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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
RECICLAGEM, UM CAMINHO NECESSÁRIO
Por: Elizabeth Ribeiro de Carvalho
Orientador
Prof. Francisco Carrera
Rio de Janeiro
2010
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
RECICLAGEM, UM CAMINHO NECESSÁRIO
Apresentação de monografia á Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de Especialista em Educação
Ambiental.
Por: Elizabeth Ribeiro de Carvalho
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EPÍGRAFE
Debulhar o trigo
Recolher cada bago do trigo
Forjar no trigo o milagre do pão
E se fartar de pão
Decepar a cana
Recolher a garapa da cana
Roubar da cana a doçura do mel
Se lambuzar de mel
Afagar a terra
Conhecer os desejos da terra
Cio da terra, a propícia estação
E fecundar o chão
Milton Nascimento / Chico Buarque
( Cio da Terra )
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AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, a Deus pelo dom da minha
vida e a meus pais que nunca mediram esforços
para me ensinar a importância do saber.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha família e, em especial, aos meus
sobrinhos que, a cada dia, me fazem ver que a vida precisa
sempre ter um recomeço.
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RESUMO
Este trabalho tem como tema a reciclagem de resíduos sólidos urbanos. A
análise aqui empregada discorre sobre a problemática do lixo urbano desde a
Revolução Industrial ( século XVIII ) até os dias de hoje. O homem saiu de uma
sociedade com hábitos “simples” para uma sociedade extremamente
consumista que, muitas vezes, não tem consciência da problemática do lixo
gerado por ela nem da logística necessária para que esse lixo desapareça
“magicamente” do seu microcosmo. É necessário conhecer o assunto e tomar
consciência de que o problema do lixo é muito maior e mais sério do que se
supõe. Ele, na verdade, requer uma mudança de postura, de atitude e de
hábitos. E uma possível solução para esse problema passa, necessariamente,
por três grupos da sociedade, que precisam cumprir corretamente o seu papel:
o cidadão, o poder público e a indústria. É preciso uma união de esforços para
atingir objetivos propostos. A reciclagem é uma alternativa e, certamente, um
caminho necessário.
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METODOLOGIA
Identificada a problemática, foi feita uma criteriosa pesquisa sobre os diversos
autores que abordaram a questão da reciclagem do lixo urbano.
A fim de atingir os objetivos deste trabalho foi realizada uma investigação
teórica do assunto, servindo de embasamento para confrontar com a realidade
em estudo. Foram pesquisados autores consagrados no tema, teses, artigos
científicos, dissertações de mestrado e doutorado, bem como as revistas
técnicas e científicas, artigos de jornais, sites de empresas governamentais e
não-governamentais e outros periódicos.
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SUMÁRIO
RESUMO 6
METODOLOGIA 7
SUMÁRIO 8
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I
O HOMEM E A CRISE AMBIENTAL 11
1.1 - A crise ambiental urbana 13 1.2 - O lixo urbano e a sociedade 15 1.3 - O lixo e sua classificação 16 1.4 - O destino do lixo 18
CAPÍTULO II
A RECICLAGEM 21
2.1- A reciclagem e sua importância 23 2.2 - A coleta seletiva 25 2.2.1 - A coleta seletiva e os catadores do lixo 27 2.3 - A política dos três “Rs” 28 2.4 - O consumo consciente 30
CAPÍTULO III
A PRODUÇÃO, O CONSUMO E A RECICLAGEM DO PET 33
3.1 - Os tipos de reciclagem 35 3.2 - O PET e os três “Rs” 36 3.3 - Atitudes positivas 37 3.3.1 - Projeto “Reciclou Ganhou” da Coca-Cola 38 3.3.2 - Projeto Extra 10, do Grupo Pão de Açúcar 39
CONCLUSÃO 41
BIBLIOGRAFIA 43
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INTRODUÇÃO
Segundo Eeingenheer ( 1999 ) é sabido que, no Brasil, as enchentes de verão,
época das grandes chuvas, têm relação quase que diretamente com o lixo não
coletado e inadequadamente destinado pela população. Esses resíduos, em
especial os plásticos ( sacolas, PET ), invariavelmente são os responsáveis
pela obstrução de galerias, canais e bueiros, causando, assim, incalculáveis
prejuízos materiais, ambientais e humanos.
Além disso, a produção de produtos descartáveis ( em aumento progressivo
nos últimos anos ) modificou as características das mercadorias produzidas e,
consequentemente, do lixo urbano. Essa alteração da característica do lixo em
razão de sua maior durabilidade ( maior tempo necessário para a sua
decomposição ), maior toxidade e maior volume contribuiu para o agravamento
da problemática da falta de espaços ( aterros sanitários para o despejo do lixo
urbano ).
Tal lixo é, inúmeras vezes, depositado em imensos terrenos baldios (
chamados de lixões ) quando não são despejados nas ruas, embaixo de
viadutos, praças e dentro das redes de esgoto sanitário, agravando a situação
ambiental urbana das grandes cidades.
Buscando desenvolver gradativamente esta temática, este trabalho foi dividido
em três capítulos.
No primeiro capítulo, será tratada a crise ambiental urbana com seus
desdobramentos e seu principal problema: o lixo, na sua classificação e
destino.
No segundo capítulo, é apresentada a reciclagem com seus conceitos,
importância e estrutura, desde os seus insumos, a coleta seletiva e os
catadores, até a complexa problemática do consumo.
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Por fim, no terceiro capítulo, apresenta-se a produção, consumo e reciclagem
de PET e alguns de seus exemplos positivos.
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CAPÍTULO I
O HOMEM E A CRISE AMBIENTAL
“A Terra pode oferecer o suficiente para satisfazer
as necessidades de todos os homens, mas não a
ganância de todos os homens” (Mahatma Gandhi)
Por muito tempo, o homem se viu como um ser situado acima ou fora da
natureza. Com esse pensamento, ele passou a interferir e a alterar a natureza
em favor de sua subsistência (agricultura, pecuária), de sua proteção (casas) e
de seu conforto (indústria, transporte, comunicação). (Branco, 1994)
Desde o surgimento do homem na Terra, a frequência e os tipos de impactos
ambientais têm aumentado e diversificado bastante.
Para Branco (1994):
o primeiro tipo de impacto causado pelo homem
provavelmente derivou-se do domínio do fogo. À
medida que a espécie humana foi desenvolvendo
novas tecnologias e ampliando seu domínio sobre
os elementos e a natureza em geral, os impactos
ambientais foram se ampliando em intensidade e
extensão. (Branco, 1994, p.18)
Desde o começo da industrialização, no século XVIII, a população mundial
cresceu 8 vezes, consumindo mais e mais recursos naturais; somente a
produção baseada na exploração de natureza, cresceu mais de cem vezes
(Boff, 1999)
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O desenvolvimento passou a ser sinônimo de desequilíbrio. Nos últimos
tempos, a sociedade capitalista tem poluído a natureza pelo consumo
exagerado de produtos industrializados e tóxicos que, ao serem descartados,
acumulam-se no ambiente, causando danos ao planeta e à própria existência.
A produção de resíduos em larga escala – entende-se não só no sentido de
resíduos sólidos, mas também no sentido social: miséria, fome e exclusão –
caracteriza a sociedade de consumo que vem do século passado e avança
neste início de terceiro milênio.
Sá & Zanetti (2006) afirmam que a apropriação privada dos recursos naturais,
guiada pela lógica capitalista do lucro, com seus ritmos produtivos artificiais
lineares e em aceleração crescente, é o fator responsável pela crise ambiental
e pela grande quantidade de lixo gerado na produção e no consumo.
Assim, a crescente ameaça de colapso ambiental e de esgotamento de
recursos, e a necessidade de encontrar soluções, explicam um movimento
também crescente na revisão de paradigmas, no sentido de pensar as
condições de operacionalização social política e tecnológica do
desenvolvimento sustentável.
Para Capra (1996) o novo paradigma pode ser chamado de uma visão de
mundo holística, que concebe o mundo como um todo integrado, e não como
uma coleção de partes dissociadas. Pode, também, ser denominada visão
ecológica, se o termo “ecológica” for empregado num sentido mais amplo e
mais profundo do que o usual.
Segundo Capra (1996) “a percepção ecológica profunda reconhece a
interdependência fundamental de todos os fenômenos e o fato de que,
enquanto indivíduos e sociedades, estamos todos encaixados nos processos
cíclicos da natureza (e, em última análise, somos dependentes desses
processos)”. (Capra,1996, p.25)
Na visão de Boff (1999) somos uma sociedade que degenera e destrói sua
base de recursos naturais não renováveis, não se tratando somente de impor
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“limites de crescimento” (título da primeira solução apresentada em 1972 pelo
Clube de Roma) mas de mudar o tipo de desenvolvimento. Diz-se que o novo
desenvolvimento deve ser sustentável. Ora, não existe desenvolvimento em si,
mas, sim, uma sociedade que opta pelo desenvolvimento que quer e precisa.
Dever-se-ia falar de sociedade sustentável ou de um planeta sustentável como
pré-condições indispensáveis para um desenvolvimento verdadeiramente
integral.
Boff (1999) expõe que:
Sustentável é a sociedade ou o planeta
que produz o suficiente para si e para os seres dos
ecossistemas onde ela se situa, que toma da
natureza somente o que ela pode repor; que mostra
um sentido de solidariedade generacional, ao
preservar para as sociedades futuras os recursos
naturais de que elas precisarão. Na prática a
sociedade deve mostrar-se capaz de assumir novos
hábitos e de projetar um tipo de desenvolvimento
que cultive o cuidado com os equilíbrios ecológicos e
funcione dentro dos limites impostos pela natureza.
Não significa voltar ao passado, mas oferecer um
novo enfoque para o futuro comum. Não se trata
simplesmente de não consumir, mas de consumir
responsavelmente.”
(Boff, 1999, p.137)
1.1 A crise ambiental urbana
A questão do lixo vem sendo apontada pelos ambientalistas como um dos mais
graves problemas ambientais urbanos da atualidade.
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Porém, desde a pré-história o lixo tem sido um problema. Muitas comunidades,
quando incomodadas por causa dele, migravam para outros locais. Os restos
deixados para trás constituem atualmente valiosa fonte de informações sobre
culturas pré-históricas.
Com o surgimentos das cidades, o problema do lixo foi ficando cada vez maior.
Desde a antiguidade até meados do século XIX, as ruas urbanas acumulavam
não só restos de alimentos e pequenos objetos, como também excrementos de
animais e de humanos. Certamente as grandes epidemias e pestes da Idade
Média tiveram aí a sua origem.
Os depósitos de lixo surgiram em Atenas, na Grécia, e, embora existissem leis
proibindo jogar lixo nas ruas, as pessoas não se importavam, deixando as
cidades muito sujas. Na Índia, eram construídas edificações especiais para
armazenar o lixo que tanto incomodava.
Com o desenvolvimento dos processos sanitários no século XIX, reconheceu-
se que o lixo e os animais a ele associados (ratos, baratas, moscas, etc.) eram
transmissores de doenças e de possíveis epidemias. Assim, foram tomadas as
primeiras providências para que o lixo tivesse outro destino que não as ruas e
terrenos baldios. Com o tempo passou a ser coberto com terra numa técnica
parecida com os dos aterros sanitários atuais.
Até a metade do século XX, a maior parte do lixo era formada por materiais
orgânicos, com restos de frutas e verduras, assim como de animais, todos
degradáveis pela ação da natureza. O lixo era menor e facilmente transformado
pelo próprio meio ambiente em nutrientes para o solo. O que sobrava era
recolhido e a natureza fazia sua parte. Entretanto, com o passar dos anos o
modo de vida dos habitantes do planeta foi mudando. A maioria mudou-se das
áreas rurais para as cidades. Consequentemente as grandes cidades se
transformaram em enormes aglomerações humanas. Surge uma nova
sociedade que no modelo econômico atual está cada vez mais consumista,
contribuindo para um aumento quantitativo do lixo no planeta.
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“O acúmulo de lixo é um fenômeno exclusivo das sociedades humanas. Em um
sistema natural não há lixo: o que não serve mais para um ser vivo é absorvido
por outros, de maneira contínua. No entanto, nosso modo de vida produz,
diariamente, uma quantidade e variedade de lixo muito grande, ocasionando a
poluição do solo, das águas e do ar com resíduos tóxicos, além de propiciar a
proliferação de vetores de doenças”. (Hess,2002)
1.2 O lixo urbano e a sociedade
“Não é necessário mais do que um ato
mínimo de discernimento para perceber
que, num mundo finito, o crescimento
infinito do consumo material é algo
impossível”.
(Schumacker apud Capra, 1996)
A palavra lixo derivada do termo latim “lix”, significa “cinza”. No dicionário,
ela é definida como sujeira, imundice, coisa ou coisas inúteis, velhas, sem
valor. Lixo, na linguagem técnica, é sinônimo de resíduos sólidos e é
representado por materiais descartados pelas atividades humanas. Desde
os tempos mais remotos até meados do século XVIII, quando surgiram as
primeiras indústrias na Europa, o lixo era produzido em pequena
quantidade e constituído essencialmente de sobras de alimentos.
A partir da Revolução Industrial, as fábricas começaram a produzir objetos
de consumo em larga escala e a introduzir novas embalagens no mercado,
aumentando consideravelmente o volume e a diversidade de resíduos
gerados nas áreas urbanas. O homem passou a viver então a era dos
descartáveis em que a maior parte dos produtos – desde guardanapos de
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papel e latas de refrigerantes, até computadores – são inutilizados e
jogados fora com enorme rapidez. Concomitantemente, o crescimento
acelerado das metrópoles fez com que as áreas disponíveis para colocar o
lixo se tornassem escassas. A sujeira acumulada no ambiente aumentou a
poluição do solo, das águas e piorou a saúde das populações em todo o
mundo especialmente nas regiões menos desenvolvidas. Até hoje, no
Brasil, a maior parte dos resíduos recolhidos nos centros urbanos é,
simplesmente, jogada sem qualquer cuidado em depósitos existentes nas
periferias das cidades, chamados aterros sanitários.
1.3 O lixo e sua classificação
De acordo com o Instituto Akatu (2009), para determinar a melhor tecnologia
para tratamento, aproveitamento ou destinação final do lixo é necessário
conhecer a sua classificação.
Lixo atômico.
Produto resultante da queima do combustível nuclear, composto de urânio
enriquecido com isótopo atômico 235. A elevada radioatividade constitui um
grave perigo à saúde da população, por isso deve ser enterrado em local
próprio, inacessível.
Lixo Espacial
Restos provenientes dos objetos lançados pelo homem no espaço; que
circulam ao redor da Terra com a velocidade de cerca de 28 mil quilômetros
por hora. São estágios completos de foguetes, satélites desativados, tanques
de combustível e fragmentos de aparelhos que explodiram normalmente por
acidente ou foram destruídos pela ação das armas anti-satélites.
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Lixo Radioativo
Resíduo tóxico e venenoso formado por substâncias radioativas resultantes do
funcionamento de reatores nucleares.
Como não há um lugar seguro para armazenar esse lixo radioativo, a
alternativa recomendada pelos cientistas foi colocá-lo em tambores ou
recipientes de concreto impermeáveis e à prova de radiação; e enterrados em
terrenos estáveis, no subsolo.
Lixo Urbano
Formado por resíduos sólidos em áreas urbanas, inclua-se aos resíduos
sólidos domésticos, os efluentes industriais domiciliares (pequenas indústrias
de fundo de quintal) e resíduos comerciais.
Lixo Domiciliar
Formado pelos resíduos sólidos de atividades residenciais, contém muita
quantidade de matéria orgânica, plástico, lata e vidro.
Lixo Comercial
Formado pelos resíduos sólidos das áreas comerciais, composto por matéria
orgânica, papéis, plástico de vários grupos.
Lixo Público
Formado por resíduos sólidos, produto de limpeza pública (areia, papéis,
folhagem, poda de árvores).
Lixo Especial
Formado por resíduos geralmente industriais, merece tratamento, manipulação
e transporte especial; são eles: pilhas, baterias, embalagens de agrotóxicos,
embalagens de combustíveis, de remédios ou venenos.
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Lixo Industrial
Nem todos os resíduos produzidos por indústria podem ser designados como
lixo industrial. Algumas indústrias no meio urbano produzem resíduos
semelhantes ao doméstico,exemplo disto são as padarias; os demais poderão
ser enquadrados em especial e ter o mesmo destino.
Lixo de serviço de saúde
Os serviços hospitalares, ambulatoriais, farmácias são geradores dos mais
variados tipos de resíduos sépticos, resultados de curativos, aplicação de
medicamentos que em contato com o meio ambiente ou misturado ao lixo
doméstico poderão ser patogênicos ou vetores de doenças, devem ser
destinados à incineração.
1.4 O destino do lixo
O lixo é sempre um problema na vida do cidadão, principalmente, nos grandes
centros urbanos, as cidades. Porém, esse incômodo, essa preocupação
parecem só ser, realmente, percebidos quando há, por algum motivo, a
interrupção da coleta do lixo, ou seja, os lixeiros deixam de passar e recolher o
lixo na porta. Sacos e mais sacos amontoam-se nas calçadas, exalando mau
cheiro, sujando tudo, atraindo, também, insetos e outros animais; e onde
existem caçambas de depósito de lixo há uma sobrecarga, ficam superlotadas,
transbordando, invadindo o espaço urbano. Em resumo: o lixo está poluindo e
sujando a porta das casas, algo visível, diante dos olhos de todos. Entretanto o
problema do lixo é bem maior do que isso. O lixo não desaparece porque ele é
recolhido pelos lixeiros, apenas é levado para outro lugar. Houve apenas a
transferência do problema. O lixo que é retirado pelos caminhões coletores da
porta de nossas casas vai para algum lugar. Muitas vezes esse lugar é
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impróprio para recebê-lo. No Brasil, a forma mais utilizada para o destino do
lixo ainda são os depósitos clandestinos, lixões ou aterros (sanitários ou
controlados).
Os lixões são depósitos de lixo, sem nenhum tratamento, diferem dos
depósitos clandestinos apenas porque são institucionalizados, isto é,
autorizados pelas prefeituras.
No Brasil, esse problema é gravíssimo, pois 64% dos municípios deposita seu
lixo em lixões, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do
IBGE de 2008. Esses depósitos causam poluição do solo, da água que
bebemos e do ar, pois as queimas espontâneas são constantes.
Muita gente pensa que, se o lixão está longe de sua casa, ele não está lhe
causando problemas. Isso é um grave engano. A poluição causada por um
lixão atinge muitos e muitos quilômetros em volta, ou até mais, já que a água e
o ar movimentam-se. O lixão traz ainda mais um problema: atrai a população
mais carente e desempregada, que passa a se alimentar dos restos
encontrados no lixo e a sobreviver dos materiais que podem ser vendidos, não
pensando nos sérios problemas de saúde que isso pode acarretar. A
necessidade de sobrevivência acha no lixo um caminho, mesmo sendo inviável
para a saúde.
Os aterros sanitários são ainda a melhor solução para o lixo que não pode ser
reaproveitado ou reciclado. Trata-se de áreas de terreno preparados para
receber o lixo, com o tratamento para os gases e líquidos resultantes da
composição dos materiais, de maneira a proteger o solo, a água e o ar da
poluição.
Os incineradores são também uma alternativa, são grandes fornos onde o lixo
sofre uma queima controlada, com filtros para evitar que gases formados na
combustão dos materiais atinja e polua a atmosfera. Os incineradores têm alto
custo de implantação, manutenção e operação. Entretanto, são a forma mais
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indicada de tratamento para alguns tipos de lixo, como os resíduos hospitalares
e resíduos tóxicos industriais.
21
CAPÍTULO II
A RECICLAGEM
A reciclagem é um processo industrial que converte o lixo descartado (matéria
–prima secundária) em produto semelhante ao inicial ou outro. Reciclar é
economizar energia, poupar recursos naturais e trazer de volta ao ciclo
produtivo o que é jogado fora. A palavra reciclagem foi introduzida ao
vocabulário internacional no final de 80, quando foi constatado que as fontes de
petróleo e outras matérias-primas não renováveis estavam e estão se
esgotando. Reciclar significa = Re (repetir) + Cycle (ciclo).
Para compreendermos a reciclagem, é importante “reciclarmos” o conceito que
temos de lixo, deixando de enxergá-lo como coisa suja e inútil em totalidade. O
primeiro passo é perceber que o lixo é fonte de riqueza e que para ser
reciclado deve ser separado. Ele pode ser separado de diversas maneiras,
sendo a mais simples separar o lixo orgânico do inorgânico (lixo molhado / lixo
seco).
Na natureza nada se perde. Seres vivos chamados decompositores “comem”
material sem vida ou em decomposição. Eles dividem a matéria para que ela
possa ser reciclada e usada de novo. Esse é o chamado material
biodegradável.
A reciclagem de material é o processo que usa resíduos como insumos. Este
processo se comparado com o processo tradicional, que utiliza o insumo
virgem, requer um menor consumo energético. Isto engendra a conservação de
energia, quando a análise de ciclo de vida de produto é considerada.
Segundo Oliveira; Henrique & Pereira (2004) a atividade de coleta seletiva
existe no Brasil pelos menos desde a década de 1950, quando se difundiu
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através dos “garrafeiros” e “papeleiros”, comerciantes que recolhiam pela
cidade materiais para serem reciclados
Um dos fatores da vida moderna que mais gera discussões entre
ambientalistas, governos e população geral é o problema do lixo. De acordo
com os dados mais freqüentes utilizados, no Brasil, cada pessoa gera, em
média, um quilo de lixo por dia. Por ano são produzidos 55 trilhões de quilos. O
lixo brasileiro é tido como um dos mais ricos do mundo. Porém, não está sendo
dada a devida importância às questões relativas ao saneamento ambiental, em
especial à coleta e destinação adequada dos resíduos. (Fórum Nacional Lixo e
Cidadania – Unicef – 2008)
Cerca de 30% de todo o lixo produzido é composto de materiais recicláveis
como papel, vidro, plástico e metais. De acordo com experiências em
andamento em vários países e também no Brasil, a reciclagem é uma das
formas ideais de lidar com uma parte do problema, o lixo inorgânico. (Instituto
Akatu, 2009)
No Brasil, a maior parte do lixo vai parar nos aterros (88%), enquanto apenas
2% dos objetos são reciclados, e cerca de 4% vai para as usinas de
compostagem. O pouco fôlego da reciclagem no Brasil se deve ao fato de que
o processo é quase 15 vezes mais caro do que apenas alterar o lixo. (Portal da
Reciclagem e do Meio Ambiente,2009)
Além disso, a maior parte das cidades brasileiras ainda não dispõe de políticas
de incentivo à reciclagem ou tão pouco adotam a coleta seletiva. Portanto,
reciclar é uma atitude individual, que aos poucos está chegando à população
em geral, cada vez mais zelosa do planeta no qual vive.
O Brasil joga fora por ano cerca de 8 bilhões de reais porque não recicla seu
lixo urbano. Nesse valor estão incluídos todos os gastos com o tratamento de
detritos nos chamados lixões e custo de produção de novos materiais. Dos
cerca de 5.500 municípios, pouco mais de 3% tem algum programa de coleta
seletiva de lixo, ou seja, operam a separação dos quatro tipos de objetos não-
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orgânicos (papel, vidro, plástico e metal). Comparando com os Estados Unidos
(que não assinaram o tratado de Kyoto), mais de 10.000 condados (cerca de
9%) praticam a coleta seletiva. Sabe-se que na Austrália e no Japão o índice é
de 100%. No chamado primeiro mundo, o lixo orgânico – composto de restos
de comida – é transformado em adubo por um processo químico chamado
compostagem. Só agora o processo começa timidamente a ser praticado no
Brasil. O Brasil, por sua extensão territorial, pode se dar ao luxo de dispor de
aterros sanitários como fazem Estados Unidos e Rússia. O mesmo não
acontece com os países da Europa, em que a alternativa é uma só: reciclar.
(Jornal dos Amigos, 2009)
Mafra (2006) nos sugere que a procura de um modelo de gestão ambiental e
urbana encontra-se diretamente relacionada com as transformações que
caracterizam o mundo, em especial às diversas organizações produtivas, cada
vez mais necessitadas da conscientização ambiental nas intensas relações do
ser humano com o meio ambiente.
Do ponto de vista ecológico, a reciclagem é o processo mais eficiente e
ecologicamente responsável no trato de plástico, vidro, metal, papel e papelão.
Ao reciclar, poupa-se a produção de materiais que demandariam uma grande
extração de matérias-primas da natureza, além de evitar-se a necessidade de
aterros e lixões. Há também grande economia de energia e água, que seriam
usados na produção de novos produtos. Quem, também, ganha é a sociedade,
já que o processo é um forte gerador de empregos, movimenta uma economia
considerável, combinando responsabilidade social e ecológica.
2.1 A reciclagem e sua importância
Hoje vivemos numa sociedade consumista, por isso, a necessidade de nos preocuparmos com o aumento da quantidade de lixo que produzimos. Os recursos naturais que nos rodeiam devem ser usados de uma forma consciente para que não devolvamos, ao meio ambiente, toneladas de materiais que irão
24
contaminá-lo e prejudicá-lo. Devemos tentar amenizar a poluição dos rios, parques, do ar e diminuir as áreas de aterros sanitários.
O maior exemplo de reciclagem vem da própria natureza, como lembra Capra (1996):
Todos os organismos de um ecossistema produzem resíduos, mas o que é resíduo para uma espécie é alimento para outra, de modo que os resíduos são continuamente reciclados e o ecossistema como um todo, geralmente, permanece isento de resíduos. (Capra, 1996, p.147)
Em nossa sociedade tudo se torna descartável, ou seja, usamos e jogamos
fora. E aí está o nosso maior problema: o que fazer com esse lixo? Uma das
saídas encontradas é a reciclagem.
A reciclagem é uma mudança fundamental no tratamento que dispensamos ao
lixo. Precisamos coletar, separar, processar e comercializar os materiais
considerados “lixos”, amenizando, assim, esse grave problema do planeta. A
participação de cada um e da comunidade é a base para a solução. Separar o
lixo não é uma tarefa difícil, querer apenas mudança de hábito e um pouco de
boa vontade. Temos que nos transformar em cidadãos conscientes e
preocupados com o meio ambiente.
Resumindo, a reciclagem é importante porque:
- Diminui a exploração de recursos naturais e o consumo de energia;
- Melhora a limpeza da cidade e a qualidade de vida da população;
- Contribui para diminuir a poluição do solo, da água, e do ar;
- Prolonga a vida útil dos aterros sanitários e melhora a produção de composto
orgânico;
- Gera empregos para a população não qualificada;
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- Gera receita pela comercialização dos recicláveis;
- Contribui para formar uma consciência ecológica e para valorizar a limpeza
urbana;
- Ameniza o efeito estufa, poluição da água, destruição da camada de ozônio,
erosão do solo, chuva ácida entre outros;
- Diminui o excesso de lixo;
- É lucrativa;
- Remove o lixo, transformando-o em produtos úteis;
- Os recursos são finitos.
2.2 A coleta seletiva
A reciclagem começou a ganhar impulso mais notável com a implantação de
programas de Coleta Seletiva.
Segundo Calderoni (1997), a Itália, no ano de 1941, oficialmente iniciou a
coleta seletiva, em grande parte como decorrência das dificuldades
acarretadas pela Segunda Guerra Mundial. No Brasil, na cidade de Niterói,
especificamente no bairro de São Francisco, foi implantada a primeira
experiência sistemática de Coleta Seletiva de lixo.
A Coleta Seletiva serve para organizar, de forma diferenciada, os resíduos
sólidos que podem ser reciclados. Esta coleta pode ser feita por caminhões
que passam semanalmente nas residências ou nos pontos de entrega
voluntária, espalhados pela cidade. Nesses pontos existem coletores com
diferentes divisões, ou containers coloridos para cada tipo de material de
embalagem ( vidro, plástico, papel e metal). Normalmente, esses containers
são fixados em praças onde a população possa deixar seu material reciclável.
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Para Oliveira, Henrique & Pereira (2004) um dos entraves à coleta seletiva
reside em seu custo operacional superior ao da coleta tradicional.
Entretanto, segundo Oliveira (2000 apud Oliveira, Henrique & Pereira, 2004)
para efeito de comparação entre esses dois tipos de coleta, não poderiam ser
desprezados os custos externos associados à poluição do ar, da água e do
solo causados pela disposição dos resíduos em aterros e “lixões”, entre outros,
que tornariam significativamente mais elevado o custo da coleta convencional.
Sendo assim,, a internalização destes custos poderia evidenciar uma
significativa vantagem de Coleta Seletiva em relação à coleta convencional.
Ainda comparando os tipos de coleta, Trigueiro (2005) ressalta que não é difícil
encontrar dentro das companhias de limpeza quem considere a separação de
materiais recicláveis perda de tempo e, principalmente, de dinheiro. Isso se
deve simplesmente porque para se instituir a coleta seletiva será necessário
estabelecer uma nova rotina com uma frota diferenciada de caminhões,
funcionários treinados e mais espaço para recolher e separar os recicláveis.
Esta nova rotina custa dinheiro, mas pode ser entendida como despesa. Na
verdade, é um investimento que dá retorno a médio e/ou a longo prazo, quando
se contabiliza os seguintes resultados: geração de emprego e renda para os
que trabalham no setor da reciclagem; redução do volume de lixo transportado
par os aterros, uma vez que os recicláveis representam aproximadamente
40% de todos os resíduos sólidos urbanos, aumento da vida útil dos aterros,
que passarão a receber predominantemente matéria orgânica e materiais não
recicláveis; economia de matéria-prima e energia com o retorno dos recicláveis
à cadeia produtiva.
Podemos dizer que é uma questão extremamente complexa, repleta de
posições antagônicas, tanto do ponto de vista técnico e econômico quanto do
ponto de vista político.
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Apesar da polêmica, de acordo com material publicado pelo CEMPRE (2009)
(Compromisso Empresarial para Reciclagem) a Coleta Seletiva vem sendo
implantada gradativamente nos municípios brasileiros.
Polêmicas à parte, a Coleta Seletiva é uma alternativa ecologicamente correta
que desvia do destino em aterros sanitários ou lixões, resíduos sólidos que
podem ser reciclados. Com isso, dois objetivos importantes são alcançados.
Por um lado, a vida útil dos aterros sanitários é prolongada e o meio ambiente
é menos contaminado. Por outro lado, o uso de matéria-prima reciclável diminui
a extração dos nossos tesouros naturais.
2.2.1 A Coleta Seletiva e os catadores de lixo
O lixo é, sem dúvida, um causador de grave desequilíbrio ambiental. Mas não é
a única questão. O lixo traz à tona os problemas sociais existentes no país (de
norte a sul), ou seja, em conseqüência do alto índice de desemprego e da
pobreza, muitas pessoas, inclusive famílias inteiras, são levadas a buscar nos
lixões e nas ruas, materiais para comercialização e também para apropria
alimentação. Remexem sacos de lixo depositados por residências mais ricas
da cidade e também dos supermercados e mercearias à procura de produtos
com prazo de validade vencidos, descartados diariamente.
Há um programa da Unicef: Lixo e Cidadania, que preconiza a necessidade de
uma intervenção social voltada ao resgate da Cidadania dos trabalhadores que
vivem em condições de absoluta pobreza, “sobrevivendo das sobras e dos
desperdícios dos mais afortunados”. Como alternativa à catação nos lixões, o
programa procura incentivar a coleta seletiva, com a participação das famílias
dos catadores, propiciando a geração de postos de trabalho e renda para as
mesmas.
28
Segundo Trigueiro (2005):
Existem hoje 500mil catadores no
Brasil. Invariavelmente, são pessoas com
idade de 30 anos, baixa escolaridade e muitas
dificuldades de encontrar vagas no mercado
de trabalho formal. Esses são os verdadeiros
excluídos. Estimular a Coleta seletiva
significa abrir novas frentes de trabalho para
esse segmento da população. (Trigueiro,
2005, p.45)
A Coleta Seletiva seria, portanto, uma das alternativas no combate ao
problema, pois poderia promover a organização das famílias catadoras de lixo
em associações e cooperativas, possibilitando, assim, a geração de postos de
trabalho, de aumento de renda familiar e uma significativa melhora nas
condições de vida (alimentação, moradia, saúde, educação entre outros)
elevando, inclusive, a auto-estima dos mesmos.
2.3 A política dos três “Rs”
Falar, atualmente, em resíduos sólidos domiciliares, reporta-nos à Coleta
Seletiva e à política dos três Rs que se baseia em três regras básicas que
devem ser hierarquicamente seguidas: Reduzir o consumo, Reutilizar e
Reciclar os resíduos.
Carvalho (1991), ao analisar o discurso ambientalista governamental brasileiro,
aponta a existência de duas matizes discursivas sobre a questão ambiental: um
discurso ecológico oficial, enunciado pelo ambientalismo governamental com
uma ideologia encarregada de manter os valores culturais instituídos na
sociedade; e um discurso ecológico alternativo, proferido pelo ambientalismo
strictu sensu, coorporificado pelo movimento social organizado com valores
29
subversivos à ordem social e econômica constituída. Estes dois discursos vão
preconizar a Pedagogia dos três Rs de maneiras diferentes. Para o ecológico
oficial esta Pedagogia torna-se uma prática comportamentista, em vez de
reflexiva e é reduzida à Pedagogia da Reciclagem, que reduz o lixo a uma
ordem técnica (consumo insustentável e não consumismo) e não cultural. Para
o ecológico alternativo a questão do lixo é um problema de ordem cultural e,
assim, situa a cultura do consumismo como um dos alvos da crítica à
sociedade moderna. Martell (1994) chega a afirmar que o consumismo é o item
mais expressivo da crítica da sociedade sustentável.
Há, então, dois modos de ação derivados das possibilidades de compreensão
da Política dos três Rs: o primeiro prioriza a redução e reutilização e articula-se
com o projeto político- ideológico progressista; o outro prioriza a reciclagem e
articula-se com o projeto liberal.
Na visão de Mattar (2004 apud Trigueiro, 2005), na verdade, são quatro os Rs,
e o primeiro deles é o Repensar. Esta reflexão sobre o ato de consumo leva
naturalmente a reduzir, porque você não precisa de tudo o que está
consumindo; a reutilizar, porque algumas das coisas que você compra podem
ser utilizadas continuamente, sem precisar comprar de novo; e reciclar, dado
os enormes impactos que a reciclagem tem sobre a sociedade e o meio
ambiente.
A reciclagem deve ser precedida por um sério programa de reavaliação dos
comportamentos de consumo, de maneira que a comunidade envolvida
perceba cada vez mais claramente o impacto de cada uma das suas escolhas
individuais e, também, o impacto de suas ações quanto às sobras de consumo.
30
(Abreu (2001) relata que:
No mundo inteiro, a nova ordem é
minimizar o lixo. No Brasil, essa questão foi
mais difundida com a Agenda 21, documento
elaborado por mais de 170 países que
participaram da ECO-92 no Rio de Janeiro.
Nesse documento, foi estabelecido o princípio
dos 3 Rs: Reduzir o consumo de produtos e o
desperdício de materiais; Reutilizar e Reciclar
os materiais. Implantar o primeiro “R” é um
grande desafio, porque significa interferir na
sensação de liberdade e de felicidade das
pessoas ou mesmo do poder pessoal que
advém com o direito de consumir quanto
quiser. (Abreu,2001, p. 27)
Este questionamento serve principalmente para destacar que, apesar de ser
divulgado que é necessário reduzir, reutilizar, reciclar (3 Rs), na prática, vê-se
que a importância maior e quase que única está sendo dada para o ato de
reciclar.
2.4 O consumo consciente
Em seu manual de “Consumo Sustentável”, o Instituto Brasileiro de Defesa do
Consumidor preconiza que os produtos que consumimos nem sempre são de
boa qualidade. Muitos deles são fabricados de modo que tenham curta duração
e não permitam consertos ou reutilização. Assim, vão rapidamente parar nos
lixões, onde geram mais contaminação. Se mantivermos este estilo de vida não
sustentável, exercendo excessiva pressão sobre o meio ambiente, dentro de
31
algum tempo poderemos levar o planeta a um colapso. Antes que isto ocorra,
precisamos reagir contra o consumismo desenfreado preconizado pelas
mensagens publicitárias. Para isso, em primeiro lugar, é preciso desenvolver
nossa capacidade crítica em relação à publicidade para evitar a manipulação
da nossa liberdade de escolha. É preciso, também, estar atento para os
aspectos de elaboração do produto, antes , durante e depois da fabricação.
Temos que adotar o hábito de avaliar etiquetas e embalagens, verificar a
natureza do produto, sua qualidade, sua real utilidade, se seu preço
corresponde ou não à qualidade e qual pode ser seu impacto ambiental e
social. Na hora de comprar, é importante levar em consideração todos esses
fatores, mas, talvez, o mais difícil e o mais importante seja não perder jamais
de vista as nossas reais necessidades, evitar os exageros criados por uma
cultura consumista. (IDEC, 2009)
“Nós estamos consumindo 20% a mais
do que a Terra consegue sustentar. E mais do
que isso: se toda a população do mundo
consumisse como os norte-americanos e
europeus, que têm o padrão mais alto de
consumo, hoje, nós precisaríamos de quatro
planetas Terra”. (Mattar, 2004 apud Trigueiro,
2005, p. 27)
O Brasil produz uma quantidade enorme de resíduos sólidos e ela começa já
na forma de como se compra. Você pode comprar com mais embalagem ou
com menos embalagem. Por exemplo, não é preciso saco plástico. Não é
preciso ter verdura embalada. Pode-se comprar in natura. Um terço do lixo
brasileiro corresponde a embalagem.
32
De acordo com Trigueiro (2005) a plasticomania vem tomada conta do planeta
desde que o inglês Alexander Parkers inventou o primeiro plástico, em 1862. O
novo material sintético reduziu os custos dos comerciantes e aumentou a “fúria”
consumista da civilização moderna. Mas o estrago causado pelo derrame
indiscriminado de plástico na natureza tornou o consumidor um colaborador
passivo de um desastre ambiental de grandes proporções. Feitos de resina
sintética originada do petróleo, esses sacos não são biodegradáveis e levam
séculos para se decompor na natureza. Na Europa, uma pessoa sai às
compras com a própria sacola, ela não vem para casa cheio de sacos
plásticos.
Na Alemanha, por exemplo, a plasticomania deu lugar a sacolamania. Quem
não anda com sua própria sacola a tiracolo para levar as compras é obrigado a
pagar uma taxa extra pelo uso de sacos plásticos. O preço é salgado. O
equivalente a sessenta centavos por unidade.
“Não há desculpas para nós brasileiros
não estarmos igualmente preocupados com a
multiplicação indiscriminada de sacos
plásticos na natureza. O país que sediou a
Rio-92 (Conferência Mundial da ONU sobre
desenvolvimento e Meio Ambiente) e que tem
uma das legislações mais avançadas do
planeta ainda não acordou para o problema
do descarte de embalagens em geral e dos
sacos plásticos em particular” (Trigueiro,
2005, p. 49)
33
CAPÍTULO III
A PRODUÇÃO, O CONSUMO E A RECICLAGEM DE PET
Na descrição de Rolim e Nascimento (2000) o PET (polietileno tereflalato) é um
tipo de plástico que foi desenvolvido em 1941, por químicos ingleses, para a
confecção de fibra têxteis. Mas somente no final da década de 60, o PET
começou a ser desenvolvido para aplicações em embalagem. Suas
características de leveza, transparência, brilho, boas propriedades mecânicas e
de barreira do dióxido de carbono (CO2), fazem dele um material adequado
para a fabricação de garrafas de bebidas carbonatas (refrigerantes).
A introdução de PET no Brasil, em 1988, além de trazer as indiscutíveis
vantagens ao consumidor, trouxe, também, o desafio de sua reciclagem, que
nos fez despertar para a questão do tratamento das toneladas de lixo
descartadas diariamente em todo Brasil. (Ambiente Brasil, 2009)
No Brasil, assim que foram lançadas no mercado, as embalagens de PET
conquistaram diversos segmentos e transformaram-se num sucesso., graças
aos benefícios para o consumidor como moldalidade – embalagens de vários
tipos, tamanhos e formatos são possíveis, favorecendo a ergonomia;
transparência – o conteúdo fica à mostra, atestando a pureza e a qualidade do
produto; economia – a possibilidade de retampamento evita desperdício do
produto; resistência – inquebrantável, proporciona muita segurança, mesmo
quando manipulada por crianças e evita desperdício de produto no caso de
acidentes e é ecologicamente correta – não agride o meio ambiente, sendo
100% reciclável.
Não é PET todos os plásticos que tenham sido fabricados através de outro
processo que não o de sopro. Os mais comuns são: balde, bacias, copos,
34
cabides, réguas, apontadores, pentes, mangueiras, sacos, sacolas, potes de
margarina, filmes de PVC, entre outros.
O polímero de PET é um poliéster, um dos plásticos mais reciclados em todo o
mundo devido a sua extensa gama de aplicações:
- Na indústria automotiva e de transportes: tecidos internos (estofamentos),
carpetes, peças de barco;
- Pisos: carpetes, capachos para área de serviços e banheiros;
- Artigos para residências: enchimento para sofás e cadeiras, travesseiros, cobertores, tapetes, cortinas, lonas para toldos e barracas;
- Artigos industriais: rolos para pintura, cordas, filtros, ferramentas de mão, mantas de impermeabilização;
- Embalagens: garrafas, embalagens, bandejas, fitas;
- Enfeites: têxteis, roupas esportivas, calçados, malas, mochilas, vestuário em geral;
- Uso químico: resinas alquídicas, adesivos.
A embalagem do PET quando reciclada tem inúmeras vantagens sobre outras
embalagens do ponto de vista da energia consumida, consumo de água,
impacto ambiental, benefícios sociais, entre outros.
Segundo Imbelloni (2004) a reciclagem de PET é das que mais cresce no
Brasil, cerca de 18% ao ano, gerando trabalho, renda e um benefício ecológico
ainda maior, pois, para produzir a resina reciclada, o gasto com energia é
quase 97% menor. Isso sem contar com o volume de material que deixa de
ser indevidamente enterrado em aterros e lixões.
Segundo o atual presidente da Associação Brasileira da Indústria do PET
(ABIPET), Auri Marçon, a indústria vem trabalhando há mais de 15 anos para
encontrar alternativas inovadoras para as embalagens de PET recolhidas. O
Brasil é o líder mundial nessas inovações e existem aplicações que não são
encontradas em qualquer outra parte do mundo. Isso levou o País a atingir um
35
dos índices de reciclagem de PET mais altos do mundo, de 54%. Porém, há
falta de PET para abastecer a indústria recicladora, principalmente, a indústria
têxtil, que precisa desse material reciclado para competir com produtos
asiáticos. (ABIPET, 2009)
3.1 Os tipos de reciclagem
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de PET (ABIPET), o PET pode
ser reciclado de três maneiras diferentes:
Reciclagem Química - Utilizada também para outros plásticos, separa os
componentes do PET, fornecendo matéria-prima para solventes e resinas,
entre outros produtos.
Reciclagem Energética - O calor gerado com a queima do produto pode ser
aproveitado na geração de energia elétrica (usinas termelétricas), alimentação
de caldeiras e altos-fornos. O PET tem alto poder calorífico e não exala
substâncias tóxicas quando queimado. Outros materiais combustíveis também
podem ser utilizados.
Reciclagem Mecânica - Praticamente todo o PET reciclado no Brasil passa
pelo processo mecânico, que pode ser dividido em:
- RECUPERAÇÃO - Nesta fase, as embalagens que seriam atiradas no lixo
comum ganham o status de matéria-prima, o que de fato são. As embalagens
recuperadas serão separadas por cor e prensadas. A separação por cor é
necessária para que os produtos que resultarão do processo tenham
uniformidade de cor, facilitando, assim, sua aplicação no mercado. A
prensagem, por outro lado, é importante para que o transporte das embalagens
seja viabilizado, uma vez que o PET é muito leve.
- REVALORIZAÇÃO - As garrafas são moídas, ganhando valor no mercado.
O produto que resulta desta fase é o floco de garrafa. Pode ser produzido de
36
maneiras diferentes, e os flocos mais refinados podem ser utilizados
diretamente como matéria-prima para a fabricação dos diversos produtos que o
PET reciclado dá origem na etapa da transformação. No entanto, há
possibilidade de valorizar ainda mais o produto, produzindo os grãos de PET
reciclado. Desta forma, fica muito mais condensado, otimizando o transporte e
o desempenho na transformação.
- TRANSFORMAÇÃO - Fase em que os flocos ou o granulado será
transformado num novo produto, fechando o ciclo. Os transformadores utilizam
o PET reciclado para fabricação de diversos produtos, inclusive novas garrafas
para produtos não alimentícios.
3.2 O PET e os três Rs
Segundo Rolim e Nascimento (2000) é possível supor que o aumento de
consumo de produtos plásticos, consequentemente, terá um aumento na
geração de resíduos deste material, e, logo, um agravamento no problema da
destinação do lixo urbano. Dentre todos os resíduos sólidos, os resíduos
plásticos chamam mais atenção devido a total descartabilidade das
embalagens, a resistência à degradação e a sua leveza, fazendo-os flutuarem
em lagos e cursos de água. O destino dos resíduos sólidos pode se dar através
da reciclagem, da incineração, ou da disposição (nesta ordem, de acordo com
as prioridades atuais de gerenciamento de resíduos sólidos). Cabe salientar,
que antes da preocupação do destino dos resíduos, a prioridade deve ser a
eliminação e minimização da geração desses resíduos.
Para Rolim e Nascimento (2000), a disposição de resíduos sólidos em lixões ou
aterros (sanitários ou controlados) é uma forma inadequada de destinação,
embora seja a mais utilizada. A disposição apresenta como problemas a
saturação das atuais áreas de disposição e a dificuldade para encontrar novas
áreas. Além disso, o plástico quando é disposto em lixões ou aterros gera
37
problemas adicionais aos já mencionados nesta monografia em relação ao lixo
urbano de uma forma geral, pois leva mais de 400 anos para ser decomposto.
Segundo Pinto (1995, apud Rolim e Nascimento, 20004) quando os resíduos
plásticos são depositados em lixões, os problemas principais são a queima
indevida e sem controle. Quando são depositados em aterros, eles dificultam a
compactação do lixo e prejudicam a decomposição dos materiais
biologicamente degradáveis, através da criação de camadas impermeáveis que
afetam as trocas de líquidos e gases gerados no processo de biodegradação
da matéria orgânica.
As embalagens PET são 100% recicláveis, e a sua composição química não
libera nenhum produto tóxico e podem ser recicladas várias vezes, mas
tornam-se nocivas ao meio ambiente se atiradas ao lixo comum.
Segundo Aguiar e Philippi Jr. (1999, apud Rolim e Nascimento, 2000) o PET é
um caso à parte na reciclagem do resíduos plásticos pós-consumo. Os
resíduos reciclados são garrafas de refrigerantes e são muito disputados pelas
recicladoras. O PET está em primeiro lugar no ranking dos plásticos recicláveis,
posição garantida pelas suas propriedades e pelo aumento de sua demanda. O
PET tem alta resistência mecânica (impacto) e química, além de ter excelente
barreira para gases e odores, e, praticamente, não perde suas propriedades
depois de ser reciclado.
Atualmente, o PET está presente nos mais diversos produtos.
3.3 Atitudes positivas
“Na natureza nada se perde, tudo se transforma.”
(Lavoisier)
38
3.3.1 Projeto da Coca-cola Brasil: “Reciclou Ganhou”
Este é um projeto integrador das ações da empresa Coca-cola Brasil voltado
para o meio ambiente. Criado em 1996, seguindo uma tendência mundial que
aponta para a economia de recursos naturais por indivíduo e instituições, a
empresa assume o compromisso de proteger, preservar e melhorar o meio
ambiente. Desde então o projeto promove a coleta e a reciclagem de
embalagens de garrafas PET e latas de alumínio, através de projetos
educacionais de conscientização ambiental e parcerias com escolas públicas e
privadas, hospitais, entidades filantrópicas, estabelecimentos comerciais,
associações de moradores, cooperativas de reciclagem e catadores
autônomos. Apoia mais de 37 cooperativas em 24 estados, dando equipamento
(uniformes, caminhões, prensas) e, também, beneficia mais de 4,5 mil
entidades (escolas, asilos, associações de moradores) que trocam os
comprovantes de coleta de material por prêmios de seu interesse, tais como
computadores, veículos, livros. O material reciclado e recolhido é encaminhado
para uma nova indústria que surge, a indústria da reciclagem.
Seguindo essa linha do projeto, no Carnaval de 2006, numa parceria entre
Coca-cola Brasil, Comlurb, Liesa e Riotur foram instaladas, pela primeira vez,
no Sambódromo, lixeiras sinalizadoras para coleta seletiva. Foram recolhidas
6,8 toneladas de material reciclável durante o Carnaval.
Os objetivos desta parceria foram promover a educação ambiental entre foliões
e torcedores, coletar material reciclável e gerar renda para os catadores
cadastrados pelas cooperativas. A Coca-cola Brasil estava presente na avenida
com a campanha “ Reciclar sempre dá samba” que divulga as ações da
empresa na área de reciclagem de materiais.
Estes projetos mostram a preocupação crescente com os recursos finitos da
natureza bem como forte comprometimento no processo de reciclagem.
39
3.3.2 Projeto Extra 10, do Grupo Pão de Açúcar
O projeto além de garantir o destino de materiais que servem para reciclagem,
gera benefícios para os clientes dos hipermercados. Por meios de máquinas
especiais de coleta distribuídas em lojas da rede nas cidades de São Paulo,
Rio de Janeiro, Salvador e Belo Horizonte, os consumidores podem devolver
garrafas plásticas (PET) e latas de bebidas e receber em troca cupons de
descontos nas compras.
O projeto inclui outras iniciativas. E o caso, por exemplo, das ações de
incentivo ao comércio solidário, a utilização de sacolas retornáveis e as
estações de reciclagem.
Em 2009, a empresa investiu cerca de 60 milhões em iniciativas para
promoção do consumo consciente, gestão ambiental e programas sociais
voltados para a qualidade de vida.
O consumidor tem se mostrado cada vez mais engajado nas ações realizadas
pela empresa para diminuição e uso consciente das sacolas plásticas. Só em
sacolas retornáveis, o Grupo comercializou mais de 1.000.000 de unidades.
O destaque entre as redes fica com o CompreBem, focado para o consumidor
de classe média, que registrou a venda de 540mil unidades de ecobags em
2009. A bandeira Pão de Açúcar contou com a campanha de estímulo ao uso
de ecobags do Programa Mais, pontuando clientes que utilizam as sacolas
retornáveis. Só com essa ação, 1,8 milhões de sacolas plásticas deixaram de
ser descartadas no meio ambiente. A iniciativa já se estende as 145 lojas da
rede.
Em 2009, também, surgiu outro projeto consciente das embalagens -
Programa Contra o Desperdício de Sacolas Plásticas - que alcançou 40% de
redução no uso de embalagens plásticas pelos clientes, ou seja, o
correspondente a 80 milhões de economia em sacolinhas plásticas.
40
Na área da reciclagem, o programa realizado arrecadou em 2009, trinta e duas
mil toneladas de lixo seco (papelão, plástico, metal e vidro) e 184 litros de óleo
de cozinha. O Grupo Pão de Açúcar é responsável por 20% dos resíduos
arrecadados na cidade de São Paulo. Somando todas as redes, o Grupo
oferece 197 postos de arrecadação de material reciclável em 31 municípios
brasileiros; e cada loja, em média, recebe cerca de 600 toneladas de resíduos /
mês contra 4 toneladas / mês do ano do início do projeto em 2001.
Além da reciclagem pós-consumo, tem o programa de reciclagem pré-
consumo: o Caixa Verde, e já funciona em 25 lojas do Grupo. O programa é
bem aceito pelos consumidores que passam a depositar as embalagens (papel,
plástico, latas de alumínio e vidros) em urnas instaladas nos check-outs das
lojas.
Com uma política estruturada de responsabilidade socioambiental, o Grupo
Pão de Açúcar tem como objetivo atuar em três grandes causas: Somar
Qualidade de Vida, Dividir com a Comunidade e Multiplicar a Consciência no
Consumo.
41
CONCLUSÃO
De acordo com o artigo 225 da Constituição da República Federativa do Brasil
de 1998: “Todos têm direito ao ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
Poder Público e à Coletividade o dever de defendê-lo para as presentes e
futuras gerações.”
O direito ao meio ambiente sadio é, portanto, uma questão de cidadania.
Perante as questões ambientais, só há duas possibilidades: ação-omissão que
determina a devastação e a extinção, ou a ação-transformação que
proporciona o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida.
Sabemos que o nosso meio ambiente está doente e só há um remédio para
poder colocá-lo de novo em condições favoráveis para a nossa sobrevivência
naTerra: a reciclsgem.
O Brasil hoje é líder em reciclagem de alumínio reciclando cerca de 96% das
latas colocadas no mercado. O País ostenta, também, um dos mais altos
índices mundiais de reciclagem de embalagem de PET, atualmente em torno
de 54,8%. Com os novos usos e a valorização da resina reciclada, somados ao
incentivo à coleta seletiva e à maior conscientização entre os consumidores, a
tendência de aumento da reciclagem do PET deve se manter no futuro, porque
reciclar é um caminho necessário.
Os exemplos apresentados no final do terceiro capítulo, são pequenas
amostras concretas de ação-transformação diante da problemática. Essas
sementes somente se perpetuarão através da educação ambiental,e,
principalmente, através da conscientização de que cada cidadão (e a
sociedade como um todo) necessita inserir-se nesse processo e sentir-se parte
do meio ambiente.
42
O homem e o meio ambiente se completam.
“Somente uma transição rápida a atitudes
fundamentalmente novas, atitudes de respeito
e integração ecológica, poderá ainda evitar o
desastre. Encontramo-nos num divisor de
eras. Nossa época entrará na historia, se
dermos chance à história, como limiar de uma
nova idade. A qualidade de vida nesta nova
idade dependerá de nosso comportamento
atual e das atitudes que soubermos inculcar
na juventude.”
( José Lutzemberger )
43
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