UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Prof. Flávia Cavalcanti Rio de Janeiro ......
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
Projeto Autonomia
Por: Sheila Jacqueline dos Reis e Silva
Orientador
Prof. Flávia Cavalcanti
Rio de Janeiro
2012
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
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PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
Projeto Autonomia
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Administração e Supervisão
Escolar.
Por: Sheila Jacqueline dos Reis e Silva
3
AGRADECIMENTOS
....à Deus, a mãe, filhas, aos amigos,
parentes e alunos ...
4
DEDICATÓRIA
...dedica-se a mãe, filhas, amigos...
5
RESUMO
Essa pesquisa apresenta uma breve história da educação, suas
mudanças históricas, econômicas, políticas e o reflexo dessas transformações
na sociedade que iniciou no período colonial, passando pelo período imperial,
período republicano até os dias de hoje.
Relata o interesse do governo em investir na Educação de Jovens e
Adultos com objetivo de alfabetizar a população nas bases eleitorais. Surgiram
os movimentos educacionais de orientação política com ideais de igualdade
social. O ministério da Educação descobre Paulo Freire com uma nova
proposta para educação e novos paradigmas que insere e consolida a
Educação de Jovens e Adultos como modalidade de ensino. O Plano Nacional
de Educação e a Lei de Diretrizes e Bases reconhecem a EJA como parte
integrante da Educação Básica, com função social de corrigir as desigualdades
causadas àqueles alunos, excluídos, reprovados e evadidos do ensino regular,
com distorção idade-série.
A diferença entre pedagogia e andragogia, sendo a primeira tem como
foco a educação de crianças, onde o professor escolhe a metodologia e o
material a ser trabalhado e a segunda trata da educação de adultos, estes já
têm uma historia de vida e sabem o que querem o que necessitam e como
querem aprende. A necessidade de valorização da cultura e da experiência de
vida que cada aluno trás. A importância na atuação e no bom desempenho de
todos envolvidos na aprendizagem do Gestor, do Professor e do aluno na
construção do conhecimento. A metodologia do Projeto Autonomia que busca
corrigir a distorção idade serie dos jovens e adultos matriculados na rede
estadual de ensino. A importância da ética e da política na educação, que
estabelecem uma relação entre o comportamento e praticas pedagógicas, os
valores históricos, culturais e sociais, provocando a transformação dos alunos
em cidadãos conscientes, mais racionais, críticos, reflexivos, expressivos e
autônomos, responsáveis pela construção de espaços sociais mais
democráticos, justos, com igualdade de oportunidades de acesso ao
conhecimento, a cultura e emancipação consciente.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 07
CAPÍTULO I
A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 11
CAPÍTULO II
O PAPEL DE CADA ATOR
23
CAPÍTULO III
ÉTICA E POLÍTICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 36
CONCLUSÃO 43
47
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 46
ÍNDICE 49
7
INTRODUÇÃO
O presente trabalho propõe uma analise das praticas educativas e
pedagógicas na Educação de Jovens e Adultos buscando compreender suas
especificidades além de relatar algumas experiências e propor uma
Administração e Supervisão Escolar de qualidade, de forma integrada,
participativa e democrática. Sendo o administrador escolar a autoridade
máxima da escola, cabe a ele buscar metodologias inovadoras e eficazes para
os problemas de evasão, reprovação, distorção idade série, exclusão,
preconceito, discriminação e elaboração do projeto político pedagógico e do
currículo.
O tema dessa pesquisa é o Projeto Autonomia, um projeto implantado
pela SEEDUC em parceria com a Fundação Roberto Marinho no inicio de
2009, com objetivo de resgatar a valorização do homem, de seus saberes e
sua cultura, estimulando à construção do conhecimento, levantando à auto-
estima, a autoconfiança, a capacidade de aprendizagem além de tentar corrigir
a distorção idade série dos alunos matriculados nas turmas de Ensino
Fundamental e Médio.
O objetivo principal é analisar praticas educativas e pedagógicas
utilizando uma metodologia diferenciada. Os professores passam por
capacitação periódica para atuarem como mediadores da aprendizagem, uma
proposta pedagógica na qual o professor não é o detentor do conhecimento,
ele facilita a construção do conhecimento se torna um mediador na troca de
informações, utilizando a metodologia e o material do novo telecurso.
O que justifica a realização dessa pesquisa é a busca da construção
de uma educação cidadã, em que a sala de aula se transforma num espaço
onde a complexa realidade cultural do aluno é reconhecida e valorizada, seus
saberes e seus fazeres são tomados como ponto de partida para reflexão,
releitura e construção do pensamento. Os alunos com distorção idade serie
apresentam alto índice de reprovação, resistência, baixa estima, insegurança e
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bloqueios que desenvolveram durante a vida escolar e agora dificultam o
processo de construção do conhecimento.
A comunidade acadêmica, os educadores e gestores estão
constantemente buscando uma metodologia eficaz, que motive o aluno na
construção do conhecimento cientifico e não apenas no aumento da
escolarização sem aprendizagem. Essa é uma proposta de fortalecimento da
política de inclusão social para alunos jovens e adultos, que tiveram sua vida
voltada para o trabalho com uma possível historia de evasão e repetência
dentro da escola e agora busca o desenvolvimento de competências,
habilidades, para a formação da cidadania viabilizando a conclusão da
educação básica com qualidade de forma acelerada.
A metodologia dessa pesquisa é através de estudos bibliográficos,
pesquisas de campo e experiências vivenciadas em sala de aula como
professora e como aluna em cursos de formação e capacitação de
professores. Em 2010, iniciei um estudo especifico das obras de Paulo Freire,
fiz um curso de formação de professores e uma capacitação para desenvolver
a metodologia do projeto autonomia, utilizando como referencial os autores
Ferreiro(1996), Freire(1981), Gadotti(1979), Passos(1995), Crema(2009),
Fuck(2002), Paro (2001) e Vygotsky(1997).
A Fundação Roberto Marinho, a Secretaria Estadual de Educação, as
escolas Estaduais Dunshee de Abranches, Orlando Dantas e Mendes de
Moraes cederam o material que foram utilizados como objeto de observação e
estudo.
O referencial para essa pesquisa é a vivencia como professora de
telessala de ensino médio e fundamental de um Colégio Estadual no Rio de
Janeiro e os cursos de formação de professores para atuação neste projeto.
Os aspectos históricos da educação no Brasil apresentam variações ao
longo do tempo, mudança constante ligadas a transformações sociais,
econômicas e políticas que caracterizam os diferentes momentos históricos do
país, assim é na educação de jovens e adultos que delimitou seu espaço na
educação do Brasil, mesma pratica com finalidade distinta. Embora venha se
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dando desde o período do Brasil Colônia, de uma forma mais sistemática, as
iniciativas governamentais no sentido de oferecer educação para os jovens
estão sempre se renovando. No Brasil Colônia, a referência à população adulta
era apenas de educação para a doutrinação religiosa, abrangendo um caráter
muito mais religioso que educacional hoje a educação
O Brasil se tornou uma das pátrias mais fecundas da
transdisciplinaridade, um encontro de etnias que nos favoreceu um espírito de
abertura, receptividade, e de fraternidade muito especial. O português
aprendeu a tomar banho com os índios e a sambar com os negros, e assim a
troca de saberes transcende ao automatismo, a rigidez e a unilateralidade de
olhar, de agir e resgatar todas as articulações do corpo e da inteligência.
A Andragogia significa “ensino para adultos”. Andragogia é a arte de
orientar adultos a aprender, que não são aprendizes sem experiência, pois o
conhecimento vem da realidade, da ”escola da vida”. O termo remete a um
conceito de educação voltada para o adulto, contrapondo a pedagogia, que se
refere à educação de crianças.
O papel do Gestor, do Educador e do Aluno na educação é
fundamental, tornam-se mediadores do aprendizado numa relação pedagógica
emancipadora. Construindo práticas pedagógicas, produzindo novos
paradigmas, pensando sempre nas possibilidades de transformar a escola em
um ambiente agradável, atrativo, uma instituição aberta, que valoriza o aluno,
seus interesses, conhecimentos, expectativas, favorecendo sua participação
na sociedade como cidadãos e não somente como objeto de aprendizagem. A
prática pedagógica de qualidade é inovadora, significativa, dinâmica e acima
de tudo feita com seriedade, compromisso e responsabilidade para fazer a
diferença no contexto educacional.
Formação ética e política da Educação estabelecem relações entre
questões filosóficas e a prática pedagógica, integrando-se no processo de
construção do conhecimento na perspectiva de uma educação libertadora.
A construção do conhecimento é uma interação entre as estruturas do
pensamento e o contexto social, num processo de reflexão da ação do sujeito
sobre o objeto a ser conhecido. Para ocorrer à aprendizagem é necessário
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situações desafiadoras que propiciem ao aluno elaborar um conceito mais
elaborado, necessitando da intervenção de outros sujeitos. Esse conhecimento
é adquirido através da interação social, é constituído a partir da relação do
indivíduo com o meio social, considerando as experiências de vida, os valores,
as crenças, ou seja, a cultura do aluno. “A aprendizagem significativa se dará a
partir de um processo que proporcione uma análise crítica da prática social dos
homens, contribuindo para que estes repensem a forma de atuar no mundo”.
(Freire, 1987). O aluno quando se sente parte integrante do meio, onde seus
valores culturais são reconhecidos e valorizados, ele desenvolve conceitos e
busca solucionar problemas, conflitos, refletindo sobre suas concepções além
de respeitar e analisar as idéias do grupo, um aspecto social da aprendizagem
é o respeito aos valores e desejos coletivo.
Se educar é um ato político, o ambiente escolar, as atividades em
grupo, a troca de experiências, troca de saberes é fundamental na construção
do sujeito, como objeto de compreensão da estrutura social, de
conscientização e de transformação do homem e do meio. "Ninguém educa
ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si,
mediatizados pelo mundo”( Freire,1987,p.13) Aprendemos o tempo todo,
homens se comunicam a todo momento, se educam, fazem novas
descobertas, aprendem com a diversidade cultural, com a convivência, de
maneira informal e formal, com a troca constante.
CAPÍTULO I
A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DE
JOVENS E ADULTOS
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A História da Educação no Brasil tem uma longa trajetória, para
entender o momento atual com muitas pessoas excluídas do sistema
educacional, é importante ressaltar que tudo começou na colonização
portuguesa, quando os índios e os primeiros habitantes foram doutrinados para
uma educação restrita à conversão católica pela catequese e não para
instrução de conhecimentos. E com o passar dos tempos as necessidades e
os interesses foram se modificando, o governo apoiou a Educação de Jovens e
Adultos para erradicar com o analfabetismo, que se encontra integrada na LDB
como educação básica.
Andragogia é orientação educacional dada ao adulto, valorizando toda
a experiência vivida por ele, toda cultura onde ocorre a troca de
conhecimentos. O aluno sabe o que quer aprender, e participa da elaboração
do planejamento, da seleção de conteúdos e da metodologia adotada pelo
professor.
1. 1- História da Educação no Brasil
No inicio do século XVI iniciou a aprendizagem transdisciplinar, só não
se sabia ainda do que se tratava, aconteceu a partir desse momento troca de
conhecimentos no encontro de diferentes culturas e etnias, onde portugueses,
índios e negros transcenderam o automatismo, a rigidez e a unilateralidade de
olhar, de agir, de pensar, das articulações do corpo e da inteligência.
No período imperial, foi criada a primeira lei geral de educação no
País, que buscava construir um sistema nacional de educação com escolas
elementares, secundárias e superiores.
No período republicano, a educação não obteve progresso e,
gradativamente aumentou o número de pessoas não escolarizadas.
Muitos educadores apresentaram projetos para ampliar as condições
de educação, como o aumento de escolas e melhora na qualidade de ensino,
sendo que esqueceram que os problemas sociais não foram identificados
aumentando as grandes diferenças entre as classes sociais.
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O governo, por interesses pessoais, apoiou a Educação de Jovens e
Adultos para reduzir o analfabetismo, investiu nas bases eleitorais, uma
campanha criada para atender às exigências da cidadania, mas a necessidade
de educação era real. A população vivia praticamente sem educação formal,
era necessário educar o adulto, antes de tudo, para que o país pudesse ser
igualitário, mais coeso e mais solidário e para que existisse um equilíbrio da
vida social. Surgem então os movimentos educacionais de orientação política,
que apontavam para a necessidade de uma melhor comunicação entre
educador e educando, e a necessidade de adequação dos conteúdos e
métodos de ensino, e as características sócio-culturais das classes populares.
Surge então, o educador Paulo Freire com uma nova proposta, novos
ideais. O Ministério da Educação o encarregou de elaborar um programa
nacional de alfabetização. Naturalmente, surgiram muitas críticas à Campanha
de Educação de Adultos tanto às estruturas administrativas e financeiras
quanto à sua orientação pedagógica. Uma denuncia a de caráter superficial do
aprendizado que se efetivava no curto período da alfabetização, a
inadequação do método para a população adulta e para as diferentes regiões
do país. As críticas apontavam para uma nova visão sobre o problema do
analfabetismo e para a consolidação de um novo paradigma pedagógico para
a educação de adultos, onde referência principal foi o Paulo Freire. A partir dai
a Educação de Jovens e Adultos foi inserida num contexto formal e
reconhecida como modalidade de ensino.
Segundo Paulo Freire, a “Educação de Adultos era entendida como
uma extensão da escola formal, principalmente para a zona rural”. Mais tarde
foi entendida como educação de base, com desenvolvimento comunitário.
Surgindo, duas tendências: a educação libertadora, conscientizadora
pontificada e a educação funcional profissional.
O Plano Nacional de Educação tem como um dos objetivos e
prioridade a garantia de ensino fundamental a todos os que não tiveram
acesso na idade própria ou que não o concluíram. O controle do analfabetismo
faz parte dessa prioridade, considerando-se a alfabetização de jovens e
adultos como ponto de partida nesse nível de ensino. A alfabetização da
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população colabora com a formação de um cidadão responsável e consciente
de seus direitos e deveres, absorvendo certos domínio dos instrumentos
básicos da cultura, das linguagens, da matemática elementar, da evolução
histórica da sociedade humana, da diversidade do espaço físico e político
mundial da constituição brasileira.
A Educação deve ser sempre multicultural, desenvolvendo o
conhecimento e a integração na diversidade cultural, uma educação para a
compreensão mútua, contra a exclusão por motivos de raça, sexo, cultura e
outras formas de discriminação, cabe ao educador conhecer bem o próprio
meio do educando, pois somente conhecendo essa realidade haverá uma
educação de qualidade. Assim o educador conseguirá promover a motivação
necessária à aprendizagem, despertando interesses e entusiasmos, ampliando
horizonte e abrindo-lhes um maior campo para atingir o conhecimento. Os
alunos querem ver a aplicação imediata do que estão aprendendo e, precisam
de estímulos para resgatar a sua auto-estima, muitos apresentam certa
ansiedade, angústia e complexo de inferioridade. Esses jovens e adultos são
tão capazes como uma criança, exigindo somente mais sensibilidade do
professor, das técnicas e metodologias que precisam ser eficientes para esses
alunos que já tem uma experiência de vida.
A Educação de Jovens e Adultos, EJA está prevista na LDB
9.424/1996 e classificada como parte integrante da Educação Básica, deveria
ser vista com o mesmo compromisso presente no ensino fundamental regular.
Existem algumas dificuldades na execução deste trabalho na escola, no ponto
de vista pedagógico existe uma falta de profissionais habilitados para trabalhar
com adultos, a falta de capacitação para esses professores, falta de recursos
didáticos e, sobretudo, a falta de estratégias metodológicas direcionadas para
este público específico. São enumeras as dificuldades encontradas por
professores que já tiveram alguma experiência na Educação de Jovens e
Adultos. Mesmo com a importante função social desempenhada por esta
modalidade educativa, uma vez que se encarrega de reparar as desigualdades
causadas àqueles alunos, excluídos, reprovados e evadidos do ensino regular,
com distorção idade-série.
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A expansão da educação básica, e o quantitativo de vagas cada vez
mais crescente a fim de tornar real o princípio da obrigatoriedade toda criança
tem que esta na escola. Mesmo com todos os projetos assistenciais que o
governo oferece, as condições sociais adversas acabam condicionando o
sucesso de muitos alunos que permanecem no ensino fundamental, quando já
deveriam estar cursando o ensino médio. Os resultados desta realidade são a
repetência, a reprovação, e principalmente, a evasão que promovem a
manutenção da distorção idade serie atrasando o acerto no fluxo escolar que
continua a reproduzir excluídos. A Educação e Jovens e Adultos é uma
alternativa de inclusão social para os alunos que já estão fora da idade ou do
sistema de ensino. Diante desta realidade novos métodos de ensino precisam
ser experimentados, novos conteúdos, novas estratégias. De acordo com os
Parâmetros Curriculares Nacionais os conteúdos ministrados em sala de aula
precisam estar de acordo com um padrão mínimo, e ao mesmo tempo, estar
sintonizados com as particularidades e especificidades do lugar em que o
ensino está sendo desenvolvido. Precisam ser oferecidas condições para que
os alunos possam construir suas idéias a partir de suas experiências,
tornando-se sujeitos sócio-culturais aptos a conhecer diferentes épocas e
lugares, e poder compará-los com sua própria história de vida.
Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base
nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e
estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas
características regionais e locais da sociedade.
De acordo como os estudos de Vygotsky, o desenvolvimento do
indivíduo é resultado de um processo sócio-histórico, sua teoria também é
conhecida como sócio interacionista, enfatizando o papel do contexto histórico
e cultural nos processos de desenvolvimento e aprendizagem, no qual o aluno
aprende junto ao seu grupo social, ao passo que também constrói os
elementos integrantes do seu meio, como: valores, linguagem e até o próprio
conhecimento. Para Paulo Freire a prática pedagógica necessita estar
vinculada aos aspectos históricos e sociais para facilitar a compreensão das
questões que realmente importam para os envolvidos no processo educativo,
15
para ele se não ocorre uma reflexão sobre si mesmo, sobre seu papel no
mundo, não é possível ultrapassar os obstáculos que o próprio mundo impõe
por isso a ação do professor, tendo ele consciência ou não, estimula o aluno à
libertação ou à opressão, o autoconhecimento é primordial.
Cabe Gestor motivar os professores e estes buscarem estratégias que
provoque nos alunos uma visão mais crítica diante da realidade que cada um
vive, favorecendo sua conscientização. A formação do cidadão crítico é
fundamental para o desenvolvimento da sociedade, além de ser um direito. A
Educação de Jovens e Adultos precisa fortalecer o sistema educativo onde o
aluno e o meio social devem estar integrados e bem articulados. A elaboração
de projetos e de estratégias de ensino deverá ser desenvolvida com a
finalidade de instrumentalizar o com subsídios que lhe de garantia de maior
eficácia, através da combinação de métodos e técnicas em sala de aula
capazes de enriquecer o processo de ensino-aprendizagem, presentes nas
concepções culturais e ideológicas do modo de viver e agir dos alunos e
também dos professores. Os diversos saberes não podem ser ignorados no
processo de ensino-aprendizagem que tenham a humanização como princípio
já que a ausência de escolarização não pode e nem deve justificar uma visão
preconceituosa, negligenciando a cultura, a experiência e capacidade de
conhecimento prático.
Na historia que estamos escrevendo agora, o grande desafio é romper
com os limites que restringem à mera repetição de conteúdos, buscarem a
formulação de propostas que integram os conteúdos das diferentes disciplinas,
diferentes abordagens na explicação da realidade presente interna e
externamente à escola, selecionando as atividades que serão
desempenhadas, verificar a importância do papel desempenhado por cada
aluno na sua comunidade, ao passo que estas atividades sejam incluídas no
processo de construção do conhecimento.
1. 2 - A Andragogia e a Pedagogia
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Andragogia é a arte e a ciência de orientar adultos a aprenderem.
Segundo Malcolm Knowles (1970), esse termo é um conceito de educação
voltado para aprendizagem do adulto, em contraposição à pedagogia, que se
refere à educação de crianças. Para educadores como Pierre Furter, a
andragogia é um conceito amplo de educação do ser humano, em qualquer
idade.
A metodologia deve ser diferenciada, não se pode ignorar o
conhecimento, as experiências, a cultura e os saberes desse aluno, trata-se de
um adulto com algumas experiências de vida.
O homem faz a sua história intervindo em dois níveis: sobre a natureza e sobre a sociedade. O homem intervém na natureza e sobre a sociedade, descobrindo e utilizando suas leis, para dominá-la e colocá-la a seu serviço, desejando viver bem com ela. Dessa forma ele transforma o meio natural em meio cultural, isto é, útil a seu bem estar. Da mesma forma ele intervém sobre a sociedade de homens, na direção de um horizonte mais humano. Nesse processo ele humaniza a natureza e humaniza a vida dos homens em sociedade. O ato Pedagógico insere-se nessa segunda tipologia. É uma ação do homem sobre o homem, para juntos construírem uma sociedade com melhores chances de todos os homens serem mais felizes. (Gadotti,1998, p. 81)
Os conceitos da Pedagogia baseiam-se nos princípios de ensinar e
aprender, assim todo o sistema educacional, incluindo a educação de alto
nível. A pedagogia responsabiliza o professor para as decisões sobre o que
será ensinado, como será ensinado e se foi aprendido, o professor quem
seleciona conteúdos, elabora planejamentos, escolhe a metodologia e faz
avaliações. O trabalho é dirigido pelo professor e cabe ao aluno apenas o
papel de submissão as instruções, conhecer os outros alunos e saber somente
o que o professor tem a ensinar, se eles querem ser aprovados, não
questionam nem querem saber o como e onde aplicarão os ensinamentos em
suas vidas. A experiência do aprendiz tem pouco valor como fonte de
aprendizagem, a experiência considerada é a do professor, do livro didático, do
escritor e dos recursos audiovisuais, das técnicas de transmissão,
memorização, leituras, dever de casa, etc.
O papel social dos professores, que confiam esperançosos em um
futuro melhor para a educação brasileira.
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Ao novo educador compete refazer a educação, reinventá-la, criar as condições objetivas para que uma educação realmente democrática seja possível, criar uma alternativa pedagógica que favoreça o aparecimento de um novo tipo de pessoas, solidárias, preocupadas em superar o individualismo criado pela exploração do trabalho. Esse novo projeto, essa nova alternativa, não poderá ser elaborado nos gabinetes dos tecnoburocratas da educação. Não virá em forma de lei nem reforma. Se ela for possível amanhã é somente porque, hoje, ela está sendo pensados pelos educadores que se reeducam juntos. Essa reeducação dos educadores já começou. Ela é possível e necessária. (Gadotti, 1998, p. 90)
Preparados para aprender, os alunos são treinados para aprender o
que o professor determina que eles devam aprender se querem passar de ano
se esforçam e não questionam. Os alunos têm uma orientação de
aprendizagem voltada para disciplinas, o aprendizado se torna uma aquisição
de conteúdos, as experiências de aprendizagem são organizadas de acordo
com a lógica de conteúdo programático. Muitos alunos são motivados a
aprenderem através de provas, notas, aprovação, reprovação, pressões dos
pais.
O que diferencia a andragogia da pedagogia, são as estratégias
metodológicas orientadas para a otimização da formação específica de
professores e gestores responsáveis por esse modo de fazer educação, bem
como construir uma nova institucionalidade nos sistemas de ensino.
Os educadores precisam estar atentos para as demandas e
potencialidades dos sujeitos da educação, considerando-os sujeitos em todas
as esferas.
Os alunos são protagonistas no processo de aprendizagem, são os
maiores responsáveis pelo processo de construção do conhecimento. O
processo educativo que viabiliza tecer os saberes, que valoriza a troca de
experiências e a diversidade cultural. Cada aluno é valorizado responsável
pela própria aprendizagem, se tornando um ser mais crítico e reflexivo assim o
aprendizado tornará compreendido, aplicado, demonstrado e interiorizado de
forma natural.
A escola que merece ser preservada é aquela que conduz o aprendiz
ao autoconhecimento, a desenvolver seus dons orientando o coração a
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aprender. Não apenas para conhecer o mundo exterior e para nele atuar, como
seres pensantes, reflexivos e decisivos, parte integrante e fundamental do
meio, desenvolvendo a consciência critica, com profissionais da educação que
educam para transformação social e não trata isso como utopia. Podemos
oferecer esse espaço desejado por Gadotti e Paulo Freire aos nossos alunos.
A utopia não tem imobilidade educacional, ela reafirma a necessidade de
transformação, que pode acontecer de forma lenta ou não, porém muito
criativa, para que professores, a partir do momento em que a criança ingressa
na escola, e esta a estimule da educação infantil até os níveis superiores, para
que o estudante não seja levado à submissão, que ele cresça e se torne uma
pessoa preparada para promover mudanças substanciais à humanidade,
acabando com as mazelas que a sociedade atual vem criando como: a fome, a
miséria, as injustiças sociais, o desrespeito aos mais básicos direitos humanos
Sem a utopia, não existiriam perspectivas, nem horizonte profundo; sem a ação, a utopia se desfaria em abstração e em sonho delirante. Portanto, a utopia deve tornar-se concreta. [...]. As raízes da utopia consistem no fato de que o homem ainda não é um ser satisfeito, porque ainda não é perfeito, porque o mundo ainda não é acabado. (Pierre Furter, 1976, p. 44- 45)
A experiência vivenciada pelo aluno é uma fonte rica para a
aprendizagem de adultos, que são motivados a aprender conforme vivenciam
necessidades e interesses que satisfará em sua vida. A andragógia baseia-se
em certos princípios como: A necessidade de saber, adultos precisam saber
por que precisam aprender algo e qual o ganho que terão no processo;
Autoconceito do aprendiz, adultos são responsáveis por suas decisões e por
sua vida, portanto querem ser vistos e tratados pelos outros como capazes de
se autodirigir; Para o adulto suas experiências são a base de seu aprendizado;
As técnicas metodologicas que aproveitam as diferenças individuais serão
mais eficazes, Prontidão para aprender, o adulto está disposto a aprender
quando a ocasião exige algum tipo de aprendizagem relacionado a situações
reais de seu dia-a-dia; Orientação para aprendizagem, o adulto aprende
melhor quando os conceitos apresentados estão contextualizados para alguma
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aplicação e utilidade; Os adultos são mais motivados a aprender por certos
valores, autoestima, qualidade de vida, desenvolvimento psicossocial.
Os estudos de Karolczak sobre andragogia, relata que o
desenvolvimento do comportamento humano se da na construção da relação
do homem com o meio que está inserido, estes são igualmente valorizados.
O conhecimento é fruto de uma relação, e esta relação é o que queremos melhorar em sala de aula com o uso de ferramentas da administração para uma melhor liderança resultando numa melhor aprendizagem.(Karolczak,2009, p.34)
Para Karolczak é importante melhorar a ligação estabelecida entre o
aluno e o ambiente, estes conceitos são fundamentados em principios que
estão intimamente relacionados ao construtivismo e ao interacionismo, sendo
que o adulto diferente da criança vai construindo seu conhecimento atraves de
experiencias vivenciadas, motivações internas e externas.
Em muito podemos concordar com os principios do construtivismo e interacionismo sem deixar de colocar que a maturidade individual vai permear o comportamento do aluno. A andragogia requer muito mais que observação de principios, requer diagnosticar as diferentes realidades conjunturais dos alunos que são adultos. (Karolczak, 2009, p. 84)
Nos principios da andragogia, muitas vezes o poder que o aluno tem
de se posicionar diante de algumas realidades no contexto geral da vida requer
mais que a simples classificação de adulto, exige maturidade dos alunos. Cabe
ao professor usar varios mecanismos para diagnosticar as diferentes
realidades culturais, buscando um estilo de liderança que possa comtemplar
essa situação e crescer significativamente junto com os alunos.
Cada pessoa constroi ativamente seu modelo de mundo a partir de interação de suas condições maturacionais com o ambiente que a rodeia[...]. Uma reflexão geral em torno da natureza,etapas e limites do conhecimento humano. (Goulart, 2001, p. 52)
Em seus estudos de Goulart afirmou que o individualismo dominou o
pensamento filosoficos, que uma pessoa percebe o mundo em torno de si,
seleciona o que interessa, discrimina, julga, para melhorar e poder ser
responsabilizado por suas ações e punido pelas consequencias.
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A Andragogia poderá se tornar uma ótima ferramenta para nos ajudar
a atingir os objetivos educacionais, estimulando a responsabilidade social,
formando profissionais competentes, com auto-estima, seguros de suas
habilidades profissionais e comprometidos com a sociedade à qual deverão
servir estimular o autodidatismo, a capacidade de auto-avaliarão, a autocrítica,
as habilidades profissionais, a capacidade de trabalhar em equipes,
enfatizando a responsabilidade pessoal pelo próprio aprendizado e a
necessidade e capacitação para a aprendizagem continuada ao longo da vida.
Os adultos sentem a necessidade de serem vistos como independentes e se
ressentem quando obrigados a ceder ao desejo ou às ordens de alguém. Mas
devido a toda uma cultura de ensino onde o professor é o centro do processo
de ensino-aprendizagem, muitos ainda precisam de um professor para lhes
dizer o que fazer, alguns preferem participar do planejamento e execução das
atividades educacionais. O professor precisa se valer destas tendências para
conseguir mais participação e envolvimento dos estudantes. Isto pode ser
conseguido através de uma avaliação das necessidades do grupo. A
independência, a responsabilidade será estimulada, bem como os processos
de avaliação de grupo e auto-avaliação.
Os adultos têm experiências de vida mais numerosas e mais
diversificadas que as crianças, quando formam grupos, são mais heterogêneos
em conhecimentos, necessidades, interesses e objetivos. Apresentam uma
fonte de consulta presente nas experiências dos participantes.
A andragogia deve ser explorada através de abordagens e métodos
apropriados, produzindo uma maior eficiência das atividades educativas e no
desenvolvimento do aluno.
Segundo os estudos de Aquino, para que as competências possam ser
desenvolvidas, é preciso que haja um ambiente adequado, uma escola sólida
composta de habilidades intelectuais e qualidades pessoais. Ele coloca que
esse conjunto de habilidades deve ser dividido em três grupos: Habilidades
básicas, como ler bem, escrever corretamente, saber ouvir e ser capaz de se
comunicar de modo eficaz e eficiente; Habilidades de pensamento, como ter
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pensamento crítico, ser capaz de tomar as melhores decisões, aprender a
aprender e a usar o conhecimento assimilado e as Habilidades desenvolvidas
para ter atitudes diferenciadas no campo profissional, ou seja, ser capaz de
analisar, sintetizar e avaliar a complexidade; e qualidades pessoais, como o
senso de responsabilidade, a auto-estima, a sociabilidade, a integridade e a
honestidade, que sem dúvida representam as características que todo aluno
deveria ter alem de desmistificar a lenda, muito difundida entre professores
dizem que:
Os alunos de hoje não são mais como os de antigamente, pois não gostam de ler, não sabem escrever e não gostam de estudar". Na realidade, temos de mudar o foco e dividir a responsabilidade pelo sucesso do aprendizado entre o professor (ou facilitador) e o aluno, preparando este último de modo melhor para enfrentar os desafios e as dificuldades da aprendizagem, ao mesmo tempo em que se lança mão de abordagens educacionais mais modernas e motivadoras que explorem o lado crítico e concreto dos aprendizes adultos. Tudo isso leva ao assunto do livro: a necessidade de desenvolver habilidades de aprendizagem, ou seja, de aprender a aprender. (Aquino, 2007,p. 38)
22
CAPÍTULO II
O PAPEL DE CADA ATOR
A aprendizagem proporciona reflexão e análise crítica da prática social
dos homens, contribuindo para que estes repensem a forma de atuar no
mundo, o aspecto social que apresenta valores e desejos coletivos, exige a
participação ativa de todos os envolvidos, que se tornam atores protagonistas
no processo de construção do conhecimento. É fundamental que seja
desempenhado um papel responsável e que gestor, professor, aluno e pais
estejam compromissados com o processo, sejam mediadores do aprendizado
numa relação pedagógica emancipadora. Construindo práticas pedagógicas,
produzindo novos paradigmas, nas possibilidades de transformar a escola em
um ambiente agradável, atrativo, uma instituição aberta, que valoriza o aluno,
seus interesses, conhecimentos, expectativas, favorecendo sua participação
na sociedade como cidadãos uma prática pedagógica de qualidade, inovadora,
significativa, dinâmica para fazer a diferença no contexto educacional.
2. 1 - O Papel do Gestor
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O Gestor tem um papel de liderança no espaço escolar, deve ser
inovador, ousado, criativo, comprometido com o trabalho e com o grupo. É
importante conhecer e saber ouvir o grupo, garantir a proposta e ter sabedoria
para recuar e repensar as ações. É na administração escolar confrontamos
diretamente a teoria com a pratica. Um desafio é mudar a pratica, geralmente o
discurso muda, mas a pratica não, é necessário maturidade, sensibilidade e
firmeza para sabermos onde queremos chegar.
O gestor deve desenvolver um trabalho serio e de compromisso com
os princípios de liberdade e solidariedade humana no total desenvolvimento do
educando em seu preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o
trabalho, assegurando e garantindo a qualidade de ensino, a educação e a
formação humana que se processa nas instituições escolares. Todos na escola
são responsáveis pelo processo de construção do conhecimento, precisam
estar envolvidos com o desenvolvimento da educação.
A LDB destaca os princípios de liberdade e solidariedade humana
como valores em todas as concepções. A liberdade é o primeiro dos direitos
individuais, como expressão do direito à existência e do instinto de
conservação como conseqüência da autonomia, da suficiência racional, e na
busca da felicidade. A solidariedade é a coordenação de ações, construção do
conhecimento que se assenta numa nova ética coletiva e participativa que
possibilita a compreensão e o desenvolvimento científico na construção
coletiva do processo educacional.
Pensar, pensar, sem nunca deixar de sonhar, sonhar com um mundo
mais justo e humano a partir de nossa ação consciente e competente como
profissionais da educação que forma cidadão
A escola deve ser um lugar agradável, prazeroso, que facilite o
aprendizado e ao mesmo tempo com normas e regras estabelecidas.
Uma Gestão de qualidade é uma gestão participativa, de perspectiva
democrática, presente que valoriza a atuação de todos os segmentos da
comunidade escolar.
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Administrar uma escola não se reduz a aplicação de métodos e
técnicas importados.
A percepção de todos da realidade da escola, contribui muito para o
bom desempenho do trabalho. Neste caso a democracia proporciona poderes
a escola para pensar seus próprios dilemas, numa relação horizontal entre
todos os envolvidos no contexto escolar.
Gestão é um processo de coordenação da execução de ações
planejadas e avaliadas. O gestor é um colaborador que atua junto aos
professores nas políticas e formas de trabalho dentro da escola, deve estimular
o grupo à compreensão de suas ações, fazendo a leitura do ambiente escolar
na sua totalidade viabilizando o trabalho juntamente com todos os envolvidos.
A escola que merece ser preservada é aquela que conduz o aprendiz a
se conhecer a desenvolver os seus dons, realizando a promessa inerente a
sua existência. É importante orientarmos o coração a aprender, não apenas
para conhecer o mundo exterior, e para nele atuar, mas para aprender a estar
no mundo e navegar, florescer como seres humanos.
A escola é uma instituição onde acontece o desenvolvimento
psicossocial, a criação do espírito comunitário que provoca efeitos no
ambiente, pela percepção sensorial mais pelos sentimentos do que pelos
processos racionais. Todos os elementos envolvidos trabalham juntos para que
o educando interaja de maneira satisfatória. É fundamental respeitar a
singularidade do individuo, cada aluno é visto como único e capaz.
Estimulando o espírito cooperativo e participativo do aluno. Valorização e
coesão da comunidade escolar, cada, um é parte integrante no processo, e se
sentem compromissados e buscam o sucesso do trabalho. Ambiente agradável
dentro e fora da escola. Expectativas positivas, aprendizagem ocorre dentro de
todas as pessoas. A escola proporciona um ambiente acolhedor e carinhoso
onde o estudante possa se sentir confortável e crescer.
Na busca da criação de um mundo que seja mais fácil amar, “o amor é
ao mesmo tempo o fundamento do diálogo e o próprio diálogo “ ( Freire, 1980,
p.83) concentra-se nas condições econômicas e sociais opressivas que
dificultam as pessoas desenvolverem seus potenciais como seres humanos. A
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escola pode ser opressiva se os gestores controlam todos os recursos,
promoções e reforços, não permitindo que o aluno tenha controle algum sobre
seu próprio aprendizado.
O aluno precisa se sentir capaz é protagonista no seu processo de
aprendizagem, na construção do conhecimento, desenvolvendo habilidades e
conceitos críticos, se sentindo seguro em expor suas idéias, suas duvidas,
seus anseios e desejos, a valorização do aluno, a elevação da auto-estima, a
autoconfiança favorece esse processo.
O gestor sozinho não faz uma escola de qualidade, é importante que o
grupo esteja motivado, movido por necessidades semelhantes em torno da
tarefa especifica, como participante ativo. Escolas com processos de
emancipação humana e participação efetiva na elaboração de currículos e
projetos político-pedagógico elaborados em equipe. A educação deve apontar
para a liberdade, para emancipação onde o perfil intelectual de alunos e
professores sejam traçados juntamente com um perfil ético, formados por
posturas dialógicas, afetivas, cooperativas, politicamente engajadas num
compromisso com a sociedade.
As escolas devem ser um espaço de excelência, de formação
intelectual e moral, que seja um lugar de realização da promessa de justiça, de
liberdade, de paz e alegria. Precisamos ser pesquisadores e aprendizes
permanentes, gestores, professores e alunos devem ter a visão de conjunto
para perceber e facilitar as interligações dos saberes, fortalecendo o
desenvolvimento de uma consciência de que a criança, o jovem e o adulto,
buscam na escola a autonomia, a escolarização e a formação.
A escola além do espaço físico, comporta a atual realidade, o mundo
globalizado em que vivemos, com sua complexidade, pluralidade, diferenças e
desafios, tornando-se um espaço multidisciplinar e transdisciplinar, ativadas
por múltiplas dimensões de inteligências, onde se encontram varias diferenças
étnicas e religiosas, um privilegio para o gestor é ter em um mesmo espaço,
pequeno como a escola a imensidão do planeta terra. A vantagem de ter o
mundo na escola é que nela o mundo pode ser transformado. Na escola o
mundo esta em aberto em constante processo de transformação.
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(FREIRE,1979,p.86) defendia que ”A educação não transforma o
mundo, a educação muda pessoas e as pessoas transformam o mundo”.
Um grande e belo desafio para o gestor é tornar a escola um lugar
onde se aprende o que é o bem e como realizá-lo através de praticas
pedagógica cotidianas.
Pensamos na escola como instituição que pode contribuir para a
transformação social, sendo que a escola só poderá desempenhar um papel
transformador se todos estiverem interessados e se organizarem para atender
aos interesses comuns. Quando o diretor atua sozinho e reivindica é fácil dizer
não se a reivindicação for de só uma pessoa, mas quando se trata de um
grupo, que representa outros grupos e este instrumentalizado pela
conscientização que sua própria organização oferece. Existe então a
necessidade da escola organizar-se democraticamente com objetivos
transformadores.
Não podemos pensar que gestão democrática na escola com efetiva
participação de país, educadores, alunos e funcionários da escola seja uma
coisa utópica. A palavra utopia significa um lugar que não existe, não quer
dizer que não possa existir. Queremos uma escola real, de muito valor,
desejável, consciente das condições concretas e das contradições que
viabilizam projetos de democratização das relações no interior da escola. O
diretor da escola é a autoridade máxima e isso não lhe da o poder de
autonomia ele se torna responsável pelo cumprimento da Lei e da Ordem na
escola, logo a importância da elaboração do projeto político pedagógico em
uma construção coletiva de toda equipe, para que todos se sintam
comprometidos com o desempenho do trabalho.
2.2 - O Papel do Professor
Precisamos da pedagogia do amor, esta é a primeira e a derradeira
lição de uma escola transdisciplinar, estamos envolvidos com pessoas dotadas
de sentimentos, quando aprendermos a amar total e incondicionalmente,
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perceberemos a humanidade plena. “A educação é uma questão de coração. É
preciso demonstrar o afeto de maneira que o jovem o perceba.” Vecchi (2001,
p.23).
Uma utopia humana, religar conhecimento ao amor é o mais instigante
desafio do momento. É uma meta que pode orientar o processo de
aprendizagem do homem. O amor é a tecnologia mais sofisticada de todos os
universos, sem amor não é possível reinventar e reencantar nenhum mundo,
nenhuma sala de aula.
A educação precisa transgredir a normose, com suavidade e vigor,
com paciência e atrevimento, com flexibilidade e sem medo; educar para a
vida, educar para excelência, educar para ser.
É primordial que o professor tenha consciência da sua
responsabilidade e seja qualificado para ensinar jovens e adultos, além de
dominar a metodologia de ensino escolhida, é importante que tenha
capacidade de mobilizar e incentivar constantemente o aluno em sala de aula.
A educação de jovens e adultos desafia não só os educadores, pesquisadores,
gestores e todos os envolvidos na educação em diversas esferas políticas.
Educar a alma é desenvolver a inteligência emocional, que integra
corpo, alma, consciência e essência. Amar é oferecer ao outro o que ele
necessita, não, necessariamente, o que ele deseja. Educar é, sobretudo,
facilitar que o educando através de uma escuta aberta e ampliada, possa
chegar a sua própria palavra , com a uma consciência reflexiva e critica,
lapidando a sua condição de autoria, de sujeito da própria existência.
Alguns autores afirmam que é necessário que os educadores sejam
capacitados e comprometidos com sua formação continuada para o exercício
da docência. Os alunos buscam na escola a sua inclusão social, trazendo
consigo patrimônios culturais que dêem sentidos as suas vidas. A construção
de um saber novo não se realizará com eficiência se o professor não
considerar a realidade desses alunos, que é, não só econômica, mas também
social e, sobretudo, cultural.
A sala de aula em que se encontram inseridos os alunos estabelece
um contexto novo. Este precisa ser conhecido, analisado e sistematizado.
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Cabe aos gestores da criar condições necessárias para que os professores de
forma coletiva estudem e sistematizem as realidades presentes. Isso exige
tempo e espaços próprios, garantidos por políticas publicas que viabilize
recursos financeiros e condições de trabalho adequado. Promovendo ações
pedagógicas fundamentais para o processo formativo dos alunos que
necessitam avançar sua escolaridade e, consequentemente seu aprendizado,
considerando as condições sociais, históricas e culturais dos sujeitos.
Considerando que ninguém é excluído da escola por opção, mas é
como consequência das condições objetivas em que transcorreu e continua a
transcorrer em sua própria vida que configura a situação de exclusão social a
que está sendo submetido o aluno.
O analfabetismo, comum até o século XIX, é um desafio encontrado
por professores, educadores, gestores e poderes políticos no Brasil, porque
passou a ser inaceitável e deve ser eliminado em todas as culturas.
O conceito de analfabetismo é relativo ao domínio da leitura e da
escrita, o Brasil encontra se na fase final de superação desse problema.
Surgindo então o analfabeto funcional, esse termo passou a caracterizar todos
aqueles que tiveram acesso à escolarização mesmo não tendo o domínio da
leitura e da escrita. Uma vez que constituição garante o acesso à escola como
direito a todos, os índices de analfabetos funcionais se tornaram maiores, já
que é obrigatório matricular as crianças na escola em troca de benefícios.
O papel do professor é despertar a curiosidade, indagar a realidade,
problematizar, transformar os obstáculos em dados de reflexão para entender
o processo educativo, que, está relacionado com seu tempo, sua história e seu
espaço.
Com certa discriminação os alunos com distorção idade serie, são
tratados como uma massa de alunos, sem identidade, qualificados sob
diferentes nomes, relacionados diretamente ao chamado "fracasso escolar".
São tratados como “aluno problema”, repetentes, evadidos, defasados,
aceleráveis, deixando de fora dimensões da condição humana, social e cultural
desses sujeitos, primordial para o desenvolvimento no processo educacional.
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Algumas concepções e propostas da educação comprometidas com a
formação humana que passam, necessariamente, por entender quem são os
sujeitos e que processos pedagógicos deverão ser desenvolvidos para dar
conta de suas necessidades e desejos.
Analisando a Educação de Jovens e Adultos, observamos que, longe
da democratização das oportunidades educacionais, ela se conforma no lugar
de inferioridade "podem menos e também obtém menos". Os olhares sobre a
condição social, política e cultural dos alunos está condicionado às diversas
concepções da educação que lhes é oferecida, os lugares sociais a eles
reservados no conjunto das políticas públicas oficiais, esses alunos são
considerados marginais, oprimidos, excluídos, empregáveis, miseráveis, etc.
No Brasil, as desigualdades raciais são também desigualdades sociais
e ficam flagrantes quando examinamos os dados relativos à Educação de
Jovens e Adultos. O pertencimento racial tem importância significativa na
estruturação das desigualdades sociais e econômicas. Os negros e pardos
com mais de 10 anos de idade têm menos anos de escolarização do que
brancos, sendo que nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste essas
diferenças se apresentam de forma mais acentuada
É fundamental olhar para os alunos, dar visibilidade e pensar na
prática pedagógica voltada para os seus sujeitos, em que a experiência
complexa da vida seja o ponto de partida para o processo de aprendizagem,
conjugando essa necessidade com a função da escola para socializar o saber
sistematizado que faz parte da herança cultural da humanidade.
Portanto, a educação básica deverá propiciar aos alunos condições
para construir seus conhecimentos, se desenvolverem de forma que possam
inserir-se na sociedade através do trabalho e do exercício da cidadania.
A educação precisa mudar construir estratégias para a produção de
oportunidades concretas, influenciando as políticas públicas destinadas
especificamente aos alunos.
O educador é peça fundamental no processo de aprendizagem, é
crucial que ele tenha clareza de sua função e de seus objetivos. Assumir a
autoridade de professor é assumir as responsabilidades da formação de cada
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educando e do grupo, o grupo não se forma sem a presença de um educador.
É como um maestro rege uma orquestra, da coordenação sintonizada com
diferentes instrumentos, rege a música de todos, conhece todas as partituras e
sabe o que cada um pode oferecer a sintonia de cada um com o outro e com
todos.
O professor é um mediador na educação, sua função é reger as
diferenças socializando os saberes individuais para a construção do
conhecimento do grupo. Essa aprendizagem se da através da troca, da
pesquisa, da experiência vivenciada. Ninguém aprende sozinho, é no grupo, na
interação que se aprende a pensar, a construir conceitos, isso envolve o
exercício permanente da disciplina de falar, escutar, observar, ler, escrever,
estudar, agir tanto individualmente como em grupo. Pensado sempre com o
outro, e para o outro concordando ou não. Comunicamos-nos, interagimos,
aprendemos a conviver com o outro com as diferenças, com as idéias,
concepções, opções de relacionar o próprio pensamento com o do outro,
construindo o conhecimento do grupo e socializando os saberes.
No processo pedagógico a educação é entendida como promoção da
aprendizagem produtiva, e o professor é quem pode promover.
Promover significa: facilitar, acompanhar, possibilitar, recuperar, dar
espaço, compartilhar, inquietar, problematizar, relacionar, reconhecer,
envolver, comunicar, expressar, comprometer, entusiasmar, apaixonar, amar.
Para que essa promoção seja alcançada é preciso oferecer e compartilhar
recursos, caminhos, modos, práticas, meios e espaços pedagógicos.
Afirmando que somos essencialmente nossa vida cotidiana e a vida cotidiana é
o lugar no sentido das práticas de aprendizagem produtiva.
Essa promoção é a razão de ser a mediação pedagógica
entendida como tratamento dos conteúdos e das formas de expressão dos
diferentes temas afim de tonar possível o ato educativo. Rompendo moldes
estereotipados improdutivos e reprodutivos, buscando desenvolvimento do ser
humano, a transformação social, a formação da cidadania, a formação de uma
consciência integradora, mobiilizadora, que vai do individual ao coletivo. Mudar
o mundo é mudar o modo de olhar.
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A metodologia do Projeto Autonomia, é orientada por um fazer
pedagógico que valoriza diferentes saberes, estimula o conflito produtivo, o
dialogo e transforma o ensino em aprendizado. Os conteúdos são tratados de
forma que se valoriza a contextualização, leitura de imagens, fortalecimento da
linguagem oral e escrita, o ato de criação do aluno, a construção de um
ambiente prazeroso e incentivador da inventividade, da estética e da
sensibilidade. A prática e o exercício da atitude investigadora, cooperativa e
integradora fazem parte da construção do grupo de aprendizagem. Os limites
são enfrentados permitindo avanços e erros são vistos como inerentes ao
processo de aprendizagem, destacando as potencialidades e as qualidades de
cada individuo. Essa metodologia tem um compromisso com o
desenvolvimento da auto-estima, da autocrítica, da auto-avaliação, para que o
aluno tenha iniciativa, disciplina e organização.
O professor se torna mediador da relação aluno com objeto do
conhecimento, facilitador das relações interpessoais, orientador nas pesquisas,
agente de uma educação progressista, multicultural e libertaria que pratica
continuamente a observação, a construção da autonomia, a reflexão, o
planejamento e avaliação formativa. Com a visão do seu papel, o professor
pode avançar nas praticas educativas, desenvolvendo formas diferenciadas de
pensar, de sentir, de agir, investindo numa nova relação de aprendizagem
entre o aluno e o conhecimento. Uma metodologia diferenciada pelo uso
interativo de diversos meios ampliando e enriquecendo a pratica pedagógica
na diversidade e na realidade com um planejamento coletivo.
No planejamento coletivo, o cotidiano da sala de aula é pensado em
função de uma dinâmica que agrega a leitura critica a reflexão, o debate, a
expressão individual e coletiva. Com um caráter mobilizador, provocador,
facilitador do processo de construção do conhecimento, e os livros se tornam o
material que guardam possibilidades de aprofundamento e reflexão sobre os
conceitos e possibilidades de produção textual.
O aprendizado se desenvolve, a partir do fortalecimento da auto-estima
desses alunos, da construção do senso de coletividade, a equipe trabalha junto
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de forma integrada e socializada para alcançar um objetivo comum, por meio
da cooperação para tornar mais afetiva e efetiva a aprendizagem.
O professor pode criar o seu e orientar os alunos na construção de um
memorial que registre diariamente os avanços, dificuldades e soluções de
ensino e aprendizagem, quanto à formulação de critérios, juízo de valor que
expressem o crescimento das pessoas envolvidas e possibilite ações
necessárias, avaliação e reflexão contínua, o crescimento da auto-estima, a
capacidade critica nas decisões para o aperfeiçoamento da aprendizagem e do
ensino.
2.3 - O Papel do Aluno
O Aluno deve assumir o papel de ator protagonista no seu processo de
aprendizagem, a construção do conhecimento se da a partir de experiências
vivenciadas em sua vida cotidiana. A melhor maneira de o aluno descobrir se
esta crescendo como aprendiz, como pessoa, como profissional é avaliar sua
caminhada em sala de aula, ele percebe o que vai indo bem, e o que ele
precisa melhorar, se conhecendo melhor e tornando co-gestor do seu processo
de aprendizagem.
A educação esta marcada pela questão do conhecimento, ato de
conhecer é fundamental para entender a si mesmo e a sociedade atual. O
aluno se interessa por um assunto e antes de conhecer, se é curioso, é
esperançoso, cabe ao professor seduzir e motivar a partir do encantamento, e
mostrar que aprender é gostoso, mas exige esforço.
Como dizia Paulo Freire “ninguém sabe tudo, ninguém ignora tudo.
Todos nós educamos em comunhão. Todos podem conhecer. Todos podem
ensinar e aprender”.
Conhecer é construir categorias de pensamento, é ler o mundo e
transformá-lo, ao conhecer o educando reconstrói o que conhece e forma um
conceito. Só é possível conhecer quando se deseja, quando se quer, quando
se envolve profundamente com o objeto de aprendizagem. É importante
gostar, sentir prazer descoberta, na aprendizagem, por isso a importância de
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pesquisar metodologias de aprendizagens atrativas, fomentar as linguagens e
às línguas, e não focar somente nos conteúdos. A transversalidade e a
transdisciplinaridade do conhecimento deve ser mais valorizada do que os
conteúdos do currículo clássico. Conhecer é importante porque a educação se
fundamenta no conhecimento e atividade humana, não é adaptar-se ao
mundo, é a condição de sobrevivência do homem.
O aluno precisa sentir prazer em aprender, e saber que todo o
conhecimento que ele trás é muito importante, sua cultura, seus saberes, suas
vivencias e suas experiências. Aprendemos a vida toda, não há tempo próprio
para aprender, não se trata de acumular conhecimentos, datas, informações, e
sim entender como os homens fizeram a história para fazermos historia. É
importante que o aluno aprenda a pensar a realidade e não prontos, aprender
a aprender e criar um conceito, um censo critico e reflexivo. O aluno aprende
através de sua experiência, e da troca. Quem ensina aprende ao ensinar e
quem aprende ensina ao aprender.
O aluno chega cheio se sonhos e de esperanças e pode melhorar cada
vez mais o desempenho e sua auto-estima. Quando se trabalha em conjunto, a
ação se realiza em conjunção para conseguir alcançar o mesmo fim.
A aprendizagem é um ato cooperativo, necessita de reciprocidade
estimulando a comunicação, os alunos trabalham juntos para conquistar
objetivos comuns e compartilhado. Para tornar mais efetiva à aprendizagem,
cada um deve se responsabilizar tanto pela própria aprendizagem como para o
sucesso do grupo. Responsabilidade nas tomadas de decisões, na construção
de confiança, habilidade de comunicação, no incentivo, no apoio, em elogios
que contribuem para efetividade do grupo.
O aluno que individualmente compete com os outros para ganhar
elogios, e outras formas de recompensa, o sucesso desse individuo pode
representar o fracasso dos demais alunos. Na aprendizagem cooperativa,
todos os alunos se beneficiam do sucesso de uma conquista, certamente há
mais ganhadores em uma equipe, aprendem a enfrentar riscos, desafios,
buscam solucionar problemas, desenvolvem censo critico e reflexivo.
Ampliando o campo de visão se tornando capaz de ver, entender e aceitar
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pontos de vista diferentes dos seus, contribuem para uma total satisfação do
aprendizado, os alunos trabalham com os colegas com diferentes habilidades,
diversos antecedentes culturais, atitudes e personalidades, a diferença e o
conflito enriquece o aprendizado. A cooperação é um conceito central no
pensamento de Freinet, para ele a escola é uma comunidade que se constrói
com a colaboração e cooperação de todos onde os alunos se ajudam
mutuamente para aprender os conteúdos apresentados com clareza e
precisão.
O aluno deve centrar-se em tomar as melhores decisões e não em
ganhar, incentivar todos a participar e a dominar toda informação relevante,
saber ouvir as idéias dos outros mesmo que sejam desagradáveis, reformular
as idéias que não tiverem muito claras, tentar compreender todos os aspectos
dos problemas, ser capaz de mudar o próprio pensamento quando a evidencia
indica claramente o que deve se fazer, ser critico com idéias e não com
pessoas, aceitar as criticas e ser capaz de refletir avaliar o processo
constantemente.
O ambiente de aprendizagem é radicalmente diferente de uma sala de
aula tradicional é centrada no desenvolvimento do aluno. Encontramos alunos
interdependentes; que entendem que o sucesso de cada um depende do
sucesso da equipe, e se esforçam para que cada um obtenha sucesso cada
um aprende com o outro. A diversidade apresenta ambientes mais
estimulados e produtivos, com um fluxo maior de informação. A identidade do
aluno também é o produto de suas relações com os outros, o
autoconhecimento é a tarefa pedagógica mais nobre e imprescindível.
CAPÍTULO III
ÉTICA E POLITICA NA EDUCAÇÃO
DE JOVENS E ADULTOS
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A aprendizagem é um ato cooperativo, necessita de reciprocidade
estimulando a comunicação, os alunos trabalham juntos para conquistar
objetivos comuns e compartilhado. Para tornar mais efetiva à aprendizagem,
cada um deve se responsabilizar tanto pela própria aprendizagem como para o
sucesso do grupo, com ética, regras e normas estabelecidas. Educar é um ato
político.
Formação ética e política da Educação estabelecem relações entre
questões filosóficas e a prática pedagógica, integrando-se no processo de
construção do conhecimento na perspectiva de uma educação libertadora.
Educar é um ato político, é criação e recriação, uma ação coletiva e
solidária que não acontece isoladamente, a troca é fundamental na construção
do sujeito, como mecanismo de compreensão da estrutura social, de
conscientização e de transformação.
3.1 - A Ética na Educação
A educação é o processo de formação do homem, onde se forma a
personalidade, o caráter, a dignidade, a cidadania, conceitos, valores, a moral
e a consciência ética.
A ética substancia da condição humana e política, tema atual e premente, insere-se no processo educacional de desenvolvimento do ser humano, que passa, fundamentalmente pela formação de consciências cidadãs [...]. Os limites éticos e morais formam-se com e valores requeridos pela vida e convivência na sociedade promovidos pelas relações e instituições sociais e educativas, onde os limites são ampliações e não restrições dos espaços de ser, viver e conviver. (Mary Rangel, 2009, p. 8)
A educação de jovens e adultos apresenta valores, normas e princípios
que implicam diretamente no comportamento do aluno na escola e no meio
que estão inseridos. Um dos maiores problemas de nossa historia é a negação
a milhões de jovens e adultos do direito a alfabetização e a educação básica,
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que vem associada à negação de outros direitos sociais que resultam numa
estrutura social muito desigual e injusta.
A educação de jovens e adultos busca garantir a todos o direitos ao
acesso a educação básica, reduzindo a desigualdade social. Esses alunos
possuem uma cultura rica, grandes historias de vida, e cabe-nos compreender
sua realidade, onde produzem seus saberes seus conceitos e visões de
mundo. A ética existe para promover o equilíbrio social, para que ninguém
seja prejudicado. Não trata de leis, porém provoca um sentimento de justiça
social.
Alguns alunos da educação de jovens e adultos foram mutilados no
seu direito a escolaridade formal quando criança, não são todos, mais uma
fração de pessoas que vivem de forma precária, no campo ou na cidade, com
particularidades socioculturais, teve inserção precoce no trabalho impedindo de
estudar. Não se trata de uma escolha, mas uma necessidade devido à origem
social, classe, cor, raça, gênero evidenciam um processo de adulteração
precoce no ponto de vista psicossocial, histórico e cultural.
A vida humana é reedificada e compreendida como um produto ligth, diet e soft, e destituída de seu valor intrínseco a tal ponto que a onda de violência, protagonizada por jovens de classes abastadas, e o abandono de recém nascidos em rios, lagos e lixeiras nos grandes centros, são conseqüência desse quadro. De um lado os avanços tecnológicos, os progressos da medicina, a energia nuclear, os factóides diários envolvendo jovens ricas, famosa e drogaditas e de outro lado as crianças sem acesso a escola e mulheres grávidas ou idosas que, diariamente caminham quilômetros com uma lata de água na cabeça para garantir a sobrevivência da família. O ser humano se encontra em um momento decisivo da historia da humanidade e do planeta. (Amorim Neto, 2009, p.23, 24.)
A ética é formada por uma sociedade com valores históricos e
culturais. Em seus estudos, Amorim Neto afirma que pela visão da filosofia, a
ética estuda os valores e princípios morais de uma sociedade e seus grupos,
buscando dissolução em diferentes áreas do conhecimento. Cada sociedade e
cada grupo possuem seus próprios códigos de ética. E pela visão da psicologia
existem duas linhas teóricas e distintas para definir moral e ética, uma linha é
representada por Freud e Durkheim, dizem que a moralidade é explicada pela
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afetividade, e que os indivíduos não têm autonomia moral, e esta, é
determinada pela obediência aos mandamentos da sociedade, e o
comportamento do ser humano foge do controle, da intenção, são atos
inconscientes. E a outra linha é representada por Piaget e Kohlberg, que
entende a moral humana a partir da racionalidade, possibilita autonomia. O ser
humano vai da anomia para autonomia passando pela heteronomia.
Relativismo antropológico, onde existem vários sistemas de valores e não há nenhum critério para legitimar um e outro, podendo haver moral universal[...]. Diversidade de sistemas morais onde o seu desenvolvimento tem como finalidade o ideal de justiça, pensada em termos universais. (Amorim Neto, 2009)
A educação é libertadora, emancipa e da autonomia ao homem que
passa a se sentir livre da coação externa, de impulsos que garante a formação
e propõe a valorização da Educação de Jovens e Adultos para educação
democrática, onde o sujeito torna-se ator protagonista na própria construção
do conhecimento.
Além dos princípios gerais que norteiam o bom funcionamento social,
existe também a ética de determinados grupos ou locais específicos.
Nenhum processo educativo e de construção do conhecimento é
neutro nas sociedades, o foco central da Pedagogia do Oprimido de Paulo
Freire é a construção de processos educativos que permite aos jovens das
classes mais pobres, auto afirmação e fazerem valer seus direitos, interesses e
valores. É o que leva à consideração dos direitos humanos não sistema moral,
mas como sistema que tende a evolução moral dos indivíduos e o
comportamento ético das sociedades.
Para entender e distinguir moral e ética; No plano moral, as pessoas
têm um sentimento de obrigatoriedade que é a expressão da moralidade
humana, cumprem os deveres prescritos por lei para evitar punições. No plano
ético, as pessoas buscam uma vida boa, feliz, realizada, no sentido muito
subjetivo, com avaliações pessoais a respeito de se estar vivendo uma vida
boa ou não.
A felicidade não pode ser compreendida por aglomerado de pequenos momentos de gozo, ela transcende aqui e agora, a
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avaliação é dada pela consciência de direção que damos a nossa vida considerando passado, presente e futuro e não apenas os fulgazes e momentâneos instantes de prazer. (La Taille, 2006, p.46)
O inicio, o ponto de partida da construção do conhecimento é o saber e
as experiências, o censo comum, a cultura, a religião o bom-senso que cada
um vivenciou, e o ponto de chegada também são esses com a apropriação de
novos conhecimentos, experiências que permitem constituir-se em sujeitos
emancipados e protagonistas da transformação de si e do meio em que vivem.
Ao tratar da elevação cultural e do conhecimento das classes
populares, Gramsci, destaca duas estratégias metodológicas que se articulam
e se diferenciam em sua qualidade ao mesmo tempo, a luta pela elevação
moral e intelectual das classes populares e de seus interesses, variando as
formas e os argumentos de conhecimentos que compõem o patrimônio
intelectual a cultural da humanidade.
Uma pessoa que não segue a ética da sociedade a qual pertence é
chamado de antiético, um sujeito membro do sistema educacional que não
cumpre a ética da educação se torna antiético, assim como o ato praticado. A
abordagem das questões éticas e morais constituem-se em "a favor de
alguém". Trata-se de somar esforços em prol da formação de um cidadão
consciente dos seus direitos e deveres. Surge um questionamento, que tipo de
indivíduo se quer efetivamente formar? O que é ser um sujeito ético?
Moral e ética são complementares no sentido de que somente merece receber o nome de ética um projeto de vida que inclua dimensão moral, com respeito pela dignidade alheia e pela justiça, da mesma forma que só faz sentido deveres e obrigações se estes estão implicados em um projeto de vida que permitam superação de seus limites. O plano moral esta ligado ao plano ético. (La Taille, 2007, p. 26,27).
Os PCNs (1999) fazem claramente a opção pelo sujeito ético, embora
afirmem que a moral é algo inerente à cultura, abrangendo todas as instâncias
da vida social.
A ética estabelece juízo de apreciação sobre as ações qualificada
como boas ou más. Para que os princípios morais sejam definidos como
39
conjunto de normas, num contexto social é suscetível às valorações humanas,
que se aplicam a fatos concretos relativos à conduta. A ética encontra-se
acima da moral, o que explicaria, no âmbito da filosofia, certa preferência pelo
estudo da ética.
Os valores e das formas de conduta é apontados nos PCNs e
identificados como metas a serem alcançadas pela ética na escola. A ética é
ato de pensar, refletir, construir. E, na escola, sua presença deve contribuir
para que os alunos possam tomar parte nessa construção, serem livres e
autônomos para pensar e julgar, para problematizar constantemente o pessoal,
o e coletivo, exercitando a cidadania, cidadania esta que apresenta a situação
desejável, embora não existente de fato na sociedade brasileira em razão das
desigualdades econômicas.
É a cidadania que torna o educando autônomo, dotado de livre
capacidade de escolha, se relaciona com outros nas mesmas condições. A
escola é apresentada como espaço formativo responsável pelo aprendizado
desses valores, mesmo que entre em conflito com os existentes nos grupos
sociais e familiares dos alunos. As desigualdades socioeconômicas do Brasil,
mas a extensão em que elas afetam os contextos dos indivíduos não
particularmente discutidos, embora a escola não seja vista como o único lugar
onde ocorre a aprendizagem e a hierarquização dos valores, seu papel de
liderança, na formação dos espíritos democráticos, é fundamental.
Os PCNs avançaram em relação às posturas ética e moral, mas à
educação escolar conscientiza o aluno tornando-o um cidadão mais crítico
numa construção de uma escola democrática. A realidade da sala de aula
modifica-se constantemente no exercício da cidadania, praticando uma critica
reflexiva, autônoma, e com liberdade de escolhas.
A partir da ética educacional, a política deve estar centrada no contexto
racional formação ideais políticos e fatores essenciais para a compreensão da
educação de jovens e adultos.
40
3.2 - A Política na Educação
Política é a arte e a ciência de governar, é habilidade no trato de
relações humanas, é o uso do poder para defender os direitos de cidadania,
são práticas relativas ao estado e a sociedade, uma forma de organizar a
sociedade, em seus diversos âmbitos evitando a desordem ou a uma bagunça
tratando da convivência dos diferentes.
Estudante politizado é aquele que atua politicamente dentro e fora da escola. É um estudante que tem motivação pela qualidade, pela relevância social e teórica do que é ensinado. Passa a exigir do professor, tem interesse pelas relações humanas estabelecidas no interior da escola, discute a gestão da escola, o currículo, enfim, o projeto político-pedagógico da escola. (Gadotti,1998, p. 85)
A política é a liberdade de se expressar e de ter uma opinião, tem a
finalidade de manter a ordem pública e o bem social da população. É
fundamental na vida de todos, através da política se constrói a vida da
população. Não se faz educação em política.
Autonomia não é auto-suficiência, ela acontece na ação no mundo e
relacionamentos com os outros sujeitos, portanto, envolve a dimensão política.
É por meio da ação política que condições sociais mais favoráveis são
realizadas e estabelecidas.
A educação é libertadora, produz à autonomia, alfabetização critica
leitura da realidade e superação da realidade injusta. Realidade está que
oprime, desumaniza, e deve ser superada. A educação considera a vida como
um todo, nos seus aspectos éticos, estéticos, sociais, políticos. Paulo Freire
pensou a educação como uma ação política que ultrapassa a sala de aula,
engloba a historia de vida de educando. No processo de aprendizagem ocorre
um processo político, uma troca de saberes e experiências vividas fundamental
para a formação do conhecimento, do caráter social e da consciência dos
educandos.
41
A educação busca formar um cidadão com autonomia, numa
democracia orientada pelos princípios da razão, das experiências vivenciadas
na escola nos momentos de aprendizagem, com exercício da reflexão critica,
racional e responsável pela liberdade, a pratica educativa deve ser
conscientizadora para construir espaços sociais mais democráticos e justos,
onde todos tenham igualdade de oportunidades de acesso ao conhecimento e
a cultura para que os cidadãos sejam autônomos. A política educacional pode
construir um novo sentido de educação, feito com participação de todos
envolvidos, em colaboração, em comunidade, em que cada um possa ser
autêntico, seguro, independente e confiante, principalmente na modalidade de
Educação de Jovens e Adultos.
CONCLUSÃO
Ao realizar essa pesquisa, tive a oportunidade de conhecer
detalhadamente o Projeto Autonomia, sua metodologia, ações pedagógicas,
atividades, conteúdo, material formação de professores em fim de toda
estrutura e aplicação numa escola noturna com educação de jovens e adultos.
Uma metodologia que deve ser divulgada e aplicada nos demais
segmentos, por gestores e professores, uma vez que valoriza o aluno como ser
humano rico em conhecimentos, cultura, experiências, uma fonte histórica que
não pode ser desprezada. A valorização do homem o resgate da auto-estima
são fatores primordiais na construção do conhecimento.
42
Pude constatar que na Administração escolar, a pratica ainda é muito
diferente da teoria, estas se encontram constantemente em conflitos. Fala-se
de gestão democrática, participativa e ativa, mais na realidade não acontece
assim, caminha-se para isso com muita dificuldade. O maior desafio do gestor
é conquistar a participação ativa e efetiva de toda a comunidade escolar,
professores, pais, alunos funcionários e comunidade para juntos formular
diagnostico e um planejamento mais eficaz. Não existe um modelo de
liderança, cabe ao gestor promover o bem-estar, a participação, a troca, e
valorização do grupo. “a liderança é a arte de se relacionar construtivamente
com outras pessoas e conseguir que se mobilizem para atingir determinados
objetivos comuns”. (Gomes, 2005 p. 126) É exatamente isso que gestores, e
professores devem buscar, para mobilizar de forma construtiva, atingir o
conhecimento que os alunos necessitam, numa relação viva, com afeto,
dinâmica, entre pessoas com diferentes vivencias, ricas experiências de vida,
baseada em valores, sentimentos, metas e objetivos.
O aluno não é um ser isolado do contexto social, assim como a escola
quanto instituição, existem inúmeras relações pessoais em diversos níveis, vi a
importância de facilitar a formação do espírito comunitário na globalidade da
escola, onde gestores e professores estimulam estudantes na solução de
desafios. Um argumento de Paulo Freire (1980, p.35) “Não há educação fora
das sociedades humanas e não há homem no vazio”. O potencial do aluno
nem sempre está visível, muitas vezes este não se sente seguro em expor
suas idéias, seus conceitos com medo da critica e da rejeição. Trata-se de
adultos com certos bloqueios, que se encontra na sala de aula com baixa
estima e depende da sensibilidade do professor para estimular a
autoconfiança, e lhe oferecer a oportunidade de aprender a crescer. A
aprendizagem vai muito além do conteúdo ministrado em sala de aula,
somente um gestor motivado, com exercício de liderança pode ser um agente
transformador, capaz de traspor os modelos educacionais. Os adultos
apresentam uma rica experiência de vida que deve ser valorizada, o
aprendizado se da na troca de conhecimento, nos conflitos e na busca de
soluções. Observei que nesta metodologia as aulas são baseadas em fatos
43
reais, na realidade da comunidade que estão inseridos, com recursos
audiovisuais, de forma dinâmica, atrativa e motivadora. Trabalham
constantemente integração social, socialização das produções, síntese dos
conteúdos trabalhados, avaliações e auto-avaliação, a construção individual e
coletiva do memorial do aluno, memorial da turma e memorial do professor,
relatando as experiências e aprendizagens, e registrando e fotografando todo o
processo tornando notório o crescimento do individuo e do grupo, o aluno se
torna mais confiante na construção do conhecimento com censo critico e
reflexivo.
Constatei a importância do gestor, trabalhar de forma democrática,
participativa e transparente provocando uma integração na escola,
promovendo uma ambiente agradável, prazeroso, acolhedor e afetuoso, onde
a cada um se sente importante, valorizado, e parte fundamental na formação
da equipe. Nessa escola eu vi de perto a possibilidade de se conquistar uma
escola publica com ensino de qualidade, onde o gestor não é autoritário nem
centraliza o poder, ele redistribui tarefas e responsabilidades que são
assumidas e cumpridas com compromisso e competência, por uma equipe
onde gestor, educadores, alunos, professores, funcionários e comunidade
elaboraram em conjunto as metas, o planejamento e têm como objetivo uma
administração de qualidade, qualidade de ensino e resultados satisfatórios.
Concordo com Vitor Paro (2001) quando diz que o gestor deve distribuir
responsabilidades e que “só assim a escola poderá se tornar um instrumento
de controle democrático do Estado á serviço da educação”
44
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YUS, Rafael..Educacao Integra Uma Educaco Holistica Para o Seculo XXI.SP.
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
2
AGRADECIMENTO
3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
SUMÁRIO 6
INTRODUÇÃO 7
CAPÍTULO I
A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 11
1.1- HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL 11 1.2- ANDRAGOGIA E PEDAGOGIA 16
48
CAPÍTULO II
O PAPEL DE CADA ATOR
23
2.1- O PAPEL DO GESTOR 23
2.2- O PAPEL DO PROFESSOR
27
2.3- O PAPEL DO ALUNO 33
CAPÍTULO III
ÉTICA E POLÍTICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 36
3.1- A ÉTICA NA EDUCAÇÃO 36
3.2- A POLITICA NA EDUCAÇÃO 41
CONCLUSÃO 43
47
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 46
ÍNDICE 49