UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · PROJETO A VEZ DO MESTRE ... muito amor, carinho...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O PAPEL DO ADMINISTRADOR ESCOLAR NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS DA ESCOLA
Por: Fátima Barbosa Lazarini
Orientador
Profº Antonio Ney
Petrópolis - RJ
Janeiro/2009
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O PAPEL DO ADMINISTRADOR ESCOLAR NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS DA ESCOLA
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Administração
Escolar. Por: Fátima Barbosa Lazarini
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, pela minha vida...
Agradeço a minha mãe Antonieta, aos
meus irmãos, parentes, e amigos, em
especial minhas amigas Mônica Chung
e Sirlene Pereira que me deram força
para continuar no curso e me ajudaram
a estar onde hoje estou atuando
profissionalmente. Agradeço a todos
que entenderam meu afastamento nos
finais de semana, para poder concluir a
pesquisa...
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu pai, Célio
Lazarini, que muito me incentivou
durante todos os momentos acadêmicos
pelos quais passei inclusive este, que me
ajudou nos momentos de aperto, que me
ensinou muito da vida, que mesmo
afastado da família nunca nos
abandonou, mas, que por força do
destino, não pode ver a conclusão deste,
pois há exatamente um ano, foi morar ao
lado de Nosso Pai. A você meu pai, com
muita admiração, muito amor, carinho e
saudades...
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RESUMO
Este trabalho destina-se a apresentar o papel do Administrador
Escolar nas Relações Interpessoais das instituições de ensino, tanto públicas
como privadas.
Primeiro conceitua-se Administração Escolar, segundo Chiavenato.
Depois são abordadas várias questões sobre Administração, entre elas um
histórico de sua evolução.
Logo em seguida são ressaltadas as Relações Humanas na Escola,
sua importância, aspectos positivos, negativos e a riqueza da aprendizagem
que os relacionamentos interpessoais transmitem.
No decorrer do trabalho destaca-se o perfil que o Administrador
Escolar necessita para fazer a diferença na instituição. Também são
informadas competências e ações para que o administrador seja um líder
capaz de orientar e direcionar a equipe para atingir seus objetivos.
Em todos os momentos o assunto é focalizado sob a perspectiva do
papel do administrador nas relações interpessoais da escola, mostrando que o
desenvolvimento de competências é fundamental e indispensável para quem a
executa.
Finalizando a pesquisa, aborda-se que a administração estratégica e
democrática, que, preocupa-se com as relações humanas, que ouve e divide
responsabilidades, é a melhor opção para quem quer desenvolver um trabalho
visando a Qualidade Total da Educação.
Chega-se à conclusão de que o trabalho fundamental da escola de
formar cidadãos conscientes para um amanhã melhor, será tão mais eficaz,
quanto for à preocupação do administrador escolar com o Ser Humano, com
uma Gestão Participativa, com o reconhecimento de que houve uma mudança
de postura e um novo enfoque de organização escolar com responsabilidades
compartilhadas entre todos os membros envolvidos no processo educacional:
direção, funcionários, professores, alunos, pais, comunidade...
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METODOLOGIA
O papel do Administrador Escolar nas relações humanas e na
integração dos profissionais da escola deve, acima de tudo, valorizar o trabalho
da pessoa e estimular o trabalho em equipe como condição fundamental para
o sucesso da escola e a melhoria da qualidade de ensino dos educandos.
A presente pesquisa descreve a realidade do administrador em
relação aos seus colaboradores, sem nela interferir nem modificar, destacando
fatos, com o propósito de apresentar aspectos positivos e negativos que
possam subsidiar a proposta de como melhorar a atuação de bom
administrador escolar, dentro das instituições de ensino, seja pública ou
particular.
Este estudo será baseado na pesquisa bibliográfica que amparou as
idéias, onde foram feitos os levantamentos de fontes que forneceram
respostas, esclarecimentos ao problema levantado além da interpretação da
situação da administração educacional. Neste sentido foram destacadas as
características do fato exposto adequando e apresentando as teorias e
literaturas e estabelecendo correlações entre os efeitos e as causas.
Os estudos foram embasados através da elaboração da
perspectiva de atuação do administrador enquanto condutor do processo
educacional, permitindo-lhe conduzir a atuação da instituição pela promoção
de um clima harmonioso e produtivo. Essa exposição de idéias foi
fundamentada pelo pensamento de vários autores no sentido de conduzir o
referencial teórico da pesquisa.
Após a seleção da bibliografia, foi feita uma leitura analítica, para a
busca de conhecimento mais profundo sobre o tema, depois foi feita uma
leitura temática onde foram localizados os elementos necessários para o
desenvolvimento da pesquisa, por último, foi feita a leitura interpretativa, onde
há a culminância do trabalho.
Desta forma, esta monografia está organizada em capítulos que
mostram que a Gestão Participativa é necessária para a realização de uma
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Educação Democrática, e que a maneira mais segura de se fazer isso é
acreditar no Ser Humano e nas suas relações. Cosete Ramos (1994) afirma
que “o melhor investimento que uma organização pode fazer é aplicar recursos
para desenvolver os talentos existentes em seu corpo social”.
O termo gestão tem sua raiz etimológica em ger que significa fazer
brotar, germinar, fazer nascer. O conceito gestão está associado ao
fortalecimento da democratização do processo educacional e pedagógico. A
gestão é um processo de partilha e precisa ser refletida em relação ao
comprometimento dos agentes que nela atuam. O presente estudo mostrará
que dirigir e coordenar significa assumir no grupo a responsabilidade por fazer
a escola funcionar mediante o trabalho conjunto.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I - A Importância da Administração Escolar 13
CAPÍTULO II - As Relações Humanas na Escola 17
CAPÍTULO III – O Perfil do Administrador Escolar 25
CAPÍTULO IV – Administração Estratégica e Participativa 34
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41
BIBLIOGRAFIA CITADA 46
ÍNDICE 48
FOLHA DE AVALIAÇÃO 49
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INTRODUÇÃO
Por conta das transformações ocorridas na sociedade verifica-se a
necessidade de mudanças significativas no ambiente escolar, como também
em suas relações interpessoais. A escola é um centro de relações que podem
ser instrumentos positivos ou negativos de acordo com a intencionalidade e o
propósito de cada profissional. O educador, em geral, deve ter como propósito
a valorização da educação e o desenvolvimento integral de seus educandos.
Através da prática educativa podemos incorporar com mais facilidade estes
valores e este objetivo, transformando o aprendizado dos alunos, tornando-o
cada vez mais atraente, significativo e valoroso, contribuindo assim para sua
formação integral e não só dos alunos, mas dos próprios educadores.
Este estudo apresenta um levantamento sobre o papel do
Administrador Escolar nas Relações Interpessoais da Escola, na atualidade,
abrangendo todos os níveis de ensino, tanto nas escolas municipais, como nos
colégios particulares.
Normalmente, as atitudes dos profissionais que atuam nas
instituições de ensino, estão diretamente envolvidas no processo de ensino e
aprendizagem, pois estão ligadas ao comportamento de cada indivíduo já que,
segundo Chiavenato (2002), cada indivíduo tem sua maneira de se comportar,
de agir e reagir em suas interações.
Diante disso, questiona-se como deve ser o papel do Administrador
Escolar nas relações humanas e integração dos profissionais de ensino, na
busca pela melhoria da qualidade de ensino.
A experiência vivida nas escolas e colégios, que já trabalhei e ainda
trabalho, e a recente bibliografia lida fornecem ferramentas que possibilitam
escrever sobre aspectos que norteiam a ação do administrador na tentativa de
melhorar a qualidade de ensino e alcançar um sistema menos hierárquico e
mais integrado, marcado pela co-participação.
Há a preocupação de se desenvolver, não somente com a equipe
interna, mas também com a comunidade, um ambiente colaborativo. O assunto
relacionamento humano tem sido abordado por vários autores, entre eles:
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Chiavenato, Durkheim, Heloísa Lück, Paro, Uchoas, Cosete Ramos, Joel
Dutra, entre outros. As suas idéias interligadas nos trazem reflexões que
podemos aproveitar para um maior aproveitamento em nosso tema
“Relacionamento e Educação”.
Entretanto, na prática, o desenvolvimento de boas relações que o
Administrador Escolar deve propiciar, requer uma série de atitudes que devem
ser constantemente, foco de sua atenção, nos vários setores, para se criar um
ambiente solidário, participativo e que valoriza o ser humano. Não é outra a
posição de Cosete Ramos (1994) quando escreve: “A Escola é o palco ideal
para o surgimento de Ser Humano Total”.
O interesse em abordar o ambiente comportamental e
organizacional de uma instituição de ensino, surgiu da necessidade de
compreender as relações interpessoais que nelas se estabelecem.
O presente trabalho inicia-se com a introdução, apresentando o
tema, o problema, a justificativa e os objetivos propostos pela pesquisa, bem
como os procedimentos metodológicos utilizados.
O primeiro capítulo abordará o conceito geral de administração,
segundo Chiavenato (1992), seguido da importância da administração escolar
como papel atuante e significativo na harmonização do dia-a-dia escolar. Ainda
neste capítulo julguei necessário comentar sobre um breve histórico evolutivo
da administração escolar, que segundo Oliveira (2005), diante do avanço da
ciência e da industrialização, foi necessário uma grande mudança no contexto
de organização, repercutindo no campo da administração e no campo da
educação. Com o avanço industrial surgiram novas organizações e novos
métodos administrativos, foi nesse caminho ou trajetória que encontramos
ligações das teorias organizacionais com a administração escolar, pois o
crescimento da industrialização houve um crescimento correspondente na área
escolar, visto que a escola prepara o indivíduo para o trabalho.
O segundo capítulo abordará as relações humanas de modo geral,
determinando, que elas são fundamentais para a realização de qualquer
atividade, pois o bem-estar pessoal e o coletivo são determinantes para o
sucesso. Ainda neste capítulo será tratado das relações humanas na escola
11
enfatizando um ambiente de trabalho baseado na confiança mútua e no
respeito humano. Entra ainda, no mesmo capítulo a importância das relações
interpessoais na escola, através da figura do administrador escolar que deve
assumir o compromisso da presença efetiva e afetiva capaz de fortalecer e
enriquecer o relacionamento na escola, tornando-o mais significativo.
O terceiro capítulo será destinado ao perfil de líder do administrador
educacional: seu comportamento, suas qualidades, seu conhecimento das
necessidades humanas, a construção de suas habilidades e o
desenvolvimento de suas competências. Ainda neste capítulo serão
destacadas as ações do administrador escolar voltadas para as relações
interpessoais na escola, visando uma Escola de Qualidade.
O quarto capítulo destina-se às características importantes e
imprescindíveis para uma administração estratégica, democrática e
participativa.
Concluindo o trabalho, veremos que o objetivo maior da presente
pesquisa, foi mostrar como a formação, o papel e o interesse dos
administradores escolares, nas relações interpessoais de todos os envolvidos
no processo educacional, interfere na educação e na formação dos alunos.
Além é claro, de trazer ao conhecimento do leitor descrições básicas, a
respeito da conduta de um administrador educacional, em relação aos demais
colaboradores da instituição, apontando problemas que geram conflitos no
relacionamento interpessoal. Mostrando, também, a viabilidade do
Administrador Escolar em promover uma gestão participativa baseada nas
relações humanas positivas, promovendo um ambiente de colaboração e
solidariedade.
Nessa oportunidade, alguns pontos chamam a atenção no que se
refere aos aspectos de relacionamento e comunicação entre administradores,
professores, funcionários, alunos e a comunidade, que muitas vezes parecem
ter relações bem difíceis.
Para alcançar o objetivo geral fez-se necessário alguns passos
específicos, como conceituar o que vem a ser Administração Escolar; conhecer
a evolução histórica da Administração Escolar; identificar as atitudes que o
12
Administrador Escolar deve tomar, visando favorecer um ambiente próprio ao
desenvolvimento de relações humanas; verificar quais os setores que
necessitam de maior atenção por parte do Administrador Escolar para se criar
um ambiente saudável; analisar o verdadeiro papel do Administrador Escolar
que se preocupa com as relações humanas, com a construção de habilidades
e competências, além de trazer ao nosso conhecimento os aspectos positivos
e/ou negativos para mostrar como o administrador age diante dos problemas
enfrentados nas escolas.
Finalizando o trabalho, encontram-se registradas todas as
bibliografias consultadas, bem como as referências citadas no decorrer da
pesquisa.
13
CAPÍTULO I
A IMPORTÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR
“O ingrediente mais simples e importante para a
fórmula do sucesso é saber relacionar-se
com as pessoas”. Theodore Roosevelt
As transformações sociais têm sido cada vez mais freqüentes em
nosso cotidiano, tanto dentro das próprias famílias quanto na escola. O aluno
passa a receber estímulos variados que o envolvem e que começam a fazer
parte de sua vida, sem o questionamento necessário para que esses estímulos
sejam benéficos para o seu desenvolvimento integral. Muitas vezes, se esses
estímulos não forem trabalhados de forma adequada, podem ser incorporados
de forma negativa às necessidades desses alunos, trazendo conseqüências
como o mau aproveitamento de oportunidades, o empobrecimento de valores,
o desinteresse escolar, indisciplina, entre outros. O administrador escolar deve
assumir um papel de não indiferença perante esta realidade, salientando a
cada dia a importância e o valor de cada indivíduo dentro da escola,
estimulando de forma positiva e significativa o educando para que ele
realmente aproveite as oportunidades, que lhes são oferecidas, e que a cada
dia dignifiquem seu aprendizado e aprimorem seu desenvolvimento escolar.
Sem dúvida, para que esta consciência educacional esteja presente na escola
é necessária a reflexão diária desta necessidade.
1.1 - Conceito de Administração Escolar
Em todos os setores da vida, encontramos problemas de relações
humanas. Não é diferente a situação do relacionamento humano na Escola.
Neste trabalho destacaremos o papel do Administrador Escolar nas relações
interpessoais das instituições de ensino, tanto públicas como privadas.
Antes de tudo, Chiavenato (1982) assim conceitua administração:
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A palavra administração tem sua origem no latim (ad.
direção para, tendência; minister. comparativo de
inferioridade; e sufixo ter, que serve como termo de
comparação, significando subordinação ou obediência,
isto é, aquele que realiza uma função abaixo do comando
de outrem, aquele que presta um serviço a outro) e seu
significado original implica subordinação e serviço. Em
sua origem, a palavra administração se refere a uma
função que se desenvolve sob o comando de outro, de
um serviço que se presta a outro.
Verificando as palavras de Chiavenato, cabe ao administrador
interpretar os objetivos da empresa e com planejamento, organização e
controle direcionar o trabalho para que os mesmos sejam alcançados.
A administração pode ser colocada a serviço de grupos dominantes
ou pode ser instrumento de transformação social, dependendo dos objetivos
que serão traçados.
A Escola assume um papel efetivamente revolucionário
na medida em que consiga levar as massas
trabalhadoras a se apropriarem do saber historicamente
acumulado e a desenvolverem a consciência crítica da
realidade em que se encontram.
Este é o pensamento de Paro (1988) destacando que se esta
proposta ficar apenas no discurso, revelar-se-á uma administração
conservadora, descompromissada com a transformação social. Esta busca a
formação de uma sociedade democrática, em que a participação e o
engajamento de todos são condições fundamentais. Acrescenta Paro (1988):
E para a Administração Escolar ser verdadeiramente
democrática é preciso que todos os que estão direta ou
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indiretamente envolvidos no processo escolar possam
participar das decisões que dizem respeito à organização
e funcionamento da escola.
Coordenar os esforços de todo o pessoal envolvido na educação
provocando uma nova visão de mundo, é tarefa da Administração
Democrática. É muito difícil trabalhar comum grupo diversificado, fazendo com
que cada um se sinta membro importante e atuante, um ser realizado. Entra
aqui o Administrador Escolar com papel atuante e significativo na
harmonização do dia-a-dia escolar. Conseguir extrair o que cada um tem de
melhor, aparar as arestas e manter a unidade, encaminhando o processo
ensino-aprendizagem dentro da Filosofia da Escola, alcançando êxito, é uma
tarefa árdua e que exige muita determinação e habilidade no trato com as
pessoas.
1.2 – Evolução Histórica da Administração Escolar
Oliveira (2005) nos mostra que com o avanço da ciência e da
industrialização foram necessárias grandes mudanças no contexto das
organizações, repercutindo na configuração de novos modelos no campo da
administração e no campo da educação mostrando as etapas históricas das
diferentes abordagens dos estudos nestas duas áreas de conhecimento na
parte interação e influência.
Com a industrialização colocava-se em pratica a “Sociedade
Organizacional”, com isso se observava o avanço da razão da liberdade e da
justiça com progresso da sociedade sobre a irracionalidade humana.
Com o avanço industrial surgiram novas organizações e novos métodos
administrativos, foi nesse caminho ou trajetória que encontramos ligações das
teorias organizacionais com a administração escolar, pois com o crescimento
da industrialização houve um crescimento correspondente na área escolar,
visto que a escola prepara o indivíduo para o trabalho.
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Se aceitarmos que a função primordial da escola é a socialização
para o trabalho, e assim o fazem não apenas a maioria dos estudiosos da
educação, mas também seus agentes, percebemos, que ha necessidade de
compreender o mundo do trabalho para poder dar a devida conta da educação
(OLIVEIRA, 2005, p.24.).
A escola hoje é vista como instância de desenvolvimento de
relações humanas. Ela precisa focar a geração que vem nascendo no século
XXI, que necessita ser sensibilizada para a convivência baseada no diálogo,
aceitando divergências e livrando-se da intolerância preconceituosa. O acesso
à informação e ao detalhamento da mesma exige um paradigma de educação
e de homem que não privilegie culturas, pois este profissional do terceiro
milênio precisa estar aberto à convivência pacífica.
Um novo modelo de administração poderá reverter às relações de
poder entre as pessoas, a construção e uso das estruturas físicas e a
utilização dos recursos tecnológicos, materiais e econômico-financeiros
surgindo uma organização com potencial para realizar a administração do
conhecimento em um ambiente de aprendizagem contínuo.
De acordo com Rocha (2003), a administração que muitos
adotaram consiste em saber atuar com responsabilidade integrando recursos,
inclusive conhecimento, no sentido de aprender a aprender, com o propósito
de agregar valores aos indivíduos e a organização.
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CAPÍTULO II
AS RELAÇÕES HUMANAS NA ESCOLA
Antes de tudo é importante entendermos que não estamos sós!
Quer a gente queira ou não, vivemos o tempo todo com outras pessoas, nos
comunicando, nos relacionando de uma forma ou de outra. Estamos sempre
em contato com alguém. O que ocorre é que esta convivência pode ser algo
bom ou ruim e tudo depende de nossa habilidade para isso. Um bom
relacionamento acontece quando desenvolvemos a nossa inteligência para nos
relacionar.
Basicamente para estar em harmonia com as outras pessoas
precisamos chegar num acordo que seja bom para todos os envolvidos. E a
única forma de fazer isso é com senso de justiça e honestidade, sem que
alguém queira levar vantagem sobre os outros. Um relacionamento de
qualidade implica uma constante capacidade de negociação. E esta não ocorre
se os dois não sabem se expressar bem. Nesse sentido a comunicação
transparente é fundamental, e o respeito é a base do bom relacionamento.
Um fator relevante na vida moderna são as Relações Humanas. A
deterioração tanto da “Relação” quanto dos valores do “Humano” faz crescer
continuamente a solidão entre as pessoas. Por outro lado, os grandes valores
da humanidade, como o Amor, a Solidariedade, o Diálogo..., estão sendo
oprimidos pela tecnologia cada vez mais individualista. Com essa
complexidade se torna cada vez mais difícil educar os jovens e as crianças,
pois recebem influências diferentes, especialmente do mundo da
comunicação; tendências que influenciam fortemente seus comportamentos.
2.1 – A Importância das Relações Humanas
Quando se fala em Relações Humanas, fala-se, na realidade, de
uma vasta e complexa gama de variáveis, que convergem para dar lugar a
uma troca das mais difíceis, por envolver aspectos sutis e sensíveis da
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personalidade humana. As relações entre as pessoas são caracterizadas por
inúmeros pontos de convergência e outros, tantos de divergência, marcados
por características de personalidade, caráter, crenças, princípios e convicções.
Onde se encontram dois indivíduos, há problemas de relações
humanas. Se olharmos todos os setores da vida moderna, verificaremos que o
indivíduo tem problemas de relacionamento com outros indivíduos, com outros
grupos, com seus líderes, enfim, surgem desentendimentos, falta de disciplina,
baixo rendimento no trabalho.
O trabalho em equipe, o bem-estar pessoal e o coletivo são
imprescindíveis para o sucesso de qualquer empresa. As relações humanas
são fundamentais na realização de uma atividade. O trabalho em equipe é rico
por agrupar idéias e métodos.
Para se obter êxito no relacionamento com os outros devemos
reconhecê-los como seres humanos. Para construir uma equipe positiva,
necessita-se comprometer-se ela, dar crédito a ela, ouvir mais e sempre, criar
vontades, tratar todos como colaboradores, investir nela, confiando em todos,
até que, por um deslize, provem o contrário.
Ouvir é vital para trabalhar em equipe, é procurar compreender.
Ouvir prepara o administrador para crescer na compreensão e faz com que os
outros o ouçam. Ouvir é a pedra fundamental da construção da confiança
necessária para um trabalho em equipe. Ouvir é valorizar o outro. É
reconhecer nele a capacidade de desenvolver idéias. Ouvir é aprender...
Confiar na capacidade criativa e realizadora da equipe é o primeiro
passo no caminho do sucesso. É muito importante que o administrador brilhe
tanto quanto perceba o brilho de sua equipe.
2.2 – Relações Humanas na Escola
O homem é um ser eminentemente social, entretanto precisa
aprender para estar neste mundo. É por meio da aprendizagem, “na” e “em”
relação com outras pessoas, que o ser humano é inserido no universo cultural
e simbólico que o precede e constitui, sendo a família e a escola as maiores
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responsáveis por grande parte desse processo. Família e Escola são
referenciais decisivos para a constituição humana. Elas devem caminhar juntas
para a consolidação do objetivo da formação do “ser”, do cidadão ético e
crítico.
Parece ser consensual que a essência da escola é o trabalho
pedagógico de ensinar aos alunos os saberes produzidos pela humanidade.
Também é consensual afirmar que a escola é uma instituição criada para
socializar o saber sistemático (Vieira, 2002). Os processos de socialização dos
saberes são múltiplos e complexos e envolvem concepções acerca da
aprendizagem e do relacionamento.
Relacionamento é à base da Educação. Educação é acima de tudo
um trabalho de relacionamento. O relacionamento é inerente à educação. A
Escola de hoje deve integrar profissionais e alunos na busca pela melhoria da
educação. Uma Escola que busca novos parâmetros educacionais e revê sua
prática de relacionamento, tem totais condições de contribuir para um processo
educativo de qualidade.
O mundo tecnológico é cada vez mais presente, condicionando a
mente e os anseios de nossos jovens. Com as inovações tecnológicas as
pessoas se tornaram menos comunicativas e sociáveis, tanto em sociedade
quanto na própria escola, perdeu-se um pouco do contato físico e presencial. A
escola de hoje se vê empobrecida em suas relações devido ao mero
cumprimento de tarefas, cronogramas, prazos e etc. Sem se dar conta, a
escola limita a relação dos profissionais ao cumprimento de suas tarefas, nem
sempre com conteúdos significativos.
A Escola tem como “objeto” de trabalho à pessoa humana. Atuar
com competência na administração escolar requer muito preparo,
conhecimento, disposição e acima de tudo envolvimento. Criar um ambiente
solidário, acolhedor, baseado na confiança mútua, no respeito humano, no
diálogo e conseguir realizar uma gestão participativa são grandes metas a
serem alcançadas por um administrador.
A escola é um espaço privilegiado para a educação. Não é o único,
mas é o principal. Tudo, absolutamente tudo, deve ser voltado à educação
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numa escola. Todos que nela trabalham precisam saber que, à sua maneira,
estão ensinando alguma coisa a alguém. Os inspetores ensinam a
pontualidade e a gentileza quando observam os horários e recebem os alunos
que são ensinados a cumprir esses horários e, também, a retribuir com
gentileza. Os zeladores são professores de higiene, pois mostram a
importância da conservação do espaço escolar, e do bem-estar que essa
conservação produz para todos. Sempre ensinando com diálogo e respeito. A
secretaria mostra os aspectos legais da instituição; a cozinha ensina como ter
uma alimentação saudável. Ou seja, todos são educadores numa escola,
todos, diante do relacionamento diário, são agentes do processo educacional.
Os alunos aprendem tanto quanto, ou mais, nos corredores e pátio do que
dentro de quatro paredes. Os relacionamentos de aprendizagem que ocorrem
na escola, seja dentro de sala ou fora dela, são extremamente ricos. Pela
maneira como transmitimos o saber, também estamos repassando os valores.
2.3 – Relações Interpessoais na Escola
"Um por todos e todos por um". Imortalizado pelos três mosqueteiros
do francês Alexandre Dumas, este lema exemplifica perfeitamente a essência
do trabalho em equipe, condição primordial para o bom relacionamento em
qualquer ambiente em que se estabelecem as relações sociais. Ser uma
pessoa que se relaciona com todos independente de afinidades, é hoje uma
das características mais requisitadas nos perfis dos profissionais que procuram
se alocar no mercado de trabalho, instigados constantemente a agir com o
foco no coletivo. E desenvolver o espírito coletivo é um trabalho que começa
desde cedo, ainda na escola.
Casa, trabalho e escola são algumas das esferas que propiciam a
interação entre indivíduos. Neles, há a oportunidade de se relacionar com
outras pessoas e aprender valores. No entanto, nem sempre essa interação
acontece e, segundo especialistas em psicologia humana, os conflitos nas
relações interpessoais podem afetar o desenvolvimento individual e coletivo
das pessoas.
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A escola é um ambiente que propicia vivências; nelas o indivíduo se
forma constantemente a partir da interação com o outro, em uma relação
recíproca como educador e aprendiz. Também é no espaço escolar que se
aprende a disciplina e a organização, nas relações de conflito pautadas por
concordâncias e divergências. O principal equívoco nas relações interpessoais
é a dificuldade em perceber o outro como um ser diferente, com uma
personalidade e com idéias diversas. Nós tendemos a esperar das outras
pessoas as mesmas atitudes e as mesmas idéias que teríamos em
determinadas situações. Essas expectativas só trazem frustrações,
preconceitos e desentendimentos. Conviver e aceitar a diferença é um grande
desafio. Em uma sociedade cada vez mais individualista, onde as pessoas
mostram-se cada vez mais estressadas, não há tempo para a reflexão ou para
a percepção do outro, agravando ainda mais as dificuldades.
Outro equívoco existente é a postura do adulto em relação à criança
e ao jovem. Eles têm o adulto como modelo. Se o adulto brinca, ironiza na sala
e/ou espaço escolar, os alunos respondem da mesma maneira, não sendo
esta aceita pelo adulto, o que gera conflito. Algumas palavras não devem ser
usadas pelo professor/administrador/funcionário e eles devem saber que, se
querem educar alguém, devem ser exemplo, cuidando com tons de voz, com a
fala. Os jovens em processo de aprendizagem precisam aprender, regras de
boa convivência, ter diante dele indivíduos devidamente educados, pois eles
absorveram tudo dos adultos, o bom e o ruim.
Para se compreender a importância das relações interpessoais na
aprendizagem é fundamental ter um olhar mais atento para as questões
referentes à constituição do grupo: as relações entre os sujeitos, os entraves
pessoais e institucionais, o confronto das expectativas e dos desejos das
pessoas que estão nelas envolvidas e as condições para a superação destas
dificuldades, condições que precisam ser criadas e recriadas no próprio grupo,
que precisam nascer dele para se fazerem legítimas. Para que as relações
interpessoais tenham sucesso, no ambiente escolar, é necessário pensar no
ser humano como sendo um ser essencialmente social. A aprendizagem
depende primordialmente destas interações. É através delas, por exemplo, que
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uma criança é capaz de compreender o significado do mundo e dos elementos
que a rodeiam, assim como construir seus próprios conceitos. O processo de
aprendizagem não ocorre solitariamente e sim nesta interação com os outros.
As relações interpessoais no espaço escolar acontecem de várias
maneiras durante o processo de ensino e aprendizagem. Uma delas é o
trabalho em equipe, seja em relação ao corpo docente-docente, docente-
discente ou entre discentes. A importância do trabalho em equipe está,
principalmente, no auxílio durante a construção do pensamento. É importante
que o trabalho em equipe exista, tanto entre professores/funcionários da
escola quanto entre alunos, porque a aprendizagem e o desenvolvimento do
pensamento só ocorrem mediante as relações interpessoais entre os alunos e
entre estes e os adultos envolvidos no processo. Além de auxiliar na
construção do pensamento, o trabalho em grupo possibilita a criança aprender
a ouvir, a se colocar, a dialogar, a perceber a reação do outro, a comparar os
diversos tipos de raciocínios, a dividir tarefas e colaborar para atingir um
objetivo.
No trabalho entre alunos, o papel do administrador ou professor é
fundamental no que diz respeito ao incentivo a atividades que estimulem as
relações interpessoais. O educador tem papel fundamental, pois é ele quem irá
facilitar ou dificultar o estabelecimento dessas relações. Para isso a sua
postura deve ser aberta, o administrador deve ser receptivo para ouvir, para
dialogar, estimulando discussões e respeitando a diversidade de idéias e
experiências. Mais do que isso ele deve ter a sensibilidade desenvolvida para
aprender a perceber as individualidades e as potencialidades que cada um
carrega.
É bom lembrar que a escola é um ambiente com indivíduos de
históricos diferenciados, o que pode comprometer uma comunicação eficaz.
Conseqüentemente, isso pode refletir no aprendizado, já que algumas
dificuldades de relacionamento são provenientes de falhas no processo da
comunicação e geram conflitos. Deve-se trabalhar a agressividade e dirigi-Ia
para fins positivos, estimulando o convívio com a diferença, sempre com o foco
nas relações interpessoais. Mas isso requer um preparo, sensibilidade e
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disposição por parte do educador. Neste processo, o papel do educador é de
extrema importância: é preciso a habilidade de olhar para o aluno e fazer o seu
diagnóstico. Para isso, é fundamental estar preparado, ler muito, atualizar-se
constantemente.
A formação continuada é um recurso amplamente discutido na
atualidade, encarada como uma contribuição para as relações interpessoais
nos ambientes educacionais, entre os docentes e equipes diretivas. Através da
troca e o contato com outras realidades, outras áreas do conhecimento e com
as diferentes experiências de vida e de trabalho, os indivíduos podem
desenvolver as relações interpessoais e a aprendizagem. Para que estes
conceitos sejam levados para a sala de aula, ele precisa viver a realidade
destas trocas e internalizá-Ia como algo essencial para a sua formação
pessoal e profissional.
“O problema de um é problema de todos quando convivemos em
equipe”. Essa frase, de autoria desconhecida, destaca porque o trabalho em
equipe é tão importante para a formação psicossocial do indivíduo. O homem
não vive sozinho. Sabemos quem somos primeiro pelo olhar do outro. Saber
trabalhar em equipe traz maior possibilidade de sucesso nesta relação. O
trabalho em equipe acompanha o indivíduo durante toda sua caminhada: esse
tipo de trabalho tem início na pré-escola, onde a cooperação, com a divisão
adequada de tarefas e responsabilidades, deve ser instituída, seguindo o
indivíduo até o fim de sua vida acadêmica e ao longo de toda sua trajetória,
inclusive a profissional.
Para que haja uma educação completa que favoreça este objetivo é
necessário compreender o papel do administrador nesta luta. Segundo Uchoas
(2000), muitas vezes nos deparamos com pessoas aparentemente
empobrecidas de qualidades e ao invés de questionarmos o motivo de serem
tão desvalidas seria mais justo perguntarmos sobre o motivo de lhes ter faltado
oportunidades de enriquecimento pessoal ou de não as terem aproveitado
convenientemente. Cada um de nós tem potencialidades, mas devemos ter as
condições necessárias para que possamos utilizá-las e efetivá-las.
24
“o conceito de ação educativa como relacionamento
interpessoal, implica a existência de dois agentes que
cooperam no ato da educação, cooperação essa que
deve ser livre”.( MODESTI, 1984).
É preciso estimular alunos, professores e funcionários de forma
amigável a se envolverem também com o seu próprio processo de
aprendizagem, devem tomar consciência do caminho a ser percorrido. Uma
das principais características de uma educação preocupada com o
desenvolvimento integral das relações é a “presença”, presença essa não só
física mais sim, uma presença efetiva e afetiva capaz de fortalecer e
enriquecer as relações interpessoais na escola, tornando-as mais
significativas. (COSTA,1997)
É preciso saber que a relação de ajuda presente no ato educativo
procura promover o crescimento e o desenvolvimento de outra pessoa. O
administrador deve estar sempre presente e fazer sua presença significativa,
para que as pessoas se sintam seguras. A empatia é um dos principais
facilitadores do entendimento, assim como o respeito, que é a capacidade de
acolher o outro integralmente.
Vasconcelos (2002), diz que, antes de tudo, “o administrador deve
entender-se como um educador...”, “gestão envolve estratégia, onde a
comunicação exerce papel fundamental...” é importante ao administrador
discutir soluções possíveis e promover negociações, assumir
responsabilidades e deixar que os outros também assumam; ser ouvido, mas
também ouvir, valorizar os aspectos positivos do grupo, deixando claras as
suas intenções para com a escola e zelar pela total transparência de todas as
ações.
25
CAPÍTULO III
O PERFIL DO ADMINISTRADOR ESCOLAR
Quando se trata de administrar uma instituição, a tarefa mais
importante do administrador é tomar as decisões certas para chegar a
resultados positivos, ou seja, uma educação de qualidade. A boa
administração não deve estar ligada às ações de uma só pessoa, mas envolve
a comunidade pedagógica.
O administrador escolar é como um maestro que rege a sua
orquestra, mas suas mãos são ampliadas pelo grupo pedagógico que o rodeia.
Um bom administrador deve ser um líder e agregar atitudes que tornam sua
atuação eficiente. Estar sempre preocupado com os resultados da
aprendizagem; participar do planejamento e fazer o acompanhamento do
trabalho docente; conversar com alunos e funcionários para detectar
problemas, níveis de satisfação e ouvir sugestões; ser um construtor de
consensos, aceitando opiniões e novas propostas e ser audacioso para fazer
as mudanças necessárias visando sempre melhorar a qualidade do ensino,
são, as principais características de um bom administrador escolar.
Destaca Cosete Ramos (1994): “A Escola é o palco ideal para o
surgimento do Ser Humano Total”. Com este pensamento a autora coloca o
homem com agente, como elemento construtor, idealizador, criativo. O homem
coloca todo seu potencial físico, psicológico e emocional em suas tarefas,
realizando tudo com qualidade. Cosete (1994) ainda acrescenta:
Essas pessoas, que estão no centro da Qualidade Total,
como verdadeiros agentes de transformação e como
fatores estratégicos de sucesso, são seres humanos que
demonstram um compromisso real e verdadeiro com a
Qualidade do seu próprio trabalho, com seus clientes,
com os outros indivíduos com quem trabalham de forma
26
solidária e, de modo geral, com a Instituição Escolar com
a qual mantêm laços profundos.
O trabalho do administrador escolar faz a diferença na instituição. A
escola só vai caminhar bem, quando o administrador exercer uma liderança
positiva, contagiando o grupo de forma que todos se comprometam com a
aprendizagem global do aluno. Assim, o administrador é o líder articulador do
trabalho coletivo, valorizando a contribuição que cada um tem para dar.
3.1 – Competências e ações do Administrador Escolar para
ser um líder
O mundo requer, cada vez mais, líderes que vão fazer diferença
pela capacidade de autonomia em pensar soluções estratégicas para
problemas e sistemas complexos e a escola precisa estar sintonizada a essas
novas exigências. Uma das exigências é a visão, que inspira, dá foco e
energiza as pessoas, na busca de um estado idealizado de desempenho. A
liderança é que puxa a visão, preparando a escola para crescer na direção
esperada. O líder mantém, pelo uso diário da visão na tomada de decisões
críticas, a constância de propósitos necessária para que a escola não se
desvie de sua trajetória rumo ao futuro.
Senge (2004) diz que líderes são desenhistas, professores e
administradores. Esses papéis requerem como competências a capacidade de
construir uma visão compartilhada, identificar e desafiar modelos mentais
prevalecentes e promover padrões de pensamento sistêmico.
O perfil articulador dos líderes que o século XXI necessita, extrapola
a visão míope do profissional que olha apenas as circunstâncias de forma
pontual e local. A construção de homens que estejam antenados para todos os
segmentos, através de um olhar e de um pensamento abrangente, precisa ser
a tônica dos Projetos Políticos Pedagógicos dos nossos ambientes de
aprendizagem. O educador do século XXI mostra aos jovens educandos que o
27
mundo ideal para eles depende apenas deles, mostrando que a educação é
um processo contínuo e que as lições devem ser tiradas da própria vida. O
educador do século XXI deve ser ético, procurando conhecer os valores das
pessoas com as quais convive, pensa antes de falar e escuta mais do que fala.
As lideranças educacionais devem conscientizar-se de que não há mais
espaço para uma educação conteudista, não há mais espaço para a escola do
silêncio, em que só o professor fala e o aluno escuta. O fundamental é formar
cidadãos com criatividade, autonomia e capacidade de solucionar problemas.
É necessária a formação permanente dos educadores, para que estes tenham
consciência mais crítica sobre o mundo atual e, assim, consigam passar essa
consciência aos jovens. O Administrador Escolar deve ser o mais
comprometido, partindo da sua pessoa o exemplo para toda a equipe.
Ter uma noção básica das mudanças de comportamento é
fundamental dentro do tema abordado, consiste na maneira pela qual um
indivíduo age, ou reage em suas interações com o seu meio ambiente em
resposta aos estímulos que dele recebe.
Para administrar sua escola com sucesso, o administrador deve,
entre tantas funções, saber ouvir as idéias e opiniões da equipe acreditando
que todos podem ensinar e contribuir; ter idéias próprias e saber defendê-las;
interagir em mão dupla com o grupo, dividindo conhecimentos e atividades;
manter uma postura positiva e uma mente receptiva; inovar a todo, momento,
estimular a criatividade, superar o medo de errar, aprender com os erros, ser
persistente, superar fracassos e sempre começar de novo.
Chiavenato (2002) nos mostra que o resultado ou efeito do
comportamento tem como origem vários estímulos: o estímulo de
relacionamento professor-aluno, administrador-professor, administrador-
escola. Cabe ao administrador criar um ambiente de confiança em sua Escola,
que favoreça as aprendizagens cognitivas, as relações afetivas e pessoais dos
alunos, professores e demais profissionais que nela atuam. Para isso, é
preciso que estes possam contar com a presença, o companheirismo e a
cumplicidade do administrador, o que favorece a socialização.
28
O foco no pessoal consiste na criação e na manutenção de um
ambiente de trabalho favorável ao alto desempenho dos professores e
funcionários, com idêntica repercussão na aprendizagem dos alunos. Para
esse ambiente, programado para o sucesso, a qualidade do apoio prestado
aos professores e funcionários é peça-chave. Esta estrutura encontrada no
trabalho escolar não pode ser aplicada com eficiência se o administrador não
possuir três qualidades fundamentais: autenticidade, empatia e respeito para
com os outros.
Carl Rogers (1976) no seu livro: De pessoa para pessoa, descreve
estas três qualidades como “congruência, empatia e consideração positiva”.
Rogers acredita que “o crescimento pessoal é facilitado quando o
administrador do grupo é o que é, quando na relação com o outro ele é
autêntico, sem máscara ou fachada, e apresenta abertamente os sentimentos
e atitudes que nele surgem naquele momento”. Isto é congruência ou
autenticidade. Quando a administrador “vivencia uma compreensão empática e
exata do mundo íntimo de sua equipe, comunicando fragmentos significativos
dessa compreensão, quando ele percebe o mundo interior de sentidos
pessoais de cada um, como se fosse o seu”, é a empatia, característica
essencial para o crescimento da relação. Rogers destaca ainda que, “a
consideração positiva, a respeito do outro, vivenciando atitudes de afeto e de
aceitação, significa que o administrador o aprecia como pessoa”. Se o
administrador for considerado pelos participantes como uma pessoa que
projeta autenticidade, empatia e respeito para com os outros, ele será
considerado como um líder efetivo.
O exercício da administração é uma conquista, uma tarefa que se
aprimora com as experiências que há dentro de uma instituição de ensino.
Com a rotina escolar as pessoas vão aprendendo a conviver, a tolerar, a
respeitar-se. É assim que se dá condição para o nascimento e
desenvolvimento do comprometimento de um profissional. Não cabe a
liderança só ao líder maior do grupo, mas a todos. Cada um é líder de si
mesmo, têm pessoas que lideram um grupo, outros seu próprio trabalho e suas
29
próprias ações, mas contida nesse entrelaçado estão as relações
interpessoais, o grande desafio para todas as organizações.
Como desenvolver as atividades de forma equilibrada, respeitando
as sugestões, opiniões e os valores de cada um? A relação entre o líder e seus
liderados, é peça fundamental para o desencadeamento do sucesso da
equipe. Vemos que os indivíduos podem não conseguir gostar uns dos outros,
mas eles devem ser capazes de trabalhar em equipe, pois o bom
relacionamento é um fator que interfere no desempenho da equipe e influencia
nos resultados.
Segundo Gomes (2005), os administradores de escolas com foco
nos professores e funcionários não acham que estão fazendo mais do que a
obrigação, já que eles são “patrimônio” da instituição. A lógica desses
administradores é simples: o foco que os professores e funcionários recebem
deles, eles reaplicarão, na linha de frente, com os alunos. A maior ou menor
qualidade dessa relação é que configura o maior ou menor sucesso dos
serviços da escola.
O sucesso da escola não depende somente dos fatores pedagógico,
administrativo e financeiro e sim de um conjunto, das relações humanas
responsáveis, por seu funcionamento.
O ambiente de trabalho e o apoio prestado ao pessoal fazem toda a
diferença na qualificação das interações. Só o foco certo que os
administradores escolares colocarem em sua equipe, vai criar um “time de
vencedores”, e não apenas um “quadro de pessoal”. (Gomes, 2005, p.07)
Criar relações de respeito, apoio e confiança mutuamente
compartilhadas, favorece interações intensivas e fortes, como as que
acontecem numa escola. Confiança é algo que desenvolvemos em nós
mesmos e que colocamos no outro. O êxito de um simples trabalho de um time
interfuncional depende de todos os integrantes confiarem na sinceridade,
honestidade, lealdade, aplicação e competência profissional uns dos outros.
Sem confiança nas relações internas da escola, os resultados não
serão significativos. Para se chegar à confiança são necessários “respeito e
apoio”. Não existe confiança onde falta o respeito pelo outro e onde não há
30
uma relação de apoio. Respeito, apoio e confiança formam uma via de mão
dupla, pois a reciprocidade é essencial.
Os autores behavioristas verificam que o administrador precisa
conhecer as necessidades humanas para melhor compreender o
comportamento humano e utilizar a motivação humana como poderoso meio
para melhorar a qualidade de vida dentro das organizações (CHIAVENATO,
2002, p 113).
Os líderes escolares, hierarquicamente estabelecidos como
administradores são responsáveis por orientar e direcionar a equipe ao
caminho da organização com olhos para a realidade de cada docente, mas
cabe a todos assumir compromissos, estar aberto a debates, a mudanças
quando for necessário; o pensamento e a conversa devem ser vigorosos e
atentar aos objetivos estabelecidos.
As mudanças e as renovações do modelo de administração estão
forçando as organizações a se adequarem pela busca constante de novas
formas de planejar, organizar e realizar sua missão. Pois as organizações
precisam sempre investir na formação cotidiana de seus diretores. A escola
bem como outras organizações tradicionais até pouco tempo, não precisavam
se preocupar com a concorrência, mas com a evolução dos tempos, cada
organização está buscando novas formas para sua sobrevivência. Hoje se
acredita que o líder precisa ser preparado, pois o administrador não nasce
pronto.
Em plena globalização, quando todos têm acesso à informação e a
competitividade está presente em todo tempo e lugar, para que as instituições
de ensino não percam a força e fiquem para trás é necessário que saibam
competir. Para alcançar o sucesso, a administração precisa ser eficaz e
qualificada, com administradores conhecedores de soluções, estratégias e
ferramentas para transformar a educação num diferencial competitivo. Para
isso só há um caminho: investir no aprimoramento profissional, se deseja estar
à frente com sua instituição, o administrador não poderá abster-se das mais
modernas tecnologias de ensino, das tendências e estratégias de mercado e
da evolução do marketing educacional.
31
3.2 – O Papel do Administrador Escolar nas Relações
Interpessoais da Escola
O desenvolvimento de competências vem sendo estudado
freqüentemente por todos os setores organizacionais e, para que se torne
possível de entender, buscamos os apontamentos de alguns autores.
GIL (2001) nos fala que o profissional precisa dispor de muita competência tais
como: ser um agente de mudanças, comprometimento com os resultados e
acontecimentos internacionais e com a situação da organização, mostrar
racionalidade, cultura, conhecimentos, conhecer sua área de atuação, dialogar
com facilidade, estabelecer uma relação de confiança, ter perfil negociador,
colocar ênfase nas pessoas, ter comportamento ético, inovador, disposição
para assumir riscos, com equilíbrio, pensamento estratégico, saber
compartilhar responsabilidades, lidar com resistências, perceber sentimentos e
propor ações que possam ir à raiz do problema. A competência interpessoal do
administrador escolar vem complementar a leitura dos interessados pela
temática e enriquecer o conhecimento acerca das relações interpessoais
favorecendo o aperfeiçoamento organizacional da escola.
Existem muitas críticas à administração de uma escola, mas não se
pode negar a sua importância e sua necessidade. No entanto, as tarefas
administrativas e burocráticas não podem absorver totalmente o tempo do
administrador, em detrimento do aspecto pedagógico. As atividades-meio
devem criar condições para que as atividades-fim aconteçam.
Muito além de administrar a burocracia, o que se espera dos
administradores hoje é criar condições para que as Escolas avancem na
questão da qualidade. Durante muito tempo, dizia-se que a função do diretor
era administrar a burocracia. Felizmente, isso está mudando. Há alguns anos
vem ganhando força a idéia de que a principal tarefa é fazer o que se
convencionou chamar de gestão participativa. Ou seja, o que realmente
importa é resgatar a função primordial da escola: garantir a criação de uma
escola agradável onde todos consigam qualidade no trabalho, para tanto, é
importante que o administrador mantenha sua prática baseada em teorias de
32
liderança e administração, visando, entre outras coisas, a criação de um
ambiente em que o respeito e a efetividade sejam uma constante.
A maioria dos administradores já tem consciência de que seu
trabalho é muito mais que só cuidar de aspectos legais e atender às demandas
burocráticas. Gerenciar, comprometido com o projeto pedagógico, a equipe de
professores e funcionários (saber ouvir, articular, respeitar, formar equipes
etc.), administrar os recursos financeiros, motivar e mobilizar a equipe e atuar
como um verdadeiro líder, com planejamento, estratégia, ética e transparência,
são as principais habilidades necessárias na profissão.
O Administrador Escolar deve considerar as pessoas como
colaboradoras, não como seus subordinados. Deve provocar a co-
responsabilidade em todos os momentos, estimulando a participação de todos.
Deve incentivar as opiniões, questionamentos e críticas para a melhoria da
Escola. Deve valorizar o talento e a capacidade de seus profissionais. O
Administrador Escolar trabalhará com as pessoas e não pelas pessoas, irá,
portanto, compartilhar o poder com as pessoas que executam as tarefas.
Assim se coloca Cosete Ramos (1994):
Esta nova maneira de ver os Seres Humanos, no centro
da Qualidade, deve ser acompanhada de ações
concretas e objetivas, dos dirigentes escolares, no
sentido de criarem as melhores condições possíveis de
trabalho.
Propiciar tudo isto é um grande desafio para o Administrador
Escolar. Este deve, também, eliminar o medo, a ameaça e a coerção,
incentivando um ambiente bem-humorado, descontraído e natural. Deve ser a
ponte entre todos os setores, sempre elogiando e informando que todos são
importantes e que o desempenho de cada um trará o sucesso da Escola, que
será também o sucesso de cada um em particular. É o Administrador Escolar o
motivador e instigador deste ambiente.
Estes princípios básicos de relacionamento humano são antigos e
fonte de preocupação de muitos autores como Dale Carnegie (1992) que
33
assim se refere ao “elogio” em seu livro: “Elogie o menor progresso e também
cada novo progresso. Seja caloroso em sua aprovação e generoso em seu
elogio”. Fazer com que as pessoas se sintam valorizadas, bem-sucedidas é
fundamental. O reforço positivo traz encorajamento. Cada pessoa deve ser
vista como um elemento muito importante e indispensável no dia-a-dia escolar.
As relações interpessoais na escola melhoram significativamente
com a aproximação das famílias e da comunidade, e para promover essa
aproximação se faz necessária a integração escola-família-comunidade,
através de projetos, reuniões, festas, campeonatos, etc. Essas relações
quando são freqüentes, melhoram até alguns índices, como por exemplo, o
abandono escolar.
34
CAPÍTULO IV
ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA E DEMOCRÁTICA
É falso pensar que para fazer um trabalho de qualidade é preciso ter
muita rigidez, voz ativa, imposição. Um trabalho de qualidade realmente
acontece quando a administração é democrática, aberta a opiniões e
sugestões. Ouvir os pais, os funcionários, os alunos, e dividir
responsabilidades são fatores essenciais para se fazer um bom trabalho.
A escola deve, através da atuação de seu administrador, passar de
“local em que se ensina” para “organização que busca estratégias a fim de
promover metas de ensino, compartilhadas por todos”. Na proposta
pedagógica, é preciso levar em conta também os espaços físicos disponíveis e
os valores implícitos nas relações interpessoais. Não é só o professor que
ensina. O jeito como os funcionários interagem com os estudantes e os
professores e a forma de usar as áreas de convívio devem ser colaborativas,
pois, se falamos tanto em formar cidadãos, o primeiro passo é permitir que
todos vivenciem a cidadania enquanto freqüentam a escola.
Segundo Rocha (2003), um novo conceito nasce no cenário da
administração escolar: a Gestão Estratégica. A palavra administração está
sendo muito usada nos dias de hoje, por isso não resta dúvida sobre o seu
significado. É importante ir além do sentido e da origem da palavra
administração, sendo necessário compreender o papel da administração para
as organizações, de modo particular para as organizações de ensino, levando
a uma melhor compreensão o comportamento de cada indivíduo do quadro
docente, dando ênfase nas tarefas, estrutura, pessoas, tecnologias, ambiente,
clientes.
Ao se abordar o tema da gestão estratégica, deseja-se tê-lo, em
primeiro lugar, nas organizações em geral, logo após nas organizações
educativas. Gestão estratégica envolve as seguintes atividades:
acompanhamento, para monitorar o desempenho de processos, de acordo
com indicadores de eficiência, avaliação, para medir a eficácia ou os impactos
35
de políticas, planos programas, e ou projetos com apreciação das estratégicas
adotadas pelas organizações, e prospectivas para antecipar mudanças e
adotar ações corretivas (ROCHA, 2003, p 15).
A administração estratégica tem por meta uma visão de futuro. O
administrador com visão estratégica é capaz de construir lideranças fortes,
saudáveis e comprometidas com o resultado pretendido. Estratégia é algo
permanentemente inacabado. Algo que o administrador terá que ajustar e
adaptar, ou mudar ao longo do tempo. Não existe estratégia imutável.
4.1 – Características para administração estratégica e
democrática
Analisando o século XX, seus avanços, e fracassos para o setor
educacional, percebemos que as grandes teorias, os grandes pensamentos, as
múltiplas tendências educacionais foram nele registrados ou propagados. Os
educadores dominam o discurso; pais e alunos conhecem e cobram seus
direitos; a escola elaborou seu Projeto Político-Pedagógico (PPP) e já adotam
processos de gestão e planejamento estratégico e democrático.
É a integração real entre o fazer e o falar que a cada dia torna mais
explícito o sucesso de uma escola eficaz, com administração estratégica e
participativa. Para que isso ocorra, são necessárias algumas ações
importantes: liderança educacional capaz de tomar decisões com flexibilidade
e autonomia; que estabeleça, metas de curto, médio e longo prazo; que se
comunique de maneira clara e precisa; que contextualize o ensino; que seja
participativa; que gere e demonstre os resultados e principalmente que tenha
coragem de ousar e inovar. Todas estas ações fazem parte de um processo de
gestão consciente, planejado, registrado e compartilhado.
A necessidade de uma administração democrática está
contemplada na Constituição Federal, solidificada com a LDB de 1996, que
institui o PPP como instrumento da administração escolar a ser construído
coletivamente. Vasconcelos (2002) destaca que, diante dos avanços e da
36
complexidade da prática educativa, sente-se a necessidade da criação de
novos instrumentos para gerir o dia-a-dia da escola, que devem formar o PPP.
Para Libaneo (2001), o PPP representa a oportunidade de a direção
junto a coordenação e professores, tomar a escola nas mãos, definindo seu
papel estratégico, organizando suas ações e visando atingir os objetivos que
se propõe.
A democracia representa o ideal de civilização desde a Grécia
Antiga, onde a participação dos cidadãos nas decisões da vida das cidades era
um direito primordial. A descentralização e a participação estão no âmago da
democracia. Nos tempos atuais, parece absurdo a concepção de uma
administração democrática que não esteja pautada na participação de sua
comunidade escolar. Porém, a participação da comunidade escolar na
administração ainda enfrenta sérios problemas, tanto pela necessidade da
mudança em si, como pela resistência da comunidade escolar a ela (Paro,
2002).
A administração envolve estratégias, onde a comunicação exerce
papel fundamental, como ponto de partida para que todos se entendam. Assim
é importante ao administrador discutir soluções possíveis e promover
negociações, assumir responsabilidades e deixar que os outros também
assumam; ser ouvido, mas também ouvir; valorizar os aspectos positivos do
grupo, deixando claras as suas intenções para com a escola e zelar pela total
transparência de todas as ações (Vasconcelos, 2002).
A construção de uma escola estratégica e democrática necessita
que a participação seja uma realidade e depende da ação de todos: dirigente,
professores, estudantes, funcionários, pais e a comunidade local. Nesse
processo, a articulação entre os diversos segmentos da escola é fundamental
para que o aprendizado seja democrático, possibilitando a formação de
indivíduos críticos, criativos e participativos. A democratização da
administração escolar implica a superação dos processos centralizados de
decisão. As instituições de ensino, no cumprimento do seu papel e na
efetivação da administração democrática, precisam não só criar espaços de
discussões que permitam a construção coletiva do projeto educativo, como
37
também criar e sustentar ambientes que favoreçam essa participação. ´”O
envolvimento das pessoas como sujeitos na condução das ações é uma
possibilidade...” diz Paro (2001), por isso é essencial repensar os modelos de
administração vigentes, a noção de democratização, bem como aperfeiçoar os
mecanismos de participação existentes.
Com a cooperação de todos, surge um mundo de idéias, as práticas
existentes são submetidas a uma análise crítica e provoca uma pesquisa
constante e conjunta de alternativas eficazes para a melhoria das
competências, aprimorando a administração democrática.
38
CONCLUSÃO
Vimos que em qualquer espaço organizacional independente de
suas características, tamanho, perfil ou tipo de atividade, a convivência dos
seres humanos e o relacionamento têm sido um dos aspectos mais
problemáticos e conflitantes na atualidade, levando a um desgaste de energia
humana e desperdício de tempo, comprometendo a qualidade de vida de si
próprio, das pessoas e dos resultados do seu trabalho. O administrador escolar
desempenha várias funções atendendo à demanda de diversos setores que
dependem do seu trabalho, da sua criatividade e do seu bom relacionamento.
Observando como é o dia-a-dia do administrador escolar, vimos que para esse
administrador exige-se o exercício de múltiplas competências específicas,
entre elas as competências interpessoais.
Dentro de qualquer grupo social, o líder é a peça mestra,
catalisadora das energias individuais. Os requisitos para a liderança
educacional bem-sucedida diferem dos da liderança política, militar ou
gerência industrial. Um bom líder sabe o que vale a pena, entende o poder das
palavras, entende o valor da persistência e da coragem, confia nos outros, faz
a distinção entre a hora de agir e a hora de aceitar...
Um líder se torna “líder” por meio de educação e experiência. Ele
deve adquirir um poderoso conjunto de idéias, crenças e objetivos; deve ter
uma personalidade otimista; deve ter coragem; deve preparar-se
permanentemente; deve desenvolver seu trabalho em equipe e com muita
comunicação, de forma que ele atinja a mente e o coração das pessoas, pois
ele dirige uma organização humana, composta de seres humanos.
Administrar democraticamente o espaço escolar é uma atividade
que exige comprometimento com o fazer educacional. O Administrador Escolar
não necessita apenas ter boa vontade e honestidade, é preciso estar
preparado para as mudanças garantindo que estas sejam sempre para melhor.
Não se pode mais pensar a escola com funções divididas, mas como uma
organização, numa visão sistêmica. O importante é compreender a
necessidade de novos investimentos para a equipe se manter atualizada,
39
preparada e apta não só a atingir resultados, mas principalmente, superá-las.
Essa é a missão do administrador.
O objetivo maior deste trabalho era mostrar a viabilidade do
Administrador Escolar em promover uma gestão participativa. Vimos também,
como à formação dos administradores e o interesse dos mesmos em relação
aos seus colaboradores educacionais, interfere na educação prestada e na
formação das relações interpessoais. Através da pesquisa bibliográfica
realizada, concluí que o modelo de administração implantado na maioria das
escolas, seja da rede pública de ensino ou nas escolas particulares, ainda
precisa, ser aprimorado, pois os administradores precisam conhecer mais a
realidade da escola e exercer um papel de integração com todos os
colaboradores educacionais, principalmente com os professores, para que
juntos possam identificar e amenizar os problemas, permitindo o melhor
resultado na educação. O administrador escolar hoje precisa reconhecer que
houve uma mudança de postura e um novo enfoque de organização escolar
que passou a ser encaminhado a partir de princípios de autonomia,
participação e responsabilidade compartilhada.
A escolha de um bom administrador implica em resultados
favoráveis junto ao corpo docente e conseqüentemente, interfere na formação
educacional do corpo discente. Compete à sociedade participar ativamente na
formação do Processo Pedagógico das escolas, pois a formação educacional
de qualidade se reflete entre todo o grupo promovendo uma sociedade mais
preparada e capaz de organizar os problemas futuros. Não existe um modelo
padrão para o gerenciamento das atividades, pois as pessoas e situações são
muito diversas entre si e esse é o desafio na rotina da gestão escolar.
A análise dos textos sobre gestão escolar democrática, de um lado
revelam problemas e crises, como o funcionamento burocrático pesado do
cotidiano escolar e suas relações de poder. De outro lado, confirmam um
crescente processo de democratização da educação e de sua gestão, na
oferta de uma educação pública, ou particular de qualidade.
A discussão sobre a gestão participativa mostra-se relevante, à
medida em que, se observa, no âmbito escolar, uma prática autoritária e
40
conservadora, voltada apenas para a parte burocrática-administrativa e
colocando em segundo plano a ação progressista, participativa, que busque
uma ação transformadora no cotidiano escolar e o envolvimento de todos no
processo educacional.
Nesse contexto, o Administrador é figura de suma importância, visto
que uma liderança consciente o auxiliará na transformação da prática
administrativa, pedagógica e relacional no contexto escolar. Assim sendo, o
presente trabalho, buscou discutir as principais questões relacionadas à
atuação do Administrador no âmbito escolar, enfocando a gestão democrática
e participativa nas escolas, como também à função do Administrador dentro
desse novo modelo organizacional para a construção de um ensino de
qualidade. Com base na pesquisa bibliográfica realizada, pode-se observar
que a gestão participativa não só produz visões compartilhadas pelos vários
segmentos internos e externos da comunidade escolar, como promove a
divisão de responsabilidades e o acompanhamento formal e informal das
ações. Ela também enriquece os processos de busca coletiva de soluções
para os problemas que surgem na escola e em suas relações com a
comunidade usuária e com os órgãos centrais do sistema de ensino.
Enfim, o trabalho do administrador escolar é complexo, pois abrange
planejamento, liderança, coordenação, mediação, monitoramento e avaliação
das ações internas da escola e sua relação com a comunidade. Concluiu-se
que o administrador escolar é responsável por estabelecer e promover a
execução de políticas e procedimentos para o bom relacionamento e
funcionamento da escola, pois, além de apoiar as equipes de trabalho,
também faz parte de seu trabalho a manutenção do bom relacionamento
interpessoal, garantindo a criação de um ambiente propício à formação e
aprendizagem dos alunos.
É importante ressaltar que todo esse trabalho demanda um acervo
de competências que permitam ao administrador garantir o exercício de suas
responsabilidades. Construir um conjunto de competências necessárias para
realizar seu trabalho, desenvolvê-las e colocá-las em prática é uma condição
básica para o exercício efetivo da função de administrador. Cabe àqueles que
41
se propõem a assumi-la, desenvolver essas competências, e isso, constitui
uma necessidade e um desafio contínuo aos administradores educacionais.
Para finalizar, cabe destacar que nenhuma situação está além da
nossa capacidade de lidar com elas. E que ninguém de nós é melhor do que
todos nós juntos....
42
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50
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 08
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I
A Importância da Administração Escolar 13
1.1 – Conceito de Administração Escolar 13
1.2 – Evolução Histórica da Administração Escolar 15
CAPÍTULO II
As Relações Humanas na Escola 17
2.1 – A Importância das Relações Humanas 17
2.2 – Relações Humanas na Escola 18
2.3 – Relações Interpessoais na Escola 20
CAPÍTULO III
O Perfil do Administrador Escolar 25
3.1 – Competências e Ações do Administrador Escolar para ser um líder 26
3.2 – O Papel do Adm. Escolar nas Relações Interpessoais da Escola 31
CAPÍTULO IV
Administração Estratégica e Democrática 34
4.1 – Características para Administrar com Estratégia e participação 35
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 42
BIBLIOGRAFIA CITADA 47
ÍNDICE 50
FOLHA DE AVALIAÇÃO 51