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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
GESTÃO DE CARTEIRA DE FUNDOS DE INVESTIMENTOS:
AGREGANDO VALOR PARA O CLIENTE E DESENVOLVENDO O
PAÍS
Por: Ana Paula Silva de Arruda
Orientador
Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço
Rio de Janeiro
2008
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
GESTÃO DE CARTEIRA DE FUNDOS DE INVESTIMETOS:
AGREGANDO VALOR PARA O CLIENTE E DESENVOLVENDO O
PAÍS
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Finanças e
Gestão Corporativa
Por: . Ana Paula Silva de Arruda
4
DEDICATÓRIA
.....dedico primeiramente a Deus fonte
de todas as coisas e a todos aqueles que
de alguma forma tornaram a realização
deste trabalho possível.
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RESUMO
Os fundos de investimentos são um meio de investir bastante
democrático, pois possibilita que investidores de menor poder aquisitivo
também tenham acesso ao mercado de capitais, sendo considerado um
importante instrumento de captação de poupança interna. Mas para ser um
instrumento eficiente, é necessário que haja uma gestão de carteira qualificada
e direcionada aos diversos tipos de investidores e que seja capaz de
proporcionar uma relação risco x retorno que atenda adequadamente ao perfil
de cada investidor através da diversificação de ativos.
A gestão de carteiras de fundo de investimentos pode contribuir para o
desenvolvimento do mercado de capitais , para a formação de poupança
interna e ainda agregar valor para o cliente. Fundo de investimento é uma das
modalidades de investimentos que mais se desenvolveu no mercado de
capitais no Brasil na última década, e são constituídos sob forma de
condomínio, onde um conjunto de investidores aplicam seus recursos com
objetivo de obter ganhos financeiros, a partir de aquisição de uma carteira de
títulos ou valores mobiliários, visando diluir o risco e aumentar o potencial de
retorno.
Foi elaborado um estudo dos efeitos da diversificação de ativos, gestão
de risco, comparativos entre os diversos tipos de investimentos existentes no
mercado de capitais com enfoque nos valores que serão gerados para os
investidores e para o país, mostrando a importância da gestão de carteira de
investimentos para os diversos perfis de investidores e a sua contribuição para
o fortalecimento do nível de poupança interna e do mercado de capitais.
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METODOLOGIA
Foi realizado um trabalho de pesquisa explicativo, pois tem como
principal objetivo justificar os motivos, visando, portanto, apresentar os fundos
de investimentos, como mais um instrumento viável para o desenvolvimento
econômico do país.
A pesquisa foi bibliográfica, porque para a fundamentação
teórico-metodológica do trabalho, foi realizada uma investigação sobre os
seguintes assuntos: sistema financeiro nacional, fundos de investimentos,
gestão do risco e gestão de carteiras.
Foi utilizado também alguns exemplos práticos, para melhor
ilustrar o entendimento dos assuntos abordados.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I – O Sistema Financeiro Nacional 09
CAPÍTULO II – Fundos de Investimento 18
CAPÍTULO III – Gestão de Risco 31
CAPÍTULO IV – Gestão de Carteira de Fundos de Investimentos 40
CONCLUSÃO 54
LISTA DE FIGURAS 56
BIBLIOGRAFIA 57
ÍNDICE 58
FOLHA DE AVALIAÇÃO 61
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INTRODUÇÃO
Os fundos de investimentos têm um papel importantíssimo no
desenvolvimento econômico do país, pois capta recursos que podem ser
utilizados para o financiamento de investimentos privados e é uma forma de
acesso dos pequenos investidores ao mercado de capitais.
A indústria de fundos de investimentos no Brasil vem tendo nas
últimas décadas um forte crescimento, devido às suas vantagens com relação
aos demais tipos de investimentos, pois proporciona rendimentos atrativos e
compartilhamento dos custos e riscos, além de contar com uma gestão de
carteira especializada, voltada para a obtenção de resultados de acordo com
as características de cada tipo de fundo de investimento.
O capítulo 1 apresenta a estrutura do Sistema Financeiro Nacional e o
papel dos principais órgãos que compõem o Subsistema Normativo e o
Subsistema de Intermediação, a composição do mercado financeiro e os
principais ativos que são negociados no mercado de capitais.
O capítulo 2 aborda os Fundos de Investimentos, na qual iremos
estudar suas principais características, tipos de fundos disponíveis no
mercado, tributação, composição, normativos legais e regulamentos.
O capítulo 3 mostra a importância da gestão do risco nos diversos
produtos de investimentos disponíveis no mercado e quais são as principais
ferramentas utilizadas no acompanhamento e prevenção dos riscos, visando
minimizar eventuais perdas nos investimentos.
O capítulo 4 discorre sobre a gestão de carteiras de fundo de
investimentos, uma vez que os fundos são compostos por carteiras, onde o
administrador e/ou gestor aplica os recursos disponibilizados pelos investidores
de acordo com o regulamento do fundo de forma a cumprir os objetivos da
política de investimentos do fundo, fazendo a seleção de ativos que melhor se
encaixem no perfil do fundo, se utilizando das ferramentas necessárias para o
obtenção dos resultados esperados.
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CAPÍTULO I
O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
Sistema Financeiro é um conjunto de instituições e instrumentos
financeiros que possibilitam a transferência de recursos dos ofertadores finais
para os tomadores finais, e que criam condições para que esses títulos e
valores mobiliários tenham liquidez no mercado.
Todo processo de desenvolvimento de uma economia exige a
participação crescente de capitais, que são identificados por meio da poupança
disponível em poder dos agentes econômicos e direcionados para os setores
produtivos carentes de recursos mediante intermediários e instrumentos
financeiros. E é em função desse processo de distribuição de recursos no
mercado que se evidencia a função econômica e social do sistema financeiro.
1.1 – Histórico do Sistema Financeiro Nacional
Até 1964, o SFN – Sistema Financeiro Nacional necessitava de uma
estruturação racional para atender às necessidades e carências da sociedade.
Dificuldades históricas na condução da política econômica impunham uma
revisão geral das normas e procedimentos.
A revisão do SFN ocorreu a partir de abril de 1964 com a edição de
Leis básicas de reordenamento da política econômica brasileira:
a) Lei da Correção Monetária (4.357/64);
b) Lei do Plano Nacional da Habitação (4.380/64);
c) Lei da Reforma do Sistema Financeiro Nacional (4.595/64);
d) Lei do Mercado de Capitais (4.728/64);
e) Lei da CVM (6.385/76);
f) Leis das S.A. (6.404/76); e
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g) Nova Lei das S.A. (10.303/01).
1.2 – Subsistema Normativo e Subsistema de Intermediação
Podemos observar na figura 1, apresentada por Assaf Neto (2000, p.
62) que o SFN é constituído por um subsistema normativo e por outro de
intermediação. O subsistema normativo regula o subsistema de intermediação.
Essa regulação e controle são exercidos através de normas legais, expedidas
pelas autoridades monetárias, ou pela oferta seletiva de crédito levada a efeito
pelos agentes financeiros do governo. Já o subsistema de intermediação atua
em operações de intermediação financeira.
1.2.1 – Subsistema Normativo
O subsistema normativo é responsável pelo funcionamento do
mercado financeiro e de suas instituições, fiscalizando e regulamentando suas
atividades por meio principalmente do Conselho Monetário Nacional (CMN) e
do Banco Central do Brasil (BACEN). A Comissão de Valores Mobiliários
(CVM) é um órgão normativo de apoio ao sistema financeiro, atuando mais
especificamente no controle e fiscalização do mercado mobiliário (ações e
debêntures).
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1.2.2 – Subsistema de Intermediação
O subsistema de intermediação é composto por instituições
bancárias e não-bancárias, de acordo com a capacidade que apresentam de
emitir moedas, instituições auxiliares do mercado, e instituições definidas como
não financeiras, porém integrantes do mercado financeiro.
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Figura 1 – Estrutura do Sistema Financeiro Nacional – Fonte: Mercado Financeiro –
Assaf Neto, Alexandre – p.62.
Sistema FinaceiroNacional
SubsistemaNormativo
Subsistema deIntermediação
Conselho MonetárioNacional
ComissõesConsultivas
Banco Central doBrasil
Comissão deValores Mobiliários
InstituiçõesEspeciais
Banco do Brasil
Banco Nacional deDesenvolvimento
Econômico e Social
Caixa EconômicaFederal
InstituiçõesFinanceirasBancárias
InstituiçõesFinanceiras Não
Bancárias
Sistema Brasileirode Poupança e
Empréstimo
InstituiçõesAuxiliares
Instituições NãoFinanceiras
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1.3 – Composição do Mercado Financeiro
O mercado de valores mobiliários é composto pelos seguintes órgãos e
agentes:
a) Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – é o órgão regulador e
disciplinador do funcionamento do mercado de capitais brasileiro.
Exerce o papel de uma das instituições responsáveis pelo processo
de formação da poupança e desenvolvimento econômico. Assim,
ao oferecer aos investidores condições de segurança e
operacionalidade no mercado de capitais, contribui para o processo
de capitalização das empresas, dispersão da propriedade e
melhoria da locação de recursos no setor produtivo.
b) Bolsa de Valores (BV) – são associações civis sem fins finalidades
lucrativas, cujo patrimônio é constituído por títulos patrimoniais
adquiridos por seus membros, as sociedades corretoras. A
essência da existência da bolsa de valores é proporcionar liquidez
aos títulos negociados atuando por meio de pregões contínuos. As
bolsas mantêm um local onde são negociados os títulos e valores
mobiliários de pessoas jurídicas públicas e privadas. Para tanto,
devem apresentar todas as condições necessárias para o perfeito
funcionamento dessas transações, tais como organização, controle
e fiscalização.
c) Banco de Investimento (BI) – são entidades privadas,
especializadas em operações de participação ou financiamento, a
médio e a longo prazo, para suprimento de capital fixo ou de
movimento (capital de giro), mediante a aplicação de recursos
próprios e captação, intermediação e aplicação de poupança de
terceiros. Além do capital próprio, os bancos de investimentos
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contam com uma ampla pauta de alternativas para captar recursos,
tais como recibos e certificados de depósitos a prazo.
d) Sociedades Corretoras (SC) – são instituições financeiras que
operam com compra, venda e distribuição de títulos e valores
mobiliários (inclusive ouro) por conta de terceiros. Sua constituição
depende de autorização do Banco Central, e o exercício de sua
atividade depende de autorização da Comissão de Valores
Mobiliários e, como tal, elas podem operar nos recintos das bolsas
de valores e mercadorias.
e) Sociedades Distribuidoras (SD) – são entidades intermediadoras de
títulos e valores mobiliários, cujos objetivos se assemelham
bastante aos das corretoras, sendo que não operam no recinto das
bolsas de valores e mercadorias.
f) Agentes Autônomos (AA) – são pessoas físicas credenciadas pelas
instituições financeiras intermediadoras (corretoras, distribuidoras,
bancos e financeiras) para atuarem na colocação de títulos e
valores mobiliários e outros serviços financeiros no mercado,
operando em troca do recebimento de uma comissão. Esses
profissionais, da mesma forma que as instituições financeiras, são
fiscalizados pelo Banco Central e pela Comissão de Valores
Mobiliários.
g) Investidores Institucionais (II) – são instituições que dispõem de
vultosos recursos mantidos em certa estabilidade e destinados à
reserva de risco ou à renda patrimonial e que investe parte dos
mesmos no mercado de capitais.
h) Fundos de Investimento (FI) – são constituídos sob forma de
condomínio aberto onde participam as pessoas físicas e jurídicas
que reúnem recursos para aplicação em carteira diversificada de
títulos e valores mobiliários, com o objetivo de propiciar aos
condôminos valorização das quotas.
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1.4 – Ativos Financeiros
Os ativos financeiros são papéis de emissão pública ou privada nas
quais os fundos de investimentos podem investir, conforme Instrução
Normativa CVM nº 409.
1.4.1 – Títulos Públicos
Os títulos públicos federais são classificados conforme a natureza de
suas emissões e suas principais características de negociação.
a) LTN – Letras do Tesouro Nacional: são títulos prefixados sem fator
de renumeração, negociados com deságio, pagando ao investidor
uma quantia inferior ao valor de face. O prazo é definido no
momento da emissão e são vendidos no mercado mediante oferta
pública ou de forma direta.
b) LFT – Letras Financeiras do Tesouro: são títulos remunerados pela
média da taxa Selic, garantindo uma rentabilidade de mercado ao
investidor. O prazo de resgate é definido no momento de sua
emissão e são vendidos em oferta pública, com realização de
leilões, ou diretamente, por valor não inferior ao de face. O resgate
é feito em 180 (cento e ointeta) parcelas mensais e consecutivas,
vencendo a 1ª (primeira) no mês seguinte ao da emissão, o valor de
cada parcela correspondente ao resultado obtido pela divisão do
saldo remanescente, atualizado e capitalizado na data de
vencimento de cada uma das parcelas, pelo número de parcelas
vincendas, incluída que estiver sendo paga.
c) NTN – Notas do Tesouro Nacional: são títulos que apresentam
opções de rendimentos e prazos diferentes, de acordo com seu tipo
de emissão, que ocorre em séries e subséries. São títulos
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nominativos e negociáveis, o valor nominal de emissão, em geral, é
em múltiplos de R$ 1.000,00 (hum mil reais), é vendido diretamente
ou por oferta pública mediante realização de leilões pelo Banco
Central.
d) CTN – Certificado do Tesouro Nacional: são títulos emitidos na
forma direta, na modalidade escritural, nominativa negociável, têm
prazo de 20 (vinte) anos, e o valor nominal é atualizado pelo IGP-M
(Índice Geral de Preços – Mercado). Os juros pagos na da de
vencimento do título em parcela única junto com o principal estão
implícitos no deságio do título, representado pelo seu preço unitário
– PU, calculado à taxa de desconto de 12% (doze por cento) ao ano
sobre o valor nominal atualizado. É um título que pode ser
resgatado antecipadamente, tanto pelo investidor, quanto pelo
emissor.
e) CFT – Certificado Financeiro do Tesouro: são títulos escriturais e
nominativos, emitidos na forma direta em favor do interessado
específico, em diferentes séries e subséries, para atender a
operações com finalidades específicas em lei. O prazo e a taxa de
juros são definidos pelo Ministério da Fazenda. Os juros são
calculados tendo por base o valor nominal atualizado pelo
indexador, fixado no momento de sua emissão.
f) BBC – Bônus do Banco Central: são títulos caracteristicamente de
curto prazo, em geral, são títulos de 28 (vinte e oito), 35 (trinta e
cinco), 42 (quarenta e dois) e 49 (quarenta e nove) dias, seu
rendimento é prefixado na forma de deságio, são vendidos nos
leilões de títulos públicos realizados pelo Banco Central.
g) LBC – Letras do Banco Central: são títulos cujos rendimentos são
postecipados e atrelados a um indexador fixado quando de sua
emissão, destaca-se a série especial MBC-E cuja correção foi
atrelada à variação do dólar.
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1.4.2 – Títulos Privados
Os principais papéis privados são:
a) Ações: são títulos de renda variável, nominativos e negociáveis, que
representam uma fração do capital social de uma empresa.
b) Debêntures: são títulos de médio e longo prazos emitidos por
sociedades anônimas privadas, que conferem ao investidor um
direito de crédito contra a mesma, de acordo com as características
constante na escritura de emissão, são negociadas na bolsa de
valores e no mercado de balcão organizado.
c) Notas Promissórias Comerciais: são títulos de crédito de curto
prazo emitidos por empresas e sociedades anônimas, não
financeiras, para captar capital de giro, são também conhecidas
como commercial papers.
d) Swap: é um contrato conhecido também como uma operação de
hedge (proteção), é toda operação realizada para liquidação, em
data futura, que implique troca de resultados financeiros,
decorrentes da aplicação de taxas ou índices de referência sobre
valores ativos e passivos.
e) CDB – Certificado de Depósito Bancário e RDB – Recibo de
Depósito Bancário: são conhecidos como depósitos a prazo, são os
mais tradicionais títulos de renda fixa emitidos por instituições
financeiras para a captação de recursos, esses produtos permitem
que o banco e o cliente saibam, com antecedência, as condições
de renumeração para o prazo e valores negociados.
f) Letra de Câmbio: é um instrumento de captação específico das
sociedades de crédito, financiamento e investimento, emitido
sempre com base numa transação comercial de venda de bens
e/ou serviços.
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CAPÍTULO II
FUNDOS DE INVESTIMENTOS
Os fundos de investimentos representam uma modalidade de
investimento que, originalmente, sob a forma de condomínio, reúne recursos
de pessoas físicas e /ou jurídicas que possuem objetivos em comum. Esses
recursos, administrados por uma instituição financeira, são destinados à
aplicação em carteiras diversificadas de Títulos e Valores Mobiliários, em cotas
de fundos e, ainda em outros títulos específicos, dependendo do objetivo
previsto, o qual definirá o perfil do fundo. Sua constituição em forma de
condomínio caracteriza a co-propriedade dos bens, estes pertencentes aos
condôminos, denominados cotistas, que são proprietários de partes ideais
representadas por cotas proporcionais ao valor investido.
2.1 – Constituição dos Fundos
O fundo de investimento é um condomínio, sem personalidade jurídica,
independente da instituição financeira que o administra, possuindo registro no
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e escrituração contábil próprios,
bem como Regulamento registrado em Cartório. O funcionamento do fundo de
investimento dependem do prévio registro na Comissão de Valores Mobiliários
(CVM).
A constituição dos fundos pode ser feita na forma de condomínio
aberto, fechado ou exclusivo. A primeira forma permite o resgate de cotas,
possibilitando a livre circulação dos investidores. Na segunda forma, os fundos
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possuem um número fixo de cotas que vinculam a saída de um cotista à
entrada de um outro cotista. Já na terceira forma, as cotas pertencem a um
único cotista e são fundos destinados a atender especialmente clientes de
grande porte, classificados como investidores institucionais. Os fundos
poderão, ainda, ser constituído com prazo determinado ou indeterminado.
Somente poderão compor a carteira do fundo de investimento ativos
financeiros admitidos a negociação em bolsa de valores, de mercadorias e
futuros, ou registrados em sistema de registro, de custódia ou de liquidação
financeira devidamente autorizado pelo Banco Central do Brasil ou pela
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), nas suas respectivas áreas de
competência.
2.2 – Classificação dos Fundos de Investimento
Os fundos de investimentos são classificados da seguinte forma, de
acordo com a Instrução Normativa CVM nº 409, de 18 de agosto de 2004:
a) Fundos de Curto Prazo – são fundos que aplicam seus recursos
exclusivamente em títulos públicos federais ou privados pré-fixados
ou indexados à taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e
Custódia) ou a outra taxa de juros, ou títulos indexados a índices de
preços, com prazo máximo a decorrer de 375 (trezentos e setenta e
cinco) dias, e prazo médio da carteira do fundo inferior a 60
(sessenta) dias, sendo permitida a utilização de derivativos
somente para proteção da carteira e a realização de operações
compromissadas lastreadas em títulos públicos federais.
b) Fundos Referenciados – são fundos que devem identificar em sua
denominação o seu indicador de desempenho, em função da
estrutura de ativos financeiros integrantes das respectivas carteiras,
desde que tenham 80% (oitenta por cento), no mínimo, de seu
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patrimônio líquido representado isoladamente, ou cumulativamente
por títulos de emissão do Tesouro Nacional ou, títulos e valores
mobiliários de renda fixa cujo emissor esteja classificado na
categoria de baixo risco de crédito com certificação de agência
classificadora de risco localizada no país ou, estipulem que 95%
(noventa e cinco por cento), no mínimo, da carteira seja composta
de ativos financeiros de forma a acompanhar a variação do
indicador de desempenho (benchmark) escolhido e restrinjam a
respectiva atuação nos mercados de derivativos a realização de
operações com o objetivo de proteger posições detidas á vista até o
limite dessas.
c) Fundos de Renda Fixa – são fundos que têm como principal fator
de risco de sua carteira a variação da taxa de juros doméstica ou
índice de preços, ou ambos. Devem possuir no mínimo 80%
(oitenta por cento) da carteira em ativos relacionados diretamente,
ou sintetizados via derivativos, ao fator de risco que dá nome à
classe.
d) Fundos Cambiais – são fundos que têm como principal fator de
risco de sua carteira a variação de preços de moeda estrangeira, ou
a variação do cupom cambial e 80% (oitenta por cento) da carteira
deverá ser composta por ativos relacionados diretamente, ou
sintetizados via derivativos ao fator de risco que dá nome à classe.
e) Fundos de Ações – são fundos que têm como principal fator de
risco a variação de preços de ações admitidas à negociação no
mercado à vista de bolsa de valores ou entidades do mercado de
balcão organizado. Sua carteira deverá ter 67% (sessenta e sete
por cento) no mínimo, de seu patrimônio líquido composto por
ações ou, bônus ou recibos de subscrição e certificados de
depósito de ações ou, cotas de fundos de ações e cotas dos fundos
de índices de ações ou, Brazilian Depositary Receipts (BDR) –
ações estrangeiras negociadas no país.
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f) Fundos de Dívida Externa – são fundos que aplicam 80% (oitenta
por cento) no mínimo de seu patrimônio líquido em títulos
representativos da dívida externa de responsabilidade da União,
sendo permitida a aplicação de até 20% (vinte por cento) do
patrimônio líquido em outros títulos de crédito transacionados no
mercado internacional .
g) Fundos Multimercados – são fundos que devem possuir políticas de
investimentos que envolvam vários fatores de risco, sem o
compromisso de concentração em nenhum fator em especial ou em
fatores diferentes dos demais classes de fundos de investimentos.
2.3 – Dinâmica de Aplicação e Resgate
Os recursos ingressados nos fundos de investimentos são
utilizados para a compra de diversos tipos de ativos financeiros, que podem ser
de renda fixa ou de renda variável. O administrador do fundo de investimento
adquire, no mercado financeiro, títulos públicos ou privados, ações, ouro,
commodities etc. Assim , as aplicações dos fundos de investimento devem
estar representadas por ativos financeiros ou modalidades operacionais
disponíveis no mercado como CDB, swap, operações compromissadas etc. Os
ativos que compõem a carteira do fundo devem estar devidamente custodiados
e registrados nas câmaras de registro, liquidação e custódia de ativos
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
Nos fundos de investimento, o fluxo de entrada e saída de
recursos, na maioria das vezes, possibilita liquidez sem que isso signifique
comprometer a rentabilidade pela necessidade da venda imediata dos papéis.
Assim o administrador pode gerir os ativos levando em conta o Market Timing
(é o momento certo de entrar e sair do mercado).
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Os fundos abertos permitem aplicações a qualquer tempo. Para a
emissão de cotas, deve ser utilizado o valor apurado no fechamento do dia ou
do dia seguinte ao da efetiva disponibilidade dos recursos confiados pelos
investidores ao administrador, segundo o disposto no regulamento do fundo. O
cotista pode solicitar o resgate de suas cotas a qualquer tempo. O valor da
cota a ser utilizado pode ser aquele apurado no fechamento do dia do pedido
do resgate (D+0) ou do dia útil seguinte (D+1) ao recebimento do pedido de
resgate na sede ou dependências da instituição responsável pelo serviço,
sempre em conformidade com o disposto no regulamento do fundo.
Nos fundos fechados, a distribuição de cotas depende de prévia
autorização da CVM. A subscrição total das cotas do fundo fechado deve ser
encerrada no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, contar da data da
autorização da distribuição pela CVM, que não autorizará nova distribuição
antes de integralizada a distribuição anterior. As importâncias recebidas na
integralização das cotas, durante o processo de distribuição, devem ser
depositadas em banco comercial, em nome do fundo, sendo obrigatória sua
imediata aplicação em títulos de renda fixa, públicos ou privados, ou em cotas
de FI (fundo de investimento) com característica de renda fixa. Caso as cotas
não atinjam o PL (patrimônio líquido) previsto no prazo de 180 (cento e oitenta)
dias, os valores obtidos durante a distribuição de cotas devem ser
imediatamente rateados entre os subscritores, na proporção dos valores
anteriormente integralizados, acrescidos dos rendimentos líquidos auferidos
pelas aplicações do fundo. As cotas somente são resgatadas ao término do
prazo de duração do fundo ou em virtude de sua liquidação. Admite-se ainda a
amortização de cotas por disposição do regulamento ou por decisão da
assembléia geral dos cotistas.
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2.4 – Política de Investimento
A política de investimento de um fundo tem por objetivo definir a
linha de atuação quanto aos instrumentos financeiros que podem compor a
carteira, os riscos que o fundo pode correr e o que o administrador pode ou
não fazer para que os objetivos constantes do regulamento sejam alcançados.
Na gestão ativa, o gestor do fundo de investimento constitui uma
carteira, mas não necessariamente investe em ativos que representam um
índice qualquer. O gestor compra e vende esses ativos, tentando obter uma
rentabilidade superior à do índice estabelecido como benchmark. Não há
réplica da carteira do índice, sendo este tomado apenas como referencial que
tenta atingir e / ou superar.
Na gestão passiva de um fundo de investimento o gestor procura
reproduzir o retorno e risco de algum índice de mercado. Também são
conhecidos como fundos indexados. O gestor do fundo não tem que se
preocupar em gastar tempo e dinheiro para descobrir as melhores ações
disponíveis no mercado. Sua única preocupação é fazer com que o fundo
tenha ações que tornem o risco e retorno do fundo igual ao índice que ele se
propõe a acompanhar. No Brasil, os principais índices de mercado são o
Ibovespa para ações e o CDI para a renda fixa.
A rentabilidade do fundo depende da estratégia adotada. Os fundos
mais agressivos, resultados de uma administração ativa, produzem retornos
maiores e também riscos mais elevados. Fundos conservadores seguem um
padrão de referência, oferecendo retornos e riscos menores aos investidores.
A alavancagem é o conceito que define o grau de utilização de
recursos de terceiros para aumentar as possibilidades de lucro, aumentando o
grau de risco da operação. No caso de uma empresa, quanto maior for o seu
grau de endividamento, maior será a sua alavancagem, podendo ser positiva
ou negativa em termos de resultado. No caso do mercado financeiro, um
exemplo é comprar um lote de ações pagando somente parte de seu valor no
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mercado de opções, a termo e futuro. Se ocorrer uma valorização desses
papéis, o investidor é extremamente beneficiado, pois a quantia inicialmente
investida é reduzida, e seu retorno é bem mais acentuado. O inverso é
verdadeiro: se ocorrer uma desvalorização destes papéis, o valor das opções
compradas será drasticamente reduzido.
2.5 – Instrumentos de Divulgação
Para divulgar as políticas de investimentos, o fundo utiliza-se de
dois instrumentos: o prospecto e o regulamento. O prospecto é o documento
explicativo do funcionamento do fundo, nele são divulgadas todas as
informações exigidas pelas normas da CVM e pelo Código de Auto Regulação
da Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimentos e
Desenvolvimento). O prospecto deve, obrigatoriamente, descrever como o
fundo de investimento pretende atingir seu objetivo, identificando as principais
estratégias, técnicas ou práticas de investimento utilizadas e os tipos e valores
mobiliários nos quais o fundo pode investir. Deve, ainda, descrever as políticas
de seleção e alocação de ativos e os limites de concentração e alavancagem,
quando for o caso.
O regulamento é elaborado com base na legislação vigente e é
comunicado à CVM. Devem constar do regulamento, os seguintes assuntos:
qualificação do administrador, do gestor e do custodiante, características do
fundo (espécie, prazo, política de investimento, classe e tributação aplicável),
condições para aplicação e regaste de cotas, taxa de administração, de
performance, de ingresso e de saída, bem como demais despesas, público-
alvo, política de divulgação de informações, política relativa ao exercício do
voto, distribuição de resultados e exercício social do fundo. Qualquer alteração
no regulamento depende de aprovação pela assembléia geral, especialmente
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convocada para esse fim, exceto se a alteração for em atendimento a
determinação legal.
O investidor que ingressar no fundo deve ter acesso ao
regulamento e ao prospecto, devendo, também assinar o termo de adesão,
que é a declaração escrita e legal de que está aplicando em um fundo e está
ciente dos riscos envolvidos nesse tipo de investimento. Deve constar do termo
de adesão as seguintes informações: local e data de adesão ao fundo,
inexistência de garantia por parte da instituição administradora e do FGC
(Fundo Garantidor de Crédito), indicação dos riscos relevantes nos mercados
que venham a operar, assinatura, nome e CPF ou CNPJ do cotista,
recebimento do prospecto e do regulamento do fundo.
2.6 – Despesas e Encargos dos Fundos
As despesas que constituem encargos dos fundos interferem na
dinâmica de cálculo da rentabilidade e a contabilização a mercado, e por isso
dificultam a replicação do índice de referência e são despesas que podem ser
debitadas diretamente do fundo, são elas:
a) Taxas (administração, performance, ingresso e saída);
b) Impostos, ou contribuições federais, estaduais, municipais ou
autárquicas, que recaiam sobre dos bens, direitos e obrigações
dos fundos;
c) Despesas com impressão, expedição e publicação de relatórios,
formulários e informações periódicas, previstas no regulamento
do fundo;
d) Honorários e despesas dos auditores encarregados da revisão do
balanço, cotas do fundo, da análise de sua situação e da atuação
da administradora,
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e) Emolumentos e comissões pagas sobre as operações de compra
e venda de títulos;
f) Honorários de advogados;
g) Taxa de custódia de valores.
2.7 – Cálculo da Rentabilidade do Fundo
A rentabilidade de um fundo é calculada a partir da oscilação dos
valores dos papéis que compõem a carteira, menos os encargos mencionados
no item anterior. Os valores desses papéis são apurados diariamente
(marcação a mercado), atualizando o Patrimônio Líquido do fundo. O aumento
do PL significa rentabilidade do fundo e lucro para os cotistas. A diminuição do
PL, prejuízo para os investidores.
Tomemos como exemplo um fundo referenciado em dólar. A
principal característica desse tipo de fundo é a obrigatoriedade de que 95%
(noventa e cinco por cento) dos ativos, no mínimo, sejam vinculados ao índice
de referência. No caso dos fundos referenciados em dólar o índice de
referência é a variação cambial do dólar. Os ativos dos fundos referenciados
em dólar são constituídos basicamente por títulos públicos indexados ao dólar.
A rentabilidade dos títulos cambiais depende basicamente de dois fatores: a
variação cambial e a taxa de juros ao ano, chamada cupom cambial. O cupom
acompanha a variação das taxas de juros e está sujeito ao risco de mercado
(precificação). Há momentos em que a variação do cupom no mercado pode
se elevar de modo tão expressivo, que pode até anular o efeito de uma alta na
variação cambial. Isso normalmente ocorre em função de instabilidades
políticas, econômicas, pressões do próprio mercado financeiro, enfim, reflexos
da mudança de cenário.
27
Vamos supor que um dos títulos que compõe a carteira de um
fundo rende variação do dólar mais cupom de 6% (seis por cento) a.a.
Imaginemos que o mercado passe a praticar um cupom de 15% (quinze por
cento) a.a devido à precificação diária a mercado. O título passará, então, a
valer menos do que o valor anteriormente contabilizado. No caso da venda
desses papel, o novo comprador exigirá rentabilidade de 15% (quinze por
cento) a.a e não de 6% (seis por cento) a.a. Para isso, será exigido um
desconto, ou seja, um deságio. O fundo terá que vender o papel com deságio.
Tais variações tendem a se ajustar até o vencimento do título, quando a
rentabilidade apropriada será a do cupom originalmente contratada, ou seja, se
os papéis continuarem na carteira do fundo até o seu vencimento, essas
oscilações de preço não serão concretizadas, valerá o que estava previamente
pactuado.
Eis aí a importância da gestão do fundo e da compreensão dos
cotistas quanto a isso para que não haja precipitação em resgatar os valores
aplicados, apenas em função de rentabilidade pontualmente observada. O
melhor é sempre aguardar o momento mais adequado de valorização das
cotas.
A marcação a mercado é o registro contábil dos títulos representativos
do PL do fundo a preço de mercado do dia. A marcação a mercado é
necessária principalmente em fundos de investimentos, porque esta é a única
forma de equalizar os direitos dos cotistas. O fundo de investimento permite
que os investidores apliquem e saquem seus recursos diariamente. Vamos
supor um fundo que sofre perda e não a contabiliza, o cotista que sacar o
dinheiro, estará resgatando suas cotas sobre um patrimônio maior do que
deveria e, portanto, é beneficiado, e já quem permanece no fundo sairá
prejudicado.
28
2.8 – Tributação
Os dois principais tributos a que estão sujeitos os fundos de
investimento são: IOF – Imposto sobre Operações Financeiras e o IR –
Imposto de Renda.
2.8.1 – IOF – Imposto sobre Operações Financeiras
Nos fundos de renda fixa, é cobrado sobre rendimentos brutos nos
resgates efetuados até o 29º (vigésimo nono) dia. A alíquota é de 1% (um por
cento) ao dia sobre o valor do resgate, limitado ao rendimento da operação,
conforme tabela regressiva, valendo o que for menor. O valor do IOF é
deduzido da base de cálculo do imposto de renda. Nos fundos de renda
variável não há incidência do IOF.
Nas aplicações em fundos de renda fixa com menos de 30 (trinta) dias,
o valor do IOF é calculado e apropriado no último dia do mês, como se o
resgate fosse ser efetuado. Esse valor é deduzido da base de cálculo do IR,
mas não é recolhido à Receita.
Por exemplo, o investidor aplica um valor X no dia 15 (quinze) do mês.
Já no dia 30 (trinta) , o sistema irá projetar os cálculos de tributos devidos para
apropriação naquele mês; daí ele ser reduzido da base de cálculo do IR. No
mês subseqüente, o sistema verifica se houve ou não resgate. Se não houve
resgate, na próxima incidência do IR o valor do IOF apropriado anteriormente é
adicionado à base de cálculo para a apuração do valor a ser recolhido, pois a
tributação do IOF não é devida.
29
2.8.2 – IR – Imposto de Renda
Nos fundos de renda fixa as Leis nº 11.033 e 11.053, de 21/12/2004 e
29/12/2004, respectivamente, estabelecem alíquotas regressivas de imposto
de renda sobre os rendimentos financeiros das aplicações em fundos de
investimentos. É importante observar que a Lei 11.033 trata a tributação do
Imposto de Renda em aplicações em fundos de longo prazo, ao passo que a
Lei nº 11.053 regulamenta a tributação nas aplicações em fundos de curto
prazo.
Fundos de Longo Prazo:
22,5% em aplicações com prazo de até 180 dias
20,0% em aplicações com prazo de 181 dias até 360 dias
17,5% em aplicações com prazo de 361 dias até 720 dias
15,0% em aplicações com prazo acima de 720 dias
Fundos de Curto Prazo:
22,5% em aplicações com prazo de até 180 dias
20,0% em aplicações com prazo acima de 180 dias.
Desde outubro de 2004 não há incidência do Imposto de Renda
mensal. O chamado “come-cotas”, alterado pela Lei nº 10.892, e a cobrança
de IR passaram a ser semestral, com cobrança no último dia útil dos meses de
maio e de novembro ou na data de resgate, o que ocorrer primeiro. Com isso,
o imposto será cobrado pela menor alíquota conforme o tipo do fundo e ,
somente no momento do resgate o sistema aplicará a alíquota complementar,
se for o caso. Nos fundos de renda variável, a cobrança se dá somente na data
de resgate.
A compensação tributária entre fundos de investimentos é um
mecanismo que permite abater o valor do prejuízo realizado em um fundo na
base de cálculo do IR de outro fundo. Isso somente ocorre quando o prejuízo é
realizado, ou seja, quando o investidor efetua o resgate no fundo por valor
menor do que aplicou ou menor do que o saldo restante após a última
30
cobrança de IR. Se não houver resgate, não haverá a realização do prejuízo:
não pode assim, ocorrer compensação. As perdas dos resgates parciais
podem ser compensadas enquanto o cotista mantiver aplicações em fundos do
mesmo administrador. Para os investidores que realizarem resgates total de
suas aplicações, o direito a compensação permanece até o ano fiscal seguinte
aos resgates.
31
CAPÍTULO III
GESTÃO DE RISCO
A mensuração e a gestão do risco assumem cada vez mais
importância no mercado, visto que as decisões financeiras são tomadas em
ambientes econômicos-financeiros com elevada taxa de incerteza e são
voltadas, fundamentalmente, para o futuro.
Decisões tomadas hoje têm seus resultados condicionados pelos
acontecimentos futuros como: conjuntura econômica, alterações do mercado e,
até mesmo, comportamento dos próprios ativos, e revelam possibilidades de
ganhos e perdas.
A responsabilidade dos gerenciadores de ativos é a de maximizar os
ganhos, evitar perdas e atuar de forma eficiente e ética no mercado financeiro.
Para tanto, faz-se necessário que sejam capazes de:
• Dimensionar e gerir o risco e o retorno dos ativos aplicados:
• Estar permanentemente informados sobre economia e finanças;
• Avaliar o comportamento do mercado e da própria instituição
financeira em que atuam.
3.1 – Risco: Conceito e Definições
Para melhor compreender o que é risco precisamos estabelecer a
distinção entre incerteza e risco. Sempre que não sabemos ao certo o que vai
ocorrer no futuro temos incerteza. O risco é a parcela de incerteza para a qual
damos importância, porque afeta o bem-estar das pessoas. Em situações de
risco, as possíveis conseqüências podem ser classificadas como perdas ou
32
ganhos. Ao investir no mercado de ações, se o valor de sua carteira de ações
cair, trata-se de uma perda; se subir trata-se de um ganho. As pessoas,
normalmente, consideram a possibilidade descendente do prejuízo como um
risco, não o potencial de ascendência para ganhos. Em algumas situações,
desvios do valor esperado podem ser indesejáveis ou onerosos, não importa
em que direção.
A aversão ao risco é característica das preferências de uma
pessoa em situações de risco. É uma medida de quanto a pessoa está
disposta a pagar a fim de reduzir a exposição ao risco. Ao avaliar as
substituições entre os custos e o benefícios de reduzir o risco, a pessoa
avessa ao risco prefere a alternativa do risco menor pelo mesmo custo.
3.2 – Tipos de Risco
A administração eficaz de risco direciona as ações no sentido de
diversificar ou eliminar riscos desnecessários, que não gerem recompensa. Os
vários instrumentos disponíveis são utilizados visando um gerenciamento de
carteiras mais seguro e com níveis mais adequados de confiança. Quando se
administra e gerencia riscos, o retorno pode ser definido como o aumento do
capital investido ou aplicado. As incertezas quanto a esses retornos podem ser
mensuradas por meio de estimativas de probabilidades de ocorrências de
eventos futuros, assim as incertezas mensuráveis levam ao risco.
Os principais tipos de riscos relacionados ao estado de
mensuração e gestão de risco são: de mercado, de liquidez, de crédito, País,
contraparte, operacional, legal e de imagem.
33
3.2.1 – Risco de Mercado
O risco de mercado é o potencial de oscilação dos valores de um
ativo durante um período de tempo, é representado pelos desvios –
volatilidade – em relação ao resultado esperado.
Os riscos de mercado surgem porque as empresas mantêm no
mercado, posições ativas e passivas que nem sempre coincidem em termos de
vencimento, indexadores e moedas. As mudanças de preços dos ativos e dos
passivos financeiros impactam o risco de mercado. Os preços dos ativos
oscilam por natureza, uns mais, outros menos. A medida dessa oscilação é a
volatilidade.
3.2.2 – Risco de Liquidez
Decorre da possibilidade de ocorrer incapacidade de honrar os
compromissos assumidos, resultante de desequilíbrio de caixa gerado pelo
descasamento dos prazos de vencimentos das operações ativas e passivas.
Uma instituição é considerada sem liquidez se os seus passivos tornarem-se
exigíveis antes da realização de ativos ou da obtenção de fundos suficiente
para suprir as necessidades financeiras, seja por má administração dos
prazos, seja por inadimplência de devedores.
A liquidez também está relacionada ao período em que o
investidor mantém os ativos em carteira. Condições de mercado podem
impedir a liquidação imediata de um investimento, por exemplo, uma obrigação
garantida por hipoteca. Se a falta de liquidez se mostrar como condição
temporária o investidor poderá aguardar até que os preços de mercado se
aproximem dos preços teóricos e, assim, pode-se dizer que a falta de liquidez
não é tão significativa.
34
3.2.3 – Risco de Crédito
Medida numérica da incerteza relacionada ao recebimento de um
valor contratado/compromissado, a ser pago por um tomador de um
empréstimo, contraparte de um contrato ou emissor de um título, descontadas
as expectativas de recuperação e realização de garantias. Decorre das
possibilidades de perdas resultantes das operações que geram desembolso
temporário de recursos ou das operações que geram recursos a serem
recebidos em datas futuras: vendas a prazo, diferencial a receber em
operações de swap, entre outras. Esse tipo de risco refere-se ao possível não
recebimento dos recursos a que se tem direito ou ao seu recebimento fora do
prazo e/ou das condições pactuadas.
3.2.4 – Risco País
Consiste no grau de confiança que o mercado mundial deposita
em um determinado país em relação à sua capacidade de honrar seus
compromissos externos. É utilizado por instituições financeiras para avaliação
de países e representado pela circunstância de o país devedor ficar
impossibilitado de honrar seus compromissos na moeda em que a transação
foi originada.
Esse risco ocorre quando o governo ou autoridade dominante
impossibilita a liberação, transferência, conversibilidade ou qualquer outra
forma de câmbio ou troca de moeda local por outra moeda que tenha livre
curso nos principais mercados mundiais.
35
3.2.5 – Risco de Contraparte
É o risco de crédito dos ativos e derivativos negociados no
mercado de balcão e pode ser definido como risco de uma perda proveniente
da falha da contraparte em liquidar um ativo ou um contrato derivativo.
3.2.6 – Risco Operacional
Ocorre devido a falhas no processamento e controle das
operações. Esse tipo de risco resulta em perda inesperada para a instituição
ou para seu cliente e ocorre a partir de negligências nos procedimentos
internos das instituições.
3.2.7 – Risco Legal
Decorre do potencial de questionamento jurídico sobre a
execução dos contratos, processos judiciais ou sentenças contrárias ou
adversas que possam causar perdas que afetem os processos operacionais da
instituição. Um grande desafio para os integrantes do mercado financeiro, em
face de novas estruturações de operações, consiste em criar artifícios jurídicos
para contornar lacunas na legislação acerca da legalidade das operações, da
forma de registro e em qual sistema tributário as mesmas são enquadradas.
3.2.8 – Risco de Imagem
É o risco de perdas em decorrência de alterações da reputação
junto a clientes, concorrentes, órgãos governamentais. Uma das causas que
36
mais influencia esse tipo de risco consiste na publicidade negativa, verídica ou
não, em relação à condução dos negócios da instituição.
3.3 – Mensuração de Riscos de Carteira de Investimento
A administração eficaz de riscos direciona as ações no sentido de
diversificar ou eliminar riscos desnecessários que não geram recompensas. A
utilização de modelos adequados de controle orienta a eliminação de risco
excessivo, ao tempo em que possibilita a maximização dos retornos,
otimizando assim, a relação risco/retorno.
Para efeito de gestão de risco de investimentos, o enfoque
relevante consiste na obtenção dos valores de mercado das posições, que
representam os reais valores econômicos. A obtenção do valor do investimento
exposto ao risco resulta da conversão de todas as operações a preço de
mercado (marcação a mercado), assumindo-se que as posições são zeradas
ou imunizadas no momento atual, não importando quando a carteira ganha ou
perde em relação ao preço de aquisição dos papéis. O resultado esperado da
avaliação de risco é a obtenção de uma descrição que auxilie a instituição a
decidir entre se desfazer ou manter uma posição assumida.
A determinação dos componentes risco/retorno de uma carteira é
tarefa primordial dos administradores, sendo que o resultado dessa
mensuração é fundamental na constituição e na administração de carteira de
títulos. Na formação de carteira a orientação básica é a de selecionar
alternativas que busquem a melhor diversificação de ativos e,
consequentemente, a redução do risco, levando-se em consideração que a
carteira deve proporcionar retorno aceitável perante aos investidores de
mercado.
Podemos dizer que o risco é eliminado na hipótese de
implementação de duas alternativas de investimentos que possuam correlação
37
perfeitamente opostas e extremas, ou seja, que apresentem coeficientes de
correlação iguais a -1 (menos um) e +1 (mais um), respectivamente. Neste
casso, os resultados desfavoráveis apresentados por alguns ativos são
perfeitamente compensados pelo desempenho positivo de outros, ocorrendo a
eliminação total do risco da carteira. Na prática, é difícil a existência de
investimentos com perfeitas correlações positivas ou negativas. O
administrador deve estar atento quanto à seleção de ativos, procurando
aqueles cujos retornos apresentem correlações as mais divergentes possíveis,
minimizando a valor de risco da carteira.
3.3.1 – Índice de Sharpe
O índice de Sharpe se encaixa na teoria de seleção de carteira,
mais especificamente no modelo CAPM (Capital Asset Princing Model) –
modelo de precificação do capital -, apontando pontos na linha do mercado de
capitais que correspondem a carteiras ótimas. Este índice revela o prêmio
oferecido por um ativo para cada percentual adicional de risco assumido.
Quando o investidor determina quais são as carteiras ótimas deve, apenas,
selecionar aquela que proporciona a relação retorno e risco mais adequado às
suas demandas pessoais.
3.3.2 – Tracking Error e Erro Quadrático Médio
Estas medidas de desempenho destinam-se a acompanhar os
retornos de uma carteira em relação a um parâmetro de referência. São
também conhecidas como erro de rastreamento ou erro de referência. São
muito utilizadas para avaliação da performance das carteiras dos fundos de
investimentos de gestão passiva, cujo objetivo consiste em reproduzir com o
máximo de fidedignidade os resultados de benchmarks selecionados.
38
O tracking error ou erro de rastreamento mede a
volatilidade/variabilidade do retorno de uma carteira em relação ao retorno de
seu benchmark. O erro quadrático médio determina o deslocamento ou
distância, do retorno de uma carteira em relação ao retorno de seu benchmark.
3.3.3 – VAR – Value at Risk
É uma medida de risco de uma carteira de títulos identificada
como a quantificação do risco das posições de uma instituição. Representa a
perda máxima que pode ser experimentada pela instituição ou investidor, a
partir de certa exposição, com determinado grau de confiança, decorrente das
variações nos preços de mercado entre o momento da análise e o término de
um período selecionado para acompanhamento, que pode ser de um dia, uma
semana, um mês.
3.3.4 – Stress Test – Caudas Grossas
Mede a probalidade de perda de uma carteira, em uma situação
hipotética de cenário de estresse. Para controlar o risco de mercado, a maior
parte dos administradores de carteiras utiliza o VAR em conjunto com o stress
test. Consiste em simular o que ocorreria com a carteira se os ativos
oscilassem de maneira expressiva, ou seja, se a oscilação acontecesse além
do limite de confiança, em condições normais, e também, no limite de
anormalidade.
O VAR não consegue avaliar situações extremas ou de estresse,
por isso, o administrador deve simular cenários e parâmetros desses tipos de
variações, para os fatores de risco, e aplicá-los sobre as carteiras supondo que
as mesmas, realmente, sofreram os impactos de tais situações. Estas
39
simulações medem os possíveis resultados, considerando-se o stress test
como um complemento do VAR. Essas situações são conhecidas como fat tail
– cauda grossa – referência à ponta ou cauda da distribuição normal que
mostra os possíveis retornos de uma carteira, quando os mesmos podem
assumir valores muito altos e imprevisíveis se apenas o VAR for utilizado
como ferramenta.
3.3.5– Back Testing
É usado para comparar as oscilações ocorridas em uma carteira,
em determinado período, com as oscilações previstas nos modelos. Por força
regulamentar e como método de prevenção, todos os modelos de
gerenciamento e controle de risco devem ser validados através de testes para
auferir sua precisão. Uma das ferramentas mais utilizadas para isso é o back
testing, que testa de volta ou testa de frente para trás, ou ainda, testa de hoje
para o passado. A análise da comparação entre o período de tempo e as
oscilações previstas, fornece os dados para a validação do modelo. Esta
ferramenta de testes é alimentada com dados históricos, sendo que o número
de desvios do limite de VAR é medido, a fim de verificar se está dentro dos
níveis de confiança estabelecidos.
40
CAPÍTULO IV
GESTÃO DE CARTEIRAS
Podemos dizer que carteira de investimento compreende a forma
como as pessoas investem suas riquezas de maneira otimizada. Consiste,
portanto, de todos os seus ativos: imóveis, ações, carros, títulos
governamentais, aplicações financeiras; e passivos: hipotecas, empréstimos
etc. A seleção de carteiras é o estudo de como as pessoas devem investir seu
patrimônio, é um processo de compensação entre o risco e o retorno esperado
para a escolha da melhor carteira de ativos e passivos. É importante destacar
que não há uma única carteira que seja melhor para todos, na seleção de
carteiras, a melhor estratégia depende das circunstâncias inerentes a cada
pessoa (patrimônio, idade, renda) e do momento que está vivendo. Ao
selecionar uma carteira, começa-se por determinar os objetivos e o horizonte
de tempo, as decisões que uma pessoa toma hoje são influenciadas pelo que
ela pensa que pode acontecer amanhã.
4.1 – Desvio Padrão da Carteira
É uma medida que informa quanto os valores de um conjunto
distribuem-se ou dispersam-se em relação ao seu ponto central – média. Os
ativos que compõem uma carteira podem apresentar diferentes graus de
dispersão dos valores em relação à média da distribuição indicando, em
conseqüência, diferentes níveis de riscos aos eventos. A diversificação da
carteira permite que os ativos com risco possam ser combinados, afim de que
41
se apure um risco menor que aquele calculado para cada um de seus
componentes, desde que não haja correlação positiva e perfeita entre si.
No exemplo hipotético a seguir, analisaremos o comportamento
de dois ativos em diferentes cenários.
Admita os seguintes retornos para os ativos X e Y, considerando
cada um dos cenários a seguir:
Estado da
Natureza
Probabilida
de de
Ocorrer Pj Retorno do Ativo X Retorno do Ativo Y
Crescimento 30% 30% 10%
Estabilidade 40% 15% 15%
Recessão 30% -5% 5%
Figura 2 – Exemplo 1 – Dados para cálculo de desvio padrão de uma carteira.
Onde, Pj é a probabilidade de ocorrer cada cenário.
Calculando os retornos esperados para cada ativo:
X = E(R) – Retorno Esperado do ativo X
Y = E(R) – Retorno Esperado do ativo Y
E(Rx) = (30% x 30%) + (40% x 15%) + (30% x -5%)
E(Rx) = 0,09 + 0,06 – 0,015
E(Rx) = 0,135 ou 13,5%
E(Ry) = (30% x 10%) + (40% x 15%) + (30% x 5%)
E(Ry) = 0,03 + 0,06 + 0,015
E(Ry) = 0,105 ou 10,5%
Suponha que os recursos investidos nos ativos estão distribuídos
da seguinte maneira:
42
Ativo X Ativo Y
60% 40%
Figura 3 - Exemplo 2 – dados para cálculo do retorno esperado
ponderado da carteira.
Vamos calcular o retorno esperado ponderado da carteira
composta pelos ativos X e Y, nas proporções de 60% e 40%:
E(Rp) = (60% x 13,5%) + (40% x 10,5%)
E(Rp) = 0,081 + 0,042
E(Rp) = 0,123 ou 12,3%
Agora vamos calcular os desvios padrão dos retornos dos ativos
X e Y.
σ x = {[(30% - 13,5%)^2 + (15% - 13,5%)^2 + (-5% -
13,5%)^2]^1/2} / 3
σ x = {[0,027225 + 0,000225 + 0,034225]^1/2} / 3
σ x = {[0,061675]^1/2} / 3
σ x = 0,1434 ou 14,34%
σ Y = {[10% - 10,5%)^2 + (15% - 10,5%)^2 + (5% - 10,5%)^2]^1/2}
/ 3
σ Y = {[0,000025 + 0,002025 + 0,003025]^1/2} / 3
σ Y = {[0,005075]^1/2} / 3
σ Y = 0,0411 ou 4,11%
Observe que σ x é maior que σ y, neste caso, podemos dizer que
o ativo X tem um risco maior. A variabilidade do ativo X vai de -5% (menos
cinco por cento) a +30% (mais trinta por cento) e do ativo Y vai de +5% (mais
cinco por cento) a +15% (mais quinze por cento). O retorno esperado do ativo
X é de 13,5% (treze e meio por cento) e do ativo Y é de 10,5% (dez e meio por
cento), veja como o desvio padrão, como medida de risco, confirma a situação
da variabilidade em torno do retorno esperado.
43
4.2 – Relação entre Risco e Retorno e o Princípio da
Dominância entre Carteiras
A seleção de carteiras procura identificar a melhor combinação
possível de ativos, obedecendo as preferências do investidor com relação ao
risco e ao retorno esperados. Dentre as inúmeras possibilidades de formação
de carteiras com os ativos disponíveis, devemos selecionar aquela que
maximiza o grau de satisfação do investidor pela relação risco/retorno. A
seleção de carteira ganha importância porque o risco de um ativo mantido fora
dela difere do risco nela incluído. Quanto mais elevado for o número de títulos
que compõem uma carteira, maiores serão as possibilidades de redução de
seu risco, porém a uma taxa decrescente. Assim é que, a partir de um
determinado número de títulos, a redução do risco praticamente deixa de
existir, conservando a carteira, de forma sistemática, certo nível de risco.
Chama-se de princípio da dominância, o processo de escolha que
opta pelo menor risco dentre retornos iguais ou pelo maior retorno entre riscos
iguais. Os diversos resultados contemplados no amplo conjunto de possíveis
carteiras que poderiam ser formadas pelos ativos X e Y, considerando 1
<=px,y<=+1, podem descrever uma curva que retrata para um investidor o
conjunto possível de combinações de uma carteira, combinando os ativos X e
Y.
4.2.1 – Fronteira Eficiente
Representa a linha de combinações eficientes entre os ativos,
vista como o lugar geométrico das oportunidades de investimentos que não
são dominadas por outras. O conceito de fronteira eficiente é importante e
44
deve ser destacado, pois é o conceito que trata de obter o maior retorno dentro
da carteira para aquele nível de retorno.
Na fronteira eficiente, não existem títulos individuais, apenas
portifólios, sendo que somente nos dois extremos é que pode haver um único
título. A diversificação traz grandes benefícios porque na medida em que
aumenta o número de ativos, há o incremento tanto no número de suas
combinações como nas proporções de cada um deles em carteira. Dessa
forma. As alternativas de investimentos tendem ao infinito, cabendo ressaltar
que quaisquer alternativas estarão situadas à direita da fronteira eficiente.
4.3 – Coeficiente Beta de uma Carteira
A teoria de seleção de carteiras levou ao desenvolvimento de um
modelo de precificação de ativos denominado Capital Asset Princing Model -
CAPM. É muito utilizado em operações do mercado de capitais, como
instrumento de apoio às decisões em condições de risco, pois apura a taxa de
retorno exigida pelo investidor. O CAPM associa retorno e risco não
diversificável para todos os ativos e especifica a relação entre risco e retorno
exigido de um ativo quando ele é mantido em uma carteira bem diversificada,
ou seja, o risco relevante de um ativo individual é a sua contribuição para o
risco da carteira bem diversificada. A aplicação deste modelo resulta em uma
importante medida que é o coeficiente beta.
O coeficiente beta indica o incremento necessário ao retorno de
um ativo, a fim de renumerar adequadamente o risco não eliminado pela
diversificação. Ele mede o grau de variação do retorno de um ativo em relação
à variação no retorno de mercado. É a medida de volatilidade dos retornos de
um título com relação aos retornos do mercado como um todo.
45
O modelo CAPM de precificação pressupõe grande eficiência
informativa do mercado, de modo a alcançar igualmente todos os investidores,
inexistência de tributos ou quaisquer outras restrições para os investimentos no
mercado, a mesma percepção de todos os investidores com relação ao
desempenho dos ativos formando carteiras eficientes a partir de idênticas
perspectivas e a existência de uma taxa de juros definida como livre de risco.
Sobre o retorno da carteira de mercado, dizemos que o mesmo é
composto pelos juros de aplicações em títulos livres de risco, mais um prêmio
pelo risco de mercado definido pela composição da carteira. A diversificação
da carteira de mercado permite eliminar todo o risco não sistemático,
oferecendo máxima satisfação em termos da relação risco/retorno.
4.4 – Medidas de Performance
Vimos até aqui, a importância do uso de modelos, técnicas e
instrumentos de análise que estão a disposição dos administradores de
recursos na escolha de títulos que irão compor uma carteira eficiente. Alguns
gestores, em busca do melhor desempenho de suas carteiras, atingem
resultados melhores que outros, fato que é percebido pelo mercado. Os
participantes do mercado financeiro procuram maximizar seus resultados,
portanto, estão, permanentemente, atentos ao desempenho das várias
instituições que disputam a preferência dos clientes, daí ser fundamental a
mensuração de desempenho de ativos. Por exemplo, a rentabilidade dos
ativos certamente é um critério de avaliação muito importante, porém, outros
devem ser agregados para que a análise se complete, considerando os
aspectos de retorno e risco.
46
4.4.1 – Reta do Mercado de Títulos
Uma das formas de avaliar o comportamento de um título, é
observar a reta (ou linha) do mercado de títulos, que relaciona os retornos
desejados e seus respectivos indicadores de risco definidos pelo coeficiente
beta. Esta reta é a relação entre o retorno esperado pelos investidores
racionais, com a posse de um título ou carteira e seu risco inevitável, ou ainda,
reflete para cada nível de risco não diversificável, o retorno exigido do
mercado. Em equilíbrio os retornos esperados e o risco de todos os títulos
individuais e carteiras estarão sobre a reta de mercado de títulos e fora da reta
de mercado de capital.
4.5 – Duration de Macaulay e Duration Modificada
Duration é o prazo que transforma a duração efetiva do fluxo de
caixa de um título com parcelas de rendimentos intermediários no equivalente
à opção de resgatar o investimento por meio de um único pagamento, ou seja,
para o investidor é indiferente optar por um título com um único pagamento ao
final do prazo ou por um título com fluxo de caixa constituído por parcelas de
rendimentos intermediários.
O cálculo da duration pode ser feito pela ponderação do valor
presente para cada parcela com o respectivo prazo ou mediante o uso do
conceito de equivalência da matemática financeira.
4.5.1 – Duration de uma Carteira
Considere o seguinte exemplo abaixo de uma carteira constituída
pelos seguintes títulos:
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Título Prazo de Resgate Valor do Resgate
Taxa de
Juros
A 70 dias
30.000 1,8% a.m.
B 30 dias
50.000 1,5% a.m.
C 100 dias
200.000 1,2%a.m.
Figura 4 - Exemplo 3 - Dados para Cálculo da Duration de uma Carteira.
Para calcularmos a duration, primeiro vamos ver quanto foi
aplicado em cada título.
PVa = 30.000 / (1,018)^70/30 = 28.776,84
PVb = 50.000 / (1,015)^30/30 = 49.261,08
PVc = 200.000 / (1,012)^100/30 = 192.203,64
Onde, PV = valor presente
O total aplicado foi de: PVa + PVb + PVc = R$ 270.241,56
Sabendo quanto foi o total aplicado em cada título, agora sim,
podemos calcular a duration.
D = [(28.776,84 x 70) + (49.261,08 x 30) + (200.000,00 x 100)]
(28.776,84 + 49.261,08 + 200.000,00)
D = 23.492.211,20
270.241,56
D = 86,93 dias
48
4.5.2 – Convexidade
A convexidade é o efeito de segunda ordem que descreve como a
duration sofre alterações, se houver mudança nas taxas de juros. A
convexidade tende a ser mais precisa que a duration para pequenas e médias
variações nas taxas de juros e é uma característica desejável para a
administração de carteira de ativos, quanto maior ela for, maior é a proteção
(hedge) contra aumentos de taxas de juros e maiores os ganhos possíveis em
decorrência de queda de juros. Todos os títulos de renda fixa apresentam
convexidade e esta aumenta proporcionalmente ao quadrado das variações
nas taxas de juros, quanto mais longo o prazo da obrigação, maior a sua
convexidade, para esses títulos a convexidade elevada é boa para posições
ativas, e ruim para posições passivas, quanto maiores as variações nas taxas
de juros, maior é o erro que um administrador comete ao usar somente a
duration para imunizar sua exposição de taxa de juros.
4.5.3 – Imunização
Para imunizar um balanço (carteira ou posição), determina-se
inicialmente a duration dos ativos e dos passivos, isto é feito de uma forma
simples pela média ponderada, com pesos dados por valores de mercado, das
durations dos vários ativos e passivos do balanço. Com base nos conceitos de
contabilidade, quando as taxas de juros variam a alteração no patrimônio
líquido de qualquer empresa, é igual à diferença entre a alteração dos valores
de mercado dos ativos e passivos exigíveis, expostos ao risco de variação.
49
4.6 – Planejamento das Necessidades de Caixa
Caixa é um ativo que não rende juros, administrá-lo bem é fazer
com que o investimento nesse ativos seja o menor possível e de forma a não
causar qualquer prejuízo às atividades do fundo de investimento.
Para determinar o saldo de caixa apropriado precisa-se avaliar os
benefícios e custos da manutenção daquele nível de liquidez e da capacidade
de se obter liquidez imediata através da venda de outros ativos, sejam
aplicações financeiras, ou não. As entradas de caixa (recebimentos) e os
saldos de caixa (desembolsos) não são perfeitamente sincronizados, é
necessário um certo nível de caixa, e na gestão do caixa verifica-se, em geral,
dois tipos de custos: o de oportunidade e o de transação.
Com a manutenção de um saldo de caixa incorre-se no chamado
custo de oportunidade (o quanto se obteria de juros na aplicação de
determinado saldo). A base de comparação, em geral, é o rendimento auferido
em aplicações em títulos livres de risco, ou seja, títulos emitidos pelo Governo
Federal, que no caso brasileiro, tem como taxa de juros, a taxa SELIC. Outro
custo é o chamado custo de transação, que é o custo de quanto se gasta para
vender títulos negociáveis e/ou tomar recursos emprestados para suprir
eventuais deficiências de caixa.
4.7 - Seleção de Produtos de uma Carteira
A composição de uma carteira de fundos de investimentos requer
cuidados especiais, a consideração de alguns fatores auxilia na seleção dos
produtos mais adequados para cada tipo de investidor. Estes fatores, são
horizonte de investimento, risco x retorno e diversificação de investimentos.
50
4.7.1 – Horizonte de Investimento
Horizonte de Investimento é o espaço de tempo considerado
adequado, pelo investidor, para que seus recursos permaneçam investidos. Ao
escolher o melhor investimento é importantíssimo considerar pó quanto tempo
os recursos podem ficar aplicados. É possível que um investimento seja feito
sem que haja qualquer previsão do momento de sua utilização futura. Mas, via
de regra, as pessoas aplicam seus recursos disponíveis tendo em mente um
prazo para o seu resgate, em função de seus objetivos financeiros, podem
precisar do dinheiro em um mês, um ano, cinco anos ou qualquer outro espaço
temporal.
4.7.2 – Risco x Retorno
Existem diferentes tipos de investimentos e retornos para
diferentes tipos de riscos. Por mais conservadora que seja, qualquer decisão
de investimento está sujeita a algum tipo de risco. Risco é um referencial que
faz parte da composição do preço de todos os ativos. Ao avaliar qualquer
oportunidade de retorno, leva-se em consideração a relação risco estimado x
retorno esperado, analisando a rentabilidade esperada com base nessa
relação fica mais fácil avaliar se o retorno esperado é suficiente para
compensar eventuais perdas que este investimento possa gerar.
Quando de investe deve-se ter objetivos em mente, tais como:
garantir recursos para a aposentadoria, compra de imóvel, educação dos filhos
ou simplesmente ter uma reserva para despesas imprevisíveis (saúde,
desemprego etc.). A importância de se ter um objetivo deve-se a necessidade
de ter parâmetros para o investimento, como expectativa de retorno, grau de
risco, horizonte de investimento, necessidade de liquidez, tributação e outros.
O grau de aversão ao risco depende de características pessoais
do investidor e do seu momento de vida. O administrador deve fazer uma
análise pessoal de cada investidor sobre a sua capacidade de suportar
51
eventuais perdas ou oscilações de patrimônio antes de recomendar uma
alternativa de investimento. O administrador não pode controlar os movimentos
dos mercados, mas pode escolher os riscos e retornos mais adequados a cada
tipo de investidor a partir de suas expectativas.
No quadro abaixo podemos visualizar exemplos de diferentes
estratégias para a composição de uma carteira, com os respectivos
investimentos, conforme o grau de exposição definido pelo investidor.
Exposição ao Risco Estratégias Tipos de Investimentos
Fundos de Ações
ALTO Alto risco + especulação Fundos de investimento genérico
Curto prazo / liquidez que operem com derivativos e
operações alavancadas
Fundos de investimento não referenciados
MODERADO Diversificação, mesclando Fundos de investimento mistos que operem
títulos conforme seus riscos
e prazos
com um mix de ativos: ações, CDB, títulos
públicos e privados, etc.
Fundos Imobiliários
BAIXO
Segurança com horizonte de
investimento no longo prazo Fundos de investimentos referenciados DI
Fundos que operem com hedge
Figura 5 - Exemplo 4 – Estratégias de Investimentos.
De acordo com o grau de exposição ao risco que se dispõe aceitar,
podemos classificar o tipo de investidor. Os três tipos mais comuns são:
conservador, moderado e agressivo. Cada um possui características próprias
que auxiliam traçar a composição mais adequada para sua carteira de fundo
de investimentos. No quadro abaixo veremos exemplos de como podem ser
constituída as carteiras para cada um dos três tipos de investidores.
52
Conservador Moderado Agressivo
Procura preservar o capital
Busca performance ponderando
segurança Não hesita nas decisões
Procura ganhar indicadores,
priorizando a rentabilidade
50% em imóveis, ouro, 40% em títulos de renda fixa
10% em títulos de renda fixa
de alta liquidez
títulos federais, poupança de alta liquidez
40% em títulos de renda fixa 30% em ações especulativas e
40% em ações especulativas e
operações alavancadas
operações alavancadas
10% em ações de companhias
de 1ª linha 30% em ações de companhias
50% em ações de alta
performance
de 1ª linha
Figura 6 – Exemplo 5 – Perfil de Investidores x Carteiras Sugeridas.
4.7.3 – Diversificação de Investimentos
Os investidores são sempre orientados para minimizar os riscos.
analistas e administradores de investimentos consideram a diversificação –
distribuição dos recursos de uma carteira por vários investimentos
selecionados - um método eficaz para somar vantagens de cada investimento
e neutralizar suas deficiências.
Também a diversificação bem estruturada permite ao investidor
adaptar as características de sua carteira às necessidades e objetivos
pessoais. Diversificam-se as aplicações por tipos de investimentos, ramos
econômicos, regiões geográficas, etc. O administrador, pode ainda diversificar
a carteira dos fundos de investimentos segundo outros critérios, como:
destinar, por exemplo 80% do valor para investimentos eminentemente
estáveis, conservadores, nos quais o fator de segurança é essencial,e 20%
53
para investimentos temporários, agressivos, no sentido de apresentar
possibilidades de lucros e riscos potenciais acima do normal, sempre
observando o que dispuser o regulamento do fundo de investimento.
Por meio da diversificação, é possível esperar que ativos com
risco possam ser combinados no contexto de uma carteira de forma que se
apure um risco menor que aquele calculado para cada um de seus
componentes. No entanto, essa redução constatada em uma carteira
diversificada ocorre até certo limite, sendo impraticável a eliminação total da
carteira. Isto é explicado pela enorme dificuldade de encontra-se na prática
investimentos com correlação perfeitamente negativa.
CONCLUSÃO
54
Os fundos de investimentos foram criados com o objetivo de propiciar
uma redução do risco inerente às aplicações no mercado financeiro, visto que
é raro se ter investimento livre de risco. Considera-se que o risco da carteira –
conjunto de títulos adquiridos pelos fundos – é diferenciado do risco do ativo
individual pelo benefício da diversificação no mercado. Quando se forma uma
carteira, aplicando em diferentes classes de ativos – títulos de renda variável,
títulos de renda fixa e instrumentos de curto prazo – pode-se minimizar o risco
de sofrer perdas com investimentos, dada a diversificação de sua carteira.
Essa modalidade, além de representar mais uma opção no mercado,
favorece pequenos e médios investidores, pois possibilitam que invistam em
ativos aos quais, de outra forma, não teriam acesso. E igualmente, favorecem
os investidores que se sentem atraídos pelo mercado financeiro, mas não
possuem o tempo e/ou conhecimento que o investimento nesse mercado
requer e, dessa forma, encontram nos fundos a comodidade, a segurança e a
melhor lucratividade, proporcionalmente ao risco que estão dispostos a correr.
A gestão de carteiras dos fundos de investimentos , como um serviço
altamente qualificado pode contribuir para o crescimento da poupança interna
do país dando condições para atingir a estabilização da dívida pública,
mobilização de recursos para o financiamento de investimentos privados,
geração de novos empregos e realização de grandes projetos de infra-
estrutura, através de vários mecanismos criados no âmbito do mercado de
capitais.
A democratização do capital e da propriedade é outro importante
resultado da operação do mercado de capitais, pois permite que o pequeno
investidor participe de empreendimentos de grande escala ao mesmo tempo
que a participação do trabalhador no resultado das empresas na forma de
ações tende a se tornar cada vez mais difundida.
Assim, concluo que, o mercado de capitais, via fundos de
investimentos é de vital importância para impulsionar o desenvolvimento
econômico do país através da poupança interna, que irá disponibilizar recursos
55
para investimentos internos e gerar riqueza para os seus investidores através
de uma gestão eficiente dos ativos colocados a disposição para se investir
neste mercado.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – Estrutura do Sistema Financeiro 12
56
FIGURA 2 – Exemplo 1 – Dados para cálculo do desvio padrão
de uma carteira 41
FIGURA 3 – Exemplo 2 – Dados para cálculo do retorno esperado
ponderado da carteira 42
FIGURA 4 – Exemplo 3 - Dados para cálculo da duration 47
FIGURA 5 – Exemplo 4 – Estratégias de Investimentos 52
FIGURA 6 – Exemplo 5 – Perfil de Investidores x Carteiras Sugeridas 53
BIBLIOGRAFIA
ABNT. Apresentação de Relatórios técnicos-científicos. Rio de Janeiro: 2001.
57
COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS. Instrução Normativa 409. Rio de
Janeiro: 2004.
BERNSTEIN, Peter; DAMODARAN, Aswath. Administração de Investimentos.
Porto Alegre: Bookman, 2000.
FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro: Produtos e Serviços. Rio de
Janeiro: Qualitymark, 2002.
JÚNIOR, Antônio M. Duarte. Gestão de Riscos para Fundos de Investimentos.
São Paulo: Pretince Hall, 2005.
LIMA, Iran Siqueira; LISBOA, Lázaro Plácido; LOPES, Alexsandro Broedel;
ANTUNES, Maria Thereza Pompa; HAJJ, Zaina Said El. Fundos de
Investimentos – Aspectos Operacionais e Contábeis. São Paulo: Atlas, 2004.
NETO, Alexandre Assaf. Mercado Financeiro. São Paulo: Atlas, 2003.
SECURATO, José Roberto. Cálculo Financeiro das Tesourarias. São Paulo:
Saint Paul, 2003.
ÍNDICE
58
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
O SISTEMA FINACEIRO NACIONAL 9
1.1 – Histórico do Sistema Financeiro Nacional 9
1.2 – Subsistema Normativo e Subsistema de Intermediação 10
1.2.1 – Subsistema Normativo 10
1.2.2 – Subsistema de Intermediação 11
1.3 – Composição do Mercado Financeiro 13
1.4 – Ativos Financeiros 15
1.4.1 – Títulos Públicos 15
1.4.2 – Títulos Privados 17
CAPÍTULO II
FUNDOS DE INVESTIMENTOS 18
2.1 – Constituição dos Fundos 18
2.2 – Classificação dos Fundos de Investimentos 19
2.3 – Dinâmica de Aplicação e Resgate 21
2.4 – Política de Investimento 23
2.5 – Instrumentos de Divulgação 24
2.6 – Despesas e Encargos dos Fundos 25
2.7 – Cálculo da Rentabilidade do Fundo 26
2.8 – Tributação 28
2.8.1 – IOF – Imposto sobre Operações Financeiras 28
59
2.8.2 – IR – Imposto de Renda 29
CAPÍTULO III
GESTÃO DE RISCO 31
3.1 – Risco: Conceito e Definições 31
3.2 – Tipos de Risco 32
3.2.1 – Risco de Mercado 33
3.2.2 – Risco de Liquidez 33
3.2.3 – Risco de Crédito 34
3.2.4 – Risco País 34
3.2.5 – Risco de Contraparte 35
3.2.6 – Risco Operacional 35
3.2.7 – Risco Legal 35
3.2.8 – Risco de Imagem 35
3.3 – Mensuração de Riscos de Carteira de Investimento 36
3.3.1 – Índice de Sharpe 37
3.3.2 – Tracking Error e Erro Quadrático Médio 37
3.3.3 – VAR – Value at Risk 38
3.3.4 – Stress Test – Caudas Grossas 38
3.3.5 – Back Testing 39
CAPÍTULO IV
GESTÃO DE CARTEIRA 40
4.1 – Desvio Padrão da Carteira 40
4.2 – Relação entre Risco e Retorno e o Princípio da
Dominância entre Carteira 43
4.2.1 – Fronteira Eficiente 43
4.3 – Coeficiente Beta de uma Carteira 44
4.4 – Medidas de Performance 45
4.4.1 – Reta do Mercado de Títulos 46
4.5 – Duration de Macaulay e Duration Modificada 46
60
4.5.1 – Duration de uma Carteira 46
4.5.2 – Convexidade 48
4.5.3 – Imunização 48
4.6 – Planejamento das Necessidades de Caixa 49
4.7 – Seleção de Produtos de uma Carteira 49
4.7.1 – Horizonte de Investimento 50
4.7.2. – Risco x Retorno 50
4.7.3 – Diversificação de Investimentos 52
CONCLUSÃO 54
LISTA DE FIGURAS 56
BIBLIOGRAFIA 57
ÍNDICE 58