UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … da Educação Ambiental Crítica em Bairros...
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
OBTENÇÃO DE DIAGNÓSTICOS SOCIOAMBIENTAIS PARA A APLICABILIDADE DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA EM
BAIRROS DE DUQUE DE CAXIAS
Por: VÂNIA VIEIRA DUARTE DA CRUZ
Orientador: Francisco Carrera
Rio de Janeiro – 2009
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
OBTENÇÃO DE DIAGNÓSTICOS SOCIOAMBIENTAIS PARA A APLICABILIDADE DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA EM
BAIRROS DE DUQUE DE CAXIAS
Apresentação de monografia à Universidade
Cândido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Gestão
Ambiental.
Por: Vânia Vieira Duarte da Cruz
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AGRADECIMENTOS
Aos amigos, parentes, alunos e ex - alunos
que acrescentaram em minha vida inúmeras
experiências que serviram para a construção de
conceitos e pensamentos.
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DEDICATÓRIA
Aos amores do meu coração que sempre estiveram
comigo e me incentivaram, ajudaram e me apoiaram na
jornada até o presente momento. Esses alicerçaram a
minha vida em uma base de carinho e ternura que permitiu
a minha estabilidade tanto profissional como pessoal, são
eles: minha mamãe e também minha melhor amiga de
todos os momentos, meu marido companheiro e dedicado,
o Júnior - (meu melhor amigo). Ao meu / minha filho (a) que
alegrará os meus dias e o de toda a minha família; a saber:
Ricardo ou Maria Luísa.
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RESUMO
O pensamento crítico estimula e propicia uma visão mais abrangente do
mundo e as questões que movimentam e configuram o desenvolvimento do
mesmo.
A criticidade volta-se para a formação de seres conscientes de sua
realidade tanto local, como global fomentando a capacidade do pensar certo.
A Educação Ambiental atua no escopo de trazer à tona distintas
problemáticas socioambientais e também algumas medidas profiláticas para
que áreas degradadas sejam remanejadas com fins sustentáveis. Seu desafio
desponta para muitos, como um novo paradigma da Educação, ou até mesmo
como uma forma de Educação contemporaneizada do presente século e,
sendo assim, como uma educação mais adequada às novas demandas que
são do domínio socioambiental.
No desafio da Educação Ambiental Crítica, a mesma se depara com
duas vozes bastante distintas – a primeira, marcada por um discurso
renovador, revolucionário, transformador, utilizando-se para justificá-lo de
palavras-chave do contemporâneo, como interdisciplinaridade, complexidade,
participação comunitária, qualidade de vida e sustentabilidade. A segunda voz
que, ainda presente no contexto de muitas pessoas. Está calçada em um
discurso conservador, retrógrado e de certa forma saudosista, em que as
palavras-chave serão outras, tais como: conservação, preservação, tradição e
patrimônio.
É justamente a partir das contradições inerentes à idéia de educação e,
Ambiental sobretudo, de educação ambiental crítica, que este trabalho
intitulado A Obtenção de Diagnósticos socioambientais para a Aplicabilidade
da Educação Ambiental Crítica em Bairros de Duque de Caxias, buscará tecer
algumas observações e considerações sobre a educação ambiental e o
pensamento crítico inserido na mesma, no que diz respeito a suas práticas e de
seus discurso perante os diversos atores sociais.
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O sentido do trabalho é focar alguns propulsores do pensamento crítico
para que se entenda como essa forma de pensar vai ajudar o entrelace e
aplicabilidade do ambiental inserido na educação e como fazê-lo para que
ambos se complementem.
A posteriori, alguns pensadores críticos dão a sua contribuição no que
compete ao conceito de educação ambiental visando sempre os meandros
pelos quais a mesma será inserida no cotidiano dos vários atores sociais.
Algumas medidas preventivas são apresentadas de forma sucinta como
alternativas plausíveis à inserção da Educação Ambiental Crítica em diversos
setores da sociedade.
Faz-se presente alguns diagnósticos da problemática socioambiental de
alguns bairros do Município de Duque de Caxias atrelado a explicações que
justificam tais acontecimentos.
Os anexos contribuem para maior acessibilidade aos formulários,
cartazes de convocação e fotos que estão associadas aos problemas
socioambientais diagnosticados.
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METODOLOGIA
A concepção teórico-metodológica adotada para o desenvolvimento
desse trabalho cujo tema é A Obtenção de Diagnósticos Socioambientais
para a Aplicabilidade da Educação Ambiental Crítica em Bairros de Duque
de Caxias refere-se a uma abordagem científica, tendo como origem os
pressupostos teóricos de CARVALHO (2004), TOZONI-REIS (2004), (2005),
FREIRE (2005), LAYRARGUES (2006), (2001), LOUREIRO et al (2008),
(2004), (2006), MARX e ENGELS (1979), contribuíram para o conhecimento
bibliográfico dos autores citados na monografia e também o esclarecimento
vital sobre a importância e os conceitos pertinentes ao desenvolvimento e
significado de Educação Ambiental Crítica.
Nessa mesma linha, a metodologia fundamenta-se também as propostas
de DIAS (2008), BOIÇA (2002), FILHO (2008), SEBRAE (1999), REVISTA
ONG (2006), FERREIRA (2001), IBAMA (2004) cujas contribuições
possibilitaram o eixo de explicação dos acontecimentos e fatos que permeiam
um determinado bairro em aplicar a educação ambiental, ou seja, como e como
tal educação ambiental pode ser aplicada na tentativa de minorar as
problemáticas socioambientais.
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SUMÁRIO
Introdução .......................................................................................págs. 09 a 11
Capítulo 1- Alguns propulsores do pensamento crítico..................págs. 12 a 17
Capítulo 2- Conceitos e abrangências que permeiam a educação ambiental
crítica ...............................................................................................págs. 18 a 29
Capítulo 3- Diagnósticos e profilaxias (medidas preventivas).........págs. 30 a 34
Capítulo 4- Duque de Caxias e diagnósticos...................................págs. 35 a 39
Conclusão........................................................................................págs. 40 a 41
Anexos.............................................................................................págs. 42 a 50
Índice...............................................................................................pág. 56
Folha de avaliação..........................................................................pág. 58
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INTRODUÇÃO
O processo de degradação ambiental em Duque de Caxias vem
ocorrendo desde a época colonial, onde a sua localização ao fundo da Baía de
Guanabara, possibilitou condições favoráveis a plantação de cana-de-açúcar,
milho, feijão, entre outros produtos, para o abastecimento interno das
capitanias, BOIÇA (2002).
Inúmeros acontecimentos permearam o solo de Duque de Caxias e
foram vitais para o processo de urbanização e industrialização do município,
dentre eles podemos mensurar: a implantação do Porto Estrela, relativamente
necessário para o escoamento do ouro trazido de Minas Gerais, o advento da
estrada de ferro em meados do século XIX, onde a ferrovia, obedecendo à
lógica do progresso, ditava novos traçados nos caminhos, fazendo surgir à
volta de suas estações, povoados que se transformariam em populosas
cidades. Nos anos 60 vale à pena ressaltar a instalação da Refinaria de Duque
de Caxias e a Fábrica Nacional de Motores.
Tais acontecimentos fizeram do município um arquétipo
desenvolvimentista não fragmentado e uniforme voltado para o mercado
externo. Tal expansão trouxe consigo uma degradação ambiental vertiginosa.
Podemos citar no terceiro quarto distritos uma degradação ambiental voltada
para a especulação imobiliária, principalmente, para instalação de
empreendimentos de representações industriais e residenciais. Na área core o
grande desenvolvimento também trouxe consigo um acelerado processo de
degradação ambiental. Tal desenvolvimento se dá principalmente por causa da
rede viária que proporciona o escoamento rápido da produção e aquisição de
insumos para a indústria e comércio. A instalação de empresas ao redor das
rodovias determinou o aterramento de manguezais, contaminação do ar e
despejo irregular de resíduos industrial em rios e terrenos e ocupação de áreas
de Mata Atlântica.
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Outra incidência de degradação está vinculada a instalação da Refinaria
e subsidiárias que além de ocupar imensas áreas de mangue contribuí para a
poluição da Baia de Guanabara, além de diferenciar a dinâmica climática local.
Partindo dessa premissa, podemos observar as inúmeras e distintas
problemáticas socioambientais vigentes dentro de um mesmo município.
Diagnosticar os problemas de cada área para depois trabalhá-los torna-se uma
alternativa plausível na constituição de áreas sustentáveis.
Inspirada na complexibilidade da educação que incide sobre a égide da
formação de indivíduos sociais emancipados, constituintes de sua própria
história, a educação ambiental acrescenta uma especificidade: compreender as
relações sociedade-natureza e intervir sobre os problemas e conflitos
ambientais pertinentes a cada área (CARVALHO, 2004). A mesma cria as
possibilidades necessárias para a mudança de valores e atitudes tornado-se
subsidiária de sensibilidades solidárias com o meio social e ambiental
capacitando indivíduos e grupos sociais para identificar, problematizar e agir
em relação às questões socioambientais.
A visão libertária da educação ambiental crítica movimenta os diferentes
atores sociais no processo de transformação da realidade local, promovendo
diagnósticos socioambientais, onde são valorados o saber local, o saber
científico, ação política, atrelados a práxis (pensar e agir) Loureiro (2004), na
promulgação de áreas sustentáveis.
Os temas ambientais vêm promovendo crescente discussão e reflexão,
com relevância e repercussão. Movimentos populares, governamentais ou do
setor privado, envolvendo diversos atores sociais, proclamam a necessidade
de enfrentarmos os problemas de um meio ambiente degradado. Ativismos,
programas educativos e campanhas políticas ou publicitárias pretendem
despertar a humanidade para a crise ambiental de proporção jamais atingida.
Nas últimas quatro décadas (já que alguns autores identificam como um
marco inicial do ambientalismo a explosão das bombas atômicas em 1945,
quando a sociedade se deparou pela primeira vez com a possibilidade de uma
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destruição completa do planeta), foi grande o número de estudos e publicações
individuais ou coletivas sobre temas ambientais.
A Educação surge então como medida óbvia para o enfrentamento de
toda essa crise, na medida em que os Homens vão se convencendo de que, se
mantido o atual sistema de valores em que está ancorada, nossa civilização é
insustentável.
Apesar da diversidade de definições, a educação ambiental pode ser
entendida, de uma maneira ampla, como uma dimensão da educação voltada
para as questões ambientais, ou ainda como:
Uma dimensão dada ao conteúdo e à prática
da Educação, orientada para a resolução dos
problemas concretos do meio ambiente através de
enfoques interdisciplinares, e de uma participação ativa
e responsável de cada indivíduo e da coletividade
SANCHEZ (2008) apud DIAS (1992).
Trata-se de uma forma de educação onde são latentes processos
específicos com objetivos, estratégias e características peculiares. Cuja
aplicabilidade está sendo sugerida e convocada constantemente como uma
solução estratégica de desenvolvimento.
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CAPÍTULO 1
ALGUNS DOS PROPULSORES DO PENSAMENTO CRÍTICO
Pensadores que contribuíram na contextualização não alienativa de
vários conceitos pertinentes e decisivos na participação ativa e
consciente do ser humano como ser social
Uma forma simples de descrever o pensamento crítico é a análise lógica
e cuidadosa das informações que recebemos, de forma que possamos basear
nossas ações e conceitos em fundamentos concretos.
Refere-se ao fato de conceber informações coerentes e concisas sobre
um determinado alvo, reclinando-se (é claro) sobre a égide do pensar
corretamente e de forma analítica.
"[Pensamento crítico]...é a análise e o teste de proposições de
qualquer tipo que nos são oferecidas, de forma a descobrir se elas
correspondem à realidade ou não. É um hábito e um poder mental. É
uma condição primária para o bem da sociedade que homens e
mulheres sejam treinados nele. É a nossa única garantia contra a
ilusão, enganação, superstição e incompreensão de nós mesmos e de
nossas circunstâncias mundanas. Nossa educação é boa na medida
em que ela produz uma bem desenvolvida capacidade crítica... A
educação na capacidade crítica é a única educação da qual pode-se
verdadeiramente dizer que forma bons cidadãos (William Graham
Sunmer, 1906)."
1.1- Paulo Freire
Nasceu em Recife em 1921 e faleceu em 1997. É considerado
um dos grandes pedagogos da atualidade e respeitado mundialmente. Existem
vários textos sobre ele em outros idiomas mais do que em nossa própria
língua.
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Embora suas idéias e práticas tenham sido objeto das mais diversas
críticas, é inegável a sua grande contribuição em favor da educação popular.
Publicou várias obras que foram traduzidas e comentadas em vários países.
Suas primeiras experiências educacionais foram realizadas em 1962 em
Angicos, no Rio Grande do Norte, onde 300 trabalhadores rurais se
alfabetizaram em 45 dias.
Participou ativamente do MCP (Movimento de Cultura Popular) do Recife.
Suas atividades são interrompidas com o golpe militar de 1964, que determinou
sua prisão. Exila-se por 14 anos no Chile e posteriormente vive como cidadão
do mundo. Com sua participação, o Chile, recebe uma distinção da UNESCO,
por ser um dos países que mais contribuíram à época, para a superação do
analfabetismo.
Em 1970, junto a outros brasileiros exilados, em Genebra, Suíça, cria o
IDAC (Instituto de Ação Cultural), que assessora diversos movimentos
populares, em vários locais do mundo. Retornando do exílio, Paulo Freire
continua com suas atividades de escritor e debatedor, assume cargos em
universidades e ocupa, ainda, o cargo de Secretario Municipal de Educação da
Prefeitura de São Paulo, na gestão da Prefeita Luisa Erundina, do PT.
Algumas de suas principais obras: Educação como Prática de Liberdade,
Pedagogia do Oprimido, Cartas à Guiné Bissau, Vivendo e Aprendendo, A
importância do ato de ler.
1.2- Karl Heinrich Marx
Karl Heinrich Marx (1818-1883) nasceu na cidade de Trier na
Prússia Renana no seio de uma família judaica, de linhagem rabínica pelas
vertentes paterna e materna, mas convertida ao protestantismo.
Em 1853, inicia o curso de Direito na Universidade de Bonn e, no ano
seguinte, transfere-se para a faculdade de Direito de Berlim, onde intensifica os
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estudos sobre o sistema dialético do filosofo alemão Georg Wilhelm Friedrich
Hegel (1770-1831).
Dedicou-se também às obras de Kant e Fichte para estabelecer um
contraponto ao hegelianismo filosófico dominante nos núcleos acadêmicos de
sua geração. Mas, além da filosofia do direito, Marx também apreciava as
obras teatrais, as poesias e as músicas da sua época.
Em 1841 obtém o título de doutor da Faculdade de Filosofia da
Universidade de Iena, com a tese intitulada: A diferença entre a filosofia da
natureza de Demócrito e a de Epicuro, em que se contrapõe, a partir da
dialética hegeliana, o determinismo de Demócrito desde a liberdade de
consciência humana presente no epicurismo, para comprovar que o ser
humano não é definitivamente refém da natureza, mas, ao contrário, pode
transformá-la a seu favor.
Marx juntamente com Engels no livro Ideologia Alemã, mesmo essa obra
enquanto simples manuscrito possibilitou primeiro que os autores
pesquisassem e escrevessem juntos um trabalho de maior fôlego que o
anterior (A Sagrada família) e nesse mesmo processo descobrissem uma nova
cosmovisão que os distinguissem primeiramente da dialética hegeliana, por
seu idealismo, sem contudo, terem de abrir mão da dialética.
Em segundo lugar, que os distinguissem dos nacionalistas, os quais
acreditavam que o Estado e a política poderiam trazer a emancipação do povo,
quando na verdade, o próprio povo é que, segundo eles, deve se emancipar do
Estado, do conceito de nação e da propriedade.
Cosmovisão segundo Marx (1979) é a maneira de ver e aprender a realidade,
tal como ela se apresenta no espelhamento de nossa retina( e os demais
sentidos).
1.3- Friedrich Engels
Friedrich Engels (1820-1895) nasceu na cidade de Barmen
(Prússia Renana), em uma família protestante de burguesia industrial renana.
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Não pôde concluir os estudos secundários, pois desde a adolescência teve de
se dedicar aos negócios da família, que o obrigavam a viajar pela Europa. O
que se tornou cosmopolita, possibilitando o conhecimento de vários idiomas e a
conhecer os mecanismos de exploração do capitalismo, principalmente na
Inglaterra.
Na juventude, fica impressionado com a miséria em que vivem os
trabalhadores das fábricas de sua família.
Quando estudante, adere a idéias de esquerda, o que o leva a
aproximar-se de Marx. Assume por alguns anos a direção de uma das fábricas
do pai em Manchester e suas observações nesse período formam a base de
uma de suas obras principais: A situação das classes trabalhadoras na
Inglaterra, publicada em 1845.
Muitos de seus trabalhos posteriores são produzidos em colaboração
com Marx, o mais famoso deles é o Manifesto Comunista (1848). Escreve
sozinho, porém, algumas das obras mais importantes para o desenvolvimento
do Marxismo, como Ludwig Feuerbach e o fim da filosofia alemã, Do socialismo
utópico ao científico e A origem da família, da propriedade privada e do Estado.
Em virtude dos negócios da família, em 1842 fixa residência na
Inglaterra, onde fica por dois anos. Por causa de sua militância política, apesar
de sua condição social privilegiada, intensifica contatos com os revolucionários
ingleses e acredita que, por ser aquele o país em que o capitalismo havia se
desenvolvido, seria também lá o epicentro da revolução proletária.
Entre 1843 a 1844 a Critica da Filosofia do Direito de Hegel em que
condena a presente articulação Religição-Direito-Estado. No Livro A questão
judaica o tema que se discute é a questão da cidadania plena em um Estado
erigido sobre a doutrina cristã, tendo como referência a questão do elemento
diferencial judaico. Uma terceira obra, produzida no mesmo ano, os
Manuscritos econômico-filosóficos, em que se volta para as questões da
realidade da vida material.
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1.4- Marília Freitas de Campos Tozoni-Reis
É pedagoga, professora do Departamento de Educação no
Instituto de Biociências da UNESP em Botucatu (SP) desde 1994. É mestre em
educação pela UFSCar (1994) e doutora em educação pela Unicamp (2000),
defendendo tese sobre educação ambiental. Desenvolve pesquisa em
educação ambiental desde 1994. É professora credenciada no Programa de
Educação para a Ciência na Faculdade de Ciências da Unesp de Bauru (SP),
onde ministra disciplinas, orienta pesquisas em educação ambiental e participa
do Grupo de Pesquisa em Educação Ambiental. Coordena também o curso de
extensão à distância Educação Ambiental: princípios e práticas. É membro do
grupo que está construindo a Rede Universitária de Programas de Educação
Ambiental (Rupea).
A pedagogia crítica na educação ambiental, partindo do princípio que a
relação homem-natureza é construída pela história social, confere a educação,
a função de instrumentar os sujeitos para uma prática social ecológica e
democrática. A educação ambiental crítica, transformadora e emancipatória,
portanto, é formulada a partir da idéia de que a educação é prática social
construída e construtora da humanidade, que, não podendo inventar uma
realidade supra-histórica é construída no interior das relações sociais concretas
de produção da vida social, contribuindo na construção dessas mesmas
relações. A formação humana plena na perspectiva de superação radical da
alienação, da exploração do homem pelo homem e da exploração da natureza
pelos seres humanos, exige um processo educativo ambiental que
instrumentalize os sujeitos para uma prática social ambiental. Esses são os
princípios educativos das necessidades histórico-concretas da sociedade,
expressas pela atividade essencial, o trabalho - compreendido em sua
amplitude filosófica - tomado como síntese da produção da vida individual e
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coletiva, da relação dos sujeitos sociais entre si e deles com a natureza
(TOZONI-REIS, 2004).
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CAPÍTULO 2
CONCEITOS E ABRANGÊNCIAS QUE PERMEIAM A EDUCAÇÃO
AMBIENTAL CRÍTICA
Sinaliza as definições e objetivos validados e formulados por alguns
pensadores em relação ao contexto de educação ambiental crítica
A Educação Ambiental Crítica está intrinsecamente ligada aos meandros
que norteiam as políticas educacionais. Sabendo-se que ambas vertentes
inclinam-se a um regime democrático e participativo.
Tem como base categorizar, diagnosticar e tratar cada problema para a
aquisição de áreas sustentáveis sem criar uma dualidade entre o
desenvolvimento urbano local e a preservação ambiental. A práxis da
Educação Ambiental Crítica na transformação de uma paisagem local em
termos socioambientais, agrupando os distintos interesses pertinentes a cada
área.
A Educação Ambiental Crítica de caráter transformador e emancipatório
busca uma indissociação no entendimento de processos como produção e
consumo; ética, tecnologia e contexto sócio-histórico; interesses privados e
públicos sempre atrelados ao estimulo da relação dialógica entre os diversos
atores sociais para redefinir objetos de estudo e saberes.
"A perspectiva da educação ambiental crítica e transformadora,
que capacita os sujeitos a investigar, desvendar e utilizar as
contradições da sociedade para agir criticamente para sua
transformação; sujeitos capazes de se relacionar harmoniosamente
com o meio, consigo mesmo e com o outro, (AB’ SABER, 1991)."
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2.1- Paulo Freire
A Educação Ambiental Crítica assume uma postura perante a
realidade de trabalhar o substantivo Educação baseado no contexto de Paulo
Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia (2000), onde o mesmo ressalta a
importância de ensinar a pensar certo, amparado no despertar de uma
criticidade abolindo qualquer forma de alienação.
Outras concepções são coerentes na prática da educação ambiental,
como Paulo Freire que defende a educação como a chave mestra para a
libertação de uma condição servil, onde a mesma promulga, através da
conscientização, a condição libertadora e a segurança para validar os direitos e
ter voz ativa como conhecedores de sua realidade. Parte de uma premissa
onde a prática antidialógica é a condição de ideologia opressora e ditatorial,
tendo em vista que a ação dialógica embasada na colaboração, organização e
síntese cultural, combate a manipulação dos ditos “burgueses” (FREIRE,
2005).
Escrito no período em que o autor esteve exilado de seu país, o Brasil,
durante o período da Ditadura Militar, o livro oferece um mergulho no
pensamento de Paulo Freire sobre seu modo de ver e ler o mundo. Neste livro
Paulo Freire esboça caminhos sociais rumo a uma sociedade livre através da
extinção da relação de opressão presentes no sistema capitalista. Para Freire,
só a libertação dos opressores, feita pela movimentação e conscientização dos
oprimidos, poderia ser o elo propulsor para construir uma sociedade de iguais.
Neste sentido, a educação aparece com o papel central para efetivar o
seu pensamento, pois que através de uma educação libertária, o oprimido
poderia tomar consciência de sua situação e buscar sua liberdade bem como a
de seu opressor. Para tal, propõe que o educador conheça em profundidade
cada comunidade que irá educar, conheça a realidade e as palavras que são
significativas para cada grupo de pessoas. Desta forma, as palavras que serão
ensinadas na escrita e na leitura, são justamente as que fazem parte do
cotidiano destas pessoas.
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A pedagogia freireana defende uma construção do saber a partir da
realidade concreta, das vivencias cotidianas, num processo de aproximação
crítica da realidade. As contribuições da educação libertadora, aquela que se
opõe à educação de caráter político reprodutor e domesticador – a educação
tradicional, identificada por Paulo Freire como “educação bancária” – se
delineia como política transformadora em que os sujeitos, mediados pelo
mundo, se educam em comunhão. Nesta perspectiva, os educandos têm a
oportunidade de conhecer o mundo a partir de seu próprio contexto,
problematizando sua própria vida, ao que Paulo Freire chamou de processo de
conscientização (FREIRE, 2005).
2.2- Philippe Pomier Layragues
Para reverter essa condição, histórica e socialmente
construída, os processos de formação humana aparecem como ponto
estratégico. Para romper com as relações de dominação e com a ética que
coloca o Homem em posição externa e superior às demais formas de vida e
reduz os recursos naturais a mero recurso material à disposição do uso e
apropriação humana, a Educação desponta como importante e privilegiado
instrumento. Contudo, a Educação, como todos os sistemas sociais, se
encontra entranhado na ética da sociedade construída sobre o cartesianismo, e
em condições alienadas e alienantes, nos termos da teoria marxista. Na visão
da Educação como um instrumento de transmissão de valores culturais através
das gerações, para que as regras de convívio e comportamento social sejam
mantidas, esta acaba se configurando como instrumento ideológico de
reprodução das condições sociais TOZONI-REIS (2005) apud LAYRARGUES
(2006).
Para a Teoria Crítica, a educação ambiental é um espaço de disputa
ideológica entre grupos antagônicos: forças hegemônicas que pretendem
manter o status e grupos contra-hegemônicos, que pretendem vencer a
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alienação ideológica das condições sociais, ao evidenciarem que as coisas
nem sempre foram assim, e que não tem porque continuarem assim sendo,
TOZONI-REIS (2005) apud LAYRARGUES (2006).
Assim, a nossa proposta de educação ambiental crítica também se
pretendeu conscientizadora, desde que os temas sócio-ambientais estivessem
carregados de conteúdos significativos para os educandos e a resolução dos
problemas ambientais estivesse articulada às propostas de participação social,
engajamento, mobilização e emancipação. Com essa fundamentação teórica
não correríamos o risco de praticar uma educação ambiental conteudista: os
temas não foram tomados como atividades fins, mas como ponto de partida
para reflexão crítica de seus determinantes, como as relações humanas e
destes com o ambiente, como bem discute TOZONI-REIS (2005) apud
LAYRAGUES (2001):
“...a estratégia da resolução dos problemas ambientai locais
como metodologia da educação ambiental permite que dois tipos
de abordagens possam ser realizadas: ela pode ser considerada
tanto como um tema-gerador de onde se irradia uma concepção
pedagógica comprometida com a compreensão e transformação
da realidade; ou como uma atividade-fim, que visa unicamente a
resolução pontual daquele problema ambiental abordado.”
Assim, a metodologia da pesquisa-ação-participativa, articulada, na
dimensão investigativa e educativa, ao mapeamento ambiental e a metodologia
dos temas geradores, orientaram e concretizaram um processo investigativo-
educativo de produção de conhecimentos sobre o ambiente da escola e do
entorno onde vivem cotidianamente as crianças participantes deste estudo e
também sobre os caminhos pedagógicos do processo de compreensão deste
ambiente por elas, tornando-as parceiras do seu processo de aprendizagem e,
conseqüentemente, do seu desenvolvimento.
Dada à visão fragmentada, dicotômica e desconexa própria do
modernismo, o desafio que impulsiona a educação ambiental crítica é o de
explicitar as múltiplas determinações da realidade concreta. Ora, se a
educação não se munir de uma compreensão complexa de mundo, estará
fadada a servir ao capitalismo, como instrumento reprodutor das diferenças
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sociais e da diluição cultural em nome de uma ética “ecológica” que sozinha
pode pouco contribuir para alguma mudança social ou cultural TOZONI-REIS
(2005) apud LAYRAGUES (2006).
Autonomia e emancipação individual e societária; diálogo entre
diferentes saberes (como o científico e o popular); participação social e
cidadania; visão complexa de mundo, vida e sociedade; compreensão da
historicidade que marca o gênero humano e a possibilidade de superação e
mudanças são elementos que distinguem a educação ambiental crítica da que
não o é.
É comum encontrarmos em documentos, programas ou discursos de
educadores ambientais os jargões “conscientizar”, “cuidar do meio ambiente”
ou “ensinar o que é ecologicamente correto” sem o necessário embasamento
teórico ou reflexivo sobre a questão. A área de conhecimento que se constituiu
‘educação ambiental’ foi por vezes rotulada de inconsistente ou pobre em
relação aos conteúdos devido à falta de sentido e coerência de muitas práticas
educativas ambientais ao longo das últimas décadas.
2.3- Carlos Frederico Bernardo Loureiro
É, portanto, o resultado da interação entre a parte (a
sociedade) com o todo (a natureza), mutável em ao menos alguns de seus
aspectos, conforme a capacidade de trabalho a qual dispomos para tal. O
ambiente não é mero espaço natural independente de nossa ação social, a
qual não consiste somente no trabalho no sentido econômico, mais sim do
conjunto de atividades sociais reguladas política e juridicamente numa tradição
cultural específica LOUREIRO et al (2008).
Segundo LOUREIRO (2004), a educação ambiental está alicerçada a
partir de uma matriz que vê a educação como elemento de transformação
social (movimento integrado de valores e padrões cognitivos com ação política
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e democrática e reestruturação das relações econômicas), inspirada no
fortalecimento dos sujeitos no exercício da cidadania, para a superação de
dominação capitalista compreendendo o mundo em sua complexidade.
A mesma cria as possibilidades necessárias para a mudança de valores
e atitudes tornado-se subsidiária de sensibilidades solidárias com o meio social
e ambiental capacitando indivíduos e grupos sociais para identificar,
problematizar e agir em relação às questões socioambientais.
A Educação Ambiental integra propostas educativas oriundas de
concepções teóricas distintas sendo reconhecida publicamente, no Brasil,
como de inegável relevância para a construção de uma perspectiva
ambientalista de mundo e sociedade (LOUREIRO, 2004).
A Educação Ambiental Crítica de caráter transformador e emancipatório
busca uma indissociação no entendimento de processos como produção e
consumo; ética, tecnologia e contexto sócio-histórico; interesses privados e
públicos sempre atrelados ao estimulo da relação dialógica entre os diversos
atores sociais para redefinir objetos de estudo e saberes.
A existência negativa do ambiente na educação moderna é fruto da
Educação que se desenvolveu a partir da lógica antropocêntrica. A economia, a
geografia, a química e a física podem ser citadas como algumas das áreas do
conhecimento que minimizaram ou até mesmo silenciam o meio ambiente (e
questões a este relacionadas) – como se fosse possível algum fenômeno ou
acontecimento se dar descolado da realidade ambiental.
Ao refletirmos especificamente em educação ambiental, teremos que
não cabe, para o enfrentamento das condições atuais de degradação
ambiental, tanto o caráter ilusório das concepções redentoras quanto à
imobilidade e impotência das teorias reprodutivistas. Uma terceira tendência
então, que reúne as chamadas teorias críticas (LOUREIRO, 2004), emerge
como aquela que pretende incorporar a historicidade e a complexidade
necessárias para uma profunda mudança social. Porque as múltiplas
dimensões e determinantes das questões ambientais não podem enfatizar
apenas a dimensão ecológica ou “natural” da crise, assumindo uma postura de
24
conservacionismo e ignorando a estreita relação que esta mantém com as
práticas sociais.
O Homem é considerado aqui não apenas em sua esfera biológica,
marcado pela especificidade de sua espécie, mas também como um ser
universal que cria (mediado pela sociedade) condições que o levam a superar
seus limites biológicos e a construir uma realidade própria: a realidade
humanizada. E não existem relações entre seres humanos abstratos e
natureza, mas sujeitos concretos que se relacionam em sociedade com o meio
natural, “formando uma totalidade que é a própria natureza” TOZONI-REIS
(2005) apud LOUREIRO (2006).
Para satisfazer suas necessidades enquanto ser biológico, consciente,
livre e social, o Homem age sobre os objetos transformando tanto a natureza
(pois esta se torna um produto da objetivação, do trabalho humano), como a si
mesmo. Através da atividade intencional dos seres humanos sobre o mundo é
construída a história do gênero humano. É aqui que o Homem se distingue dos
demais animais: pela sua historicidade material.
Para que a Educação avance em seus objetivos de formação humana,
não podemos nos contentar com discursos teóricos abstratos e idealizados.
Informações fragmentadas saturam os indivíduos, levando a nada mais que
lamentos pela degradação social e ambiental ou a proclamação da “salvação”
através de slogans não-críticos ou ações imediatistas e esvaziadas de sentido,
sem qualquer conseqüência política maior. Importa transformar através da
articulação entre teoria e prática em ação consciente, modificando o mundo
material e revolucionando a subjetividade das pessoas TOZONI-REIS (2005)
apud LOUREIRO (2006), com a convicção de que a Educação é um caminho
que garante
“aos sujeitos, por maior que seja o estado da miséria material e
espiritual e os limites de opções dados pelas condições de
vida, o sentido de realização ao atuar na historia modificando-a
e sendo modificado no processo de busca de construção de
alternativas ao modo como nos organizamos e vivemos em
sociedade”.
25
Como ressalta Loureiro (2004), as relações hierarquizadas de poder, a
dicotomia sujeito-objeto, os preconceitos culturais e as desigualdade de classe
contribuem atualmente para degradação ambiental. A dominação dos homens
pelos homens (elites políticas e econômicas dominando o conjunto da
população; poucos que, pelos modos de produção e propriedade privada do
capitalismo, consomem por muitos; relações sociais que resultam na
degradação da vida e da própria condição humana) traduziria hoje o sentido de
dominação da natureza.
2.4- Karl Heinrich Marx e Friedrich Engels
Na indústria e na agricultura os avanços elevavam o sentimento
de que o Homem era senhor da história e de seu destino. Mas foi com
Descartes que a razão humana se universaliza: preocupado com a unidade do
saber, o filósofo procura algo que não seja uno, algo divisível que sirva como
objeto da razão humana – e encontra a natureza. Sendo assim, o Homem deve
dominar, possuir, analisar e inquirir a natureza até que esta lhe forneça as
respostas que procura.
A educação ambiental crítica encontra na teoria marxista grande espaço
para legitimação teórico-metodológica. Como método aqui, entende-se o
caminho que organiza e articulam pensamentos e ações para a aprendizagem,
compreensão e apreensão da realidade. Com o materialismo histórico dialético,
busca-se conhecer o todo concreto de um objeto (o todo real), articulado aos
conceitos teóricos de cada instância específica do todo social.
Marx e Engels quando se referem ao materialismo em seu
Método Materialismo Histórico Dialético, o fazem, para expressar que as
relações sociais são construídas pelo trabalho e pelas forças produtivas. O
homem tem no trabalho a atividade vital e essencial humana. A base material
ou econômica constitui a "infra-estrutura" da sociedade, que exerce influência
direta nas instituições jurídicas, políticas (as leis, o Estado) e ideológicas (as
artes, a religião, a moral) da época, (MARX e ENGELS, 1979).
26
O caráter histórico no pensamento marxista refere-se à construção das
relações sociais relacionadas a cada época. Ou seja, cada período histórico, a
partir do trabalho e das relações produtivas vigentes da época, se constrói uma
infra-estrutura peculiar nas esferas políticas, sociais, ambientais, econômicas e
culturais.
Segundo (MARX e ENGELS, 1979) a dialética vem a partir das
contradições de idéias, possibilitar o surgimento de novos conceitos. Traduz
que através de uma pluralidade cognitiva se constroem novos conhecimentos.
Não existe o conceito unívoco. Existem concepções distintas que contrapostas
originam novas idéias. Não é estática, mais está em constante transformação a
partir das contradições internas.
A relação homem-natureza - categoria síntese de múltiplas
determinações para a compreensão da educação ambiental - é construída pelo
trabalho. Se o trabalho define a natureza humana, a concepção de homem no
pensamento marxista exige compreender o conceito de trabalho,
compreendendo a essência humana no desenvolvimento histórico. Sendo
assim podemos dizer que para Marx:
“tal e como os indivíduos manifestam sua vida, assim o são. O
que eles são coincide, por conseguinte, com sua produção,
tanto com o que produzem como com o modo como produzem,
(MARX e ENGELS, 1979, p. 19).”
Outros conceitos abordados por Marx e Engels devem ser
enfatizados para a compreensão da vertente principal que norteia o conceito de
educação crítica. São eles: a alienação, ideologia e luta de classes.
A alienação por sua vez diz respeito ao conceito de trabalho alienado. O
produto do trabalho ao transformar-se em mercadoria torna-se objeto estranho
– alienado - para o trabalhador e a atividade do trabalho alienado caracteriza-
se pela impossibilidade deste trabalhador tomar decisões sobre a atividade.
Sob as condições sociais de dominação, a alienação é a condição da pessoa
humana, sob as condições de exploração, sem poder de decisão sobre sua
27
própria vida. Podemos dizer também que a alienação é uma forma de
dominação do individuo pela coletividade.
A ideologia é uma forma de poder persuasivo onde uma classe
dominante apresenta interesses particulares tentando subjugar uma classe dita
menos favorecida aos seus conceitos já formulados. Surge a partir desse
contexto de ditos dominantes e dominados a luta entre classes, pois a ideologia
é a tentativa de dominação de pessoas sobre pessoas.
No que diz respeito ao campo teórico da questão ambiental, muitas
alternativas têm sido discutidas. As tendências presentes nessas discussões
referem-se, em síntese, a totalidade, a complexidade e a história, a idéia é de
superação da fragmentação presente na prática histórica de construção do
conhecimento. A dialética de Marx, construção lógica do método materialista
histórico, é apresentada então como possibilidade teórica (instrumento lógico)
de interpretação da realidade ambiental e educacional. A análise da educação,
e da educação ambiental, coloca a necessidade de conhecer os mais variados
elementos que envolvem as práticas educativas, a necessidade de
compreendê-la de forma mais refletida possível. Pode-se fazer isto com um
método, um caminho que permita, filosófica e cientificamente, compreender a
educação e a educação ambiental. E, se a lógica formal, porque é dual
separando sujeito-objeto, foi se mostrando insuficiente para essa tarefa, parece
possível buscar no método materialista histórico dialético esse caminho.
Na busca de um caminho epistemológico para a interpretação da
realidade histórica e social, (MARX e ENGELS, 1979) propuseram superar (no
sentido de incorporar e ir além) - e colocar de cabeça para baixo - as
formulações de Hegel sobre a dialética e conferiram-lhe um caráter materialista
e histórico. Para o pensamento marxista, importa descobrir as leis dos
fenômenos de cuja investigação se ocupa, importa captar detalhadamente as
articulações dos problemas de estudo, analisar as evoluções, rastrear as
conexões entre os fenômenos que os envolvem. A separação sujeito-objeto
promovida pela lógica formal não satisfazia a esses pensadores que, na busca
da superação desta separação, partiram de observações acerca do movimento
e da contraditoriedade do mundo, dos homens e de suas relações.
28
O método materialista histórico dialético desenvolvido por Marx é
método de interpretação da realidade, visão de mundo e práxis. Ele buscou dar
-lhe caráter material (os homens se organizam em sociedade para a produção
e a reprodução da vida) e histórico (como eles vêm se organizando através de
sua história).
Mediante aos esclarecimentos referidos acima, podemos entender qual
vai ser o papel da educação apoiada na vertente crítica. Se torna bem nítido os
meandros a serem seguidos. A educação em seu caráter geral e amplo é a
responsável pela formação de indivíduos conscientes de seus direitos, deveres
e responsabilidades. Sempre debruçada em incitar o lado crítico para abolir
qualquer forma alienativa, persuasiva e desigual.
2.5- Marília Freitas de Campos Tozoni-Reis
A educação ambiental é uma dimensão da educação, é
atividade intencional da prática social, que imprime ao desenvolvimento
individual um caráter social em sua relação com a natureza e com os outros
seres humanos, com o objetivo de potencializar essa atividade humana,
tornando-a mais plena de prática social e de ética ambiental. Essa atividade
exige sistematização através de metodologia que organize os processos de
transmissão/apropriação crítica de conhecimentos, atitudes e valores políticos,
sociais e históricos. Assim, se a educação é mediadora na atividade humana,
articulando teoria e prática, a educação ambiental é mediadora da apropriação,
pelos sujeitos, das qualidades e capacidades necessárias à ação
transformadora responsável diante do ambiente em que vivem. Podemos dizer
que a gênese do processo educativo ambiental é o movimento de fazer-se
plenamente humano pela apropriação/transmissão crítica e transformadora da
totalidade histórica e concreta da vida dos homens no ambiente (TOZONI-
REIS, 2004).
O princípio da participação da metodologia da pesquisa-ação-
participativa tem identidade teórica e metodológica com o processo educativo
29
crítico e transformador, sinalizando uma característica essencial desta
metodologia de pesquisa: a articulação radical entre a investigação e a ação
educativa (TOZONI-REIS, 2005).
Se na relação homem-natureza e na educação, temos a razão e a
imposição/adesão como princípios organizadores, no que diz respeito às
relações sociais isso também se faz presente. A sociedade organizada
segundo a lógica da razão instrumental é uma sociedade funcional. A
funcionalidade legitima a imposição e, da mesma forma, produz a adesão.
A articulação entre a crise ambiental e a profecia apocalíptica também
está presente na concepção racional de relação homem-natureza e de
educação. Resultado do desenvolvimento dos conhecimentos técnico-
científicos sobre os processos ecológicos do ambiente, também nessa
concepção essa articulação aparece como argumento filosófico-político para
atitudes autoritárias de controle social. A diferença aqui é que esse discurso
perde o caráter aparentemente ingênuo daquele que identificamos na
concepção natural e ganha o argumento da autoridade científica. A ciência
autoriza e legitima a submissão como necessidade vital, ameaçando a
humanidade com o risco do descontrole social e ambiental total. Estamos sob a
ideologia da razão, educação e sociedade tem que se submeter (TOZONI-
REIS, 2005).
Corremos o risco de enveredarmos por caminhos que nos levam a lugar
nenhum (que não nos levam a relevantes mudanças, transformações),
justamente por deixarmos algumas categorias essenciais em segundo plano,
tais como a educação ambiental de fundo moralista, que pretende corrigir
comportamentos ambientalmente inadequados; a educação ambiental para a
sensibilização ambiental, de fundo ingênuo e imobilista; a educação ambiental
que pretende salvar o mundo através de ações imediatistas, buscando diminuir
a degradação da natureza pelo homem; ou ainda a educação ambiental
preocupada apenas com a transmissão de conhecimentos científicos e sobre
as questões ambientais, como se a racionalidade técnica por si só pudesse
reverter à situação do planeta (TOZONI-REIS, 2005).
30
CAPÍTULO 3
DIAGNÓSTICOS E PROFILAXIAS (MEDIDAS PREVENTIVAS)
São as formas de obter o conhecimento dos problemas socioambientais e
o que pode ser feito para minorar a degradação de determinadas áreas
Inúmeros atores sociais participam desse processo de reorganização
socioambiental para que os interesses pertinentes a cada localidade sejam
discutidos e viabilizados de maneira consciente para o viés da sustentabilidade.
O direito ao meio ambiente sadio é uma questão de cidadania e é o
centro de disputa de poder neste século. Perante as questões ambientais, só
há duas possibilidades: ação-omissão que revela o lado depreciativo de se
tratar o meio e a ação participativa vinculada ao desenvolvimento e a qualidade
de vida.
“Todos tem direito ao meu ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo [ ...], impondo-se ao poder
público e a coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes gerações futuras ( CONSTITUIÇÃO, 1988).”
1.1 Alguns Olhares e atores sociais
A ocupação do solo urbano, ao longo dos processos históricos e sociais,
vem se transformando, por meio das diversidades culturais da população.
Espera-se proporcionar subsídios sobre o meio ambiente urbano que
posam promover a conscientização, participação e o fortalecimento do espírito
de cidadania de cada indivíduo envolvido no processo escolar, reorientando-o
para o desenvolvimento sustentável.
Estes subsídios servirão de eixo para as intervenções interdisciplinares
que tratam de conduzir o ser humano para a conscientização do outro,
assumindo o seu papel de transformador, buscando o resgate simples às mais
31
complicadas reflexões, em um processo onde todos ensinam e aprendem,
DIAS (2008).
A escola tem um papel primordial tanto como as empresas no que
compete à aplicabilidade da Educação Ambiental, pois parte da premissa que
ambas vinculam-se ao ensinar de dentro para fora. Ou seja, o trabalho de
conscientização prestado nas duas instituições (de caráter formal) possibilita
que o público alvo tome consciência dos problemas relacionados ao seu bairro
e os transmitam para os que o cercam, como: familiares, amigos, vizinhos,
entre outros.
A Educação Ambiental pode também ter o seu método de
conscientização a partir da leitura de jornais e revistas, onde a finalidade é
ajudar na compreensão da existência da interdependência econômica, social,
política e ecológica. Claro que tal atitude deve estar atrelada a mobilização e o
desejo de mudança.
A Educação Ambiental no âmbito escolar deve fornecer aos alunos os
instrumentos para se tornarem leitores críticos, não só dos textos jornalísticos,
elaboração de cartazes, saída de campo e também o preenchimento de um
formulário (disposto no anexo 1), que possibilita o conhecimento de algumas
particularidades locais. Assim as mesmas possam ser alvos de debates e
inúmeros trabalhos realizados dentro das instituições de ensino.
A escola começa a voltar suas ações para a formação do cidadão que
interage à sua realidade local, reivindicando possíveis soluções, enfim, uma
ação que reconheça a escola como um espaço dele e de toda a comunidade,
assim como os problemas socioambientais ao seu redor (DIAS, 2008)
auxiliando e contribuindo para uma qualidade de vida melhor.
A leitura e compreensão do mundo real é o desafio para o resgate dos
valores de cidadãos conscientes do cotidiano atual.
Educar para o meio ambiente pode contribuir para a conscientização da
sociedade, a fim de reverter ou minorar a atual defasagem no escopo
ambiental. O profissional que atua em sala de aula ou até mesmo o que exerce
o trabalho pedagógico na escola pode desenvolver atividades que auxiliem na
32
conscientização dos problemas socioambientais pertinentes a localidade de
atuação a fim de promover palestras ao alunado e também voltar-se para
comunidade. Se a iniciativa partir da direção do colégio em relação ao docente
sugere-se o preenchimento de um formulário disposto no anexo 2. Se a
proposta. O mesmo formulário deve ser sugerido se a proposta adivir da
direção do colégio para o coordenador do mesmo.
Segundo DIAS (2008) apud BELLONI (1991), a escola e a mídia
funcionam como fatores de unificação, cuja finalidade é assegurar o consenso
em torno de valores e norma supostamente aceitos e adotados pela sociedade.
Não é possível pensar nas questões ambientais sem conhecermos o
ambiente social e político em que vivemos. Não há democracia onde a
sociedade não possa receber e enviar informações (DIAS, 2008).
Para DIAS (2008), a mídia impressa é um recurso que o educador
ambiental deve usar constantemente no processo ensino-aprendizagem, onde
as reflexões sobre as matérias jornalísticas que enfocam as questões urbanas
permitem uma leitura crítica do espaço público de sua cidade e também
proporcionando o desenvolvimento da cidadania.
Um programa básico de educação ambiental na empresa deve abranger
não só o público externo como também instituições diversas e a sociedade de
modo geral, que são formadores de opinião.
FILHO (2008) atesta que as empresas que não investiam em meio
ambiente passaram a fazê-lo, apoiando projetos ambientais que se
transformaram em marketing ambiental, onde todos os segmentos saem
ganhando. A partir do momento em que a empresa adota a educação
ambiental de forma sistêmica, envolvendo todo o processo produtivo e não
apenas alguns setores estarão também, preparando-se para a implantação de
sua gestão ambiental.
Outro ponto que pode ser mensurado é a distribuição e o preenchimento
de formulário (disposto em anexo 3) por parte do setor responsável pela gestão
ambiental da empresa em relação aos funcionários que residem no bairro onde
a empresa está instalada. Tal atitude permite o conhecimento da realidade
33
local e assim a criação de projetos que viabilizem melhores condições de vida,
já que os moradores tem acesso direto aos problemas socioambientais do
bairro.
A ONG (organização não-governamental) é definida como uma entidade
sem fins lucrativos e que não está vinculada a nenhum órgão do governo. Essa
denominação foi utilizada pela primeira vez pelo Ecosoc (Conselho Econômico
e Social das Nações Unidas), em 1950. A criação de uma ONG começa com o
interesse de um grupo com objetivos comuns, disposto a formar uma entidade
legalizada, sem fins lucrativos (SEBRAE, 1999).
Entende-se genericamente como ONG, qualquer entidade comunitária
que não tem nenhum vínculo com o governo, seja municipal, estadual ou
federal. O termo ONG foi usado pela primeira vez em 1950 pela ONU,
Organização das Nações Unidas, para definir toda organização da sociedade
civil que não estivesse vinculada a um governo (REVISTA ONG, 2006).
Entidade é uma organização com existência jurídica, em outras palavras
é uma Pessoa Jurídica. Tudo que não tem interesse comercial direto (ganhar
dinheiro) pode ser entendido como uma OG ou ONG. As Organizações
Governamentais são aquelas empresas custeadas diretamente pelo governo
para atendimento dos membros da comunidade. Um Centro de Saúde, um
Centro Esportivo, um Estádio de Futebol, uma Escola, um Museu, uma
Biblioteca, etc., (REVISTA ONG, 2006).
As Organizações Não Governamentais são parecidas com as
Organizações Governamentais, não tem fins lucrativos e atendem aos
membros da comunidade. Exemplos: Igrejas, Clubes Esportivos, Sociedade
Amigos de Bairros, Associações de Vizinhos, Condomínios (REVISTA ONG,
2006).
As ONGs também são consideradas promulgadoras de projetos e afins
para a obtenção do conhecimento dos problemas socioambientais locais e a
solução dos mesmos através de palestras, distribuição de folders e cartazes
educativos
34
3. 2 Proxêmia
O termo proxêmica (proxemics, em inglês) foi cunhado pelo antropólogo
Edward T. Hall em 1963 para descrever o espaço pessoal de indivíduos num
meio social, definindo-o como o "conjunto das observações e teorias referentes
ao uso que o homem faz do espaço enquanto produto cultural específico".
Descreve as distâncias mensuráveis entre as pessoas, conforme elas
interagem, distâncias e posturas que não são intencionais, mas sim resultado
do processo de aculturação. É um exemplo de proxêmica quando um indivíduo
que encontra um banco de praça já ocupado por outra pessoa numa das
extremidades, tende a sentar-se na extremidade oposta, preservando um
espaço entre os dois indivíduos.
A proxêmia atua no campo das relações e co-relações, onde a mesma
proporciona a interação de indivíduos com fins e obtenção de resultados
similares. A mesma condiciona as pessoas a estarem mais próximas para a
realização e conquistas de seus objetivos.
Para que aplicabilidade da educação ambiental tenha êxito, faz-se
necessário a união de vários atores sociais atuantes em cada bairro para que
problemas socioambientais sejam identificados, a partir de vários olhares, para
que as soluções sejam também evidenciadas e colocadas em prática.
35
CAPÍTULO 4
DUQUE DE CAXIAS E DIAGNÓSTICOS
A Problemática socioambiental da localidade será identificada e a
posteriori as mesmas serão tratadas pelos diferentes atores sociais
A obtenção de diagnósticos socioambientais em Duque de Caxias recaí
sobre a interação homem x natureza, onde a problemática socioambiental da
localidade tem a contribuição de vários participantes da comunidade local se
unem para encontrar soluções plausíveis para que ambas as partes se
beneficiem. Sobretudo essas tentativas estarão atreladas à estruturação de
áreas ecologicamente corretas e sustentáveis.
Segundo FERREIRA (2001), o significado de DIAGNÓSTICO é a
identificação da natureza de uma doença ou problema através da
examinação dos sintomas ou a arte de conhecer as doenças pelos
seus sinais e sintomas.
“Uma dimensão dada ao conteúdo e à prática da
Educação, orientada para a resolução dos problemas concretos
do meio ambiente [...] e de uma participação ativa e
responsável de cada indivíduo e da coletividade (DIAS, 2008).”
4.1 Enchentes na Vila Urussaí
A Prefeitura de Duque de Caxias pretende acabar de vez com as
enchentes no bairro Vila Urussaí, um dos mais castigados no início do mês
com as chuvas. O anúncio do início das obras de drenagem da Rua Petrolina e
da canalização do valão paralelo à rua (foto disposta em anexo 4), que
recebem todo o escoamento da rede da região, foi feito sábado à noite, 19 de
dezembro, pelo prefeito José Camilo Zito (PSDB) que se reuniu com
moradores no local.
36
Na Rua Petrolina será instalada uma rede com manilhas de 1,5 m de
diâmetro numa extensão de 850 metros, em um trecho entre a Estrada Rio-
Magé e a Rua Rio Branco. Na ocasião, Zito lembrou a situação enfrentada
pelos moradores durante e após as chuvas. Foram dias de tensão e medo.
Obra de drenagem tem o foco voltado para as questões da problemática
das enchentes incorporando a dinâmica social. Articula-se a possibilidade da
resolução das cheias urbanas, as políticas de saneamento e recursos hídricos.
De uma forma geral, as enchentes são fenômenos naturais que ocorrem
periodicamente nos cursos d’água devido a chuvas de magnitude elevada. As
enchentes em áreas urbanas podem ser decorrentes destas chuvas intensas
de largo período de retorno; ou devidas a transbordamentos decursos d’água
provocados por mudanças no equilíbrio no ciclo hidrológico em regiões a
montante das áreas urbanas; ou ainda, devidas à própria urbanização. O
estudo da ocorrência de chuvas.
O desmatamento e a substituição da cobertura vegetal natural são
fatores modificadores que, em muitas situações, resultam simultaneamente em
redução de tempos de concentração e em aumento do volume de escoamento
superficial, causando extravasamento de cursos d’água (LOUREIRO, 2006).
As enchentes provocadas pela urbanização devem-se a diversos
fatores, dentre os quais destacamos o excessivo parcelamento do solo e a
conseqüente impermeabilização das grandes superfícies, a ocupação de áreas
ribeirinhas tais como várzeas, áreas de inundação freqüente e zonas
alagadiças, a obstrução de canalizações por detritos e sedimentos e também
as obras de drenagem inadequadas (LOUREIRO, 2006).
A água exerce um papel importante no meio urbano, havendo
necessidades de atendimento a demandas diferenciadas, questões relativas à
sua qualidade, disponibilidade e escoamento de águas de chuva. A gestão
destas águas constitui grande parte do saneamento urbano. A partir dessas
informações temos as obras de drenagem como principal fator para a aquisição
de áreas sustentáveis.
37
4.2 Defesa Civil de Caxias convoca Sociedade Civil para Conferência
Municipal no dia 9
A Secretaria de Integração, Segurança Pública e Defesa Civil de Duque
de Caxias está convocando a sociedade civil para participar da 1ª Conferência
Municipal de Defesa Civil e Assistência Comunitária, que será realizada dia 9
de dezembro, a partir das 9h30min., no Teatro Raul Cortez (redução do cartaz
de convocação disposto em anexo 5). Junto com as autoridades públicas os
moradores vão poder discutir e apresentar propostas que serão levadas à
conferência estadual e a nacional, prevista para ser realizada em março do ano
que vem.
A Conferência Municipal vai discutir o tema “Comunidades Pró-ativas:
reduzindo a vulnerabilidade frente aos desastres naturais e humanos de
natureza tecnológica”. Os moradores de Duque de Caxias estão sendo
convocados por voluntários – cerca de 400 moradores – e agentes de Defesa
Civil municipais que compõem os Núcleos de Defesa Civil Comunitário.
Ao buscarmos caminhos para o desenvolvimento LOUREIRO (2006)
apud AGUIAR e AGUIAR (1998) apontam a relação entre cultura e tecnologia e
destacam a necessidade de uma contracultura. A tecnologia que deve
acompanhá-la também deve ser socialmente sustentável, o que implica na
participação democrática da sociedade para a tomada de decisão e na
execução das ações, acrescentamos. Evidentemente esta postura é
eminentemente política, todavia nunca é demais lembrar o papel central da
educação ambiental na construção do desenvolvimento sustentável.
4.3. Selo Verde para empresas de ônibus que reduzirem poluição em
Caxias
As empresas de ônibus com sede e garagens em Duque de Caxias vão
ser obrigadas a se adequarem às normas ambientais para ter direito ao Selo
Verde em seus veículos. A certificação será feita pelo Instituto Estadual do
Ambiente (INEA), com aval Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e
Abastecimento do município, parceira do órgão estadual na gestão ambiental
38
que visa à redução da emissão de gases poluentes pelos coletivos das dez
empresas da cidade.
Do encontro (foto disposta em anexo 6) que firmou a parceria com o
Sindicato das Empresas de Transportes de Duque de Caxias (Setransduc),
participaram o secretário de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento,
Samuel Maia; o diretor do sindicato, Manoel Luís Alves Lavoura; o diretor de
Mobilidade Urbana da Federação das Empresas de Transportes de
Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), Arthur César de
Menezes; e o Gerente de Operações do mesmo setor, Guilherme Wilson.
O secretário Samuel Maia disse que seus técnicos estão visitando as
dez empresas do município orientando os empresários sobre as exigências do
INEA para expedição do Selo Verde.
As questões ambientais vêm nas últimas décadas, despertando a
atenção de diversos setores da sociedade. Com a abertura da economia, o
aumento da competitividade e a maior conscientização dos consumidores, a
variável ambiental assume uma importância cada vez maior. As organizações
empresariais, nesse novo contexto, passam a adotar uma nova orientação
incorporando a variável ambiental em suas decisões estratégicas, como forma
de obter vantagem competitiva. Desta forma, a preocupação com o meio
ambiente passa a se constituir em uma nova oportunidade de mercado ao
invés de uma barreira comercial. Uma das formas das organizações
demonstrarem que respeitam o ambiente é através da obtenção do selo verde.
4.4 Caxias ganha reserva biológica
O prefeito de Duque de Caxias, José Camilo Zito (PSDB), assinou terça-
feira, 8 de dezembro, decreto criando a Reserva Biológica do Parque
Eqüitativa, no terceiro distrito, que ocupa uma área de 1,5 milhões de metros
quadrados, que corresponde a 150 mil hectares. A reserva será administrada
pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento que
já está promovendo o levantamento da situação real da estação ecológica.
Será a primeira reserva biológica municipal da Baixada Fluminense.
39
O secretário Samuel Maia disse que vai instituir projetos e programas de
conscientização e educação da população visando à preservação da mata
atlântica, onde existem nascentes e grandes variedades da flora e da fauna
(foto disposta em anexo 7). As áreas particulares terão que ser preservadas
pelos proprietários e estarão sujeitas à desapropriação se houver degradação.
A criação da reserva biológica segundo Maia é o coroamento de um ano
de trabalho e o resgate de uma consciência ambiental.
Segundo o IBAMA (2004), tem como objetivo a preservação integral da
biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência
humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de
recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo
necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade
biológica e os processos ecológicos naturais.
40
CONCLUSÃO
A educação ambiental é uma dimensão da educação, é atividade
intencional da prática social, que imprime ao desenvolvimento individual um
caráter social em sua relação com a natureza e com os outros seres humanos,
com o objetivo de potencializar essa atividade humana, tornando-a mais plena
de prática social e de ética ambiental. Essa atividade exige sistematização
através de metodologia que organize os processos de transmissão/apropriação
crítica de conhecimentos, atitudes e valores políticos, sociais e históricos.
Assim, se a educação é mediadora na atividade humana, articulando teoria e
prática, a educação ambiental é mediadora da apropriação, pelos sujeitos, das
qualidades e capacidades necessárias à ação transformadora responsável
diante do ambiente em que vivem. Podemos dizer que a gênese do processo
educativo ambiental é o movimento de fazer -se plenamente humano pela
apropriação/transmissão crítica e transformadora da totalidade histórica e
concreta da vida dos homens no ambiente.
É importante considerar que a temática ambiental pode ser uma das
sínteses possíveis da crise dos paradigmas da ciência e da organização social,
pois os novos e profundos problemas colocados por ela não obtiveram
resposta da ciência e não podem ser pensados - no sentido de sua superação
- no modelo social, político e econômico de exploração da natureza e dos
homens.
A Educação Ambiental está ligada a dois desafios vitais: a questão da
perturbação dos equilíbrios ecológicos, dos desgastes da natureza, e a questão
da educação. Os desequilíbrios e a educação são heranças de um modelo de
desenvolvimento socioeconômico que se caracteriza pela redução da realidade
a seu nível material econômico, pela divisão do conhecimento em disciplinas
que fragmentam a realidade, pela redução do ser humano a um sujeito
consciente de sua realidade.
A educação ambiental para a sustentabilidade, capaz de atuar na
formação de sujeitos sociais críticos, participativos, que se pautem pela
41
construção de uma sociedade em que a sustentabilidade seja entendida
também como democracia, equidade, justiça, autonomia e emancipação, é
nossa referencia neste estudo. Isso significa superar a idéia, muito presente
nas propostas de educação ambiental, de que a educação ambiental tem como
objetivo a “mudança de comportamento” dos sujeitos em busca de
comportamentos considerados ambientalmente corretos, configurando-se,
como um “adestramento ambiental.”
42
ANEXOS
Anexo 1- Formulário para os discentes
Anexo 2- Formulário para os docentes
Anexo 3- Formulário para os funcionários
Anexo 4- Enchentes na Vila Urussaí - 21/12/2009
Anexo 5- Defesa Civil de Caxias convoca Sociedade Civil - 03/12/2009
Anexo 6- Selo Verde para empresas de ônibus - 05/11/2009
Anexo 7- A reserva biológica - 10/12/2009
43
ANEXO 1
Formulário para os discentes
Nome: ________________________________________________
Colégio: _______________________________________________
Série: ________________________________________________
1. Qual o nome do bairro onde mora?
2. Você sabe o que significa Educação Ambiental e para que ela serve?
3. Quais problemas sociais são encontrados em seu bairro?
4. Quais problemas ambientais são encontrados em seu bairro?
5. Em seu colégio são realizados projetos de Educação Ambiental?
6. Você tem idéias para melhorar os problemas existentes no seu bairro?
7. A intervenção política é um instrumento que pode propiciar mudanças
locais?
8. O diálogo entre representantes da comunidade e do poder público pode
formar um conselho participativo que gere alternativas que propiciem
mudanças ao bairro?
44
ANEXO 2
Formulário para os docentes
Nome: ________________________________________________________
Instituição ou Empresa: ___________________________________________
Cargo: ________________________________________________________
No caso de docente, indique a disciplina que leciona:
1. Na sua concepção a Educação Ambiental é um arquétipo prognóstico para
mudanças territoriais?
2. A instituição onde você trabalha concilia de que forma a preservação
ambiental com as atividades produtivas?
3. A instituição na qual exerce a sua função disponibiliza materiais pertinentes
a preservação do ambiente?
4. São realizadas palestras para os funcionários da empresa ou instituição que
trabalha?
5. Está inserido no PPP (Projeto Político Pedagógico) da escola onde trabalha
projetos de conscientização e responsabilidade ambientais?
6. Seria uma solução plausível o conhecimento dos problemas socioambientais
da localidade para que os mesmos fossem trabalhados?
7. Como e com a participação de quais pessoas, se conseguiria levantar dados
necessários para a profilaxia dos problemas locais?
8. A participação política é vital para a correção de problemas locais?
9. Seria uma constituição fundamental para alcançar mudanças locais a
formação de um conselho gestor onde vários representantes da comunidade
45
local fizessem parte? A partir desse conselho teríamos uma gestão
participativa, seria uma medida preventiva?
OBS 1: Os docentes devem responder as seguintes questões: número 1,3, 4,
5, 6, 7, 8 e 9.
OBS 2: Os empresários ou acessoria devem responder as seguintes questões:
número 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8 e 9.
46
ANEXO 3
Formulário para os funcionários
Nome: ______________________________________________________
Empresa: ____________________________________________________
Cargo: ______________________________________________________
1. A instituição na qual exerce a sua função distribui materiais falando sobre a
preservação do ambiente?
2. São realizadas palestras para os funcionários da empresa que você
trabalha?
3. Você sabe o que significa Educação Ambiental e para que ela serve?
4. Existem projetos de reciclagem na empresa que trabalha?
5. Existe a separação do lixo através de latões específicos na empresa que
trabalha?
6. Você acha que teria voz ativa junto à prefeitura da sua cidade para
apresentar as soluções para os problemas existentes no seu bairro? Por quê?
47
ANEXO 4
Enchentes na Vila Urussaí - 21/12/2009
Figura 1: Zito na Rua Petrolina que vai receber drenagem
48
ANEXO 5
Defesa Civil de Caxias convoca Sociedade Civil - 03/12/2009
Figura 2- Cartaz Conferência Municipal de Defesa Civil
49
ANEXO 6
Selo Verde para empresas de ônibus - 05/11/2009
Figura 3- O secretário Samuel Maia (E), Manoel Alves Lavoura(D), Arthur César e Guilherme Wilson
50
ANEXO 7
A reserva biológica - 10/12/2009
Figura 4- Na reserva biológica vivem vários tipos de primatas entre eles o sagüi.
51
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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LOUREIRO, Carlos Frederico Bernardo et all. Identidades Da Educação
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MARAFON, José Cláudio. et al. Regiões do Estado do Rio de Janeiro: Uma
Contribuição Geográfica. Rio de Janeiro, Editora: Gramma, 2005.
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WEBGRAFIA CONSULTADA
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WEBGRAFIA CITADA
www.revistadasongs.com.br
www.sebraesp.com.br
www.ibama.gov.br
www.duquedecaxias.rj.gov.br
56
ÍNDICE
Folha de rosto..........................................................................................02
Agradecimentos.......................................................................................03
Dedicatória...............................................................................................04
Resumo....................................................................................................05
Metodologia..............................................................................................07
Sumário....................................................................................................08
Introdução.................................................................................................09
Capítulo 1- Alguns propulsores do pensamento crítico............................12
1.1- Paulo Freire.......................................................................................12
1.2- Karl Heinrich Marx ............................................................................13
1.3- Friedrich Engelsbbbbbbbbbbbb.....bbbbbbbb.14
1.4- Marília Freitas de Campos Tozoni-Reis............................................16
Capítulo 2- Conceitos e abrangências que permeiam a educação am-
-biental crítica..........................................................................................18
2.1- Paulo Freire......................................................................................19
2.2- Philippe Pomier Layragues...............................................................20
2.3- Carlos Frederico Bernardo Loureiro..................................................22
2.4- Karl Heinrich Marx e Friedrich Engels...............................................25
2.5- Marília Freitas de Campos Tozoni-Reis............................................28
Capítulo 3- Diagnósticos e profilaxias (medidas preventivas)..............30
3.1- Alguns Olhares e atores sociais........................................................30
3.2- Proxêmia............................................................................................34
57
Capítulo 4- Duque de Caxias e diagnósticos.......................................35
4.1- Enchentes na Vila Urussaí.............................................................35
4.2- Defesa Civil de Caxias convoca Sociedade Civil para Conferên-
-cia Municipal no dia 9...........................................................................37
4.3- Selo Verde para empresas de ônibus que reduzirem poluição
em Caxias..............................................................................................37
4.4- Caxias ganha reserva biológica......................................................38
Conclusão..............................................................................................40
Anexos...................................................................................................50
Bibliografia consultada...........................................................................51
Webgrafia consultada............................................................................53
Bibliografia citada..................................................................................54
Webgrafia citada...................................................................................55
Índice.....................................................................................................56
58
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes – IAVM (Instituto a Vez do Mestre)
Título da Monografia: A Obtenção de Diagnósticos Socioambientais para a
Aplicabilidade da Educação Ambiental Crítica em Bairros de Duque de Caxias
Autor: Vânia Vieira Duarte da Cruz
Data da entrega: 04 de Fevereiro de 2010.
Avaliado por: Francisco Carrera Conceito:
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