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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HUMANOS NO PROJETO
Por: Valéria de Mello Araújo Ferreira
Orientador
Professor Nelsom Magalhães
Rio de Janeiro
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HUMANOS NO PROJETO
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Gerenciamento de Projetos.
Por: Valéria de Mello Araújo Ferreira
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AGRADECIMENTOS
Ao corpo docente do Instituto a Vez do
Mestre e aos colegas que contribuíram
de forma direta ou indiretamente na
confecção deste trabalho acadêmico.
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DEDICATÓRIA
Aos meus filhos, motivação diária para
seguir adiante, enfrentando as
dificuldades ao longo da vida.
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RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo identificar quais competências
interpessoais fazem parte das habilidades gerenciais efetivas. A competência
interpessoal é considerada como um fator gerencial competitivo nas
organizações, podendo ser compreendida como habilidade para se medir
eficazmente as necessidades relacionais e situacionais.
O trabalho está dividido em três capítulos, de modo a sistematizar os
temas relacionados ao conceito e às competências principais, com destaque
para a comunicação, a liderança, a motivação, a resolução de
conflitos/negociação e a percepção social/flexibilidade cognitiva.
Foram apresentadas e analisadas algumas técnicas para se
desenvolver tais habilidades, como também o estudo de cinco teorias, dentre
as várias existentes, para explicar o processo motivacional como dependente
de elementos internos de cada indivíduo.
Ressaltou-se, ao final, a importância dos gestores compreenderem que
o conceito de competência interpessoal é uma dimensão de aprendizagem
humana.
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METODOLOGIA
Este trabalho baseia-se em pesquisa bibliográfica e em sites da área,
tendo por objetivo o estudo da importância do desenvolvimento dos recursos
humanos, mostrando como podem exercer influência no resultado final de um
projeto.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................... 8
CAPÍTULO I - Habilidades Interpessoais .......................................................... 10
CAPÍTULO II - Desenvolvendo Habilidades Interpessoais ............................... 17
CAPÍTULO III – Teorias Motivacionais ............................................................. 21
CONCLUSÃO ................................................................................................... 32
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 34
WEBGRAFIA ................................................................................................... 36
GLOSSÁRIO ..................................................................................................... 37 ANEXO ............................................................................................................. 38
ÍNDICE .............................................................................................................. 41
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INTRODUÇÃO
Este trabalho visa apresentar a importância do desenvolvimento dos
membros da equipe de projetos e as ferramentas de gestão existentes,
mostrando serem essenciais para que o projeto seja concluído com êxito, no
prazo combinado, de acordo com o escopo solicitado e respeitando o curso
inicialmente planejado. O gerente do projeto é a pessoa que irá conduzir o
desenvolvimento das habilidades e conhecimentos dos membros da equipe,
buscando o melhor desempenho.
Gerenciamento de recursos humanos do projeto é uma das nove áreas
do PMBOK (Project Management Body of Knowledge), tendo como base a
identificação e documentação de funções, responsabilidades e relações
hierárquicas do projeto em relação aos recursos humanos envolvidos, além da
criação do plano de gerenciamento de pessoal.
Para Chiavenato (2004), as organizações dependem das pessoas para
funcionarem. O sucesso do empreendimento e sua continuidade estão ligados
a elas. Em gestão de projetos não é diferente. As pessoas são fator essencial
para a existência e o sucesso deles, sendo necessário proporcionar aos
membros da equipe condições para desenvolverem suas habilidades,
fornecendo-lhes suporte e orientação.
Para Kerzner (2006), o sucesso na gestão moderna de projetos tem
como base a entrega no prazo, a boa qualidade e o custo razoável, o que leva
à sua aceitação pelo cliente. Para isso os membros da equipe precisam ser
multifuncionais, com habilidades técnicas e comportamentais, além de
capacitação e experiência em gerenciamento de projetos. Nesse caso, o estilo
de gestão é pró-ativo. O Gerente de Projeto busca a melhor decisão fazendo a
gestão dos riscos e realizando a integração da equipe.
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Do ponto de vista das empresas, Gramigna (2007) afirma que:
“a corrida da globalização exige que os olhares estejam voltados para resultados e, nesse processo, as pessoas encontram-se em alta, uma vez que a riqueza das empresas e das nações depende do conhecimento e das habilidades de suas equipes”.(GRAMIGNA, 2007, p. 23) .
No Guia PMBOK, reconhecido mundialmente como um dos mais
importantes para o gerenciamento de projetos individuais, encontram-se várias
ferramentas que auxiliam no desenvolvimento, autoconhecimento e maturidade
dos membros da equipe.
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CAPÍTULO I
HABILIDADES INTERPESSOAIS
Relações interpessoais são todos e quaisquer contatos entre pessoas,
em diferentes circunstâncias e em diferentes espaços, voltados para o âmbito
tecnológico, educacional ou empresarial.
Habilidade interpessoal é a habilidade de, relacionar-se com outras
pessoas de forma adequada às necessidades de cada um e às exigências da
situação.
Já se foi o tempo em que empresas podiam se dar ao luxo de serem
estruturadas em silos, onde a comunicação e o fluxo de decisões precisavam
respeitar uma hierarquia rígida, lenta, burocrática e, na maioria das vezes,
ineficiente. Ambientes como esses não valorizavam a inovação e a
criatividade, e eram permissionários com os atrasos e orçamentos estourados.
Hoje, a pressão por melhores resultados, atribuída a forças que fogem
ao nosso controle, como o progresso da tecnologia e a globalização, contribuiu
significativamente em nossa maneira de trabalhar. Por causa dela, processos
necessitam ser revisados ou até mesmo eliminados. A agilidade requerida faz
com que as empresas se tornem enxutas, mais flexíveis e adaptáveis.
O sucesso não pode mais ser atribuído a um único departamento. Ele
passa a ser da empresa, e para que aconteça é necessário cooperação.
Precisa-se de gerentes que entendam de pessoas, que sejam capazes de
identificar as diferenças individuais dos membros da equipe, respeitando-as e
sabendo aproveitá-las em prol do projeto.
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O desenvolvimento das relações interpessoais é fundamental, pois
esse é o eixo existencial para que os indivíduos possam alcançar uma
integração real e um rendimento efetivo.
Relacionar-se é dar e receber ao mesmo tempo, é abrir-se para o novo,
é aceitar e fazer-se aceito, entendendo o outro e buscando ser entendido. A
aceitação começa com a capacidade de escutar o outro, de se colocar no lugar
do outro, de compreender o outro em seu meio.
A diversidade promove a inovação e a criatividade. A gestão consensual
passa a substituir a filosofia de controle e comando hierárquico.
A habilidade geral de lidar com situações interpessoais engloba várias
outras específicas, entre as quais, a flexibilidade perceptiva e comportamental,
que significa ver vários ângulos ou aspectos da mesma situação e atuar de
forma diferenciada, não rotineira, experimentando novas condutas percebidas
como alternativas de ação.
Projetos falham por causa de processos ou ferramentas ineficientes,
mas são as pessoas que decidem usar ou não esses processos e ferramentas,
que os criam, os medem e influenciam outras pessoas a utilizá-los.
1.1 Importância do desenvolvimento das habilidades
interpessoais dos gerentes e membros da equipe
Grupos humanos precisam de líderes competentes para sobreviver,
crescer desenvolver seus recursos e potencialidades na consecução de seus
objetivos. De igual modo, as organizações sociais buscam indivíduos
competentes para alcançar seus objetivos.
Com a globalização, os talentos humanos configuram-se um elemento
estratégico das organizações. Estratégias competitivas de sucesso estruturam-
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se não apenas nos processos produtivos e nas relações com os mercados,
mas principalmente no pleno desenvolvimento do potencial e das
competências dos profissionais, para transformá-las em pessoas mais felizes e
realizadas, contribuindo efetivamente para a competitividade dessas empresas
(BOOG; CASTRO, 2002).
A competência interpessoal é absolutamente necessária para o
exercício pleno das funções de liderança, em qualquer contexto grupal ou
organizacional, muito embora esse tipo de competência venha sendo, com
grande frequência, menosprezada como processo essencial de qualificação
profissional para funções de liderança.
Várias técnicas de gestão moderna só poderão apresentar resultados
positivos se houver competência interpessoal dos líderes e gerentes.
A liderança democrática, participativa, é facilmente apreendida
intelectualmente, mas é de difícil aplicação prática quando não há o
treinamento especial de desenvolvimento interpessoal. A liderança e a
participação eficaz da equipe ficam comprometidas se não há razoável
competência interpessoal do líder e dos membros do grupo, dificultando a
comunicação, a possibilidade de dar e receber feedback e a produtividade
como um todo. O trabalho em equipe, essencial para o desenvolvimento
organizacional, não se concretiza em funcionamento real se os membros
desenvolvem competência interpessoal.
Desenvolvimento gerencial requer um modelo teórico baseado em uma
filosofia de ação social, que tenha relação com a teoria administrativa adotada,
com a concepção da função do gerente na organização e com os valores
atraentes na cultura organizacional. Esse modelo irá determinar os objetivos do
desenvolvimento gerencial para aquela organização e irá orientar o
planejamento, a implementação e a avaliação dos programas.
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Acima de tudo, o processo gerencial é um processo educativo, sujeito
aos problemas de objetivos, tecnologia e recursos desejáveis e/ou disponíveis,
devendo ser considerado como investimento, de retorno seguro e incontestável
a médio e longo prazos, com acertos e desacertos de sua filosofia,
planejamento e aplicação.
A seguir, são apresentadas, as principais habilidades que conferem
competência interpessoal na função gerencial: liderança, comunicação,
motivação, resolução de conflitos/negociação e percepção social / flexibilidade
cognitiva.
Liderança: Kotter (apud ROBINS, 2004; DUBRIN, 2003) difere a
administração de liderança. O autor pontua que a administração está
relacionada à elaboração de planos formais, monitoração dos resultados e
comparação com os planos elaborados. Os líderes, entretanto, atuam de forma
a estabelecer visões relacionadas ao futuro, comunicando e incentivando os
demais, a fim de superar os obstáculos presentes.
Robins (2003), Dubrin (2003) e Uribe (2001) definem a liderança como a
capacidade de influenciar o grupo, inspirar confiança e apoio no alcance de
resultados, o que pode ocorrer de maneira formal, quando o líder realiza
função gerencial ou administrativa, ou informal ou não sancionada, quando a
liderança se dá a partir da capacidade individual de influenciar os demais
membros da organização, o que acontece fora da estrutura formal da empresa.
Os autores ainda citam alguns elementos que fazem parte da
inteligência emocional e são necessários para a atuação de um líder: a
autoconsciência (autoavaliação realista e senso de humor voltado para
autocrítica); o autogerenciamento (capacidade de lidar bem com as mudanças
e a ambiguidade); automotivação (alta motivação para o cumprimento de sua
função e comprometimento com o trabalho); empatia (habilidade de gerar e
reter talentos e lidar com as diferenças culturais); habilidades sociais
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(capacidade de influenciar, competência na construção e no trabalho com
equipes).
Comunicação: Schermerhon Júnior, Hunt e Osborn (1999) definem a
comunicação como um processo de envio e recebimento de informações de
conteúdo significativo. De acordo com Dubrin (2003), o processo de
comunicação humana acontece a partir de seis componentes: uma fonte de
comunicação ou transmissor, uma mensagem, um canal, um receptor, o
feedback e o ambiente.
A fonte pode ser definida como aquela que encaminha a informação a
ser transmitida. A mensagem é o conteúdo que está sendo transmitido, já o
receptor é aquele que recebe a mensagem. O feedback é o que define se a
mensagem transmitida foi concretamente recebida (SHERMERHON, 1999).
Para Moscovici (2003) e Soares (2005), o termo feedback origina-se da
eletrônica e quer dizer retroalimentação. Tal termo é de grande importância no
processo de desenvolvimento das habilidades interpessoais, pois se
caracteriza em um processo de ajuda para mudanças de comportamento,
mostra ao indivíduo como sua atuação afeta os demais membros da equipe e
permite alcançar os objetivos. O processo de feedback, consequentemente,
ajuda o indivíduo ou a equipe a melhorar seu desempenho na realização de
suas atividades.
Motivação: Robbins (2002) e Neto (2002), Mercho e Santos (2007),
Fraiman (2006), Nogueira; Martins (1997) Chiavenato (2004) e Dubrin (2003)
conceituam a motivação tendo em vista os objetivos organizacionais,
afirmando que a motivação é o processo responsável pelo empenho, direção e
intensidade de um indivíduo ou equipe na realização de uma determinada
tarefa ou ao alcance de determinado objetivo.
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Segundo Chiavenato (2004), a gênese dos estudos sobre motivação
acontece a partir da teoria das relações humanas, na qual o homem é visto
como um ser social, substituindo a visão restrita de que o homem era motivado
apenas por incentivos financeiros.
Sendo assim, o comportamento humano no trabalho resulta de um
conjunto de aspectos motivacionais, abrindo espaço para a humanização nas
organizações, nas quais os trabalhadores podem exercer suas atividades
sentindo-se úteis e importantes.
Negociação e Resolução de Conflitos: Martinelli e Almeida (2006)
definem a negociação como um processo de comunicação que visa influenciar
o comportamento a fim de se chegar a uma decisão conjunta. Considera-se,
assim, negociação como um elemento fundamental na atuação gerencial, uma
vez que através dela é possível chegar a consensos, elaborar estratégias e
adquirir subsídios e incentivos para a sua equipe de trabalho.
Durante o processo de negociação podem ocorrer conflitos diante das
diferenças individuais ou grupais. Robbins (2004) e Chiavenato (2004) definem
o conflito como um processo no qual o indivíduo se esforça para impedir os
esforços de outros, por meio de algum tipo de obstrução, o que impedirá a
consecução de seus objetos e interesses.
Percepção social / Flexibilidade Cognitiva: O estudo da percepção
social torna-se importante para o comportamento organizacional tendo em
vista o fato de que o comportamento das pessoas está baseado na percepção,
nem sempre correta, que cada um tem da realidade.
Robbins (2002) afirma que as evidências sugerem que os funcionários
são mais influenciados pela maneira que percebem o trabalho do que pelo
trabalho em si. Define que a rotatividade, o absenteísmo, a motivação, e
muitos outros aspectos do comportamento organizacional são frutos das
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percepções individuais de cada funcionário. Assim, para influenciar o processo
produtivo, os gerentes devem inicialmente compreender qual a percepção que
sua equipe tem das tarefas que desempenham.
Chiavenato (2004), Donadone e Sznelwar (2004) citam a flexibilidade
em relação ao papel do líder/gerente afirmando que ela se caracteriza por uma
postura aberta às mudanças e pela habilidade de ajustar comportamentos a
diferentes situações. O autor ainda cita a capacidade de um líder flexível em
adaptar suas estratégias, negociações e meios elaborando táticas que
possibilitem o alcance de seus objetivos.
Essas foram apenas algumas das competências de maior
expressividade na literatura pesquisada. Contudo, existem outras, também
importantes, como: criatividade, controle emocional, influência, conhecimento,
informação, empatia, autodesenvolvimento, resistência ao estresse etc.
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CAPÍTULO II
DESENVOLVENDO HABILIDADES INTERPESSOAIS
Habilidade interpessoal não é um dom ou atributo inato da
personalidade, e sim uma capacidade decorrente de treinamento, através de
técnicas próprias em programas especiais, com conteúdos intelectuais,
emocionais e atitudinais.
Para desenvolver habilidades interpessoais, é necessário acreditar que
todos nós as possuímos em estado latente. Temos ainda potenciais que,
devido à cultura, crenças e educação, ficaram estacionados em estágios
primários. Precisamos perceber as limitações que nos fazem sentir
deslocados, incapazes e inaptos, e despertar para mudanças.
Desenvolver as habilidades interpessoais nos permite conhecer
aspectos desconhecidos como: os próprios sentimentos, as respostas
emocionais, o processo de pensamento, a autorreflexão. Porém, o
desenvolvimento só é possível com o auxílio de outros, pois, no encontro com
o outro, temos contato com nossas percepções e reações emocionais.
A metodologia utilizada, diferentemente da aplicada em cursos e
seminários, exige formação especializada de coordenadores em dinâmica de
grupo e desenvolvimento interpessoal. Esse conjunto tecnológico, usado para
desenvolver as habilidades interpessoais constitui “Educação de Laboratório”,
um avanço dos últimos 30 anos para a educação de adultos, e educação
permanente, desafio das sociedades atuais, desenvolvidas ou em
desenvolvimento, em busca de soluções para enfrentar as mudanças
aceleradas do mundo atual.
O nome laboratório indica o caráter experimental da situação de
aprendizagem ou treinamento, no sentido de encorajar os aprendizes a
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experimentar novas formas de conduta para lidar com situações-problema, ou
do dia a dia, no ambiente de trabalho ou até em outros ambientes.
Muito embora o laboratório de desenvolvimento interpessoal possa
receber diversos nomes, conforme seus objetivos específicos e a orientação
do modelo teórico dada pelos coordenados, as suas características essenciais
permanecem como base comum de trabalho, como premissas sobre as quais
podem ser construídas variantes para atingir objetivos semelhantes, mesmo
com ênfases e gradações diferentes, que determinam técnicas diversas.
A educação de laboratório proporciona a aprendizagem pela vivência
global, com a exploração e análise em seu duplo aspecto: o objetivo e o
subjetivo, ou seja, o interesse predominante dos aprendizes passa a ser o
processo do evento, “como” aconteceu e não apenas “o que” aconteceu
(conteúdo ou fato). Percepções, ideias e sentimentos, trabalhados em
laboratório, propiciam insights significativos, autoconhecimento e
conhecimento dos processos grupais.
O desenvolvimento interpessoal pode ser orientado para três níveis de
consequência: o individual, o grupal e o organizacional.
Quando o desenvolvimento está voltado para o indivíduo, o foco
predominante é intrapessoal e interpessoal. Procura-se trabalhar as
motivações, os objetivos pessoais, a problemática de inter-relação, de
afetividade e intimidade, visando à obtenção de autoconhecimento e
conscientização, habilidades de percepção, diagnose e comunicação para
expressão verbal e emocional, para dar e receber feedback.
Quando se trabalha em nível grupal, o foco é interpessoal, intergrupal e
grupal. Procura-se analisar e desenvolver as motivações e objetivos comuns
ao conjunto e a vários subconjuntos, assim como a problemática do poder, da
autoridade, do controle e da influência social, visando aperfeiçoar habilidades
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de comunicação, de dar e receber feedback, de administrar conflitos, de
liderança e de participação em grupos.
Quando se trabalha a organização, o foco predominante é o sistema (a
organização toda). Trabalham-se as motivações e os objetivos individuais,
grupais e organizacionais, e o problema de diferenciação e integração de
subsistemas, visando ampliar e aperfeiçoar a capacidade de trabalho em
equipe, de diagnóstico e administração de conflitos intergrupais, a competência
interpessoal de comunicação, a interdependência e a integração. Nesse nível,
o desenvolvimento interpessoal é orientado para a interdependência de
subsistemas e trabalho em equipe e para o desempenho organizacional como
um todo.
Com frequência, pode-se observar uma visão distorcida de
desenvolvimento gerencial, com expectativas e desejos de resultados
concretos e imediatos.
Em áreas mais técnicas, infelizmente o foco na seleção de recursos
tende a valorizar mais o conhecimento do que a atitude.
Em algumas empresas, é possível verificar culturas que valorizam mais
alguns comportamentos do que as técnicas. Nessa situação, a habilidade de
navegar em águas políticas turbulentas ou de influenciar pessoas-chave são
alguns dos principais recursos para o sucesso do projeto.
Nesse caso, um dos desafios para o profissional que gerencia uma
equipe, é compreender as habilidades necessárias, valorizando as que já
possuem e identificando, em cada indivíduo, quais precisam ser desenvolvidas.
O segredo, portanto, é combiná-las de forma equilibrada, levando em
consideração o momento profissional atual e as metas que se pretende
alcançar.
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As habilidades interpessoais de cada integrante da equipe do projeto
devem ser levadas em consideração. Pessoas com mais habilidade de
comunicação, por exemplo, podem utilizar essa qualidade para auxiliar os
demais membros do grupo no desenvolvimento do projeto e na sua integração
a ele.
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CAPÍTULO III
TEORIAS MOTIVACIONAIS
“O estudo da motivação é uma busca de explicações para alguns dos
mais intricados mistérios da existência humana: suas próprias ações” (BIRCH;
VEROFF, 1970 p.3). São vários os conceitos, seus motivos e causas.
Derivada do latim movere (mover), a palavra motivação é composta pelo
termo motivo, que significa aquilo que determina ou causa alguma coisa, mais
o sufixo ação, que significa manifestação de uma energia. Assim, a motivação
(ato ou efeito de motivar) é o conjunto de fatores que agem entre si e
determinam a conduta de um indivíduo. Ou seja, motivação é o que faz mover
em direção aos objetivos propostos, aquilo que encoraja as pessoas a agirem.
A motivação é um problema complexo, dinâmico, mutável e
fluido. Ela varia no tempo e no espaço, de acordo com a situação e o indivíduo.
Varia no mesmo indivíduo em épocas e situações diferentes. Seus fatores ou
razões, ou seja, os motivos humanos exibem forças diversas, tanto em
pessoas e situações diferentes quanto na mesma pessoa em situação e época
distintas.
O que é bom hoje poderá ter efeito oposto amanhã, dependendo da
personalidade do indivíduo (sua inteligência, caráter, valores, atitudes,
expectativas e percepções) e da situação (com seus inúmeros aspectos
ambientais, pessoais, financeiros, políticos, econômicos, religiosos, sociais,
psicológicos, culturais, educacionais, científicos, técnicos, tecnológicos,
gerenciais e administrativos).
A motivação constitui o fator principal e decisivo no êxito da ação de
todo e qualquer indivíduo ou empreendimento coletivo. Não se compreende
um administrador insensível ao problema da motivação. Com este trabalho,
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pretende-se identificar e explicar as mais importantes teorias e abordagens
disponíveis, com as respectivas críticas, ligações e inter-relacionamentos. Com
isso, será possível propiciar uma visão geral e abrangente dos aspectos
positivos, negativos, conjunturais e diferenciais dessas teorias e abordagens,
bem como a importância da motivação para o trabalho.
O inter-relacionamento entre administração e motivação foi descrito
como uma maneira de mostrar a melhor forma de coordenar o pessoal,
buscando inputs que resultem em motivação e que venham trazer bons
resultados para as organizações. O relacionamento existente entre liderança e
motivação tem como finalidade mostrar como transformar uma organização.
Para motivarem os colaboradores, as organizações devem ter presente
que cada indivíduo é diferente do outro e busca situações diversas no trabalho.
Conviver com pessoas exige, além de compreensão do comportamento
humano, uma profunda sensibilidade com as emoções de cada um. Saber
motivá-los é um desafio, não só para os dirigentes das empresas, como
também para os estudiosos do comportamento humano em geral.
Observa-se uma tendência de explicar o processo motivacional como
dependente de elementos internos das pessoas, enfatizando a ação das
teorias psicológicas.
A quantidade de teorias, modelos e técnicas que cuidam da motivação
no trabalho é numerosa e eclética, e é abordada por diversos autores, das
mais variadas áreas do conhecimento, a saber:
3.1 Pirâmide de Maslow
Abraham Maslow foi um psicólogo de grande destaque por causa de seu
estudo relacionado às necessidades humanas. A hierarquia de necessidade
de Maslow, ou Pirâmide de Maslow, é uma divisão hierárquica em que as
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necessidades de nível mais baixo devem ser satisfeitas antes das
necessidades de nível mais alto. Para ele, o homem é motivado segundo suas
necessidades, que se manifestam em graus de importância. As fisiológicas são
as iniciais, e as de realização pessoal, as finais. Cada necessidade humana
influencia na motivação e na realização do indivíduo, fazendo-o prosseguir
para outras necessidades, configurando uma pirâmide hierárquica.
As necessidades fisiológicas são aquelas relacionadas ao organismo,
como alimentação, sono, abrigo, água, excreção e outros.
As necessidades de segurança aparecem após o suprimento das
fisiológicas. São representadas por desejo de estabilidade e segurança, como
proteção contra a violência, cuidado com a saúde, recursos financeiros e
outros.
Supridas as necessidades de segurança, aparecem as necessidades
sociais. Como necessidades sociais temos: amizade, socialização, aceitação
em novos grupos e outros.
As necessidades de status e estima surgem logo depois que as sociais
são atendidas. São elas: autoconfiança, reconhecimento, respeito dos outros
etc.
No topo da pirâmide hierárquica encontram-se as necessidades de
autorrealização, tais como: moralidade, criatividade, espontaneidade,
autodesenvolvimento e prestígio.
O ser humano está sempre em busca de melhorias para a sua vida.
Diante disso, quando uma necessidade é suprida, outra aparece em seu lugar.
Quando, por algum motivo, essas necessidades não são supridas, sobrevêm
sentimentos de frustração, agressividade, nervosismo, insônia, desinteresse,
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passividade, baixa autoestima, pessimismo, resistência a novidades,
insegurança e outros.
Embora a teoria de Maslow tenha sido considerada uma melhoria em
relação às teorias da personalidade e da motivação, ela tem seus críticos. A
principal objeção aponta que é possível uma pessoa estar realizada e não
conseguir, contudo, uma total satisfação de suas necessidades fisiológicas.
O economista e filósofo chileno Manfred Max Neef tem argumentado
que as necessidades humanas fundamentais são não hierárquicas e
ontologicamente universais e invariáveis em sua natureza. Segundo ele, a
pobreza é o resultado de uma dessas necessidades ter sido frustrada, negada
ou não plenamente realizada.
A Pirâmide de Maslow é empregada pelo setor de Recursos Humanos
das empresas em sistemas de TQC (Total Quality Control) - Controle de
Qualidade Total, como ferramenta para se alcançar o desenvolvimento e o
bem estar de seus funcionários.
3.2 Fatores de Herzberg
A Teoria dos dois fatores (higiênicos e motivacionais) foi formulada e
desenvolvida por Frederick Herzberg a partir de entrevistas feitas com um
grupo de engenheiros e contadores da indústria de Pittsburgh. Herzberg
procurava identificar quais as consequências de determinados tipos de
acontecimentos na vida profissional dos entrevistados, procurando determinar
os fatores que os levaram a se sentir excepcionalmente felizes e aqueles que
os fizeram se sentir infelizes na situação de trabalho.
Fatores Higiênicos ou fatores extrínsecos são assim denominados por
se localizarem no ambiente que rodeia as pessoas e de abrangerem as
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condições dentro das quais elas desempenham seu trabalho, sendo
administradas e decididas pela empresa.
São eles: o salário, os benefícios sociais, o tipo de chefia ou supervisão
que as pessoas recebem de seus superiores, as condições físicas e
ambientais de trabalho, as políticas e diretrizes da empresa, a qualidade das
relações entre a empresa e os funcionários, os regulamentos interno, etc. São
fatores de contexto, portanto situam-se no ambiente externo que cerca o
indivíduo.
De acordo com as pesquisas de Herzberg, quando os fatores higiênicos
são ótimos, eles apenas evitam a insatisfação e, quando a elevam, não
conseguem mantê-la elevada por muito tempo. Quando os fatores higiênicos
são precários, tendem a provocar a insatisfação dos empregados.
Fatores Motivacionais ou fatores intrínsecos são aqueles relacionados
com o conteúdo do cargo e com a natureza das tarefas que o indivíduo
executa. Eles atuam sobre o controle do indivíduo, pois se encontram
relacionados com as atividades que desempenha no trabalho. Envolvem os
sentimentos de crescimento individual e de reconhecimento profissional, e a
necessidade de autorreavaliação.
Os estudos de Herzberg levaram à conclusão de que os fatores que
influenciam na satisfação profissional são desligados e distintos dos fatores
que levam à insatisfação profissional. Os fatores que causam satisfação estão
relacionados à própria atividade desempenhada, como reconhecimento pela
realização da atividade, natureza da atividade, responsabilidade, promoção
profissional e capacidade de melhor desempenhá-la. Por outro lado, os fatores
causadores de insatisfação são ambientais, externos à atividade, tais como,
tipo de supervisão recebida, natureza das relações interpessoais, condição do
ambiente de trabalho e remuneração salarial.
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3.3 Teorias X e Y de Gregor
Trata-se de dois conceitos antagônicos, criados pelo professor e
economista americano Douglas McGregor, que norteiam as relações entre a
empresa e seus funcionários.
Essas teorias falam de dois perfis de personalidade e comportamento
de funcionários. São aspectos muitas vezes não percebidos por eles. Em uma
das teorias, o funcionário é relaxado e preguiçoso. Na outra, o funcionário
gosta das responsabilidades e as busca dentro da empresa.
3.3.1 Teoria X
“O trabalho é em si mesmo desagradável para a maioria das pessoas"
(McGREGOR, 1999, p.13).
Nesta teoria, chamada por McGregor de “Hipótese da mediocridade das
massas”, parte-se do pressuposto que os trabalhadores possuem uma aversão
nata à responsabilidade e às tarefas do trabalho, necessitando sempre de
ordens superiores para produzir alguma coisa. Essas ordens vêm sempre
acompanhadas de punição, coação ou artifícios atraentes utilizados pelos
gestores para tentar gerar um empenho maior do colaborador.
A Teoria X propugna por práticas organizacionais que induzem o
indivíduo ao trabalho. Isso pode ser feito tanto por coação como por sedução,
ambas em suas diferentes variantes.
Para esta teoria, as necessidades de ordem inferior, dominam as
pessoas. Assim, as organizações precisam dar ênfase à satisfação dos fatores
higiênicos, estudados na Teoria dos Dois Fatores de Herzberg.
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Duas linhas de conduta emergem da Teoria X. Uma implica na
compensação das deficiências humanas pela coação ou pelo constrangimento,
ou seja, induzir as pessoas ao desempenho de suas funções por ameaças,
punições, disciplina e estrito controle. A outra linha tenta seduzi-las ao trabalho
através da concessão de gratificações, elogios, lisonjas e até manipulações.
Tanto numa linha de conduta como na outra, está claramente presente
a descrença na capacidade humana de produzir sem estímulos. Apenas se
distinguem pela prática que utilizam para obter o que pretendem.
Embora bem diferentes nas duas formas de agir, essas duas vertentes
clássicas da Teoria X partem do mesmo pressuposto: o trabalho é antinatural
para grande parte das pessoas que, assim, precisam ser induzidas à
realização de suas tarefas.
3.3.2 Princípios básicos da Teoria X
• Um indivíduo comum, em situação comum, evitará sempre o trabalho;
• Alguns indivíduos só trabalham sob forte pressão. Precisam ser
forçados e, às vezes, até ameaçados com punições para que se
esforcem em cumprir os objetivos estabelecidos pela organização;
• O ser humano ordinário é preguiçoso e prefere ser dirigido, evita
responsabilidades, possui ambições e, acima de tudo, deseja sua
própria segurança.
O conceito gerencial sobre a natureza humana no trabalho tem decisivas
implicações sobre o discurso e a prática adotada nas organizações.
3.3.3 Teoria Y
“O trabalho é tão natural como o lazer, se as condições forem
favoráveis” (McGREGOR, 1999. p.15).
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Nesta teoria, os trabalhadores são pessoas altamente competentes,
responsáveis, criativas, gostam de trabalhar e o fazem como diversão. As
organizações devem propiciar meios para que os indivíduos possam dar o seu
melhor, com mais desafios, participações e influência na tomada de decisões.
As necessidades de ordem superior dominam as pessoas.
3.3.4 Princípios básicos da Teoria Y
• O esforço físico e mental empregado é tão natural quanto o empregado
em momentos de lazer;
• Alcançar os objetivos da organização está ligado às recompensas
associadas e não ao controle rígido e às punições;
• O indivíduo comum não só aceita a responsabilidade do trabalho, como
também as procura;
• Os indivíduos são criativos e inventivos, buscam sempre a solução para
os problemas da empresa;
• Os trabalhadores tem a capacidade de se autogerirem nas tarefas que
visam atingir objetivos pessoais e estratégicos da organização. Sem a
necessidade de ameaças ou punições;
• O trabalhador normalmente não faz aquilo em que não acredita.
A Teoria Y não afirma o contrário da Teoria X, não diz que a maioria das
pessoas é ambiciosa e não quer assumir responsabilidades. Apenas diz: “o
autocontrole, frequentemente solicitado no ambiente organizacional, se torna
indispensável à consecução dos objetivos da empresa”. (McGREGOR, 1999.
p.16).
O autocontrole é possível desde que se desenvolvam ambientes de
trabalho com condições específicas para que ele surja e brilhe. A função de um
gestor que acredite nos pressupostos da Teoria Y será, então, desenvolver
29
esses ambientes e processos que favoreçam ou facilitem o autocontrole no
trabalho.
A Teoria Y tem sido equivocadamente interpretada como se sugerisse
que, se as pessoas se orientassem a seu bel-prazer e seguissem apenas seus
próprios critérios, poderiam apresentar resultados superiores de desempenho.
Essa é uma distorção clássica da Teoria Y.
O pressuposto fundamental da Teoria Y é acreditar que o ser humano
seja intrinsecamente motivado. Não há comportamento sem motivo. São os
motivos de cada um que o mobilizam a agir, a buscar e a realizar.
A diferença substancial entre a Teoria X e Y se relaciona às crenças de
cada um sobre a natureza humana na situação de trabalho. Diferentes visões
geram atitudes e comportamentos distintos. Determinam discursos e lógicas
distintas de argumentação, de negociação, de administração de conflito e
solução das divergências, de intermediação de interesses e de interlocução.
Todo ato gerencial se fundamenta numa teoria, consciente ou não.
Nenhum comportamento é fruto do acaso, despropositado. Toda ação humana
tem propósito. O ser humano tem sempre um motivo, mesmo que muitas
vezes não tenha consciência dele.
3.4 Teoria Z
A Teoria Z, defendida nos tempos atuais, traz uma grande contribuição
para a administração. Esta teoria fundamenta-se em preceitos e
comportamentos vividos principalmente nos países orientais, como Japão,
Coréia e Taiwan, e hoje é seguida e imitada por diversos países, inclusive o
Brasil, contribuindo sobremaneira para a administração moderna.
30
A Teoria Z enfatiza que o sucesso das administrações está ligado à
motivação humana e não simplesmente à tecnologia dos processos produtivos.
As máquinas são ferramentas sofisticadas a serviço do homem, e necessitam
sempre de aperfeiçoamento do próprio homem.
Na Teoria Z o conceito de hierarquia de linha não foi esquecido, porém,
já não tem tanto peso na balança da administração. Os empregados podem
questionar os métodos, os processos de trabalho, as rotinas, os obstáculos e
os custos, como também podem levar à discussão as sugestões de mudanças.
3.5 Teoria da Expectativa
Esta teoria, ou modelo para motivação, foi criada por Victor Vroom e
enriquecida em várias ocasiões, principalmente por Poster e Lawler. Baseia-se
na premissa de que o esforço realizado para conseguir um alto desempenho
deve ser recompensado com resultados que façam com que o esforço tenha
valido a pena.
Em sua base encontramos três fatores: valor, expectativa e
instrumentalidade.
Valor: inclinação, preferência para receber uma recompensa. Cada
recompensa, em seu momento preciso, tem um valor único, embora ele possa
variar com o tempo, dependendo da satisfação das necessidades e do
surgimento de outras.
Expectativa: é a relação entre o esforço realizado e o resultado obtido.
Instrumentalidade: é a estimativa feita por uma pessoa sobre a obtenção
de uma recompensa.
Motivação = V x E x I
31
O valor pode ser positivo ou negativo. No primeiro caso, existirá um
desejo de alcançar determinado resultado e, no outro, o desejo será de evitar
um resultado final específico.
Na Teoria da Expectativa, atribui-se um valor entre 0 e 1, dependendo
da estimativa, à relação entre o esforço realizado e o resultado obtido. Não
havendo correspondência entre o esforço e o desempenho, o valor será 0; em
caso de plena correspondência, será 1.
A instrumentalidade também considera um valor entre 0 e 1. Sendo a
estimativa sobre a obtenção da recompensa equitativa com desempenho, a
avaliação será alta, caso contrário será baixa.
Para D. Nadler e E. Lawler, este método está fundamentado em quatro
pressupostos:
• O comportamento depende da combinação das forças das pessoas e do
meio em que se encontra;
• As pessoas decidem de maneira consciente sobre o seu
comportamento;
• As pessoas possuem diferentes necessidades, desejos e metas;
• As pessoas fazem suas escolhas entre as diferentes opções de
comportamento.
Esta Teoria tenta superar as críticas a alguns pressupostos de outras
teorias motivacionais, tais como a de que todos os empregados e situações
são iguais. A Teoria da Expectativa tenta levar em consideração a diferença
existente entre os indivíduos e as situações em que estão submetidos. Ela
desenvolve um modelo de motivação em que o esforço para se atingir um alto
desempenho poderá possibilitar a obtenção de recompensas, valendo a
energia dispensada.
32
CONCLUSÃO
O presente trabalho foi realizado tendo como objetivo principal identificar
quais competências interpessoais fazem parte das habilidades gerenciais
efetivas.
A competência interpessoal é considerada como um fator diferencial
competitivo nas organizações, podendo ser compreendida como a habilidade
para se medir eficazmente as necessidades relacionais e situacionais.
Sistematizando as temáticas relacionadas ao conceito e às
competências principais, destacaram-se: a comunicação, a liderança, a
motivação, a resolução de conflitos/negociação e a percepção
social/flexibilidade cognitiva. Ressaltou-se a importância dos gestores
compreenderem que o conceito de competência interpessoal é uma dimensão
de aprendizagem humana.
Conclui-se com este trabalho que o estudo da motivação e o trabalho
em equipe, em decorrência de sua complexidade e dificuldade, necessitam de
aprimoramento contínuo por parte das organizações.
Apresentou-se o estudo de algumas teorias motivacionais, tendo em
vista que a habilidade interpessoal não é um dom ou atributo inato da
personalidade, e sim uma capacidade decorrente de treinamento através de
técnicas próprias em programas especiais.
Viu-se que o desenvolvimento gerencial é, acima de tudo, um processo
educativo e, como tal, sujeito aos problemas de objetivos, tecnologia e
recursos desejáveis e/ou disponíveis. Desenvolvimento de gerentes tem de ser
considerado como investimento, de retorno seguro e incontestável a médio e
33
longo prazos, mostrando os acertos e desacertos de sua filosofia, de seu
planejamento e de sua implementação.
34
BIBLIOGRAFIA
ABBOUD, Miguel. Motivação e Satisfação no Trabalho e suas implicações para
a gerência. Dissertação de Mestrado, FGV/SP, 1980.
BERGAMINI, Cecília Whitaker. Desenvolvimento de recursos humanos: uma estratégia de desenvolvimento organizacional. São Paulo: Atlas, 1980. BERGAMINI, Cecília Whitaker. Motivação nas organizações – 4. ed. São Paulo: Atlas, 1997. BIRCH, David: VEROFF, Joseph. Motivação. São Paulo: Herder, 1970. Tradução de: Motivacion. CAMPOS, Rogério Antônio. Políticas de recursos humanos e os fatores intervenientes na motivação para o trabalho: uma visão dos dirigentes de RH das Universidades Federais Brasileiras. 2001. 132f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2001. CHIAVENATO, Idalberto. Administração de recursos humanos. VI. 2. ed. São Paulo: 2000. DEL PRETTE, A; DEL PRETTE, Z. A. P. Psicologia das relações interpessoais: vivências para o trabalho em grupo. Petrópolis: Ed. Vozes, 2001. HARVEY, Robbins; Finley, Michael. Por que as equipes não funcionam. 4. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997. Tradução de Bazán Tecnologia e Linguistíca. HERZBERG, Frederick. O conceito de higiene como motivação e os problemas do potencial humano de trabalho, In Hampton, David R (comp.). Conceitos de comportamento na administração. São Paulo: EPU, 1973. P.53-62. HUNTER, James C. Como se tornar um líder servidor. Os princípios de liderança de o Monge e o Executivo. 6. ed. Rio de Janeiro: Sextante2006. MACGREGOR, Douglas R. O lado humano da empresa. São Paulo: Martins Fontes, 1999. MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 1993. ROBBINS, Stephen P. Administração: mudanças e perspectivas. Tradução de Cid Knipel Moreira. São Paulo: Saraiva, 2001.
35
ROBBINS, Stephen P. Comportamento organizacional. Rio de Janeiro: LTC, 1999. Tradução de: Organizacional behavior. SOTO, Eduardo. Comportamento organizacional: O impacto das emoções. Trad. Jean Pierre Marras. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. 313 p. VERGARA, Sylvia Constant. Gestão de Pessoas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000. VROOM, Vistor H. Gestão de pessoas, não de pessoal. Trad. Ana Beatriz Rodrigues, Priscilla Martins Celeste. Rio de Janeiro: Campus, 1997. 274 p. WEISINGER, Hendrie. Inteligência Emocional no Trabalho. São Paulo. Objetiva. 8. Ed, 1997.
36
WEBGRAFIA
EDUARDO, Paulo. PMBok: Grupo de Processos de Execução (parte 2). Disponível em <htpp//www.pauloeduardo.com/2011/09/01/pmbok-grupo-de-processos-de-execucao-parte-2>, acessado em 20.10.2012. MARINS FILHO, Luiz Almeida. Trabalho, equipe, cooperação e sucesso. Disponível em <htpp://www.annex.com.br/artigos/marins.asp>, acessado em 21.10.2012. SILVEIRA, André L.C. Habilidades interpessoais, instrumentos do profissional de sucesso. Disponível em <htpp://www.expleo.com.br>, acessado em 21.10.2012. Relações Interpessoais. Disponível em: <htpp://www.artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_21586_sobre_relacoes_interpessoais>, acessado em 21.10.2012.
37
GLOSSÁRIO
PMBOK (Project Management Body of Knowledge). É um conjunto de
práticas em gestão de projetos, publicado pelo Project Management Institute,
reunidos em um guia.
FEEDBACK. Informação que o emissor obtém da reação do receptor à sua
mensagem, e que serve para avaliar os resultados da transmissão.
INSIGHTS. Compreensão ou solução de um problema pela súbita captação
mental dos elementos e relações adequados.
TQC (Total Quality Control). Controle de qualidade total.
38
ANEXO
Gestão em Recursos Humanos segunda-feira - 29 outubro, 2007
DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES INTERPESSOAIS Filed under: Dinâmica das Relações Interpessoais — gestaorh @ 16:42
RELAÇÕES INTERPESSOAIS:
Diariamente mantemos contato com chefes, colegas, clientes, amigos, parentes, etc. A espécie de relação ou contato que estabelecemos com essas pessoas afetam, de maneira sensível, os resultados que esperamos obter de nossas atividades diárias. Qualquer atividade que exercemos, profissionalmente ou não, implica inevitavelmente em relações com pessoas. Com algumas pessoas mantemos boas relações, com outras, relações fracas e, com outras, más relações. Os resultados obtidos a partir desses contatos também serão bons, fracos ou maus. Quando marcamos uma consulta dependemos do horário do médico, este por sua vez depende do horário em outras instituições, etc. Isso nos mostra a interdependência que nos prende aos nossos semelhantes e nos leva a admitir que a nossa atividade diária sejainseparável da atividade de outros indivíduos.
Desse modo RELAÇÃO INTERPESSOAL é algo do qual não podemos fugir, a não ser na hipotética ideia de que fosse possível viver isolado, fechado em um recinto sem nenhum contato humano. Mesmo sem querer, de qualquer forma (bem ou mal) estamos nos relacionando uns com os outros, a toda hora. A esse contato entre as pessoas, seja ele verbal ou não, damos o nome de RELAÇÕES INTERPESSOAIS.
Devemos mobilizar energia e interesse no sentido de desenvolver uma atitude de respeito e compreensão com relação às pessoas, tendo em mente que todos nós somos possuidores de uma personalidade única e complexa. Buscardesenvolver as relações pessoais é assumir uma atitude que vise melhorar o convívio com as pessoas resultando em um relacionamento enriquecedor entre os seres humanos.
É importante ressaltar que atingir esse objetivo nem sempre é tão simples, uma vez que os grupos aos quais pertencemos são muito variados, compostos de indivíduos diferentes, com interesses e expectativas diversas. A utilização de princípios que facilitem as relações entre as pessoas no ambiente de trabalho resultará em um maior engajamento, produtividade e satisfação profissional.
ATITUDE:
39
O trabalho é uma forma de expressão pessoal. Através dele alteramos o mundo e deixamos nossa marca. Através dele as nossas necessidades fisiológicas (comer, beber, etc.), de segurança (habitação, vestimenta), de associação (vida em grupo), de autoestima (amor próprio) e de auto realizaçãosão satisfeitas. E, através da nossa atuação profissional, aprendemos a lidar com as pessoas. Aprendemos a ficar calados quando gostaríamos de dar “aquela” resposta, cooperamos mesmo quando não concordamos com algo, etc.
Nós passamos a maior parte da nossa vida desperta trabalhando. O trabalho possui uma indiscutível importância em nosso bem-estar físico, psicológico e social. É através de nossa atuação profissional, também, que podemos tentar construir uma sociedade mais justa, mais humana.
Acabamos de constatar a importância do trabalho em nossas vidas. Ele requer, no entanto, um conjunto de regras de conduta. Essa postura envolve direitos e deveres, onde devemos assumir uma atitude coerente com o nosso sistema de valores e com a cultura de nosso local de trabalho. ATITUDE é uma disposição interna para interpretar, sentir e reagir em face de determinados objetos, situações e pessoas; é a maneira como as pessoas reagem.
Atitudes para com você mesmo: Quem sou eu? Como é meu comportamento e relacionamento no trabalho? Em que posso melhorar?
Atitudes para com os colegas de trabalho: Como me relaciono com meus colegas de trabalho? O espírito de colaboração é desenvolvido em mim? Ponho em prática a empatia (colocar-se no lugar do outro)?
PERCEPÇÃO INTERPESSOAL:
A cada instante somos bombardeados com uma infinidade de estímulos provenientes do mundo externo. Organizamos-nos, interpretamos e damos significação a esta estimulação a partir de um processo chamado PERCEPÇÃO. Não vemos as coisas como elas são, mas através do que elas significam para nós, por isso duas pessoas chegam a “ver” coisas diferentes diante de uma mesma situação. Existem vários fatores que influenciam nossaapreensão (percepção) da realidade:
a) As necessidades: O que estamos necessitando no momento influencia a nossa percepção (Ex: miragem no deserto-ilusão).
b) Valores: Percebemos mais prontamente aquelas coisas, experiências e pessoas que valorizamos, admiramos, estimamos (Ex: localizamos mais facilmente o nosso nome em uma lista enorme de nomes, como também uma pessoa querida na multidão).
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c) Crenças: Nossas crenças influenciam as nossas percepções e, em grande extensão, determinam o nosso comportamento. Não desistimos facilmente do que acreditamos ser verdade.
d) Autoconceito: A percepção é um processo seletivo (vemos o que precisamos ver para nos defender ou para nos aproximar dos nossos alvos). Desse modo, a imagem que temos de nós mesmos vai determinar a riqueza e a variedade das percepções que selecionamos. Se possuirmos uma atitude negativa para conosco, teremos a tendência de perceber com mais intensidadeo lado negro da vida.
Um aspecto interessante a observar diz respeito às imagens e estereótipos. Quando descobrimos que alguém é líder sindical, por exemplo, já evocamos toda uma rede de características da pessoa. Imediatamente julgamos tratar-se de alguém instigador de greves, criador de confusões, etc. Do mesmo modo funcionam as primeiras impressões. Ao olharmos para uma pessoa, somos capazes de inferir uma série de coisas sobre ela: sua idade, classe social, profissão, temperamento. Com o convívio mais intenso, essa impressão poderá vir a ser modificada ou confirmada. Devemos ter uma atitude de abertura no sentido de conhecer o outro a fim de modificar uma “má” impressão inicial. Relacionamentos enriquecedores poderão ser desenvolvidos se houver a disponibilidade dos dois lados de se ter a primeira impressão apenas como um referencial possível de ser parcial ou totalmente modificado.
A nossa boa convivência com os outros depende do julgamento certo que fazemos das pessoas. Grande parte da nossa vida se passa na tentativa de compreendermos o outro e no desejo que o outro nos compreenda melhor. Todavia, há uma grande diferença de acessibilidade entre os homens. Alguns falam com mais facilidade a respeito de si, outros são mais enigmáticos, guardam segredo de tudo o que são e o que fazem. Apenas quando nos movemos em direção à abertura é que um verdadeiro compartilhamento de percepção e compreensão pode se desenvolver entre as pessoas.
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41
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO ............................................................................................ 2
AGRADECIMENTO ............................................................................................ 3
DEDICATÓRIA.................................................................................................... 4
RESUMO ............................................................................................................ 5
METODOLOGIA ................................................................................................. 6
SUMÁRIO ........................................................................................................... 7
INTRODUÇÃO .................................................................................................... 8
CAPÍTULO I
- Habilidades Interpessoais ........................................................................... 10
1.1. Importância do desenvolvimento das habilidades interpessoais dos
gerentes e membros da equipe ....................................................................... 11
CAPÍTULO II
- Desenvolvendo habilidades interpessoais ................................................. 17
CAPÍTULO III
- Teorias Motivacionais .................................................................................. 21
3.1. Pirâmide de Maslow .................................................................................. 22
3.2. Fatores de Herzberg ................................................................................. 24
3.3. Teorias X e Y de Gregor ........................................................................... 26
3.3.1. Teoria X ................................................................................................ 26
3.3.2. Princípios básicos da Teoria X ............................................................... 27
3.3.3. Teoria Y ................................................................................................ 27
3.3.4. Princípios básicos da Teoria Y .............................................................. 28
42
3.4. Teoria Z ..................................................................................................... 29
3.5. Teoria da Expectativa ............................................................................... 30
CONCLUSÃO ................................................................................................... 32
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................. 34
WEBGRAFIA .................................................................................................... 36
GLOSSÁRIO ..................................................................................................... 37
ANEXO ............................................................................................................. 38
ÍNDICE .............................................................................................................. 41