UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · por iluminar meu caminho e a todos os ......
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
A importância das campanhas educativas realizadas por
Órgãos Públicos de Trânsito
Por: Mariana Mendes Ricken
Orientador
Prof. William Rocha
Rio de Janeiro
2011
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
A importância das campanhas educativas realizadas por
Órgãos Públicos de Trânsito
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Gestão Pública
Por: Mariana Mendes Ricken
3
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, por todo amor e
carinho, ao meu marido, pelo incentivo,
paciência e companheirismo, a Deus,
por iluminar meu caminho e a todos os
meus parentes e amigos que nunca
deixaram de me apoiar.
4
DEDICATÓRIA
Dedico aos meus pais Luiz Fernando e
Maria Marta, pelo amor incondicional, aos
meus irmãos André e Rodrigo, que
mesmo inconscientemente me
incentivaram, sendo além de irmãos,
amigos, ao meu marido Eduardo, por
compreender a importância dessa
conquista e aceitar a minha ausência
quando necessário.
5
RESUMO
Através de pesquisas realizadas sobre acidentes de trânsito, percebi
que as campanhas educativas voltadas para este assunto são muito
importantes e podem ajudar a salvar vidas e a diminuir o número de vitimas
deste mal.
Este estudo teve como objetivo constatar se, de fato, as campanhas
educativas realizadas por órgãos públicos de trânsito têm importância e
fundamental papel na prevenção de acidentes de trânsito. Foi observado que
as campanhas estão diretamente ligadas à prevenção de acidentes e são
capazes de influenciar direta, ou indiretamente, nas atitudes de motoristas e
pedestres, que compõem o trânsito nas cidades.
O aumento da qualidade e quantidade de campanhas educacionais
para o trânsito pode salvar vidas, conscientizar motoristas e pedestres,
mostrando a importância de se ter responsabilidade no transito e que o veiculo
pode ser uma arma nas mãos de pessoas irresponsáveis, que não tem a idéia
de transito seguro.
Após acompanhar algumas importantes campanhas educativas, foi
possível verificar que estas costumam atender seus objetivos e levar aos
motoristas e pedestres a conscientização, mesmo que aos poucos, da
importância de se ter responsabilidade, respeito e educação no transito. As
campanhas são realizadas em períodos e lugares específicos, com o objetivo
de conscientizar a população sobre a importância do transito pacifico, seguro,
educado e responsável.
6
METODOLOGIA
Para a classificação da metodologia da pesquisa que fundamentou
este trabalho, quanto aos meios, trata-se de uma pesquisa realizada no
Departamento Estadual de Transito do Rio de Janeiro, além de consultas a
sites oficiais de órgãos públicos de transito. Além de alguma pesquisa
bibliográfica sobre o tema acidentes de transito, campanhas educativas e
publicidade sobre o tema proposto. A internet foi um aliado de peso, pois
através dela, pude realizar pesquisas em sítios governamentais, de utilidade
pública e de informações relevantes para complementar o assunto aqui
desenvolvido. Em relação às campanhas educativas que foram apresentadas
neste trabalho, estas foram obtidas através de consultas e pesquisas
realizadas em conjunto com a Coordenadoria de Educação do Departamento
Estadual de Transito do Estado do Rio de Janeiro (DETRAN-RJ), geradora de
tais projetos.
Esta metodologia foi baseada na investigação relacionada às
dificuldades encontradas para diminuir o índice de acidentes de trânsito com
vitimas no estado do Rio de Janeiro, gerando o questionamento de como obter
um melhor resultado das campanhas educativas.
O campo de estudo escolhido foi a Coordenadoria de Educação do
Departamento Estadual de Transito do Estado do Rio de Janeiro (DETRAN-
RJ), levando em conta que as informações contidas neste trabalho são para
estudos, onde futuramente poderão ser utilizadas.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 8
Capitulo I – O Trânsito ..................................................................................... 10
Capitulo II – Acidentes de Trânsito ................................................................... 16
Capítulo III – Segurança no Trânsito ................................................................ 28
Capitulo IV – A Educação para o Trânsito ....................................................... 37
Capitulo V – Campanhas Educativas de Trânsito realizadas pelo DETRAN-RJ
......................................................................................................................... 43
Capitulo VI – Eventos ....................................................................................... 54
CONCLUSÃO ................................................................................................... 61
ANEXOS .......................................................................................................... 63
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 66
WEBGRAFIA .................................................................................................... 67
ÍNDICE ............................................................................................................. 69
8
INTRODUÇÃO
O Estado, como ente complexo que se apresenta, assentado na
condição de pessoa jurídica de direito público, desenvolve atividade funcional
por intermédio de seus servidores, dotados de atribuições, que agem em nome
e por conta dele, buscando sempre a promoção do bem comum.
Dentre os serviços prestados pelo Estado, os departamentos de
trânsito têm como principal objetivo a prestação de serviços à sociedade civil,
no que se refere ao controle de informações sobre direitos e transações de
veículos, emissões e renovações de Carteiras Nacionais de Habilitação,
controle de multas de trânsito, entre outros. Sendo uma das atribuições e
competências dos órgãos de transito prestar serviços referentes a cursos,
programas e campanhas educativas de trânsito.
Ninguém duvida que o automóvel esteja incorporado ao progresso,
porque vence distâncias e movimenta o homem. A dependência do homem
pelo automóvel está fixada de maneira incontestável. Essa máquina é destaque
em várias estatísticas, ora incrementando a economia, ora gerando mercado
de trabalho, ora demonstrando a força das nossas indústrias. Por outro lado,
também aparece no topo dos gráficos negativos como ceifadores de vidas,
provocador de seqüelas e danos materiais, não só nos centros urbanos como
nas áreas rurais.
Os dados estatísticos demonstram que as campanhas educativas
em muito contribuíram para as mudanças adequadas de comportamento do
condutor, mas infelizmente este processo não consegue atingir a toda
população porque cada homem é singular em sua personalidade.
9
Em relação à prevenção de acidentes de trânsito, cabe ao órgão de
transito pesquisar sobre atitudes, comportamentos e motivação da população,
em relação ao transito; promover projetos de caráter educativo, civilizador e
formador de cidadania; planejar, elaborar, desenvolver e coordenar os
programas educativos de trânsito e campanhas educacionais; além de ministrar
palestras e cursos no âmbito da legislação e educação de transito.
Este trabalho pretende demonstrar como as campanhas
educacionais de trânsito são elaboradas, seus principais objetivos e qual
público deseja alcançar. Além de pesquisar, através de dados, como tais
campanhas são recebidas pela população e como podem ajudar na prevenção
e conseqüentemente na diminuição de acidentes de transito no estado do Rio
de Janeiro. Cerca de 26.000 acidentes de transito com vitimas ocorrem por ano
no estado. Existe um grande problema em relação à segurança no trânsito e as
campanhas educativas são extremamente importantes para a melhoria das
condições de segurança no trânsito.
10
Capitulo I – O Trânsito
O trânsito é um direito de todas as pessoas e compreende aspectos
voltados à segurança, à mobilidade humana, à qualidade de vida e ao universo
das relações sociais no espaço público.
Trânsito é a utilização das vias por veículos motorizados, veículos
não motorizados, pedestres e animais, para fins de circulação, parada ou
estacionamento. Leis de trânsito são as leis que regem o tráfego e
regulamentam os veículos, enquanto que leis da estrada são tanto as leis
quanto as regras informais que se desenvolveram ao longo do tempo para
facilitar e ordenar o fluxo preciso do trânsito.
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB), logo no seu Artigo 1º, § 1º diz
o seguinte:
"Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas,
veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos
ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento
e operação de carga e descarga”.
Desse conceito, podemos retirar algumas observações importantes
que merecem uma explicação inicial.
1.1. Código de Trânsito Brasileiro
É o instituto basilar sobre trânsito no país, nele estão contidos as
normas, definições, regras, procedimentos, e tudo mais que vai regular o
trânsito. Substituto do antigo Código Nacional de Trânsito – CNT, este trouxe
uma série de novidades no seu bojo, como por exemplo, os crimes de trânsito.
11
Apesar de muito mais moderno que seu antecessor, carece ainda de
adequações e regulamentações, de forma que possa atender as necessidades
do trânsito existente.
O Código de Transito Brasileiro foi instituído pela Lei nº 9.503, de 23
de setembro de 1997 e alterado pelas Leis nº 9.602, de 21 de janeiro de 1998
(referente, principalmente, a artigos vetados) e Lei nº 9.792/99 (revogou a
obrigatoriedade do kit de primeiros socorros).
1.2. Leis incorporáveis ao CTB
São Leis isoladas que tratam do assunto trânsito, mas o seu texto
faz referência e interfere diretamente no CTB, onde são incorporáveis a este,
ou seja, passam a fazer parte do bojo. Um bom exemplo foram os vetos iniciais
do Presidente da república a diversos artigos, incisos e parágrafos do CTB, de
imediato houve a necessidade de se modificá-lo, para ajustar situações que
foram criadas com os vetos, surgindo assim a primeira Lei que alterou alguns
artigos e deu nova redação a outros, foi a Lei nº 9.602 de 21/01 de 1998, como
também a Lei 9.792 de abril de 1999 que revogou o artigo 112 (obrigatoriedade
do Kit de primeiros socorros). As Leis incorporáveis passam a ter seu texto
incluído no texto do CTB ou os modificam diretamente.
O CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito, de acordo com Art.
12, I do CTB, estabelecerá as normas regulamentares referidas no CTB. Essas
normas serão editadas através de Resoluções, pareceres e decisões. Do total,
existem resoluções que alteram, acrescentam ou revogam parcialmente outras
resoluções, outras que versam sobre os mais variados assuntos, pois como
trânsito é dinâmico e a indústria automobilística esta sempre a procura de
novas tecnologias para os seus veículos, assim como empresas de tecnologias
em geral, estão sempre lançando novos produtos no mercado, há a
necessidade da legislação de trânsito em acompanhar essas mudanças de
maneira rápida, e essa maneira de atualização é através das resoluções,
12
pareceres e decisões do CONTRAN, mas por outro lado, torna complexo e
difícil o estudo da legislação de trânsito, principalmente para o cidadão comum,
que via de regra, sempre esta desatualizado e isso terá um reflexo importante
(negativo) durante a fiscalização que é a não aceitação e insatisfação dos
condutores quando do cometimento de infração.
1.3. Resoluções dos Conselhos Estaduais de Transito e do Distrito Federal
Alem das Resoluções do CONTRAN, poderão ser baixadas ainda
Resoluções dos Conselhos Estaduais (CETRAN) e do Distrito Federal, ou
Instituições Normativas, devendo para isso, seguir o princípio da publicidade.
O CTB em seu Art. 14, II, dá competência aos Estados para adotar
normas pertinentes às peculiaridades locais, complementares ou supletivas da
lei federal.
1.4. Sistema Nacional de Trânsito
É o conjunto de órgãos e entidades da União, Estados, Distrito
Federal e Municípios, que tem por finalidade o exercício das atividades de
planejamento, administração, normatização, pesquisa, licenciamento e registro
de veículos, formação, habilitação e reciclagem de condutores, educação,
engenharia, operação do sistema viário, policiamento, fiscalização, julgamento
de recursos de infrações e aplicação de penalidades.
São os objetivos básicos do Sistema Nacional de Transito - SNT:
I - estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trânsito, com vistas
à segurança, à fluidez, ao conforto, à defesa ambiental e à educação para o
trânsito, e fiscalizar seu cumprimento;
II - fixar, mediante normas e procedimentos, a padronização de
critérios técnicos, financeiros e administrativos para a execução das atividades
de trânsito;
13
III - estabelecer a sistemática de fluxos permanentes de informações
entre os seus diversos órgãos e entidades, a fim de facilitar o processo
decisório e a integração do Sistema.
1.5. Órgãos integrantes do Sistema Nacional de Trânsito:
1.5.1. Órgão Coordenador, Máximo Normativo e consultivo:
Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN)
1.5.2. Órgãos Normativos, consultivos e coordenadores:
• Conselhos Estaduais de Trânsito (CETRAN);
• Conselho de Trânsito do Distrito Federal (CONTRANDIFE);
1.5.3. Órgãos Executivos de trânsito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
• Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN);
• Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN);
• Circunscrições Regionais de Trânsito (CIRETRAN);
• Órgão executivo de trânsito das Prefeituras
1.5.4. Órgãos e Entidades executivas rodoviários da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Órgãos Rodoviários da União (DNIT), dos Estado (DER), do Distrito
Federal e dos Municípios.
1.5.5. Polícia Rodoviária Federal (PRF).
1.5.6. Polícias Militares dos Estados e Distrito Federal.
1.5.7. As Juntas Administrativas de Recursos de Infração (JARI).
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1.6. Órgão executivo de Trânsito dos Estados e do Distrito Federal (DETRAN)
É o órgão executivo, integrante do Sistema Nacional de Trânsito,
com jurisdição sobre a área do respectivo Estado ou Distrito Federal, dentre as
suas competências temos:
• Realizar, fiscalizar e controlar o processo de formação,
aperfeiçoamento, reciclagem e suspensão de condutores, expedir e
cassar a Licença de Aprendizagem, permissão para Dirigir e CNH;
• Coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre
acidentes de trânsito e suas causas;
• Aplicar as penalidades por infrações, exceto as
relacionadas nos incisos VI e VIII do art. 24 do CTB;
• Executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as
medidas administrativas cabíveis pelas infrações previstas, exceto as
relacionadas nos incisos VI e VIII do Art. 24 do CTB.
• Vistoriar, inspecionar quanto às condições de segurança
veicular, registrar, emplacar, selar a placa e licenciar veículos,
expedindo o Certificado de Registro e Licenciamento Anual.
1.7. Normas Gerais de Circulação e Conduta
As normas gerais de circulação e conduta visam disciplinar e
uniformizar as condutas que condutores e pedestre devem adotar quando
estiverem no trânsito, normatizando ações, comportamentos, deveres e
proibições.
As Normas Gerais definem o comportamento correto dos usuários
das vias terrestres, principalmente dos condutores de veículos. Apesar de
serem procedimentos básicos, que todo condutor deveria saber praticar, os
15
erros em manobras, extremamente freqüentes, são os responsáveis por grande
parte das infrações e acidentes.
Muitas das Normas de Conduta se parecem com técnicas de Direção
Defensiva. Isso ocorre porque ambas foram criadas tendo como objetivo a
segurança no trânsito. Há, porém, uma grande diferença: ao desrespeitar uma
norma de circulação e conduta, o condutor estará cometendo uma infração ou
crime, sujeitando-se a multas, medidas administrativas e outras penalidades.
A norma básica é a de que os usuários das vias terrestres devem
evitar qualquer ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o trânsito em
geral. Também não devem jogar ou deixar quaisquer substâncias, objetos ou
obstáculos nas vias. A responsabilidade do condutor começa muito antes de
conduzir o veículo pela via. (Art.26 do CTB).
16
Capitulo II – Acidentes de Trânsito
O problema “acidentes de transito” tem sido incorporado ao cotidiano
da vida das pessoas, silenciosa e assustadoramente. O acidente é um evento
independente do desejo do homem, causado por uma força externa, alheia,
que atua subtamente (de forma inesperada) e deixa ferimentos no corpo e na
mente. Pode-se considerar um acidente um evento não intencional que produz
ferimentos ou danos.
Um estudo elaborado pelo IPEA/DENATRAN/ANTP, em que foram
utilizados os conceitos e definições estabelecidos pela Organização Mundial de
Saúde (OMS), da qual o Brasil é país membro, mostra que houve um aumento
em torno de 66% no numero de mortos, daqueles declarados no local do
acidente pela Policia Rodoviária Federal.
Os atropelados são as vitimas fatais de maior incidência pelo numero
de acidentes. A cada 34 atropelamentos ocorre uma morte nas rodovias
federais. Ocorre cerca de quatro mil atropelamentos/ano, um a cada duas
horas. Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Paraná
lideram com 54% das mortes de pedestres e 12 rodovias federais detem 75,3%
das ocorrências envolvendo pedestres, das quais, as três pirâmides (BR-116,
BR-101 e BR-040) respondem por 50% das mortes. E a ,aioria dos acidentes
envolvendo pedestres ocorre à noite, sendo mais acentuado o periodo que vai
de 18 a 20 horas.
Os acidentes com motociclistas guardam posições semelhantes.
Embora tenham representado 10,8% de todos os acidentes, causaram 15,2%
de todas as mortes com pedestres.
17
Aproximadamente 60% dos acidentes ocorridos nas rodovias
federais acontecem à luz do dia, em tempo bom e pistas simples. Mais de 70%
ocorrem em tangente (linha reta). E o maior número de ocorrências está nos
finais de semana e nos meses de dezembro, janeiro e julho (época de férias
escolares). E quando se considera a gravidade do acidente, destacam-se a
colisão frontal (33 mortes a cada 100 acidentes) e os atropelamentos (29
mortes a cada 100 acidentes).
Os acidentes envolvendo bicicleta e ônibus, embora não
necessariamente somente eles, apresentam um custo médio mais elevado,
evidenciando a vulnerabilidade desse tipo de veiculo quando envolvido em
acidente.
2.1. Causas
Os acidentes de trânsito no Brasil atualmente fazem com que uma
grande quantidade de vidas sejam perdidas anualmente. Segundo dados do
DENATRAN, em 2005 foram mais de 26 mil mortos em acidentes, 513 mil
feridos do total de 383.371 acidentes com vítimas. São números assustadores
maiores do que sérias doenças que atingem a população brasileira.
Os acidentes têm aumentado, mas um fator importante é que eles
têm vitimizado mais seriamente as pessoas. Ações com fins políticos e
eleitoreiros, obrigação de informar onde estão localizados os equipamentos
eletrônicos de fiscalização, preocupações apenas com engarrafamentos e
congestionamentos, falta de punibilidade e verdadeiras campanhas educativas
são alguns exemplos do que estamos nos referindo. Existem dois tipos de
acidentes: o evitável e o não evitável. O primeiro é aquele em que você deixou
de fazer tudo que razoavelmente poderia ter feito para evitá-lo, enquanto o
segundo é aquele em que se esgotando todas as medidas para impedi-lo, este
veio a acontecer.
18
Uma das maiores causas dos acidentes chama-se condutor de
veículo. Estatisticamente, 75% dos acidentes foram causados por falha
humana (condutor), 12% por problemas nos veículos, 6% por deficiências das
vias e 7% por causas diversas, ou seja, podemos dizer que o homem, no
mínimo, é responsável, direta ou indiretamente, por 93% dos acidentes.Na
atualidade, o Brasil participa com apenas 3,3% do número de veículos da frota
mundial, mas é responsável por 5,5% dos acidentes com vítima fatal,
registrados em todo mundo. Entre as diversas causas podemos citar:
• Imprudência dos condutores;
• Excesso de velocidade;
• Desrespeito à sinalização;
• Ingestão de bebidas alcoólicas;
• Ultrapassagens indevidas;
• Má visibilidade (chuva, neblina, cerração, noite);
• Falta de atenção;
• Defeitos nas vias;
• Falta de manutenção adequada dos veículos;
• Distração interna do condutor (rádio, passageiro, celular,
objetos soltos no interior do veículo);
• Ação evasiva inadequada, frente a um fator adverso
(buraco, veículo parado, etc.);
• Técnica inadequada ao dirigir veículo (não observar o
retrovisor externo e esquerdo, por exemplo);
• Avaliação errada de distância e velocidade de um outro
veículo, tanto no mesmo sentido (andar na "cola") como em sentido
contrário;
• Falta de cortesia no trânsito;
• Não obediência das normas de circulação e conduta (tanto
para condutores como para pedestres);
• Falta de conhecimento e obediência das leis de trânsito
(condutores e pedestres);
• Impunidade dos infratores;
19
• Sensação de onipotência advinda do comportamento
inadequado ao dirigir;
• Falta de educação para o trânsito;
• Travessia em locais perigosos e fora da faixa ou semáforo.
• Sonolência, falta de descanso, drogas (remédios,
psicotropicos, tranqüilizantes, etc.) e fadiga.
•
Esses fatores podem estar associados a diversos outros, como falta
de conservação e sinalização das vias, falta de fiscalização, falta de
manutenção do veículo, sono, cansaço, fadiga, animais e outros fatores.
Diz o art.178 do CTB: "Deixar o condutor, envolvido em acidente
sem vítima, de adotar providências para remover o veículo do local, quando
necessária tal medida para assegurar a segurança e a fluidez do trânsito.
Infração média Penalidade multa". Portanto, nesse caso, deve o condutor
retirar o veículo da via, para não causar congestionamentos, outro acidente ou
qualquer outra situação que ponha em risco a segurança do trânsito ou que
venha a ser notificado (multado) pelo policial quando da sua chegada. Caso o
veículo não tenha condições de ser removido da via, deve o condutor
providenciar a imediata sinalização para não incorrer em multa (ex: triângulo,
pequenos galhos de árvores ou gestos), e nunca usar objetos grandes e
pesados, como pedras.
2.2. Números
• 193,2 Milhões de Brasileiros (estimativa IBGE para julho 2010)
• 1.400.000 Km. de estradas, sendo apenas 18% asfaltadas
• 60,6 Milhões de veículos, desses, mais de 14 milhões possuem
mais de 10 anos de uso. (Abril/2010)
• 53 Milhões de CNH (Carteira Nacional de Habilitação)
20
Acidentes:
• Mundo: 1,2 milhão mil mortes/ano com mais de 50 milhões de
feridos (OMS).
• Brasil: 45 mil mortes/ano (incluindo óbito após 72 h do acidente,
oficialmente gira em torno de 30.000 mortes/ano).
• 376.589 mil feridos/ano.
• Mais de um milhão de acidentes/ano.
• Prejuízos materiais em mais de 5 bilhões de dólares.
• Prejuízos Sociais em mais de 5 bilhões de dólares.
• O Governo gasta em média R$ 14.321,25 com vítima não fatal de
acidente de trânsito.
• A cada 22 minutos, morre uma pessoa em acidente de trânsito.
• A cada 07 minutos acontece um atropelamento.
• A cada 57 segundos acontece um acidente de trânsito.
• 75% dos acidentes são causados pelo homem, 12% por
problemas no veículo, 6% por deficiências nas vias e 7% por causas diversas.
Se considerarmos HOMEM-VEÍCULO-VIA como causa o homem, são 93%.
• 75% dos acidentes ocorrem com tempo bom, 68% nas retas e
61% durante o dia.
• Maior parte das vítimas de acidentes de trânsito tem menos de 35
anos.
• Acidente de trânsito é o segundo maior problema de saúde
pública do País, só perdendo para a desnutrição.
• Nos acidentes com vítima, os automóveis tem participação de
53%.
• 41% dos mortos em acidentes estão na faixa etária de 15 a 34
anos.
• 377 mil acidentes com vítimas.
• 60% dos feridos no trânsito ficam com lesões permanentes.
• Em 40 mil acidentes com veículos de duas rodas, aconteceram 24
mil mortes.
21
• 44% dos mortos em acidentes de trânsito, são em
atropelamentos.
• 79% dos mortos são do sexo masculino.
• 44% dos acidentes são do tipo colisão.
• Para cada 10.000 veículos, morrem 7 pessoas no Brasil e 1,5 no
Japão.
• São Paulo é a Capital onde há o maior nº de mortos (1.883).
• Metade dos acidentes ocorrem a menos de 10 Km de distância da
residência do motorista.
• Em 70% dos casos de acidentes com mortes, o fator álcool estava
presente, mesmo sem configurar embriaguez.
• 9,3 milhões de veículos(quase 50% da frota) possuem mais de 10
anos de uso, correspondem por 77% da poluição veicular e 60% dos acidentes
com vítimas.
Gerais:
• Trânsito - 3ª Causa Mortis do Brasil;
• 55% de ocupação dos leitos hospitalares;
• 45 em cada mil consegue concluir o 1º grau em 8 anos;
• 43% dos jovens até 17 anos tem apenas 2 anos de instrução
escolar;
• No Brasil, a proporção é de 1 morto para 690 veículos, enquanto
na França é para 3.000, Suíça 3.600, Alemanha 4.200, EUA 5.300, Japão
5.600 e Suécia 6.900;
• Nos EUA no ano de 2000 o motorista gastou em média 62 horas
parado em congestionamentos, tendo a cidade de Los Angeles consumido 130
horas anuais de seus condutores em congestionamentos. Ainda neste mesmo
ano, houve o acréscimo de US$ 68 bilhões gastos a mais em virtude desses
congestionamentos no País.
Brasil:
• Pouco mais da metade da frota registrada é composta por
automóveis, cerca de 35,1 milhões.
22
• 15 milhões de veículos 2 rodas (motocicletas e motonetas. 12,8 e
2,2 milhões respectivamente) já correspondem a pouco mais de 25% da frota
total de veículos
• 2,1 milhões de caminhões
• A região sudeste é a que possui a maior frota de veículos
registrados, 3,51 milhões, enquanto a norte é a menor com 2,5 milhões de
veículos registrados. (Sul 12,6; Nordeste 8,5 e Centro Oeste 5,3 milhões).
Uma pesquisa realizada pela empresa Opinion Research
Corporation International, mostra que 76% dos motoristas confessam ter o mau
hábito de se distrair com outras atividades enquanto dirigem. Os pesquisadores
pediram a 1016 pessoas, que indicassem um ou mais tipos de situação que as
fizeram sofrer um acidente ou, pelo menos, passar um susto no trânsito. Os
números foram os seguintes:
• Separando uma briga dos filhos - 26%
• Apagando cigarro - 22%
• Usando o laptop - 21%
• Conversando com um passageiro - 18%
• Falando ao celular - 13%
Um estudo realizado nos Estados Unidos revela que as pessoas têm
medo de morrer das causas erradas. O quadro compara as reais causas de
morte prematura com aquelas que, na pesquisa, os entrevistados disseram
mais temer:
• Câncer - 30%
• Doenças cardíacas - 29%
• Acidente de carro - 28%
• Cigarro - 25%
• Alcool - 18%
23
• Drogas - 17%
• Armas de fogo - 15%
• Aids - 8%
Principais causas de morte prematura:
• Cigarro - 37,7%
• Obesidade - 28,3%
• Álcool - 9,4%
• Doenças infecciosas - 8,5%
• Armas de fogo - 3,3%
• Doenças venéreas - 2,8%
• Acidente de carro - 2,4%
• Drogas - 1,9%
No Brasil mais de 40.000 pessoas perdem a vida anualmente em
acidentes de transito, porém acredita-se que estes números são maiores pois
as estatísticas são falhas. Só nas rodovias paulistas em 2001 ocorreram
61.000 acidentes com 2.300 mortes e 23.000 pessoas gravemente feridas. Até
15 de fevereiro já morreram 703 pessoas nas rodovias federais, resultado de
13.400 acidentes. Em todo o mundo o transito ceifa vidas, porém os números
brasileiros são alarmantes e disparam na frente de qualquer país do mundo.
2.3. Causas mais comuns de acidentes de trânsito
Erro humano, em todo o mundo, é responsável por mais de 90 %
dos acidentes registrados. Principais imprudências determinantes de acidentes
fatais no Brasil: por ordem de incidência:
• Velocidade excessiva;
• Dirigir sob efeito de álcool;
24
• Distancia insuficiente em relação ao veiculo dianteiro;
• Desrespeito à sinalização;
• Dirigir sob efeito de drogas.
2.4. Fatores determinantes das imprudências:
• Impunidade / legislação deficiente;
• Fiscalização corrupta e sem caráter educativo;
• Baixo nível cultural e social;
• Baixa valorização da vida;
• Ausência de espírito comunitário e exacerbação do caráter
individualista;
• Uso do veículo como demonstração de poder e virilidade.
2.5. Elemento humano na direção
O veículo a motor, como qualquer outra máquina, exige que o ser
humano esteja qualificado tecnicamente e mentalmente para operá-lo
seguramente. O cidadão comum não dispõe de qualquer outra maquina ou
dispositivo que lhe dê a sensação de tanto poder. Um indivíduo com um carro
importado de alto valor pode cometer todo tipo de infração apenas para
satisfazer seu ego, ao passo que um indivíduo com carro velho e de baixo valor
pode cometer os mesmos tipos de infrações também para satisfazer seu ego.
No mundo atual o veículo a motor é o meio mais barato e mais fácil
que o cidadão comum possui para extravasar seu estado emocional, tanto para
o bem como para o mal. Como nos países subdesenvolvidos (até pela própria
natureza de subdesenvolvimento) o número de pessoas dotadas de estado
emocional voltado para ações negativas é muito grande, por esta razão o
trânsito transforma-se em verdadeira carnificina.
25
A velocidade fascina o ser humano, a ponto de correr simplesmente
pelo prazer de correr, mesmo que não tenha nenhum objetivo a ser atingido.
2.6. Tempo de Reação
Para que uma pessoa responda adequadamente a determinado
estimulo, é necessário que esteja "alerta", caso contrário poderá causar um
acidente. Este estado de "alerta" é afetado por muitos fatores, fazendo com
que as pessoas respondam com maior ou menor rapidez em situações de
emergências.
O intervalo de tempo entre o reconhecimento de uma situação
perigosa e a ação de resposta a esta situação é chamado de tempo de reação,
e depende da condição física e do estado emocional do indivíduo.
O tempo médio de reação de uma pessoa jovem em bom estado de
saúde é de aproximadamente 0,75 segundos. Este é praticamente o tempo que
o cérebro necessita para processar as informações que está recebendo e
definir uma ação.
Fatores que influenciam o tempo de reação:
• Definitivos: idade, deficiência física (visão, audição, paralisias
etc.);
• Temporários: enfermidades passageiras (resfriado comum, dor de
cabeça etc.), álcool, drogas, medicamentos, estado emocional.
Indivíduos imaturos também constituem um grupo de grande
propensão para o acidente no trânsito uma vez que sua necessidade de auto-
afirmação faz com que ajam impulsivamente e agridam e desrespeitem os
direitos e a vida das outras pessoas. Este tipo de comportamento é altamente
difundido no trânsito brasileiro.
26
DISTÂNCIA MÍNIMA NECESSÁRIA PARA PARAR UM VEÍCULO
COM BASE NO TEMPO DE REAÇÃO E NA VELOCIDADE DO VEÍCULO.
VELOCIDADE
(km/h)
NORMAL
(0.75 segs.)
RETARDADO
(2 segs.)
DISTÂNCIA ( m) DISTÂNCIA ( m )
50 10 28
80 16 44
90 18 37
100 20 41
110 22 45
120 25 66
Muitos indivíduos ao conduzirem seus veículos criam condições
ideais e irreversíveis para que o acidente ocorra, isto normalmente ocorre em
função da completa ignorância em relação aos fatores causadores dos
mesmos. Usando a tabela acima facilmente identificaremos tais fatores que
proliferam em grande intensidade nas rodovias e ruas brasileiras.
• Reação normal + distancia incompatível com a velocidade -
tornado impossível a parada de emergência, no momento necessário;
• Reação retardada + não reconhecimento de tal situação +
distância incompatível com velocidade. Parada impossível e situação
irreversível;
• Reação retardada + reconhecimento da situação + distância
incompatível com a velocidade. Parada impossível.
No Brasil o número de acidentes causados pela imprudência dos
motoristas, batendo na traseira do veículo que vai a frente, é tão grande, que a
jurisprudência considera quem bate atrás como culpado. A mídia está repleta
de depoimentos de motoristas causadores acidentes que afirmam que os
"freios" de seu veículo não funcionaram a tempo de evitá-lo.
27
2.7. Procedimentos que já salvaram muitas vidas
• Jamais dirijir após ingerir bebidas
• Não utilizar drogas antes e nem durante a condução de veículos.
Embora algumas drogas sejam usadas para estimular habilidades, com relação
ao "tempo de reação" produzem efeito comprovadamente contrário;
• Reduzir a velocidade quando seu estado emocional estiver
comprometido ou evite dirigir;
• Manter sempre distância de segurança em relação aos outros
veículos;
• Utilizar sempre e adequadamente os dispositivos de segurança;
• Respeitar e procurar entender a razão da sinalização de transito,
isto poderá evitar um acidente;
• Evitar colocar - se em uma condição causadora de acidente;
• Considerar que todo acidente pode e deve ser evitado.
28
Capítulo III – Segurança no Trânsito
O trânsito é o sistema que ceifa mais vidas em todo mundo e até
mais que todas as guerras e doenças humanas reunidas. Na verdade quem
mata não é o trânsito que é apenas um sistema social com sentido de
organizar consciências sem consciência, mas motoristas com instintos animais
muito mais forte que o juízo, a razão ou a consciência social.
É justo lembrar também a imprudência e irracionalidade dos
pedestres, ciclistas e motoqueiros que como suicidas conscientes têm talvez
mais responsabilidades sobre os acidentes que os próprios motoristas que
tidos como cruéis assassinos muitas vezes são mais vítimas que qualquer
outra coisa. Cada qual com sua responsabilidade.
O fato é que existem diversas formas de inconseqüência, desde as
mais sutis como falar ao celular enquanto dirige, não dar uma seta antes de
converter até efetuar uma ultrapassagem perigosa em local inadequado.
As leis estão cada vez mais severas e as multas caras, já que não é
possível obter cooperação é preciso reprimir através de leis, que também de
nada adiantarão se não houver devida fiscalização. Evidentemente nenhuma
lei em nenhum setor nada resolve ou resolverá pois é sempre fácil burlar,
mentir, enganar e fazer o mal quando se há intenção negativa e má fé
consciente.
29
As estatísticas demonstram que, a cada ano, são centenas de
milhares as vítimas de acidentes de trânsito no Brasil. Dentre elas,
aproximadamente 50 mil são vítimas fatais, das quais 30 mil morrem no local
do acidente. São computados em dezenas de milhares também, os
sobreviventes que se tornam inválidos.
O impacto social causado pelas mortes no trânsito é muito intenso,
pois a grande maioria das vítimas tem entre 18 e 35 anos e pertence à faixa
economicamente mais produtiva e ativa da nossa sociedade.
Quando analisamos as estatísticas envolvendo motos, os números
são ainda mais impressionantes. As motos representam aproximadamente 7%
da frota brasileira de veículos, mas estão envolvidas em 35% dos acidentes.
Todos nós somos usuários diários do trânsito, seja como
passageiros, pedestres ou condutores. Somos responsáveis pelo bem estar
desse meio social. Porém, quanto à segurança no trânsito, sem dúvida a maior
responsabilidade cabe aos condutores.
Muitos motoristas não têm consciência desta responsabilidade. É
comum ouvirmos relatos de acidentes onde o condutor aponta como “culpa” a
falta de acostamento, a chuva, um buraco na pista, entre diversos outros
fatores.
Após analisar as causas de milhares de acidentes, foi possível
chegar às seguintes conclusões:
30
• 90% dos acidentes são causados por falhas humanas.
• 4% são causados por falhas mecânicas.
• 6% são causados por má condição das vias.
A grande maioria das falhas humanas pode ser evitada, tomando-se
alguns cuidados básicos. Esses procedimentos foram analisados e
sistematizados: o conjunto destas técnicas recebe o nome de Direção
Defensiva para condutores de veículos de quatro rodas e Pilotagem Defensiva
para condutores de veículos de duas ou três rodas. A prática desses
procedimentos está ao alcance de todos os condutores.
3.1. Direção Defensiva e Pilotagem Defensiva
Direção defensiva é o conjunto de medidas e procedimentos
utilizados para prevenir ou minimizar as conseqüências dos acidentes de
trânsito. Baseado na noção de que em todo acidente sempre está presente
uma falha humana relacionada ou a negligência, ou imprudência, ou imperícia,
a direção defensiva pretende que o motorista que a emprega seja um elemento
ativo na alteração ou eliminação dos fatores que possam vir a causar
acidentes. Dirigir ou Pilotar defensivamente é evitar acidentes ou diminuir as
conseqüências de um acidente inevitável, apesar dos erros, das condições
adversas e da irresponsabilidade de outros condutores e pedestres.
Os acidentes geralmente são causados pela combinação de diversos
fatores. O fator mais relevante é chamado de causa principal do acidente. Esse
fator pode ser: excesso de velocidade, erros na previsão de ações de outros
motoristas, desrespeito à sinalização ou normas de trânsito, negligência na
avaliação das condições adversas, falta de habilidade para conduzir com
segurança, etc.
31
O condutor defensivo altera conscientemente o encadeamento dos
fatores que resultariam em um acidente. Ele sabe que basta interferir, de forma
positiva, em um ou mais destes fatores, para que o acidente não aconteça.
Motorista defensivo é aquele que utiliza constantemente as técnicas de
Direção e Pilotagem Defensiva, enquanto dirige seu veículo. Deste modo, ele
evita acidentes, tornando assim o trânsito muito mais seguro, para si próprio e
para as demais pessoas.
Conhecer as técnicas não basta. É preciso alterar o comportamento,
incorporando essas técnicas ao dia-a-dia, reconhecer e abandonar antigos
vícios e maus hábitos, de forma a automatizar os procedimentos e as atitudes
corretas.
Outra característica importante do condutor defensivo é a de que ele
fica satisfeito em evitar o acidente, independente de quem tenha razão ou de
quem seja a culpa.
É importante saber que, em qualquer acidente, ocorre pelo menos
uma destas três falhas humanas:
• Negligência
• Imprudência
• Imperícia
32
3.1.1. Negligência
A negligência pode ser definida como descaso, displicência ou
desleixo, é o termo que designa falta de cuidado ou de aplicação numa
determinada situação, tarefa ou ocorrência. Muitos acidentes e mortes são
causados por negligência:
• Do órgão com jurisdição sobre a via, quando deixa de fazer a
manutenção e instalar ou reparar a sinalização.
• Do proprietário do veículo, quando permite que condutores não
habilitados ou sem condições de dirigir conduzam seu veículo.
• Do condutor, quando insiste em conduzir um veículo mal conservado ou
fora dos padrões de segurança.
• Do condutor, quando não obedece às leis de trânsito e não pratica as
técnicas de Direção ou Pilotagem Defensiva.
A negligencia é a falta de atenção, falha de observação, enquanto
conduz um veículo.
3.1.2. Imprudência
A imprudência, elemento de presença constante no trânsito
brasileiro, o motorista imprudente é aquele que:
• Expõe a si próprio e às demais pessoas a riscos desnecessários, sem
medir as conseqüências.
• Mesmo percebendo a precariedade de sinalização e conservação de
uma via, continua conduzindo com velocidade incompatível.
• Dirige perigosamente, sem levar em consideração condições adversas
existentes no momento em que trafega.
33
3.1.3. Imperícia
A imperícia ou falta de habilidade é uma importante causa de
acidentes. Geralmente é proveniente de má formação ou treinamento
inadequado do condutor que:
• Não está suficientemente capacitado ou familiarizado para usar
determinado tipo de veículo.
• Não sabe o que fazer ou tem reações impróprias frente a situações
adversas.
• Não sabe como agir em situações de emergência.
3.1.4. Elementos básicos da Direção Defensiva
Para que um condutor possa praticar a Direção Defensiva, ele
precisa de certos elementos e conhecimentos, não só de legislação de trânsito,
mas também de comportamentos que devem ser praticados no dia-a-dia, no
uso do veículo. Os principais elementos são:
3.1.4.1 Conhecimento
O Código de Trânsito Brasileiro é o seu maior aliado na busca desse
conhecimento, mas também é necessário desenvolver um rápido conhecimento
dos riscos no trânsito e da maneira de prevenir-se contra eles.
Você precisa conhecer seus direitos e deveres em qualquer situação de
trânsito, como condutor ou como pedestre, para evitar tomar atitudes que
possam causar acidentes ou danos aos usuários da via.
Código de Trânsito Brasileiro - fornece muitas informações que devemos
conhecer, além disso, existem livros e revistas especializadas para o trânsito e
publicações jornalísticas sérias que nos mantêm em dia com as novas leis e
resoluções.
34
Existem alguns procedimentos do condutor ou problemas com o
veículo que são considerados infrações, tendo como conseqüência
penalidades previstas nas leis de trânsito, por isso você tem que conhecer
todos eles. Outros procedimentos dependem do bom senso de todos os
condutores e pedestres, são as atitudes educadas, compreensivas, de
paciência, que ajudam a fazer um trânsito mais seguro.
3.1.4.2. Atenção
O veículo motorizado que circula em vias terrestres é o que mais
exige a atenção do condutor. Um trem ou avião conta com aparelhos e
auxiliares que podem ajudar nessa tarefa. A atenção deve ser direcionada a
todos os elementos da via (condições, sinalização, tempo, etc.), e também as
condições físicas e mentais do condutor, os cuidados e a manutenção do
veículo, tempo de deslocamento, conhecimento prévio do percurso, entre
outros.
O condutor deve manter-se em estado de alerta durante todo o
tempo em que estiver conduzindo o veículo, consciente das situações de risco
em que pode envolver-se e pronto a tomar a atitude necessária em tal situação
para evitar o acidente.
3.1.4.3. Previsão
É preciso prever e preparar-se para algumas eventualidades comuns
no dia-a-dia, como furar um pneu, um buraco ou óleo na pista, um pedestre
fazendo a travessia fora do local adequado, um acidente, etc.
Essas previsões podem ser desenvolvidas e treinadas no uso do seu veículo e
são exercidas numa ação próxima (imediata) ou distante (mediata),
dependendo sempre do seu bom senso e conhecimento.
A direção defensiva exige tanto a previsão mediata como a imediata, sendo
que algumas, inclusive, fazem parte das leis de trânsito (cuidados com o
veículo, equipamentos obrigatórios).
35
3.1.4.4. Decisão
Sempre que for necessário tomar uma decisão, numa situação de
perigo, ela dependerá do conhecimento das alternativas que se apresentem e
do seu conhecimento das possibilidades do veículo, das leis e normas que
regem o trânsito, do tempo e do espaço que você dispõe para tomar uma
atitude correta. Essa decisão ou tomada de atitude vai depender da habilidade,
tempo e prática de direção, previsão das situações de risco, conhecimento das
condições do veículo e da via. Ao renovar o exame de habilitação, o condutor
que não tenha curso de Direção Defensiva e Primeiros Socorros, deverá a eles
ser submetido conforme art. 150 do CTB e Resolução nº 50 - CONTRAN.
Portanto, é necessário estar sempre preparado para fazer a escolha correta
nas situações imprevistas, de modo que possa contribuir para evitar acidentes
de trânsito, mantendo-se atento a tudo que circunda a via, mesmo à sua
traseira, para que esta decisão possa ser rápida e precisa, salvando sua vida e
a de outros envolvidos numa situação de risco.
3.1.4.5. Habilidade
A habilidade se desenvolve por meio de aprendizado e da prática.
Devemos aprender o modo correto de manuseio do veículo e executar várias
vezes essas manobras, de forma a fixar esses procedimentos e adquirir a
habilidade necessária à prática de direção no trânsito das vias urbanas e rurais.
Esse requisito diz respeito ao manuseio dos controles do veículo e à execução,
com bastante perícia e sucesso, de qualquer uma das manobras básicas de
trânsito, tais como fazer curvas, ultrapassagens, mudanças de velocidade e
estacionamento.
Ser um condutor hábil ou com habilidade significa que você é capaz
de manusear os controles de um veículo e executar com perícia e sucesso
qualquer manobra necessária no trânsito, tais como: fazer curvas, ultrapassar,
mudar de velocidade ou de faixa, estacionar, etc.
36
É necessário conhecimento e atenção para fazer uma previsão dos
problemas que vai encontrar no trânsito e tomar, no momento necessário, a
decisão mais correta, com habilidade adquirida pelo trino no uso da direção,
tornando o trânsito mais humano e segura para você e para todos.
A Direção Defensiva só funcionará se cada condutor conhecer e praticar os
elementos básicos que delam fazem parte, no dia-a-dia, cada vez que fizer uso
do seu veículo nas vias públicas (urbanas e rurais). Com o Código de Trânsito
Brasileiro surgiram vários manuais ou livretos que ajudam a atualizar seus
conhecimentos. Mantenha-se atento a todas as mudanças e dirija dentro da
Lei. Atualize-se sempre.
37
Capitulo IV – A Educação para o Trânsito
O código de Transito Brasileiro (CTB), Lei nº 9.503, de 23 setembro
de 1997, que passou a vigorar a partir de 22 de janeiro de 1998, é considerado
como um dos códigos mais avançados do mundo, pois trouxe consigo muitas
inovações. Uma das mais significativas é que, pela primeira vez, o código traz
um capitulo exclusivo à educação, determinando, entre outros aspectos, a
implementação da educação para o transito em todos os níveis de ensino.
Mais do que o cumprimento da lei, acredita-se que por meio da
educação poderá ser possível reduzir o numero de mortos e feridos em
acidentes de transito e construir uma cultura de paz no espaço público. Isso
porque a educação para o transito requer ações comprometidas com a
informação, mas, sobretudo, com valores ligados à ética e à cidadania.
O Código de Transito Brasileiro institui que:
“a educação para o trânsito é direito
de todos e constitui dever prioritário
para os componentes do Sistema
Nacional de Trânsito”.
Um dos objetivos básicos do Sistema Nacional de Transito é
estabelecer diretrizes da Política Nacional de Transito com vistas à segurança
e à educação para o transito.
É obrigatória a existência de coordenação educacional em cada
órgão ou entidade componente do Sistema Nacional de Trânsito, que é o
conjunto de órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e
38
dos Municípios que tem por finalidade o exercício das atividades de
planejamento, administração, normatização, pesquisa, registro e licenciamento
de veículos, formação, habilitação e reciclagem de condutores, educação,
engenharia, operação do sistema viário, policiamento, fiscalização, julgamento
de infrações e de recursos e aplicação de penalidades.
Os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito deverão
promover campanhas no âmbito de sua circunscrição e de acordo com as
peculiaridades locais, voltadas para a conscientização e educação para o
transito.
As campanhas realizadas pelos órgãos de transito são de caráter
permanente, e os serviços de rádio e difusão sonora de sons e imagens
explorados pelo poder público são obrigados a difundi-las gratuitamente, com a
freqüência recomendada pelos órgãos competentes do Sistema Nacional de
Trânsito.
A educação para o trânsito deve ser coordenada entre os órgãos e
entidades do Sistema Nacional de Trânsito e de Educação, da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas respectivas áreas de
atuação.
No âmbito da educação para o trânsito caberá ao Ministério da
Saúde, mediante proposta do CONTRAN, estabelecer campanha nacional
esclarecendo condutas a serem seguidas nos primeiros socorros em caso de
acidente de trânsito. As campanhas terão caráter permanente por intermédio
do Sistema Único de Saúde – SUS.
39
Compete ao órgão executivo de transito, o Detran, no âmbito de sua
circunscrição coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre acidentes de
transito e suas causas, além de promover e participar de projetos e programas
de educação e segurança de transito.
Em 21 de junho de 2009, as diretrizes Nacionais da Educação para
o Transito na pré-escola foram aprovadas pela Portaria do Departamento
Nacional de Transito nº 147. Tais diretrizes ter como finalidade trazer um
conjunto de orientações capazes de nortear a pratica pedagógica voltada ao
tema trânsito.
Segundo estas diretrizes, o objetivo da educação para o transito é
favorecer o desenvolvimento das posturas e atitudes que visem a segurança
individual e coletiva para a construção de um espaço público democrático e
eqüitativo, respeitar as diversidades culturais, os diferentes espaços
geográficos e as relações interpessoais que neles ocorrem, superar a
concepção reducionista de que educação para o transito é apenas a
preparação do futuro condutor, criar condições que favoreçam a observação e
a exploração do ambiente, a fim de que as crianças percebam-se como
agentes transformadores e valorizem atitudes que contribuam para sua
preservação. Utilizar diferentes linguagens (artística, corporal, oral e escrita)
para desenvolver atividades relacionadas ao transito, proporcionar situações,
de forma integrada, que contribuam para o desenvolvimento das capacidades
de relação interpessoal, de ser e de estar com os outros e de respeito e
segurança no espaço publico e envolver a família e a comunidade nas ações
educativas de transito desenvolvidas.
Para que o trabalho relacionado à educação para o transito seja
implementado com êxito, é importante programar ações na proposta
40
pedagógicas, levando em conta as fases de desenvolvimento das crianças,
observando-se e respeitando-as em suas diferenças individuais.
4.1. Educação para o trânsito e currículo escolar
O atual Código de Trânsito Brasileiro prevê disciplina de Trânsito
nas escolas, que se faz necessário por estarmos envolvidos num sistema de
trânsito cada vez mais complexo e perigoso, requerendo conhecimentos,
entendimento, mudança de atitudes, de cultura de educação, para com isto,
minimizar as tragédias diárias causadas por acidentes de trânsito em nosso
país.
Verificou-se não haver um projeto curricular com conteúdos
disciplinares de Educação para o Trânsito nas escolas, nem a efetiva prática
pedagógica em sala de aula relativa ao assunto Trânsito. Educação para o
Trânsito é questão de segurança pública e sendo assim fica o clamor de que se
façam, urgentemente, investimentos em Educação para o Trânsito nas escolas
numa reformulação do currículo para atender a demanda social atual de um
Trânsito seguro.
É importante constituir uma forma de educar as crianças em estudos
e trabalhos voltados para a Educação para o Trânsito conforme já consta no
Código de Transito Brasileiro.
O principal objetivo é desenvolver um sistema de Educação para o
trânsito com normas de circulação, conduta, cidadania, a fim de ajudar os Pais
e Educadores a construir atitudes que no futuro contribuirão para formarmos
motoristas mais conscientes. Incentivar aos alunos a posicionarem-se de
maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais,
utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões
coletivas.
41
É importante questionar a realidade, formulando problemas e
tratando de resolvê-los e despertar um interesse lógico, criativo e a capacidade
de análise e críticas, construindo uma proposta inovadora de fazer do aluno um
agente fiscalizador.
O desenvolvimento do tema trânsito para os alunos com o objetivo
de auxiliar na formação de cidadãos voltados ao respeito das normas de
trânsito. Fazendo com que as situações vivenciadas no dia-a-dia sejam ponto
de partida para a sistematização do conhecimento, introduzindo a as ações,
oferecendo materiais de apoio a fim de capacitar o aluno para uma prática
social diferenciada, principalmente superar o conhecimento da realidade do
trânsito em que o aluno está inserido, refletindo na sociedade e no sistema.
Promover a capacitação de alunos na formação do cidadão visando
a construir um trânsito mais seguro e humano, percebendo-se como sujeito
integrante dessa realidade é uma tarefa muito importante, contibuindo
diretamente com a ideia de melhorar a segurança no transito, tanto hoje como
a medio e longo prazos. Essas crianças fazem parte do transito como
pedestres e futuramente porderão ser condutores.
Considerando a necessidade do desenvolvimento de uma Política
Nacional de Educação e Segurança no Trânsito voltada, sobretudo, para o
grupo considerado de risco, constituído pela população adolescente que se
insere nas escolas de ensino médio em todo território nacional o CONTRAN,
através da Resolução Nº 120, de 14 de fevereiro de 2001, decidiu instituir o
Projeto de Educação e Segurança no Trânsito -Escolas de Ensino Médio, com
conteúdos específicos voltados para a formação e desenvolvimento de
comportamentos seguros no trânsito.
42
O Projeto, uma vez desenvolvido de conformidade com todos os
requisitos constantes na referida Resolução e seus Anexos, será reconhecido
pelo Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN, como a formação
teórico-técnica necessária para que o aluno integrante deste Projeto, possa
submeter-se ao exame teórico para a obtenção da primeira habilitação.
As escolas interessadas no desenvolvimento do Projeto em tela
deverão ser credenciadas pelo DENATRAN, devendo, para isto, cumprir os
seguintes procedimentos utilizando os instrumentais específicos: solicitar
inscrição no Projeto citado; apresentar o Coordenador responsável pelo
desenvolvimento do referido. Projeto na respectiva unidade escolar, bem como
a Equipe Docente e apresentar Planejamento do desenvolvimento dos
conteúdos.
Aos alunos cuja avaliação for considerada satisfatória pela Equipe
Docente, será expedido pela Escola um certificado de participação no Projeto.
43
Capitulo V – Campanhas Educativas de Trânsito realizadas pelo DETRAN-RJ
5.1. CARNAVAL DA VIDA NA AVENIDA – Sambódromo
O projeto foi elaborado pela Coordenadoria de Educação do
Departamento Estadual de Transito do Rio de Janeiro com os objetivos
estratégicos de consolidar a excelência nos serviços e sustentar a boa imagem
do DETRAN-RJ, além de promover melhorias substanciais nos níveis de
educação para o trânsito no Estado do Rio de Janeiro.
As estratégias associadas foram a de ampliar a divulgação das
realizações do DETRAN-RJ e implantar e operar programas de Educação para
o Trânsito, promovendo o esclarecimento da população.
Os objetivos principais desta campanha educativa foram os de
conscientizar os foliões sobre os riscos de acidentes, principalmente nessa
época do ano, e fortalecer a importância da prudência e prevenção,
principalmente nesse momento de maior consumo de álcool.
O publico alvo foram os jovens e adultos, espectadores dos desfiles
das escolas de samba no Sambódromo. A estimativa de público direto foi de
180.000 pessoas.
O Carnaval concentra um grande esforço em relação à segurança
do trânsito, pois nesse período ocorrem muitos acidentes fatais. Desde 2003, o
DETRAN-RJ coloca seu bloco na rua levando mensagens educativas sobre a
44
boa conduta que devemos ter no trânsito. Nesses 07 anos de ações, mais de
120.000 foliões participaram das ações do DETRAN.
Em 2009 e 2010, as abordagens aconteceram na Marquês de
Sapucaí durante os dois dias de desfiles das Escolas do Grupo Especial e no
dia do desfile das Campeãs com distribuição de material educativo e de
chapéus tipo malandro com a campanha do Carnaval da Vida na Avenida, além
da distribuição de material educativo em todos os postos da região
metropolitana.
Nos intervalos entre as escolas, mensagens com o tema da
campanha eram divulgadas para o público presente através do sistema de som
do sambódromo. O material educativo distribuído foi muito bem aceito pelos
foliões, anônimos ou famosos, que passaram pela Marquês de Sapucaí
enfeitando as arquibancadas e nas frisas.
As ações desta campanha foram realizadas no Sambódromo,
durante os 2 dias de desfile do grupo especial das Escolas de Samba e do
desfile das campeãs. Foram realizadas ações educativas dentro do
Sambódromo, para os foliões presentes. Essa ação contou com equipes
compostas por jovens do Passo a Passo e mais um funcionário do DETRAN-
RJ que distribuíram brindes com mensagens educativas para os espectadores
dos desfiles.
Antes de a campanha ser executada, os resultados esperados eram
a redução de acidentes de trânsito no Carnaval e a redução de condutores
alcoolizados que tenham sido flagrados pela fiscalização no trânsito
O cronograma de execução do projeto foi dividido entre o
treinamento pessoal, realizado nos meses de janeiro e fevereiro de 2010 e a
execuções das ações, realizadas em março de 2010. Os recursos que foram
necessários para a realização desta campanha foram a capacitação dos
participantes do Passo a Passo e Educando com Valor; Criação de material
45
promocional (60.000 chapéus tipo malandro; camisas de uniformes); locações
de vans para transporte dos funcionários; Kits lanches e água mineral; rádios
comunicadores, equipe de staff para logística de material.
A especificação dos recursos utilizados para a campanha foram os
seguintes:
1) Chapéu em e.v.a de 2,5mm com densidade 35, na cor
branca, modelo malandro, fita em corino cor azul com impressão em 1
(uma) cor e policromia (logo) no chapéu;
2) Locação de 6 vans de 15 lugares com motoristas para
locomoção da equipe saindo de um ponto de encontro e deixando a
equipe em suas casas ao término do serviço – zona sul, Niterói/São
Gonçalo, Tijuca, Vicente de Carvalho, Santa Cruz, Baixada Fluminense.
Horário de serviço de 15h às 24h.
3) 6.500 copos de água mineral sem gás, refrigeradas e
divididas em “coolers” com gelo para conservação.
4) Lanches para a equipe de trabalho.
5) 20 rádios comunicadores (DTR620 Radio Digital -
Acompanha: Capa com alça e cinto, bateria, antena 900 Mhz,
carregador bi-volt) e fones de ouvidos.
6) 10 pessoas para a realização da logística de entrega dos
chapéus nos pontos de distribuição (do local onde os chapéus estarão
armazenados até os pontos de distribuição dentro do sambódromo),
bem como das águas.
7) 300 camisas brancas em malha de 100% algodão 30.1 –
120gr com policromia na frente, uma cor costas, e aplicação de uma cor
nas mangas. Grade a definir. A arte será enviada pela Coordenadoria de
Educação.
Esta parceria levou uma onda de educação no trânsito para o desfile
das escolas de samba do grupo especial, na Marquês de Sapucaí.
46
As campanhas educacionais vinculadas ao Carnaval se iniciaram
antes da data oficial do inicio da comemoração. O DETRAN realizou ações
educativas de carnaval em diversos pontos da cidade.
As ações de educação no trânsito do DETRAN-RJ começaram na
quinta feira (24/1 – dez dias antes do inicio do Carnaval). Agentes de educação
do Detran percorreram bailes, blocos, bares e restaurantes entregando aos
foliões leques e bandanas com desenhos e mensagens educativas criadas por
cinco cartunistas – Guidacci, Amorim, Anderson, Arionauro e Dil Márcio. As
equipes também realizaram testes de bafômetro em foliões voluntários, em
caráter educativo, e percorreram os locais em duas vans customizadas – as
Carnavans - com os desenhos dos cartunistas, que associam os temas
carnaval e trânsito.
O Detran organizou um bloco de rua, o Carnaval da Vida na
Avenida, que desfilou no domingo antes do carnaval, na Praia de Copacabana.
Com alegria e humor, o departamento fez um desfile para conscientizar a
população de que a mistura álcool e direção pode ser muito perigosa. O desfile
contou com 40 ritmistas, 40 baianas e um casal de mestre-sala e porta-
bandeira, e foi puxado pelo sambista Neguinho da Beija-flor.
O Detran também levou ações de prevenção de acidentes no
carnaval para as estradas, dentro do programa Pacto sem Fronteiras pela Paz
no Trânsito - mobilização que envolve diversos órgãos e entidades ligadas à
questão do trânsito no estado, com o objetivo de diminuir os acidentes.
Participaram da ação sete concessionárias - Ponte S.A. Lamsa,
CRT, Concer, Nova Dutra, Rota 116 e Via Lagos. Os funcionários dos pedágios
das empresas vestiram camisetas com mensagens de carnaval e distribuíram
aos motoristas bandanas, leques, lixeiras de carros e copos d´água com
mensagens de educação como “Não jogue sua vida no lixo” e “No volante,
mate apenas a sua sede. Não misture álcool com direção”. Os usuários
também foram saudados pelos funcionários das cabines de pedágio com a
frase “Respeite as regras de trânsito. Sua vida vale mais que o carnaval”.
47
Os agentes educativos do Detran também marcaram presença em
blocos como Suvaco de Cristo (Jardim Botânico), Escravos da Mauá (Praça
Mauá), Imprensa Que Eu Gamo (Laranjeiras), Simpatia é Quase Amor
(Ipanema), Cordão do Bola Preta (Centro), Imaginou Agora Amassa (Leblon),
Chupa Mas Não Baba (Laranjeiras), Gigantes da Lira (Rua General Glicério),
Só Tamborins (Praia de Ipanema), Arengueiros da Mangueira (Copacabana) e
Monobloco (Centro), entre outros. Os agentes também marcaram presença no
Sambódromo, durante os ensaios técnicos.
5.2. Certificação de Condutor Exemplar
Esta campanha teve como objetivo consolidar a excelência nos
serviços e sustentar a boa imagem do DETRAN-RJ; estabelecer e controlar
metas de comprometimento para atingir os níveis de excelência de
atendimento pretendido.
O projeto pretendia felicitar os condutores exemplares no trânsito,
visando incentivar a permanência da boa conduta no trânsito, gerando assim, a
melhoria do trânsito no Estado do Rio de Janeiro.
O publico alvo desta Campanha foi os condutores que estavam
renovando a CNH – Carteira Nacional de Habilitação do Estado do Rio de
Janeiro.
Com o objetivo de promover a conscientização dos condutores para
o desenvolvimento de uma postura responsável e segura no trânsito, foi
elaborado este Projeto para reconhecer uma conduta exemplar. Para isso, o
Detran-RJ parabenizou os condutores educados no trânsito, e ao mesmo
tempo incentivou a permanência dessa boa conduta.
48
Com esta nova ação agregadora, a expectativa era que ocorresse a
melhoria da triste estatística de acidentes.
Os certificados foram distribuídos para todos os condutores do
Estado do Rio de Janeiro que não haviam cometido nenhum tipo infração,
durante o período de uma renovação.
Para o desenvolvimento deste Projeto foi necessária a criação de
um aplicativo, que disciplina as especificações, o formato, a organização dos
arquivos, que verifica o prontuário do condutor a partir do agendamento para a
renovação da CNH, informando se há infração no período da última renovação
até a data do agendamento. O diploma era emitido senão houvesse nenhuma
infração no período citado e entregue no posto de habilitação juntamente com a
CNH renovada.
O aplicativo continha as seguintes informações:
• Nº do registro da CNH
• CPF do condutor
• Nome do condutor
• Posto do agendamento do requerimento de renovação
• Data do processamento que identificou o condutor como
merecedor do diploma
• Data do agendamento do serviço
• Data inicial da verificação de existência de infrações (início
da vigência da CNH atual)
• Data final da verificação de existência de infrações (data do
agendamento menos 180 dias)
A simulação realizada pela Consultoria de Informática resultou numa
média diária de 1.000 condutores exemplares. Assim, objetivando atender a
todos os meses do ano, seria necessária a impressão de 250 mil certificados.
A Diretoria de Informática do departamento criou um aplicativo que
verifica a existência de infrações de trânsito de cada condutor de veículos no
49
período entre 1º de janeiro de 2000 e 31 de dezembro de 2009, com a intenção
de incentivar a boa conduta no trânsito.
O Projeto seguiu a seguinte estrutura:
1) Diretoria Administrativa – impressão de 250.000 certificados.
2) Consultoria de Informática – analise dos agendamentos de
renovação e indicação de quais condutores não possuem infração.
3) Coordenadoria de Educação – impressão dos certificados com os
nomes dos condutores e encaminhamento ao malote.
4) Setor de malote – encaminhamento dos certificados para os
postos.
Foi esperado do projeto o aumento de satisfação do usuário; a
certificação de boa conduta no trânsito e a melhoria no trânsito fluminense.
Os resultados esperados foram o índice geral de satisfação do
usuário; número de certificados impressos; e redução do número de acidentes
veiculares.
O presidente do Detran, Fernando Avelino, entregou certificado de
reconhecimento de conduta exemplar no trânsito aos primeiros 1.065
condutores que não cometeram infração entre 2000 e 2009, durante o
processo de agendamento de renovação da carteira de habilitação. O diploma
foi instituído para presentear esses motoristas. Desde que a medida entrou em
vigor, o Detran vem selecionando em média mil motoristas de boa conduta por
dia entre os milhares que agendam renovação de carteira em todo o estado. A
preocupação do órgão é mostrar que não exerce função apenas punitiva, mas
também sabe reconhecer quem conduz o veículo dentro das normas de
trânsito. A medida foi muito bem recebida por quem se enquadra nesse perfil.
Desde que souberam da instituição desse reconhecimento, já
apareceram motoristas solicitando seu diploma. Eles fazem questão de tê-los
50
para exibirem a seus amigos e expô-los em lugares visíveis da casa ou do
trabalho.
Os diplomas são entregues aos motoristas nos postos de habilitação
em que agendaram a renovação no dia marcado para pegar a nova carteira de
habilitação. O documento leva pouco mais de uma semana para ser impresso.
Nele, que é datado e referendado pelo presidente e diretoria do Detran, consta
o nome do condutor.
Essa medida serve para mostrar que há bons motoristas e que eles
são exemplo e incentivo para todos os condutores de veículos, porque, ao
obedecer às regras do trânsito, evitam acidentes, seqüelas físicas e mortes. E
agora ainda recebem um reconhecimento oficial do Detran por boa conduta.
Num universo de cerca de cinco milhões de motoristas, selecionar
20 mil e poucos por boa conduta é uma boa média.
Campos, Volta Redonda, São Gonçalo e a agência central do Detran
na capital são os lugares que registraram motoristas exemplares. A detecção
de comportamento do motorista é feita quando ele agenda a renovação da
carteira.
Os números de feridos e mortos no trânsito são iguais ou superiores
aos de muitas guerras. Torna-se urgente tomar todas as medidas possíveis
para reduzir drasticamente as estatísticas. E uma delas, de caráter
profundamente educativo, é esta de homenagear os motoristas sem infrações
nos últimos nove anos.
5.3. Projeto realizado na feira da Providencia de 2010
Esta campanha foi realizada durante a Feira da Providência 2010,
no Riocentro – Pavilhão I, no período entre 24 a 28 de novembro, no horário de
12h às 23h. O projeto contou com a colaboração de 40 funcionários do órgão.
51
Para realizar suas práticas educativas, o DETRAN contou com uma
estrutura de 440m2, ambientando um cenário urbano composto por residência
com carro na garagem, pracinha com banquinho e pipoqueiro, cruzamento de
ruas com sinalização gráfica e luminosa, além de uma motocicleta para alertar
os motociclistas.
O DETRAN participou da Feira da Providencia para despertar a
atenção do público sobre simples medidas preventivas que fazem o trânsito
seguro. Uma das preocupações foi com os acidentes envolvendo motociclistas,
já que, segundo dados oficiais, eles estão envolvidos em 36% das
indenizações do DPVAT, o seguro obrigatório pago as vítimas do trânsito. Por
isso, no estande do departamento, equipado com uma Harley Davidson Dyna,
foram expostos os equipamentos de proteção que todo motociclista deve usar,
inclusive antenas para evitar acidentes provocados por linhas de pipa. Essa
atenção ao veículo de duas rodas deve-se também ao fato de ele já
representar 14% da frota motorizada do Estado do Rio de Janeiro.
O público pôde percorrer um circuito que contou com noções de
mecânica veicular, vídeos educativos, jogos eletrônicos que simulam
deslocamento na cidade do Rio de Janeiro, orientação sobre o uso da
cadeirinha, esclarecimentos de equipamentos de proteção aos motociclistas e
uma representação da Operação Lei Seca, com utilização de bafômetro.
O projeto teve como objetivo atender às expectativas do DETRAN-
RJ de transmitir ao público visitante da 50ª. Feira da Providencia que, antes de
sair de férias, deve realizar alguns preparativos para ter uma viagem segura.
Foi considerado como ponto relevante do projeto mostrar o empenho do
DETRAN-RJ em aliar tecnologia, inovação e eficiência para oferecer, ao
mesmo tempo, o melhor desempenho no atendimento ao cliente e maior gama
de serviços voltados à cidadania.
52
A campanha adotou uma visão combinatória com o tema da Feira –
“Uma volta ao mundo em 5 dias” - para mostrar ao público os preparativos a
serem adotados antes de viajar com a família.
Portanto, para abrigar um acervo atrativo à visitação, foi necessário
ambientar o estande com elementos capazes de identificar o dia-a-dia de uma
família.
No estande do DETRAN foi montada a seguinte estrutura:
• Área aberta: ambientada como se fosse uma rua - com
calçada, pista de rolamento, sinalização e paisagismo;
posicionando ao longo dessa via as estações de trabalho: 1
carro estacionado para apresentação de noções de mecânica,
direção segura e transporte seguro de crianças;
• Identificação civil;
• Ouvidoria;
• Jogo eletrônico para os jovens;
• Distribuição de balões de gás hélio com aplicação de arte em
duas cores com a arte fornecida pelo DETRAN
• Painel de madeira com família sem rosto para fotografia.
As cores predominantes foram o branco, o azul e o verde nos tons da
logo do DETRAN-RJ. E, diante do comprometimento do departamento com a
preservação ambiental, o paisagismo foi um elemento indispensável no projeto.
Durante o evento, foram realizadas as seguintes atividades
complementares:
• Fornecimento de balões de gás hélio com impressão da
arte fornecida pela Coordenadoria de Educação – distribuição de 350
(trezentos e cinquenta) balões por dia, na quarta e quinta, e 600
(seiscentos) balões por dia, na sexta, sábado e domingo;
53
• Painel em madeira pintada com família sem rosto para
fotografia (arte fornecida pela Coordenadoria de Educação com pai,
mãe, filho e filha, cachorrinho, bola, bagagem);
• Segurança do estande (durante a montagem, evento – dia
e noite, desmontagem);
• Serventes (para limpeza durante o evento, desde o início
até o término das atividades);
• Responsável pela coordenação dos serviços durante o
evento (pessoa qualificada para atender a demandas necessárias
durante a realização do evento, por exemplo, colagem de carpetes,
iluminação, refrigeração, etc.);
• Fornecimento de 100 camisas em malha 30.1g, para
uniforme dos funcionários, na cor branca, com policromia (frente e
costas) – a arte elaborada pela Coordenadoria de Educação;
• Fornecimento de 5 mil flanelas com mensagem educativa
impressa numa só cor;
• Fornecimento de 5 mil lixeirinhas para veículo em TNT com
mensagem educativa impressa;
• Fornecimento de logística de transporte, por meio de 3
vans refrigeradas, com capacidade para 15 passageiros, que terão como
ponto de encontro a Sede do DETRAN e a volta em pontos
diferenciados da RMRJ (Capital, Baixada Fluminense, Niterói e S.
Gonçalo).
54
Capitulo VI – Eventos
6.1. Eventos realizados para a promoção da educação do transito
6.1.1. III Seminário Denatran de Educação e Segurança no Trânsito
O Departamento Nacional de Trânsito realizou nos dias 23 e 24 de
novembro de 2010 o III Seminário Denatran de Educação e Segurança no
Trânsito. O Seminário teve como tema: “Cinto de Segurança e Cadeirinha”. O
evento foi o maior já realizado no Brasil sobre o tema e teve como objetivo
promover a discussão com especialistas das áreas da saúde, segurança
veicular e comportamento social.
O III Seminário Denatran de Educação e Segurança no Trânsito
discutiu estratégias de marketing para a formação de comportamentos seguros
no trânsito. Durante a mesa que tratou do tema foram apresentadas
campanhas referentes ao uso do cinto de segurança e da cadeirinha realizadas
no Brasil, Reino Unido e França.
O Seminário abordou questões como os aspectos histórico-culturais
da sociedade contemporânea e a ação do sujeito no trânsito, a transformação
55
social e o papel da educação e estratégias de marketing para formação de
comportamentos seguros no trânsito.
Especialistas da área acadêmica apresentaram ao público aspectos
da cultura brasileira, ética e cidadania no trânsito. O antropólogo Roberto da
Matta destacou que o ponto fundamental para a boa convivência no trânsito é a
neutralização da concepção de hierarquia e a busca por um espaço onde todos
tenham o mesmo direito.
Em relação à subjetividade no trânsito, o doutor em Psicologia
Fernando Rey, destacou a necessidade da análise das condições subjetivas do
sujeito para a elaboração de ações na área de trânsito.
A doutora em Educação, Terezinha Rios, trouxe ao público a
reflexão sobre ética e moral. Citou a importância de o indivíduo colocar-se no
lugar do outro. Para ela o trânsito é um espaço exemplar para se considerar o
outro e observar o bem comum. Segundo a especialista, aprender a respeitar
os demais é uma busca que está relacionada à afirmação dos valores na
prática do cotidiano.
A ONG Criança Segura destacou a importância do uso correto dos
dispositivos de retenção. Segundo a Coordenadora Nacional da ONG,
Alessandra François, além de observar as regras da Resolução 277 do
Contran, o condutor deve avaliar as condições e necessidades da criança para
que o transporte seja realizado de forma adequada. Tal palestra teve como
objetivo promover a prevenção de acidentes com crianças e adolescentes até
14 anos, com a meta de reduzir em 25% o numero de mortespor acidentes com
crienças e adolescentes até 2015.
As estratégias apresentadas foram a promoção da saúde, ações
com base em incidências (dados e pesquisas) e conhecimento acumulado em
prevenção de acidentes.
56
Durante o debate sobre a biodinâmica das lesões de ocupantes de
veículos, os especialistas destacaram os testes de impacto realizados com os
veículos e com os equipamentos de segurança. Apresentando experiências
estrangeiras e enfatizando a necessidade de fabricação de veículos que
observem as necessidades físicas de crianças e idosos.
Em relação à utilização dos dispositivos de retenção, o consultor
automotivo, Marcos Romaro, ressaltou a importância do cinto de segurança
como equipamento primordial no salvamento de vítimas de acidentes de
trânsito. De acordo com o especialista, além de evitar que as pessoas sejam
lançadas para fora do veículo, o cinto impede a chamada segunda colisão, ou
seja, que os ocupantes se choquem contra o interior do veículo ou entre si. O
uso do cinto também diminui a possibilidade de perda da consciência no
acidente, pois a chance de impacto do crânio contra o veículo é menor.
Já o professor Celso Arruda (Unicamp) comentou sobre o
funcionamento dos dispositivos de retenção para crianças e impactos
veiculares. Ele reforçou que o local mais seguro para se transportar a criança é
no assento central do banco traseiro, por diminuir os impactos laterais em caso
de colisão. O representante do Inmetro, Gustavo Kuster, destacou a
necessidade da avaliação de conformidade dos equipamentos de retenção do
transporte de criança.
Profissionais de todas as regiões brasileiras contribuíram com as
discussões geradas nesse seminário. Foram dias proveitosos que marcaram
definitivamente os participantes, seja pelo nível técnico dos assuntos
abordados, seja pela adesão e comprometimento demonstrados.
Se por um lado esse evento teve o poder de mobilizar e coroar o
trabalho já desenvolvido pelos órgãos componentes do Sistema Nacional de
Trânsito (SNT) acerca do tema Cinto de Segurança e Cadeirinha, por outro
indicou novas perspectivas e rumos com uma precisa contribuição para o
aperfeiçoamento pessoal e profissional de mais de 500 pessoas (educadores,
agentes e engenheiros de trânsito, profissionais diversos).
57
6.1.2 – Seminário – Educação de Transito – Web Conferencia
O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) promoveu, em
24/06/10, o "Seminário Educação de Trânsito" por meio de Web Conferência.
Este seminário teve a oportunidade de reunir todas as Entidades do
Sistema Nacional de Trânsito em uma rede virtual de conhecimentos e divulgar
esta nova ferramenta de reunião, comunicação e informação. A web
conferência teve a participação do professor Richard Gagnon, especialista em
educação profissional da Universidade Laval, do Canadá.
6.1.3. Debate sobre educação de trânsito para a juventude
O II Seminário Denatran de Educação e Segurança no Trânsito,
realizado nos dias 16 e 17 de outubro, em Belo Horizonte, sobre o tema o
jovem e o trânsito, contou com a participação de 531 pessoas, representantes
de 116 municípios distribuídos em 20 estados brasileiros. Foi o maior evento
educacional já realizado pelo Departamento Nacional de Trânsito.
Durante os dois dias foram apresentados diversos assuntos
distribuídos em sete painéis e coordenados por especialistas de diversas
58
áreas. Foram 25 palestrantes, de reconhecimento nacional, que abordaram
desde temas ligados à concepção de juventude até questões como álcool e
direção.
Entre os destaques, a apresentação da escritora Tânia Zagury, com
a palestra Limites sem Traumas, que empolgou os participantes. O trabalho
apresentado pela Secretaria Nacional Antidrogas e as lições descritas por
Fernando Diniz, coordenador do Movimento Prosseguir é Preciso, assim como
as concepções de educação para a juventude apresentadas pela socióloga
Miriam Abramovay e pelo pedagogo Antonio Carlos Gomes da Costa, levaram
a platéia à reflexão.
Com foco central na educação, o objetivo do evento foi discutir com
educadores, representantes de órgãos de trânsito e com a sociedade civil
assuntos que envolvem o jovem e o trânsito. Os debates do evento servirão de
base para a elaboração de uma política voltada a redução de acidentes
envolvendo principalmente este público-alvo, assim como para a elaboração
das diretrizes curriculares nacionais do ensino médio.
6.1.4. I Seminário DENATRAN de Educação e Segurança no Trânsito
O Ministério das Cidades, por meio do Departamento Nacional de
Trânsito (Denatran), promoveu nos dias 25 e 26 de setembro de 2009 o I
Seminário DENATRAN de Educação e Segurança no Trânsito. O evento fez
59
parte das comemorações da Semana Nacional de Trânsito, cujo tema foi “Você
e a moto: uma união feliz”. O Seminário teve como foco o motociclista, com
isso foram debatidos assuntos como a regulamentação da atividade
profissional do transporte de pequenas cargas em motocicletas, segurança,
bem estar e qualidade de vida do motociclista.
Com o Seminário, o Denatran promoveu debate sobre as questões
que envolvem os motociclistas. Cerca de 32% dos condutores brasileiros são
habilitados na categoria A, ou seja, de motocicleta. De acordo com dados de
junho de 2006, a frota de motos já ultrapassa os 7 milhões, o que representa
17% da frota total de veículos. Quanto aos acidentes, segundo estatísticas
referentes a 2003, as motos representaram 26% dos veículos envolvidos em
acidentes de trânsito. Cerca de 13% das vítimas fatais em 2003 eram
motociclistas.
A iniciativa de promover o Seminário é uma forma de conhecer
melhor a realidade dos motociclistas e buscar alternativas que gerem um
trânsito mais seguro. O objetivo era que as propostas levantadas durante o
Seminário pudessem nortear as futuras ações do Denatran e do Conselho
Nacional de Trânsito (Contran) na elaboração de políticas públicas que visem
principalmente à redução de acidentes.
6.1.5. Trânsito Consciente, ciclo de palestras ensino médio
60
Em 2007 o Denatran firmou parceria com a Fundação Padre
Anchieta (TV Cultura) para produção e veiculação da série Trânsito
Consciente, composta por 20 programas educativos sobre diversos temas
relacionados ao trânsito (pedestres, uso de celular, acessibilidade, trânsito nas
rodovias, segurança etc.).
Pesquisa realizada pela TV Cultura apontou o sucesso da série e
por este motivo o Denatran decidiu elaborar um caderno pedagógico com
grande parte das informações transmitidas nos programas, de forma a chamar
a atenção dos jovens para refletirem sobre o tema trânsito. Foram enviados
cadernos a mais de dois milhões de alunos do ensino médio.
Em continuidade a este trabalho, o Denatran implementou o Ciclo de
Palestras Trânsito Consciente. O objetivo foi o de sensibilizar e orientar os
jovens para adoção de comportamentos seguros no trânsito.
Foram realizadas quatro palestras para cerca de 1.600 estudantes
em cada uma das seis capitais: Florianópolis/SC, Curitiba/PR, Belo
Horizonte/MG, Brasília/DF, Recife/PE e Porto Alegre/RS
61
CONCLUSÃO
Ao término do presente estudo, foi verificado que as campanhas
educativas realizadas por órgãos públicos de trânsito têm relevante importância
na prevenção de acidentes de trânsito, tendo papel fundamental na prevenção
de acidentes e diminuição do numero de vitimas desse tipo de acidente. Foi
constatado que as campanhas educacionais voltadas para o transito são
capazes de influenciar no comportamento de motoristas e pedestres, e tem
como objetivo a conscientização de todos os cidadãos ligados ao transito.
Além de mostrar a importância da segurança no transito, as
campanhas tem o objetivo de transformar motoristas e pedestres em pessoas
responsáveis, não só pela direção segura mas também em relação ao
comportamento de pedestres, que também são responsáveis por acidentes no
transito.
Através deste estudo, foi verificado que as campanhas também têm
como objetivo priorizar a educação para a paz a partir de exemplos positivos,
incentivando o desenvolvimento de posturas e atitudes para a construção de
um espaço público democrático e eqüitativo.
As ações educativas de trânsito procuram envolver a família e
contribuir para mudança do quadro de violência no trânsito brasileiro que hoje
se apresenta, gerando a promoção do envolvimento da família e da
comunidade em atividades voltadas ao tema.
O trabalho permanente das campanhas educativas para o trânsito
promove mudanças de atitudes que contribuirão para garantir a segurança de
toda a sociedade no espaço público, tendo como principais objetivos
potencializar valores, fomentar comportamentos e desenvolver posturas e
atitudes frente à realidade social.
62
As campanhas educativas também têm um papel como instrumento
de incentivo para todos que se empenham para que o trânsito no seu país, na
sua cidade, na sua rua, seja a expressão da maturidade e auto-estima de um
povo que zela pela segurança individual e coletiva como valor fundamental a
ser reafirmado a cada ato da mobilidade e da cidadania. Fazendo com que os
cidadãos conscientes se sintam motivados a continuar com suas atitudes
corretas e a influenciar aqueles que convivem com eles, promovendo uma
conscientização geral.
Ao pesquisar algumas importantes campanhas educativas, foi
concluído que, na maioria das vezes, estas atendem seus principais objetivos,
que são os de promover a conscientização, responsabilidade, respeito e
educação no transito.
Existe a missão de combater a guerra em que morrem no Brasil,
anualmente, cerca de 50 mil pessoas e ficam feridas outras 400 mil: a guerra
do transito, que é uma guerra contra nós mesmos, e deve ser combatida com
ações educativas como as que vimos no presente trabalho. O objetivo é termos
uma vacina contra os males do trânsito, voltada principalmente para evitar a
alta incidência de acidentes graves. A Organização Mundial de Saúde
considera que, se nada for feito até 2020, os acidentes de trânsito vão superar
a AIDS e os acidentes vasculares cerebrais. Daí depreende-se o relevante
papel do DETRAN e das instituições credenciadas.
63
ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1 >> Imagens de acidentes de transito.
ANEXO 1 Imagens da campanha Carnaval da Vida na Avenida - Sambódromo
Publico na arquibancada do sambódromo
64
Governador Sergio Cabral participou da campanha
Prefeito do Rio, Eduardo Paes
Presidente do DETRAN-RJ, Fernando Avelino
65
Equipe do DETRAN-RJ durante a campanha
66
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Transito – Análises e Reconstruções. 3ª edição. Campinas: Millennium, 2009.
KUTIANSKI, Maria Lucia A.; ARAÚJO, Sílvio J. Mazalotti de – Educando Para o Trânsito. São Paulo: Kalimera, 1999.
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PÚBLIO, Marcelo Abílio. Como planejar e executar uma campanha de propaganda . São Paulo:Atlas, 2008.
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__________. DENATRAN, Departamento Nacional de Transito. Resolução nº.
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atividade extracurricular no ensino médio e define os procedimentos para
implementação nas escolas interessadas. Brasília, 2007. Disponível em:
http://www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/RESOLUCAO_CONTRAN_2
65.pdf. Acesso em: 26 de agosto de 2011.
69
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO.............................................................................................2 AGRADECIMENTOS ......................................................................................... 3 DEDICATÓRIA ................................................................................................... 4 RESUMO............................................................................................................ 5 METODOLOGIA ................................................................................................. 6 SUMÁRIO........................................................................................................... 7 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 8 Capitulo I – O Trânsito ..................................................................................... 10 1.1. Código de Trânsito Brasileiro .............................................................. 10 1.2. Leis incorporáveis ao CTB .................................................................. 11 1.3. Resoluções dos Conselhos Estaduais de Transito e do Distrito Federal 12 1.4. Sistema Nacional de Trânsito ............................................................. 12 1.5. Órgãos integrantes do Sistema Nacional de Trânsito: ........................ 13 1.5.1. Órgão Coordenador, Máximo Normativo e consultivo: .................... 13 1.5.2. Órgãos Normativos, consultivos e coordenadores: .......................... 13 1.5.3. Órgãos Executivos de trânsito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. .................................................................................................... 13 1.5.4. Órgãos e Entidades executivas rodoviários da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. ....................................................................... 13 1.5.5. Polícia Rodoviária Federal (PRF). ................................................... 13 1.5.6. Polícias Militares dos Estados e Distrito Federal. ............................ 13 1.5.7. As Juntas Administrativas de Recursos de Infração (JARI). ............ 13 1.6. Órgão executivo de Trânsito dos Estados e do Distrito Federal (DETRAN) ..................................................................................................... 14 1.7. Normas Gerais de Circulação e Conduta ............................................ 14
Capitulo II – Acidentes de Trânsito ................................................................... 16 2.1. Causas ................................................................................................... 17 2.2. Números ................................................................................................ 19 2.3. Causas mais comuns de acidentes de trânsito ...................................... 23 2.4. Fatores determinantes das imprudências: ............................................. 24 2.5. Elemento humano na direção ................................................................ 24 2.6. Tempo de Reação ................................................................................. 25 2.7. Procedimentos que já salvaram muitas vidas ........................................ 27
Capítulo III – Segurança no Trânsito ................................................................ 28 3.1. Direção Defensiva e Pilotagem Defensiva ............................................. 30 3.1.1. Negligência ..................................................................................... 32
70
3.1.2. Imprudência .................................................................................... 32 3.1.3. Imperícia ......................................................................................... 33 3.1.4. Elementos básicos da Direção Defensiva ....................................... 33
Capitulo IV – A Educação para o Trânsito ....................................................... 37 4.1. Educação para o trânsito e currículo escolar ......................................... 40
Capitulo V – Campanhas Educativas de Trânsito realizadas pelo DETRAN-RJ ......................................................................................................................... 43 5.1. CARNAVAL DA VIDA NA AVENIDA – Sambódromo ............................ 43 5.2. Certificação de Condutor Exemplar ....................................................... 47 5.3. Projeto realizado na feira da Providencia de 2010 ................................ 50
Capitulo VI – Eventos ....................................................................................... 54 6.1. Eventos realizados para a promoção da educação do transito ............. 54 6.1.1. III Seminário Denatran de Educação e Segurança no Trânsito ...... 54 6.1.2 – Seminário – Educação de Transito – Web Conferencia ................ 57 6.1.3. Debate sobre educação de trânsito para a juventude ..................... 57 6.1.4. I Seminário DENATRAN de Educação e Segurança no Trânsito ... 58 6.1.5. Trânsito Consciente, ciclo de palestras ensino médio..................... 59
CONCLUSÃO ................................................................................................... 61 ANEXOS .......................................................................................................... 63 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 66 WEBGRAFIA .................................................................................................... 67 ÍNDICE ............................................................................................................. 69