UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · como o esclarecimento de como esse...

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DA ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL Por: Claudia Diocesano da Silva Orientador Prof. Ana Cristina Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DA ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

Por: Claudia Diocesano da Silva

Orientador

Prof. Ana Cristina

Rio de Janeiro

2009

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DA ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Orientação Educacional e

Pedagógica

Por: . Claudia Diocesano da Silva

3

AGRADECIMENTOS

.... Ao meu DEUS que cuidou da minha

vida durante toda essa caminhada.

4

DEDICATÓRIA

.....A minha querida mãe, meus irmãos e

minha amiga Esmeralda.

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RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo possibilitar uma reflexão sobre a

necessidade de se desenvolver um trabalho de Orientação profissional nas

escolas. Possibilitando aos adolescentes e jovens informações importantes que

contribuirão para uma escolha consciente e minimizando as possibilidades de

futuras frustrações na carreira profissional. Visando essas questões o trabalho

presente busca fazer uma abordagem sobre a história da orientação

profissional que ao longo do tempo foi sofrendo algumas alterações assim

como o esclarecimento de como esse trabalho de orientação deve acontecer e

os cuidados que os profissionais que executam esse trabalho precisam ter ,

finalizando com uma abordagem sobre a Orientação Profissional no espaço

escolar onde há grandes possibilidades de um bom trabalho com os alunos que

no momento oportuno necessitarão fazer suas próprias escolhas.

Palavras chaves: escolha, profissão , Orientar.

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METODOLOGIA

O presente estudo tem o objetivo de mostrar através de uma pesquisa

bibliográfica a importância do trabalho de orientação profissional na vida de

cada indivíduo. E em específico no momento em que os adolescentes e jovens

precisam fazer suas escolhas no que se refere a uma atuação no mercado de

trabalho não de forma ocupacional apenas, mas porque identificou a sua

vocação.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A História da Orientação profissional 10

CAPÍTULO II - O trabalho da orientação profissional 18

CAPÍTULO III – A orientação profissional na escola 28

CONCLUSÃO 41

BIBLIOGRAFIA 42

ÍNDICE 43

FOLHA DE AVALIAÇÃO 44

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INTRODUÇÃO

Acredita-se que fazer escolhas não é uma tarefa fácil. A escolha muitas vezes exige

conhecimento acerca do que vai se escolher.

Os jovens sofrem com a problemática da escolha profissional, porque falta

informações claras e objetivas com relação a cada profissão, muitas vezes a dificuldade

da escolha acontece devido a ausência do auto conhecimento.

Sendo a escola um espaço que deve preparar o indivíduo para o mercado de trabalho

cabe a ela a tarefa de instruir cada cidadão que mesmo ainda jovem precisa de preparo

para fazer boas escolhas.

O trabalho de auto-conhecimento proporciona a cada pessoa maior oportunidade de

saber o que lhe importa, o que lhe emociona, o que lhe desafia e com que tem vontade

de aprofundar contato. O trabalho funcionará melhor, a medida que esse desafio for

enfrentado. A proposta é que cada aluno fique com um olho no mundo do trabalho e

com o outro no mundo interno.

Escolher é difícil, mas evitar a escolha também requer um grande esforço. Escolher a

profissão não é acertar um curso ou uma faculdade, mas acertar-se com os rumos da

própria identidade. Este trabalho de pesquisa proposto considera que a questão não é

resolver o que será feito no momento da escolha apenas , mas sim, o que se pretende na

vida. È um processo longo, onde a hora da escolha profissional é simplismente , uma

etapa que soma a tantas outras que já passaram e outras que estão por vir.

Através do trabalho de orientação profissional, é possível conhecer melhor as próprias

visões de mundo e valores, as próprias origens, confrontar-se com “modelos” admirados

( pais, professores, amigos, ídolos etc.) buscar informações extremamente objetivas e

outras que ,além de estarem em geral pouco disponíveis, costumam vir marcadas por

um forte clima emocional. Pode ser uma oportunidade de entrar em contato com os

próprios medos e com interesses e valores que conflitam entre si. Nestes conflitos

sempre há, em maior ou menor grau, a existência de crises. E, como já foi citado em

alguns estudos da História da Civilização, momentos de crise são terreno fértil para que

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sejam adotadas soluções “ fáceis” ou para que haja a expectativa de solução “ milagrosa

e salvadora”.

Não se pode esquecer que as escolhas devem ser realizadas com embasamentos e não

com uma total ausência de critérios.

A tarefa da orientação profissional é facilitar o momento da escolha . Quando este

trabalho ocorre no espaço escolar as possibilidades de se obter resultados satisfatórios e

de sucesso torna-se muito mais próximo da realidade.

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CAPÍTULO I

A HISTÓRIA DA ESCOLHA PROFISSIONAL

1.1 A divisão do trabalho

A escolha de uma profissão iniciou-se a partir do momento que os homens

passam a se preocupar sobre o que fazer para alcançar sua sobrevivência. O

trabalho dos ancestrais da humanidade organizava-se como atividade de coleta

e mais tarde de caça, e não havia muita diferença de funções, a não ser

aquelas determinadas pelo sexo e, pela especificidade orgânica na reprodução

da espécie.

A vida tribal, como se pode constatar até os dias atuais não prevê atividades

e ocupações distintas entre seus membros, havendo apenas uma hierarquia no

que se refere aos assuntos de guerra e aos cuidados com a saúde, funções

que são exercidas por questão de bravura ou idade avançada e que alcançam

grande respeitabilidade entre os membros da comunidade. A caça é atribuição

dos homens, pelo vigor físico e possibilidade de deslocamentos ágeis que

possuem, uma vez que as mulheres estão encarregadas do cuidado trabalho.

Às mulheres, dependendo do grupo que elas estão inceridas , cabe a função

da agricultura, atividade sedentária que permite a composição do trabalho para

sobrevivência com a necessidade de cuidar dos filhos. Define-se que, nesta

situação, não há possibilidade e nem necessidade de grandes escolhas no que

se refere ao desempenho de funções, tanto para a sobrevivência material ou

não.

Na Grécia antiga, a atividade humana valorizada era o ócio, a contemplação,

que era exercida pelos cidadãos livres; o trabalho era a atividade dos homens

não- livres que tinham a função de produzir a existência material.

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“Para os grandes filósofos gregos, e especificamente Platão e Aristóteles, o trabalho era uma atividade exclusivamente física, que se reduzia ao esforço que deviam fazer as pessoas para assegurar seu sustento, satisfazer suas necessidades vitais e reproduzir sua força de trabalho(circunscrita a sua dimensão meramente física). Era uma atividade considerada pelos demais não somente como penosa, se não também como degradante, que não era valorizada socialmente e que se justificava em última instância pela dependência que os seres humanos tinham com respeito às suas necessidades.” ( Neffa, 1999)

Ser cidadão, escravo, artesão, pequeno camponês ou trabalhador manual

não dependia de qualquer tipo de escolha, mas da condição de classe da

família do indivíduo, ou de acordo com as vitórias ou derrotas nas guerras.

Concordando com Pierre Jaccard( 1974), não era o trabalho que era

desvalorizado nesse tempo, mas a condição de dependência.

“ a condição do assalariado livre não valia mais do que a do servo; ambos eram desprezados e quase sempre miseráveis. Por trabalharem por suas mãos? Não, porque os deuses, os reis e os senhores também o faziam, mas[...] por dependerem de outrem. Nesse tempo, não era o trabalho que estava desacreditado; era a dependência, a obrigação de servir de que o cristianismo fará um dever de honra que era considerada indigna do homem.É por isso que o cultivador pobre, penando sobre o seu árido campo, alimentando-se com custo, mas independente, será glorificado por muito tempo, mais do que o artesão, o poeta ou artista, cuja subsistência depende de um mestre ou de um cliente generoso.” (Jaccard, 1974: 65 apud Bock.2006)

Não havia preocupação em relação à atividade em si. A maneira que cada

um encontrava para sobreviver não estava relacionada a escolhas pessoais.

Ao contrário, as condições estavam estabelecidas pela estrutura da sociedade

e a forma como ela se organizava.

Na Idade Média, especificamente no feudalismo. A sociedade é organizada

em camadas sociais como: nobres, clérigos, senhores e vassalos uma relação

onde uns deviam obrigações aos outros. Os primeiros têm o compromisso de

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proteção e segurança, além de arrendarem a terra; os outros, a provisão do

sustento material ( produção de alimentos, bens e utensílios).

A posição na sociedade e a ocupação são transmitidas de pai para filho como

se fosse uma determinação divina. O trabalho, neste modo de produção, não

tem como intenção o mercado que neste tempo estava começando a se

desenvolver. O objetivo maior era o sustento das pessoas.

A produção, de alimentos ou de outros bens, visava manter a comunidade, e

o aumento de poder dos grupos se dava através de guerras de expansão, pois

a medida de riqueza é a extensão da terra, e não o volume de mercadorias

acumuladas ou a quantidade de dinheiro acumulado.

Diante desta estrutura social não havia como falar em escolha profissional.

A força da Igreja, principalmente a católica, é enorme pregando que tudo

acontece por vontade divina.

Os laços de sangue, portanto, são explicações que justificam a estrutura da

sociedade; não há mobilidade social, e as ocupações e tarefas são transmitidas

familiarmente.

O conceito de vocação que impera é o religioso.

O trabalho ainda é entendido como atividade para manutenção e reprodução

de espécie; produz-se para sobreviver, mesmo que a ordem social seja injusta,

autoritária e violenta.

13

1.2 A escolha profissional e o capitalismo

A escolha profissional só assume importância quando, de forma definitiva ,

instala-se o modo de produção capitalista.

A passagem do feudalismo para o capitalismo é marcada por mudanças

importantes e profundas no modo de produzir e reproduzir a existência

humana.

“ Indivíduo e sociedade só se diferenciam claramente no capitalismo.Tal diferenciação, é lógico, defende determinados interesses, no sentido de reafirmar a nova ordem constituída. A burguesia, enquanto classe revolucionária na época, lutando contra a velha ordem, desenvolvia a tese de que todos os indivíduos são iguais e que, por isso, deveria existir liberdade ( de escolha). Lutava, assim, contra o clero e a aristocracia que defendiam a perpetuação do regime feudal, do qual eram beneficiários.”( Bock,D., 1989: 15)

As teorias e as práticas na área da orientação profissional, no modo

capitalista começam avançar.

A chamada Revolução Industrial, introduz a divisão técnica do trabalho. A

partir deste período a escolha profissional, passam a ter importância , uma vez

que passa a prevalecer a idéia do homem certo no lugar certo, visando maior

produtividade.

Ao contrario do modelo feudal no capitalismo não predomina a idéia de que a

sociedade tem que ser do jeito que Deus determina.

A revolução burguesa defendia a idéia da igualdade entre os homens; como então, passa-se a entender as desigualdades entre os seres humanos numa

sociedade que questiona a visão da determinação religiosa?Como justificativa

para as diferenças existentes na sociedade desenvolve-se o conceito de

vocação biológica. A partir desta ideologia o organismo passa a explicar as

diferenças individuais e sociais. O ser humano nasce com atributos específicos

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que, se encontrarem expressão na realidade, localizam o indivíduo na estrutura

da sociedade e da mesma forma que servem para justificar o fracasso.

A escolha profissional não pode ser vista como um problema natural e

universal dos indivíduos.

No capitalismo o trabalho não é apenas uma questão de sobrevivência

pessoal. O trabalho autônomo perde sua força e o individuo passa a vender

sua força de trabalho. Este momento também é marcado pela idéia de que as

pessoas escolhem seus caminhos a partir das condições em que vivem e em

função de suas vontades e aptidões.

Concordando com Bock à questão da escolha, profissional torna-se bem

complexa pois o indivíduo escolhe e não escolhe ao mesmo tempo a sua

profissão ou ocupação. Isto porque de acordo com a classe social de origem de

cada pessoa se tem mais ou menos liberdade para decidir.

Segundo Bohoslavsky ( 1977) na década de 70, produziu uma abordagem

denominada “estratégia clínica”. Sob a luz da psicanálise, buscava uma

interpretação de como os indivíduos escolhiam suas profissões. Embora não

possa ser identificado com a abordagem sócio- histórica, considera-se que a

grande contribuição do psicólogo argentino foi ter apontado que as profissões e

ocupações não são pensadas ou operadas de forma abstrata pelo indivíduo.

“ a escolha sempre se relaciona com os outros( reais e imaginados). O futuro nunca é pensado abstratamente. Nunca se pensa numa faculdade despersonificada. Será sempre essa carreira ou essa faculdade ou esse trabalho, que cristaliza relações interpessoais passadas, presentes ou futuras. Deve-se examinar as relações com os outros com os quais se estabelecem relações primárias( membros da família, do mesmo ou do outro sexo como, por exemplo, o casal) e aqueles outros com os quais se mantém uma relação de natureza secundária( fundamentalmente professores, psicólogos ou técnicos[...], que pode determinar ou influir diretamente sobre o futuro de quem escolhe [...] O futuro implica desempenhos adultos e se trata, novamente de um futuro personificado,Não há nenhum adolescente que queira ser engenheiro’ em geral’. Ou lanterninha de cinema ‘em geral’ ou psicólogo ‘em geral’. [...] Isto quer dizer que o ‘queria ser engenheiro’ nunca é somente ‘ queria ser engenheiro’,

15

mas ‘ quero ser como suponho que seja fulano de tal, que é engenheiro e tem tais ‘poderes’, que quisera fossem meus’. (Bohoslavsky, 1977: 53)

Diante das definições de Bohoslavsky, pode-se entender que a construção

do sujeito começa a partir do que se vive, resultando na construção de sua

identidade.

Quando uma pessoa planeja o seu futuro, ela nunca o faz sem associar a

alguma experiência vivida anteriormente ou até mesmo vivida por alguém

próximo.

É relevante lembrar que nem sempre a idéia que se constrói desta ou daquela

profissão é a verdadeira. Por isso que os orientadores buscam através do

trabalho realizado com o indivíduo desfazer algumas fantasias.

Deve-se entender com clareza que a orientação profissional não é de

competência exclusiva de uma área. Ao contrário, a escolha profissional de

cada indivíduo será melhor compreendida com a exposição das mais variadas

ciências.

Quando o programa de orientação foi iniciado em 1981, o profissional da

sociologia responsabilizava-se mais pela discussão do tema trabalho, enquanto

o psicólogo restringia-se às questões pessoais de auto-conhecimento e o

pedagogo responsabilizava-se pelas atividades de informação profissional. Mas

no decorrer da experiência, os profissionais decidiram alternar-se na condução

dos diversos temas, não se restringindo aos específicos de sua formação.

A orientação profissional no Brasil se introduz através dos “ Serviços de Orientação”, como centros de pesquisa, desenvolvimento de técnicas e

instrumentos, de divulgação e distribuição do material utilizado na avaliação

psicológica do orientando. Logo após, se multiplica nas escolas públicas e

privadas de nível médio, nas universidades, nos consultórios, nas clínicas.

O Brasil assistiu durante os anos 70 e, especialmente nos 80, a uma

transformação das bases tradicionais da maioria das profissões que refletem

de forma significativa no mercado de trabalho, devido a introdução de

16

novidades tecnológicas na produção. Os desenvolvimentos da indústria

eletrônica, a informática, a robótica, como tecnologias de ponta trabalhando

intensamente no nível de grande produção, causam impactos que ultrapassam

muito os limites da estrutura produtiva, apresentando extensões consideráveis

em termos sócio- políticos.

A escolha profissional é um momento muito importante para a pessoa que

esta buscando uma profissão, pois na verdade o que se busca é uma relação

produtiva com o mundo.

Nas últimas décadas, especialmente a partir dos anos 60, tem sido possível

observar expressivo movimento entre os profissionais da psicologia,

particularmente os clínicos, em direção ao convívio mais direto com a

população( Bender, 1978,p.18 APUD, Helena, Dulce)

Segundo Caplan(1980, p.17), isso deveu-se à crescente preocupação com o

atendimento aos deficientes mentais nos Estados Unidos, entendendo-o como

dever de toda sociedade e não apenas do governo. A partir de então , autores

como Bennet(1965), Sarason(1967), Albee(1968), Susser(1968), Adelson e

Kalis(1970), entre outros, apontaram para a conveniência desse esforço e para

uma multiplicidade de modos de atuação.

No Brasil trabalhos como os de Bosi (1971), Leme (1972), Machado (1975), Gorayeb (1979), Mauro (1980), Botomé (1981) Zanon (1981), entre inumeros

outros, revelaram o interesse por esses novos caminhos e evidenciaram-se

como repercussão dessas iniciativas no país. Nos últimos anos, Mejias (1984)

e Andery (apud Lane et alii, 1985, p´.205), em especial, enfatizaram a relação

entre os objetivos da Psicologia no nível da população e os da Organização

Mundial da saúde e a necessidade de atuar sobre o sistema de vida das

pessoas em lugar do atendimento individual.

De acordo com Dulce Helena a forma como foi estruturada no Brasil, a vida

urbana parece ter produzido um dos maiores problemas contemporâneos, pois

a maioria das pessoas não tem a mínima possibilidade de intervir sobre

algumas decisões que estão diretamente relacionadas as suas vidas.

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A verdade é que as pessoas permanecem reféns das modificações

econômicas, políticas e físicas da realidade em que vivem, e isso acaba

comprometendo o bem-estar.

Como se percebe através das declarações acima é que a psicologia sempre

esteve envolvida com as questões da escolha profissional e que esta “escolha”

envolve muitas outras questões que fazem parte da vida de cada indivíduo.

No que se refere a escolha profissional é necessário considerar a relação

entre satisfação do trabalhador e a qualidade do trabalho. A orientação

profissional busca o bem-estar individual e coletivo de forma que possa

oferecer possibilidades de escolhas no sentido de crescimento integral da

pessoa individualmente e por possibilitar a divisão do trabalho de modo a

diversificar a produção, em atendimento as necessidades da população no

coletivo.

Escolhas erradas são produtoras de problemas inclusive no que se refere a

qualidade de vida.

“ O homem é o único animal capaz de planejar sua ação antes de executá-la. Nos animais, o instinto motiva a ação, sendo ambas, motivação e execução da atividade inseparáveis. No homem, a “... unidade de concepção e execução pode ser dissolvida. A concepção pode ainda continuar e governar a execução, mas a idéia concebida por uma pessoa pode ser executada por outra” (Braverman,1987,p.53 apud Soares 6° ed.)

18

CAPÍTULO II

O TRABALHO DA ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL.

2.1 A história

Inicialmente o orientador poderia determinar qual a melhor profissão para

cada indivíduo. A preocupação era direcionada para a questão da colocação no

mercado de trabalho e não para um projeto de carreira educacional -

profissional no futuro.

Depois o trabalho passou a ser desenvolvido através de alguns instrumentos

de medida como: (testes, questionários, inventários) de aptidões, interesses,

inteligência, raciocínio, atributos pessoais etc. Uma grande divulgação das

diversas profissões e ocupações existentes no mercado de trabalho.

Baseado nos resultados dos instrumentos de medida aplicados ao cliente o

orientador apresentava de forma diretiva, informações relacionadas as

profissões que o indivíduo teria mais sucesso.

Nesta fase já havia uma certa preocupação com a escolha de uma carreira

educacional - profissional direcionada para o futuro.

Mais recentemente o trabalho de orientação profissional entra em uma nova

fase onde os instrumentos aplicados na realização do trabalho passa a

valorizar as características individuais como: aptidões, interesses, satisfação

pessoal etc.

O que se pode concluir é que durante toda história da orientação profissional

somente a partir de alguns anos atrás começou a pensar em orientação

profissional, não visando apenas o sucesso do mercado de produção e

prestação de serviços. Mas também o sucesso do profissional que atua neste

mercado.

A partir desta evolução pode-se começar a pensar no trabalho de orientação

profissional como indispensável a todos os cidadãos que buscam a sua

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realização profissional que é tão importante como as outras conquistas e ideais

que cada um se propõe a alcançar.

2.2 Como fazer o trabalho de orientação profissional.

A escolha de uma profissão é uma necessidade. A cada dia que passa os

jovens têm maior dificuldade para fazer suas escolhas. Variados cursos e

especializações estão sendo expostos no mercado. Não há como esquecer da

tecnologia que se faz presente em todas as áreas. Os jovens diante desta

realidade do século XXI encontram-se fascinados.

A fase em que costuma-se fazer a escolha profissional é no período da

adolescência ou melhor da juventude, no entanto o que temos visto com

freqüência são adultos que ainda não se encontraram profissionalmente devido

a falta da realização de um trabalho de orientação profissional no período que

tiveram que fazer as suas escolhas.

È necessário compreender que a fase da escolha profissional acontece no

tempo em que o jovem estar se descobrindo , construindo sua própria

identidade e enfrentando vários conflitos. Diante deste quadro pode-se concluir

que é realmente necessário a ajuda de um profissional que consiga

compreender todos os conflitos existentes e assim ajuda-los.

Nessa fase começam a aparecer os primeiros confrontos com a família. As

expectativas e desejos desta vão aparecendo mais claramente, e o jovem fica

confuso, até diferencia-los dos seus próprios.

Em meio a esse mundo de descobertas, a pergunta é: “Será que é possível

fazer a escolha certa?”.

O adolescente ou jovem costuma fazer escolhas através da influência de

outros sem ter muita consciência e sem conhecimento suficiente sobre a

profissão que está escolhendo.

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Segundo Dulce Helena (1993)” Analisando alguns relatórios de exames de

vestibulares de universidades públicas, como a UFRGS e a UFSC, constata-se

que 25 a 30% dos alunos aprovados anualmente nos vestibulares declaram já

ter iniciado antes um curso superior.”

Sabe-se também que é muito grande o número de alunos que desistem,

trocam de curso e solicitam transferências internas.

De acordo com Dulce Helena( 1993) O número de alunos que ingressam

anualmente em cursos superiores observa-se que 40 a 50% não chegam a

concluir seus cursos.

A orientação profissional tem como finalidade facilitar o momento da escolha

ao indivíduo, auxiliando-o a compreender sua situação específica de vida, na

qual estão incluídos os aspectos pessoais, familiares e sociais. É a partir dessa

pespectiva que a escolha “certa” torna-se mais próxima da realidade.

Facilitar a escolha significa participar auxiliando a pensar, coordenando o

processo para que as dificuldades de cada um possam ser formuladas e

trabalhadas. Para coordenar o processo é necessário estar habilitado para

isso.

Coordenar não significa definir o melhor caminho, mas facilitar, para que o

próprio indivíduo descubra quais caminhos pode seguir.

A decisão é do orientando e não do orientador ou da família. O orientando não

pode se sentir em nenhum momento precionado por alguém ou algum grupo.

O trabalho de orientação profissional exige posicionamento filosófico e acima

de tudo ético.

O orientando deve ser levado a compreender que não se pode ter tudo e ao

mesmo tempo. Portanto deve-se sentir-se preparado para escolher.

“ Escolher é decidir, entre uma série de opções, a que parece a melhor

naquele momento. Cada escolha feita faz parte de um projeto de vida que vai

se realizando. Nossa vida se define pelo futuro que queremos alcançar” (Dulce

Helena P.12 ,2003 ed.summus).

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O orientador deve trabalhar a questão do tempo ou seja levar o orientando a

definir o que quer vir a ser , quem ele foi, quem é e quem será.

O conhecimento de si mesmo e das profissões não podem faltar no trabalho

de orientação profissional.

O autoconhecimento significa a análise da trajetória de vida do próprio

sujeito, quanto às formas de escolha e à compreensão de como construiu sua

individualidade. Perceber o que já se desenvolveu em termos de interesses,

habilidades e características pessoas para planejar o que pode desenvolver

ainda mais, o que precisa mudar ou mesmo construir de outra forma. O que se

pretende é levar o orientando a compreensão de sua forma pessoal de tomada

de decisão e oferecer condições para que possa elaborar projetos, inclusive de

mudanças em suas características pessoais.

Quanto ao conhecimento das profissões objetiva-se que o orientando amplie

o conhecimento que tem das profissões, partindo de informações superficiais

de todas as profissões que se constituem como opções para seu estágio

educacional e caminhando gradativamente para as mais específicas e

aprofundadas, de acordo com o estreitamento das opções.

Algumas dinâmicas podem ser aplicadas, onde o orientando se coloca na

função de vários profissionais como demonstração das profissões. Objetivando

que haja um confronto das imagens que se tem das profissões, construídas ao

longo de sua vida, com uma definição mais formal, possibilitando “

transferências” dessas identificações para outras profissões menos conhecidas

ou mesmo desconhecidas pelo sujeito.

A informação acerca das profissões ou ocupações, além de proporcionar

novos dados e confirmar outros sobre questões que o orientando já conhece,

possibilita também, a correção de possíveis visões confusas, distorcidas ou

preconceituosas.

A formação das imagens de cada profissão ou ocupação é muito interessante

inclusive entre os jovens, pois cada um vê de forma particular. Isso acontece

porque ao longo de sua vida foram construindo pouco a pouco pedacinhos de

informações sobre essa ou aquela profissão.

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Tais imagens ocupacionais são sempre visões parciais e incompletas a

respeito da realidade de uma profissão. E esses dados são ampliados pela

visão emocional. Por isso as informações sobre as profissões não é só relatar

dados é necessário um trabalho que leve o orientando a uma nova construção

em relação as ocupações caso a visão que ele tenha construído seja realmente

mentirosa.

O orientador muitas vezes funciona como representante das profissões com

o objetivo de passar uma imagem boa e atraente, mas nunca irreal.

Para tal função certamente é preciso que o orientador conheça tenha o

Maximo de informações possíveis sobre as profissões e ocupações.

O orientador não pode ignorar a questão dos valores que constituem a vida do

indivíduo.

A formação dos valores é um processo que reflete sempre, ativa ou

reativamente, os estímulos comportamentais, verbais e não- verbais, explícitos

ou silenciosos, que são emitidos pelos pais, família, colegas, escola,

professores ,televisão, jornais, revistas, livros, Internet etc. A criança vai sendo

“moldada” por essas influencias citadas acima, mas nem sempre o resultado é

o melhor, pois se trata de um trabalho delicado e especial.

Outro fator de grande influência na vida do indivíduo e que muitas vezes é

desconsiderado pelo orientador é a “crença”. A crença é um depósito cheio de

idéias ou conceitos em que a pessoa crê, tem fé ou convicção.

Segundo Fernando Achilles (2002 p.79 ed.Papirus)” Vezes há em que

crenças têm maior influência, no processo de desenvolvimento e escolha

vocacional, do que os valores e os interesses.”

O orientador precisa ficar atento e saber se relacionar com todos os aspectos

que envolvem a vida do orientando e que conseqüentemente poderá influenciar

na escolha profissional.

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2.3 O trabalho em grupo.

O trabalho em grupo tem sido uma opção de muitos orientadores, inclusive

os que trabalham com adolescentes e jovens. Devido ao convívio em grupo e

turmas que já faz parte da realidade deles.

No momento dos conflitos e dúvidas o trabalho em grupo torna-se uma

oportunidade de mostrar ao orientando que existem outras pessoas

vivenciando os mesmos conflitos que ele, motivando assim a sua participação

e inclusão no grupo. Este trabalho possibilita que os participantes compartilhem

seus sentimentos de dúvidas, confusão e insegurança em relação à escolha

profissional e ao seu futuro. Na verdade cada participante torna-se um

facilitador, pois a busca de entender o outro e poder expressar como percebe,

auxilia no conhecimento que cada membro busca de si mesmo.

O trabalho em grupo exige muita criatividade do orientador de maneira que

envolva todo o grupo, surgindo assim possibilidades do próprio grupo criar seus

recursos técnicos.

Técnicas de dinâmica de grupo, relaxamento, recreação, sensibilização,

improvisação, teatro etc. São sempre bem vindas ao trabalho em grupo, desde

que tenha em mente o objetivo que se quer alcançar.

Cada encontro precisa ser sempre um momento rico de troca, reflexão e de

conhecimento de si mesmo.

Trabalhar em orientação profissional deve ser vista pelos orientadores como

uma tarefa prazerosa e gratificante. Alguns orientadores relatam em suas

bibliografias que ao final do último encontro, muitas vezes os orientandos não

querem ir embora e propõem que o grupo continue se encontrando.

O orientador precisa ter uma postura profissional para ouvir os seus

orientandos. Mesmo que o trabalho seja em grupo é necessário respeitar o

momento de cada um individualmente sem que uns participem mais e outros

sintam-se prejudicados.

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Os indivíduos que participam do trabalho de orientação valorizam muito este

trabalho, pois é um dos poucos espaços e momentos em que se pode dizer o

que pensa e não o que os outros querem ouvir.

Outra questão que não pode ser ignorada pelo orientador é a influência

familiar.

Ao iniciar o trabalho com o grupo o orientador acaba percebendo através das

falas dos participantes que a escolha profissional torna-se um problema maior

na vida do sujeito, devido as expectativas que os pais ou outro familiar

depositam na pessoa que vai fazer a escolha. Então é necessário orientar o

individuo e buscar possibilidades de fazer da família uma grande parceira

desse processo sem que ambas as partes fiquem frustradas, mas que se

compreenda a importância de uma escolha consciente e sem intervenções que

possam prejudicar o sujeito na hora de decidir.

Sabe-se que o momento da escolha é extremamente importante, mas na

verdade escolher é apenas o começo de uma longa caminhada que chamamos

de carreira profissional. Não há como pensar em um grupo de orientação

profissional sem destacar esse assunto.

O conceito de carreira é praticamente sinônimo de vida profissional, uma

trajetória ocupacional ao longo da vida toda.

O enfoque de uma carreira, passa a ser um movimento evolutivo e

progressivo para a realização de um projeto de vida. Esse projeto de vida não é

apenas um projeto de vida de trabalho. É claro que o trabalho é essencial, mas

não deve ser visto como uma ocupação única, nem como única preocupação.

Pois a realização, mais completa possível, do potencial humano de um sujeito

provavelmente vai além do círculo restrito, e portanto restritivo de uma só

ocupação. Pode até limitar a isso, mas terá que refletir sobre o

desenvolvimento pessoal. Uma maturidade resultante de um processo interno

da dinâmica da personalidade, ou resultante de um processo interno de

crescimento ou envelhecimento gradual. Ou até mesmo resultante de

influências do meio ambiente, quase que obrigando a correções de rumo

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profissional ou modificações na caminhada que foi talvez idealizada como uma

linha reta que é sempre evolutiva.

A carreira deve ser pensada como uma sequência de escolhas coerentes,

com base na consideração de todo o perfil individual, e não apenas de seus

aspectos predominantes a primeira vista.

A estruturação de carreira de cada indivíduo depende de certas tendências,

segundo seu tipo de personalidade, aptidões, interesses, motivações, valores

etc. Resulta também do tipo de profissão que foi inicialmente escolhida.

Conclui-se que um padrão pessoal de carreira é resultado, portanto da

interação dos fatores internos da pessoa, com os fatores externos a ela.

Para que o indivíduo esteja mais bem preparado para criar, desenvolver e

controlar adequadamente sua própria carreira, é necessário atualização realista

de seu auto-conceito, consciência clara de suas capacidades, limitações e,

principalmente de suas potencialidades de desenvolvimento, flexibilidade no

comportamento e por fim aperfeiçoamento constante.

Um projeto de carreira pode ser concebido como um plano de metas. Metas educacionais, ocupacionais e de vida pessoal. A inclusão de metas pessoais, não diretamente referentes à vida-de-trabalho apenas como exemplo: desenvolver-se como tenista ou enxadista, casar e constituir família, mudar-se para uma cidade não muito populosa etc., tende a harmonizar a vida ocupacional com um projeto de vida total. A vida total é um sistema, do qual a vida de trabalho é um subsistema. Enfim, um projeto com metas explícitas permite uma visualização clara de objetivos a atingir.( ACHILLES, 2002 P.79 )

Ao contrário do que muitos pensam, nunca a questão trabalho vai ser algo

isolado na vida do sujeito. Todas as vezes que se pensa em orientação

profissional deve-se pensar que na verdade é uma orientação de vida .

Cada grupo tem uma característica, por isso não pode faltar no trabalho de

orientação um bom planejamento para que todos os objetivos sejam

possivelmente alcançados.

Todo esse contexto de trabalho, família ,valores etc. são características de

uma sociedade.

26

È impossível pensar no homem fora de um contexto social. Há , portanto uma

necessidade de compreensão ativa e dinâmica da constituição da escolha

profissional.

A tarefa de cada pessoa é refletir sobre as informações e influencias que

recebe dos grupos sociais e construir seu projeto de vida que fará parte dessa

sociedade sem se preocupar somente com as idéias passadas pela classe

dominante como verdades absolutas e acabadas.

O trabalho de orientação profissional não estar limitado ao fato do sujeito ter

que escolher dentre várias uma profissão. Pois não é o número de profissão

que indica a necessidade de orientação profissional para a pessoa. Ficar em

dúvida entre 3 ou mais profissões é tão complexo quanto entre 2 apenas.

È importante deixar claro ao grupo participante que a escolha profissional é

um processo. Mas chegará um momento em que será necessário a tomada de

decisão. Nesse momento, cada um deve sentir-se em condições de fazer uma

avaliação de tudo que viveu nos encontros que participou e construir seu

projeto.

Quando uma pessoa chega a um processo de orientação profissional, ela já

percorreu um caminho, e de forma informal, já entrou em contato com a

questão.

Uma coisa curiosa é que segundo algumas bibliografias os orientadores

relatam que em muitos casos os sujeitos terminam o trabalho de orientação

profissional escolhendo, uma das profissões que já havia colocado como

possibilidade no inicio do trabalho. Na verdade as pessoas constroem imagens

sobre as profissões ao longo de sua vida. No momento da escolha de acordo

com a identificação do sujeito com o real, as decisões são estabelecidas .

O trabalho de orientação profissional deve ser constituído como um conjunto

de intervenções que visam à apropriação dos chamados determinantes da

escolha. Estes determinantes é que levam à compreensão das decisões a

serem tomadas.

27

(...) ansiedade, fantasias e atitudes (valores, ideologias e normas socioculturais)[ ao que nós acrescentaríamos as crenças, as motivações e os conflitos intrapessoais e interpessoal] diante das informações sobre carreiras e profissões futuras convertem-se em obstáculo para a tarefa de informação, pois desde que a nova informação, o conecta de um modo mais direto com a vida adulta, ela mesma se converte em fonte de ansiedade... ( Bohoslavsky 1971, pp.151-152 apud Mello)

28

CAPÍTULO III

A ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL NA ESCOLA

1.1 A escolha

O serviço de Orientação Educacional também deve realizar o trabalho de

Orientação profissional. Termo usado por Levenfus ( 2002) para designar os

trabalhos que informam e orientam a respeito de profissões, do mercado de

trabalho, aplicando técnicas de aprendizagem, sem aprofundar-se nas

questões psíquicas do orientando que segundo ela deveria compor

obrigatoriamente os currículos escolares, muitas vezes chamado de

vocacional.

A partir de uma maior conscientização de si mesmo, os estudantes poderão

tomar decisões mais embasadas diante da variedade de opções profissionais.

Cada estudante terá acesso às informações sobre as profissões existentes no

mercado e serão analisados os seus interesses, potencialidades e limitações.

Ter uma postura de adulto, nesse momento, é muito difícil . Muitos jovens não

conseguem fazer isso sozinhos. Portanto, cabe à escola suprir essa

necessidade oferecendo, um trabalho de Orientação Profissional, numa linha

pedagógica.

O adolescente em processo de escolha necessita refletir a respeito de seus

sentimentos, interesses e gostos. Precisa aprender a filtrar as informações que

vai reunir ao pesquisar as profissões e , num processo de exclusões

sucessivas, chegar à profissão que melhor se adeqüe ao seu perfil. Necessita

ainda aprender a planejar e idealizar seu projeto de vida já que:

“ os homens, dentre todos os animais,são os únicos capazes de preconceber o que vão realizar. Essa capacidade, juntamente com a criatividade inerente, fez e faz com que se dêem respostas

29

novas aos novos empecilhos que , natural ou culturalmente, surgiram e surgem em sua caminhada” ( Bianchetti, 1996, p.77).

A escolha da profissão é, naturalmente, uma nova resposta a um tempo de

sua vida: O vestibular. O adolescente precisa se conhecer e saber quais as

perspectivas para o futuro. Ter a capacidade de se imaginar numa atividade

profissional exercendo-a daqui há 10 anos, por exemplo. Para isso, precisa ter

em mente que a melhor decisão é a que leva em consideração o maior número

de variáveis. O trabalho de Orientação Profissional no espaço escolar deve

levá-lo a questionar uma escolha baseada em poucos indicativos. Decisões

com base em “ vou seguir os negócios da família”, ou optar por tal profissão “

só porque meu pai gostaria que eu fosse” e “ não quero desagradar minha

família” ou, até mesmo,” porque tem bom mercado”, têm levado os jovens a

escolhas equivocadas com o conseqüente abandono do curso. Isso tem

contribuído para engrossar a fila dos 40% que, em média, abandonam o curso

universitário pela metade.

A escola tem por função fornecer ferramentas efetivas ao ser humano, o único

vivente capaz de planejar cognitivamente suas ações. Tais ferramentas devem

contribuir para o desenvolvimento do sujeito orientando-o, por exemplo, a

encontrar respostas do tipo: “ Que vou ser no futuro?”. “ Que profissão vou

abraçar?”, “ Onde fazer tal curso?”, “Para que fazer?”, “ Como me informar

sobre as tarefas das profissões?”.

Sabemos que o modelo de atividade a ser executado pelo OE vai depender

do Projeto Político Pedagógico ( PPP da escola na qual está inserido, mas

também acreditamos que é possível construir um PPP delegando ao OE esse

espaço e função.

Por esta razão, nos apoiamos em Pereira ( 2000)., que coloca a Orientação

Profissional como atividade a ser desenvolvida junto aos alunos para propiciar :

30

“ novos anseios de pensar a sua realidade, considerando as mudanças advindas do processo histórico da sociedade que vivemos e fazemos . Uma vez que passamos grande parte de nossa vida na escola, acreditamos que é nela que podemos investir na intenção de fazer o aluno refletir sobre o significado do trabalho e pensar numa profissão em função de um projeto de vida”. (p.165)

Sendo a escola um espaço que possibilita essas vivências e relações amplas,

com certeza, é também o espaço ideal para uma ação de Orientação

Profissional em prol do desenvolvimento dos alunos. Sabemos que a

orientação profissional no espaço escolar:

“ efetivamente não prepara o aluno para o trabalho, mas busca a integração da proposta educacional a um pensar em função da relação do homem com o trabalho, das relações sociais do trabalho, das oportunidades do mercado profissional e das tendências futuras. Junto a esse pensar, objetiva, ainda, fazer pensar o indivíduo que escolhe”.( Pereira, 2000.p166)

A escola precisa dispor de atividades que favoreçam o desenvolvimento

integral de seus sujeitos, capacitando-os a contribuir para a sociedade como

indivíduos conscientes de seu papel social, confiando que seu trabalho seja útil

não só para a sua realização pessoal, mas também com a grandeza do País.

Normalmente, as escolas que tentam auxiliar a escolha profissional do aluno

utilizam como recurso a informação intensificada, combinada ou aplicação de

testes vocacionais. Proporcionam palestras de diferentes profissionais, em

algumas semanas do ano letivo, que divulgam materiais e descrevem,

exaustivamente, cada profissão. Tais informações são valiosíssimas, mas

insuficientes para uma boa escolha.

Quando a escola possibilita ao aluno uma atividade de O.P. fora do seu

horário de aula, há uma inversão de papéis. A partir daí , não é mais a escola,

31

o pai ou o teste que vem até ele. È o aluno que se torna protagonista do seu

momento. Começa a perceber que a escola tem um interesse tão grande

quanto ele na sua felicidade, no seu futuro. Um interesse que vai muito além

de ensinar, desejando integrar este ser tão complexo em todos os seus multi-

aspéctos.

Com a orientação adequada, o aluno passa a ter condições de tomar sua

decisão com base no seu próprio referencial, e a visualizar uma carreira,

internalizando sua escolha. Quando isso acontece, a escola ganha um aluno

mais compromissado com sua aprendizagem, tornando-o responsável,

envolvido com sua meta e dando início ao seu projeto de vida.

Acredita-se que divulgar a Orientação Profissional na escola é um fator

determinante para o seu bom funcionamento, pois mobiliza o jovem para esse

tipo de trabalho. È vital lembrar que , por mais que ele deseje ser orientado, é

um adolescente e, como tal, costuma prolongar as suas ações. Assim como

deixa para estudar para as provas na última hora, deixa também a sua escolha

profissional para o último momento. Na verdade, o ideal seria que o

adolescente concluísse a sua escolha no final do 2° ano do Ensino Médio, mas

o que acaba acontecendo é que somente os jovens mais maduros conseguem

esse feito. A maioria participa do processo, mas sem se envolver a fundo nas

questões, com a certeza que isso se resolve mais para frente. Muitos não têm

consciência que o 3° ano é muito desgastante pela angustia e ansiedade do

vestibular e isso pode precipitar uma escolha mal feita, caso não esteja bem

sedimentada, até mesmo pela influência das dificuldades advindas da relação

candidato vaga para as opções almejadas. O orientador profissional deve

chamar a atenção do adolescente para esse tipo de postura e auxiliá-lo na

revelação de si mesmo.

É também papel do orientador ajudar o adolescente a encarar a frustração

como algo inerente à vida, ensinando-o a aprofundar as informações e a tolerar

os aspectos difíceis que toda escolha envolve. Toda decisão implica perder e

como nos diz Judith Viorst (2000), as perdas são universais, necessárias,

inevitáveis e inexoráveis porque para crescer temos de perder , abandonar,

32

desistir. Assim , o jovem deve crescer na direção das opções que precisará

fazer ao longo de sua vida.

Quando se pensa em universidade, tem-se claro que é um período da

educação formal que compreende os cursos de nível superior, cujo ingresso

está condicionado ao vestibular.

33

1.2 O vestibular

Sendo o vestibular a porta de entrada da universidade, acredita-se ser

importante, no trabalho de OP, avaliar como ele está sendo realizado.

O exame vestibular pretende “medir” os conhecimentos dos candidatos,

geralmente nas áreas de física, matemática, biologia, química, língua

portuguesa, língua estrangeira e estudos sociais.

Segundo Dulce Helena (1993) Desde 1971 essa prova é feita de forma

unificada ( regidas por normas federais), isto é, todos os candidatos que

almejam ingressar devem realizar todas as provas, independente do curso que

pretendem.

O jovem passa os três anos de segundo grau voltado exclusivamente para o

vestibular. Os professores estimulam, chamando a atenção para as possíveis

questões que poderão cair na prova. Realizam provas simuladas e baseiam

seus programas nas provas dos anos anteriores. Tudo gira em torno do

vestibular.

O estudar para o vestibular muitas vezes chega a tornar-se uma neurose. Há

jovens que, no ano anterior ao do exame, deixam de sair, divertir-se, fazer

outras coisas na vida, somente para estudar.

Observa-se que nem o jovem nem os pais dão-se conta de que o problema

não é deles, é muito maior e mais complexo do que passar noites em claro

estudando, ou fazer o melhor cursinho. É toda uma estrutura social que não

está organizada para receber todos os jovens. Pois se de um lado o jovem é

estimulado pela sociedade e pela família a fazer um curso superior, por outro,

essa mesma sociedade, por meio do Estado, do sistema educacional que ele

oferece, não dá condições a todos de cursá-lo.

Segundo Monteiro, apud , Soares “ a corrida para o vestibular é nos dias atuais uma verdadeira maratona que gera neurose e conflitos de toda espécie, num espetáculo que toma conta do país. O vestibular é a angústia do estudante e funciona como um centro de forças que ataca em todas as direções. Formou-se, para manter o espetáculo do vestibular, uma gigantesca teia de

34

“cursinhos”, que, com com interesses puramente comerciais, passaram a ser um agente de desvalorização do próprio ensino secundário”.

Preparar pais e professores para que eles sejam capazes de auxiliar o jovem

no momento da escolha da profissão e a enfrentar as dificuldades do ingresso

na universidade ou no mundo do trabalho.

Segundo Lisboa “ esse trabalho seria destinado a profissionais da educação, visando elaborar sua identidade profissional e promovendo um embasamento teórico para a orientação da problemática da escolha profissional na adolescência. Junto aos pais, esse trabalho seria feito por meio de palestras e debates, com o objetivo de”[...] elucidá-los sobre a importância de uma escolha profissional consciente, baseada no autoconhecimento e num nível de informação das possibilidades objetivas abrangentes, como alicerce para uma vida futura mais feliz.”

Como uma das conclusões de seu trabalho, Lisboa (1993), constatou que:

“ [...] o despreparo no nível emocional e do conhecimento objetivo dessas três populações ( alunos, pais e educadores), sobre o que seja trabalho e profissão desde o sentido mais abrangente até o mais restrito, centrando primordialmente esses conceitos na necessidade da sobrevivência individual e do ganho financeiro imediato.”

Em muitas escolas, a orientação profissional está sendo inserida por

intermédio da disciplina de filosofia. Em filosofia podem ser abordadas

questões básicas do ser humano, como: De onde vim? Quem sou eu? Para

onde vou?

Ao propor aos jovens que respondam a essas três questões, já estaríamos

iniciando um trabalho de conhecimento de si mesmo, fundamental no processo

de Orientação Profissional. Estaremos dando ao jovem a possibilidade de

35

integrar a questão temporal de passado, presente e futuro que lhe é tão difícil

de fazer nesse momento de escolha profissional.

Segundo Zedron, apud, Lisboa e Soares “ As aulas de filosofia proporcionam um raciocínio filosófico, aberto, crítico. Apontam novas maneiras de ver , perceber e compreender o mundo mediante os questionamentos. O filosofar em sala de aula envolve o diálogo sobre temas e conceitos com os quais o educando está desejoso e pronto para discutir, como estabelecer sua identidade pessoal ( quem sou eu?), seu futuro profissional, a vida que terá quando crescer, as expectativas familiares, as relações com os colegas”.

Durante o período universitário, o jovem muitas vezes procura o serviço de

orientação profissional porque está inseguro e insatisfeito e quer confirmar sua

escolha ou trocar de curso. Pode ser um trabalho de ‘”re- opção” ou “re –

escolha”. Também pode ocorre no final de um curso superior, quando o

estudante quer seguir os estudos de pós- graduação e aproveita a

oportunidade para redefinir sua escolha anterior.

Segundo Lisboa e Soares” Pesquisas realizadas no Rio Grande do Sul em Santa Catarina, no início da década de 1980, revelaram que 30% dos jovens que ingressaram na universidade já haviam iniciado um curso superior e estavam trocando de curso. Preocupada com essa situação realizei em 1988 uma pesquisa intitulada: Papel profissional a escolha e a re- escolha da profissão, na qual trabalhei com universitários que vieram ao grupo porque queriam trocar de curso”.

Espera-se que a educação escolar, além da transmissão da cultura, do

conhecimento, atinja o pleno desenvolvimento do educando, prepare-o para o

exercício da cidadania e qualifique-o para o trabalho ( art. 2° da Lei n° 9394/96,

que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional).

Atingir plenamente esses objetivos, todos sabem. Não é tarefa fácil, uma vez

que a escola que aí está nos mostra uma realidade completamente diferente.

36

Segundo Soares: “ Esta escola, que deveria preparar para a vida e para o

trabalho, para que mesmo ela está preparando? Para a vida e para o trabalho,

não é ; para o vestibular? Poderia ser, se todos tivessem acesso à

universidade” ( 1987, p. 10).

Sabe-se que a maioria dos jovens brasileiros, ao escolher uma profissão, tem

como base pouca ou nenhuma informação concreta; geralmente são

informações distorcidas, idealizadas ou estereotipadas, além de serem

desarticuladas de seu próprio perfil profissional.

Acredita-se que as escolas brasileiras, da maneira como estão planejadas e

estruturadas, não contribuem nesse processo de decisão. Há uma tendência

em massificar o corpo discente, anulando a individualidade do aluno, deixando-

se assim de adaptar o conteúdo das aulas à realidade do mundo do trabalho.

O jovem hoje está cada vez mais preocupado em “como sobreviver” o que

fazer para “ ganhar dinheiro” e obter status, sem atentar para as suas aptidões

e preferências.

Da mesma forma, os pais, preocupados com o futuro dos filhos, acabam

influenciando fortemente na escolha profissional, priorizando, todavia, as

“profissões de status” e profissões nobres”, como direito, medicina, engenharia

etc., pouco importando se o curso é satisfatório para o seu filho, se o realiza; o

que importa é o diploma.

Preocupados em” ganhar a vida”, os jovens optam por uma profissão sem

saber o que isso implicará, o que acaba por aumentar ainda mais o número de

desistências nas universidades, ou por formar profissionais incapacitados de

exercer sua profissão, por não possuírem habilidades ou por estarem

frustrados no mercado de trabalho.

Hoje em dia, com a situação de nosso país, e uma certa instabilidade no campo para todas as profissões, é muito importante a certeza de uma profissão a seguir. Quando não temos essa certeza, acabamos ingressando em cursos que não realizam completamente e, por pressão familiar, da sociedade ou por comodismo e insegurança, nos formamos sendo então mais um profissional frustrado, sem amor por aquilo que faz ( O.M , 16 anos)

37

De acordo com Lucchiari, 1996, Cabe a cada um professor e orientador

profissional, propiciar um espaço aos alunos, em que as diferentes profissões

possam ser discutidas, vivenciadas e reconhecidas na sociedade como

importânte para o desenvolvimento de nosso país. Segundo Soares “O

professor deve diversificar o conteúdo de suas disciplinas , no sentido da

pluralidade, da multiplicidade, mas também da profundidade das

representações profissionais.”

Nesse sentido deve se colocar em prática as novas exigências da Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional ( Lei n° 9.394 de 20 de dezembro de

1996), para a qual “ a educação escolar deverá vincular-se ao mundo do

trabalho.”

Com a finalidade de qualificação. È de fundamental importância que a escola

ofereça aos alunos elementos básicos para que compreendam a importância

da educação para a formação pessoal de uma maneira contínua e permanente,

tanto para a continuação dos estudos quanto para conhecer o mercado de

trabalho, suas principais características e necessidades.

Ainda na lei, destaca-se, na Seção IV, a finalidade do Ensino Médio: “ II _ a

preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar

aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas

condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores; IV _ a compreensão

dos fundamentos científico- tecnológicos dos processos produtivos,

relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina”.

Acreditamos, ainda, que a escola possui uma grande responsabilidade nessa

área, pois deve proporcionar sempre mais oportunidades de reflexão e

experienciação sobre a escolha profissional e o mundo do trabalho em que

está inserida. A formação do jovem profissional terá de ser cada vez mais

polivalente, de forma que possa adaptar-se com facilidade às exigências dos

novos tipos de trabalhos que estão a surgir.

38

“ a escola se constitui como a posssibilidade de apropriação dos conhecimentos socialmente válidos e da dinâmica do mundo do trabalho. Trata-se de um dos âmbitos para que o sujeito conheça, processe e desenvolva habilidades e conhecimentos básicos que lhe permitirão continuar uma formação permanente e desenvolver estratégias de aperfeiçoamento e especialização, conforme as circunstâncias requeiram.”

(Capellaci 1998, apud Soares 2000)

Para Peixoto (1997 “ [ ...] o conhecimento do contexto social aumenta a gama

de informações do mundo externo e os alunos passam a conhecer um maior

número de possibilidades e alternativas bastante diversificadas.”

È importante ressaltar que não são somente os cursos universitários que

podem proporcionar um futuro promissor aos jovens. Hoje, existe uma

infinidade de cursos profissionalizantes que pode oferecer uma boa formação e

colocação no mercado de trabalho. Como em toda profissão, o que importa, o

que faz o indivíduo se realizar, é gostar do que faz e fazê-lo bem- feito, querer

ser o melhor, sentir-se útil.

È em um processo de orientação profissional, o jovem passa por diferentes

estágios do desenvolvimento vocacional, partindo de atividades, experiências e

situações de aprendizagem que propiciarão o amadurecimento para uma

escolha profissional consciente.

Acredita-se que não há como se fazer uma boa escolha profissional sem

adquirir informações sobre as profissões em sua área de interesse, conhecer o

dia-a- dia das profissões, perceber seus próprios interesses e aptidões, ter

claras as influências psicossociais sobre suas escolhas e articular todos os

elementos ao seu próprio perfil.

39

Por essa razão a construção de um projeto que oriente os jovens na escola

será de grande importância e necessidade.

De acordo com esse contexto, conclui-se que os conhecimentos teóricos

transmitidos em sala de aula devem ser sedimentados e visando a uma melhor

preparação para o vestibular e para a escolha profissional

Sob uma visão multidisciplinar, as escolas podem proporcionar aos alunos

visitas a empresas onde poderão visualizar vários profissionais em sua

realidade de trabalho, assim como relacionar com a prática as diferentes

teorias e ensinamentos transmitidos em sala de aula. Procurando, assim ,

colocar os alunos em contato com a realidade, sem se esquecer das

obrigações que a escola tem. Esses trabalhos proporcionam um crescimento

do interesse por parte dos alunos no campo das profissões.

Sabe-se que por meio de projetos planta-se uma semente na cabeça desses

adolescentes , que estão começando a desabrochar para a vida profissional. È

o começo de uma grande caminhada, não só do adolescente, mas,

principalmente, da comunidade escolar, que precisa inovar e se inserir na

realidade do aluno e do mundo do trabalho, atendendo à nova LDB.

A escolha profissional é um momento crítico referido e remetido a um futuro

indeterminado mas determinante. Prever o imprevissível, calcular o incalculável

Será isso possível? A resposta pertence à esfera das probabilidades, e não

das certezas. E se situa na área da flexibilidade, da capacidade de adaptação,

na educação ou aprendizagem continuada, na adequação para uma carreira

que pode ser até multiocupacional.

A orientação profissional deve ser para hoje, para amanhã, mas também para

o futuro. È exatamente por isso que ganha relevância, no campo teórico e

prático da orientação profissional.

Entenda-se “ carreira ocupacional “ como sendo uma sequência de

ocupações, empregos, atividades ou funções, no decorrer da vida – de –

trabalho de uma pessoa, ou como sendo uma seqüência estruturada de

eventos na vida de uma pessoa , à medida que muda de um trabalho para

outro, numa estrutura ocupacional . Tratam de conceito de padrão de carreira ,

40

como a seqüência de mudanças de nível ou área ocupacional feitas por um

indivíduo durante sua vida –de – trabalho.

Ainda nessa perspectiva de tempo futuro na OP , devemos acentuar a

convivência com o conceito de desenvolvimento vocacional , este sendo “ o

processo de crescimento e aprendizagem que abrange todas as instâncias do

comportamento vocacional , ou “o progressivo aumento e repertórios de

comportamento vocacional . Neste sentido , o desenvolvimento vocacional

,inclui todos os aspectos do desenvolvimento pessoal que passam estar

relacionados com o seu trabalho”.

Super 1957, apud, Mello, 2002 entende “ comportamento vocacional como qualquer tipo de interação , entre um indivíduo e seu meio ambiente, que seja significativamente ,relacionada com a preparação para o , participação no, ou retirada do, trabalho, indiscutivelmente, uma perspectiva de tempo passado, presente e futuro”

41

CONCLUSÃO

Este presente estudo nos leva a concluir que hoje , entretanto no século XXI , um

orientador não pode ficar calado e sustentar-se em simples sedução de técnicas ou

comodidade de espaço. A Orientação como transdisciplinar é um desafio para a

criatividade, para a recombinação da genética das idéias, parar deixar de remediar os

sistemas que deveriam mudar.

A perspectiva temporal denota a evolução mas, também , a tentativa de repetição.

Quando se trabalha com a ética o trabalho tem todas as posssibilidades de ser um

trabalho de sucesso e o orientador não pode perder seu foco e nem seus objetivos quanto

a sua prática.

A orientação profissional deve acontecer de forma que posssibilite ao orientando o

direito de escolha sem o sentimento de exclusão e sem sentir-se incapaz de realizar

aquilo que acreditar ser a sua vocação.

Na verdade a escolha da profissão é uma escolha da vida.

Existem padrões necessários para quem desenvolve o trabalho de orientação e esses

não podem ficar esquecidos.

Na verdade ser Orientador não é apenas dizer que existem , varias opções e que cabe a

cada um decidir por aquela que desejar. È necessário mostrar com o máximo de clareza

possível que o Orientador espera e acredita que o seu Orientando fará a escolha certa.

Diante dos esclarecimentos obtidos nesse estudo pode-se considerar que a escola

necessita integrar o trabalho de orientação profissional ao seu currículo . Sendo assim as

escolhas deixam de ser apenas por influências familiares e tornam-se mais sólidas.

Não se pode ignorar o fato de que o trabalho de Orientação deve contribuir para

minimizar o preconceito com relação a determinadas profissões.

42

BIBLIOGRAFIA

BOCK,D. Orientação Profissional. A abordagem Sócio- histórica 3°ed.

Cortez editora.

LUCCHIARI . Dulce Helena . S. Pensando e vivendo a Orientação

Profissional 6° ed. SP. Summus editora

LISBOA, D. SOARES , H Formação e prática de orientadores Summus

editora São Paulo 2000.

MELLO. F. O desafio da escolha profissional 1° ed. Papirus editora 2002

LAROSA , M. AYRES, F. Como produzir uma monografia. Wark editora 6°

ed. Rio de Janeiro 2005

43

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

A História da orientação profissional

1.1 – A divisão do trabalho 10

1.2 – A escolha profissional e o capitalismo 13

CAPÍTULO II

O trabalho da orientação profissional

2.1 – A história 18

2.2 – Como fazer o trabalho de orientação profissional 19

2.3 _ O trabalho em grupo 23

CAPÍTULO III

A orientação profissional na escola

3.1 – A escolha 28

3.2 _ O vestibular 33

CONCLUSÃO 41

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

42 ÍNDICE 43

44

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes

Instituto a vez do mestre

Título da Monografia: A importância da orientação profissional

Autor: Claudia diocesano da Silva

Data da entrega: 14 de fevereiro de 2009

Avaliado por: Conceito: