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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE PROMOVENDO A REEDUCAÇÃO ALIMENTAR ATRAVÉS DA CANTINA ESCOLAR: O PAPEL DA GESTÃO ESCOLAR. Por: Ana Lúcia Lino Conceição Orientador Prof.Dr. Vilson Sérgio de Carvalho. Niterói 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

PROMOVENDO A REEDUCAÇÃO ALIMENTAR ATRAVÉS DA

CANTINA ESCOLAR: O PAPEL DA GESTÃO ESCOLAR.

Por: Ana Lúcia Lino Conceição

Orientador

Prof.Dr. Vilson Sérgio de Carvalho.

Niterói

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

PROMOVENDO A REEDUCAÇÃO ALIMENTAR ATRAVÉS DA

CANTINA ESCOLAR: O PAPEL DA GESTÃO ESCOLAR.

Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como

condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “LATO

SENSU” em Administração e Supervisão Escolar.

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Folha de Aprovação

Ana Lúcia Lino Conceição

PROMOVENDO A REEDUCAÇÃO ALIMENTAR ATRAVÉS DA

CANTINA ESCOLAR: O PAPEL DA GESTÃO ESCOLAR.

Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como

condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “LATO

SENSU” em Administração e Supervisão Escolar.

Conceito: __________________

Aprovada ( )

Aprovada com louvor ( )

Aprovada com restrições ( )

Reprovada ( )

Data: ___/____/_____.

Professor

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Agradecimentos

São tantas bênçãos...

Tantos motivos para agradecer...

Quero louvar a Deus pelos benefícios a mim concedidos.

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Dedicatória

Dedico esta conquista ao meu Deus criativo.

Compartilho este privilégio com minha

família maravilhosa que sonha comigo.

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Resumo

Esta pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de estudar o papel da

Gestão Escolar na Promoção da Reeducação alimentar através da Cantina.

O texto está dividido em três capítulos. O primeiro fala, sobre o papel da

gestão, da escola e do educador. O segundo capítulo apresenta a importância

da alimentação saudável e o terceiro, aponta a cantina escolar como espaço

propício à reeducação alimentar e apresenta os dados da pesquisa realizada

com coordenadores, professores e alunos da rede pública e privada.

Ao finalizar o trabalho, a autora apresenta as possibilidades baseada nas

experiências que tem apresentado resultados positivos para a saúde dos

educandos e o retorno financeiro para os gestores visionários.

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Metodologia

O texto será baseado em pesquisas bibliográficas, webgráficas, em aplicação

de questionários distribuídos entre alunos, professores, funcionários do corpo

administrativo e gestores da rede pública e privada, documentos do Ministério

da Saúde e entrevista com uma nutricionista que atende a uma escola

particular.

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Sumário

Introdução

Capítulo I

ESCOLA E GESTOR. EXERCENDO SEUS PAPÉIS, FAZENDO A

DIFERENÇA.

Capítulo II

É BOM PRO MENINO, É BOM PRA MENINA... A IMPORTÃNCIA DA

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL.

Capítulo III

JOÃOZINHO, MARIA, AMANDA E CARLINHOS VISITAM A CANTINA

ESCOLAR.

Conclusão

Anexo

Anexo I – Estudo Errado – Gabriel, O Pensador.

Anexo II – É bom pro menino, é bom pra menina.

Anexo III – Sugestões de Jogos Educativos.

Anexo IV – Questionários.

Bibliografia

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INTRODUÇÃO

Exercendo o papel de discente e posteriormente o de docente,

esporadicamente a autora deste texto frequentou a cantina escolar e como a

maioria das pessoas, acostumou-se a consumir as gostosuras vendidas no

referido espaço.

Corria o ano de 2004 quando ela assumiu uma turma que a desafiava

em muitos sentidos e despertou-lhe a atenção para a importância da boa

alimentação.

Passou a observar que as crianças degustavam pizzas aromatizadas e

extremamente gordurosas, muitos biscoitos recheados, refrigerantes cujas

marcas desconhecidas eram reconhecidas pelo excesso de corantes, pseudo-

biscoitos e outros “alimentos” alternativos.

Notou que alguns alunos estavam obesos e indispostos. Curiosa

e sensibilizada, leu o capítulo 6 do livro “Biologia Educacional” do professor

Ênio Moura. Editora Moderna.

Refletiu e começou a mudar seus hábitos alimentares e de sua família.

É preciso confessar que não foi nem é tarefa fácil já que desde pequena ela

mesma consumia as guloseimas acima descritas.

Repensar o “ser educadora” no sentido mais amplo da palavra a

impulsionou a não desistir, a cuidar de sua saúde e bem estar.

Na tentativa de colaborar com seus alunos, em 2005, preparou a “Festa

dos Alimentos” da qual duas colegas de trabalho, desejaram participar.

Desenvolveu algumas pesquisas, experiências e tarefas a partir do livro:

“Amanda no país das vitaminas” Leonardo Mendes Cardoso. Editora do Brasil.

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As crianças ficaram surpresas, porém, alguns responsáveis mostraram

resistência e alegaram que seus filhos e/ou suas filhas não consumiam frutas,

leite, pão com margarina nem sucos naturais e que por esta razão, não

enviariam o alimento solicitado.

Com o apoio da gestora mantiveram o “evento” e para surpresa das

educadoras, ao chegarem à escola um dia após a festa, a diretora lhes deu os

parabéns, relatando os telefonemas recebidos pela manhã e avisou que “A

Festa dos Alimentos” faria parte do Calendário Escolar a partir daquela data.

Sentiu-se orgulhosa por, de alguma forma, fazer a diferença e encontrar

apoio!

Em 2007, atuando na mesma escola, ficou abalada com três alunos

obesos. Um deles estava com colesterol alto e controlava a diabetes com

apenas sete anos de idade.

Será que o fato de uma criança tão nova, vítima de escolhas ruins ou

inadequadas não era capaz de sensibilizar a equipe pedagógica? Será que o

fato de faltar à aula duas ou até três vezes por semana para ir ao médico e

controlar uma enfermidade gravíssima não seriam motivos mais que suficientes

para repensar o papel social da escola? Que corrente filosófica é essa que não

toma partido em defesa dos menos favorecidos, daqueles que “não sabem ler”

ou ainda, existe realmente uma filosofia, um ideal de educação?

Estes são os seus questionamentos!

Eles ainda estão sem resposta!

Neste ano, em 2007, não houve “A Festa dos Alimentos” porque a

cantina...

O presente trabalho surgiu a partir das experiências acima citadas e da

sua indignação com o ato de esquecer (?) que a alimentação faz parte do

currículo escolar desde o Ensino Infantil até o Ensino Médio. Ou seja, toda a

educação básica. É o básico, o necessário!

Sendo assim, de maneira alguma deveria ser tratado como algo irrelevante,

que só consta no programa para torná-lo mais extenso, fazer número,

quantidade. Não houve consideração pela sua relevância para a

aprendizagem, para a vida. Que lástima!

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O papel da escola é promover um saber crítico que luta e resiste à

manipulação e manutenção daquilo que está posto, dos interesses

inescrupulosos de quem não toma oficialmente acento na cadeira, mas

efetivamente manda e decide sobre a vida dos menos esclarecidos.

O conhecimento que ao povo é destinado serve apenas aos interesses de

uma elite que não abre mão de seus privilégios e continua mantendo o saber

que transforma e liberta nas mãos dos opressores.

Isto é muito cruel! Principalmente em se tratando da saúde de futuros

trabalhadores.

Será que a mão de obra do futuro resistirá? Haverá disposição física

para se realizar o trabalho? Quantos mil reais sairão (?) dos cofres públicos

para recuperar a saúde dos serviçais?

São tantas questões...

Não se trata de utopias nem de questões pessoais e sim de natureza

profissional!

Sendo assim, no primeiro capítulo a autora pesquisará a função social da

escola e do gestor. No segundo capítulo abordará a importância da boa

alimentação. O terceiro capítulo fala sobre a cantina escolar e ela pretende

concluir respondendo à questão central que dá título a esta pesquisa.

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Capítulo I

ESCOLA E GESTOR. EXERCENDO SEUS PAPÉIS,

FAZENDO A DIFERENÇA.

Memorial

Professora, eu? Um sonho de menina!

Eu, eu mesmo...

Eu, cheio de todos os cansaços

Quantos o mundo pode dar.

Eu...

Afinal tudo, porque tudo é eu,

E até as estrelas, ao que parece,

Saíram da algibeira para deslumbrar crianças...

Que crianças não sei...

Eu...

Imperfeito? Incógnito? Divino?

Não sei..

Eu...

Tive passado? Sem dúvida...

Tenho um presente? Sem dúvida...

Terei um futuro? Sem dúvida...

A vida que pare de aqui a pouco...

Mas eu, eu...

Eu sou eu,

Eu fico eu,

Eu...

(Fernando Pessoa)

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Professora, eu? Quanta responsabilidade! Que tarefa exigente!

Refletir sobre o papel da escola e do gestor na sociedade atual é uma tarefa

muito importante para que o professor se posicione frente aos dilemas que

enfrenta e enfrentará.

Para mim, é um desafio desempenhar meu papel de educadora no sentido

mais amplo da palavra.

Segundo BECHARA (2009) escola é: 1- Estabelecimento de ensino;... 3-

Grupo de seguidores de uma corrente doutrinária ou teórica.

Pensando em um estabelecimento de ensino que escolhe uma corrente

filosófica, é pertinente rever a função social da escola que desejamos.

EYNG (2007) diz que:

“O sistema educacional, as escolas e os profissionais da educação que nela atuam estão pois, desafiados a ATUALIZAR

os seus papéis e as suas competências,para que possam mudar, transformar e inovar a prática pedagógica, integrando

teoria-prática contextualizada na ação-reflexão-ação democrática ”.(EYNG,2007,p.16.)

Sendo assim, fica claro que neste espaço os profissionais que o ocupam,

precisam fazer essa ponte entre o educando e a sociedade. Afinal, estudantes

não vão ao consultório médico diariamente (salvo em caso extremo) mas

frequentam a escola por no mínimo 200 dias letivos. E este lugar, que é parte

integrante de uma grande engrenagem social, não pode deixar de abordar os

assuntos que dela fazem parte. Não podem ignorar as questões que afetam a

humanidade no presente século. É preciso educar/reeducar, apresentar outras

possibilidades. A instrução recebida nos bancos escolares precisa fazer

sentido!

Harper me trás à memória algo muito importante:

“Antigamente existiam sociedades sem escola...Todo adulto ensinava...A atividade de ensinar passou então a desenvolver-

se em espaços específicos, cuidadosamente isolados do mundo dos adultos e sem qualquer relação com a vida de todo

dia.”(HARPER,1980,ps.23,25 e 26)

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A escola precisa ser um lugar autônomo para tomar as decisões, mudar

o rumo, fazer diferente, fazer a diferença!

É salutar que exista um lugar que socialize o saber de maneira sistemática!

Mas é justo que os poucos estudantes da classe alta e média possam ter

acesso à informação no sentido mais amplo da palavra?

A rede pública já conta com suporte de uma nutricionista para a

elaboração do cardápio da merenda escolar. Bacana! Mas e as palestras? As

aulas de culinária para pais e filhos? Que iguarias são servidas nas

festividades escolares? E as escolas da rede privada que são de pequeno

porte e não podem apresentar alternativas e contar com o apoio de um

profissional desse calibre?

A maioria dos educandos encontra-se na rede pública e uma parcela dos

menos abastados faz um sacrifício para manter seu filho em uma escola

particular que não dispõe de recursos humanos nem financeiros.

E o círculo recomeça...

Os estudantes ocupam os bancos escolares e muitas vezes se perguntam

para que estudar ou o que é pior, não conseguem perceber a conexão vida-

escola-vida.

É necessário trazer o cotidiano há existência. Repensar o currículo e o

Projeto Político Pedagógico.

Conto novamente com a contribuição de EYNG para reforçar minha fala:

“O currículo escolar que se consubstancia no projeto pedagógico é a principal estratégia de definição e articulação de políticas, competências, ações e papéis do

Estado, da escola e da sala de aula.”(EYNG,2007, p.16)

Estudar sobre alimentação é um projeto, pois, é uma necessidade diária que

começa em casa, continua na sala de aula e tem prosseguimento na cantina

escolar, volta para casa e recomeça...

Também é político porque tem por objetivo formar um cidadão consciente e

crítico que “vê tevê com outros olhos”, que sabe refletir e não se deixa iludir ou

dominar pela mídia.

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E é pedagógico porque educa! Faz-se necessário rever o currículo. Essa

mudança tem que ser intencional pois pesquisas comprovam que a obesidade

infantil só vem aumentando, assim como os casos de crianças com colesterol

alto além de diabéticas.

A escola não fará nada? E o meu eu professora?

Não é possível cooperar com a família apresentando outras possibilidades?

Não é possível contribuir para mudar as estatísticas?

A autora não é utópica a ponto de pensar a escola como a única capaz de

promover as mudanças necessárias, mas como disse FREIRE:

“ A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco, a sociedade muda.”(FREIRE,1999, p.18)

É fato que, não se pode esquecer, dos interesses econômicos das grandes

indústrias alimentícias que geram renda para os publicitários, para as redes de

televisão que veiculam propagandas atraentes e inteligentíssimas pelo

poderoso instrumento de manipulação e manutenção que provoca desejos de

consumo expostos nas vitrines e prateleiras de lojas e das cantinas escolares.

O papel da escola é mostrar o bônus (sabor agradável que atua no corpo e

na alma e de bela aparência) e o ônus (o excesso pode custar muito caro,

inclusive à saúde), é apresentar possibilidades já que boa parte da população,

nunca foi à nutricionista!

É apreciável GABRIEL, O PENSADOR quando escreveu e continua

cantando sobre o papel da escola:

“...mas o ideal é que a escola me prepare pra vida discutindo e ensinando os

problemas atuais e não me dando as mesmas aulas que deram pros meus pais. (O

PENSADOR,1999)

Quem incentivará docentes para que juntos, façamos uma revisão no

currículo?

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A escola! Todos nós somos co-responsáveis, mas ela tem um líder

que a dirige e lhe dá uma expressão.

É o gestor! Esta figura importante que define os rumos e aponta, muitas

vezes, o que lhe parece certo ou errado segundo suas convicções filosóficas.

Segundo BECHARA (2009), “diretor é aquele que governa, regulamenta,

dá a diretriz”.

Se o diretor/gestor é aquele que decide, sem sua colaboração e/ou

permissão, nenhuma proposta subsistirá nem mesmo a melhor, pois, tudo

dependerá da visão de mundo que este possua. Da filosofia que ele abraça.

Aos perceber os problemas que assolam a humanidade nestes dias e

tomar uma posição favorável ou contrária às necessidades da comunidade

escolar, certamente estas trarão conseqüências.

Quando reconhece seu papel e promove ações que facilitam a busca de

alternativas que realmente vão ao encontro dos menos favorecidos

economicamente, se torna um líder de verdade. No sentido mais bonito da

palavra! Quando as questões do dia a dia, as que nos afetam diretamente,

pertencem à comunidade escolar, tem muito mais chances de acertar e de

alcançar seus objetivos político-pedagógicos-educacionais.

A administração escolar não é uma prática neutra nem inofensiva, por isso,

precisa escolher se atenderá aos interesses da minoria dominadora ou da

O bom gestor precisa ter um olhar mais amplo e não focar apenas no

financeiro, no pedagógico ou na organização do espaço. Ser gestor é

preocupar-se com tudo isso e muito mais. É refletir sobre a função social da

escola.

Interagir com a comunidade escolar é vital para que a instituição de ensino

sobreviva. E o diretor é este facilitador que estreitará a parceria a fim de que

haja (re) educação e mudança.

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É fato que gerir uma escola não é tarefa fácil e simples. Muito pelo

contrário, pois envolve pessoas e estas são carregadas de emoções.

Não existem receitas prontas que garantam 100% de acerto, mas, há de

se convir que um líder atencioso, bom ouvinte, observador, que compartilha as

decisões fazendo com que o sentimento de pertença esteja fortalecido, que

delega tarefas, estimula e supervisiona com firmeza e sem agressividade, ao

contrário daquele que só pensa no administrativo e é arbitrário ou ainda

daquele que controla tudo com “mãos de ferro”, só reclama, se auto define

como o absoluto e dono da verdade, mantendo-se frio e distante de todos que

grande massa popular dominada e explorada pelos interesses dos capitalistas.

Para desempenhar seu papel, o diretor precisa da ajuda Nos dias atuais

ainda é comum tratar a escola como uma empresa capitalista que busca

autonomia, neutralidade e parcialidade.

O gestor está então, com a difícil tarefa de não oferecer à população, uma

educação assistencialista e muito menos, bancária. Ele precisa compreender a

dimensão política do seu papel e da função que desempenha. Não pode

esquecer que seu papel é servir a comunidade escolar.

Faz-se necessário tornar-se ou voltar a ser um diretor-educador que

promove ações para transformação daquilo que está posto em algo que

beneficia a população. E isso só se faz através da educação!

Todo educador deve buscar o saber e negá-lo é um crime!

De onde vem este profissional que dita regras, precisa ser centrado, e

totalmente convicto da importância de sua função?

Nas escolas privadas geralmente ele é o dono. Porém, na rede pública,

infelizmente em alguns municípios, ainda hoje esta decisão é tomada por

políticos que desejam reeleger-se ou ao seu candidato e realizam trocas de

favores.

O que mais entristece é saber que alguns diretores que ocupam esses

cargos não entendem nada de educação e por isso, reforçarão a manutenção

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do poder, da injustiça, da falta de acesso à informação enfim, negará o

direito à cidadania.

Felizmente temos notícias de escolas com gestão democrática onde o

líder se candidata e participa do processo de eleição escolar. Ele vota e é

votado, explana suas ideias e se eleito, valoriza, segundo suas convicções, a

função que desempenha.

Esta é a gestão democrática com a qual, um grande número de pessoas

sonha anos após anos!

A prática do gestor está comprometida com a formação de pessoas que

sejam capazes de dirigir seus caminhos e até mesmo, da nação. É

comprometida e revolucionária.

de toda comunidade escolar. E assim, o ciclo continua nessa relação de

interdependência. O líder deve reconhecer que precisa de seus subordinados e

estes devem interagir para que todos sejam beneficiados. Quando houver

entendimento de que a coesão do grupo fará toda a diferença, não haverá líder

nem liderado, mas alguém que responda pelas decisões coletivas que mudarão

a sorte de um grupo que antes oprimido, agora consciente, luta por seus

direitos.

Ser gestor então, além de ser uma grande responsabilidade é um enorme

privilégio!

O educador é um pequeno gestor!

Sim! Em sua sala de aula ele é aquele que comanda o grupo apontando

caminhos e possibilidades mesmo que o gestor não concorde plenamente, ele

possui vez e voz perante seus alunos (aqueles que em algumas questões não

tem saber) e deve fazer valer suas observações e ponto de vista, que

dependem é claro, de suas convicções.

De acordo com Bueno (2009), professor “é aquele que ensina uma

ciência”.

Quem escolhe o magistério fez uma escolha excelente!

Reger uma classe é estar disposto a enfrentar e superar seus limites e

dificuldades, buscar continuamente o saber e transmiti-lo de maneira criativa e

agradável a fim de seduzir e conquistar seus educandos.

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Neste trabalho, a autora tem ouvido companheiros e companheiras

relatarem sobre a infância e a adolescência épocas nas quais jamais pensaram

em ser educadores, tamanha a timidez que lhes impedia de falar em público,

ou seja, estar em evidência.

Conversaram sobre como superaram suas limitações e hoje estão à frente

de uma turma realizando sua função e tentando ajudar os que são tímidos para

que lutem, não fujam dos confrontos e se posicionem.

Ser professor é acreditar em si e em seus alunos vislumbrando o futuro, a

mudança. Mesmo que demore afinal, como diz GANDHI:

“Nós precisamos ser as transformações que queremos ver no mundo.”(IN

FREIRE,2010,p.35)

Todo gestor deve ser um professor. Todo professor é um gestor!

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Capítulo II

É BOM PRO MENINO... É BOM PRA MENINA. A

IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL.

O título deste capítulo é a faixa de número 11 do álbum “Criança é vida”, um

projeto social de educação em saúde desenvolvido em Pernambuco do qual a

pesquisadora tomou conhecimento ao realizar um Curso de Capacitação

Profissional no ano 2000, na Escola Municipal Mestra Fininha no bairro do

Barreto, município de Niterói.

Como se já não bastasse o ritmo envolvente do frevo, a letra da canção nos

ajudou a desenvolver a ”Festa dos alimentos” já citada na introdução deste

trabalho e ao pensar em aprender um pouco mais sobre gestão e alimentação

continuo afetada pela riqueza e simplicidade dos versos nela contidos. É um

primor!

Moura apresenta alguns conceitos que vale à pena receber destaque.

Alimentação: É um ato voluntário pelo qual o indivíduo consome produtos ou

substâncias que podem nutrir o organismo;

Alimento: É a fonte de matéria e de energia para o organismo;

Nutrição: É o conjunto de processos pelo qual um organismo utiliza a

energia dos alimentos, além de transformá-los em componentes próprios para

garantir seu desenvolvimento e sua manutenção.

Então, a alimentação é voluntária no sentido da escolha dos nutrientes que

irão construir o organismo, manter o bom funcionamento e repor os que foram

consumidos.

Reconhecemos que o crescimento e o desenvolvimento do corpo humano

estão totalmente ligados à alimentação.

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Como nós seres humanos podemos escolher, é fácil incluirmos em

nossa dieta guloseimas não tão recomendáveis. É difícil resistir a uma barra de

chocolate, balas, salgadinhos, um saco de pipocas, batatas fritas, refrigerantes

e outras delícias preparadas para nos dar prazer momentâneo e prejuízo futuro

e que em alguns casos como diabetes são irreparáveis.

Para reforçar a veracidade da questão o jornal “Extra” publicou em uma de

suas páginas:

FONTE: JORNAL EXTRA - CADERNO VIVA MAIS - ANO 2006 – PÁGINA 24.

FONTE: JORNAL EXTRA – CADERNO- VIVA MAIS-ANO 2007-PÁGINA 24.

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Ao ler a segunda reportagem, percebe-se a responsabilidade materna

durante a gestação, mas nós sabemos que se estende ao longo dos anos.

As crianças não sabem preparar suas próprias refeições! Elas são

dependentes dos pais ou responsáveis para o seu bem estar físico e

psicológico.

Rocha (2000) contribui para ampliar nossa visão:

“-Esperem um pouco- o médico disse: Criança

não tem juízo, mas adulto também não tem! Como é que vocês

querem que criança coma alface enquanto os outros comem

feijoada? Que comam frutas enquanto os outros comem

pudim? Por isso, doutor Mesquita e dona Mariquinha, esse

regime que eu passei para o Carlinhos é para toda a

família.”(ROCHA,2000, p.22)

O infante não pode assumir o papel de controlador ou fiscalizador dos

alimentos que serão ingeridos no grupo familiar a cada refeição. Até porque,

além de não ter maturidade para isso, as crianças (assim como alguns

adultos), são facilmente influenciáveis pela televisão.

Contemos mais uma vez com a contribuição de ROCHA:

“...Com o Batata aconteceu uma coisa engraçada.

Pelo apelido dele você já pode imaginar como ele era

gorducho.(ROCHA,2000, p.06)

Mas também ele vivia comendo o dia inteiro. Tudo o

que ele via anunciado pela televisão ele queria: queijinho que

vale por um bifinho, achocolatado da Miúcha,, macarrão da

Patrícia, Milquicheique do Bubu, pipoca do Gatinho, biscoito do

Xuxu, Coca-bola e tudo! Acho que ele nem sabia se era

gostoso ou se era uma porcaria. Era só mania de ir atrás do

que a televisão dizia.”(ROCHA,2000, p.08)

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Temos então, um instrumento poderosíssimo para seduzir e influenciar a

escolha dos alimentos: A televisão!

A televisão é um recurso que atende à família prestando um bom serviço

quando o assunto é informação (embora na maioria das emissoras, esta seja

manipulada) e, prejuízos, quanto a regras de conduta veiculadas

principalmente através das propagandas.

Nos últimos anos, além de informar e deformar, a tevê ocupa o posto de

babá nas classes populares, pois geralmente não sobram recursos financeiros

para pagar uma pessoa ou aula de natação e/ou cursos de línguas, por

exemplo.

O tempo de exposição das crianças à tevê tem aumentado

consideravelmente e este fato contribui para que ela exerça uma influência

ainda maior.

Grandes empresários do ramo alimentício investem em propagandas

cada vez mais criativas para seduzir o público infantil.

Este poder é tão forte que manipula até mesmo alguns adultos. Uma

determinada marca de refrigerante investe tanto na “lavagem cerebral” que

pessoas que tem preferência, ao chegar a uma lanchonete, solicitam

automaticamente esta bebida como se fosse ela, a única opção. Poucos

resistem!

Na tentativa de ampliar o olhar, basta começar a observar os reclames.

No horário destinado ao público infantil não existe propaganda sobre

alimentos saudáveis. É possível assistir algumas dos derivados do leite que

possuem qualidades que “de caso pensado” lhe são atribuídas.

A televisão vende bem. Ela sabe explorar!

Explorar! Esta deve ser a palavra de ordem da escola. Explorar todos os

recursos possíveis para difundir o saber.

Algumas pessoas dizem que a escola não tem condições de competir

com a televisão. Mas não é uma competição. Ela pode ser uma aliada se os

educadores souberem utilizá-la!

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Assistir a tevê de maneira crítica pode ser a forma de inculcar nos

estudantes uma reflexão sobre os conteúdos que podem fazer diferença

positiva para sua vida. É preciso levar a televisão para dentro da sala de aula!

A força das imagens a serviço do consumo de produtos inadequados à

fase de desenvolvimento faz toda diferença visto que a alimentação possui um

papel extremamente importante na vida das pessoas.

No período escolar o metabolismo é muito intenso e a ingestão de

alimentos não saudáveis compromete a capacidade de raciocínio e

memorização, dificulta o crescimento além de aumentar a chance do infante,

tornar-se obeso e/ou ficar desnutrido.

É notório que: “Alimentos e seus subtítulos (origem dos alimentos,

Classificação dos alimentos)” estão inseridos no Currículo escolar.

Desta forma a escola torna-se um lugar mais que privilegiado para

promover hábitos saudáveis de alimentação já que este espaço é frequentado

por crianças e adolescentes durante, no mínimo, 20 horas semanais.

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)

9394/96, o Título II Dos PRINCÍPIOS e FINS da EDUCAÇÃO NACIONAL:

Art.2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de

liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Pensar no “pleno desenvolvimento do educando” também nos faz lembrar

que o aspecto físico e intelectual estão interligados ou que o segundo depende

do primeiro.

De acordo com Moura:

“A participação da escola na alimentação infantil ocorre de dois modos: direto e

indireto (MOURA, 1993, p.195)”

O mesmo autor nos diz que a participação direta está representada pelo

Programa de Merenda escolar e a indireta refere-se a educação nutricional nos

conteúdos escolares de Ciências, programas de saúde e de biologia das redes

públicas e particulares.

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A merenda escolar oferecida nas escolas da rede oficial de ensino é de suma

importância, pois existe um número significativo de alunos atendidos pelo programa

acima citado.

Visto que a merenda escolar deve proporcionar alimentos que contenham

bom valor nutricional e que, principalmente nos dias atuais é possível contar

com a presença e a supervisão de uma nutricionista, a reeducação tem mais

chances de acontecer.

Nas escolas da rede privada, uma porcentagem irrisória (se comparada

ao quantitativo de alunos matriculados nas escolas da rede oficial) tem o

privilégio de contar com uma profissional dessa categoria para reforçar o

quadro de funcionários que juntos cumprirão o programa e a Lei.

É preciso lembrar que apenas os alunos da classe A e B possuem esse

privilégio, pois, para as crianças e adolescentes das classes C e D não existem

recursos financeiros nas chamadas “escolas de fundo de quintal” para investir

em reeducação.

De acordo com a Lei nº11947 de 16 de junho de 2009, entende-se por

“alimentação” todo alimento oferecido no ambiente escolar, independentemente

de sua origem, durante o período letivo.

Assim, os alimentos que se consome de maneira repetida no dia a dia

caracterizam o hábito ou o comportamento de acordo com a influência que a

pessoa recebe.

Algumas pessoas e de maneira muito especial as crianças, são

facilmente influenciáveis e nós, seres humanos, aprendemos com o nosso

semelhante. Aprendemos pelo exemplo!

O núcleo familiar é a primeira escola onde a criança aprende e apreende

ensinamentos que geralmente, servirão de parâmetro para suas ações futuras

pelo resto de suas vidas.

Sendo assim, o incentivo ao consumo de alimentos ricos em nutrientes

deveria começar no lar. Porém, nos programas matinais dirigidos ao público

feminino, é muito comum a propaganda de “papinhas” prontas para bebês,

pois, segundo dizem a dona de casa moderna não tem tempo a perder visto

que desempenha vários papéis.

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E, quando o incentivo ou a oferta de alimentos frescos não vem de

casa, a escola pode e deve contribuir para promover a reeducação alimentar.

As crianças são fortes aliados e levam a “mensagem para casa”.

Vale à pena investir nesse público pela sua fidelidade e força de

pressão. A televisão que o diga!

A maioria dos alimentos é formada por seis grupos de substâncias cujos

teores são variáveis e fornecem nutrientes indispensáveis ao organismo

humano.

Nosso corpo precisa de proteínas, lipídios ou, óleos e gorduras,

carboidratos, vitaminas, minerais e água.

As proteínas constituem a estrutura do corpo e por isso são fundamentais

para o corpo infantil, pois, este está em formação.

A água é o meio de transporte dos nutrientes e o meio de eliminação dos

resíduos, e é importante na manutenção da temperatura do nosso corpo.

Os carboidratos nos dão força e energia para realizar as atividades

diárias.

As vitaminas são reguladores que mantêm a normalidade das diversas

funções do nosso organismo.

As crianças necessitam de uma alimentação mais rica em proteínas e

carboidratos, pois, estão em fase de crescimento e desenvolvimento e o

consumo de energia é muito maior.

Que máquina fantástica. Que criação divina! Tudo perfeito, interligado e

interdependente!

Pensar que a ausência e/ou carência de qualquer um desses elementos

pode afastar, ainda que temporariamente, a criança da sala de aula, é motivo

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mais que suficiente para repensarmos nosso papel de

gestor/educador/formador de opinião!

Incentivar uma alimentação saudável, variada, rica em vegetais e leite é

uma boa alternativa. Mas como a criança reproduz o exemplo, a prática ou o

consumo diário desses elementos pelo educador, com o tempo, tende a “atrair

multidões” começando com o seu pequeno grupo.

Se a cantina da escola só oferece os lanches industrializados, o

professor pode levar seu farnel alternativo: bolo de cenoura com cobertura de

chocolate, bolo de beterraba, bolo de casca de banana, leite com morango,

limonada, vitaminas... As opções são variadas.

Algumas escolas já mudaram seu currículo e acrescentaram aulas de

culinária (às vezes oferecidas pelas próprias professoras-pesquisadoras, que

demonstram interesse e preocupação com este tema) outras, desenvolvem o

tema “Alimentação” durante todo o ano promovendo saídas pedagógicas para

visitar Horti-fruits, supermercados, postos de saúde, recebendo e/ou

contratando nutricionistas, dispondo um espaço para cozinha experimental e

refeitório onde são servidas as refeições preparadas de acordo com as

necessidades nutricionais.

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Escola Estação do Aprender em Santa Rosa – Niterói.

Revista CFN (Conselho Federal de Nutricionistas) Nº34- 2011.

Cabe à escola estimular o consumo de alimentos saudáveis garantindo a

saúde e bem estar das crianças.

Começar não parece uma tarefa fácil nem simples. Mas vale tentar, pois, as

experiências provam que dá certo. Além disso, as coisas conquistadas com

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sacrifício e dedicação nos trazem orgulho, renovam nossas esperanças e

servem de exemplo e estímulo para outras pessoas, quer, sejam elas

educadoras quer não!

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Capítulo III

Joãozinho, Maria, Amanda e Carlinhos visitam a

cantina escolar.

As histórias: “Joãozinho e Maria”, recontada por Ruth Rocha, FTD “Amanda

no país das vitaminas” – Leonardo Mendes Cardoso – Editora do Brasil e “No

tempo em que a televisão mandava no Carlinhos...” Também da Ruth Rocha –

FTD- inspiram a autora a pensar sobre a cantina escolar e as guloseimas (e

atualmente, figurinhas da novela Carrossel versão brasileira exibida pelo SBT)

comercializadas neste espaço que pode ser transformado em um lugar de

reeducação alimentar.

No primeiro texto temos a história de um lenhador pobrezinho que por

vezes, passava fome com sua família.

Para resolver o problema e após uma tentativa frustrada, deixa seu casal

de filhos na floresta e estes, caminham e acabam encontrando uma casa feita

de doces. Que delícia! Nós já conhecemos algumas versões e seu final.

“Amanda no país das vitaminas” nos conta sobre uma menina magricela

que só comia baboseiras, cheias de corantes, conservantes e outros produtos

químicos atraentes e deliciosos. Hum...

Um dia Amanda adormece, sonha e cai no fundo da gaveta da geladeira

de sua casa. O final também é previsível, mas encanta contadores de histórias

e o público pela simplicidade e oportunidade de trabalho para o educador que

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se reconhece agente transformador! Um excelente Suplemento acompanha

o livro e trás sugestão de experiência e de pesquisas importantes além de

atividades de coordenação visomotora igualmente interessantes. Vale à pena

adquirir o livro!

Mas “No tempo em que a televisão mandava no Carlinhos” é instigante,

reflexiva, informativa e política, muito política!

Conta-nos a história do Carlinhos que já foi: Bola, Bolão, Bolacha, Gordo e

Batata. É fácil entender os diversos apelidos!

O menino não se conforma em ser chamado de Batata e mais uma vez

influenciado pela televisão, resolve “acabar” com seu problema!

Essa preciosidade fala sobre a importância da educação para o consumo,

sobre a “babá eletrônica”, reeducação alimentar além de definir propaganda,

alimento, serviço público e oferecer outras informações pertinentes.

Os doces da casa da bruxa, as baboseiras consumidas pela Amanda e as

porcarias que o Carlinhos comia sem mesmo importar-se com o sabor estão

todas nas propagandas televisivas e nas cantinas escolares!

Para falarmos de cantina, primeiro veremos a importância da merenda

escolar.

De acordo com a nutricionista Lucimere Marinho Jardim, que trabalha no

Centro Educacional Estação do Aprender, sito à Rua Dr. Sardinha, nº 97, bairro

Santa Rosa- Niterói- RJ. a merenda escolar possui três funções básicas:

ü Manter o índice glicêmico pois, se este estiver baixo, a concentração

diminui dificultando a aprendizagem;

ü Oferecer energia através das pequenas refeições a fim de que a criança

tenha disposição para estudar, correr, brincar etc;

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ü Valorizar o convívio social, pois, tudo tem a ver com comida. As

crianças sentam-se à mesa e conversam sobre suas famílias, suas

brincadeiras e vivências.

Em relação ao mesmo assunto, ou seja, merenda escolar, o Dr.

Leonardo M. Cardoso nos mostra a veracidade das informações

fornecidas pela nutricionista de forma lúdica:

“ ...Só comia baboseiras, dessas que são vendidas em saquinhos, cheias

de corantes, conservantes e outros produtos químicos.

“Ela era muito inteligente, porém não estava indo bem nos estudos.

Vivia com desânimo, dores nas pernas e, por vezes, não tinha sequer o ânimo

de ficar em pé por muito tempo”. (Cardoso, 1998, págs. 04 e 06).

É interessante ler a Regulamentação da Comercialização de

Alimentos em Escolas no Brasil: Experiências estaduais e municipais

(2007) e o Manual das Cantinas Escolares Saudáveis: Promovendo a

Alimentação Saudável (2010) ambos do Ministério da Saúde pois os

dois Documentos afirmam ser o ambiente escolar prioritário para a

promoção da saúde por caracterizar-se como espaço de formação e

potencialização de hábitos e práticas saudáveis, no qual as pessoas

passam no mínimo quatro horas por dia, aprendem e trabalham.

A autora deste texto aplicou um questionário sobre a cantina

escolar. O mesmo foi entregue a 38 pessoas entre alunos, professores

e coordenadores e, destas, 31 o responderam.

Perguntadas sobre a importância da merenda escolar e sobre o

tempo destinado à mesma...

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Os gráficos nos mostram que o tempo é reduzido (mal dando para

alimentar-se).

Realmente é preciso reeducar todas as pessoas que ocupam o

espaço escolar independentemente de suas funções.

Mas, os textos elaborados pelo Ministério da Saúde também afirmam

que, atualmente, o ambiente escolar contribui de forma sistemática para

a adoção de práticas consideradas não saudáveis por crianças. Isto é

muito ruim!

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O Manual das

pelo entendimen

escola e serviço

forças para que

Este texto com

Alimentos em E

l das Cantinas Saudáveis diz que estabelecer

dimento da relação que o “Trio da Alimen

serviço de saúde)” possui. É preciso estar

que a reeducação aconteça e a saúde se faç

to complementa a Regulamentação da Com

em Escolas no Brasil que afirma que as hab

34

elecer a saúde passa

Alimentação (família,

estar unido e somar

se faça presente!

Comercialização de

as habilidades que a

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escola busca promover como a autonomia, a criticidade, a auto-

estima dentre tantas outras, colaboram em muito com a promoção da

saúde contribuindo para a prática alimentar saudável.

No Centro Educacional Estação do Aprender, não existe cantina nem

para os alunos do Ensino Fundamental I.

E este é, segundo Lucimere Jardim, o grande diferencial que a

instituição possui para aumentar o número de alunos.

Todos os responsáveis trabalham mais, tem a opção de almoçar

com sua criança. Basta conferir o cardápio no site da escola, chegar no

horário, servir-se, pagar a importância estipulada e ter o privilégio de

estar com o filho ou a filha num momento tão importante, saber sobre

as atividades realizadas até então e conhecer seus colegas.

Vejamos alguns exemplos de cardápios disponibilizados no site:

www.estaçaodoaprender.com.br

Cardápios da semana 20 a 24 de agosto de 2012. Ensino

Fundamental I.

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Cardápio da semana 20 a 24 de agosto de 2012. Educação Infantil (a

partir de 03 anos).

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Cardápio da semana 20 a 24 de agosto de 2012. Ensino Fundamental I.

Isento de lactose.

Indubitavelmente, este é um luxo, do qual poucos podem participar

principalmente no que tange a questão financeira. Seria o ideal!

Os dois textos do Ministério da Saúde reconhecem que as

propagandas influenciam a escolha dos alimentos que serão consumidos por

crianças, adolescentes e adultos dentro e fora da escola.

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É fácil perceber então, que o que escolhemos para comer não está ligado

apenas ao nosso gosto, mas infelizmente, às propagandas veiculadas nos

meios de comunicação. Temos na televisão um poderoso recurso público (no

sentido de que, hoje em dia, é praticamente impossível existir uma residência

onde este aparelho inexista e dite regras de conduta para seus

telespectadores). Seu veneno é ofertado em doses homeopáticas e as pessoas

não percebem o seu domínio, a sua manipulação. Chega a ser uma covardia!

Não nos causa estranheza o fato das pessoas entrarem em contradição, o fato

da maioria das pessoas responderem que recebe influência de comerciais e de amigos

e nas perguntas 08 e 09, afirmarem não recebê-la. Realmente “A propaganda é a alma

do negócio!”

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Como é possível perceber, a tevê e a cantina escolar contribuem para uma

alimentação onde a satisfação se sobreponha à saúde e bem estar físico no

presente e principalmente, no futuro quando a pessoa chegar a terceira idade e

os problemas causados pela má alimentação associada, possivelmente, à falta

de exercício físico combinados ao fumo e à bebida trarão consequências

irreversíveis.

Na Regulamentação, existe o relato de uma proposta de curso de

capacitação para cantineiros. É uma boa alternativa se observarmos que ainda

existe resistência por parte desses trabalhadores e pelos gestores que, por

justificar que a cantina aumenta a receita, contribuindo para o pagamento de

contas e por entender que este tema é utópico visto que, as pessoas não

deixarão de consumir os produtos recomendados pelo Ministério da Saúde no

Manual das Cantinas Escolares Saudáveis.

Durante as conversas e aplicação dos questionários, a pesquisadora

percebeu que alguns diretores desconhecem a existência deste material além

de não cumprir a legislação que sugere uma lista de alimentos recomendáveis

para venda na cantina escolar.

Todas as pessoas participantes da pesquisa já ouviram falar sobre o Projeto

de Lei nº.6.890 de 2006 que proíbe a venda de determinados produtos:

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É possível levantarmos algumas questões: De fato, é impossível registrar

na mente todas as informações, todavia um gestor competente não deveria ser

um eterno estudante visto que tamanha é a sua responsabilidade com as vidas

que de certa forma lhe foram confiadas? Os órgãos fiscalizadores não fazem

seu papel? Quem autoriza o funcionamento desses estabelecimentos? Quando

os funcionários da prefeitura chegam às escolas não fazem uma inspeção

geral? Se um (?) gestor não crê na mudança como se pensa um educador?

Vale à máxima “Em casa de ferreiro, espeto de pau”? Ou seja, eu sou

educador, mas não educo em todos os sentidos? Na amplitude da palavra?

Gabriel, O Pensador pode nos ajudar a ampliar o olhar:

“Eles me tratam como ameba e assim eu não raciocino

Não aprendo as causas e consequências só decoro os fatos.”

“Vocês tratam a educação como um negócio onde a ganância a

exploração e a indiferença são sócios

Quem devia lucrar só é prejudicado”

É sabido e notório que as escolas mais populares necessitam da verba que a

cantina oferece e na maioria das vezes, este espaço pertence aos próprios gestores

ou a algum membro da família deste que divide as despesas e o lucro obtido neste

lugar. Nosso papel não é julgar e sim, refletir sobre as possibilidades de mudança para

a promoção da saúde.

Sendo assim, a possibilidade de oferecer refeição, lanche saudável e cursos para

os donos/trabalhadores de cantinas nos parece a melhor alternativa.

De acordo com o Manual das Cantinas Escolares Saudáveis, a alimentação precisa

ter o resgate de hábitos alimentares regionais como principal objetivo. É preciso

valorizar e estimular o consumo de alimentos in natura que são produzidos no próprio

local de habitação. Desta forma, o custo será menor, pois valerá a lei da oferta e da

procura.

A cantina escolar é um espaço ativo já que, praticamente, todas as pessoas passam

por ali durante o recreio ou intervalo entre uma aula e/ou turno.

Seria muito bom poder oferecer ao Carlinhos, à Amanda, ao Joãozinho, Mariazinha

e a outras crianças, através de uma vitrine do tipo que encontramos nas lanchonetes,

a exposição de frutas, pães e biscoitos integrais, bolo de cenoura, laranja, beterraba...,

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saber que no freezer tem picolé de cupuaçu, de manga, amendoim, morango;

poder beber um delicioso e nutritivo morango com leite, abacaxi com hortelã, tomar

uma vitamina de banana com aveia e tantas outras possibilidades que certamente

exigiria um esforço coletivo e prolongado até que novos hábitos alimentares se

consolidassem.

Certamente, valeria à pena, pois todo trabalho que dá bons frutos é mais valorizado

e renova as esperanças daquele que o realizou além de ampliar o olhar daqueles que

pensavam ser a educação uma utopia principalmente, a alimentar.

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CONCLUSÃO.

A reeducação alimentar passa obrigatoriamente, pela escola visto que, o

tema Alimentação consta no currículo desde o Ensino Infantil até o Ensino

Médio aumentando somente o nível de informações e o grau de dificuldade.

Como pudemos perceber, a televisão segue na mão-contrária e é uma

grande aliada das indústrias alimentícias ditando regras e valores além, de

elaborar um cardápio pobre em nutrientes, mas de indiscutível apelo visual.

A escola por sua vez é verdadeiramente um lugar privilegiado para se

consolidar a práxis desse tema extremamente relevante. Cabe ao gestor utilizar

o maior veículo de comunicação para devolver o troco ao opressor. Mas

infelizmente, a questão financeira está falando mais alto que a filosofia de

educação. Há uma contradição entre o imediato aumento da receita e o dever

de educar na plenitude da palavra. É possível ser a ao invés de mais uma

escola!

Faz-se necessário manter os olhos e ouvidos atentos para as necessidades

dos educandos! É preciso persistir em seus ideais para não se deixar

corromper nem tampouco prejudicar a saúde dos estudantes das classes

populares que num futuro não muito distante, serão trabalhadoras e

trabalhadores obesos, fracos, indispostos enfim, sem saúde.

É possível obter lucro sem prejudicar a saúde dos educandos. Alternativas

existem e outras podem ser elaboradas se não mantivermos o foco no retorno

financeiro a curtíssimo prazo. Agir de forma diferente fará toda a diferença! É

fato que dá trabalho, mas educar é um processo demorado, é um investimento

a perder de vista. Porém, o sabor da conquista não tem preço!

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BIBLIOGRAFIA.

BRASIL. Manual das Cantinas Escolares Saudáveis. Promovendo a

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ROCHA, Ruth. Joãozinho e Maria. Recontado por Ruth Rocha. São Paulo:

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www.estaçaodorender.com.br Centro Educacional Estação do Aprender-

Niterói. (acesso em 17/08/2012)

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/obesidade_desnutrica o.pdf

Ministério da Saúde – Brasília- DF (acesso em 09/06/2012).

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Anexo I

Estudo Errado Gabriel O Pensador Eu tô aqui Pra quê? Será que é pra aprender? Ou será que é pra sentar, me acomodar e obedecer? Tô tentando passar de ano pro meu pai não me bater Sem recreio de saco cheio porque eu não fiz o dever A professora já tá de marcação porque sempre me pega Disfarçando espiando colando as prova dos colegas E ela esfrega na minha cara um zero bem redondo E quando chega o boletim lá em casa eu me escondo Eu quero jogar botão, vídeo-game, bola de gude Mas meus pais só querem que eu "vá pra aula!" e "estude!" Então dessa vez eu vou estudar até decorar cumpádi Pra me dar bem e minha mãe deixar ficar acordado até mais tarde Ou quem sabe aumentar minha mesada Pra eu comprar mais revistinha (do Cascão?) Não. De mulher pelada A diversão é limitada e o meu pai não tem tempo pra nada E a entrada no cinema é censurada (vai pra casa pirralhada!) A rua é perigosa então eu vejo televisão (Tá lá mais um corpo estendido no chão) Na hora do jornal eu desligo porque eu nem sei nem o que é inflação - Ué não te ensinaram? - Não. A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil Em vão, pouco interessantes, eu fico pu.. Tô cansado de estudar, de madrugar, que sacrilégio (Vai pro colégio!!) Então eu fui relendo tudo até a prova começar Voltei louco pra contar: Manhê! Tirei um dez na prova Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova Decorei toda lição Não errei nenhuma questão Não aprendi nada de bom Mas tirei dez (boa filhão!) Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi

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Decoreba: esse é o método de ensino Eles me tratam como ameba e assim eu não raciocino Não aprendo as causas e conseqüências só decoro os fatos Desse jeito até história fica chato Mas os velhos me disseram que o "porque" é o segredo Então quando eu num entendo nada, eu levanto o dedo Porque eu quero usar a mente pra ficar inteligente Eu sei que ainda num sou gente grande, mas eu já sou gente E sei que o estudo é uma coisa boa O problema é que sem motivação a gente enjoa O sistema bota um monte de abobrinha no programa Mas pra aprender a ser um ingonorante (...) Ah, um ignorante, por mim eu nem saía da minha cama (Ah, deixa eu dormir) Eu gosto dos professores e eu preciso de um mestre Mas eu prefiro que eles me ensinem alguma coisa que preste - O que é corrupção? Pra que serve um deputado? Não me diga que o Brasil foi descoberto por acaso! Ou que a minhoca é hermafrodita Ou sobre a tênia solitária. Não me faça decorar as capitanias hereditárias!! (...) Vamos fugir dessa jaula! "Hoje eu tô feliz" (matou o presidente?) Não. A aula Matei a aula porque num dava Eu não agüentava mais E fui escutar o Pensador escondido dos meus pais Mas se eles fossem da minha idade eles entenderiam (Esse num é o valor que um aluno merecia!) Íííh... Sujô (Hein?) O inspetor! (Acabou a farra, já pra sala do coordenador!) Achei que ia ser suspenso mas era só pra conversar E me disseram que a escola era meu segundo lar E é verdade, eu aprendo muita coisa realmente Faço amigos, conheço gente, mas não quero estudar pra sempre! Então eu vou passar de ano Não tenho outra saída Mas o ideal é que a escola me prepare pra vida Discutindo e ensinando os problemas atuais E não me dando as mesmas aulas que eles deram pros meus pais Com matérias das quais eles não lembram mais nada E quando eu tiro dez é sempre a mesma palhaçada Manhê! Tirei um dez na prova

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Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova Decorei toda lição Não errei nenhuma questão Não aprendi nada de bom Mas tirei dez (boa filhão!) Encarem as crianças com mais seriedade Pois na escola é onde formamos nossa personalidade Vocês tratam a educação como um negócio onde a ganância a exploração e a indiferença são sócios Quem devia lucrar só é prejudicado Assim cês vão criar uma geração de revoltados Tá tudo errado e eu já tou de saco cheio Agora me dá minha bola e deixa eu ir embora pro recreio...

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ANEXO II.

CD Criança é Vida - Letras das Músicas

É bom pro menino, é bom pra menina Luiz Macedo / Fernando Salém

Alface, limonada e tangerina Ai que delícia, minha gente !!! Verduras, frutas pura vitamina

Assim eu fico esperto e não fico doente.

É bom pro menino, É bom pra menina Essa tal de vitamina

Leite, ovo, peixe e carne bovina

Ai que delícia, animal !!! Eu fico muito forte com a proteína

E arraso no esporte radical.

Lentilha, soja, milho e feijão Ai que delícia, vegetal !!!

Eu como e me divirto de montão Essa tal de proteína é genial.

É bom pro menino, É bom pra menina

Essa tal de proteína

Fubá, pão, arroz e macarrão Ai que delícia, que alegria !!!

Eles tem carboidrato meu irmão Eles me dão força e energia.

É bom pra todo mundo, é um barato

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Esse tal de carboidrato

Pra ficar forte proteína Pra ter energia carboidrato

Pra não ficar doente vitamina Tem um pouco de tudo no meu prato

É bom pro menino, É bom pra menina

Essa tal de vitamina

É bom pra todo mundo, é um barato Esse tal de carboidrato

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ANEXO III.

Jogos Educativos.

Alimentação saudável

Objetivos da atividade

Avaliar o conhecimento dos alunos a respeito de alimentação saudável antes do

professor falar sobre o assunto.

Introduzir conceitos de alimentação saudável através da pirâmide dos alimentos.

Conhecimentos prévios necessários:

Conhecimentos “informais”, ou seja, conhecimentos adquiridos sem a interferência do

professor

Materiais necessários

Ø Desenho de um personagem (x)

Ø 04 sacolas transparentes (use saco de lixo, por exemplo), contendo diversos

tipos de embalagens, figuras ou nomes de alimentos, sendo:

Ø 01 sacola com doces, refrigerantes, salgadinhos (A)

Ø 0 1 sacola com vegetais e frutas (B)

Ø 01 sacola com arroz, carne, feijão, leite e pão (C) Ø 01 sacola com um pouco de alimentos de cada grupo (D)

Procedimentos

Mostre as sacolas aos alunos e pergunte qual dessas sacolas o personagem x deve

escolher para ter uma boa alimentação. Espere a resposta da turma e mostre o que

aconteceria com x em cada caso:

A = x engordaria

B = x emagreceria, não teria energia para brincar, estudar, trabalhar nem cresceria

o suficiente.

C = ficaria doente com facilidade pela falta de vitaminas, fibras e minerais.

D = saúde! x teria energia e força para as atividades.

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Explique que, para ter uma alimentação saudável, não precisamos deixar de

comer nada, só ter cuidado com a quantidade que comemos de cada alimento.

Nós somos seres inteligentes e podemos fazer boas escolhas, como por exemplo,

dar preferência aos alimentos que nos mantêm saudáveis.

Esse é o momento de explicar a Pirâmide dos alimentos.

Grupos de alimentos

Objetivos da atividade

Associar alimentos específicos a alimentos genéricos (ex.: associar maçã a fruta,

arroz a cereais etc).

Introduzir conceitos de alimentação saudável através da pirâmide dos alimentos.

Conhecimentos prévios necessários

Explique apenas que cada divisão da pirâmide representa o grupo de alimentos nela

escritos.

Materiais necessários

Ø Pirâmide dos alimentos com os nomes dos alimentos ao invés de figuras

(ex: escreva na base - cereais, pães e massas, em vez de desenhar esses produtos)

Ø 0 1 sacola escura (não transparente)

Ø Algumas embalagens, produtos ou alimentos de cada grupo de alimentos da

pirâmide

Procedimentos

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Coloque as embalagens e alimentos na sacola. Peça para alguns alunos retirarem

um alimento, olhar para a pirâmide e dizer a qual grupo ele pertence.

Terminada a atividade, mostre e explique a pirâmide dos alimentos com figuras,

, para que os alunos gravem melhor. Fixe a pirâmide num mural, se possível.

Quantidade de alimentos

Objetivos da atividade

Avaliar o conhecimento dos alunos a respeito de alimentação saudável antes do

professor falar sobre o tema.

Introduzir conceitos de alimentação saudável através da pirâmide dos alimentos.

Conhecimentos prévios necessários

Conhecimentos “informais”, ou seja, conhecimentos adquiridos sem a interferência do

professor.

Materiais necessários

Ø Esquemas da pirâmide (sem preencher) – 1 esquema para cada aluno (do

tamanho de uma folha comum)

Ø Figuras de alimentos (recortes de revista, desenhos etc) e frascos de cola

Procedimentos

Cada aluno recebe um esquema e algumas figuras (dos diferentes grupos).

Explique que as divisões de tamanhos diferentes dentro da pirâmide representam a

quantidade de certos alimentos que devemos comer diariamente. Ou seja, na base da

pirâmide estão os alimentos que devemos comer em maior quantidade e assim por

diante.

Entregue, para cada aluno, algumas figuras de alimentos dos diferentes grupos. Os

alunos deverão colar as figuras nos lugares onde acham que é certo (antes de

conhecerem a pirâmide dos alimentos). Por exemplo: se o aluno acha que o alimento

que devemos comer em maior quantidade é a carne, deve colar a figura na base.

Depois que a turma colar todas as figuras, recolha o material.

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Observe o resultado e discuta alguns casos perguntando por que colaram tal

alimento num determinado local da pirâmide. Escolha os erros mais comuns. Pergunte

a opinião de outros alunos, estimule a participação da turma.

Explique a pirâmide dos alimentos e mostre uma original.

Jogo: “lembra-lembra” de alimentos

Objetivo da atividade

Conhecer melhor as diferentes características dos alimentos (grupos de alimentos,

fonte de nutrientes, funções etc).

Conhecimentos prévios necessários

Grupos de alimentos, funções dos alimentos (energéticos, construtores, reguladores),

entre outros necessários de acordo com as variações para esta atividade

Procedimentos

Essa brincadeira é uma espécie de poema, usando sempre o verbo lembrar, no

seguinte esquema:

ü X que lembra Y

ü Y que lembra Z

ü Z que lembra...

O professor escreve uma frase no quadro com um alimento qualquer. Cada aluno irá

continuá-la com o que lhe vier em mente. Exemplo:

ü Pão que lembra...

ü Possíveis respostas:

ü Pão que lembra queijo

ü Queijo que lembra leite

ü Leite que lembra vaca

ü Vaca que lembra carne...

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Cada aluno lê o seu “lembra-lembra” para a turma. Peça para os alunos criarem

pelo menos cinco versos, partindo de um mesmo alimento. Os alunos devem associar

os alimentos citados aos grupos de alimentos correspondentes.

Jogo da memória

Objetivo da atividade

Conhecer melhor os alimentos (grupos, funções, fontes de nutrientes etc).

Conhecimentos prévios necessários

Saber o que são os alimentos, os grupos em que se dividem, suas funções e

características. A pirâmide dos alimentos pode ser usada para introduzir tais

conhecimentos.

Materiais necessários

Ø Recortes de revista, desenhos ou figuras de alimentos dos diferentes grupos

de alimentos da pirâmide

Ø Cartaz com a pirâmide dos alimentos com figuras

Ø Colar ou escrever todos os itens em um papel duro (como cartolina), que deve

ser recortado em forma de cartas de baralho (do mesmo tamanho e cor).

Procedimentos

O professor mostra e explica a pirâmide dos alimentos antes de começar o jogo.

O jogo da memória consiste em mostrar todas as cartas, depois virá-las de cabeça

para baixo e misturá-las. O aluno deve virar uma das cartas e descobrir onde está o

par que lhe corresponde. Tal par deve ser exatamente igual ou que tenha alguma

relação com a primeira. Exemplo:

ü Os alimentos fazem parte de um mesmo grupo de alimentos;

ü Fazem parte de uma mesma refeição;

ü Devem ser consumidos por pessoas obesas;

ü Devem ser evitados por pessoas obesas;

ü Devem ser consumidos por pessoas desnutridas;

ü São da mesma origem (vegetal ou animal);

ü São fontes de um mesmo nutriente

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Quadro de vitaminas

Objetivo

Conhecer melhor os nomes, as funções e as fontes de vitaminas, através da

montagem de um quadro ilustrativo.

Conhecimentos prévios necessários.

Aula sobre as principais vitaminas: tipo, funções simplificadas e fontes

alimentícias.

Materiais necessários: Ø Cartolina ou papel cartão;

Ø Régua;

Ø Pincel atômico;

Ø Figuras de alimentos ou lápis de cor;

Ø Cola

Procedimentos

Construa com os alunos um quadro com três colunas: uma para os

nomes das vitaminas; uma para as funções e outra para as fontes

alimentares das vitaminas.

Escreva os nomes das principais vitaminas ou daquelas que foram

explicadas durante a aula.

Peça para os alunos citarem as funções dessas vitaminas e escreva-

as na coluna ao lado.

Os alunos deverão colar no quadro recortes de revistas com figuras

de alimentos, de acordo com as fontes alimentares das vitaminas.

Também poderão substituir ou complementar as figuras de revistas com

desenhos de alimentos.

Variedades da atividade: Quadro de minerais, Quadro de proteínas ou

Quadro de carboidratos.

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Jogo da Digestão

Objetivo:

Entender de forma lúdica o processo da digestão.

Conhecimentos prévios:

Conhecer e reconhecer o sistema digestório.

Materiais necessários:

Ø Dois dados;

Ø Cartelas do jogo;

Ø Tampinhas de refrigerante

Procedimentos:

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As crianças jogarão num painel, apresentado como um tubo

digestório, subdividido em setenta casas numeradas de 1 a 70, das

quais 13 estão assinaladas em cores diferentes por representarem

órgãos do aparelho digestório.

As crianças poderão jogar em grupos de no máximo 04 pessoas.

Lançarão os dados, um de cada vez e andarão com suas tampinhas

tantas casa indicadas pelos dados.

Quando forem atingidas as casas assinaladas, as crianças devem

pedir instruções à professora, que lerá para a turma as informações

científicas sobre o órgão correspondente e, a seguir, dará partida para o

avanço ou o recuo no jogo.

O grupo que atingir o final do tubo digestório em primeiro lugar

ganhará o jogo.

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QUESTIONÁRIOS.

Questionário sobre alimentos consumidos na cantina escolar

Nome:

Idade: Grau de instrução:

Nome da Instituição de Ensino:

Função que desempenha na escola:

1- Você sabe qual a importância da merenda escolar? Se você sabe,

escreva.

R:

2- Quanto tempo dura o intervalo destinado à merenda?

R:

3- Você compra merenda na escola? Por quê?

R:

4- Que alimentos você compra na cantina?

R:

5- Como você conheceu estes alimentos?

R:

6-Você conhece os ingredientes usados para preparar seu lanche

favorito?

R:

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7-Você costuma trazer lanche de casa? De que tipo?

R:

8-Você recebe influência na hora de escolher sua merenda escolar?

R:

9- Se você recebe de quem? Por quê?

R:

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Questionário sobre os alimentos vendidos na escola. Para a Direção/

Coordenação.

Nome da instituição de Ensino:

Data de fundação:___/____/_______.

Número de alunos: Graus de ensino:

Número de Professores:

Função que desempenha na escola:

1- Qual a importância da merenda escolar?

R:

2- Quanto tempo dura o intervalo destinado à merenda?

R:

3- Quais os alimentos consumidos na merenda?

R:

4- Quem decide que merenda será oferecida na cantina?

R:

5- Há coleta seletiva?

R:

6- O que fazem com o lixo?

R:

7- Existem alunos com problemas de saúde?

R:

8- Que ações a escola pratica para ajudá-los?

R:

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9- Quais são as outras pessoas que merendam na escola, além dos

alunos?

R:

10- Nesta escola existe alguma atividade pedagógica relacionada à

merenda escolar?

R:

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Questionário para a nutricionista.

1- Qual é a importância da merenda escolar?

R:

2- Tendo em vista o crescimento das redes de fast food, do aumento dos

casos de obesidade infantil e das propagandas de alimentos saborosos,

faz-se necessário desenvolver um projeto sobre reeducação alimentar

nas escolas?

R:

3- Qual é o papel da escola frente a esta questão?

R:

4- Todos os funcionários participam desse projeto de reeducação ou são

livres para manter os mesmo hábitos que praticam fora do espaço

escolar?

R:

5- Que tipo de suporte ou orientação é dado às famílias?

R:

6- Como vocês desenvolvem o trabalho nesta escola?

R:

7- Quem elabora o cardápio para as crianças?

R:

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8- Vocês não possuem cantina. Como procedem visto na maioria das

instituições, o dinheiro arrecadado neste espaço, aumenta

consideravelmente a receita?