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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
O ENSINO DA LÍNGUA
PORTUGUESA NO ENSINO SUPERIOR
Por: Jaqueline Soares Paixão
Orientadora
Prof.: Edla Trocoli
Rio de Janeiro
2011
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
O ENSINO DA LÍNGUA
PORTUGUESA NO ENSINO SUPERIOR
Apresentação de monografia à Universidade
Cândido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em
Docência do Ensino Superior.
Por: Jaqueline Soares Paixão
AGRADECIMENTOS
Ao meu Marido e ao Cinza
pelo apoio sempre.
Aos amigos desta especialização
que enriqueceram não só o curso
mas a minha vida.
DEDICATÓRIA
A todas as dificuldades que enfrentei
ao longo da minha vida e que só
fizeram com que eu me tornasse
uma pessoa melhor
RESUMO
A Língua Portuguesa é uma disciplina que é estudada desde o ensino
fundamental, além de ser a língua materna de todos os brasileiros, porém, era
de se esperar um aperfeiçoamento da Língua Portuguesa à medida que os
anos se passassem. No entanto, não é o que acontece por diversos fatores.
Existe uma defasagem no ensino de Língua Portuguesa, isto é um fato.
Sendo assim, a partir do momento que um indivíduo inicia o ensino superior e,
por conseqüência, fará parte do mercado de trabalho como um profissional
qualificado na área de sua escolha, torna-se imprescindível que o mesmo saiba
o Português corretamente.
Através dessa constatação este trabalho busca maneiras de identificar e
suprir a defasagem que o aluno tiver ao ingressar no ensino superior para que,
ao término do curso, o mesmo não possua nenhuma lacuna a ser preenchida
no que se refere à Língua Portuguesa.
METODOLOGIA
Este estudo foi produzido através de questionário aplicado em
graduados de Instituições particulares e públicas de diversos cursos dentre
eles: Engenharia, Farmácia, Fonoaudiologia, Psicologia, Comunicação Social,
Relações Internacionais, Relações Públicas, Biologia, História, Educação
Física, Contabilidade, Letras e Artes.
A pesquisa bibliográfica assim como a internet também foram meios de
pesquisa para o desenvolvimento e exploração do assunto em questão.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO....................................................................................................8
CAPÍTULO I
Uma Breve História da Língua Portuguesa ........................................................9
CAPÍTULO II
A História do Ensino de Língua Portuguesa no Brasil......................................17
CAPÍTULO III
O Papel da Universidade no ensino de Língua Portuguesa para formação de
um profissional no mercado de trabalho ..........................................................24
CONCLUSÃO ..................................................................................................30
ANEXOS ..........................................................................................................32
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................35
ÍNDICE .............................................................................................................36
8
INTRODUÇÃO
A partir da pesquisa realizada com diversos graduados, de várias áreas,
tanto de universidades particulares quanto públicas, o questionamento sobre a
qualidade, a defasagem do ensino de Língua Portuguesa e as possíveis
soluções aplicadas ao ensino superior serão apresentadas aqui.
A partir da constatação de que a língua portuguesa, língua materna dos
brasileiros estudada desde a infância, apresenta um grande número de
pessoas que possuem dúvidas e não se sentem seguras para usar o português
corretamente é que este estudo foi realizado.
Será abordado também o estudo da Língua Portuguesa ao longo dos
ensinos fundamental e médio; as deficiências que são deixadas durante esse
percurso e as lacunas que poderiam ser sanadas no Ensino Superior.
Para tal elaboração faz-se necessário, para uma melhor fundamentação,
a inclusão de uma breve História da Língua Portuguesa, assim como, uma
breve História da Língua Portuguesa no Brasil. Dessa forma, com a história
sendo demonstrada fica evidenciado e de mais fácil entendimento possíveis
falhas e dificuldades que são encontradas no ensino do português.
Parâmetros curriculares, Leis e dados do MEC serão fonte de consulta e
demonstração de alguns dados relevantes para o questionamento de situações
encontradas no ensino brasileiro.
Com o intuito de encontrar e apresentar possíveis soluções para sanar
qualquer tipo de dúvida em Língua Portuguesa, para o estudante que chega ao
ensino superior e, logo será um profissional que atuará no mercado de trabalho
é que este estudo foi elaborado.
9
CAPÍTULO I
Uma breve história da Língua Portuguesa
O Português desenvolveu-se na parte ocidental da Península Ibérica,
mais precisamente na região de Portugal e da Galícia, tem como origem a
modalidade falada do Latim influenciada pelos soldados romanos que deram
sua contribuição com a versão mais vulgar ou popular do mesmo.
Após a queda do Império Romano e das invasões bárbaras do século V,
a língua portuguesa começou a diferenciar-se das outras línguas românicas.
Os bárbaros absorveram a língua e a cultura da Península Ibérica, uma vez
que, as escolas e a administração fecharam tornando as comunidades isoladas
enquanto o latim vulgar expandia-se.
Outro fator que influenciou o português foi a invasão moura na Península
Ibérica que transformou a língua da administração das áreas conquistadas
adicionando, assim, palavras árabes que são usadas no vocabulário português
até os dias atuais.
Com a Reconquista (domínios de terra antigos sendo recuperados pelos
cristãos) o então chamado, naquela época, galego-português firma-se como a
língua do território Português. A separação entre o galego e o português se
iniciará com a Independência de Portugal em 1185.
Entre os séculos XIV e XVI, a Língua Portuguesa torna-se presente em
várias regiões da Ásia, África e América em função das viagens feitas pelo
império de Portugal e, por sua vez, causando influências dessas regiões na
língua.
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No período do Renascimento aumenta o número de palavras em Latim e
em Grego influenciadas por outros países como a Espanha e Itália.
No século XVI, as primeiras gramáticas surgem e com elas a definição
de morfologia e sintaxe definem-se. É nesta época que é lançado o livro “Os
Lusíadas” de Luís de Camões (1572). Nesta mesma época, a Espanha
governa Portugal e palavras castelhanas são incorporadas ao Português.
No século XVIII, com a influência francesa, ocorre uma ruptura entre o
português falado na metrópole e o português falado na colônia.
Nos séculos XIX e XX, o vocabulário português recebe novas
contribuições pois surgem termos de origem greco-latina para designar os
avanços tecnológicos da época como o automóvel e a televisão e termos
técnicos oriundos do inglês em ramos como as ciências médicas e a
informática.
Atualmente, a quantidade de pessoas que falam o português está em
torno de 240 milhões de pessoas. A língua portuguesa é a quinta língua mais
falada do planeta e usada na internet além de ser a terceira entre as línguas
ocidentais.
O Português é a língua oficial de nove países em quatro continentes:
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São
Tomé e Príncipe e Timor Leste.
A Língua Portuguesa possui estatuto oficial na União Européia, no
Mercosul, na União Africana, na Organização do Estados Americanos, na
União Latina, na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e na
Associação dos Comitês Olímpicos de Língua Oficial Portuguesa.
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A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa foi criada em 1996
com o intuito de aumentar a cooperação e o intercâmbio cultural, assim como,
uniformizar e difundir a língua portuguesa. É constituída por 8 países: Angola,
Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e
Príncipe e Timor Leste; distribuídos em 5 continentes: América, Europa, África,
Ásia e Oceania. Além de membros plenos e efetivos há observadores
associados e consultivos.
Seguindo essa mesma linha histórica de acontecimentos foi criado em
1990 o Acordo Ortográfico de Língua Portuguesa. Seu objetivo é criar uma
ortografia unificada do Português e ser usado por todos os países de língua
oficial portuguesa, aumentando também o prestígio internacional da língua. A
simplificação do idioma é outro fator muito importante e extremamente debatido
entre os países participantes. Adotado no Brasil desde o início de 2009 com
um prazo de tolerância de até 31 de dezembro de 2012. Porém, a partir do
início do ano de 2013, as novas regras serão obrigatórias no Brasil.
Outro movimento em função do crescente número de pessoas que falam
a língua portuguesa é o de tornar o português uma da línguas oficias da
Organização da Nações Unidas, atualmente uma das causas do Movimento
Internacional Lusófono.
A Língua Portuguesa, a cada dia que passa, encontra mais usuários e
torna-se cada vez mais importante internacionalmente por fatores como a
economia crescente, por exemplo, no entanto, o seu crescimento maior
acontece no Brasil isoladamente e, por conseqüência deste fato, encontra
entraves para se firmar mundialmente na ONU.
12
1.1 Uma breve história da Língua Portuguesa no Brasil
O início da colonização portuguesa no Brasil começou no litoral entre os
estados da Bahia e do Rio de Janeiro, nessas localidades viviam comunidades
de famílias da tribo indígena Guarani e Tupi. Uma comunicação entre os
colonizadores (padres jesuítas em sua maioria), escravos africanos, imigrantes
e os nativos foi sendo estabelecida através de dialetos e idiomas indígenas do
tupi-guarani, em especial o tupinambá, um dos dialetos do Tupi. Essa língua foi
documentada pelos jesuítas para a catequização do índios e, em 1595, o Padre
José de Anchieta registrou em sua “Arte da gramática da língua mais usada da
costa do Brasil”.
Em 1757, a utilização do tupi foi proibida por uma Provisão Real. Tal
medida foi possível porque o tupi já estava sendo substituído pelo português
em função da chegada dos imigrantes da metrópole. Com a expulsão dos
jesuítas, em 1759, o português fixou-se como o idioma no Brasil.
Com o fluxo de escravos trazidos da África para o cultivo da cana-de-
açúcar na capitania de São Vicente (São Paulo atualmente), na Bahia e em
Pernambuco, a língua falada na colônia recebeu novas contribuições com o
Ioruba (Nigéria) e o Quimbundo (Angola).
Em razão das navegações portuguesas nos séculos XV e XVI, o
Português tornou-se um dos idiomas presentes em vários continentes.
Um afastamento entre o português brasileiro e o europeu ocorreu
quando a língua falada no Brasil colonial não acompanhou as mudanças
ocorridas no falar português durante o século XVIII.
13
Uma reaproximação ocorreu entre 1808 e 1821 quando a família real
portuguesa transferiu-se para o Brasil com toda sua corte.
Em 1822, após a independência, o português falado no Brasil sofreu
influências de imigrantes europeus que se instalaram no centro e sul do país.
Esse fato explica alguns sotaques e algumas mudanças de fonemas que
existem entre as regiões do país.
No século XX, a distância entre a fala portuguesa e a brasileira do
português aumentou em razão dos avanços tecnológicos. Não existindo uma
unanimidade para a incorporação de novos termos à língua certas palavras
passaram a ter formas diferentes nos dois países (comboio e trem, autocarro e
ônibus).
O movimento romântico do início do século aumentou o projeto de
criação de uma literatura nacional caracterizada pela variedade brasileira da
língua portuguesa.
Em 1922, a necessidade de romper com os modelos tradicionais
portugueses e privilegiar as peculiaridades do falar brasileiro conquistou, de
uma vez por todas, pelos modernistas, literariamente a norma brasileira.
A fim de explicitar as importantes influências Tupi e Africana que a
Língua Portuguesa sofreu ao longo de sua história, abaixo, seguem palavras
com origem nesses idiomas que foram incorporadas ao vocabulário de Língua
Portuguesa.
Contribuições do Tupi ao Português
Topônimos (Nomes de lugares)
Abaeté, Andaraí, Aracaju, Anhangabaú, Atibaia, Araxá, Baependi, Bagé,
Bauru, Borborema, Butantã, Caçapava, Cabuçu, Caju, Carioca, Catete,
Catumbi, Cambuquira, Gamboa, Guanabara, Guaratiba, Jacarepaguá,
Jurujuba, Inhaúma, Irajá, Icaraí, Itajaí, Maracanã, Pavuna, Pará, Paraná,
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Paranaguá, Paranaíba, Paraopeba, Paranapanema, Tijuca, Taubaté,
Tamandaré, Tabatinga, Sumaré
Antropônimos
Araci, Baraúna, Cotegipe, Caminhoá, Guaraciaba, Iracema, Iraci, Jaci,
Juraci, Jurema, Jupira, Jucá, Moema, Piragibe, Sucupira, Ubirajara, Araripe,
Sinimbu, Bartira, Graciema, Inaiá, Irani, Jacira, Jandira, Iara, Oiticica
Flora
Abacaxi, brejaúva, buriti, carnaúba, capim, caruru, cipó, jacarandá,
jaboticaba, peroba, pitanga, canjarana, caroba, jiquitibá, mandioca, aipim,
imbuia, ingá, ipê, sapé, taquara, tiririca, araticum, maracujá, caju, caatinga.
Fauna
Araponga, acará, caninana, capivara, coati, curiango, curió, gambá,
irara, jacu, jaburu, jararaca, juriti, lambari, nhambu, mandi, paca, piranha, sabiá,
sanhaço, maitaca, saúva, tamanduá, siriema, tanajura, tatu, urubu, saracura,
surubi, sucuri, sagüi.
Usos, Costumes, Crenças, Moléstias.
Arapuca, jacaá, pari, tipiti, urupema; moqueca, curau, mirandó; saci,
caipora, curupira, cuca; sapiroca, catapora, sapiranga; pororoca, piracema,
carijó, sambanga, sarambê, punga.
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Contribuições Africanas ao Português
Da Língua Nagô
Ogum, Orixá, vatapá, abará, cará, acarajé, afurá, alujá, babalaô,
babalorixá, Exu, orô, Oxum, Xangô, aberém, acassá, afofiê, agogô.
Do Quimbundo
Moleque, cachimbo, quitanda, maxixe, samba, molambo, bangüê,
banzar, caçula, cafuné, camundongo, canga, carcunda, cochilar, dengue, fubá,
marimbondo, marimba, birimbau, mocambo, muxiba, quitute, senzala, sungar,
xingar.
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CAPÍTULO II
A História do ensino da Língua Portuguesa no Brasil
O ensino de Língua Portuguesa no Brasil esteve voltado para os
conteúdos gramaticais por ser influenciado historicamente pelo ensino do
Latim, além disso, destinava-se a uma elite que valorizava a gramática
normativa baseada na norma padrão.
As camadas populares não tinham acesso à escola, uma vez que, as
vagas eram escassas.
Em 1939, a gramática histórica já tinha adquirido uma nova dimensão,
graças ao ensino universitário da língua materna. Tinha como representante o
filólogo Ismael de Lima Coutinho, Gramática histórica (1938) - que praticava o
método histórico-comparativo.
Em 1952, a Estilística começava a ocupar um espaço no ensino, com a
publicação do livro Contribuição para uma estilística da Língua Portuguesa, de
Mattoso Câmara.
Em 1956, no campo da Lingüística, Mattoso Câmara publica o Dicionário
de fatos gramaticais, depois Dicionário de filologia e gramática, hoje Dicionário
de lingüística e gramática, onde novos termos gramaticais e seus conceitos
foram apresentados.
Em 1959, nos ensinos primário e secundário cada professor seguia a
sua linha. Diante disso, o Ministério da Educação e Cultura solicitou a um
grupo de gramáticos reunir termos técnicos gramaticais para ser empregados
uniformemente em todo o país. Tratava-se da Nomenclatura Gramatical
Brasileira que se encontra em vigor até os dias atuais.
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Na década seguinte, as pesquisas sinalizaram a crise do ensino. O alvo
da alfabetização em massa, perseguido desde a Constituição de 1946,
continua inatingível. Surge então a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, sob o número 4024/61. Esta lei determina que “a educação é direito
de todos e será dada no lar e na escola” (Art.2º); entretanto, em parágrafo
único, admite a insuficiência de escolas e a possibilidade de encerramento de
matrícula em caso de falta de vagas embutindo a responsabilidade da
educação para família.
A Lei 4024/61 cria os Conselhos Estaduais de Educação para tentar
melhorar a qualidade do ensino. São levados em consideração: a variedade
dos cursos, a flexibilidade dos currículos e a articulação dos diferentes graus
(Art.12).
Em 1964, destaca-se a conferência realizada por Celso Cunha no MEC
sobre o tema “O ensino da língua nacional”.
Ainda nessa década, a situação começa a se transformar com o
processo de democratização da escola em conseqüência de um novo modelo
econômico. Com a ditadura militar passa-se a buscar o desenvolvimento do
capitalismo mediante a expansão industrial. A proposta educacional passa a
ser condizente com a expectativa de se atribuir à escola o papel de fornecer
recursos humanos que permitam ao Governo realizar a expansão industrial.
Com o povo conquistando o direito à educação, a escola pública começa
a mudar. As escolas públicas não são mais freqüentadas pelos filhos das
camadas mais privilegiadas da população. Aos poucos, o aspecto elitista da
escola pública desaparece. Cria-se o critério de carência para o ingresso nas
escolas públicas. Os professores, até então, acostumados com alunos
distintos, onde ministravam a norma padrão culta, agora se sentiam
despreparados para enfrentar esta situação.
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Mas não foram apenas os alunos que mudaram. Os professores também
mudaram nos primeiros sessenta anos do século, pertenciam a uma elite sócio-
cultural. No Rio de Janeiro, formados pelas Escolas Normais, eram a elite do
Magistério Público. O prestígio do Magistério começa a se desfazer com a nova
política salarial. As classes média e alta que antes optavam pelo Magistério
passam a interessar-se por outras profissões mais rentáveis. Começa a
evasão no Magistério e a mudança de perfil do professor. Em conseqüência
dessa mudança, a qualidade do ensino decresce. As classes mais privilegiadas
começam a abandonar a escola pública e a procurar as instituições particulares
de formação religiosa. No Rio de Janeiro esse fato é visível em escolas como:
São Bento, Santo Agostinho entre outros.
Nessa época é sancionada a Nova Lei de Diretrizes e Bases, a 5692/71,
que estabelece a língua nacional como instrumento de comunicação e
expressão da cultura brasileira. A partir de então, a disciplina Língua
Portuguesa passa a ser Comunicação e Expressão (1ª à 4ª série - Primário -
1o. Grau); Comunicação e Expressão em Língua Portuguesa (5ª à 8ª série -
Ginásio - 1o. Grau), só se configurando como Língua Portuguesa e Literatura
Brasileira no Científico (2o. Grau).
Diante da nova realidade o professor perguntava-se como ensinar
análise literária a um aluno que nem reconhecia um adjetivo ou um substantivo.
Opta-se por um ensino com a língua voltada para a oralidade e adequada à
nova realidade que assola as escolas.
Cada vez mais, o ensino torna-se menos normativo e menos rigoroso
em relação aos padrões cultos da língua. Ensinar gramática passou a ser coisa
ultrapassada. Em decorrência, esse ensino passa a configurar-se pela Teoria
da Comunicação: o aluno deve ser emissor e receptor de mensagens pela
utilização de códigos verbais e não-verbais.
20
A língua é valorizada como instrumento de comunicação e, por
conseqüência, passa a ser ensinada com elementos de comunicação e
funções da linguagem.
O professor que ensinasse gramática era considerado desprestigiado.
As gramáticas de Bechara, Celso Cunha e Rocha Lima foram substituídas por
outras que, para facilitar a aprendizagem, ensinavam através da ilustração.
Livros didáticos explorando cores e recursos gráficos em detrimento do
conteúdo foram surgindo. A interpretação de textos não era mais produzida
pelo professor junto a seus alunos. As perguntas eram de resposta óbvia sem
exigir nenhum tipo de reflexão. Dava-se ênfase a textos jornalísticos e
publicitários ignorando-se os literários. Havia destaque para textos não-verbais
e histórias em quadrinhos.
Desde o final dos anos 70 decidiu-se pela inclusão de redações em
provas e exames vestibulares, acreditando-se em que se teria nessa atitude
uma solução para a crise. Esqueceu-se de que para a melhoria da expressão
dos alunos, não basta o domínio da técnica de redação. Fazer uma boa
dissertação não consiste em estar ciente de que se devem utilizar alguns
parágrafos, sendo um de introdução, dois ou três de desenvolvimento, um de
conclusão. Surge uma mudança de atitude do professor quanto às atividades
de produção textual de seus alunos e como avaliar essa produção. O que se
cobrava nas redações era a obediência ao padrão culto da língua e se
esquecia de que o problema da produção textual é a interlocução.
Tentando resolver o problema, que ainda se mantém, e orientar os
professores, as editoras lançam inúmeros manuais de redação e os distribuem
entre os professores. Entre esses, destaca-se a série Criatividade, de Samir
Curi Meserani, série essa que realmente explorava e estimulava a capacidade
criadora do aluno de forma espontânea e gradual.
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Entre uma enorme quantidade de manuais o mais conhecido era de
Othon Moacir Garcia, Comunicação em prosa moderna, cuja leitura deveria ser
recomendada a todo professor pois ensina a escrever aprendendo a pensar.
Na década de 80 vários professores cursaram pós-graduação, mestrado
e doutorado, e a partir desse estudo, apresentam alternativas para a melhoria
do ensino de Língua Portuguesa e publicam dissertações e teses que
questionam a gramática normativa. Grandes nomes da Lingüística e da
Gramática se manifestam, entre eles: Carlos Franchi, Sírio Possenti, Luiz
Carlos Travaglia, João Wanderley Geraldi, Luiz Percival Leme Britto, Rodolfo
Ilari, Carlos Eduardo Falcão Uchôa, Magda Soares, Luiz Marques de Souza.
Algumas editoras, como a Princípios - da Ática, criam coleções que buscam o
questionamento e a reflexão.
A partir de 1985, os exames vestibulares constatam a permanência do
despreparo dos vestibulandos que redigem mal e não entendem o que lêem.
Percebe-se que a preocupação maior é com a ortografia esquecendo-se da
expressão como produção escrita. Em busca de uma solução, leitura e redação
passam a ser exigidas em provas nas escolas de 1º e 2º graus (atual ensino
fundamental e médio). Os alunos lêem livros impostos pelos professores e, em
grande parte das vezes, inadequados à sua faixa etária e grau de cultura.
Colégios tradicionais aumentam a carga horária de Português. Em
cursos pré-vestibulares, cria-se a disciplina Técnica de Redação, cujo objetivo
é preparar os alunos para as dissertações dos exames vestibulares,
dissertações essas que devem apresentar coesão e coerência, além de
parágrafos definidos com o propósito de se estabelecer introdução,
desenvolvimento e conclusão.
É nesse momento de crise que se faz ouvir a voz de Evanildo Bechara
posicionando-se contra a opressão lingüística na obra Ensino da gramática.
Opressão? Liberdade? (1986), que provocou muita discussão desencadeando
22
uma série de outras produções de diferentes autores. Nesse trabalho, após um
levantamento histórico do comportamento pedagógico, em relação ao ensino
de gramática normativa, nas décadas de 70 e 80, o autor conclui que a
“perseguição” à gramática normativa é tão errada quanto o privilégio dedicado
ao código oral, coloquial, em detrimento do dialeto padrão. Segundo o mesmo,
ambas as atitudes “são de natureza monolíngüe” e desprezam o fato de que
“cada falante é um poliglota na sua própria língua”.(BECHARA, 1986, p.12-13).
Sobressai também o nome de Celso Cunha aliado ao de Lindley Cintra
que juntos produzem em sua Nova gramática do português contemporâneo.
Ainda na década de 80, destaca-se Celso Pedro Luft com a publicação,
em 1985, de Língua e Liberdade: por uma nova concepção da língua materna.
Nesta obra, Luft afirma não ser contra a gramática. O que o preocupa é o
ensino opressivo da mesma. Segundo Luft, o que falta ao educando é liberar o
que já conhece e ampliar suas capacidades através de uma “prática sem
medo, um ensino sem opressão”( LUFT, 1985, p.12).
Faltava uma posição metodológica que surgiu de autores como: Franchi,
Travaglia, Possenti e Geraldi, que defendem a gramática reflexiva como a
melhor maneira de ensino.
Em 1987, Carlos Franchi - “Criatividade e gramática”, faz críticas à
criatividade na renovação do ensino gramatical e à gramática pelo modo como
é concebida e praticada nas escolas juntamente com o preconceito lingüístico.
Em conseqüência, observa que as atividades metalingüísticas em nada
contribuem para o desenvolvimento da criatividade. A solução seria um
trabalho reflexivo sobre a linguagem para se descobrir a riqueza das diferentes
formas de expressão.
Todo esse movimento em torno do ensino de língua materna leva o
Conselho Federal de Educação a estabelecer a medida de retorno da disciplina
Português, eliminando as denominações relativas à Comunicação.
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Ocorre uma nova atitude, esperada, frente ao ensino de língua materna.
Paralelamente, novas ciências lingüísticas, como a Sociolingüística e a
Pragmática, desenvolvidas nesse período, começam a influenciar o ensino de
língua portuguesa.
A década de 90 representa uma evolução. A UFRJ e a UNICAMP
começam a mudar o Vestibular. As provas, não mais de múltipla escolha,
revelam amadurecimento na elaboração e preocupação com a expressão
escrita dos candidatos, em questões que exigem reflexão e conhecimento da
língua. As redações também começam a mudar de feição, diante de textos
variados, em diferentes linguagens, abordando um mesmo núcleo temático, o
aluno é incitado a produzir seu próprio texto.
Nas universidades começa-se a discutir o tema “ensino de língua
materna” e inúmeros congressos são realizados em todo o Brasil divulgando os
atuais estudos.
Nos últimos anos, nota-se uma maior preocupação com a formação dos
professores de Letras. O governo brasileiro incentiva e cobra a pós-graduação.
Criam-se os PCNs (Planejamento de Currículo Nacional), visando a orientar e
padronizar o ensino. Algumas instituições adotam o ENEM (Exame Nacional do
Ensino Médio) como base de ingresso nas universidades, compondo a primeira
fase do exame vestibular.
No governo Fernando Henrique Cardoso, o MEC implanta o chamado
“Provão” com a finalidade de avaliar o aproveitamento dos alunos formados
pelas universidades brasileiras. Sentindo-se expostas, essas Universidades
voltam a atenção a seus currículos e reavaliam seu corpo docente
preocupando-se em contratar novos professores com formação em mestrado e
doutorado.
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A LDB nº 9394, de 20/12/1996, estabelece, em seu Art.36, que a língua
portuguesa será instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e
exercício da cidadania. Os ensinos de 1º e 2º graus passam, respectivamente,
a ensinos fundamental e médio.
No quadro atual, vive o professor de Português uma situação em que as
opiniões de estudiosos convergem para a posição de que o ensino de
Português deve privilegiar o texto com as novas contribuições da Linguística
atual focalizando gêneros diversos, embora, a maioria dos professores tenha a
falta de fundamentos teóricos e metodológicos consistentes direcionados para
o ensino da leitura e da produção textual.
No entanto, em contato com professores do ensino fundamental e
médio, o conteúdo programático que ainda é mais exigido nas escolas e pelas
famílias é o de tópicos gramaticais, dispostos em seqüência de série para
série, sem um critério lingüístico e pedagógico justificado. Em muitos colégios,
ainda há a separação rígida entre aulas de gramática e aulas de redação,
inclusive com professores distintos, o que só reforça o destaque a ser atribuído
ao ensino da gramática como conteúdo único.
24
CAPITULO III
O Papel da Universidade no ensino de Língua Portuguesa para
Formação de um Profissional no Mercado de Trabalho
Ao longo da história o que fica evidenciado é a mudança do ensino de
Língua Portuguesa de uma forma mais rígida e normativa, para uma forma
mais liberal e coloquial, na qual os resultados não foram positivos, causando,
assim, um retorno e uma valorização, nos últimos anos, dos professores de
Língua Portuguesa e da importância do ensino de gramática com um novo
olhar.
Todas essas mudanças explicam os déficts em Língua Portuguesa
encontrados nos alunos que ingressam o ensino superior e, em conseqüência,
os profissionais que saem para o mercado de trabalho.
Seguindo essa linha de raciocínio o que se propõe neste capítulo, no
ensino superior, é a análise dos alunos que ingressam à Universidade, no
quesito Língua Portuguesa, pelo professor de Português, para que ele possa
identificar quais são as maiores falhas encontradas ao longo do aprendizado da
Língua materna nos ensinos fundamental e médio, atuando, dessa forma, para
sanar os déficits.
O que se pretende com essa triagem é que o professor possa atuar nos
pontos críticos de dúvidas de cada aluno, ao longo do ensino superior, para
que se forme um profissional no mercado de trabalho que saiba
verdadeiramente o Português independente da área de atuação do mesmo.
A partir de uma simples pesquisa feita com alunos graduados de
instituições particulares e públicas de diversas formações pode-se chegar a
conclusões lógicas na maneira de atuação do ensino de Língua Portuguesa
para sanar falhas deixadas ao longo do ensino.
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Segue as 3 (três) perguntas elaboradas e, posteriormente, respondidas
pelos profissionais do mercado de trabalho:
Pergunta 01 - Qual a sua formação no Ensino Superior?
Pergunta 02 - Qual a sua maior dificuldade em Língua Portuguesa?
Pergunta 03 - Se você tivesse (ou teve) aulas de Língua Portuguesa
no Ensino Superior, quais os principais assuntos que você gostaria que
fossem revistos ou trabalhados?
Com esse questionário obtêm-se dados conclusivos quanto a maior
dificuldade do aluno em Língua Portuguesa e quais os principais assuntos que
precisam ser trabalhados e revistos. Outro fator relevante é a conclusão de que
o déficit em Língua Portuguesa independe do curso de graduação do aluno, o
que na verdade, também revela um lado preocupante da educação brasileira: o
ensino do Português é deficiente em qualquer área de atuação salvo as
exceções.
Como pode ser visto no Anexo II, os resultados sobre a pesquisa são
interessantes e incitam a reflexão. Há graduados de áreas diferentes: Exatas,
Humanas e Saúde. A maior porcentagem é da área de Exatas seguida pela de
Humanas e, por fim, da área de Saúde. Sendo relevante ressaltar que a
porcentagem de alunos de cada área em nada tem haver com nenhuma das
outras respostas em específico.
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Quanto a dificuldade em Língua Portuguesa, os que não possuem
nenhuma ficaram em maior número, seguidos pela defasagem em Sintaxe e,
empatadas: Emprego de Pronomes, Acentuação e Pontuação. O último lugar
em porcentagem, no quesito dificuldade, ficou para Regras e Exceções.
Para sanar as dúvidas deixadas ao longo de todo ensino, os
entrevistados votaram da seguinte maneira: Interpretação e Construção de
Textos angariou 80% dos votos enquanto que Pontuação e Sintaxe dividiram
os outros 20% restantes.
O que fica claro nesta entrevista é que, independente da área de
graduação, as dúvidas existem, assim como, para surpresa de muitos outros,
também existem aqueles que não possuem nenhuma dificuldade, seja pela
facilidade de aprendizagem, seja pela boa educação da escola por onde
passaram, seja pela dedicação solitária ou interesse na matéria específica. O
fato é que muitos alunos saem da graduação com dificuldades em Língua
Portuguesa, dificuldades essas que poderiam ser sanadas se trabalhadas de
forma focada e com interpretação e produção de textos como foi demonstrado
no resultado da pesquisa.
O que este estudo propõem, através da pesquisa realizada, é, a cada
início de curso de graduação, ser realizado um questionário quanto as
principais dúvidas existentes em Língua Portuguesa. De acordo com os
resultados encontrados, o professor poderá trabalhar as dificuldades através da
produção de textos e correções dos mesmos. A cada novo período, os dados
sobre a situação de cada aluno deverá ser passado para o próximo professor
para que o mesmo possa dar continuidade ao trabalho.
O que os alunos necessitam neste nível de suas formações é o estudo
aplicado à realidade, uma vez que, o ensino passo a passo da Gramática já foi
dado ao longo do Ensino Fundamental e Médio.
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“Somos forçados a concluir que o estudo da gramática não oferece
um instrumento para atingir o grande objetivo da língua portuguesa
no primeiro e segundo graus. (Levar os alunos a ler e escrever
razoavelmente bem)”
Perini (1995: 27-28)
A gramática por si só não é suficiente para a aprendizagem prática da
língua porque o saber falar uma língua não é só ter competência gramatical,
domínio de regras. Existem outros saberes que se obtêm de outras formas,
como por exemplo: o saber elocucional: saber falar de uma maneira geral; o
saber expressivo: saber organizar textos em circunstâncias determinadas.
Essas atividades lingüísticas exigem do falante saber ler e produzir textos
diversificados sem que o mesmo esteja consultando uma gramática e suas
regras.
“...em uma doutrina absolutista, dirigida mais ou menos
exclusivamente à correção de pretensas impropriedades lingüísticas
dos alunos. A cada passo, o aluno que procura escrever encontra
essa arma apontada para a sua cabeça: “Não é assim que se escreve
(ou se fala)”, “Isso não é português” e assim por diante. Daí só pode
surgir aquele complexo de inferioridade lingüística tão comum entre
nós: ninguém sabe português - exceto, talvez, alguns poucos
privilegiados, como os que se especializam em publicar livros com
listas de centenas ou milhares de “erros de português”.”
Perini (1995: 33)
O papel do professor deve ser o da ampliação da competência
comunicativa do aluno, ou seja, da gramática internalizada deste. A gramática
internalizada é o conjunto de regras que o falante domina de acordo com a sua
realidade. Esta análise permite o levantamento de um perfil sociolingüístico
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dos alunos e serve de subsídio para a elaboração de estratégias pedagógicas
e de material didático adequado.
Não pode nunca o professor reduzir-se a mero receptor de
conhecimentos já produzidos, ao contrário, a orientação que deve prevalecer é
a de que a gramática tem assento na linguagem viva e, portanto, estará em
constante mudança.
O interessante dentro de uma orientação lingüístico-pedagógica é levar
os alunos a refletir sobre o já aprendido para aprender, em seguida, regras que
não sabem, ou que dominam precariamente, até as utilizarem
conscientemente, em situações próprias com a gramática internalizada com
que chegaram ao ensino superior.
Através de observações acumuladas e sistematizadas, ao longo do
ensino, trabalhadas em diversos textos, inclusive os textos produzidos pelos
próprios alunos, podem os mesmos melhor compreender o emprego, por
exemplo, de um complemento nominal e o uso adequado dele em suas
produções orais e escritas. Então, a partir desse momento, será de seu
conhecimento que o complemento nominal tem uma função específica na
linguagem.
“Ora. A educação lingüística põe em relevo a necessidade de que
deve ser respeitado o saber lingüístico prévio de cada um,
garantindo-lhe o curso na intercomunicação social, mas também não
lhe furta o direito de ampliar, enriquecer e variar esse patrimônio
inicial.”
Bechara (1985:11-12)
29
O importante é não pensar que tudo o que a gramática diz deve ser
ensinado à letra, a atitude crítica é sempre imprescindível. O ensino da
gramática é propício para tornar a prática de uma língua mais eficaz, porém, o
que defende-se aqui é o ensino da mesma não confinado e isolado mas
aplicado ao diversos conhecimentos que o aluno adquiriu ao longo da sua vida
acadêmica.
Antes de ser um livro de etiquetas sociais ou um manual descritivo, a
gramática é, de início, esse saber lingüístico que todo falante possui,
em um elevado grau de domínio e perfeição. Em segundo plano, a
explicitação formal do caráter abstrato e geral desse saber.
Uchoa (2007:32)
Nenhum falante identifica gramática com texto, qualquer texto traduz
várias referências à realidade extralingüística e lingüística, obedecendo a
princípios universais do pensamento e ao conhecimento que o homem tem de
certo tema.
Deve haver uma conexão entre ensino de gramática e ensino de
produção e compreensão de textos. O professor deve procurar aprender e
compreender como seus alunos empregam a sua gramática internalizada para
que o aluno, neste momento, no ensino superior, possa sanar as suas dúvidas
e, sair para o mercado de trabalho mais seguro e competente em sua língua
materna.
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CONCLUSÃO
Ao longo dos tempos ocorreram erros e acertos, avanços e retrocessos
no ensino de Língua Portuguesa como pôde ser visto neste estudo, porém, o
que pretende-se com o levantamento do assunto em questão é a busca da
excelência e da ausência de erros e dúvidas na Língua Materna acreditando
ser possível esta realidade através de um trabalho direcionado e aplicado com
seriedade. Não é uma tarefa fácil pois envolve pessoas além de um país
enorme com diversas diferenças sociais, culturais, regionais entre outras,
porém, toda e qualquer mudança necessita de um ponto de partida.
A gramática, por si só, não é suficiente para a aprendizagem prática da
língua. Saber falar uma língua pressupõe o saber elocucional (saber falar de
uma maneira geral) e o saber expressivo (saber organizar textos em
circunstâncias determinadas). A atividade lingüística exige para o falante saber
ler e produzir textos diversificados. Recorrer a algumas das regras de
concordância ou de acentuação gráfica pode diminuir o caminho da
aprendizagem assim como a influência da fala do professor e da prática da
leitura orientada de textos também.
Através da produção e interpretação de textos visando alargar o
conhecimento da língua, o lugar da gramática será secundário, o aluno deverá
adquirir um conhecimento mais reflexivo do sistema da língua.
A meta a ser atingida não é o mero conhecimento de termos, um
adjetivo representado por uma palavra ou por uma oração, o que se deseja é
mais do que uma análise formal e funcional do estudo do adjetivo, por exemplo.
Defende-se a formação de leitores e produtores textuais competentes e para
isso faz-se necessário reorientá-lo.
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A finalidade não é o de levar o aluno ao plano da consciência e da razão
puramente, mas, conduzir à reflexão sobre os recursos estruturadores e
funcionais para colocá-los em prática.
De acordo com o que foi demonstrado e defendido ao longo deste
estudo, levando em consideração a história da língua portuguesa, a história da
língua portuguesa no Brasil, a pesquisa realizada com os alunos graduados e
as possíveis soluções sugeridas no terceiro capítulo para sanar toda e qualquer
dúvida da língua portuguesa acredita-se que a realidade atual pode ser
modificada no sentido de desenvolver e evoluir o conhecimento do português
para que os alunos do ensino superior ao saírem para o mercado de trabalho,
possam atuar em sua área de formação, seja ela qual for, com segurança e
competência no uso de sua língua materna, o português.
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ANEXO 1
Pesquisa, através de questionário, para trabalho monográfico.
Tema: A Língua Portuguesa no Ensino Superior
Por: Jaqueline Soares Paixão
Pergunta 01 - Qual a sua formação no Ensino Superior?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Pergunta 02 - Qual a sua maior dificuldade em Língua Portuguesa?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Pergunta 03 - Se você tivesse (ou teve) aulas de Língua Portuguesa no
Ensino Superior, quais os principais assuntos que você gostaria que
fossem revistos ou trabalhados?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
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ANEXO 2
Gráficos de análise das respostas do questionário aplicado em
graduados.
Pergunta 01 - Qual a sua formação no Ensino Superior?
Pergunta 02 - Qual a sua maior dificuldade em Língua Portuguesa?
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Pergunta 03 - Se você tivesse (ou teve) aulas de Língua Portuguesa no
Ensino Superior, quais os principais assuntos que você gostaria que
fossem revistos ou trabalhados?
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BIBLIOGRAFIA
BECHARA, Evanildo. Ensino da gramática. Opressão? Liberdade?. São Paulo:
Ática, 1985.
CÂMARA JR, Joaquim Matoso. Estrutura da Língua Portuguesa. 11ª ed.
Petrópolis. Vozes. 1982.
CUNHA, Celso, CINTRA, Lindley. Nova gramática do português
contemporâneo. 3a. ed. Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 2001.
FRANCHI, Carlos. Criatividade e gramática. Trabalhos de lingüística aplicada.
Campinas, SP: UNICAMP, 1987.
LUFT, Celso Pedro. Língua e Liberdade (o gigolô das palavras); por uma nova
concepção da língua materna. 2a. Ed. Porto Alegre: L&M, 1985.
PERINI, Mário A. Para uma nova gramática do português. São Paulo:Ática,
1985.
UCHÔA, Carlos Eduardo Falcão, O ensino da gramática: caminhos e
descaminhos (Língua e ensino: reflexões e propostas). 1a. Edição. Rio de
Janeiro: Lucerna, 2007
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO.................................................................................. .........2
AGRADECIMENTO ...........................................................................................3
DEDICATÓRIA ..................................................................................................4
RESUMO ...........................................................................................................5
METODOLOGIA ................................................................................................6
SUMÁRIO ..........................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...................................................................................................8
CAPÍTULO I .......................................................................................................9
CAPÍTULO II ....................................................................................................17
CAPÍTULO III ...................................................................................................24
CONCLUSÃO ..................................................................................................30
ANEXOS ..........................................................................................................32
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................35
ÍNDICE ............................................................................................................36