
à própria existência deles.
15
A escolha das comunicações de massa está diretamente associada à
evolução da humanidade.
Com a Internet de alta velocidade, celulares com câmera, gravadores de
vozes capazes de registrar mais de 50 horas de conversa, impressoras a lazer
– todos produtos com valores acessíveis às camadas médias e baixas da
população.
A produção de produtos para meios de comunicação tem a
oportunidade de deixar de ser completamente monopolizada por grupos e
pessoas que detinham estes meios. Para o sistema educacional esta
possibilidade é ainda maior, já que, organizados em um sistema próprio,
professores, alunos e pais têm maior capacidade de cotizarem-se para ter
acesso a estes meios de produção de conteúdos de mídia.
Como nos ensina a professora Genèvieve Jaquinot (2008) em seu
ensaio O que é Educomunicador? Papel da comunicação na formação dos
professores, um novo modelo educacional calcado no professor como
mediador dos conhecimentos onde se valoriza a participação, o construtivismo
e os saberes prévios dos alunos, portanto pode utilizar os produtos das mídias
como catalisador para a busca de mais conhecimentos sobe um determinado
tema.
Mas, para que isso tenha resultado satisfatório, é necessário, antes de
tudo, que professores e alunos estejam preparados para decifrar a linguagem
própria de cada um dos meios de comunicação de massa.
Para bem compreender os produtos de cada um dos meios, portanto, é
necessário que o receptor das mensagens tenha conhecimento não apenas da
língua que transmite suas mensagens. É preciso também ter os códigos como
temos os da língua portuguesa para decifrar as mensagens que são enviadas
nestes meios com a linguagem própria de cada veículo de comunicação.
16
Demonizar os meios de comunicação pelo uso tem sido uma postura
imediatista e fácil, adotada por parte dos intelectuais do nosso tempo e
outros.A esperança, para uma profunda transformação na produção dos meios
de comunicação de massa que temos nos dias de hoje é a escola. É no
processo de formação que a escola deve assumir como motor do conjunto
individuo-família-sociedade, que está a real chance de produzirmos pessoas
conscientes da importância dos meios de comunicação, de como usá-los em
beneficio.
A transformação não se dará sem antes haver professores qualificados
para este trabalho. E o preparo de começar nas escolas de formação de
professores, onde hoje infelizmente este conceito continua negligenciado.
Relatos mostram que vale a pena seguir por este caminho. A mudança
de postura dos alunos quando se veem capazes de compreender e, mais
ainda, produzir para os meios de comunicação, é recompensadora.
1.2 Novas Tecnologias, antigas estruturas.
Sob o enfoque de uma concepção moderna podemos considerar o
surgimento da Sociedade da Informação como consequência direta das novas
formas de organização, produção e circulação de produtos, serviços e bens
culturais mundiais que têm se pautado no intenso uso das novas tecnologias
da informação e da comunicação diminuindo as distâncias de tempo e espaço
nos processos por elas desencadeados.
Castells (1999), ao analisar as transformações socioeconômicas e
tecnológicas da atualidade, nos mostra como hoje o homem atua sobre as
tecnologias, utilizando-as para transportar o capital e os bens materiais e
simbólicos de um lado para o outro do mundo muito rapidamente. A economia
e a cultura mundial estão interconectadas.
17
Avanços nos transportes e nas telecomunicações diminuíram em todos
os sentidos as distâncias mundiais. As empresas cresceram, o fluxo de
produtos e de capital aumentou, assim como a necessidade de escoamento
dos mesmos, através da ampliação das relações comerciais nas diversas
regiões do planeta.
O processo de Globalização introduziu propostas de reorganização à
sociedade mundial, atingindo as esferas política, econômica, social e cultural, o
que redefiniu algumas concepções de espaços públicos e privados.
Na nova realidade as nações necessitam de um número cada vez maior de pessoas, organizações preparadas para interagir ativamente nas avançadas redes locais, regionais e mundiais de informação e comunicação. Global mesmo é a medida da velocidade de deslocamentos de capitais e informações, tornados possíveis pelas teletecnologias – globalização é, portanto, um outro nome para a "teledistribuição" mundial de pessoas e coisas. (SODRÉ, 2002: 11-12).
As acentuadas diferenças de acesso colocam as sociedades distantes
da socialização e democratização das informações, pois é uma pequena
parcela de cidadãos que tem acesso às tecnologias e as informações e que
sabe utilizá-las na produção de novos conhecimentos.
Hoje, os usos das TIC's influem sobre as relações das nações no
mercado econômico global e através de seu ritmo ágil de funcionamento
impõem produtividade, qualidade e competitividade, acabando por redefinir o
perfil de competências dos indivíduos que atuam nas organizações sociais.
A tecnologia desempenhou e desempenhará um papel predominante na
conformação da sociedade global da informação, só que não é a compreensão
técnica do fenômeno, mas sua assimilação às formas de vida do dia-a-dia, o
que fará que se desenvolva e progrida.
18
No século XXI, a sociedade global da informação se caracterizará pela
forma como os novos meios de comunicação mudarão nossas vidas, com
novas possibilidades, oportunidades e desafios.
No novo contexto, os países em desenvolvimento enfrentam diversos
desafios relacionados à efetiva participação no mercado global e na SI
mundial. E, preconizando maiores níveis de participação e de competitividade,
articulam, internamente e externamente, estratégias políticas e de mercado
para promoção do desenvolvimento nos setores político, econômico, cultural e
social.
Desde o final do século passado, o Brasil tem adotado políticas com
iniciativas para estabelecer sua Sociedade da Informação considerando sua
realidade política, econômica e cultural. De um modo geral, tem priorizado a
questão do planejamento e desenvolvimento de tecnologias nacionais e
projetos de educação permanente dos cidadãos.
No Brasil, o programa Sociedade da Informação está sendo coordenado
pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), devido a sua ativa participação
em atividades ligadas a implementação de atividades ligadas ao
desenvolvimento das Telecomunicações e da Internet no país e as políticas de
automação.
O Livro Verde (2000) (1) descreve à inserção do país no novo
paradigma técnico-econômico (a Sociedade da Informação) como um meio de
mudança da organização social da nação, pois seria capaz de impulsionar a
competitividade do país no mercado mundial, sem prejuízo a preservação da
identidade nacional, gerando o crescimento interno e a melhoria das condições
sociais, econômicas e culturais.
O analfabetismo e o analfabetismo funcional são os principais entraves
sociais para inserção dos indivíduos na sociedade moderna, pois retiram
19
praticamente todas as possibilidades de participação e transformação social. O
acesso a educação formal possibilitaria que uma formação ampla, baseada em
valores humanos, na visão crítica do mundo e do seu papel enquanto cidadão.
Educar abrange muito mais do que oferecer condições de acesso às
novas tecnologias.
Na nova economia, não basta dispor de uma infraestrutura moderna de
comunicação é preciso competência para transformar informação em
conhecimento. A educação é o elemento-chave para a construção de uma
sociedade da informação e condição essencial para que pessoas e
organizações estejam aptas a lidar com o novo, a criar, e assim, a garantir seu
espaço de liberdade e autonomia.
A educação da população se converte num diferencial competitivo para
nações que almejam desenvolver-se internamente e externamente.
A capacidade de gerar, tratar e transmitir informação é a primeira etapa
de uma cadeia de produção que se completa com sua aplicação no processo
de agregação de valor a produtos e serviços. Nesse contexto, impõe-se, para
empresas e trabalhadores, o desafio de adquirir a competência necessária
para transformar informação em um recurso econômico estratégico, ou seja, o
conhecimento.
O espaço maior na cena das conversas sobre as tecnologias
principalmente em educação é ocupado pelas mídias eletrônicas e digitais,
suas linguagens e seus ecossistemas comunicativos. O rádio, o jornal, o
cinema, a televisão e agora os equipamentos da chamada era digital –
computadores e suas conexões via Internet. Certamente que estes aparatos
impuseram/impõem grandes transformações sociais e alteram profunda e
irreversivelmente nossos mapas cognitivos. Mas as tecnologias que nos
enredam hoje não nasceram no vácuo, ou seja, elas não apareceram de hora
20
para outra. Então assim como as tecnologias não nasceram do nada, também
outras tecnologias, no passado da humanidade, já impuseram transformações
profundas, já causaram muita exclusão, muita desigualdade. Talvez, uma das
grandes diferenças entre os passos da humanidade é quem em outros tempos,
as transformações eram quase imperceptíveis, mais lentas.
A tecnologia de hoje não é só o resultado da inteligência da nossa
ciência moderna. É como um eco dos tempos: reverbera hoje como resultado
daquilo veio sendo gritado, desde sempre.
Mas, se, por um lado, o papel das mídias eletrônicas e digitais não é o
de recuperar a oralidade e suas formas de produzir conhecimentos, de
relacionamentos sociais, por outro lado proporcionou algumas reflexões.
Corremos o risco de assumir as tecnologias em suas atribuições,
qualidades de problemas, em si mesmas. Talvez se entendêssemos dessa
forma, ou seja, atribuindo às tecnologias as dificuldades as possibilidades
como coisas encerradas nelas mesmas, isoladas do mundo, teremos mais
dificuldades em fazer conexões entre estes tempos, as praticas culturais dos
grupos e as diferentes formas de estar no mundo, às tecnologias, a educação
e as questões sociais.
Nunca é demais afirmar que as tecnologias são realizações históricas,
resultado das condições possíveis de cada sociedade, como resultado de
complexos embates políticos, dominação econômica e realização cultural.
Afirmação de determinadas formas de conhecimento, de empreendimento
técnico-cientifico.
1.3 Mídia Educação
21
Para que a sociedade da informação seja uma sociedade plural,
inclusiva e participativa, hoje, mais do que nunca, é necessário oferecer a
todos os cidadãos, principalmente aos jovens, as competências para saber
compreender a informação, ter o distanciamento necessário à análise crítica,
utilizar e produzir informações e todo tipo de mensagens. Esta convicção
inspirou este artigo, cujo objetivo é apresentar algumas tendências atuais da
mídia-educação no mundo, seus conceitos e ações, buscando contribuir para
seu desenvolvimento no Brasil. Mídia-educação é importante porque vivemos
num mundo onde as mídias estão onipresentes, sendo preciso considerar sua
importância na vida social, particularmente no que diz respeito aos jovens.
Promover a mídia-educação é importante também porque as defasagens, que
separam muitas vezes os sistemas educacionais do mundo que nos rodeia,
prejudicam a formação das novas gerações para a vida adulta.
Por mídia-educação convém entender o estudo, o ensino e a
aprendizagem dos meios modernos de comunicação e
expressão, considerados como parte de um campo específico e
autônomo de conhecimentos, na teoria e prática pedagógicas,
sendo diferente de sua utilização para o ensino e a
aprendizagem em outros campos do conhecimento, tais como
a matemática, a ciência e a geografia. (UNESCO, 1984)
Mídia-educação é um campo relativamente novo, com dificuldades para
se consolidar entre as quais a mais importante é, sem dúvida, sua pouca
importância na formação inicial e continuada de profissionais da educação. A
esta dificuldade maior, cuja mudança é condição sine qua non para o
desenvolvimento da mídia-educação, acrescentam-se outros obstáculos
importantes:
I) ausência de preocupação com a formação das novas gerações para a
apropriação crítica e criativa das novas tecnologias de informação e
comunicação (TIC);
22
II) indefinição de políticas públicas e insuficiência de recursos para
ações e pesquisas;
III) confusões conceituais, práticas inadequadas, receitas prontas para a
sala de aula, em lugar da reflexão sobre o tema na formação de educadores;
IV) influência de abordagens baseadas nos efeitos negativos das mídias
que tendem a bani-las da educação, em lugar da compreensão das
implicações sociais, culturais e educacionais;
V) integração das TIC à escola de modo meramente instrumental, sem a
reflexão sobre mensagens e contextos de produção.
É parte essencial dos processos de socialização das novas gerações,
mas não apenas, pois deve incluir também populações adultas, numa
concepção de educação ao longo da vida.
Trata-se de um elemento essencial dos processos de produção,
reprodução e transmissão da cultura, pois as mídias fazem parte da cultura
contemporânea e nela desempenham papéis cada vez mais importantes, sua
apropriação crítica e criativa, sendo, pois, imprescindível para o exercício da
cidadania. Também é preciso ressaltar que as mídias são sofisticados
dispositivos técnicos de comunicação que atuam em muitas esferas da vida
social, não apenas com funções efetivas de controle social (político,
ideológico...), mas também gerando novos modos de perceber a realidade, de
aprender, de produzir e difundir conhecimentos e informações.
São, portanto, extremamente importantes na vida das novas gerações,
funcionando como instituições de socialização, uma espécie de “escola
paralela”, mais interessante e atrativa que a instituição escolar, na qual
crianças e adolescentes não apenas aprendem coisas novas, mas também, e
talvez principalmente, desenvolvem novas habilidades cognitivas, ou seja,
23
“novos modos de aprender”, mais autônomos e colaborativos, ainda ignorados
por professores e especialistas (Porcher, 1974; Perriault, 2002; Belloni &
Gomes, 2008; Belloni et al., 2007; Belloni, s/d).
Do ponto de vista conceitual, a questão mais importante é a integração
destes dispositivos técnicos aos processos educacionais e comunicacionais.
Nas sociedades contemporâneas, esta integração tende a ocorrer de modo
bastante desigual: ela é alta e rápida nos processos de comunicação, onde os
agentes (as mídias) se apropriam imediatamente das novas tecnologias e as
utilizam numa lógica de mercado; e tende a ser muito baixa nos processos
educacionais, cujas características estruturais e institucionais dificultam
mudanças e inovações pedagógicas e organizacionais, que a integração de
novos dispositivos técnicos acarreta.
Além desta desigualdade estrutural, é preciso ressaltar outras,
igualmente importantes: o acesso e a apropriação das TIC ocorrem também de
modo muito desigual, segundo as classes sociais e as regiões do planeta.
Uma de suas funções é contribuir para compensar as desigualdades
que tendem a afastar a escola dos jovens e, por consequência, a dificultar que
a instituição escolar cumpra efetivamente sua missão de formar o cidadão e o
indivíduo competente. Por isso, é importante considerar esta integração, na
perspectiva da mídia-educação, em suas duas dimensões inseparáveis: objeto
de estudo e ferramenta pedagógica, ou seja, como educação para as mídias,
com as mídias, sobre as mídias e pelas mídias. Somente assim a escola
poderá cumprir sua missão de formar as novas gerações para a apropriação
crítica e criativa das mídias, o que significa ensinar a aprender a ser um
cidadão capaz de usar as TIC como meios de participação e expressão de
suas próprias opiniões e saberes.
24
Entende-se, a partir de então, por mídia-educação, a formação para a
leitura crítica das mídias em geral, independentemente do suporte técnico
(impresso, rádio, cinema, televisão).
Já faz algum tempo que a mídia vem sendo utilizada como recurso
pedagógico, auxiliando os professores nas diversas disciplinas da educação
básica. Mas os meios de comunicação devem ser incluídos, sobretudo, como
objetos de estudos.
A canção (O Silêncio de Arnaldo Antunes) cuja letra já serviu para
desencadear, entre professores e alunos, uma reflexão sobre o conceito de
tecnologia que nos cerca e sobre as mudanças geradas em nossa sociedade.
A letra diz que:
antes de existir computador existia tevê antes de existir tevê existia luz elétrica antes de existir luz elétrica existia bicicleta antes de existir bicicleta existia enciclopédia antes de existir enciclopédia existia alfabeto antes de existir alfabeto existia a voz antes de existir a voz existia o silêncio o silêncio foi a primeira coisa que existiu um silêncio que ninguém ouviu astro pelo céu em movimento e o som do gelo derretendo o barulho do cabelo em crescimento e a música do vento e a matéria em decomposição a barriga digerindo o pão explosão de semente sob o chão diamante nascendo do carvão homem pedra planta bicho flor luz elétrica tevê computador batedeira, liquidificador vamos ouvir esse silêncio meu amor amplificado no amplificador do estetoscópio do doutor no lado esquerdo do peito, esse tambor Aristóteles falava em três ambiências da sociedade grega: da vida
contemplativa, da vida politica, da vida prazerosa (do corpo). Muniz Sodré
acrescenta uma quarta ambiência, referindo-se à quarta ambiência, à
sociedade contemporânea, o bios midiático.
25
A mídia, mais que transmissor de informação, é uma ambiência, uma
forma de vida. O que se passa no mundo é representado no discurso midiático.
Esse discurso desenha o real, pautando as conversas do dia a dia, ditando
comportamentos, vestindo os corpos e as mentes de cores e formas do
interesse de uma lógica global, de um pensamento único.
São fundamentais tempo e critério para que a velocidade da informação
e da comunicação não nos atordoe. Tempo e critério para processarmos o
cotidiano e termos como resultado uma verdadeira Era do Conhecimento.
Qualquer projeto de sociedade e de educação deve levar em conta a
mídia enquanto espaço público e enquanto ambiência. A mídia-educação não
será a solução para as mazelas da educação, mas sim para o melhoramento
desta, fazendo-se necessário a transformação do espectador em cidadão no
que mídia-educação pode contribuir significativamente.
As definições mais atuais de mídia-educação se referem, de um lado, à
inclusão digital, ou seja, à apropriação dos modos de operar estas máquinas
maravilhosas que abrem as portas do mundo encantado da rede mundial de
computadores, possibilitando a todos se tornarem produtores de mensagens
midiáticas. Segundo V. Reding, da Comissão Européia, a mídia-educação é
hoje tão necessária ao exercício completo de uma cidadania ativa, quanto era,
no início do século 19, com o domínio da leitura e da escrita.
26
CAPÍTULO II
PERSPECTIVA DA TECNOLOGIA EDUCACIONAL NO
PROCESSO PEDAGÓGICO
A forma como o ser humano se comunica tem se alterado ao longo da
história para suprir suas necessidades cotidianas. Nesse contexto, a partir do
século XX, a mídia apresenta papel relevante, adaptando-se ao
desenvolvimento de novas tecnologias.
A mídia no senso comum é entendida ao mesmo tempo como o sujeito
emissor da mensagem, quanto o meio utilizado durante o processo de
comunicação. Entendida como meio, a mídia tem sofrido o influxo da chamada
comunicação virtual, criando-se uma cultura da virtualidade real, baseada na
metalinguagem que absorve as modalidades escrita, oral, e audiovisual da
comunicação humana.
Exemplo de mídia contemporânea cuja importância se torna cada vez
mais patente é a internet. Tal rede internacional ganha força e maior
abrangência a partir do processo de globalização econômica.
A intensificação da comunicação virtual, utilizando uma linguagem auto
referencial, traz como consequência o aumento da demanda por maior
interatividade. Tal fato é o contraponto da antiga cultura de massa, na qual o
receptor da mensagem adota postura passiva. Desse modo, em uma rede
interativa a soberania na constituição e detenção da informação não é mais
exclusiva do emissor. A criação, propagação e desenvolvimento da informação
decorrem da interação dos partícipes durante o processo de comunicação na
rede. Como consequência desse processo entre vida e virtualidade tem o que
Castells chamou de cultura da virtualidade real. Como um espelho a realidade
27
virtual cria por meio de sua própria linguagem um retrato estilizado da
realidade.
Em meio ao século XXI temas relevantes como educação e
comunicação midiática caracterizam a espinha dorsal dos problemas
pedagógicos. Perguntas de vertentes várias, suposições, métodos e porque
não dizer superstições, são colocadas visando uma pedagogia da nova era.
Tendo a mídia como parte conjunta da vida, ela se apresenta muitas
vezes como sedutora de aspectos outros, a exemplo o lugar de importância,
afim de entretenimento na: vivência familiar, trabalho e educação.
Deve-se visar a mídia não com a função de entreter ou ocupar o aluno
de forma vã. Faz-se necessário integrar essa nova forma de informação e
interação social à educação, assim como é feito com os valores sociais, suas
produções, e agora também a Tecnologia.
(...) em uma opção filosófica, centrada no desenvolvimento
integral do homem, inserido na dinâmica da transformação
social; concretizam-se pela aplicação de novas teorias,
princípios conceitos e técnicas num esforço permanente de
renovação da educação. (ABT, 1982).
2.1 A contemporaneidade
O mundo contemporâneo não é, está sendo! O fundamento desta
afirmação é o complexo conjunto de mudanças socioculturais que se
desenvolvem a todo o momento, cada vez mais rápidas, ao nosso redor. E os
cenários que compõem essas dinâmicas são os meios de comunicação de
massa e as tecnologias da informação.
28
Este novo momento configura-se de modo diferente daquela
modernidade predominantemente marcada por uma racionalidade positivista,
por narrativas-mestras totalizantes, pelo poder centralizado do Estado-Nação,
pela consolidação do capitalismo.
O momento é diferente e não necessariamente antagônico, pois no
mundo atual, percebemos simultaneamente a existência de instituições,
padrões, valores e sistemas naturalizados desde a modernidade, sendo
modificados por traços do contemporâneo, e vice-versa.
O que se desenvolve hoje é um processo de reelaboração a partir das
novas circunstâncias geradas pela globalização, pela indústria da cultura, pelas
novas tecnologias, pela mídia. Os diversos campos da experiência humana
estão sendo afetados por processos socioculturais gerados na (e pela) própria
lógica moderna e, paradoxalmente, são eles mesmos que nos permitem
pensar este novo mundo social, que ousamos chamar de contemporaneidade.
2.2 Mídia e Tecnologia
As reflexões em torno do assunto mídia e educação vem sendo
aprofundadas há várias décadas dado a constatação de sua influência na
formação do sujeito contemporâneo e da necessidade em explorar o assunto
diante do rápido desenvolvimento das novas tecnologias de informação e
comunicação.
Ao falarmos propriamente sobre mídia, faz-se necessário reportar-se à
sua complexidade, ao situá-la como produto que se desenvolveu a partir dos
anos de 1940, no contexto da ordem industrial. Nesta época, a concentração
econômica e administrativa aliada ao desenvolvimento tecnológico estabelecia
semelhança estrutural ao cinema, rádio e revistas.
29
Tradicionalmente a sociedade atribuiu a instituições escolares à
responsabilidade na formação da personalidade do indivíduo tendo em vista a
transmissão cultural e do conhecimento acumulado historicamente. A
educação para as mídias como perspectivas de um novo campo de saber e de
intervenção vem se desenvolvendo desde os anos de 1970 no mundo inteiro
com o objetivo de formar usuários ativos, criativos, críticos de todas as
tecnologias de informação e comunicação.
No que se refere à área educacional, a mídia esteve sempre presente
na educação formal, porém, não raras vezes, sofreu certa resistência, em
relação a sua aplicação na escola. Porém, o impacto social causado pela
penetração da tecnologia de informação e comunicação (TIC) nos últimos
anos, ocasionou intensas transformações nas principais instituições sociais. A
família foi invadida pela programação televisiva em seu cotidiano, a Igreja se
rendeu ao caráter de espetáculo da TV, a escola que pressionada pelo
mercado utiliza a informática com um fim em si, e a essas influências se
associa à Internet, com intensa possibilidade de uso.
Mediante esse quadro caberia uma indagação: a escola pública deveria
incorporar as tecnologias de informação e comunicação em suas práticas
pedagógicas? Porém, torna-se relevante acrescentar que a abordagem aqui
discorrida, não trata da negação dos suportes midiáticos, ao contrário, enfoca
entre outros contrapontos suas influências e necessidades de inserção no
processo pedagógico. Desta forma, a partir do objeto em estudo, pretende-se
suscitar discussões sobre o processo ensino/aprendizagem, também no
sentido de esclarecer se a falta de direcionamento para a utilização dos meios
de comunicação pode influenciar negativamente na aprendizagem da criança e
do adolescente. Assim, o que prende é compreender a influência dos meios de
comunicação sobre o trabalho escolar a partir das relações entre mídia e
educação.
30
O avanço tecnológico se colocou presentes em todos os setores da vida
social, e na educação não poderia ser diferente, pois o impacto desse avanço
se efetiva como processo social atingindo todas as instituições, invadindo a
vida do homem no interior de sua casa, na rua onde mora, nas salas de aulas
com os alunos, etc. Desta forma, os aparelhos tecnológicos dirigem suas
atividades e condicionam seu pensar, seu agir, seu sentir, seu raciocínio e sua
relação com as pessoas.
Diante dessa realidade, delineiam os desafios da escola sobre esse
tema na tentativa de responder como ela poderá contribuir para que crianças e
jovens se tornem usuários criativos e críticos dessas ferramentas, evitando que
se tornem meros consumidores compulsivos de representações novas de
velhos clichês .
Contanto que essa atuação ocorresse no sentido de amenizar ou até
mesmo eliminar as desigualdades sociais que o acesso desigual a essas
máquinas estão gerando, tal fato poderia se tornar um dos principais objetivos
da educação.
No tocante ensino, uma das formas a se contemplar, dentre muitas
sugeridas para a educação para as mídias, seria estudar, aprender e ensinar a
criação, a utilização e a avaliação das mídias como artes plásticas e técnicas.
Analisando como estão situados na sociedade, seu impacto social, suas
implicações, a participação e a modificação do modo de percepção que elas
condicionam o papel do trabalho criador e o acesso às mídias.
Para aplicação dessa forma de ensino/aprendizagem abordando a
mídia, é necessário evitar o deslumbramento, assumir a criticidade, abandonar
práticas meramente instrumentais, excluir a visão apocalíptica que favorece o
conformismo e não a reflexão.
31
Desde a década de 1950, teóricos chamam a atenção para a
caracterização da sociedade pela tecnificação crescente nos mais variados
setores sociais. Já havia preocupações no sentido de que os meios de
comunicação constituíam uma escola paralela onde as crianças e os adultos
estariam encantados e atraídos em conhecer conteúdos diferentes da escola
convencional. Desta forma foram sendo analisados os efeitos do impacto da
tecnologia na sociedade e na educação. A partir desses impactos, alguns
autores como Friedmann e Pocher (1977) apontam que as tecnologias são
mais do que meras ferramentas a serviço do ser humano, elas modificam o
próprio ser, interferindo no modo de perceber o mundo, de se expressar sobre
ele e de transformá-lo, podendo também levá-lo em direções não exploradas
encaminhando a humanidade para rumos perigosos.
A rapidez da disseminação da Internet pelo mundo, em relação a outras
mídias. Enquanto o rádio levou 38 anos para atingir um público de 50 milhões
nos Estados Unidos, o computador levou 16 anos, a televisão, 13 anos e a
Internet levou apenas quatro anos para alcançar a marca de 50 milhões de
Internautas. Mediante o que foi exposto, reflexões a cerca do assunto devem
ser implementadas, contudo, o potencial educacional que as TIC oferecem não
pode ser negado, mas precisa ser integrado efetivamente na escola,
principalmente na rede pública de escolarização, já que pode servir como mais
uma possibilidade para a construção da cidadania plena. Para tanto, faz-se
necessário estabelecer como propósito a utilização da produção multimídia de
forma a desenvolver o potencial crítico sem negar o papel de consumidores
que somos, mas sob forma consciente, salientar a nossa função de emissores
e receptores do saber e da informação.
32
2.3 Mídia e Educação
Para efetivar a aplicação das tecnologias de informação e comunicação
na escola, após a constatação de sua importância e necessidade, é preciso
criar conhecimentos e mecanismos que possibilitem sua integração à
educação evitando o deslumbramento ou o uso indiscriminado da tecnologia
por si e em si. Portanto, é imprescindível enfatizar o cunho pedagógico em
detrimento das virtualidades técnicas, fugindo do discurso ideológico
procedente da indústria cultural.
Entretanto, a perspectiva que se abre no campo educacional, indo do
livro e do quadro de giz à sala de aula informatizada ou on-line, leva o
professor a uma perplexidade, despertando insegurança frente aos desafios
que representa a incorporação dos TIC ao cotidiano escolar. Talvez sejamos
ainda os mesmos educadores, mas certamente, nossos alunos já não são os
mesmos, estão em outra.
Neste cenário de constante e acelerado processo tecnológico que desde
os anos 80 tomou novas proporções, com equipamentos projetados para
armazenar, processar e transmitir informações de forma mais rápida e mais
acessível em termo de custo, vislumbrando uma possibilidade de utilização
para todos. Presenciam-se questões sobre a informatização e o acesso à
Internet permeando ainda as discussões dos que acreditam em uma sociedade
mais justa e igualitária, necessitando abordar aspectos sobre as condições
sociais, políticas e econômicas da vida e do trabalho, entrelaçados com as
condições culturais.
Contudo, escolas públicas vêm sendo equipadas com computadores
conectados à Internet através de Programas do governo federal e estadual.
Porém, somente esse fato garantiria a melhoria de qualidade no processo de
ensino/aprendizagem? Pedroso (2002) afirma que enquanto não forem criadas
possibilidades através de substancial mudança na estrutura do ensino
33
continuaremos na situação de dependência e servidão. No entanto, o
computador e sua capacidade técnica podem de forma contraditória, ser usado
no sentido da democratização, humanização, transformando as desigualdades
existentes na sociedade.
Mas a utilização da informática é vista como reacionária e conservadora
tendo em vista o desemprego tecnológico e o descomprometimento dos
educadores com a democracia. Em razão da péssima remuneração dos
professores, duvidosas formações, da baixa qualidade de ensino no ensino
fundamental e médio e a semi-alfabetização dos alunos, incluindo em países
considerados 1º do mundo, levam a crer que esse fenômeno de
descomprometimento com a educação seja um fenômeno mundial.
Enfatizando a importância dos meios de comunicação e das tecnologias
de informação que se concretiza fortemente em todos os âmbitos da vida
social, trazendo consequências para os processos culturais, comunicacionais e
educacionais. Vale lembrar que uma instituição que demonstra grande
dificuldade em absorver as transformações nos modos de aprender em
decorrência do avanço tecnológico atual é a escola, que devido à rapidez
desses avanços em seu bojo dependências com instituições maiores, não
assimilou outras formas tecnológicas comunicacionais e já se depara com a
informatização, suas linguagens multimídias e suas potencialidades interativas.
A sociedade contemporânea sob a forma de produção industrial tem sua
base na racionalidade instrumental regida por regras técnicas operacionais em
que tudo é planejado, medido, racionalizado.
Assim organizada essa sociedade tomou proporção tal que atingiu todos
os setores da vida do indivíduo, se adentrando no espaço e no tempo livre do
trabalhador, atingindo-o até mesmo em sua consciência sujeita às regras
provenientes das exigências técnicas da produção industrial.
34
Com suas regras clássicas e científicas, o Capitalismo estabelece em
seu discurso tecnocrático uma ideologia que insistentemente tenta legitimar
uma falsa consciência do mundo. Essa ideologia dominante influencia
comportamentos humanos, acabando por legitimá-la. No século XIX,
pensadores como Durkheim e Marx convergiam suas constatações de que o
homem e sua consciência são produtos da sociedade. Por ser o homem um
ser social é fruto de sua sociedade, é o resultado desta sociedade. Desta
forma, o homem é considerado criador e criatura, pois ao longo de sua
evolução, foi criando e adaptando instrumentos para facilitar suas relações
com os homens e com a natureza, desenvolvendo seus sentidos, sua ação e
aquilo que é específico do homem, a capacidade de criar.
Impregnados pela ideologia do poder, tanto a família quanto a escola e
outras instituições sociais, influenciam para a conformação e adaptação às
normas dominantes, ao mesmo tempo em que transmitem aos homens os
conhecimentos técnicos acumulados pelas gerações antecessoras,
desenvolvendo habilidades para adaptação ao sistema social econômico.
Dessa maneira, essas características vão modelando o processo de
socialização, a formação de novas gerações e a transmissão cultural. Neste
contexto, a formação da personalidade do indivíduo passa a ser tarefa de
instituições e de especialistas como: psicólogos, orientadores educacionais,
médicos, assistentes sociais. E a escola divide com a mídia a responsabilidade
na socialização dos jovens e crianças.
Portanto, o controle social é exercido sob múltiplas formas e através de
instituições entre as quais a escola e a mídia. A escola perpetua assim sua
função como Aparelho Ideológico do Estado, dividindo agora esse intento com
a mídia que assume a liderança sobre essa função. Nesse cenário atual,
escola é vista apenas como mais uma entre as muitas agências especializadas
na produção e disseminação da cultura. No processo geral de transmissão da
35
cultura e no processo de socialização das novas gerações, a escola vem
perdendo terreno e prestígio em concorrência com as diferentes mídias.
Enquanto o mundo se apresenta cada vez mais aberto e com máquinas
que lidam com o saber e com o imaginário, a escola ainda se estrutura em
tempos e espaços pré-determinados, fechada ignorando as inovações. Em
decorrência da velocidade dos avanços tecnológicos e sua interferência no
trabalho e na vida de todos. A escola se encontra em crise. A escola que tem
como ideal preparar as pessoas para vida, para cidadania e para o trabalho,
deve-se então questionar, sobre qual contexto social se reportar já que este
está em permanente modificação.
Desta forma a escola e todo sistema educacional tende a funcionar com
outros tempos e em múltiplos espaços diferenciados, com a presença de todos
os novos elementos tecnológicos da informação e comunicação. Assim, sobre
a resistência e a não completude em relação às tecnologias na educação,
Pretto e Pinto (2006), consideram como sendo uma das características
peculiares do momento contemporâneo. Segundo os autores, é a busca pela a
estabilidade e do equilíbrio, tendo a instabilidade como elemento fundante.
Diferentemente de tempos não muito distantes, hoje os educandos
dispõem de muitos meios de informação. O aluno hoje tem acesso muito mais
rápido e fácil às informações do que nós e nossos pais. Para estabelecer um
parâmetro de analise, basta lembrar que a televisão brasileira começou no ano
de 1950, mais precisamente em 18 de setembro. Os computadores são mais
recentes. Foi em julho de 1980 que a IBM lançou o primeiro PC (abreviação
em inglês de computador pessoal). A Internet já existia desde a década de
1970 para fins militares, migrando a seguir para grandes universidades. No
entanto, foi entre 1989 e 1991 que o inglês Tim Berners-Lee inventou a World
Wide Web (WWW) e popularizou a rede.
36
Torna-se evidente e compreensivo através desse paralelo o sentido de
resistência gerado pela instabilidade que acelerado processo tecnológico
ocasiona no meio educacional.
Desta maneira, os meios de comunicação de massa, e em especial a
televisão, que nos penetra mais recônditos cantos da geografia, oferecem de
modo atrativo e ao alcance da maioria dos cidadãos uma abundante bagagem
de informações nos mais variados âmbitos da realidade. Os fragmentos
aparentemente sem conexão e assépticos de informação variada, que a
criança recebe por meio dos poderosos e atrativos meios de comunicação, vão
criando, de modo sutil e imperceptível para ela, incipientes, mas arraigadas
concepções ideológicas, que utiliza para explicar e interpretar a realidade
cotidiana e para tomar decisões quanto a seu modo de intervir e reagir.
Nesse sentido, é que se torna imprescindível a utilização destes meios
na escola, para oportunizar uma reflexão das ideologias que servem a cultura
dominante, sendo que as relações sociais, bem como os meios de
comunicação que transmitem informações, estão a serviço desta cultura.
Os avanços tecnológicos estão sendo utilizados praticamente por todos
os ramos do conhecimento. As descobertas são extremamente rápidas e estão
a nossa disposição com uma velocidade nunca antes imaginada. A Internet, os
canais de televisão a cabo e aberta, os recursos de multimídia estão presentes
e disponíveis na sociedade. Estamos sempre a um passo de qualquer
novidade. Em contrapartida, a realidade mundial faz com que nossos alunos
estejam cada vez mais informados, atualizados, e participantes deste mundo
globalizado.
Entretanto, no limiar deste século, as grandes maiorias dos profissionais
da educação ainda não se veem preparados para o enfrentamento de
metodologias que utilizem esses recursos tecnológicos. Desta forma, muitas
explicações têm sido dadas para justificar esta resistência, no entanto, tornam-
37
se premente que o professor propicie aos alunos elementos de emancipação
com a utilização destes aparatos como ferramentas pedagógicas.
A dificuldade escolar está hoje entre os problemas mais estudados e
discutidos do sistema educacional. Porém, às vezes, a busca pelo culpado do
fracasso se torna mais relevante do que a causa do mesmo.
Sob a ótica da Psicopedagogia o ser humano é cognitivo, afetivo e
social e sua autonomia é estabelecida à medida que se compromete com o
seu social em redes relacionais. Segundo Bossa (1994), a Psicopedagogia,
inicialmente teve como pressuposto, que as pessoas que não aprendiam
tinham um distúrbio qualquer.
Hoje, o que se propõe é investigar e entender a aprendizagem com base
no diálogo entre várias disciplinas. Os profissionais que atendiam essas
pessoas eram os médicos, em primeira instância, e em segunda instância,
psicólogos e pedagogos que pudessem diagnosticar os déficits. Os fatores
orgânicos eram responsabilizados pelas dificuldades de aprendizagem, na
chamada época patologizante. A criança ficava rotulada, e a escola e o
sistema a que ela pertencia se eximiam de suas responsabilidades, jogando o
foco do problema na criança. Concebendo esse rótulo à criança, passa-se a
não perceber em quais circunstâncias ela apresenta tais dificuldades.
A sociedade do êxito educa e domestica. Seus valores e mitos relativos
à aprendizagem muitas vezes levam muitos ao fracasso.
Em nosso sistema educacional, o conhecimento é considerado
conteúdo, uma informação a ser transmitida. As atividades visam à assimilação
da realidade, e não possibilitam o processo de autoria do pensamento.
Assim, considerando as variedades de fatores que interferem no
processo ensino-aprendizagem, e que esta ocorre num vínculo entre
38
subjetividades, propõe-se compreender tais fatores na tentativa de amenizar
os problemas enfatizando a utilização dos meios tecnológicos como mais uma
possibilidade de suporte metodológico.
2.4 Processo Educativo com uso de tecnologia
A origem da Internet se deu a partir de 1969 com a Guerra Fria quando
os Estados Unidos solicitou a Advanced Research Projects Agency (ARPA)
uma rede de computadores que pudessem ter seu funcionamento mesmo com
a quebra de conexão. Surgiu então a rede das redes.
Desde 1980, os computadores pessoais e o desenvolvimento de
técnicas computacionais como os jogos simulados fazem surgir o computador
como extensão das capacidades cognitivas humanas que ativam o pensar, o
criar e o memorizar, Essas máquinas não estão mais apenas a serviço do
homem, mas interagindo com ele, formando um conjunto pleno de significado.
A partir de 1995, a Internet se expandiu com um grandioso poder de expressão
a nível individual e coletivo ampliando em larga escala o número de usuários.
A Internet é um meio que poderá conduzir-nos a uma crescente
homogeneização da cultura de forma geral e é, ainda, um canal de construção
do conhecimento a partir da transformação das informações pelos alunos e
professores. As redes eletrônicas estão estabelecendo novas formas de
comunicação e de interação onde a troca de ideias grupais, essencialmente
interativas, não leva em consideração as distâncias físicas e temporais. A
vantagem é que as redes trabalham com grande volume de armazenamento
de dados e transportam grandes quantidades de informação em qualquer
tempo e espaço e em diferentes formatos.
Os professores estão sendo convocados para entrar neste novo
processo de ensino e aprendizagem, nesta nova cultura educacional, onde os
meios eletrônicos de comunicação são a base para o compartilhamento de
39
ideias e ideais em projetos colaborativos. A utilização pedagógica da Internet é
um desafio que os professores e as escolas estarão enfrentando neste século,
que pode apresentar uma concepção socializadora da informação.
A Internet tem cada vez mais atingido o sistema educacional e as
escolas. As redes são utilizadas no processo pedagógico para romper as
paredes da escola, bem como para que aluno e professor possam conhecer o
mundo, novas realidades, culturas diferentes, desenvolvendo a aprendizagem
através do intercâmbio e aprendizado colaborativo.
Com o rápido crescimento do processo de globalização, vários
problemas estão afetando muitos países ao mesmo tempo.
Questões como inflação, meio-ambiente, têm preocupado diferentes
autoridades em todo o mundo. E também, com o assustador crescimento do
conhecimento, torna-se impossível para o aluno e o professor dominarem tudo.
Assim, o trabalho em equipe e a Internet oferecem uma das mais
excitantes e efetivas formas para capacitar os estudantes ao processo
colaborativo e cooperativo e, ainda, desenvolver a habilidade de comunicação.
Aprendizagem colaborativa é muito mais significativa quando os estudantes
podem trabalhar com alunos de outras culturas, podendo entender e perceber
novas e diferentes visões de mundo, ampliando, assim, seu conhecimento. Os
estudantes trabalhando como colaboradores em projetos dentro ou fora das
escolas podem medir coletar, avaliar, escrever, ler, publicar, simular, comparar,
debater, examinar, investigar, organizar, dividir ou relatar os dados de forma
cooperativa com outros estudantes. Porém, é importante lembrar que os
professores devem trabalhar com metas comuns e que a colaboração em sala
de aula é o primeiro passo em direção à cooperação global.
Considerando a importância do fenômeno comunicacional na sociedade
mundial e o acelerado processo tecnológico que abrange os variados setores
40
da convivência humana, o que se propõe é uma escola contextualizada, que se
situe na dinâmica dos novos processos de ensino e aprendizagem
colaborativa, com o uso da Internet como mecanismo de desenvolvimento,
criticidade e colaboração mútua transformando informações em conhecimentos
sistematizados.
Para que esse intento se concretize, os educadores precisam coordenar
este processo, incorporando as mídias aos encaminhamentos pedagógicos
deixando de defender-se da inovação.
Com o intuito de colocar o homem no centro da historia, analisando o
impacto que as novas tecnologias vêm causando na sociedade, e a evidência
que a mídia é imprescindível aos rumos educacionais oferecendo valiosas
perspectivas para atingir o conhecimento satisfatório, insere esse estudo como
pretensa contribuição ao desenvolvimento da educação.
41
CAPÍTULO III
DESAFIO COMUNICACIONAL DA CIBERCULTURA
A interatividade é o pão cada vez mais cotidiano de uma sociedade inteira. Edmond Couchot
Em grande parte dos cursos via Internet prevalece o modelo
comunicacional centrado na transmissão de informações para aprendizagem
solitária. Os ambientes virtuais de aprendizagem continuam estáticos, ainda
centrados na distribuição de dados desprovidos de mecanismos de
interatividade, de criação colaborativa e de aprendizagem construída.
Muito já se questionou a prática pedagógica baseada na transmissão
para memorização e repetição, mas pouco se fez para modificá-la, de fato.
Porém teremos mais do que a força da crítica já feita por clássicos
teóricos da educação. Teremos a exigência cognitiva e comunicacional das
gerações que emergem com a cibercultura, isto é, com a ambiência de
conhecimento, de crenças, de artes, de morais, de leis, de costumes, de
hábitos e de aptidões desenvolvidos pelas sociedades na era digital em rede
mundial.
Na cibercultura a educação na modalidade a distância, tradicionalmente
baseada nos meios de massa (imprensa, rádio e TV), é cada vez mais
oferecida e procurada na modalidade online. A legislação oficial do Ministério
da Educação impulsiona a oferta da modalidade não presencial. As
universidades particulares ampliam a oferta de disciplinas e cursos online com
vistas no negócio promissor. A procura por cursos online aumenta
surpreendentemente por causa da sua flexibilidade, mobilidade e
atemporalidade.
42
Na modalidade online o professor permanece tratando os aprendizes
como recipientes de informação e não como agentes de colaboração, de
compartilhamento e de co-criação, hábitos e comportamentos que se
desenvolvem com a cibercultura. Neste contexto a lógica da distribuição,
própria dos meios de massa, subutiliza as potencialidades comunicacionais da
web. Mesmo utilizando fóruns e e-mails, a interação é ainda muito pobre.
A partir da crítica ao modo de comunicação que prevalece na educação
online, que sugere estratégias de organização e funcionamento da mediação
docente que permitem redefinir a atuação de docentes e alunos como agentes
do processo de comunicação e de aprendizagem, em sintonia com a dinâmica
comunicacional da cibercultura.
Cibercultura é o conjunto de técnicas materiais e intelectuais, de
práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores, que se
desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço.
Ciberespaço é o “novo meio de comunicação que surge com a
interconexão mundial de computadores” (Lévy, 1999, pp. 32, 92 e 167).
É o principal canal de comunicação e suporte de memória da
humanidade a partir do início do século, tornado-se o espaço de comunicação
aberto pela interconexão mundial dos computadores e das memórias dos
computadores, mas também o novo mercado da informação e do
conhecimento que tende a tornar-se a principal infraestrutura de produção.
Podemos dizer que ciberespaço significa rompimento paradigmático
com o reinado da mídia de massa baseada na transmissão.
Enquanto esta efetua a distribuição para o receptor massificado, o
ciberespaço, fundado na codificação digital, permite ao indivíduo
43
teleintrainterante a comunicação personalizada, coperativa e colaborativa em
rede hipertextual.
Em termos práticos pode-se dizer: o site não deve ser assistido como se
faz diante da tela da TV e sim manipulado, operado, pois a tela do computador
conectado pressupõe imersão e participação-intervenção do indivíduo –
experiência incomum na mídia de massa. O professor atento poderá verificar
que os sites ainda são em geral para se ver e saquear e não para interagir.
Poderá concluir então que os especialistas em produção de web sites estão
subutilizando o digital. É como se os web designers ou criadores de sites
tivessem inveja da televisão, disponibilizando conteúdos online somente para
que os internautas vejam e façam download. Isso denuncia a força da tradição
da transmissão não somente em educação e na mídia de massa. Assim,
professores e web designers poderão perceber que interagir é mais que
assistir. Ou seja, se o aprendiz ou usuário produz, usa e controla, ele ganha, já
se ele se tornar um usuário pacífico, que apenas fica sentado em frente à tela
ou em frente ao professor, ao quadro negro, ele perde, torna-se tudo
entediante.
Essa modalidade comunicacional que emerge com a cibercultura é a
interatividade. Não se trata meramente um novo modismo. O termo significa a
comunicação que se faz entre emissão e recepção entendida como co-criação
da mensagem.
3.1 Pedagogia de Transmissão
Iniciamos o século XXI confirmando que prevalece a Pedagogia da
transmissão no ensino básico. Com conclusões que apontam para duas
realidades conflitantes que explicam por que se ocorre em nosso tempo a
obsolescência da sala de aula centrada na Pedagogia de transmissão: O
professor se sente o todo-poderoso, repete conceitos e não sabe interagir com
44
os alunos; os conteúdos estão distantes da realidade e devem ser decorados e
cobrados em provas.
A oferta atual de informação e conhecimento é cada vez maior e melhor
fora de sala de aula, graças aos novos recursos tecnológicos, em especial a
Internet e a multimídia interativa. Esse quadro se agrava na cibercultura,
ampliando a defasagem da escola e da universidade na era digital das
comunicações.
O professor poderá redimensionar sua autoria, modificando a base
comunicacional potencializada pelas tecnologias digitais. Precisará modificar o
modelo centrado no falar-ditar do mestre, passando a disponibilizar ao
aprendiz autoria em meio a conteúdos de aprendizagem, em vídeos, imagem,
som, textos, gráficos, facilitando permutas, agregações, associações, novas
formulações e modificações na tela do computador online. Inclusive, notando
aí a necessidade de maior investimento braçal e intelectual do que aquele que
vinha realizando em sala de aula presencial.
A aprendizagem não se dá a partir da récita do professor. Isto requer,
portanto, modificação radical em sai autoria em sala de aula presencial e
online. O professor não se posiciona como detentor do monopólio do saber,
mas como aquele que dispõe teias, cria possibilidades de envolvimento,
oferece ocasião de engendramentos, de agenciamentos e estimulam a
intervenção dos aprendizes como autores da aprendizagem. O tratamento
dessa postura comunicacional tem no conceito de interatividade uma agenda
comunicacional alternativa à Pedagogia da transmissão.
45
3.2 O Cenário Sociotécnico na Cibercultura
A tela do computador online não é canal de recepção para o indivíduo
solitário. Ela é campo de possibilidades para a ação do sujeito interagente que
opera com outros sujeitos a partir de imagens, sons e textos plásticos e
dinâmicos em sua condição digital.
Portanto, o computador online não é um meio de transmissão de
informação como a televisão, mas um espaço de adentramento e manipulação
em janelas móveis, plásticas e abertas a múltiplas conexões entre conteúdos e
interagentes geograficamente dispersos.
Assim entendido, o computador online renova a relação do sujeito com a
imagem, o texto, o som, com o registro e o conhecimento. Ele permite o
redimensionamento da mensagem, da emissão e da recepção para além da
distribuição de pacotes de informação de A para B ou de A sobre B, própria
dos meios de massa tradicionalmente utilizados em educação a distância.
No contexto dos meios de comunicação massiva, a mensagem é
fechada, uma vez que a recepção está separada da produção. A lógica da
transmissão em massa perde sua força no cenário cibercultural que ganha
forma a partir das transformações recentes do social e do tecnológico
imbricados.
Social - Há um novo espectador menos passivo diante da mensagem
mais aberta à sua intervenção. Ele aprendeu com o controle remoto da TV,
com o joystick do videogame e agora aprende como o mouse e com a tela tátil.
Ele migra da tela da TV para a tela do computador conectado à Internet. É
mais consciente das tentativas de programá-lo e mais capaz de esquivar-se
delas.
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Tecnológico - O computador conectado à Internet permite ao interagente
criação e controle dos processos de informação e comunicação mediante
ferramentas e interfaces de gestão.
Nesse cenário sociotécnico, ocorre a transição da lógica informacional
baseada no modelo “um - todo” (transmissão) para a lógica comunicacional
segundo a dinâmica “todos - todos” (interatividade). Uma modificação profunda
no esquema clássico da informação baseado na ligação unilateral emissor-
mensagem-receptor.
(a) o emissor não emite mais no sentido que se entende habitualmente
uma mensagem fechada. Ele oferece um leque de elementos e possibilidades
à manipulação do receptor;
(b) a mensagem não é mais emitida, não é mais um mundo fechado,
paralisado, imutável, intocável, sagrado, é um mundo aberto em rede,
modificável na medida em que responde às solicitações daquele que a
consulta;
(c) o receptor não está mais em posição de recepção clássica, é
convidado à livre criação, e a mensagem ganha sentido sob sua intervenção.
Os princípios da interatividade podem ser encontrados em sua complexidade
nas disposições técnicas do computador online. São três, basicamente, a
saber: participação-intervenção: participar não é apenas responder "sim" ou
"não" ou escolher uma opção dada, supõe interferir no conteúdo da informação
ou modificar a mensagem; bidirecionalidade-hibridação: a comunicação é
produção conjunta da emissão e da recepção, é co-criação, os dois pólos
codificam e decodificam e permutabilidade-potencialidade: a comunicação
supõe múltiplas redes articulatórias de conexões e liberdade de trocas,
associações e significações.
Estes fundamentos favorecem o sentido não banalizado do conceito e
podem inspirar o rompimento com a lógica da transmissão e abrir espaço para
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o exercício da participação genuína, isto é, participação sensório-corporal e
semântica e não apenas mecânica.
No contexto da cibercultura a interatividade manifesta-se nas práticas
comunicacionais como e-mails, blogs, videologs, jornalismo online, Wikipédia,
redes sociais, e novos empreendimentos que aglutinam grupos de interesse
como cibercidades, softwares livres, ciberativismo. No ciberespaço, cada
sujeito pode adicionar retirar e modificar conteúdos dessa estrutura.
O ciberespaço é o hipertexto mundial interativo, onde cada um pode
incluir retirar e modificar partes dessa estrutura telemática, como um texto vivo,
um organismo auto-organizaste. É o ambiente de circulação de discussões
pluralistas, reforçando competências diferenciadas e aproveitando o caldo de
conhecimento que é gerado dos laços comunitários, podendo potencializar a
troca de competências, gerando a coletivização dos saberes.
Nesse contexto, o digital é responsável por uma revolução tecnológica e
cultural sem precedentes. A codificação digital contempla o caráter plástico,
fluido, hipertextual, interativo e tratável em tempo real do conteúdo da
mensagem.
Ao retirar a informação do mundo analógico – o mundo ‘real’, compreensível e palpável para os seres humanos – e transportá-la para o mundo digital, nós a tornamos infinitamente modificável. [...] nós a transportamos para um meio que é infinita e facilmente manipulável. Estamos aptos a, de um só golpe, transformar a informação livremente – o que quer que ela represente no mundo real – de quase todas as maneiras que desejarmos e podemos fazê-lo rápida, simples e perfeitamente. [...] Em particular, considero a significação da mídia digital sendo manipulável no ponto da transmissão porque ela sugere nada menos que um novo e sem precedente paradigma para a edição e distribuição na mídia. O fato de as mídias digitais serem manipuláveis no momento da transmissão significa algo realmente extraordinário: usuários da mídia podem dar forma a sua própria prática. Isso significa que informação manipulável pode ser informação interativa. (FELDMAN, 1997, p. 4).
Digital significa, portanto, uma nova materialidade das imagens, sons e
textos que, na memória do computador, são definidos matematicamente e
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processados por algoritmos, que são conjuntos de comandos com disposição
para múltiplas formatações-intervenções-navegações operacionalizadas pelo
computador. Uma vez que a imagem, o som e o texto, em sua forma digital,
não têm existência material, podem ser entendidos como campos de
possibilidades para a autoria dos interagentes.
Há uma geração digital transitando da tela da TV de massa para a tela
do computador online, cujas disposições comunicacionais requerem das
escolas e das universidades qualitativos investimentos na docência e na
gestão da educação via Internet. Em particular, a educação online vive uma
grandiosa oportunidade com o computador online que oferece disposições
técnicas que contemplam a expressão de fundamentos essenciais da
educação como diálogo, compartilhamento de informações e de opiniões,
participação, autoria criativa e colaborativa. As disposições técnicas
conhecidas como fórum de discussão, chat, portfólio e blog podem ser
facilmente instaladas ou disponibilizadas no ambiente da sala de aula online.
A partir de ícones e botões acionados por cliques no mouse, toques na
tela ou combinação de teclas, janelas de comunicação se abrem possibilitando
interatividade no chat, fórum, lista, blog e portfólio que podem estar reunidos
como convergência de interfaces no ambiente online de aprendizagem.
Disposições que deverão favorecer a bidirecionalidade, o sentimento de
pertença, as trocas, a crítica e autocrítica, as discussões temáticas, a
elaboração colaborativa, exploração, experimentação, simulação e descoberta.
Ou seja, para garantir qualidade em sua autoria, o professor precisará
contar não apenas com o computador online, mas com o design de um curso
capaz de favorecer a expressão do diálogo, do compartilhamento e da autoria
criativa e colaborativa.
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3.3 Docência Interativa Online Na cibercultura, os atores da comunicação tendem à interatividade e
não mais à separação da emissão e recepção própria da mídia de massa. Para
posicionar-se nesse contexto e aí educar, os professores precisarão dar-se
conta de que, de meros disparadores de lições-padrão, deverão se converter
em formuladores de interrogações, coordenadores de equipes de trabalhos,
sistematizadores de experiências.
Na docência online o professor dispõe da infotecnologia em rede
favorável à proposição do conhecimento à maneira do hipertexto. Onde ele
pode redimensionar a sua autoria: não mais a prevalência da distribuição de
informação para recepção solitária e em massa, mas a perspectiva da
proposição complexa do conhecimento, da participação colaborativa dos
participantes, dos atores da comunicação e da aprendizagem em redes que
conectam textos, de áudios, vídeos, gráficos e imagens.
Aonde venha propiciar oportunidades de múltiplas experimentações,
múltiplas expressões, disponibilizando uma montagem de conexões em rede
que permita múltiplas ocorrências, provocando situações de inquietação
criadora, onde seja possível arquitetar colaborativamente percursos
hipertextuais e mobilizar a experiência do conhecimento.
No ambiente comunicacional os princípios da docência interativa são
linhas de agenciamentos. A partir de agenciamentos de comunicação capazes
de contemplar o perfil comunicacional da geração digital que emerge com a
cibercultura, o docente pode promover uma modificação paradigmática e
qualitativa na sua docência e na pragmática da aprendizagem e, assim,
reinventar a sala de aula em nosso tempo.
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CONCLUSÃO
Em sala de aula a docência interativa ocorre mediante participação,
bidirecionalidade, multiplicidade de conexões e simulações/experimentação.
Nesse ambiente o professor disponibiliza roteiros em rede e oferece
ocasião de exploração, de permutas e potencializações (dos temas e dos
suportes). Se não há computador e Internet, bastará um fragmento em vídeo
para fluir um rede de múltiplas conexões com alunos e professores interagindo
e construindo conhecimento.
Ou seja, a sala de aula sem computador pode ser rica em interatividade,
uma vez que o que está em questão é o movimento contemporâneo das
tecnologias e não necessariamente a presença da infotecnologia. A multimídia
digital interativa pode potencializar consideravelmente as operações realizadas
na sua ausência. Em comparação, a sala de aula altamente equipada com
computadores ligados à Internet, mas não será interativa enquanto prevalecer
a Pedagogia da transmissão ou mesmo o professor parceiro, o conselheiro, ou
facilitador.
Sintonizado com a cibercultura e com a interatividade, o professor
percebe que conhecimento não está mais centrado no seu falar-ditar. Percebe
que os atores da comunicação têm a interatividade e não a separação da
emissão e recepção própria da mídia de massa e da cultura da escrita, quando
autor e leitor não estão em interação direta.
Podemos concluir então que o que está em evidência é a imbricação de
uma nova modalidade de comunicação e uma nova modalidade de
aprendizagem na sala de aula presencial e na educação on-line
51
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
Freire, Wendel Tecnologia e Educação: as mídias na pratica docente. Rio de
Janeiro: Wak Ed. 2011
BELLONI, Maria Luiza. O que é Mídia-Educação. 2. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2005.
SHEVCHENKO, Leite ET al. Tecnologia Educacional: descubra suas
possibilidades na sala de aula. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.
Docência na cibercultura: laboratórios de informática, computadores móveis e
educação on-line. Projeto de Pesquisa. Rio de Janeiro: UERJ, 2007.
LÉVY, P. (1999). Cibercultura. São Paulo: Editora, 34.
JOHNSON, S. (2001). Cultura da interface: como o computador transforma
nossa maneira de criar e comunicar. Rio de Janeiro: Zahar.
FREIRE, P. (1979). Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
MACHADO, A. (1997b) Audiovisual. Folha de São Paulo, 13/04.
MARTÍN-BARBERO, J. (1998). Dos meios às mediações: comunicação, cultura
e hegemonia. Rio de Janeiro: UFRJ, 1997
SANTOS, E. O. dos. (2003). Tecnologia educacional, 22, 113/114, 35-38. CASTELLS, M. Sociedade em rede. São Paulo: Editora Paz e terra S/A, 2003. FERRETTI, Celso João (org.). Novas tecnologias, trabalhos e educação. Petrópolis: RJ, Vozes, 1994.
52
SHAUN, Ângela. Educomunicação: reflexões e princípios. Rio de Janeiro: Mauad, 2002 SEVCENKO, Nicolau. A corrida para o século XXI: no loop da montanha russa. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. LEMOS André. Cibercultura, tecnologia e vida social na cultura contemporânea. Porto Alegre. 2002 SANTAELLA, Lucia. Navegar no ciberespaço: o perfil cognitivo do leitor imersivo. São Paulo: Paulus, 2004. < http://multirio.rio.rj.gov.br/portal/ > Acesso em Dez de 2011 <http://www.saladeaulainterativa.pro.br/> Acesso em Fev. de 2012
53
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
MÍDIA-EDUCAÇÃO: Reflexões e práticas 12
1.1 Meio de Comunicação em Massa 14
1.2 Novas Tecnologias, antigas estruturas 16
1.3 Mídia Educação 21
CAPÍTULO II
Perspectiva da Tecnologia Educacional No Processo Pedagógico 26
2.1 A contemporaneidade 27
2.2 Mídia e Tecnologia 28
2.3 Mídia e Educação 32
2.4 Processo Educativo com uso de tecnologia 38
CAPÍTULO III
Desafio Comunicacional da Cibercultura 39
3.1 Pedagogia de Transmissão 43
3.2 O Cenário Sociotécnico na Cibercultura 45
3.3 Docência Interativa Online 49
CONCLUSÃO 50
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 51
ÍNDICE 53
FOLHA DE AVALIAÇÃO 54
54
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM FACULDADE INTEGRADA
Título da monografia: TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO - AS MÍDIAS NA PRÁTICA DOCENTE Autor: Flavia Barbosa Garcia Data da entrega: ____ /___ /____ Avaliado por: ___________________________
Conceito: _________________________